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Solo e desenvolvimento na Amazônia: Lições do projeto dinâmica ...

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2000) que podem ter impacto significativo sobre a florestaamazônica (Tian et al., 1998). Espécies arbóreas especializadasem áreas mais úmidas são particularmente vulneráveis ao estresseprovoca<strong>do</strong> pela falta de água. Por exemplo, <strong>na</strong> Ilha de BarroColora<strong>do</strong>, Pa<strong>na</strong>má, tais espécies sofreram uma mortalidadeextremamente elevada durante o evento El Niño de 1982-1983(Hubbell & Foster, 1990: 531).Evidências arqueológicas sugerem que incêndios catastróficosocorreram <strong>na</strong> <strong>Amazônia</strong>, sempre em sincronia com eventos El Niño,quatro vezes durante os últimos 2.000 anos: 1.500, 1.000, 700 e400 anos antes <strong>do</strong> presente (Meggers, 1994). A ação huma<strong>na</strong> poderiafazer com que eventos El Niño menos intensos, tais como os queocorreram em 1982-1983 e em 1997-1998, assumam proporçõescatastróficas (Barbosa & Fearnside, 2000). Sabe-se que os eventosmenos intensos são muito mais freqüentes <strong>do</strong> que aqueles de grandeintensidade, entretanto, seus efeitos podem se tor<strong>na</strong>r mais agu<strong>do</strong>squan<strong>do</strong> soma<strong>do</strong>s aos efeitos previstos das mudanças climáticas,como a redução de chuva provocada pela redução daevapotranspiração causada pelo desmatamento continua<strong>do</strong> (Lean etal., 1996; Salati & Vose, 1984) e ao efeito das alterações <strong>na</strong>temperatura média e <strong>na</strong> distribuição de chuva causada pelo efeitoestufa (veja Fearnside, 1995). Embora não exista a expectativa deque estas alterações produzam, por si só, reduções radicais <strong>na</strong>precipitação pluviométrica, seus efeitos são amplia<strong>do</strong>s pelavariabilidade <strong>na</strong>tural, como aquela causada pelo fenômeno El Niño,por perturbações promovidas pela exploração madeireira e pelacriação de áreas de bordas em fragmentos. A exploração madeireiraestá aumentan<strong>do</strong> rapidamente <strong>na</strong>s florestas amazônicas, crian<strong>do</strong>áreas abertas e mais inflamáveis devi<strong>do</strong> ao acúmulo de combustívelrepresenta<strong>do</strong> pelos resíduos florestais e por árvores mortasacidentalmente durante a exploração (Uhl & Buschbacher, 1985; Uhl& Kauffman, 1990). O avanço contínuo das frentes de assentamentose desmatamento <strong>na</strong> região significa que, atualmente, existem maisoportunidades para que ocorram incêndios descontrola<strong>do</strong>s <strong>na</strong>sflorestas adjacentes às áreas de cultivo (Nepstad et al., 1999).Os efeitos das ações citadas anteriormente somam-se aosprovoca<strong>do</strong>s pela variabilidade e mudança climática, crian<strong>do</strong> umsinergismo que aumenta o risco de propagação de incêndios <strong>na</strong>floresta intacta.Os solos desempenham um papel importante no tipo de respostada floresta aos distúrbios provoca<strong>do</strong>s por estes eventos. Assim,pode-se prever que as árvores estabelecidas em solos com baixadisponibilidade de água, como é o caso daquelas sob estressehídrico relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> às áreas de bordas, sejam aquelas queapresentem maior probabilidade de sucumbirem durante os eventosextremos.V) CONCLUSÃO29

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