Solo e desenvolvimento na Amazônia: Lições do projeto dinâmica ...
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amazônica que ainda são mantidas intactas. A liberação, a partirdeste estoque, tem contribuí<strong>do</strong> significativamente para o efeitoestufa, em razão das taxas atuais de desmatamento (Fearnside,1996b, 1997d), enquanto que, o grande estoque remanescente sugereuma importância ainda maior das ações que evitem novas emissõesno futuro (Fearnside, 1997c). A conversão definitiva de cadahectare de floresta para outros tipos de uso <strong>do</strong> solo em umcenário definitivo pode liberar aproximadamente 8,5 t de carbono<strong>do</strong> solo para a atmosfera, consideran<strong>do</strong> a camada até 8 m deprofundidade ao longo de 15 anos, ou 7,4 t C/ha para umaprofundidade de 1 m (Fearnside & Barbosa, 1998).A variabilidade espacial em escala fi<strong>na</strong> <strong>na</strong> distribuição decarbono <strong>do</strong> solo, observada neste estu<strong>do</strong>, sugere a existência deuma quantidade significativa de incerteza inerente aos estu<strong>do</strong>ssobre alterações no estoque de carbono <strong>do</strong> solo basea<strong>do</strong> em“cronoseqüências”, pois os efeitos de uso <strong>do</strong> solo (como pastagem)são deduzi<strong>do</strong>s de comparações entre amostras coletadas quasesimultaneamente em vários locais com diferentes histórias de uso(veja Fearnside & Barbosa, 1998). Porém, diferençassignificativas entre estas áreas poderiam ocorrer devi<strong>do</strong> àvariação espacial <strong>na</strong>tural e não em função <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo.IV.E) RESPOSTA PROVÁVEL DA FLORESTA À FRAGMENTAÇÃOOs estu<strong>do</strong>s desenvolvi<strong>do</strong>s <strong>na</strong> área <strong>do</strong> PDBFF forneceramevidências inegáveis sobre o fato de que a criação de bordasresulta em um aumento da mortalidade de árvores localizadas <strong>na</strong>sproximidades destas áreas (Laurance et al., 1998; Lovejoy et al.,1984). Estas bordas apresentam um ar mais seco que aqueleencontra<strong>do</strong> no interior da floresta (Kapos, 1989; Kapos et al.,1993). O aumento <strong>na</strong> mortalidade de árvores <strong>na</strong>s proximidades dasbordas provoca um “colapso de biomassa”, liberan<strong>do</strong> o carbono paraa atmosfera (Laurance et al., 1997).É provável que algumas características <strong>do</strong>s solos desempenhemum papel importante <strong>na</strong> mortalidade de árvores sob estas condiçõesde estresse. Pode-se esperar que solos com maiores quantidades deareia retenham menos água, produzin<strong>do</strong> maior estresse hídrico <strong>na</strong>vegetação localizada sob o ambiente mais seco <strong>na</strong>s proximidadesdas bordas. No entanto, solos arenosos são associa<strong>do</strong>s aos fun<strong>do</strong>sde vale, nos quais se espera a ocorrência de um volume adicio<strong>na</strong>lde água no solo, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s aos locais mais altos.IV.F) RESPOSTA PROVÁVEL DA FLORESTA À MUDANÇA CLIMÁTICAAtualmente, podem ser previstas, ou mesmo constatadasvariações e mudanças climáticas de vários tipos. O fenômenoconheci<strong>do</strong> como “El Niño/Oscilação <strong>do</strong> sul”, ocorre periodicamentehá milênios e tem se tor<strong>na</strong><strong>do</strong> mais freqüente após 1976 (Nichollset al., 1996). Ele resulta em secas prolongadas (de Souza et al.,28