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Revista de Extensão - PROEC - Universidade Federal do Paraná

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A guerra como tema e a linha como gramática visualCom o <strong>de</strong>senrolar <strong>do</strong>s acontecimentos, tornou-se necessário seguir etapas afim <strong>de</strong> envolver o “professor leigo” em arte. Propôs-se iniciar a oficina <strong>de</strong>alfabetização visual com o significa<strong>do</strong> da sintaxe da linha como semântica que semostra através da forma, dada visualmente pelas obras <strong>de</strong> Otto Dix (1891-1969) eLasar Segall (1891-1957). Diante <strong>do</strong> preposto e da qualida<strong>de</strong> artística selecionada(as imagens reproduzidas das obras <strong>do</strong>s artistas), ofereceu-se a oportunida<strong>de</strong> aosprofessores <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r dialogar entre si – um momento <strong>de</strong> contemplação e troca <strong>de</strong>idéias – a fim <strong>de</strong> que pu<strong>de</strong>ssem abrir espaço para a apreensão <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s e<strong>de</strong>codificação da mensagem posta nas imagens artísticas das obras <strong>de</strong> arte.Dix e Segall 15 , ambos <strong>de</strong> origem estrangeira, serviram para impulsionar oolhar <strong>do</strong>s professores contempla<strong>do</strong>res com suas gravuras, num jogo entre asensibilida<strong>de</strong> e o entendimento da poética <strong>do</strong>s artistas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s possibilida<strong>de</strong>ssensoriais e visuais. Assim, construiu um percurso por meio <strong>de</strong> um diálogoestabeleci<strong>do</strong> entre a obra <strong>do</strong> artista e o olhar <strong>do</strong> expecta<strong>do</strong>r.Po<strong>de</strong>r-se-ia indagar sobre o porquê <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>is artistas. A justificativa seriapelo fato <strong>de</strong> que tanto Dix quanto Segall são artistas contemporâneos queinterpretaram a realida<strong>de</strong> sobre a segunda guerra mundial se valen<strong>do</strong> <strong>de</strong> técnicas dagravura em metal, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> aos nossos olhares o contexto das atrocida<strong>de</strong>s.Isso traz uma conotação à realida<strong>de</strong> emergente em que vivemos na atualida<strong>de</strong>quan<strong>do</strong> em torno <strong>de</strong> nossas vidas acabamos envolvi<strong>do</strong>s com os mesmossentimentos <strong>de</strong> mortes, perdas, violências, traumas etc. Segall diz que “... real eimaginário são ingredientes que se enfrentam, com plena consciência, na razãohistórica <strong>do</strong> presente, apoia<strong>do</strong>s sempre no senti<strong>do</strong> místico” (SEGAL apud RIBEIRO,2002). Percebe-se a visão <strong>de</strong> um homem atormenta<strong>do</strong> pela presença <strong>do</strong> terrordiante da morte <strong>do</strong>s seus conterrâneos, o pavor, a fome e a miséria.Dix, abala<strong>do</strong> pela pressão das recordações da guerra, “[...] retrata ascruelda<strong>de</strong>s vistas nos campos <strong>de</strong> batalha em gravuras carregadas <strong>de</strong> profundapressão emocional e tensão visual” (Ibi<strong>de</strong>m). Ele expressa a visão da guerra nas15 Os <strong>do</strong>is artistas se conheceram na cida<strong>de</strong> alemã <strong>de</strong> Dres<strong>de</strong>n ao término da Primeira Gran<strong>de</strong>Guerra. Compartilhan<strong>do</strong> os i<strong>de</strong>ais <strong>do</strong> Expressionismo alemão – que os levou, com outros artistas, àcriação da Secessão <strong>de</strong> Dres<strong>de</strong>n, Grupo 1919 –, Otto Dix e Lasar Segall produziram obras <strong>de</strong>distintas poéticas pessoais, mas que possibilitaram estimulantes comparações (RIBEIRO, 2002,p.05).50

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