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Consultas médicas em Leiria são das mais ... - Jornal de Leiria

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Forumj o r n a l d e l e i r i a31 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2005 | 3Facto da s<strong>em</strong>anaSer ou não ser... "doutor"Qu<strong>em</strong> ostenta o título "Dr.", <strong>de</strong> licenciado,segundo um estudo realizadopelos investigadores António Paiva eCláudia Soares, da Escola Superior <strong>de</strong>Educação <strong>de</strong> Coimbra, goza <strong>de</strong> privilégiose <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> tratamento especialquando se dirige a serviços <strong>de</strong> atendimento,quer públicos, quer privados.Acredita que existe, conforme diz oestudo, "discriminação" e "<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>ssociais, <strong>de</strong> privilégios e po<strong>de</strong>res"entre "doutores" e não "doutores" nasocieda<strong>de</strong> portuguesa? E a formaçãosuperior obtida nos insti tutos politécnicosé menos reconhecida do quea obtida nas universida<strong>de</strong>s? ■DRDepoimentosMaria FilomenaMónicasociólogae professorauniversitáriaClaro que existe discriminação. Mas não faz algum sentido que exista.A maior parte <strong>das</strong> pessoas tend<strong>em</strong> a chamar doutores a toda a gente,até nos guichês. Em relação aos politécnicos suponho que são olhados<strong>de</strong> cima pelos universitários, o que os leva a querer<strong>em</strong> o mesmo estatuto.É politicamente estúpido que se tent<strong>em</strong> equiparar os dois, pois sãofunções completamente diferentes. Em Inglaterra tentaram fazê-lo recent<strong>em</strong>entee <strong>de</strong>u uma confusão tr<strong>em</strong>enda.RafaelCal<strong>de</strong>irinhaprofessorna ESTG, <strong>Leiria</strong>Constato que essa é uma realida<strong>de</strong> da nossa socieda<strong>de</strong>. Se são "Dr."ou "Doutores", <strong>de</strong>vido ao doutoramento, são-no num enquadramentoespecífico. No dia-a-dia, na socieda<strong>de</strong>, as pessoas são to<strong>das</strong> iguais.Ninguém passa à frente numa fila do banco, apenas por ser doutor.Por ex<strong>em</strong>plo, numa escola, com um enquadramento diferente, numambiente <strong>de</strong> trabalho, os títulos faz<strong>em</strong> sentido, na medida que sãoutilizados para diferenciar pessoal docente <strong>de</strong> não docente. Quantoàs diferenças entre graus conferidos por Politécnicos e Universida<strong>de</strong>s,sou da opinião, e tenho dados reais, que mostram que os nossos graduados,quer sejam licenciados ou bacharéis, são <strong>mais</strong> procuradospela indústria porque têm competências técnicas que os licenciadosda Universida<strong>de</strong>s não têm. É claro que há Politécnicos com outrosgraus <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Na Escola Superior <strong>de</strong> Tecnologia e Gestão <strong>de</strong><strong>Leiria</strong> t<strong>em</strong>os garantias <strong>de</strong> que os nossos licenciados não são discriminados,pelo contrário.Existe <strong>de</strong> facto uma "discriminação". Mas isso não quer dizer quese trata do único factor <strong>de</strong>sse tipo na socieda<strong>de</strong>. Há também a questãomonetária, por ex<strong>em</strong>plo. Em relação às diferenças entre licenciadospelos Politécnicos e Universida<strong>de</strong>s, creio que não há gran<strong>de</strong>diferenciação entre ser formado por um ou por outro.Pedro Lourtieprofessorno InstitutoSuperior TécnicoHá, efectivamente, na socieda<strong>de</strong> portuguesa uma discriminaçãopositiva a favor <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> usa e abusa dos títulos <strong>de</strong> doutor e<strong>de</strong> engenheiro. A solução <strong>mais</strong> simples seria a <strong>de</strong> se adoptar o sist<strong>em</strong>aanglo-saxónico, on<strong>de</strong> todos são tratados pelos nomes próprios.É o senhor Michael, o senhor David ou a senhora Jannet.As qualificações académicas, que pod<strong>em</strong> ser justifica<strong>das</strong> nos universosprofissionais, não têm razão <strong>de</strong> ser na convivência quotidiana.Mas <strong>em</strong> Portugal os títulos têm muita importância e sãousados abusivamente, quer por qu<strong>em</strong> os ostenta quer por qu<strong>em</strong>os menciona.Sofia PintoCoelhojornalista na SICPontos <strong>de</strong> vistaNão sãoprecisos estudospara nosdizer<strong>em</strong> que, anível social, otítulo é umaqualificaçãosocial com efeitossociais. Os títulos académicosabr<strong>em</strong> as portas porque somos umPaís com <strong>de</strong>termina<strong>das</strong> características.Quanto à questão dos Politécnicosversus Universida<strong>de</strong>s, éverda<strong>de</strong> que, às vezes e com algumaverda<strong>de</strong>, há discriminação, mastambém é verda<strong>de</strong> que os Politécnicostêm uma formação <strong>mais</strong>prática e interessante para as <strong>em</strong>presas.Há uma adaptação muito maiore fácil <strong>de</strong>stes estabelecimentos <strong>de</strong>ensino e dos alunos à realida<strong>de</strong> dotrabalho, logo, acredito que, nas<strong>em</strong>presas, não há reflexos <strong>de</strong>ssadiscriminação.Henrique Neto,<strong>em</strong>presário,Marinha Gran<strong>de</strong>Creio quenão há discriminação.O queexiste, da partedos licenciadosé umatentativa <strong>de</strong>aproveitamentosocial do título. Os licenciadosnão são doutores e também nãovejo que os serviços, quer sejampúblicos ou particulares, privilegi<strong>em</strong>os títulos. As pessoas é queo faz<strong>em</strong>. Em relação à questão dosPolitécnicos, ainda persiste a i<strong>de</strong>ia<strong>de</strong> que não são tão reconhecidos<strong>em</strong> termos académicos quanto asuniversida<strong>de</strong>s.Graça Frutuoso,professora do ensino secundário,Marinha Gran<strong>de</strong>Acho queinfelizmente há,<strong>de</strong> facto, umadiscriminaçãono sentido <strong>em</strong>que são melhortratados aquelesque têmmaior grau académico. Viv<strong>em</strong>osnuma socieda<strong>de</strong> que pensa <strong>de</strong>staforma. E isto nota-se bastante nasrepartições públicas, se b<strong>em</strong> quenos <strong>mais</strong> novos isto está a esbater-se.Quanto aos politécnicos, sãomenos reconhecidos, mas não estouhabilitada para falar nisso. Nãoestou certa se isso equivale à realida<strong>de</strong>.Ana Ferreira,advogada, <strong>Leiria</strong>Acho que<strong>de</strong> alguma formaainda existediscriminaçãoquanto aosformados nospolitécnicos ounas universida<strong>de</strong>s.É t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> isso acabar!Quanto aos privilégios, penso queas pessoas têm que cada vez <strong>mais</strong>se afirmar pelo trabalho e capacida<strong>de</strong>sque apresentam, do quepelo título que ostentam. Aqui naCâmara existe uma preocupação<strong>em</strong> tratar as pessoas <strong>de</strong> igual formae <strong>de</strong> escolher o tipo <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong>a utilizar, consoante asua formação.António Lucas,presi<strong>de</strong>nte da CâmaraMunicipal da BatalhaEm relaçãoà discriminaçãonalgumassituações ain<strong>das</strong>e nota essaforma <strong>de</strong> tratamentodiferente,que só écompreensível pela falta <strong>de</strong> culturageral existente no nosso País.Quanto à segunda pergunta, nãovejo razão para que existam diferenças.Hoje <strong>em</strong> dia a qualida<strong>de</strong>do professores do ensino politécnicoé muito boa. Não há razãopara esse tipo <strong>de</strong> preconceito.Ana David,coor<strong>de</strong>nadora do Museu daImag<strong>em</strong> <strong>em</strong> Movimento, <strong>Leiria</strong>

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