Resumos109TRATAMENTOAVALIAÇÃO DO APOIO SOCIAL EM GRUPO DE HIPERTENSOS ATENDIDOSEM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DA ZONA OESTE DA CIDADE DE SÃOPAULOStael S. B. E da Silva, Flávia C. Colósimo, Gabriela Andra<strong>de</strong>, Flávia P. C.Rodrigues, Talita Serafim, Angela M. G. PierinEscola <strong>de</strong> Enfermagem da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SPFUNDAMENTO: Os fatores psicossociais são consi<strong>de</strong>rados fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> a hipertensão. As pessoasnecessitam umas das outras e, por isso, quando o sistema <strong>de</strong> suporte advindo <strong>de</strong> familiares e amigos diminuipo<strong>de</strong> influenciar no seguimento do hipertenso ao tratamento proposto e consequentemente no processo <strong>de</strong>a<strong>de</strong>são. Dessa forma os profissionais da área da saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar esse contexto na avaliação dasnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssas pessoas com o uso <strong>de</strong> instrumentos específicos.OBJETIVO: Caracterizar um grupo <strong>de</strong> hipertensos em relação aos domínios <strong>de</strong> apoio social e relacioná-loscom as seguintes variáveis: sexo, ida<strong>de</strong>, controle <strong>de</strong> pressão arterial e com o questionário SRQ-20 (selfreporting questionaire) que avalia transtornos mentais comuns.DELINEAMENTO: Estudo com abordagem quantitativa, <strong>de</strong>scritivo, exploratório e transversal.PACIENTE OU MATERIAL: Foram estudados 103 hipertensos, 53,7 ± 11,3 anos, 68% mulheres, PA =141 ± 21 / 87 ± 13 mmHg, em seguimento em duas Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da região oeste da cida<strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo.MÉTODOS: Os dados foram coletados através <strong>de</strong> entrevista e preenchimento <strong>de</strong> instrumento <strong>de</strong> escala <strong>de</strong>apoio social que foi validada <strong>para</strong> nosso meio. A escala é composta por 18 questões que avaliam 5 domínios,com opções <strong>de</strong> resposta: 1 (nunca), 2 (raramente), 3 (às vezes), 4 (quase sempre) e 5 (sempre). As questões<strong>de</strong> 1 a 4 referem-se ao domínio material; <strong>de</strong> 5 a 7 ao afetivo; <strong>de</strong> 8 a 11 ao emocional; <strong>de</strong> 12 a 15 à informaçãoe <strong>de</strong> 16 a 18 à interação social positiva. A medida da pressão arterial foi verificada com aparelho automáticovalidado, observando-se as normas preconizadas nas V Diretrizes <strong>Brasileira</strong>s <strong>de</strong> Hipertensão Arterial. Aplicou-setambém o questionário SRQ-20 com o objetivo <strong>de</strong> avaliar a presença <strong>de</strong> transtornos mentais comuns.Para a análise estatística utilizou-se testes Qui-quadrado e Correlação <strong>de</strong> Spearman e consi<strong>de</strong>rado significantevalores <strong>de</strong> p < 0,05. O estudo apresenta dados preliminares do projeto <strong>de</strong> Políticas Públicas apoiado pelaFAPESP (Fundação <strong>de</strong> Amparo à Pesquisa do Estado <strong>de</strong> São Paulo).RESULTADOS Nas questões relacionadas ao apoio social, 51% a 72% dos hipertensos indicaram quenecessitam contar “sempre” com apoio <strong>de</strong> alguém cotidianamente. As médias dos domínios que compõem aescala foram muito próximas: Material (4,2 ±1,1), Afetivo (4,4 ± 0,9), Emocional (4,0 ± 1,3), Informação (4,0± 1,3) e Interação Social Positiva (4,0 ± 1,2). Não houve diferença significante entre os hipertensos controlados(58%) e não controlados (42%) nos diferentes domínios avaliados, o mesmo ocorrendo <strong>para</strong> asvariáveis sexo e ida<strong>de</strong>. Encontrou-se associação positiva (p < 0,05) entre os domínios material (4,5 ± 0,9vs 3,9 ± 1,2), afetivo (4,7 ± 0,7 vs 4,2 ± 1,1) e interação social positiva (4,3 ± 0,9 vs 3,7 ± 1,4) em relaçãoaos hipertensos sem e com transtornos mentais comuns, respectivamente.CONCLUSÃO Os resultados mostraram que os hipertensos indicaram necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio social, apesardo controle da hipertensão não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ssa variável. Porém, o achado <strong>de</strong> que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoiosocial se relacionou com presença <strong>de</strong> distúrbios mentais comuns ressalta a importância <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar adimensão psicossocial.110TRATAMENTOAVALIAÇÃO DE TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM HIPERTENSOS PELOSELF REPORTING QUESTIONAIRE (SRQ-20)Flávia P. C. Rodrigues, Flávia C. Colósimo, Gabriela Andra<strong>de</strong>, Talita Serafim,Stael S. B. E. da Silva, Angela M. G. PierinEscola <strong>de</strong> Enfermagem da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SPFUNDAMENTO Recentemente os fatores psicossociais tem sido consi<strong>de</strong>rados como fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong>hipertensão. Os fatores psicossociais mais estudados são alteração <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>, transtornos mentaiscomuns, estresse no trabalho e apoio social. Os transtornos mentais comuns po<strong>de</strong>m interferir direta eindiretamente no funcionamento individual, familiar e social e nos hipertensos dificultar a realização dotratamento.OBJETIVO I<strong>de</strong>ntificar a presença <strong>de</strong> transtornos mentais comuns em hipertensos atendidos em unida<strong>de</strong>sbásicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São PauloDELINEAMENTO: Estudo <strong>de</strong>scritivo, exploratório e transversal.PACIENTE OU MATERIAL Foram estudados 104 hipertensos, 53,7 ± 11,3 anos, 68% mulheres, PA = 141± 21 / 87 ± 13 mmHg, em seguimento em duas Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da região oeste da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo.MÉTODOS Os dados foram coletados através <strong>de</strong> entrevista utilizando o Self Reporting Questionaire (SRQ-20), instrumento validado no Brasil, que i<strong>de</strong>ntifica casos suspeitos <strong>de</strong> transtornos mentais comuns. Oinstrumento apresenta 20 questões com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta “sim” (1) ou “não” (0) <strong>para</strong> transtornosmentais comuns que julgar ter apresentado nos últimos 30 dias. De acordo com a pontuação atingida osrespon<strong>de</strong>ntes são classificados como não suspeitos (< 6) ou suspeitos (> 6). A medida da pressão foi realizadacom aparelho automático validado; no membro superior esquerdo; em posição sentada; braço na altura docoração; após 5-10 min <strong>de</strong> repouso. Aplicou-se também a escala <strong>de</strong> apoio social, instrumento tambémvalidado <strong>para</strong> nosso meio. Para a análise estatística utilizou-se testes Qui-quadrado e Correlação <strong>de</strong> Spearmane consi<strong>de</strong>rado significante valores <strong>de</strong> p < 0,05. Trata-se <strong>de</strong> dados preliminares <strong>de</strong> estudo parte <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong>Políticas Públicas apoiado pela FAPESP (Fundação <strong>de</strong> Amparo à Pesquisa do Estado <strong>de</strong> São Paulo)RESULTADOS Os problemas mais percebidos nos últimos 30 dias foram: sentir-se nervoso, preocupado(72%), dormir mal (52 %), cansar-se com facilida<strong>de</strong> (51%), assustar-se com facilida<strong>de</strong> (50%), dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>pensar com clareza (46%), sentir-se triste (44%), dificulda<strong>de</strong>s <strong>para</strong> tomar <strong>de</strong>cisões (42%), dificulda<strong>de</strong> <strong>para</strong>realizar com satisfação suas ativida<strong>de</strong>s diárias (32%), perda <strong>de</strong> interesse pelas coisas (32%) e dores <strong>de</strong> cabeçafreqüentes (31%). Dos hipertensos estudados, 53% apresentaram somatória maior ou igual a 6 sendo classificadoscomo suspeitos <strong>de</strong> apresentarem transtornos mentais comuns. A presença <strong>de</strong> transtornos mentaiscomuns foi significativamente mais elevada nas mulheres (78%) do que nos homens (22%), p = 0,021.Porém, a presença <strong>de</strong> transtornos mentais comuns não se relacionou com controle da pressão arterial e ida<strong>de</strong>.A pressão arterial estava controlada em 58% dos hipertensos.CONCLUSÃO Verificou-se que a presença <strong>de</strong> transtornos mentais comuns foi freqüente, pois cerca da meta<strong>de</strong>das pessoas hipertensas estudadas foi classificada na faixa <strong>de</strong> suspeitos e que apesar <strong>de</strong> não se relacionar como controle da pressão arterial é um dado que merece ser consi<strong>de</strong>rado na avaliação dos hipertensos. Atençãoespecial <strong>de</strong>ve ser direcionada <strong>para</strong> o sexo feminino que ten<strong>de</strong> a ser mais comprometido por alterações na esferapsíquica.111 TRATAMENTO 112O CONTROLE DA HIPERTENSÃO PODE SER INFLUENCIADO POR CONHE-CIMENTOS, PRESENÇA DE COMPLICAÇÕES E ALTERAÇÃO PSICOEMOCIO-NALMônica Aparecida <strong>de</strong> Oliveira Augusto, Elaine S. Jesus, Edna Caetano, DécioMion Jr., Kátia Ortega, Angela M. G. PierinLiga <strong>de</strong> Hipertensão do Hospital das Clínicas da FMUSP, Escola <strong>de</strong> Enfermagem da Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SPFUNDAMENTO: A hipertensão arterial é consi<strong>de</strong>rada como síndrome caracterizada pela presença <strong>de</strong>níveis pressóricos elevados, associados a alterações metabólicas e hormonais; cujo tratamento é marcado pordificulda<strong>de</strong> na a<strong>de</strong>são, apresentando assim pacientes com a pressão arterial não controlada.OBJETIVO: Com<strong>para</strong>r dois grupos <strong>de</strong> hipertensos, controlados e não controlados.MÉTODOS: Foram estudados 511 hipertensos, 68% mulheres, 53 ± 11anos, 56% brancos; 67%com companheiro. Os hipertensos foram entrevistados na primeira consulta por ocasião <strong>de</strong> inclusãoem um estudo. A medida da pressão foi realizada com aparelho automático validado e <strong>de</strong>acordo com as recomendações das V Diretrizes <strong>Brasileira</strong>s <strong>de</strong> Hipertensão. O nível <strong>de</strong> significânciaadotado foi p < 0,05, utilizou-se análise univariada e multivariada.RESULTADOS: Dentre os hipertensos estudados verificou-se que 22% estavam com a pressãoarterial controlada. Os hipertensos controlados foram significativamente diferentes dos não controlados(p < 0, 05) em relação a: 1 - Predomínio do sexo feminino (26% vs 15%). 2 - Sem companheiros– solteiros, se<strong>para</strong>dos e viúvos – em relação aos com companheiros-casados e amasiados- (28% vs19%). 3 - Procurou o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> através <strong>de</strong> encaminhamento médico (25% vs 17%). 4 -Lembram a última vez que mediu a pressão arterial e esta estava normal (26% vs 17%). 5 - Todos estãotomando medicamento anti-hipertensivo. 6 - Referem conhecimento sobre o tratamento e a doençaque inclui a redução <strong>de</strong> peso (24% vs 9%), redução <strong>de</strong> estresse (24% vs 15%) e sobre a hereditarieda<strong>de</strong>da hipertensão arterial (24% vs 15%). 7 - Tiveram infarto (67% vs 22%) e <strong>de</strong>pressão (32%vs 18%), porém não referiram problemas na esfera da sexualida<strong>de</strong> (15% vs 24%). A análise <strong>de</strong>regressão logística indicou que o controle da hipertensão foi <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do conhecimento <strong>de</strong> reduçãodo peso corporal (odds ratio = 3,942, IC <strong>de</strong> 1,481 a 10,489); história <strong>de</strong> infarto (odds ratio = 1,852,IC <strong>de</strong> 1,189 a 2,886) e <strong>de</strong>pressão (odds ratio = 2,152, IC <strong>de</strong> 1,363 a 3,398); e ausência <strong>de</strong> problemassexuais (odds ratio = 0,494, IC <strong>de</strong> 0,274 a 0,888).CONCLUSÕES: Destaca-se que <strong>de</strong>ntre os achados, o controle da hipertensão se relacionou coma presença <strong>de</strong> infarto e que provavelmente somente após essa complicação foi que os hipertensosse alertaram sobre a gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu problema, ou até a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a doença somentefoi i<strong>de</strong>ntificada após a ocorrência da complicação. Outro dado que chama atenção foi a presença<strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão nos hipertensos controlados, indicando que a esfera psíquica merece atenção especial<strong>de</strong> todos os profissionais na área da saú<strong>de</strong>, reforçando mais uma vez a importância dainterdisciplinarida<strong>de</strong>. A ação benéfica <strong>de</strong> conhecimentos sobre a doença e tratamento no controleda hipertensão foi achado que <strong>de</strong>nota que a educação à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve fazer parte da propostaassistencial a essas pessoas.TRATAMENTOCONHECIMENTO, CRENÇAS E ATITUDES FRENTE À DOENÇA E TRATAMEN-TO DE UM GRUPO DE HIPERTENSOSElaine dos Santos Jesus, Mônica A. O. Augusto, Décio Mion Jr., Edna Caetano,Kátia Ortega, Angela M. G. PierinEscola <strong>de</strong> Enfermagem da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Liga <strong>de</strong> Hipertensão Arterial do Hospitaldas Clínicas, São Paulo, SPFUNDAMENTO: A hipertensão é um dos principais fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> as doenças cardiovasculares, queocupam o primeiro lugar no perfil <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>. Dessa forma, o tratamento e controle dos hipertensosrequerem atenção especial e <strong>para</strong> tanto os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem conhecer as características e fatoresque po<strong>de</strong>m interferir no seguimento dos hipertensos.OBJETIVO: Caracterizar um grupo <strong>de</strong> hipertensos em relação a crenças e conhecimentos sobre a doença eatitu<strong>de</strong>s frente ao tratamento.DELINEAMENTO: Estudo com abordagem quantitativa <strong>de</strong> forma não experimental, exploratório e transversal.PACIENTES: Foram estudados 511 hipertensos, 53 ± 11 anos, 68% mulheres, 56% brancos, 67% comcompanheiro, 58% possuíam primeiro grau, 43% ocupação em ativida<strong>de</strong>s do lar/ serviços domésticos, 19,8%aposentados e 56% com renda <strong>de</strong> até 5 salários mínimos e PA = 151 ± 20 / 92 ± 15 mmHg.MÉTODOS: Os dados foram coletados através <strong>de</strong> entrevista com formulário próprio contendo questões <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificação, crenças, conhecimentos da doença, tratamento e atitu<strong>de</strong>s frente ao tratamento. Foi solicitadoainda, que apontassem em um diagrama composto por sete faces que representavam por meio <strong>de</strong> sorriso aavaliação do sentimento em relação à vida como um todo. A medida da pressão arterial foi realizada comaparelho automático validado, da forma recomendada pelas V Diretrizes <strong>Brasileira</strong>s <strong>de</strong> Hipertensão. O estudofoi realizado em um serviço ambulatorial <strong>de</strong> um hospital <strong>de</strong> ensino da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.RESULTADOS: Em relação ao tempo <strong>de</strong> diagnóstico a maioria (66%) tinha mais <strong>de</strong> 5 anos <strong>de</strong> hipertensão;meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobriu a doença por ter se sentido mal e 29 % ao passar por exame médico <strong>de</strong> rotina; e 88% referiramque já trataram hipertensão. Em relação a crenças e conhecimentos, 84% indicaram que o tratamento <strong>de</strong>ve durara vida toda, 67% que a doença não tem cura e acreditavam que o tratamento po<strong>de</strong> evitar doenças como infarto(94,5%), “<strong>de</strong>rrame” (96,3%), problemas renais (81,6%) e impotência sexual (64,4%). 37,8% afirmaram já terinterrompido o tratamento pelos motivos: remédios muito caros (26%), não foram orientados quanto ànecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tomar os medicamentos (16%) e acreditavam que <strong>de</strong>vem tomar os medicamentos só quandose sentem mal (10%). Verificou-se que 23% referiram faltar às consultas <strong>de</strong>vido a esquecimento (21%),problemas particulares (18%), e <strong>para</strong> não faltar ao trabalho (13%). Em relação às atitu<strong>de</strong>s frente ao tratamentoapontaram que sempre levam os remédios quando viajam (93,3%), provi<strong>de</strong>nciam os medicamentos antes <strong>de</strong>acabarem (78,5%) e seguem as orientações sobre a alimentação (82,2%). Porém, verificou-se que 20% <strong>de</strong>ixam<strong>de</strong> tomar remédio quando a pressão está controlada, 26% <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> tomar os remédios por conta própria e64% nunca fazem exercícios físicos regularmente. Quanto à avaliação <strong>de</strong> sua vida como um todo, 65%informaram satisfação.CONCLUSÕES: I<strong>de</strong>ntificou-se aspectos negativos que po<strong>de</strong>m dificultar a a<strong>de</strong>são ao tratamento. Os profissionais<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ao planejarem as suas ações frente à população hipertensa <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar as suascaracterísticas <strong>para</strong> que a assistência tenha abrangência <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r as reais necessida<strong>de</strong>s dos hipertensos.3902 - Resumos.pm6 392/8/2007, 15:39
Resumos113BÁSICACRISE HIPERTENSIVA ASSOCIADA AO USO DE BEBIDA ALCOÓLICA: RE-LATO DE CASOLarissa Cavalcanti <strong>de</strong> Araújo, Arethuza Adjuto Palmeira, Denyse Luckwü Martins,Ednai<strong>de</strong> Carolina da Silva Gurgel, Fabiana Gonçalves <strong>de</strong> Oliveira, Maria doSocorro Trinda<strong>de</strong> MoraisO trabalho foi <strong>de</strong>senvolvido em um hospital da re<strong>de</strong> privada, localizado em João Pessoa-PB, pordiscentes da graduação em enfermagem da Faculda<strong>de</strong> Unida da Paraíba, sob supervisão dasprofessoras da disciplina Saú<strong>de</strong> do Adulto I.FUNDAMENTO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é conceituada como uma patologiaclínica em que há níveis tencionais elevados, durante um período sustentado. Representa, atualmente,um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública mundial, <strong>de</strong>vido ao crescente número anual <strong>de</strong> casos, além<strong>de</strong> constituir uma das maiores causas <strong>de</strong> morte por doenças cardiovasculares. No Brasil, estimaseque a doença acomete 15% a 20% da população, com maiores evidências em indivíduos comida<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 60 anos. A HAS se torna mais grave quando é associada a fatores <strong>de</strong> risco comoobesida<strong>de</strong>, se<strong>de</strong>ntarismo e ingestão <strong>de</strong> bebida alcoólica.OBJETIVO: Compreen<strong>de</strong>r a crise hipertensiva associada ao uso <strong>de</strong> bebida alcoólica.DELINEAMENTO: Desenvolveu-se um estudo do tipo relato <strong>de</strong> caso, em que se registram dados<strong>de</strong> um caso particular a fim <strong>de</strong> organizar um relatório or<strong>de</strong>nado e crítico <strong>de</strong> uma experiência. Apopulação do estudo foi constituída por pacientes hipertensos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do sexo, na faixaetária dos 40 anos ou mais, internados no hospital selecionado. Para a organização da amostra<strong>de</strong>terminou-se um recorte temporal sendo essa selecionada por acessibilida<strong>de</strong>, em que foramcoletados os dados <strong>de</strong> um paciente do sexo masculino, sabidamente hipertenso, hospitalizado comcrise hipertensiva após ingerir bebida alcoólica.PACIENTE OU MATERIAL: A pesquisa foi realizada com o cliente A.M., 64 anos, moreno,casado, aposentado, admitido no hospital apresentando pressão arterial elevada, sudorese intensae dor abdominal. Durante a anamnese encontrava-se consciente, orientado e hipocorado. Apresentava-serelativamente consciente sobre seu problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Na ocasião relatou ser hipertensoe ter ingerido bebida alcoólica no dia anterior.MÉTODOS: Os dados foram coletados através <strong>de</strong> anamnese, exame físico e prontuário. Apóscoleta, os mesmos foram analisados <strong>de</strong> acordo com a literatura pertinente à temática.RESULTADOS: O estudo <strong>de</strong>monstra a importância <strong>de</strong> investigar patologias clínicas como a HASassociada ao uso <strong>de</strong> bebidas alcoólicas como fator prepon<strong>de</strong>rante durante a intervenção e tratamentoda doença, portanto, é necessário que a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não subestime o uso <strong>de</strong> álcool comofator <strong>de</strong> risco.CONCLUSÕES: Acredita-se que a pesquisa alcançou o objetivo estabelecido. Os dados apresentadospelo cliente corroboram com a literatura pesquisada, com relação à ingestão <strong>de</strong> bebidaalcoólica representar um fator <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> a HAS.114 BÁSICATRATAMENTO FARMACOLÓGICO DE PACIENTES DO PROGRAMA DE HIPER-TENSÃO E DIABETES DE UMA UNIDADE DE SAÚDEAllamahac Silva Pequeno, Thyago Vinícius F. <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Maria do Carmo M.Ferraz, Hortência Regina <strong>de</strong> M. Macedo, Fabiana Paiva GalvãoUniversida<strong>de</strong> Estadual da Paraíba – UEPB e Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>, PBFUNDAMENTO: Nos países <strong>de</strong>senvolvidos, as doenças cardiovasculares são responsáveis pelameta<strong>de</strong> das mortes, além disso, são as principais causadoras <strong>de</strong> óbito na população brasileira.Dentre essas doenças, a Hipertensão Arterial (HA) é a mais comum em todo o mundo, sendoresponsável por altos índices <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>, sobretudo entre os idosos. No Brasil, aproximadamente65% dos idosos são portadores da HA e, em razão das patologias que surgem concomitantementenesta ida<strong>de</strong>, os idosos constituem, possivelmente, o grupo etário mais medicalizadona socieda<strong>de</strong>. Os fatores: envelhecimento, maior prevalência das enfermida<strong>de</strong>s crônico<strong>de</strong>generativase consumo <strong>de</strong> fármacos, aumentam a incidência dos Problemas Relacionados aosMedicamentos (PRMs), <strong>de</strong>ixando esta população vulnerável aos vários problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,aumentando os custos dos sistemas <strong>de</strong> atenção primária.OBJETIVO: Avaliar a farmacoterapia anti-hipertensiva em idosos cadastrados no Programa <strong>de</strong>Hipertensão e Diabetes mellitus (HIPERDIA) <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.MÉTODOS: Tratou-se <strong>de</strong> um estudo transversal e <strong>de</strong>scritivo, realizado no período <strong>de</strong> março ajunho <strong>de</strong> 2007, após análise das fichas <strong>de</strong> acompanhamento dos usuários cadastros no ServiçoMunicipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Campina Gran<strong>de</strong>-PB, e foi <strong>de</strong>senvolvido.RESULTADOS: Foram acompanhados cadastros <strong>de</strong> 346 usuários sendo 62% do gênero feminino;a hipertensão isolada foi observada em 79% <strong>de</strong>les e associada ao Diabetes Mellitus 18%; a faixaetária <strong>de</strong> 60-69 anos foi a mais freqüente com 49% seguida <strong>de</strong> 70-79 anos. Com relação àscomplicações cardiovasculares o Infarto Agudo do Miocárdio foi o mais relatado com 10%,porém 68% da amostra ainda não apresentou nenhuma <strong>de</strong>las. Quanto aos fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> elasa hereditarieda<strong>de</strong>, obesida<strong>de</strong>, tabagismo e alcoolismo foram os mais citados. Quanto à farmacoterapiaos grupos <strong>de</strong> medicamentos mais prescritos foram: diuréticos, Inibidores da Enzima Conversorada Angiotensina I, Inibidores Adrenérgicos, Anti-agregante plaquetário e Hipoglicemiantes.A associação <strong>de</strong> medicamentos esteve presente em muitos casos, alguns pacientes utilizavamaté 7 itens.CONCLUSÕES: Para os portadores da HA, a a<strong>de</strong>são e a atenção ao tratamento são o maior<strong>de</strong>safio a ser enfrentado, uma vez que por ser uma doença crônica, pouco sintomática e cujotratamento consiste na farmacoterapia e nas mudanças dos hábitos <strong>de</strong> vida. O i<strong>de</strong>al seria a abordagemmultiprofissional (médico, enfermeiro e farmacêutico) nas ativida<strong>de</strong>s ligadas diretamenteao medicamento, a fim <strong>de</strong> proporcionar ao idoso a conscientização quanto aos cuidados com asaú<strong>de</strong>, reduzir os PRMs e obter a a<strong>de</strong>são satisfatória.115 EPIDEMIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA 116PREVALÊNCIA DE PERIODONTITE EM PACIENTES COM DOENÇA CARDIO-VASCULAR1Maria Berna<strong>de</strong>te Depoli, 2 Ana Paula O. Cápua Norbim, 2 José Aírton <strong>de</strong> Arruda,1Silvana dos Santos Meyrelles1Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito Santo(UFES) e 2 Intercath-MeridionalBÁSICAESTRATIFICAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR E FATORES DE RISCO AS-SOCIADOS EM UMA POPULAÇÃO ATENDIDA NO MUTIRÃO DE PREVENÇÃODE DOENÇAS RENAIS, EM SÃO LUÍS, MA, BRASIL, 2006TC Oliveira, N Salgado Filho, MM Barbosa, Y Léda, A Diógenes, CS Pereira, LLucena, E Barros, G Gomes, G CaldasLiga <strong>de</strong> Hipertensão – Hospital Universitário Presi<strong>de</strong>nte DutraFUNDAMENTO: A doença periodontal consiste na maior causa <strong>de</strong> perda <strong>de</strong>ntária em indivíduosadultos e atinge 75% da população maior que 25 anos. A doença periodontal tem como etiologiaprimária microorganismos que colonizam o biofilme <strong>de</strong>ntal, o qual protege as bactérias dos agentesantimicrobianos e fornece uma fonte regular <strong>de</strong> nutrientes. Vários estudos têm <strong>de</strong>monstradoa influência da doença periodontal em diferentes doenças sistêmicas, inclusive as doenças cardiovasculares(DCV). Sabe-se que portadores <strong>de</strong> doença periodontal severa apresentam risco <strong>de</strong>morbi-mortalida<strong>de</strong> 25% maior <strong>para</strong> as DCV, quando com<strong>para</strong>dos a portadores <strong>de</strong> doença periodontalleve, resultando em enormes custos <strong>para</strong> o sistema único <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (SUS).OBJETIVO: Verificar a associação entre doença periodontal e DCV nos pacientes que irão sesubmeter a cineangiocoronariografia.DELINEAMENTO: Estudo <strong>de</strong> prevalência.PACIENTE: Foram selecionados 358 pacientes encaminhados <strong>para</strong> o exame <strong>de</strong> cineangiocoronariografia.MÉTODOS: Após a assinatura do termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido, os pacientes queatendiam os critérios <strong>de</strong> inclusão do estudo foram submetidos ao exame periodontal por meio <strong>de</strong>uma sonda e a doença periodontal foi classificada quanto a extensão e severida<strong>de</strong> (leve, mo<strong>de</strong>radae severa). Os pacientes submetidos a cineangiocoronariografia foram classificados <strong>de</strong> acordocom a presença ou ausência <strong>de</strong> estenose coronariana (EC) e tiveram seu sangue coletado <strong>para</strong>análises bioquímicas.RESULTADOS: Do total da amostra inicial, 72 (20%) pacientes preencheram os critérios <strong>de</strong>inclusão, 212 (59%) pacientes não possuíam <strong>de</strong>ntes e 74 (21%) não quiseram participar do estudo.Nos pacientes que partici<strong>para</strong>m do estudo, foi verificada prevalência <strong>de</strong> 58% <strong>de</strong> DP mo<strong>de</strong>radae 27% <strong>de</strong> severa, sendo que 15% dos pacientes não apresentaram DP. A cineangiocoronariografiaconstatou que 59% dos pacientes com DP (mo<strong>de</strong>rada e severa) apresentaram EC, sendo que<strong>de</strong>ntre os pacientes que não apresentavam DP, a EC foi constatada em apenas 30% dos pacientes.CONCLUSÕES: Nossos dados mostram uma gran<strong>de</strong> prevalência <strong>de</strong> doença periodontal em pacientescom estenose coronariana. Consi<strong>de</strong>rando que a doença periodontal é consi<strong>de</strong>rada umadoença inflamatória sistêmica e que a mesma po<strong>de</strong> levar ao agravamento das DCV, faz-se necessárioum maior cuidado com relação a saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>ste pacientes.APOIO FINANCEIRO: CNPq, FAPES-PPSUSFUNDAMENTO: Estratificar o risco cardiovascular (CV) <strong>de</strong> um paciente precocemente é importante<strong>para</strong> a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma possível intervenção terapêutica e <strong>para</strong> alertá-lo sobre umprocesso <strong>de</strong>generativo que progri<strong>de</strong> silenciosamente e que po<strong>de</strong> muitas vezes ser barrado commudanças comportamentais simples.OBJETIVO: Avaliar a prevalência dos fatores <strong>de</strong> risco implicados em pior prognóstico <strong>para</strong>doença CV e relacioná-los com os níveis pressóricos aferidos na amostra.DELINEAMENTO: Trata-se <strong>de</strong> um estudo transversal em 173 pessoas atendidas em um mutirãona cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Luís em 2006MÉTODO:Aplicou-se questionário contendo dados <strong>de</strong>mográficos, história clínica, exame físicoe resultados <strong>de</strong> exames laboratoriais. Foram avaliados fatores <strong>de</strong> risco CV <strong>de</strong>finidos nas V DIRE-TRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA.Consi<strong>de</strong>rou-se nefropatiase o clearence <strong>de</strong> creatinina (ClCrea), estimado pela equação <strong>de</strong> Cockroft-Gault <strong>de</strong> acordo comas Diretrizes <strong>Brasileira</strong>s <strong>de</strong> DRC. O banco <strong>de</strong> dados foi feito no software Excel/2000 e análise dosdados no software EpiInfo. Utilizou-se cálculos <strong>de</strong> proporções e respectivos intervalos <strong>de</strong> confiança(95%).RESULTADOS: : Da amostra, 63,1% eram mulheres. A ida<strong>de</strong> variou <strong>de</strong> 20 a 84 anos com média<strong>de</strong> 50,6 anos. A prevalência geral <strong>de</strong> HAS foi 40,9% e a faixa etária mais acometida foi <strong>de</strong>pacientes com ida<strong>de</strong> > 65 anos (65,2%), com p 0,05). A faixa etária <strong>de</strong> >65 anos teve prevalências <strong>de</strong> 34,8 e 17,4% nos riscos ALTO e MUITOALTO (p < 0,05). Em pacientes com PA normal, 69,9% tinham risco CV BAIXO e apenas 0,8%teve risco MUITO ALTO (p < 0,05) Entre os hipertensos 15,8% tinham risco ALTO contra 2,7%entre os não-hipertensos (p < 0,05). As prevalências gerais <strong>de</strong> AMF <strong>de</strong> HAS, dislipi<strong>de</strong>mia, DM,tabagismo e nefropatia foram respectivamente: 45,1%; 42,1%; 16,4%; 12,7% e 9,4%. A média doClCrea foi <strong>de</strong> 102 ml/min, e nefropatia teve prevalência <strong>de</strong> 15,7% em homens e 5% em mulheres(p < 0,05).CONCLUSÃO: A prevalência <strong>de</strong> HAS no presente estudo foi similar à literatura brasileira.Apesar se ter sido evi<strong>de</strong>nciado que o BAIXO risco CV é o mais prevalente, chama a atenção que1/5 da amostra esteja entre os riscos ALTO e MUITO ALTO. HAS, Dislipi<strong>de</strong>mia e AMF <strong>de</strong> DCVforam os fatores <strong>de</strong> risco mais prevalentes.4002 - Resumos.pm6 402/8/2007, 15:39