Resumos173EPIDEMIOLOGIA E FISIOPATOLOGIATRATAMENTO COM PIRIDOSTIGMINA REDUZ BALANÇO AUTONÔMICO CAR-DÍACO EM RATOSRaquel Nitrosi <strong>de</strong> La Fuente 1 , Ivana CM Silva 1 , Georgia O Candido 1 , SilviaLacchini 2 , Eduardo Moacyr Krieger 1 , Maria Claudia Irigoyen 11Instituto do Coração (InCor), Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, 2 Instituto <strong>de</strong>Ciências Biomédicas da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São PauloINTRODUÇÃO: As alterações fisiopatológicas encontradas após infarto do miocardio sãomarcadas por um aumento da modulação simpática e redução da modulação <strong>para</strong>ssimpática,indicando que a disfunção <strong>para</strong>ssimpática é um preditor <strong>de</strong> morte nesta população. Nesse sentido,a prevenção <strong>de</strong> morte súbita ainda é um dos maiores <strong>de</strong>safios.OBJETIVO: O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi verificar o efeito do tratamento <strong>de</strong> 7 dias com Piridostigmina(PYR) na resposta vagal e no balanço autonômico cardíaco em ratos.MÉTODO: 14 ratos machos Wistar (220-260g) foram divididos em 2 grupos: P, tratados com PYRna água <strong>de</strong> beber (6 ± 1 mg/dia, n = 7) e CTR, grupo tratado apenas com água (n = 7). Após otratamento, os animais foram cateterizados (artéria e veia femorais) e o sinal <strong>de</strong> pressão arterial(PA) e freqüência cardíaca (FC) foram registradas (30 min, acordados)e processadas por umsistema <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> dados (Windaq, 2 KHz). O controle autonômico cardíaco foi avaliado porbloqueios farmacológicos (atropina e propranolol, 4 mg/Kg) e pela análise espectral (Fast FourierTransform). A resposta vagal foi estudada pela estimulação elétrica do nervo vago (VES) e pelaadministração endovenosa (ev) <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> acetil metilcolina (mAche) em animais anestesiados.O Teste-t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt não pareado foi utilizado <strong>para</strong> com<strong>para</strong>r os grupos. Os dados <strong>de</strong> VES emAche foram com<strong>para</strong>dos pela ANOVA <strong>de</strong> dois caminhos, post-hoc Tukey; p > 0.05 foi consi<strong>de</strong>radosignificativo.RESULTADOS: Não foram encontradas diferenças entre os grupos <strong>para</strong> FC (P: 352 ± 12 vs CTR:355 ± 11 bpm) e PA (P: 110 ± 3 vs CTR: 107 ± 3 mmHg). O bloqueio farmacológico mostrou umaumento do tônus vagal (P: 90 ±11 vs CTR: 51 ± 6 bpm) sem mudanças no tônus simpático nosanimais tratados. Entretanto observou-se um aumento da variabilida<strong>de</strong> da FC (P: 12 ± 7 vs CTR:9 ± 8 ms 2 ) acompanhada <strong>de</strong> uma redução do balanço autonômico cardíaco (P: 0.3 ± 0.1 vs CTR:0.8 ± 0.2; (ua)), o qual apresentou correlação negativa com o tônus <strong>para</strong>ssimpático (r = -0.63, p= 0.02). A VES e mAche mostraram um aumento da resposta <strong>de</strong> bradicardia no grupo P quandocom<strong>para</strong>dos ao grupo CTR (VES: 2 Hz: -32 ± 6 vs -8 ± 3; 4 Hz: -188 ± 36 vs -41 ± 5; 8 Hz: -228± 29 vs -115 ± 12, bpm in CTR; mAche: d1 (1,25 µ) -220 ± 18 vs-118 ±17, d2 (2,5 µ): -230 ± 3vs -181 ± 18, bpm, em CTR ).CONCLUSÃO: O tratamento com PYR reduziu o balanço autonômico cardíaco sem mudançasnos <strong>para</strong>mêtros hemodinâmicos. Esta resposta parece estar associada com aumento do tônusvagal. Estes dados mostram que o tratamento com PYR po<strong>de</strong> ser uma eficiente ferramenta farmacológica<strong>para</strong> o tratamento da disfunção vagal nas doenças cardiovasculares.174BÁSICAAVALIAÇÃO DOS NÍVEIS PRESSÓRICOS E FATORES DE RISCO PARA O DE-SENVOLVIMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM MULHERES EM USO DECONTRACEPTIVOS ORAIS EM FORTALEZA, CERita Neuma Dantas Cavalcante <strong>de</strong> Abreu, Luanna Maria Varela Fontenele,Thereza Maria Magalhães MoreiraUniversida<strong>de</strong> Estadual do Ceará – UECE, Fortaleza, CearáFUNDAMENTO: O uso <strong>de</strong> pílula anticoncepcional constitui um fator <strong>de</strong> risco específico <strong>para</strong> ogrupo feminino. As diretrizes brasileiras <strong>de</strong> hipertensão arterial (2006) alertam que a hipertensãoarterial (HA) é duas a três vezes mais comum em usuárias <strong>de</strong> anticoncepcionais orais (ACO).OBJETIVOS: Objetivamos avaliar os níveis pressóricos em mulheres que utilizam contraceptivosorais; Avaliar os fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento da HA nesse grupo e averiguar os tipos<strong>de</strong> contraceptivos orais por elas utilizados, suas possíveis interferências na pressão arterial, relacionandoàs queixas das mulheres.MÉTODOS: A pesquisa <strong>de</strong>scritiva e quantitativa foi realizada em uma Unida<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>da Família <strong>de</strong> Fortaleza-Ceará. A população foi constituída por 40 mulheres cadastradas e emacompanhamento no programa <strong>de</strong> planejamento familiar, que faziam uso <strong>de</strong> contraceptivos oraise foram atendidas na unida<strong>de</strong> durante o mês <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2004. O levantamento foi realizadonas fichas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consulta <strong>de</strong> enfermagem, seguido do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> visitasdomiciliárias. O projeto foi aprovado por um Comitê <strong>de</strong> Ética.RESULTADOS: De 40 mulheres examinadas, todas apresentaram pressão arterial (PA) <strong>de</strong>ntro doslimites consi<strong>de</strong>rados normais. Quanto aos fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> HA, 29 mulheres disseram nãoconsumir álcool, 35 não fumar, 30 não praticar exercícios físicos. Do total, 32 julgaram se estressarcom facilida<strong>de</strong> e 29 tinham parentes com doenças associadas à HA. Quanto à existência <strong>de</strong>possíveis efeitos do contraceptivo oral sobre a PA, 27 disseram não ter sido orientadas sobre essarelação. Alterações na PA pelo uso do contraceptivo oral não foram percebidas por 32 mulheres,que alegaram ter seu padrão sempre normal ou há tempos não verificá-la. Oito observaram que,com o uso <strong>de</strong> ACO houve pequena elevação da PA. Ao serem questionadas sobre surgimento <strong>de</strong>problemas pelo uso <strong>de</strong> ACO em pessoas com pressão alta, 31 disseram não saber, nem terem sidoorientadas sobre esta relação, enquanto nove conheciam as complicações oriundas da associaçãohipertensão arterial e ACO. Quanto às queixas apresentadas durante o uso do fármaco, verificamosque 32 apresentaram cefaléia, enjôos, vômitos, aumento <strong>de</strong> peso, <strong>de</strong>ntre outros. Sobre aorientação acerca dos efeitos colaterais, 36 referiram receber tal informação. Comprimidos àbase <strong>de</strong> etinilestradiol e levonogestrel foram os mais utilizados pelas mulheres (50%).CONCLUSÕES: Os resultados mostraram que, além do uso <strong>de</strong> ACO, existiam outros fatores quepredispunham à HA nestas mulheres. Tais achados po<strong>de</strong>rão subsidiar a assistência <strong>de</strong> enfermagemàs mulheres, com ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que propiciem a participação ativa <strong>de</strong>las em seu cuidadoe a redução da morbi-mortalida<strong>de</strong> cardiovascular nesse grupo.175 BÁSICA 176ALTERAÇÕES NA REATIVIDADE VASCULAR EM MODELO DE RESISTÊNCIAÀ INSULINA INDUZIDA POR GLUTAMATO MONOSSÓDICO (OBESIDADE EMRATOS)Lobato NS, Tostes RC, Carvalho MHC, Fortes ZBDepartamento <strong>de</strong> Farmacologia, ICB/USP, São Paulo, SP, BrasilBÁSICAEFEITO DA SOBRECARGA SALINA NA MODULAÇÃO AUTONOMICA CAR-DIOVASCULARRoque AP, Fiorino P, Fonteles M, Farah VMALaboratório <strong>de</strong> Fisiologia Renal e Cardiovascular da Universida<strong>de</strong> Presbiteriana Mackenzie, SãoPaulo, SPINTRODUÇÃO: A obesida<strong>de</strong> é consi<strong>de</strong>rada a causa mais comum <strong>de</strong> resistência à insulina e estárelacionada à elevação da morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> em virtu<strong>de</strong> da predisponência a hipertensão,dislipi<strong>de</strong>mia, doença cardiovascular aterosclerótica e diabetes tipo 2. A resistência à insulina temefeitos adversos sobre a reativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vasos <strong>de</strong> resistência com alterações tanto no endotélioquanto no músculo liso vascular.OBJETIVO: Nosso objetivo foi avaliar a reativida<strong>de</strong> vascular à noradrenalina (NA), acetilcolina(Ach) e nitroprussiato <strong>de</strong> sódio (NPS) em ratos Wistar com obesida<strong>de</strong> induzida pela administração<strong>de</strong> glutamato monossódico (MSG), um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> resistência à insulina.MATERIAIS E MÉTODOS: Para este estudo, ratos Wistar machos neonatos receberam injeçõessubcutâneas <strong>de</strong> MSG nos dias 2, 3, 4, 5 e 6 após o nascimento. Ao completarem 16 semanas, foramrealizados os testes <strong>de</strong> caracterização do estado <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong> (pelo índice <strong>de</strong> Lee e pelo peso dasgorduras periepididimal e retroperitoneal) e o leito arteriolar mesentérico isolado e perfundido(fluxo 2 mL/min) com solução Krebs foi estudado. Alterações da pressão <strong>de</strong> perfusão foramanalisadas após a perfusão com NA (10 -7 M a 3x10 -4 M), Ach (10 -9 M a 3x10 -5 M) e NPS (10 -9 M a3x10 -5 M). A sensibilida<strong>de</strong> à insulina foi avaliada pelo teste <strong>de</strong> tolerância à insulina intravenoso(IVITT), sendo calculada a constante <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento da glicose no soro (Kitt), em resposta àsobrecarga <strong>de</strong> insulina.RESULTADOS: O tratamento <strong>de</strong> ratos neonatos com MSG induziu obesida<strong>de</strong>, caracterizada peloaumento do índice <strong>de</strong> Lee (30,2 ± 0,2 ** vs 28,9 ± 0,2) e aumento do peso das gorduras periepididimal(2,3 ± 0,2/100 g *** vs 1,2 ± 0,1/100 g) e retroperitoneal (2,9 ± 0,1/100 g*** vs 1.0 ± 0,1/100). Osratos obesos <strong>de</strong>senvolveram resistência à insulina, caracterizada pela redução da Kitt obtida noIVITT, quando com<strong>para</strong>dos aos controles (2,8 ± 0,3*** vs 4,2 ± 0,2). A resposta vasoconstritoraà NA foi maior nos ratos obesos do que nos controles (158,9 ± 11,5 mmHg** vs 106,0 ± 14,9mmHg), enquanto não houve diferença entre os grupos na resposta (em %) relaxante <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<strong>de</strong> endotélio (MSG: 83,4 ± 1.4 vs Controle: 86,0 ± 1,8). A resposta máxima vasodilatadora (em %)ao NPS, agente vasodilatador in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> endotélio, foi maior nos ratos obesos do que noscontroles (92,2 ± 2,2* vs 83,8 ± 2,8) – (* p
Resumos177BÁSICACONHECIMENTO, DIAGNÓSTICO E PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTE-RIAL EM SERVIDORES DA FEPECSDumay Henrique, Pereira Juliana, Lima Káritas, Costa Walkyria, Paula Adriana,Cardoso Anne, Artiaga Daniel, Souza Diogo, Galli Fernando, Câmara Gabrielle,Felipe Neto Geraldo, Neto Segundo Joaquim, Men<strong>de</strong>s Marcela, Ferreira FilhoNarcélio, Vieira Thiago, Schleicher Maria MouranildaEscola Superior <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong> – ESCS, Fundação <strong>de</strong> Ensino e Pesquisa em Ciências daSaú<strong>de</strong> – FEPECS, Brasília, DFFUNDAMENTO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um <strong>de</strong>safio da saú<strong>de</strong> pública, dada a sua altaprevalência. Ações <strong>de</strong> prevenção, <strong>de</strong>tecção e diagnóstico são objetivos da Liga <strong>de</strong> Hipertensão Arterial daESCS.OBJETIVOS: Avaliar a prevalência da HAS entre os servidores da FEPECS; <strong>de</strong>terminar o grau <strong>de</strong> conhecimentoda doença; i<strong>de</strong>ntificar a presença <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> a HAS.MÉTODOS: Pesquisa clínico-epi<strong>de</strong>miológica, observacional, do tipo <strong>de</strong>scritivo e analítico transversal com205 funcionários da FEPECS. Para coleta <strong>de</strong> dados, utilizou-se questionário e exame físico. Foram consi<strong>de</strong>radoshipertensos aqueles com diagnóstico prévio ou aqueles que apresentaram pressão arterial maior ouigual a 140 x 90 mmHg em três avaliações realizadas em diferentes semanas.RESULTADOS: A pesquisa foi realizada entre os meses <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2006 e maio <strong>de</strong> 2007. Dos entrevistados,124 eram do sexo feminino (60,5%) e 81 do sexo masculino (39,5%). A média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> foi (41,68± 12,14) e a mediana, 41,5. A maioria tinha formação superior completa (87%). Quando avaliados, 14% dosnormotensos e 62% dos hipertensos apresentaram níveis pressóricos alterados. (Tabela 1). O sexo masculinomostrou maior prevalência <strong>de</strong> HAS e <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> HAS. Os homens hipertensos apresentarametilismo (55%), sobrepeso ou obesida<strong>de</strong> (85%), circunferênciaabdominal aumentada (79%) e se<strong>de</strong>ntarismo(55%). Dos 61 hipertensos, 28 foram do sexofeminino (22,58% das mulheres) e 33 foram do sexomasculino (40,74% dos homens). A ida<strong>de</strong> não foium fator <strong>de</strong> risco com prevalência significativamentediferenciada entre os sexos.Tabela 1 – Distribuição conhecimento x pressãoNormotensão Hipertensão TotalNormotensos 144 24 168Hipertensos 14 23 37Total 158 47 205Tabela 2 – Presença <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco e associação com a hipertensãoCA Alterada IMC > 25 Etilismo Uso <strong>de</strong> Sal Se<strong>de</strong>ntarismoPresença <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> hipertensão por gruposNormotensos 58 52 81 11 64Hipertensos 44 46 25 4 35χ 2 17,391 26,521 15,044 0,227 0,604α < 0,001 < 0,001 < 0,001