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atualização da diretriz brasileira de insuficiência cardíaca crônica

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Atualização <strong>da</strong> Diretriz Brasileira <strong>de</strong> Insuficiência Cardíaca Crônica - 2012Diretrizesguiar tratamento 32 . Contudo, observou-se melhora na sobrevi<strong>da</strong><strong>de</strong> longo prazo no grupo guiado por peptí<strong>de</strong>os natriuréticos,em indivíduos abaixo <strong>de</strong> 75 anos. O estudo PRIMA tambémfalhou em <strong>de</strong>monstrar superiori<strong>da</strong><strong>de</strong> do tratamento guiadopor NT-proBNP em comparação ao manuseio convencional 33 .Metanálise <strong>de</strong> 8 ensaios clínicos envolvendo 1.726 pacientesmostrou redução <strong>de</strong> 30% na mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> no grupo guiadopor peptí<strong>de</strong>os natriuréticos em comparação ao manuseioconvencional, especialmente em indivíduos abaixo <strong>de</strong> 75 anos.Não houve, no entanto, redução nas taxas <strong>de</strong> hospitalização 34 .Portanto, apesar <strong>de</strong> haver sugestão <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> sobrevi<strong>da</strong>em pacientes mais jovens, essa é uma área ain<strong>da</strong> controversae não há evidências no momento que sustentem a utilizaçãorotineira <strong>de</strong> dosagens seria<strong>da</strong>s dos peptí<strong>de</strong>os natriuréticos paraguiar tratamento.3.2. Telemonitoramento (Telemedicina)Os métodos <strong>de</strong> telemonitoramento (telemedicina) empregadosem estudos foram através <strong>de</strong> telefone com transmissão <strong>de</strong><strong>da</strong>dos não invasivos ou <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s hemodinâmicas invasivas,transmiti<strong>da</strong>s para uma central, quer seja em tempo real oupara arquivos ou híbrido. Três métodos <strong>de</strong> transmissão po<strong>de</strong>mser utilizados: via dispositivos portáteis, “smart phones”, ecomunicação “wireless”. Os sistemas po<strong>de</strong>m ser somente <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> arquivo ou resposta não imediata ou imediata.Estudos utilizando estratégias não invasivas <strong>de</strong> telemonitoramentonão têm <strong>de</strong>monstrado benefício quanto à mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>, tendodois estudos incluído número elevado <strong>de</strong> pacientes (Tele-HFcom 1.653 e TIM-HF com 710 pacientes) 35-37 . A baixa a<strong>de</strong>sãopo<strong>de</strong> ter contribuído para os resultados neutros. A ausência<strong>de</strong> interação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> entre paciente e profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<strong>de</strong> educação repetitiva e <strong>de</strong> conteúdo po<strong>de</strong>m ser empecilhospara bons resultados, especialmente quando comorbi<strong>da</strong><strong>de</strong>scomo <strong>de</strong>pressão são frequentes como na IC. A <strong>de</strong>pressãopo<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong> a maior ativação neuro-hormonal epior quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> 38,39 . Entretanto, no estudo HOME-HF,com 182 pacientes em que não se <strong>de</strong>monstrou diferençaentre o grupo intervenção e o controle quanto ao <strong>de</strong>sfechoprimário (dias vivos fora do hospital), observou-se redução nashospitalizações por IC e visitas à uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência nogrupo <strong>de</strong> telemonitoramento 40 . Metanálises têm <strong>de</strong>monstradoefeito benéfico do telemonitoramento 41 .O estudo multicêntrico CHAMPION com 550 pacientes,que avaliou a estratégia <strong>de</strong> manuseio baseado na transmissãosem fio <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos hemodinâmicos obtidos através <strong>de</strong> um cateterarterial pulmonar comparado ao manuseio convencional, empacientes com IC classe funcional III e hospitalização prévia porIC, <strong>de</strong>monstrou com a telemonitorização redução significativa<strong>de</strong> 39% nas hospitalizações por IC 42 . O impacto na mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>não é conhecido. No estudo COMPASS-HF, com inclusão<strong>de</strong> 274 pacientes, o cui<strong>da</strong>do baseado em contínua avaliaçãohemodinâmica não reduziu eventos relacionados com IC,embora o número <strong>de</strong> pacientes possa não ter po<strong>de</strong>r estatístico 43 .Baseado nos estudos disponíveis no momento, não há <strong>da</strong>dossuficientes para indicar a telemonitorização <strong>de</strong> forma rotineira nomanuseio <strong>de</strong> pacientes com IC além <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> educaçãoe monitoramento usual 44 , embora possa haver benefícios <strong>de</strong>redução <strong>de</strong> hospitalizações em pacientes selecionados, <strong>de</strong> altorisco, com a utilização <strong>de</strong> dispositivos invasivos.3.3. PrognósticoNos pacientes com etiologia chagásica, a presença <strong>de</strong>taquicardia ventricular sustenta<strong>da</strong> ou não sustenta<strong>da</strong> é preditor<strong>de</strong> prognóstico reservado, embora a FEVE < 40% seja o únicopreditor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> 45 . Pacientes chagásicosem lista <strong>de</strong> espera para transplante cardíaco também apresentampior prognóstico em relação a outras etiologias 46 . O volume <strong>de</strong>átrio esquerdo na IC <strong>de</strong>vido à doença <strong>de</strong> Chagas parece tervalor prognóstico in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte 47 . Em pacientes <strong>de</strong> etiologianão chagásica, a largura do QRS > 120 ms quando associa<strong>da</strong>à pressão <strong>de</strong> pulso estreita (< 40 mmHg) i<strong>de</strong>ntificou pacientesambulatoriais com significativo aumento <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> esignificativa correlação com função ventricular diminuí<strong>da</strong>.Esta é uma ferramenta facilmente disponível e <strong>de</strong> baixocusto para i<strong>de</strong>ntificar pacientes ambulatoriais <strong>de</strong> maior risco(aproxima<strong>da</strong>mente 70% <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> em 5 anos) 48 .3.4. Avaliação Familiar (Tabela 6)Devido ao caráter familiar <strong>de</strong> algumas etiologias <strong>de</strong> IC, sãonecessários na suspeita <strong>de</strong>stas a avaliação e o rastreamentofamiliar 49 . Nas cardiomiopatias dilata<strong>da</strong>s, avaliação <strong>de</strong> familiares<strong>de</strong> primeiro grau dos pacientes po<strong>de</strong> revelar cardiomiopatiadilata<strong>da</strong> em 20-35% com componente familiar. Causa genéticafamiliar é <strong>de</strong>scrita em 30-35% <strong>da</strong> cardiomiopatias dilata<strong>da</strong>s.Atualmente, 33 gens estão associados ao diagnóstico <strong>de</strong>cardiomiopatia dilata<strong>da</strong>. História <strong>de</strong> 3-4 gerações <strong>de</strong>ve ser obti<strong>da</strong>,parentes <strong>de</strong> primeiro grau <strong>de</strong>vem ser avaliados na cardiomiopatiadilata<strong>da</strong> idiopática a ca<strong>da</strong> 3-5 anos, pois a manifestação po<strong>de</strong>ser i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte através <strong>de</strong> histórico, exame, ECG eecocardiograma. Testes genéticos po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados naTabela 6 - Orientações para Avaliação Familiar e Rastreamento para Miocardiopatias (Hipertrófica, Dilata<strong>da</strong>, Cardiopatia Arritmogênica <strong>de</strong> VD,Não Compacta<strong>da</strong> e Restritiva)Classe <strong>de</strong> Recomen<strong>da</strong>ção Indicações Nível <strong>de</strong> EvidênciaI Avaliar história familiar por três ou mais gerações em pacientes com miocardiopatias. CIIIaVD significa ventrículo direitoRastreamento inicial, clínico e por método <strong>de</strong> imagem, <strong>de</strong> familiares em primeiro grau <strong>de</strong> pacientescom miocardiopatias.Rastreamento periódico clínico e por método <strong>de</strong> imagem, <strong>de</strong> familiares em primeiro grau <strong>de</strong>pacientes com miocardiopatias.CC6Arq Bras Cardiol 2012; 98(1 supl.1):1-33

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