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Modificações da resistência à insulina após septação ... - Nutritotal

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44LUCIANA ZUOLO COPPINI<strong>Modificações</strong> <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> <strong>após</strong> <strong>septação</strong>gástrica e derivação gastrojejunal em Y-de-Rouxcom anel de contenção, em pacientes portadoresde obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>Tese apresenta<strong>da</strong> ao Departamento deCirurgia <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Medicina <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong>de de São Paulo para obtenção dotítulo de Mestre em Ciências.São Paulo2004


45LUCIANA ZUOLO COPPINI<strong>Modificações</strong> <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> <strong>após</strong> <strong>septação</strong>gástrica e derivação gastrojejunal em Y-de-Rouxcom anel de contenção, em pacientes portadoresde obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>Tese apresenta<strong>da</strong> ao Departamento deCirurgia <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Medicina <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong>de de São Paulo para obtenção dotítulo de Mestre em Ciências.Área de concentração: Cirurgia do Aparelho DigestivoOrientador: Prof. Dr. Dan Linetzky WaitzbergSão Paulo2004


46FICHA CATALOGRÁFICAPrepara<strong>da</strong> pela Biblioteca <strong>da</strong>Facul<strong>da</strong>de de Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de São Paulo©reprodução autoriza<strong>da</strong> pelo autorCoppini, Luciana Zuolo<strong>Modificações</strong> <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> <strong>após</strong> <strong>septação</strong> gástrica e derivaçãogastrojejunal em Y-de-Roux com anel de contenção, em pacientes portadoresde obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> / Luciana Zuolo Coppini. -- São Paulo, 2004.Dissertação (mestrado) -- Facul<strong>da</strong>de de Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de SãoPaulo. Departamento de Cirurgia.Área de concentração: Cirurgia do Aparelho DigestivoOrientador: Dan Linetzky WaitzbergDescritores: 1. OBESIDADE MÓRBIDA/cirurgia. 2. OBESIDADE NODIABETES/cirurgia. 3. GASTROPLASTIA/métodos. 4. ANATOMOSE EM Y-DE-ROUX/métodos. 5. RESISTÊNCIA À INSULINA. 6. ÍNDICE DE MASSACORPORAL.USP/FM/SBD-194/04


47E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar,Decidi não esperar as oportuni<strong>da</strong>des, e sim eu mesma buscá-las,Decidi ver ca<strong>da</strong> problema como uma oportuni<strong>da</strong>de de encontrar uma solução,Decidi ver ca<strong>da</strong> deserto como uma possibili<strong>da</strong>de de encontrar um oásis,Decidi ver ca<strong>da</strong> dia como uma nova oportuni<strong>da</strong>de de ser feliz,Aprendi que difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir,Naquele dia, aprendi que os sonhos são somente para fazer reali<strong>da</strong>de,E, desde aquele dia, já não durmo para descansar.Walt Disney


48DEDICATÓRIAAos meus queridos pais,É claro, que a melhor recompensa que os pais podem esperar, é ver o seu bem mais precioso, tornar-sealguém de quem possam se orgulhar. Tenham certeza que para mim vocês são meus maioresincentivadores para minha carreira, obriga<strong>da</strong> pelo carinho, por to<strong>da</strong>s as oportuni<strong>da</strong>des que me deram,por me transmitirem tantos conhecimentos e exemplos de pais. Acreditem, mamãe e papai, que euestou feliz. Amo muito vocês.Às minhas irmãs, Rosana e Adriana, e cunhados, Mauro e Agnaldo, obriga<strong>da</strong> pelo apoio ecompreensão. Afinal, a idéia do estudo deu certo, obriga<strong>da</strong> Agnaldo.Aos meus queridos sobrinhos, Rafael, Sophia e Matheus, por me proporcionarem momentos dealegria e descontração.À minha sogra, Dna. Ercília, exemplo de mulher trabalhadora, ao meu sogro seu Osmar, peloincentivo, apoio e compreensão.


49DEDICATÓRIAAos meus queridos filhos, Catarina e Gabriel,Nos últimos seis meses, diariamente vocês me perguntavam: e a tese, acabou?Finalmente, meus filhos, essa etapa sim. Consegui terminar esse trabalho porque vocês sãomaravilhosos, porque vocês me deram a coragem para começar e terminar, vocês me deram a alegriaem momentos de angústia e tensão, vocês me fizeram rir sempre que eu queria chorar, vocês estavamao meu lado nos momentos de solidão. Obriga<strong>da</strong> por existirem, amo vocês.


50DEDICATÓRIAAo meu marido, Osmar,São nos nossos gestos, sorrisos e carinhos que podemos expressar o nosso amor e gratidão. Obriga<strong>da</strong>por acreditar em mim, por estar ao meu lado, por me <strong>da</strong>r coragem. Obriga<strong>da</strong> por ser meu amigo e porme <strong>da</strong>r broncas... que bom que você é o meu marido e companheiro.Eu te amo, Osmar.


51AGRADECIMENTOSAo Prof. Dr. Dan L. Waitzberg, hoje além de ser meu chefe, Dr. Dan, tenho o privilégio de tê-locomo o meu orientador. Há 14 anos, quando começamos a trabalhar juntos, não imaginava comopoderia crescer ao seu lado. Agradeço por to<strong>da</strong>s as oportuni<strong>da</strong>des, pelo incentivo e coragem.Ao Prof. Dr. Joaquim Gama-Rodrigues, obriga<strong>da</strong> pela oportuni<strong>da</strong>de para eu conseguir realizar esteprojeto. Obriga<strong>da</strong> pela compreensão, e por abrir portas para mim e para outros profissionais médicos,para que possam se aperfeiçoar no Departamento de Gastroenterologia.Ao Dr. Pedro Luis Bertevello, meu amigo e incentivador, obriga<strong>da</strong> por encaminhar os pacientes, poissenão seria impossível realizar este projeto.Ao Dr. Carlos Eduardo Jacob, obriga<strong>da</strong> por me aju<strong>da</strong>r encaminhando os pacientes e pelasorientações para a realização desse projeto.Ao Dr. Joel Faintuch, obriga<strong>da</strong> pelo apoio e incentivo para a realização desse trabalho.Às minha amigas e, parceiras nutricionistas, Denise Marco e Gabriela Pereira <strong>da</strong> Costa Oliveira,companheiras, que sempre estiveram ao meu lado, muito obriga<strong>da</strong> pelo apoio, incentivo e coragem,contem comigo.À minha chefa, Dra. Maria de Lourdes Teixeira <strong>da</strong> Silva, que também é um grande orgulhotrabalhar ao seu lado. Obriga<strong>da</strong> pelo apoio, oportuni<strong>da</strong>de e por me liberar muitas vezes <strong>da</strong>s minhasativi<strong>da</strong>des do GANEP.À nutricionista Rita Maria Medeiros, amiga, companheira, grande incentivadora, obriga<strong>da</strong> por meenviar artigos e referências.Aos colegas do GANEP, Maria Tereza Ferrini, obriga<strong>da</strong> pela compreensão, Viviane Chaer Borges,Denise van Aanholt e Dra. Andréa Bottoni, obriga<strong>da</strong> pelo apoio.


52Às secretárias <strong>da</strong> pós-graduação, Myrtes Freire de Lima e Vilma de Jesus Liberio agradeço pelaatenção, paciência e incentivo.Aos funcionários do GANEP, agradeço pela torci<strong>da</strong> e apoio.À nutricionista Sandra Justino, obriga<strong>da</strong> pelo incentivo, exemplo e coragem, suas palavras forammágicas para mim, “tenha paciência que o seu dia chegará”, muito obriga<strong>da</strong> Sandra.Aos estagiários do GANEP, grandes incentivadores, obriga<strong>da</strong> pelo apoio e compreensão.Às nutricionistas do GANEP, Patrícia Moraes, Patrícia Realino, Érica Franco e Renata CristinaCampos Gonçalves, obriga<strong>da</strong> pelo apoio e compreensão nas minhas ausências.À Maria Inês Faria, por me aju<strong>da</strong>r na formatação e correção <strong>da</strong> tese, graças aos seus esforços, quenão foram poucos, conseguimos finalizar esse trabalho, muito obriga<strong>da</strong>.Agradeço a to<strong>da</strong>s as pessoas que convivem comigo, que torceram para este trabalho <strong>da</strong>r certo, eprincipalmente para os meus pacientes que colaboraram cedendo <strong>da</strong>dos para o estudo.Enfim, agradeço a Deus, que me deu forças, coragem, iluminou meu caminho e me ajudou a plantar,semear e colher os frutos. Obriga<strong>da</strong>!


53SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 0021.1 Revisão <strong>da</strong> Literatura ......................................................................................................... 0041.1.1 Determinação do Índice de Resistência <strong>à</strong> Insulina................................................. 0081.1.2 Dietas para o Tratamento <strong>da</strong> Obesi<strong>da</strong>de ................................................................ 0101.1.3 Tipos de Dietas Indica<strong>da</strong>s no Tratamento para PacientesPortadores de Obesi<strong>da</strong>de........................................................................................ 0111.1.4 Cirurgia Bariátrica ................................................................................................. 0131.1.5 Dietoterapia <strong>após</strong> as Cirurgias Bariátricas............................................................. 0182. JUSTIFICATIVA..................................................................................................................... 0213. OBJETIVO GERAL ................................................................................................................ 0233.1 Objetivos Específicos......................................................................................................... 0234. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................................... 0254.1 Planejamento...................................................................................................................... 0254.2 Casuística ........................................................................................................................... 0274.3 Método 0284.3.1 Critérios de Inclusão.............................................................................................. 0284.3.2 Critérios de Exclusão............................................................................................. 0284.3.3 Grupo de Pacientes ................................................................................................ 0294.3.4 Descrição dos Procedimentos ................................................................................ 0315. RESULTADOS......................................................................................................................... 0446. DISCUSSÃO ............................................................................................................................. 0707. CONCLUSÃO........................................................................................................................... 0958. ANEXOS ................................................................................................................................... 098Anexo 1 ...................................................................................................................................... 098Anexo 2 ...................................................................................................................................... 101Anexo 3 ...................................................................................................................................... 1029. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................... 104


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA............................................................................................... 12054


55LISTA DE TABELASTabela 1 - Comparação dos Resultados de Medi<strong>da</strong>s Antropométricas e de ComposiçãoCorpórea no Período Pré-Operatório dos Grupos NG e RI, Expressa em Média eDesvio-Padrão..........................................................................................................47Tabela 2 - Comparação dos Resultados, Expressos em Média e Desvio-Padrão, <strong>da</strong>s VariáveisBioquímicas Medi<strong>da</strong>s no Período Pré-Operatório dos Grupos NG e RI..................48Tabela 3- Comparação dos Resultados, Expressos em Média e Desvio-Padrão, <strong>da</strong>s Medi<strong>da</strong>sAntropométricas e de Composição Corpórea, de To<strong>da</strong> a Amostra, nos Períodos Pré-Operatório, Três e Seis Meses de Pós-Operatório....................................................49Tabela 4 - Comparação dos Resultados, Expressos em Média e Desvio-Padrão, <strong>da</strong>s VariáveisBioquímicas de Todos os Pacientes nos Períodos Pré-Operatório, Três e SeisMeses de Pós-Operatório, de To<strong>da</strong> aAmostra....................................................................................................................51Tabela 5- Comparação dos Resultados, Expressos em Média e Desvio-Padrão, <strong>da</strong>s VariáveisAntropométricas e de Composição Corpórea nos Períodos Pré, Três e Seis Meses dePós-Operatório, no Grupo Normotolerância <strong>à</strong> Glicose ............................................52Tabela 6 - Comparação dos Resultados, Expressos em Média e Desvio-Padrão, <strong>da</strong>s VariáveisBioquímicas dos Pacientes do Grupo NG, nos Períodos Três e Seis Meses Pós-Operatórios, em Relação ao Período Pré-Operatório ...............................................54


56Tabela 7- Comparação dos Resultados, Expressos em Média e Desvio-Padrão, <strong>da</strong>s VariáveisAntropométricas e de Composição Corpórea nos Períodos Pré-Operatório, Três eSeis Meses de Pós Operatório no Grupo RI.............................................................55Tabela 8 - Comparação dos Resultados, Expressos em Média e Desvio-Padrão, <strong>da</strong>s VariáveisBioquímicas no Grupo Resistência <strong>à</strong> Insulina, nos Períodos Pré-Operatório, Três eSeis Meses de Pós-Operatório..................................................................................57Tabela 9 - Comparação dos Resultados <strong>da</strong> Ingestão Calórico-Protéica, Expressa em Média eDesvio-Padrão, de To<strong>da</strong> a Amostra Estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, nos Períodos Pré-Operatório, Três eSeis Meses de Pós Operatório..................................................................................63Tabela 10- Matriz de Correlação entre Variáveis Antropométricas e Insulinemia nos PeríodosPré e Pós-Operatórios de To<strong>da</strong> a Amostra ...............................................................67Tabela 11 - Resumo dos Resultados dos Dados <strong>da</strong>s <strong>Modificações</strong> <strong>da</strong> Composição Corpórea e <strong>da</strong>sVariáveis Bioquímicas, de To<strong>da</strong> a Amostra Estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, nos Períodos Três e SeisMeses de Pós-Operatório, em Relação ao Período Pré-Operatório..........................68


57LISTA DE QUADROSQuadro 1 - Identificação Clínica <strong>da</strong> Síndrome Metabólica – NCEP III –2001.......................................................................................................................04Quadro 2 - Métodos de Investigação Clínica <strong>da</strong> Resistência <strong>à</strong> Insulina ..................................09Quadro 3 - Equação para Fornecer o Índice HOMA-IR..........................................................10Quadro 4 - Planejamento do Estudo nos Períodos Pré, Três e Seis Meses de Pós-Operatório26Quadro 5 - Valores de Glicose Plasmática (em mg/dL) para Diagnóstico de Diabete Melito eseus Estágios Pré-Clínicos ....................................................................................30Quadro 6 - Determinação do Porcentual de Alteração entre o Peso Ideal e Atual ....32Quadro 6A- Classificação do Grau de Obesi<strong>da</strong>de Expresso em Porcentagem em Relação aoPeso Corpóreo Ideal e Peso Corpóreo Atual .........................................................32Quadro 7 - Classificação de Sobrepeso e Obesi<strong>da</strong>de em Relação ao IMC, de Acordo com oRisco de Co-Morbi<strong>da</strong>de segundo a OMS – 1997..................................................33Quadro 8 - Classificação do Risco de Complicações, associa<strong>da</strong> <strong>à</strong> Obesi<strong>da</strong>de, de acordo com oSexo e a Circunferência Abdominal......................................................................34Quadro 9- Nível e Classificação do Colesterol Total, HDL-Colesterol e LDL-Colesterol,conforme Classificação de NCEP – 1994 .............................................................39Quadro 10 - Identificação Clínica <strong>da</strong> Síndrome Metabólica, segundo o NCEP III – 2001 .......42Quadro 11 - Distribuição de Todos os Pacientes no Período Pré-Operatório de Acordo com osGraus de Obesi<strong>da</strong>de, conforme Moore – 1989......................................................45Quadro 12 - Classificação <strong>da</strong> Média e Desvio-Padrão <strong>da</strong> Circunferência Abdominal (CM)Medi<strong>da</strong> no Período Pré-Operatório e Expressos em Relação ao Sexo e Graude Risco, associado <strong>à</strong> Obesi<strong>da</strong>deVisceral .................................................................................................................46


58Quadro 13 - Classificação dos Pacientes no Período Pré-Operatório em Relação ao IMC e deAcordo com o Risco de Co-Morbi<strong>da</strong>de.................................................................46Quadro 14 - Caracterização dos Pacientes Portadores <strong>da</strong> Síndrome Metabólica, do Grupo RI,no Período Pré-Operatório, segundo o NCEP III –2001.......................................................................................................................60Quadro 15 - Caracterização dos Pacientes Portadores <strong>da</strong> Síndrome Metabólica, do Grupo NG,no Período Pré-Operatório, segundo o NCEP III –2001.......................................................................................................................61


59LISTA DE GRÁFICOSGráfico 1 - Expressão Gráfica <strong>da</strong> Variação dos Valores Absolutos de IMC no Período Pré-Operatório, Três e Seis Meses de Pós-Operatório, para Todos os Doentes .............50Gráfico 2 - Expressão Gráfica dos Valores Absolutos do IMC no Período Pré-Operatório, Três eSeis Meses de Pós-Operatório, para o Grupo Normotolerância <strong>à</strong> Glicose...............53Gráfico 3 - Expressão Gráfica <strong>da</strong> Variação dos Valores Absolutos do IMC do Grupo Resistência<strong>à</strong> Insulina, nos Períodos Três e Seis Meses de Pós-Operatório, em Relação aoPeríodo Pré-Operatório ............................................................................................56Gráfico 4 - Expressão Gráfica <strong>da</strong> Comparação na Redução <strong>da</strong> Medi<strong>da</strong> de CircunferênciaAbdominal, entre os Pacientes dos Grupos NG e RI, nos Períodos Três e Seis Mesesde Pós-Operatório ....................................................................................................58Gráfico 5- Expressão Gráfica do Comportamento do HOMA-IR nos Grupos RI e NG, nosPeríodos Pré-Operatório, Três e Seis Meses de Pós-Operatório ..............................59Gráfico 6 - Expressão Gráfica, em Porcentagem, <strong>da</strong> Freqüência <strong>da</strong> Síndrome Metabólica dosGrupos NG e RI, nos Períodos Pré-Operatório, Três e Seis Meses de Pós-Operatório.................................................................................................................................62Gráfico 7 - Comparação <strong>da</strong> Ingestão de Calorias Totais, de To<strong>da</strong> a Amostra, entre os PeríodosPré-Operatório, Três e Seis Meses de Pós-Operatório .............................................64Gráfico 8 - Comparação <strong>da</strong> Ingestão de Carboidratos, Proteínas e Gorduras, de To<strong>da</strong> a Amostra,em Relação aos Períodos Pré-Operatório, Três e Seis Meses de Pós-Operatório ....65


60LISTA DE ABREVIATURASACT - Água Corpórea TotalBIA - Impedância BioelétricaCA - Circunferência AbdominalHOMA - Homeostasis Model AssessmentIMC - Índice de Massa CorpóreaKcal - KilocaloríaKcal/m 2 - Kilocaloria Por Metro QuadradoMCG - Massa Corpórea Gor<strong>da</strong>MCM - Massa Corpórea MagraNG - Normotolerância <strong>à</strong> GlicoseRI - Resistência <strong>à</strong> InsulinaSM - Síndrome MetabólicaTTGO - Teste de Tolerância Oral <strong>à</strong> GlicoseVCT - Valor Calórico Total


61RESUMOCOPPINI, L.Z. <strong>Modificações</strong> <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> <strong>após</strong> <strong>septação</strong> gástrica ederivação gastrojejunal em Y-de-Roux com anel de contenção, em pacientesportadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>.Dissertação (Mestrado), São Paulo, 2004.A obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> é uma doença crônica, associa<strong>da</strong> <strong>à</strong> co-morbi<strong>da</strong>des e derepercussão negativa sobre a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. A obesi<strong>da</strong>de está associa<strong>da</strong> com asíndrome metabólica, caracteriza<strong>da</strong> por um conjunto de fatores de riscocardiovasculares associados <strong>à</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>. A intervenção cirúrgicabariátrica, promove per<strong>da</strong> de peso corpóreo. É de interesse conhecer o impacto <strong>da</strong>cirurgia bariátrica sobre as condições metabólicas de <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>,intolerância <strong>à</strong> glicose e hiperglicemia. Os objetivos do presente trabalho foram:estu<strong>da</strong>r as modificações <strong>da</strong> composição corpórea e a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, avaliar ocomportamento <strong>da</strong> glicemia, trigliceridemia, frações do colesterol e alterações <strong>da</strong>ingestão alimentar, em 40 pacientes, adultos de ambos os sexos, portadores deobesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> submetidos a gastroplastia do tipo Capella a curto e médio prazo.Provenientes do Hospital São Joaquim <strong>da</strong> Real e Benemérita Socie<strong>da</strong>de deBeneficência Portuguesa de São Paulo do Grupo Instituto de Cirurgia do aparelhodigestivo e Coloproctologia – ICAD e do Grupo de Estômago, Duodeno e IntestinoDelgado <strong>da</strong> Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo do Departamento deGastroenterologia do Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Medicina <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong>de de São Paulo. Exames antropométricos, laboratoriais, impedânciabioelétrica, foram colhidos nos períodos pré-operatório, três e seis meses de pósoperatório.Os pacientes foram divididos em dois grupos: normotolerância <strong>à</strong> glicose(NG) e <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> (RI). No pré-operatório dez pacientes (25%)apresentaram <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>. Em média todos os pacientes apresentaramaumento <strong>da</strong> circunferência abdominal (CA) além do limite de risco (127±17,6cm). Aclassificação segundo o IMC apontou que a maioria dos doentes encontrou-se comobesi<strong>da</strong>de grau III (47,8±10,8kg/m 2 ). A comparação entre os grupos NG e RI no préoperatório,não encontrou diferenças em relação <strong>à</strong>s medi<strong>da</strong>s antropométricas e decomposição corpórea. A trigliceridemia, glicemia e insulinemia, foramsignificativamente maiores no grupo RI. No período pós-operatório, todos ospacientes reduziram o peso corpóreo, IMC, CA e os compartimentos de massa magrae massa gor<strong>da</strong> nos períodos três e seis meses de pós-operatório. A circunferênciaabdominal reduziu-se aos três meses no grupo NG e ao seis meses no grupo RI.Todos os pacientes tiveram redução significativa <strong>da</strong>s variáveis bioquímicas nosperíodos três e seis meses de pós-operatório. Para todos os doentes, as proteínasséricas totais tiveram que<strong>da</strong> significativa a partir do sexto mês de pós-operatório. OHDL-colesterol aumentou <strong>após</strong> três e seis meses de intervenção cirúrgica em relaçãoao período pré-operatório. O HOMA-IR reduziu-se para o grupo RI, no período detrês meses de pós-operatório. Todos os pacientes do grupo RI e 30% dos pacientes dogrupo NG, foram identificados portadores <strong>da</strong> síndrome metabólica no período préoperatório.No período de três meses de pós-operatório, a freqüência <strong>da</strong> síndromemetabólica reduziu para 40% e 6,6% nos grupos RI e NG, respectivamente. Após


62seis meses de intervenção cirúrgica, nenhum doente teve o diagnóstico de síndromemetabólica. Todos os doentes reduziram a ingestão de macronutrientes no pósoperatório,em termos de ingestão energética, de proteínas, carboidratos e gorduras.A circunferência abdominal foi <strong>à</strong> única variável antropométrica que se correlacionoudiretamente com a insulinemia no pré-operatório. Em conclusão, 1º: no período préoperatório,mesmo em pacientes com obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> e normotolerância <strong>à</strong>glicose, existe a síndrome metabólica e <strong>resistência</strong> a <strong>insulina</strong>; 2º: a cirurgia bariátricafoi capaz de reduzir medi<strong>da</strong>s antropométricas, exceto a circunferência abdominal, ede composição corpórea de maneira similar para pacientes com normotolerância <strong>à</strong>glicose e com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>; 3º: <strong>após</strong> cirurgia bariátrica em curto prazo,ocorre normalização <strong>da</strong> bioquímica sangüínea de carboidratos e lipídios e, em curto emédio prazo, ocorre intensa redução do hábito alimentar.Palavras-chaves: 1. Obesi<strong>da</strong>de Mórbi<strong>da</strong>. 2. Obesi<strong>da</strong>de no Diabetes. 3. Gastroplastia. 4.Anatomose em Y-de-Roux. 5. Resistência <strong>à</strong> Insulina. 6. Índice de MassaCorporal.


63SUMMARYCOPPINI, L.Z. Insulin resistance changes after gastric partition and gastrojejunal bypass inRoux-en-Y with silastic ring in morbid obesity patients.Dissertation (mastership), São Paulo, 2004.Morbid obesity is a chronic disease, associated to the co-morbidities and have a negative effect overthe quality of life. Obesity is associated to the metabolic syndrome characterized by a group ofcardiovascular risk factors associated to the resistance to insulin. The baryatric surgery causes the lossof weight. It is of interest to know the impact of the baryatric surgery over the metabolic conditions ofresistance to insulin, intolerance to the glucose and hyperglycemia. The aim of the present work was:to study the changes in the body composition and the resistance to insulin, to evaluate the behavior ofglycemia, triglyceridemy, fractions of cholesterol and changes in food ingestion, in 40 patients, adultsof both sexes, carrying morbid obesity and submitted to: gastroplasty of the chapel type at short andmedium terms. They came from São Joaquim Hospital of the Real and Benemerit Society ofBeneficiência Portuguesa of São Paulo of the Group of the Institute of the Digestive Surgery andColoproctology – ICAD and of the Group of Stomach, duodenum and the slender intestine of theDiscipline of Surgery of the Digestive system of the Gastroenterology Department of the Hospital <strong>da</strong>sClínicas of Medicine School of São Paulo University. Examinations of anthropometrics, laboratorialand bioelectric impe<strong>da</strong>nce, were performed in the pre-surgery period and the periods of three and sixmonths after-surgery. The patients were divided into two groups: normotolerance to glucose (NG) andresistance to insulin (RI). In the after-surgery period ten patients (25%) presented resistance to insulin.In the average all patients presented enlargement of the abdominal circumference (CA) beyond therisk limit (127 ± 17,6 cm). The classification, according to IMC showed that most of the patients haveobesity grade III (47,8 ± 10,8 kg/m 2 ). The comparison between the groups NG and RI in the presurgeryperiod, did not find differences concerning the anthropometric measures and those of bodycomposition. The trigliceridemy, glycemia and insulinemia, were rather bigger in group RI. In theafter-surgery period, all patients reduced the body weight, IMC, CA and the compartments of leanmass and fat mass in the periods of three and six months after-surgery. The abdominal circumferencereduced after three months in group NG and after six months in group RI. All patients showed asignificative reduction of the biochemical variables in the periods after three and six months aftersurgery.For all patients, the total serical proteins showed a significative drop starting in the sixthmonth after-surgery. The HDL-cholesterol increased after three and six months of the surgery inrelation to the pre-surgery period. The HOMA-IR reduced for group RI, in the period of three monthsafter the surgery. All patients in group RI and 30% of the patients in group NG, were identified ascarrying metabolic syndrome in the pre-surgery period. In the period of three months after the surgery,the frequency of the metabolic syndrome was reduced to 40% and 6,6% in groups RI and NG,respectively. After six months of the surgery no patients had the diagnose of metabolic syndrome. Allpatients reduced the ingestion of macronutrients in the after-surgery period, in what concerns theenergetic ingestion of proteins, carbohydrates and fats. The abdominal circumference was the onlyanthropometric variable directly related to insulemia in the pre-surgery period. Concluding, first in thepre-surgery period, even in patients with morbid obesity and normotolerance to glucose, there is themetabolic syndrome and resistance to insulin; second, the baryatric surgery was capable to reduceanthropometrical measures, except in the abdominal circumference, and that of the body compositionin the same manner for patients with normotolerance to glucose and resistance to insulin; third, afterthe baryatric surgery at a short term, there occurs the normalization of the blood biochemical ofcarbohydrates and lipids and, at short and medium terms, there occurs an intense reduction of the foodhabits.Key words: 1. Morbid obesity. 2. Obesity in Diabetes. 3. Gastroplasty. 4.Anastomose in Roux-en-Y. 5. Insulin resistance. 6. Corporal massindex.


641. INTRODUÇÃOA obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> é reconheci<strong>da</strong> como uma doença crônica, associa<strong>da</strong> a comorbi<strong>da</strong>dese de repercussão negativa sobre a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> (FOBI, 2000).Nas últimas déca<strong>da</strong>s, estudos têm revelado alta prevalência em proporçõesepidêmicas de sobrepeso e obesi<strong>da</strong>de no mundo. Nos Estados Unidos, mais de 60%<strong>da</strong> população está acima do peso corpóreo ideal e 30% dessas pessoas sãodiagnostica<strong>da</strong>s como obesas. Na Europa, a doença também atingiu 25% <strong>da</strong> populaçãode alguns países. Nos países <strong>da</strong> América Latina, a obesi<strong>da</strong>de superou a desnutrição.No Brasil, o número de pessoas acima do peso dobrou nas últimas três déca<strong>da</strong>s(WHO, 2002).Define-se obesi<strong>da</strong>de utilizando-se como parâmetro antropométrico o índice demassa corpórea (IMC). O IMC, que é a relação entre o peso e a altura, obtém-sedividindo o peso em quilos pelo quadrado <strong>da</strong> altura em metros: IMC = kg/m 2 .Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) de 1997, a obesi<strong>da</strong>de éclassifica<strong>da</strong> de acordo com o IMC em: normal = 19,9-24,9; sobrepeso = 25-29,9;obesi<strong>da</strong>de grau I = 30-34,9; obesi<strong>da</strong>de grau II = 35-39,9 e obesi<strong>da</strong>de grau III oumórbi<strong>da</strong> > 40 kg/m 2 .


65A prevalência <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de está associa<strong>da</strong> com alterações metabólicas ehiperinsulinemia ou <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>. Segundo este grupo de alterações, definiusea Síndrome Metabólica ou Síndrome Plurimetabólica ou Síndrome X ou Síndromede Resistência <strong>à</strong> Insulina (DEFRONZO, 1991; WHO, 1999). Atualmente, o NationalCholesterol Educational Program (NCEP) Adult Treatment Panel III (2001)diagnostica a Síndrome Metabólica pela presença de três ou mais fatores de risco <strong>à</strong>saúde, conforme aponta o quadro 1.Entre os fatores de risco <strong>à</strong> saúde, a obesi<strong>da</strong>de abdominal é um importantepreditor de eventos coronários e diabete tipo 2 (CHARA, 2003).A morbi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de está associa<strong>da</strong> com: hipertensão, diabete melito tipo2, dislipidemias, doenças cardíaca e coronariana, câncer de cólon, reto, mama,colelitíase, esteatose hepática, refluxo esofágico, osteoartrite e discriminação social(HIGA, BOONE, HO, DAVIES, 2000-a).SEIDELL (1995) observou que o diabete e a hipertensão ocorrem 2,9 vezesmais freqüentemente em indivíduos obesos do que naqueles com peso normal.Entre os fatores de risco para a ocorrência <strong>da</strong> coronariopatia estão:hiperinsulinemia, intolerância <strong>à</strong> glicose, diabete melito tipo 2, hipertensão arterial,hipertrigliceridemia, HDL baixo e hipercolesterolemia (MONTEIRO, 1998).Em anos recentes, percebe-se um crescente interesse no que diz respeito <strong>à</strong>salterações metabólicas em indivíduos obesos com hiperinsulinemia e <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>insulina</strong>.O propósito do tratamento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de é restaurar as funções orgânicas emetabólicas, diminuindo as morbi<strong>da</strong>des e aumentando a expectativa e quali<strong>da</strong>de devi<strong>da</strong> dos pacientes.


66QUADRO 1 – IDENTIFICAÇÃO CLÍNICA DA SÍNDROME METABÓLICA(NCEP III 2001)Obesi<strong>da</strong>de abdominal- homens- mulheresTriglicérides (mg/dL)Fatores de riscoHDL colesterol (mg/dL)- Homens- MulheresHipertensão (mmHg)Glicemia de jejum (mg/dL)Valores de corteCircunferência abdominal (cm)> 102> 88> 150< 40< 50Pressão arterial (PA) controla<strong>da</strong> commedicamentos e/ou PA de 130/85> 1101.1 Revisão <strong>da</strong> LiteraturaDefine-se <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> como inabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> mesma em produzir seusefeitos biológicos nas concentrações usuais onde é efetiva, em indivíduos normais(REAVEN, 1988).O nível de glicose circulante no estado de equilíbrio dinâmico (stady state) e asconcentrações de <strong>insulina</strong> são os parâmetros que podem ser considerados paraquantificar a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> (WAJCHENBERG, 1999).Fatores genéticos e adquiridos estão relacionados na gênese <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>insulina</strong>, tais como infecções, citotoxici<strong>da</strong>de ou outras lesões na célula beta,sedentarismo, obesi<strong>da</strong>de, desnutrição, estresse, hormônios, doenças pancreáticasentre outros (REAVEN, 1988; SMITH, 2000).


67A <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> ação <strong>da</strong> <strong>insulina</strong> pode estar relaciona<strong>da</strong> com deficiência noreceptor de <strong>insulina</strong> ou com defeito em algum mecanismo pós-receptor, durante suautilização (ADA, 1997).O primeiro passo na ação <strong>da</strong> <strong>insulina</strong> sobre a célula é a sua ligação a umreceptor específico na membrana plasmática. A partir <strong>da</strong>í se inicia uma série deeventos bioquímicos intracelulares “pós-receptores”, culminando com o movimento<strong>da</strong> proteína chama<strong>da</strong> de transportadora de glicose (GLUT A) de sua posiçãointracelular para a superfície <strong>da</strong> célula, onde a <strong>insulina</strong> se liga e transporta a glicosepara dentro <strong>da</strong>s células. A ativi<strong>da</strong>de diminuí<strong>da</strong> de qualquer dessas etapas pode serresponsável pela <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> (GRANNER, 1992).De maneira geral, quando altas concentrações de <strong>insulina</strong> prevalecem nosangue, baixas concentrações de receptores <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> estão presentes (GRANNER,1992).Múltiplos locais de defeito na ação <strong>da</strong> <strong>insulina</strong> podem ser identificados, ca<strong>da</strong>um resultando na falha do mecanismo de transporte de glicose, o que leva <strong>à</strong>hiperglicemia modera<strong>da</strong>. Esta falha estimula as ilhotas pancreáticas, gerando umahiperinsulinemia compensatória. Tanto quanto uma hiperinsulinemia adequa<strong>da</strong> podeser manti<strong>da</strong>, um diabete franco não ocorre, porém a intolerância <strong>à</strong> glicose pode seridentifica<strong>da</strong> pós-prandialmente (PI-SUNYER, 2003).Embora parte <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> na obesi<strong>da</strong>de possa ser atribuí<strong>da</strong> aalterações no número de receptores <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> e/ou afini<strong>da</strong>de dos receptores pela<strong>insulina</strong>, os tecidos dos modelos animais obesos mostram defeitos pós-receptoresintracelulares no metabolismo <strong>da</strong> glicose, que explicam a maior parte <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>insulina</strong> (PI-SUNYER, 2003).


68Grande parte dos indivíduos obesos consegue compensar a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>insulina</strong> com o aumento de secreção do hormônio. No entanto, a produção excessivade <strong>insulina</strong> durante um período prolongado pode levar <strong>à</strong> exaustão pancreáticanaqueles que forem geneticamente predispostos. Eventualmente, a resposta de<strong>insulina</strong> pode diminuir até o ponto de descompensação metabólica (PFEIFER, 1981;DEFRONZO, 1992).Foi observado que a duração <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de, em vez do seu grau, está bem maisrelaciona<strong>da</strong> com a intolerância ao carboidrato nos adultos obesos com conseqüenteinstalação do diabete melito (REAVEN, 1998; DEFRONZO, BONADONNA,FERRANNINI, 1992).Alguns pacientes parecem ser capazes de manter a hiperinsulinemia por to<strong>da</strong>sua vi<strong>da</strong>, então o diabete melito nunca se desenvolve. Com o tempo, muitospacientes apresentam uma deficiência progressiva de células beta, que é omecanismo chefe <strong>da</strong> deterioração do metabolismo <strong>da</strong> glicose, levando ao diabetemelito (REAVEN, 1998).A hiperinsulinemia por si só pode ser responsável pela elevação <strong>da</strong> pressãoarterial vista na Síndrome Metabólica. Há dois mecanismos para a hipertensão(DEFRONZO, 1980):1º) a hiperinsulinemia resulta no aumento <strong>da</strong> reabsorção do sódio nos túbulosrenais, levando ao aumento do volume intravascular;2º) a hiperinsulinemia gera uma hiperativi<strong>da</strong>de vascular devido <strong>à</strong> estimulaçãosimpática.REAVEN (1988) introduziu o conceito de <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> como umadoença metabólica, com associação <strong>à</strong> hiperinsulinemia, hipertensão arterial,


69intolerância <strong>à</strong> glicose e dislipidemia. Deu especial importância <strong>à</strong> associação <strong>da</strong>obesi<strong>da</strong>de de localização abdominal (andróide), particularmente visceral (DESPRÉS,1990-b). Maior produção de lipoproteínas de muito baixa densi<strong>da</strong>de (VLDL),pequenas e densas, mais aterogênicas, foi detecta<strong>da</strong> em associação com obesi<strong>da</strong>de ehiperinsulinemia (JENSEN, 1989). A importância do maior fluxo hepático de ácidosgraxos livres traduz-se por implicarem diminuição <strong>da</strong> ligação e extração de <strong>insulina</strong>pelo fígado, com conseqüente hiperinsulinemia e maior produção hepática delipoproteínas de muito baixa densi<strong>da</strong>de (VLDL), ricas em triglicérides. De outrolado, sabe-se que a enzima lipase lipoprotéica, fun<strong>da</strong>mental para a metabolização dosquilomícrons e <strong>da</strong>s VLDL, depende <strong>da</strong> <strong>insulina</strong> para a sua ativi<strong>da</strong>de. Na vigência <strong>da</strong><strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, ocorre defeito na lipólise, regulação hormonal <strong>da</strong> lipaselipoprotéica, que depende <strong>da</strong> <strong>insulina</strong> para a sua ativi<strong>da</strong>de, portanto, levando aoacúmulo de quilomícrons e VLDL, que tem como via final a hipertrigliceridemia e,eventualmente, a hipercolesterolemia. A elevação do LDL pode ser explica<strong>da</strong> pelamaior ingestão de ácidos graxos saturados e colesterol pelos indivíduos obesos, o queacarreta a supressão <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de dos receptores celulares para LDL, com seuconseqüente acúmulo na circulação. Os níveis baixos de HDL podem contribuir paraa gênese de processos vasculares. O aumento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> enzima lipase hepáticae alterações na dinâmica <strong>da</strong> proteína de transferência de colesterol esterificado, queocorrem em função <strong>da</strong> hipertrigliceridemia, podem ser apontados como responsáveispelos níveis mais baixos de HDL (LOTTENBERG, 1998; REAVEN, 1988;DEFRONZO, BONADONNA, FERRANNINI, 1992).A per<strong>da</strong> do excesso de peso corpóreo pode levar <strong>à</strong> diminuição acentua<strong>da</strong> dosriscos cardiovasculares e de outras co-morbi<strong>da</strong>des (hipertensão, colelitíase, hérnias,


70esofagites de refluxo, disfunções respiratórias, dislipidemias, diabete e outras) e <strong>da</strong>mortali<strong>da</strong>de precoce associa<strong>da</strong> <strong>à</strong> obesi<strong>da</strong>de (SJOSTROM, 1999).1.1.1 Determinação do Índice de Resistência <strong>à</strong> InsulinaA <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> é uma diminuição <strong>da</strong> função biológica <strong>da</strong> <strong>insulina</strong>caracteriza<strong>da</strong> por requerer alto nível de <strong>insulina</strong> plasmática para manter a homeostase<strong>da</strong> glicose. Em obesos e não obesos, a presença <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> éacompanha<strong>da</strong> de alterações metabólicas e hemodinâmicas (REAVEN, 1998).Isto justifica a necessi<strong>da</strong>de de um método simples para sua determinação quepermita identificar indivíduos de risco na população geral (ACOSTA, 2002).Durante as últimas déca<strong>da</strong>s, foram propostos vários métodos alternativos, maissimples, com menor custo e de fácil aplicação, para a determinação <strong>da</strong> presença de<strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>. Os métodos de investigação clínica estão listados no quadro 2.


71QUADRO 2 – MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO CLÍNICA DARESISTÊNCIA À INSULINAMétodos indiretos- insulinemia de jejum (OLEFSKY, FARQUHAR, REAVEN, 1973)- modelo homeostático (homeostasis model assessment – HOMA)(MATTHEWS, 1985)- teste de tolerância oral <strong>à</strong> glicose (TTGO) (BERGMAN, FINEGOOD, ADER,1985)- teste de tolerância endovenoso <strong>à</strong> glicose com amostras freqüentes (FSIVGTTfrequentlysampled intravenous glucose tolerance test) ou modelo mínimo deBergman (BERGMAN, PREGER, VOLUND, OLEFSKY, 1987)Métodos diretos- teste de tolerância <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> (ITT - insulin tolerance test) (BONORA,MOGHETTI, ZANCANARO, CIGOLINI, QUERENA, CACCIATORI,CORGNATI, MUGGEO, 1989)- teste do clamp de glicose (DEFRONZO, TOBIN, ANDRES, 1979)MATTHEWS (1985) apresentou um modelo matemático, homeostasis modelassessment (HOMA), conforme demonstrado no quadro 3, que prediz a sensibili<strong>da</strong>de<strong>à</strong> <strong>insulina</strong> pela simples medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> glicemia e <strong>insulina</strong> de jejum.Do método HOMA são extraídos dois índices (HOMA-IR e HOMA-BETA)que visam a traduzir a sensibili<strong>da</strong>de <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> e a capaci<strong>da</strong>de secretória <strong>da</strong> célulabeta. O HOMA-IR permite avaliar indivíduos em diferentes condições de gravi<strong>da</strong>dede <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>. Esta técnica apresenta boa correlação com o clamp (r = 0,82p < 0,0001) (MATTHEWS, 1985; KATZ, 2000). O HOMA-IR é um método maisbarato e de mais fácil realização, sendo passível de utilização em larga escala paracaracterizar a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> em estudos populacionais, ou quando repeti<strong>da</strong>savaliações são necessárias em um mesmo indivíduo.


72No trabalho original, MATTHEWS (1985) refere um índice 1,0 como padrãode normali<strong>da</strong>de para uma população sadia e jovem.No entanto, ACOSTA, ESCALONA, MAIZ, POLLAK, LEIGHTON (2002)estabeleceram um HOMA-IR de 1,96 ± 0,57 para população sadia, com i<strong>da</strong>de entre19 e 40 anos e IMC < 24 kg/m 2 .QUADRO 3 – EQUAÇÃO PARA FORNECER O ÍNDICE HOMA-IRHOMA-IR = Glicemia (mmo/L) x Insulina (µU/mL) ÷ 22,51.1.2 Dietas para o Tratamento <strong>da</strong> Obesi<strong>da</strong>deA prescrição <strong>da</strong> dieta hipocalórica tem sido considera<strong>da</strong> sempre como partesubstancial no tratamento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de. Um déficit calórico proveniente <strong>da</strong> dietapode resultar na per<strong>da</strong> de peso corpóreo.A modera<strong>da</strong> per<strong>da</strong> de peso corpóreo, de 5% a 10%, representa que<strong>da</strong>significante de 30% do tecido adiposo visceral e significante decréscimo dos fatoresde risco que acompanham o paciente obeso, como diminuição <strong>da</strong> pressão arterial, doslipídios séricos, melhora <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, normalização <strong>da</strong> glicemia,insulinemia, diminuição <strong>da</strong> susceptibili<strong>da</strong>de a tromboses, do marcador inflamatório eriscos de doenças cardiovasculares (DESPRÉS, 2001).


73LISSNER e HEITMANN (1995), através de uma meta-análise sobre oconsumo de gordura e carboidratos na etiologia <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de, observaram relaçãodireta significante entre consumo de gordura e obesi<strong>da</strong>de.Dentre os mecanismos através dos quais o consumo de dietas ricas em gorduraspode resultar em hiperalimentação, salientam-se: sua alta densi<strong>da</strong>de calórica,promoção de sacie<strong>da</strong>de tardia, melhor textura e palatabili<strong>da</strong>de e a pouca mastigação(LISSNER e HEITMANN, 1995; ROLLS e HAMMER, 1995).ROLLS e HAMMER (1995) observaram que os indivíduos obesos têm umlimiar alto de sacie<strong>da</strong>de para as gorduras, podendo estar relacionado a fatores comoabsorção e oxi<strong>da</strong>ção de nutrientes e liberação de hormônios. A gordura conferemelhor textura e palatabili<strong>da</strong>de aos alimentos e alimentos ricos em gordurasgeralmente requerem pouca mastigação e são consumidos rapi<strong>da</strong>mente.1.1.3 Tipos de Dietas Indica<strong>da</strong>s no Tratamento para Pacientes Portadores deObesi<strong>da</strong>deSão chama<strong>da</strong>s de dietas de muito baixas calorias aquelas que fornecem de 400a 800 calorias ao dia. São indica<strong>da</strong>s para pacientes com obesi<strong>da</strong>de grau III ou comIMC > 30 kg/m 2 ou 130% do peso ideal, pacientes com diabete tipo 2 controlado,com apnéia do sono ou candi<strong>da</strong>tos a cirurgias. São contra-indica<strong>da</strong>s para aquelesindivíduos com doenças cardíacas, insuficiência renal ou hepática, na presença de


74distúrbios psiquiátricos, pacientes com diabete tipo 1 ou IMC < 30 kg/m 2(SALTZMAN, 2000).Recomen<strong>da</strong>-se a suplementação de vitaminas e minerais e devem ser prescritasapenas por um período de 12 a 16 semanas.As dietas de muito baixas calorias fornecem em média 1,5 g/kg a 2,0 g/kg depeso/dia de proteínas.A média de per<strong>da</strong> de peso esperado com dietas de muito baixas calorias é de1,5 kg/semana para mulheres e 2,0 kg/semana para homens (SALTZMAN, 2000).As dietas de baixas calorias são aquelas que oferecem de 1.000 kcal/dia a1.500 kcal/dia, com a seguinte distribuição de macronutrientes: 55% a 60% decarboidratos, 20% a 25% de proteínas e 25% a 30% de gorduras, ricas em fibras: 30g/dia. Para muitos indivíduos, esta prescrição representa uma modificação nacomposição <strong>da</strong> dieta habitual, como exemplo na população americana em que oconsumo de calorias é representado por 35% a 45% na forma de gorduras. As dietasde baixas calorias podem levar a uma per<strong>da</strong> de peso de 450 g a 1,3 kg por semana(NHLLBI, 1998).A manutenção <strong>da</strong> per<strong>da</strong> de peso continua sendo um dos pontos mais difíceis notratamento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de. Com freqüência, os pacientes tendem a recuperar o pesoperdido. Aconselha-se a incorporação de programas de manutenção de educaçãonutricional, ativi<strong>da</strong>de física e modificações de conduta.Várias estratégias são propostas para o tratamento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de: a indicação dotratamento dietoterápico, ativi<strong>da</strong>de física, uso de medicamentos ou a indicação deintervenção cirúrgica, vão depender do grau de obesi<strong>da</strong>de.


751.1.4 Cirurgia BariátricaA Cirurgia Bariátrica, uma denominação proveniente do grego, “baros = peso eiatrein = tratamento”, tem sua indicação basea<strong>da</strong> em diversos fatores, segundo oNational Institutes of Health Consensus Development Conference Panel (NIH,1991):1. Presença de morbi<strong>da</strong>de, que resulta <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de ou é por ela agrava<strong>da</strong>,como a apnéia do sono, dificul<strong>da</strong>de de locomoção, o diabete, a hipertensãoarterial e as hiperlipemias,2. Persistência (vários anos) de excesso de peso de pelo menos 45 kg, ouíndice de massa corpórea (IMC) acima de 40 kg/m 2 (estes limites podemreduzir-se para 40 kg ou IMC maior que 35 kg/m 2em presença decomplicações graves <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de),3. Fracasso de métodos conservadores de emagrecimento bem conduzidos,4. Ausência de causas endócrinas de obesi<strong>da</strong>de, como hipopituitarismo ouSíndrome de Cushing,5. Avaliação favorável <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des psíquicas de o paciente suportar astransformações radicais de comportamento impostas pela operação.As cirurgias atualmente utiliza<strong>da</strong>s para o tratamento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>podem ser dividi<strong>da</strong>s em três categorias:


76a) Restritivas: que se baseiam na restrição mecânica <strong>à</strong> ingestão dos alimentos,como a ban<strong>da</strong> gástrica fixa (WILKINSON, 1981) e ajustável (KUZMAK,1986) e a gastroplastia vertical com ban<strong>da</strong>gem, proposta por MASON(1982).b) Disabsortivas: estas foram as primeiras cirurgias utiliza<strong>da</strong>s no tratamento <strong>da</strong>obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, como derivações jejuno-ileal e jejuno-cólica(KREMEN, 1954; PAYNE 1969). Tinham como objetivo reduzir a absorçãopela derivação de grande parte do intestino delgado. As mais conheci<strong>da</strong>sexcluíam a maior parte do intestino delgado do trânsito alimentar, mantendoem função apenas o duodeno, 35 cm de jejuno e 10 cm de íleo. Estasoperações resultavam em redução substancial (40% do peso) e permanentedo peso. Entretanto, produziam seqüelas funcionais, em decorrência <strong>da</strong> máabsorção,com tal freqüência e intensi<strong>da</strong>de que foram abandona<strong>da</strong>s nadéca<strong>da</strong> de 1970 (GARRIDO, 1998, 2000).c) Mistas: com componentes de restrição e disabsorção variados. Foraminicialmente propostas por MASON (1967) e posteriormente recebendoinúmeras modificações. Fazem parte deste grupo as cirurgias de confecçãode reservatório gástrico de pequena curvatura FOBI (1989), CAPELLA(1991) e derivações bílio-pancreáticas propostas por SCOPINARO (1976),DEMEESTER (1987) e MARCEAU (2001).Nos últimos anos, vem predominando a tendência de se associar a redução doreservatório gástrico e a restrição ao seu esvaziamento com o emprego de um anel decontenção, também com um pequeno prejuízo na digestão, através de uma derivação


77gastrojejunal em Y-de-Roux (CAPELLA, 1991). Esta técnica tem sido a maisutiliza<strong>da</strong> tanto nos Estados Unidos como no Brasil (MacLEAN, 1993; SCHAUER,2001; TINOCO, 2001), com resultados em longo prazo de per<strong>da</strong>s médias de 65% a75% do peso corporal, com segurança de baixa mortali<strong>da</strong>de (BROLIN, 1994).No Brasil, GARRIDO JR. (2002) foi pioneiro na introdução <strong>da</strong> técnica dederivação gástrica em Y-de-Roux, com ótimos resultados na per<strong>da</strong> de peso e comrelação <strong>à</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.A videolaparoscopia desponta como procedimento minimamente invasivo.Porém, apenas <strong>após</strong> a realização <strong>da</strong> primeira colecistectomia videolaparoscópica em1983, o procedimento foi popularizado, evidenciando uma série de vantagens emrelação <strong>à</strong> cirurgia aberta. No final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990, confirmou-se o impactopositivo <strong>da</strong> cirurgia laparoscópica na diminuição <strong>da</strong>s complicações pré e pósoperatóriasdos pacientes (CAMERON, 1991; SCHAUER, 2001).A primeira descrição de cirurgia bariátrica por videolaparoscopia foi em 1994,por WITTGROVE, CLARK, TREMBLAY (1994). Desde então, o método doprocedimento foi amplamente divulgado e vários outros serviços o utilizamatualmente como rotina, inclusive no Brasil (HIGA, BOONE, HO, DAVIES,2000(a); HIGA, BOONE, HO, 2000(b); NGUYEN, HO, PALMER, WOLFE, 1999;REDDICK, OLSEN, DANIELL, SAYE, McKERNAN, MILLER, HOBACK, 1989;REN, PATTERSON, GAGNER, 2000).HIGA, BOONE, HO, DAVIES, 2000(a), em 400 pacientes submetidos <strong>à</strong>cirurgia bariátrica videolaparoscópica, concluíram ser um procedimento seguro eeficaz, promovendo per<strong>da</strong> do excesso de peso inicial de 69% em 12 meses, menor


78tempo cirúrgico, em média 60 a 90 minutos contra 3 a 4 horas de cirurgia aberta emenor tempo de internação, em média 1,6 dia contra 2,7 dias.Tem sido revelado, entre os resultados <strong>da</strong> cirurgia, redução substancial do pesocorpóreo e do IMC, com diminuição <strong>da</strong>s co-morbi<strong>da</strong>des: diabete, síndrome deapnéia, hipertensão e anormali<strong>da</strong>de no metabolismo do colesterol e triglicérides(HIGA, BOONE, HO, DAVIES, 2000-a; FOBI, 1998; SIMON, 2000; STOCKER,2003).FOBI, LEE, HOLNESS, CABINDA (1998) observaram per<strong>da</strong> de peso rápi<strong>da</strong>,na ordem de 40% a 75% do excesso de peso corpóreo ou 30% a 40% do peso inicial,com normalização <strong>da</strong> tolerância <strong>à</strong> glicose em 78% dos pacientes e redução em 50%<strong>da</strong> incidência e <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des de medicamentos para hipertensão. Os mesmosresultados posteriormente foram observados por LUYCKX; SCHEEN; LETIEXHE;DESAIVE; GIELEN; LEFEBVRE (1999) e SIMON (2000), com melhora <strong>da</strong>intolerância <strong>à</strong> glicose e <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>.Com relação <strong>à</strong> per<strong>da</strong> ponderal <strong>após</strong> cirurgia bariátrica e redução <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>deóssea, resultados <strong>da</strong> literatura especializa<strong>da</strong>, têm revelado redução significante nadensi<strong>da</strong>de óssea, <strong>após</strong> um ano, nas regiões do trocanter e fêmur (CUNDI, 1996).As deficiências de micronutrientes mais freqüentemente observa<strong>da</strong>s foram:vitamina B12, ácido fólico, vitamina A, ferro, potássio e magnésio (SMITH, 1993;BROLIN, 1994).Complicações precoces observa<strong>da</strong>s pós-cirurgia bariátrica foram: lesãoesplênica, perfuração <strong>da</strong> bolsa proximal, perfuração <strong>da</strong> bolsa distal, atelectasia,abcesso subfrênico, infecções e hematoma de feri<strong>da</strong> cirúrgica. As complicaçõestardias foram: deiscência <strong>da</strong> anastomose, aumento do estômago remanescente,


79estenose gástrica, gastrite biliar, hérnia incisional, colelitíase e obstrução (SMITH,1993; BROLIN, 1994).Para IKEGAME; BERTEVELLO; MAIA; CARVALHO; DALBEN;VALENTE; WAITZBERG; GAM-RODRIGUES, COPPINI (2004), ao relatar aexperiência inicial do grupo em 70 pacientes, no período de seis meses, <strong>após</strong>intervenção cirúrgica de gastroplastia redutora (bypass gástrico) porvideolaparoscopia, os resultados observados foram que não houve necessi<strong>da</strong>de deconversão nem mortali<strong>da</strong>de, 2,8% dos pacientes apresentaram fístulas, a estenose deanastomose esteve presente em 1,4%, 2,8% dos pacientes apresentaram hemorragiadigestiva alta, associa<strong>da</strong> a úlcera do reservatório gástrico e sangramento na linha degrampeamento do estômago, no pós-operatório imediato, e a média de per<strong>da</strong> doexcesso de peso corpóreo foi de 60% .GARRIDO JR. (1998, 2000), dentro <strong>da</strong> sua experiência, observaram que entreas complicações imediatas mais comuns estão as incisionais (20,9%), náuseas evômitos (18,6%), complicações pulmonares (9,3%), atelectasias, broncopneumoniase broncoespasmos que não costumam ser graves, mas podem implicarprolongamento <strong>da</strong> permanência hospitalar. O tromboembolismo representa alto riscoe ocorre em 2,2% dos casos, apesar dos cui<strong>da</strong>dos de prevenção.


801.1.5 Dietoterapia <strong>após</strong> as Cirurgias BariátricasComo a capaci<strong>da</strong>de gástrica está reduzi<strong>da</strong> na gastroplastia com derivação emY-de-Roux, em aproxima<strong>da</strong>mente de 20 ml a 30 ml e nas derivações bíliopancreáticasem 350 ml (CAPELLA, 1991), as dietas hipocalóricas são uma rotina.A ingestão de alimentos inicia-se <strong>após</strong> período de 12 a 24 horas pós-operatório,com líquidos em pequenos goles e fracionados.A alimentação no período pós-operatório pode ser dividi<strong>da</strong> em até cinco fases(CAMBI, 2002). A primeira fase é a <strong>da</strong> alimentação líqui<strong>da</strong>, constituí<strong>da</strong> porpequenos volumes que compreende as duas primeiras semanas <strong>após</strong> a cirurgia.Durante esta fase pode ocorrer per<strong>da</strong> de peso corpóreo de até 10% em relação aoinicial. Na segun<strong>da</strong> fase ou fase de evolução de consistência alimentar, de acordocom a tolerância e as necessi<strong>da</strong>des individuais, a alimentação evolui de líqui<strong>da</strong> parapastosa com a introdução de preparações liquidifica<strong>da</strong>s, cremes e papinhas ralas; aduração média desta fase é de 15 dias. A terceira fase ou fase <strong>da</strong> seleção qualitativa emastigação exaustiva, passado o primeiro mês <strong>da</strong> cirurgia, inicia um período em quea seleção dos alimentos é fun<strong>da</strong>mental. A duração desta fase varia individualmente,podendo chegar até a trinta dias. Na quarta fase ou fase <strong>da</strong> otimização <strong>da</strong> dieta, aalimentação evolui gra<strong>da</strong>tivamente para uma consistência ca<strong>da</strong> vez mais próxima donormal. Geralmente ocorre a partir do terceiro mês pós-operatório. E a quinta fase,ou fase <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação final e independência alimentar, deve acompanhar o paciente apartir do quarto mês. Neste momento, as consultas são periódicas, o paciente deveestar apto a compreender quais são os alimentos ricos em proteínas, glicídios e


81lipídios, cálcio, ferro, vitamina A, vitamina C, folatos, além de outras proprie<strong>da</strong>desnutricionais (MARCHESINE, 2001).Deve-se fazer a suplementação de ferro, vitamina B12, ácido fólico, vitaminaslipossolúveis (A, D, E e K), cálcio e tiamina (SMITH, 1993; BROLIN, 1994).Em longo prazo, tem-se observado como complicação a Síndrome de Dumpinge deficiências de micronutrientes, quando não suplementados adequa<strong>da</strong>mente(SKROUBIS, 2002).Desnutrição protéico-calórica pode ser observa<strong>da</strong> como complicação associa<strong>da</strong><strong>à</strong> estenose ou obstrução, que tem sido mais comum nas técnicas disabsortivas, comincidência entre 7,7% e 11,9% dos pacientes (MASON, HESSON, 1998; BYRNE,2001).A manutenção <strong>da</strong> per<strong>da</strong> de peso corpóreo é difícil no tratamento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de.Com freqüência, os pacientes tendem a recuperar o peso corpóreo perdido.Aconselha-se a incorporação de programas de manutenção de educação nutricional,ativi<strong>da</strong>de física e modificação de condutas.


822. JUSTIFICATIVADistúrbios do metabolismo glicídico e de gorduras são freqüentementeassociados <strong>à</strong> obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>. O metabolismo intermediário e hormonal sofreconseqüências do excesso de peso corpóreo.Pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> quando submetidos <strong>à</strong> intervençãocirúrgica bariátrica perdem peso corpóreo rapi<strong>da</strong>mente. A per<strong>da</strong> de peso podeinfluenciar e modificar condições metabólicas de <strong>resistência</strong> periférica <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>,intolerância <strong>à</strong> glicose e hipertrigliceridemia.Torna-se de interesse acompanhar a per<strong>da</strong> do excesso de peso com asmodificações hormonais e de metabolismo intermediário.


833. OBJETIVO GERALEstu<strong>da</strong>r as modificações <strong>da</strong> composição corpórea e a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, empacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, <strong>após</strong> derivação gastrojejunal em Y-de-Roux com anel de contenção, a curto e médio prazos.3.1 Objetivos EspecíficosEm pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> estu<strong>da</strong><strong>da</strong> no período préoperatórioe até seis meses <strong>após</strong> a intervenção cirúrgica:1. Avaliar a relação entre medi<strong>da</strong>s antropométricas e a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>.2. Avaliar o comportamento <strong>da</strong> glicemia, triglicérides e fração de colesterol.3. Avaliar as alterações <strong>da</strong> ingestão alimentar.5.


843. OBJETIVO GERALEstu<strong>da</strong>r as modificações <strong>da</strong> composição corpórea e a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, empacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, <strong>após</strong> derivação gastrojejunal em Y-de-Roux com anel de contenção, a curto e médio prazos.3.1 Objetivos EspecíficosEm pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> estu<strong>da</strong><strong>da</strong> no período préoperatórioe até seis meses <strong>após</strong> a intervenção cirúrgica:1. Avaliar a relação entre medi<strong>da</strong>s antropométricas e a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>.2. Avaliar o comportamento <strong>da</strong> glicemia, triglicérides e fração de colesterol.3. Avaliar as alterações <strong>da</strong> ingestão alimentar.


853. OBJETIVO GERALEstu<strong>da</strong>r as modificações <strong>da</strong> composição corpórea e a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, empacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, <strong>após</strong> derivação gastrojejunal em Y-de-Roux com anel de contenção, a curto e médio prazos.3.1 Objetivos EspecíficosEm pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> estu<strong>da</strong><strong>da</strong> no período préoperatórioe até seis meses <strong>após</strong> a intervenção cirúrgica:1. Avaliar a relação entre medi<strong>da</strong>s antropométricas e a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>.2. Avaliar o comportamento <strong>da</strong> glicemia, triglicérides e fração de colesterol.3. Avaliar as alterações <strong>da</strong> ingestão alimentar.


864. MATERIAL E MÉTODOS4.1 PlanejamentoEstudo longitudinal, prospectivo, controlado em 40 pacientes adultos de ambossexos, portadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, com e sem <strong>resistência</strong> periférica <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>.Todos os pacientes foram submetidos <strong>à</strong> intervenção cirúrgica de derivaçãogastrojejunal em Y-de-Roux, com anel de contenção inelástico de silastic.Os pacientes foram acompanhados no pré-operatório e regularmente emperíodos pré-determinados ao longo de seis meses pós-operatório (quadro 4).Exames antropométricos, impedância bioelétrica (BIA) e exames laboratoriaisforam colhidos no pré-operatório e em intervalos pré-determinados ao longo de seismeses no pós-operatório.Avaliação <strong>da</strong> história alimentar e orientação nutricional foram realiza<strong>da</strong>s nopré-operatório e em intervalos pré-determinados ao longo de seis meses no pósoperatório.RESULTADOS


87Análise DescritivaForam avaliados de forma prospectiva 40 pacientes, sendo 36 pertencentes aoInstituto de Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia (ICAD) do HospitalSão Joaquim <strong>da</strong> Real e Benemérita Socie<strong>da</strong>de de Beneficência Portuguesa de SãoPaulo e 4 pacientes do Grupo de Estômago, Duodeno e Intestino Delgado <strong>da</strong>disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo do Departamento de Gastroenterologiado Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de São Paulo.Foram 26 doentes do sexo feminino e 14 do sexo masculino, com i<strong>da</strong>de média de 38± 11 anos.Trinta e seis pacientes foram submetidos <strong>à</strong> intervenção cirúrgica bariátrica porvia laparoscópica e quatro pacientes passaram por cirurgia aberta, pela técnica deredução <strong>da</strong> câmara gástrica com restrição pelo anel inelástico de silastic, emassociação com a derivação gastrojejunal em Y-de-Roux. A técnica operatóriaemprega<strong>da</strong> foi a descrita por CAPELLA, CAPELLA, MANDAC, NATH (1991).No período pré-operatório, dez pacientes (25%) apresentaram <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>insulina</strong>.Todos os pacientes foram acompanhados nos períodos pré-operatório, três eseis meses pós-operatórios.No período pré-operatório, 31 pacientes (77,5%) apresentaram relação pesocorpóreo ideal/atual de 164 ± 13% acima do peso corpóreo ideal, permitindo


88classificar este grupo de pacientes com obesi<strong>da</strong>de modera<strong>da</strong>, conforme mostra oquadro 11.QUADRO 11 – DISTRIBUIÇÃO DE TODOS OS PACIENTES NO PERÍODOPRÉ-OPERATÓRIO DE ACORDO COM OS GRAUS DEOBESIDADE, CONFORME MOORE – 1989Grau de obesi<strong>da</strong>de em % N (%)Média e desvio-padrão depeso corpóreo acimado ideal (%)Leve (120 a 140) 2 (5) 139 ± 10Modera<strong>da</strong> (141 a 200) 31 (77,5) 164 ± 13Mórbi<strong>da</strong> ( > 200) 7 (17,5) 225 ± 15No período pré-operatório, todos os pacientes tiveram a média <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> decircunferência abdominal além do limite de risco. A circunferência abdominal médiafoi de 127 ± 18 cm, naqueles que se encontravam em risco, associado <strong>à</strong> obesi<strong>da</strong>devisceral, muito aumentado para o sexo masculino e feminino, conforme se observano quadro 12.


89QUADRO 12 – CLASSIFICAÇÃO DA MÉDIA E DESVIO-PADRÃO DACIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL (CM) MEDIDA NOPERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO E EXPRESSOS EMRELAÇÃO AO SEXO E GRAU DE RISCO, ASSOCIADO ÀOBESIDADE VISCERALRisco muito aumentado decomplicações, associado <strong>à</strong>obesi<strong>da</strong>de visceralHomens ( > 102 cm)Mulheres ( > 88 cm)N ( %) 14 (35%) 26 (65%)Circunferência médiaabdominal126 ± 20 cm 118 ± 15 cmA classificação dos doentes, segundo o IMC, no período pré-operatório,apontou que a maioria dos doentes encontrava-se com obesi<strong>da</strong>de grau III, como se vêno quadro 13.QUADRO 13 – CLASSIFICAÇÃO DOS PACIENTES NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO EM RELAÇÃO AO IMC E DE ACORDOCOM O RISCO DE CO-MORBIDADEClassificação N ( %) IMC (kg/m 2 ) Risco de co-morbi<strong>da</strong>deObesi<strong>da</strong>de grau II 5 (13) 37 ± 2 GraveObesi<strong>da</strong>de grau III 35 (87) 47 ± 5 Muito graveO tempo médio entre o dia <strong>da</strong> avaliação nutricional pré-operatória e aintervenção cirúrgica foi de 32 ± 34 dias.


90Análise Probabilística Pré-OperatóriaEsta seção apresenta os resultados <strong>da</strong> comparação entre os gruposnormotolerância <strong>à</strong> glicose (NG) e resistentes <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> (RI), que se mostraramhomogêneos em relação <strong>à</strong>s medi<strong>da</strong>s antropométricas e de composição corpórea noperíodo pré-operatório, conforme se observa na tabela 1.TABELA 1 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DE MEDIDASANTROPOMÉTRICAS E DE COMPOSIÇÃO CORPÓREANO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO DOS GRUPOS NG E RI,EXPRESSA EM MÉDIA E DESVIO-PADRÃOGrupoNGX ± DP30GrupoRIX ± DP10NPeso (kg) 130,4 ± 24,6 125,5 ± 18,0IMC (kg/m 2 ) 48,3 ± 11,9 46,3 ± 7,2CA (cm) 126,3 ± 18,9 131,2 ± 13,4MCM (kg) 73,2 ± 14,0 72,9 ± 12,0MCG (kg) 56,1 ± 11,0 52,6 ± 8,2ACT (L) 47,3 ± 15,5 42,5 ± 10,7Peso ajustado (kg) 78,2 ±18,7 76,0 ± 14,4% PA/PI 166,0 ± 32,0 168,0 ± 30,0Peso excesso (kg) 53,5 ± 16,7 48,9 ±1 4,6NOTA: Teste T "student " pareado, p > 0,05Legen<strong>da</strong>s: IMC = índice de massa corpórea; CA = circunferência abdominal; MCM = massacorpórea magra; MCG = massa corpórea gor<strong>da</strong>; ACT = água corpórea total; % PA/PI =relação porcentual entre peso atual/peso idealEntre as variáveis bioquímicas no período pré-operatório, a trigliceridemia, aglicemia e a insulinemia foram significativamente maiores no grupo RI do que nogrupo NG, conforme aponta a tabela 2.


91TABELA 2 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS, EXPRESSOS EMMÉDIA E DESVIO-PADRÃO, DAS VARIÁVEISBIOQUÍMICAS MEDIDAS NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO DOS GRUPOS NG E RINGX ± DP30RIX ± DP10NColesterol total (mg/dL) 193 ± 35 203 ± 42LDL-colesterol (mg/dL) 121 ± 32 125 ± 37HDL-colesterol (mg/dL) 44 ± 12 43 ± 10VLDL – colesterol (mg/dL) 33 ± 32 34 ± 17Triglicérides (mg/dL) 159 ± 126 205 ± 124*Proteínas totais (mg/dL) 7,0 ± 0,7 7,0 ± 0,5Albumina (mg/dL) 4,0 ± 0,6 4,2 ± 0,2Globulina (mg/dL) 3,0 ± 0,5 2,8 ± 0,6Glicemia (mg/dL) 85,5 ± 16,0 128,3 ± 10,6*Insulina (µU/ml) 15,0 ± 6,7 29,6 ± 6,6*HOMA-IR 5,2 ± 1,5 6,0 ± 2,4NOTA: Teste T "student " pareado*p < 0,05 entre os grupos RI e NGLegen<strong>da</strong>: HOMA-IR = homeostasis model assessmentEvolução Pós-OperatóriaNesta seção comparam-se os resultados de todos os pacientes tomados emconjunto, nos períodos pré-operatório, três e seis meses de pós-operatório.As variáveis antropométricas, peso (kg), IMC (kg/m 2 ), circunferênciaabdominal (CA), porcentual de per<strong>da</strong> de peso (% per<strong>da</strong> de peso) e as medi<strong>da</strong>s demassa corpórea magra e massa corpórea gor<strong>da</strong> apresentaram que<strong>da</strong> significativa nosperíodos três e seis meses de pós- operatório, quando compara<strong>da</strong>s com as medi<strong>da</strong>s noperíodo pré-operatório, como se pode observar na tabela 3.Chama a atenção que aos seis meses de pós-operatório ocorreu que<strong>da</strong> de 30%do IMC, em relação ao seu valor inicial, como mostra o gráfico 1.


92TABELA 3 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS, EXPRESSOS EMMÉDIA E DESVIO-PADRÃO, DAS MEDIDASANTROPOMÉTRICAS E DE COMPOSIÇÃO CORPÓREA,DE TODA A AMOSTRA, NOS PERÍODOS PRÉ-OPERATÓRIO, TRÊS E SEIS MESES DE PÓS-OPERATÓRIOPré-operatórioX ± DPPós-operatório3 mesesX ± DPPós-operatório6 mesesX ± DPN 40 40 40Peso (kg) 128,0 ± 23,0 104,3 ± 22,4 § 91,0 ± 21,0*#IMC (kg/m 2 ) 47,8 ± 10,8 37,8 ± 5,4 § 33,4 ± 5,2*#CA (cm) 127,6 ± 17,6 109,3 ± 23,6 § 101,4 ± 15,2*MCM (kg) 70,9 ± 13,6 57,4 ± 11,6 § 56,2 ± 13,0*MCG (kg) 56,1 ± 8,2 46,6 ± 8,6 34,8 ± 7,5*ACT (L) 47,0 ± 14,0 43,2 ± 8,5 42,2 ± 8,8% PP em relação aopeso inicial18,9 ± 9,3 § 31,0 ± 9,1#*% PP em excesso 43,7 ± 2,7 § 68,6 ± 3,3#*NOTA: ″Two-way Anova pós-teste de student-Newman-Keus″*p < 0,05 entre pós-operatório 6 meses e pré-operatório#p < 0,05 entre seis meses pós-operatório e três meses pós-operatório§p < 0,05 entre três meses pós-operatório e pré-operatórioLegen<strong>da</strong>s: IMC = índice de massa corpórea; CA = circunferência abdominal; MCM = massacorpórea magra; MCG = massa corpórea gor<strong>da</strong>; ACT = água corpórea total; % PP = % per<strong>da</strong>de peso corpóreo


93GRÁFICO 1 – EXPRESSÃO GRÁFICA DA VARIAÇÃO DOS VALORESABSOLUTOS DE IMC NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO,TRÊS E SEIS MESES DE PÓS-OPERATÓRIO, PARATODOS OS DOENTESkg/m 265605550454035302520151050&p


94TABELA 4 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS, EXPRESSOS EMMÉDIA E DESVIO-PADRÃO, DAS VARIÁVEISBIOQUÍMICAS DE TODOS OS PACIENTES NOSPERÍODOS PRÉ-OPERATÓRIO, TRÊS E SEIS MESES DEPÓS-OPERATÓRIOPré-operatórioX ± DPPós-operatório3 mesesX ± DPPós-operatório6 mesesX ± DPN404040Colesterol total(mg/dL)195,5 ± 36,7 161,9 ± 33,8 § 154,0 ± 28,0*LDL-colesterol(mg/dL)122,2 ± 32,8 95,4 ± 28,1 § 99,0 ± 20,0*HDL-colesterol(mg/dL)44,0 ± 12,0 47,6 ± 10,6 § 53,4 ± 12,9*VLDL – colesterol(mg/dL)33,0 ± 28,0 19,2 ± 7,8 § 17,5 ± 17,1*Triglicérides(mg/dL)171,0 ± 125,0 106,5 ± 32,2 § 88,6 ± 27,4*Proteínas totais(mg/dL)6,9 ± 0,6 6,7 ± 0,5 6,4 ± 0,6*#Albumina (mg/dL) 3,9 ± 0,6 3,9 ± 0,5 3,8 ± 0,4Globulina (mg/dL) 2,9 ± 0,5 2,6 ± 0,5 2,6 ± 0,5Glicemia (mg/dL) 93,9 ± 20,6 86,4 ± 8,0 § 80,7 ± 6,3*#Insulina (µU/ml) 22,5 ± 8,0 9,3 ± 4,6 § 5,3 ± 2,9*#HOMA-IR 5,5 ± 4,5 3,6 ± 1,3 3,1 ± 1,8NOTA: ″Two-way Anova pós-teste de student-Newman-Keus″*p < 0, 05 entre seis meses pós-operatório e pré-operatório#p < 0,05 entre seis meses pós-operatório e três meses pós-operatório§ p < 0,05 entre três meses pós-operatório e pré-operatórioHOMA-IR = homeostasis model assessmentAnálise do Grupo Normotolerância <strong>à</strong> Glicose (NG)Nesta seção, apresenta-se o comportamento do grupo normotolerância <strong>à</strong> glicose(NG), em relação a to<strong>da</strong>s as variáveis nos períodos pré e pós-operatórios.Os pacientes do grupo NG apresentaram que<strong>da</strong> significativa de variáveis peso,IMC e CA nos períodos três e seis meses de pós-operatório em relação ao períodopré-operatório. Também ocorreu redução significativa de massa corpórea magra,


95massa corpórea gor<strong>da</strong> e água corpórea total nos períodos três e seis meses <strong>após</strong>intervenção cirúrgica, em relação ao período pré-operatório, conforme aponta atabela 5.Ocorreu que<strong>da</strong> de 27% do IMC no período de seis meses de pós-operatório, emrelação ao IMC do período inicial, conforme mostra o gráfico 2.TABELA 5 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS, EXPRESSOS EMMÉDIA E DESVIO-PADRÃO, DAS VARIÁVEISANTROPOMÉTRICAS E DE COMPOSIÇÃO CORPÓREANOS PERÍODOS PRÉ, TRÊS E SEIS MESES DE PÓS-OPERATÓRIO, NO GRUPO NORMOTOLERÂNCIA ÀGLICOSENPré-OperatórioX ± DP30Pós-operatório3 mesesX ± DP30Pós-operatório6 mesesX ± DP30Peso (kg) 130,4 ± 24,6 104,0 ± 24,0 § 90,9 ± 22,2*#IMC (kg/m 2 ) 48,3 ± 11,9* 38,1 ± 5,7 § 33,4 ± 5,2*#CA (cm) 126,3 ± 18,9* 106,6 ± 25,9 § 99,7 ± 15,1*#MCM (kg) 73,2 ± 14,0 58,2 ± 12,0 § 55,7 ± 14,5*MCG (kg) 56,1 ± 11,0 45,7 ± 11,8 § 34,8 ± 7,8*ACT (L) 47,3 ± 15,5 42,9 ± 7,7 41,8 ± 9,0*% PP em relação aoinicial19,3 ± 10,5 § 31,4 ± 10,5*#% PP em excesso 42,8 ± 1,9 § 67,8 ± 2,6*#NOTA: ″Two-way Anova pós-teste de student-Newman-Keus″*p < 0, 05 entre seis meses pós-operatório e pré-operatório#p < 0,05 entre seis meses pós-operatório e três meses pós-operatório§p < 0,05 entre três meses pós-operatório e pré-operatórioLegen<strong>da</strong>s: IMC = índice de massa corpórea, CA = circunferência abdominal, MCM = massacorpórea magra, MCG = massa corpórea gor<strong>da</strong>, ACT = água corpórea total, % PP = % per<strong>da</strong>de peso corpóreo


96GRÁFICO 2 – EXPRESSÃO GRÁFICA DOS VALORES ABSOLUTOS DOIMC NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO, TRÊS E SEISMESES DE PÓS-OPERATÓRIO, PARA O GRUPONORMOTOLERÂNCIA À GLICOSEkg/m 27065605550454035302520151050&p


97TABELA 6 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS, EXPRESSOS EMMÉDIA E DESVIO-PADRÃO, DAS VARIÁVEISBIOQUÍMICAS DOS PACIENTES DO GRUPO NG, NOSPERÍODOS TRÊS E SEIS MESES PÓS-OPERATÓRIOS, EMRELAÇÃO AO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIOPré-operatórioX ± DP30Pós-operatório3 mesesX ± DP30Pós-operatório6 mesesX ± DP30NColesterol total(mg/dL)193,0 ± 35,0 162,2 ± 35,5 § 151,4 ± 28,4*#LDL-colesterol(mg/dL)121,0 ± 32,0 96,0 ± 5,0 § 84,1 ± 17,6*#HDL-colesterol(mg/dL)44,0 ± 12,0 48,6 ± 10,7 53,8 ± 14,5*#VLDL – colesterol(mg/dL)33,0 ± 32,0 18,2 ± 7,9 § 17,4 ± 20,6*#Triglicérides(mg/dL)159,0 ± 126,0 101,8 ± 33,5 § 85,7 ± 29,4*#Proteínas totais(mg/dL)7,0 ± 0,7 6,7 ± 0,6 6,5 ± 0,6*Albumina (mg/dL) 4,0 ± 0,6 3,9 ± 0,55 3,8 ± 0,5Globulina (mg/dL) 3,0 ± 0,5 2,7 ± 0,5 2,7 ± 0,6Glicemia (mg/dL) 85,5 ± 16,0 84,5 ± 7,6 79,3 ± 5,8Insulina (uU/ml) 15,0 ± 7,0 8,72 ± 5,1 § 4,75 ± 2,8*#HOMA-IR 5,3 ± 1,3 4,0 ± 2,0 3,7 ± 1,7NOTA: ″Two-way Anova pós-teste de student-Newman-Keus″*p < 0,05 entre seis meses pós-operatório e pré-operatório#p < 0,05 entre seis meses pós-operatório e três meses pós-operatório§p < 0,05 entre três meses pós-operatório e pré-operatórioHOMA-IR = homeostasis model assessmentAnálise do Grupo Resistência <strong>à</strong> Insulina (RI)Esta seção apresenta o comportamento do grupo com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, emrelação a to<strong>da</strong>s as variáveis nos períodos pré e pós-operatórios.Os pacientes no grupo RI apresentaram que<strong>da</strong> significativa de peso, IMC e CAnos períodos três e seis meses de pós-operatório, em relação ao período préoperatório.Também ocorreu redução significativa <strong>da</strong> massa corpórea magra egordura corpórea, como se vê na tabela 7.


98No Gráfico 3, observa-se que o IMC, no período de seis meses de pósoperatório,teve que<strong>da</strong> de 28% em relação ao seu valor inicial.TABELA 7 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS, EXPRESSOS EMMÉDIA E DESVIO-PADRÃO, DAS VARIÁVEISANTROPOMÉTRICAS E DE COMPOSIÇÃO CORPÓREANOS PERÍODOS PRÉ-OPERATÓRIO, TRÊS E SEIS MESESDE PÓS-OPERATÓRIO NO GRUPO RIPré-operatórioPós-operatório3 mesesX ± DP10Pós-operatório6 mesesX ± DP10X ± DPN10Peso (kg) 125,0 ± 18,0 103,4 ± 17,8 § 91,2 ± 15,3*IMC (kg/m 2 ) 46,3 ± 7,2 37,3 ± 4,9 § 33,3 ± 5,4*#CA (cm) 131,2 ± 13,4 117,0 ± 12,8 105,5 ± 15,5*#MCM (kg) 72,9 ± 12,0 58,0 ± 10,9 57,5 ± 10,0*MCG (kg) 52,5 ± 8,2 45,3 ± 10,9 33,9 ± 9,4*ACT (L) 42,5 ± 10,8 43,9 ± 10,9 43,3 ± 8,4% per<strong>da</strong> de pesoem relação aoinicial% per<strong>da</strong> de pesoem excesso18,0 ± 4,1 § 30,0 ± 3,0#*46,5 ± 7,1 § 70,8 ± 5,0#*NOTA: ″Two-way Anova pós-teste de student-Newman-Keus″*p < 0, 05 entre seis meses pós-operatório e pré-operatório#p < 0,05 entre seis meses pós-operatório e três meses pós-operatório§p < 0,05 entre três meses pós-operatório e pré-operatórioLegen<strong>da</strong>s: IMC = índice de massa corpórea, CA = circunferência abdominal, MCM = massacorpórea magra, MCG = massa corpórea gor<strong>da</strong>, ACT = água corpórea total, % PP = % per<strong>da</strong>de peso corpóreo


99GRÁFICO 3 – EXPRESSÃO GRÁFICA DA VARIAÇÃO DOS VALORESABSOLUTOS DO IMC DO GRUPO RESISTÊNCIA ÀINSULINA, NOS PERÍODOS TRÊS E SEIS MESES DE PÓS-OPERATÓRIO, EM RELAÇÃO AO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO605550&p


100TABELA 8 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS, EXPRESSOS EMMÉDIA E DESVIO-PADRÃO, DAS VARIÁVEISBIOQUÍMICAS NO GRUPO RESISTÊNCIA À INSULINA,NOS PERÍODOS PRÉ-OPERATÓRIO, TRÊS E SEIS MESESDE PÓS-OPERATÓRIOPré-operatórioX ± DP10Pós-operatório3 mesesX ± DP10Pós-operatório6 mesesX ± DP10NColesterol total(mg/dL)203,0 ± 42,0 161,0 ± 31,0 § 158,0 ± 28,0*#LDL-colesterol(mg/dL)125,0 ± 37,0 94,0 ± 30,0 § 87,4 ± 24,0*#HDL-colesterol(mg/dL)43,0 ± 10,0 45,0 ± 11,0 52,1 ± 7,6*VLDL – colesterol(mg/dL)34,0 ± 7,0 22,0 ± 7,0 18,0 ± 6,0Triglicérides(mg/dL)205,0 ± 124,0 120,0 ± 25,0 § 97,0 ± 19,0*#Proteínas totais(mg/dL)7,0 ± 0,5 6,2 ± 0,4 6,3 ± 0,3*Albumina (mg/dL) 4,2 ± 0,2 4,0 ± 0,3 3,7 ± 0,3Globulina (mg/dL) 2,8 ± 0,6 2,6 ± 0,4 2,5 ± 0,4Glicemia (mg/dL) 128,3 ± 10,6 91,8 ± 2,5 § 87,4 ± 6,1*#Insulina (µU/ml) 29,6 ± 6,6 10,8 ± 2,5 § 7,0 ± 2,5*#HOMA-IR 6,0 ± 2,4 2,4 ± 0,5 § 1,4 ± 0,4NOTA: ″Two-way Anova pós-teste de student-Newman-Keus″*p < 0,05 entre seis meses pós-operatório e pré-operatório#p < 0,05 entre seis meses pós-operatório e três meses pós-operatório§p < 0,05 entre três meses pós-operatório e pré-operatórioHOMA-IR = homeostasis model assessmentAnálise Probabilística no Pós-OperatórioNesta seção apresentam-se os resultados <strong>da</strong> comparação <strong>da</strong>s variáveis que secomportaram de maneira diferente entre os grupos NG e RI, nos períodos três e seismeses de pós-operatório.Chama a atenção, entre as variáveis antropométricas, que a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong>circunferência abdominal no grupo de pacientes com RI teve redução significativaapenas a partir do sexto mês de pós-operatório, quando compara<strong>da</strong> com os pacientes


101do grupo NG, que tiveram que<strong>da</strong> <strong>da</strong> circunferência abdominal, a partir dos três mesesde pós-operatório, conforme se observa no gráfico 4.GRÁFICO 4 – EXPRESSÃO GRÁFICA DA COMPARAÇÃO NAREDUÇÃO DA MEDIDA DE CIRCUNFERÊNCIAABDOMINAL, ENTRE OS PACIENTES DOS GRUPOS NGE RI, NOS PERÍODOS TRÊS E SEIS MESES DE PÓS-OPERATÓRIOCA(cm)140120100806040200*p


102GRÁFICO 5 – EXPRESSÃO GRÁFICA DO COMPORTAMENTO DOHOMA-IR NOS GRUPOS RI E NG, NOS PERÍODOS PRÉ-OPERATÓRIO, TRÊS E SEIS MESES DE PÓS-OPERATÓRIO10.010.0*p0,057.57.5HOMA-IR5.0HOMA-IR5.02.52.50.0PRÉ-OP PÓS-OP 3 meses PÓS-OP 6 meses0.0PRÉ-OP PÓS-OP 3 MESES PÓS-OP 6MESESGRUPO RIGRUPO NGNOTA: “Two-way Anova pós-teste de student-Newman-Keus”*p < 0,05 entre três meses pós-operatório e o pré-operatório no grupo RIAnálise Descritiva dos Pacientes com Síndrome MetabólicaNesta seção, apresentam-se as características que identificaram os pacientesdos grupos <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> (RI) e normotolerância <strong>à</strong> glicose (NG), portadores<strong>da</strong> Síndrome Metabólica, no período pré-operatório.Todos os pacientes do grupo RI e 30% dos pacientes do grupo NG foramidentificados como portadores <strong>da</strong> Síndrome Metabólica, no período pré-operatório,segundo o NCEP III (2001), como apontam os quadros 14 e 15, para os pacientes dosgrupos RI e NG, respectivamente.


103QUADRO 14 – CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES PORTADORES DASÍNDROME METABÓLICA, DO GRUPO RI, NO PERÍODOPRÉ-OPERATÓRIO, SEGUNDO O NCEP III – 2001Pacientes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Glicemia> 110 mg/dLTriglicérides> 150 mg/dLX X X X X X X X X XX X X X X X X XHDL-colesterol(mg/dL)- homens < 40- mulheres < 50XXX X X XXXXCA (cm)- homens > 102XXXX- mulheres > 88Hipertensão arterial> 130 x 85 mmHgX X X XX XX X X X X X X X X X


104QUADRO 15 – CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES PORTADORES DASÍNDROME METABÓLICA, DO GRUPO NG, NO PERÍODOPRÉ-OPERATÓRIO, SEGUNDO O NCEP III – 2001Pacientes 1 2 3 4 5 6 7 8 9Glicemia> 110 mg/dLTriglicérides> 150 mg/dLX X X X X X X X XHDL-colesterol(mg/dL)- homens < 40- mulheres < 50XXXXXXXXXCA (cm)- homens > 102XXXXXX- mulheres > 88Hipertensão arterial> 130 x 85 mmHgXXXX X XA freqüência <strong>da</strong> Síndrome Metabólica nos grupos RI e NG, no período de trêsmeses de pós-operatório, diminuiu para 40% e 6,6%, respectivamente. Após seismeses de intervenção cirúrgica, os grupos com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> enormotolerância <strong>à</strong> glicose não apresentaram mais de dois fatores de risco paraidentificação <strong>da</strong> SM, conforme se vê no gráfico 6.


105GRÁFICO 6 – EXPRESSÃO GRÁFICA, EM PORCENTAGEM, DAFREQÜÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA DOSGRUPOS NG E RI, NOS PERÍODOS PRÉ-OPERATÓRIO,TRÊS E SEIS MESES DE PÓS-OPERATÓRIOfreqüência (%)1101009080706050403020100pré-op pós-op 3 meses pós-op 6 mesesRINGAvaliação <strong>da</strong> Ingestão Alimentar nos Períodos Pós-Operatório Três e Seis MesesEsta seção apresenta as características do comportamento <strong>da</strong> ingestão alimentarde todos os pacientes, em conjunto, nos períodos pré-operatório, três e seis meses depós-operatório.As orientações nutricionais pós-operatórias dividiram-se em três fases. Ca<strong>da</strong>fase teve duração média de 15 ± 6 dias.A fase pós-operatória teve início em média no terceiro dia pós-operatório.A ingestão de macronutrientes de todos os pacientes, entre os períodos préoperatórioe <strong>após</strong> a intervenção cirúrgica, apresentou que<strong>da</strong>s significativas naingestão de calorias, proteínas, carboidratos e gorduras, como se observa na tabela 9.


106A quanti<strong>da</strong>de protéica de to<strong>da</strong> a amostra caiu em 78% no período de seis mesesde pós-operatório, em relação ao período inicial, como se vê no gráfico 7. Tambémhouve redução significativa <strong>da</strong> ingestão de proteínas, carboidratos e gorduras,conforme apontam os gráficos 7 e 8.TABELA 9 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DA INGESTÃOCALÓRICO-PROTÉICA, EXPRESSA EM MÉDIA E DESVIO-PADRÃO, DE TODA A AMOSTRA ESTUDADA, NOSPERÍODOS PRÉ-OPERATÓRIO, TRÊS E SEIS MESES DEPÓS-OPERATÓRIOCalorias totais (kcal)Cal/kg de peso atualCal/kg de pesoajustávelProteínas (g/%)g/kg de pesoPré-operatórioX ± DPN = 402.880 ± 45022,5 ± 3,537,8 ± 5,43 meses pósoperatórioX ± DPN = 406 meses pósoperatórioX ± DPN = 40620 ± 175*507 ± 100 §6,6 ± 1,3 § 8,1 ± 2,2*4,8 ± 1,0 §6,8 ± 2,0*144,0 ± 22,0 (20)1,12 ± 0,2040,2 ± 4,7 (23) §0,38 ± 0,05 § 47,2 ± 10,5 (24)*0,52 ± 0,11*Carboidratos (g) 316,8 ± 49,5 (44) 78,6 ± 15,1 (52) § 77,5 ± 21,7 (50)*Gorduras (g ) 115,2 ± 18,0 (36) 14,1 ± 2,8 (25) § 17,9 ± 5,1 (26)*NOTA: “Two-way Anova pós-teste de student-Newman-Keus”*p < 0,05 entre 6 meses pós-operatório e pré-operatório§p < 0,05 entre três meses pós-operatório e pré-operatório


107GRÁFICO 7 – COMPARAÇÃO DA INGESTÃO DE CALORIAS TOTAIS,DE TODA A AMOSTRA, ENTRE OS PERÍODOS PRÉ-OPERATÓRIO, TRÊS E SEIS MESES DE PÓS-OPERATÓRIO3000INGESTÃO CALÓRICAingestão calórica20001000$ p


108GRÁFICO 8 – COMPARAÇÃO DA INGESTÃO DE CARBOIDRATOS,PROTEÍNAS E GORDURAS, DE TODA A AMOSTRA, EMRELAÇÃO AOS PERÍODOS PRÉ-OPERATÓRIO, TRÊS ESEIS MESES DE PÓS-OPERATÓRIOINGESTÃO DE MACRONUTRIENTES250200macronutrientes (g)150100#p


109Matriz de Correlação de To<strong>da</strong>s as VariáveisRealizou-se uma matriz de correlação de to<strong>da</strong>s as variáveis medi<strong>da</strong>s em todosos períodos.Houve correlação positiva significativa <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> de circunferência abdominalnos períodos pré e <strong>após</strong> a intervenção cirúrgica, com as medi<strong>da</strong>s de peso corpóreo eIMC. A CA correlacionou-se diretamente com a insulinemia, conforme aponta atabela 10.No período pré-operatório, o peso corpóreo correlacionou-sesignificativamente apenas com o IMC e a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> CA. Observou-se, na matriz decorrelação, que <strong>à</strong> medi<strong>da</strong> que ocorreu redução do peso corpóreo houve correlaçãocom a redução do IMC, <strong>da</strong> CA e com a diminuição na insulinemia <strong>após</strong> a intervençãocirúrgica.O IMC não se correlacionou no período pré e pós-operatório com ainsulinemia.


110TABELA 10 – MATRIZ DE CORRELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS E INSULINEMIA NOSPERÍODOS PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS DE TODA A AMOSTRAPESOPRE PESOPOS INSULPRE INSULPOS CA PRE CA POS IMCPRE IMCPOSPESO PRECoeficiente dePearson1.000 .963(**) .299 .567(**) .788(**) .607(**) .779(**) .678(**)Sig. Bicau<strong>da</strong>l . .000 .068 .002 .000 .000 .000 .000Coeficiente dePESO POS Pearson.963(**) 1.000 .413(*) .469(*) .701(**) .557(**) .706(**) .719(**)Sig. Bicau<strong>da</strong>l .000 . .021 .012 .000 .001 .000 .000Coeficiente deINSUL PRE Pearson.299 .413(*) 1.000 .782(**) .460(**) .418(*) .177 .256Sig. Bicau<strong>da</strong>l .068 .021 . .000 .004 .022 .289 .164Coeficiente deINSUL POS Pearson.567(**) .469(*) .782(**) 1.000 .531(**) .443(*) .317 .242Sig. Bicau<strong>da</strong>l .002 .012 .000 . .004 .018 .100 .214Coeficiente deCA PRE Pearson.788(**) .701(**) .460(**) .531(**) 1.000 .564(**) .598(**) .502(**)Sig. Bicau<strong>da</strong>l .000 .000 .004 .004 . .001 .000 .004Coeficiente deCA POS Pearson.607(**) .557(**) .418(*) .443(*) .564(**) 1.000 .648(**) .594(**)Sig. Bicau<strong>da</strong>l .000 .001 .022 .018 .001 . .000 .001Coeficiente deIMC PRE Pearson.779(**) .706(**) .177 .317 .598(**) .648(**) 1.000 .878(**)Sig.Bicau<strong>da</strong>l .000 .000 .289 .100 .000 .000 . .000Coeficiente deIMC POS Pearson.678(**) .719(**) .256 .242 .502(**) .594(**) .878(**) 1.000Sig. Bicau<strong>da</strong>l .000 .000 .164 .214 .004 .001 .000 .NOTA: ** p < 0.01*p < 0.05Legen<strong>da</strong>s: PESOPRE= peso corpóreo pré-operatório; PESOPOS= peso corpóreo pós-operatório; INSULPRE= <strong>insulina</strong> pré-operatória; INSULPOS=<strong>insulina</strong> pós-operatória; CA PRE = circunferência abdominal pré-operatória; CA PO= circunferência abdominal pós-operatória; IMCPRE = índice demassa corpórea pré-operatório; IMCPOS = Índice de massa corpórea pós-operatório


2O resumo dos resultados dos <strong>da</strong>dos está representado na tabela 11.TABELA 11 – RESUMO DOS RESULTADOS DOS DADOS DASMODIFICAÇÕES DA COMPOSIÇÃO CORPÓREA E DASVARIÁVEIS BIOQUÍMICAS, DE TODA A AMOSTRAESTUDADA, NOS PERÍODOS TRÊS E SEIS MESES DEPÓS-OPERATÓRIO, EM RELAÇÃO AO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIOMedi<strong>da</strong>s avalia<strong>da</strong>s(%)Pós-operatório3 mesesN = 40Pós-operatório6 mesesN = 40Comparação entreos grupos NG e RIPeso corpóreo 19 31 NSIMC 21 30 NSMCM 19 21 NSMCG 16 38 NSCA 14,3 20,5NG 3 meses > RI3 mesesHOMA-IR 34 42RI 3 meses > NGGLICEMIA 8 143 mesesRI pré-op > NG préopINSULINA 42 67 NSTG 38 48 NSCOLESTEROL17 21 NSTOTALPROTEÍNASTOTAIS3,4 7,6 NSALBUMINA ------ 5 NSCALORIAS 83 78 NSPROTEÍNAS 79 74 NSCARBOIDRATOS 75 75 NSGORDURAS 87 84 NSNOTA: Legen<strong>da</strong>s: NS = não houve diferença significativa entre os grupos, NG = Normotolerância <strong>à</strong>Glicose, RI = Resistência <strong>à</strong> Insulina, IMC = índice de massa corpórea, MCM = massacorpórea magra, MCG = massa corpórea gor<strong>da</strong>, CA = circunferência abdominal, HOMA-IR= homeostasis model assessment, TG = triglicérides


36. DISCUSSÃODos MétodosDa Impedância BioelétricaA avaliação <strong>da</strong> composição corporal pode ser realiza<strong>da</strong> através de métodoscomo a densitometria computadoriza<strong>da</strong> (DEXA), isótopos marcados,hidrodensitometria, ressonância magnética, medi<strong>da</strong>s de potássio corpóreo total eanálise de ativação de nêutrons. Estes são considerados os métodos de referência, porserem significativamente mais sensíveis e de melhor reprodutibili<strong>da</strong>de que os outrosdisponíveis (HEYMSFIELD, 1994).Contudo, todos estes métodos são dispendiosos, deman<strong>da</strong>m um tempo grandede execução e apresentam dificul<strong>da</strong>des técnicas de realização que podem dificultarsua inclusão na prática clínica, tornando-os mais úteis em laboratórios de pesquisa(BAXTER, 2001; HEYMSFIELD, 1994).


4Na prática clínica tem-se buscado estimar a composição corporal, através demétodos mais acessíveis, como a análise <strong>da</strong> Impedância Bioelétrica (KOTLER,BURASTERO, WANG, PIERSON JR., 1996; FOSTER, LUKASKY, 1996), e <strong>da</strong>somatória <strong>da</strong> determinação <strong>da</strong>s quatro pregas cutâneas, medi<strong>da</strong>s por um paquímetro,que estimam a porcentagem de gordura corpórea total <strong>após</strong> aplicação de equaçãoespecífica (DURNIN, WOMERSLEY, 1974).A principal crítica <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pregas cutâneas em pessoas obesas é suagrande variabili<strong>da</strong>de devido <strong>à</strong> dificul<strong>da</strong>de de extensão do plicômetro e <strong>da</strong> compressão<strong>da</strong>s pregas cutâneas durante a realização <strong>da</strong>s mensurações (BAUMGARTNER,1998).A Impedância Bioelétrica é um método simples, praticamente sem risco, comum custo razoável e não é invasivo, que pode realizar a avaliação <strong>da</strong> composiçãocorporal <strong>à</strong> beira do leito (HEYMSFIELD, 1994).No entanto, a maior crítica a esse tipo de análise baseia-se em dois princípios:1º - que a hidratação dos tecidos é constante em todos os tipos de populações(sadios, obesos, pacientes graves, cirúrgicos, etc.); e2º - que o corpo humano comporta-se como um cilindro que conduz de formahomogênea a corrente elétrica (MAGGIORE, NIGRELLI, CICCARELLI,GRINALDI, ROSSI, MICHELASSI, 1996).Sendo assim, a BIA pode não ser um método adequado de avaliação decomposição corporal, em situações nas quais a hidratação dos tecidos está altera<strong>da</strong>(HEYMSFIELD, 1994; PICHARD, 2000).Em pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de, a BIA parece ser uma ferramenta maissensível do que o peso corpóreo, altura ou índice de massa corpórea, na determinação


5<strong>da</strong> gordura corpórea, desde que se utilizem fórmulas vali<strong>da</strong><strong>da</strong>s para pacientes obesos(JACOBS, 1993).Atualmente, mesmo as equações específicas que vali<strong>da</strong>m a BIA parapacientes obesos podem ter falhas para indivíduos com IMC acima de 34 kg/m 2(SARTORIO, CONTE, MORINI, BATTISTINI, FAGLIA, BEDOGNI, 2000; COX-REIJVEN, VAN KREEL, SOETERS, 2002).Embora exista associação entre impedância e antropometria, antes e <strong>após</strong>redução do peso corpóreo, é possível que as equações disponíveis para cálculo devariáveis de composição corpórea, medi<strong>da</strong>s por BIA, superestimem a per<strong>da</strong> delíquidos durante a per<strong>da</strong> de peso corpóreo, em pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>demórbi<strong>da</strong> (SARTORIO, CONTE, MORINI, BATTISTINI, FAGLIA, BEDOGNI,2000; COX-REIJVEN, VAN KREEL, SOETERS, 2002).A precisão na predição <strong>da</strong> porcentagem de gordura corpórea pela BIA, empacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de, está influencia<strong>da</strong> pela quanti<strong>da</strong>de e distribuiçãode água corpórea total, intra e extracelular, e em relação <strong>à</strong> configuração geométricado corpo.(KUSHNER, KUNIGK, ALSPAUGH, ANDRONIS, LEITCH,SCHOELLER, 1990; DEURENBERG, 1996; JACOBS, 1993).Com relação <strong>à</strong> configuração geométrica do corpo, sabe-se que asproprie<strong>da</strong>des bioelétricas do tronco humano são diferentes <strong>da</strong>s extremi<strong>da</strong>des. Otronco contribui apenas com 10% a 20% <strong>da</strong> impedância. Em casos de pacientesportadores de obesi<strong>da</strong>de, quando a gordura está mais concentra<strong>da</strong> na regiãoabdominal, a BIA pode subestimar a gordura corpórea e superestimar a massacorpórea magra (DEURENBERG, 1996).


6Os pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de geralmente apresentam maiorquanti<strong>da</strong>de de água corpórea total concentra<strong>da</strong> principalmente no espaçoextracelular, causando imprecisão na mensuração do porcentual de gordura corpóreae superestimando a massa corpórea magra (DEURENBERG, 1996).Apesar do avanço tecnológico <strong>da</strong> BIA, existem diferenças na distribuição deágua intra e extracelular, em pacientes obesos, que ain<strong>da</strong> permanecem obscuras(CHERTOW, 2002).Mais pesquisas são necessárias para vali<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> BIA em pacientesportadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> (KYLE, PICCOLI, PICHARD, 2003).Na presente pesquisa, a realização do exame de BIA, para avaliação <strong>da</strong>composição corporal, levou em consideração a fórmula de SEGAL (1988) (Anexo 3)para determinação <strong>da</strong> massa corpórea magra e a padronização sugeri<strong>da</strong> peloNational Institutes of Health Technology, 1996. A realização de avaliaçõesseqüenciais permite monitorar a modificação dos compartimentos <strong>da</strong> composiçãocorpórea, em relação <strong>à</strong>s medi<strong>da</strong>s iniciais considera<strong>da</strong>s como controle (PICHARD,2000).Do HOMA-IRO emprego de qualquer método laboratorial de avaliação de <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>insulina</strong> na prática clínica, em diabetologia ou metabologia, ain<strong>da</strong> é motivo de


7debates e permanece um campo a ser explorado (GELONEZE, TAMBASCICA,PAREJA, REPETTO, MAGNA, 2001).O clamp euglicêmico hiperinsulinêmico é a técnica mais sofistica<strong>da</strong> esensível para avaliar a ação <strong>da</strong> <strong>insulina</strong> in vivo, principalmente porque forneceinformação sobre a quanti<strong>da</strong>de de glicose metaboliza<strong>da</strong> pelos tecidos periféricosdurante a estimulação com <strong>insulina</strong>. (DEFRONZO, TOBIN, ANDRES, 1979).A metodologia do clamp euglicêmico hiperinsulinêmico, desenvolvi<strong>da</strong> eutiliza<strong>da</strong> por DEFRONZO, TOBIN, ANDRES (1979), é considera<strong>da</strong> o padrão-ourode todos os métodos para determinação <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>.Nesta técnica, infunde-se <strong>insulina</strong> para manter os seus níveis plasmáticosconstantes. Em segui<strong>da</strong>, administra-se glicose e, na medi<strong>da</strong> em que a glicemiadiminui devido <strong>à</strong> ação <strong>da</strong> <strong>insulina</strong>, mais glicose é ofereci<strong>da</strong> para manter um nívelconstante. A quanti<strong>da</strong>de de glicose necessária durante o exame fornece uma medi<strong>da</strong>do grau de <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>. Esta técnica permite examinar as contribuiçõesindividuais do fígado e tecidos periféricos, na metabolização <strong>da</strong> glicose induzi<strong>da</strong> pela<strong>insulina</strong>, e pode ser combina<strong>da</strong> com outras técnicas como calorimetria indireta eestudos radioisótopos para examinar aspectos relacionados <strong>à</strong> homeostasis <strong>da</strong> glicose(DEFRONZO, TOBIN, ANDRES, 1979).No entanto, o clampeuglicêmico hiperinsulinêmico tem algumasdesvantagens que não permitem aplicá-lo <strong>à</strong> grande população. É invasivo, tem custoelevado, requer instrumentos sofisticados e necessita de pessoal altamente treinadopara a sua realização.O modelo matemático HOMA-IR é um modelo simples, de baixo custo epouco invasivo, o que é uma grande vantagem para a prática clínica e para estudos


8populacionais, quando comparado e vali<strong>da</strong>do com o clamp euglicêmicohiperinsulinêmico e com a prova de tolerância <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> (RUIGE, DEKKER,NIJPELS, POPP-SNIJDERS, STEHOUWER, KOSTENSE, BOUTER, HEINE,1999; EMOTO, NISHIZAWA, MAEKAWA, HIURA, KANDA, KAWAGISHI,SHOJI, OKUMO, MORII, 1999).Embora o HOMA-IR possua uma correlação positiva e altamentesignificativa com o clamp euglicêmico hiperinsulinêmico (MATTHEWS, HOSKER,RUDENSKI, NAYLOR, TREACHER, TURNER, 1985), sua eficiência tem sidoquestiona<strong>da</strong>. Isto porque o HOMA-IR é obtido por meio <strong>da</strong> dosagem em jejum deinsulinemia e glicemia. Nesta situação, principalmente, é que os tecidos insulinonão-dependentesestão captando glicose. De outro lado, o HOMA-IR considera aproporcionali<strong>da</strong>de entre insulinemia e o grau de <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, o que nemsempre ocorre. Por fim, o HOMA-IR propõe estimar a sensibili<strong>da</strong>de <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> para ocorpo total, assumindo que a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> seria a mesma no fígado e nostecidos periféricos (BONORA, TARGHER, ALBERICHE, BONADONNA,SAGGIANI, ZENARE, MONAUNI, MUGGEO, 2000).Apesar <strong>da</strong>s críticas ao HOMA-IR, geralmente provin<strong>da</strong>s de grupos para osquais o clamp euglicêmico hiperinsulinêmico está disponível, este método tem ganhomaior aceitação nos estudos realizados em indivíduos com variados graus deobesi<strong>da</strong>de e tolerância altera<strong>da</strong> <strong>à</strong> glicose (GAZZARUSO, GIRDANETTI, LAMANNA, 2002; BONORA, TARGHER, ALBERICHE, BONADONNA,SAGGIANI, ZENARE, MONAUNI, MUGGEO, 2000; DIXON, DIXON,O´BRIEN, 2003; RUTTER, PARISE, BENJAMIN, LEVY, LEVY, LARSON,MEIGS, NESTO, WILSON, VASAN, 2003).


9Pelas dificul<strong>da</strong>des expostas, com relação ao uso do clamp euglicêmicohiperinsulinêmico, optou-se por realizar o diagnóstico de pacientes com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>insulina</strong> pelo HOMA-IR.Do Recor<strong>da</strong>tório Alimentar de 24 HorasExistem vários métodos para coletar a história dietética, entre eles, orecor<strong>da</strong>tório alimentar de 24 horas, registro alimentar de 24 horas, anamnesealimentar quantitativa e/ou qualitativa por freqüência e a observação direta <strong>da</strong>ingestão alimentar (HOPKINS, 1993; BAXTER, 2001).No presente estudo, a metodologia escolhi<strong>da</strong> foi o recor<strong>da</strong>tório alimentar de24 horas. É um instrumento de avaliação <strong>da</strong> ingestão alimentar rápido e fácil, opaciente não precisa ler ou escrever e o inquérito não influencia o padrão alimentardo paciente. Permite avaliar a ingestão calórico-protéica de vitaminas e de minerais(HOPKINS, 1993; BAXTER, 2001).No entanto, a metodologia não é isenta de limitações. O paciente pode nãorelatar a ver<strong>da</strong>de, especialmente quanto ao consumo de refeições intermediárias. Ométodo é dependente de memória e não representa necessariamente a ingestãoalimentar habitual; exige, portanto, entrevistador habilitado (HOPKINS, 1993;BAXTER, 2001).Na presente pesquisa, observou-se na análise do recor<strong>da</strong>tório alimentar de 24horas, no período pré-operatório, que os pacientes ingeriram 36% de gordura em


10relação ao valor calórico total <strong>da</strong> dieta. Ao considerar as recomen<strong>da</strong>ções de gordurasde 20%-35% do VCT (Dietary Reference Intakes 1998), a ingestão de gordura napresente casuística não demonstrou relação direta entre o seu consumo e a etiologia<strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de. Este achado foi diferente do encontrado por LISSNER e HEITMANN(1995), que associou a obesi<strong>da</strong>de com a eleva<strong>da</strong> ingestão de gordura.Também, ao se avaliar a ingestão energética, na presente investigação, noperíodo pré-operatório, foi observa<strong>da</strong> em média a ingestão de 22,5 cal/kg de pesoatual, que é inferior <strong>à</strong> recomen<strong>da</strong>ção para a manutenção do peso corpóreo (25-30cal/kg de peso atual, DRI (1998). A maior crítica que pode ser feita em relação aesses achados é que podem ter ocorrido sub-relatos <strong>da</strong> ingestão alimentar.A literatura é escassa com relação <strong>à</strong>s alterações na freqüência de ingestãoalimentar de indivíduos obesos, em parte devido a questões metodológicas, <strong>à</strong> falta defidedigni<strong>da</strong>de do relato alimentar e <strong>à</strong> presença de sub-relatos (GATEMBY, 1997;BELLISLE, 1997).A ingestão de porções alimentares apresenta-se positivamente correlaciona<strong>da</strong>com a ingestão energética total. No entanto, como são comuns os sub-relatos <strong>da</strong>ingestão de refeições intermediárias, a interpretação desses <strong>da</strong>dos pode ficarcomprometi<strong>da</strong> (GATEMBY, 1997).Ao se considerar a ingestão energética expressa por quilos de peso corpóreoideal, no período pré-operatório, foi constata<strong>da</strong>, no presente trabalho, eleva<strong>da</strong>ingestão energética de 38 cal/kg de peso ideal, o que é recomendável para indivíduosque almejam ganho de peso corpóreo (RDI, 1998).


11Dos ResultadosDas Variáveis AntropométricasA per<strong>da</strong> de peso corpóreo é considera<strong>da</strong> fun<strong>da</strong>mental para estabelecer osucesso do resultado <strong>da</strong> intervenção cirúrgica bariátrica. Valores consideradosadequados para pacientes submetidos <strong>à</strong> gastroplastia redutora, com bypass gástricoem Y-de-Roux, variam em torno de 15% em três meses a 35% em seis meses, emrelação ao peso corpóreo inicial e de 65% a 75% de per<strong>da</strong> do excesso de pesocorpóreo entre 12 e 18 meses de pós-operatório (HIGA, BOONE, HO, DAVIES,.2000(a); BROLIN, 2001; PORIES, SWANSON, MacDONALD, LONG, MORRIS,BROWN, BARAKAT, deRAMON, ISRAEL, DOLEZAL, 1995; CAPELLA,CAPELLA, MANDAC, NATH, 1991).A porcentagem de per<strong>da</strong> de peso corpóreo <strong>da</strong> amostra total em relação aopeso inicial foi de 19% nos primeiros três meses e 31% <strong>após</strong> seis meses <strong>da</strong> operaçãoe, em relação <strong>à</strong> per<strong>da</strong> do excesso de peso corpóreo foi de 68% <strong>após</strong> seis meses deintervenção cirúrgica, demonstrando a eficiência do procedimento cirúrgico, aoassemelhar-se com os valores apresentados pela literatura.A redução de peso corpóreo está acelera<strong>da</strong> nos primeiros 2-3 meses, perdendoa veloci<strong>da</strong>de lentamente nos intervalos subseqüentes (GIL, FAINTUCH,ZILBERSTEIN, 2003).


12Nesta pesquisa, verificou-se no grupo <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, aos três meses depós-operatório, redução do peso corpóreo com que<strong>da</strong> concomitante de glicemia einsulinemia. Esses resultados estão amparados pelas observações deFRIEDENBERG (1988) e GÓMEZ-CUEVAS (1998), ao demonstrar que a reduçãode apenas 11% do peso corpóreo é suficiente para melhorar a sensibili<strong>da</strong>de <strong>à</strong><strong>insulina</strong>.Uma explicação plausível está ampara<strong>da</strong> no fato de que, <strong>após</strong> a redução dopeso corpóreo, a ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> enzima tirosina-quinase nos adipócitos aumenta, commelhora do transporte <strong>da</strong> glicose para o interior <strong>da</strong>s células musculares e aumento <strong>da</strong>captação de <strong>insulina</strong> pelo seu receptor específico (FRIEDENBERG, 1988; BECK-NEILSEN, PEDERSEN, SORENSEN, 1980; FREIDMAN, 1992). A enzimatirosina-quinase, quando ativa<strong>da</strong> pelo receptor beta de <strong>insulina</strong>, desencadeia cascatade fosforilação de enzimas que atuam no metabolismo <strong>da</strong> glicose, gorduras eproteínas (GYTON, HALL, 2002).Na presente investigação, acompanhando a redução progressiva do pesocorpóreo, houve redução significativa dos valores de triglicérides, LDL-colesterol ecolesterol total, com elevação dos níveis de HDL-colesterol, <strong>após</strong> três e seis meses deintervenção cirúrgica, em ambos os grupos estu<strong>da</strong>dos.As observações feitas reiteram os achados de meta-análise de 70 estudos queconfirmaram que uma per<strong>da</strong> de peso corpóreo de 7 kg modifica favoravelmente osníveis dos lipídios plasmáticos (DATTILO, 1992).O IMC é um índice de peso relativo que mostra razoável correlação commedi<strong>da</strong>s independentes <strong>da</strong> gordura corporal (GALLAGHER, VISSER,SEPULVEDA, PIERSON, HARRIS, HEYMSFIELD, 1996).


13Na presente pesquisa o IMC de to<strong>da</strong> a amostra avalia<strong>da</strong> no período préoperatóriofoi de 47,8 ± 10,8 kg/m 2 , que permitiu classificar os pacientes comobesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, com risco muito grave de problemas de saúde associados <strong>à</strong>obesi<strong>da</strong>de e mortali<strong>da</strong>de aumenta<strong>da</strong> (OMS, 1997).Nos Estados Unidos, o National Institutes of Health Consensus Development,em 1991, considerou que pacientes com IMC abaixo de 40 kg/m 2 , porém portadoresde hipertensão, diabete melito tipo 2, doença degenerativa óssea, apnéia do sono eoutras condições clínicas, podem ser candi<strong>da</strong>tos <strong>à</strong> cirurgia bariátrica. É necessário,portanto, considerar o paciente de maneira individual em relação <strong>à</strong> presença de comorbi<strong>da</strong>despara a indicação <strong>da</strong> cirurgia bariátrica.No presente estudo, cinco doentes encontraram-se no período pré-operatóriocom IMC menor que 40 kg/m 2 e com co-morbi<strong>da</strong>des importantes.Para pacientes com IMC pré-operatório entre 35 e 50 kg/m 2 , os resultados <strong>da</strong>intervenção cirúrgica são excelentes, isto é, 93% dos pacientes conseguem atingir anormalização do IMC entre os 12 e 18 meses de pós-operatório. No entanto, parapacientes com IMC acima de 50 kg/m 2 , os resultados poderão ser menos efetivos,com uma taxa de sucesso em apenas 57% dos pacientes operados (MacLEAN,RHODE, SAMPALIS, FOSER, 1993).No presente estudo, apenas dez pacientes tiveram IMC acima de 50 kg/m 2 , eaos seis meses de pós-operatório estavam com IMC de 39,2 ± 4,4 kg/m 2 .A expectativa <strong>da</strong> cirurgia em relação <strong>à</strong> redução do IMC é cerca de 16,4 kg/m 2durante 12 meses de pós-operatório e 13,3 kg/m 2entre 18 e 24 meses de pósoperatório.Isto sugere que pode ocorrer um ganho de peso corpóreo ao longo dos 24meses de pós-operatório (MONTEFORTE, TURKELLSON, 2000).


14Na presente pesquisa houve redução do IMC de 9,9 kg/m 2 em três meses depós-operatório e 14,36 kg/m 2 em seis meses de pós-operatório.A circunferência abdominal, na presente investigação, mostrou-se muitoeleva<strong>da</strong>, indicando obesi<strong>da</strong>de visceral (DESPRÉS, MOORJANI, LUPIEN,TREMBLAY, 1990-a).A obesi<strong>da</strong>de abdominal eleva<strong>da</strong> associa-se com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> eanormali<strong>da</strong>des do perfil glicídico e lipídico (KISSEBAH, VYDELINQUM,MURRAY, 1988; EVANS, MURRAY, KISSEBAH, 1984; JENSEN, HAYMOND,RIZZA, CRYER, MILES, 1989).Atualmente se reconhece que os adipócitos <strong>da</strong> região abdominal influenciamna função <strong>da</strong> célula beta pancreática, participam também na produção de glicosehepática, na regulação do apetite e na liberação de substâncias com função endócrinacomo a leptina, resistina, fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa) e adiponectina(XU, UYSAL, BECHERER, ARNER, HOTAMISLIGIL, 2002; WEIGLE,CUMMINGS, NEWBY, BREEN, FRAYO, MATTHYS, CALLAHAN,PURNELL, 2003). O TNF-alfa diminui a ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> lipase lipoprotéica, reduz aexpressão do transportador de glicose GLUT 4 e induz o aumento <strong>da</strong> lipasehormônio- sensível (PATTON, SHEPARD, WILKING, LEWIS, AGGARWAL,EESSALU, GAVIN, GRUNFELD, 1986; WAJCHENBERG, 2001). A adiponectinacorrelaciona-se negativamente com o IMC e área <strong>da</strong> gordura visceral abdominal(KIHARA, ARITA, OUCHI, MAEDA, MASHIKO, YAMASHITA, 1998), estandodiminuí<strong>da</strong> na obesi<strong>da</strong>de, diabete melito tipo 2 e doenças coronarianas, sendo muitorelaciona<strong>da</strong> com a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> (WAJCHENBERG, 2001). A resistina estárelaciona<strong>da</strong> com a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, por antagonizar a ação <strong>da</strong> <strong>insulina</strong> no


15transporte de glicose , in vitro (WAJCHENBERG, 2001; TRAYHURN, BEATTIE,2001).Na presente pesquisa, houve correlação positiva entre a medi<strong>da</strong> decircunferência abdominal e a insulinemia no período pré-operatório, comprovando osachados de DESPRÉS (1990-b).No presente estudo, a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> circunferência abdominal foi a únicavariável antropométrica que se correlacionou com o peso corpóreo, IMC einsulinemia, tanto no período pré-operatório como no pós-operatório, reiterando ovalor desta medi<strong>da</strong> no acompanhamento dos doentes com obesi<strong>da</strong>de e os riscos deco-morbi<strong>da</strong>des.A redução significativa <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> de circunferência abdominal comportou-sede maneira diferente entre os grupos com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> e normotolerância <strong>à</strong>glicose, nos períodos pós-operatórios. No grupo de pacientes normotolerância <strong>à</strong>glicose houve que<strong>da</strong> significativa já no terceiro mês de pós-operatório, enquanto parao grupo com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, houve que<strong>da</strong> significativa apenas a partir do sextomês de pós-operatório. Esta diferença pode estar relaciona<strong>da</strong> com a ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>lipase lipoprotéica e a insulinemia no grupo com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>. A regulaçãohormonal <strong>da</strong> lipase lipoprotéica é estimula<strong>da</strong> pela <strong>insulina</strong> e glicocorticóides e suaassociação tem papel importante na regulação <strong>da</strong> topografia <strong>da</strong> gordura corporal,sendo a lipase lipoprotéica responsável pelo desenvolvimento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de visceralabdominal (KERN, 1996; WAJCHENBERG, 2000).


16Da Síndrome MetabólicaA Síndrome Metabólica é caracteriza<strong>da</strong> por um conjunto de fatores de riscocardiovasculares (obesi<strong>da</strong>de central, hipertensão, dislipidemias e distúrbio nometabolismo <strong>da</strong> glicose) associado com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> (VEGA, 2001;GAZZARUSO, GIRDANETTI, LA MANNA, 2002).Esta síndrome tem risco de mortali<strong>da</strong>de por doenças cardiovasculares trêsvezes maior do que na população normal (ISOMAA, ALGREN, TUOMI, 2001).No presente estudo, os fatores de risco que determinaram a presença <strong>da</strong>Síndrome Metabólica foram a hiperglicemia, hipertrigliceridemia, aumento <strong>da</strong>medi<strong>da</strong> de circunferência abdominal e hipertensão.Nesta pesquisa, a freqüência <strong>da</strong> Síndrome Metabólica foi de 100% nospacientes do grupo RI e 30% no grupo NG, no período pré-operatório.Segundo levantamento do National Health and Nutrition Examination Survey(FORD, GILES, DIETZ, 2002), a prevalência <strong>da</strong> Síndrome Metabólica na populaçãoamericana, em adultos, foi estima<strong>da</strong> em 23,7%. Na população mexicana, residentenos Estados Unidos, a prevalência aumentou para 31,9% e, de acordo com últimocenso, a estimativa é de que 47 milhões de pessoas que vivem nos Estados Unidostenham a Síndrome Metabólica.Na literatura, existem controvérsias sobre o efeito <strong>da</strong> per<strong>da</strong> de peso corpóreoparcial, em relação <strong>à</strong> melhora <strong>da</strong> Síndrome Metabólica, nos pacientes portadores deobesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> (ISOMAA, ALGREN, TUOMI, 2001).


17No tratamento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de não mórbi<strong>da</strong>, a meta clínica é promover per<strong>da</strong> depeso corpóreo, entre 5%-10% do peso corpóreo inicial, para lograr melhorasignificativa dos fatores de risco que acompanham o paciente obeso (DESPRÉS,2001). No entanto, em pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, a reduçãoporcentual de peso corpóreo de apenas 5%-10% não é significativa para a melhoraclínica (BRAY, 1987).Na presente pesquisa, observou-se que, mesmo com per<strong>da</strong> de peso corpóreode 30% no grupo com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, <strong>após</strong> seis meses de pós-operatório, emrelação ao valor inicial, o HOMA-IR médio manteve-se elevado, assim como acircunferência abdominal permaneceu aumenta<strong>da</strong>. Isto indica que a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>insulina</strong>, quando medi<strong>da</strong> pelo HOMA-IR em pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>demórbi<strong>da</strong>, modifica-se em longo prazo, provavelmente superior a seis meses, diferentedo que se observou com as outras co-morbi<strong>da</strong>des, como a hiperglicemia e ahipertrigliceridemia que se normalizaram em três meses.O diabete melito tipo 2 pode melhorar em 90% dos pacientes em até doisanos de pós-operatório, enquanto, em cerca de 2/3 dos pacientes, a hipertensãodesaparece em até quatro anos de pós-operatório e a trigliceridemia e colesterolemiase reduzem significativamente. Os sintomas de apnéia obstrutiva crônicadesaparecem <strong>após</strong> per<strong>da</strong> de 15 kg a 20 kg de peso corpóreo (BALSIGER, BRUNO,LUQUE-DE-LEON, MICHEL, 1997; BENOTI, FOSE, 1995).Na presente pesquisa, o HOMA-IR apresentou nível considerado elevado emto<strong>da</strong> a amostra, no período pré-operatório, sem diferença estatística significativaentre os grupos RI e NG. Isto vem de acordo com as observações de que a <strong>resistência</strong><strong>à</strong> <strong>insulina</strong> pode desenvolver-se muito antes do aparecimento de diabete e outras co-


18morbi<strong>da</strong>des (LETIEXHE, SCHEEN, GERARD, DESAIVE, LEFEBVRE, 1994,1995).Ocorreu diferença entre a maneira <strong>da</strong> redução do HOMA-IR no grupo RI emrelação ao grupo NG. Esta diferença poderia ser atribuí<strong>da</strong> <strong>à</strong> que<strong>da</strong> importante <strong>da</strong>hiperglicemia no grupo RI e aumento <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>, assim como aredução (não significativa) <strong>da</strong> circunferência abdominal.A identificação de pacientes portadores de <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> e o seutratamento precoce têm importância na prevenção de diabete, hipertensão,dislipidemias, doenças cardiovasculares e outros distúrbios (LETIEXHE, SCHEEN,GERARD, DESAIVE, LEFEBVRE, 1994, 1995).Neste trabalho, foi digna de nota a semelhança do perfil de que<strong>da</strong> do HOMA-IR e <strong>da</strong> freqüência de manifestação <strong>da</strong> Síndrome Metabólica (gráficos 5 e 6). Istopoderia refletir a importância <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> (medi<strong>da</strong> pelo HOMA-IR) nacausa <strong>da</strong>s manifestações clínicas <strong>da</strong> Síndrome Metabólica. Assim, a que<strong>da</strong> destavariável bioquímica foi acompanha<strong>da</strong> de que<strong>da</strong> <strong>da</strong> freqüência <strong>da</strong>s alterações clínicasque caracterizam, em conjunto, a Síndrome Metabólica.Na presente casuística, chamou a atenção que, ao se aplicarem os critérios deNCEP para o diagnóstico de Síndrome Metabólica, no período de seis meses de pósoperatório,nenhum paciente dos grupos RI e NG foi considerado portador <strong>da</strong>Síndrome Metabólica. Persistem elevados, no entanto, a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> circunferênciaabdominal e o HOMA-IR. É de grande interesse a continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> observação dospacientes por períodos seqüenciais para aquilatar as modificações subseqüentes.Provavelmente, o completo desaparecimento dos sinais e sintomas quecaracterizam a Síndrome Metabólica ocorra em longo prazo, assim como a redução


19significativa de co-morbi<strong>da</strong>de tem sido relata<strong>da</strong> <strong>após</strong> um ano de intervenção cirúrgica(ENZI, BUSETTO, DEL PRATO, BOUCHARD, 1996; BLAKE, RIDKER, 2001;GAZZARUSO, GIRDANETTI, LA MANNA, 2002; BACCI, BASSO, GRECO,LAMBERT, ELMORE, RESTUCCIA, PERROTTA, SILECCHIA, BUCCI, 2002).Das Variáveis DietéticasOs pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, quando submetidos <strong>à</strong>intervenção cirúrgica de gastroplastia redutora com bypass em Y-de-Roux, evoluemcom redução bastante significativa <strong>da</strong> ingestão de macro e micronutrientes, associa<strong>da</strong><strong>à</strong> restrição feita pelo anel de contenção e criação <strong>da</strong> pequena bolsa gástrica(CAPELLA, CAPELLA, MANDAC, NATH, 1991).Neste estudo, a média <strong>da</strong> ingestão calórica foi de 507 kcal no terceiro mês depós-operatório e 620 kcal <strong>após</strong> seis meses de intervenção cirúrgica. Isto apontouredução de 78% <strong>da</strong> ingestão calórica aos seis meses de pós-operatório em relação aoperíodo inicial. Esses resultados reiteram os achados na literatura, que demonstramingestão calórica de aproxima<strong>da</strong>mente 560 kcal no terceiro mês, 750 kcal no sextomês e 950 kcal a 1.000 kcal ao término do primeiro ano (MOIZE, GELIEBER,GLUCK, YAHAV, LORENCE, COLARUSSO, DRAKE, FLANCBAUM, 2003;MacLEAN, RHODE, SAMPALIS, FOSER, 1993; BUSSETO, 1996; KUSHNER,2000; COOPER, BREARLEY, JAMIESON, BALL, 1999).


20COUGHLIN, BELL, BIVINS, WROBEL, GRIFFEN JR. (1983), aoavaliarem a ingestão de macronutrientes em 25 pacientes portadores de obesi<strong>da</strong>demórbi<strong>da</strong>, submetidos a gastroplastia redutora com bypass em Y-de-Roux,observaram que<strong>da</strong> significativa na ingestão de gorduras, carboidratos e proteínas noperíodo de até um ano pós-cirurgia. A dramática que<strong>da</strong> na ingestão calórica foi emmédia de 3.979 kcal no pré-operatório para 351 kcal entre o primeiro e o terceiromês, 932 kcal até o sexto mês e para 1.091 kcal até um ano de pós-operatório. Aingestão de gorduras, carboidratos e proteínas diminui na mesma veloci<strong>da</strong>de duranteum ano. Após esse período, os autores observaram aumento na ingestão decarboidratos e proteínas e manutenção <strong>da</strong> baixa ingestão de gorduras.Esta restrição calórica “força<strong>da</strong>” é semelhante <strong>à</strong> prescrição de dieta de muitobaixas calorias (500-800 kcal) indica<strong>da</strong> por períodos máximos de 12 a 16 semanas,no tratamento dietético convencional para per<strong>da</strong> de peso corpóreo (SALTZMAN,2000).Talvez, no tratamento clínico <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de, entre as razões <strong>da</strong> falta de adesãopara a manutenção <strong>da</strong> ingestão de dietas de baixas calorias, encontre-se a persistênciados níveis normais de grelina nos pacientes obesos (WREN, SMALL, ABBOTT,DHILLO, SEAL, COHEN, BATTERHAM, TAHERI, STANLEY, GHATEI,BLOOM, 2001; CUMMINGS, WEIGLE, FRAYO, BREEN, MA, DELLINGER,PURNELL, 2002).Contudo, a gastroplastia com derivação intestinal, além <strong>da</strong> restrição calóricaforça<strong>da</strong>, está associa<strong>da</strong> a uma marcante supressão dos níveis de grelina,possivelmente contribuindo para a sacie<strong>da</strong>de precoce e conseqüente per<strong>da</strong> de pesocorpóreo (CUMMINGS, WEIGLE, FRAYO, BREEN, MA, DELLINGER,


21PURNELL, 2002; KOJIMA, HOSODA, DATE, NAKAZATO, MATSUO,KANGAWA, 1999).Na presente pesquisa, <strong>após</strong> a restrição cirúrgica força<strong>da</strong>, a ingestão degorduras reduziu para 25% o valor calórico total <strong>da</strong> dieta no terceiro mês de pósoperatório,resultado também semelhante ao observado na prescrição de dietas commuito baixas calorias (NHLBI, 1998).Também se observou, no presente estudo, que os pacientes de to<strong>da</strong> a amostra,em conseqüência <strong>da</strong> redução na ingestão de energia, apresentaram reduçãosignificativa de massa corpórea gor<strong>da</strong> e especialmente no grupo com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>insulina</strong> a partir do sexto mês de pós-operatório. Os estoques de gorduras geralmentesão mobilizados em médio prazo. Provavelmente, proteínas somática e visceralsejam consumi<strong>da</strong>s como a principal fonte energética, via gliconeogênese (GYTON,HALL, 2002).No presente estudo, ocorreu que<strong>da</strong> dramática e significativa <strong>da</strong> ingestão deproteínas <strong>após</strong> a intervenção cirúrgica. A ingestão média foi de 40 gramas/dia noterceiro mês e 47 gramas/dia no sexto mês pós-intervenção cirúrgica, em relação aoperíodo pré-operatório, o que corresponde aproxima<strong>da</strong>mente a 0,38 g/kg de peso e0,52 g/kg de peso corpóreo, respectivamente.A literatura consigna uma baixa ingestão protéica de 24 gramas/dia até o finaldo terceiro mês de pós-operatório e 41 gramas/dia ao final de 12 meses de pósoperatório.(BUSSETO, 1996; MOIZE, GELIEBER, GLUCK, YAHAV,LORENCE, COLARUSSO, DRAKE, FLANCBAUM, 2003).A menor ingestão protéica pode ser explica<strong>da</strong> pela restrição mecânica,disponibili<strong>da</strong>de reduzi<strong>da</strong> de pepsina, ácido clorídrico e alterações no pala<strong>da</strong>r que


22podem limitar a digestão e a aceitação de proteínas (MOIZE, GELIEBER, GLUCK,YAHAV, LORENCE, COLARUSSO, DRAKE, FLANCBAUM, 2003).A redução rápi<strong>da</strong> <strong>da</strong> ingestão protéica poderia levar <strong>à</strong> per<strong>da</strong> de massacorpórea magra e balanço nitrogenado negativo, pois dietas com oferta de menos de50 gramas/dia de proteínas estão associa<strong>da</strong>s a maior consumo de massa magra.(HALVERSON, 1992; RAYMOND, 1985).No presente trabalho, foi surpreendente a que<strong>da</strong> significativa de 19% namassa corpórea magra no período de três meses e 21% em seis meses de pósoperatório.As observações realiza<strong>da</strong>s são concor<strong>da</strong>ntes com estudos de composiçãocorpórea, por meio <strong>da</strong> análise de isótopos estáveis que mostram resultadossemelhantes com per<strong>da</strong>s de 25% de massa magra no primeiro trimestre pósoperatório,alcançando per<strong>da</strong> de massa magra entre 20% e 30% no primeiro ano depós-operatório (NASLUND, HALLGREN, SJOSTROM, 1988(a); KOLANOWISK,1997; WADSTROM, BACKMAN, FORSBERG, NILSSON, HULTMAN,REIZENSTEIN, EKMAN, 2000; GEMERT, 2000; MOIZE, GELIEBER, GLUCK,YAHAV, LORENCE, COLARUSSO, DRAKE, FLANCBAUM, 2003).Ao se considerar a ingestão protéica expressa pela massa corpórea magra(kg), verifica-se que no período pré-operatório os pacientes ingeriram 2,03 g deproteínas/kg de MCM e que ocorreu que<strong>da</strong> para 0,73 g de proteínas/kg de MCM aostrês meses e 0,84 g de proteínas/kg de MCM aos seis meses de pós-operatório.Na presente casuística, observou-se que<strong>da</strong> significativa <strong>da</strong> variávelbioquímica proteínas totais, especialmente no sexto mês de pós-operatório. Isto podeser um reflexo <strong>da</strong> redução na ingestão protéica e que<strong>da</strong> <strong>da</strong> massa corpórea magra.Entretanto, outros fatores, além de nutricionais podem modificar a concentração <strong>da</strong>s


23proteínas séricas. Não existe, contudo, nenhuma relação constante entre as proteínasséricas ou viscerais e as proteínas corporais. Uma redução <strong>da</strong>s suas concentraçõespode depender de uma reduzi<strong>da</strong> síntese hepática, de aumento no catabolismo ouexcreção, de variações do estado de hidratação, por carência de zinco e outros(WAITZBERG, 2001).A desnutrição protéica também pode acometer o paciente submetido <strong>à</strong>gastroplastia com bypass gástrico em Y-de-Roux, com uma incidência de menos que1% no pós-operatório (MASON, HESSON, 1998). É bem ver<strong>da</strong>de que os níveis dealbumina sérica e proteínas totais encontram-se dentro <strong>da</strong> faixa de normali<strong>da</strong>de emambos os períodos pós-operatórios <strong>da</strong> presente pesquisa. Isto pode refletir que adepleção de massa corpórea magra não atingiu níveis graves que comprometam asíntese de albumina, já que a taxa de albumina sérica, em condições sem estresse eoutras doenças, é muito representativa de ingestão protéica. Novos estudos devemesclarecer a cinética protéica <strong>após</strong> a cirurgia bariátrica.A título de comparação, vale lembrar as recomen<strong>da</strong>ções aos pacientes queconsomem dietas com menos de 800 kcal/dia que eles necessitam de ingestão deproteínas de 1,5 gramas/kg de peso/dia, para minimizar a drástica per<strong>da</strong> de massamuscular (MOIZE, GELIEBER, GLUCK, YAHAV, LORENCE, COLARUSSO,DRAKE, FLANCBAUM, 2003).Na presente pesquisa, os pacientes ingeriram em média 0,52 g de proteínas/kgde peso, muito embora fossem orientados para ingerirem suplementos protéicos, paraalcançar uma ingestão protéica mínima de 60 gramas/dia (MacLEAN, RHODE,SAMPALIS, FOSER, 1993; STOCKER, 2003).


24Como a gastroplastia redutora com bypass gástrico em Y-de-Roux associarestrição com disabsorção intestinal, determinados nutrientes tiveram menorabsorção intestinal. Ofertas de quanti<strong>da</strong>des maiores de vitaminas e minerais sãonecessárias como: tiamina, vitamina B12, cálcio, ferro, ácido fólico e vitamina A.(MacLEAN, RHODE, SAMPALIS, FOSER, 1993; KUSHNER, 2000; NASLUND,JAMARK, ANDERSON, 1988(b); RHODE, MacLEAN, 2000; CHAVES,FAINTUCH, KAHAWAGE, ALENCAR, 2002).Tendo em vista a preocupação com a ingestão de vitaminas e minerais, nopresente estudo, a suplementação foi indica<strong>da</strong> logo <strong>após</strong> o pós-operatório.Em relação <strong>à</strong>s modificações dos hábitos alimentares dos pacientes, <strong>após</strong> aintervenção cirúrgica, os resultados foram semelhantes aos encontrados na literatura.Alguns pacientes passaram a evitar carnes vermelhas, leite, pães frescos e reduzirama ingestão de frutas e vegetais crus. Também relataram menor interesse por doces esobremesas. No entanto, até 50% dos pacientes podem manter os mesmos hábitosalimentares do pré-operatório, apenas modificando a quanti<strong>da</strong>de de sua ingestão(BROWN, 1982).Existem relatos de que, <strong>após</strong> seis meses de intervenção cirúrgica, os pacientesvoltam a apresentar seus hábitos alimentares. Entre os fatores não cirúrgicos queinfluenciam de maneira negativa os resultados <strong>da</strong> cirurgia bariátrica, encontram-serelação entre per<strong>da</strong> insuficiente do excesso de peso corpóreo e aumento na ingestãode líquidos hipercalóricos ou a ingestão de grande quanti<strong>da</strong>de de alimentos deconsistência pastosa, ou ingestão de petiscos em pequenas quanti<strong>da</strong>des, porém váriasvezes ao dia. Esses alimentos não favorecem a sacie<strong>da</strong>de, dificultam a per<strong>da</strong> do peso


25corpóreo e a manutenção do peso corpóreo, em longo prazo (HSU, BENOTTI,DNYER, ROBERTS, SLATZMAN, SHIKORA, ROLLS, RAND, 1998).Das PerspectivasAté o momento, a cirurgia bariátrica representa a melhor resposta para otratamento <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, em termos de redução do risco relacionado aquatro ou cinco doenças (SURGEMAN, 1993).No entanto, a operação causa uma desnutrição progressiva com relação <strong>à</strong>massa corpórea magra. São pouco difundi<strong>da</strong>s e pratica<strong>da</strong>s as orientações nutricionaisespecíficas para os pacientes em pós-operatório de cirurgia redutora e restritiva paraobesi<strong>da</strong>de.Preocupado com isto, o National Institutes of Health (2002) iniciou pesquisaspara monitorizar enfermos em pós-operatório de cirurgia bariátrica (BARIATRICSURGERY CLINICAL RESEARCH CONSORTIUM, 2003).MARCASON (2004) sugeriu um modelo de seguimento nutricional no pósoperatóriode pacientes submetidos <strong>à</strong> cirurgia bariátrica.É bem ver<strong>da</strong>de que este é um aspecto <strong>da</strong> cirurgia bariátrica que necessita demaiores investigações na padronização <strong>da</strong>s orientações nutricionais para os pacientesem pós-operatório.A importância metodológica do relato alimentar ain<strong>da</strong> requer muitos estudos,sendo necessário estabelecer ferramentas de averiguação <strong>da</strong> ingestão alimentar que


26incluam, além dos macronutrientes, os micronutrientes. Pesquisas sobre a relação <strong>da</strong>intervenção dietética e a Síndrome Metabólica são ca<strong>da</strong> vez mais importantes e vêmsendo intensivamente incentiva<strong>da</strong>s (RAVUSSIN, 2002).Exames e teste de simples prática para a identificação precoce de indivíduosportadores <strong>da</strong> Síndrome Metabólica têm importância no tratamento e prevenção deco-morbi<strong>da</strong>des. Torna-se de interesse incluí-los em protocolos de avaliação eindicação para tratamentos convencionais ou cirúrgicos para a obesi<strong>da</strong>de.Em relação aos parâmetros que avaliam o sucesso <strong>da</strong> intervenção cirúrgica,tem se procurado associar parâmetros mais sensíveis, do que o percentual de per<strong>da</strong>de peso em excesso e o IMC, com a inclusão dos índices de massa corpórea gor<strong>da</strong>(kg/m²) e índice de massa corpórea magra (kg/m²) (SCHUTZ, KYLE, PICHARD,2002; BALLANTYME, FASCRS, 2003).7. CONCLUSÃONas condições <strong>da</strong> presente pesquisa, em que pacientes adultos portadores deobesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong> foram submetidos <strong>à</strong> intervenção cirúrgica com derivaçãogastrojejunal em Y-de-Roux com anel de contenção e avaliados até curto e médioprazo pós-operatório, pode-se concluir que:


27• No período pré-operatório, mesmo em pacientes com normotolerância <strong>à</strong>glicose, existe Síndrome Metabólica e <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong>.• A intervenção cirúrgica é capaz de reduzir medi<strong>da</strong>s antropométricas,exceto a circunferência abdominal, e de composição corpórea de maneirasimilar para pacientes com normotolerância <strong>à</strong> glicose e com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>insulina</strong>.• Nos períodos pré e pós-operatórios, a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> circunferênciaabdominal é a única variável antropométrica que tem correlação diretacom a insulinemia.• Em curto prazo, a per<strong>da</strong> de peso corpóreo é acompanha<strong>da</strong> de per<strong>da</strong>intensa de massa corpórea magra.• Em curto prazo, ocorre normalização <strong>da</strong> bioquímica sangüínea decarboidratos e lipídios.• Em médio prazo, todos os pacientes deixam de se enquadrar nodiagnóstico de Síndrome Metabólica.• Em curto e médio prazo ocorre intensa redução do hábito alimentar emrelação ao pré-operatório, com menor ingestão de gorduras e proteínas.8. ANEXOS


28Anexo 1CONSENTIMENTO FORMALI. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OURESPONSÁVEL LEGAL1. NOME DO PACIENTE:....................................................................................................................DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº: ................................................ SEXO : M F DATA NASCIMENTO: ......../......../......ENDEREÇO: ................................................................................. Nº .......... APTO: ......................BAIRRO: .............................................. CIDADE : .........................................................................CEP:.......................... TELEFONE: DDD (........) .............................................................................2. RESPONSÁVEL LEGAL: ...............................................................................................................NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.): .....................................................................DOCUMENTO DE IDENTIDADE :.................................... SEXO: M F DATA NASCIMENTO.: ....../......./......ENDEREÇO: .......................................................................... Nº:........... APTO: ............................BAIRRO: ................................................................. CIDADE: ........................................................CEP: ............................. TELEFONE: DDD (.........).........................................................................II. DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: MODIFICAÇÕES DA RESISTÊNCIA ÀINSULINA EM OBESOS MÓRBIDOS SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÀTRICAPESQUISADOR: Luciana Zuolo CoppiniCARGO/FUNÇÃO: Nutricionista INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº: 4084


292. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:SEM RISCO RISCO MÍNIMO (x) RISCO MÉDIO RISCO BAIXO RISCO MAIOR (probabili<strong>da</strong>de de que o indivíduo sofra algum <strong>da</strong>no como conseqüência imediata ou tardia doestudo)3. DURAÇÃO DA PESQUISA: 1 anoIII. REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE, OU SEUREPRESENTANTE LEGAL, SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO:1. Justificativa e objetivos <strong>da</strong> pesquisa: Essa pesquisa tem por objetivo avaliar a per<strong>da</strong> do seu excessode peso <strong>após</strong> a cirurgia que reduz o tamanho do estômago e acompanhar o que acontece com oaçúcar do sangue (glicemia) e o hormônio <strong>insulina</strong>, porque tanto o açúcar do sangue como a<strong>insulina</strong> estão aumentados freqüentemente com o excesso do peso corpóreo.2. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos quesão experimentais: Para esta pesquisa vamos realizar avaliação nutricional com medi<strong>da</strong>s do peso,altura e circunferência abdominal; história alimentar mediante um questionário com os alimentoslistados e exames laboratoriais pré-operatórios que fazem parte <strong>da</strong> rotina para a cirurgia(hemograma, plaquetas, coagulograma, sódio, potássio, uréia, creatinina, glicemia, <strong>insulina</strong>, cálcioionizado, colesterol total e frações, triglicérides, ácido úrico, proteínas totais e frações, hormôniotireoidiano, transaminases, ferro sérico, proteína C reativa, fibrinogênio, urina tipo 1,protoparasitológico, ultra-som abdome, radiografia tórax, endoscopia, prova de funçãorespiratória).3. Desconfortos e riscos esperados: O desconforto esperado é uma pica<strong>da</strong> no braço para realizar aretira<strong>da</strong> do sangue para os exames laboratoriais.4. Benefícios que poderão ser obtidos: Per<strong>da</strong> de peso rápi<strong>da</strong>, acompanha<strong>da</strong> <strong>da</strong> melhora <strong>da</strong> taxa deaçúcar no sangue e <strong>da</strong> <strong>insulina</strong>.5. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: Para esta pesquisa, oúnico procedimento para avaliar a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong> <strong>insulina</strong> é através do exame de sangue.IV. ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIASAO SUJEITO DA PESQUISA, CONSIGNANDO:1. Acesso, a qualquer tempo, <strong>à</strong>s informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados <strong>à</strong>pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvi<strong>da</strong>s: Os pacientes terão livre acesso a qualquertempo para informações sobre a pesquisa, os procedimentos de avaliação nutricional, exameslaboratoriais, orientação de dieta e acompanhamento, durante as consultas.2. Liber<strong>da</strong>de de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo,sem que isto traga prejuízo <strong>à</strong> continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> assistência: A qualquer momento os pacientespoderão deixar de participar do estudo e poderão ter continui<strong>da</strong>de no acompanhamento nutricionalsem nenhum prejuízo assistencial.3. Salvaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> confidenciali<strong>da</strong>de, sigilo e privaci<strong>da</strong>de: Os <strong>da</strong>dos coletados dos pacientes,utilizados para a pesquisa, serão mantidos em confidenciali<strong>da</strong>de, sigilo e privaci<strong>da</strong>de.4. Disponibili<strong>da</strong>de de assistência, por eventuais <strong>da</strong>nos <strong>à</strong> saúde, decorrentes <strong>da</strong> pesquisa: Hádisponibili<strong>da</strong>de de assistência no ambulatório onde os pacientes serão atendidos (GANEP).


305. Viabili<strong>da</strong>de de indenização por eventuais <strong>da</strong>nos <strong>à</strong> saúde, decorrentes <strong>da</strong> pesquisa: Não háviabili<strong>da</strong>de de indenização porque a pesquisa não representa <strong>da</strong>nos <strong>à</strong> saúde.V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS RESPONSÁVEIS PELOACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DEINTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSASLuciana Zuolo Coppini.Endereço: Rua Maestro Cardim 1175 – Paraíso - telefones: 3284-6318; 283-3459VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................VII. CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDODeclaro que, <strong>após</strong> convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado,consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa.São Paulo, de de 200__.Assinatura do Sujeito <strong>da</strong> Pesquisa ou Responsável LegalAssinatura do Pesquisador(carimbo ou nome legível)


31Anexo 2RECORDATÓRIO ALIMENTAR DE 24HORASRefeições/horáriosRecor<strong>da</strong>tório de 24 horasDesjejumAlmoçoIntermediárioLancheJantarCeia


32Anexo 3FÓRMULA PARA CALCULAR A MASSA CORPÓREA MAGRA,SEGUNDO SEGAL (1988)Para homens com IMC > 26kg/m 2 :MCM = 14.5244 + 0.000886 x (altura 2 ) – 0,02299 x R + 0,42688 x peso – 0,07002 x i<strong>da</strong>dePara mulheres com IMC > 30kg/m 2 :MCM = 9,3794 + 0,000912 x (altura 2 ) – 0,01466 x R + 0,2999 x peso – 0,07012 x i<strong>da</strong>deMCM = massa corpórea magraR = <strong>resistência</strong>Fonte: Segal, Van Loan, Fitzgerald, Hodgdon, Van Italie, 1988.9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. ACOSTA, A.B.; ESCALONA, M.O.; MAIZ, A.G.; POLLAK, C.F.;LEIGHTON, F.P. Determinación del índice de resistencia insulinicamediante HOMA en una población de la región metropolitana de Chile.Rev. Med. Chile, n.130, p.1227-1231, 2002.2. ADA – American Diabetes Association. Report of the expert Committee onthe diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care, n.20,p.1183-97, 1997.


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