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José António Pinto Ribeiro Caldas, cidade cultural ... - CCDR-LVT

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José Ramalho, responsável técnico do CCC.Carlos Mota, director de programação.O preço de um grande espectáculo ou de uma grande exposição,de projecção internacional, pode atingir valores tão elevados queCarlos Mota se recusa a avançar um número aproximado: «Ficariaassustada».A falta de meios financeiros é uma queixa velha das pessoas ligadasao meio <strong>cultural</strong>. Mais ainda das que têm de gerir o dinheirosem prejuízo da qualidade. É o que se passa dentro das portas dogrande auditório, do pequeno auditório e da galeria de arte queleva as pessoas a maioria das pessoas a este espaço. Isso – as exposições,os concertos, o teatro e o circo – e os cafés literários, os cafésmusicais, os cafés teatrais, os cafés convívio. Sessões que permitema interacção do público com autores, músicos e actores. A adesãodo público a estes encontros tem sido um sucesso. Quem «dá a cara»pelos cafés literários é Isabel Castanheira, proprietária da Loja 107.Na <strong>cidade</strong> serão poucos a quem o nome nada diz; os que gostamde ler e compram livros conhecem-na seguramente. O anonimatoperdeu-o, na <strong>cidade</strong> pelo menos, por causa da livraria que abriuna Rua Heróis da Grande Guerra, justamente no número 107,quando chegou a Portugal logo após o 25 de Abril de 1974. Até entãovivia em Angola, onde a única aproximação aos livros era atravésda leitura. Uma vez em Portugal e sem emprego, e atendendoà sua paixão por livros, também como objecto em si, rapidamentedecidiu o que fazer na vida. Um vínculo emocional que não sefecha no interior da livraria, chega ao CCC com os cafés literários.«Tem tudo a ver com livros. Os livros são a minha vida». A ideianão era nova, mas faltava o espaço adequado. A oportunidadesurgiu anos mais tarde, depois da inauguração do centro <strong>cultural</strong>.«Quando me aliciaram não hesitei um segundo. É o espaço ideal».A reacção do público a estes encontros mede-se pela afluência:«sala sempre cheia», diz Isabel com cara de satisfação. É ela quepensa nos autores que gostaria de levar aos «seus» cafés literários,é ela que os convida, é dela que depende, no fundo, a adesão daspessoas. «Se o autor ou a obra não interessa às pessoas, de certezaque elas não vêm cá para conversar com ele». É em redor das mesasde café que as pessoas conversam com o escritor, falam sobre a obraou um livro em particular – «muitas vezes o escritor faz a apresentaçãodo seu novo livro nestes encontros –, colocam questões,expõem dúvidas. Manuel Alegre está na calha mas ainda nãosabe qual será o próximo autor a beber um café literário no CentroCultural das <strong>Caldas</strong> da Rainha.Defensora incondicional do CCC, é sem contenção que IsabelCastanheira deseja ambição para o centro <strong>cultural</strong>. «Quanto maisambiciosos formos, mais conseguiremos fazer por esta terra e poresta região. Fazia falta nas <strong>Caldas</strong> um equipamento destes». Masapesar desta convicção inabalável, Isabel também realça que«<strong>Caldas</strong> tem mais coisas, <strong>Caldas</strong> não é só o CCC».Não é, mas a novidade perdoa o excesso de propaganda – se éque, no que toca a eventos culturais, falar-se ou o escrever-sedemais prejudica – e nesse processo de divulgação Isabel é umaincansável promotora. Em cima do balcão da Loja 107 não faltamfolhetos com informação de agenda, com tudo o que vai acontecerno CCC durante o mês que está a decorrer. A que junta a divulgaçãoboca-a-boca, tantas vezes mais eficaz do que qualquerpalavra impressa. «Enquanto os meus clientes compram um livroaproveito para os colocar a par da programação do CCC».26 |

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