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José António Pinto Ribeiro Caldas, cidade cultural ... - CCDR-LVT

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com destaque para a cagarra, o roquinho, o falcão-peregrino e oairo.Tamanha riqueza levou que fosse classificada como ReservaNatural em 1981, num período em que se delimitaram muitasoutras áreas protegidas em Portugal. Oito anos mais tarde, alémdas ilhas, uma zona marinha envolvente foi também abrangidapor este estatuto de conservação. E mais recentemente, surgiuo reconhecimento internacional com a classificação de ReservaBiogenética pelo Conselho da Europa e de Zona de ProtecçãoEspecial para Aves Selvagens (ZPE) pela União Europeia.No entanto, estes estatutos de conservação pouco indicam emrelação ao estado de conservação. Na verdade, as Berlengas estão,do ponto de vista da sua riqueza biológica, numa fase de declínio,que custa a inverter. A situação da população de aio – a ave queconstitui o símbolo da Reserva Natural – é disso um caso paradigmático.Na década de 30 do século passado estavam referenciadoscerca de 12 mil indivíduos, mas em 1981, ano da classificação comoReserva Natural, apenas foram contadas 196 aves. No mais recenteregisto conhecido, relativo a 2003, foram apenas encontradascerca de duas dezenas sem que houvesse nenhuma a nidificar.Em grande medida, este decréscimo abrupto deveu-se à proliferaçãode gaivotas, que invadiram a ilha, comendo os ovos de aio,devido em certa medida à proliferação de lixeiras no continentedurante décadas. Mas também, e muito, por causa do turismo.Com efeito, contrastando com o isolamento de Inverno, traduzidona presença de somente dois vigilantes da Natureza, visitas eventuais,as Berlengas são invadidas por turistas ao longo do Verão,quer vindos nas carreiras regulares quer em outras embarcaçõespróprias ou alugadas. Em alguns dias, mais de mil visitantes chegamà Berlenga Grande – mesmo se o Plano de Ordenamentodesta área protegida estipula uma capa<strong>cidade</strong> de carga máximade 350 visitantes –, criando assim problemas logísticos e de infra-‐estruturas, nomeadamente na área do saneamento básico e deenergia, para além da própria pressão sobre um ecossistema frágil.Acrescem também os problemas com a infestação por chorão– uma planta carnuda que pode colocar em risco as espéciesendémicas.Foi para corrigir esta insustentável situação que está em cursoo projecto «Berlenga, Laboratório de Sustentabilidade», desenvolvidosob a égide da Secretaria de Estado do Ambiente e coordenadopelo Centro para Prevenção da Poluição (C3P). O projecto foi iniciadoem Julho de 2007, tendo um prazo de execução de 18 mesese um orçamento global que deverá atingir 1,2 milhões de euros,dos quais 10% provenientes da autarquia de Peniche. Um aspectodesde logo inovador deste projecto é a parceria estabelecida porum vasto grupo de entidades públicas e privadas, agrupadas noseio do C3P. Com efeito, a entidade coordenadora – criada emfinais de 2002 pelo Instituto de Soldadura e Qualidade e pelaInternational Trade Bridge (ITB), uma empresa norte-americana| 49

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