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a igreja militante de joão paoloii e 0 capitalismo ... - cpvsp.org.br

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mente!) do "bem comum" (58).Convida as "Nações mais fortes" a"oferecer às mais débeis ocasiões <strong>de</strong>inserção na vida internacional" (35c).0 grupo dos "Sete" mais ricos domundo po<strong>de</strong>-se sentir confortado comtal discurso. Frente a tais generosos<strong>de</strong>sejos, os po<strong>br</strong>es não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar<strong>de</strong> sorrir. Mas, risum teneatis, amici\É por isso também que na encíclicao Terceiro Mundo aparece por lances,<strong>de</strong> modo saltuário e praticamente marginal.As massas po<strong>br</strong>es da Periferianão são o interlocutor privilegiado doPapa. Ele fala com os mo<strong>de</strong>rnos, osgran<strong>de</strong>s, os que venceram. E isso éperigoso. Os po<strong>br</strong>es estão lá, à parte,como "terceiros" nesse diálogo a dois.Fala-se <strong>de</strong>les, não se fala com eles.Mas on<strong>de</strong> fica a "opção pelos po<strong>br</strong>es"?Ela é referida em alguns passos(10, 11b e 57b). O Papa afirma que aRerum Novarum tomou aquela ótica,na medida em que assumiu como eixo<strong>de</strong> sua encíclica a "condição operária"(11a). O Estado também <strong>de</strong>veria adotaressa perspectiva (10 e 11b). Enfim,para a Igreja, ela é "<strong>de</strong>cisiva e pertenceà sua constante tradição" (57b).Mas, apesar <strong>de</strong> uma ou outra formulaçãocontrária (por ex. 49a), o po<strong>br</strong>e aíé visto so<strong>br</strong>etudo como objeto. Ele épaternalizado pela Igreja, pelo Estadoe pelas <strong>org</strong>anizações <strong>de</strong> ajuda.Existe só um número, o 33, <strong>de</strong>dicadointegralmente aos Países po<strong>br</strong>es.(Para dizer a verda<strong>de</strong>, não integral-mente, pois que foi-lhe tomada a últimaparte, para dizer aí que tambémno Primeiro Mundo existe um TerceiroMundo.) E como é colocada aí suasituação?Aí, a relação Primeiro e TerceiroMundo aparece como uma relação <strong>org</strong>ânicasim, mas não dialética. O nexocausai entre esses dois mundos não seevi<strong>de</strong>ncia. O sub<strong>de</strong>senvolvimento é interpretadoso<strong>br</strong>etudo, como atraso técnico,é que os Países po<strong>br</strong>es acabamper<strong>de</strong>ndo a "concorrência" com os ricos,ou seja, não possuem uma economiacompetitiva a nível internacional(33a). Mas não são as mesmas "mo<strong>de</strong>rnas"transnacionais que praticam noTerceiro Mundo o <strong>capitalismo</strong> "selvagem"?O Papa reconhece que os trabalhadoresdo Terceiro Mundo sãoexplorados. Atribui isso curiosamenteàs "carências humanas do <strong>capitalismo</strong>"(33b). Não se trataria, pois,<strong>de</strong> "carências sistêmicas" segundo a"lógica do Capital". E <strong>de</strong>pois, nuncase fala <strong>de</strong> que essa exploração se situano nível internacional, <strong>de</strong> país a país.Não; são relações internas a essespaíses po<strong>br</strong>es e não relações a nívelmundial.A<strong>de</strong>mais, o Papa reconhece que,além da exploração, existe o fenômenoda marginalização das populaçõespo<strong>br</strong>es. Na verda<strong>de</strong>, o <strong>capitalismo</strong> mo<strong>de</strong>rnoabsorve cada vez menos mão<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a,<strong>de</strong>sempregando cada vez mais13

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