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Desporto&Esport - ed.7

Revista digital Desporto&Esport (www.desportoeesport.com)Faça o Download desta revista em: https://www.magzter.com/PT/Desporto&Esport;/Desporto-&-Esport/Sports/201599 ou se preferir o Paypall https://www.presspadapp.com/digital-magazine/desporto-esport

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A ciência mostra:NOS PENÁLTIS OS GUARDA-REDESDEVEM PERMANECER SEMPRENO CENTRO DA BALIZA!Ricardo Reis , especialista em futebole ColunistaDesporto&<strong>Esport</strong>Contato@desportoeesport.comDiz a sabedoria popular, e com razão, que um penálti bem marcadoé indefensável. Mas, nem todos os futebolistas são Maradona, epõem a bola onde têm os olhos. Para estes, a ciência e a estatísticapode dar uma grande ajuda, principalmente para quando osjogos, depois dos 90 minutos e prolongamento, se decidem nasgrandes-penalidade.Ora vejamos: um grupo de investigadores da University Collegede Londres analisou 37 desempates por penáltis das fases finaisde Mundiais e Europeus entre 1976 e 2012 e chegou à conclusãode que o comportamento dos guarda-redes tende a obedecer àchamada “falácia do apostador”. Após uma sequência de rematespara o mesmo lado, os guarda-redes têm uma propensão a atirarsepara o lado contrário.Este tipo de comportamento não é original, sendo muito semelhanteao encontrado por apostadores em casinos, nomeadamentena roleta, onde um apostador prefere pousaras fichas na coroposta àquela que saiu repetidamente nas ocasiões anteriores.Isto enquadra-se naquilo que os especialistas designam por “faláciascognitivas” - uma perceção empírica sem fundamento quenos leva a tomar decisões erradas.Na raiz desta tendência está uma característica comum ao serhumano: a dificuldade em gerar imprevisibilidade. E aqui estáuma das diferenças entre o guarda-redes – que é apenas uma pessoaque tem que gerir uma sequência de comportamentos – e osrematadores – que são sempre diferentes. “Os guarda-redes têma desvantagem de produzir um comportamento sequencial previsível”e, por outro lado, “o grupo de rematadores pode coletivamenteproduzir uma sequência mais aleatória do que qualquerindivíduo singular”.No entanto, se os guarda-redes caem frequentemente nestepadrão de comportamento, os avançados ou marcadores dasgrandes penalidades parecem não o ser capazes de os detetar.O estudo conclui que “os rematadores podem simplesmente nãoconseguir perceber, ou falhar em explorar” o comportamentodos guarda-redes, o que significa que “a vulnerabilidade podepermanecer sem ser penalizada”, lê-se no estudo referido.E, neste ponto, em 2014 apareceu um estudo que pode e em muitobeneficiar os guarda-redes nas grande penalidades. A investigaçãoconduzida pelo professor Ofer Azar, da Faculdade de Gestãoda Universidade Ben-Gurion (Israel), concluiu afirmando: osguarda-redes que optarem por permanecer no centro da baliza,sem se lançarem para o lado esquerdo ou direito, terão muitomais hipóteses de defender um penálti.A equipa de Ofer Azar analisou pormenorizadamente 286penáltis marcados nas principais ligas europeias e campeonatosinternacionais. Os remates foram classificados em três grandesgrupos (para a esquerda ou direita do guarda-redes; rematepara o centro da baliza), tal como as acções desenvolvidas pelosguarda-redes (imóvel no centro da baliza; salto para a esquerdaou direita).De acordo com os cálculos de Azar, os guarda-redes terão 33,3%de hipóteses de evitar o golo se permanecerem no centro dabaliza. As percentagens descem dramaticamente no caso de saltopara a esquerda (14,2%) ou para a direita (12,6%).Apesar de os dados recolhidos por Azar demonstrarem semqualquer margem para dúvida que a melhor estratégia será permanecerno centro da baliza, apenas uma minoria insignificante– 6,3% dos guardiões envolvidos nos 286 penáltis analisados – fezessa escolha. O estudo aborda esta contradição e aponta comoexplicação: “a norma, para os guarda-redes, é atirar-se para umdos lados. Das entrevistas aos 32 guarda-redes profissionais detopo ficou a clara conclusão que existe uma predisposição para aação. Isso implica que um golo marcado num penálti provocará,no guarda-redes, uma reação muito mais dolorosa se ele optarpela impacção (ficar no meio da baliza) em vez da ação (atirar-separa um dos lados)”.Um terceiro estudo desenvolvido por um grupo de cientistas daUniversidade de Greenwich descobriu, que para aumentar ashipóteses de defesa se deve optar por otimizar as capacidadesde ler a linguagem corporal dos guarda-redes (algo que eles jáfazem mas empiricamente e sem formação). Para o estudo emquestão, colocou-se uma maquina de filmar atrás da baliza, àaltura dos olhos de um guarda-redes de estatura média e coma lente ajustada para simular a sua visão. A câmera filmou 46cobranças de penaltis. O filme foi transferido para o computadore submetido a um software de análise de movimento. O programamediu os ângulos da perna de apoio, do ombro, da bacia, dos pés edo tronco do jogador, durante sua corrida e imediatamente antesdo remate. A análise estatística permitiu concluir que apenas osângulos do ombro e da perna de apoio em relação ao chão estãoassociados à direcção do remate. Essas medidas permitem preverse a bola será lançada no centro, no lado direito ou esquerdo.Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 57

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