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Propriedade e administração:<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
Birmensdorferstrasse 48<br />
8004 Zürich<br />
Directora: Sandra Ferreira CC nº 28 | Ano: XXII | N.º: <strong>222</strong> | <strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong> | Mensal | Gratuito<br />
Tel.: 044 241 52 60<br />
Fax: 044 241 53 59<br />
Web: www.cldz.ch<br />
E-mail: info@cldz.ch<br />
Rancho Folclórico do Centro Lusitano de Zurique<br />
FUTURO<br />
ASSEGURADO<br />
Pág. 8+9<br />
Vigésimo<br />
Sétimo Aniversário<br />
do Rancho do<br />
Centro Lusitano de<br />
Zurich<br />
Pág. 3<br />
Editorial Ensino<br />
Actualidade<br />
Suíços reprovaram<br />
o aumento para os<br />
aposentados<br />
Pág. 17<br />
Inovar no Ensino do<br />
Português no Estrangeiro<br />
(EPE)<br />
Pág. 20<br />
Lei de “Expulsão de estrangeiros<br />
criminosos” entra em<br />
vigor a 1 de <strong>Outubro</strong>
2 Lusitano de Zurique Publicidade<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
<strong>Edição</strong> anterior<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
Birmensdorferstr, 48<br />
8004 Zürich<br />
www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />
Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />
Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />
Tel. Geral: 044 200 30 40<br />
Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />
Serviços sociais: 044 261 33 32<br />
Abertura de segunda a sexta-feira das<br />
08:30 às 14:30 horas<br />
Directora: Sandra Ferreira CC nº 28 | Ano: XXII | N.º: 219 e 220 | Julho/Agosto <strong>2016</strong> | Mensal | Gratuito<br />
Propriedade e administração:<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
Birmensdorferstrasse 48<br />
8004 Zürich<br />
Tel.: 044 241 52 60<br />
Fax: 044 241 53 59<br />
Web: www.cldz.ch<br />
E-mail: info@cldz.ch<br />
Centro Lusitano de Zurique festejou<br />
Santos<br />
Populares<br />
Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />
Cursos de alemão 076 332 08 34<br />
Direcção<br />
044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />
Futebol<br />
———————————————_<br />
InCentro<br />
incentro@cldz.ch<br />
Embaixada de Portugal<br />
Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />
Secção consular: 031 351 17 73<br />
Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />
Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />
Serviços municipais de informação para<br />
imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />
Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />
Tel.: 044 412 37 37<br />
Pág. 3<br />
Equipa<br />
de Futebol do CLZ<br />
sobe à<br />
“Meisterklasse”<br />
Páginas 6 e 7<br />
Editorial Direito<br />
Actualidade<br />
Brexit:<br />
Atenção ao fechar apólices<br />
Salgueiro Maia<br />
a queda da democracia<br />
de seguro (Krankenkasse)...<br />
condecorado 42 anos depois<br />
disfarçada...<br />
do 25 de Abril...<br />
Pág. 14<br />
Pág. 38<br />
Publicidade<br />
Rancho folclórico<br />
079 <strong>222</strong> 09 14 / alves.armindo@kronschnabl.ch<br />
076 344 15 40 / rancho@cldz.ch<br />
Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />
Polícia 117<br />
Bombeiros 118<br />
Ambulância 144<br />
Intoxicações 145<br />
Rega 1414<br />
Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />
Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />
Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />
Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />
Horário de atendimento:<br />
- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />
DESCULPA<br />
Devido à não inserção de um questionário<br />
que deveria acompanhar a<br />
revista da última edição do Lusitano<br />
de Zurique, tal como anunciado<br />
na página 20 - “Projecto Portugueses<br />
para Portugueses”, pedimos<br />
aos nossos leitores desculpa, facto<br />
do qual somos totalmente alheios.
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Editorial<br />
Lusitano de Zurique<br />
3<br />
Referendo de 25 de Setembro<br />
Na Suíça a expectativa de vida tem vindo a aumentar e tornou-<br />
-se um desafio para a Suíça.<br />
Desde 1959 a idade da reforma para os homens é 65 anos. As<br />
mulheres, embora vivam mais do que os homens, não têm que<br />
trabalhar tanto. Em 1964, as mulheres conseguiram o direito<br />
de se reformar com 62 anos. Em 1994 a idade limite para a<br />
reforma das mulheres passou para 64 anos. O projecto “Reforma<br />
2020” propõe um novo aumento da idade limite, desta vez<br />
para 65 anos, equiparando com a idade dos homens. A Ideia e<br />
que todos trabalhem até aos 65 anos mesmo os funcionários<br />
públicos é única e simplesmente para diminuir o Problema das<br />
reformas.<br />
A iniciativa popular "AVSplus: por um AVS forte" (AVS é a sigla<br />
em francês para Seguro para Velhice e Sobrevivência), que pretendia<br />
aumentar a pensão dos aposentados em 10%, acabou<br />
sendo reprovada por quase 60% dos eleitores suíços.<br />
Caso em 25 de Setembro a lei fosse aprovada um reformado<br />
que morasse sozinho receberia entre 1400 a 2800 francos suíços<br />
a mais por ano e um casal de reformado, no máximo, 4200<br />
francos. Actualmente, a renda mínima de aposentadoria (sem<br />
lacuna na contribuição) é de 1.175 francos mensais, o tecto é o<br />
dobro, 2.350 francos por mês. A renda máxima de um casal é de<br />
3.525 francos mensais. O reajuste oscilaria entre um mínimo de<br />
117,50 e um máximo de 352,50 francos.<br />
Estes 10% de aumento geraria um custo total estimado a 4,1<br />
biliões de francos (4.100.000.000,00). Para financiar esse aumento,<br />
sindicatos e partidos de esquerda, os autores da iniciativa,<br />
pretendiam aumentar em 0,4% a contribuição de empregados<br />
e empregadores à previdência pública.<br />
O objectivo da medida era reforçar o seguro básico dos reformados.<br />
Para os iniciadores da proposta, essa seria a única maneira<br />
de compensar as perdas dos fundos de pensão da previdência<br />
profissional, o chamado “segundo pilar”, que tem como<br />
objectivo completar as pensões dos seguros sociais estatais<br />
(velhice e invalidez), cujos valores cobrem apenas os custos mínimos<br />
de sobrevivência do pensionista.<br />
Para o governo e os partidos de direita da Suíça, essa solução<br />
acabaria muito dispendiosa. Ambos pretendem aprovar uma<br />
reforma mais radical da previdência pública, tratada actualmente<br />
pelo Parlamento.<br />
Este é o maior desafio da Suíça,<br />
o aumento da expectativa<br />
de vida não é um dado que se<br />
possa manipular politicamente<br />
mas é necessário analisar e<br />
utilizar a matemática para que<br />
a reforma se mantenha saudável<br />
como até aos dias de hoje.<br />
Existem dados e estatísticas<br />
que estão a ser analisados para<br />
prevenir riscos que se possam<br />
acumular. Num país democrático<br />
quem ordena é o povo por<br />
isso no dia 25 de Setembro os<br />
cidadãos suíços decidiram:<br />
Resultado da votação<br />
de 25 de Setembro <strong>2016</strong><br />
Armindo Alves - sub-director<br />
Cartão de Identidade de Colaborador das<br />
Comunidades nº 31<br />
alves.armindo@kronschnabl.ch<br />
Iniciativa popular “AVSplus: por uma aposentadoria mínima<br />
decente” foi recusada<br />
A iniciativa popular "AVSplus: por um AVS forte" pretendia aumentar<br />
a pensão dos aposentados em 10%, acabou sendo reprovada<br />
por quase 60% dos eleitores suíços.<br />
Referendo sobre a lei dos Serviços de Inteligência foi aceite<br />
Os suíços mostraram-se favoráveis à intrusão do Estado na sua<br />
vida privada. Agora, sob certas condições, como uma simples<br />
suspeita, os agentes federais poderão agora conduzir operações<br />
intrusivas na vida do cidadão, tal como acompanhar conversas<br />
pela internet, infiltrar-se em computadores, realizar escutas<br />
ou colocar câmaras em locais privados.<br />
Iniciativa popular “Economia Verde” foi recusada<br />
A iniciativa popular apresentada pelo partido verde, "Por uma<br />
gestão sustentável e eficiente baseada em uma economia de<br />
recursos", também foi recusada pela maioria dos suíços (63,6%).<br />
A proposta exigia que a Suíça reduzisse sua pegada ecológica<br />
até 2050 para preservar o planeta para as gerações futuras.<br />
Ficha técnica Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente a opinião dos seus autores e não vinculam necessariamente a Direcção desta Revista<br />
Propriedade<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
8004 Zürich<br />
Redacção e Colaboração<br />
4 Cristina Fernandes Alves CC nº32<br />
4 Maria José Bernardo CC nº29<br />
4 Pedro Nabais CC nº 30<br />
Publicidade:<br />
alves.armindo@kronschnabl.ch<br />
Tel.: 079 <strong>222</strong> 09 14<br />
Email: info@cldz.ch<br />
4 Joana Araújo CC nº27<br />
4 Jorge Rodrigues CC nº33<br />
<strong>Edição</strong>, composição e paginação<br />
Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />
Administração<br />
4 Daniel Bohren<br />
Braga – Portugal<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
4 Zuila Messmer<br />
araujo@manuelaraujo.org<br />
4 Domingos Pereira<br />
Tel.:(+351) 912 410 333<br />
4 Carmindo de Carvalho<br />
4 Euclides Cavaco<br />
4 Carlos Ademar 4Carlos Matos Gomes<br />
4 Jo Soares 4Carlos Paz<br />
Directora<br />
4 Sandra Ferreira - CC nº28<br />
lusitanozurique@gmail.com<br />
Sub-director<br />
4 Armindo Alves - CC nº31<br />
alves.armindo@kronschnabl.ch<br />
Outras fontes:<br />
Nota: Os textos publicados, são da exclusiva responsabilidade dos seus<br />
autores e não representam necessáriamente as opiniões do Lusitano de Zurique.<br />
Impressão: DM Braga<br />
Tiragem: 2000 exemplares<br />
Periodicidade: Mensal<br />
Distribuição gratuita<br />
Esta publicação não adopta<br />
nem respeita o (des)Acordo<br />
Ortográfico<br />
Publicidade
4 Lusitano de Zurique Entrevista<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Sónia Jordi<br />
“É importante conquistar espaços,<br />
aparecer, marcar a presença da<br />
comunidade e fazer-se conhecer<br />
dentro do espaço suíço.”<br />
Sónia Jordi reside na Suíça<br />
desde sempre na bela cidade<br />
de Zurich há mais de<br />
35 anos. O seu intenso percurso<br />
de vida foi vivido com<br />
alegria, felicidade e dedicou<br />
muito do seu tempo em prol<br />
da sua comunidade brasileira<br />
e mais tarde de alma e coração<br />
ao nosso povo.<br />
Dedicada, a Sónia realizou-se<br />
profissionalmente como professora,<br />
instrutora e sempre<br />
disponível para quem dela<br />
necessitasse. O falecimento<br />
do seu marido, afastou-a<br />
da vida social e hoje a Sónia<br />
começa de novo a despertar<br />
para a vida. Vamos descobrir<br />
o porquê de estar ao lado da<br />
comunidade portuguesa.
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Entrevista<br />
Lusitano de Zurique<br />
5<br />
Maria dos Santos<br />
Centro Lusitano Zurique — Sónia como<br />
chegou ao Centro Lusitano de Zurich e<br />
qual foi o seu elo de ligação para a Comunidade<br />
Portuguesa?<br />
Foram vários os caminhos.<br />
Sónia Jordi — O meu marido aprendeu<br />
português, ainda durante os estudos de<br />
medicina, na Universidade de Zurique.<br />
Como sempre foi engajado politicamente,<br />
conheceu o Manuel Beja que, até<br />
hoje é um amigo querido de nossa família,<br />
mesmo após o falecimento de meu<br />
marido no ano passado.<br />
Juntamente com o Manuel, após participarmos<br />
de um Sínodo de Estrangeiros,<br />
organizado pela Cidade de Zurique<br />
tentamos fundar um Forum Lusófono,<br />
onde conheci diversas pessoas de língua<br />
portuguesa. Meu trabalho como uma<br />
iniciante dos Cursos de Língua e Cultura<br />
para crianças brasileiras, levou-me<br />
a ampliar estes conhecimentos. Mas, o<br />
principal e directamente ligado ao Centro<br />
Lusitano foram os Cursos de Integração<br />
“Viver Melhor em Zurique” que<br />
ministrei em alguns lugares e no Centro<br />
Lusitano diversas vezes.<br />
C.L.Z — Como professora da língua portuguesa,<br />
qual é a maior dificuldade da<br />
nossa comunidade na hora de defender<br />
a língua de Camões?<br />
S.J — Dou aulas para adultos suíços<br />
interessados em viajar para o Brasil<br />
(especialmente) ou compreender suas<br />
famílias, pois se encontram em relações<br />
binacionais. Portanto, sem participação<br />
da ou com a comunidade.<br />
C.L.Z — O centro Lusitano tem insistido<br />
nos cursos de integração onde a Sónia<br />
participa. Qual é a maior dificuldade na<br />
integração da cultura helvética?<br />
S.J — No Cantões alemães, sem sombra<br />
de dúvida, a língua.<br />
C.L.Z. — A nossa cultura tem estado<br />
presente em muitas festas suíças.<br />
Como vê esta conquista?<br />
S.J — Acho óptimo. Os portugueses<br />
eram considerados muito “dentro da<br />
casca“. É importante conquistar espaços,<br />
aparecer, marcar a presença da comunidade<br />
e se fazer conhecer dentro do<br />
espaço suíço.<br />
Manter sua identidade é importante,<br />
mas, aceitar a cultura local. E tenho<br />
certeza que um passo leva ao outro.<br />
5. Profissionalmente e sabendo que<br />
a Sónia tem feito grandes projectos a<br />
nosso favor, que plano tem ainda por<br />
concretizar?<br />
Após a morte do meu marido, estou<br />
numa fase de repensar. Os planos ficaram<br />
congelados e até os próprios cursos<br />
de integração estão sendo dados por<br />
uma outra pessoa.<br />
O momento é de parar, pensar e rever.<br />
Creio que com certeza, chegará o momento<br />
de retornar algum projecto ou<br />
até criar um novo.<br />
C.L.Z. — Como gostaria de ver a comunidade<br />
portuguesa progredir num futuro<br />
próximo?<br />
S.J — Mais integrada, mais aberta a cultura<br />
local e com melhor conhecimento<br />
da língua e do sistema de vida do seu<br />
cantão de moradia.<br />
C.L.Z. — Novos corpos gerentes do<br />
C.L.Z. foram eleitos, que deseja a esta<br />
nova direcção?<br />
S.J — Que continuem trabalhando nestas<br />
duas vias, a cultural de origem e a<br />
do local que estamos. Vivemos aqui,<br />
precisamos viver bem aqui e agora. Não<br />
precisamos abrir mão de nossa identidade,<br />
mas podemos nos enriquecer com<br />
uma nova. Para nosso bem e principalmente,<br />
dos nossos filhos. Só assim permitiremos<br />
aos nossos filhos<br />
C.L.Z. — Devota da cultura portuguesa<br />
o que mais aprecia nela Sónia?<br />
S.J — Além da comida maravilhosa? O<br />
povo. Tenho ido para Portugal e tentado<br />
abrir mais os olhos, os ouvidos e o coração<br />
para o povo. Para os pequenos<br />
(grandes) gestos.<br />
Por exemplo: várias vezes, ao perguntar<br />
uma direcção a uma pessoa, ela começa<br />
por responder mas depois revolve<br />
caminhar um trecho junto, para elucidar<br />
melhor. Fantástica esta disponibilidade<br />
de tempo e atenção, no mundo de hoje!<br />
C.L.Z. — Se tivesse poder político o que<br />
mudaria no nosso sistema?<br />
S.J — Investir mais nas escolas públicas.<br />
Escola pública de qualidade para um futuro<br />
melhor, seria meu lema.<br />
C.L.Z. — Que deseja á comunidade portuguesa<br />
em terras Helvéticas?<br />
S.J — Que aproveitem o que a Suíça tem<br />
de bom, que conheçam os lugares lindos<br />
que existem neste país. Que sejam felizes<br />
aqui e agora.<br />
C.L.Z. —O Centro Lusitano de Zurich<br />
agradece as suas resposta, deseja-lhe<br />
muitos sucesso pessoal e profissional.<br />
Um novo amanhã surge sempre que nós<br />
queiramos!<br />
20<br />
ANOS<br />
NA SUÍÇA<br />
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AS BOAS-VINDAS, CÁ E LÁ?<br />
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ser bem recebidos e estar sempre bem acompanhados.<br />
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6 Lusitano de Zurique Comunidade<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Simão Ribeiro e o seu negócio de família<br />
Entrevista de<br />
Maria José<br />
Simão Ribeiro<br />
Simão Ribeiro é natural de Castro D´Aire, distrito de Viseu, aldeia<br />
da Pereira. Veio para a Suíça, para a cidade de Basileia,<br />
em 1995. Fez a “Integracionesberufbaldschuhle” durante dois<br />
anos, começou a escola profissional, mas não terminou e aí iniciou-se<br />
na gastronomia.<br />
O seu início foi na cozinha durante três meses, mas logo viu<br />
que não era esse o seu lugar ideal pois faltava-lhe o contacto<br />
com as pessoas. Assim que lhe deram oportunidade começou a<br />
servir onde hoje se sente bem.<br />
Também é apaixonado pelo futebol, quando chegou à Suíça<br />
passou pelo Sporting Clube de Zurique, mas sem inscrição. Depois<br />
foi no Benfica, no Braga e neste momento joga pelo Centro<br />
Lusitano, onde ainda está inscrito sempre como guarda-redes.<br />
É proprietário de um negócio de família, o Simão gere a conhecida<br />
Pizzaria San Marcos, em Dietlikon.<br />
Lusitano - Como te surgiu esta oportunidade de ficares à<br />
frente deste restaurante?<br />
Simão Ribeiro - Para começar devo dizer que sinto-me bem<br />
na gastronomia. Estive uns anos afastado porque era jovem,<br />
queria sair a noite nos fins-de-semana e não era compatível<br />
com outras actividades. Agora que me surgiu esta oportunidade<br />
e tendo actualmente mais idade e responsabilidade,<br />
então agarrei-a.<br />
Lusitano - Porquê este restaurante?<br />
S.R. - Este restaurante já estava na família. Os meus tios,<br />
Maria José e Ângelo Sul, estiveram aqui quinze anos. O meu<br />
tio antes era chefe de mesa aqui e fizeram-lhe a proposta e<br />
ele ficou à frente do restaurante com a minha tia. Agora está<br />
na hora de o passar e cá estou eu.<br />
Lusitano - Que tipo cozinha tem o teu restaurante e quantos<br />
lugares têm?<br />
S.R. - Cozinha portuguesa, italiana e um pouco de cozinha<br />
suíça. Fazemos um pouco de tudo para termos todos os<br />
clientes satisfeitos, pois tenho uma grande variedade de<br />
clientes de quase todas as nacionalidades. Temos 126 lugares<br />
sentados, sala de Bowling dentro do restaurante, que se<br />
pode alugar e fazer uma festa mais privada com 25 lugares,<br />
e uma boa esplanada para quando há bom tempo. Este bem<br />
situado, tem muitos parques e também a estação de comboios<br />
de Dietlikon mesmo em frente. Estou feliz e agradeço<br />
aos meus tios a oportunidade que me deram de poder continuar<br />
o negócio deles.
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Comunidade<br />
Lusitano de Zurique<br />
7<br />
SEGUROS<br />
Doença ( krakenkasse )<br />
210.70 Chf ( adultos / +25 anos )<br />
205.90 Chf ( adultos / 19-25 anos )<br />
47.40 Chf ( menores / 0-18 anos )<br />
VIDA, JURÍDICO<br />
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AUTOMÓVEL<br />
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*Compra de outros créditos, “Permissos” L, B, C<br />
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Birmensdorferstrasse, 55 – 8004 Zürich<br />
Junto à Estação de Wiedikon<br />
Frente ao Centro Lusitano de Zurique<br />
Telm.: 076 336 93 71 * Tel.: 043 811 52 80<br />
wwww.andradefinance.ch<br />
info@andradefinance.ch
8 Lusitano de Zurique Associativismo<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Vigésimo Sétimo aniversário do Ran<br />
A dez de Setembro deste ano celebrouse<br />
o festival do C.L.Z. Foi nesta tarde de<br />
quentura intensa que se viveu com muito<br />
calor humano, mais um evento do rancho<br />
folclórico de Zurich. Todos os elementos<br />
convidados e amigos, partilharam um<br />
serão onde a novidade deste festival,<br />
serviu de muita animação com a “Janela<br />
do amor”. Uma ideia bem conseguida de<br />
António Peixoto e que demonstrou que<br />
recordar os nossos antepassados é uma<br />
forma de agradecimento e honra por tudo<br />
Maria dos Santos<br />
o que nos deixaram e que nós incondicionalmente<br />
conservamos.<br />
Ranchos presentes; C.L.Z., Amigos de Locarno<br />
e vindos de Portugal pela primeira vez o Rancho de Baião,<br />
que para surpresa de todos os elementos, viu representada a nossa<br />
cultura folclórica com nome proprio e bem enraizada.<br />
Todos os ranchos mostraram o quanto valiosa é a nossa cultura e<br />
o respeito que por ela temos!<br />
A cozinha primou pelo prato preferido; o tradicional bacalhau<br />
sempre presente, bem apresentado e confeccionado! Parabéns a<br />
todos os que trabalharam para darem cor, forma e bem estar a<br />
este festival!<br />
Os ranchos e espectadores puderam apreciar a mesa onde estavam<br />
os presentes que iriam levar cada rancho, a originalidade<br />
que surpreendeu e que laboriosamente a Isabel Fernandes bordou,<br />
quadros que considero uma relíquia, já que os bordados à<br />
mão são hoje uma raridade. Um cesto cheio de piões de madeira<br />
e gravados foi outra surpresa, para o rancho infantil. Oferecidos<br />
pela dupla José e Maria Soares<br />
O rancho infantil deu um excelente espectáculo, que deixou a Sofia<br />
radiante. Foi sem duvida uma recompensa ao trabalho que têm<br />
tido para com os mais novos.<br />
A actuação do rancho adulto também foi sóbria, plena de emoção<br />
já que o seu responsável ira após a actuação desocupar o cargo!<br />
O rancho Amigos de Locarno esteve à altura das expectativas,<br />
como representante da cultura e Federação Portuguesa Folclore<br />
e Etnografia na Suíça.<br />
O rancho de Baião realizou um sonho ao pisar um palco helvético.<br />
As suas danças e cantares validaram o que os nossos avôs e<br />
bisavôs nos deixaram em termos culturais.<br />
O Daniel deu um mega espectáculo imitando um dos seus artistas<br />
preferidos! O aplauso foi caloroso, para o nosso pequeno grande<br />
artista.<br />
Norberto Ferreira animou o serão com a música tradicional, cantou<br />
e encantou os que ao seu som dançaram noite fora! O rancho<br />
da casa e os Amigos de Locarno deram um valioso contributo na<br />
animação nocturna, cada gota de suor, ficou no baile após o festival<br />
como testemunha do divertimento frenético em que todos<br />
estivemos envolvidos! Sois sempre os maiores no entretenimento<br />
de cada festa onde estais presentes.<br />
Agradeço com afabilidade a todos aqueles que auxiliaram e colaboraram<br />
nestes festejos de mais um amplo festival folclórico<br />
do C.L.Z.
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Associativismo<br />
Lusitano de Zurique<br />
9<br />
cho do Centro Lusitano de Zurich
10 Lusitano de Zurique Publicidade<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong>
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Comunidade<br />
Lusitano de Zurique<br />
11<br />
Construção civil, formação<br />
profissional<br />
Abertas as inscrições para os cursos em Portugal e Espanha<br />
Marília Mendes<br />
Os populares cursos do ‚Projecto Portugal’ e ‚Operación<br />
España’ voltarão a ser realizados em Janeiro e Fevereiro2017.<br />
Esta é uma boa oportunidade para trabalhadores portugueses<br />
e espanhóis melhorarem a sua situação profissional.<br />
O Parifonds, fundo paritário da construção, vai em 2017<br />
voltar a organizar, nos meses de Janeiro e Fevereiro, cursos<br />
em Portugal e na Espanha para trabalhadores portugueses e<br />
espanhóis do ramo. Esta formação é feita no país de origem<br />
e na língua dos trabalhadores. Aqueles que terminarem com<br />
aprovação podem subir de categoria salarial.<br />
Formação com longa tradição<br />
Estes cursos realizam-se desde 1982 na Espanha e 1987 em<br />
Portugal e mais de dois mil trabalhadores já melhoraram a<br />
sua situação profissional graças a eles.<br />
Os formandos de cursos anteriores confirmam as vantagens<br />
destes cursos. „Além dos conhecimentos específicos e do<br />
aumento salarial, este curso é importante para a nossa autoestima“,<br />
afirma João Miguel. O seu colega, Luís António,<br />
acrescenta: „O facto de o curso ser em português, na minha<br />
língua materna, é uma enorme vantagem. Não existem<br />
problemas de comunicação e os mal-entendidos podem ser<br />
logo esclarecidos.“<br />
Objectivos desta formação profissional<br />
Nestes cursos, os trabalhadores aprofundam os seus<br />
conhecimentos técnicos em diferentes áreas da construção,<br />
tanto na parte teórica (leitura de planos, cálculos, etc.) como<br />
na prática: alvenaria, cofragens, canalizações e entivações,<br />
além de segurança no trabalho.<br />
Vantagens da formação<br />
• A formação confere um certificado de trabalhador<br />
especializado. Isto significa que o trabalhador passa<br />
para a categoria salarial A.<br />
• O trabalhador recebe 80% do seu salário durante<br />
o período de frequência do curso, desde que a sua<br />
empresa seja associada do Parifonds.<br />
Projecto do Parifonds da construção<br />
Esta formação do Parifonds em colaboração com os centros<br />
de formação em Portugal e na Espanha é acompanhada<br />
pelos sindicatos e pela Sociedade Suíça de Empresários da<br />
Construção. Todos os anos cerca de 80 trabalhadores da<br />
construção podem beneficiar desta formação.<br />
A formação e valorização profissional e pessoal dos<br />
trabalhadores são fundamentais para o sindicato Unia. Por<br />
isso, vamos continuar a apostar nestes cursos. Aproveite e<br />
faça você também esta formação!<br />
Informe-se sobre os cursos e como se inscrever no seu<br />
secretariado Unia ou através de migration@unia.ch. Os<br />
lugares são limitados.<br />
• O trabalhador com autorização de estadia de curta<br />
duração e o seu empregador comprometem-se a<br />
fazer um novo contrato de trabalho para o ano de<br />
2017.<br />
Trabalhadores temporários<br />
Quem trabalha para uma agência de trabalho temporário<br />
também pode fazer o curso, mas sob condições específicas. A<br />
sua agência tem de fazer um requerimento ao fundo paritário<br />
de trabalho temporário, temptraining, e de combinar a<br />
sua participação com a Sociedade Suíça de Empresários da<br />
Construção. Além disso, o trabalhador recebe CHF 2000.-<br />
como compensação pelos dois meses de perda de salário.<br />
Os cursos de 2017 terão lugar de<br />
2 de Janeiro a 24 de Fevereiro, no<br />
Porto, em Lisboa e em La Coruña.<br />
Inscrições abertas até: sextafeira,<br />
dia 4 de Novembro de <strong>2016</strong>
12 Lusitano de Zurique Saúde<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Como melhorar o condicionamento físico<br />
Zuila Messmer (*)<br />
Aproveitando o estímulo das Olimpíadas,<br />
o que fazer para melhorar a condição física?<br />
O condicionamento físico é a capacidade<br />
que os órgãos possuem de resistirem às<br />
tarefas e aos desafios físicos do dia a dia.<br />
As pessoas que possuem bom preparo<br />
físico, terão o mínimo de cansaço e desconforto<br />
ao exercer tais actividades.<br />
O estilo de vida adoptado é um factor<br />
fundamental. A vida sedentária, sem<br />
movimentos, aliado ao uso constante<br />
da tecnologia, leva milhares de pessoas<br />
à inactividade e a redução da sua capacidade<br />
física.<br />
Os exercícios físicos aeróbicos e musculares,<br />
colocam o corpo em movimento<br />
melhorando o tônus, a força e o perfil<br />
muscular. A ausência da utilização dos<br />
músculos leva à uma atrofia dos mesmos,<br />
reduz sua capacidade, prejudica o<br />
sistema cardiorespiratório e surgem doenças<br />
ao longo dos anos.<br />
Para obter um bom condicionamento físico<br />
é necessário sair do sedentarismo<br />
e praticar actividades que estimulem o<br />
corpo. Os exercícios iniciais devem depender<br />
do nível de condicionamento físico<br />
em que se encontra. Caminhar, andar<br />
de bicicleta, nadar, correr, patinar, fazer<br />
musculação e ginástica são alguns dos<br />
excelentes exercícios musculares que desenvolvem<br />
a capacidade física.<br />
Essas actividades irão preparar o corpo<br />
para treinamentos mais específicos. De<br />
acordo com o organismo reage pode-se ír<br />
aumentando gradualmente à intensidades<br />
dos treinos e dos pesos. Lembre-se<br />
que, é importante levar em consideração<br />
a reacção do organismo, obedecer sua<br />
progressão de cargas e a intensidade dos<br />
treinos.<br />
Para as pessoas de meia idade recomenda-se<br />
uma avaliação cardiorespiratória<br />
prévia, para daí traçar um plano de treinos<br />
eficiente e adequado ao condicionamento<br />
geral em que se encontra.<br />
Recomendações da Organização<br />
Mundial de Saúde<br />
(OMS):<br />
Sugere de dois em dois dias a prática de<br />
actividades que fortaleçam os principais<br />
grupos de músculos.<br />
Para as pessoas de menor preparo físico,<br />
recomenda-se 150 minutos de exercícios<br />
aeróbicos de intensidade moderada<br />
por semana, por exemplo - uma<br />
caminhada rápida. Uma outra opção -75<br />
minutos por semana de uma mistura<br />
equivalente de exercícios moderados e<br />
vigorosos (aeróbicos e musculares).<br />
Para os de melhor condicionamento físico<br />
- 150 minutos semanais de jogging<br />
leve ou a prática de exercícios de intensidade<br />
mista à vigorosa, uma corrida<br />
por exemplo.<br />
Ressaltamos a importancia de um proficional<br />
da área para orientar nessas<br />
actividades. Ele tem conhecimentos em<br />
fisiologia, cinesiologia, biomecânica e<br />
dos princípios de treinamento que melhor<br />
se adapta ao sexo, à idade, às condições<br />
de saúde, aptidões e condições<br />
física da pessoa.<br />
Existem hábitos que, incorporados ao<br />
dia a dia, melhoram o condicionamento<br />
físico:<br />
- Usar escadas ao invés dos elevadores<br />
– Sua utilização a longo prazo traz benefícios.<br />
Para quem não está habituado,<br />
a princípio pode ser difícil. Começe subindo<br />
até o segundo ou terceiro andar e<br />
vá aumentando os lances de escadas de<br />
acordo de como se sente. Rapidamente<br />
perceberá as diferenças e ficará motivado.<br />
- Caminhe mais no dia a dia. Utilize<br />
menos o carro ou estacione um pouco<br />
longe do destino e caminhe. Ao utilizar<br />
transportes coletivos, desça em uma<br />
parada antes. Se possível, após as refeições,<br />
vá até a um bosque, lago ou rio.<br />
Procure ar puro, converse com a familia,<br />
vizinhos e amigos, isso colabora com a<br />
higiene mental e melhora a qualidade<br />
de vida social.<br />
- Faça limpeza de sua casa e jardim - Capine,<br />
cuide das plantas. Essas actividades<br />
envolvem exercícios físicos como<br />
- andar, levantar, movimentar objetos,<br />
agachar, suar, fazendo com que perda<br />
calorias.<br />
- Ficar o dia inteiro sentado à frente de<br />
um computador ou uma máquina pode<br />
causar dores nas costas. Recomenda-<br />
-se a cada dez minutos parar e dar uma<br />
esticada nos músculos do corpo, com<br />
isso há um aumento no abastecimento<br />
de sangue e nutrientes nas estruturas e<br />
articulações do organismo e ajuda a reduzir<br />
o stresse.<br />
- A alimentação é fundamental para a<br />
manutenção de um corpo saudável. Evite<br />
excesso de doces, sal, gorduras. Opte<br />
por frutas, legumes, verduras, peixes e<br />
carnes magras. Prefira alimentos frescos<br />
e preparados na hora. Respeite o<br />
horário de cada refeição. Tome bastante<br />
água.<br />
-Tenha um lazer, um hobby – Movimente-se,<br />
passei com o cachorro - acompanhe<br />
o animal, movimente-se, corram até<br />
se cansarem, além de ser divertido ajuda<br />
a queimar calorias.<br />
- Acompanha as actividades dos filhos.<br />
Enquanto ele faz qualquer tipo de esporte,<br />
aproveite para caminhar ou praticar<br />
exercícios físicos, no mesmo local ou<br />
em uma academia.<br />
Afaste o sedentarismo! A força<br />
de vontade é fundamental para que<br />
haja mudanças.<br />
Um bom condicionamento físico proporciona<br />
benefícios à saúde e ao corpo.<br />
Melhora a contracção cardíaca e o fluxo<br />
sanguíneo, diminui a taxa de colesterol<br />
e de gordura, pois é durante as actividades<br />
físicas que há queima de gorduras,<br />
visto que, são utilizadas pelo organismo<br />
como fonte de energia.<br />
(*) Autora escreve em português do Brasil
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
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Lusitano de Zurique<br />
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<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Breves<br />
Lusitano de Zurique<br />
15<br />
Hotelaria-restauração<br />
Novo CCNT da<br />
hotelariarestauração<br />
a<br />
partir de 2017<br />
Os representantes dos trabalhadores<br />
e empregadores da hotelaria-restauração<br />
aprovaram e ratificaram um<br />
novo contrato colectivo nacional de<br />
trabalho (CCNT). O novo contrato entra<br />
em vigor a 1 de Janeiro de 2017.<br />
O CCNT 2017 é o resultado das negociações dos últimos<br />
dois anos entre as associações de trabalhadores<br />
Hotel & Gastro Union, Syna, Unia e os representantes<br />
patronais Catering Association (SCA), GastroSuisse e<br />
hotelleriesuisse.<br />
Presidente da<br />
República na<br />
Suíça<br />
O parlamento aprovou , no mês passado, por unanimidade,<br />
as deslocações previstas do Presidente da República, Marcelo<br />
Rebelo de Sousa à Bulgária e à Suíça.<br />
O chefe de Estado desloca-se entre 15 e 19 de <strong>Outubro</strong> à Suíça,<br />
tendo previstos contactos com a comunidade lusa local,<br />
dividindo-se entre Berna e Genebra.<br />
Conquistas salvaguardadas<br />
O novo CCNT salvaguarda as conquistas mais importantes<br />
alcançadas no passado (salário mínimo, 13.º mês,<br />
cinco semanas de férias, registo do tempo de trabalho)<br />
e introduz novas melhorias para os trabalhadores.<br />
As novidades mais importantes são:<br />
- aumento dos salários mínimos<br />
- reforço da formação<br />
- prolongamento da licença de paternidade para 5 dias<br />
- melhoramento das inspecções<br />
Condições estáveis até 2020<br />
O CCNT abrange 27 000 empregadores e cerca de 200<br />
000 trabalhadores do ramo da hotelaria-restauração.<br />
O novo contrato é válido, no mínimo, até 2020 e garante<br />
condições de trabalho estáveis e seguras no ramo.
16 Lusitano de Zurique Presidente da República na Suíça<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong>
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Ensino<br />
Lusitano de Zurique<br />
17<br />
Inovar no Ensino do Português no<br />
Estrangeiro (EPE)<br />
José Luis Carneiro<br />
Secretário de Estado das Comunidades<br />
Nas prioridades políticas<br />
da secretaria de Estado<br />
das Comunidades Portuguesas<br />
(SECP) está a<br />
promoção de um ensino<br />
de qualidade àquelas e<br />
àqueles que querem manter<br />
na língua portuguesa<br />
a vinculação à sua Pátria<br />
e, ao mesmo tempo, a sua<br />
inserção numa vida quotidiana<br />
cada vez mais globalizada.<br />
Materializar esta prioridade<br />
exige compreensão<br />
e vontade para vencer alguns<br />
dos novos desafios<br />
com que se confronta o<br />
ensino da língua portuguesa<br />
no estrangeiro (EPE). O<br />
primeiro deles está relacionado<br />
com a necessidade<br />
de trabalharmos numa<br />
transição gradual do ensino<br />
enquanto língua de<br />
origem para uma oferta<br />
integrada do português<br />
nas estruturas educativas<br />
dos países de acolhimento<br />
e aberto a todos quantos<br />
o queiram aprender. Essa<br />
transição tem muito que<br />
ver com a necessária evolução<br />
de um modelo de<br />
ensino vocacionado para<br />
as primeiras gerações das<br />
grandes vagas migratórias<br />
do após-guerra e dos<br />
primeiros descendentes,<br />
muito administrado em regime<br />
de horário extracurricular<br />
e nem sempre nas<br />
melhores condições materiais,<br />
para a promoção do<br />
ensino da língua portuguesa<br />
integrada nos curricula,<br />
aberto e com o estatuto<br />
que decorre do facto de<br />
ser uma das línguas mais<br />
faladas no mundo. Lembro<br />
que a língua portuguesa é<br />
a terceira língua europeia<br />
mais falada no mundo e<br />
a primeira do hemisfério<br />
Sul. Hoje estimada em<br />
260 milhões e em 2050 em<br />
mais de 350 milhões.<br />
A criação por parte do ministério<br />
francês da Educação<br />
de dois novos horários<br />
de língua portuguesa nos<br />
2.ºs e 3ºs ciclos que abre as<br />
portas a cerca de 400 portugueses<br />
e a assinatura da<br />
declaração conjunta dos<br />
ministérios da Educação e<br />
dos Negócios Estrangeiros<br />
portugueses e franceses,<br />
no passado dia 25 de Julho,<br />
que prevê a progressiva<br />
substituição dos cursos<br />
Língua e Cultura de Origem<br />
(ELCO) pelos de Ensino Internacional<br />
de Línguas<br />
Estrangeiras (EILE) que,<br />
entre outras vantagens,<br />
prevê assegurar o ensino<br />
do português no segundo<br />
nível, encorajando uma<br />
aprendizagem mais longa,<br />
mais profunda e mais<br />
integrada, constituem<br />
apenas dois dos diversos<br />
exemplos, a par de outros<br />
esforços equivalentes na<br />
Alemanha, no Luxemburgo<br />
e em muitos outros países.<br />
O segundo grande desafio<br />
está relacionado com a última<br />
grande vaga migratória<br />
do período 2011/2014.<br />
O INE contabilizou 485.128<br />
saídas do território nacional<br />
neste período. Muitos<br />
destes cidadãos ficam fora<br />
por apenas alguns meses<br />
ou anos. Essa é, pelo menos,<br />
a nossa melhor expectativa.<br />
Nestes anos, as<br />
saídas temporárias (inferiores<br />
a um ano) somaram<br />
285.814. Esta tendência<br />
para uma emigração temporária,<br />
facilitada pelas<br />
condições de mobilidade,<br />
passou neste período de<br />
56 para 63 por cento do<br />
total. Estas famílias procuram<br />
manter a ligação dos<br />
seus filhos com a língua<br />
portuguesa. No entanto,<br />
a atual oferta de cursos de<br />
português enquanto língua<br />
de herança não integra<br />
o perfil linguístico das<br />
crianças e jovens destas<br />
famílias, que apresentam<br />
um desenvolvimento linguístico<br />
análogo ao dos<br />
seus colegas em Portugal.<br />
Para fazer face a esta necessidade<br />
muito concreta<br />
das crianças e jovens em<br />
idade escolar a acompanhar<br />
os pais em saídas<br />
temporárias fora de Portugal,<br />
o Camões, I.P., está<br />
a desenvolver o Projeto<br />
“Português mais Próximo”,<br />
que constituirá uma oferta<br />
educativa complementar,<br />
no âmbito do EPE, de apoio<br />
em Português Língua Materna,<br />
com recurso a uma<br />
plataforma digital.<br />
Por outro lado, e pela primeira<br />
vez deste modo,<br />
realizou-se, no Camões,<br />
I.P., uma ação de formação<br />
presencial destinada aos<br />
docentes da rede oficial<br />
e não oficial do Ensino do<br />
Português no Estrangeiro<br />
(EPE). Estiveram presentes<br />
os seis coordenadores<br />
de ensino na Europa, 54<br />
professores, dos quais 21<br />
colocados no último procedimento<br />
concursal e,<br />
ainda, seis leitores. Esta<br />
iniciativa tem em vista<br />
promover a qualificação<br />
dos docentes das várias<br />
coordenações de ensino,<br />
por intermédio da partilha<br />
de experiências e da<br />
interação com diversos especialistas<br />
do mundo universitário.<br />
Comporta um<br />
significado: é o reconhecimento<br />
da importância<br />
da formação contínua dos<br />
professores do ensino de<br />
português no estrangeiro<br />
(EPE) para as comunidades<br />
portuguesas e lusodescendentes<br />
dotando-as de<br />
habilitações adequadas<br />
aos diferentes contextos<br />
sociais, culturais, económicos<br />
e políticos.
18 Lusitano de Zurique Crónica<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
A ONU está num Espartilho<br />
Carlos Ademar (*)<br />
mcademar@gmail.com<br />
Há muito que se vai disseminando a<br />
ideia de que a ONU se encontra desajustada<br />
ao tempo que vivemos. Diria<br />
mesmo que, a não ser alterado o seu<br />
modo de funcionamento – e não acredito<br />
que o seja –, a ONU corre sérios riscos<br />
de implodir.<br />
A Organização das Nações Unidas nasceu<br />
após a Segunda Guerra Mundial,<br />
tentando recuperar os ideais da extinta<br />
Sociedade das Nações. Nasceu portanto<br />
numa altura em que os impérios de<br />
séculos estavam ainda pojantes. Como<br />
exemplo, referimos o continente africano,<br />
que por esta altura era quase totalmente<br />
colonizado pelas potências europeias.<br />
Também no Médio Oriente, India<br />
e sudeste asiático a situação era muito<br />
diferente da que hoje existe. Portanto,<br />
de um contexto de um mundo que não<br />
ultrapassava as dezenas de países, chegamos<br />
a um outro mundo onde este número<br />
ronda as duas centenas.<br />
Por outro lado a ONU nasceu e tem-se<br />
mantido assente num pilar que é o Conselho<br />
de Segurança (CS), ou melhor, o<br />
grupo de países que integram de forma<br />
permanente este Conselho, basicamente,<br />
os vencedores da Segunda Guerra.<br />
São verdadeiramente estes os países<br />
que impõem a sua vontade ao mundo,<br />
porque nada pode ser aprovado sem ter<br />
a sua concordância, por força do direito<br />
de veto que apenas a este restrito clube<br />
de cinco países (China, Rússia, EUA,<br />
França e Reino Unido) foi concedido, ou<br />
tomaram para si.<br />
Decorre actualmente o processo de selecção<br />
do futuro secretário-geral, que<br />
tem de ficar concluído até ao final do<br />
ano. Nele o português António Guterres<br />
está posicionado na linha da frente,<br />
a julgar pelas votações efectuadas até<br />
à presente data – meados de Setembro<br />
de <strong>2016</strong>. Para qualquer decisão da ONU<br />
e esta não foge à regra, é necessário que<br />
o candidato recolha o apoio daqueles<br />
cinco países, porque caso não o consiga,<br />
não lhe resta outra hipótese do que sair<br />
de cena e dar o lugar a outro. Li por aí<br />
que a Rússia estará mais interessada em<br />
nomear alguém oriundo da Europa do<br />
Leste, pelo que, a manter-se nesta posição,<br />
António Guterres não terá hipótese.<br />
E assim, uma decisão que deveria caber<br />
à Assembleia-Geral, alegadamente o órgão<br />
supremo, fica esta tolhida pela vontade<br />
de um dos membros permanentes<br />
do Conselho de Segurança. E eis que<br />
apenas um país pode bloquear e em última<br />
análise impor ao mundo um nome<br />
para o mais alto cargo da ONU.<br />
São meros exemplos que visam demonstrar<br />
o quanto esta ONU está desajustada<br />
aos tempos que correm. Não<br />
por acaso, este organismo que devia<br />
ser uma espécie de governo do mundo<br />
para as grandes questões que a toda a<br />
Humanidade respeita, está a cada dia<br />
mais desacreditado. Tem um peso muito<br />
marginal nas grandes decisões, transitando<br />
estas para as grandes potências.<br />
São estas que verdadeiramente ditam<br />
o que mais lhes interessa, bem como<br />
aos países seus seguidores. E é neste<br />
registo que nos mantemos há dezenas<br />
de anos e devido a ele, as grandes questões<br />
que a todos dizem respeito não são<br />
resolvidas, não obstante os discursos<br />
plenos de boas intenções que alguns<br />
dos senhores do mundo vão espalhando<br />
aos quatro ventos. Por isso a ONU não<br />
consegue impor políticas ambientais<br />
que atenuem o aquecimento global que<br />
nos vai assando em forno lento e nos vai<br />
molhando cada vez mais os pés, as canelas,<br />
os joelhos, devido à escalada imparável<br />
do degelo das calotes polares,<br />
pondo em perigo vastas zonas da orla<br />
marítima e o equilíbrio natural como<br />
sempre o conhecemos.<br />
A ONU não consegue impor um Tribunal<br />
Penal Internacional que verdadeiramente<br />
sirva como elemento dissuasor<br />
aos tiranos ou candidatos a tiranos<br />
deste mundo, nas suas atitudes de matança<br />
maciça e selectiva. São poucos os<br />
casos de justiça feita a gente deste tipo,<br />
porquanto o tribunal se encontra desacreditado<br />
aos olhos do mundo já que<br />
alguns membros permanentes do CS<br />
não o reconhecem para efeitos de julgamento<br />
dos seus nacionais. A continuar<br />
assim, o Tribunal Penal Internacional,<br />
cuja criação assenta em bases humanistas,<br />
que deveriam sempre nortear as decisões<br />
da ONU, talvez esteja ele próprio<br />
condenado à pena de morte.<br />
Não por acaso, a fome continua a ser<br />
uma tragédia que toca uma parte significativa<br />
da humanidade e todos os famélicos<br />
deste mundo são cidadãos que pertencem<br />
a países que integram a ONU. Há<br />
muito que existem condições para fazer<br />
terminar a fome, basta para tal que a<br />
FAO (Organização das Nações Unidas<br />
para a Alimentação e Agricultura) possa<br />
trabalhar como sabe, necessitando para<br />
isso de ter o apoio dos países mais ricos<br />
e não tem. É uma velha questão, é verdade,<br />
mas que continua à espera de uma<br />
solução satisfatória, quando é bem conhecido<br />
que muitos destes países têm<br />
excedentes alimentares. Continuamos<br />
a não querer enfrentar o problema pela<br />
raiz: não é erguendo muros estúpidos<br />
nas linhas de fronteira dos países desenvolvidos<br />
que se acaba com a saga dos refugiados,<br />
mas sim criando nos países de<br />
origem condições para que ali possam<br />
construir uma vida tranquila, que lhes<br />
permita sonhar com um futuro digno. A<br />
fome ou a perspectiva dela acontecer,<br />
em nada contribui para isso, bem pelo<br />
contrário, porque leva a que milhões de<br />
pessoas partam em busca de qualidade<br />
de vida, ainda que o desespero os empurre<br />
muitas vezes para situações tão<br />
difíceis como as que viviam, e quantas<br />
vezes para a morte.<br />
Bem sabemos que muitas situações de<br />
fome decorrem de conflitos bélicos que<br />
se desenvolvem nesses países, quantas<br />
vezes fomentados exactamente pelos<br />
países que pertencem ao tal grupo de<br />
eleitos, por integrarem o CS como membros<br />
irremovíveis. Basta que a política<br />
de um governo seja desfavorável aos<br />
interesses dessas potências para que a<br />
instabilidade comece a reinar e, se nada<br />
se alterar, invariavelmente, tudo termina<br />
num golpe de Estado com a substituição<br />
desses governantes por outros<br />
que tenham uma visão mais «amiga.»<br />
Quando alguma coisa falha, o conflito<br />
alastra-se e a guerra generaliza-se nesse<br />
país, quase sempre tendo as várias
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Crónica<br />
Lusitano de Zurique<br />
19<br />
facções em confronto o apoio de algumas<br />
dessas potências, numa espécie de<br />
continuação da guerra-fria, agora assumidamente<br />
não ideológica, mas visando<br />
o controlo estratégico de uma região a<br />
fim de mais facilmente beneficiarem da<br />
exploração dos recursos desses países.<br />
Quantos exemplos conhecemos?<br />
alguém com responsabilidades sociais, e<br />
nestes não nos referimos apenas à classe<br />
política, falar destas problemáticas e na<br />
sua directa responsabilidade pelo estado<br />
do mundo? Poucos e sem grande repercussão,<br />
porque faltava a capacidade<br />
de influenciar a quem o fez e assim ficou<br />
em défice o imprescindível eco. Seria necessário<br />
que uma onda global se gerasse<br />
contra este estado de coisas e por alterações<br />
profundas na ONU, para que a tal<br />
nau condutora prosseguisse a marcha<br />
sem grandes incidentes, e quando estes<br />
surgissem, os fosse sabendo resolver de<br />
acordo com os interesses do progresso e<br />
bem-estar da humanidade no seu todo, e<br />
Tudo isto é velho, nada há aqui de novo.<br />
Mas será este o destino que espera a<br />
humanidade: viver, sofrer e morrer para<br />
benefício e progresso de algumas potências?<br />
Não! Acreditamos que quando<br />
a ONU foi criada não era este o pensamento<br />
dominante. Parece-nos absolutamente<br />
necessário que as Nações Unidas<br />
sejam de facto a nau que devidamente<br />
equipada com a bussola, âncora, mastros<br />
e velas, eficazes e funcionais, que possa<br />
conduzir a humanidade para um outro<br />
patamar de desenvolvimento global e<br />
mais igualitário. Às potências coloniais,<br />
tão condenadas e bem pela ONU, seguiram-se<br />
as potências globais, do céu e da<br />
terra, e a ONU nada diz ou faz. Será que<br />
a razão se prende com o facto de serem<br />
elas também as donas da ONU? Nada justifica<br />
que a diferença entre países ricos<br />
e pobres continue a aumentar. É preciso<br />
que aquilo que o potencia termine, porque<br />
também pode ser suicidário para as<br />
próprias potências. A ambição cega que<br />
tem caracterizado a acção dessas potências<br />
pode gerar a semente do mal que as<br />
poderá levar igualmente à morte.<br />
Parece-nos que só uma ONU forte conseguirá<br />
pôr um travão ao drama dos refugiados,<br />
que longe de terminar, ameaça<br />
intensificar-se nos próximos tempos,<br />
gerando enorme instabilidade nos países<br />
de acolhimento. Já actualmente se verifica<br />
o apagamento progressivo dos partidos<br />
moderados, que tradicionalmente se<br />
foram alternando no poder, e a inevitável<br />
ascensão de partidos extremistas, xenófobos,<br />
racistas, criando um clima social<br />
muito tenso, idêntico ao que a história<br />
registou nos anos vinte e trinta do século<br />
passado. Eis a semente do mal. Sabemos<br />
aonde nos conduziu essa instabilidade.<br />
As razões que a originaram foram, necessariamente<br />
diferentes das que estão<br />
a originar a que assola o mundo por estes<br />
dias, porém, as consequências podem ser<br />
a catástrofe que ainda não conhecemos.<br />
Não somos ingénuos, começámos por dizer<br />
que não acreditamos em mudanças<br />
substanciais na estrutura organizativa da<br />
ONU. Os países dominantes não vão querer<br />
abdicar do poder de que desfrutam. A<br />
grande notícia internacional de sábado,<br />
dia 10 de Setembro, dava conta do entendimento<br />
entre os EUA e a Rússia sobre o<br />
cessar-fogo na Síria. Que sentido faz isto?<br />
E a ONU por onde anda? Pois…<br />
A este nível nada é cedido voluntariamente,<br />
tudo tem de ser conquistado. Mas<br />
quantas vezes os caros leitores ouviram<br />
não, como até aqui, em benefício apenas<br />
dos membros permanentes do CS, bem<br />
como dos seus protegidos e em desfavor<br />
dos muitos restantes. Mas para isso, mais<br />
do que a classe política, sempre geradora<br />
de alguma divisão, que é perniciosa neste<br />
contexto, são os agentes culturais com<br />
capacidade de intervir junto dos seus<br />
concidadãos, que podem e devem contribuir<br />
para a formação de tal onda. Ficar<br />
à espera que a situação se resolva por si<br />
é um erro, e porque a situação é potencialmente<br />
catastrófica, esperar nestas<br />
circunstâncias pode ser um erro catastrófico.<br />
(*) Carlos Ademar é escritor e exerceu a actividade<br />
de investigador criminal na Secção de Homicídios.<br />
Actualmente é professor na Escola de Polícia<br />
Judiciária.
20 Lusitano de Zurique Cidadania<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Lei de “Expulsão de estrangeiros criminosos”<br />
entra em vigor a 1 de <strong>Outubro</strong><br />
David Aeby (*)<br />
Quem poderá ser afectado e<br />
por que tipo de delitos?<br />
A população suíça rejeitou, felizmente, a<br />
“Iniciativa de aplicação” em Fevereiro de<br />
<strong>2016</strong>! No entanto, a questão da expulsão<br />
de estrangeiros mantém-se. A “Iniciativa<br />
de expulsão” foi aprovada pelo<br />
povo suíço em 2010 e o Conselho Federal<br />
anunciou que as disposições legais para<br />
a sua aplicação entram em vigor a partir<br />
de 1 de <strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong>.<br />
Quem poderá ser afectado?<br />
Em princípio, qualquer estrangeiro ou<br />
estrangeira pode ser expulso. Para isso<br />
nem o tipo de autorização de estadia<br />
que possui (permis C, B, L, G, F, N ou S)<br />
nem o facto de ser cidadão de um Estado-Membro<br />
da UE ou de um país terceiro<br />
são relevantes. Isto significa que apenas<br />
as pessoas que possuem passaporte<br />
suíço não podem, em circunstância<br />
alguma, ser expulsas.<br />
Infracções graves podem levar<br />
à expulsão<br />
Os crimes seguintes podem levar à expulsão<br />
de estrangeiros: casos de homicídio<br />
premeditado (homicídio e assassínio),<br />
graves ofensas à integridade<br />
física, formas graves de furtos (por ex.<br />
assaltos, prática repetida de roubos<br />
em bando), roubo, fraude como modo<br />
de vida ou receptação, formas graves<br />
de extorsão, coacção sexual e violação,<br />
casamento forçado, prática de crimes<br />
de fogo posto, bem como outros delitos<br />
perigosos.<br />
Mas delitos “menores” também<br />
podem levar à expulsão<br />
No entanto, cuidado: para além destes<br />
crimes graves, outros crimes, que não<br />
seriam de esperar nesta lista, podem levar<br />
à expulsão. Fraude simples no domínio<br />
dos seguros sociais (AHV-AVS, IV-AI,<br />
fundo de desemprego, seguro contra<br />
acidentes e doença, caixa de pensões),<br />
fraude fiscal ou outros tipos de fraude,<br />
de que resulte um benefício prestado<br />
pelo Estado a pessoa que a ele não tenha<br />
direito (por ex. concessão de uma<br />
licença). Do mesmo modo, receber indevidamente<br />
prestações de um seguro<br />
social ou rendimento social de inserção<br />
dá direito a expulsão. Por conseguinte,<br />
quem enganar um organismo com informações<br />
falsas para obter benefícios<br />
monetários poderá ser expulso. Este poderá<br />
ser o caso, por exemplo, de alguém<br />
que, estando no fundo de desemprego,<br />
não declare umas horas de trabalho em<br />
que ganhou algum dinheiro.<br />
Infracções à legislação relativa<br />
a estrangeiros<br />
No domínio da legislação sobre estrangeiros,<br />
os seguintes delitos podem levar<br />
à expulsão: tráfico de refugiados<br />
(ajudar alguém, a troco de pagamento,<br />
a entrar ilegalmente na Suíça ou noutro<br />
país) ou arranjar emprego a alguém<br />
que não tenha autorização de trabalho,<br />
enganar as autoridades para a obtenção<br />
de autorizações relativas ao direito<br />
dos estrangeiros. Empregar mão-de-<br />
-obra sem autorização de trabalho, bem<br />
como o exercício de trabalho ilegal é,<br />
igualmente, passível de ser punido, no<br />
entanto não leva a expulsão, quer para<br />
o empregador, quer para o trabalhador.<br />
Por último, violações graves à legislação<br />
sobre estupefacientes levam também à<br />
expulsão, nomeadamente o tráfico em<br />
grande escala. Em contrapartida, não<br />
estão ameaçados de expulsão todas as<br />
infracções ao Código de Estrada.<br />
Cláusula específica para casos<br />
excepcionais<br />
A instauração de uma acção penal por<br />
um dos delitos previstos na lista não implica<br />
inevitavelmente a expulsão. Tem<br />
de haver uma condenação penal transitada<br />
em julgado e não se pode tratar de<br />
um caso de rigor. Um caso de rigor dá-<br />
-se, por exemplo, se a pessoa estrangeira<br />
em causa nasceu na Suíça e não tem<br />
qualquer tipo de vínculo com o seu país<br />
de origem.<br />
(*) Jornal “Horizonte”
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Direito<br />
Lusitano de Zurique<br />
21<br />
Novos alimentos para<br />
crianças a partir de<br />
1 de janeiro de 2017<br />
O direito suíço relativo aos alimentos para<br />
crianças vai ser alterado a partir de 1.01.2017.<br />
A contribuição de alimentos para crianças será<br />
nitidamente superior. Em contrapartida a pensão<br />
de alimentos aos cônjuges divorciados será<br />
reduzida. A pensão de alimentos para cônjuges<br />
pode ser ajustada à nova legislação a partir de<br />
1.01.2017, a não ser que os alimentos tenham<br />
sido estipulados por sentença de divórcio.<br />
Os pais de crianças são conjuntamente obrigados a garantir<br />
os alimentos das suas crianças. Os alimentos são prestados<br />
ou “in natura” através da guarda da criança ou com o pagamento<br />
de montantes de dinheiro. O valor dos montantes em<br />
dinheiro depende por um lado da necessidade da criança e por<br />
outro da capacidade financeira do pai ou da mãe obrigado/a à<br />
prestação de alimentos. A necessidade da criança corresponde<br />
ao montante de dinheiro que a criança precisa, para levar<br />
uma vida igual ao pai ou à mãe obrigado/a à prestação de alimentos.<br />
Com outras palavras: Se o pai ou a mãe obrigado/a à<br />
prestação de alimentos vive numa moradia, usa roupas caras e<br />
faz férias caras, então também tem de prestar alimentos, que<br />
cubram os custos para roupa cara, férias, habitação, etc…, da<br />
criança. Às necessidades da criança também pertencem o custo<br />
do acompanhamento da criança por terceiros, ou seja, os<br />
custos de uma ama ou de um jardim-escola, durante o período<br />
de trabalho do pai ou da mãe encarregados com a guarda da<br />
criança. A capacidade financeira da pessoa obrigada a prestar<br />
alimentos depende do seu vencimento (salário, rendas, rendimentos<br />
do capital, etc…). Quando a pessoa trabalha voluntariamente<br />
menos de 100%, então para o cálculo da capacidade<br />
financeira parte-se de um salário hipotético de 100% de<br />
atividade remunerada. Quem devia prestar alimentos mas não<br />
ganha mais do que o seu mínimo vital legal apesar de exercer<br />
uma de atividade remunerada, é considerado de ser não capaz<br />
de prestar alimentos. O mínimo vital legal é calculado por um<br />
montante global para o sustento de Fr. 1’200 por mês acrescido<br />
da renda por uma habitação apropriada, os prémios da<br />
Caixa da Previdência e as despesas para poder trabalhar (por<br />
exemplo, custos do trajeto para o trabalho, roupa de trabalho,<br />
etc…).<br />
O que mudou então?<br />
Novo em relação aos alimentos para crianças são os custos de<br />
guarda indiretos. O que são custos de guarda indiretos? Se o<br />
pai ou a mãe da criança guarda ele/a mesmo a criança, não<br />
pode ir ou de igual modo ir trabalhar, como se não tivesse um<br />
filho à guarda. Esta restrição da atividade remunerada é chamada<br />
custo de guarda indireto. A lei não diz, como estes custos<br />
têm de ser calculados e não é ainda claro, que prática os<br />
tribunais desenvolverão. Valor de referência é o mínimo vital<br />
legal do pai ou da mãe com a criança à guarda. Este valor oscila<br />
para um adulto com uma criança entre Fr. 3’000 e Fr. 4’000 por<br />
mês. É por isso possível, que a necessidade para uma criança<br />
seja de futuro estipulada aproximadamente em Fr. 3’000, mas<br />
na maior parte dos casos deixam de ser possíveis contribuições<br />
de alimentos deste valor devido à falta de capacidade.<br />
Também é possível, que a prática dos tribunais não se baseie<br />
no mínimo vital legal, mas sim no valor da assistência social,<br />
que se encontra regularmente abaixo do mínimo vital legal.<br />
Imaginável seria também que, para os custos de guarda da<br />
criança sejam no máximo aplicados os custos de guarda por<br />
terceiros, se uma guarda por terceiros não arriscar o bem da<br />
criança.<br />
O objetivo desta revisão foi o equilíbrio das diferenças relativas<br />
à lei dos alimentos entre crianças de pais não casados<br />
e crianças de pais casados após separação/divórcio. Para pais<br />
casados não se mudará por isso, de um ponto de vista da lei<br />
dos alimentos. As contribuições de alimentos para as crianças<br />
subirão de facto, mas em contrapartida as contribuições de<br />
alimentos para os cônjuges serão mais baixas. Mas para pais<br />
não casados o ter crianças tornar-se-á nitidamente mais caro,<br />
porque terão agora de pagar indiretamente também o sustento<br />
do pai ou da mãe, que guarda pessoalmente a criança.<br />
Nada se muda aliás também para pais não casados, se ambos<br />
os pais se encontram ativos a 100% e se deixam a guarda da<br />
criança a terceiros.<br />
Resumindo e concluindo: o novo direito dos alimentos para<br />
crianças também pode motivar os pais a compartilhar a guarda<br />
das crianças, de modo a que tanto o pai como a mãe tenham<br />
a possibilidade de estar ativos a tempo parcial. Se tanto<br />
o pai como a mãe assumirem exatamente 50% da guarda da<br />
criança, nenhum deles tem de pagar alimentos para a criança.<br />
Pais que têm crianças à guarda a partir de 1.01.2017, podem,<br />
a partir de 1.01.2017, requerer um ajuste da contribuição de<br />
alimentos de acordo com a nova legislação. Tal só não é possível,<br />
se a contribuição de alimentos atual foi estipulada por<br />
uma sentença de divórcio. Nestes casos só pode ser exigido<br />
um ajuste, se as condições económicas se tiverem apreciavelmente<br />
alterado após o divórcio.<br />
Tem perguntas que digam<br />
respeito ao direito?<br />
Envie a sua pergunta com a indicação<br />
“Lusitano” a:<br />
Bohren Rechtsanwalt,<br />
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ou para mail@dbohren.ch
22 Lusitano de Zurique Publicidade<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
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Wangs<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Recantos helvéticos<br />
Lusitano de Zurique<br />
23<br />
O meu recanto encantado!<br />
Pizol situa-se a 2.844 metros de altitude<br />
e foi o desafio deste mês, onde<br />
dissemos adeus ao Verão! Uma forma<br />
mágica de deixar no armário as<br />
roupas ligeiras e começar a pensar<br />
na troca, para o próxima estação!<br />
Este maravilhoso cantinho situa-<br />
-se na província de St. Gallen. Acessível<br />
a todos nós, caso tenhamos<br />
condição física, para escalar metros<br />
de altitude sob caminhos plenos de<br />
Maria dos Santos<br />
pedras e neve, derivada a elevação<br />
que possui. São 11 kms para quatro a<br />
cinco horas de marcha! Preparados…<br />
vamos então ao percurso!<br />
O meu olhar subiu sobre a montanha que através do seu silêncio<br />
me deixou arrepiada. Conseguiria eu superar as próxima hora?<br />
Esplendorosa e mágica nas cores, deram-me motivação para começar<br />
e confiança, para chegar ao fim num percurso, que em nenhum<br />
sonho somos capazes de visionar!<br />
O céu coberto com algumas nuvens iria dar-nos perspectivas<br />
inesquecíveis.<br />
O sentimento de privilégio apoderou-se de mim! Apetecia-me<br />
sentir o esforço da travessia, identificar cada pedra, cada rocha,<br />
cada lago, cada nuvem a atravessar-me o corpo e viver eternamente.<br />
Estou na alma da natureza e compreendo finalmente porque<br />
este itinerário dos 5 lagos é tão especial e reservado apenas<br />
aqueles que têm preparação psicológica e física.<br />
A visão do primeiro lago estava ali, já o suor percorria o meu corpo,<br />
mas esta pequena lagoa transportou-me para o esquecimento<br />
de humidade que o meu tronco possuía.<br />
O segundo lago arranhou-me o coração e de repente o meu cérebro<br />
foi invadido por mil e um pensamento! Estava já a 2000 mil<br />
metros de altitude e o lugar é extasiante.<br />
O terceiro lago, deu-me o pressentimento do quanto somos insignificantes<br />
perante o universo! Senti-me ninguém! As forças<br />
faltaram-me e aproveitei para sentar-me, respirar e reflectir. Este<br />
lago em forma de coração aprisionou-me e senti que se não tivesse<br />
o grupo a minha espera, ficaria ali e acabaria por me transformar<br />
em “Bela Adormecida” Perigo sem duvida, pois o príncipe<br />
poderia não chegar a tempo de me acordar e transportar para<br />
a realidade! Sorri timidamente, quando uma voz me disse. Hora<br />
de continuar!<br />
O quarto lago estava envolto em alguns metros de neve, senti<br />
que seria o momento de brincar e voltar a ser criança. Depois de<br />
termos trocado por breves minutos o estatuto de adulto por adolescente<br />
a rota continua e a subida revela-se difícil.<br />
Chegamos exausto mais felizes ao quinto e último lago. Fomos<br />
guerreiros e filhos da natureza por um dia. Desfrutamos do que<br />
amamos e a cumplicidade entre nós foi uma constante! Só assim<br />
a vitória deste desafio foi viável!<br />
Durante o regresso a chuva veio abençoar o nosso esforço. Chegamos<br />
todos a pingar mas felizes, por termos tido a vantagem de<br />
peregrinar nos caminhos do céu!
24 Lusitano de Zurique Opinião<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Devia ter MEDO!<br />
Muito medo.<br />
Mas não tenho!<br />
Carlos Paz (*)<br />
E, para que isso fique desde já<br />
claro, tenho a dizer DIRETA-<br />
MENTE ao senhor juiz Carlos<br />
Alexandre o seguinte:<br />
1) Considero que o senhor é<br />
intelectualmente DESONESTO;<br />
2) Considero que o senhor<br />
NÃO TEM AS CAPACIDADES<br />
INTELECTUAIS de discernimento<br />
necessárias para o desempenho<br />
das funções que lhe<br />
estão cometidas (o facto de<br />
ter aceite a entrevista, de ter<br />
respondido da forma que respondeu<br />
e, principalmente, a<br />
gravidade das coisas que disse<br />
e da forma como as disse, são<br />
disso prova necessária e mais<br />
do que suficiente);<br />
3) Considero que o senhor e a<br />
sua falta de qualidades humanas<br />
(o senhor é mesquinho, é<br />
vingativo, é tacanho, é pobre<br />
de espírito, é mal formado,<br />
etc…) são um VERDADEIRO<br />
PERIGO para a credibilidade<br />
da Justiça em Portugal (para a<br />
qualidade e a credibilidade da<br />
própria democracia).<br />
****<br />
O senhor juiz Carlos Alexandre<br />
deu uma entrevista INACREDI-<br />
TÁVEL e INACEITÁVEL:<br />
- Falou diretamente dos casos<br />
que tem em mãos;<br />
- Fez o julgamento público<br />
de um dos arguidos (José<br />
Sócrates);<br />
- Ameaçou toda a sociedade,<br />
avisando que “sabe muito”,<br />
“ouve muito”, “tem muitas<br />
provas”, “tem muita informação”,<br />
“tem muito poder”<br />
(em Democracia é inaceitável<br />
um personagem que NÃO foi<br />
eleito e NÃO é escrutinado por<br />
NINGUÉM, não só deter todo<br />
esse poder como, principalmente,<br />
realçar que o detém<br />
(e veladamente ameaçar toda<br />
uma sociedade porque o detém));<br />
O senhor juiz Carlos Alexandre<br />
afirmou, diversas vezes, que<br />
não tem amigos: NINGUÉM<br />
confia nele para ser seu amigo?<br />
O senhor juiz Carlos Alexandre<br />
afirmou, de diversas formas<br />
que é pobre, ganha pouco, tem<br />
dívidas, faz umas horas extras<br />
para ganhar dinheiro para<br />
pagar as suas dívidas.<br />
Fiquei perplexo: se o senhor<br />
juiz Carlos Alexandre afirma<br />
que leva uma vida muito mais<br />
recatada do que a maioria dos<br />
Portugueses e ganha muito<br />
mais que a maioria dos Portugueses,<br />
então de onde lhe vêm<br />
tantas dívidas? Que comportamentos<br />
ou hábitos o conduziram<br />
a essa situação de endividado?<br />
Ou, ao contrário, nem sequer<br />
tem gastos em especial,<br />
ganha bem e, mesmo assim<br />
está endividado porque NADA<br />
percebe de gestão financeira?<br />
Se assim é, é muito mais grave<br />
ainda: então não tem NENHU-<br />
MA competência técnica para<br />
julgar sobre casos de crime financeiro!<br />
Mas NADA disto foi o PIOR.<br />
O pior foi o comportamento<br />
pró-corrupção passiva que foi<br />
demonstrado na entrevista:<br />
tenho muitas dívidas, sei muitas<br />
coisas, sou muito poderoso,<br />
trabalho demais, não tenho<br />
amigos, tenho créditos para<br />
pagar, não tenho dinheiro,<br />
etc.. Este é o tipo de discurso<br />
de quem quer ser corrompido<br />
em qualquer País subdesenvolvido.<br />
Ficam questões, muitas<br />
questões, demasiadas<br />
questões:<br />
1) Se, neste caso em particular,<br />
parece que estamos quase todos<br />
de acordo (desde o senhor<br />
Presidente da República até<br />
à maioria dos comentadores,<br />
dos líderes políticos, dos decisores),<br />
porque será NINGUÉM<br />
toma medias concretas quanto<br />
ao assunto?<br />
2) Qual é o interesse (quem<br />
ganha com isso?) em destruir<br />
qualquer credibilidade à<br />
justiça como o está a fazer<br />
Carlos Alexandre?<br />
3) Qual é a vantagem de arrasar<br />
a credibilidade e a reputação<br />
do ministério público como o<br />
está a fazer Carlos Alexandre?<br />
4) Quem está a ganhar com<br />
este tipo de conduta suicida<br />
da justiça? Quem é que ganha<br />
com toda esta descredibilização?<br />
5) De que está à espera o Conselho<br />
Superior da Magistratura?<br />
E o Provedor de Justiça? E<br />
o Presidente da República? E o<br />
presidente do Supremo Tribunal<br />
de Justiça?<br />
6) Quem os está a impedir de<br />
atuar? Quem os está a forçar a<br />
permitir este tipo de comportamentos<br />
absolutamente inaceitáveis<br />
de Carlos Alexandre?<br />
7) Quantos criminosos (dos<br />
vários processos de investigação)<br />
se vão “safar” à custa<br />
deste comportamento?<br />
****<br />
Antes que alguém que me leia<br />
queira tirar já as suas conclusões<br />
sobre o meu posicionamento,<br />
refiro, aqui, o que<br />
penso sobre os dois casos<br />
mais mediáticos que o senhor<br />
juiz Carlos Alexandre tem entre<br />
mãos:<br />
1) Caso José Sócrates:<br />
a. Não sei qual vai ser o desfecho<br />
final nem qual a verdadeira<br />
acusação que vai ser<br />
deduzida e, muito menos, qual<br />
a qualidade da prova com que<br />
vai ser acusado, julgado e,<br />
eventualmente, condenado;<br />
b. Sei que MUITO do que se<br />
sabe sobre o caso e que já foi<br />
publicamente reconhecido<br />
pelo próprio José Sócrates e/<br />
ou por seus íntimos, é, para<br />
além de absolutamente INA-<br />
CEITÁVEL, mais do que suficiente<br />
para que mereça a minha<br />
desaprovação, a minha condenação<br />
e a minha exigência de<br />
justiça (e de indeminização ao<br />
Estado Português).<br />
2) Caso Ricardo Salgado:<br />
a. Não sei qual vai ser o desfecho<br />
final nem qual a verdadeira<br />
acusação que vai ser<br />
deduzida e, muito menos, qual<br />
a qualidade da prova com que<br />
vai ser acusado, julgado e,<br />
eventualmente, condenado;<br />
b. Sei que MUITO do que se<br />
sabe sobre o caso e que já foi<br />
publicamente reconhecido<br />
pelo próprio Ricardo Salgado<br />
e/ou pelos seus colegas de<br />
Administração (familiares ou<br />
não), é, para além de absolutamente<br />
INACEITÁVEL, mais<br />
do que suficiente para que<br />
mereça a minha desaprovação,<br />
a minha condenação e a<br />
minha exigência de justiça (e<br />
de indeminização ao Estado<br />
Português e aos que foram diretamente<br />
roubados).<br />
****<br />
Sei que devia ter MEDO! Muito<br />
medo. Mas não tenho!<br />
E não me calo!<br />
(*) Professor Universitário no<br />
ISEG e escreve segundo o novo<br />
AO
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Comunidade<br />
Lusitano de Zurique<br />
25<br />
O Outono, a vinha e o vinho<br />
Para muitos o Outono é a época do ano mais<br />
bonita, principalmente para conhecer melhor<br />
natureza e dar belos passeios a pé.<br />
A norte da encosta do Bielersee em Twanner<br />
a confraria de saberes e sabores de Portugal<br />
de Zurique fez uma visita a esta linda encosta<br />
cheia de cores do Outono, virada para os Alpes<br />
numa aldeia muito charmosa e acolhedora.<br />
As vinhas são o encanto da paisagem, vinhas<br />
bem formadas e recheadas de uvas brancas e<br />
tintas, ao passar os visitantes não resistiam em<br />
provar os bagos suculentos e apetitosos. No<br />
topo da vinha havia uma degustação de diversos<br />
vinhos da região, branco, tinto e espumante<br />
era tudo à discrição.<br />
Os visitantes só tinham que comprar o copo<br />
pois o sumo da uva estava espalhado por todo<br />
o caminho, é caso para dizer que o vinho era<br />
provado no nascente!<br />
Armindo Alves
26 Lusitano de Zurique Publicidade<br />
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<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Cidadania<br />
Lusitano de Zurique<br />
27<br />
MUDANÇAS NO CARTÃO DE CIDADÃO<br />
O governo aprovou mudanças<br />
no cartão de cidadão. A primeira<br />
alteração desde o seu<br />
lançamento em 2007, aconteceu<br />
o ano passado, definindo<br />
que o cartão de cidadão para<br />
os cidadãos com 65 anos ou<br />
mais passaria a ser vitalício<br />
(algo que foi agora revisto por<br />
limitações técnicas). Entram<br />
agora em vigor mudanças no<br />
cartão de cidadão mais alargadas.<br />
Conheças as principais<br />
alterações.<br />
PRINCIPAIS MUDANÇAS<br />
NO CARTÃO DE CIDADÃO<br />
REDUÇÃO DO PRAZO PARA AL-<br />
TERAR A MORADA<br />
Em vez dos habituais 30 dias para alterar<br />
a morada, a contar da data em que<br />
ocorre a alteração da mesma, os cidadãos<br />
passam a dispor de apenas 15 dias<br />
para “comunicar novo endereço postal<br />
e promover, junto de serviços de recepção,<br />
a actualização da morada”. O não<br />
cumprimento do prazo implica uma coima<br />
(50 a 100€).<br />
PROIBIÇÃO DE FOTOCÓPIA<br />
Fotocopiar o cartão de cidadão, sem o<br />
consentimento do titular, passa a ser<br />
punível com multa (250 a 750€). A prática<br />
já estava interdita, mas não era punida<br />
com multa.<br />
ALTERAÇÃO DO PRAZO DE<br />
VALIDADE DO CARTÃO DE CI-<br />
DADÃO<br />
Como referido, por questões técnicas,<br />
não é possível emitir cartões de cidadão<br />
vitalícios (a anterior lei previa que<br />
assim acontecesse para os maiores de<br />
65 anos). Agora, o prazo de validade do<br />
cartão de cidadão passa para dez anos,<br />
isto para os titulares com mais de 25<br />
anos. Para os menores de 25 anos o prazo<br />
mantém-se nos cinco anos.<br />
OBRIGATORIEDADE DE POS-<br />
SUIR CARTÃO DE CIDADÃO<br />
LOGO NO INÍCIO DE VIDA<br />
Os bebés passam a ter de possuir cartão<br />
de cidadão nos primeiros 20 dias de<br />
vida. Até aqui era, apenas, exigido para<br />
todos os cidadãos nacionais, residentes<br />
em Portugal ou no estrangeiro, a partir<br />
dos seis anos de idade ou quando fosse<br />
solicitado por um serviço público.<br />
CONTACTOS ASSOCIADOS<br />
Pode associar um número de telemóvel<br />
e/ou um email ao cartão de cidadão para<br />
emissão de alertas e comunicações.<br />
MUDANÇA DO NÚMERO<br />
Passa a ser possível solicitar um novo<br />
número de identificação civil nos casos<br />
de mudança de sexo no registo civil ou<br />
roubo/falsificação de identidade, desde<br />
que o cartão de cidadão esteja dentro do<br />
prazo de validade (até aqui apenas era<br />
permitido requerer um novo número de<br />
identificação civil nos casos de adopção).<br />
Novidade no mercado suiço<br />
moda exclusiva e limitada<br />
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28 Lusitano de Zurique Vamos contar uma história<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Vamos contar uma história<br />
Os pais de crianças dos 2 aos 6 anos estão convidados a<br />
participar no mundo fantástico das histórias infantis.<br />
Juntos vamos divertir-nos muito...<br />
Entrada<br />
livre!<br />
Sábado<br />
dias<br />
15.10.<strong>2016</strong><br />
Das 15.30 às 17:30h<br />
Vamos fazer trabalhos manuais<br />
Cantar e brincar...<br />
Animadoras:<br />
Sandra Alves<br />
Ana Matos<br />
Para confirmar a participação<br />
envie um SMS para o número<br />
079 6470146 e indique o nome<br />
e a idade da criança.<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
Birmensdorferstr, 48<br />
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<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Opinião<br />
Lusitano de Zurique<br />
29<br />
O juiz Alexandre<br />
Carlos Matos Gomes (*)<br />
Elegia para um juiz que nunca ouviu falar<br />
de poetas. Todas as cartas de amor são<br />
ridículas. Fernando Pessoa. Nem Todos<br />
os funcionários públicos são ridículos,<br />
mas o juiz Carlos Alexandre é ridículo.<br />
O poeta é autor do poema, compará-lo<br />
com o juiz é o meu prazer individual. Um<br />
momento surrealista em que uma águia<br />
encontra um aranhiço. Reparem na primeira<br />
quadra...<br />
“<br />
A tua voz fala amorosa...<br />
Tão meiga fala que me esquece Que é<br />
falsa a sua branda prosa. Meu coração<br />
desentristece.<br />
Sim, como a música sugere<br />
O que na música não stá,<br />
Meu coração nada mais quer<br />
Que a melodia que em ti há...<br />
Amar-me? Quem o crera? Fala<br />
Na mesma voz que nada diz<br />
Se és uma música que embala.<br />
Eu ouço, ignoro, e sou feliz.<br />
Nem há felicidade falsa,<br />
Enquanto dura é verdadeira.<br />
Que importa o que a verdade exalça<br />
Se sou feliz desta maneira? “<br />
O funcionário público com funções de<br />
juiz de defensor dos direitos do cidadão<br />
(papel do juiz de instrução) contra os<br />
atropelos do Estado entende que não<br />
há que defender os cidadãos, mas ganhar<br />
a sua vida com trabalhos ao sábado,<br />
serões e madrugadas, tudo registado no<br />
relógio de ponto.<br />
Carlos Alexandre,o juiz, não escreve cartas<br />
de amor ridículas. Ele é ridículo. Ele<br />
não nunca escreveu cartas de amor. (O<br />
amor é um mal (ou um bem) que leva os<br />
pecadores a pagar almoços a amadas!<br />
Um pecado!).<br />
Também nunca leu um poema, malditas<br />
estrofes fora dos códigos que são o seu<br />
único alimento, de jumento. Ele trabalha.<br />
Isto é levanta-se cedo, carrega pastas,<br />
sábados e domingos para ganhar para<br />
pagar dívidas... Já na família existia uma<br />
mula assim, em Mação, que puxava água<br />
à nora, de que ele herdou o arreio, com<br />
cabeçada e arnês para os tirantes .<br />
Sabia que um juiz ganha horas extraordinárias<br />
como qualquer coveiro? Eu<br />
não sabia. Fiquei a saber pelo juiz Alexandre.<br />
É preciso que haja mortos para os<br />
coveiros fazerem horas extraordinárias.<br />
São necessários processos para o juiz Alexandre<br />
pagar as dívidas e as hipotecas.<br />
São precisos fogos para os bombeiros<br />
incendiários ganharem uns extras pelas<br />
saídas para apagar os fogos que eles lançaram.<br />
PARA QUEM VERDADEIRAMENTE<br />
AMA O SEU CARRO, SO A MELHOR<br />
COBERTURA CONTA.<br />
Zurich,<br />
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Marcel Strangis<br />
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tiago.costa@zurich.ch<br />
O juiz Alexandre é um incendiário<br />
que não leu poemas, nem romances.<br />
Que deve dormir de pijama, coberto<br />
até ao pescoço e com a braguilha<br />
corrida até ao umbigo, não vá o<br />
diabo escutá-lo.<br />
O juiz Alexandre está certo que o escutam.<br />
Posso descansá-lo: deve ser<br />
o gosto burocrático dos seus colegas<br />
das informações, do Correio da<br />
Manhã, porventura, pelos seus peidos,<br />
gases saídos por baixo. Porque<br />
da cabeça, por cima, não lhe sai nenhum<br />
ruído.<br />
SEGUROS DA ZURICH.<br />
PARA TODOS QUE AMAM VERDADEIRAMENTE.<br />
(*) Coronel de Cavalaria. Condecorado<br />
com as medalhas de Cruz de Guerra de<br />
1ª e 2ª Classe. Pertenceu à primeira Comissão<br />
Coodenadora do Movimento dos<br />
Capitães da Guiné. Foi membro da Assembleia<br />
do MFA. É escritor.
30 Lusitano de Zurique Culinária<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Bacalhau à moda<br />
da avó<br />
Ingredientes:<br />
800 gr de lombo de bacalhau<br />
100 gr de presunto<br />
2 dl de azeite<br />
1 dl de vinagre de vinho branco<br />
1 colher de café de colorau<br />
1 kg de batatas<br />
2 kg de couve coração<br />
500 gr de cebola às rodelas<br />
6 dentes de alho<br />
1 ovo cru + 1 ovo cozido<br />
Farinha trigo q.b.<br />
Sal e pimenta q.b.<br />
Óleo para fritar<br />
2 folhas de louro<br />
Salsa picada q.b.<br />
Confecção:<br />
Corta-se o bacalhau pelo menos com 48 horas de antecedência, coloca-se em água<br />
fria, mudando a mesma três vezes ao dia. No dia da confecção passam-se as postas por<br />
farinha e ovo batido, fritando-se de seguida em bastante óleo.<br />
Em simultâneo, faz-se a cebolada da seguinte forma: mete-se num tacho ao lume com<br />
azeite, presunto em tiras finas, cebolas (rodelas) e alho (rodelas), deixa-se ferver e<br />
junta-se o colorau, sal, pimenta, louro e refresca-se com vinagre. Coze-se a couve em<br />
água e sal e arrefece-se, para depois a saltear em azeite, alho (picado), sal, pimenta e<br />
vinagre.<br />
Levam-se à mesa as postas no meio de uma caçarola baixa de loiça tradicional, ficando<br />
de um lado batatas fritas às rodelas, do outro a couve salteada, em cima a cebolada e<br />
polvilha-se com salsa, ovo (picados) e azeitonas.<br />
Francesinha (*)<br />
Ingredientes para o molho:<br />
1 cerveja<br />
1 caldo de carne<br />
2 folhas de louro<br />
1 colher de (sopa) de margarina<br />
1 cálice de Brandy ou Porto<br />
1 colher de (sopa) de maisena<br />
2 colheres de (sopa) de polpa de tomate<br />
1/2 copo ( +- 1dl ) de leite<br />
piri-piri q.b.<br />
Chouriça ou presunto<br />
Ingredientes para a Sandes:<br />
Sandes para 1 Pessoa<br />
2 fatias de pão de forma não fatiado<br />
Fiambre q.b.<br />
Queijo q.b.<br />
Salsichas q.b.<br />
Linguiça q.b.<br />
Carne assada ou bife q.b.<br />
Confecção:<br />
Dissolve o caldo de carne na cerveja, leva ao lume e vai juntando os outros<br />
ingredientes. Por fim dissolve bem a maizena com leite frio e junta-a ao preparado<br />
mexendo sempre até engrossar um pouco. Antes de servir retira-lhe o<br />
louro e a chouriça.<br />
Fazer uma sandes com os ingredientes cobrir com queijo, colocar no centro de<br />
um prato e regar com o molho, e levar ao forno a gratinar. No topo pode levar<br />
um ovo estrelado.<br />
(*) Esta receita nasceu na cidade nos anos sessenta numa inovação do croque-monsieur que um emigrante tantas<br />
vezes fizera em França, onde trabalhava. A sua forma abundante na quantidade e na diversidade dos artigos que a<br />
acompanham, adubada com um molho de marisco picante, veio de facto ao encontro das gentes do Porto que gostam<br />
de comidas com sabores carregados e de bom sustento. É, pois, um prato jovem, de convívio, grande na porção,<br />
quente no palato, inventivo na receita.<br />
Coordenação: Joana Araújo
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Plantas medicinais<br />
Lusitano de Zurique<br />
31<br />
PLANTAS MEDICINAIS<br />
CIMICIFUGA (Cimicifuga racemosa):<br />
Atua no tratamento dos sintomas neurovegetativos<br />
relacionados ao climatério,<br />
tais como calorões, suores noturnos,<br />
nervosismo, dores de cabeça e palpitações<br />
cardíacas. Possui efeito semelhante<br />
ao estrógeno no organismo, sendo conhecida<br />
como um fitohormônio.<br />
CIPÓ CABELUDO (Mikania hirsutissima):<br />
Indicado em cólicas menstruais,<br />
nefrites, reumatismo e inflamações da<br />
bexiga. Suas folhas possuem óleo essencial,<br />
taninos, saponinas, resina e sais<br />
minerais. A planta é muito usada na prevenção<br />
da artrite.<br />
CIPÓ MIL HOMENS (Aristolochia<br />
brasiliensis): Estimulante dos rins, fígado<br />
e baço, ajuda a amenizar cólicas intestinais<br />
e a febre. Tem ação emenagoga,<br />
por isso não é indicado na gravidez.<br />
Popularmente é usada contra picadas de<br />
cobras, aplicando-se a planta moída sobre<br />
o ferimento.<br />
CONFREI (Symphytum officinalis):<br />
Planta cicatrizante, que não é recomendada<br />
para uso interno, pois contém princípios<br />
tóxicos. A infusão forte deve ser<br />
usado em compressas, para tratar irritações<br />
e espinhas na pele. Ajuda na cicatrização<br />
de queimaduras e feridas.<br />
COPAÍBA (Copaifera officinalis): Extraído<br />
da árvore copaíba, planta considerada<br />
produtora de um poderoso<br />
antibiótico e anti-inflamatório natural,<br />
o óleo da copaíba apresenta propriedades<br />
regeneradoras, nutritivas e tônicas,<br />
capazes de restaurar e fortalecer os sistemas<br />
digestivo, intestinal, respiratório,<br />
circulatório e imunológico. É um ótimo<br />
antimicrobiano, além de diurético. Rico<br />
em beta-cariofileno, substância com<br />
comprovação científica na farmacopéia<br />
como anti-inflamatória e protetora da<br />
mucosa gástrica.<br />
CORDÃO DE FRADE (Leonotis nepetaefolia):<br />
Ótimo diurético, o chá ameniza<br />
dores de estômago e o xarope é indicado<br />
para tosse e problemas respiratórios.<br />
CRAVO DA INDIA (Syzygium aromaticum):<br />
Excitante e aromático, conhecido<br />
por aliviar problemas bucais e facilitar a<br />
menstruação. O comércio desses botões<br />
secos de flores que não desabrocharam<br />
permaneceu sob monopólio de portugueses<br />
e holandeses durante séculos,<br />
até que um diplomata francês chamado<br />
Poivre furtou sementes da planta em<br />
1769 e ampliou sua oferta no mercado.<br />
Na Idade Média, o cravo custava quatro<br />
vezes mais que a noz-moscada, que já<br />
era bem cara! O cravo da índia era utilizado<br />
para mascarar o sabor de alimentos<br />
estragados e condimentar uma infinidade<br />
de receitas, numa época em que as<br />
especiarias eram muito valorizadas. Com<br />
propriedades bactericidas, atribuídas a<br />
um elemento do seu óleo essencial chamado<br />
eugenol, é usado em chás caseiros<br />
para combater resfriados e dores de garganta.<br />
É usado também contra cólicas<br />
digestivas, gases e diarréia.<br />
Dente de Leão<br />
(Taraxacum officinale) D<br />
DAMIANA (Turnera aphrodisiaca): Usada<br />
em casos de alcoolismo, anorexia, asma,<br />
bronquite, desordens respiratórias, depressão,<br />
dispepsias, desinterias, problemas<br />
dos rins e bexiga, dores de cabeça e<br />
como próprio nome sugere, na impotência<br />
sexual, como afrodisíaco e nos problemas<br />
da libido.<br />
DENTE DE LEÃO (Taraxacum officinale):<br />
Tônico hepático, diurético e depurativo<br />
do sangue, age no fígado e nos<br />
rins. É indicado também para diabéticos.<br />
Consumido em saladas, sucos ou<br />
chás é antiescorbútico, antiácido e laxante.<br />
DOURADINHA (Waltheria douradinha):<br />
Diurético, é indicado nas inflamações da<br />
bexiga e ajuda a eliminar pedras. Usa-<br />
-se em todas os problemas pulmonares,<br />
bronquite e tosse.<br />
EMBAÚBA (Cecropia palmata): Poderoso<br />
diurético, que ameniza a pressão e<br />
regula as batidas do coração. Não é recomendado<br />
o uso contínuo.<br />
ENDRO (Anethum graveolens): É usado<br />
popularmente para combater enjôo, irritação<br />
e inflamações da garganta. Combate<br />
gases e cólicas.<br />
EQUINÁCEA (Equinacea angustifólia):<br />
Considerada antibiótica e antiinflamatória,<br />
possui mais de 20 óleos essenciais.<br />
Possui terpenos (pentadecadieno),<br />
substâncias com possíveis propriedades<br />
oncolíticas (bloqueiam e destroem muitas<br />
células cancerígenas), equinacosídeo<br />
(que possui efeito antibiótico sobre estafilococos)<br />
e fungicida (destrói os fungos).<br />
ERVA BALEEIRA (Cordia verbanacea):<br />
Indígenas brasileiros utilizavam<br />
esta planta como um poderoso antiinflamatório.<br />
Ainda hoje, a medicina popular<br />
se rende aos poderes da erva-baleeira,<br />
especialmente nas comunidades litorâneas,<br />
onde ela é usada na forma de pomada,<br />
extrato ou folhas maceradas para<br />
curar ferimentos provocados por acidentes<br />
com peixes nas pescarias. Especula-<br />
-se, inclusive, que o nome “baleeira” seja<br />
inspirado justamente nesta associação<br />
com o uso da planta por pescadores e por<br />
ser abundante nas regiões litorâneas.<br />
Seu uso popular é largo e variado: é usada<br />
contra artrite, reumatismo, artrose,<br />
contusões e em todo tipo de inflamação,<br />
inclusive na forma de bochechos para<br />
aliviar dores de dente e tratar inflamações<br />
bucais. Além disso, é indicada contra<br />
úlceras. Seus poderes como cicatrizante<br />
e antiinflamatória é que fizeram a<br />
fama desta planta. Em algumas regiões,<br />
as folhas da erva-baleeira são cozidas e<br />
aplicadas sobre feridas para acelerar a<br />
cicatrização.<br />
ATENÇÃO:<br />
Estas informações são meramente informativas<br />
e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />
curar ou prevenir qualquer doença e muito menos<br />
substituir cuidados médicos adequados.
32 Lusitano de Zurique Tecnologia<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
iPhone 7 arrasa Galaxy Note 7<br />
As últimas notícias no segmento dos dispositivos móveis revelam que devido aos problemas<br />
do Galaxy Note 7, a Samsung já teve de vender acções para financiar a recolha<br />
dos equipamentos. Do lado da Apple, o iPhone 7 foi anunciado como sendo o melhor dos<br />
melhores mas, os supostos problemas com o Touch ID e o HissGate, poderão também<br />
afectar as previsões/vendas.<br />
Joana Araújo<br />
APLICATIVOS<br />
Passando para o campo do desempenho e nos muitos testes que os utilizadores submetem<br />
os smartphones, qual será afinal o mais poderoso, será o recente iPhone 7 ou o<br />
Galaxy Note 7?<br />
Num vídeo criado pelo canal PhoneBuff, foram colocados lado a lado o iPhone 7 e o Galaxy<br />
Note 7 para avaliar qual o equipamento mais rápido. Se o velho iPhone 6s já tinha<br />
mostramos que era muito mais rápido que o recente Galaxy Note 7 faltava agora saber<br />
quais os resultados conseguidos com o novo iPhone 7, comparativamente ao equipamento<br />
da Samsung.<br />
Ver o resultado neste vídeo aqui: aqui: http://zip.net/btttYf - in pplware.sapo.pt<br />
Google Allo<br />
Allo é o novo aplicativo para troca<br />
de mensagens do Google. Ele chega<br />
como um desafio da empresa contra<br />
concorrentes como o WhatsApp<br />
e o iMessage, este da Apple. Além<br />
de permitir a comunicação entre<br />
pessoas, ele tem alguns recursos<br />
interessantes. Um dos principais<br />
é um robô do Google. Ele pode ser<br />
questionado a qualquer momento e<br />
dentro de qualquer conversa. Ele é<br />
capaz de entender perguntas e procurar<br />
respostas na internet.<br />
Android: https://play.google.com<br />
iPhone: http://zip.net/bgts8j<br />
Glico2<br />
Glico2 é um app criado pela farmacêutica<br />
Norvartis. Ele tem como objectivo<br />
auxiliar pessoas que tenham<br />
diabetes do tipo 2 a acompanhar a<br />
oscilação da glicose no sangue. O<br />
usuário do app poderá inserir manualmente<br />
os dados e acompanhar<br />
a variação em gráficos. Outra função<br />
interessante é a capacidade de<br />
compartilhar os dados com o médico.<br />
Isso deve facilitar o acompanhamento<br />
e a interacção entre paciente<br />
e médico. O app também tem uma<br />
tela com notícias e informações sobre<br />
a diabetes tipo 2.<br />
Grátis, em português, para<br />
Android:http://zip.net/bhtthy,<br />
iPhone/iPad: http://zip.net/bltsGx<br />
e web: http://zip.net/byttFf<br />
Samsung é processada após<br />
explosão do Galaxy S7 Edge<br />
A situação não está nada fácil para a Samsung após vários utilizadores terem-se queixado<br />
da explosão da bateria. A Samsung revelou que as explosões das baterias dos Galaxy<br />
Note 7 era limitado apenas a esse aparelho. No entanto, agora a empresa está a ser processada<br />
por vários compradores.<br />
WeSpeke Chat<br />
Este aplicativo é uma plataforma para conectar<br />
pessoas interessadas em praticar<br />
um idioma falando com pessoas que sejam<br />
nativas. Por exemplo, você pode buscar<br />
uma pessoa que seja argentina para falar<br />
espanhol. Esse mesmo utilizador terá interesse<br />
em praticar o idioma português com<br />
você. Sendo assim, você pode desenvolver<br />
amizades com pessoas de outros países<br />
com o objectivo de conversar no idioma<br />
que pretende aprimorar.<br />
Grátis, em português, para Android:<br />
http://zip.net/bgts8h e iPhone: http://zip.<br />
net/bdttGp<br />
Beer Plus<br />
Beer Plus é um app para quem ama cervejas.<br />
Ele funciona como um catálogo de bebidas.<br />
O utilizador pode procurar os rótulos<br />
por texto ou usando a câmara para fazer a<br />
leitura do código de barras. O aplicativo<br />
pode ser usado para marcar quais cervejas<br />
a pessoa já bebeu e quais quer beber no<br />
futuro. Ao marcar uma cerveja em seu catálogo,<br />
o utilizador pode fazer uma breve<br />
avaliação. O aplicativo é capaz de dar sugestões<br />
com base no histórico do utilizador.<br />
Grátis, em português, para Android:<br />
http://zip.net/bwtsHs e iPhone: http://<br />
zip.net/bxtt8f
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Horóscopo<br />
Lusitano de Zurique<br />
33<br />
Curiosidades<br />
Carneiro<br />
Urano no seu signo faz um óptimo aspecto<br />
com o Sol e você ganha em discernimento e<br />
tranquilidade em questões que exigem pequenas<br />
mudanças e capacidade criativa. Seu<br />
regente em Virgem beneficia o dia-a-dia de<br />
trabalho.<br />
Touro<br />
O seu regente ainda retrógrado faz com que<br />
você reavalie com seriedade os seus relacionamentos<br />
pessoais, profissionais e da<br />
sua vida financeira. Prepare-se para novas<br />
propostas de negócios e aumento das suas<br />
finanças.<br />
Gémeos<br />
Vénus no seu signo promete colocar em<br />
equilíbrio sua vida afectiva, mas ainda existem<br />
alguns pontos que devem ser reavaliados.<br />
Vida financeira passa pelo mesmo processo.<br />
Novos negócios a caminho.<br />
Caranguejo<br />
Saturno retrógrado pode trazer algumas<br />
questões familiares mal resolvidas de volta.<br />
É hora de aparar algumas arestas e solucionar<br />
definitivamente alguns problemas. Emoções<br />
do passado podem-no tentar desequilibrar.<br />
Leão<br />
O seu regente unido a Mercúrio faz um tenso<br />
aspecto com Neptuno e pode trazer alguns<br />
atrasos e confusões, especialmente com relação<br />
a projectos com empresas e instituições.<br />
O trabalho em equipa passa pelo mesmo<br />
processo.<br />
Virgem<br />
Sol e Mercúrio em Gémeos trazem o foco<br />
para a sua carreira. Mesmo que você seja<br />
obrigado a enfrentar algumas confusões,<br />
não se preocupe, em poucos dias tudo será<br />
solucionado. O sucesso chegará em breve.<br />
Balança<br />
O seu regente continua em movimento retrógrado<br />
colocando em cheque questões importantes<br />
em seu relacionamento afectivo. É<br />
possível que tenha que enfrentar atrasos em<br />
seus negócios. Tenha paciência, pois a energia<br />
é passageira.<br />
Escorpião<br />
Este é um momento de maior reflexão das<br />
suas dificuldades emocionais e uma sensação<br />
de crise pode se instalar no seu coração.<br />
Procure olhar profundamente para o que<br />
precisa ser mudado.<br />
Sagitário<br />
Nesta fase de Vénus retrógrada você deve<br />
tentar se tranquilizar, pois o amor pode<br />
passar por um período de congelamento. A<br />
reavaliação de um relacionamento próximo<br />
pode ser inevitável.<br />
Capricórnio<br />
É possível que você se sinta mais fechado e<br />
emotivo no dia de hoje. Emoções mais profundas<br />
podem incomodar. É hora de olhar<br />
com mais atenção às suas necessidades<br />
emocionais. Óptimo dia para acordos financeiros.<br />
Aquário<br />
Procure não misturar o relacionamento afectivo<br />
com questões que envolvam dinheiro. O<br />
momento pede discernimento e controle dos<br />
gastos. No amor, a fase ainda é de revisões e<br />
ajustes.<br />
Peixes<br />
As suas emoções podem estar um tanto<br />
atrapalhadas e confusas neste momento,<br />
portanto, procure não tomar nenhuma decisão<br />
definitiva por enquanto. A sua vida emocional<br />
irá passar por uma fase de transformações<br />
profundas.<br />
A Astrologia (do grego astron,<br />
“astros”, “estrelas”, “corpos celestes”,<br />
e logos, “palavra”, “estudo”)<br />
é um grupo de sistemas, tradições<br />
e crenças que alega que<br />
as posições relativas dos corpos<br />
celestes podem prover informação<br />
sobre personalidade, relações<br />
humanas, e outros assuntos<br />
mundanos.<br />
Um praticante de astrologia é<br />
chamado astrólogo. Cientistas<br />
consideram a astrologia uma<br />
pseudo-ciência ou superstição,<br />
uma vez que esta não prove evidências<br />
acerca da eficácia dos<br />
seus métodos.<br />
Os registos mais antigos sugerem<br />
que a Astrologia surgiu no<br />
terceiro milénio AC. Ela teve um<br />
importante papel na formação<br />
das culturas, e sua influência é<br />
encontrada na Astronomia antiga,<br />
nos Vedas, na Bíblia, e em várias<br />
disciplinas através da história.<br />
De facto, até na Era Moderna,<br />
a astrologia e astronomia eram<br />
frequentemente confundidas,<br />
uma vez que o desejo de predizer<br />
o futuro por actividades adivinhadoras,<br />
era uma das motivações<br />
principais das observações<br />
astronómicas.<br />
A Astronomia começou a divergir<br />
gradualmente da Astrologia, a<br />
partir da Renascença, até o século<br />
XVIII. Eventualmente, a Astronomia<br />
distinguiu-se como uma<br />
disciplina científica, constituída<br />
do estudo objectivo do Universo,<br />
abandonando as antigas interpretações<br />
astrológicas.<br />
Astrólogos acreditam que o movimento<br />
e posições dos corpos<br />
celestes podem influenciar directamente<br />
eventos na Terra à<br />
escala humana. Os Astrólogos<br />
modernos definem a astrologia<br />
como uma linguagem simbólica,<br />
uma forma de arte, ou uma forma<br />
de vidência...<br />
in krk<br />
Coordenação: Joana Araújo
34 Lusitano de Zurique Humor/Passatempo (*)<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
“Quem não sabe rir, não sabe viver...”<br />
(*) O humor é um estado de ânimo cuja intensidade representa o grau de disposição e de bem-estar psicológico e emocional de cada indivíduo a cada momento.<br />
NÃO SE META<br />
A mulher está na cozinha estrelar ovos<br />
quando o marido chega e começa a<br />
gritar:<br />
– CUIDADO!!! CUIDADO!!! PÕE MAIS<br />
ÓLEO!!! PÕE MAIS ÓLEO!! VAI QUIMAR,<br />
CUIDADO!!! VIRA, VIRA, ANDA!!! PÕE O<br />
SAL!!! NÃO ESQUEÇAS O SAL!!!<br />
A mulher, irritada com os berros, pergunta:<br />
Por que raio, pensas que não sei frear ovos?<br />
E o marido responde:<br />
– Isto é só para teres uma ideia do que<br />
eu sinto, quando conduzo e tu estás<br />
do meu lado sempre a mandar bocas…<br />
伀 猀 漀 爀 爀 椀 猀 漀<br />
漀 椀 搀 椀 漀 洀 愀<br />
甀 渀 椀 瘀 攀 爀 猀 愀 氀<br />
搀 愀 猀 瀀 攀 猀 猀 漀 愀 猀<br />
椀 渀 琀 攀 氀 椀 最 攀 渀 琀 攀 猀 ⸀<br />
Seis grandes verdades<br />
da vida<br />
1ª Verdade:<br />
Ninguém consegue tocar em todos os<br />
dentes da boca com a língua.<br />
2ª Verdade:<br />
Todo o anormal, depois de ler a 1ª verdade,<br />
tenta tocar com a língua em todos os<br />
dentes que tem na boca.<br />
3ª verdade:<br />
Descobre que a 1ª verdade é mentira.<br />
4ª Verdade:<br />
Começa a sorrir, porque concorda que é<br />
anormal.<br />
5ª Verdade:<br />
Está a pensar para quem vai enviar essas<br />
verdades.<br />
6ª Verdade:<br />
Continua com o sorriso (amarelo) de<br />
anormal na cara a tentar vingar-se.<br />
BURACOS<br />
Numa aldeia da Póvoa, quase todos sabiam<br />
que havia mulheres que traíam os<br />
maridos e ao confessarem-se, diziam ao<br />
padre que tinham “caído no buraco”.<br />
Um dia o velho padre morre e o Arcebispo<br />
de Braga manda logo um jovem e activo<br />
substituto.<br />
Sem saber de nada, ele diz a todas que<br />
confessam ter caído, que cair no buraco<br />
não era pecado nenhum.<br />
Visto que todos os dias caíam mulheres<br />
no “buraco”, o padre foi reclamar com o<br />
presidente da Câmara:<br />
– Senhor presidente, o senhor precisa<br />
de mandar cuidar melhor das ruas. Elas<br />
estão cheias de buracos e todos os dias<br />
há quedas.<br />
O presidente da Câmara, que sabia da<br />
história, deu uma enorme gargalhada<br />
e uma palmada amigável nas costas do<br />
jovem padre.<br />
– E o senhor ri-se? – pergunta o padre<br />
sem entender.<br />
– A sua mulher não lhe tem dito nada?<br />
Olhe que só esta semana ela já caiu cinco<br />
vezes!<br />
Recolha e coordenação:Manuel Araújo
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Júnior<br />
Lusitano de Zurique<br />
35<br />
OVOS FRESCOS<br />
António Torrado<br />
escreveu e<br />
Cristina Malaquias ilustrou<br />
Era uma vez um açafate com ovos. Puseram-se<br />
à conversa. Eram ovos ainda frescos<br />
e tinham ambições. Um deles disse:<br />
– Quem me dera a mim fazer-me em<br />
fios de ovos, a enfeitar um bolo...<br />
– Não está má a pretensão – comentou<br />
um outro. – Pois eu preferia ajudar<br />
umas fatias douradas a ficar mais douradinhas.<br />
– Fritos, não – cortou um terceiro. – Mas,<br />
numa gemada com açúcar, já eu entrava<br />
com gosto.<br />
Outro ovo confessou:<br />
– Gostava tanto de ser ovo estrelado.<br />
Estrelado vem de estrela... Deve ser bonito.<br />
Mas, não podendo ser, qualquer<br />
uso serve. Um ovo nunca passa despercebido.<br />
Só faltava um.<br />
– E tu o que queres ser? – perguntaram<br />
os outros.<br />
– O ovo de Colombo.<br />
Vamos fazer-lhe a vontade.<br />
Como vocês sabem, Cristóvão Colombo<br />
descobriu a América. Quando regressou<br />
a Espanha, trazendo a notícia da sua<br />
descoberta, os fidalgos da corte, invejosos,<br />
desdenharam do feito. Isso também<br />
eles eram capazes. Bastava lá ir.<br />
Então, Colombo mostrou-lhes um ovo e<br />
disse-lhes:<br />
– Ponham-no de pé.<br />
Eles tentaram. Insistiram. Obstinaram-<br />
-se.<br />
– Não é possível – concluíram.<br />
– Pois eu consigo – disse Colombo.<br />
Muito ao de leve, bateu na mesa com<br />
a parte mais redonda e cheia do ovo, a<br />
casca amolgou-se, mas só um bocadinho,<br />
e o ovo ficou de pé.<br />
– Que fácil – comentaram os fidalgos. –<br />
Isso também nós éramos capazes.<br />
– Mas não o fizeram. Quem pôs o ovo de<br />
pé, quem descobriu um novo continente<br />
fui eu. Cabe-me o mérito a mim.<br />
Aqui têm como eu fiz a vontade ao ovo<br />
que queria ser ovo de Colombo.<br />
E agora? Agora, já satisfeito, vai juntar-<br />
-se aos outros e, todos juntos, vão fazer<br />
uma omeleta.<br />
Fim.
36 Lusitano de Zurique Literatura<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Carmindo de<br />
Carvalho<br />
O luar e a<br />
imagem baça<br />
Se o amanhã<br />
fosse ontem<br />
Olho para aquela imagem baçaReflectida na vidraça.<br />
Que será aquela mancha<br />
Desfocada sem graça<br />
Que me sorri através da vidraça?!<br />
Será a sombra desdenhosa<br />
Do eu que sou agora?<br />
Ou o espectro caduco<br />
Caindo a rir, do eu que fui outrora?<br />
Aproximo-me e vislumbro<br />
Na penumbra da noite, lá em baixo<br />
Na obscuridade da praça<br />
Algo que oculto<br />
Na sombra do luar, passa !<br />
Se o amanhã fosse ontem...<br />
Um ontem de muitos pedaços de ontem<br />
Que fizeram o ontem de ontem<br />
Ia ouvir - te, ver - te, tocar-te.<br />
Em teus braços me ia recolher<br />
Da tua boca beber<br />
E comer<br />
E em teus olhos me perder.<br />
Mas o amanhã<br />
Não vai ser ontem<br />
Nem o ontem de ontem nem de hoje nem de amanhã.<br />
Só há um ontem. Esta é a triste realidade. E já foi ontem.<br />
Resta-me: sem peso nem medida<br />
amar-te<br />
Incontrolavelmente sonhar-te<br />
Sofregamente desejar-te.<br />
Eternamente?<br />
https://www.facebook.com/carmindo.carvalho
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Literatura<br />
Lusitano de Zurique<br />
37<br />
Conhece então a boémia lisboeta e perde-se numa vida desregrada.<br />
Em 1786 consegue a patente de guarda-marinha e parte para<br />
a Índia embarcado no “Senhora da Vida”. O navio fez escala no<br />
Rio, onde Bocage conheceu o novo governador da Índia que com<br />
ele simpatizou e o apresentou à sociedade brasileira, frequentando<br />
banquetes e festas.<br />
A estas breves delícias iam suceder cerca de dois anos de trabalhos<br />
na Índia de onde segue para Macau. Ao regressar ao reino<br />
encontra Gertrudes já casada com um seu irmão o que muito o<br />
abate confirmando-se as tristes previsões que fizera:<br />
Por bárbaros sertões gemi, vagante:<br />
Falta-me ainda o pior; falta-me agora<br />
ver Gertrúria nos braços de outro amante.<br />
Este facto, aliado à morte prematura da mãe, terá provavelmente<br />
influído profundamente na formação do que os críticos<br />
chamam “Complexo de Jonas”, que é esquema fundamental na<br />
imaginação do poeta.<br />
Bocage<br />
Manuel Maria Barbosa du Bocage nasceu em Setúbal a 15 de Setembro<br />
de 1765 e morreu em Lisboa, 21 de Dezembro de 1805. À<br />
família, apesar de apenas remediada, não faltava distinção social<br />
e intelectual e o poeta ao longo da sua vida não se vai esquecer<br />
de ostentar os seus títulos de orgulho familiar, lembrando o seu<br />
parentesco francês.<br />
Precocemente mostra já tendências literárias como recorda numa<br />
das suas poesias: “Versos balbuciei co’a voz da infância”<br />
Cedo foi o jovem marcado pela adversidade quando aos dez anos<br />
lhe morre a mãe. O resto da sua infância foi vivida em companhia<br />
dos irmãos, tutelado pelo pai, em contacto com a boa sociedade<br />
de Setúbal. Assim se ia compondo a sua intimidade melancólica<br />
que o acompanharia ao longo dos anos.<br />
A família frequentava a casa do governador do Outão e Bocage<br />
acaba por se apaixonar por uma das meninas da família, de nome<br />
Gertrudes, a Gertrúria a quem Bocage, em alguns dos seus versos,<br />
faz referência.<br />
O poeta já dava sinais do que havia de ser. A sua natureza inquieta<br />
e talvez conveniências de família levam-no a abandonar os estudos<br />
e a assentar praça no regimento de Setúbal com apenas 16<br />
anos. Aí permaneceu até 1783, data em que ingressou na Escola<br />
da Armada:<br />
Bocage relata-nos estes anos da sua vida nos versos:<br />
Aos dois lustros, a morte devorante<br />
Me roubou terna mãe, teu doce agrado;<br />
Segui Marte depois, e enfim meu fado<br />
Dos irmãos, e do pai me pôs distante.<br />
Em Lisboa, sem ocupação fixa, leva uma vida de boémia, pelos botequins,<br />
enquanto fazia parte da Nova Arcádia com o sobrenome<br />
académico de Elmano Sadino e ganhou fama atingindo os outros<br />
membros da Academia com os seus versos mordazes.<br />
Vai construindo toda a sua obra a par de uma vida livre. Os seus<br />
costumes dissolutos, as suas composições, sarcásticas umas, outras<br />
inspiradas pelo livre pensamento, acabam por levar o intendente<br />
Pina Manique a colocá-lo sob prisão e o próprio Santo Ofício<br />
a interná-lo no Colégio do Oratório para uma espécie de “cura<br />
espiritual”. Aí esteve recluso durante dois anos dedicando-se ao<br />
trabalho de tradutor.<br />
Saído do Oratório, moralmente recuperado, tentou uma vida diferente,<br />
tomando a seu cargo a protecção de uma irmã, mas os<br />
excessos anteriores, a bebida, o fumo e a doença reduzem-no a<br />
um farrapo.<br />
São dessa sua última fase de profundo sofrimento os seus sonetos<br />
inspirados pela contrição dos erros da sua vida passada:<br />
Meu ser evaporei na lida insana .../<br />
Saiba morrer o que viver não soube<br />
Nesses seus últimos anos teve o grato consolo de ver amigos e<br />
rivais junto de si, incluindo alguns dos velhos companheiros da<br />
Nova Arcádia, que ele tanto injuriava, todos irmanados por um<br />
mesmo sentimento de consideração e piedade. Curvo Semedo e<br />
Agostinho Macedo (o “Belmiro Transtagano” e o “Elgino Tagideu”<br />
que ele tão impiedosamente cobrira de sarcasmos) não faltaram<br />
nesse apoio, levando-lhe palavras de admiração, tentando suavizar-lhe<br />
um pouco esses momentos amargos.<br />
Morreu de um aneurisma a 2 de Dezembro de 1805 no 4º andar do<br />
prédio hoje com o nº25 e placa comemorativa na Trav. de André<br />
Valente.<br />
Visão Realizada<br />
Sonhei que a mim correndo o gnídeo nume<br />
Vinha coa Morte, co Ciúme ao lado,<br />
E me bradava: Não é pior daquela fouce o gume<br />
Que a ponta dos farpões que tens provado;<br />
Mas o monstro voraz, por mim criado,<br />
Quanto horror há no Inferno em si resume.>><br />
Disse; e eu dando um suspiro: <br />
Nisto acordei com dor, com impaciência;<br />
E não vos encontrando, olhos brilhantes,<br />
Vi que era a minha morte a vossa ausência!
38 Lusitano de Zurique Opinião<br />
<strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
Passaporte suíço<br />
Terceira geração de emigrantes poderão naturalizar-se mais facilmente<br />
Os estrangeiros de terceira geração<br />
deve poder ser capaz de se naturalizar<br />
mais facilmente. Contudo, a Assembleia<br />
Nacional e o Senado ainda não estão<br />
de acordo sobre todos os pontos,<br />
principalmente no que diz respeito aos avós.<br />
Pela vontade da Assembleia Nacional teria<br />
que pelo menos um dos avós ter nascido<br />
na Suíça, para que alguém seja considerado<br />
como “estrangeiros de terceira geração”. Se<br />
não, teria que ser feita crível que um avô possuía<br />
um direito de residência. Para o Senado<br />
não é suficiente apenas a apresentaçao de um<br />
direito de residência credivel.<br />
Os opositores falam de um” assédio puro”.<br />
Mesmo a ministra da Justiça Suiça, Simonetta<br />
Sommaruga, apontou que a confirmação<br />
de um direito de residência, na prática, é<br />
provável que seja “difícil ou impossível”, pois<br />
o registo central de estrangeiros eletronicamente<br />
começou a ser feito apenas a partir de<br />
1972.<br />
Quanto às outras exigências, o Conselho<br />
Nacional segue o Senado. A exigèncias dizem<br />
que pelo menos um dos pais deve ter<br />
nascido na Suíça, assim como ter residido<br />
cá pelo menos dez anos e ter frequentado<br />
a escola por pelo menos cinco anos.<br />
O estrangeiro ou a estrangeira terceira geração<br />
também devem ter nascido na Suíça.<br />
Além disso, ele ou ela deve ter frequentado<br />
a escola obrigatória na Suíça por pelo<br />
menos cinco anos.Até a idade de 25 anos<br />
O pedido de naturalização deve ser feito apenas<br />
à idade de 25 anos. Assim, os conselheiros querem<br />
evitar que os estrangeiros apenas se naturalizem<br />
depois do serviço militar obrigatório.<br />
O projecto de lei vai agora retornar ao Senado.<br />
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