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Revista Dr Plinio 200

Novembro 2014

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Sagrado Coração de Jesus<br />

Russ Bowling (CC 3.0)<br />

Igreja dos Dominicanos - Colmar, França<br />

qualquer coisa de uma elevação prodigiosa, mas desde o<br />

primeiro momento, desde o ponto mais profundo onde eu<br />

O poderia compreender, com essa característica de uma fusão<br />

harmoniosa, em nível indizivelmente alto, das virtudes<br />

mais opostas, formando uma harmonia extraordinária.<br />

De maneira que, por exemplo, uma força incomparável,<br />

mas de uma bondade incomparável também. Uma severidade<br />

inquebrantável, mas ao mesmo tempo um perdão de<br />

uma doçura sem fim. Um poder incomparável de tranquilizar,<br />

mas, de outro lado, também de mover para a luta e<br />

para a batalha. Uma superioridade divina, porém ao mesmo<br />

tempo uma possibilidade de descer, já não digo à última<br />

pessoa, mas a um cachorrinho, e fazer-lhe um benefício<br />

qualquer. Estou certo de que, se um cachorrinho se aproximasse<br />

de Nosso Senhor, Ele se alegraria com isso.<br />

Seu sono e seus silêncios<br />

Isso tudo indica a superioridade maravilhosa d’Ele,<br />

mas também sua imensidade, para que virtudes tão opostas,<br />

levadas a um grau tão alto, possam caber em Jesus<br />

com tanta harmonia, na qual estaria exatamente o que<br />

melhor o meu olhar pudesse pegar na sua natureza humana,<br />

como transparência da Divindade, da graça n’Ele.<br />

E por isso, muita gravidade, uma seriedade enorme!<br />

Impossível é não só vê-Lo dizer algo que não seja muito<br />

elevado, mas falar algo atrás do qual não haja uma elevação<br />

infinita, uma coisa infinitamente perfeita.<br />

Realmente, se tomarmos no Evangelho tudo quanto<br />

Nosso Senhor disse, já nas primeiras palavras adquire<br />

um tamanho que não se sabe<br />

o que pensar!<br />

E mesmo quando Ele<br />

dormia, seu sono era um<br />

arquissono, de uma perfeição,<br />

um equilíbrio, uma doçura,<br />

uma força, um poder<br />

de manifestação, uma santidade<br />

tal que se uma pessoa,<br />

que entendesse Quem<br />

e como Ele era, pudesse<br />

apenas passar uma noite inteira<br />

vendo-O dormir, consideraria<br />

essa noite como a<br />

mais feliz de sua vida.<br />

Os silêncios d’Ele! Há silêncios<br />

que cantam, outros<br />

feitos para a poesia, outros<br />

ainda para a prosa, para dizer,<br />

com afabilidade e intimidade,<br />

determinadas coisas<br />

que só o silêncio fala.<br />

Por exemplo, o Santo Sudário tem um silêncio eminentemente<br />

eloquente. Jesus está ali morto e nada n’Ele<br />

pressagia uma palavra. Entretanto, o que Ele diz sem falar<br />

é uma enormidade!<br />

Nosso Senhor, independentemente de falar, tinha<br />

uma imensidade de coisas dessas que explica porque os<br />

discípulos ficavam tão intrigados sobre Quem era Ele.<br />

Construir uma catedral para abrigar<br />

uma varinha utilizada por Ele<br />

Suponhamos que nesse silêncio Ele faça as coisas mais<br />

simples: colhe uma florzinha e a contempla, ou com uma<br />

varinha que tenha na mão risca um pouco o chão. Tem-se<br />

vontade de dizer:<br />

— Não mexam nesse riscado, porque Ele riscou!<br />

Alguém retrucará:<br />

— Isso não quer dizer nada!<br />

— Não mexam! As mãos de Nosso Senhor tocaram<br />

aqui e ficou alguma coisa que é sacrossanta, na qual não<br />

se deve mexer. Se você não entende vá embora, mas isto<br />

não sai daqui, ficará para sempre! Voltarei aqui todos os<br />

dias e me ajoelharei diante disto, e só não vou oscular o<br />

chão para não estragar o desenho que Ele fez.<br />

Para abrigar aquela varinha mandaríamos construir<br />

uma catedral! Entretanto essas coisas são apenas símbolos<br />

de uma realidade muito superior: o chão riscado por<br />

Ele representa a alma de cada um de nós, e a varinha,<br />

nosso livre-arbítrio que Ele tentou inclinar de um lado<br />

para o outro.<br />

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