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Gribeco (CC 3.0)<br />
A sociedade analisada por <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong><br />
ticos com trajes de ritos orientais católicos, em vigor em<br />
certas partes do Império Austro-Húngaro, junto com clérigos<br />
com trajes de rito latino. Depois, elementos da nobreza,<br />
magnatas, altos aristocratas da Boêmia, chefes locais<br />
dos países da zona adriática do Império, tiroleses,<br />
etc., cada um com suas qualidades, seus atributos, comparecendo<br />
à cerimônia, e a glória do Império sendo a refulgência,<br />
a feeria dessas luzes diferentes. Isso eu acho<br />
uma coisa magnífica!<br />
A estandardização é a morte, e começa por matar as<br />
influências locais.<br />
Para ser possível essa variedade, seria preciso que cada<br />
elemento da sociedade desse o seu contributo, que<br />
consiste em evitar uma certa faceirice de querer ser admirado<br />
pelo mundo inteiro. É própria do regionalismo<br />
uma sadia indiferença em relação à apreciação do mundo<br />
sobre ele.<br />
Suponhamos que à coroação do Imperador da Áustria<br />
como Rei da Hungria compareça um alto dignatário<br />
do poder judiciário, com traje que tenha reminiscência<br />
indumentária dos primeiros juízes do tempo de Santo<br />
Estêvão ou de Santo Américo, por exemplo. E que se<br />
encontre, na mesma arquibancada, com um magistrado<br />
austríaco vestido à maneira da indumentária judiciária<br />
que se espalhou em todo o Ocidente no século XIX: monótona,<br />
com ar de agente funerário. O magistrado vestido<br />
com traje típico não deve ter vergonha disso, mas sim<br />
uma noção viva de todas as possibilidades, de todo o valor,<br />
de todo o padrão humano que há na própria regionalidade.<br />
Falo do magistrado, mas poderia dizer do professor<br />
universitário, dos chefes das pequenas tropas locais,<br />
e todo o pessoal a seu modo proeminente. Eles devem<br />
Contenda entre músicos (por Georges de la Tour)<br />
Getty Center, Los Angeles, EUA<br />
se aprofundar no espírito local, que possui matéria-prima<br />
para constituir um pequeno universo, e ter o espírito<br />
aberto para isso.<br />
Profundezas do autêntico regionalismo<br />
E aqui surge uma tese muito importante, difícil de<br />
provar, mas que é mais ou menos intuitiva: a ideia de<br />
que todo regionalismo autêntico tem profundezas quase<br />
inesgotáveis, e o progresso não se faz encontrando um<br />
ponto de estancamento, mas aprofundando; o que, sob<br />
certo ponto de vista, equivale a dizer acentuando.<br />
Teríamos, então, um primeiro princípio, que já não é o<br />
da vidinha e da “vidona”, mas o da inesgotabilidade das<br />
peculiaridades locais; a esse princípio devem-se acrescentar<br />
dois outros.<br />
Um deles é que tais aprofundamentos, ao contrário do<br />
que se diz, não preparam necessariamente a luta com outras<br />
regiões, mas sim um entendimento com elas, porque<br />
se a Doutrina Católica é bem conhecida, cada um ama o<br />
próximo com suas peculiaridades, singularidades, e, portanto,<br />
cada região cumpre o mandamento de amar a outra<br />
como a si mesma, prezando as peculiaridades da outra,<br />
de algum modo como ama as suas próprias peculiaridades,<br />
e procurando a harmonia.<br />
Se a rivalidade destruiria o convívio dos indivíduos<br />
numa família, por que não há de extingui-lo nas regiões<br />
de um país? Analogamente destrói. Numa família com<br />
cinco filhos, em que cada um implica com as características<br />
pessoais do outro e quer ser superior ao outro, o<br />
pressuposto da vida familiar está extinto.<br />
Então, as rivalidades regionais muito entretidas acabam<br />
sendo de uma nocividade profunda, e é preciso saber<br />
resolvê-las em profundidade. A<br />
inveja, a concorrência, o debique estúpido<br />
conduzem à dissolução. Nós<br />
não podemos conceber um regionalismo<br />
no qual esse espírito prepondere.<br />
Terceiro princípio: bem estudadas<br />
as condições locais de qualquer região,<br />
deve-se dar o necessário para<br />
que essa região se desenvolva inteiramente<br />
de acordo com aquelas condições,<br />
atingindo uma estatura correspondente<br />
à estatura psicológica e<br />
mental de que aquele povo é capaz.<br />
Contra-Revolução cultural<br />
Dou um exemplo. Tanto quanto eu<br />
saiba, as Baleares 6 constituíram outrora<br />
uma espécie de unidade na Es-<br />
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