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Revista Dr Plinio 200

Novembro 2014

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Luzes da Civilização Cristã<br />

vezes estando na Europa tive vontade de fazer uma coleção<br />

de folhas, para mostrar aqui em São Paulo. Mas não<br />

foi possível, eu não tinha tempo, porém vontade não faltava.<br />

Vejam como todo esse arvoredo, aquém e além do<br />

muro externo da cidade, faz um ambiente maravilhoso.<br />

Tudo isso enfeita as velhas pedras e a torre da catedral<br />

ou da paróquia. Forma um recanto lindo!<br />

Povo muito alegre, expansivo e comunicativo<br />

Daniel CC 3.0<br />

Daniel CC 3.0<br />

deve existir uma cruz ainda mais evidente. Tem algo indefinido<br />

de edifício religioso. Será talvez a torre da principal<br />

igreja da cidadezinha.<br />

Em outra fotografia nota-se a beleza da vegetação da<br />

Europa. Nossa vegetação sul-americana, centro-americana,<br />

tem coisas lindíssimas, mas Deus a cada qual concedeu<br />

as suas coisas. À América do Sul, e creio que também à do<br />

Norte, o Criador deu lindas flores. Deu-as também, em alguma<br />

medida, à Europa: as tulipas da Holanda, por exemplo,<br />

são qualquer coisa de maravilhoso, mas o que nós não<br />

temos como eles são as folhas maravilhosas.<br />

Comparemos as folhas que estamos habituados a ver<br />

em nossas cidades, com essas que são verdadeiras exposições<br />

de pedras preciosas. As folhas são de um colorido<br />

bonito, meio douradas, e tem-se a impressão de que cada<br />

uma delas é uma pedra preciosa. São finas e o sol as atravessa;<br />

por causa disso, quando se olha, tem-se a impressão<br />

de que o astro rei mora dentro delas. São muito bonitas na<br />

primavera, mas a sua beleza muitas vezes é maior no outono,<br />

quando elas ficam velhas. É um fenômeno com poucos<br />

exemplos na natureza: quando a velhice enfeita.<br />

No inverno, quando começam a cair, essas folhas têm<br />

uma cor de champagne, de vinho, cores fantásticas; várias<br />

Em outra fotografia vemos a beleza assombrosa do inverno,<br />

com a neve. Tem-se a impressão de que as árvores<br />

são feitas de cristal; são, portanto, lindíssimas! Nesse<br />

edifício mais baixo, nota-se que a neve cobriu o teto e se<br />

acumulou a ponto de revesti-lo inteiramente. Fica agradável<br />

de ver e, apesar da ideia de frio que esta neve dá,<br />

tem-se uma sensação de aconchego e faz supor ali dentro<br />

uma lareira acesa, na qual se queimam troncos de árvores<br />

com uma resina perfumada, junto à qual se encontra,<br />

sentado numa grande poltrona de couro, um homem lendo<br />

um daqueles livros escritos em pergaminhos colossais,<br />

fumando um cachimbo e gozando o seu domingo.<br />

O prédio à esquerda, com aquele balcão, pertence à<br />

Prefeitura. Embaixo, desenvolvem-se danças tradicionais<br />

onde moços e moças da cidade se dão as mãos e cantam.<br />

Vê-se a alegria inocente de tudo isso, com trajes moralizados.<br />

É a alegria medieval.<br />

Aqui podemos observar uma rua de Rothenburg. As<br />

casas não são palácios, mas residências simples. É uma cena<br />

agradável de olhar e nos dá, muito ao vivo, uma ideia<br />

do que seria uma cidade medieval em dia de festa popular.<br />

O povo alemão é muito alegre, expansivo, comunicativo.<br />

E quando, em torno da cerveja, estão reunidos muitos<br />

alemães, eles cantam. Não por ficarem bêbados, mas<br />

por estarem bem nutridos e alegres.<br />

Não existe uma coisa que esteja em desordem; tudo<br />

bem arranjado e bonito. A decoração da parte de cima das<br />

casas é feita só com madeira, mas madeira entalhada; nada<br />

disso é rico, tudo é simples. Vemos como o bom gosto<br />

da classe popular pode formar uma vida plebeia digna.<br />

Assim eram, por exemplo, os móveis populares medievais.<br />

Não eram fabricados para reis, nem para condes ou<br />

barões; contudo, eram entalhados à mão, e hoje custariam<br />

uma fábula por serem muito raros. Uma verdadeira beleza!<br />

Por espantoso que seja, eu termino citando Marx. Karl<br />

Marx, o fundador do comunismo, numa história que ele faz<br />

do operariado na Europa, diz isto: “A idade de ouro do operariado<br />

europeu foi a Idade Média!” Isso os revolucionários<br />

não afirmam. Por quê? Porque a Revolução é mentirosa<br />

quando fala e até quando se cala; essa é a Revolução. v<br />

(Extraído de conferência de 22/11/1986)<br />

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