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Revista Dr Plinio 200

Novembro 2014

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Thomas Wolf (CC 3.0)<br />

Reprodução<br />

Acima, aspectos da cidade de Berlim, Alemanha.<br />

Abaixo, Imperador Guilerme II<br />

equilíbrio harmônico no qual a organização política do<br />

país deve firmar-se? E equilíbrio não só no tocante à organização<br />

política da nação, mas contrário à mania de<br />

centralizar na capital toda a vida cultural, social, enfim<br />

em todos os aspectos de um determinado gênero de atividades.<br />

A capital deve ser realmente a cabeça de todo<br />

país, em todos os sentidos, ou se poderia compreender<br />

várias capitais em função de diversos aspectos?<br />

Dinastias centralizadoras e<br />

dinastia descentralizadora<br />

A nação que mais conservou um equilíbrio nessa matéria<br />

— acabou perdendo, mas o manteve por mais tempo<br />

— foi a Alemanha.<br />

Os Bourbons 2 , na Espanha, foram centralizadores de<br />

primeira força. Também os Hohenzollerns 3 , na Alemanha,<br />

eram centralizadores. Contudo, a Alemanha não<br />

conseguiu, senão muito tarde, o predomínio de uma dinastia<br />

sobre as outras, e esse predomínio foi o dos Habsburgs<br />

4 , que eram muito descentralizadores por política,<br />

por índole e tudo mais, e não conduziram uma política<br />

de centralização, a não ser numa fraca medida. Então, na<br />

Alemanha isso ficou muito diverso.<br />

No tempo de Guilherme II 5 , por exemplo, a capital<br />

política e militar da Alemanha era Berlim, mas a capital<br />

artística podia bem ser considerada <strong>Dr</strong>esden, capital da<br />

Saxônia, ou em algum sentido Munique, capital da Baviera.<br />

Ambas, em todo caso, muito superiores a Berlim,<br />

debaixo desse ponto de vista artístico. Mas as capitais<br />

econômicas eram Colônia, na Renânia, e Hamburgo, na<br />

desembocadura do Reno. E daí por diante, encontramos<br />

o país servido por um sistema de comunicação esplêndido,<br />

centralista no fundo, mas que não conseguiu eliminar<br />

essas autonomias — porque são verdadeiras autonomias<br />

— que, por exemplo, na Espanha tenho a impressão<br />

de que os Bourbons acabaram suprimindo.<br />

Questões relativas ao equilíbrio entre o<br />

regionalismo e a unidade nacional<br />

Para termos esse equilíbrio bem mantido,<br />

devemos nos pôr nessa clareza dos princípios<br />

fundamentais sobre a vidinha regional e a “vidona”<br />

global.<br />

A comparação que eu fiz com o organismo<br />

humano tem um interesse apenas ilustrativo.<br />

Não é porque o organismo humano<br />

seja assim que a sociedade humana<br />

deve ser da mesma maneira. Como<br />

o organismo humano é desse modo,<br />

e tem uma analogia com o organismo<br />

social, neste caso concreto ele seria<br />

o padrão mais natural a ser dado como<br />

elemento para explicar o organismo<br />

social; tendo, portanto, um valor didático<br />

para abrir hipóteses.<br />

Para tratar da questão do ponto de<br />

equilíbrio, devemos, antes de tudo,<br />

nos desligar de falsas formulações,<br />

Reprodução<br />

23

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