24.01.2017 Views

Maio/2016 - Referência Florestal 174

Visitantes - Grupo Jota Comunicação

Visitantes - Grupo Jota Comunicação

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

56<br />

CAR NÃO TEVE<br />

ADESÃO 100%<br />

Pequenos terão novo prazo<br />

LEGISLAÇÃO<br />

Código <strong>Florestal</strong><br />

está ameaçado<br />

58 ENTREVISTA<br />

Fernando de Camargo Moro,<br />

da Copener <strong>Florestal</strong><br />

Ataque digital<br />

Modelo atual de combate à formiga<br />

tem gestão sob medida<br />

Digital<br />

attack<br />

Current model<br />

tocombat ants has<br />

costumed-made<br />

management


Tenha o Melhor em<br />

Trituração de Resíduos.<br />

Liberte sua área para novos plantios.<br />

DENIS CIMAF, equipamento certo para<br />

trituração de resíduos.


DENISCIMAF.com<br />

+55 19 3802.2742


SUMÁRIO<br />

ANUNCIANTES<br />

DA EDIÇÃO<br />

Agroceres ................................................................... 76<br />

36<br />

Carrocerias Bachiega .............................................. 55<br />

D’Antonio Equipamentos ..................................... 71<br />

Denis Cimaf ................................................................... 04<br />

46<br />

Dinagro ........................................................................... 02<br />

Exte ................................................................................... 13<br />

Fenasucro ..................................................................... 35<br />

58<br />

Fezer ................................................................................. 23<br />

H Fort ................................................................................ 15<br />

Editorial<br />

Cartas<br />

Bastidores<br />

Coluna Ivan Tomaselli<br />

Notas<br />

Alta e Baixa<br />

Biomassa<br />

Aplicação<br />

Frases<br />

Entrevista<br />

Principal<br />

Espécie Comercial<br />

Manejo <strong>Florestal</strong><br />

Legislação<br />

Especial<br />

Artigo<br />

Agenda<br />

Espaço Aberto<br />

08<br />

10<br />

12<br />

14<br />

16<br />

22<br />

24<br />

26<br />

27<br />

28<br />

36<br />

46<br />

52<br />

56<br />

58<br />

64<br />

72<br />

74<br />

Himev .............................................................................. 71<br />

J de Souza ........................................................................ 51<br />

John Deere .................................................................... 09<br />

Mill Indústrias .............................................................. 25<br />

Minusa Forest .............................................................. 07<br />

Oregon ............................................................................ 75<br />

Rotobec .......................................................................... 21<br />

TMO ................................................................................. 11<br />

06 www.referenciaflorestal.com.br


Esteiras Flexíveis<br />

Premium Minusa<br />

A melhor solução para<br />

minimizar a compactação e<br />

escavação de valas no solo<br />

Genuinamente Brasileira<br />

Solo<br />

Protege o solo contra danos,<br />

reduz a pressão e a compactação,<br />

além de melhorar a flutuação<br />

Máquina<br />

Melhora a tração, diminui o uso<br />

de poder de força da máquina e<br />

reduz o consumo de combustível<br />

Desempenho<br />

Melhora a capacidade de<br />

carregamento e a estabilidade<br />

da máquina<br />

Esteiras Flexíveis Premium Minusa para<br />

equipamentos, Forwarder 6x6 e 8x8, Harvester<br />

6x6 e 8x8 e nos pneus de Skidder. As Esteiras<br />

Flexíveis são o grande diferencial entre uma<br />

operação florestal bem sucedida e uma<br />

que causou danos com valas profundas<br />

na área de atuação.<br />

anos<br />

www.minusa.com.br<br />

Entre em contato:<br />

Fone: (49) 3226 1000<br />

florestal@minusa.com.br


EDITORIAL<br />

Ano XVIII - Edição n.º <strong>174</strong> - <strong>Maio</strong> <strong>2016</strong><br />

Year XVIII - Edition n.º <strong>174</strong> - May <strong>2016</strong><br />

08 www.referenciaflorestal.com.br<br />

Inspirado na trilogia dos filmes<br />

Matrix, a capa desta edição<br />

ilustra o Programa Result na<br />

gestão do combate e prevenção<br />

às formigas cortadeiras<br />

ESQUECERAM A ÂNCORA,<br />

COMANDANTE!<br />

O mundo dos negócios é como desbravar alto-mar. É preciso coragem, senso de direção<br />

apurado e saber lidar com adversidades. Agora imagine um navio enfrentando<br />

uma tempestade, pior, sem âncora que dê segurança e evite que a embarcação acerte as<br />

pedras. Pois é, esse é o Brasil. Depois de anos em discussão, e falando bem a verdade,<br />

ainda sem ter sido completamente regulamentado, o novo Código <strong>Florestal</strong> está sob judice.<br />

Corremos o risco do nosso marco legal voltar à estaca zero. Veja os desdobramentos<br />

do impasse, que cabe ao STF (Supremo Tribunal Federal) decidir, na reportagem especial<br />

desta edição. Saindo um pouco do mundo jurídico e promovendo soluções para o que<br />

realmente importa, muitos do setor florestal já sabem a influência positiva que o manejo<br />

bem realizado tem para o bom desenvolvimento das florestas nativas. Agora com a preocupação<br />

mundial voltada para impedir que a temperatura do planeta aumente, a Floresta<br />

Amazônica ganhou ainda mais destaque. O Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da<br />

Amazônia) desenvolve estudos que apontam como aproveitar esse recurso natural em<br />

favor do planeta. No campo da silvicultura, o destaque é a gestão estratégica no combate<br />

às formigas, uma praga que não conhece limites geográficos no Brasil e tem capacidade<br />

de devastar plantios inteiros. O modelo moderno avalia diversas variáveis, que impactam<br />

diretamente na eficácia dos resultados e diminuição de custos com defensivos. Leia ainda<br />

as novidades em pesquisas para o manejo florestal. Uma ótima leitura.<br />

DID YOU FORGET THE ANCHOR,<br />

COMMANDER!<br />

The business world is like braving the high seas. It takes courage, a determined sense of direction,<br />

and knowing how to handle adversity. Now imagine a ship facing a storm, worse, with no<br />

anchor that would provide security, helping the vessel to avoid hitting the rocks. Yes, this is Brazil.<br />

After years of discussion, and much truth, even without having been fully regulated, the new Forest<br />

Code is under attack judicially. We run the risk of our legal framework moving back to square one. In<br />

a special story in this Issue, you can appreciate the consequences of this impasse, which only the Federal<br />

Supreme Court (STF) can resolve. Leaving the legal world to promoting solutions to what really<br />

matters, many of the professionals of the forest sector already know the positive influence that the<br />

good rigth management has for the development of native forests. As we are facing a global concern<br />

to prevent the planet's temperature increase Amazon rainforest gained even more prominence. Inpa<br />

(Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) develops studies that shows how to take advantage<br />

of this natural resource to help accomplish this go. In the field of forestry, the highlight is on strategic<br />

management in the fight against ants, a plague which knows no geographical limits in Brazil and has<br />

the ability to devastate entire plantations. The modern model assesses the multiple variables that<br />

directly impact the effectiveness of the results and reduces costs of pesticide use. And there is even<br />

the latest news in forest management research. Very pleasant reading.<br />

EXPEDIENTE<br />

JOTA COMUNICAÇÃO<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Diretora de Negócios / Business Director<br />

Joseane Knop<br />

joseane@jotacomunicacao.com.br<br />

JOTA EDITORA<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Rafael Macedo - Editor<br />

editor@revistareferencia.com.br<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Ivan Tomaselli<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Fabiano Mendes<br />

Bruce Cantarim, Fernanda Domingues<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Cartunista / Cartunist<br />

Francis Ortolan<br />

Colaboreadores / Colaborators<br />

Fotógrafos: Mauricio de Paula e Valterci Santos<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

Monica Kirchner - Coordenação<br />

Alessandra Reich<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

Periodicidade Advertising<br />

GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.


CARTAS<br />

NORTE E NORDESTE<br />

Capa da Edição 173 da<br />

Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

mês de abril de <strong>2016</strong><br />

Por Celso Jorge - Santa Cecília (SC)<br />

A REFERÊNCIA FLORESTAL ajuda a me manter atualizado<br />

sobre as novidades do setor. Quero aqui fazer a sugestão<br />

para termos ainda mais reportagens da região norte/<br />

nordeste (Tocantins, Pará, Maranhão e Piauí) que vem<br />

expandindo significativamente seus plantios.<br />

INVENTÁRIO<br />

VIRTUAL<br />

Por João Clamir Kaiss -<br />

Curitiba (PR)<br />

Sou assinante da<br />

Revista REFERÊNCIA<br />

FLORESTAL e no último<br />

exemplar (número 172) saiu uma matéria sobre Inventário<br />

Real (Smart Matrix) de extrema relevância. Posso ter esta<br />

reportagem eletrônica?<br />

INVENTÁRIO VIRTUAL 2<br />

Por Sabrina Benmuyal - Belém (PA)<br />

A matéria sobre o Manejo florestal com precisão e inventário<br />

real, edição de março de <strong>2016</strong>, é um dos interesses<br />

do Grupo Arboris para os próximos investimentos. Gostaria<br />

de saber se vocês podem disponibilizar em PDF para<br />

que possa divulgar e apresentar à equipe que trabalha<br />

conosco, junto às ferramentas utilizadas nas próximas<br />

metodologias para o manejo das florestas do Grupo.<br />

Resposta: Ficamos satisfeitos que a reportagem teve tanta<br />

repercussão. Como sempre procuramos agradar nossos<br />

assinantes e servir como um meio de comunicação que<br />

facilite a realização de negócios, nos ambos os casos<br />

enviamos a versão digital da matéria, que também pode<br />

ser acessada pelos assinantes por meio do site:<br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

Imagem: divulgação<br />

BIOMASSA<br />

Por Mauricio Almeida - São Paulo (SP)<br />

Sou assinante da Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

há muitos anos. Gostaria de dizer que gostei muito da<br />

reportagem sobre o pouco aproveitamento da biomassa<br />

florestal do país, publicada na edição de abril.<br />

Foto: divulgação Foto: REFERÊNCIA<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />

E-mails, críticas e<br />

sugestões podem ser<br />

enviados para redação<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista do<br />

Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />

produzida pelo veículo.<br />

10<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Cabeçote Harvester 500H<br />

Sua floresta trazendo LUCRO no 1º, 2º e 3º<br />

desbaste de árvores com EFICIÊNCIA e<br />

BAIXO CUSTO operacional<br />

www.tmo.com.br tmo@tmo.com.br<br />

www.facebook.com/ciaolsen<br />

Cia Olsen de Tratores Agro Industrial<br />

Caçador - SC 49 3561-6000<br />

SEU PARCEIRO FLORESTAL


BASTIDORES<br />

CHARGE<br />

Charge: Francis Ortolan<br />

REVISTA<br />

VISITA<br />

Após reunião com o<br />

departamento de marketing na<br />

sede da Oregon, em Curitiba<br />

(PR), pudemos conhecer parte<br />

da equipe que movimenta a<br />

empresa.<br />

Na imagem os integrantes do<br />

time Oregon: Jaime Pastuch,<br />

Vanessa Wolff Santana dos<br />

Santos, Juliana Panisson e<br />

Arnaldo Niebuhr<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

NA PRÁTICA<br />

Alunos do curso de Engenharia<br />

<strong>Florestal</strong> da Ufpr (Universidade<br />

Federal do Paraná) tiveram<br />

a oportunidade de conhecer<br />

detalhes do funcionamento<br />

de um cabeçote harvester.<br />

Na próxima edição traremos<br />

a matéria sobre o curso<br />

promovido pela Timber Forest.<br />

Foto: divulgação<br />

Na foto: grupo de alunos<br />

que participou do curso<br />

ao lado de Jober Fonseca,<br />

gerente geral, e Claumar<br />

Baldissera, coordenador<br />

de vendas de máquinas,<br />

ambos da Timber Forest<br />

12<br />

www.referenciaflorestal.com.br


CARGA SEGURA<br />

NÓS INVENTAMOS O CONCEITO<br />

TECNOLOGIA<br />

EUROPEIA<br />

SOMOS A MAIOR<br />

FABRICANTE MUNDIAL<br />

DE FUEIROS<br />

PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO<br />

SEGURO E RACIONAL DA MADEIRA<br />

REPRESENTANTE EXCLUSIVA EXTE NO BRASIL<br />

Aceitamos<br />

cartão BNDES<br />

R. FORTUNATO JOSÉ DELTREGGIA, 610 - PARK<br />

COMERCIAL - INDAIATUBA/SP<br />

+55 (19) 3935.1970 / (19) 3935.2031<br />

EMEX@EMEXBRASIL.COM.BR | WWW.EXTE.SE


COLUNA<br />

Foto: divulgação<br />

Ivan Tomaselli<br />

Diretor-presidente da Stcp<br />

Engenharia de Projetos Ltda<br />

Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />

PLANTAÇÕES FLORESTAIS<br />

COM ESPÉCIES NATIVAS É UMA<br />

ALTERNATIVA?<br />

Plantios comerciais com gêneros brasileiros depende de ação coordenada com<br />

entidades públicas para deslanchar<br />

O<br />

Brasil tem uma área expressiva de florestas plantadas<br />

de alta produtividade, aproximadamente 7<br />

milhões ha (hectares). Estas plantações comerciais,<br />

mais de 90%, são de espécies de eucalipto e pinus, mas existem<br />

também plantios significantes com algumas outras espécies,<br />

entre elas se sobressaem a acácia negra, a teca e o paricá.<br />

No passado também foi plantado o kiri e gmelina, mas estas<br />

espécies são praticamente ausentes atualmente.<br />

A predominância de eucalipto e pinus no Brasil está vinculada<br />

principalmente à demanda industrial da madeira de<br />

espécies destes gêneros, e à boa adaptação às condições locais<br />

e alta produtividade. Ambas são amplamente utilizadas para a<br />

produção de celulose, o eucalipto é ainda largamente utilizado<br />

para carvão e o pinus para serrados e painéis de madeira.<br />

Para ganhar produtividade nos plantios e assegurar a<br />

competitividade do negócio, a indústria florestal investiu<br />

muitos milhões de reais. Material genético foi selecionado e<br />

desenvolvido para garantir incrementos florestais em diversas<br />

condições de clima e solos, e ainda para produzir madeira de<br />

qualidade. As técnicas de preparo de solo, fertilização, plantio<br />

e manejo também evoluíram.<br />

As pesquisas por espécies de rápido crescimento, adaptadas<br />

às condições de solo e clima brasileiros, foram iniciadas<br />

há mais de 50 anos. Material genético foi trazido da Austrália,<br />

Timor, EUA (Estados Unidos da América), África do Sul, América<br />

Central e outros países. Testes foram realizados em diferentes<br />

regiões, e serviram para selecionar espécies e procedências<br />

de alta produtividade, resistentes a pragas e doenças. Os<br />

desenvolvimentos foram baseados em uma estreita colaboração<br />

entre o setor privado e o setor público (universidades e<br />

instituições de pesquisa).<br />

Mas as espécies nativas não podem ser utilizadas para<br />

plantações florestais? Com a grande disponibilidade de espécies<br />

nativas deveria ser possível encontrar no Brasil algumas<br />

com características adequadas a plantios florestais comerciais<br />

de alta produtividade. No entanto, os desenvolvimentos foram<br />

limitados.<br />

Existem exemplos de tentativas no sul do Brasil com algumas<br />

espécies como a araucária, a bracatinga e o guapuruvu.<br />

Os plantios foram pequenos e a produtividade não atingiu os<br />

níveis desejados. Algumas espécies como o guapuruvu tiveram<br />

limitações, e doenças praticamente dizimaram as plantações.<br />

No norte do país, as maiores plantações com espécie nativa<br />

são de paricá. Testes foram também feitos com outras espécies,<br />

como o freijó, mogno, sumaúma e outras. Porém, estes plantios<br />

existentes são basicamente blocos experimentais.<br />

O fato é que o investimento em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento)<br />

para o desenvolvimento de plantios competitivos<br />

com espécies nativas tem sido limitado, tanto privados como<br />

públicos. A evolução na seleção de material genético, nas<br />

técnicas de preparo de solo, plantio e manejo foi pequena.<br />

Em geral, os plantios são de baixa produtividade e existem<br />

ainda problemas com pragas e doenças, que são fatores de<br />

risco muito elevado para os investidores. As espécies nativas<br />

podem representar uma nova oportunidade de negócio.<br />

Algumas têm características particulares e podem ser a base<br />

para produtos de alto valor agregado. Além disto, o desenvolvimento<br />

de florestas baseadas em espécies nativas corrobora<br />

para a manutenção da biodiversidade. No entanto, este desenvolvimento<br />

depende de uma iniciativa estruturada, e em<br />

princípio da coordenação de entidades públicas responsáveis<br />

pela pesquisa florestal.<br />

As espécies nativas podem representar uma nova oportunidade de<br />

negócio. Algumas têm características particulares e podem ser a base para<br />

produtos de alto valor agregado<br />

14<br />

www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

DESMATAMENTO ZERO<br />

O MMA (Ministério do Meio Ambiente) instalou o GT<br />

(Grupo de Trabalho) “Compromisso pelo Desmatamento<br />

Ilegal Zero”, composto por gestores de meio ambiente do<br />

Acre e de Mato Grosso. O grupo vai atuar diretamente na<br />

implementação de políticas públicas na Amazônia brasileira<br />

que visem a eliminação do desmatamento ilegal e a<br />

compensação pelas emissões de gases de efeito estufa,<br />

provenientes da supressão legal de vegetação, até 2030,<br />

resultando no aumento de estoques de carbono por meio<br />

do reflorestamento e da restauração florestal. Segundo o<br />

secretário-executivo do MMA, Carlos Klink, o Brasil continuará<br />

atuando contra a derrubada ilegal de florestas.<br />

“Queremos trazer o novo e sofisticar o combate ao desmatamento,<br />

investindo em economia e regeneração florestal,<br />

sendo que o Código <strong>Florestal</strong> é nosso carro-chefe.”<br />

Foto: divulgação<br />

SERINGUEIRAS<br />

DE GOIÁS<br />

Diagnóstico realizado pela Embrapa mostra que a produtividade<br />

dos plantios de seringueira em Goiás está acima da<br />

média nacional e pode chegar ao dobro da média mundial.<br />

Enquanto a produtividade média no mundo é de aproximadamente<br />

uma tonelada de borracha seca por hectare, a<br />

brasileira é de 1,26 t/ha (toneladas por hectare), e no Estado<br />

de Goiás a média é de 1,53 t/ha. Já em fazendas com alto<br />

nível tecnológico no mesmo Estado, acompanhadas pela<br />

pesquisa, a produtividade atinge de 2 a 2,5 t/ha. Atualmente,<br />

Goiás possui cerca de 18 mil ha cultivados com seringueira,<br />

em 68 municípios, especialmente nas regiões de Barro Alto,<br />

Goianésia e Vila Propício. Em 2013, a produção de mudas foi<br />

estimada em quase dois milhões unidades em 24 viveiros. “A<br />

maioria dos seringais implantados ainda se encontra em fase<br />

de crescimento e formação, o que significa que, continuando<br />

com práticas de manejo adequadas, o Estado tem condições<br />

de cada vez mais despontar no cenário nacional", afirma o pesquisador<br />

Ailton Vítor Pereira, da Embrapa Produtos e Mercado.<br />

Foto: divulgação<br />

16<br />

www.referenciaflorestal.com.br


FISCALIZAÇÃO<br />

MICROSCÓPICA<br />

Foto: divulgação<br />

Capacitar servidores em análise visual de espécies florestais<br />

foi o principal objetivo do primeiro Curso de Anatomia e<br />

Identificação Macroscópica de Madeira, promovido pela Semas/PA<br />

(Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade<br />

do Pará), em parceria com o Instituto <strong>Florestal</strong> do governo<br />

de São Paulo. Com partes teórica e prática, o curso visa<br />

instruir os técnicos que trabalham diretamente com apreensão<br />

de madeira para identificação das espécies florestais, a<br />

partir da análise anatômica e macroscópica da madeira, como<br />

plano de corte, disposições distintas, cor e brilho, entre outras<br />

características. Durante esse processo, é necessário identificar<br />

e quantificar a madeira transportada e comercializada,<br />

para saber se o produto está compatível com as informações<br />

que constam do DOF (Documento de Origem <strong>Florestal</strong>), ou se<br />

é madeira ilegal. Para que a ilegalidade seja comprovada, há<br />

necessidade de análise técnica, com a identificação do produto<br />

e elaboração de laudos, realizados somente por especialistas. Para simplificar a análise, os participantes do curso também<br />

aprenderam a utilizar microscópios digitais, que possibilitam o envio de imagens via internet para os especialistas,<br />

permitindo a análise em tempo real e maior agilidade no processo de apreensão de madeira ilegal.<br />

ACORDO<br />

DO CLIMA<br />

O acordo do clima foi ratificado em cerimônia realizada na sede<br />

das Nações Unidas em Nova York, no dia 22 de abril. Pelo menos<br />

175 Estados firmaram o documento negociado em dezembro do ano<br />

passado em Paris (França). Para que o acordo entre em vigor, é preciso<br />

agora que pelo menos 55 países, que somem no total 55% das<br />

emissões globais, completem o processo de ratificação. Na maioria<br />

dos casos, os países precisam que o texto seja aprovado por seus<br />

parlamentos. "Estamos em uma corrida contra o relógio", advertiu<br />

o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-<br />

-moon, que reiterou que o futuro do mundo depende dos progressos<br />

rumo a uma economia baixa em emissões. "Estamos batendo recordes<br />

nesta reunião, e é uma boa notícia. Mas os recordes também estão<br />

sendo batidos fora", disse Ban ao se referir sobre as temperaturas<br />

globais e o degelo.<br />

Foto: divulgação<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

17


NOTAS<br />

RONDÔNIA<br />

PLANTA<br />

FLORESTA<br />

A Sedam (Secretaria Estadual do Desenvolvimento<br />

Ambiental) debaterá perspectivas para o setor no III<br />

Seminário Plantar Árvores em Rondônia é um Bom Negócio,<br />

nos dias 12 e 13 de maio, no auditório da Faculdade<br />

Avec, na cidade de Vilhena. A teca (foto ao lado), com<br />

presença em 68% dos municípios de Rondônia está entre<br />

as espécies mais cultivadas. Já o pinus tropical estende-<br />

-se por 3,4 mil ha (hectares) de Vilhena, em solos de<br />

baixa fertilidade e baratos. Essa espécie rende goma<br />

resina, comercializada para o mercado nacional e para<br />

a Europa, onde abastece indústrias de cosméticos e de<br />

produtos farmacêuticos, tintas, vernizes e componentes<br />

de papéis especiais para impressão. O evento pretende<br />

traçar diretrizes e mostrar possibilidades de ampliação<br />

da área plantada no Estado com diferentes espécies.<br />

Foto:divulgação<br />

ESTUDANTES<br />

DO MANEJO<br />

FLORESTAL<br />

Cerca de 20 alunos do IX ano do curso de<br />

Engenharia <strong>Florestal</strong> da Ufmt (Universidade<br />

Federal de Mato Grosso) participaram no dia<br />

26 de abril na sede da Sema (Secretaria de Estado<br />

de Meio Ambiente) de uma capacitação<br />

voltada para a elaboração de Pmfs (Planos de<br />

Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável). A proposta do<br />

curso é aproximar o setor acadêmico da secretaria para que os estudantes entendam na prática os conceitos e normas necessárias<br />

para a realização do Pmfs. Entre os temas debatidos durante o encontro estavam o manejo de florestas nativas, a<br />

gestão florestal no Estado, vistorias e monitoramento. Após a aula, os alunos visitaram o setor de gestão florestal da Sema<br />

e saíram bastante satisfeitos com a experiência.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

18<br />

www.referenciaflorestal.com.br


CURSO PARA<br />

PEQUENOS<br />

Foto: divulgação<br />

Visando dar oportunidade para mais produtores<br />

participarem das capacitações do Projeto ABC Cerrado,<br />

o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e o<br />

Banco Mundial atualizaram os critérios para inscrição<br />

nos cursos ofertados pelo projeto. Antes o produtor<br />

precisava ter uma propriedade acima de quatro módulos<br />

fiscais e menor que 70. Para as propriedades menores<br />

de quatro módulos fiscais, exclusivamente, a propriedade<br />

deve ainda possuir renda bruta anual superior<br />

a R$ 360 mil ou possuir mais funcionários contratados<br />

que funcionários oriundos da mão de obra familiar. Os<br />

cursos são Sistema Plantio Direto, Florestas Plantadas,<br />

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Recuperação de<br />

Pastagens Degradadas. As inscrições são realizadas unicamente<br />

pelo preenchimento do cadastro no portal do<br />

Senar, e permanecem abertas até o final da execução do<br />

projeto, em 2017. Mais informações: www.senar.org.br<br />

EUCALIPTO<br />

COM CHIP<br />

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia apresentou a tecnologia<br />

capaz de reduzir em até 50% o tempo gasto no melhoramento<br />

genético de eucalipto durante a Agrishow <strong>2016</strong> - Feira Internacional<br />

de Tecnologia Agrícola em Ação, realizada de 25 a 29 de abril em Ribeirão<br />

Preto (SP). Trata-se de um chip de genotipagem, denominado<br />

Euchip60k, que permite a análise simultânea de 60 mil marcadores<br />

distribuídos por todo o genoma da planta e que tem elevado potencial<br />

de aplicação no setor florestal de vários países, pois foi desenvolvida<br />

com base nas 10 espécies de eucalipto mais utilizadas em nível<br />

mundial. O uso do chip reduz o tempo utilizado no melhoramento<br />

genético, que é de cerca de 9 a 18 anos para 6 a 9 anos. "E com 70%<br />

de acurácia", como faz questão de ressaltar o pesquisador responsável<br />

pelo desenvolvimento da tecnologia, Dario Grattapaglia.<br />

Foto: divulgação<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

19


NOTAS<br />

REVENDO<br />

O MANEJO<br />

Foto: divulgação<br />

Está em debate o projeto para rever<br />

o regulamento de n° 15.789/2013<br />

da Abnt (Associação Brasileira de<br />

Normas Técnicas) que estabelece os<br />

princípios, critérios e indicadores para<br />

o manejo sustentável de florestas<br />

nativas. O Cipem (Centro das Indústrias<br />

Produtoras e Exportadoras de<br />

Madeira do Estado de Mato Grosso),<br />

junto a demais entidades ligadas ao<br />

setor produtivo do Estado, entre elas<br />

a Amef (Associação Mato Grossense<br />

dos Engenheiros Florestais) e Crea-MT<br />

(Conselho Regional de Engenharia e<br />

Agronomia), participou da primeira reunião, realizada ao final de abril na sede da Sema-MT (Secretaria do Estado do Meio<br />

Ambiente) em Cuiabá (MT). O encontro apresentou o Grupo de Trabalho de Manejo de Florestas Nativas e os membros da<br />

Comissão de Estudo Especial em Manejo <strong>Florestal</strong> da Abnt. Este grupo discutirá normas de manejo florestal e a dinâmica dos<br />

processos oficiais de certificação, com participação da sociedade, ao longo de 32 meses.<br />

ISO<br />

FLORESTAL<br />

MADEIRA<br />

•<br />

CERTIFICADA<br />

MADEIRA LEGAL<br />

Estabelecer padrões internacionais<br />

e certificar a origem da madeira que é<br />

consumida no mundo, inibindo o comércio<br />

ilegal da matéria-prima. Esse é o<br />

objetivo da Norma <strong>Florestal</strong> ISO 19.228,<br />

que está sendo elaborada por uma cúpula<br />

mundial com representantes de todos<br />

os continentes. Dando continuidade<br />

ao processo de construção da norma,<br />

um grupo de 40 experts em certificação florestal dos 30 maiores países em produção de madeira se reuniram na cidade<br />

de Sundsvail, na Suécia, para a IV reunião plenária da ISO <strong>Florestal</strong> em meados de abril. A norma vai garantir que se possa<br />

rastrear a madeira. Quando o cliente compra um móvel de uma loja, por exemplo, por meio da norma será possível garantir<br />

que a madeira utilizada tenha origem sustentável. A ISO está em fase final de construção. Foram realizados três encontros,<br />

estão previstos ainda mais dois para que o texto seja concluído. O próximo acontece este ano, em Pequim (China) e o último<br />

será em Lisboa (Portugal), em 2017.<br />

M A D E I R A<br />

•<br />

C E R T I F I C A D A<br />

Foto: divulgação<br />

20<br />

www.referenciaflorestal.com.br


AO SEU LADO<br />

NOS TRABALHOS MAIS DIFÍCEIS<br />

GARRAS DE CARREGAMENTO ROTOBEC<br />

PRODUTIVIDADE, ROBUSTEZ<br />

E DISPONIBILIDADE MECÂNICA<br />

DE PADRÃO INTERNACIONAL<br />

www.rotobec.com<br />

(41) 8852-5999/3287-2835<br />

rotobecdobrasil@rotobec.com


ALTA E BAIXA<br />

ALTA<br />

BAIXA<br />

22<br />

www.referenciaflorestal.com.br


BIOMASSA<br />

TÉRMICA<br />

A BIOMASSA<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

A<br />

Eldorado Brasil vai aproveitar tocos e raízes de<br />

eucalipto, não utilizados na operação de colheita,<br />

para geração de energia a partir de biomassa.<br />

A fabricante de celulose venceu o leilão da Aneel (Agência<br />

Nacional de Energia Elétrica), realizado em 29 de abril de<br />

<strong>2016</strong>, com o projeto UTE (Usina Termoelétrica) Onça Pintada,<br />

que vai gerar energia utilizando cavacos de madeira<br />

como principal combustível, com uma potência instalada<br />

de 50 MW (megawatts). O investimento de R$ 300 milhões<br />

na construção da UTE de biomassa irá gerar mais de 1 mil<br />

empregos diretos e indiretos para a região. A UTE Onça<br />

Pintada será instalada em uma fazenda da companhia em<br />

Aparecida do Taboado (MS) e irá iniciar o fornecimento ao<br />

sistema elétrico nacional em janeiro de 2021, conforme<br />

previsto em leilão. O preço da energia foi estabelecido em<br />

R$ 243,2/MWh, em um contrato com uma valor total de<br />

R$ 2,5 bilhões e prazo de 25 anos. O projeto agora segue<br />

para homologação na Aneel.<br />

SATÉLITE MEDIRÁ BIOMASSA<br />

FLORESTAL<br />

E<br />

m anúncio oficial, o grupo europeu<br />

Airbus assinou contrato com a ESA<br />

(Agência Espacial Europeia) para a<br />

construção do satélite Biomass, que realizará<br />

uma missão para avaliar a biomassa<br />

florestal por meio de medições de quantidade<br />

de carbono terrestre armazenado e<br />

suas oscilações. O projeto ambicioso, que<br />

deve ser colocado em prática em 2021, se<br />

integra à missão Earth Explorer da ESA. A<br />

exploração em órbita está programada<br />

para se prolongar por cinco anos, afirmou<br />

em comunicado a filial de defesa e espaço,<br />

Airbus Defence and Space. O satélite poderá fornecer mapas precisos da biomassa florestal tropical, temperada e boreal<br />

que não poderiam ser obtidos com as técnicas disponíveis. Além disso, o mecanismo recopilará igualmente informação<br />

sobre as florestas do planeta, para determinar a distribuição de sua biomassa ao nível do solo e as mudanças que ocorrem<br />

ano por ano (é previsto que seja testemunha de oito ciclos de crescimento).<br />

Foto: divulgação<br />

24<br />

www.referenciaflorestal.com.br


APLICAÇÃO<br />

CUIDADO<br />

POR ROBÔS<br />

A<br />

Fibria está implementando<br />

um viveiro totalmente automatizado<br />

e que vai utilizar<br />

tubetes de papel degradável certificado<br />

pelo FSC (Forest Stewardship Council).<br />

A estrutura, que passa a funcionar em<br />

março de 2017, terá capacidade de produzir<br />

43 milhões de mudas. A Fibria será<br />

a primeira empresa da área de celulose<br />

a utilizar robôs para plantar mudas de<br />

eucalipto. As novas instalações irão ocupar, aproximadamente, 48 mil m² (metros quadrados) de estufas, com automação<br />

nos processos de transporte, manuseio, seleção, irrigação, nutrição e controle meteorológico.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

BORRACHA<br />

NATURAL<br />

A<br />

pesquisa da Comissão Nacional de Silvicultura<br />

e Agrossilvicultura da CNA (Confederação<br />

da Agricultura e Pecuária do<br />

Brasil) sobre a produção não madeireira apresentou<br />

os primeiros resultados. O látex e a borracha<br />

natural, produtos extraídos das seringueiras,<br />

aparecem como principais itens do setor florestal<br />

não madeireiro brasileiro, correspondendo a<br />

70% das respostas. O questionário foi elaborado<br />

pela CNA, em parceria com o CIM/Ufla (Centro<br />

de Inteligência em Mercados da Universidade<br />

Federal de Lavras), com o objetivo de conhecer<br />

a realidade do segmento de produtos florestais<br />

não madeireiros, como a borracha, resina e tanino.<br />

A pesquisa vai contribuir com o Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a formulação<br />

do Plano Nacional de Desenvolvimento<br />

de Florestas Plantadas.<br />

26<br />

www.referenciaflorestal.com.br


FRASES<br />

Mantida a regra<br />

do novo Código<br />

<strong>Florestal</strong>, o Estado<br />

estará condenado<br />

ao atraso. Lamento,<br />

profundamente,<br />

tudo isso. Se não<br />

pudermos construir<br />

portos, estaremos<br />

condenados a essa<br />

situação que vive<br />

o município de<br />

Itamarati<br />

Deputado estadual Serafim Corrêa<br />

(PSB), em apelo à bancada do<br />

Amazonas no Congresso Nacional<br />

para que o novo Código <strong>Florestal</strong><br />

seja revisto<br />

Precisamos estabelecer uma nova relação de<br />

produção e consumo, uma nova relação do homem<br />

com os recursos naturais<br />

Senador Jorge Viana (PT-AC), indicando caminhos para sustentabilidade no manejo<br />

da floresta nativa brasileira<br />

A instalação da Duratex em Alagoas vai fomentar<br />

a cadeia produtiva do eucalipto. Como indústria<br />

âncora do segmento, a Duratex vai atrair empresas<br />

transformadoras. O grupo já dispõe de 4,5 mil<br />

hectares de floresta de eucalipto em Alagoas e<br />

chegará a 15 mil<br />

Helder Lima, secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo,<br />

sobre o Governo de Alagoas investir na cadeia produtiva do eucalipto<br />

Temos muitas regiões com florestas nativas<br />

intactas e outras áreas com a implementação do<br />

reflorestamento. Por isso precisamos de um plano<br />

estadual que ajude a orientar os proprietários<br />

rurais, no sentido de buscarem soluções seguras<br />

que garantam também o retorno necessário e<br />

identifiquem alternativas para desenvolver a cultura<br />

de reflorestamento<br />

Claudio Palozi, deputado estadual (PSC/PR), durante audiência pública que debateu<br />

a criação de um Plano Estadual de Conservação e Cultivo <strong>Florestal</strong><br />

Esperamos contribuições de todo cidadão<br />

interessado no tema, assim como de empresas,<br />

movimentos e organizações da sociedade para<br />

elaborarmos as mudanças necessárias, que atendam<br />

tanto o setor de base florestal como os preceitos da<br />

sustentabilidade<br />

Foto: Tjam<br />

Marcos Antônio Camargo Ferreira, coordenador do projeto que fará a revisão do<br />

regulamento de n° 15.789/2013 da Abnt que estabelece os princípios, critérios e<br />

indicadores para o manejo sustentável de florestas nativas no país<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

27


ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

LOCAL DE NASCIMENTO<br />

Curitiba (PR), 10 de março de 1980<br />

Curitiba (PR), March 10, 1980<br />

Fernando de Camargo Moro<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Gerente de silvicultura da Copener <strong>Florestal</strong><br />

Forestry Manager for Copener <strong>Florestal</strong><br />

FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />

Engenharia <strong>Florestal</strong> pela Ufpr (Universidade Federal do Paraná) com MBA em Gestão Financeira,<br />

Controladoria e Auditoria pela FGV (Fundação Getúlio Vargas)<br />

Forestry Engineering, Federal University of the State of Paraná (Ufpr) and MBA in Financial, Control<br />

and Audit Administration, Getúlio Vargas Foundation (FGV)<br />

Em busca da produtividade<br />

28<br />

www.referenciaflorestal.com.br


<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

29


ENTREVISTA<br />

30<br />

www.referenciaflorestal.com.br


“A alta produtividade dos plantios não é suficiente para<br />

garantir competitividade, a qual vem sofrendo perdas<br />

drásticas consecutivas há mais de 15 anos e seus motivos<br />

são conhecidos por todos”<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

31


ENTREVISTA<br />

“A produtividade florestal que subsidia nossa perda de<br />

competitividade tem sofrido ameaças constantes dado o<br />

aparecimento de pragas e doenças em níveis de danos econômicos,<br />

bem como das alterações climáticas capazes de minar os ganhos<br />

conseguidos com tanta dedicação ao longo dos anos”<br />

32<br />

www.referenciaflorestal.com.br


<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

33


“O Brasil se posiciona entre os 10 maiores países em termos<br />

de área plantada, com 7,74 milhões ha e sua produtividade<br />

florestal mantém mais uma vez, a liderança do ranking, com 39<br />

m³/ha.ano de eucalipto e 31 m³/ha.ano de pinus”<br />

34<br />

www.referenciaflorestal.com.br


PRINCIPAL<br />

Foto: divulgação<br />

36<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Manejo de<br />

formiga<br />

cortadeira com<br />

eficiência e<br />

precisão<br />

PROGRAMA<br />

VOLTADO PARA<br />

O CONTROLE<br />

DE FORMIGAS<br />

DIMINUI<br />

GASTOS COM<br />

EFICIÊNCIA DE<br />

CONTROLE<br />

Efficient and precise<br />

leafcutter ant<br />

management<br />

A PROGRAM AIMED<br />

AT ANT CONTROL<br />

DECREASES<br />

EXPENDITURES<br />

WITH CONTROL<br />

EFFICIENCY<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

37


PRINCIPAL<br />

Foto: divulgação<br />

T<br />

he advance in precision forestry is broadening<br />

at all stages of forest cultivation.<br />

Pest control, in particular leaf-cutting<br />

ants, is amongst the most critical and necessary<br />

points in an investment in the implementation<br />

of a replanted forest. Distributing the<br />

ant baits indiscriminately doesn't solve the<br />

problem. It is necessary strategy and technology.<br />

Not having a strategy leads to problems<br />

with much larger operational costs or unecessaries<br />

without it converting itself in control efficacy,<br />

besides the consumption of unecessary<br />

products or insufficient quantities. For companies<br />

that want, or already have, certification,<br />

they will have difficulty in managing the<br />

amount of active ingredient agreed to with the<br />

certifying body. So it is essential to have detailed<br />

knowledge of the area, qualified technical<br />

guidance on how to proceed, and the control<br />

of the outcome.<br />

Atta-Kill, an Agroceres Group company,<br />

based on 45 years experience, is focused on<br />

the control of leaf-cutting ants of the genera<br />

Atta and Acromyrmex. “The Company has always<br />

been at the forefront and over time, has<br />

always pioneered with current technologies<br />

for the management of leaf-cutting ants”,<br />

informs Augusto Tarozzo, Sales and Marketing<br />

Manager for Atta-kill. In 1985, it began to<br />

38<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: divulgação<br />

market the now old Mipis Plastic, developed in<br />

the forestry sector, aimed at the protection of<br />

granulated baits umidty, branching to the MI-<br />

PIS brand, trademarked by Agroceres. In the<br />

early 90’s, it researched and launched the first<br />

ant bait based on Sulfluramid, Mirex-S, replacing<br />

the old products based on a chlorinated<br />

active ingredient. Technical innovation that<br />

added less impact on the environment and<br />

human and animal health by promoting new<br />

knowledge about the ant and its control .<br />

In the year 2000, it developed the first specialized<br />

technical services program, Tech Plus.<br />

At the same time, it launched the first paper<br />

Mipis in partnership with the Forest Sector. In<br />

2011, it improved the paper PCB Mipis protector<br />

and launched the Mipis Evolution, with no<br />

vegetable stratum being required as in the previous<br />

structure. Recently, it went on to provide<br />

the tool for use in everyday conditions for bordering<br />

and boundary areas when the anthill<br />

cannot be located: Attaquímetro.<br />

In 2014, Atta-Kill introduced a new technology<br />

program, Result, aimed at using resources<br />

aligned with the needs of the forest company<br />

to optimize the distribution of its Mirex-S ant<br />

baits, efficiently and reducing operating costs<br />

per hectare (ha).<br />

As each company has a different need, the<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

39


PRINCIPAL<br />

Foto: Atta-Kill<br />

professionals responsible for the Result program,<br />

first of all, seek to understand the context<br />

of the forest company at that moment.<br />

“Thus, we must align and have committed our<br />

operations to what the customer needs and<br />

wants. And based on this alignment and in<br />

common agreement, the tasks and actions to<br />

be implemented are defined,” details Augusto.<br />

Result was designed to meet the eucalyptus<br />

and pine cultivation technology demands.<br />

“This is a program of providing services that<br />

fit the needs of different areas, with different<br />

degrees of infestation," says Atta Sales and<br />

Marketing Manager Augusto. Beyond simply<br />

spreading about ant baits, the Program produces<br />

an operations management system for<br />

leaf-cutting ant control, structured as follows:<br />

• Planning control through surveys (diagnosis)<br />

• Operations programming and planning<br />

(recommendations)<br />

• Evaluation after control operation (checking/verification)<br />

• Generation of managerial reports for monitoring<br />

(control)<br />

Executive Augusto notes that the biggest<br />

40<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: divulgação<br />

challenges of every service provided by Result<br />

are the commitments to specific needs, including<br />

those related to certification and processing.<br />

For example, the International guidelines<br />

employed by FSC that determine standards<br />

and usage patterns for agrochemicals, including<br />

Sulfluramid-based ant baits.<br />

“The program should be aimed at all stages<br />

of replanted forest cultivation, aiming at<br />

efficiency in control aligned with cost and resource<br />

optimization, and mainly at the reduction<br />

in the quantity of bait used by area and,<br />

at the same time, with greater effectiveness<br />

in the control of the leaf-cutting ant,” defines<br />

Atta Sales and Marketing Manager Augusto.<br />

UNDER CONTROL<br />

When you have to perform pest control<br />

in an area close to 30 thousand ha, as is the<br />

case for wood product and panel manufacturer<br />

Eucatex, process precision management is<br />

extremely important. “All the costs with leafcutter<br />

ant control are closely monitored by the<br />

company by noting the activities in the forest<br />

management system (financial management<br />

and forest management),” points out Hernon<br />

José Ferreira, Forest Operations Director for<br />

Eucatex. As there is population fluctuation,<br />

bait consumption in the areas is always in line<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 41


PRINCIPAL<br />

Foto: Pedro Francio<br />

with the indication of the control operation<br />

carried out through monitoring.<br />

He points out that leafcutter ant control is<br />

essential to ensure an economically sustainable<br />

production. “In our areas, control is 100%<br />

effective in the pre-cutting, pre-planting and<br />

post-planting areas (1st year),” he details. In<br />

other areas, the monitoring team indicates<br />

where control should be carried out. Thus,<br />

combat occurs only in stands that show losses<br />

above the level of economic damage.<br />

Shortly after the completion of the activity,<br />

using sampling, quality control is carried out to<br />

evaluate whether the operation and ant killer<br />

bait dosage are in accord with that recommended.<br />

Six months after the control operation,<br />

an efficiency assessment is performed for<br />

about 20% of the monitored area (sampling),<br />

which follows the same monitoring methodology<br />

and correlates the ant hill post-control<br />

with the pre-control in the area.<br />

EYE ON DETAILS<br />

Issues such as climate, topography and ant<br />

species influence the fight against the plague.<br />

It is necessary to take into account several<br />

factors for control to be effective. For manual<br />

combat operations, the topography influences<br />

operation efficiency. For flat land, ant bait dis-<br />

42<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: Pedro Francio<br />

tribution is higher. On the other hand, the Forest<br />

Sector is heading towards the total mechanization<br />

of its activities, including ant control<br />

and combat operations. “In this new scenario,<br />

topography is a fundamental component, and<br />

may in some situations (sloping terrains) make<br />

tractor use unfeasible,” says Nelson Bezerra<br />

Júnior, technician for Equilíbrio Proteção <strong>Florestal</strong>.<br />

The main factor is the safety of both<br />

worker and machine operator.<br />

The alternative for operating on undulating<br />

lands is to use a mixed control scheme with<br />

manual operations in rugged areas and mechanized<br />

on flatter areas. “We only succeed in<br />

this using a good monitoring system, in which<br />

the topography component has to be used in<br />

the control matrix, recommending, beforehand,<br />

the best operation, manual or mechanized,<br />

for each stand.”<br />

The technician points out that the company<br />

currently offers application equipment<br />

coupled to management systems for a mapped<br />

georeferenced operation, thus functioning as<br />

precision forestry.<br />

CLIMATE AND GENUS<br />

In the more complex situations in the fight<br />

against leaf-cutting ants, there are the factors<br />

over which you have no control, such as<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 43


PRINCIPAL<br />

Foto: divulgação<br />

rainfall. “In regions where we have long rainy<br />

periods during the year, an efficient management<br />

system is more difficult, due to the rains<br />

leading to low foraging activity and greater<br />

difficulty in direct ant killer bait application,”<br />

ponders Equilíbrio Proteção <strong>Florestal</strong> Technician<br />

Nelson.<br />

In cases related to the water regime, a<br />

monitoring and control schedule should be established<br />

adjusted to a period more conducive<br />

to this type of operation using a protected bait<br />

like Mipis. It is also critical to scale the teams<br />

to act in a more concentrated form during the<br />

more favorable periods, drier periods or between<br />

rains. The leaf-cutting ants, genera Atta<br />

(saúvas) and Acromyrmex (quenquéns), are endemic<br />

to the Americas, and because they are a<br />

generalist insect, they can attack any culture.<br />

They use leaves, flowers, twigs and branches<br />

of plants as culture medium for production of<br />

their main source of food, a fungus called Leucocoprinus<br />

gongylophorus.<br />

In Brazil, both genera exist with predominance<br />

of the genus Atta in warmer regions and<br />

Acromyrmex in cooler regions. There are at<br />

least 10 known species of the genus Atta, with<br />

Atta sexdens (Saúva-limão), Atta laevigata<br />

(Saúva-cabeça-de-vidro) and Atta capiguara<br />

(Saúva-mata-pasto), being the most common<br />

44<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: divulgação<br />

and 20 known species of the genus Acromyrmex,<br />

with Acromyrmex crassispinus (Quenquém-de-cisco<br />

or Cisqueira), Acromyrmex<br />

níger (Quenquém-mineira), Acromyrmex subterraneus<br />

(Caiapó), being the most common.<br />

Usually the definition of the type of control<br />

is connected to the ant genus. “We have to<br />

have different controls for the genus Atta and<br />

for the genus Acromirmex,” explains Equilíbrio<br />

Proteção <strong>Florestal</strong> Technician Nelson. This targeting<br />

helps to apply more appropriate doses<br />

and in the most appropriate control methods.<br />

“A 10 g bait dosage is enough for an active<br />

scout or young kite, and for genus Acromyrmex,<br />

in many cases, half of this dosage, i.e. 5<br />

g, would provide an efficient control,” he compares.<br />

The losses caused by leaf-cutting ants vary<br />

from lost productivity to plant death. Damage<br />

can occur in all growing phases, from seedling<br />

production to harvest. Monitoring of these insects<br />

in active forests is the most efficient way<br />

to detect, evaluate and recommend the timing,<br />

method and most suitable product.<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

45


ESPÉCIE COMERCIAL<br />

Foto: divulgação<br />

MAIS FORTES E<br />

46<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: Dayane May<br />

RESISTENTES<br />

TRABALHO DE MESTRADO PRETENDE<br />

AMPLIAR O VIGOR DE ESPÉCIES NATIVAS PARA<br />

PLANTIOS, UTILIZANDO MICRORGANISMOS<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

47


ESPÉCIE COMERCIAL<br />

Foto: Dayane May<br />

Folha de uma<br />

árvore adulta de<br />

canela-sassafrás<br />

U<br />

ma pesquisa está em andamento para ampliar<br />

o grau de sucesso do plantio de duas espécies<br />

presentes no bioma Mata Atlântica. Os pesquisadores<br />

pretendem aumentar a disponibilidade de<br />

canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e imbuia (Ocotea<br />

porosa) para a implantação de florestas comercais e na<br />

recuperação de áreas degradas. A primeira etapa dos estudos<br />

será finalizada e dezembro, ao final do trabalho, a<br />

expectativa é obter sementes e mudas mais fortes para<br />

a reprodução e plantio.<br />

Das sementes que germinam tanto de canela-sassafrás<br />

como da imbuia, poucas se desenvolvem até a fase<br />

adulta. Esta fragilidade restringe ainda mais a propagação<br />

das árvores das espécies já ameaçadas de extinção.<br />

Com a intenção de mudar esse cenário, teve início em<br />

maio de 2015 a pesquisa que busca desenvolver um<br />

bioprocesso para a obtenção de mudas mais vigorosas<br />

e com maior capacidade de sobrevivência no campo. Os<br />

estudo, conduzido por pesquisadores da UP (Universidade<br />

Positivo) e com apoio da Embrapa Florestas, baseia-<br />

-se na associação existente entre os microrganismos do<br />

solo e raízes.<br />

O pesquisador da Embrapa Florestas, Celso Garcia<br />

Auer, avalia o trabalho como uma importante iniciativa<br />

para projetos de conservação da natureza e enriquecimento<br />

de matas, além de uma possibilidade futura de<br />

uso comercial na silvicultura. “É um projeto ambicioso,<br />

pois contempla as etapas de coleta de rizosfera de árvores<br />

na Mata do Uru, de isolamento dos microrganismos,<br />

de avaliação dos principais efeitos de cada organismo<br />

isolado e a possibilidade da produção de um inoculante<br />

eficaz em escala de laboratório, para aplicação em viveiro.”<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

As coletas das mudas para desenvolvimento da pesquisa<br />

foram feitas em fragmento florestal contido na<br />

Rppn (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Mata<br />

do Uru, na Lapa (PR). “Esse fragmento dá suporte para<br />

a manutenção de populações expressivas da canela-sassafrás<br />

e da imbuia, o que permite o desenvolvimento<br />

de pesquisas que forneçam meios para a conservação e<br />

perpetuação dessas espécies, gerando subsídios para o<br />

uso de forma consciente e sustentável”, explica a professora<br />

Leila Teresinha Maranho, coordenadora do Mestrado<br />

em Biotecnologia Industrial da UP.<br />

48<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Detalhe da folha<br />

da imbuia<br />

Foto: Dayane May<br />

Até o momento, foram coletados, selecionados e<br />

isolados 12 morfotipos de microrganismos para canela-<br />

-sassafrás, e nove para imbuia, os quais poderão ser,<br />

posteriormente, empregados em uma metodologia de<br />

germinação de sementes e desenvolvimento de mudas.<br />

“Os microrganismos estão sendo identificados por<br />

meio de técnicas de biologia molecular e submetidos ao<br />

crescimento em biorreator para obtenção de biomassa”,<br />

detalha a bióloga Larissa Amanda Bett, que realiza a dissertação<br />

pelo Programa de Mestrado em Biotecnologia<br />

Industrial da UP.<br />

A primeira etapa do trabalho, com início em maio<br />

de 2015, demanda um tempo significativo em laboratório<br />

devido à execução de procedimentos como: coleta<br />

das mudas em ambiente conservado; extração, seleção<br />

e isolamento dos microrganismos das raízes das plantas<br />

(rizosfera); identificação molecular dos microrganismos<br />

selecionados; produção de biomassa em biorreator, para<br />

posterior produção do inóculo; produção do inoculante;<br />

e testes de germinação de sementes e desenvolvimento<br />

de mudas em casa de vegetação. Este processo está previsto<br />

para ser finalizado em dezembro deste ano. Depois<br />

de concluída toda esta etapa, serão desenvolvidas as<br />

“A qualidade e alto<br />

valor agregado<br />

à matéria-prima<br />

obtida das duas<br />

espécies chama<br />

atenção”<br />

Leila Teresinha Maranho,<br />

coordenadora do Mestrado<br />

em Biotecnologia Industrial<br />

da UP (Universidade Positivo)<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

49


ESPÉCIE COMERCIAL<br />

Canela-sassafrás<br />

produz óleo utilizado<br />

pela indústria<br />

farmacêutica e de<br />

cosméticos<br />

Foto: divulgação<br />

50<br />

www.referenciaflorestal.com.br


mudas para implantação de plantios em campo.<br />

Em seguida, serão executadas avaliações para inserção<br />

do produto no mercado, mediante o reconhecimento<br />

das possibilidades e aplicabilidades. “A comercialização<br />

dependerá exclusivamente do interesse do mercado<br />

na transferência da tecnologia”, aponta Larissa. De acordo<br />

com os responsáveis pela pesquisa, existe interesse<br />

tanto pelo setor público quanto pela iniciativa privada.<br />

“A qualidade e alto valor agregado à matéria-prima obtida<br />

das duas espécies chama atenção”, aponta Leila. Da<br />

canela-sassafrás é extraído o óleo essencial, cujo principal<br />

componente, o safrol, é amplamente empregado<br />

na indústria farmacêutica e cosmética. Já a madeira da<br />

imbuia tem ótima qualidade, por isso é aproveitada pela<br />

construção civil e indústria moveleira.<br />

O produto obtido com a conclusão da pesquisa poderá<br />

ser o inoculante, composto pelos microrganismos<br />

previamente isolados, ou pelas próprias mudas, obtidas<br />

a partir da germinação de sementes inoculadas. “Aspectos<br />

comerciais devem ser analisados posteriormente, levando<br />

em consideração a viabilidade da produção, bem<br />

como as demandas sociais e industriais.”<br />

“Os microrganismos<br />

estão sendo<br />

identificados por<br />

meio de técnicas de<br />

biologia molecular<br />

e submetidos ao<br />

crescimento em<br />

biorreator para<br />

obtenção de<br />

biomassa”<br />

Larissa Amanda Bett, bióloga


MANEJO FLORESTAL<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

AMAZÔNIA: O<br />

REFRIGERADOR<br />

DO MUNDO<br />

INPA INTEGRA GRUPO DE PESQUISADORES QUE ESTUDAM<br />

MODELOS CLIMÁTICOS E A FLORESTA NATIVA DO BRASIL TEM<br />

IMPACTO DIRETO NA MANUTENÇÃO DA TEMPERATURA GLOBAL<br />

52<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: REFERÊNCIA<br />

D<br />

ifícil encontrar tema mais atual do que a urgência<br />

que os países têm para evitar o aumento da<br />

temperatura global. Recentemente, mais de<br />

cem nações se comprometeram em realizar ações que<br />

cumprir essa meta. Aqui no Brasil, o Inpa (Instituto Nacional<br />

de Pesquisas da Amazônia), criado há 64 anos, já<br />

realiza estudos com olhos ao homem da Amazônia e os<br />

impactos do manejo no meio ambiente.<br />

O Inpa foi criado em 1952 e implementado dois anos<br />

mais tarde. Os primeiros anos do instituto, que atua no<br />

âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação,<br />

foram caracterizados por pesquisas, levantamentos e inventários<br />

de fauna e de flora. Hoje, o escopo é muito<br />

maior: expandir de forma sustentável o uso dos recursos<br />

naturais da Amazônia. Por isso, muitas atividades estão<br />

relacionadas ao manejo florestal e produtos não madeireiros.<br />

As prioridades de pesquisas no LMF (laboratório de<br />

manejo florestal) são definidas a partir de debates gerais<br />

ou demandas específicas. O LMF tem se apoiado mui-<br />

to em documentos resultantes da Rio 92 (Conferência<br />

das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento),<br />

da Convenção Quadro das Nações Unidas<br />

sobre Mudança do Clima e da Declaração de Princípios<br />

sobre Florestas. “Atualmente, as nossas prioridades estão<br />

focadas no entendimento de como as florestas da<br />

Amazônia funcionam em condições normais e alteradas<br />

(antropogênica ou naturalmente)”, explica o pesquisador<br />

Niro Higuchi.<br />

Como existe uma forte relação entre floresta e clima,<br />

o Inpa também está entre as entidades brasileiras selecionadas<br />

a fazer parte do projeto Cssp-Brazil (Climate<br />

Science for Service Partnership), uma parceria com pesquisadores<br />

do Reino Unido com foco às ciências climáticas.<br />

O projeto será desenvolvido durante três anos com<br />

a auxílio de representantes do Inpe (Instituto Nacional<br />

de Pesquisas Espaciais), do Cemaden (Centro Nacional<br />

de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e do<br />

Serviço Meteorológico Nacional Britânico. “A Amazônia<br />

e o Amazonas têm muito a ganhar com esta parceria,<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

53


MANEJO FLORESTAL<br />

porque se entendermos melhor como funciona o clima<br />

poderemos ter ações preventivas para evitarmos alguns<br />

eventos extremos”, defende o diretor do Inpa, o pesquisador<br />

Luiz Renato de França.<br />

“O líder do LMF participa de comitês de várias organizações<br />

que tratam da interação floresta e clima”, explica<br />

Niro. Entre eles o Fundo Amazônia, Conselho Estadual de<br />

Meio Ambiente do Amazonas, Fórum Brasileiro de Mudança<br />

Climática, GT Redd+ do MMA (Ministério do Meio<br />

Ambiente), Programa LBA do Inpa e, ocasionalmente, Ipcc<br />

(Avaliação do Clima do Painel Intergovernamental de Mudanças<br />

Climáticas). “A nossa participação está relacionada<br />

com a estimativa dos estoques de carbono da floresta<br />

amazônica.”<br />

Estão em andamento, ainda, dois projetos ligados ao<br />

segmento produtivo. Um está relacionado com o bem-<br />

-estar do trabalhador envolvido na exploração florestal<br />

sustentável. Trata-se de um estudo sobre a utilização de<br />

índices internacionais na avaliação das principais variáveis<br />

que influenciam o estresse térmico do trabalhador na floresta.<br />

O outro trata da efetividade do período de defeso<br />

(quando a atividade fica interrompida) para manejo florestal<br />

em termos de compactação do solo.<br />

Os fundos que financiam as pesquisas vêm do próprio<br />

Inpa, CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento<br />

Científico e Tecnológico) e Fapeam (Fundação de Amparo<br />

a Pesquisa do Estado do Amazonas). Há também recursos<br />

de órgãos externos. Neste momento, o LMF está sendo<br />

apoiado por dois projetos internacionais, um financiado<br />

pelo Departamento de Biogeoquímica do Instituto Max-<br />

-Planck da Alemanha e outro pelo Departamento de Energia<br />

dos EUA (Estados Unidos da América).<br />

Foto: Embrapa Acre<br />

Método tradicional para<br />

retirada do óleo de copaíba,<br />

produto não madeireiro<br />

54<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Na visão do pesquisador, os governadores da Amazônia<br />

têm defendido a política da floresta em pé. “Isto é<br />

muito alvissareiro para conter o desmatamento, o que é<br />

positivo para conter as emissões de gases de efeito estufa.<br />

O passo seguinte deve ser o envolvimento dos governos<br />

locais”, avalia o pesquisador. Mas reconhece que a madeira<br />

como matéria-prima ainda é pouca valorizada. “O<br />

mercado é extremamente seletivo em cima de poucas espécies.”<br />

Ele aponta que a floresta Amazônica remanescente<br />

ainda é muito grande e os principais fornecedores da<br />

madeira tropical estão em processo de extinção no mercado<br />

internacional. “Infelizmente, esta abundância tem sido<br />

péssima conselheira para um melhor rendimento da tora;<br />

ainda é grande o desperdício”, resume.<br />

Outro ponto abordado por Niro trata do aumento de<br />

produtividade em manejos de produtos não madeireiros.<br />

Para ele, o ponto crítico a ser observado está ligado ao<br />

porte das operações. “Pequena escala e alguma liquidez,<br />

a floresta tende a ser conservada. Pouco se sabe sobre<br />

o impacto na floresta quando esses mesmos produtos<br />

não madeireiros tiverem mais escala e mais liquidez.<br />

Neste momento, apostaria mais na combinação do manejo<br />

florestal e os serviços ambientais, especialmente, o<br />

carbono.” Quando perguntado quais Estados da região se<br />

sobressaem, o especialista é específico. “Os três Estados<br />

que têm tratado bem as florestas são: Amazonas, Acre e<br />

Amapá. O Amazonas e o Amapá se destacam pela política<br />

de conservação. O Acre aprovou uma política florestal<br />

bem ousada e incentivou várias áreas demonstrativas de<br />

manejo florestal, inclusive, em áreas sob o regime de concessão<br />

florestal. Além disso, os três já aprovaram leis de<br />

serviços ambientais.”<br />

Desde 1975<br />

>> www.carroceriasbachiega.com.br<br />

Curta nossa página no Facebook<br />

facebook.com/carroceriasbachiega<br />

SUPORTE<br />

TÉCNICO<br />

PRÓPRIO E<br />

ESPECIALIZADO<br />

PROJETOS<br />

PERSONALIZADOS<br />

ESTOQUE<br />

PERMANENTE<br />

DE PEÇAS PARA<br />

REPOSIÇÃO<br />

LÍDER NACIONAL NA FABRICAÇÃO<br />

E MONTAGEM DE PISOS MÓVEIS<br />

– VEICULAR E ESTACIONÁRIO<br />

MADE BY CARGO FLOOR<br />

DIVISÃO<br />

PISO MÓVEL<br />

IDEAL PARA O TRANSPORTE DE:<br />

Cavaco de madeira| Pó de serra | Bagaço de cana-de-açúcar | Casca de arroz<br />

Carvão vegetal |Moinha de carvão | Casca de amendoim | Pellets | Grãos | Lixo e resíduos<br />

DETENTORA DA MAIOR FROTA NACIONAL<br />

DE PISO MÓVEL PARA LOCAÇÃO<br />

Rua João Squilassi, 332, Distrito Industrial - Rafard/SP<br />

Fones: (19) 3496-1555 | (19) 3496-1381


LEGISLAÇÃO<br />

APÓS PRORROGAÇÃO DE UM<br />

ANO, O CADASTRO NÃO ATINGIU<br />

O ÍNDICE DE 100% DE ADESÃO<br />

E PARTE DOS PROPRIETÁRIOS<br />

RURAIS GANHOU MAIS TEMPO<br />

PARA SE ADEQUAR<br />

56<br />

www.referenciaflorestal.com.br


“SE AINDA ESTIVER MINISTRA, PEÇO<br />

À PRESIDENTE QUE VETE QUALQUER<br />

PROJETO DE EXTENSÃO DE PRAZO.<br />

SERIA INJUSTO COM QUEM CUMPRIU O<br />

CALENDÁRIO”<br />

Foto: divulgação<br />

IZABELLA TEIXEIRA,<br />

MINISTRA DO MEIO AMBIENTE<br />

D<br />

epois do governo garantir que não haveria nova<br />

prorrogação para o CAR (Cadastro Ambiental<br />

Rural), que se encerrou no dia 5 de maio, foi<br />

anunciada nova data limite aos pequenos proprietários<br />

rurais. Eles têm até 2017 para se registrar. De acordo<br />

com os dados oficiais, 81,7% das áreas passíveis de cadastro<br />

foram alcançadas pelo CAR. As médias e grandes<br />

propriedades ainda podem se cadastrar, mas não terão<br />

os benefícios do PRA (Programa de Regularização Ambiental).<br />

A prorrogação de mais um ano para a realização do<br />

CAR, que deveria ter se encerrado em 2015, não foi motivo<br />

suficiente para convencer todos os proprietários rurais<br />

a se cadastrar. Com o argumento de não prejudicar<br />

pequenos agricultores, o governo se viu obrigado a abrir<br />

outra exceção, somente para esse grupo. Por meio de<br />

Medida Provisória, detentores de até quatro módulos<br />

fiscais, unidade de medida que varia de acordo com o<br />

município do país, indo de 5 a 110 ha (hectares) têm até<br />

2017 para se regularizar.<br />

O detalhe é que os pequenos produtores, com direito<br />

a novo prazo, foram os que mais aderiram ao CAR<br />

proporcionalmente. Eles corresponderam por 93% do<br />

total de cadastrados. Enquanto os médios (detentores<br />

de quatro a 15 módulos) foram responsáveis por 4,9% e<br />

os grandes (superior a 15 módulos) se referem somente<br />

a 2% dos registros.<br />

Segundo o diretor geral do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong><br />

Brasileiro), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente<br />

e responsável pela gestão do CAR, Raimundo<br />

Deusdará, a extensão na data limite foi uma maneira de<br />

ampliar a inclusão dos agricultores familiares. “Uma característica<br />

do novo código é tratar os diferentes de maneira<br />

diferente. Com a prorrogação do prazo, teremos<br />

mais um ano para prestar apoio aos pequenos, conforme<br />

previsto na lei”, afirmou.<br />

Durante a coletiva de imprensa para a divulgação<br />

dos números oficiais, a ministra do Meio Ambiente Izabella<br />

Teixeira garantiu que enquanto estiver no cargo<br />

não haverá extensão de data aos médios e grandes. “Se<br />

ainda estiver ministra peço à presidente que vete qualquer<br />

projeto de extensão de prazo. Seria injusto com<br />

quem cumpriu o calendário”, declarou. Mas às vésperas<br />

de um impeachment e com a eminência de uma reestruturação<br />

ministerial a afirmação de Izabella se torna um<br />

pouco vazia.<br />

Por enquanto, os proprietários com mais de quatro<br />

módulos fiscais que não aderiram até a data limite perderam<br />

os benefícios do PRA, aplicável nos casos da existência<br />

de passivos ambientais. Apesar disso, o CAR não<br />

está encerrado, nem deixa de ser obrigatório. O Siscar<br />

(Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural) continua<br />

operando e quem não se cadastrar terá restrições<br />

ao crédito a partir do próximo ano.<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

57


ESPECIAL<br />

CÓDIGO FLORESTAL<br />

EM XEQUE<br />

QUATRO AÇÕES PEDEM A<br />

INCONSTITUCIONALIDADE<br />

DE BOA PARTE DO<br />

DOCUMENTO, O<br />

QUE BASICAMENTE<br />

ELIMINA O MARCO<br />

LEGAL<br />

58<br />

www.referenciaflorestal.com.br


<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

59


ESPECIAL<br />

“O julgamento é bastante<br />

difícil, bastante complexo,<br />

e foi facilitado pelas<br />

informações trazidas na<br />

audiência”<br />

Luiz Fux,<br />

Ministro do STF<br />

(Superior Tribunal Federal)<br />

60<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: Agência Brasil<br />

Ministro do STF Luiz Fux, relator<br />

da matéria, pretende dar rapidez<br />

ao processo e que seja julgado<br />

ainda no primeiro semestre<br />

Foto: Agência Brasil<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

61


ESPECIAL<br />

Foto: divulgação<br />

“Pelo que foi<br />

demonstrado na<br />

audiência, não acredito<br />

que o STF determinará<br />

a retirada das terras<br />

da produção. Não há<br />

justificativa científica,<br />

nem econômica. A ação é<br />

ideológica”<br />

Rodrigo Justus,<br />

presidente da Comissão Nacional<br />

do Meio Ambiente da CNA<br />

62<br />

www.referenciaflorestal.com.br


“Foi justamente o novo<br />

Código <strong>Florestal</strong> que<br />

trouxe segurança jurídica<br />

no campo e evitou o<br />

desastre que aquele velho<br />

código traria caso fosse<br />

imposta sua aplicação,<br />

ocasionando o maior<br />

êxodo rural no país”<br />

Sebastião Renato Valverde,<br />

Chefe do Departamento de<br />

Engenharia <strong>Florestal</strong> da UFV<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

63


ARTIGO<br />

OTIMIZAÇÃO DO USO<br />

DO TRATOR FLORESTAL<br />

FORWARDER EM FUNÇÃO<br />

DA PRODUTIVIDADE,<br />

CUSTOS E CAPACIDADE<br />

DE CARGA<br />

* Artigo originalmente publicado na Revista Árvore de Viçosa (MG)<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

FLÁVIO CIPRIANO DE ASSIS DO CARMO<br />

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS DO CENTRO DE<br />

CIÊNCIAS AGRÁRIAS PELA UFES (UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO)<br />

NILTON CESAR FIEDLER<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA DA UFES<br />

LUCIANO JOSÉ MINETTE<br />

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE PRODUÇÃO DA UFV<br />

(UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA)<br />

AMAURY PAULO DE SOUZA<br />

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL DA UFV<br />

64<br />

www.referenciaflorestal.com.br


<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

65


ARTIGO<br />

madeira até as margens das estradas. A colheita florestal<br />

é atividade complexa, dado o grande número de variáveis<br />

que afetam a produtividade e, consequentemente,<br />

os custos operacionais (Canto et al., 2006). Assim, é de<br />

suma importância verificar o melhor sistema de colheita<br />

que resulte no menor custo por volume produzido,<br />

levando-se em consideração as condições do terreno, a<br />

finalidade de uso da madeira e os recursos financeiros<br />

disponíveis na execução das atividades.<br />

Segundo Machado e Lopes (2000), o custo de colheita<br />

e transporte representa mais da metade do custo final<br />

da madeira posta no local de utilização. O conhecimento<br />

do custo operacional das máquinas envolvidas no processo<br />

produtivo é de suma importância na tomada de<br />

decisão, auxiliando, fundamentalmente, o planejamento<br />

e controle das operações para a redução dos custos<br />

de produção (Machado; Malinovski, 1988). Assim, a<br />

seleção de máquinas e equipamentos adequados a ser<br />

adotada num sistema de colheita florestal constitui um<br />

dos grandes desafios para a redução dos custos finais da<br />

madeira (Burla et al., 2012).<br />

O uso de tratores florestais de grande versatilidade<br />

e capacidade de carga e o desenvolvimento das operações<br />

em três turnos de trabalho, como os forwarders<br />

(cuja função é realizar a extração de madeira), propiciam<br />

maior disponibilidade das máquinas para a operação,<br />

acarretando em menor custo de produção (Machado et<br />

al., 2008).<br />

Por fim, o planejamento das atividades de colheita<br />

de madeira em conjunto com a logística de máquinas<br />

e a otimização da sequência de execução do corte dos<br />

talhões são etapas de fundamental importância, possibilitando<br />

obter menores distâncias de deslocamento entre<br />

as unidades de corte e, consequentemente, aumento da<br />

produtividade e redução dos custos. O objetivo desta<br />

pesquisa foi realizar uma análise operacional das ativi-<br />

66<br />

www.referenciaflorestal.com.br


TABELA 1 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO<br />

CARACTERÍSTICA DA ÁREA DE ESTUDO<br />

Municípios abrangidos<br />

Clima<br />

Relevo<br />

Solo<br />

Alcobaça (coordenadas 17º37’14’’ S 39º29’29’’ O) e Medeiros Neto (coordenadas<br />

17º 22’ 41’’S 40º10’10’’O)<br />

Clima tropical úmido, precipitação média anual de 1.350 mm, sendo o período<br />

chuvoso de outubro a dezembro e o período seco de julho a setembro<br />

Plano a suave ondulado com declividade máxima de até 5%<br />

Varia entre Latossolo Amarelo distrófico e Vermelho-Amarelo distrófico<br />

CARACTERÍSTICA DA ESPÉCIE DE ESTUDO<br />

Espécie<br />

Volume médio individual das árvores<br />

Volume por hectare<br />

Híbrido das espécies de Eucalyptus grandis e Eucalyptus urophilla<br />

0,19; 0,15 e 0,10 m³<br />

211 m³/ha-¹; 167 m³/ha-¹; 111 m³/ha-¹<br />

Fonte: Inmet, 2013 - Dados da empresa<br />

dades de extração florestal, visando à otimização do uso<br />

do trator florestal forwarder em razão das variáveis produtividade,<br />

custos e potencial de carga para redução dos<br />

custos de produção.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Características das áreas de estudo<br />

A pesquisa foi realizada em plantios florestais localizados<br />

no sul do Estado da Bahia. A descrição da área de<br />

estudo está representada na Tabela 1.<br />

Sistema de colheita de madeira utilizado<br />

pela empresa<br />

O sistema de colheita adotado foi o de toras curtas<br />

(cut-to-length), sendo as operações de derrubada, processamento<br />

e extração da madeira realizadas de forma<br />

mecanizada, com o módulo de colheita da empresa<br />

composto por 10 harvesters e quatro forwarders. O<br />

harvester (colhedor florestal) executa as atividades de<br />

derrubada, descascamento, desgalhamento e destopamento<br />

em toras de 6,0 m de comprimento, com o eito<br />

de trabalho constituído por quatro fileiras de árvores e a<br />

madeira depositada à esquerda, no sentido de deslocamento<br />

da máquina.<br />

O forwarder (trator florestal autocarregável) executa<br />

as atividades de extração e empilhamento da madeira<br />

na margem das estradas. Para este estudo, foram avaliados<br />

forwarders com rodados de pneus 6x6, peso de<br />

16.800 kg (quilogramas), motor com potência de 111,8<br />

kW, com capacidade de carga de 9.000 kg. Essa máquina<br />

trabalhava em três turnos diários de 8 h (24 h/dia), durante<br />

todos os dias da semana.<br />

Coleta de dados<br />

Os dados utilizados nesta pesquisa foram obtidos a<br />

partir de dados primários registrados diariamente pela<br />

empresa no período produtivo da máquina, de março<br />

de 2011 a setembro de 2012. Além disso, realizou-se a<br />

coleta de dados de campo, por meio de um estudo de<br />

tempos e movimentos, utilizando a metodologia proposta<br />

por Barnes (1977), caracterizada pelo método de<br />

tempos contínuos, dividindo a operação em fases do ciclo<br />

de trabalho (deslocamento vazio, carregamento, deslocamento<br />

carregado e descarregamento) e realizando<br />

análise-piloto com o objetivo de definir o número mínimo<br />

de amostras necessárias para um erro de amostragem<br />

máximo de 1%. Utilizaram-se cronômetro digital e<br />

formulário específico para registro das informações. Foi<br />

realizado o acompanhamento das operações de extração<br />

com quatro forwarders in loco, durante o andamento<br />

normal das atividades, sem qualquer interferência.<br />

Análise de sensibilidade em função dos<br />

tempos improdutivos<br />

Para verificar o aumento de produtividade do<br />

forwarder, realizou-se uma análise de sensibilidade em<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

67


ARTIGO<br />

razão das variáveis produtividade, custos e potencial de<br />

carga. Foi realizada a simulação de quatro cenários relacionados<br />

com a redução de tempos improdutivos (0,<br />

25, 50 e 75%). Esses tempos foram caracterizados pelos<br />

tempos em que as máquinas estão disponíveis para operação,<br />

mas que não estão sendo utilizadas (por falta de<br />

operador, falta de frente de serviço, aguardando carreta<br />

prancha e por motivos de fortes chuvas que possam<br />

impossibilitar a operação), ou tempo ocioso consumido<br />

durante a atividade de manutenção (como aguardando<br />

peças e mecânicos).<br />

O primeiro cenário representou a produtividade efetiva<br />

das máquinas, o segundo correspondeu à retirada<br />

de 25% dos tempos classificados como improdutivos e a<br />

adição destes aos tempos produtivos, e assim sucessivamente<br />

até a redução de 75% dos tempos improdutivos<br />

(quarto cenário). Neste estudo, não foi considerado o<br />

cenário 100% devido à grande dificuldade das empresas<br />

em trabalhar no ótimo operacional (ausência de garga-<br />

los operacionais) e à dependência das condições climáticas<br />

que, às vezes, impossibilita a operação das máquinas<br />

(a exemplo da ocorrência de chuvas que afetam a capacidade<br />

de sustentação e tração das máquinas).<br />

Para a simulação do cenário referente à redução dos<br />

custos finais do forwarder em função da diminuição dos<br />

tempos improdutivos, foram adotados valores encontrados<br />

em trabalhos elaborados por Minette et al. (2004),<br />

estimados pela metodologia proposta pela FAO e por<br />

Machado e Malinovski (1988). Os custos foram divididos<br />

em fixos (depreciação, seguros, juros, impostos) e variáveis<br />

(mão de obra, administração, combustível, óleo<br />

hidráulico, óleo lubrificante do motor, manutenção e reparos),<br />

conforme a metodologia adotada por Minette et<br />

al. (2004). Esses autores encontraram na época o valor<br />

médio de extração de US$1,92 por m³, o equivalente a<br />

R$ 3,92 por m³ (para a cotação do dólar de US$ 1,00,<br />

equivalente a R$ 2,03).<br />

Tomando por base os valores encontrados por Mi-<br />

68<br />

www.referenciaflorestal.com.br


nette et al. (2004), realizaram-se simulações no sentido<br />

de verificar a redução de custos das máquinas para os<br />

quatro cenários de produtividade. Assim, os custos fixos<br />

permaneceram inalterados, e os custos variáveis foram<br />

alterados em razão dos diferentes cenários analisados<br />

na empresa.<br />

Maximização da utilização das máquinas<br />

Para obter o maior rendimento na utilização do compartimento<br />

de carga dos forwarders, foi realizado um<br />

estudo de medição de volumes de madeira empilhada<br />

nas margens das estradas e, juntamente com o valor da<br />

densidade da madeira no talhão e o número de ciclos<br />

consumidos na formação das pilhas, determinou-se o<br />

peso médio, em tonelada, da madeira extraída em cada<br />

ciclo operacional das máquinas.<br />

Assim, com os dados técnicos de suporte da capacidade<br />

de carga das máquinas especificados pelos fabricantes<br />

e o peso médio da madeira extraído em diferentes<br />

classes de produtividade dos talhões (0,10;0,15; e<br />

0,19 m³ por árvore), verificou-se quanto de volume pode<br />

ser acrescentado ao compartimento de carga até atingir<br />

o limite de peso estabelecido pelo fabricante.<br />

Análise estatística<br />

Os resultados referentes às fases operacionais de<br />

cada turno e módulos de trabalho foram analisados<br />

considerando como delineamento inteiramente casualizado.<br />

Os dados foram processados por meio de uma<br />

análise de variância (Anova a 99% de probabilidade) e,<br />

quando significativos, as médias, comparadas pelo teste<br />

de Tukey a 99% de probabilidade.<br />

RESULTADOS<br />

Análise de sensibilidade em razão da diminuição<br />

dos tempos improdutivos<br />

Os resultados da análise de sensibilidade da influência<br />

do aumento da produção e redução dos custos em<br />

<strong>Maio</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

69


ARTIGO<br />

TABELA 2 - ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA INFLUÊNCIA DOS TEMPOS IMPRODUTIVOS NO AUMENTO<br />

DA PRODUÇÃO E CUSTO FINAL DA MADEIRA<br />

FORWARDER<br />

Ano<br />

Simul<br />

(%)<br />

C.T. C.V.<br />

m³.hr -1 R$.m -3 (R$.h -1 ) (R$.h -1 )<br />

C.F.<br />

(R$.h -1 )<br />

C.T.S.<br />

(R$.h -1 )<br />

C.S.<br />

(R$.m -3 )<br />

Red<br />

(%)<br />

0<br />

52,11<br />

3,92<br />

204,27<br />

104,20<br />

100,07<br />

204,27<br />

3,92<br />

0,00<br />

2010<br />

25<br />

50<br />

55,64<br />

59,17<br />

-<br />

-<br />

218,11<br />

231,95<br />

111,26<br />

118,32<br />

100,07<br />

100,07<br />

211,33<br />

218,39<br />

3,80<br />

3,69<br />

3,11<br />

5,85<br />

75<br />

62,70<br />

-<br />

245,78<br />

125,37<br />

100,07<br />

225,44<br />

3,60<br />

8,27<br />

0<br />

53,21<br />

3,92<br />

208,58<br />

106,40<br />

102,18<br />

208,58<br />

3,92<br />

0,00<br />

2011<br />

25<br />

50<br />

56,44<br />

59,66<br />

-<br />

-<br />

221,24<br />

233,87<br />

112,86<br />

119,30<br />

102,18<br />

102,18<br />

215,04<br />

221,48<br />

3,81<br />

3,71<br />

2,80<br />

5,30<br />

75<br />

62,89<br />

-<br />

246,53<br />

125,75<br />

102,18<br />

227,93<br />

3,62<br />

7,54<br />

Nota: Simul: Simulação; C.T.: Custo Total; C.V.: Custo Variável (51,01% para forwarder); C.F.: Somatório de custos fixos, mão de obra e administrativos (48,99% para forwarder - exceto<br />

valores simulados); C.T.S.: Custo Total Simulado (C.V+C.F.); C.S.: Custo de produção simulado; Red.: Redução de custo. Cenário 0: Considerado o cenário testemunha<br />

razão da diminuição dos tempos improdutivos são apresentados<br />

na Tabela 2.<br />

Maximização da utilização das máquinas<br />

Após a análise dos indicadores de rendimento, verificou-se<br />

a produtividade do forwarder em relação às<br />

diferentes distâncias médias de extração. Além disso, foi<br />

observada a eficiência da utilização da potência das máquinas<br />

(Tabela 3).<br />

DISCUSSÕES<br />

Como pode ser visto, simulando os diversos cenários<br />

de redução dos tempos improdutivos, percebeu-se<br />

perda de produção média de 10,14 m³.h -1 (hora efetiva<br />

de trabalho) do forwarder, equivalente a uma perda<br />

de 19,27% em relação à produtividade real da máquina.<br />

Foi verificado que os tempos improdutivos contribuíram<br />

para a perda da produtividade das máquinas e, consequentemente,<br />

para a elevação do custo final da madeira.<br />

Entre os tempos improdutivos, o evento mais impactante<br />

foi a falta de frente de trabalho (média de 41,83% do<br />

tempo improdutivo da máquina). Isso pode ser explicado<br />

pelo desbalanceamento de máquinas nos módulos,<br />

ou seja, esses módulos trabalham com um número de<br />

forwarders com produtividade final superior ao número<br />

de harvesters, proporcionando falta de madeira para ex-<br />

TABELA 3 - PRODUTIVIDADE DO FORWARDER EM RELAÇÃO A DIFERENTES PRODUTIVIDADES DOS<br />

POVOAMENTOS E EM DIFERENTES DISTÂNCIAS MÉDIAS DE EXTRAÇÃO<br />

Rend.<br />

(m³.arv -1 )<br />

DME<br />

Dens. nº viag.<br />

TMC (min) kg.viag. -1 (kg.m -3 ) hora<br />

m³.hr -1 ACC (m³) m³.hr -1 %<br />

0.19<br />

0-50<br />

12:57 a<br />

6815,1<br />

496,3<br />

4,63<br />

63,57<br />

4,4<br />

83,94<br />

32%<br />

51-100<br />

13:37 ab<br />

6815,1<br />

496,3<br />

4,40<br />

60,41<br />

4,4<br />

79,77<br />

32%<br />

101-150<br />

14:35 ab<br />

6815,1<br />

496,3<br />

4,11<br />

56,43<br />

4,4<br />

74,51<br />

32%<br />

151-200<br />

14:58 ab<br />

6815,1<br />

496,3<br />

4,01<br />

55,06<br />

4,4<br />

72,70<br />

32%<br />

201-250<br />

15:40 b<br />

6815,1<br />

496,3<br />

3,83<br />

52,59<br />

4,4<br />

69,44<br />

32%<br />

0.10<br />

150,5<br />

14:01<br />

5643,8<br />

446,3<br />

4,28<br />

58,76<br />

7,52<br />

90,95<br />

54,7%<br />

0.15<br />

150,5<br />

14:19<br />

6229,4<br />

452,4<br />

4,19<br />

57,53<br />

6,12<br />

83,17<br />

44,5%<br />

Nota: Rend: Rendimento; DME: Distância Média de Extração; TMC: Tempo Médio do Ciclo de Extração; kg/viag.: Peso da carga por viagem realizada; Dens.: Densidade da madeira;<br />

ACC: Aumento da Caixa de Carga do forwarder; e %: Percentual do aumento do volume (m³.hr -1 )<br />

70<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Disco de corte para Feller<br />

tração. Considerando a redução do tempo improdutivo<br />

em até 75%, verificou-se que a economia poderia atingir<br />

cerca de 8% do custo final para o forwarder.<br />

Como pode ser observado na Tabela 3, para um povoamento<br />

florestal de eucalipto com produtividade de<br />

0,19 m³ por árvore, houve diferença significativa a 99%<br />

de probabilidade, pelo teste de Tukey, entre as distâncias<br />

médias de extração de 0 a 50 m em relação à última<br />

classe de distância de 201 a 250 m, ou seja, até 200 m<br />

de extração não há diferença significativa de produtividade<br />

da máquina. Esse resultado revela a importância<br />

de um planejamento adequado dos talhões, de modo<br />

que as rotas de extração da madeira não sejam superiores<br />

a 200 m. Além disso, foi observado que, à medida<br />

que aumentou a produtividade da floresta em termos<br />

de volume individual, aumentou-se a capacidade de otimização<br />

e peso da caixa de carga do forwarder, porém<br />

foram encontrados valores abaixo do limite máximo de<br />

carga especificada pelo fabricante, que é de 9 mil kg. Isso<br />

pode ser devido à baixa densidade aparente da madeira.<br />

Desse modo, pode-se elevar a altura dos fueiros da caixa<br />

de carga, desde que não comprometa a estabilidade da<br />

máquina e, por consequência, a máquina consiga transportar<br />

volume maior de madeira por ciclo operacional.<br />

Com esse aumento da caixa de carga, pode-se elevar<br />

a produtividade da máquina em até 54,7% em povoamentos<br />

de baixo volume (0,10 m³ por árvore), ou seja,<br />

em determinados talhões, pode haver diminuição no<br />

número de máquinas nos módulos e, por consequência,<br />

redução no custo final da madeira.<br />

Av. Marginal Francisco D’Antonio, 337<br />

Água Vermelha - Sertãozinho - SP<br />

Fone: (16) 3942-6855 Fax: (16) 3942-6650<br />

dantonio@dantonio.com.br - www.dantonio.com.br<br />

• Discos de corte com encaixe para<br />

utilização de até 18 ferramentas<br />

• Diâmetro externo e encaixe central<br />

de acordo com o padrão da máquina<br />

Detalhe de encaixe para<br />

ferramentas de 4 lados<br />

• Discos de corte para Feller<br />

conforme modelo ou amostra<br />

• Discos especiais<br />

• Pistões hidráulicos<br />

(fabricação e reforma)<br />

• Usinagem de médio e grande porte<br />

D’Antonio Equipamentos<br />

Mecânicos e Industriais Ltda<br />

CONCLUSÕES<br />

De acordo com os resultados, conclui-se que: A eliminação<br />

parcial dos tempos improdutivos pode aumentar<br />

a capacidade produtiva do forwarder em 19,27% e<br />

reduzir o custo de produção em 8%.<br />

O aumento da capacidade da caixa de carga do<br />

forwarder até o limite recomendado pelo fabricante<br />

pode otimizar a produtividade da máquina em até<br />

54,7%, nas condições de povoamentos de baixo volume<br />

individual.<br />

Não houve diferença significativa na produtividade<br />

do forwarder na extração de madeira com distância média<br />

de até 200 m. Isso mostra a importância de um planejamento<br />

adequado dos talhões, de modo que consiga<br />

obter leiautes com dimensionamentos ideais de rotas de<br />

extração da madeira sem prejudicar a produtividade das<br />

máquinas.<br />

Indústria e Comércio de Máquinas


AGENDA<br />

MAIO <strong>2016</strong><br />

MAY <strong>2016</strong><br />

AGOSTO <strong>2016</strong><br />

AUGUST <strong>2016</strong><br />

DroneShow Latin America<br />

10 a 12<br />

São Paulo (SP)<br />

www.droneshowla.com<br />

JUNHO <strong>2016</strong><br />

JUNE <strong>2016</strong><br />

KWF-Expo <strong>2016</strong><br />

5 a 12<br />

Roding (Alemanha)<br />

www.kwf-tagung.org<br />

Cibio <strong>2016</strong><br />

15 e 16<br />

Curitiba (PR)<br />

www.congressobiomassa.com<br />

JULHO <strong>2016</strong><br />

JULY <strong>2016</strong><br />

Mercoflora <strong>2016</strong><br />

14 a 16<br />

Chapecó (SC)<br />

www.mercoflora.com.br/sobre-a-feira<br />

Dia de Campo <strong>Florestal</strong><br />

17<br />

Botucatu (SP)<br />

www.diadecampoflorestal.com.br<br />

III Reforest - Simpósio Nacional sobre Restauração<br />

<strong>Florestal</strong><br />

17 a 19<br />

Viçosa (MG)<br />

www.sif.org.br/@reforest<strong>2016</strong>/<br />

SETEMBRO <strong>2016</strong><br />

SEPTEMBER <strong>2016</strong><br />

Expodrev<br />

6 a 9<br />

Krasnojarsk – Rússia<br />

www.krasfair.ru/en/events/expodrev_en<br />

Siberia Forest – industry tour<br />

11 a 19<br />

10 cidades na Sibéria<br />

www.woodmarkets.com<br />

Demo International and Conference<br />

19 a 24<br />

Maple Ridge - Canadá<br />

www.demointernational.com<br />

DESTAQUE<br />

DESTAQUE<br />

5 a 12 de junho<br />

Roding (Alemanha)<br />

www.kwf-tagung.org<br />

O tradicional evento florestal alemão, realizado nos dias<br />

5 a 12 de junho, na cidade de Roding, reúne profissionais<br />

do segmento que representam as principais potências<br />

florestais do mundo. Na edição passada foram registrados<br />

534 expositores de 26 países, a grande maioria da Europa,<br />

e mais de 50 mil visitantes. Por esses números, ele se<br />

consolida como o maior evento do setor em <strong>2016</strong>.<br />

Imagem: reprodução<br />

72<br />

www.referenciaflorestal.com.br


COMUNICAÇÃO<br />

REVISTAS<br />

VÍDEO<br />

WEBSITES<br />

MARKETING<br />

TV<br />

PRODUÇÕES<br />

INTERNET<br />

EVENTOS<br />

PUBLICIDADE<br />

www.jotacom.com.br<br />

contato@jotacom.com.br<br />

+55 (41) 3333-1023


ESPAÇO ABERTO<br />

REDUZINDO AS BARREIRAS<br />

DO COMÉRCIO EXTERIOR<br />

Foto: divulgação<br />

Por Fernando Martins<br />

Sócio da Bain & Company<br />

R<br />

eduzir barreiras na cadeia de suprimento vem se tornando<br />

um tema muito relevante no comércio global, devido<br />

ao impacto que isso pode ter na competitividade de um<br />

país e no crescimento econômico. Entretanto, o Brasil ainda deixa<br />

a desejar nesse aspecto, como é possível perceber em comparativos<br />

internacionais como o Enabling Trade Index, um ranking<br />

do Fórum Econômico Mundial que avalia instituições, políticas e<br />

serviços que facilitam o comércio global de mercadorias. O índice<br />

de 2014 colocou o Brasil na 86ª posição entre 138 países, atrás<br />

até mesmo de outros emergentes, como China (54ª posição) e<br />

África do Sul (56ª).<br />

Buscando reverter esse cenário, o Brasil, junto com os demais<br />

membros da OMC (Organização Mundial de Comércio),<br />

assinou o Acordo de Facilitação de Comércio (Trade Facilitation<br />

Agreement - TFA). Um dos principais compromissos do pacto é<br />

minimizar barreiras na cadeia de suprimentos que possam prejudicar<br />

o comércio global. Esses obstáculos vão desde medidas<br />

protecionistas a gargalos na infraestrutura e ambientes regulatórios<br />

pouco favoráveis às empresas.<br />

Em um recente relatório sobre o tema, intitulado “Enabling<br />

Trade in Brazil” argumentamos que eliminar parte dos obstáculos<br />

que inibem a atividade exportadora em setores com o maior<br />

potencial para avanços como, por exemplo, reduzir o custo de<br />

exportar, seria um bom começo para colocar a economia brasileira<br />

de volta nos trilhos. Se apenas dois grandes componentes<br />

da cadeia de suprimento - a administração aduaneira e a infraestrutura<br />

de transportes e comunicações - tivessem uma eficácia<br />

equivalente à metade da dos melhores exemplos do mundo, US$<br />

84 bilhões poderiam ser somados à economia brasileira.<br />

No Brasil, minimizar esses obstáculos está bastante alinhado<br />

a desafios que a iniciativa privada enfrenta para operar no Brasil.<br />

Fizemos um levantamento com empresas de diversos setores<br />

que foram questionadas sobre as dificuldades com a administração<br />

aduaneira, e alguns dos principais aspectos indicados foram:<br />

o excesso de formalidades e documentos; a falta de um processo<br />

para envio de papéis antes de os produtos chegarem ao porto; e<br />

a falta de processos de intercâmbio automatizado de dados.<br />

Entretanto, importantes passos estão sendo dados para melhorar<br />

a competitividade do país nesse sentido. Temos como<br />

exemplo uma iniciativa implantada em 2014, o Portal Único, no<br />

qual as empresas podem submeter por um meio eletrônico único<br />

todas as informações e documentos para importar, exportar<br />

e realizar o trânsito aduaneiro de mercadorias, em vez de submeter<br />

cada dado para uma agência reguladora diferente em um<br />

procedimento separado.<br />

Programas semelhantes já foram implementados em diversos<br />

países devido ao potencial de impacto. Para as empresas,<br />

menos atrasos e menos dias para preparar documentos podem<br />

significar menor custo de capital e de estoque, em uma economia<br />

de custo que no Brasil pode chegar a US$ 1,5 bilhão por ano.<br />

Além disso, um procedimento mais estruturado e transparente<br />

pode alavancar o comércio exterior, aumentar o PIB (Produto Interno<br />

Bruto) e atrair mais investimentos.<br />

Programas como o Portal Único têm um impacto relevante<br />

na economia do país, mas para que eles se concretizem são fundamentais<br />

o apoio governamental, o envolvimento da iniciativa<br />

privada e o acompanhamento de órgãos reguladores. Acima de<br />

tudo, essas iniciativas precisam estar integradas a uma agenda<br />

nacional muito mais ampla que vise melhorar a competitividade<br />

do país no cenário global.<br />

Acesse:<br />

www.portalreferencia.com.br


SpeedMax XL<br />

SpeedMax XL<br />

14-Tooth Dentes RSN RSN —-.404 Sabre Harvester Guide .404 Bars<br />

14-Tooth RSN — .404 Harvester Guide Bars<br />

MAIOR. BIGGER. MAIS STRONGER. FORTE. MAIOR LONGER-LASTING.<br />

DURABILIDADE.<br />

BIGGER. STRONGER. LONGER-LASTING.<br />

SpeedMax XL Guide Bar<br />

Strength is performance. The SpeedMax XL is<br />

a stronger, stiffer solid harvester guide bar. Get<br />

more uptime with more efficient cutting.<br />

Replaceable Sprocket Nose<br />

Engineered to outperform expectations. The<br />

14-tooth, extended-length nose helps preserve the<br />

life of the bar.<br />

WIDER<br />

The SpeedMax XL wider design throws less chain<br />

and is built for high output.<br />

STRONGER<br />

The SpeedMax XL bends less because of its wider<br />

design and the super tough chrome-moly steel it’s<br />

made from.<br />

LUBRITEC<br />

When you’re on theKeeps toughest your chain harvesting and guide bar jobs, oiled, you for want less productive With tools an that extended can nose length, up to 5.5" from the<br />

friction Mais and longa, longer 14 life. dentes (vs. 11 dentes) Aumento previous 4", na theprodutividade<br />

replaceable sprocket nose absorbs<br />

tackle the workload and reduce downtime. SpeedMax XL guide bars with most Replaceable<br />

rail wear and can be replaced several times.<br />

Sprocket Noses When (RSN) you’re from Oregon the ® aretoughest built<br />

Nova go<br />

Patente:<br />

harvesting the distance. jobs, With<br />

Mais Guide<br />

you super-tough<br />

eficiência bar bodies last no longer corte as a result.<br />

want productive tools that can<br />

wide-steel bodies, tackle SpeedMax the workload XL guideand bars Forma reduce throwda less downtime. ponta saw chainSpeedMax Menos and bend manutenção less— XL guide no bars sabre with Replaceable<br />

keeping you in the cab<br />

Q<br />

and on the job longer.<br />

R S<br />

Sprocket Noses (RSN) from Sabre Oregon RSN ® are built Menos to go tempo the de distance. parada With super-tough<br />

11–13 Tooth drive sprockets 14–16 Tooth drive sprockets 17–19 Tooth drive sprockets<br />

+ Tough, long-lasting, wide-steel and durable bodies, Perfil with SpeedMax do a retooled corpo mais 14-tooth XL guide largo replaceable barsMenos throw sprocket sabres less saw empenados chain and bend less—<br />

542SMRQ104 752SMRQ114 642SMRR104 602SMRS163<br />

nose and industrial keeping grade Nenhuma you components. in the mudança cab and na contagem the jobde<br />

longer. Menor risco da corrente escapar<br />

592SMRQ104 752SMRQ149 752SMRR149 672SMRS163<br />

+ Stronger & wider bar body.<br />

602SMRQ163<br />

drive<br />

802SMRQ104<br />

links (elo de tração)<br />

752SMRR104<br />

Corpo e ponta com<br />

752SMRS149<br />

maior durabilidade<br />

+ An extended-length + Tough, 642SMRQ003 sprocket long-lasting, nose 802SMRQ114 completely and durable covers normal 752SMRR114 with areas a retooled of accelerated 14-tooth replaceable 822SMRS149 sprocket<br />

rail wear and can be 642SMRQ104 replaced several 822SMRQ149 times—increasing Marca Oregon 802SMRR114 the life of Mais the bar longo, body. mais 902SMRS149 largo, mais forte<br />

nose and industrial grade components.<br />

+ Fits the most popular 642SMRQ114 harvesting 902SMRQ114 equipment.<br />

822SMRR149<br />

Ponta substituível fácil de trocar<br />

+ Stronger 672SMRQ163 & wider 902SMRQ149 bar body.<br />

752SMRQ003 002SMRQ114<br />

+ An extended-length sprocket nose completely<br />

Reduz<br />

covers<br />

a parada<br />

normal<br />

de máquina<br />

areas of accelerated<br />

rail wear and can be replaced several times—increasing the life of the bar body.<br />

+ Fits the most popular harvesting equipment.<br />

OregonProducts.com<br />

÷2<br />

752SMRQ104<br />

Características<br />

Q<br />

The larger 14-tooth sprocket requires fewer<br />

rotations, which reduces heat build-up and extends<br />

the life of the nose.<br />

INDUSTRIAL STRENGTH BEARINGS<br />

Our industrial high alloy bearings are 14% thicker<br />

than competition.<br />

Benefícios<br />

EXTENDED LENGTH<br />

Q R<br />

Q R<br />

Q R S<br />

Q<br />

S<br />

RSNBar.indd 1<br />

.404" .080" 54 to 100 cm Q003 Q104<br />

R104<br />

OregonProducts.com<br />

Q114<br />

R114<br />

3/11/16 Q149 1:18 PM<br />

R149<br />

S149<br />

Q163<br />

S163<br />

107079ad_HarvesterRSNBar.indd 1 3/11/16 1<br />

Oregon®, LubriTec, and SpeedMax are trademarks of Blount, Inc. All other marks are property of their respective owners. |<br />

A107079ad_HarvesterRSNBar.indd 2<br />

3/11/16 1:18 PM<br />

Veja como nos destacamos contra a competição:<br />

www.oregonproducts.com/harvester

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!