*Fevereiro/2020 Referência Industrial
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ECONOMIA - CNI estima que o crescimento do PIB industrial brasileiro para <strong>2020</strong> seja superior a 2,5%<br />
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INDUSTRIAL<br />
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<strong>2020</strong><br />
28<br />
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40<br />
MADEIRA<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
Alca Máquinas 07<br />
AWK Máquinas 19<br />
Contraco 63<br />
DRV Ferramentas 09<br />
Engecass 27<br />
Feicon 39<br />
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Formóbile 11<br />
Linck 05<br />
Máquinas Águia 67<br />
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Mendes Máquinas 02<br />
Metalcava 51<br />
Mill Indústrias 21<br />
Mill Indústrias 61<br />
Mill Indústrias 68<br />
MSM Química 13<br />
Omil 44<br />
Prêmio REFERÊNCIA 65<br />
Vantec 17<br />
SUMÁRIO<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Bastidores<br />
12 Coluna Flavio C. Geraldo<br />
14 Notas<br />
18 Aplicação<br />
20 Frases<br />
22 Entrevista<br />
26 Coluna Abimci Paulo Pupo<br />
28 Principal Tradição e qualidade<br />
34 Especial Abpm 50 anos<br />
40 Economia<br />
44 Marcenaria<br />
48 Inovação<br />
52 Mercado<br />
56 Madeira Tratada<br />
58 Artigo<br />
64 Agenda<br />
66 Espaço Aberto<br />
04<br />
referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
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Economia.<br />
MADE IN GERMANY
EDITORIAL<br />
O ANO<br />
DA VIRADA<br />
NA CAPA<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
ECONOMIA - CNI estima que o crescimento do PIB industrial brasileiro para <strong>2020</strong> seja superior a 2,5%<br />
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O<br />
empresariado, assim como a bolsa<br />
de valores, está otimista com o Brasil<br />
de <strong>2020</strong>. Após as aprovações das<br />
reformas pelo congresso e a retomada<br />
da economia, impulsionada pela<br />
diminuição da taxa de desemprego, o país vive<br />
um novo cenário após anos de desalento. Ciente<br />
disto, a REFERÊNCIA INDUSTRIAL traz uma reportagem<br />
especial sobre a estimativa da CNI sobre<br />
o PIB brasileiro deste ano, que promete crescer<br />
cerca de 2,8%, o maior desde o começo da crise<br />
econômica. Na editoria de Mercado, também<br />
abordamos o crescimento das importações do setor<br />
de máquinas industriais no Brasil. Além disso,<br />
trazemos reportagens exclusivas nas editorias de<br />
Marcenaria e Madeira Tratada, assim como novidades<br />
do setor. Tenha uma ótima leitura!<br />
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ANO XXII - EDIÇÃO 215 - FEVEREIRO <strong>2020</strong><br />
Ano XXII • N°215 • Fevereiro <strong>2020</strong><br />
ENERGIA<br />
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CALDEIRAS E ESTUFAS<br />
NA MEDIDA CERTA<br />
Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
06<br />
THE YEAR OF THE<br />
TURNAROUND<br />
B<br />
usinessmen and businesswomen,<br />
as well as the Stock Exchange, are<br />
optimistic about Brazil in <strong>2020</strong>. After<br />
congressional reform approvals<br />
and economic recovery, driven by a<br />
decrease in the unemployment rate, the Country<br />
is experiencing a new scenario after years of<br />
disappointments. Aware of this, REFERÊNCIA<br />
<strong>Industrial</strong> offers a special report on the National<br />
Confederation of Industry´s (CNI) estimate of Brazilian<br />
GDP for this year, which promises to grow<br />
about 2.8%, the highest since the beginning of the<br />
economic crisis. In the Market Section (Mercado),<br />
we also address the growth of imports by the Brazilian<br />
<strong>Industrial</strong> Machinery Sector. Also, we have<br />
exclusive stories in the Woodworking (Marcenaria)<br />
and Treated Wood (Madeira Tratada) Sections, as<br />
well as news from the Sector.<br />
Pleasant reading!<br />
referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong><br />
Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista / Columnist<br />
Flavio C. Geraldo<br />
Paulo Pupo<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski e Fabiano Mendes / Supervisão<br />
Crislaine Briatori Ferreira, Gabriel Santos Ferreira<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal,<br />
Tainá Carolina Brandão<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />
Tradução / Translation - John Wood Moore<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />
consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />
segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />
conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />
responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco<br />
de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista RE-<br />
FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />
exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />
consumers of the good and services of the lumberz industry, research institutions, university students,<br />
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segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself responsible for the concepts contained in the material,<br />
articles or columns signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors, themselves. The<br />
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the written authorization of the holders of the authorial rights.
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MUNDO DE OPORTUNIDADES- Brasil está no topo do mercado de painéis em MDF e MDP<br />
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A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
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DA TECA<br />
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CARTAS<br />
CAPA DA EDIÇÃO 214 DA<br />
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE DEZEMBRO DE 2019<br />
BATE-PAPO<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Ano XXI • N°214 • Dezembro 2019<br />
MERCADO<br />
Por Napoleão Melo -<br />
Curitiba (PR)<br />
Por Sarah Cardoso -<br />
Goiânia (GO)<br />
Excelente entrevista com a pesquisadora<br />
Fernanda De Negri! Continuem trazendo a<br />
opinião e conhecimento de especialistas que<br />
possam auxiliar no desenvolvimento do país.<br />
Digo há anos que o<br />
mercado de painéis<br />
de madeira é um dos<br />
mais promissores dos<br />
próximos anos e agora a<br />
matéria da REFERÊNCIA<br />
INDUSTRIAL só<br />
comprova minha análise.<br />
Com a recuperação da<br />
economia, <strong>2020</strong> será o<br />
ano desse segmento na<br />
indústria de madeira.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
MARCENARIA<br />
Por Matheus Ogliari -<br />
Itajaí (SC)<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
Por Jorge Abreu - São Paulo (SP)<br />
Pretendo abrir minha<br />
marcenaria em breve<br />
e a reportagem de<br />
vocês me ajudou muito.<br />
As ferramentas serão<br />
fundamentais para o<br />
começo de uma atividade<br />
que, além de hobby,<br />
me ajudará a diversificar<br />
minha renda. Obrigado!<br />
As prefeituras brasileiras precisam aprender<br />
muito com o Executivo de Victoria, no Canadá.<br />
Que ótima iniciativa dos parklets na cidade! Um<br />
projeto simples, barato e extremamente positivo<br />
para a ocupação dos espaços públicos. Parabéns<br />
pela reportagem!<br />
08<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />
fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong><br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
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O DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, FÁBIO<br />
MACHADO OFICIALIZANDO A PARCERIA PARA <strong>2020</strong> COM DIEGO VIEIRA,<br />
LILIANE CORDEIRO E BRUNA RAFAELA DA DRV COMÉRCIO DE FERRAMENTAS<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
ASSOCIADA<br />
O DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL,<br />
FÁBIO MACHADO RECEBEU O CERTIFICADO DAS MÃOS DOS<br />
DIRETORES SÍLVIO JOSÉ DE LIMA E ÉLCIO LANA, DA ABPM<br />
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRESERVADORES DE MADEIRA), PELA<br />
PARTICIPAÇÃO DA REVISTA REFERÊNCIA COMO ASSOCIADA NA<br />
COMEMORAÇÃO DOS 50 ANOS DA ENTIDADE<br />
Foto: Marcos Mancinni<br />
ALTA<br />
SAÍDA DE DÓLARES<br />
Em um ano marcado pela forte<br />
volatilidade do câmbio, a<br />
saída de dólares da economia<br />
brasileira superou o ingresso<br />
em US$ 44,77 bilhões em 2019,<br />
divulgou o BC (Banco Central).<br />
Essa é a maior retirada líquida<br />
de divisas desde o início da<br />
série histórica, em 1982. O<br />
recorde anterior de retiradas<br />
líquidas tinha sido registrado<br />
em 1999, quando o fluxo cambial<br />
– diferença entre as entradas<br />
e saídas de dólares – tinha<br />
ficado negativo em US$ 16,18<br />
bilhões. Naquele ano, o Brasil<br />
tinha abandonado a política de<br />
bandas cambiais e permitido a<br />
livre flutuação do dólar, quando<br />
a cotação passou pela primeira<br />
vez a barreira dos R$ 2.<br />
BAIXA<br />
TAXA DE DESEMPREGO<br />
A taxa de desocupação no país<br />
fechou o ano de 2019 em 11,2%,<br />
segundo a Pnad Contínua (Pesquisa<br />
Nacional por Amostra de Domicílios<br />
Contínua), do Ibge (Instituto Brasileiro<br />
de Geografia e Estatística).<br />
O estudo, divulgado no fim de dezembro,<br />
considera desocupadas as<br />
pessoas que estão sem emprego,<br />
mas que buscaram efetivamente<br />
um trabalho nos 30 dias anteriores à<br />
coleta dos dados. O levantamento<br />
aponta que 11,9 milhões de pessoas<br />
compõem a população desocupada.<br />
Segundo o Ibge, a taxa de desocupação<br />
caiu 0,7 ponto percentual no<br />
trimestre de junho a agosto, que<br />
ficou em 11,8% e foi inferior 0,4 ponto<br />
percentual em relação ao mesmo<br />
trimestre de 2018, de 11,6%.<br />
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ATESTAM QUE SER OTIMISTA NÃO É UM<br />
ATO DE INOCÊNCIA NESTE MOMENTO<br />
Tem sido com frequência que nos deparamos<br />
com cenas similares às do famoso desenho animado<br />
que se chamava “Lippy e Hardy”, muito<br />
conhecido também pelo nome em inglês: “Lippy<br />
the Lyon e Hardy Har Har”.<br />
Tratavam-se das aventuras de um leão, chamado Lippy,<br />
que vestia um colete e usava um cartola toda amassada,<br />
que juntamente com uma hiena, chamada Hardy,<br />
que usava uma gravatinha borboleta e um chapeuzinho<br />
todo surrado, formava, a inseparável dupla caracterizada<br />
por comportamentos completamente opostos. O Lyon<br />
era muito otimista, sempre sorrindo, olhando para cima<br />
e com grandes ideias para ficar milionário, vivia dizendo<br />
para o Hardy ficar calmo que tudo daria certo. Já o Hardy,<br />
sempre pessimista diante de qualquer ideia do Lippy,<br />
olhava para baixo e não sorria nunca, vivia dizendo que<br />
nada daria certo. Eram famosos seus bordões, que mais<br />
pareciam gemidos, dizendo: “Eu sei que não vai dar certo...<br />
Oh dia, oh céus, oh azar...”.<br />
Sob o olhar do Lippy, podemos dizer que iniciamos<br />
esta nova década com boas perspectivas. As expectativas<br />
de investimentos na infraestrutura, destacando o setor de<br />
Foto: divulgação<br />
transporte ferroviário, representam uma real oportunidade<br />
para os produtores de dormentes de madeira tratada,<br />
afinal, é do conhecimento da maioria que investimentos<br />
na infraestrutura reduzem custos logísticos. Neste ano de<br />
<strong>2020</strong> estão previstos investimentos de R$ 20 bilhões em<br />
ferrovias e até 2022 são aguardados investimentos da ordem<br />
de R$ 23,7 bi incluindo a construção da Ferrogrão.<br />
Tudo isto aponta para oportunidades no mercado de<br />
postes e cruzetas roliças de eucalipto tratado, logicamente,<br />
considerando adequações do setor de tratamento de<br />
madeiras, em especial no tocante à qualidade. Nestes<br />
dois setores mencionados são enormes as perspectivas<br />
de investimentos vindos de fora, baseados em programas<br />
de concessões ou privatizações. Afinal, os investidores<br />
podem contar com maior segurança, amparados pelas<br />
reformas já realizadas e em curso.<br />
Já no setor da construção o cenário não parece ser<br />
diferente; segundo dados do Sinduscon (SP), já em 2019<br />
a atividade econômica da construção civil fechou em alta,<br />
perto dos 2,0%. E para <strong>2020</strong> a projeção de crescimento<br />
do PIB (Produto Interno Bruto) pode chegar aos 3,0%.<br />
Mesmo considerando ser esta uma visão macro de crescimento<br />
do setor, a mesma indica claramente uma enorme<br />
janela de oportunidade para a madeira tratada. Estruturas<br />
industrializadas de cobertura e perspectivas cada vez<br />
maiores na adoção de construções modulares com a utilização<br />
do sistema construtivo wood frame já são uma realidade,<br />
amparadas por normas técnicas que oferecem uma<br />
sólida retaguarda para a consolidação desses mercados<br />
cada vez mais crescentes.<br />
No médio e longo prazo as perspectivas da adoção<br />
de sistemas base Mlcc (Madeira Lamelada Colada<br />
Cruzada), muito conhecida também como CLT (Cross<br />
Laminated Timber), já é uma realidade em vários países.<br />
Finalmente, quanto ao agronegócio, vale mencionar que,<br />
baseados no prognóstico de safra, a projeção de crescimento<br />
do PIB (Produto Interno Bruto) do setor para este<br />
ano, conforme revisão realizada pelo Ipea (Instituto de<br />
Pesquisa Econômica Aplicada) vai de 3,2% a 3,7%, o que<br />
não é pouco. Como sabemos, os resultados desse setor<br />
refletem no desempenho do segmento da preservação<br />
de madeiras, que vem dando sustentação ao mercado da<br />
madeira tratada há muitos anos.<br />
De qualquer forma, não deixa de ser uma oportunidade<br />
para a busca de caminhos mais criativos,visando a<br />
maior consolidação desse mercado. E assim, o leão Lippy<br />
pode continuar animando o seu inseparável companheiro<br />
Hardy, que agora tem motivos de sobra para mudar o seu<br />
tradicional refrão de que nada vai dar certo e de que não<br />
sairá vivo daqui.<br />
12 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
NOTAS<br />
INFLAÇÃO<br />
NO PAÍS<br />
A inflação oficial, medida pelo Ipca (Índice Nacional de<br />
Preços ao Consumidor Amplo), fechou o ano de 2019 em<br />
4,31%. A taxa é superior aos 3,75% observados em 2018,<br />
segundo dados divulgados no começo do mês de janeiro<br />
pelo Ibge (Instituto Brasileiro Geografia e Estatística). A taxa<br />
também ficou acima do centro da meta de inflação, estipulada<br />
pelo Conselho Monetário Nacional para 2019: 4,25%.<br />
Em dezembro, o Ipca ficou em 1,15%, acima do 0,51% de<br />
novembro e do 0,15% de dezembro do ano anterior. Esse é<br />
o maior resultado para o mês desde 2002 (2,10%).<br />
Foto: divulgação<br />
FUNDO DE GARANTIA<br />
Desde janeiro, os empregadores não precisam mais pagar<br />
a multa adicional de 10% do Fgts (Fundo de Garantia do<br />
Tempo de Serviço) em demissões sem justa causa. A taxa foi<br />
extinta pela lei que instituiu o saque-aniversário e aumentou<br />
o saque imediato do Fgts, sancionada pelo presidente<br />
Jair Bolsonaro. A multa extra aumentava, de 40% para 50%<br />
sobre o valor depositado no Fgts do trabalhador, a indenização<br />
paga pelas empresas nas dispensas sem justa causa.<br />
O complemento, no entanto, não ia para o empregado. Os<br />
10% adicionais iam para a conta única do Tesouro Nacional,<br />
de onde era repassado ao Fgts, gerido por representantes<br />
dos trabalhadores, dos empregadores e do governo. Criada<br />
em junho de 2001 para cobrir os rombos no Fgts deixados<br />
pelos Planos Verão (1989) e Collor 1 (1990), a multa adicional<br />
de 10% deveria ter sido extinta em junho de 2012, quando a<br />
última parcela dos débitos gerados pelos planos econômicos<br />
foi quitada. No entanto, a extinção dependia da edição<br />
de uma medida provisória e da aprovação do congresso<br />
nacional.<br />
Foto: divulgação<br />
FIMMA <strong>2020</strong><br />
Faltando tempo para a 15ª Fimma Brasil grandes<br />
marcas já confirmaram presença como expositoras;<br />
diversos nomes poderão ser encontrados na feira e<br />
atenderão as mais diversas necessidades da indústria<br />
moveleira nacional. A Fimma Brasil concentra em 58<br />
mil m 2 (metros quadrados) de área as mais esperadas<br />
soluções para o fortalecimento do setor moveleiro e<br />
de toda sua cadeia produtiva, por meio de produtos e<br />
serviços que transformam a indústria mundial. A feira<br />
aponta os caminhos para o sucesso das empresas e<br />
lança tendências para o mercado em diferentes áreas<br />
especializadas, uma combinação ideal para quem<br />
tem em sua origem o compromisso com a evolução.<br />
O evento acontece de 24 a 27 de agosto, em Bento<br />
Gonçalves (RS).<br />
Foto: divulgação<br />
14 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
IMPOSTO<br />
DE RENDA<br />
Foto: divulgação<br />
ATIVIDADE<br />
INDUSTRIAL<br />
A atividade industrial em novembro de 2019 foi<br />
mais intensa do que o comum para o mês. O índice<br />
da produção, que foi de 50,9 pontos, não costuma<br />
se situar acima dos 50 pontos em novembro. Desde<br />
2010, início da série histórica, essa é a terceira vez<br />
que isso ocorre. As informações são da Sondagem<br />
<strong>Industrial</strong>, divulgada pela CNI (Confederação Nacional<br />
da Indústria). Os indicadores variam de zero<br />
a 100 pontos. Quando estão acima dos 50 pontos,<br />
mostram aumento da produção e do emprego. O<br />
índice de número de empregados alcançou, pela<br />
primeira vez, 50 pontos em novembro, sinalizando<br />
estabilidade frente a outubro. De acordo com a<br />
Sondagem, o crescimento da produção e a estabilidade<br />
do emprego não são comuns na passagem de<br />
outubro para novembro.<br />
A inflação oficial pelo Ipca (Índice Nacional de Preços ao<br />
Consumidor Amplo) de 4,31% no ano passado fez a defasagem<br />
na tabela do Irpf (Imposto de Renda Pessoa Física)<br />
ultrapassar 100% pela primeira vez na história. Segundo<br />
cálculos divulgados hoje (10) pelo Sindifisco Nacional (Sindicato<br />
Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), a<br />
diferença entre o Ipca acumulado de 1996 a 2019 e a correção<br />
da tabela no mesmo período chega a 103,87%. Segundo<br />
o sindicato, o número de pessoas isentas passaria de 10<br />
milhões para 20 milhões, caso a correção fosse feita. Atualmente,<br />
não precisa declarar Imposto de Renda quem ganha<br />
até R$ 1.903,98 por mês. A defasagem acima de 100% indica<br />
que a faixa de isenção deveria mais do que dobrar para<br />
compensar as perdas com a inflação nos últimos 23 anos. Segundo<br />
o Sindifisco Nacional, os contribuintes que recebem<br />
até R$ 3.881,65 por mês deveriam estar isentos do Irpf.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
FERIADOS DO ANO<br />
Os feriados e pontos facultativos nacionais de <strong>2020</strong><br />
podem fazer com que a indústria do Paraná deixe de<br />
faturar até R$ 4,57 bilhões ao longo do ano. A estimativa,<br />
feita pela Fiep (Federação das Indústrias do Paraná),<br />
leva em conta a previsão do PIB <strong>Industrial</strong> total do estado,<br />
o número de folgas que cairão em dias de semana<br />
e também as possibilidades de emendas com fins de<br />
semana. Para este ano, tomando como base o Valor da<br />
Transformação <strong>Industrial</strong> medido pelo Ibge, a Fiep estima<br />
que o PIB <strong>Industrial</strong> paranaense seja próximo de R$<br />
88,7 bilhões, resultando em aproximadamente R$ 352<br />
milhões por dia útil. Como serão dez feriados nacionais<br />
em dias de semana – sem contar feriados estaduais<br />
e municipais –, as perdas alcançariam R$ 3,52 bilhões no ano. “Um único dia corresponde a praticamente 5% da produção<br />
mensal de uma indústria”, afirma o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. “Portanto, quando essa empresa tem um<br />
dia a menos de atividade, está deixando de produzir e, consequentemente, de faturar e até de gerar impostos”, completa.<br />
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 15
NOTAS<br />
CONFIANÇA<br />
EMPRESARIAL<br />
O Índice de Confiança Empresarial, medido<br />
pela FGV (Fundação Getulio Vargas), subiu 1,5<br />
ponto em dezembro de 2019, para 97,1 pontos.<br />
Este é o maior nível do índice desde janeiro,<br />
fechando o ano com um saldo acumulado positivo<br />
em 1,2 ponto, em uma escala de zero a<br />
200 pontos. O levantamento mede a confiança<br />
dos empresários de quatro setores: indústria,<br />
serviços, comércio e construção. Segundo a coordenadora<br />
das Sondagens da FGV/Ibre, Viviane Seda Bittencourt, o ano de 2019 terminou com um resultado positivo para<br />
a confiança empresarial. “A percepção dos empresários sobre a situação atual dos negócios avançou para o maior patamar<br />
desde 2014, mas ainda abaixo dos níveis considerados “normais”, afirmou. Em dezembro, houve melhora na confiança de<br />
todos os setores que compõem o Índice de Confiança Empresarial. A confiança da indústria subiu 3,2 pontos no mês e fechou<br />
o ano crescendo, em média, 1,5 ponto no quarto trimestre em relação ao trimestre anterior.<br />
Foto: divulgação<br />
MOVELSUL <strong>2020</strong><br />
Para a edição da Movelsul <strong>2020</strong>, o Sindmóveis trará novidades<br />
para os visitantes: as rodadas de negócios com compradores<br />
estrangeiros sempre estiveram em destaque e vinham<br />
sendo apoiadas pela Apex-Brasil, por meio do projeto Brazilian<br />
Furniture. Entretanto, um novo formato para as rodadas<br />
de negócios internacionais foi definido pelo Sindmóveis para<br />
<strong>2020</strong>, com base no modelo de outras grandes feiras mundiais<br />
do segmento. Sendo assim, a estratégia da Movelsul<br />
Brasil será trazer, com recursos próprios, 100 importadores<br />
dos mercados-alvo de interesse para os expositores da feira.<br />
Eles terão agenda livre dentro da Movelsul Brasil, para que<br />
usufruam de seu tempo negociando com a empresa que<br />
melhor lhes interessar. A feira acontece de 16 a 19 de março,<br />
em Bento Gonçalves (RS).<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
DÓLAR COMERCIAL<br />
Nem só de boas notícias a economia brasileira viveu o<br />
primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro. A moeda<br />
americana terminou com uma alta de 3,5% em 2019.<br />
Mesmo assim, no último pregão do ano, o dólar comercial<br />
fechou em queda de 1%, cotado a R$ 4,0098.<br />
Com isso, a moeda norte-americana acompanhou a<br />
tendência de um ano de fortes turbulências no mercado<br />
de câmbio, que chegou a registrar uma desvalorização<br />
do real de quase 10%. No fim de novembro, a<br />
cotação do dólar atingiu recorde histórico, fechando<br />
a R$ 4,24. O dólar turismo, que é aquele comprado<br />
quando alguém faz uma viagem internacional, fechou<br />
o ano sendo vendido a R$ 4,18, sem incluir taxas como<br />
o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).<br />
16 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
APLICAÇÃO<br />
CASE<br />
DE IPHONE<br />
Foto: divulgação<br />
O conceito da tecnologia sustentável já é realidade<br />
na Wood Stuck. A empresa francesa<br />
lançou em 2019 uma linha de<br />
cases de madeira para o smartphone<br />
da Apple, o conhecido iPhone.<br />
Cada case de madeira é uma peça<br />
única, cortada à mão, com veias<br />
indomáveis e surpreendentes. Seus<br />
produtos priorizam os valores ecológicos e<br />
sociais, sem esquecer da alta qualidade e da finalização<br />
impecável. Um verniz protetor é aplicado de forma<br />
artesanal em cada capa protetora, garantindo um envelhecimento<br />
ideal da madeira e, assim, preservando a sensação natural do objeto. O estojo<br />
de madeira de mogno é proveniente de florestas tropicais e sua árvore<br />
preciosa possui uma cor marrom-avermelhada suave. A Wood Stuck afirma<br />
que escolheu o mogno pela sua durabilidade já reconhecida por tribos do<br />
Caribe, que o utilizam em suas embarcações e casas há mais de 1400 anos.<br />
MADEIRA<br />
NA CABEÇA<br />
Duas modas voltaram a cair no gosto do consumidor e se<br />
unem em um só produto: o novo boné da Auswear,<br />
com aba de madeira Teca. Esse chapéu possui um<br />
design especial e mantém o tecido e a aba juntos.<br />
A parte de madeira é feita de compensado<br />
de três camadas, tornando-o flexível e resistente<br />
ao ambiente externo. O tamanho do chapéu<br />
pode ser facilmente ajustado com a fivela de<br />
couro fixada pela fivela de latão. A Teca, utilizada<br />
pela empresa da Letônia, é uma madeira tropical do<br />
sudeste da Ásia, principalmente Índia, Sri Lanka, Indonésia,<br />
Malásia, Tailândia, Mianmar e Bangladesh. Ela é reconhecida<br />
por sua durabilidade e resistência à água e é usada na construção<br />
de barcos e construções externas. A madeira de Teca fresada<br />
também possui um cheiro semelhante ao couro. Cada boné custa<br />
cerca de R$ 200.<br />
Foto: divulgação<br />
18 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
OS MELHORES LAYOUTS<br />
PARA OS MAIORES<br />
RESULTADOS<br />
SERRARIAS AWK,<br />
A INOVAÇÃO EM<br />
SERRAR MADEIRA<br />
SERRARIA MÓVEL<br />
KM700 PLUS<br />
DESTOPADEIRA<br />
E DOGUEIRA<br />
PARA TÁBUAS E BLOCOS<br />
02 OU MAIS SERRAS<br />
SERRA FITA GEMINADA<br />
COM OU SEM 3º CORTE INTEGRADO<br />
SFGA 250 - SFGA 350 - SFGA 500<br />
SERRAS DE FITA<br />
HORIZONTAL<br />
K250 - K350 - K450 e KMASTER<br />
(esteira dupla ou simples)<br />
UNITIZADOR STEP FEEDER<br />
TRANSPORTE E UNITIZAÇÃO DE TORAS<br />
DESGRADEADORES E DESEMPACOTADORES<br />
DE PACOTES E GRADES<br />
GRADEADORES E<br />
EMPACOTADORES<br />
REFILADORES DE<br />
TÁBUAS E COSTANEIRAS<br />
RA600 - 800 - 1000 - 1100<br />
1300 com serras fixas e móveis<br />
- Saída automática de refilos.<br />
PICADORES<br />
À TAMBOR<br />
ROBUSTEZ E<br />
QUALIDADE<br />
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FRASES<br />
“O BRASIL TEM UM GRANDE MERCADO E NÓS, DA INDÚSTRIA,<br />
ESTAMOS SEMPRE DISPOSTOS A EXPLORAR CADA VEZ MELHOR E DE<br />
FORMA MAIS EFETIVA ESSE MERCADO. A INDÚSTRIA DO PARANÁ É<br />
FORTE, DIVERSIFICADA, COM INDÚSTRIAS EM TODO O ESTADO, E A NOSSA<br />
ESPERANÇA É BASTANTE BOA COM AS AÇÕES DO NOVO GOVERNO. ISSO<br />
TEM SE REFLETIDO EM OTIMISMO PARA INVESTIMENTOS, RENOVAÇÃO DE<br />
EQUIPAMENTOS E PROCESSOS PRODUTIVOS MAIS EFICAZES”<br />
CARLOS VALTER MARTINS PEDRO, PRESIDENTE DA FIEP, SOBRE O<br />
OTIMISMO DA INDÚSTRIA PARA A ECONOMIA BRASILEIRA EM <strong>2020</strong><br />
“SÓ<br />
VAMOS<br />
DIMINUIR A<br />
DESIGUALDADE<br />
QUANDO<br />
“QUALQUER REDUÇÃO [DE TAXAS], NO BANCO CENTRAL,<br />
TIVERMOS<br />
IMPLICA EM REDUÇÃO TANTO NO NOSSO CHEQUE ESPECIAL<br />
UMA POLÍTICA<br />
QUANTO NO ROTATIVO DO CARTÃO, DO CDC E NO CRÉDITO<br />
SUSTENTÁVEL<br />
IMOBILIÁRIO. ISSO PORQUE O CUSTO DE FINANCIAMENTO<br />
DE GERAÇÃO DE<br />
DEPENDE DA SELIC. QUANTO MENOR A TAXA SELIC, MENOR<br />
EMPREGO, REDUZINDO<br />
O CUSTO DE FINANCIAMENTO [OFERECIDO] NO BANCO.<br />
AS RESTRIÇÕES AO<br />
POR CONSEQUÊNCIA, NÓS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL,<br />
COMÉRCIO EXTERIOR<br />
VAMOS REPASSAR PARTE DISSO PARA OS CLIENTES E<br />
E RESGATANDO OS<br />
PARA A SOCIEDADE. JÁ GANHAMOS MAIS DE 1 MILHÃO<br />
INSTRUMENTOS DE<br />
DE CLIENTES NESSES ÚLTIMOS SEIS MESES, DESDE QUE<br />
CRÉDITO PARA AS EMPRESAS.<br />
COMEÇAMOS A REDUZIR OS JUROS”.<br />
QUANDO SE PENSA NESSAS<br />
PEDRO GUIMARÃES, PRESIDENTE DA CAIXA ECONÔMICA<br />
QUESTÕES DE POBREZA E DE<br />
FEDERAL, SOBRE O CRÉDITO IMOBILIÁRIO<br />
DESIGUALDADE, AS MEDIDAS<br />
MUITO VOLTADAS PARA O CURTO<br />
PRAZO PODEM SER PREJUDICIAIS<br />
NO LONGO PRAZO. SE O GOVERNO<br />
ACHA QUE ESTÁ MELHORANDO OS<br />
“NOSSA INTENÇÃO É QUE<br />
ÍNDICES DE EMPREGO, AO APOSTAR EM<br />
POSSAMOS TRABALHAR EM<br />
DETERMINADOS SETORES OU EMPRESAS,<br />
CONJUNTO COM O SENADO E QUE<br />
COMO FOI FEITO NO PASSADO, ESTARÁ<br />
CONSIGAMOS NO INÍCIO DO ANO,<br />
APENAS ADIANDO A SOLUÇÃO DE UM<br />
CONVERSANDO COM A EQUIPE<br />
PROBLEMA.”<br />
ECONÔMICA, TER UMA PROPOSTA<br />
QUE RESOLVA A QUESTÃO<br />
TRIBUTÁRIA. NÃO PODEMOS FUGIR<br />
DESSE DEBATE”<br />
MARCOS LISBOA,<br />
PRESIDENTE DO<br />
INSPER<br />
Foto: divulgação<br />
RODRIGO MAIA, PRESIDENTE<br />
DA CÂMARA, SOBRE AS<br />
NEGOCIAÇÕES NO CONGRESSO<br />
DA REFORMA TRIBUTÁRIA<br />
20 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
ENTREVISTA<br />
GRANDES<br />
NEGOCIAÇÕES<br />
MAJOR<br />
NEGOTIATIONS<br />
O<br />
ministro das Relações Exteriores, embaixador<br />
Ernesto Araújo, está dedicado a reverter a baixa<br />
integração do Brasil no mundo. Em entrevista<br />
à Agência CNI de Notícias, republicada pela<br />
REFERÊNCIA INDUSTRIAL, o embaixador fala<br />
sobre a importância da relação do Brasil com os demais países<br />
do Brics, Rússia, Índia, China e África Sul, dos planos para<br />
os EUA (Estados Unidos da América) e da aproximação com<br />
o Oriente Médio e a África. Para o Mercosul, a estratégia é<br />
garantir o bloco como uma área de livre comércio. “Não se<br />
pode ter um Mercosul como um queijo suíço, com lugares<br />
onde haja buracos, barreiras entre os sócios”, defende o embaixador.<br />
Além disso, afirma Araújo, o Brasil não pode abrir<br />
mão de uma integração com outros mercados. Confira a entrevista:<br />
ENTREVISTA<br />
The Minister of Foreign Affairs, Ambassador Ernesto<br />
Araújo, is dedicated to reversing Brazil’s low level of integration<br />
into the world scene. In an interview with the<br />
CNI news agency, reprinted by REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong>,<br />
the Ambassador talks about the importance of Brazil’s<br />
relationship with the other Brics countries, Russia, India, China<br />
and South Africa, plans for the United States, and the rapprochement<br />
with the Middle East and Africa. For the Mercosur, the strategy<br />
is to secure the Bloc as an area of free trade. “You can’t have<br />
a Mercosur like Swiss cheese, with places where there are holes,<br />
barriers between partners,” says the Ambassador. Aa well, Araújo<br />
says, Brazil cannot give up an integration with other markets.<br />
Check out the interview:<br />
ERNESTO ARAÚJO<br />
CARGO: MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES<br />
Foto: Agência Brasil<br />
FUNCTION: MINISTER OF EXTERNAL AFFAIRS<br />
22 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
QUAL É A ESTRATÉGIA DO BRASIL PARA O BRI-<br />
CS E AS POSSIBILIDADES DE GANHOS PARA O<br />
PAÍS NESTE GRUPO?<br />
A Cúpula dos Brics já é uma tradição, o Brasil tem<br />
interesse tanto bilateralmente quanto no conjunto. O<br />
conjunto do Brics tem tido um desafio de encontrar<br />
um interesse comum entre esses cinco países, que têm<br />
visões diferentes. E nós temos conseguido encontrar<br />
temas que crie uma plataforma comum. Neste ano, na<br />
presidência brasileira, vamos tratar de inovação, ciência<br />
e tecnologia e cooperação para o combate ao crime<br />
organizado. Do ponto de vista econômico, queremos<br />
aumentar a participação do Novo Banco de Desenvolvimento<br />
(banco do Brics) em projetos brasileiros. O Brics<br />
também uma ocasião de encontro do empresariado.<br />
Além da Cúpula, temos o Fórum Empresarial dos Brics,<br />
o que sempre gera conhecimento e negócios de uma<br />
maneira diferenciada. O relacionamento do Brasil com<br />
esses países vai além da Cúpula. O Brics se soma à pauta<br />
bilateral que o Brasil já tem com Rússia, Índia, China e<br />
África do Sul<br />
OLHANDO PARA OUTROS MERCADOS RELE-<br />
VANTES PARA A INDÚSTRIA, QUAL DEVE SER A<br />
AGENDA COM OS ESTADOS UNIDOS NESSA JA-<br />
NELA DE UM ANO QUE TEMOS ATÉ AS ELEIÇÕES<br />
AMERICANAS?<br />
Há várias medidas sobre a mesa no curto prazo, sem<br />
esquecer um acordo mais amplo no longo prazo. Os<br />
presidentes já disseram que querem e isso leva mais<br />
tempo para negociar. Mas não significa que a gente<br />
espere um acordo de livre comércio ou um acordo mais<br />
amplo. Têm questões regulatórias e de facilitação de comércio<br />
que estão avançando. Há o acordo de reconhecimento<br />
mútuo do operador econômico autorizado, o<br />
Global Entry, que facilita a entrada e a saída de viajantes<br />
frequentes, principalmente em negócios.<br />
QUE RESULTADOS DEVEMOS ESPERAR COM O<br />
FIM DA PRESIDÊNCIA BRASILEIRA NO MERCOSUL<br />
NO FIM DO ANO? O ACORDO DE FACILITAÇÃO DE<br />
COMÉRCIO PODE SER UMA ENTREGA?<br />
O acordo de facilitação de comércio está fase final<br />
de negociação e deve eliminar algumas taxas que existem<br />
entre o comércio do bloco e cortaria burocracia que<br />
ainda existe. Também queremos avançar um pouco na<br />
questão da simplificação dos Mercosul e procurar prosseguir<br />
nessa agenda de dinamização do bloco, assim<br />
como de consolidar o comércio intrazona. Temos que<br />
ver qual é a nova atitude que o governo da Argentina<br />
trará.<br />
O QUE O BRASIL NÃO PODE ABRIR MÃO DEN-<br />
TRO DO MERCOSUL?<br />
De três princípios básicos. O de livre comércio dentro<br />
do bloco, essa é a alma do Mercosul. Não se pode<br />
ter um Mercosul como um queijo suíço, com lugares<br />
WHAT IS BRAZIL’S STRATEGY AS TO THE BRICS,<br />
AND WHAT ARE THE POSSIBILITIES FOR GAINS FOR<br />
THE COUNTRY BY BEING PART OF THIS GROUP?<br />
The Brics Summit has become a tradition, Brazil has an<br />
interest both bilaterally and as a whole. The Brics have had<br />
a challenge of finding a common interest amongst the five<br />
countries, which each have different views. And we have<br />
managed to find themes that create a common platform.<br />
This year, during the Brazilian presidency, we will deal with<br />
innovation, science and technology, and cooperation to<br />
combat organized crime. From an economic point of view,<br />
we want to increase the participation of the New Development<br />
Bank (Brics Bank) in Brazilian projects. The Brics<br />
meeting is also an occasion to meet business people. In<br />
addition to the Summit, we have the BRICS Business Forum,<br />
which always generates knowledge and business in a differentiated<br />
way. Brazil’s relationship with these countries is<br />
beyond the Summit. BRICS makes up part of Brazil’s bilateral<br />
agenda with Russia, India, China, and South Africa<br />
LOOKING AT OTHER MARKETS RELEVANT TO THE<br />
INDUSTRY, WHAT SHOULD THE AGENDA BE WITH<br />
THE UNITED STATES IN THIS ONE-YEAR WINDOW<br />
THAT WE HAVE UNTIL THE AMERICAN ELECTIONS?<br />
There are several measures on the table in the short<br />
run, not forgetting a broader agreement in the long run.<br />
The presidents have already said they want this, but it takes<br />
more time to negotiate. But that doesn’t mean we expect<br />
a free trade agreement or a broader agreement. There are<br />
regulatory and trade facilitation issues that are going forward.<br />
There is the mutual recognition agreement of the authorized<br />
economic operator, Global Entry, which facilitates<br />
the entry and exit of frequent travelers, especially business<br />
travelers.<br />
WHAT RESULTS SHOULD WE EXPECT WITH THE<br />
END OF THE BRAZILIAN PRESIDENCY IN MERCOSUR<br />
AT THE END OF THE YEAR? CAN THE TRADE FACILI-<br />
TATION AGREEMENT BE NEGOTIATED?<br />
The Trade Facilitation Agreement is in the final phase<br />
of negotiation and should eliminate some duties that exist<br />
between for the trade between Blocs and cut the red tape<br />
that still exists. We also want to make some progress on the<br />
O PRESIDENTE PRETENDE<br />
VISITAR PAÍSES EUROPEUS,<br />
ÁSIA E NOVAMENTE OS PAÍSES<br />
ÁRABES. ESTAMOS MUITO<br />
ENTUSIASMADOS COM OS<br />
RESULTADOS QUE TÊM VINDO<br />
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 23
24 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 25
COLUNA ABIMCI<br />
SALDO POSITIVO<br />
E AS OPORTUNIDADES DE <strong>2020</strong><br />
<strong>2020</strong> SERÁ DE MUITO TRABALHO, ARTICULAÇÃO E ESCOLHAS DE ROTA PARA CADA UMA DAS<br />
EMPRESAS ASSOCIADAS<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
A ABIMCI TEM<br />
ESTABELECIDO O DIÁLOGO<br />
INTERNACIONAL E ATUADO NO<br />
MERCADO NACIONAL PARA<br />
MELHORAR A COMPETITIVIDADE DA<br />
INDÚSTRIA BRASILEIRA<br />
Ao revisar os resultados comerciais de 2019<br />
do setor industrial madeireiro, percebemos<br />
que poderia ter sido um ano melhor. Mas<br />
entre tantos desafios enfrentados e as dificuldades<br />
comerciais internas e mundiais,<br />
podemos afirmar que a maioria dos produtos de madeira<br />
manteve o volume exportado quando comparados a<br />
2018, ainda que em alguns segmentos de produtos, isso<br />
não tenha refletido em aumento dos valores. Mas o Brasil<br />
permanece entre os principais players mundiais de produtos<br />
de madeira e tem oportunidades para avançar.<br />
Para que essas oportunidades se transformem em negócios<br />
para as empresas do setor, uma série de ações faz<br />
parte da rotina das atividades da Abimci, que, como entidade<br />
representativa desse segmento, tem estabelecido o<br />
diálogo internacional e atuado no mercado nacional para<br />
melhorar a competitividade da indústria brasileira.<br />
Obviamente, alguns impactos negativos que afetam<br />
o setor fogem do alcance de qualquer instituição ou empresa,<br />
caso do descompasso entre a oferta e a demanda<br />
em certos países consumidores, além da imprevisibilidade<br />
das guerras comerciais e da indefinição das taxações que<br />
estão sendo sugeridas para produtos madeireiros, em<br />
Foto: divulgação<br />
especial entre EUA (Estados Unidos da América) e China.<br />
Ainda assim, em certas situações a Abimci busca atuar<br />
para que os interesses do setor sejam defendidos. Um<br />
exemplo disso é o processo de alinhamento com o Ministério<br />
das Relações Exteriores para definir o posicionamento<br />
do setor em função das mudanças do sistema de cotas<br />
para produtos madeireiros exportados pelo Brasil para<br />
a União Europeia e Reino Unido. Com a saída do Reino<br />
Unido da União Europeia (o chamado Brexit), os novos<br />
volumes e percentuais das cotas existentes serão reavaliados<br />
e poderão sofrer alterações em cada segmento de<br />
produto.<br />
No cenário nacional, o setor enfrentou a reação tímida<br />
dos números da economia, mas avalia de forma otimista<br />
alguns avanços do governo para a melhoria do ambiente<br />
de negócios, com medidas de incentivo ao crescimento<br />
da economia e do consumo, bem como, algumas medidas<br />
de desburocratização, a revisão das NR´S, a reavaliação<br />
do e-Social e Bloco K, eliminação da multa dos<br />
10% do Fgts entre outras. Essas medidas, somadas ao<br />
aumento da confiança do empresariado e do consumidor,<br />
indicam um ano mais próspero para o país e, com isso,<br />
oportunidades de negócios para todo o setor madeireiro.<br />
Dessa forma, as expectativas são positivas, com a projeção<br />
de crescimento e retomada da economia em <strong>2020</strong><br />
conforme dados divulgados pelo Ibge e do aumento da<br />
confiança tanto do empresariado e do consumidor para<br />
com as ações que estão sendo tomadas pelo governo<br />
para a melhoria do ambiente de negócios. A Cbic (Câmara<br />
Brasileira da Indústria da Construção) anunciou que a<br />
construção civil pode crescer 3% este ano, o que possibilitaria<br />
a geração de 150 a 200 mil empregos formais até<br />
dezembro. O segmento é um dos principais nichos para<br />
os produtos de madeira no Brasil. A projeção baseia-se<br />
no atual cenário de juros baixos e inflação controlada no<br />
país. A possibilidade real de negócios no mercado doméstico<br />
pode impactar de forma positiva o setor madeireiro.<br />
Atrelado a isso, a iminência da aprovação da norma<br />
para o sistema construtivo wood frame também significa<br />
um novo impulso para o consumo de produtos de madeira<br />
na construção civil.<br />
Certamente, <strong>2020</strong> será de muito trabalho, articulação<br />
e escolhas de rota para cada uma das empresas associadas.<br />
Iniciamos um novo ano com expectativas promissoras,<br />
mas certos de que novos desafios já começam a surgir.<br />
A associação e a força que o associativismo carregam<br />
farão a diferença nas conquistas futuras e no cenário que<br />
teremos para retratar ao final deste ano.<br />
26 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
PRINCIPAL<br />
28 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
TRADIÇÃO<br />
E QUALIDADE<br />
Fotos: divulgação<br />
EMPRESA CATARINENSE,<br />
LÍDER NOS MERCADOS DE<br />
SECAGEM DE MADEIRAS<br />
COM CALDEIRAS E ESTUFAS,<br />
UNIU EXPERIÊNCIAS DE<br />
TRÊS DÉCADAS PARA<br />
REVOLUCIONAR MERCADO<br />
FLORESTAL<br />
TRADITION<br />
AND QUALITY<br />
A COMPANY FROM THE STATE OF<br />
SANTA CATARINA, A LEADER IN THE<br />
WOOD DRYING MARKET OFFERING<br />
BOILERS AND KILNS, HAS BROUGHT<br />
TOGETHER A THREE-DECADE-LONG<br />
EXPERIENCE TO REVOLUTIONIZE THE<br />
FOREST PRODUCT MARKET<br />
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 29
PRINCIPAL<br />
O<br />
disputado segmento de máquinas para o<br />
ramo madeireiro foi um dos poucos na indústria<br />
nacional que sobreviveu firme e forte<br />
durante os anos da crise econômica no Brasil.<br />
Enquanto muitas empresas desorganizadas e<br />
sem sólidos pilares fecharam suas portas, outras aproveitaram<br />
a oportunidade no caos para se estabelecer como<br />
grandes players, reconhecidos por sua tradição e qualidade.<br />
Neste cenário, a Engecass – Tecnologia em Equipamentos<br />
foi uma das responsáveis por revolucionar o mercado<br />
de caldeiras e estufas para madeira. Criada há 25 anos, a<br />
companhia conta hoje com uma moderna estrutura em sua<br />
sede, na cidade de Rio do Sul (SC), a 190 km (quilômetros)<br />
da capital Florianópolis (SC).<br />
Hoje a Engecass trabalha principalmente na área de<br />
geração de energia e vapor para processos industriais,<br />
onde se destacam as caldeiras, tanto flamotubulares quanto<br />
aquatubulares, além das estufas de secagem de madeira.<br />
Fundada pelo engenheiro Paulo Roberto da Cass, a organização<br />
produz toda a mercadoria disponível em seu mix com<br />
o cuidado em priorizar durabilidade, segurança e inovação<br />
a cada processo industrial de seus clientes.<br />
“Nosso trabalho começou muito antes do surgimento da<br />
Engecass. Antes de criar minha própria companhia, tive uma<br />
experiência de 11 anos ao exercer diversas funções em uma<br />
empresa de fabricação de caldeiras, estufas e secadores de<br />
madeira. Essa companhia saiu do mercado e então decidi<br />
iniciar minhas atividades com a Engecass em 1995”, conta<br />
Paulo Roberto, fundador e diretor da empresa desde então.<br />
The disputed segment of machines for the forest<br />
product market is one of the few on the<br />
domestic industry scene that has remained<br />
firm and strong during the years of the recent<br />
economic crisis in Brazil. While many disorganized<br />
companies without a solid base have closed their<br />
doors, others took the opportunity in the chaos to establish<br />
themselves as well-placed players recognized for<br />
their tradition and quality.<br />
In this scenario falls Engecass – Tecnologia em<br />
Equipamentos as one of the companies responsible for<br />
revolutionizing the market for boilers and kilns for wood.<br />
Created twenty-five years ago, the Company now has a<br />
modern structure with its headquarters in the city of Rio<br />
do Sul, 190 kilometers from the State of Santa Catarina<br />
capital, Florianópolis. Today, Engecass works mainly in<br />
the area of power and steam generation for industrial<br />
processes, where boilers stand out, both fire-tube and<br />
water-tube, in addition to wood drying kilns. Founded by<br />
Engineer Paulo Roberto da Cass, the Company manufactures<br />
all the products available in its product-mix with<br />
the care of prioritizing durability, safety, and innovation<br />
for each customers industrial process.<br />
“Our work began long before the emergence of<br />
Engecass. Before creating my own company, I had eleven<br />
years of experience in performing various roles in<br />
a boiler, kiln, and wood dryer manufacturing company.<br />
This company left the market, so then, I decided to start<br />
my own business with Engecass in 1995,” says Paulo Roberto,<br />
Founder and Managing Director of the Company.<br />
30 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 31
32 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 33
ESPECIAL<br />
Fotos: Marcos Mancinni<br />
ABPM COMEMORA<br />
50 ANOS<br />
EM ENCONTRO COM ASSOCIADOS<br />
34 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
AAbpm (Associação Brasileira de Preservadores<br />
de Madeira) completou, em 2019, 50 anos<br />
de história. Para comemorar a importante<br />
marca, a entidade organizou, no dia 12 de dezembro,<br />
um evento com os associados para<br />
discutir as perspectivas para os próximos anos. Palestrantes<br />
renomados envolvidos na cadeia produtiva da madeira participaram<br />
do encontro realizado em São Pedro (SP).<br />
Para Gonzalo Lopez, presidente da Abpm, os 50 anos<br />
da Associação se resumem à luta, desafios e inúmeras<br />
conquistas. Ao longo dessa história, ele destacou a organização<br />
de encontros técnicos e de um evento internacional<br />
– o Wood Protection – em parceria com FG4 Mad e<br />
Malinovski, publicações de anais, workshops, entre outros.<br />
“Nosso objetivo sempre foi nos aproximar dos mercados<br />
regionais, discutir dificuldades, caminhos, tudo isso para<br />
difundir a utilização de madeira tratada. Também temos<br />
continuamente incentivado a correta utilização da madeira<br />
tratada em novos segmentos. Temos que fazer o mercado<br />
conhecer os benefícios. Para isso, precisamos levar esse<br />
conhecimento aos diferentes públicos”, afirmou.<br />
Como um marco dos 50 anos, Lopez destacou a nova<br />
sede da Associação, com uma recepção conjunta entre<br />
Abpm, o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Núcleo<br />
da Madeira e SBS. Além disso, ele citou a importante ação<br />
para inclusão da atividade de indústria de preservação de<br />
madeira no Cnae (Cadastro Nacional de Atividades Econômicas),<br />
com criação de subclasses específicas, e o trabalho<br />
para derrubar uma “fake news” que circula pelo país com<br />
relação à contaminação de pessoas com a madeira tratada,<br />
o que incluiu uma publicação especial no portal de notícias<br />
G1, da Globo, na editoria “Fato ou Fake”.<br />
“Também criamos a comissão de madeira tratada na<br />
construção civil, com Guilherme Stamato, estamos com<br />
uma demanda para registro de ingredientes ativos no Ibama,<br />
temos participado ativamente na revisão e criação de<br />
normas, etc. Mas ainda temos muito mais para fazer, como<br />
fortalecer continuamente a correta utilização de madeira<br />
tratada. Para isso, vamos fazer reuniões técnicas com diferentes<br />
mercados, discutindo questões como disciplinamento<br />
fiscal, para trazer clareza às condições de comércio, garantindo<br />
qualidade. Outra frente de trabalho será fortalecer<br />
e ampliar o programa Qualitrat”, garantiu.<br />
Joseane Knop, da Dash7, empresa responsável pela<br />
Comunicação e Marketing da instituição, também fez um<br />
balanço do ano no encontro, destacando que a gestão do<br />
facebook da Abpm teve um panorama muito positivo e<br />
que os boletins on-line trabalharam a comunicação direta<br />
da Associação com o mercado, com informações do que<br />
está acontecendo no setor.<br />
“Em 2019, lançamos um novo site, discutimos assuntos<br />
variados, falando sobre o panorama do setor em 2019, novos<br />
associados, os 50 anos da Abpm, movimentações do<br />
setor na construção civil, uso da madeira tratada nas mais<br />
diversas formas, entre outros temas. Acredito que não estamos<br />
aqui somente para fazer negócios, mas para celebrar e<br />
nos conectar. A vida é feita de pessoas e a publicidade e a<br />
comunicação têm a ver com esclarecer todo esse conteúdo<br />
para melhorar a vida das pessoas”, comentou.<br />
Quem também marcou presença no encontro da Abpm<br />
foi o ex-presidente Aldo Gandolfi, um dos fundadores da<br />
Associação. Para ele, o saldo dos 50 anos da entidade é<br />
bastante positivo. “Fizemos muita coisa. São 50 anos de<br />
sobrevivência. Não foi um caminho fácil, mas conseguimos<br />
boas interlocuções com o governo e profissionais de modo<br />
geral. Fico emocionado de poder estar aqui comemorando<br />
essa marca. Pensei em todos os presentes nesse evento<br />
durante 50 anos”, salientou.<br />
Para a associada Maíra Venturoli, diretora da Venturoli,<br />
eventos como o organizado pela Abpm são muito importantes,<br />
porque fortalecem as empresas. Ela afirmou que<br />
esses espaços servem para discutir as preocupações, as<br />
coisas que afligem o setor e o que pode ser feito para melhorar<br />
o dia a dia.<br />
“Além disso, a troca de conhecimento é fundamental,<br />
porque vemos a realidade de outras usinas no Brasil e<br />
sabemos que não estamos sozinhos, que nossas dores também<br />
são as dores dos outros. Aqui, podemos ter excelente<br />
conteúdo, como ter a presença, por exemplo, de Paulo<br />
Pupo, que está no cenário internacional e que conhece o<br />
que acontece em outros países e em outros Estados. Tudo<br />
isso nos ajuda a planejar os próximos passos”, ressaltou.<br />
Eudes Ribeiro, gerente da Seap, reforçou que a Abpm<br />
é uma entidade muito importante para o setor, pois representa<br />
e dá suporte. “A Associação é fundamental para o<br />
setor, com profissionais e diretoria altamente capacitados.<br />
Ao longo do tempo, a Abpm veio acumulando experiência,<br />
o que para o setor é essencial, trabalhando com normas,<br />
reuniões, workshops. É uma associação bastante atuante e<br />
que faz a diferença para o setor de madeira tratada”, disse.<br />
De acordo com Leonardo Puppi Bernardi, diretor-presidente<br />
da TWBrazil, a Associação representa as empresas<br />
em nível nacional, já que muitas empresas ficam limitadas<br />
ao seu raio de atuação. Porém, ele ressaltou que, quando<br />
se amplia o mercado, é importante ter uma bandeira como<br />
a da Associação para garantir qualidade homogênea em<br />
todos os Estados.<br />
“Muitas questões que temos no nosso dia a dia são<br />
realidade de todas as empresas, então estar associado a<br />
uma entidade tão atuante nos ajuda a fortalecer essa luta,<br />
que é uma luta de todo setor. O evento garantiu ainda mais<br />
isso, com excelentes palestrantes que trouxeram muita informação<br />
técnica e relevante para que possamos tomar as<br />
decisões nos próximos meses e anos. Esse encontro orienta<br />
nossas decisões em investimentos e de mercado e acaba<br />
impactando na criação de uma infraestrutura de produção<br />
de madeira tratada que pode perdurar por anos. O nível é<br />
cada vez melhor”, garante Leonardo.<br />
Outro associado que esteve presente foi Raimundo<br />
Santana, diretor da STWood. Na avaliação dele, o evento<br />
foi bastante produtivo e serviu para mostrar que a cadeia<br />
da madeira tratada está sendo desenvolvida e vem crescendo.<br />
“É muito vantajoso ter um evento como esse, porque<br />
acabamos conhecendo outras pessoas que têm as mesmas<br />
dificuldades, e isso acaba ajudando as empresas a superar<br />
obstáculos. Quem trata madeira tem que se unir. Nosso<br />
concorrente não somos nós mesmos, mas, sim, outros ma-<br />
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 35
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 37
38 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
ECONOMIA<br />
40 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
EM<br />
CRESCIMENTO<br />
Fotos: divulgação<br />
ESTIMATIVA DA CNI (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA) É<br />
QUE O PIB INDUSTRIAL BRASILEIRO CRESÇA 2,8% EM <strong>2020</strong><br />
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 41
ECONOMIA<br />
Aeconomia brasileira consolidará o processo<br />
de retomada do crescimento em <strong>2020</strong>, com<br />
aumento de 2,5%, depois de expansão de<br />
1,2% neste ano. A projeção foi divulgada<br />
pela CNI (Confederação Nacional da Indústria),<br />
no Informe Conjuntural Economia Brasileira.<br />
Segundo a entidade, o PIB (Produto Interno Bruto, soma<br />
de todos os bens e serviços produzidos no país) será puxado<br />
pela expansão do PIB industrial. A estimativa é que<br />
o setor cresça 2,8%, de acordo com a CNI.<br />
Para a confederação, a atividade econômica também<br />
será impulsionada pelo aumento dos investimentos em<br />
6,5%, em <strong>2020</strong>. Para este ano, a previsão é que o PIB industrial<br />
cresça 0,7% e os investimentos, 2,8%. A previsão<br />
para o consumo das famílias é de alta de 1,9%, em 2019,<br />
e 2,2%, em <strong>2020</strong>.<br />
Segundo o estudo, a aceleração na economia na<br />
segunda metade deste ano é sinal de que haverá crescimento<br />
mais sólido nos próximos 12 meses. De acordo<br />
com a CNI, os dados mais recentes indicam aumento do<br />
consumo, em consequência da queda da taxa básica de<br />
juros, a Selic, e da paulatina recuperação do mercado de<br />
trabalho.<br />
“A garantia de que esse crescimento [econômico]<br />
vai se materializar é a continuidade das mudanças na<br />
economia, que vai gerar melhor ambiente de negócios<br />
e mais segurança para as empresas investirem mais,<br />
contratarem mais”, disse o gerente executivo de Política<br />
Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.<br />
O presidente da CNI, Robson Andrade, afirmou que<br />
todas as políticas públicas, como a liberação dos saques<br />
do Fgts (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), ajudam<br />
na recuperação da economia. “A redução da taxa<br />
Selic, isso ajuda também, maior disponibilização de<br />
recursos para a sociedade, um programa de construção,<br />
tudo isso gera uma recuperação segura, mas lenta”,<br />
acredita.<br />
REFORMAS<br />
Para a confederação, as reformas implementadas em<br />
2019, sobretudo a da Previdência, têm contribuído para<br />
um ambiente mais propício ao aumento do investimento,<br />
da produção e do consumo. Entretanto, a entidade<br />
defende “maior celeridade e ambição na agenda pró-<br />
-competitividade, com foco na reforma tributária”. Outra<br />
A ATIVIDADE<br />
ECONÔMICA<br />
TAMBÉM SERÁ IMPULSIONADA<br />
PELO AUMENTO DOS<br />
INVESTIMENTOS EM 6,5%<br />
42 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
MARCENARIA<br />
44 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
PARA DECOLAR<br />
NO MERCADO<br />
DESDE A PRODUÇÃO ATÉ O FATURAMENTO, DICAS SIMPLES PODEM<br />
IMPULSIONAR SEU EMPREENDIMENTO<br />
Fotos: divulgação<br />
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 45
MARCENARIA<br />
O<br />
principal alicerce de uma empresa é a<br />
qualidade de seu produto, mas até que<br />
uma venda seja concluída, diversos fatores<br />
devem ser observados para conquistar<br />
o cliente. Quando um empreendedor<br />
investe também no formato de entrega, apresentação,<br />
maquinário, local de produção e outros aspectos, o<br />
caminho até a efetivação da venda pode se tornar uma<br />
referência no serviço e um sinônimo de avanço dentro<br />
do mercado. Para aplicar esse processo em sua marcenaria,<br />
trazemos algumas dicas para o seu negócio cair<br />
de vez no gosto dos consumidores:<br />
ESTRATÉGIA DE SERVIÇOS<br />
O marceneiro deve sempre lembrar que o cartão<br />
de visitas da empresa é ele mesmo, por isso, seu<br />
modo de apresentação e também argumentação nas<br />
vendas devem ser muito desenvolvidos. Neste caso,<br />
é importante cuidar da aparência e trajes, implementado<br />
um uniforme de trabalho ou jaleco, que dão ar<br />
de profissionalismo ao local. Além disso, demonstrar<br />
conhecimento, dominar o assunto e não exitar na hora<br />
de tirar as dúvidas do cliente são pontos positivos que<br />
demonstram a pró-atividade do prestador.<br />
ORIENTE SEU CLIENTE<br />
É essencial que o marceneiro lembre-se que o<br />
cliente, muitas vezes, não terá conhecimento na área<br />
e precisará de ajuda para esclarecer dúvidas que, em<br />
alguns casos, podem até parecer óbvias para quem<br />
atua no ramo. A dica então é ter paciência para explicar<br />
todos os detalhes do serviço, materiais e processos<br />
utilizados, isso dará segurança para o comprador e<br />
passará credibilidade sobre o seu produto. Além disso,<br />
faça indicações e recomende o melhor caminho para<br />
a execução de um material. É importante lembrar que,<br />
se o produto final for melhor do que o esperado, seu<br />
cliente pode abrir portas para novas vendas.<br />
46 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
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FEVEREIRO <strong>2020</strong> 47
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48 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
SUSTENTABILIDADE É<br />
INVESTIMENTO RENTÁVEL PARA INDÚSTRIA<br />
ESTUDO REALIZADO NA PUC (PR) CONFIRMA INFLUÊNCIA DE<br />
27% DAS PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS NOS INDICADORES DE<br />
DESEMPENHO DAS EMPRESAS<br />
Fotos: divulgação<br />
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 49
INOVAÇÃO<br />
S<br />
ustentabilidade é um tema cada vez mais<br />
presente no mercado e está entrando na<br />
realidade das empresas. Mas práticas sustentáveis<br />
não são sinônimo de custos para<br />
a companhia: são, na verdade, um investimento<br />
com retorno financeiro, especialmente no<br />
setor de manufatura.<br />
Este cenário é explicado na pesquisa “Relações<br />
entre práticas ambientais e sociais e o desempenho<br />
de empresas de manufatura”, de Érica Tessaro de<br />
Jesus, desenvolvida no mestrado do Programa de<br />
Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas<br />
da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do<br />
Paraná).<br />
“O desempenho ambiental é uma tendência à<br />
qual as empresas precisam se adaptar para permanecer<br />
competitivas”, destaca Érica. Ela aponta que a<br />
sustentabilidade tem potencial para ser mais que um<br />
custo, mas também um investimento rentável.<br />
A pesquisa observou o cenário de 165 empresas<br />
de manufatura de alto desempenho de 18 países,<br />
incluindo EUA (Estados Unidos da América), Brasil,<br />
Japão, China, Alemanha, Finlândia, Reino Unido e<br />
Coreia do Sul. As empresas analisadas têm pelo menos<br />
100 funcionários e estão nos setores de máquinas-ferramenta,<br />
eletrônicos e automotivo. Os dados<br />
obtidos foram analisados para mensurar a relação<br />
entre práticas ambientais e sociais e o desempenho<br />
das empresas.<br />
O levantamento mostrou ainda que as práticas<br />
adotadas pelas empresas que mais tiveram impacto<br />
em seu desempenho foram voltadas às áreas de<br />
saúde e segurança, ética e treinamento e desenvolvimento<br />
dos colaboradores. “As relações entre<br />
práticas ambientais e sociais e o desempenho podem<br />
PRÁTICAS<br />
SUSTENTÁVEIS NÃO<br />
SÃO SINÔNIMO DE CUSTOS<br />
PARA A COMPANHIA: SÃO, NA<br />
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FEVEREIRO <strong>2020</strong> 51
MERCADO<br />
52 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
SETOR<br />
Fotos: divulgação<br />
DE MAQUINAS<br />
DIRETORIA DA ABIMAQ ANALISA QUE BOA PARTE DO<br />
CRESCIMENTO DAS IMPORTAÇÕES SÃO EM FUNÇÃO DAS<br />
ALTERAÇÕES LEGAIS DECORRENTES DO REPETRO SPED<br />
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 53
MERCADO<br />
Adiretoria da Abimaq (Associação Brasileira<br />
de Máquinas e Equipamentos) divulgou<br />
os mais recentes dados conjunturais<br />
da indústria de máquinas e equipamentos.<br />
O destaque ficou para o cenário de<br />
forte expansão das importações com crescimento<br />
de 21%, no ano de 2019. Os destaques ficam para o<br />
setor de componentes, que saltou de US$ 3,6 bilhões<br />
para US$ 5,1 bilhões, e o setor de mineração, cuja<br />
importação passou de US$ 200 milhões para US$ 860<br />
milhões.<br />
Boa parte do crescimento das importações é em<br />
função das alterações legais decorrentes do Repetro<br />
Sped, que proporcionaram mudanças na propriedade<br />
dos equipamentos de pesquisa e exploração de<br />
petróleo e gás natural de subsidiárias localizadas no<br />
exterior para empresas sediadas no Brasil.<br />
As importações de máquinas e equipamentos de<br />
origem chinesa tiveram forte aumento 63,3%, na passagem<br />
de setembro para outubro de 2019. No ano, o<br />
destaque continua sendo os EUA (Estados Unidos da<br />
América), que mantiveram a primeira posição entre<br />
as principais origens de máquinas e equipamentos,<br />
registrando no período um aumento de 46% em relação<br />
ao ano anterior.<br />
Já as exportações, que em 2018 tiveram papel<br />
fundamental para melhora das vendas, este ano<br />
foram freadas por um cenário mundial em desaceleração.<br />
A queda foi registrada, tanto em relação ao<br />
mês anterior (-11%), como sobre outubro de 2018<br />
(- 21,1%).<br />
De acordo com a diretoria da Abimaq, ainda que<br />
o câmbio, ao redor de R$/US$ 4 tenha proporcionado<br />
melhora nos retornos financeiros dos exportadores<br />
de máquinas e equipamentos, o cenário internacional<br />
em desaceleração vem inviabilizando o aumento das<br />
vendas, principalmente nos países da América do Latina,<br />
alguns da Europa e na China.<br />
A América Latina, que no passado superou a marca<br />
de 50% das aquisições do setor, neste ano teve sua<br />
participação deteriorada por conta da retração das<br />
atividades, em diversos dos seus países. Na Argenti-<br />
54 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
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FEVEREIRO <strong>2020</strong> 55
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ÀS ORIGENS<br />
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PONTES DO MUNICÍPIO<br />
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RESISTÊNCIA DE<br />
TRAVESSIAS DA REGIÃO<br />
56 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
Após anos de investimentos em travessias<br />
de concreto e até mesmo de<br />
ferro, as pontes de madeira caíram<br />
novamente no gosto dos brasileiros.<br />
Mais eficientes, econômicas,<br />
duráveis e charmosas, elas têm sido<br />
cada vez mais usadas pela iniciativa privada e<br />
também por administrações públicas por todo o<br />
país, com o objetivo de otimizar tempo e dinheiro.<br />
Como um dos materiais mais utilizados pela<br />
construção civil, as estruturas que a utilizavam<br />
passaram por um processo de deterioração e<br />
substituição – muito em razão do uso de madeiras<br />
sem tratamento adequado -, cedendo lugar<br />
às estruturas com outras matérias-primas. Mas<br />
com o desenvolvimento de diversas tecnologias<br />
construtivas, além da disseminação da informação<br />
da indústria florestal, os problemas começaram<br />
a ser corrigidos e, em muitos casos, eliminados<br />
pelos profissionais do ramo.<br />
“Além do valor muito abaixo comparado às<br />
outras concorrentes, as pontes de madeira também<br />
possuem uma durabilidade média bem semelhante<br />
quando comparadas com travessias de<br />
concreto, por exemplo, além de poder aguentar<br />
uma carga similar. Sem contar o caráter estético,<br />
que tem sido olhado com mais carinho pelos<br />
gestores”, afirma o professor Dionísio Teixeira,<br />
especialista em engenharia da madeira.<br />
Os novos sistemas construtivos combinam<br />
técnicas trazidas de outros países, como Canadá<br />
e Suécia, e a matéria-prima originária de reflorestamento<br />
no Brasil é especialmente tratada para<br />
enfrentar condições locais de umidade e ataque<br />
de insetos e de fungos. Outra vantagem também<br />
resgatada e confirmada pelos pesquisadores brasileiros<br />
é o baixo custo dessas construções. Elas<br />
podem ser construídas por um valor cerca de<br />
quatro a cinco vezes menor.<br />
Essa simples conta matemática foi feita pela<br />
prefeitura de Salete, no norte de Santa Catarina.<br />
A Secretaria de Obras do município tem<br />
realizado, desde o começo da gestão, em 2017,<br />
diversas reformas em pontes interditadas do município.<br />
Recentemente, foi a vez da comunidade<br />
de Santa Margarida receber uma nova ponte de<br />
madeira.<br />
Com cerca de 7m (metros) de comprimento<br />
por 3m de largura, a construção erguida a partir<br />
da madeira eucalipto servirá para melhorar o<br />
deslocamento de moradores e também no escoamento<br />
da produção agrícola da cidade, conhecida<br />
por seu cultivo de tabaco e de grãos.<br />
COM CERCA DE 7M<br />
DE COMPRIMENTO<br />
POR 3M DE LARGURA, A<br />
CONSTRUÇÃO SERVIRÁ PARA<br />
MELHORAR O DESLOCAMENTO<br />
DE MORADORES E O<br />
ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO<br />
AGRÍCOLA<br />
“Somos um pequeno município de pouco<br />
mais de sete mil habitantes, então precisamos<br />
de muita responsabilidade fiscal. As pontes de<br />
madeira surgiram para atender as demandas<br />
e melhorar os acesso pelo interior, a um preço<br />
acessível ao nosso orçamento”, explicou o secretário<br />
de obras, João Kniess.<br />
O projeto de revitalização e construção de<br />
novas pontes em madeira tratada já atendeu<br />
cerca de 22 locais no município de Salete, dentre<br />
estradas gerais, áreas urbanas e acesso a propriedades<br />
agrícolas. “Tudo a seu tempo, mas a ideia<br />
é expandir não apenas para pontes, mas também<br />
para paradas de ônibus, lixeiras e demais utilitários<br />
que possam se beneficiar desse material tão<br />
rico que é a madeira”, acrescentou Kniess.<br />
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 57
ARTIGO<br />
EFICIÊNCIA<br />
DA COLAGEM DE MADEIRA TRATADA<br />
DE EUCALYPTUS CLOEZIANA F.<br />
MUELL PARA PRODUÇÃO DE MLC<br />
(MADEIRA LAMINADA COLADA)<br />
Fotos: divulgação<br />
ADAIR JOSÉ REGAZZI<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />
FABRICIO GOMES GONÇALVES<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />
GEANINE COSTA GAVA<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />
PEDRO GUTEMBERG DE ALCÂNTARA SEGUNDINHO<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />
VINÍCIUS PEIXOTO TINTI<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />
SABRINA DARÉ ALVES<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />
58 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
RESUMO<br />
O<br />
s setores da construção civil, indústria<br />
moveleira, indústria de papel e celulose<br />
buscam novas alternativas para uma<br />
utilização mais racional da madeira que<br />
possam diminuir as limitações de seu<br />
uso, a exemplo da produção dos painéis reconstituídos<br />
dessa matéria-prima, como compensados,<br />
aglomerados de partículas, sarrafos, MLC (Madeira<br />
Laminada Colada), entre outros.<br />
No presente trabalho buscou-se avaliar a eficiência<br />
da colagem em taliscas de madeira de Eucalyptus<br />
cloeziana preservadas quimicamente com CCA (Arseniato<br />
de Cobre Cromatado). Foram utilizados seis<br />
adesivos (MUF: melamina-ureia-formaldeído; PVA:<br />
poliacetato de polivinila; RF: resorcinol-formaldeído;<br />
TF: tanino-formaldeído; UF: ureia-formaldeído; PUR:<br />
poliuretano à base de mamona) e foram realizadas<br />
avaliações da interface madeira-adesivo por meio<br />
de fotomicrografias, da resistência ao cisalhamento,<br />
da porcentagem de falhas na madeira e mensuração<br />
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 59
60 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
FEVEREIRO <strong>2020</strong> 61
62 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
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FEVEREIRO <strong>2020</strong> 63
AGENDA<br />
AGENDA<br />
<strong>2020</strong><br />
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LOCAL: BENTO GONÇALVES (RS)<br />
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TECHNOMEBEL<br />
LOCAL: SOFIA (BULGÁRIA)<br />
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64 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2020</strong>
Em novembro...<br />
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ESPAÇO ABERTO<br />
O BRASIL<br />
PRECISA DE MENOS BUROCRACIA<br />
E<br />
nquanto muitos evocam o princípio da reciprocidade<br />
e da soberania nacional no caso<br />
da polêmica isenção de vistos para cidadãos<br />
americanos, canadenses, australianos e japoneses<br />
que visitam o Brasil, milhares de oportunidades<br />
de emprego e geração de renda são transferidos<br />
do nosso país para outras nações mais inovadoras.<br />
Pelos padrões internacionais, somos um dos países mais<br />
fechados do mundo para turismo, comércio exterior e<br />
negócios em geral, seja por adotar barreiras protecionistas<br />
ou pela burocracia desmedida.<br />
Em 2018, a Organização Mundial do Turismo contabilizou<br />
1,4 bilhão de viagens internacionais, mas apenas<br />
6,6 milhões vieram para o Brasil. Estagnados desde<br />
2014, representamos apenas 0,47% do turismo internacional,<br />
perdendo para a Argentina a histórica hegemonia<br />
na América do Sul.<br />
Aliás, somados os visitantes dos EUA (Estados Unidos<br />
da América), Canadá, Austrália e Japão, não chegamos<br />
a 700 mil turistas. Não bastasse isso, o Banco Central<br />
relatou que, em 2018, os brasileiros gastaram US$<br />
18,263 bilhões em suas viagens ao exterior, enquanto<br />
que os estrangeiros deixaram US$ 5,917 bilhões por aqui<br />
no mesmo período. O déficit se repete há 15 anos e a<br />
tendência é piorar.<br />
Os viajantes estrangeiros que aterrissam por aqui<br />
não estão interessados apenas em lazer, pois também visitam<br />
nossas cidades para realizar negócios ou participar<br />
de eventos. E no campo do comércio exterior, representamos<br />
mísero 1,2% do montante global, figurando em<br />
153º lugar em termos de abertura comercial (Fundação<br />
EM 2018, A<br />
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL<br />
DO TURISMO CONTABILIZOU 1,4<br />
BILHÃO DE VIAGENS<br />
INTERNACIONAIS, MAS APENAS<br />
6,6 MILHÕES VIERAM PARA O<br />
BRASIL<br />
POR<br />
DARIO LUIZ DIAS<br />
PAIXÃO<br />
DOUTOR EM GESTÃO<br />
DO TURISMO, É<br />
COORDENADOR-GERAL<br />
DA PÓS-GRADUAÇÃO<br />
DA UP (UNIVERSIDADE<br />
POSITIVO).<br />
Heritage) e 108º para o dinamismo no ambiente de negócios<br />
(Fórum Econômico Mundial).<br />
Some-se ao complexo ambiente brasileiro, pouco<br />
favorável aos negócios, a constante diminuição de investimentos<br />
em infraestrutura e marketing internacional,<br />
a incansável veiculação da violência urbana na mídia<br />
global e a falta de parcerias comerciais relevantes. Isso<br />
explica parte do medo ou da falta de interesse por parte<br />
dos visitantes em potencial.<br />
Seguindo o exemplo de outros países, o governo<br />
federal fez um teste ao dispensar o visto para cidadãos<br />
dos quatro países que viessem às Olimpíadas, por serem<br />
considerados turistas de alto poder aquisitivo e de<br />
baixo risco migratório. O êxito não foi desprezível e, no<br />
ano passado, com a adoção do e-visa houve aumento<br />
de 35% no interesse pelo nosso país, embora ainda não<br />
observados integralmente nas estatísticas de fluxos turísticos.<br />
Essa atividade responde por 9% dos empregos do<br />
mundo (Wttc), portanto, precisamos reagir à interminável<br />
crise econômica e à frustração das oportunidades<br />
desperdiçadas na Copa 2014 e na Rio 2016. A isenção<br />
unilateral do visto indica que desejamos estreitar laços e<br />
realizar negócios.<br />
Ainda que pequeno, é um primeiro gesto de hospitalidade,<br />
ferramenta poderosa e estratégica, capaz de<br />
apresentar soluções criativas às mutações da sociedade,<br />
especialmente quando observada sob o prisma do mercado<br />
e aliada às novas tecnologias. Muito em breve, o<br />
Big Data e a Inteligência Artificial aposentarão vistos,<br />
carimbos e passaportes.<br />
Portanto, busquemos uma aproximação mais pragmática<br />
e humanitária com outros países, pois, como diria<br />
o escritor americano Henry Longfellow, “o que de melhor<br />
existe nos grandes poetas de todos os países não é<br />
o nacionalismo e sim o universalismo”.<br />
Foto: divulgação<br />
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