MANEJO Etnias indígenas de Mato Grosso lutam para conseguir tirar da floresta o seu próprio sustento
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SUMÁRIO
NOVEMBRO 2019
48
INOVAÇÃO,
CUSTOMIZAÇÃO
E REPOSIÇÃO
10 Editorial
12 Cartas
14 Bastidores
16 Coluna Ivan Tomaselli
18 Notas
30 Sustentabilidade
32 Frases
34 Artigo
38 Entrevista
48 Principal
54 Economia
60 Espécie
64 Prêmio
76 Pesquisa
80 Agenda
82 Espaço Aberto
54
64
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO
09 Agroceres
13 BKT
15 Carrocerias Bachiega
45 Codornada Florestal
77 Combate Florestal
84 Denis Cimaf
02 Dinagro
04 Emex
27 Engeforest
21 Envimat
06 Grupo AIZ
57 J de Souza
11 Komatsu Forest
59 Log Max
43 Manos Implementos
25 MSC Cargo
75 Mill Indústrias
79 Mill Indústrias
29 Raptor Florestal
41 Recapadora Taquarense
31 Rotary-Ax
63 Rotor Equipamentos
23 Sergomel
47 Show Florestal
83 TMO
33 Unibrás
37 Vantec
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das infestações: na tecnologia embarcada, no capital humano e na
expertise gerencial das operações de controle.
EDITORIAL
Destaques
do ano
Sucesso é a palavra que traduz bem o que significa o PRÊMIO
REFERÊNCIA. Em mais uma edição do evento a JOTA EDITORA
homenageou as empresas que se destacaram no ramo florestal e madeireiro.
O presente foi um prêmio de reconhecimento pelo trabalho
que realizaram ao longo do ano. Prêmio este ofertado pelas revistas
REFERÊNCIA FLORESTAL, INDUSTRIAL, PRODUTOS DE MADEIRA, CE-
LULOSE E PAPEL E BIOMAIS. Além da cobertura completa do evento,
nesta edição você vai descobrir a solução de um constante desafio na
cadeia produtiva da madeira, que é equacionar redução de tempo,
produtividade, segurança e agilidade, apresentando uma nova aposta
que garante mudanças no setor: a customização de máquinas e equipamentos.
Já a entrevista desta edição será com o diretor-geral do
SFB (Serviço Florestal Brasileiro), Valdir Colatto, que vai nos explicar
como o órgão trabalha para a preservação das florestas nativas, especialmente
por meio da concessão florestal. Tenha uma ótima leitura!
HIGHLIGHTS OF THE YEAR
Success is the word that translates well what the Prêmio Referência
means. At this year’s event, the Jota Group honored the companies that
stood out in the forestry and timber business. The award was a recognition
for the work they performed throughout the year. This is an award
offered by the magazines REFERÊNCIA Florestal, REFERÊNCIA Industrial,
Produtos de Madeira, CELULOSE e PAPEL, and BIOMAIS. In addition
to the complete coverage of the event, in this issue you will discover
the solution of a constant challenge in the processed timber productive
chain, which is to equate reduction of time, and increased productivity,
security, and agility, presenting a new bet that ensures changes in the
Sector: machinery and equipment customization. The interview in this
issue is with Valdir Colatto, Director General of the Brazilian Forest Service
who will explain to us how the agency works for the preservation of
native forests, especially through forest concessions. Pleasant reading!
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Entrevista com
Valdir Colatto
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A Revista da Indústria Florestal / The Magazine for the Forest Product
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Ano XXI • N°213 • Novembro 2019
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PROCESSO DE COLHEITA DA MADEIRA
3
EXPEDIENTE
ANO XXI - EDIÇÃO 213 - NOVEMBRO 2019
Diretor Comercial / Commercial Director
Fábio Alexandre Machado
fabiomachado@revistareferencia.com.br
Diretor Executivo / Executive Director
Pedro Bartoski Jr
bartoski@revistareferencia.com.br
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jornalismo@revistareferencia.com.br
Colunista
Ivan Tomaselli
Depto. de Criação / Graphic Design
Fabiana Tokarski - Supervisão
Fabiano Mendes
Crislaine Briatori Ferreira
Gabriel Santos Ferreira
criacao@revistareferencia.com.br
Tradução / Translation
John Wood Moore
Cartunista / Cartunist
Francis Ortolan
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Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,
Tainá Carolina Brandão
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Knop
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Supervisão - Cassiele Ferreira
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dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,
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ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos
direitos autorais, exceto para fins didáticos.
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication
directed at the producers and consumers of the good and services of the
lumberz industry, research institutions, university students, governmental
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself
responsible for the concepts contained in the material, articles or columns
signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited
without the written authorization of the holders of the authorial rights.
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CARTAS
INOVAÇÃO Brasil sedia congresso mundial de pesquisa florestal
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Capa da Edição 212 da
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,
mês de outubro de 2019
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Ano XXI • N°212 • Outubro 2019
EXPORTAÇÃO
Por Lucas de Souza Kos - Curitiba (PR)
Conhecia a Revista da época que estava na graduação e agora voltei a ser
leitor novamente. Está sempre atualizada, abrindo nossos horizontes como
a matéria sobre comercialização de pinus no exterior que eu desconhecia
NOVO ASSINANTE
Por Paulo Roberto Lima - Joinville (SC)
Assinei há pouco tempo e achei super interessante a Revista,
especialmente para quem é do setor, pois traz muita informação útil,
novidades e deixam os profissionais bem atualizados com materiais
que não estão na internet. Achei bem completa
ÓTIMO CONTEÚDO
Por Luiz Rocha - Montes Claros (MG)
Parabéns a Revista que sempre traz um conteúdo sério e
completo! Quem atua no setor precisa ler para não ficar fora
das rodas de conversa
E-mails, críticas e
sugestões podem ser
enviados para redação
revistareferencia@revistareferencia.com.br
Mande sua opinião sobre a Revista
REFERÊNCIA FLORESTAL ou a
respeito de reportagem produzida
pelo veículo.
DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR
Por Lindomar Mendonça - Paranaguá (PR)
Bem detalhada a matéria sobre o terminal de celulose no Porto de Paranaguá
(PR) da penúltima edição. A novidade gera muita esperança para a economia
local, em vários setores
INFORMAÇÃO
Por Sérgio Souza - Ponta Grossa (PR)
São muito interessantes os artigos
científicos publicados na Revista,
assim conseguimos ter acesso à
pesquisas sérias e ainda há uma valorização
dos estudos realizados nas
universidades
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Revista
PRESENÇA VIP
Com destaque na capa da Revista REFERÊNCIA deste
mês, os representantes do Grupo AIZ, estiveram na
sede da JOTA EDITORA para acompanhar de perto a
produção e edicão de novembro.
Foto: Fabiano Mendes
Na foto: Fábio Machado, diretor comercial da JOTA
EDITORA, junto com Éder Cavalcanti e Marco Antonio,
do Grupo AIZ
PREPARANDO A CAPA
A REFÊRENCIA FLORESTAL foi até a sede do Grupo
AIZ, em São José dos Pinhais (PR), para fazer a
preparação da foto para a capa desta edição.
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COLUNA
AUMENTO NA OFERTA
DE MADEIRA AFETOU OS
PREÇOS INTERNACIONAIS DE
PRODUTOS FLORESTAIS
Ivan Tomaselli
Diretor-presidente da Stcp
Engenharia de Projetos Ltda
Contato: itomaselli@stcp.com.br
O preço do compensado, madeira serrada,
celulose e outros produtos tiveram uma
queda de 30% ou uma porcentagem até
superior
Desde 2012
diversos países
da Europa têm
aumentado
o volume
de colheita
para atender
à crescente
demanda de
madeira do
segmento de
produtos em
madeira sólida
D
urante este ano os preços de
produtos florestais no mercado
internacional declinaram.
O preço do compensado,
madeira serrada, celulose e
outros produtos tiveram uma queda de 30%
ou até mais. Diversas razões são citadas por
especialistas em mercado, mas existe uma
concordância sobre a dificuldade de explicar
uma queda tão acentuada em um período
tão curto.
A guerra comercial entre os Estados
Unidos e a China, a redução da expectativa
do crescimento da economia mundial,
especialmente da Europa, a expectativa de
crescimento recente da oferta de produtos
de madeira, especialmente de celulose, estão
na lista de possíveis razões para a queda
no preço.
No entanto talvez o maior impacto seja
o aumento ao longo dos últimos cinco anos
ou mais, na oferta de madeira em tora em
algumas regiões, particularmente na Europa
e nos países que compõe a CIS (Commonwealth
Independent States).
Desde 2012 diversos países da Europa
têm aumentado o volume de colheita para
atender à crescente demanda de madeira,
particularmente do segmento de produtos
madeira sólida. De 2014 até 2018 o consumo
de toras para serraria e painéis de madeira
cresceu cerca de 10%. Alguns países, como
a Finlândia, produziu, em 2018, aproximadamente
60 milhões de m3 (metros cúbicos)
de toras, um aumento de 22% em relação ao
volume de 2013.
O maior salto no consumo de toras na
Finlândia ocorreu de 2017 para 2018, resultado
do aumento na demanda de madeira
para produção de serrados e celulose. A Po-
Foto: divulgação
lônia também aumentou o volume de colheita
atendendo a maior demanda de madeira
em toras para exportação.
Além do aumento na colheita para atender
a demanda interna ou para exportar,
alguns países da Europa central tiveram suas
florestas afetadas por desastres naturais,
incluindo tempestades e ataque de insetos.
Entre estes países estão a Áustria, República
Checa, França, Alemanha, Itália, Eslováquia e
Suíça. Estima-se que nos últimos dois anos,
em função destes desastres naturais, entre
110 e 140 milhões de m3 de madeira tenham
sido afetados. Este volume representa mais
de 25% do consumo anual de toras na Europa
e está sendo ofertado no mercado preços
mais baixos.
Os países que compõe a CIS também
aumentaram a produção de madeira em
toras. Em 2018, o volume de toras aumentou
12%, atingindo nestes países uma produção
de 245 milhões de m3. O principal aumento
ocorreu na Rússia, particularmente na Sibéria
e extremo leste, e uma grande parte das
toras são destinadas ao mercado internacional.
Outros países da região, como a Bielo
Rússia e Ucraína, também incrementaram a
produção de madeira em toras.
Parece claro que o crescimento da oferta
de madeira em toras e a expansão da indústria
florestal, principalmente na Europa,
mas também na Rússia, que vem ocorrendo
nos últimos 5 anos, é a principal razão para
a queda nos preços internacionais. O mercado
buscará um equilíbrio, mas é provável
que o equilíbrio seja atingido em um menor
patamar de preços. É, portanto, importante
que a indústria florestal brasileira continue a
investir para assegurar a competitividade no
mercado internacional.
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NOTAS
Aplicativo para contagem
de madeira
Criado nos EUA (Estados Unidos da América), o aplicativo
CountThings, usado para automatizar a contagem de madeira,
chegou ao Brasil neste mês. Disponível para windows, iOS e
android, o aplicativo tem versões gratuitas, com limitações de
funções, e outras duas versões pagas, com valores entre U$
100 e U$ 500 por mês. Com a tecnologia de Visão Computacional
e Machine Learning, o aplicativo consegue reconhecer
o que é uma madeira, contá-la e diferenciá-la de outras espécies
por meio de fotos e vídeos. O usuário precisa “ensinar”
o aplicativo a fazer o reconhecimento. Isso é feito da seguinte
forma: após selecionar ou capturar a foto (ou o vídeo) que
deseja contar, o usuário escolhe o template adequado (por
exemplo, a espécie de madeira) e então clica no botão contar.
Em questão de segundos o software conta cada madeira da
foto ou vídeo, etiqueta-o com um número para que possa ser
feita uma verificação e, caso desejado, o total de madeiras
naquela foto ou vídeo. O aplicativo conta com mais de 300
modelos de contagem. No Brasil, a empresa de softwares
L2VM é a representante oficial do aplicativo e fornece toda a
assistência necessária em português, pelo mesmo preço dos
EUA.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Setor atinge US$ 7,8 bi
em exportações
Os produtos da indústria de base florestal
chegaram a US$ 7,8 bilhões em comercializações
com outros países. A celulose totalizou
US$ 6 bilhões, enquanto o papel somou US$ 1,5
bilhão e painéis de madeira US$ 197 milhões.
Os dados foram divulgados pela IBÁ (Indústria
Brasileira de Árvores). O saldo da balança comercial
do setor atingiu US$ 6,9 bilhões (-2,8%).
A representatividade da balança do setor avançou
e somou 4,6% do total das exportações brasileiras.
De janeiro a setembro, a China seguiu
como principal mercado da celulose brasileira,
adquirindo US$ 2,6 bilhões do produto. A América
Latina, por sua vez, é o destino com maior
negociação para painéis de madeira (US$ 125
milhões) e papel (US$ 880 milhões).
18 www.referenciaflorestal.com.br
Madeira amazônica em
instrumentos musicais
Extrair o elemento menos perceptivo, aos olhos do cotidiano, que a madeira pode
oferecer: o som. Essa é a missão da Oela (Oficina Escola de Lutheria da Amazônia), localizada
na periferia de Manaus (AM), que constrói instrumentos musicais e prepara jovens
luthiers para o mercado de trabalho. Pioneira no Brasil, a organização sem fins lucrativos
é uma referência no mundo, atraindo olhares até de autoridades como o Príncipe
Charles, por usar espécies diferentes de madeiras, inclusive usando opções que estão em
extinção.
Com 19 anos com a certificação do FSC® (Florest Stewardship Council®), concedida
por adotar o uso exclusivo de madeira oriunda de manejo florestal
certificado para construção de violões, a Oela tem como
matéria-prima madeiras amazônicas para produção de violões.
É necessário ressaltar, que a alternativa não é considerada
substituição da madeira comumente usada na construção de
instrumentos.
Para produzir o violão, a Oela utiliza espécies variadas. Para
a produção do fundo lateral do instrumento é usado o Tauari,
encontrada apenas no Amazonas, Rondônia e Pará e em partes
do Amapá. Para a o tampo do instrumento é utilizado a marupá;
já a produção do braço conta com o breu branco; e, por fim,
a produção da escala conta com o coração de negro.
Todos os instrumentos são construídos artesanalmente pelos
alunos do curso técnico de luteria, orientados por um professor
luthier. Os violões produzidos em sala de aula ficam para
a própria escola utilizar nas aulas de musicalização oferecidas,
gratuitamente, no local. A produção em escala para venda não
é o foco do projeto, mas o público externo pode encomendar
um violão com valor entre R$ 2 mil e até R$ 20 mil.
O trabalho diferenciado tem atraído pessoas de várias partes
do mundo. No último mês de setembro, a família Salzmann
saiu de Vestfália, na Alemanha, para tirar férias no Brasil e
incluiu o Amazonas no roteiro somente para conhecer a Oela. O
pastor Stefan e seus filhos Jacob, 19, Nora, 17 e Sophie, 11, visitaram
a sede do projeto e testaram os instrumentos musicais
pelo luthier e educador Diego Freitas. “Achei muito interessante.
A gente sente o espírito desta instituição. Desenvolver um
projeto desses é ótimo. Imagino que para os alunos é importantíssimo
na vida deles”, acredita Salzmann.
Em 2015, a Oela obteve o certificado de reconhecimento
pelo MEC (Ministério da Educação) como uma das organizações
que promovem a inovação e a criatividade no ensino de base
do país. Ao longo de toda trajetória o projeto, que hoje conta
com o patrocínio do governo federal e Basa (Banco da Amazônia),
além do apoio institucional da Brazil Foundation e Instituto
Coca-Cola Brasil, entre os apoios técnicos, já formou, aproximadamente,
dois mil e trezentos alunos. Mais informações no site:
www.oela.org.br
Fotos: divulgação
Novembro 2019
19
NOTAS
Foto: divulgação
Plataforma ajuda o
reflorestamento
Com sede em Barcelona, a plataforma Tree-Nation usa
sua própria tecnologia para facilitar o plantio de árvores e o
reflorestamento do planeta. A plataforma tem mais de 300
espécies de árvores disponíveis, possibilitando que pessoas
e empresas participem de projetos de reflorestamento em
todo o mundo. A cada árvore plantada também é atribuída
uma URL, que permite o monitoramento diário de seu
crescimento ou seus níveis de compensação de CO2 (Gás
Carbônico), entre outros dados, além da possibilidade de
presentear outra pessoa se desejado. A plataforma também
oferece às empresas uma ferramenta para vincular o plantio
de árvores com seus objetivos de desempenho, vendas ou
serviço, como parte de iniciativas de marketing ou sustentabilidade.
Atualmente, possui 70 projetos de plantações
localizados em 33 países, nos quais mais de 118 mil cidadãos
e 1.500 empresas já participaram e continuam a crescer graças
à colaboração da população para reflorestar a superfície
terrestre.
Produção florestal impulsiona
PIB no Paraná
O PIB (Produto Interno Bruto)
paranaense cresceu 1,1% no segundo
trimestre de 2019, relativamente ao
imediatamente anterior, de acordo com
os dados dessazonalizados do Ipardes
(Instituto Paranaense de Desenvolvimento
Econômico e Social). O resultado foi
favorecido pelo desempenho de agropecuária
(produção florestal e pecuária) e
indústria (fabricação de veículos automotores).
Indicadores mensais confirmam
a melhora no ritmo de crescimento da
economia estadual – o Ibcr (PR) expandiu
1,4% no trimestre encerrado em agosto,
ante retração de 0,1% no finalizado em
maio, segundo dados dessazonalizados.
Foto: divulgação
20 www.referenciaflorestal.com.br
www.envimat.com.br
NOTAS
Sinaflor é finalista
em Prêmio
O Sinaflor (Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos
Florestais) do Ibama está entre os sete finalistas do Prêmio de
E-GOV (Excelência em Governo Eletrônico) – 2019. Permanecem
na disputa com o Instituto os projetos: Inss Digital, do Distrito
Federal; o MG APP (Mobilidade na Prestação de Serviços Públicos)
do Estado de Minas Gerais; o PIÁ (Paraná Inteligência Artificial);
o Programa de Saúde Ambiental Digital, de Pernambuco; o Sefaz
Virtual, do Rio Grande do Sul; e o SOS-Chuva (Sistema de Observação
e Previsão de Tempo Severo), de São Paulo. Antes de ganhar
a atenção dos avaliadores do Prêmio E-GOV, o Sinaflor já havia
despertado o interesse de organismos internacionais. Por meio
do Projeto Mecanismos e Redes de Transferência de Tecnologia
Relacionadas às Mudanças Climáticas na América Latina e no Caribe,
o Sinaflor inspirou o desenvolvimento do sistema de controle
e monitoramento da cadeia produtiva da madeira no Suriname.
Em Washington, analistas do Ibama responsáveis pelo desenvolvimento
do Sinaflor, apresentaram o sistema a países membros
do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) durante o
seminário Greengov, atraindo interesses para parcerias e acordos
de cooperação.
Foto: divulgação
Foto: divulgacão Coca-Cola
Homeopatia
como
repelente
Um repelente natural contra os insetos
de plantação do guaraná da Amazônia fez
aumentar em 137% a quantidade de frutos
recolhidos de um só pé. Nos municípios de
Urucará e Maués, no Amazonas, produtores
usam um preparado homeopático com a “essência
da formiga” para afastar pregas como
Trips e afastar, sem eliminar, formigas Tachi e Taracuá que atacam até 100% das plantações, principalmente, no período de
floração. Ao notarem que nos locais onde havia formigas, a quantidade de tripes era menor, os produtores criaram uma
solução, a partir da assistência técnica da Coca-Cola Brasil para a contratação de uma empresa especializada, a Homeopatia
Brasil, e desde 2016 utilizam nas árvores. De lá para cá, foi observado uma melhora nos cachos de guaraná que usaram
a alternativa, que estão mais vistosos e dando mais resultados aos produtores. Antes do repelente, a média de colheita de
um produtor era 130g (gramas) de guaraná. Hoje o guaranazeiro saí da colheita com 4 a 5 kg (quilos).
22 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS
Movimentação
financeira
Foto: divulgação
A inclusão dos barco-hotéis no Cadastur
(Cadastro de Prestadores de Serviços
Turísticos) do Ministério do Turismo deve
impulsionar a economia nas regiões norte
e centro-oeste. É o que prevê o secretário
Nacional de Desenvolvimento e Competitividade
do Turismo do Ministério do
Turismo, Aluizer Malab, que acompanhado
pelo governador do Amazonas, Wilson
Lima e pelo presidente da Associação dos
Operadores de Barcos de Turismo, Leonardo
Leão, lançou a nova tipologia, no
início de novembro em Manaus (AM). De
acordo com Malab, a medida vai alavancar
a ocupação turística, em primeiro plano,
o comércio e também a fabricação de embarcações
de madeira, que incluem toda uma cadeia de produção. Os barco-hotéis são popularmente conhecidos no norte
e centro-oeste do país. O passeio é procurado por amantes da pesca esportiva, do ecoturismo ou também por visitantes
que buscam paz em meio à natureza. O Estado do Amazonas, por exemplo, recebe cerca de 30 mil turistas por temporada
de pesca, o que gera uma movimentação financeira estimada em mais de R$ 100 milhões.
Norma de desempenho
em canal de internet
O Grupo de Trabalho da Comissão de Estudo
de Revisão da Norma de Desempenho (Abnt/CE –
002:136.001) está realizando transmissões ao vivo
das reuniões para avaliar as propostas para revisão
da norma Abnt NBR 15575. Exibidos pelo Canal da
Cbic no youtube, os vídeos ficam disponíveis para
acesso ao final da exibição. A primeira reunião, que
ocorreu no dia 13 de novembro, teve como pautas
as propostas para revisão dos requisitos de desempenho
térmico, lumínico e acústico. As principais
alterações relacionadas ao desempenho térmico
visam a harmonização com a Abnt NBR 15220 –
parte 3 (Transmitância Térmica e Capacidade Térmica) e alinhamento com o Procel (Programa Brasileiro de Eficiência
Energética). Já quanto ao desempenho lumínico, serão revistos conceitos, requisitos e critérios de iluminação natural e a
definição dos pontos de medição em ambientes compostos. No item acústica, o objetivo é encontrar a melhor definição
do enquadramento nas zonas de ruído e propor a eliminação das medições de campo, exceto quando existirem evidentes
problemas de execução.
Imagem: reprodução
24 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS
Norma técnica para sistema
construtivo de casas com madeira
segue para consulta pública
Para a Abimci (Associação
Brasileira da Indústria de Madeira
Processada Mecanicamente), a
expectativa é de que com a publicação
da norma será possível gerar
escala de negócios para o uso da
madeira na construção civil.
A Comissão de Estudos da Abnt
(Associação Brasileira de Normas
Técnicas) que trabalhou durante
três anos no desenvolvimento
do texto para a normalização do
sistema construtivo wood frame,
construções que utilizam perfis e
painéis de madeira, aprovou por
consenso o texto que seguirá para
consulta nacional. Na avaliação
da Abimci, que acompanhou
todo o processo e tem liderado o
desenvolvimento dessa e de outras
frentes sobre o uso da madeira
na construção civil no país, é um
passo importante para que, em
breve, o modelo construtivo esteja
normalizado. Com isso, a expectativa
é aumentar o consumo per
capita de madeira no mercado
interno, principalmente, em virtude da crescente demanda habitacional brasileira.
Com a participação de muitos interessados no tema, a comissão contou com a contribuição de profissionais que se dividiram
em quatro grupos de trabalhos: materiais, projetos, execução e desempenho. O objetivo foi envolver construtores, fornecedores,
universidades, laboratórios, agente financiador, entre outros, para que todos pudessem contribuir e construir uma norma
adequada a realidade brasileira.
A partir da publicação da norma, segundo a Abimci, programas habitacionais do governo e outros agentes financeiros poderão
incluir em suas linhas de crédito essa nova opção de construção, gerando, assim, escala de negócios para os produtos de
madeira. Além dos perfis e painéis de madeira, o sistema permite o uso de madeira serrada, decks, portas, pisos, estruturas para
a cobertura, entre outros produtos.
Foto: divulgação
PRÓXIMOS PASSOS
Após o debate e consenso entre os participantes da comissão de estudos, o Projeto de Norma é submetido à consulta
nacional. Nessa etapa, realizada pela internet, qualquer interessado pode enviar comentários e sugestões, visando a aprovação
ou não do texto. Terminado o prazo da consulta, todos os comentários, que devem ter embasamento técnico, são analisados e
respondidos pela Comissão de Estudo responsável. Todos os interessados que se manifestaram durante o processo de consulta
nacional são convidados a participar de reunião, a fim de deliberar, por consenso, se este Projeto de Norma deve ser aprovado
como Documento Técnico Abnt. Com isso, o texto é homologado e publicado pela Abnt. As Normas Brasileiras em vigor ficam
disponíveis para consulta no Abnt Catálogo (www.abntcatalogo.com.br).
26 www.referenciaflorestal.com.br
Foto: REFERÊNCIA
NOTAS
Florestal semiautônoma
do Brasil
Durante a 11ª edição da Reunião de Filiadas
do Pcmaf (Programa Cooperativo sobre Mecanização
e Automação Florestal) do Ipef, realizada
nas áreas da Suzano, em Três Lagoas (MS), um
dos destaques foi a visita em campo da operação
de plantio e irrigação realizada com a
inédita plantadora semiautônoma de mudas de
eucalipto. O equipamento apresentado planta
e irriga três linhas por vez, de forma semiautônoma,
em espaçamento de plantio de 3m ou
3,5m (metros) entre linhas. O deslocamento da
plantadora é controlado por piloto automático,
utilizando os dados georeferenciados gerados
no preparo de solo. O posicionamento das mudas
é registrado por um outro sistema de alta
precisão que poderá ser adotado para as operações
florestais subsequentes.
ALTA
INDÚSTRIA TEM CRESCIMENTO EM 10
DOS 15 LOCAIS PESQUISADOS
A produção industrial teve crescimento em 10 dos
15 locais pesquisados em setembro, segundo pesquisa
divulgada recentemente, pelo Ibge (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). Dentre os locais
que apresentaram melhor desempenho estão: Bahia
(4,3%), região nordeste (3,3%) e Rio Grande do Sul
(2,9%). Completam a lista de alta no setor: Espírito
Santo (2,5%), Minas Gerais (2,4%), Pernambuco (2,3%),
Santa Catarina (2,1%), Mato Grosso (2,0%), Paraná
(1,3%) e Ceará (0,2%). Comparado com setembro de
2018, a produção industrial teve um crescimento de
1,1%, destaque para o Amazonas que apresentou alta
de 16,7% no período, seguido de Paraná (7,4%), Rio de
Janeiro (7,0%), Santa Catarina (5,2%), São Paulo (3,6%)
e Goiás (1,6%).
NOVEMBRO 2019
INCÊNDIOS NA AUSTRÁLIA SÃO
CAUSADOS DE FORMA PROPOSITAL
Parece inacreditável, mas a razão dos incêndios que
devastam a costa leste da Austrália foi um australiano
que tinha como objetivo proteger sua plantação
de maconha. Quatro pessoas morreram e 300 casas
foram destruídas pelas chamas, que devastaram mais
de um milhão de hectares nos últimos dias. De acordo
com a polícia do país, o homem de 51 anos foi acusado
de iniciar de maneira intencional os incêndios ao atear
fogo em um ponto da cidade de Ebor, em Nova Gales
do sul, em uma tentativa de proteger sua plantação de
maconha.
BAIXA
28 www.referenciaflorestal.com.br
SUSTENTABILIDADE
Foto: divulgação
Índios querem
trabalhar e
promover o próprio
SUSTENTO
Etnias do Mato Grosso conseguem liberação para plantar
soja e agora aguardam a liberação para a extração da
madeira no sistema manejo sustentável
C
ontrariados com a proibição de cultivo mecanizado
em terras indígenas, índios de três etnias solicitaram
a autorização do Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) para o plantio de soja. A permissão
veio por meio de uma medida cautelar fornecida pelo órgão
que prevê também a assinatura oficial, ainda em processo de
liberação, do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), fornecido
tanto pelo Ibama quanto pelo Ministério Público e pela
Funai (Fundação Nacional do Índio).
O plantio ocorre em Mato Grosso pelas etnias Paresi, Manoki
e Nambikwara que, atualmente, utilizam 1,7% da área
total de 1,5 milhão de hectares da reserva para a agricultura e
têm como expectativa de produtividade a superação, em média,
de mais de 60 sacas por hectare. “Nós mesmos estamos
fazendo a gestão e indo buscar a viabilidade para que a gente
possa sair da informalidade”, comemora Ronaldo Zokezomaike,
presidente da Coopihanama, cooperativa da nação Paresi, responsável
pela gestão administrativa e operacional da produção,
em entrevista ao site Canal Rural.
Segundo o coordenador de projetos da Coopihanama,
Arnaldo Zunizakaê, os indígenas estão à espera pelo licenciamento
há cerca de 6 anos, quando iniciaram as plantações. “O
órgão responsável até então não tinha dado nenhum encaminhamento
nesse sentido de regularizar a atividade”, lamenta.
De acordo com Ronaldo Zokezomaike, os projetos de
cultivo estão localizados em pontos estratégicos, longe de
nascentes, de áreas de caça e de ocorrência de frutas com o
objetivo de manter a área sem plantação preservada. “É muito
importante a sociedade saber que é um projeto sério, bem planejado,
respeitando a questão ambiental, que é o nosso maior
patrimônio”, afirma.
O plantio é realizado apenas com cultivares convencionais,
já que o cultivo de transgênicos na aldeia permanece proibido.
Apesar de a soja ser o carro-chefe da propriedade, ela vai perder
mais da metade do espaço para culturas de segunda safra,
como feijão e milho, ocupando neste ano cerca de 3.500 ha
(hectares).
De acordo o engenheiro agrônomo da aldeia, Lúcio Avelino
Ozanazokaese, o motivo é o alto custo de produção da leguminosa.
“Por ser uma soja convencional, exige muito manejo,
então estamos reduzindo 70%-80% da área em que estamos
trabalhando”, conta em entrevista recente.
TRADIÇÃO
A agricultura foi introduzida na reserva Paresi há quase
duas décadas. O faturamento anual, de quase R$ 6 milhões,
transformou a situação da aldeia, que já foi de miséria. Segundo
o coordenador de projetos, a atividade trouxe muitos
benefícios para a comunidade. “As aldeias Paresis hoje são
totalmente diferentes de muitas..os índios que moram no cerrado
Paresi são alguns dos que têm a vida mais digna”, compara
Arnaldo Zunizakaê.
O presidente da cooperativa afirma que só emprega indígenas.
“Através da agricultura, nós conseguimos suprir todas
as necessidades e carências na questão social, como alto índice
de desnutrição e alto êxodo de pessoas indígenas em busca de
trabalho lá fora”, aponta.
Agora o próximo passo é a liberação para a exploração da
floresta no sistema de manejo sustentável.
30 www.referenciaflorestal.com.br
Foto: divulgação
FRASES
Em termos gerais, o grupo de medidas
que o governo tomou até agora na
agenda econômica vem ajudando a que
tenhamos um ambiente macroeconômico
saudável. Bem expresso na taxa cambial
e na inflação, que são dois indicadores
muito importantes, talvez a gente não
tenha vivido uma situação análoga nos
últimos 40, 50 anos. Provavelmente nós
nunca estivemos em uma situação em
que as condições macroeconômicas se
aproximavam de uma favorabilidade
como a atual
Dan Ioschpe, presidente do Iedi (Instituto para Estudos do
Desenvolvimento Industrial), em entrevista à imprensa brasileira
“Diante da necessidade de obter
mais madeira, o que restava passou
a ser preservado e também se
começou a plantar árvores para
atender a essa demanda de forma
planejada (...) Os últimos 200 anos
da Europa são uma história de
florestamento”
“Não podemos vencer a luta contra
as mudanças climáticas sem parar
o desmatamento. Precisamos
plantar 4 bilhões de árvores por
ano, nos próximos 10 anos, apenas
para reverter o desmatamento que
causamos na última década”
Annemarie Bastrup-Birk, especialista em florestas da
EEA (Agência Ambiental Europeia), em entrevista à
BBC, falando como a Europa equilibrou economia e
sustentabilidade na cadeia madeireira
Maxime Renaudin, fundador e diretor da
Tree-Nation
“Identificar diferentes ações vão permitir que os Estados
amazônicos transformem o interesse global sobre o futuro
da floresta amazônica em fontes de financiamento que
possam gerar mais emprego e renda e também contribuir
para a redução do desmatamento e dos incêndios
florestais”
Virgílio Viana, superintendente
da FAS (Fundação Amazonas
Sustentável), em discurso
durante a primeira Cúpula dos
Governadores dos Estados da
Pan-Amazônia, no Vaticano
32 www.referenciaflorestal.com.br
Não permita que as
formigas cortem seu
lucro e produtividade
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O controle está em suas mãos!
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ARTIGO
Floresta Amazônica
NEGÓCIO OU RELIGIÃO
Por: Waldemar Vieira Lopes
Fotos: divulgação
Lastimável, prosperarem argumentos falaciosos implantados
na mídia do Brasil e do mundo quanto à
extinção de nossas florestas, recurso renovável abundante
no país e, guindado a uma situação de constrangimento
pelo avanço da ideologia ambientalista
como fator inibidor ao processo de desenvolvimento econômico
do país, prejudicando inclusive, a necessária e correta proteção
ao meio ambiente.
O efeito colateral é o aumento da atividade ilegal e predatória,
cujo desserviço é fomentado por uma rede de organizações
que objetivam restringir implantação de obras de infraestrutura,
perfeitamente sintonizados com agendas externas, fazendo
dessa Suposta Proteção Ambiental, fator decisório e ordenador
das atividades econômicas, agindo com o objetivo geopolítico
de inviabilizar a transformação do país em grande potência, contando
com grandes aportes financeiros e utilizando táticas de
guerra psicológica, operando com enorme desenvoltura através
da mídia, jamais no campo de batalha técnico, trazendo para
suas fileiras pessoas do meio político, artístico e intelectual,
agindo como mercadores do caos e marqueteiros de interesses
que não o do Brasil, aplaudidos no grande circo ambiental, dando
sustentabilidade a um sem números de falácias.
Cabe aos bons brasileiros contraporem inverdades implantadas
por essa corrente “neo-ambiental”, identificando quem
as alimenta financeiramente, pois esse turismo ecológico com
suas táticas de guerrilha, colocação de textos e mais textos em
jornais, propagandas na mídia televisiva e no rádio, certamente
tem custos estratosféricos.
Descompromissados com os problemas advindos dos absurdos
que encontram eco em mentes pouco analíticas, vendem
a imagem de um país sem governo, de um sistema de controle
ambiental incompetente, de um país que tem uma fábrica de
desastres ambientais e transporta-os para o mundo inteiro.
Ora Cara Pálida, empresário madeireiro algum tem como
objetivo dizimar a floresta, fonte de matéria-prima necessária à
perenidade do negócio florestal, sendo seu verdadeiro e legítimo
guardião, pois dela depende seu futuro e bem manejadas as
árvores durarão para sempre, bastando que seja reconhecido o
seu valor e sua importância como meio de vida para um mundo
em transição.
Esse país é feito por gente pacata e de boa índole, pois em
nenhum outro lugar do mundo alguém conseguiria emplacar
um discurso de engessamento de um produto reconhecidamente
renovável e de suma importância para o equilíbrio da sua
balança comercial.
Diariamente se tem acesso a pareceres contra qualquer iniciativa
de desenvolvimento, principalmente na Amazônia, erroneamente
eleita como santuário intocável, em uma visão muito
parecida com a da Índia, na adoração do boi ou da vaca.
A madeira é o material de construção mais antigo empregado
pelo homem, podendo ser obtido em grandes quantidades
já que suas reservas se renovam por si mesmas, tornando o
material permanentemente disponível, desde que explorado e
industrializado de forma racional.
A madeira é que permitirá à região amazônica a evolução a
que tem direito, o crescimento da qualidade de vida e do poder
aquisitivo do seu povo, pois não há como fazer manejo sustentado
de uma mina de ferro, de uma exploração de cimento ou
de uma jazida de petróleo, que uma vez esgotadas, esgotadas
estão e os danos ambientais estão feitos.
A sobrevivência da Amazônia é função de sua utilização
inovadora e não do seu isolamento como possibilidade de produção,
progresso e renda, com arranjos produtivos que levem
em conta o capital natural, compatibilizando o uso através de
tecnologia atualizada e visão holística, maximizando retorno e
minimizando impactos, pois é sabido que inexiste evolução com
impacto zero.
Urge melhorar a gestão dessa heterogeneidade que congre-
34 www.referenciaflorestal.com.br
Novembro 2019 35
36 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA
Luta pela
preservação
da floresta
NATIVA
Struggle to preserve
native forests
O
ano de 2019 vem sendo um dos mais emblemáticos
para o setor florestal brasileiro. Na contramão
das questões político-ideológicas que acaloraram
as discussões e em nada contribuíram
no combate sobre desmatamento e preservação das florestas,
o trabalho das instituições que defendem o manejo sustentável
se destacou de maneira importante. Entre eles está o SFB
(Serviço Florestal Brasileiro), que vem desempenhando significativo
trabalho em prol da preservação das florestas nativas,
especialmente por meio da concessão florestal. O diretor-geral
do órgão, Valdir Colatto, conversou com exclusividade com a
REFERÊNCIA FLORESTAL durante o XXV Congresso Mundial do
Iufro, realizado pela primeira vez na América Latina, que também
representou um marco para o setor florestal brasileiro.
ENTREVISTA
Valdir
Colatto
Foto: Ana Nascimento
T
he year 2019 has been one of the most emblematic
for the Brazilian Forest Sector. Contrary to
the political-ideological issues that have led to
heated discussions and contributed in no way to
combating deforestation and forest preservation, the work of
institutions that advocate sustainable management stood out.
Amongst these is the Brazilian Forest Service, which has been
doing significant work in the preservation of native forests,
mainly through the implementation of forest concessions. Valdir
Colatto, Executive Director of the Agency, spoke exclusively with
REFERÊNCIA Florestal during the 25th Iufro World Congress (International
Union of Forest Research Organizations), held for the
first time in Latin America, which also represented a milestone in
the Brazilian Forest Sector.
DATA E LOCAL DE NASCIMENTO
15 de outubro de 1949, Lagoa Vermelha (RS)
October 15, 1949, Lagoa Vermelha (RS)
ATIVIDADE/ ACTIVITY:
Diretor-geral do SFB (Serviço Florestal Brasileiro)
Executive Director of the Brazilian Forest Service
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:
Agronomia
Agronomy
38 www.referenciaflorestal.com.br
Novembro 2019 39
40 www.referenciaflorestal.com.br
PNEUS E RECAPAGENS
TRADIÇÃO E TECNOLOGIA RODAM JUNTAS
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A Codornada Florestal está
de volta em sua 13ª Edição!
O evento promove o ponto de encontro do
setor florestal, através de um jantar voltado
às empresas e profissionais do setor de base:
madeireira, florestal e de celulose.
04 E 05 DE DEZEMBR0 DE 2019
Ponte Alta do Norte - SC
1º DIA
04/12
DIA DE CAMPO
2º DIA
05/12
MANHÃ - SEMINÁRIO
TARDE - EXPOSIÇÃO DE MÁQUINAS
NOITE - JANTAR
AÇÃO SOCIAL
Natal das Crianças de Ponte Alta do Norte
Cada convidado: Doar 2 brinquedos
(uma para menino/outro para menina)
Informações: 49 9 9157.6365 I 41 9 9924.7071 /cordornadaflorestal
Apoio:
Realização:
46 www.referenciaflorestal.com.br
A FEIRA DA
INDÚSTRIA
DO EUCALIPTO
O Show Florestal MS é a nova feira florestal nacional, que
vem para impulsionar o crescimento do mercado industrial
de florestas plantadas, promover inovação e gerar negócios.
A cidade de Três Lagoas em Mato Grosso do Sul, vai receber
um novo conceito de feira em 2020, com:
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Apoio Master:
+55 (41) 9 9924-3993
+55 (41) 3049-7888
PRINCIPAL
48 www.referenciaflorestal.com.br
INOVAÇÃO,
CUSTOMIZAÇÃO
E REPOSIÇÃO
Fotos: Fabiano Mendes
Implementos florestais com fabricação nacional e peças de
reposição multimarca estão entre as apostas para 2020 por
unirem projetos personalizados e agilidade na manutenção
Innovation, customization, and spare parts
Nationally manufactured forest equipment and multi-brand spare
parts are amongst the gambles for 2020, through putting together
customized designs with agile maintenance
E
quacionar redução de tempo e produtividade nas
operações em ambientes naturais é um desafio na
cadeia produtiva da madeira. Uma oportunidade é a
fabricação nacional e a customização de máquinas e
equipamentos, bem como, a disponibilidade de peças.
A cultura de importar implementos florestais no Brasil tem se
alterado bastante nos últimos anos. As mudanças climáticas, o ritmo
de produção e as oscilações do mercado exigem respostas rápidas
da indústria da madeira. “Hoje a customização de um equipamento
feita no Brasil, desde o projeto até a entrega final, dura, em média, 60
dias. Somente uma máquina ou peça, vinda da Europa para o Brasil,
pode levar de 60 a 90 dias. Depois disso, ainda vai para adaptação.
É muito tempo para um mercado de produtos que não pode parar”,
destaca Ronaldo Fernandes, engenheiro da AIZM - AIZ Machines,
empresa integrante do Grupo AIZ.
A fabricação e customização dos equipamentos sob medida, de
acordo com as necessidades do comprador, pode aumentar a produtividade
em até 30%, conforme estudos realizados pelos fabricantes.
“Cada cliente tem uma necessidade e o resultado vai ser específico.
Mas, 90% dos clientes ressaltam que há um salto de produtividade
A
ddressing reducing time and increasing productivity
in operations in natural environments is a challenge
in the forest product chain. One opportunity is the
national manufacture and customization of machinery
and equipment, as well as making spare parts
readily available.
The culture of importing forest equipment in Brazil has changed
a lot over recent years. Climate change, the pace of production, and
market swings require quick responses from the forest product industry.
“Today, customization of a machine made in Brazil, from the
design to the final delivery, takes, on average, 60 days, maximum.
Where for a machine or part, coming from Europe to Brazil, this
can take 60 to 90 days. After that, it still needs to be adapted to
the environment where it will be used. It’s a long time for a market
where production can’t stop,” says Ronaldo Fernandes, an Engineer
at AIZM - AIZ Machines, a company that is part of the AIZ Group.
The manufacture and modification of equipment, custom-made
according to the buyer’s needs, can increase productivity by up
to 30%, according to studies conducted by manufacturers. “Each
customer has a need, and the result has to be specific. But 90% of
Novembro 2019
49
Novembro 2019 51
52 www.referenciaflorestal.com.br
Novembro 2019 53
ECONOMIA
54 www.referenciaflorestal.com.br
Bahia: uma região
promissora para
A CADEIA DA
MADEIRA
Com o quarto lugar no ranking nacional de plantações florestais,
Estado ainda não produz (e processa) a madeira plantada
suficiente para atender a demanda estadual
Fotos: Fabiano Mendes
Novembro 2019
55
ECONOMIA
C
om 657 mil hectares de plantações florestais,
com expressiva presença de plantios
de eucalipto (94% do total), a Bahia ocupa
o quarto lugar no ranking nacional do
setor e tem uma indústria de base florestal
estadual diversificada, com 636 empresas que atuam
na indústria celulose e papel, na indústria de madeira e
na indústria de material energético. O cenário positivo
ainda é insuficiente para atender todas as necessidades
da região.
“A Bahia ainda não produz (e processa) a madeira
plantada suficiente para atender a demanda do estado
e muito disso se dá pela falta de conhecimento sobre o
setor. Trabalhamos, inclusive, para a inclusão dos pequenos
e médios produtores e processadores de madeira
para uso múltiplo, visando o atendimento da demanda
por móveis, peças e partes de madeira na Bahia - hoje
atendida, na sua maior parte, por outros estados brasileiros;
além de geração de energia”, informa Wilson
Andrade, diretor executivo da Abaf (Associação Baiana
das Empresas de Base Florestal).
Para ele, é urgente o tema. Isso porque o setor tem
sido historicamente um dos principais da economia
baiana. Em 2018, o setor foi responsável por 18,4% do
total das exportações do estado. Os produtos da sua
cadeia produtiva somaram mais de US$ 1,62 bilhão nas
As empresas associadas da
Abaf estimam que, para o
período entre 2019 e 2024,
serão investidos mais de R$
2 bilhões no setor de base
florestal
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EQUIPAMENTOS O RIGOR DA
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4 e 5
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COMUNICADO
A Log Max AB, tradicional fabricante sueca de cabeçotes
florestais, reforça seu compromisso com o mercado
brasileiro através da sua operação local, a Log Max do
Brasil, desde 2018 com equipe própria de venda,
pós-venda e suporte técnico com dedicação exclusiva
para os cabeçotes Log Max.
Nosso compromisso como fábrica é desenvolver e
produzir cabeçotes simples e versáteis para aplicação em
quaisquer máquinas base, o compromisso da nossa
subsidiária brasileira é atender o mercado florestal local
com dedicação única ao cabeçote, independentemente da
marca da máquina base utilizada.
Importante destacar que, desde 2012, a Log Max AB faz
parte do grupo Komatsu Forest AB, mas a estratégia do
grupo é manter a operação daquela independente, com o
foco exclusivo na sua já consagrada linha de cabeçotes
para aplicação em máquinas base multi-marcas, havendo,
portanto, completa independência entre as marcas.
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Novembro 2019
59
ESPÉCIE
Propriedades físico-mecânicas
DA MADEIRA DE
UVA-DO-JAPÃO
Foto: divulgação
60 www.referenciaflorestal.com.br
Éverton Hillig
Universidade Estadual do Centro-Oeste, Departamento de Engenharia Florestal
Tiago Digner
Universidade Estadual do Centro-Oeste, Departamento de Engenharia Florestal
Andrea Nogueira Dias
Universidade Estadual do Centro-Oeste, Departamento de Engenharia Florestal
Novembro 2019
61
ESPÉCIE
H
ovenia dulcis Thunberg é uma espécie
nativa da China, Coréia do Norte,
Coréia do Sul e Japão, da família
Rhamnaceae, sendo popularmente
conhecida como uva-do-japão. É uma
árvore caducifólia, que normalmente atinge 10 m
(metros) a 15 m de altura e 20 cm (centímetros) a 40
cm de diâmetro a 1,30 m do solo DAP (Diâmetro de
Altura do Peito). O seu tronco normalmente é reto e
cilíndrico, podendo apresentar fuste com até 8 m de
comprimento, ramificação dicotômica, copa globosa
e ampla. Apresenta gemas dormentes, podendo ser
manejada por talhadia (Rigatto et al., 2001).
No Paraná, essa espécie encontra-se em alguns
pequenos plantios experimentais e associadas às
florestas nativas remanescentes, pois se trata de uma
espécie de fácil regeneração (Carvalho, 1994). É uma
espécie que apresenta crescimento rápido, mostrando
grande potencial para produção de matéria-prima de
madeira serrada. (Schumacher et al., 2008) avaliaram
a produção de biomassa de um plantio de H. dulcis
aos 18 anos de idade, na região de Santa Maria, RS, e
É considerada madeira de boa
resistência, medianamente
tenaz e elástica, mas pouco
durável em contato com o
solo e susceptível ao ataque
de fungos
observaram que a biomassa estimada alcançou 181,6
Mg ha-1, sendo 68,6% de madeira, 15,5% de galhos
(vivos e mortos), 11,2% de cascas e 4,7% de folhas.
Eleotério et al. (2012) avaliaram o crescimento
em diâmetro de árvores da mesma espécie na regiãode
Blumenau, SC, verificando que o valor máximo
obtido para IMA (Incremento Médio Anual) e para o
ICA (Incremento Corrente Anual) foi de 1,29 cm e1,43
cm, respectivamente, em árvores com 20 anos. De
acordo com Rigatto et al. (2001), a madeira de H.dulcis
é moderadamente pesada. Seu tronco apresenta
alburno amarelo e cerne castanho-escuro ou vermelho,
com brilho opaco a mediano. É uma madeira
que não tem cheiro, com textura fina homogênea e
grã direita, sendo fácil de trabalhar com ferramentas,
resultando em superfícies lisas e brilhantes. É considerada
madeira de boa resistência, medianamente tenaz
e elástica, mas pouco durável em contato com o solo
e susceptível ao ataque de fungos (Carvalho et al.,
2015; Tomazeli et al., 2015). Susin et al. (2014) avaliaram
a qualidade da madeira de H. dulcis submetida à
secagem ao ar e em estufa solar, sendo que a madeira
não apresentou, em quaisquer dos métodos, redução
na qualidade em função da ocorrência de defeitos.
Segundo Vivian et al. (2010), a indústria madeireira e
moveleira da região de Caxias do Sul (RS) contava com
plantios dessa espécie em pequena escala com bons
resultados. No entanto, são poucas as informações
sobre as formas adequadas de beneficiamento da madeira,
o que é indispensável para seu uso na indústria
moveleira.
Dessa forma, este trabalho teve como objetivo
avaliar as propriedades físico-mecânicas da madeira
de H.dulcis, verificando a variação que ocorre entre
árvores e ao longo do fuste. Foi também determinada
a correlação entre as propriedades mecânicas estudadas
e entre essas e a massa específica da madeira. Foram
colhidas, aleatoriamente, seis árvores de H. dulcis
em remanescentes de floresta natural no Município
de Irati (PR) (25º27’56”S e 50º37’51”W). A região está
situada a uma altitude de aproximadamente 812 m,
apresentando clima tipo Cfb (temperado) de acordo
com a classificação climática de Köppen, com verões
amenos, invernos com ocorrências de geadas severas
e frequentes, sem estação seca (Instituto Agronômico
do Paraná, 2015).
As árvores foram desdobradas em três toras de
3 m cada, marcadas sequencialmente (T1, T2 e T3).
A árvore quatro teve a terceira tora de menor comprimento,
em função de sua altura comercial menor.
De cada tora, foram desdobradas vigas de 6 cm x 6
cm x 100 cm, que foram submetidas a secagem ao ar,
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Novembro 2019
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PRÊMIO
Destaques do setor
florestal brasileiro
RECEBEM PRÊMIO
REFERÊNCIA 2019
Fotos: Rosangela Bini
PRÊMIO
2 19
64 www.referenciaflorestal.com.br
O
s principais empresários e profissionais do setor
florestal de todo o país estiveram presentes na
cerimônia do PRÊMIO REFERÊNCIA, realizada
no final do mês de outubro, em Curitiba (PR),
com assinatura da JOTA EDITORA.
Com 17 anos de tradição, a premiação é uma das mais
respeitadas do Brasil por enaltecer a atuação de empresas
do setor ao longo do ano, como forma de reconhecimento ao
trabalho e ao desenvolvimento do país, considerando também
critérios como empregabilidade, sustentabilidade, valores, cultura
organizacional, inovação, geração de renda, entre outros
quesitos.
O PRÊMIO REFERÊNCIA busca fomentar o mercado, em
toda a cadeia produtiva da madeira: nas florestas, na indústria,
na produção de celulose e de papel, na geração de biomassa e
nos produtos de madeira. Desta maneira, valoriza as empresas
e as organizações do setor que colaboram para que o mercado
brasileiro seja um dos mais desenvolvidos e promissores do
mundo. “Minha gratidão à presença de vocês que dedicaram
um tempo para estarem aqui. Há 21 anos, a REVISTA REFE-
RÊNCIA vem trazendo a informação especializada para o nosso
segmento e sinto orgulho da força da revista impressa”, ressaltou
o diretor comercial da JOTA EDITORA, Fábio Machado.
Em tempos de fake news e da dubiedade de informações
das mídias digitais, Fábio destacou a potência da mídia impressa
especializada no mundo que, cada vez mais, tem um púbico
cativo por ter a credibilidade como valor primordial. “Recentemente,
a Rock Content, maior empresa de conteúdo digital
da América Latina, lançou uma revista impressa, assim como
a Uber e Airbnb, por exemplo. Isso tem ocorrido porque, em
uma pesquisa, foi revelada a dificuldade dessas empresas em
se comunicar com empresários, diretores, investidores, CEO’s,
presidentes de empresas, etc. E esse público-alvo falou que
busca informação na revista segmentada impressa por confiar
nessa fonte de informação”, revelou.
Além da credibilidade e qualidade de conteúdo da mídia
impressa, outro ponto ressaltado pelo diretor executivo da
JOTA EDITORA, Pedro Bartoski Jr., é a comunicação direta que
as empresas passam a ter com público por meio do veículo
impresso. “Muitas vezes o setor empresarial não informa ao
seu público o que está produzindo e desenvolvendo. A revista
é uma ferramenta para as empresas e os profissionais divulgarem
e comunicarem o trabalho realizado em prol do nosso
Brasil. A gente tem orgulho de estar premiando 10 dessas empresas
que pesquisamos e descobrimos como fizeram algo de
muito importante, dentro do nosso segmento, neste ano. Mas
convido a participarem ativamente: divulguem mais as empresas,
porque credibilidade a gente tem de sobra, assim como
vocês, precisamos saber usar mais essa ferramenta”, orientou o
diretor executivo.
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PESQUISA
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Tecnologia maximiza uso
comercial da madeira
DE CORYMBIA
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Estudo inédito aborda o melhoramento para
redução exsudatos (kino) da espécie
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Novembro 2019
77
PESQUISA
Aavaliação da produção de exsudatos
(kino) trata-se de um assunto ainda
pouco abordado, porém de impacto no
setor florestal, principalmente no que
se refere ao gênero Corymbia. E esse foi
o tema da pesquisa “Melhoramento para redução de
kino em clones híbridos de Corymbia”, defendido pela
estudante de mestrado Michelle Brandão Damacena,
com orientação dos Professores Leonardo Lopes Bhering
(DBG) e Glêison dos Santos (DEF), que apresentou
projeto de tecnologia que maximiza o uso comercial
de espécies do genêro.
De acordo com o estudo, as espécies desse gênero
apresentam diversas características de interesse,
como alta densidade básica, tolerância à maioria das
pragas e patógenos que infectam as espécies do gênero
Eucalyptus. Além disso, possuem também maior
tolerância ao vento, déficit hídrico e ao distúrbio fisiológico.
Porém, as condições estressantes do meio e
lesões físicas estimulam a produção de kino.
A presença de exsudatos na madeira pode reduzir
o crescimento volumétrico e reduzir o rendimento de
celulose desses materiais genéticos durante o processo
de polpação. Para a utilização para carvão vegetal,
maiores estudos ainda precisam ser realizados sobre o
processo de carbonização de materiais genéticos que
apresentam exsudatos de forma pronunciada.
A dissertação apresentou dois capítulos, sendo
que o primeiro teve como objetivo estudar as metodologias
de avaliação da produção de kino e o segundo
selecionar clones visando produtividade e baixo
kino simultaneamente. As metodologias utilizadas no
estudo basearam-se em simular um estresse físico na
planta para estimular a produção de kino (conforme
fotos da matéria).
Segundo a pesquisadora Michelle Brandão, em
entrevista ao site da SIF (Sociedade de Investigações
Florestais), as metodologias estudadas foram eficientes
para a avaliação do kino e para diferenciação dos
clones quanto a formação de exsudatos. “A seleção
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AGENDA
AGENDA2019/2020
NOVEMBRO
2019
Imagem: reprodução
ExpoVizinhos 2019
27/11 a 1/12
Dois Vizinhos (PR)
http://expovizinhos.com.br
NOV
2019
EXPOVIZINHOS 2019
Considerada uma das maiores feiras multissetoriais do
interior do Paraná, a XII Expovizinhos (Feira Agropecuária,
Industrial e Comercial de Dois Vizinhos), reúne
as melhores empresas de agronegócios da região e
atrações musicais.
DEZEMBRO
2019
Cairo Woodshow
3 a 6
Cairo (Egito)
www.cairowoodshow.com
Simpósio Nacional de Instrumentação
Agropecuária 2019
3 a 5
São Carlos (SP)
www.cnpdia.embrapa.br/siagro
DEZEMBRO
2019
DEZ
2019
XXI ENGEMA NA USP
Realizado na Universidade de São Paulo, o Engema (Encontro
Internacional sobre Gestão Ambiental e Meio
Ambiente) é um evento anual com o objetivo de reunir
pesquisadores, docentes e alunos de pós-graduação e
alunos de graduação com projetos de iniciação científica,
profissionais de organizações públicas e privadas,
interessados em conhecer e discutir as tendências na
gestão da sustentabilidade organizacional.
Imagem: reprodução
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AGENDA2019/2020
DEZEMBRO
2019
XXI Engema na USP
4 a 6
São Paulo
www.engema.org.br
DEZEMBRO
2019
Viex - Seminário Socioambiental Eólico
06
Recife (PE)
www.viex-americas.com/eventos/
seminario-socioambiental-eolico
JANEIRO
2020
31ª Show Rural Coopavel
03 a 07
Cascavel (PR)
www.showrural.com.br
Novembro 2019
81
Foto: divulgação
ESPAÇO ABERTO
Compliance
TRABALHISTA
Por Selma Carloto,
Doutora em Direito do Trabalho, professora
e autora do livro: Compliance Trabalhista
Cultura organizacional
evita futuros gastos e
garante perenidade no meio
empresarial
O
compliance é uma cultura de adequação às normas
legais e regulamentares, que deve partir da alta administração,
é uma meta empresarial. No compliance trabalhista
devemos destacar que a adequação não é apenas
às normas legais e regulamentares, mas também às normas-princípios,
destacando-se os princípios fundamentais previstos na constituição
federal.
O compliance consiste na conformidade com a norma em geral,
legislação, regulamentos e princípios e se concretiza com a ética, idoneidade
e integridade dentro de uma empresa, os quais devem partir da
alta administração como modelo de cultura de compliance.
A empresa tem o dever de zelar pelo meio ambiente de trabalho e
seguir as normas trabalhistas, evitando-se atos discriminatórios, desrespeitos
à jornada de trabalho, assim como salários “por fora”, acidentes
de trabalho e o descumprimento de normas que tratam da proteção à
saúde e à segurança do trabalho. A empresa deve não apenas se adequar
à norma externa, adequando-se à legislação trabalhista, por exemplo,
mas também aos regulamentos internos e os códigos de ética.
O compliance é um dos principais instrumentos de governança
corporativa e a empresa deve estar em compliance possuindo um programa
de integridade com suas ferramentas, para assegurar o cumprimento
da norma, como mecanismo de prevenção de riscos, detectando
de forma preventiva atos ilícitos, além de desvios de conduta de seus
colaboradores, empregados, clientes ou fornecedores.
O compliance trabalhista tem como principais ferramentas os programas
de treinamento e palestras, o consultivo, os regulamentos empresariais
internos trabalhistas, os códigos de ética e de conduta, canais
de denúncia, política de advertências, os registros do cumprimento da
lei, inclusive relatórios e avaliações de desempenho. A Lei Geral de Proteção
de Dados traz uma nova ferramenta de compliance, o relatório de
impacto à proteção de dados pessoais.
Os canais de denúncia são de extrema importância para detectar,
tratar e eliminar práticas de assédio moral e assédio sexual na empresa,
além de agressões e discriminação. Estatísticas comprovam o alto índice
de denúncias e tratamento de assédio moral de forma preventiva, quando
existem os canais de denúncia, evitando-se a reincidência e passivos
para a empresa.
No compliance trabalhista, as empresas devem ter registros de
todos os seus atos, avaliações de desempenho dos seus funcionários e
um regulamento interno, em que serão disciplinadas todas as regras da
empresa decorrentes do seu poder empregatício regulamentar e disciplinar.
É preciso haver punições pelo descumprimento deste documento,
com o objetivo de evitar acidentes de trabalho, o descumprimento da
legislação trabalhista e de princípios, como a não discriminação, além
de práticas de assédio moral e sexual e outros atos ilícitos que tragam
prejuízos para a empresa.
Com um bom programa de compliance trabalhista, em apoio à governança
trabalhista, a empresa logrará o êxito empresarial e demonstrará
a sua adequação às normas, evitando ser penalizada administrativamente
ou no Judiciário. A empresa demonstrará que está adequada a
padrões de integridade, ética e idoneidade, além de garantir sua perenidade
no meio empresarial.
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