Fevereiro/2016 - Referência Florestal 171
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60<br />
O JOGO MUDOU<br />
Negócio florestal<br />
tem novo modelo<br />
68<br />
CENÁRIO<br />
PARA <strong>2016</strong><br />
ENTREVISTA<br />
Perspectivas são de melhora<br />
Nagi Nader, gerente florestal<br />
da Masisa do Brasil<br />
Cara nova<br />
Oregon atualiza design gráfico<br />
e amplia fixação da marca<br />
New visual<br />
Oregon update the brand<br />
to get closer to the costumer
SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES<br />
DA EDIÇÃO<br />
Agroceres ................................................................... 88<br />
CBI do Brasil ................................................................... 59<br />
34<br />
D’Antonio Equipamentos ..................................... 83<br />
Denis Cimaf ................................................................... 09<br />
50<br />
Dinagro ........................................................................... 02<br />
Exte .................................................................... 19<br />
H Fort ................................................................................ 13<br />
68<br />
Himev .............................................................................. 83<br />
J de Souza ........................................................................ 67<br />
Editorial<br />
Cartas<br />
Bastidores<br />
Coluna Ivan Tomaselli<br />
Notas<br />
Alta e Baixa<br />
Biomassa<br />
Aplicação<br />
Frases<br />
Entrevista<br />
Principal<br />
Silvicultura<br />
Evento<br />
Espécie Comercial<br />
Confraternização<br />
Mercado<br />
Especial<br />
Artigo<br />
Agenda<br />
Espaço Aberto<br />
06<br />
08<br />
10<br />
12<br />
14<br />
20<br />
22<br />
24<br />
26<br />
28<br />
34<br />
44<br />
48<br />
50<br />
54<br />
60<br />
68<br />
76<br />
84<br />
86<br />
John Deere .................................................................... 07<br />
Liebherr Brasil............................................................. 11<br />
Mill Indústrias .............................................................. 27<br />
Minusa Forest .............................................................. 05<br />
Oregon ............................................................................ 87<br />
PenzSaur ........................................................................ 47<br />
Sergomel ....................................................................... 21<br />
TMO ................................................................................. 23<br />
Vale do Tibagi ............................................................... 25<br />
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EDITORIAL<br />
Ano XVIII - Edição n.º <strong>171</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2016</strong><br />
Year XVIII - Edition n.º <strong>171</strong> - February <strong>2016</strong><br />
A primeira edição de <strong>2016</strong><br />
traz uma composição de<br />
imagens em preto e branco<br />
com destaque para a nova logo<br />
da Oregon, que acaba de ser<br />
atualizada<br />
TUDO NOVO<br />
As expectativas para esse ano tendem a melhorar e muitas empresas já estão se<br />
preparando. Como mostra a reportagem de capa desta edição, existem empresas que<br />
vão começar o ano com cara nova, ou melhor, imagem nova. É o caso da Oregon que<br />
modernizou a marca e alguns conceitos. Acompanhe como uma mudança no design<br />
vai muito além do que somente o desenho da nova logo. Para que os profissionais da<br />
área florestal, nossos leitores, estejam preparados para lidar com o ano que se inicia<br />
buscamos a opinião de especialistas de diversos Estados e traçamos um panorama<br />
do que <strong>2016</strong> reserva para a atividade. Outra reportagem, que de ceta forma complementa<br />
esta, trata da evolução do negócio florestal nos últimos dez anos e o que<br />
é preciso ter em mente para alcançar sucesso nesse novo cenário. Uma dica: fazer o<br />
mesmo que em épocas anteriores é a receita errada. Assim começamos <strong>2016</strong>, cheios<br />
de informação e certos que independentemente de fatores externos, podemos superar<br />
as dificuldades com estratégia e visão diferenciada.<br />
Ótima leitura!<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
Joseane Knop<br />
joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
JOTA EDITORA<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Rafael Macedo - Editor<br />
editor@revistareferencia.com.br<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Fabiano Mendes<br />
Bruce Cantarim, Fernanda Domingues<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Cartunista / Cartunist<br />
Francis Ortolan<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
Monica Kirchner - Coordenação<br />
Alessandra Reich<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
EVERYTHING NEW<br />
The expectations for <strong>2016</strong> are getting better. As our cover story in this issue shows there are<br />
companies that will start the year with a new face, or rather, a new image. This is the case of<br />
Oregon that modernized its brand and several concepts. Follow us as we show how a change in<br />
design goes far beyond just the design of the new logo. For the forest professionals, our readers,<br />
to be prepared to deal with the year that begins, we sought out the opinion of experts from<br />
several States and drew up a panorama of what <strong>2016</strong> reserves for the activity. Another story,<br />
that certainly complements this, deals with the evolution of the forestry business over the last<br />
10 years and what needs to be kept in mind in order to achieve success in this new scenario. A<br />
tip: doing the same thing as previously is the wrong prescription. So we begin <strong>2016</strong>, filled with<br />
information and certain that, regardless of the external factors, we can overcome all difficulties<br />
with a renewed strategy and vision.<br />
Pleasant reading!<br />
06 www.referenciaflorestal.com.br<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
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A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
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O JOGO MUDOU.<br />
MAS VOCÊ<br />
ESCREVEU<br />
AS REGRAS.<br />
Projetados a partir de sugestões de nossos clientes,<br />
a John Deere desenvolveu os mais resistentes e mais<br />
produtivos equipamentos que já oferecemos ao mercado:<br />
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CARTAS<br />
EXPECTATIVA<br />
Capa da Edição 170 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de dezembro de 2015<br />
Por Marco Antônio Castro - Três Lagoas (MS)<br />
CONTATO<br />
Por Luciana Mazzonetto -<br />
Riqueza (SC)<br />
Há algum tempo estamos<br />
assinando a REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL, ficamos muito<br />
satisfeitos com a reportagem<br />
sobre os clones de eucalipto.<br />
Temos interesse de saber mais sobre o assunto. Se<br />
possível gostaríamos que nos passasse o contato desse<br />
pessoal.<br />
Resposta<br />
Ficamos satisfeitos que podemos contribuir com<br />
informações úteis ao negócio florestal. Atendendo a seu<br />
pedido enviamos por e-mail os contatos da ArborGen<br />
Brasil, empresa que forneceu os dados para a produção<br />
da reportagem de capa da edição de novembro de 2015.<br />
Imagem: reprodução<br />
Olá pessoal da REFERÊNCIA FLORESTAL, poderiam fazer<br />
uma reportagem sobre as perspectivas para <strong>2016</strong>. Acho<br />
que seria interessante ter uma ideia do que o ano deve<br />
trazer.<br />
Resposta<br />
Boa sugestão Marco. Inclusive preparamos para a primeira<br />
edição do ano uma reportagem abordando exatamente<br />
este tema. Veja o que os empresários disseram na matéria:<br />
Colocando a casa em ordem.<br />
SILVICULTURA<br />
Por Carla Kiatkowski - Rio Negrinho (SC)<br />
Imagem: reprodução<br />
MECANIZAÇÃO<br />
Por Adelino Cardoso da<br />
Silva - Sinop (MT)<br />
Gosto muito dos assuntos<br />
que envolvem máquinas<br />
para colheita florestal. A<br />
tecnologia melhora a cada<br />
dia e é importante ficar<br />
atualizado.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Sou engenheira florestal e fico muito atenta nas<br />
oportunidades nas áreas de plantio florestal. Por isso<br />
acompanho todas as edições da REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
Parabéns a todos.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
E-mails, críticas e<br />
sugestões podem ser<br />
enviados para redação<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista do<br />
Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />
produzida pelo veículo.<br />
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desenvolver o Melhor continuamente.<br />
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+55 19 3802.2742<br />
DENISCIMAF.com
BASTIDORES<br />
CHARGE<br />
Charge: Francis Ortolan<br />
REVISTA<br />
QUE VENHA <strong>2016</strong><br />
A REFERÊNCIA FLORESTAL esteve<br />
presente da festa que marcou o<br />
encerramento do ano para o setor<br />
florestal em 2015, organizada por<br />
Fabio Calomeno, diretor da NP<br />
Transportes e Biomassa, em Ponte<br />
Alta do Norte (SC). O evento, que<br />
cresce a cada ano, foi prestigiado<br />
por mais de 500 pessoas.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Na foto, o diretor comercial<br />
Fábio Machado e a diretora<br />
de negócios do GRUPO JOTA,<br />
Joseane Knop, acompanham<br />
o anfitrião da festa Fabio<br />
Calomeno<br />
Na imagem, Fábio José<br />
Bachiega, diretor da<br />
Carrocerias Bachiega e Adir<br />
Sonego, consultor de vendas<br />
da Hbmax também marcaram<br />
presença na festa<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
10<br />
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Viva o Progresso.<br />
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COLUNA<br />
PERSPECTIVAS <strong>2016</strong> PARA<br />
O SETOR FLORESTAL<br />
Foto: divulgação<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
A boa notícia é que economia mundial deverá apresentar maior<br />
crescimento em <strong>2016</strong>, embora deva ocorrer uma desaceleração na China<br />
12<br />
www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
FALTA<br />
MOTIVAÇÃO<br />
Foto: divulgação<br />
O prazo para que os produtores rurais façam<br />
o CAR (Cadastro Ambiental Rural) termina<br />
no dia 5 de maio e, até lá, 146,6 milhões<br />
ha (hectares) de área rural ainda precisam ser<br />
cadastrados. O último boletim divulgado pelo<br />
SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro), com dados<br />
até 30 de dezembro de 2015, mostra que<br />
258 milhões ha já foram registrados no Sicar<br />
(Sistema Nacional de CAR), que representa<br />
64,86% da área passível de cadastro. Segundo<br />
o diretor do SFB, Raimundo Deusdará, não há<br />
perspectiva de mais prazo para o cadastro. “Não há nenhuma sinalização, nem é do entendimento técnico que deva haver<br />
prorrogação de prazo”, afirmou. O CAR foi regulamentado em maio de 2014 e, um ano depois, o prazo para cadastro<br />
das terras foi prorrogado para maio de <strong>2016</strong>, quando 52,8% da área tinham sido cadastrados. Segundo a diretora de Políticas<br />
Públicas do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), integrante do Observatório do Código <strong>Florestal</strong>,<br />
Andrea Azevedo, a falta de regras claras e de regulamentação dos PRA (Programas de Regularização Ambiental) por parte<br />
dos Estados é um dos fatores que desestimulam o cadastramento. “O PRA mostra como as pessoas que têm passivo<br />
florestal vão se adequar, se vão poder compensar, como serão a regras de regularização. Então, se sou um produtor que<br />
tem passivo, a primeira coisa que quero saber para entrar no CAR são as regras de recuperação e isso são pouquíssimos<br />
Estados que têm publicado e discutido com a sociedade, inclusive”, disse ela.<br />
TÉCNICO EM AGRONEGÓCIO<br />
Estão abertas as inscrições para o<br />
novo processo seletivo para o Curso<br />
Técnico em Agronegócio da Rede e-Tec<br />
Brasil no Senar (Serviço Nacional de<br />
Aprendizagem Rural). O edital está disponível<br />
no portal http://etec.senar.org.<br />
br/, no qual os interessados poderão se<br />
inscrever até o dia 15 de fevereiro. Esta<br />
é a terceira seleção realizada pela Rede<br />
e-Tec Brasil no Senar, desde o lançamento<br />
do Curso Técnico em Agronegócio em novembro de 2014. De lá pra cá, a rede, iniciada com 20 polos de apoio implantados<br />
em nove Estados, quase triplicou. Agora já conta com 58 polos espalhados por 19 Estados, onde serão oferecidas mais de<br />
2.500 vagas. Inteiramente gratuito e na modalidade semipresencial, o curso disponibiliza 80% das suas 1.230 horas/aula<br />
via web. O restante da carga horária é reservado a aulas presenciais nos polos de apoio e visitas técnicas a propriedades<br />
rurais e agroindústrias, para que os alunos possam colocar em prática os novos conhecimentos.<br />
Foto: divulgação<br />
14<br />
www.referenciaflorestal.com.br
SEM<br />
POLUIÇÃO<br />
Imagem: divulgação<br />
Algumas localidades da China estão<br />
querendo combater a poluição plantando<br />
árvores. A Província de Shaanxi, vai<br />
aumentar a cobertura de floresta em<br />
866.667 ha (hectares) e irá implantar<br />
três aglomerações florestais urbanas<br />
para melhorar o ambiente natural da<br />
região. As novas florestas expandirão<br />
a cobertura florestal da província para<br />
1,33 milhão de ha nos próximos cinco<br />
anos. De acordo com o departamento<br />
de silvicultura, foi estabelecido um plano<br />
para que nos próximos dez anos as<br />
florestas representem 70% do total na província, em comparação com os atuais 45,6%. A localidade possui mais de 40<br />
mil habitantes e área de 205 mil m² (metros quadrados).<br />
ESPECIALIZAÇÃO<br />
Tem início no dia 21 de abril o MBA em Gestão <strong>Florestal</strong><br />
oferecido pela Ufpr (Universidade Federal do Paraná). O curso<br />
tem modalidade de ensino à distância com duração de 18<br />
meses. São realizados encontros presenciais com datas pré-<br />
-determinadas à escolha do aluno, que podem ser realizados<br />
em Curitiba (PR) ou locais especiais que facilitem a imersão<br />
nos conteúdos a serem abordados. As disciplinas encampam<br />
marketing, gestão de produtos florestais e não madeireiros,<br />
modelos matemáticos, formas de manejo, sistemas de colheita,<br />
legislação e outros temas ligados ao gerenciamento<br />
do negócio florestal. Os corpo docente é composto por 12<br />
doutores e pós-doutores. A mensalidade do curso será de R$<br />
480. As inscrições podem ser feitas pelo site www.ufpr.pecca.<br />
com.br/mba-em-gestao-florestal.<br />
Foto: Fabio Ortolan<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
15
NOTAS<br />
ENERGIA E<br />
BIOMASSA<br />
Imagem: reprodução<br />
Para apresentar soluções para o mercado<br />
industrial madeireiro nasceu o Encontro<br />
Brasileiro de Energia da Madeira. O evento<br />
fará parte da SIM (Semana Internacional da<br />
Madeira) e será realizado nas manhãs dos dias<br />
10 e 11 de março, em Curitiba (PR). O Panorama<br />
Energético Brasileiro, será apresentado<br />
pelo diretor da WeSee, César Sá. “O objetivo<br />
da minha palestra é situar as perspectivas de<br />
exploração da madeira como fonte de energia<br />
para os próximos anos”, detalha. O Encontro<br />
Brasileiro de Energia da Madeira será dividido em quatro blocos de assuntos: Energia Elétrica da Madeira, Biomassa <strong>Florestal</strong>,<br />
Produtos para Geração de Energia da Madeira e Transformação de Energia da Madeira na Indústria. A programação completa<br />
pode ser conferida pelo site www.energiadamadeira.com.br.<br />
COMISSÃO<br />
ALTERA CÓDIGO<br />
FLORESTAL<br />
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento<br />
Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto<br />
de Lei 350/15, do deputado Sarney Filho (PV-MA), que<br />
altera o novo Código <strong>Florestal</strong> com o objetivo de proteger<br />
as nascentes intermitentes. O projeto altera o conceito de<br />
nascente contido no código para: afloramento natural do<br />
lençol freático, ainda que intermitente, que dá início a um<br />
curso d’água. “A lei vigente efetivamente protege, para o<br />
caso das nascentes, aquelas que não sejam intermitentes,<br />
mas as nascentes intermitentes precisam mais ainda de<br />
proteção, por toda sua fragilidade e importância biológica”,<br />
explica Sarney Filho. Além disso, o projeto altera o conceito<br />
de APP (Área de Preservação Permanente), para “as faixas<br />
marginais de qualquer curso d’água natural, perene ou<br />
intermitente, desde o seu nível mais alto da cheia do rio”.<br />
O conceito anterior excluía os efêmeros.<br />
Foto: arquivo<br />
16<br />
www.referenciaflorestal.com.br
ACRE VAI<br />
PLANTAR MAIS<br />
FLORESTAS<br />
Foto: divulgação<br />
A Seaprof (Secretaria de Extensão Agroflorestal<br />
e Produção Familiar do Estado do Acre) reuniu<br />
os principais parceiros do programa Florestas<br />
Plantadas para discutir as ações que serão desenvolvidas<br />
durante ao ano de <strong>2016</strong>. Os principais<br />
parceiros na execução do programa são a Cooperacre<br />
e os viveiristas, responsáveis pelo cultivo das<br />
mudas que chegam aos produtores rurais. O programa<br />
tem como objetivos fornecer matéria-prima para as indústrias de beneficiamento de látex e borracha no Estado<br />
e garantir o reflorestamento de áreas degradadas. Durante a reunião, os viveiristas receberam o anúncio da publicação<br />
de um edital de 120 mil mudas. Ademir Batista, coordenador do programa na Seaprof, garante que o sucesso do programa<br />
é fruto do entendimento de todos os parceiros. “Esperamos que em <strong>2016</strong> o programa seja ainda melhor”, enfatiza.<br />
CONSUMIDOR<br />
CADASTRADO<br />
A Semace (Superintendência Estadual do Meio<br />
Ambiente do Ceará), passou a disponibilizar um<br />
novo Cadastro de Consumidor de Matéria-Prima.<br />
De acordo com a autarquia, o procedimento irá<br />
otimizar o cadastro estadual de consumidores de<br />
matéria-prima de origem florestal, facilitando a obtenção de informações referentes aos recursos florestais do Estado. Com a<br />
ferramenta, o empreendedor deverá acessar o site http://natuur.semace.ce.gov.br/, informar os dados cadastrais, preencher<br />
os espaços destinado às informações sobre o consumidor florestal, e em seguida imprimir o DAE (Documento de Arrecadação<br />
Estadual). Após o pagamento do valor inscrito na guia, o sistema está apto para gerar o certificado ao interessado.<br />
Imagem: divulgação<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
17
NOTAS<br />
RIO CRIA<br />
FLORESTA<br />
ESTADUAL<br />
Foto: divulgação<br />
O Rio de Janeiro acaba de constituir<br />
sua primeira Floresta Estadual, que leva o<br />
nome de José Zago. A unidade fica na área<br />
hoje chamada Horto <strong>Florestal</strong> de Trajano de<br />
Moraes, no município de mesmo nome, na<br />
Região Serrana do Estado. A intenção é ampliar<br />
as atividades que já ocorrem no Horto<br />
<strong>Florestal</strong> - conservação da biodiversidade,<br />
restauração florestal, produção de mudas,<br />
pesquisa científica, educação ambiental e<br />
lazer - e iniciar o manejo florestal sustentável,<br />
a exploração do potencial da área como<br />
unidade produtora de sementes de espécies<br />
florestais nativas e o desenvolvimento do<br />
turismo. A área de 29,18 ha (hectares) será<br />
administrada pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e o Plano de Manejo da unidade deve ser elaborado em até dois anos.<br />
CURSOS<br />
SOBRE FSC<br />
Para proporcionar melhor conhecimento do sistema<br />
FSC, o orgão no Brasil lançou o programa de cursos abertos<br />
ao público. Cada participante se inscreve individualmente,<br />
e in company, no qual empresas ou organizações podem<br />
escolher a data e o tema de interesse, com conteúdos mais<br />
específicos ou adaptados ao seu público. As inscrições<br />
para os cursos abertos que serão realizados em <strong>2016</strong> já<br />
estão disponíveis. Nos dias 19 e 20 de maio será realizada<br />
a “Introdução à certificação florestal FSC: normas, governança<br />
e oportunidades” e nos dias 8 e 9 de novembro o<br />
curso aborda a prevenção de conflitos via engajamento,<br />
diálogo e mediação, ambos em em São Paulo (SP). Os interessados podem acessar o site https://br.fsc.org/pt-br.<br />
Imagem: reprodução<br />
18<br />
www.referenciaflorestal.com.br
ALTA E BAIXA<br />
ALTA<br />
BAIXA<br />
20<br />
www.referenciaflorestal.com.br
BIOMASSA<br />
MERCADO DE PELLET<br />
DOBRARÁ ATÉ 2020<br />
Foto: divulgação<br />
A<br />
empresa Zion Research apresentou um novo estudo:<br />
Mercado Global de pellets de biomassa. De acordo<br />
com o relatório, o setor de pellets no mundo, movimentou<br />
algo em torno de U$ 4,5 bilhões em 2014, com previsão<br />
de chegar a US$ 8,34 bilhões em 2020, crescendo em<br />
média de 10,9% entre 2015 e 2020. Hoje no mercado mundial<br />
de pellets duas aplicações se destacam: o uso na indústria e no<br />
segmento residencial, que deve crescer muito nos próximos<br />
anos. Em países europeus o uso do combustível já faz parte da<br />
cultura da população. Como produtor, o Brasil tem um grande<br />
potencial, principalmente entrando no rico e promissor mercado<br />
internacional, com foco em países da Ásia e América do<br />
Norte, além da Europa.<br />
EUCALIPTO<br />
PARA ENERGIA<br />
E<br />
m 2014 foi inaugurada a primeira planta de cogeração<br />
de energia a vapor a partir da queima de<br />
biomassa de eucalipto, no Complexo Industrial de<br />
Aratu, em Candeias (BA). Este projeto, pioneiro no setor<br />
petroquímico e o primeiro da ERB (Energias Renováveis<br />
do Brasil) em parceria com a TGM, está em funcionamento<br />
e abastece a maior unidade da Dow, com energia limpa,<br />
substituindo parte do gás natural que abastece a empresa.<br />
Os resultados já puderam ser contabilizados. A companhia<br />
substituiu 150 mil m³ (metros cúbicos) diários de gás natural,<br />
reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. A unidade<br />
tem capacidade para produção anual de 1,08 milhão<br />
de t (toneladas) de vapor industrial e 108 mil MWh (megawatts/hora)<br />
de energia elétrica. O investimento de aproximadamente<br />
R$ 265 milhões é responsável pela geração<br />
de 1,3 mil empregos diretos e 3,4 mil indiretos, nas áreas<br />
industrial e florestal. Este projeto proporcionará ainda a cogeração<br />
de 12 MW de energia, que será comercializada por<br />
meio da rede elétrica da Bahia. Essa quantidade é suficiente<br />
para suprir o consumo mensal de 56 mil casas.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
22<br />
www.referenciaflorestal.com.br
APLICAÇÃO<br />
IRRIGAÇÃO<br />
SOB MEDIDA<br />
A<br />
tecnologia, aliada ao trabalho<br />
e conhecimento<br />
técnico dos estudantes e<br />
mestres da Universidade de São Carlos,<br />
resultaram no desenvolvimento<br />
de um aplicativo que permite reduzir,<br />
drasticamente, a quantidade de<br />
água usada para irrigar o solo. Além<br />
de evitar o desperdício do recurso<br />
natural, o aplicativo também colabora<br />
para a diminuição de gastos com<br />
a energia e fertilizantes. O Sistema Sencer consiste em uma haste integrada com sensores (sonda), que permite medir<br />
simultaneamente a temperatura e a umidade do solo em até três níveis de profundidade; um módulo de transmissão de<br />
dados wireless e um módulo concentrador de dados (central de recepção). O software do sistema trata os dados coletados<br />
do solo e os agrega a outras informações como previsão do tempo, índices pluviométricos, temperatura e umidade relativa<br />
do ar para municiar o irrigante com informações sobre as características do solo. A informação coletada é enviada para<br />
uma central. “ Dos pontos de leitura (módulo de transmissão) até as centrais (módulo de recepção) os dados são enviados<br />
via rádio frequência e o alcance pode ser de até seis km (quilômetros). O módulo de recepção está ligado ao roteador no<br />
escritório e enviará os dados recebidos para internet.<br />
Foto: divulgação<br />
OLHOS NO CÉU<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
A<br />
fiscalização nas áreas concedidas pela<br />
União para o manejo florestal sustentável<br />
em áreas controladas pelo governo federal<br />
terá, a partir deste ano, o reforço de drones ou<br />
Vants (Veículos Aéreos Não Tripulados). O monitoramento<br />
será adotado pelo SFB (Serviço <strong>Florestal</strong><br />
Brasileiro). Segundo o gerente de monitoramento<br />
do SFB, José Humberto Chaves, os drones vão acelerar<br />
o sistema de rastreamento da madeira legal e<br />
reduzir o custo representado hoje pela ida da equipe<br />
técnica às seis áreas de concessão. “O concessionário<br />
é obrigado a informar toda a produção no<br />
nosso sistema de fiscalização e a gente vai a campo<br />
para checar essa informação. Nós realizamos alguns<br />
estudos utilizando drones e isso nos permitiu quantificar, por exemplo, 25 mil m³ (metros cúbicos) de madeira,<br />
que corresponde a cerca de 700 carretas carregadas, no prazo de poucas horas. Se a gente fosse medir essa quantidade<br />
de madeira em campo, nós gastaríamos fatalmente duas semanas utilizando seis pessoas”, afirma. A estimativa<br />
do SFB é de que até 2022 o total de área concedida atinja sete milhões de ha (hectares), com produção de quatro<br />
milhões de m³ de madeira.<br />
24<br />
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VENDA DE<br />
®<br />
PICADORES<br />
SEMINOVOS<br />
Marca – Vermeer<br />
Modelo – WC 2300<br />
Ano - 2103<br />
Tambem produz Micro- Chip<br />
Marca – Doppstadt<br />
Origem – Alemanha<br />
Modelo – DH 810<br />
Ano – 2013<br />
DADOS TÉCNICOS<br />
- Peso: 14.832 Kg<br />
- Altura: 3.300 mm<br />
- Largura: 2.500 mm<br />
- Comprimento: 9100 mm<br />
- Diâmetro do rotor: 914 mm<br />
- Largura do rotor: 864 mm<br />
- Motor – CAT C-13 – 440 HP 6 cilindros<br />
DADOS TÉCNICOS<br />
- Peso: 19.000 Kg<br />
- Altura: 3.680 mm<br />
- Largura: 2.500 mm<br />
- Comprimento: 7.950 mm<br />
- Diâmetro do rotor: 1.000 mm<br />
- Largura do rotor: 850 mm<br />
- Motor MB de 490 HP<br />
Consulte outras máquinas:<br />
Rua Candói, s/n | Distrito Industrial<br />
Telêmaco Borba | PR<br />
Fone: (42) 3271 7700 | (42) 9921 7708
FRASES<br />
A Kátia Abreu,<br />
que foi a maior<br />
líder rural do<br />
país, não é a<br />
mesma Kátia<br />
Abreu ministra.<br />
Ela não defende<br />
mais as mesmas<br />
lutas. Parece<br />
que esqueceu as<br />
bandeiras que ela<br />
defendia<br />
O deputado Nilson Leitão (PSDB-<br />
MT) sobre a falta de interlocução da<br />
bancada ruralista com a ministra da<br />
Agricultura<br />
Ser parte de uma grande rede internacional<br />
e de parceiros e ter em seu DNA os componentes<br />
sociais, ambientais e econômicos, faz o trabalho<br />
no FSC ganhar uma dimensão de grande energia<br />
e incontáveis possibilidades de alcance.<br />
Espero corresponder às expectativas em<br />
mim depositadas<br />
Aline Tristão, nova diretora executiva FSC Brasil ao assumir o cargo<br />
O Brasil conseguiu reduzir o desmatamento<br />
enquanto aumentava sua atividade agrícola em<br />
anos anteriores<br />
Ben Phalan, professor do Departamento de Zoologia da Universidade de<br />
Cambridge e coautor do levantamento que mostra medidas para garantir<br />
ganhos para os agricultores e manter a floresta em pé<br />
A tecnologia é a melhor amiga da<br />
preservação<br />
Biólogo Fernando Reinach, sócio do fundo Pitanga, voltado para<br />
negócios inovadores<br />
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil<br />
O Estado vai usar os recursos de quem<br />
precisa compensar o meio ambiente para<br />
remunerar quem conserva<br />
Coordenadora de Biodiversidade e Florestas da Sema (Secretaria Estadual do<br />
Meio Ambiente) do Paraná, Sueli Ota, sobre resolução que estabelece normas<br />
para os projetos de Pagamentos Por Serviços Ambientais às Rppns (Reserva<br />
Particular do Patrimônio Natura)<br />
26<br />
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ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Nagi Paulo Nader<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
Canoinhas (SC) no dia 24 de fevereiro de 1972<br />
February 24, 1972, Canoinhas (SC)<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Gerente <strong>Florestal</strong> da Masisa do Brasil<br />
Forest Manager at Masisa do Brasil<br />
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />
Engenharia <strong>Florestal</strong> com MBA em Gestão Empresarial pela FGV<br />
Forest Engineering, and MBA from FGV<br />
De olho no futuro<br />
28<br />
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<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
29
ENTREVISTA<br />
“A divisão florestal da Masisa contribuiu com bastante<br />
força com o resultado financeiro da empresa,<br />
principalmente pela alavancagem de vendas de toras<br />
ao mercado, além do abastecimento da planta”<br />
30<br />
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“Até 2020 a madeira oriunda dos projetos de<br />
parceria florestal terá maior participação no<br />
fluxo de abastecimento de nossas indústrias”<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
31
ENTREVISTA<br />
“Um dos fatores que poderia alavancar nosso<br />
crescimento seria a facilidade de acesso ao crédito e<br />
juros menores”<br />
32<br />
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COMUNICAÇÃO<br />
REVISTAS<br />
VÍDEO<br />
WEBSITES<br />
MARKETING<br />
TV<br />
PRODUÇÕES<br />
INTERNET<br />
EVENTOS<br />
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PRINCIPAL<br />
SOLID<br />
VALUES<br />
WITH A NEW<br />
LOOK<br />
THE MANUFACTURER OF FOREST<br />
HARVESTING PRODUCTS, OREGON,<br />
UPDATES ITS IMAGE TO CLEARLY<br />
CONVEY THE COMPANY’S VALUES<br />
AND TO STAND OUT IN THE SEA OF<br />
SECTOR ADVERTISING<br />
A FABRICANTE DE PRODUTOS<br />
PARA COLHEITA FLORESTAL<br />
OREGON ATUALIZA A IMAGEM<br />
PARA TRANSMITIR COM CLAREZA<br />
OS VALORES DA EMPRESA E<br />
SE DESTACAR NO MAR DE<br />
PUBLICIDADE DO SETOR<br />
Fotos: divulgação<br />
34<br />
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<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
35
PRINCIPAL<br />
O<br />
conceito de imagem é bastante amplo. Pode<br />
ser definido como a maneira com que nos<br />
mostramos ao mundo. Mas existe aí um<br />
porém, porque também é a forma com que o mundo<br />
nos vê. Em muitas situações as duas visões não batem.<br />
Se para a vida pessoal essa informação tem que<br />
ser precisa, o mesmo se aplica para as empresas que<br />
comunicam seus valores, o item mais importante para<br />
qualquer companhia sólida. Observando que poderia<br />
melhorar a mensagem que transmite aos consumidores,<br />
a Oregon resolveu dar uma repaginada no visual.<br />
Mas não se restringiu somente a mudar a cor da logo<br />
ou melhorar o design de um anúncio. Por meio de um<br />
extenso trabalho o objetivo foi se aproximar ainda mais<br />
do cliente e facilitar o entendimento da história e valores<br />
da empresa para quem ainda não a conhece, ou<br />
seja, deixar nítido que os produtos são fabricados para<br />
serem a ferramenta do sucesso de quem os compra.<br />
A concorrência internacional, em especial no setor<br />
de máquinas e equipamentos para o setor florestal, é<br />
brutal. Mais do que produzir os equipamentos, as empresas<br />
investem pesado na comunicação. Por isso os<br />
clientes são bombardeados com publicidade e mensagens<br />
de todos os lados. Então se por um lado aquele<br />
velho bordão do saudoso Chacrinha, ícone da TV brasileira<br />
dos anos 50 aos 80, “quem não se comunica se<br />
trumbica” ainda vale, do outro comunicação de mais<br />
confunde. Isso motivou a Oregon a investir em um<br />
processo que diferenciasse a marca e transmitisse de<br />
forma direta os valores da empresa. “A atualização da<br />
marca Oregon faz parte da renovação do nosso compromisso<br />
com as diretrizes que nos trouxeram sucesso<br />
em mais de 70 anos de história, que é o foco nos clientes<br />
e a liderança na produção de produtos inovadores.<br />
Acreditamos que um marketing mais forte e a transmissão<br />
desses valores nos ajudará a manter e ampliar<br />
nossa posição de líderes nos mercados globais”, explica<br />
Bob Engel, diretor global de marketing da divisão florestal<br />
e jardinagem.<br />
T<br />
he concept of image is quite broad. It can be<br />
the way to show off a company to the world.<br />
But there is a catch, because it is also the way<br />
the world sees the company. In many situations the two<br />
visions aren’t the same. In personal life that information<br />
has to be accurate, the same applies to companies<br />
because it communicates values, the most important<br />
item of any company. Noting that by it can improve the<br />
message conveyed to consumers, Oregon decided to deliver<br />
a remodeled visual. But it was not just restricted<br />
to changing the color of the logo or improving the design<br />
of an advertisement. Through extensive reworking,<br />
the goal was to approach the customer and further facilitate<br />
the understanding of the Company’s history for<br />
those who are not yet familiar with the corporation, that<br />
is, make it clear that the products are constructed to be<br />
a tool for the success of those who buy them.<br />
International competition, especially in the forest<br />
machinery and equipment sector, is brutal. More than<br />
just producing equipment, companies are investing<br />
heavily in communication. That is why customers are being<br />
bombarded with advertising and messages from all<br />
sides. So if on one side that old catchphrase of the late<br />
Brazilian TV icon of 50’s, 60’s, 70’s and 80’s, Chacrinha,<br />
“those who don’t communicate only harm themselves”<br />
still holds true, on the other side so does confused communication<br />
cause harm. This prompted Oregon to invest<br />
in a process that differentiates the brand and clearly<br />
conveys the Company’s values. “The modernization of<br />
the Oregon brand is part of a renewal of our commitment<br />
to priorities that has meant success for over more<br />
than 70 years, that is, the focus on customers and leadership<br />
in innovative products. We believe that a stronger<br />
marketing program transmits these values and will<br />
help us maintain and expand our leadership position in<br />
global markets,” explains Bob Engel, Global Marketing<br />
Director for the Forestry, Lawn and Gardening Division.<br />
The work started in 2014, through extensive research<br />
being carried out in more than 50 locations in seven<br />
36<br />
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NTES<br />
“ANTES MOSTRÁVAMOS QUÃO BONS ERAM NOSSOS PRODUTOS, AGORA<br />
QUEREMOS MOSTRAR QUÃO MELHORES OS USUÁRIOS SE SENTIRÃO<br />
UTILIZANDO NOSSOS PRODUTOS”<br />
JONAS PROENÇA,<br />
GERENTE DE VENDAS E MARKETING<br />
DA AMÉRICA LATINA<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
37
ARCA<br />
PRINCIPAL<br />
“A ATUALIZAÇÃO DA MARCA OREGON FAZ PARTE DA RENOVAÇÃO DO<br />
NOSSO COMPROMISSO COM AS DIRETRIZES QUE NOS TROUXERAM<br />
SUCESSO EM MAIS DE 70 ANOS DE HISTÓRIA, QUE É O FOCO NOS<br />
CLIENTES E A LIDERANÇA NA PRODUÇÃO DE PRODUTOS INOVADORES”<br />
BOB ENGEL,<br />
DIRETOR GLOBAL DE MARKETING DA<br />
DIVISÃO FLORESTAL E JARDINAGEM<br />
38<br />
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<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
39
PRINCIPAL<br />
40<br />
www.referenciaflorestal.com.br
OREG<br />
N<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
41
PRINCIPAL<br />
42<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
ER CEPÇÃO<br />
“A PRIMEIRA VANTAGEM SERÁ A PERCEPÇÃO DE QUE A OREGON ESTÁ<br />
MAIS PRÓXIMA DO USUÁRIO E DE QUE CONTINUAMOS NA VANGUARDA<br />
NA BUSCA POR INOVAÇÕES E ADAPTAÇÕES EM UM MERCADO TÃO<br />
DINÂMICO E EXIGENTE”<br />
JONAS PROENÇA,<br />
GERENTE DE VENDAS E MARKETING<br />
DA AMÉRICA LATINA
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
43
SILVICULTURA<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
CAMPANHA CONTRA A<br />
LAGARTA PARDA<br />
ENTIDADES BAIANAS LANÇARAM DUAS AÇÕES PARA EVITAR<br />
A AMEAÇA A PLANTIOS DE EUCALIPTO NA REGIÃO. ALÉM DA<br />
BAHIA, A PRAGA JÁ FOI REGISTRADA EM MAIS 13 ESTADOS<br />
44<br />
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<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
45
SILVICULTURA<br />
Foto: divulgação<br />
46<br />
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Foto: REFERÊNCIA<br />
PARA LEITURA E DOWNLOAD:<br />
HTTP://ISSUU.COM/ABAF_2014 E<br />
NO SITE DA ABAF (WWW.ABAF.ORG.BR)<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
47
EVENTO<br />
PORTAS<br />
ABERTAS<br />
VERMEER PREPARA UM VERDADEIRO<br />
SHOW NA SEDE DA EMPRESA PARA<br />
RECEBER CLIENTES E PROFISSIONAIS<br />
DE DIVERSOS SETORES PARA<br />
MOSTRAR EQUIPAMENTOS<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
E<br />
m março a cidade de Valinhos (SP) vai receber<br />
um evento inédito no Brasil. Os principais temas<br />
da linha de atuação da Vermeer Brasil serão discutidos<br />
e apresentados por especialistas de cada setor.<br />
Será o Mundo Vermeer, marcado para os dias 10 e 11<br />
de março, na sede da empresa. O workshop de dois dias<br />
trará, nesta terceira edição, uma proposta diferente dos<br />
anos anteriores. Antes os eventos focaram apenas em<br />
tecnologia de infraestrutura. Agora serão apresentadas<br />
todas as soluções, nos diferentes nichos de mercado que<br />
a Vermeer atua, entre eles a produção de biomassa que<br />
pode servir de combustível.<br />
“Nossa intenção é colocar prestadores de serviços e<br />
seus potenciais clientes no mesmo lugar, ou seja, oferta<br />
e demanda. Teremos oportunidade de debater temas<br />
específicos e sobre como algumas empresas estão tendo<br />
sucesso, mesmo com o atual momento da economia.<br />
A ideia é apresentar quais as práticas implantadas que<br />
deram certo. De forma geral, o intuito do evento não é<br />
darmos palestras sobre nossos equipamentos, mas sim<br />
promover o encontro de pessoas que estão envolvidas<br />
48<br />
www.referenciaflorestal.com.br
com o mercado e que tenham conhecimento sobre o<br />
que vai acontecer nos próximos 24 meses”, afirma Herbert<br />
Waldhuetter, diretor da Vermeer América Latina.<br />
ENERGIA PARA O CRESCIMENTO<br />
Herbert lembra que por mais que o mercado esteja<br />
retraído existem empresas pensando em médio prazo.<br />
“Por isso acreditamos que o cavaco seja uma ótima fonte<br />
para geração de energia”, aposta Herbert. Para ele, a<br />
linha de picadores da Vermeer pode contribuir com as<br />
empresas que buscam novas fontes de energia. “A retração<br />
da demanda energética é algo pontual. Em algum<br />
momento o Brasil irá voltar a crescer e a demanda por<br />
energia vai aumentar. Justamente por isso vamos focar<br />
nessa questão da produção de cavaco como alternativa<br />
energética, para que seja algo rentável.”<br />
A filosofia do Mundo Vermeer é mostrar que neste<br />
momento difícil existem maneiras de trabalhar com mais<br />
eficiência. “Vamos passar essa mensagem com exemplo<br />
de casos de sucesso, de clientes que estão fazendo isso<br />
com a ajuda dos equipamentos Vermeer. Com tecnologia,<br />
equipamentos e soluções diferenciadas é possível<br />
prestar o serviço de uma forma rentável, o que é crucial<br />
neste momento”, afirma o diretor.<br />
está a apresentação de temas relacionados a infraestrutra<br />
subterrânea, biomassa, indústria florestal, meio ambiente,<br />
energias renováveis e setor agrícola. Estão programadas<br />
participações de palestrantes, que vão debater temas atuais<br />
de mercado; e de clientes, apresentando casos de sucesso e<br />
inovação em operações. Experts nos principais assuntos de<br />
interesse da empresa e dos clientes estarão presentes para<br />
a troca de experiências e conhecimento.<br />
Informações adicionais podem ser obtidas pelo site:<br />
www.mundovermeer.com.<br />
RELACIONAMENTO, ENTRETENIMENTO E<br />
CONHECIMENTO<br />
Entre as principais atrações do Mundo Vermeer<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
49
ESPÉCIE COMERCIAL<br />
PARCERIA<br />
GANHA-<br />
GANHA<br />
Fotos: Grupo Arboris<br />
50<br />
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PESQUISA<br />
DE PLANTIO<br />
CONSORCIADO<br />
SOJA-PARICÁ<br />
MOSTRA<br />
BENEFÍCIOS<br />
ÀS DUAS<br />
CULTURAS COM<br />
AUMENTO EM<br />
PRODUTIVIDADE<br />
E REDUÇÃO NOS<br />
CUSTOS<br />
O<br />
Pará foi pioneiro no plantio comercial de paricá<br />
(Schizolobium parahyba var. amazonicum). Agora<br />
produtores do sudeste do Estado, podem ser os<br />
primeiros a se beneficiar com o sistema consorciado da espécie<br />
florestal com a soja. O tema motivou uma pesquisa que<br />
completa um ano com resultados muito animadores. Houve<br />
incremento na produtividade das duas culturas, redução no<br />
uso de defensivos e nos custo da implantação do empreendimento.<br />
O paricá é uma espécie nativa da região que vem sendo<br />
usada principalmente na fabricação de lâminas, compensado<br />
e celulose. Na outra ponta está a soja (Glycine max), uma<br />
espécie agrícola amplamente difundida em diversas regiões<br />
do país. Em 2014, fruto de uma dissertação de mestrado defendida<br />
na Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de<br />
Queiroz da Universidade de São Paulo), pesquisadores realizaram<br />
o Zoneamento do Paricá no Pará, indicando áreas<br />
com alto, médio e baixo potencial para a espécie nativa da<br />
Amazônia. Durante os trabalhos de campo e palestras na região<br />
a coorientadora do trabalho, Dra. Lucieta Guerreiro Martorano,<br />
agrometereologista da Embrapa Amazônia Oriental,<br />
mostrou a empreendedores que estavam iniciando os cultivos<br />
de soja o potencial de integração com o paricá, em áreas<br />
apontadas com alto potencial ao plantio da espécie, mas que<br />
poderiam estar subutilizadas por estarem destinadas apenas<br />
aos plantios anuais.<br />
Soja foi plantada na entrelinha do<br />
paricá, distribuídas em nove linhas<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
51
ESPÉCIE COMERCIAL<br />
A expectativa é que a produtividade<br />
do paricá aumente em 10% devido o<br />
consórcio com a soja<br />
“Como a soja é uma leguminosa, beneficiada pelo processo<br />
biológico de fixação de nitrogênio, há redução de custos<br />
com fertilizantes nitrogenados, intensificando a capacidade<br />
de absorção de nutrientes, induzindo aumento em produtividade”,<br />
argumenta Lucieta. A pesquisadora explicou para os<br />
empresários que o consórcio soja-paricá fortaleceria as interações<br />
solo-planta-atmosfera, potencializando o crescimento<br />
e desenvolvimento das duas espécies em uma economia de<br />
baixa emissão de carbono.<br />
O cultivo de soja rendeu 28% a mais<br />
do que em plantios convencionais<br />
Assim nasceu o primeiro empreendimento consorciado<br />
com 80% soja e 20% paricá com 228 ha (hectares) na área<br />
pertencente ao Grupo Arboris, em Ulianópolis (PA), supervisionada<br />
por Élio Meyering, engenheiro agrônomo e consultor<br />
do Grupo e pelo técnico florestal Marcio Áviz. Os plantios foram<br />
realizados de 15 de janeiro a 10 de fevereiro de 2015.<br />
De acordo com os pesquisadores, houve redução na aplicação<br />
de defensivos agrícolas no paricá e logo no primeiro<br />
ano foi possível perceber que o paricá teve ganhos expressivos<br />
em crescimento em relação aos plantios homogêneos. “A<br />
soja rendeu 28% em volume, comparada a safra anterior. E no<br />
paricá, a expectativa é um incremento em volume superior a<br />
10% em comparação com o não consorciado”, detalha o engenheiro<br />
Marco Siviero, diretor-presidente, do Grupo Arboris<br />
e um dos autores da pesquisa.<br />
52<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Plantio de soja foi mecanizado e a<br />
semeadura do paricá foi manual<br />
O plantio da soja foi mecanizado, enquanto que o de paricá<br />
foi por semeadura manual em espaçamento de cinco metros<br />
entre linhas e dois metros entre covas. A soja foi plantada<br />
em quatro metros na entrelinha do paricá, distribuídas em<br />
nove linhas espaçadas de 0,45 m (metros). Foram colhidas<br />
3,4 t (toneladas) por ha de grãos com rendimento superior<br />
ao de monocultivos na região. A pesquisa constatou que o<br />
paricá foi beneficiado pelas práticas de cultivo adotadas no<br />
plantio da soja, pois aos seis meses apresentou média de 2,5<br />
m (metros) de altura e 2,6 cm (centímetros) de altura, números<br />
superiores aos de plantios convencionais, explica Sabrina<br />
Benmuyal, engenheira <strong>Florestal</strong> do Grupo Arboris.<br />
O mesmo defensivo utilizado no<br />
plantio da soja beneficiou as mudas<br />
de paricá, reduzindo o custo com o<br />
insumo e aplicação<br />
O engenheiro agrônomo Élio Meyering, explica que a sinergia<br />
paricá-soja implicou na transferência de vantagens de<br />
uma cultura em favor da outra, por exemplo, a soja de bordadura<br />
se beneficiou do espaço nas linhas de paricá. O custo do<br />
preparo inicial da área foi suportado pelo paricá, conforme o<br />
procedimento padrão. A soja, que tem fixação de nitrogênio<br />
por rizobium, forneceu nitrogênio ao paricá. Os tratos culturais<br />
com herbicida aplicados na soja, procedimento padrão,<br />
beneficiaram gratuitamente o paricá. “Por fim, a soja deixou<br />
material orgânico e adubação química residual no solo, cedidos<br />
gratuitamente ao paricá”, completa Lucieta. O paricá e a<br />
soja são leguminosas, foram plantadas simultaneamente. O<br />
padrão de preparo do solo utilizado é o convencional para<br />
cada uma das duas culturas (grade niveladora, correção do<br />
solo, subsolagem e adubação, semeadura direta).<br />
Esse tipo de plantio consorciado não fica restrito somente<br />
ao sul do Pará. Qualquer região propícia ao paricá, ou seja,<br />
toda a Amazônia e algumas regiões do sul do Brasil também<br />
podem receber esse tipo de empreendimento. No Pará a<br />
área estimada do plantio de soja pelo Ibge (Instituto Brasileiro<br />
de Geografia e Estatística) em 2014, foi de 243.<strong>171</strong> ha.<br />
“Toda ela pode receber essa atividade”, explica Marco Siviero.<br />
Ele ainda completa afirmando que o número do instituto<br />
está subestimado, uma vez que a região de Dom Eliseu, Paragominas,<br />
Ulianópolis e Rondon do Pará plantou cerca de 200<br />
mil ha na última safra. Isso quer dizer que as oportunidades<br />
são imensas.<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
53
CONFRATERNIZAÇÃO<br />
DESPEDIDA DE 2015<br />
COM CODORNA<br />
NO PRATO<br />
Foram preparadas 2.200 codornas para<br />
dar conta da fome dos convidados<br />
EVENTO REALIZADO EM SANTA<br />
CATARINA ENCERROU O ANO<br />
PARA O SETOR FLORESTAL COM<br />
MUITA CONVERSA E BOAS AÇÕES<br />
EM FAVOR DE QUEM MAIS PRECISA<br />
Fotos: MJA Fotografias/Jaison Lopes<br />
54<br />
www.referenciaflorestal.com.br
O<br />
que começou com um pequeno jantar de confraternização<br />
para funcionários se tornou um dos<br />
maiores pontos de encontro do setor florestal, e o<br />
evento - que conta com um cardápio muito especial - marca o<br />
encerramento oficial do ano para os empresários e profissionais<br />
da área. Estamos falando da codornada promovida pela<br />
NP Transportes e Biomassa, que acontece todos os anos em<br />
Ponte Alta do Norte (SC), uma pequena cidade que fica ao<br />
lado de Lages (SC). A mais recente edição da festa foi realizada<br />
no dia 10 de dezembro do ano passado e reuniu 500<br />
pessoas.<br />
O jantar já ocorre há 10 anos e tem o único objetivo de<br />
reunir profissionais do segmento florestal para agradecer o<br />
bom trabalho e as relações sadias entre fornecedores e clientes<br />
que ultrapassam o campo comercial. “Tudo começou com<br />
um jantar de fim de ano para os funcionários da empresa que<br />
meu pai realizava, mas a partir da terceira edição ele ficou<br />
muito grande e atraiu 200 pessoas”, lembra Fabio Calomeno,<br />
diretor da NP Transportes e Biomassa.<br />
Por causa do crescimento espantoso não previsto pelo<br />
idealizador, Calomeno chegou a pensar em cancelar a próxima<br />
edição por medo de não dar conta de atender tanta gente.<br />
Mas incentivado por Hamilton Luiz Romanovski, gerente<br />
de operação florestal da Unidade da Berneck em Curitibanos<br />
(SC), decidiu levar adiante. “Não fiz nada de mais, só palpitei”,<br />
comenta humildemente Hamilton. Mas para o diretor da<br />
NP Transportes a intervenção do amigo foi fundamental. “Foi<br />
nosso primeiro apoiador, ele acreditou na festa e incentivou<br />
outros a nos apoiar”, reforça Calomeno. Assim, empresas começaram<br />
a patrocinar o evento que foi crescendo ainda mais,<br />
mas sempre com a essência da primeira edição e o cardápio<br />
da terceira: uma codornada preparada com muito capricho.<br />
Em 2009 o evento atraiu mais de 300 pessoas e passou<br />
a ter também caráter filantrópico. Foi pedido para cada convidado<br />
levar dois brinquedos: um para menina e outro para<br />
menino. Esses presentes são entregues pelo Papai Noel a<br />
crianças carentes do município. “Era algo que faltava, foi sugerido<br />
arrecadar alimentos, mas nessa época do ano achamos<br />
mais importante fazer a alegria dos pequenos”, apontou<br />
o idealizador da festa.<br />
A confraternização de 2015 marcou a décima edição do<br />
evento e atraiu 500 participantes. Foram arrecadados brinquedos<br />
para mais de mil crianças. “O evento se tornou tradicional<br />
por reunir todas as pessoas que trabalham com madeira<br />
na região do planalto catarinense e de outras regiões.<br />
O local já não está comportando mais tantos convidados”,<br />
avalia - satisfeito com o sucesso - Hamilton.<br />
O anfitrião da festa fez questão de<br />
agradecer pelo bom relacionamento<br />
com clientes e fornecedores ao longo<br />
de 2015<br />
Cerca de 500 pessoas compareceram ao<br />
evento<br />
Mais de mil crianças receberam os<br />
brinquedos doados durante o evento<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
55
CONFRATERNIZAÇÃO<br />
Os clientes da Minusa<br />
Forest puderam observar o<br />
harvester preparado para<br />
colheita florestal<br />
No espaço da Komatsu<br />
Forest, em detalhe o<br />
Forwarder 865<br />
A Timber Forest deu<br />
destaque para os<br />
equipamentos da Ponsse<br />
56<br />
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O destaque da Pesa foi o<br />
Skidder da Catterpillar 525D<br />
EVENTO PRESTIGIADO<br />
Mais de 20 empresas patrocinaram a codornada do ano<br />
passado. “Acredito que a importância do evento é ímpar e<br />
não se restringe somente à região de Lages, é muito mais<br />
abrangente”, aponta Giuseppe Rosa, coordenador comercial<br />
da Minusa Forest. Para ele, o sucesso da festa demonstra a<br />
evolução e importância que o segmento florestal possui no<br />
Estado de Santa Catarina, bem como em todo país. “Parabéns<br />
ao Fabio Calomeno e toda a equipe NP. Nós da Minusa<br />
fazemos votos de que este evento se perpetue ao longo do<br />
tempo, se repetindo por muitos e muitos anos.”<br />
A Minusa Forest aproveitou a reunião dos profissionais<br />
do segmento e expôs toda a gama de produtos e serviços<br />
para atender os clientes do segmento florestal. “Material<br />
rodante, correntes flexíveis, cabeçotes, customização de<br />
máquina base, pneus, dentre outros, além de registrarmos a<br />
presença da equipe técnica e comercial de Santa Catarina e<br />
Paraná”, elenca Giuseppe.<br />
Assim como a Minusa Forest, a Komatsu Forest patrocina<br />
a codornada há dois anos. Nesta edição a fabricante de equipamentos<br />
florestais mostrou o forwarder Komatsu 865 e o<br />
picador Morbark modelo 40/36. “A aderência a esse tipo de<br />
evento é importante, e a tendência é de participar nos próximos<br />
anos, pois além de contribuir com doações de brinquedos<br />
para as crianças da comunidade local, que é a principal<br />
ideia, há a possibilidade de interagir com os clientes da região<br />
e trocar informações sobre o mercado”, destaca Gustavo Feliciano<br />
do departamento de Marketing e Vendas da Komatsu<br />
Forest.<br />
“O evento foi mais uma vez um sucesso, a Timber Forest<br />
participa da codornada na Ponte Alta Norte desde as primeiras<br />
edições, nessa última, o evento deu um upgrade de qualidade<br />
tanto em estrutura quanto em número de participantes<br />
e de empresas demonstrando seus produtos”, declara Carlos<br />
Santana, do departamento de Marketing da Timber Forest.<br />
A empresa levou para o evento cabeçotes Log Max, Feller<br />
Quadco 18C e outro Feller Satco 420. Além desses, a representante<br />
da Ponsse expôs o harvester ScorpionKing e o<br />
forwarder BuffaloKing.<br />
“O evento, além de trazer network de qualidade, reuniu<br />
os maiores players do mercado florestal do mundo”, considera<br />
Carlos. “Não vamos deixar de lado o que tem de mais<br />
importante e nobre na codornada, ela tem um papel social<br />
muito importante para região, foi gratificante ver o número<br />
de brinquedos arrecadados que, sem dúvida, fez o final de<br />
ano de muitas crianças mais feliz.” O diretor geral da Ponsse<br />
Latin America, Teemu Raitis, também marcou presença.<br />
A catarinense Planalto Indústria e Comércio, com sede<br />
em Campos Novos (SC), participa desde a primeira edição em<br />
que o evento ultrapassou as portas da NP Transportes. “Creio<br />
que para a comunidade de Ponte Alta do Norte este deve ser<br />
o maior evento no município, em função das pessoas de diversas<br />
localidades que, com muita competência, Fabio Calomeno<br />
consegue reunir”, avalia Luis Carlos Mecabô, diretor<br />
comercial. “Também pela arrecadação dos brinquedos para<br />
distribuição das crianças mais necessitadas da região”, completa.<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
57
CONFRATERNIZAÇÃO<br />
O equipamento com piso<br />
móvel da Carrocerias<br />
Bachiega, trazido pela<br />
Hbmax, chamou a atenção<br />
durante o evento<br />
A Pesa (Paraná Equipamentos), representante exclusiva<br />
dos equipamentos Caterpillar no sul do país, também apoia<br />
o evento desde o crescimento observado na terceira edição.<br />
“O que marcou na edição de 2015 foi o grande público florestal<br />
com quase 500 pessoas reunidas. Encontramos vários<br />
clientes do setor madeireiro, uma ótima oportunidade de<br />
confraternização”, ressaltou Luiz Fernando Bona, especialista<br />
florestal da Pesa. A empresa levou o modelo 525D com<br />
guincho da nova série de skidder Caterpillar.<br />
De acordo com Bona, toda a região possui uma grande<br />
movimentação de negócios em torno do mercado florestal e<br />
o evento se tornou um ótimo ponto de encontro para todos<br />
do setor. “Precisamos parabenizar nosso amigo Fabio Calomeno<br />
pela dedicação, esforços e carisma”, finalizou.<br />
A Carrocerias Bachiega participou como apoiador do<br />
jantar pela primeira vez por meio da representante de Santa<br />
Catarina, Hbmax com sede em Caçador (SC). “Um evento<br />
direcionado ao setor florestal muito importante, do qual<br />
pretendemos, se tivermos a oportunidade, participar nas<br />
próximas edições”, afirma o diretor da fabricante de equipamentos,<br />
Fábio Bachiega.<br />
A empresa levou para o evento uma carroceria com piso<br />
móvel carregada com cavaco. “Tivemos a oportunidade de<br />
fazer a explanação do produto para o público presente, e na<br />
sequência - para os interessados - fizemos algumas demonstrações<br />
de descarga.”<br />
Depois de ficar impressionada com a força e com o conceito<br />
do evento de 2014, a John Deere decidiu patrocinar<br />
a codornada de 2015. “O destaque deste ano foi a grande<br />
presença de clientes da região de Santa Catarina e, principalmente,<br />
a iniciativa em realizar um evento de caráter beneficente.<br />
A John Deere já realiza diversos trabalhos em prol do desenvolvimento<br />
cultural e social há anos, mas é gratificante<br />
ver isso também no setor florestal”, ressalta Rodrigo Junqueira,<br />
gerente de vendas da John Deere <strong>Florestal</strong> do Brasil.<br />
Por entender que a codornada é um evento beneficente,<br />
não foi o foco principal divulgar novidades ou lançamentos.<br />
“Contudo, como tínhamos entregas de equipamentos<br />
programadas na região, aproveitamos a oportunidade para<br />
apresentamos o Forwarder 1510E para desbaste e o novo<br />
cabeçote Waratah HTH622C, capaz de processar árvores<br />
múltiplas no estaleiro, garantindo precisão do comprimento<br />
e excelente qualidade de desgalhamento”, detalha Rodrigo.<br />
A Breitkopf Veículos, concessionária dos caminhões<br />
Volkswagen também apoiou o evento.<br />
58<br />
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Em destaque o Forwarder<br />
1510E da John Deere<br />
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MERCADO<br />
É PRECISO<br />
FAZER<br />
DIFERENTE<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
60<br />
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O NEGÓCIO FLORESTAL<br />
EVOLUIU, POR ISSO É<br />
NECESSÁRIO QUE OS<br />
SILVICULTORES ADOTEM<br />
NOVAS PRÁTICAS QUE<br />
ACOMPANHEM ESSAS<br />
MUDANÇAS<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
61
MERCADO<br />
“Esse movimento aqueceu as transações de terras e<br />
florestas, atraindo a atenção de novos investidores<br />
nacionais e estrangeiros”, destaca. Isso permitiu a<br />
expansão da área plantada em várias partes do país.<br />
Mas com a proibição da compra de terras por estrangeiros<br />
o movimento foi paralisado. No Congresso<br />
Nacional tramita atualmente um projeto de lei para<br />
regulamentar a matéria.<br />
Paralelamente, no mesmo período, o país vivenciou<br />
a expansão da indústria de base florestal em<br />
praticamente todo o território nacional. Apesar de<br />
regionalmente ter realidades distintas, o mercado<br />
consumidor se fortaleceu com a perspectiva de que<br />
o suprimento de madeira estaria garantido por um<br />
mercado produtor de tora independente. “Estratégia<br />
válida principalmente para as companhias industriais<br />
de micro a médio porte”, detalha Marcio.<br />
Já as companhias de grande porte mantiveram a<br />
autossuficiência de matéria-prima, somente o abastecimento<br />
complementar é feito por fornecedores<br />
de mercado.<br />
Esse movimento acabou restringindo o forneci-<br />
O<br />
setor florestal brasileiro mudou. Isso significa<br />
que insistir em um modelo de negócio<br />
e esperar os mesmos resultados<br />
que há 10 anos é no mínimo ingenuidade. Para ter<br />
sucesso diante de uma realidade tão diferente é<br />
imprescindível entender qual é o cenário atual para<br />
conseguir empregar novos conceitos. De acordo<br />
com especialistas da área, a atividade florestal é sim<br />
muito lucrativa, o importante é planejar o empreendimento<br />
detalhadamente para ampliar as chances<br />
de sucesso.<br />
Na última década uma série de acontecimentos<br />
foi mudando a cara do negócio florestal. Entre elas<br />
está a ampliação da compra e venda de terras e florestas<br />
envolvendo as Timos internacionais (grupos<br />
de investidores em florestas). “Essas negociações<br />
movimentaram de forma significativa o setor florestal”,<br />
avalia Nelson Barboza Leite, diretor das empresas<br />
de serviços florestais Teca e Daplan.<br />
De acordo com Marcio Funchal, diretor da Consufor,<br />
com a chegada das grandes Timos no Brasil, no<br />
ano 2000, houve uma profissionalização do negócio.<br />
62<br />
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mento de matéria-prima. “Tivemos muitas fusões<br />
de grandes empresas, o que concentrou ainda mais<br />
o patrimônio de florestas plantadas nas mãos de<br />
grandes consumidores”, aponta Nelson. De acordo<br />
com os dados apresentados pelo executivo, a área<br />
plantada nacional é de aproximadamente 8 milhões<br />
de ha (hectares), dos quais cerca de somente 30%<br />
correspondem aos plantios de produtores independentes.<br />
“Na verdade, os grandes consumidores, na<br />
maioria, possuem florestas em quantidade, o que<br />
lhes permite certo controle nos preços”, ressalta.<br />
“Há muitos consumidores cortando florestas com<br />
idade inadequada para garantir os preços baixos de<br />
mercado. É um tiro no pé em longo prazo”, alerta.<br />
O aumento do investimento na formação das<br />
florestas se deve à elevação dos custos de mão de<br />
obra e insumos, enquanto o preço da madeira não<br />
tem crescido na mesma proporção, o que afasta o<br />
produtor independente. Para Nelson, os grandes<br />
consumidores estão matando a galinha dos ovos de<br />
ouro. “O pequeno produtor fornece madeira, evita<br />
compra de terras e, quando satisfeito, colabora na<br />
integração das empresas com comunidades do entorno”,<br />
ressalta.<br />
O diretor da Consufor reforça essa ideia de exclusão<br />
do pequeno. “Como os custos de produção<br />
estão muito superior à remuneração da venda da<br />
madeira produzida pelos plantios, grandes companhias<br />
estão mais abertas à possibilidade de assinar<br />
contratos de abastecimento com produtores florestais<br />
profissionalizados e de grande porte”, avalia<br />
Marcio.<br />
MENOS VALOR<br />
O Brasil tem perdido gradualmente as vantagens<br />
que lhe trouxeram sucesso no passado: alta produtividade<br />
da floresta aliada a baixo custo de produção.<br />
Como o país iniciou a expansão da base florestal para<br />
novas regiões, a produtividade média das florestas<br />
no Brasil caiu. “Há mais de 10 anos, fala-se em produtividade<br />
média em torno de 40 m³/ha/ano (metros<br />
cúbicos por hectare ao ano) e há muitas regiões<br />
apresentando queda na produtividade por inúmeras<br />
adversidades (pragas, doenças, déficit hídrico e até<br />
problemas fisiológicos com clones)”, alerta Nelson.<br />
Pedro Francio Filho, sócio da Unisafe Consultoria,<br />
concorda que houve estagnação no ganho biológico<br />
da florestas plantadas no país. “Para obter os<br />
resultados desejados de produtividade, qualidade<br />
“Se o produtor<br />
permanecer executando<br />
o mesmo modelo de<br />
operação dos últimos<br />
5 ou 10 anos, vai<br />
chegar um dia que a<br />
silvicultura não fará mais<br />
sentido para ele, pois a<br />
rentabilidade do negócio<br />
será insustentável”<br />
Marcio Funchal,<br />
diretor da Consufor<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
63
MERCADO<br />
e conseguirmos ser mais eficientes no agronegócio<br />
pensando no fator de produção vegetal, precisamos<br />
respeitar os detalhes técnicos que contemplam a<br />
engenharia (agro), fator fundamental para fornecimento<br />
de matéria-prima na indústria (negócio),<br />
garantindo a sustentabilidade e segurança do setor<br />
florestal brasileiro. Sendo assim, precisamos extinguir<br />
as receitas de bolo ou fórmulas prontas para o<br />
setor de produção”, orienta.<br />
Nelson afirma que há muita expectativa com os<br />
transgênicos, mas há necessidade de muitos melhoramentos<br />
operacionais, até que se possa contar com<br />
os benefícios da transgenia. Do outro lado existem<br />
tecnologias para aumento da produtividade que<br />
não são empregadas pela necessidade de se reduzir<br />
custos operacionais. “Essa é uma questão que sempre<br />
põe em sentido contrário os silvicultores, que<br />
querem fazer uma boa floresta, e o controlador de<br />
planilhas que fica no escritório querendo comandar.<br />
Quando a matemática ganha da biologia a floresta<br />
cai de produtividade”, sentencia o especialista.<br />
64<br />
PREÇOS<br />
Na avaliação dos especialistas o valor da matéria-prima<br />
está ruim no geral. “Os preços da madeira<br />
de florestas plantadas estão tornando a silvicultura<br />
insustentável”, opina Nelson. De acordo com ele,<br />
nos últimos 10 anos o valor da madeira não acompanhou<br />
nenhum indicador econômico. “O mercado externo<br />
aumentou, o dólar se valorizou, os custos para<br />
se fazer floresta aumentaram - quase dobraram - e o<br />
valor da madeira se manteve nos mesmos patamares<br />
de 10 anos atrás.”<br />
O diretor da Consufor detalha um pouco mais.<br />
Conforme dados da consultoria, os preços atuais<br />
(média nacional) de eucalipto em pé para celulose<br />
e processo são praticamente os mesmos dos praticados<br />
no início de 2011. “Para se ter uma ideia, a<br />
inflação acumulada no Brasil nesse período (2011<br />
– 2015) atingiu o patamar de 40%, ou seja, em termos<br />
reais a madeira de eucalipto vale apenas 60%<br />
do que valia em 2011”, compara. No caso do pinus,<br />
as madeiras com diâmetros acima de 18 cm (centímetros)<br />
tiveram crescimentos nominais de preços,<br />
mas somente as de diâmetro maiores do que 35 cm<br />
ultrapassaram o patamar de inflação do período, segundo<br />
a Consufor. “Já a madeira para processo (8 cm<br />
a 18 cm) teve redução acumulada de preços superior<br />
a 35% desde 2011 em termos nominais ,ou seja,<br />
queda real de aproximadamente 55% que reduziu o<br />
valor atual real para apenas a metade do valor de<br />
2011.”<br />
Por isso cabe ao silvicultor planejar muito bem<br />
o empreendimento e ter em mãos todos os dados<br />
antes de inciar o negócio. “Um exemplo de leitura<br />
errada do mercado futuro e que tem levado muitos<br />
investidores a repensar sua atuação é o mercado<br />
mineiro”, exemplifica Marcio. De acordo com ele,<br />
há 10 anos Minas Gerais era visto como um grande<br />
mercado para investimento florestal com previsões<br />
otimistas sobre preços e demanda. “No entanto,<br />
nos últimos seis os preços apresentam quedas reais<br />
consecutivas e a demanda está muita baixa.” O Rio<br />
Grande do Sul também foi uma aposta no início dos<br />
anos 2000 que não se realizou, lembra o diretor da<br />
empresa de consultoria. Outro exemplo citado por<br />
Marcio ocorreu no consolidado mercado florestal<br />
do Paraná e Santa Catarina. “Há alguns anos os produtores<br />
florestais reduziram o ciclo de corte de suas<br />
florestas de pinus, pois a expectativa era de que a indústria<br />
local passaria por uma forte expansão baseawww.referenciaflorestal.com.br
da no consumo de madeira fina. Como este cenário<br />
não se concretizou, os preços atuais da madeira fina<br />
desabaram”, avalia.<br />
É possível identificar partes do território brasileiro<br />
com desequilíbrio entre oferta e demanda de<br />
madeira, independente do gênero florestal que se<br />
esteja tratando. “As razões para tal situação são várias,<br />
mas em geral correspondem em grande parte<br />
por um excesso de otimismo por parte do produtor<br />
florestal, que apostou no propalado slogan plante a<br />
floresta que a indústria virá, infelizmente no mundo<br />
dos negócios as coisas não são fáceis assim”, aponta<br />
Marcio.<br />
Por outro lado estão aparecendo oportunidades<br />
que podem ser aproveitadas. “Há de se destacar<br />
o surgimento de grandes projetos em novas áreas<br />
e até para usos alternativos da madeira, principalmente,<br />
como biomassa para energia”, lembra Nelson.<br />
Ele aponta que a silvicultura deve, em médio<br />
prazo, estender-se a essas regiões. Para isso existe a<br />
necessidade de se realizar pesquisas e tomar cuidados<br />
técnicos especiais nessas novas fronteiras.<br />
“Há muitos consumidores<br />
cortando florestas com<br />
idade inadequada para<br />
garantir os preços baixos<br />
de mercado. É um tiro no<br />
pé, em longo prazo”<br />
Nelson Barboza Leite,<br />
diretor das empresas<br />
Teca e Daplan<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
65
MERCADO<br />
O especialista cita caminhos que poderiam alavancar<br />
o segmento. “Programa de governo integrando<br />
os plantios de silvicultura ao crescimento<br />
industrial, simplificação da legislação ambiental,<br />
mecanismo que incentive programas de fomento<br />
florestal, pesquisas tecnológicas para promover o<br />
uso alternativo da madeira, financiamento de verdade<br />
e não como instrumento de propaganda política.”<br />
RENTABILIDADE<br />
Existem alternativas para aumentar o retorno:<br />
mudança no regime de manejo, postergação de replantio,<br />
terceirização ou primarização de operações,<br />
mudança do mix de produtos que a floresta produz,<br />
expansão da base florestal, mudança do gênero florestal<br />
plantado e etc. “Hoje temos visto que a técnica<br />
simplesmente pela técnica tem perdido espaço<br />
para a técnica pela razão econômica, o que é ótimo<br />
pois a silvicultura comercial não é diferente de qualquer<br />
outro tipo de investimento produtivo: o objetivo<br />
é obter lucro”, sentencia Marcio.<br />
Ele avalia que o caminho mais indicado nesse<br />
momento é de revisão de estratégias. “O mercado<br />
florestal não está paralisado no Brasil.” Há muitas<br />
oportunidades para capital envolvendo empreendimentos<br />
já em andamento bem como em negócios.<br />
O momento atual é de colocar a ordem na casa e<br />
preparar o mapa do investimento para os próximos<br />
anos.<br />
“A recomendação que podemos deixar é que<br />
o produtor florestal considere os anos de <strong>2016</strong>/17<br />
como um período de renovação dos negócios”, opina<br />
Marcio. De acordo com ele, é momento de preparar<br />
as condições do empreendimento para um novo<br />
ciclo de oportunidades. “Se o produtor permanecer<br />
executando o mesmo modelo de operação dos últimos<br />
5 ou 10 anos, vai chegar um dia que a silvicultura<br />
não fará mais sentido para ele, pois a rentabilidade<br />
do negócio será insustentável.”<br />
Na visão de Pedro Francio, a grande maioria<br />
dos silvicultores quer reduzir o ciclo de corte, que<br />
dependendo da finalidade acaba comprometendo<br />
a qualidade e maturidade da Floresta. “Para que a<br />
qualidade da madeira, aliada à redução do ciclo da<br />
floresta aconteça a receita é simples, precisamos<br />
fazer um bom planejamento, uma boa engenharia,<br />
executar o que foi projetado, e com certeza colherá<br />
os resultados esperados”, orienta.<br />
66<br />
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Nelson sugere empreender perto do mercado<br />
consumidor e se possível com contratos de negociação<br />
de madeira bem amarrados. “Plantar longe dos<br />
mercados só se justifica se houver programação segura<br />
para uso da madeira.” Normalmente, são projeções<br />
de novos empreendimentos industriais. Para<br />
isso são necessárias grandes áreas e garantia de recurso<br />
para que o empreendimento complete o ciclo.<br />
Nas novas fronteiras, principalmente, os trabalhos<br />
iniciais dão muitas informações e permitem a evolução<br />
operacional ano-a-ano.<br />
Do lado técnico Pedro Francio alerta que muitas<br />
vezes as grandes empresas se preocupam na<br />
quantidade da área plantada ao invés da produção<br />
por área, e a escala compromete significativamente<br />
a qualidade das atividades realizadas, deixando<br />
processos básicos de produção de lado. “A busca<br />
constante pelo equilíbrio entre ciência, engenharia e<br />
prática, que ao elevar a saúde vegetal, irá explorar o<br />
máximo potencial de produção, com diminuição dos<br />
custos por metro cúbico ou tonelada produzidos”,<br />
finaliza.<br />
“A busca constante pelo<br />
equilíbrio entre ciência,<br />
engenharia e prática, que<br />
ao elevar a saúde vegetal,<br />
irá explorar o máximo<br />
potencial de produção, com<br />
diminuição dos custos por<br />
metro cúbico ou tonelada<br />
produzidos”<br />
Pedro Francio Filho,<br />
sócio da Unisafe Consultoria
ESPECIAL<br />
MOMENTO DE<br />
COLOCAR A<br />
CASA EM ORDEM<br />
68<br />
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O ANO DE <strong>2016</strong> VEM COM A MISSÃO DE EQUILIBRAR O<br />
DÉFICIT ECONÔMICO POR ISSO AS EMPRESAS DEVEM SE<br />
TOMAR ATITUDES PARA ESTAREM PREPARADAS QUANDO<br />
O PAÍS RETOMAR O CRESCIMENTO<br />
U<br />
m ano para se esquecer! Essa é a resposta<br />
imediata para boa parte dos empresários<br />
sobre o que eles acharam de 2015. Na verdade<br />
é um ano para ficar na memória e aprender<br />
com tudo que aconteceu. Apesar do desempenho<br />
ruim da economia no geral, o setor florestal obteve<br />
saldo positivo puxado pelas vendas externas e<br />
dólar valorizado. Não se pode negar também que<br />
houve conquistas para fora do campo econômico,<br />
como destacam dirigentes das principais entidades<br />
empresariais. Além disso, entramos no novo ano<br />
que tem a meta de equilibrar as contas. Mas não se<br />
engane com <strong>2016</strong>. Ele não será um ano morno, vai<br />
exigir muito do poder de decisão dos empresários.<br />
As atitudes tomadas no decorrer deste período vão<br />
determinar se a empresa estará pronta para acompanhar<br />
as demandas de mercado, que serão imediatas,<br />
quando a economia voltar a crescer.<br />
Estima-se que a retração do PIB (Produto Interno<br />
Bruto) no ano passado foi de -3,7% (o número<br />
oficial será divulgado em março) e a inflação bateu<br />
a casa dos 10%. Realmente os números não<br />
são muito animadores. Em contra partida o setor<br />
florestal fechou o ano com saldo positivo. Nos primeiros<br />
11 meses de 2015, último levantamento da<br />
Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), a receita de<br />
exportações de celulose, painéis de madeira e papel<br />
totalizou US$ 7,1 bilhões, crescimento de 5,3%<br />
em relação ao mesmo período de 2014. O saldo da<br />
balança comercial do setor em 2015 foi de US$ 5,9<br />
bilhões, alta de 16,4% na comparação com o mesmo<br />
período do ano anterior.<br />
As exportações foram mesmo as grandes responsáveis<br />
pelo desempenho do segmento. As vendas<br />
externas de celulose totalizaram 10,5 milhões<br />
de t (toneladas), alta de 9%. O volume exportado de<br />
painéis de madeira neste período somou 564 mil m³<br />
(metros cúbicos), crescimento de 44%. As exportações<br />
de papel atingiram 1,9 milhão de t de janeiro a<br />
novembro de 2015, crescimento de 10,1% em relação<br />
ao mesmo período de 2014.<br />
Já as vendas externas de madeira serrada de pinus<br />
atingiram 1,3 milhão de m³, volume 31% maior<br />
que o verificado no ano anterior. Já no caso do<br />
compensado de pinus, o volume exportado quase<br />
superou de 1,5 milhão de m³, ou seja, 14% a mais<br />
que em 2014. “A madeira serrada e o compensado,<br />
ambos de pinus, serão os principais produtos comercializados<br />
em <strong>2016</strong>. A demanda forte dos EUA<br />
(Estados Unidos da América), juntamente com os<br />
contratos firmados recentemente pela empresa no<br />
Ásia e Oriente Médio devem garantir o crescimento<br />
da empresa no corrente ano”, aponta Marco Tuoto,<br />
CEO da Tree Trading.<br />
O problema esteve nas vendas internas. Os segmentos<br />
de carvão e de painéis reconstituídos foram<br />
atingidos pela crise econômica brasileira. “A forte<br />
retração da indústria siderúrgica afetou a cadeia de<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
69
ESPECIAL<br />
produção de carvão vegetal, assim como a crise no<br />
setor de construção civil influenciou negativamente<br />
a venda de painéis reconstituídos”, apontou o diretor<br />
da área de Consultoria em Negócios Florestais<br />
da Pöyry, Jefferson Mendes.<br />
Estudos realizados pela empresa de consultoria<br />
revelam que, no curto prazo, a indústria de painéis<br />
reconstituídos tem sérios desafios. Entre os pontos<br />
de atenção identificados, Mendes destaca a atual<br />
capacidade ociosa, entre 20% e 40%, decorrente<br />
da acentuada desaceleração por habitação; a necessidade<br />
de tornar realidade o aumento previsto<br />
da capacidade de produção (+3,7 milhões de m 3 até<br />
2020, ou o equivalente a uma taxa anual de crescimento<br />
de 6,2%); a questão da canibalização do<br />
MDP pelo MDF; e os desafios de competitividade<br />
para exportar painéis, principalmente os custos de<br />
logística.<br />
De acordo com a presidente-executiva da Ibá,<br />
Elizabeth de Carvalhaes, a indústria de painéis de<br />
madeira e de pisos laminados vem sofrendo significativamente<br />
com a retração da economia doméstica.<br />
“Apesar dos esforços voltados para alavancar a<br />
exportações, o mercado brasileiro ainda representa<br />
mais de 90% do volume de vendas.” Estes dois<br />
segmentos sofrem diretamente com os impactos<br />
negativos da retração da atividade nos setores de<br />
construção civil e moveleiro, assim como pela extinção<br />
de benefícios governamentais como o Cartão<br />
Minha Casa Melhor da Caixa e o retorno da alíquota<br />
de IPI de zero para 5%.<br />
Para ela este foi o resumo de 2015. Mas executiva<br />
exalta ainda outros aspectos além da questão<br />
econômica. “Em 2015 houve conquistas importantes<br />
pelo setor, com o avanço em discussões importantes<br />
como o Pndf (Plano Nacional de Desenvolvimento<br />
de Florestas) com o Mapa (Ministério da<br />
Agricultura, Pecuária e Abastecimento), ainda em<br />
andamento.”<br />
O QUE ESPERAR<br />
Não há como negar, <strong>2016</strong> não será fácil. Mas alguns<br />
pontos importantes devem separar as empresas<br />
que vão passar com mais conforto pelo momento<br />
desaforável das que irão se bater mais do que<br />
o necessário neste ano de ajustes. “O ano também<br />
será um período desafiador, com as perspectivas<br />
para a economia brasileira ainda em recessão e inflação<br />
alta”, avalia Elizabeth. De acordo com ela, o<br />
aumento nos preços já afetou os custos das empresas<br />
em 2015, e o impacto deve continuar em <strong>2016</strong>,<br />
assim como a menor atividade econômica afetou<br />
as vendas de papéis no mercado interno. “Porém,<br />
também acreditamos que a indústria vai continuar<br />
com exportações fortes, ao mesmo tempo em que<br />
vemos mais espaço de valorização do dólar frente<br />
ao real, o que favorece a recuperação de receitas<br />
das empresas.”<br />
Além disso, a presidente-executiva da Ibá crê<br />
em maior reconhecimento para o setor florestal,<br />
que vai influenciar na valorização do mercado. “O<br />
debate sobre a necessidade de mitigar as mudanças<br />
climáticas tem elevado a relevância da economia de<br />
baixo carbono nos últimos anos, e deverá aumentar<br />
ainda mais após a COP21 (Conferência do Clima),<br />
em Paris.” As florestas plantadas representam um<br />
grande incentivo à economia de baixo carbono e<br />
têm grande potencial de gerar diversos produtos<br />
sustentáveis, desde o papel e madeira, até combustíveis<br />
mais limpos, como a biomassa e o etanol<br />
celulósico, e produtos químicos e farmacêuticos retirados<br />
da árvore.<br />
Por isso a prioridade da entidade ser protagonista<br />
nas discussões de precificação e de criação de<br />
mecanismos de mercado para o carbono. “O Brasil<br />
e as florestas plantadas têm papel vital no cumprimento<br />
da NDC (meta de contribuição de cada país)<br />
– 14% devem vir das florestas – e estamos envolvidos<br />
em tornar a meta realidade”, pontua Elizabeth.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
70<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Foto: arquivo<br />
OS BONS PERMANECEM<br />
Se por um lado o ano que passou não foi nada<br />
fácil, do outro ele serve como peneira na qual somente<br />
quem entende do setor tem qualidade suficiente<br />
para permanecer. Pelo menos essa é a visão<br />
de Moacir Reis, diretor presidente da Reflore (Associação<br />
Sul-Mato-Grossense dos Produtores e Consumidores<br />
de Florestas Plantadas). “O ano de 2015<br />
foi muito duro, mas como sabemos que nossos<br />
investimentos são de longo prazo o mercado, em<br />
anos difíceis, filtra as empresas, e só conseguem ser<br />
competitivas as que se prepararam realmente para<br />
esses momentos.”<br />
Ele observa que entre os maiores problemas estão<br />
as significativas altas nos custos de produção,<br />
o que foi reflexo, principalmente, da instabilidade<br />
política. Como o dólar baliza os preços da matéria-<br />
-prima os valores superaram as expectativas dos<br />
compradores. Ele também conta que houve super<br />
oferta de madeira, o que trouxe ainda mais dificuldades.<br />
Do lado positivo, Moacir exalta que no Mato<br />
Grosso do Sul o setor <strong>Florestal</strong> chegou a marca de<br />
900 mil ha (hectares) plantados com eucalipto com<br />
o anúncio das segundas linhas de celulose das empresas<br />
Eldorado Brasil e Fibria. “Os investimentos<br />
serão de mais de R$ 15 bilhões, com geração de milhares<br />
de empregos.”<br />
Outro investimento relevante para região é a<br />
construção da empresa de MDF pertencente ao<br />
Grupo Asperbras, no município de Água Clara. A<br />
capacidade inicial de produção será de 250 mil m³<br />
por ano, com possibilidade de ampliação para uma<br />
segunda linha com capacidade de 460 mil m³.<br />
REALISTA<br />
Para o dirigente da entidade de sul-mato-grossense,<br />
“<strong>2016</strong> será um ano de muita cautela, não<br />
muito diferente de 2015 que foi fechado com um<br />
cenário de desconfiança dos investidores”. Porém,<br />
com os investimentos anunciados para no Estado<br />
haverá aumento na área plantada e a expectativa<br />
de reajuste positivo nos preços da madeira para trazer<br />
equilíbrio à toda a cadeia produtiva. “Não diria<br />
que estou nem pessimista nem otimista, estou realista,<br />
sabendo das dificuldades, mas acreditando<br />
que seremos inteligentes o suficiente para superar<br />
mais essa grave crise que o país e o setor de base<br />
florestal atravessam”, pondera.<br />
A Reflore pretende alcançar até o fim do ano<br />
quase 1 milhão de ha plantados de florestas “firmando-se<br />
no cenário nacional como o segundo<br />
maior produtor de madeira do Brasil, atrás somente<br />
do Estado de Minas Gerais.” A entidade pretende<br />
continuar construindo um relacionamento com o<br />
governo estadual em relação ao Meio Ambiente.<br />
Ele reconhece que o Estado só vive este momento<br />
de expansão por causa da desburocratização ambiental,<br />
que segundo Moacir, foi um conquista alcançada<br />
em 10 anos de existência da Reflore.<br />
Outra ação importante projetada para <strong>2016</strong><br />
será a criação do Centro de Detecção e Monitoramento<br />
de Incêndios Florestais. “Estamos hoje trabalhando<br />
entre nossas empresas associadas para,<br />
juntamente com o governo do Estado, iniciarmos<br />
um projeto pioneiro no setor que fará o uso de câmeras<br />
de alta precisão para monitorar as ocorrências<br />
de incêndios, diminuindo o tempo de resposta”,<br />
explica o diretor presidente da Reflore.<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
71
ESPECIAL<br />
o programa que amplia o fornecimento confere<br />
mais valor aos produtos finais.<br />
Foto: arquivo<br />
72<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Foto: REFERÊNCIA<br />
“ACREDITAMOS QUE A<br />
INDÚSTRIA VAI CONTINUAR COM<br />
EXPORTAÇÕES FORTES, AO MESMO<br />
TEMPO EM QUE VEMOS MAIS<br />
ESPAÇO DE VALORIZAÇÃO DO DÓLAR<br />
FRENTE AO REAL, O QUE FAVORECE<br />
A RECUPERAÇÃO DE RECEITAS DAS<br />
EMPRESAS”<br />
PRESIDENTE-EXECUTIVA DA IBÁ,<br />
ELIZABETH DE CARVALHAES<br />
Foto: divulgação<br />
“O ANO DE 2015 FOI MUITO<br />
DURO, MAS COMO SABEMOS QUE<br />
NOSSOS INVESTIMENTOS SÃO<br />
DE LONGO PRAZO O MERCADO,<br />
EM ANOS DIFÍCEIS, FILTRA AS<br />
EMPRESAS, E SÓ CONSEGUEM<br />
SER COMPETITIVAS AS QUE SE<br />
PREPARARAM REALMENTE PARA<br />
ESSES MOMENTOS”<br />
MOACIR REIS, DIRETOR<br />
PRESIDENTE DA REFLORE<br />
Foto: divulgação<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
73
ESPECIAL<br />
“FOI UM ANO MUITO RUIM, CASO<br />
CONTRÁRIO NOSSAS DIFICULDADES<br />
COM A SEMA (SECRETARIA DO MEIO<br />
AMBIENTE) TERIAM SIDO MUITO<br />
MAIORES”<br />
JOSÉ EDUARDO PINTO,<br />
PRESIDENTE DO CIPEM<br />
Foto: divulgação<br />
“NOSSA EXPECTATIVA É QUE<br />
POSSAMOS ESTANCAR A REDUÇÃO<br />
DO PIB E VOLTAR A CRESCER EM<br />
2017”<br />
WILSON ANDRADE,<br />
DIRETOR EXECUTIVO DA ABAF<br />
Foto: divulgação<br />
“O MERCADO EXTERNO SABE QUE<br />
TEMOS A TAXA FAVORÁVEL, SABEM<br />
TAMBÉM INTERPRETAR E FAZER UMA<br />
ANÁLISE DA CONJUNTURA”<br />
MAURO MURARA, DIRETOR<br />
EXECUTIVO DA ACR<br />
Foto: Fabio Ortolan<br />
74<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Foto: REFERÊNCIA<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
75
ARTIGO<br />
76<br />
www.referenciaflorestal.com.br
MOTOSSERRA<br />
ALIADA<br />
AO MEIO<br />
AMBIENTE<br />
NO COMBATE<br />
DE ESPÉCIES<br />
EXÓTICAS<br />
INVASORAS<br />
Fotos: divulgação<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
77
ARTIGO<br />
FREDERICO DIEGO DIEHL<br />
ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO DA UNINTER (UNIVATES<br />
E CURSANDO PERÍCIA E AUDITORIA AMBIENTAL)<br />
CINTHIA RAQUEL DE SOUZA<br />
QUÍMICA E MESTRE EM QUÍMICA ORGÂNICA - UNINTER<br />
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ) E ORIENTADORA<br />
DE TCC (TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO)<br />
E<br />
ste artigo tem como tema central o estudo do controle<br />
de espécies exóticas invasoras e o emprego da<br />
motosserra para executar o corte da planta. A espécie<br />
estudada é o Pinus elliottii, sendo realizado o controle da<br />
planta já adulta e tendo como local de estudo o Estado do<br />
Rio Grande do Sul. Para o desenvolvimento deste trabalho,<br />
no primeiro momento realizou-se uma revisão bibliográfica<br />
para apresentar as teorias que abordassem espécies exóticas<br />
invasoras e qual sua forma mais eficaz na fase adulta de<br />
controle. Através deste estudo também é possível conhecer<br />
a legislação vigente sobre o controle e normas para o<br />
trabalho com o equipamento de abate. Com esse estudo é<br />
possível conhecer a forma mais correta de corte, danificando<br />
assim menos as espécies nativas que estão no local. O<br />
trabalho proporcionou ao pesquisador um maior conhecimento<br />
no que se refere ao controle do pinus na fase adulta<br />
e demonstrando que a motosserra pode sim, se trabalhada<br />
de forma correta, ser aliada ao meio ambiente.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O presente estudo tem por objetivo analisar as espécies<br />
exóticas invasoras no estado do Rio Grande do Sul. O estudo<br />
limita-se a análise da forma de controle do Pinus elliottii<br />
na idade adulta, utilizando a motosserra com técnicas de<br />
corte, direcionado a queda da árvore e assim possibilitando<br />
um dano menor as espécies nativas.<br />
O tema estudado decorre de questões levantadas ao<br />
longo da formação acadêmica no Curso de Pós-Graduação<br />
em Perícia e Auditoria Ambiental e com as atividades de<br />
instrutor no Senar/RS (Serviço Nacional de Aprendizagem<br />
Rural ), no curso de operação e manutenção de motosserra,<br />
no qual, por muitas vezes este equipamento é visto como<br />
um vilão ao meio ambiente.<br />
Neste trabalho será mostrado que a motosserra, utilizada<br />
de maneira correta e segura pode trazer grandes be-<br />
nefícios ao meio ambiente no combate do Pinus elliottii na<br />
idade adulta.<br />
A partir deste estudo, surge a seguinte questão: qual a<br />
melhor técnica de abate para uma árvore adulta utilizando<br />
a motosserra?<br />
ESPÉCIES INVASORAS<br />
Para entender melhor o que é espécie exótica e espécie<br />
exótica invasora devemos entender qual o seu significado.<br />
O MMA (Ministério do Meio Ambiente) apresenta o seguinte<br />
conceito:<br />
De acordo com a CDB (Convenção sobre Diversidade<br />
Biológica), espécie exótica é toda espécie que se encontra<br />
fora de sua área de distribuição natural. “Espécie Exótica<br />
Invasora”, por sua vez, é definida como sendo aquela que<br />
ameaça ecossistemas, hábitats ou espécies. Estas espécies,<br />
por suas vantagens competitivas e favorecidas pela ausência<br />
de inimigos naturais, têm capacidade de se proliferar e<br />
invadir ecossistemas, sejam eles naturais ou antropizados<br />
(MMA, s.d.). A Portaria Sema no 79 de 31 de outubro de<br />
2013 tem a seguinte definição:<br />
Espécies exóticas invasoras: espécie ou taxa inferior (incluindo<br />
qualquer nível, como gametas, sementes, ovos ou<br />
propágulos) ocorrente fora da sua área natural de distribuição<br />
presente ou pretérita e que, uma vez introduzida, se<br />
adapta e se reproduz invadindo os ambientes de espécies<br />
nativas, produzindo alterações em processos ecológicos<br />
naturais e/ou na composição e/ou riqueza de espécies, tendendo<br />
a se tornar dominante, com reflexos negativos também<br />
para a economia e para a saúde humana.<br />
De acordo com Ferreira et al (s.d., p.1), no Brasil existem<br />
poucos registros ou estudo das consequências das<br />
complicações causadas pela invasão das espécies exóticas,<br />
sendo que no Rio Grande do Sul as iniciativas quase não<br />
existem, tendo iniciativas pontuais.<br />
78<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Para Becharra (2003, p.1) as espécies exóticas invasoras<br />
se tornam dominantes devido o processo de contaminação<br />
biológica, tendo como consequência a população de nativas<br />
perderem espaço em relação as exóticas invasoras. Ziller<br />
(s.d., p.5) relata as principais espécies de árvores invasoras<br />
no Brasil: Pinus elliottii, Pinus taeda, Casuarina equisetifolia,<br />
muito comum no litoral, Melia azedarach cinamomo, Tecoma<br />
stans amarelinho, Hovenia dulcis uva-do-japão, Cassia<br />
mangium, Eriobothrya japonica nêspera, Cotoneaster sp. e<br />
Ligustrum japonicum alfeneiro, este usado largamente para<br />
fins ornamentais. Entre as plantas menores, o gênero Bracchiaria,<br />
de capins introduzidos para pastagens, é dos mais<br />
problemáticos.<br />
De acordo com a Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas<br />
Florestais), no Rio Grande do Sul, o plantio de pinus iniciaram<br />
em 1960 na Serra Gaúcha e após uma década foi expandida<br />
para o litoral. As sementes de Pinus elliottii foram<br />
trazidos da Geórgia – EUA (Estados Unidos da América).<br />
No Rio Grande do Sul existem 596,7 mil ha de florestas<br />
plantadas, representando 8% do plantio florestal no Brasil.<br />
O pinus representa 31% da área plantada no Estado. Ageflor<br />
Cuevas (2009, p.80) recomenda para árvores de maior<br />
porte a utilização de motosserra como melhor forma de remover<br />
esta espécie invasora. As técnicas de corte são fundamentais<br />
para derrubar a árvore na direção que cause o<br />
menor dano à vegetação nativa no local.<br />
MOTOSSERRA<br />
Com a inserção da motosserra no mercado brasileiro<br />
aumentou relativamente a produtividade do setor florestal<br />
e facilitou o serviço de derrubada, desgalhamento e traçamento<br />
das madeiras que anteriormente eram feitas de forma<br />
manual, sendo utilizado machado e serrote. Para Rosa<br />
(2004, p.06) a utilização da motosserra facilitou o trabalho<br />
florestal, aumentando assim o rendimento e diminuindo o<br />
esforço físico dos trabalhadores. Somente os trabalhadores<br />
com treinamento adequado e com conhecimentos específicos<br />
podem realizar o trabalho de forma produtiva, eficaz e<br />
segura. Moraes (2011, p.8) argumenta que a motosserra é<br />
uma máquina que pode oferecer um alto desempenho operacional<br />
se utilizado de maneira adequada, mas também é<br />
um equipamento muito perigoso, pois seu uso inadequado<br />
pode gerar graves acidentes ou até danos a saúde.<br />
Já Lopes (2001, p.10) destaca que a motosserra é umas<br />
das máquinas que tiveram uma grande influência na mecanização<br />
da colheita florestal,substituindo assim ferramentas<br />
rudimentares como o machado e a serra manual.<br />
Mesmo com a evolução de novos equipamentos no<br />
setor florestal, a motosserra ainda assim é largamente<br />
utilizada e Lopes (2001, p.10) alerta que o trabalho com a<br />
motosserra é umas das atividades que mais tem causado<br />
acidentes na exploração florestal e destaca ainda que “somente<br />
o treinamento adequado e sistemático dos operadores<br />
florestais possibilitará que eles sejam capazes de realizar<br />
um trabalho eficiente e utilizar a motosserra de forma<br />
racional, ergonômica e com segurança”.<br />
Figueiredo (2013, p.68) relata que quando se tem mão<br />
de obra disponível e o terreno é acidentado as motosserras<br />
são necessárias. Corso (2014, p.64) explica que mesmo com<br />
grandes avanços tecnológicos ainda, em muitas situações a<br />
motosserra é necessária, principalmente em terrenos declivosos<br />
e de difícil acesso.<br />
EVOLUÇÃO DA MOTOSSERRA<br />
De acordo com Lopes (2001, p.10) uma das primeiras<br />
tentativas para derrubar árvores no setor florestal que não<br />
fosse a força humana aconteceu nos Estados Unidos, utilizando<br />
o vapor como força motriz. Lopes (2001, p.11) ainda<br />
destaca que vários formatos de motosserra com motores a<br />
combustão foram testados, mas ainda eram pesados e era<br />
necessário duas pessoas para operar a máquina.<br />
Em 1916, de acordo com Lopes (2001, p.11) surge a<br />
primeira motosserra projetada para o serviço de colheita<br />
florestal e dez anos mais tarde foi desenvolvida uma das<br />
primeiras motosserras acionadas por eletricidade e três<br />
anos mais tarde a primeira motosserra a gasolina é fabricada.<br />
Para manusear a motosserra a gasolina era necessário<br />
dois operadores, com um peso aproximado de 46 kg (quilogramas).<br />
Lopes (2001, p.12) ainda relata que à partir de<br />
1950 começam a surgir motosserras individuais pesando<br />
menos de 15 kg.2.2.<br />
Instrutor<br />
Frederico<br />
Diego Diehl<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
79
ARTIGO<br />
LEGISLAÇÃO<br />
A motosserra quando adquirida nova ou quando contratamos<br />
uma pessoa para executar as atividades na exploração<br />
florestal ou para utilização doméstica se deve observar<br />
a legislação sobre segurança e saúde no trabalho e a<br />
legislação ambiental.<br />
NORMA REGULAMENTADORA<br />
Para o Ministério do Trabalho e Emprego, as NR (Normas<br />
Regulamentadoras) quando se refere a segurança<br />
e saúde do trabalho, são dever das empresas privadas e<br />
públicas e dos órgãos públicos e também dos Poderes Legislativos<br />
e Judiciário no momento que mantiverem empregados<br />
contratados pela CLT (Consolidação das Leis do<br />
Trabalho). Se não forem cumpridas os requisitos da legislação<br />
o empregador sofrerá penalidades previstas na legislação<br />
(MTE, 2015).<br />
A NR que se refere a utilização da motosserra é a NR-<br />
12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos,<br />
tendo como princípios gerais:<br />
Esta NR e seus anexos definem referências técnicas,<br />
princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir<br />
a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece<br />
requisitos mínimos para a prevenção de acidentes<br />
e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização<br />
de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à<br />
sua fabricação, importação, comercialização, exposição e<br />
cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas,<br />
sem prejuízo da observância do disposto nas demais<br />
NR aprovadas pela Portaria número 3.214, de 8 de junho<br />
de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou<br />
omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis (MTE,<br />
2015).<br />
ANEXO V – MOTOSSERRA<br />
O Anexo V descreve de forma mais detalhada os itens<br />
de segurança da motosserra e necessidade de treinamento<br />
do operador de motosserra. Os itens de segurança que<br />
todas as motosserra devem ter estão relacionadas a baixo:<br />
a) Freio manual ou automático da corrente;<br />
b) Pino pega corrente;<br />
c) Protetor da mão direita;<br />
d) Protetor da mão esquerda;<br />
e) Trava de segurança do acelerador.<br />
De acordo com o Anexo V, tanto os fabricantes como<br />
os importadores de motosserras no Brasil são obrigadas a<br />
dispor pelas suas revendas, treinamentos que contemplem<br />
a utilização segura do equipamento. Os empregadores no<br />
Brasil também devem treinar todas as pessoas que irão utilizar<br />
motosserra, com carga horária mínima de oito horas,<br />
contemplando todas as informações que constam no manual<br />
de instruções (MTE, 2015).<br />
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL<br />
Em qualquer atividade é necessário se preocupar com<br />
a segurança das pessoas envolvidas em determinadas funções,<br />
sendo necessário utilizar EPI (equipamentos de proteção<br />
individual). Para Lopes (2001, p.37) “a escolha dos EPI’s<br />
é importante para a segurança, o conforto e a capacidade<br />
do trabalho do operador de motosserra”.<br />
Também é importante que eles facilitem o movimento<br />
do corpo e ter cores chamativas para identificar o trabalhador<br />
na sua atividade, melhorando assim sua segurança.<br />
Rosa (2004, p.15) destaca que os EPI’s devem ser adequados<br />
as diferentes condições do clima local, mas nunca<br />
deixar de oferecer a segurança e proteção ao usuário.<br />
Machado (2008, p.83) relaciona os EPI’s necessários<br />
para proteção do operador de motosserra sendo eles: capacete<br />
de segurança equipado com protetor auricular e facial;<br />
luvas para atividade florestal; camisa ou camiseta de cor<br />
viva; calça com proteção anti-serra, e botas de segurança<br />
com biqueira de aço e solado antiderrapante.<br />
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL<br />
Ao adquirir a motosserra, o proprietário deve conhe-<br />
80<br />
www.referenciaflorestal.com.br
cer a legislação vigente sobre a utilização da mesma, não<br />
acarretando em possíveis sanções ambientais. Conforme a<br />
Lei No 6.938 de agosto de 1981 é necessário o proprietário<br />
de motosserra realizar o Cadastro Técnico Federal de atividades<br />
potencialmente poluidoras ou que possam utilizar<br />
recursos ambientais.<br />
Após realizar o cadastro é necessário emitir uma licença<br />
para o porte e uso de motosserras no Ibama (Instituto<br />
Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis),<br />
sendo renovado a cada dois anos, conforme a Lei<br />
7803. O custo desta licença é de R$ 30,00.<br />
O proprietário da motosserra estará sujeito a penalidades<br />
não emitindo a LPU (Licença Para Porte e Uso de Motosserra),<br />
sendo considerado crime contra o meio ambiente,<br />
sendo elas:<br />
a) Pena de detenção de um a três meses;<br />
b) Multa de um a dez salários mínimos de referência;<br />
c) Apreensão da motosserra;<br />
d) Reparação dos danos causados.<br />
TÉCNICAS DE CORTE<br />
Toda e qualquer atividade exige do profissional conhecimento<br />
aprofundado e domínio de técnicas de trabalho<br />
que devem visar a segurança operacional e maior produtividade.<br />
Rosa (2004, p.43) explica que “as técnicas de corte<br />
com motosserra são extremamente importantes e visam<br />
facilitar o trabalho do operador buscando segurança e rendimento<br />
no trabalho”.<br />
Lopes (2001, p.82) destaca que além de o trabalhador<br />
realizar a atividade com segurança aplicando técnicas de<br />
derrubada, tem um maior conforto ergonômico, evitando<br />
um maior desgaste físico e reduzindo assim os riscos de acidente<br />
com ganho significativo na qualidade do serviço e o<br />
rendimento das operações. Moraes (2011, p.71) alerta que<br />
para aplicação das técnicas de corte, o operador da motosserra<br />
sempre deve estar equipado com seu equipamento<br />
de proteção individual e com ferramentas auxiliares de<br />
acordo com a situação de trabalho.<br />
O fabricante de motosserra Emak (2012, p.88) alerta<br />
que a derrubada de árvore requer experiência, evitando<br />
que a pessoa que não tenha qualificação para o uso do<br />
equipamento não abatam árvores com tronco superior ao<br />
sabre da motosserra.<br />
A Stihl (2009, p.7), fabricante de motosserras, recomenda<br />
que “os cortes devem ser realizados somente por<br />
pessoas que foram treinadas e estão aptas para realizar a<br />
atividade”. Se a pessoa não tiver experiência na operação<br />
com motosserra o risco de acidente aumenta.2.3.1<br />
PROCEDIMENTOS ANTES DA DERRUBADA<br />
Antes de iniciar qualquer atividade de derrubada ou<br />
corte de árvores devemos observar alguns cuidados. Rosa<br />
(2004, p.47) lista alguns que devemos observar:<br />
1. Determinar a direção natural de queda da árvore<br />
verificando a inclinação natural da árvore, disposição dos<br />
galhos unilaterais e a direção e intensidade do vento;<br />
2. Realizar a limpeza ao redor da árvore com machado<br />
ou gancho;<br />
3. Preparar uma rota de fuga à 45º de cada lado na direção<br />
oposta a queda da árvore, sendo que este caminho<br />
deve estar limpo e sem obstáculos que possam dificultar a<br />
fuga do operador no caso de um imprevisto;<br />
4. Havendo sapopemas (raízes que se desenvolvem junto<br />
ao tronco) deve ser realizado o corte das mesmas antes<br />
de iniciar o entalhe direcional.<br />
ENTALHE DIRECIONAL<br />
O entalhe direcional tem a função de determinar a direção<br />
de queda da árvore que será derrubada. Devendo<br />
funcionar como uma dobradiça para controlar a queda da<br />
árvore, aumentando assim a segurança do operador da motosserra<br />
e tendo uma maior produtividade.<br />
O corte direcional, conforme Lopes (2001, p.84), é formado<br />
por um corte oblíquo (telhado) e horizontal (base),<br />
sendo necessário formar um ângulo de 45o a 60o, conforme<br />
o terreno que se está realizando o corte e com uma profundidade<br />
de 20 a 25 % do diâmetro da árvore.<br />
Rosa (2004, p.43), orienta 1/5 do diâmetro para árvores<br />
de até 40 cm e 1/4 do diâmetro para árvores com mais de<br />
40 cm, sendo que a altura e profundidade deve ter uma relação<br />
1:1, com um ângulo de 45o. A Stihl recomenda cortar<br />
a uma profundidade de 1/5 até 1/3 do diâmetro da árvore,<br />
com inclinação de 45º, corte oblíquo.<br />
CORTE DE ABATE OU DERRUBADA<br />
O corte de abate tem por finalidade derrubar a árvore<br />
e Rosa (2004, p.44) observa que “os melhores resultados<br />
são obtidos quando o corte de derrubada é feito um pouco<br />
acimado corte do entalhe direcional. Em hipótese alguma<br />
fazer abaixo deste”.<br />
Pode ser realizado em uma ou mais etapa, dependendo<br />
do diâmetro da árvore, inclinação do tronco e a utilização<br />
de ferramentas auxiliares. Lopes (2001, p.85) informa que o<br />
corte de abate tem por finalidade proporcionar a queda da<br />
árvore, sendo realizado ao lado oposto ao entalhe direcional.<br />
A altura do corte pode variar conforme o diâmetro da<br />
árvore, podendo ser de 2 cm a 10 cm (centímetros) acima<br />
da base do entalhe direcional.<br />
FILETE DE RUPTURA<br />
A maioria das vezes o operador de motosserra não consegue<br />
controlar a queda da árvore por não observar uma<br />
faixa de fratura entre o entalhe direcional e o corte de abate.<br />
Rosa (2004, p.45) recomenda uma faixa de fratura entre<br />
<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
81
ARTIGO<br />
o entalhe direcional e o corte de abate igual a 1/10 do diâmetro<br />
do tronco. Ao cortar além do limite podemos estar<br />
realizando uma derrubada descontrolada da árvore. Faixa<br />
de fratura é a altura entre a base do entalhe direcional e o<br />
corte de abate. A faixa de fratura tem por finalidade manter<br />
a direção de queda desejada da árvore, durante a execução<br />
do corte de abate, evitando-se acidentes, bem como rachaduras<br />
longitudinais na madeira. (Lopes 2001, pg 84)<br />
DESGALHAMENTO<br />
O desgalhamento da árvore exige bastante técnica e<br />
preparo do operador da motosserra, obtendo assim um<br />
bom rendimento no trabalho e segurança ao usuário na sua<br />
jornada de trabalho.<br />
De acordo com Rosa (2004, p.61) para o operador de<br />
motosserra conseguir um desgalhamento com produtividade<br />
e segurança e sem muitos esforços é necessário coordenar<br />
seus movimentos com a da motosserra, obtendo um<br />
trabalho suave e fluente, sem necessidade de interrupção.<br />
Lopes (2001, p.92) aponta que “a técnica de desgalhamento<br />
é baseada no principio de apoiar a motosserra no tronco,<br />
onde a maior parte do peso e vibração é transferida diretamente<br />
ao tronco”. A técnica recomendada nesta situação é<br />
método dos seis pontos, o qual oferece maior rendimento<br />
e segurança, pois o operador corta seis galhos na mesma<br />
posição e apoiada ao tronco.<br />
TRAÇAMENTO<br />
O traçamento é executado logo após o desgalhamento,<br />
sendo que Rosa (2004, p.64) recomenda que o tronco<br />
deve ser cortado de acordo com o tamanho a ser definido<br />
pela utilização da madeira. Para Lopes (2001, p.100), o<br />
traçamento consiste em separar a árvore em toras, onde o<br />
comprimento pode variar conforme o destino da madeira,<br />
sendo sempre iniciado da base para a ponta da árvore, evitando<br />
assim possíveis perdas. Sempre ao traçar a madeira,<br />
observar se ela está sob tensão. A Stihl recomenda cortar<br />
na sequência correta, onde primeiro se corta o lado sob<br />
pressão e depois o lado sob tração, evitando assim que o<br />
sabre fique preso ou ocorra rebote.<br />
METODOLOGIA<br />
A metodologia que será utilizada para a realização deste<br />
trabalho, para atingir os objetivos descritos anteriormente<br />
é a revisão bibliográfica. A revisão bibliográfica apresentada<br />
se refere a assuntos como espécies invasoras, motosserra,<br />
legislação ambiental e técnicas de cortes. Para Gil (2002,<br />
p.44), a revisão bibliográfica é desenvolvida com base em<br />
82<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Disco de corte para Feller<br />
• Discos de corte com encaixe para<br />
utilização de até 18 ferramentas<br />
• Diâmetro externo e encaixe central<br />
de acordo com o padrão da máquina<br />
Detalhe de encaixe para<br />
ferramentas de 4 lados<br />
• Discos de corte para Feller<br />
conforme modelo ou amostra<br />
• Discos especiais<br />
• Pistões hidráulicos<br />
(fabricação e reforma)<br />
• Usinagem de médio e grande porte<br />
material já elaborado e reside no fato de permitir ao investigador<br />
a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais<br />
ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.<br />
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Água Vermelha - Sertãozinho - SP<br />
Fone: (16) 3942-6855 Fax: (16) 3942-6650<br />
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D’Antonio Equipamentos<br />
Mecânicos e Industriais Ltda<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Este trabalho teve por objetivo principal mostrar que<br />
a motosserra por muitas vezes, pode ser vista como uma<br />
grande vilã ao meio ambiente, mas ao aplicar técnicas racionais<br />
de trabalho e eliminando plantas exóticas invasoras<br />
na fase adulta, a motosserra é a nossa grande aliada, pois é<br />
a forma mais eficaz de controle.<br />
Na revisão de literatura, foram apresentadas diversas<br />
informações sobre as espécies invasoras, motosserra, legislação<br />
ambiental e técnicas de corte. Com base nestas<br />
informações foi apresentada a metodologia utilizada para<br />
realização deste artigo com a intenção de atingir os objetivos<br />
propostos.<br />
Com a conclusão da revisão de literatura e apresentação<br />
das informações, acredita-se ter sido atingido o objetivo<br />
principal deste trabalho. O maior desafio no desenvolvimento<br />
deste artigo foi a dificuldade de encontrar registros<br />
ou estudos das consequências ou complicações que as<br />
plantas invasoras podem causar no meio ambiente.<br />
Como trabalho futuro, pode ser recomendado um<br />
maior aprofundamento no estudo das consequências ou<br />
complicações que as espécies invasoras causam no meio<br />
ambiente, podendo assim conscientizar as pessoas da necessidade<br />
de ser realizado o controle de forma racional.<br />
Trituradores<br />
Ecotritus<br />
Os trituradores Ecotritus da Himev<br />
são projetados com<br />
o objetivo de atender necessidades de trituração de grandes<br />
áreas, principalmente regiões de cerrado e outras,<br />
permitindo a substituição da tradicional queima da<br />
vegetação.<br />
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AGENDA<br />
MARÇO <strong>2016</strong><br />
MARCH <strong>2016</strong><br />
Lignum Brasil<br />
9 a 11<br />
Curitiba (PR)<br />
www.lignumbrasil.com.br<br />
Mundo Vermeer<br />
10 e 11<br />
Valinhos (SP)<br />
www.mundovermeer.com<br />
Lançamento Anuário Estatístico ACR<br />
17<br />
Lages (SC)<br />
www.acr.org.br<br />
ABRIL <strong>2016</strong><br />
APRIL <strong>2016</strong><br />
Fiema Brasil <strong>2016</strong><br />
5 a 8<br />
Bento Gonçalves (RS)<br />
www.fiema.com.br<br />
Eucalipto <strong>2016</strong><br />
12 a 14<br />
Uberlândia (MG)<br />
www.sif.org.br<br />
III Seminário sobre controle de plantas daninhas na<br />
cultura do eucalipto<br />
Dias 19 e 20<br />
Piracicaba (SP)<br />
www.ipef.br/eventos/<br />
JUNHO <strong>2016</strong><br />
JUNE <strong>2016</strong><br />
Cibio <strong>2016</strong><br />
15 e 16<br />
Curitiba (PR)<br />
www.congressobiomassa.com<br />
AGOSTO <strong>2016</strong><br />
AUGUST <strong>2016</strong><br />
Dia de campo <strong>Florestal</strong><br />
17<br />
Botucatu (SP)<br />
www.diadecampoflorestal.com.br<br />
DESTAQUE<br />
LIGNUM BRASIL<br />
9 a 11 de março de <strong>2016</strong><br />
Curitiba (PR)<br />
www.lignumbrasil.com.br<br />
A primeira edição da Lignum acontece nos dias 9 a 11 de<br />
março de <strong>2016</strong>, no Expo Renault Barigui, em Curitiba (PR).<br />
A intenção dos organizadores é mostrar as novidades<br />
de toda a cadeia florestal-madeireira. O foco principal<br />
está voltado para o processamento e uso da madeira,<br />
em especial madeira serrada, compensados e painéis<br />
reconstituídos de pinus e eucalipto.<br />
Imagem: reprodução<br />
84<br />
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