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Fevereiro/2016 - Referência Florestal 171

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60<br />

O JOGO MUDOU<br />

Negócio florestal<br />

tem novo modelo<br />

68<br />

CENÁRIO<br />

PARA <strong>2016</strong><br />

ENTREVISTA<br />

Perspectivas são de melhora<br />

Nagi Nader, gerente florestal<br />

da Masisa do Brasil<br />

Cara nova<br />

Oregon atualiza design gráfico<br />

e amplia fixação da marca<br />

New visual<br />

Oregon update the brand<br />

to get closer to the costumer


SUMÁRIO<br />

ANUNCIANTES<br />

DA EDIÇÃO<br />

Agroceres ................................................................... 88<br />

CBI do Brasil ................................................................... 59<br />

34<br />

D’Antonio Equipamentos ..................................... 83<br />

Denis Cimaf ................................................................... 09<br />

50<br />

Dinagro ........................................................................... 02<br />

Exte .................................................................... 19<br />

H Fort ................................................................................ 13<br />

68<br />

Himev .............................................................................. 83<br />

J de Souza ........................................................................ 67<br />

Editorial<br />

Cartas<br />

Bastidores<br />

Coluna Ivan Tomaselli<br />

Notas<br />

Alta e Baixa<br />

Biomassa<br />

Aplicação<br />

Frases<br />

Entrevista<br />

Principal<br />

Silvicultura<br />

Evento<br />

Espécie Comercial<br />

Confraternização<br />

Mercado<br />

Especial<br />

Artigo<br />

Agenda<br />

Espaço Aberto<br />

06<br />

08<br />

10<br />

12<br />

14<br />

20<br />

22<br />

24<br />

26<br />

28<br />

34<br />

44<br />

48<br />

50<br />

54<br />

60<br />

68<br />

76<br />

84<br />

86<br />

John Deere .................................................................... 07<br />

Liebherr Brasil............................................................. 11<br />

Mill Indústrias .............................................................. 27<br />

Minusa Forest .............................................................. 05<br />

Oregon ............................................................................ 87<br />

PenzSaur ........................................................................ 47<br />

Sergomel ....................................................................... 21<br />

TMO ................................................................................. 23<br />

Vale do Tibagi ............................................................... 25<br />

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EDITORIAL<br />

Ano XVIII - Edição n.º <strong>171</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2016</strong><br />

Year XVIII - Edition n.º <strong>171</strong> - February <strong>2016</strong><br />

A primeira edição de <strong>2016</strong><br />

traz uma composição de<br />

imagens em preto e branco<br />

com destaque para a nova logo<br />

da Oregon, que acaba de ser<br />

atualizada<br />

TUDO NOVO<br />

As expectativas para esse ano tendem a melhorar e muitas empresas já estão se<br />

preparando. Como mostra a reportagem de capa desta edição, existem empresas que<br />

vão começar o ano com cara nova, ou melhor, imagem nova. É o caso da Oregon que<br />

modernizou a marca e alguns conceitos. Acompanhe como uma mudança no design<br />

vai muito além do que somente o desenho da nova logo. Para que os profissionais da<br />

área florestal, nossos leitores, estejam preparados para lidar com o ano que se inicia<br />

buscamos a opinião de especialistas de diversos Estados e traçamos um panorama<br />

do que <strong>2016</strong> reserva para a atividade. Outra reportagem, que de ceta forma complementa<br />

esta, trata da evolução do negócio florestal nos últimos dez anos e o que<br />

é preciso ter em mente para alcançar sucesso nesse novo cenário. Uma dica: fazer o<br />

mesmo que em épocas anteriores é a receita errada. Assim começamos <strong>2016</strong>, cheios<br />

de informação e certos que independentemente de fatores externos, podemos superar<br />

as dificuldades com estratégia e visão diferenciada.<br />

Ótima leitura!<br />

EXPEDIENTE<br />

JOTA COMUNICAÇÃO<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Diretora de Negócios / Business Director<br />

Joseane Knop<br />

joseane@jotacomunicacao.com.br<br />

JOTA EDITORA<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Rafael Macedo - Editor<br />

editor@revistareferencia.com.br<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Ivan Tomaselli<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Fabiano Mendes<br />

Bruce Cantarim, Fernanda Domingues<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Cartunista / Cartunist<br />

Francis Ortolan<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

Monica Kirchner - Coordenação<br />

Alessandra Reich<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

EVERYTHING NEW<br />

The expectations for <strong>2016</strong> are getting better. As our cover story in this issue shows there are<br />

companies that will start the year with a new face, or rather, a new image. This is the case of<br />

Oregon that modernized its brand and several concepts. Follow us as we show how a change in<br />

design goes far beyond just the design of the new logo. For the forest professionals, our readers,<br />

to be prepared to deal with the year that begins, we sought out the opinion of experts from<br />

several States and drew up a panorama of what <strong>2016</strong> reserves for the activity. Another story,<br />

that certainly complements this, deals with the evolution of the forestry business over the last<br />

10 years and what needs to be kept in mind in order to achieve success in this new scenario. A<br />

tip: doing the same thing as previously is the wrong prescription. So we begin <strong>2016</strong>, filled with<br />

information and certain that, regardless of the external factors, we can overcome all difficulties<br />

with a renewed strategy and vision.<br />

Pleasant reading!<br />

06 www.referenciaflorestal.com.br<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

Periodicidade Advertising<br />

GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.


O JOGO MUDOU.<br />

MAS VOCÊ<br />

ESCREVEU<br />

AS REGRAS.<br />

Projetados a partir de sugestões de nossos clientes,<br />

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produtivos equipamentos que já oferecemos ao mercado:<br />

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CARTAS<br />

EXPECTATIVA<br />

Capa da Edição 170 da<br />

Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

mês de dezembro de 2015<br />

Por Marco Antônio Castro - Três Lagoas (MS)<br />

CONTATO<br />

Por Luciana Mazzonetto -<br />

Riqueza (SC)<br />

Há algum tempo estamos<br />

assinando a REFERÊNCIA<br />

FLORESTAL, ficamos muito<br />

satisfeitos com a reportagem<br />

sobre os clones de eucalipto.<br />

Temos interesse de saber mais sobre o assunto. Se<br />

possível gostaríamos que nos passasse o contato desse<br />

pessoal.<br />

Resposta<br />

Ficamos satisfeitos que podemos contribuir com<br />

informações úteis ao negócio florestal. Atendendo a seu<br />

pedido enviamos por e-mail os contatos da ArborGen<br />

Brasil, empresa que forneceu os dados para a produção<br />

da reportagem de capa da edição de novembro de 2015.<br />

Imagem: reprodução<br />

Olá pessoal da REFERÊNCIA FLORESTAL, poderiam fazer<br />

uma reportagem sobre as perspectivas para <strong>2016</strong>. Acho<br />

que seria interessante ter uma ideia do que o ano deve<br />

trazer.<br />

Resposta<br />

Boa sugestão Marco. Inclusive preparamos para a primeira<br />

edição do ano uma reportagem abordando exatamente<br />

este tema. Veja o que os empresários disseram na matéria:<br />

Colocando a casa em ordem.<br />

SILVICULTURA<br />

Por Carla Kiatkowski - Rio Negrinho (SC)<br />

Imagem: reprodução<br />

MECANIZAÇÃO<br />

Por Adelino Cardoso da<br />

Silva - Sinop (MT)<br />

Gosto muito dos assuntos<br />

que envolvem máquinas<br />

para colheita florestal. A<br />

tecnologia melhora a cada<br />

dia e é importante ficar<br />

atualizado.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Sou engenheira florestal e fico muito atenta nas<br />

oportunidades nas áreas de plantio florestal. Por isso<br />

acompanho todas as edições da REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />

Parabéns a todos.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />

E-mails, críticas e<br />

sugestões podem ser<br />

enviados para redação<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista do<br />

Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />

produzida pelo veículo.<br />

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Temos Paixão e Orgulho em<br />

desenvolver o Melhor continuamente.<br />

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BASTIDORES<br />

CHARGE<br />

Charge: Francis Ortolan<br />

REVISTA<br />

QUE VENHA <strong>2016</strong><br />

A REFERÊNCIA FLORESTAL esteve<br />

presente da festa que marcou o<br />

encerramento do ano para o setor<br />

florestal em 2015, organizada por<br />

Fabio Calomeno, diretor da NP<br />

Transportes e Biomassa, em Ponte<br />

Alta do Norte (SC). O evento, que<br />

cresce a cada ano, foi prestigiado<br />

por mais de 500 pessoas.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Na foto, o diretor comercial<br />

Fábio Machado e a diretora<br />

de negócios do GRUPO JOTA,<br />

Joseane Knop, acompanham<br />

o anfitrião da festa Fabio<br />

Calomeno<br />

Na imagem, Fábio José<br />

Bachiega, diretor da<br />

Carrocerias Bachiega e Adir<br />

Sonego, consultor de vendas<br />

da Hbmax também marcaram<br />

presença na festa<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

10<br />

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COLUNA<br />

PERSPECTIVAS <strong>2016</strong> PARA<br />

O SETOR FLORESTAL<br />

Foto: divulgação<br />

Ivan Tomaselli<br />

Diretor-presidente da Stcp<br />

Engenharia de Projetos Ltda<br />

Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />

A boa notícia é que economia mundial deverá apresentar maior<br />

crescimento em <strong>2016</strong>, embora deva ocorrer uma desaceleração na China<br />

12<br />

www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

FALTA<br />

MOTIVAÇÃO<br />

Foto: divulgação<br />

O prazo para que os produtores rurais façam<br />

o CAR (Cadastro Ambiental Rural) termina<br />

no dia 5 de maio e, até lá, 146,6 milhões<br />

ha (hectares) de área rural ainda precisam ser<br />

cadastrados. O último boletim divulgado pelo<br />

SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro), com dados<br />

até 30 de dezembro de 2015, mostra que<br />

258 milhões ha já foram registrados no Sicar<br />

(Sistema Nacional de CAR), que representa<br />

64,86% da área passível de cadastro. Segundo<br />

o diretor do SFB, Raimundo Deusdará, não há<br />

perspectiva de mais prazo para o cadastro. “Não há nenhuma sinalização, nem é do entendimento técnico que deva haver<br />

prorrogação de prazo”, afirmou. O CAR foi regulamentado em maio de 2014 e, um ano depois, o prazo para cadastro<br />

das terras foi prorrogado para maio de <strong>2016</strong>, quando 52,8% da área tinham sido cadastrados. Segundo a diretora de Políticas<br />

Públicas do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), integrante do Observatório do Código <strong>Florestal</strong>,<br />

Andrea Azevedo, a falta de regras claras e de regulamentação dos PRA (Programas de Regularização Ambiental) por parte<br />

dos Estados é um dos fatores que desestimulam o cadastramento. “O PRA mostra como as pessoas que têm passivo<br />

florestal vão se adequar, se vão poder compensar, como serão a regras de regularização. Então, se sou um produtor que<br />

tem passivo, a primeira coisa que quero saber para entrar no CAR são as regras de recuperação e isso são pouquíssimos<br />

Estados que têm publicado e discutido com a sociedade, inclusive”, disse ela.<br />

TÉCNICO EM AGRONEGÓCIO<br />

Estão abertas as inscrições para o<br />

novo processo seletivo para o Curso<br />

Técnico em Agronegócio da Rede e-Tec<br />

Brasil no Senar (Serviço Nacional de<br />

Aprendizagem Rural). O edital está disponível<br />

no portal http://etec.senar.org.<br />

br/, no qual os interessados poderão se<br />

inscrever até o dia 15 de fevereiro. Esta<br />

é a terceira seleção realizada pela Rede<br />

e-Tec Brasil no Senar, desde o lançamento<br />

do Curso Técnico em Agronegócio em novembro de 2014. De lá pra cá, a rede, iniciada com 20 polos de apoio implantados<br />

em nove Estados, quase triplicou. Agora já conta com 58 polos espalhados por 19 Estados, onde serão oferecidas mais de<br />

2.500 vagas. Inteiramente gratuito e na modalidade semipresencial, o curso disponibiliza 80% das suas 1.230 horas/aula<br />

via web. O restante da carga horária é reservado a aulas presenciais nos polos de apoio e visitas técnicas a propriedades<br />

rurais e agroindústrias, para que os alunos possam colocar em prática os novos conhecimentos.<br />

Foto: divulgação<br />

14<br />

www.referenciaflorestal.com.br


SEM<br />

POLUIÇÃO<br />

Imagem: divulgação<br />

Algumas localidades da China estão<br />

querendo combater a poluição plantando<br />

árvores. A Província de Shaanxi, vai<br />

aumentar a cobertura de floresta em<br />

866.667 ha (hectares) e irá implantar<br />

três aglomerações florestais urbanas<br />

para melhorar o ambiente natural da<br />

região. As novas florestas expandirão<br />

a cobertura florestal da província para<br />

1,33 milhão de ha nos próximos cinco<br />

anos. De acordo com o departamento<br />

de silvicultura, foi estabelecido um plano<br />

para que nos próximos dez anos as<br />

florestas representem 70% do total na província, em comparação com os atuais 45,6%. A localidade possui mais de 40<br />

mil habitantes e área de 205 mil m² (metros quadrados).<br />

ESPECIALIZAÇÃO<br />

Tem início no dia 21 de abril o MBA em Gestão <strong>Florestal</strong><br />

oferecido pela Ufpr (Universidade Federal do Paraná). O curso<br />

tem modalidade de ensino à distância com duração de 18<br />

meses. São realizados encontros presenciais com datas pré-<br />

-determinadas à escolha do aluno, que podem ser realizados<br />

em Curitiba (PR) ou locais especiais que facilitem a imersão<br />

nos conteúdos a serem abordados. As disciplinas encampam<br />

marketing, gestão de produtos florestais e não madeireiros,<br />

modelos matemáticos, formas de manejo, sistemas de colheita,<br />

legislação e outros temas ligados ao gerenciamento<br />

do negócio florestal. Os corpo docente é composto por 12<br />

doutores e pós-doutores. A mensalidade do curso será de R$<br />

480. As inscrições podem ser feitas pelo site www.ufpr.pecca.<br />

com.br/mba-em-gestao-florestal.<br />

Foto: Fabio Ortolan<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

15


NOTAS<br />

ENERGIA E<br />

BIOMASSA<br />

Imagem: reprodução<br />

Para apresentar soluções para o mercado<br />

industrial madeireiro nasceu o Encontro<br />

Brasileiro de Energia da Madeira. O evento<br />

fará parte da SIM (Semana Internacional da<br />

Madeira) e será realizado nas manhãs dos dias<br />

10 e 11 de março, em Curitiba (PR). O Panorama<br />

Energético Brasileiro, será apresentado<br />

pelo diretor da WeSee, César Sá. “O objetivo<br />

da minha palestra é situar as perspectivas de<br />

exploração da madeira como fonte de energia<br />

para os próximos anos”, detalha. O Encontro<br />

Brasileiro de Energia da Madeira será dividido em quatro blocos de assuntos: Energia Elétrica da Madeira, Biomassa <strong>Florestal</strong>,<br />

Produtos para Geração de Energia da Madeira e Transformação de Energia da Madeira na Indústria. A programação completa<br />

pode ser conferida pelo site www.energiadamadeira.com.br.<br />

COMISSÃO<br />

ALTERA CÓDIGO<br />

FLORESTAL<br />

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento<br />

Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto<br />

de Lei 350/15, do deputado Sarney Filho (PV-MA), que<br />

altera o novo Código <strong>Florestal</strong> com o objetivo de proteger<br />

as nascentes intermitentes. O projeto altera o conceito de<br />

nascente contido no código para: afloramento natural do<br />

lençol freático, ainda que intermitente, que dá início a um<br />

curso d’água. “A lei vigente efetivamente protege, para o<br />

caso das nascentes, aquelas que não sejam intermitentes,<br />

mas as nascentes intermitentes precisam mais ainda de<br />

proteção, por toda sua fragilidade e importância biológica”,<br />

explica Sarney Filho. Além disso, o projeto altera o conceito<br />

de APP (Área de Preservação Permanente), para “as faixas<br />

marginais de qualquer curso d’água natural, perene ou<br />

intermitente, desde o seu nível mais alto da cheia do rio”.<br />

O conceito anterior excluía os efêmeros.<br />

Foto: arquivo<br />

16<br />

www.referenciaflorestal.com.br


ACRE VAI<br />

PLANTAR MAIS<br />

FLORESTAS<br />

Foto: divulgação<br />

A Seaprof (Secretaria de Extensão Agroflorestal<br />

e Produção Familiar do Estado do Acre) reuniu<br />

os principais parceiros do programa Florestas<br />

Plantadas para discutir as ações que serão desenvolvidas<br />

durante ao ano de <strong>2016</strong>. Os principais<br />

parceiros na execução do programa são a Cooperacre<br />

e os viveiristas, responsáveis pelo cultivo das<br />

mudas que chegam aos produtores rurais. O programa<br />

tem como objetivos fornecer matéria-prima para as indústrias de beneficiamento de látex e borracha no Estado<br />

e garantir o reflorestamento de áreas degradadas. Durante a reunião, os viveiristas receberam o anúncio da publicação<br />

de um edital de 120 mil mudas. Ademir Batista, coordenador do programa na Seaprof, garante que o sucesso do programa<br />

é fruto do entendimento de todos os parceiros. “Esperamos que em <strong>2016</strong> o programa seja ainda melhor”, enfatiza.<br />

CONSUMIDOR<br />

CADASTRADO<br />

A Semace (Superintendência Estadual do Meio<br />

Ambiente do Ceará), passou a disponibilizar um<br />

novo Cadastro de Consumidor de Matéria-Prima.<br />

De acordo com a autarquia, o procedimento irá<br />

otimizar o cadastro estadual de consumidores de<br />

matéria-prima de origem florestal, facilitando a obtenção de informações referentes aos recursos florestais do Estado. Com a<br />

ferramenta, o empreendedor deverá acessar o site http://natuur.semace.ce.gov.br/, informar os dados cadastrais, preencher<br />

os espaços destinado às informações sobre o consumidor florestal, e em seguida imprimir o DAE (Documento de Arrecadação<br />

Estadual). Após o pagamento do valor inscrito na guia, o sistema está apto para gerar o certificado ao interessado.<br />

Imagem: divulgação<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

17


NOTAS<br />

RIO CRIA<br />

FLORESTA<br />

ESTADUAL<br />

Foto: divulgação<br />

O Rio de Janeiro acaba de constituir<br />

sua primeira Floresta Estadual, que leva o<br />

nome de José Zago. A unidade fica na área<br />

hoje chamada Horto <strong>Florestal</strong> de Trajano de<br />

Moraes, no município de mesmo nome, na<br />

Região Serrana do Estado. A intenção é ampliar<br />

as atividades que já ocorrem no Horto<br />

<strong>Florestal</strong> - conservação da biodiversidade,<br />

restauração florestal, produção de mudas,<br />

pesquisa científica, educação ambiental e<br />

lazer - e iniciar o manejo florestal sustentável,<br />

a exploração do potencial da área como<br />

unidade produtora de sementes de espécies<br />

florestais nativas e o desenvolvimento do<br />

turismo. A área de 29,18 ha (hectares) será<br />

administrada pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e o Plano de Manejo da unidade deve ser elaborado em até dois anos.<br />

CURSOS<br />

SOBRE FSC<br />

Para proporcionar melhor conhecimento do sistema<br />

FSC, o orgão no Brasil lançou o programa de cursos abertos<br />

ao público. Cada participante se inscreve individualmente,<br />

e in company, no qual empresas ou organizações podem<br />

escolher a data e o tema de interesse, com conteúdos mais<br />

específicos ou adaptados ao seu público. As inscrições<br />

para os cursos abertos que serão realizados em <strong>2016</strong> já<br />

estão disponíveis. Nos dias 19 e 20 de maio será realizada<br />

a “Introdução à certificação florestal FSC: normas, governança<br />

e oportunidades” e nos dias 8 e 9 de novembro o<br />

curso aborda a prevenção de conflitos via engajamento,<br />

diálogo e mediação, ambos em em São Paulo (SP). Os interessados podem acessar o site https://br.fsc.org/pt-br.<br />

Imagem: reprodução<br />

18<br />

www.referenciaflorestal.com.br


ALTA E BAIXA<br />

ALTA<br />

BAIXA<br />

20<br />

www.referenciaflorestal.com.br


BIOMASSA<br />

MERCADO DE PELLET<br />

DOBRARÁ ATÉ 2020<br />

Foto: divulgação<br />

A<br />

empresa Zion Research apresentou um novo estudo:<br />

Mercado Global de pellets de biomassa. De acordo<br />

com o relatório, o setor de pellets no mundo, movimentou<br />

algo em torno de U$ 4,5 bilhões em 2014, com previsão<br />

de chegar a US$ 8,34 bilhões em 2020, crescendo em<br />

média de 10,9% entre 2015 e 2020. Hoje no mercado mundial<br />

de pellets duas aplicações se destacam: o uso na indústria e no<br />

segmento residencial, que deve crescer muito nos próximos<br />

anos. Em países europeus o uso do combustível já faz parte da<br />

cultura da população. Como produtor, o Brasil tem um grande<br />

potencial, principalmente entrando no rico e promissor mercado<br />

internacional, com foco em países da Ásia e América do<br />

Norte, além da Europa.<br />

EUCALIPTO<br />

PARA ENERGIA<br />

E<br />

m 2014 foi inaugurada a primeira planta de cogeração<br />

de energia a vapor a partir da queima de<br />

biomassa de eucalipto, no Complexo Industrial de<br />

Aratu, em Candeias (BA). Este projeto, pioneiro no setor<br />

petroquímico e o primeiro da ERB (Energias Renováveis<br />

do Brasil) em parceria com a TGM, está em funcionamento<br />

e abastece a maior unidade da Dow, com energia limpa,<br />

substituindo parte do gás natural que abastece a empresa.<br />

Os resultados já puderam ser contabilizados. A companhia<br />

substituiu 150 mil m³ (metros cúbicos) diários de gás natural,<br />

reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. A unidade<br />

tem capacidade para produção anual de 1,08 milhão<br />

de t (toneladas) de vapor industrial e 108 mil MWh (megawatts/hora)<br />

de energia elétrica. O investimento de aproximadamente<br />

R$ 265 milhões é responsável pela geração<br />

de 1,3 mil empregos diretos e 3,4 mil indiretos, nas áreas<br />

industrial e florestal. Este projeto proporcionará ainda a cogeração<br />

de 12 MW de energia, que será comercializada por<br />

meio da rede elétrica da Bahia. Essa quantidade é suficiente<br />

para suprir o consumo mensal de 56 mil casas.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

22<br />

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APLICAÇÃO<br />

IRRIGAÇÃO<br />

SOB MEDIDA<br />

A<br />

tecnologia, aliada ao trabalho<br />

e conhecimento<br />

técnico dos estudantes e<br />

mestres da Universidade de São Carlos,<br />

resultaram no desenvolvimento<br />

de um aplicativo que permite reduzir,<br />

drasticamente, a quantidade de<br />

água usada para irrigar o solo. Além<br />

de evitar o desperdício do recurso<br />

natural, o aplicativo também colabora<br />

para a diminuição de gastos com<br />

a energia e fertilizantes. O Sistema Sencer consiste em uma haste integrada com sensores (sonda), que permite medir<br />

simultaneamente a temperatura e a umidade do solo em até três níveis de profundidade; um módulo de transmissão de<br />

dados wireless e um módulo concentrador de dados (central de recepção). O software do sistema trata os dados coletados<br />

do solo e os agrega a outras informações como previsão do tempo, índices pluviométricos, temperatura e umidade relativa<br />

do ar para municiar o irrigante com informações sobre as características do solo. A informação coletada é enviada para<br />

uma central. “ Dos pontos de leitura (módulo de transmissão) até as centrais (módulo de recepção) os dados são enviados<br />

via rádio frequência e o alcance pode ser de até seis km (quilômetros). O módulo de recepção está ligado ao roteador no<br />

escritório e enviará os dados recebidos para internet.<br />

Foto: divulgação<br />

OLHOS NO CÉU<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

A<br />

fiscalização nas áreas concedidas pela<br />

União para o manejo florestal sustentável<br />

em áreas controladas pelo governo federal<br />

terá, a partir deste ano, o reforço de drones ou<br />

Vants (Veículos Aéreos Não Tripulados). O monitoramento<br />

será adotado pelo SFB (Serviço <strong>Florestal</strong><br />

Brasileiro). Segundo o gerente de monitoramento<br />

do SFB, José Humberto Chaves, os drones vão acelerar<br />

o sistema de rastreamento da madeira legal e<br />

reduzir o custo representado hoje pela ida da equipe<br />

técnica às seis áreas de concessão. “O concessionário<br />

é obrigado a informar toda a produção no<br />

nosso sistema de fiscalização e a gente vai a campo<br />

para checar essa informação. Nós realizamos alguns<br />

estudos utilizando drones e isso nos permitiu quantificar, por exemplo, 25 mil m³ (metros cúbicos) de madeira,<br />

que corresponde a cerca de 700 carretas carregadas, no prazo de poucas horas. Se a gente fosse medir essa quantidade<br />

de madeira em campo, nós gastaríamos fatalmente duas semanas utilizando seis pessoas”, afirma. A estimativa<br />

do SFB é de que até 2022 o total de área concedida atinja sete milhões de ha (hectares), com produção de quatro<br />

milhões de m³ de madeira.<br />

24<br />

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VENDA DE<br />

®<br />

PICADORES<br />

SEMINOVOS<br />

Marca – Vermeer<br />

Modelo – WC 2300<br />

Ano - 2103<br />

Tambem produz Micro- Chip<br />

Marca – Doppstadt<br />

Origem – Alemanha<br />

Modelo – DH 810<br />

Ano – 2013<br />

DADOS TÉCNICOS<br />

- Peso: 14.832 Kg<br />

- Altura: 3.300 mm<br />

- Largura: 2.500 mm<br />

- Comprimento: 9100 mm<br />

- Diâmetro do rotor: 914 mm<br />

- Largura do rotor: 864 mm<br />

- Motor – CAT C-13 – 440 HP 6 cilindros<br />

DADOS TÉCNICOS<br />

- Peso: 19.000 Kg<br />

- Altura: 3.680 mm<br />

- Largura: 2.500 mm<br />

- Comprimento: 7.950 mm<br />

- Diâmetro do rotor: 1.000 mm<br />

- Largura do rotor: 850 mm<br />

- Motor MB de 490 HP<br />

Consulte outras máquinas:<br />

Rua Candói, s/n | Distrito Industrial<br />

Telêmaco Borba | PR<br />

Fone: (42) 3271 7700 | (42) 9921 7708


FRASES<br />

A Kátia Abreu,<br />

que foi a maior<br />

líder rural do<br />

país, não é a<br />

mesma Kátia<br />

Abreu ministra.<br />

Ela não defende<br />

mais as mesmas<br />

lutas. Parece<br />

que esqueceu as<br />

bandeiras que ela<br />

defendia<br />

O deputado Nilson Leitão (PSDB-<br />

MT) sobre a falta de interlocução da<br />

bancada ruralista com a ministra da<br />

Agricultura<br />

Ser parte de uma grande rede internacional<br />

e de parceiros e ter em seu DNA os componentes<br />

sociais, ambientais e econômicos, faz o trabalho<br />

no FSC ganhar uma dimensão de grande energia<br />

e incontáveis possibilidades de alcance.<br />

Espero corresponder às expectativas em<br />

mim depositadas<br />

Aline Tristão, nova diretora executiva FSC Brasil ao assumir o cargo<br />

O Brasil conseguiu reduzir o desmatamento<br />

enquanto aumentava sua atividade agrícola em<br />

anos anteriores<br />

Ben Phalan, professor do Departamento de Zoologia da Universidade de<br />

Cambridge e coautor do levantamento que mostra medidas para garantir<br />

ganhos para os agricultores e manter a floresta em pé<br />

A tecnologia é a melhor amiga da<br />

preservação<br />

Biólogo Fernando Reinach, sócio do fundo Pitanga, voltado para<br />

negócios inovadores<br />

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil<br />

O Estado vai usar os recursos de quem<br />

precisa compensar o meio ambiente para<br />

remunerar quem conserva<br />

Coordenadora de Biodiversidade e Florestas da Sema (Secretaria Estadual do<br />

Meio Ambiente) do Paraná, Sueli Ota, sobre resolução que estabelece normas<br />

para os projetos de Pagamentos Por Serviços Ambientais às Rppns (Reserva<br />

Particular do Patrimônio Natura)<br />

26<br />

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ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

Nagi Paulo Nader<br />

LOCAL DE NASCIMENTO<br />

Canoinhas (SC) no dia 24 de fevereiro de 1972<br />

February 24, 1972, Canoinhas (SC)<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Gerente <strong>Florestal</strong> da Masisa do Brasil<br />

Forest Manager at Masisa do Brasil<br />

FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />

Engenharia <strong>Florestal</strong> com MBA em Gestão Empresarial pela FGV<br />

Forest Engineering, and MBA from FGV<br />

De olho no futuro<br />

28<br />

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<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

29


ENTREVISTA<br />

“A divisão florestal da Masisa contribuiu com bastante<br />

força com o resultado financeiro da empresa,<br />

principalmente pela alavancagem de vendas de toras<br />

ao mercado, além do abastecimento da planta”<br />

30<br />

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“Até 2020 a madeira oriunda dos projetos de<br />

parceria florestal terá maior participação no<br />

fluxo de abastecimento de nossas indústrias”<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

31


ENTREVISTA<br />

“Um dos fatores que poderia alavancar nosso<br />

crescimento seria a facilidade de acesso ao crédito e<br />

juros menores”<br />

32<br />

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COMUNICAÇÃO<br />

REVISTAS<br />

VÍDEO<br />

WEBSITES<br />

MARKETING<br />

TV<br />

PRODUÇÕES<br />

INTERNET<br />

EVENTOS<br />

PUBLICIDADE<br />

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contato@jotacom.com.br<br />

+55 (41) 3333-1023


PRINCIPAL<br />

SOLID<br />

VALUES<br />

WITH A NEW<br />

LOOK<br />

THE MANUFACTURER OF FOREST<br />

HARVESTING PRODUCTS, OREGON,<br />

UPDATES ITS IMAGE TO CLEARLY<br />

CONVEY THE COMPANY’S VALUES<br />

AND TO STAND OUT IN THE SEA OF<br />

SECTOR ADVERTISING<br />

A FABRICANTE DE PRODUTOS<br />

PARA COLHEITA FLORESTAL<br />

OREGON ATUALIZA A IMAGEM<br />

PARA TRANSMITIR COM CLAREZA<br />

OS VALORES DA EMPRESA E<br />

SE DESTACAR NO MAR DE<br />

PUBLICIDADE DO SETOR<br />

Fotos: divulgação<br />

34<br />

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<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

35


PRINCIPAL<br />

O<br />

conceito de imagem é bastante amplo. Pode<br />

ser definido como a maneira com que nos<br />

mostramos ao mundo. Mas existe aí um<br />

porém, porque também é a forma com que o mundo<br />

nos vê. Em muitas situações as duas visões não batem.<br />

Se para a vida pessoal essa informação tem que<br />

ser precisa, o mesmo se aplica para as empresas que<br />

comunicam seus valores, o item mais importante para<br />

qualquer companhia sólida. Observando que poderia<br />

melhorar a mensagem que transmite aos consumidores,<br />

a Oregon resolveu dar uma repaginada no visual.<br />

Mas não se restringiu somente a mudar a cor da logo<br />

ou melhorar o design de um anúncio. Por meio de um<br />

extenso trabalho o objetivo foi se aproximar ainda mais<br />

do cliente e facilitar o entendimento da história e valores<br />

da empresa para quem ainda não a conhece, ou<br />

seja, deixar nítido que os produtos são fabricados para<br />

serem a ferramenta do sucesso de quem os compra.<br />

A concorrência internacional, em especial no setor<br />

de máquinas e equipamentos para o setor florestal, é<br />

brutal. Mais do que produzir os equipamentos, as empresas<br />

investem pesado na comunicação. Por isso os<br />

clientes são bombardeados com publicidade e mensagens<br />

de todos os lados. Então se por um lado aquele<br />

velho bordão do saudoso Chacrinha, ícone da TV brasileira<br />

dos anos 50 aos 80, “quem não se comunica se<br />

trumbica” ainda vale, do outro comunicação de mais<br />

confunde. Isso motivou a Oregon a investir em um<br />

processo que diferenciasse a marca e transmitisse de<br />

forma direta os valores da empresa. “A atualização da<br />

marca Oregon faz parte da renovação do nosso compromisso<br />

com as diretrizes que nos trouxeram sucesso<br />

em mais de 70 anos de história, que é o foco nos clientes<br />

e a liderança na produção de produtos inovadores.<br />

Acreditamos que um marketing mais forte e a transmissão<br />

desses valores nos ajudará a manter e ampliar<br />

nossa posição de líderes nos mercados globais”, explica<br />

Bob Engel, diretor global de marketing da divisão florestal<br />

e jardinagem.<br />

T<br />

he concept of image is quite broad. It can be<br />

the way to show off a company to the world.<br />

But there is a catch, because it is also the way<br />

the world sees the company. In many situations the two<br />

visions aren’t the same. In personal life that information<br />

has to be accurate, the same applies to companies<br />

because it communicates values, the most important<br />

item of any company. Noting that by it can improve the<br />

message conveyed to consumers, Oregon decided to deliver<br />

a remodeled visual. But it was not just restricted<br />

to changing the color of the logo or improving the design<br />

of an advertisement. Through extensive reworking,<br />

the goal was to approach the customer and further facilitate<br />

the understanding of the Company’s history for<br />

those who are not yet familiar with the corporation, that<br />

is, make it clear that the products are constructed to be<br />

a tool for the success of those who buy them.<br />

International competition, especially in the forest<br />

machinery and equipment sector, is brutal. More than<br />

just producing equipment, companies are investing<br />

heavily in communication. That is why customers are being<br />

bombarded with advertising and messages from all<br />

sides. So if on one side that old catchphrase of the late<br />

Brazilian TV icon of 50’s, 60’s, 70’s and 80’s, Chacrinha,<br />

“those who don’t communicate only harm themselves”<br />

still holds true, on the other side so does confused communication<br />

cause harm. This prompted Oregon to invest<br />

in a process that differentiates the brand and clearly<br />

conveys the Company’s values. “The modernization of<br />

the Oregon brand is part of a renewal of our commitment<br />

to priorities that has meant success for over more<br />

than 70 years, that is, the focus on customers and leadership<br />

in innovative products. We believe that a stronger<br />

marketing program transmits these values and will<br />

help us maintain and expand our leadership position in<br />

global markets,” explains Bob Engel, Global Marketing<br />

Director for the Forestry, Lawn and Gardening Division.<br />

The work started in 2014, through extensive research<br />

being carried out in more than 50 locations in seven<br />

36<br />

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NTES<br />

“ANTES MOSTRÁVAMOS QUÃO BONS ERAM NOSSOS PRODUTOS, AGORA<br />

QUEREMOS MOSTRAR QUÃO MELHORES OS USUÁRIOS SE SENTIRÃO<br />

UTILIZANDO NOSSOS PRODUTOS”<br />

JONAS PROENÇA,<br />

GERENTE DE VENDAS E MARKETING<br />

DA AMÉRICA LATINA<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

37


ARCA<br />

PRINCIPAL<br />

“A ATUALIZAÇÃO DA MARCA OREGON FAZ PARTE DA RENOVAÇÃO DO<br />

NOSSO COMPROMISSO COM AS DIRETRIZES QUE NOS TROUXERAM<br />

SUCESSO EM MAIS DE 70 ANOS DE HISTÓRIA, QUE É O FOCO NOS<br />

CLIENTES E A LIDERANÇA NA PRODUÇÃO DE PRODUTOS INOVADORES”<br />

BOB ENGEL,<br />

DIRETOR GLOBAL DE MARKETING DA<br />

DIVISÃO FLORESTAL E JARDINAGEM<br />

38<br />

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<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

39


PRINCIPAL<br />

40<br />

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OREG<br />

N<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

41


PRINCIPAL<br />

42<br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

ER CEPÇÃO<br />

“A PRIMEIRA VANTAGEM SERÁ A PERCEPÇÃO DE QUE A OREGON ESTÁ<br />

MAIS PRÓXIMA DO USUÁRIO E DE QUE CONTINUAMOS NA VANGUARDA<br />

NA BUSCA POR INOVAÇÕES E ADAPTAÇÕES EM UM MERCADO TÃO<br />

DINÂMICO E EXIGENTE”<br />

JONAS PROENÇA,<br />

GERENTE DE VENDAS E MARKETING<br />

DA AMÉRICA LATINA


<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

43


SILVICULTURA<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

CAMPANHA CONTRA A<br />

LAGARTA PARDA<br />

ENTIDADES BAIANAS LANÇARAM DUAS AÇÕES PARA EVITAR<br />

A AMEAÇA A PLANTIOS DE EUCALIPTO NA REGIÃO. ALÉM DA<br />

BAHIA, A PRAGA JÁ FOI REGISTRADA EM MAIS 13 ESTADOS<br />

44<br />

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<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

45


SILVICULTURA<br />

Foto: divulgação<br />

46<br />

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Foto: REFERÊNCIA<br />

PARA LEITURA E DOWNLOAD:<br />

HTTP://ISSUU.COM/ABAF_2014 E<br />

NO SITE DA ABAF (WWW.ABAF.ORG.BR)<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

47


EVENTO<br />

PORTAS<br />

ABERTAS<br />

VERMEER PREPARA UM VERDADEIRO<br />

SHOW NA SEDE DA EMPRESA PARA<br />

RECEBER CLIENTES E PROFISSIONAIS<br />

DE DIVERSOS SETORES PARA<br />

MOSTRAR EQUIPAMENTOS<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

E<br />

m março a cidade de Valinhos (SP) vai receber<br />

um evento inédito no Brasil. Os principais temas<br />

da linha de atuação da Vermeer Brasil serão discutidos<br />

e apresentados por especialistas de cada setor.<br />

Será o Mundo Vermeer, marcado para os dias 10 e 11<br />

de março, na sede da empresa. O workshop de dois dias<br />

trará, nesta terceira edição, uma proposta diferente dos<br />

anos anteriores. Antes os eventos focaram apenas em<br />

tecnologia de infraestrutura. Agora serão apresentadas<br />

todas as soluções, nos diferentes nichos de mercado que<br />

a Vermeer atua, entre eles a produção de biomassa que<br />

pode servir de combustível.<br />

“Nossa intenção é colocar prestadores de serviços e<br />

seus potenciais clientes no mesmo lugar, ou seja, oferta<br />

e demanda. Teremos oportunidade de debater temas<br />

específicos e sobre como algumas empresas estão tendo<br />

sucesso, mesmo com o atual momento da economia.<br />

A ideia é apresentar quais as práticas implantadas que<br />

deram certo. De forma geral, o intuito do evento não é<br />

darmos palestras sobre nossos equipamentos, mas sim<br />

promover o encontro de pessoas que estão envolvidas<br />

48<br />

www.referenciaflorestal.com.br


com o mercado e que tenham conhecimento sobre o<br />

que vai acontecer nos próximos 24 meses”, afirma Herbert<br />

Waldhuetter, diretor da Vermeer América Latina.<br />

ENERGIA PARA O CRESCIMENTO<br />

Herbert lembra que por mais que o mercado esteja<br />

retraído existem empresas pensando em médio prazo.<br />

“Por isso acreditamos que o cavaco seja uma ótima fonte<br />

para geração de energia”, aposta Herbert. Para ele, a<br />

linha de picadores da Vermeer pode contribuir com as<br />

empresas que buscam novas fontes de energia. “A retração<br />

da demanda energética é algo pontual. Em algum<br />

momento o Brasil irá voltar a crescer e a demanda por<br />

energia vai aumentar. Justamente por isso vamos focar<br />

nessa questão da produção de cavaco como alternativa<br />

energética, para que seja algo rentável.”<br />

A filosofia do Mundo Vermeer é mostrar que neste<br />

momento difícil existem maneiras de trabalhar com mais<br />

eficiência. “Vamos passar essa mensagem com exemplo<br />

de casos de sucesso, de clientes que estão fazendo isso<br />

com a ajuda dos equipamentos Vermeer. Com tecnologia,<br />

equipamentos e soluções diferenciadas é possível<br />

prestar o serviço de uma forma rentável, o que é crucial<br />

neste momento”, afirma o diretor.<br />

está a apresentação de temas relacionados a infraestrutra<br />

subterrânea, biomassa, indústria florestal, meio ambiente,<br />

energias renováveis e setor agrícola. Estão programadas<br />

participações de palestrantes, que vão debater temas atuais<br />

de mercado; e de clientes, apresentando casos de sucesso e<br />

inovação em operações. Experts nos principais assuntos de<br />

interesse da empresa e dos clientes estarão presentes para<br />

a troca de experiências e conhecimento.<br />

Informações adicionais podem ser obtidas pelo site:<br />

www.mundovermeer.com.<br />

RELACIONAMENTO, ENTRETENIMENTO E<br />

CONHECIMENTO<br />

Entre as principais atrações do Mundo Vermeer<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

49


ESPÉCIE COMERCIAL<br />

PARCERIA<br />

GANHA-<br />

GANHA<br />

Fotos: Grupo Arboris<br />

50<br />

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PESQUISA<br />

DE PLANTIO<br />

CONSORCIADO<br />

SOJA-PARICÁ<br />

MOSTRA<br />

BENEFÍCIOS<br />

ÀS DUAS<br />

CULTURAS COM<br />

AUMENTO EM<br />

PRODUTIVIDADE<br />

E REDUÇÃO NOS<br />

CUSTOS<br />

O<br />

Pará foi pioneiro no plantio comercial de paricá<br />

(Schizolobium parahyba var. amazonicum). Agora<br />

produtores do sudeste do Estado, podem ser os<br />

primeiros a se beneficiar com o sistema consorciado da espécie<br />

florestal com a soja. O tema motivou uma pesquisa que<br />

completa um ano com resultados muito animadores. Houve<br />

incremento na produtividade das duas culturas, redução no<br />

uso de defensivos e nos custo da implantação do empreendimento.<br />

O paricá é uma espécie nativa da região que vem sendo<br />

usada principalmente na fabricação de lâminas, compensado<br />

e celulose. Na outra ponta está a soja (Glycine max), uma<br />

espécie agrícola amplamente difundida em diversas regiões<br />

do país. Em 2014, fruto de uma dissertação de mestrado defendida<br />

na Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de<br />

Queiroz da Universidade de São Paulo), pesquisadores realizaram<br />

o Zoneamento do Paricá no Pará, indicando áreas<br />

com alto, médio e baixo potencial para a espécie nativa da<br />

Amazônia. Durante os trabalhos de campo e palestras na região<br />

a coorientadora do trabalho, Dra. Lucieta Guerreiro Martorano,<br />

agrometereologista da Embrapa Amazônia Oriental,<br />

mostrou a empreendedores que estavam iniciando os cultivos<br />

de soja o potencial de integração com o paricá, em áreas<br />

apontadas com alto potencial ao plantio da espécie, mas que<br />

poderiam estar subutilizadas por estarem destinadas apenas<br />

aos plantios anuais.<br />

Soja foi plantada na entrelinha do<br />

paricá, distribuídas em nove linhas<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

51


ESPÉCIE COMERCIAL<br />

A expectativa é que a produtividade<br />

do paricá aumente em 10% devido o<br />

consórcio com a soja<br />

“Como a soja é uma leguminosa, beneficiada pelo processo<br />

biológico de fixação de nitrogênio, há redução de custos<br />

com fertilizantes nitrogenados, intensificando a capacidade<br />

de absorção de nutrientes, induzindo aumento em produtividade”,<br />

argumenta Lucieta. A pesquisadora explicou para os<br />

empresários que o consórcio soja-paricá fortaleceria as interações<br />

solo-planta-atmosfera, potencializando o crescimento<br />

e desenvolvimento das duas espécies em uma economia de<br />

baixa emissão de carbono.<br />

O cultivo de soja rendeu 28% a mais<br />

do que em plantios convencionais<br />

Assim nasceu o primeiro empreendimento consorciado<br />

com 80% soja e 20% paricá com 228 ha (hectares) na área<br />

pertencente ao Grupo Arboris, em Ulianópolis (PA), supervisionada<br />

por Élio Meyering, engenheiro agrônomo e consultor<br />

do Grupo e pelo técnico florestal Marcio Áviz. Os plantios foram<br />

realizados de 15 de janeiro a 10 de fevereiro de 2015.<br />

De acordo com os pesquisadores, houve redução na aplicação<br />

de defensivos agrícolas no paricá e logo no primeiro<br />

ano foi possível perceber que o paricá teve ganhos expressivos<br />

em crescimento em relação aos plantios homogêneos. “A<br />

soja rendeu 28% em volume, comparada a safra anterior. E no<br />

paricá, a expectativa é um incremento em volume superior a<br />

10% em comparação com o não consorciado”, detalha o engenheiro<br />

Marco Siviero, diretor-presidente, do Grupo Arboris<br />

e um dos autores da pesquisa.<br />

52<br />

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Plantio de soja foi mecanizado e a<br />

semeadura do paricá foi manual<br />

O plantio da soja foi mecanizado, enquanto que o de paricá<br />

foi por semeadura manual em espaçamento de cinco metros<br />

entre linhas e dois metros entre covas. A soja foi plantada<br />

em quatro metros na entrelinha do paricá, distribuídas em<br />

nove linhas espaçadas de 0,45 m (metros). Foram colhidas<br />

3,4 t (toneladas) por ha de grãos com rendimento superior<br />

ao de monocultivos na região. A pesquisa constatou que o<br />

paricá foi beneficiado pelas práticas de cultivo adotadas no<br />

plantio da soja, pois aos seis meses apresentou média de 2,5<br />

m (metros) de altura e 2,6 cm (centímetros) de altura, números<br />

superiores aos de plantios convencionais, explica Sabrina<br />

Benmuyal, engenheira <strong>Florestal</strong> do Grupo Arboris.<br />

O mesmo defensivo utilizado no<br />

plantio da soja beneficiou as mudas<br />

de paricá, reduzindo o custo com o<br />

insumo e aplicação<br />

O engenheiro agrônomo Élio Meyering, explica que a sinergia<br />

paricá-soja implicou na transferência de vantagens de<br />

uma cultura em favor da outra, por exemplo, a soja de bordadura<br />

se beneficiou do espaço nas linhas de paricá. O custo do<br />

preparo inicial da área foi suportado pelo paricá, conforme o<br />

procedimento padrão. A soja, que tem fixação de nitrogênio<br />

por rizobium, forneceu nitrogênio ao paricá. Os tratos culturais<br />

com herbicida aplicados na soja, procedimento padrão,<br />

beneficiaram gratuitamente o paricá. “Por fim, a soja deixou<br />

material orgânico e adubação química residual no solo, cedidos<br />

gratuitamente ao paricá”, completa Lucieta. O paricá e a<br />

soja são leguminosas, foram plantadas simultaneamente. O<br />

padrão de preparo do solo utilizado é o convencional para<br />

cada uma das duas culturas (grade niveladora, correção do<br />

solo, subsolagem e adubação, semeadura direta).<br />

Esse tipo de plantio consorciado não fica restrito somente<br />

ao sul do Pará. Qualquer região propícia ao paricá, ou seja,<br />

toda a Amazônia e algumas regiões do sul do Brasil também<br />

podem receber esse tipo de empreendimento. No Pará a<br />

área estimada do plantio de soja pelo Ibge (Instituto Brasileiro<br />

de Geografia e Estatística) em 2014, foi de 243.<strong>171</strong> ha.<br />

“Toda ela pode receber essa atividade”, explica Marco Siviero.<br />

Ele ainda completa afirmando que o número do instituto<br />

está subestimado, uma vez que a região de Dom Eliseu, Paragominas,<br />

Ulianópolis e Rondon do Pará plantou cerca de 200<br />

mil ha na última safra. Isso quer dizer que as oportunidades<br />

são imensas.<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

53


CONFRATERNIZAÇÃO<br />

DESPEDIDA DE 2015<br />

COM CODORNA<br />

NO PRATO<br />

Foram preparadas 2.200 codornas para<br />

dar conta da fome dos convidados<br />

EVENTO REALIZADO EM SANTA<br />

CATARINA ENCERROU O ANO<br />

PARA O SETOR FLORESTAL COM<br />

MUITA CONVERSA E BOAS AÇÕES<br />

EM FAVOR DE QUEM MAIS PRECISA<br />

Fotos: MJA Fotografias/Jaison Lopes<br />

54<br />

www.referenciaflorestal.com.br


O<br />

que começou com um pequeno jantar de confraternização<br />

para funcionários se tornou um dos<br />

maiores pontos de encontro do setor florestal, e o<br />

evento - que conta com um cardápio muito especial - marca o<br />

encerramento oficial do ano para os empresários e profissionais<br />

da área. Estamos falando da codornada promovida pela<br />

NP Transportes e Biomassa, que acontece todos os anos em<br />

Ponte Alta do Norte (SC), uma pequena cidade que fica ao<br />

lado de Lages (SC). A mais recente edição da festa foi realizada<br />

no dia 10 de dezembro do ano passado e reuniu 500<br />

pessoas.<br />

O jantar já ocorre há 10 anos e tem o único objetivo de<br />

reunir profissionais do segmento florestal para agradecer o<br />

bom trabalho e as relações sadias entre fornecedores e clientes<br />

que ultrapassam o campo comercial. “Tudo começou com<br />

um jantar de fim de ano para os funcionários da empresa que<br />

meu pai realizava, mas a partir da terceira edição ele ficou<br />

muito grande e atraiu 200 pessoas”, lembra Fabio Calomeno,<br />

diretor da NP Transportes e Biomassa.<br />

Por causa do crescimento espantoso não previsto pelo<br />

idealizador, Calomeno chegou a pensar em cancelar a próxima<br />

edição por medo de não dar conta de atender tanta gente.<br />

Mas incentivado por Hamilton Luiz Romanovski, gerente<br />

de operação florestal da Unidade da Berneck em Curitibanos<br />

(SC), decidiu levar adiante. “Não fiz nada de mais, só palpitei”,<br />

comenta humildemente Hamilton. Mas para o diretor da<br />

NP Transportes a intervenção do amigo foi fundamental. “Foi<br />

nosso primeiro apoiador, ele acreditou na festa e incentivou<br />

outros a nos apoiar”, reforça Calomeno. Assim, empresas começaram<br />

a patrocinar o evento que foi crescendo ainda mais,<br />

mas sempre com a essência da primeira edição e o cardápio<br />

da terceira: uma codornada preparada com muito capricho.<br />

Em 2009 o evento atraiu mais de 300 pessoas e passou<br />

a ter também caráter filantrópico. Foi pedido para cada convidado<br />

levar dois brinquedos: um para menina e outro para<br />

menino. Esses presentes são entregues pelo Papai Noel a<br />

crianças carentes do município. “Era algo que faltava, foi sugerido<br />

arrecadar alimentos, mas nessa época do ano achamos<br />

mais importante fazer a alegria dos pequenos”, apontou<br />

o idealizador da festa.<br />

A confraternização de 2015 marcou a décima edição do<br />

evento e atraiu 500 participantes. Foram arrecadados brinquedos<br />

para mais de mil crianças. “O evento se tornou tradicional<br />

por reunir todas as pessoas que trabalham com madeira<br />

na região do planalto catarinense e de outras regiões.<br />

O local já não está comportando mais tantos convidados”,<br />

avalia - satisfeito com o sucesso - Hamilton.<br />

O anfitrião da festa fez questão de<br />

agradecer pelo bom relacionamento<br />

com clientes e fornecedores ao longo<br />

de 2015<br />

Cerca de 500 pessoas compareceram ao<br />

evento<br />

Mais de mil crianças receberam os<br />

brinquedos doados durante o evento<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

55


CONFRATERNIZAÇÃO<br />

Os clientes da Minusa<br />

Forest puderam observar o<br />

harvester preparado para<br />

colheita florestal<br />

No espaço da Komatsu<br />

Forest, em detalhe o<br />

Forwarder 865<br />

A Timber Forest deu<br />

destaque para os<br />

equipamentos da Ponsse<br />

56<br />

www.referenciaflorestal.com.br


O destaque da Pesa foi o<br />

Skidder da Catterpillar 525D<br />

EVENTO PRESTIGIADO<br />

Mais de 20 empresas patrocinaram a codornada do ano<br />

passado. “Acredito que a importância do evento é ímpar e<br />

não se restringe somente à região de Lages, é muito mais<br />

abrangente”, aponta Giuseppe Rosa, coordenador comercial<br />

da Minusa Forest. Para ele, o sucesso da festa demonstra a<br />

evolução e importância que o segmento florestal possui no<br />

Estado de Santa Catarina, bem como em todo país. “Parabéns<br />

ao Fabio Calomeno e toda a equipe NP. Nós da Minusa<br />

fazemos votos de que este evento se perpetue ao longo do<br />

tempo, se repetindo por muitos e muitos anos.”<br />

A Minusa Forest aproveitou a reunião dos profissionais<br />

do segmento e expôs toda a gama de produtos e serviços<br />

para atender os clientes do segmento florestal. “Material<br />

rodante, correntes flexíveis, cabeçotes, customização de<br />

máquina base, pneus, dentre outros, além de registrarmos a<br />

presença da equipe técnica e comercial de Santa Catarina e<br />

Paraná”, elenca Giuseppe.<br />

Assim como a Minusa Forest, a Komatsu Forest patrocina<br />

a codornada há dois anos. Nesta edição a fabricante de equipamentos<br />

florestais mostrou o forwarder Komatsu 865 e o<br />

picador Morbark modelo 40/36. “A aderência a esse tipo de<br />

evento é importante, e a tendência é de participar nos próximos<br />

anos, pois além de contribuir com doações de brinquedos<br />

para as crianças da comunidade local, que é a principal<br />

ideia, há a possibilidade de interagir com os clientes da região<br />

e trocar informações sobre o mercado”, destaca Gustavo Feliciano<br />

do departamento de Marketing e Vendas da Komatsu<br />

Forest.<br />

“O evento foi mais uma vez um sucesso, a Timber Forest<br />

participa da codornada na Ponte Alta Norte desde as primeiras<br />

edições, nessa última, o evento deu um upgrade de qualidade<br />

tanto em estrutura quanto em número de participantes<br />

e de empresas demonstrando seus produtos”, declara Carlos<br />

Santana, do departamento de Marketing da Timber Forest.<br />

A empresa levou para o evento cabeçotes Log Max, Feller<br />

Quadco 18C e outro Feller Satco 420. Além desses, a representante<br />

da Ponsse expôs o harvester ScorpionKing e o<br />

forwarder BuffaloKing.<br />

“O evento, além de trazer network de qualidade, reuniu<br />

os maiores players do mercado florestal do mundo”, considera<br />

Carlos. “Não vamos deixar de lado o que tem de mais<br />

importante e nobre na codornada, ela tem um papel social<br />

muito importante para região, foi gratificante ver o número<br />

de brinquedos arrecadados que, sem dúvida, fez o final de<br />

ano de muitas crianças mais feliz.” O diretor geral da Ponsse<br />

Latin America, Teemu Raitis, também marcou presença.<br />

A catarinense Planalto Indústria e Comércio, com sede<br />

em Campos Novos (SC), participa desde a primeira edição em<br />

que o evento ultrapassou as portas da NP Transportes. “Creio<br />

que para a comunidade de Ponte Alta do Norte este deve ser<br />

o maior evento no município, em função das pessoas de diversas<br />

localidades que, com muita competência, Fabio Calomeno<br />

consegue reunir”, avalia Luis Carlos Mecabô, diretor<br />

comercial. “Também pela arrecadação dos brinquedos para<br />

distribuição das crianças mais necessitadas da região”, completa.<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

57


CONFRATERNIZAÇÃO<br />

O equipamento com piso<br />

móvel da Carrocerias<br />

Bachiega, trazido pela<br />

Hbmax, chamou a atenção<br />

durante o evento<br />

A Pesa (Paraná Equipamentos), representante exclusiva<br />

dos equipamentos Caterpillar no sul do país, também apoia<br />

o evento desde o crescimento observado na terceira edição.<br />

“O que marcou na edição de 2015 foi o grande público florestal<br />

com quase 500 pessoas reunidas. Encontramos vários<br />

clientes do setor madeireiro, uma ótima oportunidade de<br />

confraternização”, ressaltou Luiz Fernando Bona, especialista<br />

florestal da Pesa. A empresa levou o modelo 525D com<br />

guincho da nova série de skidder Caterpillar.<br />

De acordo com Bona, toda a região possui uma grande<br />

movimentação de negócios em torno do mercado florestal e<br />

o evento se tornou um ótimo ponto de encontro para todos<br />

do setor. “Precisamos parabenizar nosso amigo Fabio Calomeno<br />

pela dedicação, esforços e carisma”, finalizou.<br />

A Carrocerias Bachiega participou como apoiador do<br />

jantar pela primeira vez por meio da representante de Santa<br />

Catarina, Hbmax com sede em Caçador (SC). “Um evento<br />

direcionado ao setor florestal muito importante, do qual<br />

pretendemos, se tivermos a oportunidade, participar nas<br />

próximas edições”, afirma o diretor da fabricante de equipamentos,<br />

Fábio Bachiega.<br />

A empresa levou para o evento uma carroceria com piso<br />

móvel carregada com cavaco. “Tivemos a oportunidade de<br />

fazer a explanação do produto para o público presente, e na<br />

sequência - para os interessados - fizemos algumas demonstrações<br />

de descarga.”<br />

Depois de ficar impressionada com a força e com o conceito<br />

do evento de 2014, a John Deere decidiu patrocinar<br />

a codornada de 2015. “O destaque deste ano foi a grande<br />

presença de clientes da região de Santa Catarina e, principalmente,<br />

a iniciativa em realizar um evento de caráter beneficente.<br />

A John Deere já realiza diversos trabalhos em prol do desenvolvimento<br />

cultural e social há anos, mas é gratificante<br />

ver isso também no setor florestal”, ressalta Rodrigo Junqueira,<br />

gerente de vendas da John Deere <strong>Florestal</strong> do Brasil.<br />

Por entender que a codornada é um evento beneficente,<br />

não foi o foco principal divulgar novidades ou lançamentos.<br />

“Contudo, como tínhamos entregas de equipamentos<br />

programadas na região, aproveitamos a oportunidade para<br />

apresentamos o Forwarder 1510E para desbaste e o novo<br />

cabeçote Waratah HTH622C, capaz de processar árvores<br />

múltiplas no estaleiro, garantindo precisão do comprimento<br />

e excelente qualidade de desgalhamento”, detalha Rodrigo.<br />

A Breitkopf Veículos, concessionária dos caminhões<br />

Volkswagen também apoiou o evento.<br />

58<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Em destaque o Forwarder<br />

1510E da John Deere<br />

CBI - Simplesmente o Melhor.<br />

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CBI - uma divisão da<br />

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MERCADO<br />

É PRECISO<br />

FAZER<br />

DIFERENTE<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

60<br />

www.referenciaflorestal.com.br


O NEGÓCIO FLORESTAL<br />

EVOLUIU, POR ISSO É<br />

NECESSÁRIO QUE OS<br />

SILVICULTORES ADOTEM<br />

NOVAS PRÁTICAS QUE<br />

ACOMPANHEM ESSAS<br />

MUDANÇAS<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

61


MERCADO<br />

“Esse movimento aqueceu as transações de terras e<br />

florestas, atraindo a atenção de novos investidores<br />

nacionais e estrangeiros”, destaca. Isso permitiu a<br />

expansão da área plantada em várias partes do país.<br />

Mas com a proibição da compra de terras por estrangeiros<br />

o movimento foi paralisado. No Congresso<br />

Nacional tramita atualmente um projeto de lei para<br />

regulamentar a matéria.<br />

Paralelamente, no mesmo período, o país vivenciou<br />

a expansão da indústria de base florestal em<br />

praticamente todo o território nacional. Apesar de<br />

regionalmente ter realidades distintas, o mercado<br />

consumidor se fortaleceu com a perspectiva de que<br />

o suprimento de madeira estaria garantido por um<br />

mercado produtor de tora independente. “Estratégia<br />

válida principalmente para as companhias industriais<br />

de micro a médio porte”, detalha Marcio.<br />

Já as companhias de grande porte mantiveram a<br />

autossuficiência de matéria-prima, somente o abastecimento<br />

complementar é feito por fornecedores<br />

de mercado.<br />

Esse movimento acabou restringindo o forneci-<br />

O<br />

setor florestal brasileiro mudou. Isso significa<br />

que insistir em um modelo de negócio<br />

e esperar os mesmos resultados<br />

que há 10 anos é no mínimo ingenuidade. Para ter<br />

sucesso diante de uma realidade tão diferente é<br />

imprescindível entender qual é o cenário atual para<br />

conseguir empregar novos conceitos. De acordo<br />

com especialistas da área, a atividade florestal é sim<br />

muito lucrativa, o importante é planejar o empreendimento<br />

detalhadamente para ampliar as chances<br />

de sucesso.<br />

Na última década uma série de acontecimentos<br />

foi mudando a cara do negócio florestal. Entre elas<br />

está a ampliação da compra e venda de terras e florestas<br />

envolvendo as Timos internacionais (grupos<br />

de investidores em florestas). “Essas negociações<br />

movimentaram de forma significativa o setor florestal”,<br />

avalia Nelson Barboza Leite, diretor das empresas<br />

de serviços florestais Teca e Daplan.<br />

De acordo com Marcio Funchal, diretor da Consufor,<br />

com a chegada das grandes Timos no Brasil, no<br />

ano 2000, houve uma profissionalização do negócio.<br />

62<br />

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mento de matéria-prima. “Tivemos muitas fusões<br />

de grandes empresas, o que concentrou ainda mais<br />

o patrimônio de florestas plantadas nas mãos de<br />

grandes consumidores”, aponta Nelson. De acordo<br />

com os dados apresentados pelo executivo, a área<br />

plantada nacional é de aproximadamente 8 milhões<br />

de ha (hectares), dos quais cerca de somente 30%<br />

correspondem aos plantios de produtores independentes.<br />

“Na verdade, os grandes consumidores, na<br />

maioria, possuem florestas em quantidade, o que<br />

lhes permite certo controle nos preços”, ressalta.<br />

“Há muitos consumidores cortando florestas com<br />

idade inadequada para garantir os preços baixos de<br />

mercado. É um tiro no pé em longo prazo”, alerta.<br />

O aumento do investimento na formação das<br />

florestas se deve à elevação dos custos de mão de<br />

obra e insumos, enquanto o preço da madeira não<br />

tem crescido na mesma proporção, o que afasta o<br />

produtor independente. Para Nelson, os grandes<br />

consumidores estão matando a galinha dos ovos de<br />

ouro. “O pequeno produtor fornece madeira, evita<br />

compra de terras e, quando satisfeito, colabora na<br />

integração das empresas com comunidades do entorno”,<br />

ressalta.<br />

O diretor da Consufor reforça essa ideia de exclusão<br />

do pequeno. “Como os custos de produção<br />

estão muito superior à remuneração da venda da<br />

madeira produzida pelos plantios, grandes companhias<br />

estão mais abertas à possibilidade de assinar<br />

contratos de abastecimento com produtores florestais<br />

profissionalizados e de grande porte”, avalia<br />

Marcio.<br />

MENOS VALOR<br />

O Brasil tem perdido gradualmente as vantagens<br />

que lhe trouxeram sucesso no passado: alta produtividade<br />

da floresta aliada a baixo custo de produção.<br />

Como o país iniciou a expansão da base florestal para<br />

novas regiões, a produtividade média das florestas<br />

no Brasil caiu. “Há mais de 10 anos, fala-se em produtividade<br />

média em torno de 40 m³/ha/ano (metros<br />

cúbicos por hectare ao ano) e há muitas regiões<br />

apresentando queda na produtividade por inúmeras<br />

adversidades (pragas, doenças, déficit hídrico e até<br />

problemas fisiológicos com clones)”, alerta Nelson.<br />

Pedro Francio Filho, sócio da Unisafe Consultoria,<br />

concorda que houve estagnação no ganho biológico<br />

da florestas plantadas no país. “Para obter os<br />

resultados desejados de produtividade, qualidade<br />

“Se o produtor<br />

permanecer executando<br />

o mesmo modelo de<br />

operação dos últimos<br />

5 ou 10 anos, vai<br />

chegar um dia que a<br />

silvicultura não fará mais<br />

sentido para ele, pois a<br />

rentabilidade do negócio<br />

será insustentável”<br />

Marcio Funchal,<br />

diretor da Consufor<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

63


MERCADO<br />

e conseguirmos ser mais eficientes no agronegócio<br />

pensando no fator de produção vegetal, precisamos<br />

respeitar os detalhes técnicos que contemplam a<br />

engenharia (agro), fator fundamental para fornecimento<br />

de matéria-prima na indústria (negócio),<br />

garantindo a sustentabilidade e segurança do setor<br />

florestal brasileiro. Sendo assim, precisamos extinguir<br />

as receitas de bolo ou fórmulas prontas para o<br />

setor de produção”, orienta.<br />

Nelson afirma que há muita expectativa com os<br />

transgênicos, mas há necessidade de muitos melhoramentos<br />

operacionais, até que se possa contar com<br />

os benefícios da transgenia. Do outro lado existem<br />

tecnologias para aumento da produtividade que<br />

não são empregadas pela necessidade de se reduzir<br />

custos operacionais. “Essa é uma questão que sempre<br />

põe em sentido contrário os silvicultores, que<br />

querem fazer uma boa floresta, e o controlador de<br />

planilhas que fica no escritório querendo comandar.<br />

Quando a matemática ganha da biologia a floresta<br />

cai de produtividade”, sentencia o especialista.<br />

64<br />

PREÇOS<br />

Na avaliação dos especialistas o valor da matéria-prima<br />

está ruim no geral. “Os preços da madeira<br />

de florestas plantadas estão tornando a silvicultura<br />

insustentável”, opina Nelson. De acordo com ele,<br />

nos últimos 10 anos o valor da madeira não acompanhou<br />

nenhum indicador econômico. “O mercado externo<br />

aumentou, o dólar se valorizou, os custos para<br />

se fazer floresta aumentaram - quase dobraram - e o<br />

valor da madeira se manteve nos mesmos patamares<br />

de 10 anos atrás.”<br />

O diretor da Consufor detalha um pouco mais.<br />

Conforme dados da consultoria, os preços atuais<br />

(média nacional) de eucalipto em pé para celulose<br />

e processo são praticamente os mesmos dos praticados<br />

no início de 2011. “Para se ter uma ideia, a<br />

inflação acumulada no Brasil nesse período (2011<br />

– 2015) atingiu o patamar de 40%, ou seja, em termos<br />

reais a madeira de eucalipto vale apenas 60%<br />

do que valia em 2011”, compara. No caso do pinus,<br />

as madeiras com diâmetros acima de 18 cm (centímetros)<br />

tiveram crescimentos nominais de preços,<br />

mas somente as de diâmetro maiores do que 35 cm<br />

ultrapassaram o patamar de inflação do período, segundo<br />

a Consufor. “Já a madeira para processo (8 cm<br />

a 18 cm) teve redução acumulada de preços superior<br />

a 35% desde 2011 em termos nominais ,ou seja,<br />

queda real de aproximadamente 55% que reduziu o<br />

valor atual real para apenas a metade do valor de<br />

2011.”<br />

Por isso cabe ao silvicultor planejar muito bem<br />

o empreendimento e ter em mãos todos os dados<br />

antes de inciar o negócio. “Um exemplo de leitura<br />

errada do mercado futuro e que tem levado muitos<br />

investidores a repensar sua atuação é o mercado<br />

mineiro”, exemplifica Marcio. De acordo com ele,<br />

há 10 anos Minas Gerais era visto como um grande<br />

mercado para investimento florestal com previsões<br />

otimistas sobre preços e demanda. “No entanto,<br />

nos últimos seis os preços apresentam quedas reais<br />

consecutivas e a demanda está muita baixa.” O Rio<br />

Grande do Sul também foi uma aposta no início dos<br />

anos 2000 que não se realizou, lembra o diretor da<br />

empresa de consultoria. Outro exemplo citado por<br />

Marcio ocorreu no consolidado mercado florestal<br />

do Paraná e Santa Catarina. “Há alguns anos os produtores<br />

florestais reduziram o ciclo de corte de suas<br />

florestas de pinus, pois a expectativa era de que a indústria<br />

local passaria por uma forte expansão baseawww.referenciaflorestal.com.br


da no consumo de madeira fina. Como este cenário<br />

não se concretizou, os preços atuais da madeira fina<br />

desabaram”, avalia.<br />

É possível identificar partes do território brasileiro<br />

com desequilíbrio entre oferta e demanda de<br />

madeira, independente do gênero florestal que se<br />

esteja tratando. “As razões para tal situação são várias,<br />

mas em geral correspondem em grande parte<br />

por um excesso de otimismo por parte do produtor<br />

florestal, que apostou no propalado slogan plante a<br />

floresta que a indústria virá, infelizmente no mundo<br />

dos negócios as coisas não são fáceis assim”, aponta<br />

Marcio.<br />

Por outro lado estão aparecendo oportunidades<br />

que podem ser aproveitadas. “Há de se destacar<br />

o surgimento de grandes projetos em novas áreas<br />

e até para usos alternativos da madeira, principalmente,<br />

como biomassa para energia”, lembra Nelson.<br />

Ele aponta que a silvicultura deve, em médio<br />

prazo, estender-se a essas regiões. Para isso existe a<br />

necessidade de se realizar pesquisas e tomar cuidados<br />

técnicos especiais nessas novas fronteiras.<br />

“Há muitos consumidores<br />

cortando florestas com<br />

idade inadequada para<br />

garantir os preços baixos<br />

de mercado. É um tiro no<br />

pé, em longo prazo”<br />

Nelson Barboza Leite,<br />

diretor das empresas<br />

Teca e Daplan<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

65


MERCADO<br />

O especialista cita caminhos que poderiam alavancar<br />

o segmento. “Programa de governo integrando<br />

os plantios de silvicultura ao crescimento<br />

industrial, simplificação da legislação ambiental,<br />

mecanismo que incentive programas de fomento<br />

florestal, pesquisas tecnológicas para promover o<br />

uso alternativo da madeira, financiamento de verdade<br />

e não como instrumento de propaganda política.”<br />

RENTABILIDADE<br />

Existem alternativas para aumentar o retorno:<br />

mudança no regime de manejo, postergação de replantio,<br />

terceirização ou primarização de operações,<br />

mudança do mix de produtos que a floresta produz,<br />

expansão da base florestal, mudança do gênero florestal<br />

plantado e etc. “Hoje temos visto que a técnica<br />

simplesmente pela técnica tem perdido espaço<br />

para a técnica pela razão econômica, o que é ótimo<br />

pois a silvicultura comercial não é diferente de qualquer<br />

outro tipo de investimento produtivo: o objetivo<br />

é obter lucro”, sentencia Marcio.<br />

Ele avalia que o caminho mais indicado nesse<br />

momento é de revisão de estratégias. “O mercado<br />

florestal não está paralisado no Brasil.” Há muitas<br />

oportunidades para capital envolvendo empreendimentos<br />

já em andamento bem como em negócios.<br />

O momento atual é de colocar a ordem na casa e<br />

preparar o mapa do investimento para os próximos<br />

anos.<br />

“A recomendação que podemos deixar é que<br />

o produtor florestal considere os anos de <strong>2016</strong>/17<br />

como um período de renovação dos negócios”, opina<br />

Marcio. De acordo com ele, é momento de preparar<br />

as condições do empreendimento para um novo<br />

ciclo de oportunidades. “Se o produtor permanecer<br />

executando o mesmo modelo de operação dos últimos<br />

5 ou 10 anos, vai chegar um dia que a silvicultura<br />

não fará mais sentido para ele, pois a rentabilidade<br />

do negócio será insustentável.”<br />

Na visão de Pedro Francio, a grande maioria<br />

dos silvicultores quer reduzir o ciclo de corte, que<br />

dependendo da finalidade acaba comprometendo<br />

a qualidade e maturidade da Floresta. “Para que a<br />

qualidade da madeira, aliada à redução do ciclo da<br />

floresta aconteça a receita é simples, precisamos<br />

fazer um bom planejamento, uma boa engenharia,<br />

executar o que foi projetado, e com certeza colherá<br />

os resultados esperados”, orienta.<br />

66<br />

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Nelson sugere empreender perto do mercado<br />

consumidor e se possível com contratos de negociação<br />

de madeira bem amarrados. “Plantar longe dos<br />

mercados só se justifica se houver programação segura<br />

para uso da madeira.” Normalmente, são projeções<br />

de novos empreendimentos industriais. Para<br />

isso são necessárias grandes áreas e garantia de recurso<br />

para que o empreendimento complete o ciclo.<br />

Nas novas fronteiras, principalmente, os trabalhos<br />

iniciais dão muitas informações e permitem a evolução<br />

operacional ano-a-ano.<br />

Do lado técnico Pedro Francio alerta que muitas<br />

vezes as grandes empresas se preocupam na<br />

quantidade da área plantada ao invés da produção<br />

por área, e a escala compromete significativamente<br />

a qualidade das atividades realizadas, deixando<br />

processos básicos de produção de lado. “A busca<br />

constante pelo equilíbrio entre ciência, engenharia e<br />

prática, que ao elevar a saúde vegetal, irá explorar o<br />

máximo potencial de produção, com diminuição dos<br />

custos por metro cúbico ou tonelada produzidos”,<br />

finaliza.<br />

“A busca constante pelo<br />

equilíbrio entre ciência,<br />

engenharia e prática, que<br />

ao elevar a saúde vegetal,<br />

irá explorar o máximo<br />

potencial de produção, com<br />

diminuição dos custos por<br />

metro cúbico ou tonelada<br />

produzidos”<br />

Pedro Francio Filho,<br />

sócio da Unisafe Consultoria


ESPECIAL<br />

MOMENTO DE<br />

COLOCAR A<br />

CASA EM ORDEM<br />

68<br />

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O ANO DE <strong>2016</strong> VEM COM A MISSÃO DE EQUILIBRAR O<br />

DÉFICIT ECONÔMICO POR ISSO AS EMPRESAS DEVEM SE<br />

TOMAR ATITUDES PARA ESTAREM PREPARADAS QUANDO<br />

O PAÍS RETOMAR O CRESCIMENTO<br />

U<br />

m ano para se esquecer! Essa é a resposta<br />

imediata para boa parte dos empresários<br />

sobre o que eles acharam de 2015. Na verdade<br />

é um ano para ficar na memória e aprender<br />

com tudo que aconteceu. Apesar do desempenho<br />

ruim da economia no geral, o setor florestal obteve<br />

saldo positivo puxado pelas vendas externas e<br />

dólar valorizado. Não se pode negar também que<br />

houve conquistas para fora do campo econômico,<br />

como destacam dirigentes das principais entidades<br />

empresariais. Além disso, entramos no novo ano<br />

que tem a meta de equilibrar as contas. Mas não se<br />

engane com <strong>2016</strong>. Ele não será um ano morno, vai<br />

exigir muito do poder de decisão dos empresários.<br />

As atitudes tomadas no decorrer deste período vão<br />

determinar se a empresa estará pronta para acompanhar<br />

as demandas de mercado, que serão imediatas,<br />

quando a economia voltar a crescer.<br />

Estima-se que a retração do PIB (Produto Interno<br />

Bruto) no ano passado foi de -3,7% (o número<br />

oficial será divulgado em março) e a inflação bateu<br />

a casa dos 10%. Realmente os números não<br />

são muito animadores. Em contra partida o setor<br />

florestal fechou o ano com saldo positivo. Nos primeiros<br />

11 meses de 2015, último levantamento da<br />

Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), a receita de<br />

exportações de celulose, painéis de madeira e papel<br />

totalizou US$ 7,1 bilhões, crescimento de 5,3%<br />

em relação ao mesmo período de 2014. O saldo da<br />

balança comercial do setor em 2015 foi de US$ 5,9<br />

bilhões, alta de 16,4% na comparação com o mesmo<br />

período do ano anterior.<br />

As exportações foram mesmo as grandes responsáveis<br />

pelo desempenho do segmento. As vendas<br />

externas de celulose totalizaram 10,5 milhões<br />

de t (toneladas), alta de 9%. O volume exportado de<br />

painéis de madeira neste período somou 564 mil m³<br />

(metros cúbicos), crescimento de 44%. As exportações<br />

de papel atingiram 1,9 milhão de t de janeiro a<br />

novembro de 2015, crescimento de 10,1% em relação<br />

ao mesmo período de 2014.<br />

Já as vendas externas de madeira serrada de pinus<br />

atingiram 1,3 milhão de m³, volume 31% maior<br />

que o verificado no ano anterior. Já no caso do<br />

compensado de pinus, o volume exportado quase<br />

superou de 1,5 milhão de m³, ou seja, 14% a mais<br />

que em 2014. “A madeira serrada e o compensado,<br />

ambos de pinus, serão os principais produtos comercializados<br />

em <strong>2016</strong>. A demanda forte dos EUA<br />

(Estados Unidos da América), juntamente com os<br />

contratos firmados recentemente pela empresa no<br />

Ásia e Oriente Médio devem garantir o crescimento<br />

da empresa no corrente ano”, aponta Marco Tuoto,<br />

CEO da Tree Trading.<br />

O problema esteve nas vendas internas. Os segmentos<br />

de carvão e de painéis reconstituídos foram<br />

atingidos pela crise econômica brasileira. “A forte<br />

retração da indústria siderúrgica afetou a cadeia de<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

69


ESPECIAL<br />

produção de carvão vegetal, assim como a crise no<br />

setor de construção civil influenciou negativamente<br />

a venda de painéis reconstituídos”, apontou o diretor<br />

da área de Consultoria em Negócios Florestais<br />

da Pöyry, Jefferson Mendes.<br />

Estudos realizados pela empresa de consultoria<br />

revelam que, no curto prazo, a indústria de painéis<br />

reconstituídos tem sérios desafios. Entre os pontos<br />

de atenção identificados, Mendes destaca a atual<br />

capacidade ociosa, entre 20% e 40%, decorrente<br />

da acentuada desaceleração por habitação; a necessidade<br />

de tornar realidade o aumento previsto<br />

da capacidade de produção (+3,7 milhões de m 3 até<br />

2020, ou o equivalente a uma taxa anual de crescimento<br />

de 6,2%); a questão da canibalização do<br />

MDP pelo MDF; e os desafios de competitividade<br />

para exportar painéis, principalmente os custos de<br />

logística.<br />

De acordo com a presidente-executiva da Ibá,<br />

Elizabeth de Carvalhaes, a indústria de painéis de<br />

madeira e de pisos laminados vem sofrendo significativamente<br />

com a retração da economia doméstica.<br />

“Apesar dos esforços voltados para alavancar a<br />

exportações, o mercado brasileiro ainda representa<br />

mais de 90% do volume de vendas.” Estes dois<br />

segmentos sofrem diretamente com os impactos<br />

negativos da retração da atividade nos setores de<br />

construção civil e moveleiro, assim como pela extinção<br />

de benefícios governamentais como o Cartão<br />

Minha Casa Melhor da Caixa e o retorno da alíquota<br />

de IPI de zero para 5%.<br />

Para ela este foi o resumo de 2015. Mas executiva<br />

exalta ainda outros aspectos além da questão<br />

econômica. “Em 2015 houve conquistas importantes<br />

pelo setor, com o avanço em discussões importantes<br />

como o Pndf (Plano Nacional de Desenvolvimento<br />

de Florestas) com o Mapa (Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento), ainda em<br />

andamento.”<br />

O QUE ESPERAR<br />

Não há como negar, <strong>2016</strong> não será fácil. Mas alguns<br />

pontos importantes devem separar as empresas<br />

que vão passar com mais conforto pelo momento<br />

desaforável das que irão se bater mais do que<br />

o necessário neste ano de ajustes. “O ano também<br />

será um período desafiador, com as perspectivas<br />

para a economia brasileira ainda em recessão e inflação<br />

alta”, avalia Elizabeth. De acordo com ela, o<br />

aumento nos preços já afetou os custos das empresas<br />

em 2015, e o impacto deve continuar em <strong>2016</strong>,<br />

assim como a menor atividade econômica afetou<br />

as vendas de papéis no mercado interno. “Porém,<br />

também acreditamos que a indústria vai continuar<br />

com exportações fortes, ao mesmo tempo em que<br />

vemos mais espaço de valorização do dólar frente<br />

ao real, o que favorece a recuperação de receitas<br />

das empresas.”<br />

Além disso, a presidente-executiva da Ibá crê<br />

em maior reconhecimento para o setor florestal,<br />

que vai influenciar na valorização do mercado. “O<br />

debate sobre a necessidade de mitigar as mudanças<br />

climáticas tem elevado a relevância da economia de<br />

baixo carbono nos últimos anos, e deverá aumentar<br />

ainda mais após a COP21 (Conferência do Clima),<br />

em Paris.” As florestas plantadas representam um<br />

grande incentivo à economia de baixo carbono e<br />

têm grande potencial de gerar diversos produtos<br />

sustentáveis, desde o papel e madeira, até combustíveis<br />

mais limpos, como a biomassa e o etanol<br />

celulósico, e produtos químicos e farmacêuticos retirados<br />

da árvore.<br />

Por isso a prioridade da entidade ser protagonista<br />

nas discussões de precificação e de criação de<br />

mecanismos de mercado para o carbono. “O Brasil<br />

e as florestas plantadas têm papel vital no cumprimento<br />

da NDC (meta de contribuição de cada país)<br />

– 14% devem vir das florestas – e estamos envolvidos<br />

em tornar a meta realidade”, pontua Elizabeth.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

70<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: arquivo<br />

OS BONS PERMANECEM<br />

Se por um lado o ano que passou não foi nada<br />

fácil, do outro ele serve como peneira na qual somente<br />

quem entende do setor tem qualidade suficiente<br />

para permanecer. Pelo menos essa é a visão<br />

de Moacir Reis, diretor presidente da Reflore (Associação<br />

Sul-Mato-Grossense dos Produtores e Consumidores<br />

de Florestas Plantadas). “O ano de 2015<br />

foi muito duro, mas como sabemos que nossos<br />

investimentos são de longo prazo o mercado, em<br />

anos difíceis, filtra as empresas, e só conseguem ser<br />

competitivas as que se prepararam realmente para<br />

esses momentos.”<br />

Ele observa que entre os maiores problemas estão<br />

as significativas altas nos custos de produção,<br />

o que foi reflexo, principalmente, da instabilidade<br />

política. Como o dólar baliza os preços da matéria-<br />

-prima os valores superaram as expectativas dos<br />

compradores. Ele também conta que houve super<br />

oferta de madeira, o que trouxe ainda mais dificuldades.<br />

Do lado positivo, Moacir exalta que no Mato<br />

Grosso do Sul o setor <strong>Florestal</strong> chegou a marca de<br />

900 mil ha (hectares) plantados com eucalipto com<br />

o anúncio das segundas linhas de celulose das empresas<br />

Eldorado Brasil e Fibria. “Os investimentos<br />

serão de mais de R$ 15 bilhões, com geração de milhares<br />

de empregos.”<br />

Outro investimento relevante para região é a<br />

construção da empresa de MDF pertencente ao<br />

Grupo Asperbras, no município de Água Clara. A<br />

capacidade inicial de produção será de 250 mil m³<br />

por ano, com possibilidade de ampliação para uma<br />

segunda linha com capacidade de 460 mil m³.<br />

REALISTA<br />

Para o dirigente da entidade de sul-mato-grossense,<br />

“<strong>2016</strong> será um ano de muita cautela, não<br />

muito diferente de 2015 que foi fechado com um<br />

cenário de desconfiança dos investidores”. Porém,<br />

com os investimentos anunciados para no Estado<br />

haverá aumento na área plantada e a expectativa<br />

de reajuste positivo nos preços da madeira para trazer<br />

equilíbrio à toda a cadeia produtiva. “Não diria<br />

que estou nem pessimista nem otimista, estou realista,<br />

sabendo das dificuldades, mas acreditando<br />

que seremos inteligentes o suficiente para superar<br />

mais essa grave crise que o país e o setor de base<br />

florestal atravessam”, pondera.<br />

A Reflore pretende alcançar até o fim do ano<br />

quase 1 milhão de ha plantados de florestas “firmando-se<br />

no cenário nacional como o segundo<br />

maior produtor de madeira do Brasil, atrás somente<br />

do Estado de Minas Gerais.” A entidade pretende<br />

continuar construindo um relacionamento com o<br />

governo estadual em relação ao Meio Ambiente.<br />

Ele reconhece que o Estado só vive este momento<br />

de expansão por causa da desburocratização ambiental,<br />

que segundo Moacir, foi um conquista alcançada<br />

em 10 anos de existência da Reflore.<br />

Outra ação importante projetada para <strong>2016</strong><br />

será a criação do Centro de Detecção e Monitoramento<br />

de Incêndios Florestais. “Estamos hoje trabalhando<br />

entre nossas empresas associadas para,<br />

juntamente com o governo do Estado, iniciarmos<br />

um projeto pioneiro no setor que fará o uso de câmeras<br />

de alta precisão para monitorar as ocorrências<br />

de incêndios, diminuindo o tempo de resposta”,<br />

explica o diretor presidente da Reflore.<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

71


ESPECIAL<br />

o programa que amplia o fornecimento confere<br />

mais valor aos produtos finais.<br />

Foto: arquivo<br />

72<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: REFERÊNCIA<br />

“ACREDITAMOS QUE A<br />

INDÚSTRIA VAI CONTINUAR COM<br />

EXPORTAÇÕES FORTES, AO MESMO<br />

TEMPO EM QUE VEMOS MAIS<br />

ESPAÇO DE VALORIZAÇÃO DO DÓLAR<br />

FRENTE AO REAL, O QUE FAVORECE<br />

A RECUPERAÇÃO DE RECEITAS DAS<br />

EMPRESAS”<br />

PRESIDENTE-EXECUTIVA DA IBÁ,<br />

ELIZABETH DE CARVALHAES<br />

Foto: divulgação<br />

“O ANO DE 2015 FOI MUITO<br />

DURO, MAS COMO SABEMOS QUE<br />

NOSSOS INVESTIMENTOS SÃO<br />

DE LONGO PRAZO O MERCADO,<br />

EM ANOS DIFÍCEIS, FILTRA AS<br />

EMPRESAS, E SÓ CONSEGUEM<br />

SER COMPETITIVAS AS QUE SE<br />

PREPARARAM REALMENTE PARA<br />

ESSES MOMENTOS”<br />

MOACIR REIS, DIRETOR<br />

PRESIDENTE DA REFLORE<br />

Foto: divulgação<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

73


ESPECIAL<br />

“FOI UM ANO MUITO RUIM, CASO<br />

CONTRÁRIO NOSSAS DIFICULDADES<br />

COM A SEMA (SECRETARIA DO MEIO<br />

AMBIENTE) TERIAM SIDO MUITO<br />

MAIORES”<br />

JOSÉ EDUARDO PINTO,<br />

PRESIDENTE DO CIPEM<br />

Foto: divulgação<br />

“NOSSA EXPECTATIVA É QUE<br />

POSSAMOS ESTANCAR A REDUÇÃO<br />

DO PIB E VOLTAR A CRESCER EM<br />

2017”<br />

WILSON ANDRADE,<br />

DIRETOR EXECUTIVO DA ABAF<br />

Foto: divulgação<br />

“O MERCADO EXTERNO SABE QUE<br />

TEMOS A TAXA FAVORÁVEL, SABEM<br />

TAMBÉM INTERPRETAR E FAZER UMA<br />

ANÁLISE DA CONJUNTURA”<br />

MAURO MURARA, DIRETOR<br />

EXECUTIVO DA ACR<br />

Foto: Fabio Ortolan<br />

74<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: REFERÊNCIA<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

75


ARTIGO<br />

76<br />

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MOTOSSERRA<br />

ALIADA<br />

AO MEIO<br />

AMBIENTE<br />

NO COMBATE<br />

DE ESPÉCIES<br />

EXÓTICAS<br />

INVASORAS<br />

Fotos: divulgação<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

77


ARTIGO<br />

FREDERICO DIEGO DIEHL<br />

ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO DA UNINTER (UNIVATES<br />

E CURSANDO PERÍCIA E AUDITORIA AMBIENTAL)<br />

CINTHIA RAQUEL DE SOUZA<br />

QUÍMICA E MESTRE EM QUÍMICA ORGÂNICA - UNINTER<br />

(UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ) E ORIENTADORA<br />

DE TCC (TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO)<br />

E<br />

ste artigo tem como tema central o estudo do controle<br />

de espécies exóticas invasoras e o emprego da<br />

motosserra para executar o corte da planta. A espécie<br />

estudada é o Pinus elliottii, sendo realizado o controle da<br />

planta já adulta e tendo como local de estudo o Estado do<br />

Rio Grande do Sul. Para o desenvolvimento deste trabalho,<br />

no primeiro momento realizou-se uma revisão bibliográfica<br />

para apresentar as teorias que abordassem espécies exóticas<br />

invasoras e qual sua forma mais eficaz na fase adulta de<br />

controle. Através deste estudo também é possível conhecer<br />

a legislação vigente sobre o controle e normas para o<br />

trabalho com o equipamento de abate. Com esse estudo é<br />

possível conhecer a forma mais correta de corte, danificando<br />

assim menos as espécies nativas que estão no local. O<br />

trabalho proporcionou ao pesquisador um maior conhecimento<br />

no que se refere ao controle do pinus na fase adulta<br />

e demonstrando que a motosserra pode sim, se trabalhada<br />

de forma correta, ser aliada ao meio ambiente.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O presente estudo tem por objetivo analisar as espécies<br />

exóticas invasoras no estado do Rio Grande do Sul. O estudo<br />

limita-se a análise da forma de controle do Pinus elliottii<br />

na idade adulta, utilizando a motosserra com técnicas de<br />

corte, direcionado a queda da árvore e assim possibilitando<br />

um dano menor as espécies nativas.<br />

O tema estudado decorre de questões levantadas ao<br />

longo da formação acadêmica no Curso de Pós-Graduação<br />

em Perícia e Auditoria Ambiental e com as atividades de<br />

instrutor no Senar/RS (Serviço Nacional de Aprendizagem<br />

Rural ), no curso de operação e manutenção de motosserra,<br />

no qual, por muitas vezes este equipamento é visto como<br />

um vilão ao meio ambiente.<br />

Neste trabalho será mostrado que a motosserra, utilizada<br />

de maneira correta e segura pode trazer grandes be-<br />

nefícios ao meio ambiente no combate do Pinus elliottii na<br />

idade adulta.<br />

A partir deste estudo, surge a seguinte questão: qual a<br />

melhor técnica de abate para uma árvore adulta utilizando<br />

a motosserra?<br />

ESPÉCIES INVASORAS<br />

Para entender melhor o que é espécie exótica e espécie<br />

exótica invasora devemos entender qual o seu significado.<br />

O MMA (Ministério do Meio Ambiente) apresenta o seguinte<br />

conceito:<br />

De acordo com a CDB (Convenção sobre Diversidade<br />

Biológica), espécie exótica é toda espécie que se encontra<br />

fora de sua área de distribuição natural. “Espécie Exótica<br />

Invasora”, por sua vez, é definida como sendo aquela que<br />

ameaça ecossistemas, hábitats ou espécies. Estas espécies,<br />

por suas vantagens competitivas e favorecidas pela ausência<br />

de inimigos naturais, têm capacidade de se proliferar e<br />

invadir ecossistemas, sejam eles naturais ou antropizados<br />

(MMA, s.d.). A Portaria Sema no 79 de 31 de outubro de<br />

2013 tem a seguinte definição:<br />

Espécies exóticas invasoras: espécie ou taxa inferior (incluindo<br />

qualquer nível, como gametas, sementes, ovos ou<br />

propágulos) ocorrente fora da sua área natural de distribuição<br />

presente ou pretérita e que, uma vez introduzida, se<br />

adapta e se reproduz invadindo os ambientes de espécies<br />

nativas, produzindo alterações em processos ecológicos<br />

naturais e/ou na composição e/ou riqueza de espécies, tendendo<br />

a se tornar dominante, com reflexos negativos também<br />

para a economia e para a saúde humana.<br />

De acordo com Ferreira et al (s.d., p.1), no Brasil existem<br />

poucos registros ou estudo das consequências das<br />

complicações causadas pela invasão das espécies exóticas,<br />

sendo que no Rio Grande do Sul as iniciativas quase não<br />

existem, tendo iniciativas pontuais.<br />

78<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Para Becharra (2003, p.1) as espécies exóticas invasoras<br />

se tornam dominantes devido o processo de contaminação<br />

biológica, tendo como consequência a população de nativas<br />

perderem espaço em relação as exóticas invasoras. Ziller<br />

(s.d., p.5) relata as principais espécies de árvores invasoras<br />

no Brasil: Pinus elliottii, Pinus taeda, Casuarina equisetifolia,<br />

muito comum no litoral, Melia azedarach cinamomo, Tecoma<br />

stans amarelinho, Hovenia dulcis uva-do-japão, Cassia<br />

mangium, Eriobothrya japonica nêspera, Cotoneaster sp. e<br />

Ligustrum japonicum alfeneiro, este usado largamente para<br />

fins ornamentais. Entre as plantas menores, o gênero Bracchiaria,<br />

de capins introduzidos para pastagens, é dos mais<br />

problemáticos.<br />

De acordo com a Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas<br />

Florestais), no Rio Grande do Sul, o plantio de pinus iniciaram<br />

em 1960 na Serra Gaúcha e após uma década foi expandida<br />

para o litoral. As sementes de Pinus elliottii foram<br />

trazidos da Geórgia – EUA (Estados Unidos da América).<br />

No Rio Grande do Sul existem 596,7 mil ha de florestas<br />

plantadas, representando 8% do plantio florestal no Brasil.<br />

O pinus representa 31% da área plantada no Estado. Ageflor<br />

Cuevas (2009, p.80) recomenda para árvores de maior<br />

porte a utilização de motosserra como melhor forma de remover<br />

esta espécie invasora. As técnicas de corte são fundamentais<br />

para derrubar a árvore na direção que cause o<br />

menor dano à vegetação nativa no local.<br />

MOTOSSERRA<br />

Com a inserção da motosserra no mercado brasileiro<br />

aumentou relativamente a produtividade do setor florestal<br />

e facilitou o serviço de derrubada, desgalhamento e traçamento<br />

das madeiras que anteriormente eram feitas de forma<br />

manual, sendo utilizado machado e serrote. Para Rosa<br />

(2004, p.06) a utilização da motosserra facilitou o trabalho<br />

florestal, aumentando assim o rendimento e diminuindo o<br />

esforço físico dos trabalhadores. Somente os trabalhadores<br />

com treinamento adequado e com conhecimentos específicos<br />

podem realizar o trabalho de forma produtiva, eficaz e<br />

segura. Moraes (2011, p.8) argumenta que a motosserra é<br />

uma máquina que pode oferecer um alto desempenho operacional<br />

se utilizado de maneira adequada, mas também é<br />

um equipamento muito perigoso, pois seu uso inadequado<br />

pode gerar graves acidentes ou até danos a saúde.<br />

Já Lopes (2001, p.10) destaca que a motosserra é umas<br />

das máquinas que tiveram uma grande influência na mecanização<br />

da colheita florestal,substituindo assim ferramentas<br />

rudimentares como o machado e a serra manual.<br />

Mesmo com a evolução de novos equipamentos no<br />

setor florestal, a motosserra ainda assim é largamente<br />

utilizada e Lopes (2001, p.10) alerta que o trabalho com a<br />

motosserra é umas das atividades que mais tem causado<br />

acidentes na exploração florestal e destaca ainda que “somente<br />

o treinamento adequado e sistemático dos operadores<br />

florestais possibilitará que eles sejam capazes de realizar<br />

um trabalho eficiente e utilizar a motosserra de forma<br />

racional, ergonômica e com segurança”.<br />

Figueiredo (2013, p.68) relata que quando se tem mão<br />

de obra disponível e o terreno é acidentado as motosserras<br />

são necessárias. Corso (2014, p.64) explica que mesmo com<br />

grandes avanços tecnológicos ainda, em muitas situações a<br />

motosserra é necessária, principalmente em terrenos declivosos<br />

e de difícil acesso.<br />

EVOLUÇÃO DA MOTOSSERRA<br />

De acordo com Lopes (2001, p.10) uma das primeiras<br />

tentativas para derrubar árvores no setor florestal que não<br />

fosse a força humana aconteceu nos Estados Unidos, utilizando<br />

o vapor como força motriz. Lopes (2001, p.11) ainda<br />

destaca que vários formatos de motosserra com motores a<br />

combustão foram testados, mas ainda eram pesados e era<br />

necessário duas pessoas para operar a máquina.<br />

Em 1916, de acordo com Lopes (2001, p.11) surge a<br />

primeira motosserra projetada para o serviço de colheita<br />

florestal e dez anos mais tarde foi desenvolvida uma das<br />

primeiras motosserras acionadas por eletricidade e três<br />

anos mais tarde a primeira motosserra a gasolina é fabricada.<br />

Para manusear a motosserra a gasolina era necessário<br />

dois operadores, com um peso aproximado de 46 kg (quilogramas).<br />

Lopes (2001, p.12) ainda relata que à partir de<br />

1950 começam a surgir motosserras individuais pesando<br />

menos de 15 kg.2.2.<br />

Instrutor<br />

Frederico<br />

Diego Diehl<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

79


ARTIGO<br />

LEGISLAÇÃO<br />

A motosserra quando adquirida nova ou quando contratamos<br />

uma pessoa para executar as atividades na exploração<br />

florestal ou para utilização doméstica se deve observar<br />

a legislação sobre segurança e saúde no trabalho e a<br />

legislação ambiental.<br />

NORMA REGULAMENTADORA<br />

Para o Ministério do Trabalho e Emprego, as NR (Normas<br />

Regulamentadoras) quando se refere a segurança<br />

e saúde do trabalho, são dever das empresas privadas e<br />

públicas e dos órgãos públicos e também dos Poderes Legislativos<br />

e Judiciário no momento que mantiverem empregados<br />

contratados pela CLT (Consolidação das Leis do<br />

Trabalho). Se não forem cumpridas os requisitos da legislação<br />

o empregador sofrerá penalidades previstas na legislação<br />

(MTE, 2015).<br />

A NR que se refere a utilização da motosserra é a NR-<br />

12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos,<br />

tendo como princípios gerais:<br />

Esta NR e seus anexos definem referências técnicas,<br />

princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir<br />

a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece<br />

requisitos mínimos para a prevenção de acidentes<br />

e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização<br />

de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à<br />

sua fabricação, importação, comercialização, exposição e<br />

cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas,<br />

sem prejuízo da observância do disposto nas demais<br />

NR aprovadas pela Portaria número 3.214, de 8 de junho<br />

de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou<br />

omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis (MTE,<br />

2015).<br />

ANEXO V – MOTOSSERRA<br />

O Anexo V descreve de forma mais detalhada os itens<br />

de segurança da motosserra e necessidade de treinamento<br />

do operador de motosserra. Os itens de segurança que<br />

todas as motosserra devem ter estão relacionadas a baixo:<br />

a) Freio manual ou automático da corrente;<br />

b) Pino pega corrente;<br />

c) Protetor da mão direita;<br />

d) Protetor da mão esquerda;<br />

e) Trava de segurança do acelerador.<br />

De acordo com o Anexo V, tanto os fabricantes como<br />

os importadores de motosserras no Brasil são obrigadas a<br />

dispor pelas suas revendas, treinamentos que contemplem<br />

a utilização segura do equipamento. Os empregadores no<br />

Brasil também devem treinar todas as pessoas que irão utilizar<br />

motosserra, com carga horária mínima de oito horas,<br />

contemplando todas as informações que constam no manual<br />

de instruções (MTE, 2015).<br />

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL<br />

Em qualquer atividade é necessário se preocupar com<br />

a segurança das pessoas envolvidas em determinadas funções,<br />

sendo necessário utilizar EPI (equipamentos de proteção<br />

individual). Para Lopes (2001, p.37) “a escolha dos EPI’s<br />

é importante para a segurança, o conforto e a capacidade<br />

do trabalho do operador de motosserra”.<br />

Também é importante que eles facilitem o movimento<br />

do corpo e ter cores chamativas para identificar o trabalhador<br />

na sua atividade, melhorando assim sua segurança.<br />

Rosa (2004, p.15) destaca que os EPI’s devem ser adequados<br />

as diferentes condições do clima local, mas nunca<br />

deixar de oferecer a segurança e proteção ao usuário.<br />

Machado (2008, p.83) relaciona os EPI’s necessários<br />

para proteção do operador de motosserra sendo eles: capacete<br />

de segurança equipado com protetor auricular e facial;<br />

luvas para atividade florestal; camisa ou camiseta de cor<br />

viva; calça com proteção anti-serra, e botas de segurança<br />

com biqueira de aço e solado antiderrapante.<br />

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL<br />

Ao adquirir a motosserra, o proprietário deve conhe-<br />

80<br />

www.referenciaflorestal.com.br


cer a legislação vigente sobre a utilização da mesma, não<br />

acarretando em possíveis sanções ambientais. Conforme a<br />

Lei No 6.938 de agosto de 1981 é necessário o proprietário<br />

de motosserra realizar o Cadastro Técnico Federal de atividades<br />

potencialmente poluidoras ou que possam utilizar<br />

recursos ambientais.<br />

Após realizar o cadastro é necessário emitir uma licença<br />

para o porte e uso de motosserras no Ibama (Instituto<br />

Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis),<br />

sendo renovado a cada dois anos, conforme a Lei<br />

7803. O custo desta licença é de R$ 30,00.<br />

O proprietário da motosserra estará sujeito a penalidades<br />

não emitindo a LPU (Licença Para Porte e Uso de Motosserra),<br />

sendo considerado crime contra o meio ambiente,<br />

sendo elas:<br />

a) Pena de detenção de um a três meses;<br />

b) Multa de um a dez salários mínimos de referência;<br />

c) Apreensão da motosserra;<br />

d) Reparação dos danos causados.<br />

TÉCNICAS DE CORTE<br />

Toda e qualquer atividade exige do profissional conhecimento<br />

aprofundado e domínio de técnicas de trabalho<br />

que devem visar a segurança operacional e maior produtividade.<br />

Rosa (2004, p.43) explica que “as técnicas de corte<br />

com motosserra são extremamente importantes e visam<br />

facilitar o trabalho do operador buscando segurança e rendimento<br />

no trabalho”.<br />

Lopes (2001, p.82) destaca que além de o trabalhador<br />

realizar a atividade com segurança aplicando técnicas de<br />

derrubada, tem um maior conforto ergonômico, evitando<br />

um maior desgaste físico e reduzindo assim os riscos de acidente<br />

com ganho significativo na qualidade do serviço e o<br />

rendimento das operações. Moraes (2011, p.71) alerta que<br />

para aplicação das técnicas de corte, o operador da motosserra<br />

sempre deve estar equipado com seu equipamento<br />

de proteção individual e com ferramentas auxiliares de<br />

acordo com a situação de trabalho.<br />

O fabricante de motosserra Emak (2012, p.88) alerta<br />

que a derrubada de árvore requer experiência, evitando<br />

que a pessoa que não tenha qualificação para o uso do<br />

equipamento não abatam árvores com tronco superior ao<br />

sabre da motosserra.<br />

A Stihl (2009, p.7), fabricante de motosserras, recomenda<br />

que “os cortes devem ser realizados somente por<br />

pessoas que foram treinadas e estão aptas para realizar a<br />

atividade”. Se a pessoa não tiver experiência na operação<br />

com motosserra o risco de acidente aumenta.2.3.1<br />

PROCEDIMENTOS ANTES DA DERRUBADA<br />

Antes de iniciar qualquer atividade de derrubada ou<br />

corte de árvores devemos observar alguns cuidados. Rosa<br />

(2004, p.47) lista alguns que devemos observar:<br />

1. Determinar a direção natural de queda da árvore<br />

verificando a inclinação natural da árvore, disposição dos<br />

galhos unilaterais e a direção e intensidade do vento;<br />

2. Realizar a limpeza ao redor da árvore com machado<br />

ou gancho;<br />

3. Preparar uma rota de fuga à 45º de cada lado na direção<br />

oposta a queda da árvore, sendo que este caminho<br />

deve estar limpo e sem obstáculos que possam dificultar a<br />

fuga do operador no caso de um imprevisto;<br />

4. Havendo sapopemas (raízes que se desenvolvem junto<br />

ao tronco) deve ser realizado o corte das mesmas antes<br />

de iniciar o entalhe direcional.<br />

ENTALHE DIRECIONAL<br />

O entalhe direcional tem a função de determinar a direção<br />

de queda da árvore que será derrubada. Devendo<br />

funcionar como uma dobradiça para controlar a queda da<br />

árvore, aumentando assim a segurança do operador da motosserra<br />

e tendo uma maior produtividade.<br />

O corte direcional, conforme Lopes (2001, p.84), é formado<br />

por um corte oblíquo (telhado) e horizontal (base),<br />

sendo necessário formar um ângulo de 45o a 60o, conforme<br />

o terreno que se está realizando o corte e com uma profundidade<br />

de 20 a 25 % do diâmetro da árvore.<br />

Rosa (2004, p.43), orienta 1/5 do diâmetro para árvores<br />

de até 40 cm e 1/4 do diâmetro para árvores com mais de<br />

40 cm, sendo que a altura e profundidade deve ter uma relação<br />

1:1, com um ângulo de 45o. A Stihl recomenda cortar<br />

a uma profundidade de 1/5 até 1/3 do diâmetro da árvore,<br />

com inclinação de 45º, corte oblíquo.<br />

CORTE DE ABATE OU DERRUBADA<br />

O corte de abate tem por finalidade derrubar a árvore<br />

e Rosa (2004, p.44) observa que “os melhores resultados<br />

são obtidos quando o corte de derrubada é feito um pouco<br />

acimado corte do entalhe direcional. Em hipótese alguma<br />

fazer abaixo deste”.<br />

Pode ser realizado em uma ou mais etapa, dependendo<br />

do diâmetro da árvore, inclinação do tronco e a utilização<br />

de ferramentas auxiliares. Lopes (2001, p.85) informa que o<br />

corte de abate tem por finalidade proporcionar a queda da<br />

árvore, sendo realizado ao lado oposto ao entalhe direcional.<br />

A altura do corte pode variar conforme o diâmetro da<br />

árvore, podendo ser de 2 cm a 10 cm (centímetros) acima<br />

da base do entalhe direcional.<br />

FILETE DE RUPTURA<br />

A maioria das vezes o operador de motosserra não consegue<br />

controlar a queda da árvore por não observar uma<br />

faixa de fratura entre o entalhe direcional e o corte de abate.<br />

Rosa (2004, p.45) recomenda uma faixa de fratura entre<br />

<strong>Fevereiro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

81


ARTIGO<br />

o entalhe direcional e o corte de abate igual a 1/10 do diâmetro<br />

do tronco. Ao cortar além do limite podemos estar<br />

realizando uma derrubada descontrolada da árvore. Faixa<br />

de fratura é a altura entre a base do entalhe direcional e o<br />

corte de abate. A faixa de fratura tem por finalidade manter<br />

a direção de queda desejada da árvore, durante a execução<br />

do corte de abate, evitando-se acidentes, bem como rachaduras<br />

longitudinais na madeira. (Lopes 2001, pg 84)<br />

DESGALHAMENTO<br />

O desgalhamento da árvore exige bastante técnica e<br />

preparo do operador da motosserra, obtendo assim um<br />

bom rendimento no trabalho e segurança ao usuário na sua<br />

jornada de trabalho.<br />

De acordo com Rosa (2004, p.61) para o operador de<br />

motosserra conseguir um desgalhamento com produtividade<br />

e segurança e sem muitos esforços é necessário coordenar<br />

seus movimentos com a da motosserra, obtendo um<br />

trabalho suave e fluente, sem necessidade de interrupção.<br />

Lopes (2001, p.92) aponta que “a técnica de desgalhamento<br />

é baseada no principio de apoiar a motosserra no tronco,<br />

onde a maior parte do peso e vibração é transferida diretamente<br />

ao tronco”. A técnica recomendada nesta situação é<br />

método dos seis pontos, o qual oferece maior rendimento<br />

e segurança, pois o operador corta seis galhos na mesma<br />

posição e apoiada ao tronco.<br />

TRAÇAMENTO<br />

O traçamento é executado logo após o desgalhamento,<br />

sendo que Rosa (2004, p.64) recomenda que o tronco<br />

deve ser cortado de acordo com o tamanho a ser definido<br />

pela utilização da madeira. Para Lopes (2001, p.100), o<br />

traçamento consiste em separar a árvore em toras, onde o<br />

comprimento pode variar conforme o destino da madeira,<br />

sendo sempre iniciado da base para a ponta da árvore, evitando<br />

assim possíveis perdas. Sempre ao traçar a madeira,<br />

observar se ela está sob tensão. A Stihl recomenda cortar<br />

na sequência correta, onde primeiro se corta o lado sob<br />

pressão e depois o lado sob tração, evitando assim que o<br />

sabre fique preso ou ocorra rebote.<br />

METODOLOGIA<br />

A metodologia que será utilizada para a realização deste<br />

trabalho, para atingir os objetivos descritos anteriormente<br />

é a revisão bibliográfica. A revisão bibliográfica apresentada<br />

se refere a assuntos como espécies invasoras, motosserra,<br />

legislação ambiental e técnicas de cortes. Para Gil (2002,<br />

p.44), a revisão bibliográfica é desenvolvida com base em<br />

82<br />

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CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Este trabalho teve por objetivo principal mostrar que<br />

a motosserra por muitas vezes, pode ser vista como uma<br />

grande vilã ao meio ambiente, mas ao aplicar técnicas racionais<br />

de trabalho e eliminando plantas exóticas invasoras<br />

na fase adulta, a motosserra é a nossa grande aliada, pois é<br />

a forma mais eficaz de controle.<br />

Na revisão de literatura, foram apresentadas diversas<br />

informações sobre as espécies invasoras, motosserra, legislação<br />

ambiental e técnicas de corte. Com base nestas<br />

informações foi apresentada a metodologia utilizada para<br />

realização deste artigo com a intenção de atingir os objetivos<br />

propostos.<br />

Com a conclusão da revisão de literatura e apresentação<br />

das informações, acredita-se ter sido atingido o objetivo<br />

principal deste trabalho. O maior desafio no desenvolvimento<br />

deste artigo foi a dificuldade de encontrar registros<br />

ou estudos das consequências ou complicações que as<br />

plantas invasoras podem causar no meio ambiente.<br />

Como trabalho futuro, pode ser recomendado um<br />

maior aprofundamento no estudo das consequências ou<br />

complicações que as espécies invasoras causam no meio<br />

ambiente, podendo assim conscientizar as pessoas da necessidade<br />

de ser realizado o controle de forma racional.<br />

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AGENDA<br />

MARÇO <strong>2016</strong><br />

MARCH <strong>2016</strong><br />

Lignum Brasil<br />

9 a 11<br />

Curitiba (PR)<br />

www.lignumbrasil.com.br<br />

Mundo Vermeer<br />

10 e 11<br />

Valinhos (SP)<br />

www.mundovermeer.com<br />

Lançamento Anuário Estatístico ACR<br />

17<br />

Lages (SC)<br />

www.acr.org.br<br />

ABRIL <strong>2016</strong><br />

APRIL <strong>2016</strong><br />

Fiema Brasil <strong>2016</strong><br />

5 a 8<br />

Bento Gonçalves (RS)<br />

www.fiema.com.br<br />

Eucalipto <strong>2016</strong><br />

12 a 14<br />

Uberlândia (MG)<br />

www.sif.org.br<br />

III Seminário sobre controle de plantas daninhas na<br />

cultura do eucalipto<br />

Dias 19 e 20<br />

Piracicaba (SP)<br />

www.ipef.br/eventos/<br />

JUNHO <strong>2016</strong><br />

JUNE <strong>2016</strong><br />

Cibio <strong>2016</strong><br />

15 e 16<br />

Curitiba (PR)<br />

www.congressobiomassa.com<br />

AGOSTO <strong>2016</strong><br />

AUGUST <strong>2016</strong><br />

Dia de campo <strong>Florestal</strong><br />

17<br />

Botucatu (SP)<br />

www.diadecampoflorestal.com.br<br />

DESTAQUE<br />

LIGNUM BRASIL<br />

9 a 11 de março de <strong>2016</strong><br />

Curitiba (PR)<br />

www.lignumbrasil.com.br<br />

A primeira edição da Lignum acontece nos dias 9 a 11 de<br />

março de <strong>2016</strong>, no Expo Renault Barigui, em Curitiba (PR).<br />

A intenção dos organizadores é mostrar as novidades<br />

de toda a cadeia florestal-madeireira. O foco principal<br />

está voltado para o processamento e uso da madeira,<br />

em especial madeira serrada, compensados e painéis<br />

reconstituídos de pinus e eucalipto.<br />

Imagem: reprodução<br />

84<br />

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