Fevereiro/2016 - Referência Industrial 171
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ENTREVISTA - Mauro Schwartsburd, presidente do Simov, ressalta força do setor moveleiro no PR<br />
I N D U S T R I A L<br />
Produção<br />
eficiente<br />
Empresas de portas investem em<br />
máquinas com tecnologia alemã<br />
e ganham vantagem competitiva<br />
Efficient<br />
production<br />
Door manufacturers invest in machines<br />
with German technology<br />
and gain competitive advantage<br />
Especial – Cenário econômico exige ânimo redobrado da indústria em <strong>2016</strong>, afirmam especialistas
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
SUMÁRIO<br />
SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
Affemaq 85<br />
32<br />
Arch Química/Lonza 87<br />
Baukus 09<br />
Bottene 59<br />
Carrocerias Bachiega 13<br />
Cerumaq 15<br />
Contraco 71<br />
48<br />
54<br />
Engecass 65<br />
Feicon 47<br />
Fepam 86<br />
Fezer 73<br />
Formóbile 29<br />
H. Bremer 07<br />
HB Máquinas 69<br />
Homag 31<br />
Impacto Máquinas 41<br />
Indumec 21<br />
Linck 11<br />
Máquinas Dallabona 83<br />
Marrari 23<br />
Mill Indústrias 88<br />
Montana Química 02<br />
MSM Química 19<br />
Planeta <strong>Industrial</strong> 75<br />
Razi Máquinas 53<br />
Rossin 51<br />
Siempelkamp 05<br />
Tigra do Brasil 63<br />
Vantec 17<br />
Wintersteiger 75<br />
04 Editorial<br />
06 Cartas<br />
08 Bastidores<br />
12 Notas<br />
16 Informe Publicitário<br />
18 Aplicação<br />
20 Alta e Baixa<br />
22 Frases<br />
24 Entrevista<br />
30 Coluna Abimci Paulo Pupo<br />
32 Principal Produção eficiente e econômica<br />
42 Construção Civil<br />
48 Marcenaria<br />
54 Especial Panorama <strong>2016</strong>: para onde vamos?<br />
64 Mercado<br />
66 Madeira Tratada<br />
70 Tecnologia<br />
72 Química na Madeira<br />
74 Feira<br />
76 Artigo<br />
84 Agenda<br />
86 Espaço Aberto<br />
FEVEREIRO | 03
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
EDITORIAL<br />
Ano XVIII - Edição n.º <strong>171</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2016</strong><br />
Year XVIII - Edition n.º <strong>171</strong> - February <strong>2016</strong><br />
Estampa a capa desta<br />
edição a Homag, que traz sua<br />
linha completa para produção<br />
de portas<br />
BEM-VINDO, <strong>2016</strong>!<br />
A primeira edição da REFERÊNCIA INDUSTRIAL deste ano<br />
arrumou as malas e foi para as bandas de Caçador (SC), para<br />
mostrar como o investimento em parque fabris refletem no<br />
crescimento das indústrias de portas no país. Com o projeto<br />
certo, uma indústria pode alavancar a linha de produção, reduzindo<br />
mão de obra e tempo desperdiçado. Já nossa matéria<br />
especial colocou em questão as perspectivas para o novo ano.<br />
Conversando com as principais entidades e representantes<br />
do setor foi possível desenhar um quadro do que <strong>2016</strong> vai<br />
nos trazer. Vale a pena conferir a reportagem voltada para<br />
marcenarias. Uma ótima opção em detrimento ao momento<br />
econômico atual. Com essas e outras informações começamos<br />
o ano com disposição de sobra.<br />
Excelente <strong>2016</strong> e boa leitura!<br />
WELCOME, <strong>2016</strong>!<br />
For the first edition of REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong> for this year,<br />
the team packed its bags and went to the suburbs of Caçador<br />
(SC), to demonstrate how an investment in the manufacturing<br />
park can reflect on the growth of the door manufacturing<br />
industry in the Country. With the right project, a company can<br />
leverage the production line, reducing manpower and time<br />
wasted. Our special article puts into perspective the prospects<br />
for the New Year, where by talking with major entities and<br />
representatives in the Sector, it was possible to outline the framework<br />
that <strong>2016</strong> has for us. It is worth checking out the story<br />
focused on woodworking, especially at this moment of reduced<br />
economic activity. With this and other information, we start the<br />
year with disposition to spare.<br />
An excellent <strong>2016</strong> and pleasant reading!<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
Joseane Knop<br />
joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Veículo filiado a:<br />
JOTA EDITORA<br />
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fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CARTAS<br />
Capa da Edição 170 da<br />
Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL,<br />
mês de dezembro de 2015<br />
Tecnologia<br />
Marcenaria<br />
Por Lucas Castro,<br />
de Curitiba (PR)<br />
Imagem: reprodução<br />
Por Juca Lopes,<br />
Taboão da Serra (SP)<br />
Imagem: reprodução<br />
Fiquei impressionado com a tecnologia do processo<br />
rotográfico de impressão da matéria de capa da edição<br />
170. A REFERÊNCIA INDUSTRIAL sempre nos trazendo<br />
novidades de ponta, parabéns.<br />
Gostei muito do final da série “ferramentas manuais”, parabéns<br />
por todo o conteúdo!<br />
Novo ano<br />
Paricá<br />
Por Juarez<br />
Raimundo<br />
da Silva,<br />
de Tubarão (SC)<br />
Por Rocio de<br />
Albuquerque,<br />
de Fazenda Rio<br />
Grande (PR)<br />
Estou ansiosa pelas novas matérias e abordagens da revista<br />
para <strong>2016</strong>. Nos surpreendam como sempre!<br />
Imagem: divulgação<br />
Fiquei satisfeito<br />
com a reportagem<br />
sobre o catálogo<br />
do compensado do<br />
Paricá. Desconhecia<br />
a importância da espécie e empregabilidade.<br />
Imagem: reprodução<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião<br />
é fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
06 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados para redação ou siga:
Gerando energia para o mundo.<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
BASTIDORES<br />
Na foto, Mauro Pereira<br />
Schwartsburd (presidente do<br />
Simov) e Emerson Langner<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
CONFRATERNIZAÇÃO<br />
A Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL marcou presença no<br />
jantar de confraternização do Simov (Sindicato da indústria do<br />
mobiliário e marcenaria do Estado do Paraná), que contou com<br />
a doação de panetones dos convidados para o Hospital Erasto<br />
Gaertner, de Curitiba (PR).<br />
VISITA<br />
Recebemos nas dependências<br />
da JOTA Editora os colaboradores<br />
da fabricante de equipamentos<br />
para madeira Homag.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Na foto, Germano Basko<br />
(gerente regional Homag),<br />
Joseane Knop (diretora de<br />
negócios do GRUPO JOTA)<br />
e Alessandro Agnoletti<br />
(gerente geral de vendas<br />
América Latina Homag)<br />
Na foto, Fábio Alexandre Machado (diretor<br />
comercial do GRUPO JOTA), Marlise Rabuske<br />
(assistente de diretoria Homag) e Joseane<br />
Knop (diretora de negócios do GRUPO JOTA)<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
08 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
Schattdecor visita<br />
Domotex e IMM<br />
Em busca de novas tendências a Schattdecor, fabricante<br />
de papéis decorativos, visitou entre os dias 16 e 24 de janeiro,<br />
duas feiras de decoração na Alemanha. Com soluções,<br />
inovações e tendências para revestimentos de pisos a feira<br />
Domotex aconteceu em Hannover. Já a IMM, em Colônia,<br />
é voltada para a decoração de interiores, focada no estilo<br />
de moradia das pessoas. Com o tema tread on me (pise em<br />
mim, em tradução livre) a feira Domotex convidou seus visitantes<br />
a andarem pelas últimas tendências. Uma delas foi<br />
evidenciada por tons mais naturais, a exemplo dos decors<br />
Canyon Croft Oak, Canyon Havanna Larch e Jura Pine, da<br />
Schattdecor. Já a feira IMM, focou no desenvolvimento dos<br />
móveis e nos ambientes do futuro. O estudo de tendências<br />
é um trabalho constante que exige um olhar atento. Nesse<br />
sentido, a Schattdecor trabalha intensamente para prever<br />
mudanças de comportamento dos consumidores e novas<br />
tendências globais. Em uma época de globalização e trocas<br />
interculturais, estas evoluem simultaneamente em diferentes<br />
partes do mundo, permitindo assim previsões em âmbito<br />
universal.<br />
Movergs tem novo<br />
presidente<br />
A Movergs (Associação das Indústrias de Móveis do Estado<br />
do Rio Grande do Sul) tem seu novo presidente para a<br />
gestão <strong>2016</strong>/2017: Volnei Benini. A eleição ocorreu durante<br />
assembleia geral, realizada no dia 17 de dezembro do ano<br />
passado, na sede da associação, em Bento Gonçalves (RS).<br />
Com mais de 25 anos de trajetória no setor moveleiro, Volnei<br />
Benini traz a experiência de ter presidido a Fimma Brasil;<br />
o Sindmóveis (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de<br />
Bento Gonçalves); e a primeira edição da feira Casa Brasil.<br />
Formado em Ciências Econômicas pela Fervi (Fundação<br />
Educacional da Região dos Vinhedos), com MBA em Gestão<br />
pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), tem passagem como<br />
executivo em grandes indústrias moveleiras gaúchas e, atualmente,<br />
comanda a BRV Móveis.<br />
Foto: Movergs<br />
Foto: divulgação<br />
Arauco assume<br />
metade da Tafisa<br />
A fabricante de painéis Arauco assinou um acordo de subscrição<br />
de ações que alcançaria 50% do capital da sociedade espanhola<br />
Tafisa, que possui dez plantas de painéis distribuídas<br />
pelo mundo. As instalações produtivas, que em conjunto empregam<br />
três mil pessoas, geram uma produção de 4,2 milhões de<br />
m³ (metros cúbicos) de painéis e representarão um investimento<br />
de US$ 150 milhões. Atualmente, esta empresa é filial do grupo<br />
Português Sonae, e quando a transação for concretizada a nova<br />
companhia será denominada Sonae-Arauco. A capacidade de<br />
produção da Sonae-Arauco seria de aproximadamente 460 mil<br />
m³ de OSB, 1,45 milhões de m³ de MDF, de 2,27 milhões de m³ de<br />
painéis particulados e 100 mil m³ de madeira serrada.<br />
10 |<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
Nova diretoria<br />
Montana Química<br />
Foto: divulgação<br />
Embalagens<br />
de madeira<br />
A partir de fevereiro deste ano entra em vigor a Instrução<br />
Normativa Mapa nº 32/2015, que estabelece novos<br />
procedimentos de inspeção e fiscalização de embalagens<br />
de madeira. Instituída pelo Mapa (Ministério da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento), a normativa é válida tanto para<br />
os processos de importação quanto exportação.<br />
As medidas mais rigorosas foram determinadas após a<br />
Onpf (Organização Nacional de Proteção Fitossanitária) ter<br />
exigido responsabilidade do Brasil perante as inconformidades<br />
e prioridade na adequação das normas internacionais<br />
que dizem respeito ao expurgo e fumigação.<br />
As embalagens, peças ou suportes de madeira deverão<br />
ter tratamento térmico ou secagem em estufa. Será indispensável,<br />
também, o tratamento térmico via aquecimento<br />
dielétrico com uso de micro-ondas e fumigação com brometo<br />
de metila. As orientações valem também para embalagens<br />
submetidas ou utilizadas em reciclagem, refabricação,<br />
reparo ou remontagem.<br />
A Montana Química fez dois anúncios importantes<br />
para este começo de ano. Um deles é que<br />
Humberto Tufolo Netto assumiu a diretoria de relacionamento,<br />
com o objetivo de fomentar ações<br />
frente ao mercado e novos segmentos de interesse<br />
da empresas. A outra novidade é que para o cargo<br />
de diretora comercial foi promovida Elaine Guedes,<br />
que vem atuando desde agosto de 2015 na empresa.<br />
Elaine é formada em Engenharia Química, com<br />
atuação durante vários anos como Gerente de Negócios,<br />
sendo responsável pela área comercial e<br />
pesquisa e desenvolvimento, e, portanto, com grande<br />
experiência no setor. Nas palavras de Andreas G.<br />
de Salis, diretor superintendente, “Elaine vem com<br />
novas ideias de gestão que ajudarão a profissionalizar<br />
a Montana Química ainda mais”, e segundo<br />
Humberto, ela continuará o trabalho de excelência<br />
junto aos clientes reforçando a qualidade e o serviço<br />
da marca.<br />
Foto: divulgação<br />
Portal de memórias<br />
O Sindmóveis (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento<br />
Gonçalves), lança o portal Somos Móveis, um resgate em imagens<br />
das 20 edições da Movelsul Brasil, feira de móveis e complementos da<br />
América Latina. A história do evento é retratada em formato de linha<br />
do tempo a partir dos arquivos da entidade, que se transformam em<br />
uma rede social colaborativa e informativa. O público está convidado<br />
a compartilhar momentos com a hashtag #SomosMóveis. Para postar<br />
uma imagem, basta fazer o upload no portal Somos Móveis. A 20ª<br />
edição da Movelsul Brasil ocorre de 14 a 18 de março de <strong>2016</strong>, no Parque<br />
de Eventos de Bento Gonçalves. Para mais informações, acesse:<br />
www.somosmoveis.com.br e www.movelsul.com.br.<br />
Imagem: reprodução<br />
12 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
ForMóbile abre<br />
credenciamento<br />
Está aberto o credenciamento da ForMóbile <strong>2016</strong>, feira<br />
dos setores madeia e móveis, que acontece de 26 a 29<br />
de julho no Pavilhão Anhembi, em São Paulo (SP). Basta<br />
acessar o site da feira (www.feiraformobile.com.br), clicar<br />
em credenciamento e preencher as informações solicitadas.<br />
Visitantes se credenciarem até 26 de junho receberão o crachá<br />
de entrada da feira no endereço escolhido. A iniciativa<br />
pretende aproximar ainda mais a feira das necessidades de<br />
toda a cadeia, com a criação do Conselho de Expositores da<br />
ForMóbile.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Grupo Lonza<br />
adquire Zelam<br />
e Diacon<br />
Em comunicado oficial o Grupo Lonza anuncia<br />
a aquisição de duas empresas tradicionais no segmento<br />
de produtos químicos destinados à proteção<br />
de madeiras, a Zelam (Nova Zelândia) e a canadense<br />
Diacon.<br />
A Zelam reforça significativamente as áreas<br />
voltadas aos produtos destinados aos ingredientes<br />
agroquímicos e de proteção de madeiras, especificamente<br />
destinados aos chamados pré-tratamentos.<br />
“A linha de produtos destinados à proteção de madeira<br />
da Zelam é bastante evoluída e esse currículo,<br />
aliado à experiência da Lonza, irá reforçar globalmente<br />
o melhor uso da madeira industrializada”,<br />
explica Flavio Geraldo, gerente de mercado para a<br />
América Latina da Arch Proteção de Madeiras, empresa<br />
do Grupo Lonza.<br />
A Diacon, atuante no segmento de formulações<br />
destinadas à proteção de madeiras contra fungos<br />
emboloradores e manchadores durante o período<br />
de secagem, agrega à linha de produtos da Lonza,<br />
os modernos sistemas de aplicação, automação e<br />
controle.<br />
Intersind inaugura<br />
sede administrativa<br />
O Intersind (Sindicato Intermunicipal das Indústrias<br />
do Mobiliário de Ubá) inaugurou nova sede administrativa,<br />
localizada no Horto Florestal, em Ubá (MG) durante<br />
um evento que contou com a participação de autoridades,<br />
associados, fornecedores e colaboradores. Além de<br />
conhecer o novo espaço, que tem aproximadamente 800<br />
m² (metros quadrados), os convidados também participaram<br />
da eleição da nova diretoria do sindicato. Após oito<br />
anos como presidente, Michel Henrique Pires, passou o<br />
cargo para o empresário, Aureo Calçado Barbosa, que<br />
ocupava o cargo de diretor executivo.<br />
Assumindo a nova gestão, Aureo, aposta na união<br />
para o fortalecimento do polo moveleiro. “É um desafio,<br />
realmente. Estamos juntos na diretoria do Intersind a<br />
cerca de cinco anos, lutando pelo nosso polo moveleiro.<br />
Agora, assumindo a direção, apresentaremos as nossas<br />
ideias aos moveleiros de Ubá e gostaríamos, realmente,<br />
que os empresários participassem do nosso dia a dia. A<br />
nossa meta é unir os moveleiros”, pontuou.<br />
Foto: Raíla Melo/Almg<br />
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O<br />
buffet Tribos evoca toda a<br />
cultura e tradição do artesanato<br />
indígena ao se inspirar<br />
nos trabalhos de entalhe das cuias ritualísticas<br />
e das bandoleiras e colares feitos<br />
com sementes nativas. A delicadeza<br />
do artesanato transparece no trabalho<br />
quase artesanal sobre a madeira imbuia.<br />
O grafismo indígena da tribo Tapirapé<br />
está representado pelos detalhes esculpidos<br />
manualmente nos pés do móvel,<br />
enquanto os detalhes nos puxadores são<br />
feitos pelos índios da tribo Nambiquaras<br />
com sementes de siripiuna e inajá, e casca<br />
de coco tucum.<br />
COM<br />
CLASSE<br />
U<br />
ma gravata ecologicamente<br />
correta<br />
e feita a partir de<br />
sobras de madeira e de tecido.<br />
É o que propõe a Ripa<br />
Design, empresa portuguesa<br />
criada por dois jovens de<br />
Viana de Castelo. Além das<br />
gravatas, a empresa pretende<br />
criar acessórios a partir<br />
do aproveitamento e valorização<br />
de matérias-primas<br />
que seriam descartadas no meio ambiente. No caso da gravata, os materiais reutilizados são fornecidos por indústrias<br />
madeireiras e têxtil da própria cidade, que também auxiliam na produção. Ao contrário do que possa parecer, as gravatas<br />
são leves e pesam entre 120 g (gramas) a 150 g.<br />
Foto: divulgação<br />
18 |<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ALTA E BAIXA<br />
ALTA<br />
EXPORTAÇÃO DE MADEIRA<br />
A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (PR), bateu um recorde<br />
inédito em exportação de madeira. Em dezembro de 2015, a empresa contabilizou 2.311 contêineres<br />
embarcados com destino a países da Europa, Ásia e América do Norte, totalizando de 115<br />
mil m³ (metros cúbicos) de madeira no mês. O volume atingiu 35 mil m³ a mais que o registrado<br />
no mesmo período de 2014 (quando foram registrados aproximadamente 70 mil m³).<br />
MÓVEIS PLANEJADOS<br />
O Iemi Inteligência de Mercado divulga o primeiro estudo sobre o Mercado Potencial de Móveis Planejados no Brasil. Segundo<br />
o relatório, os móveis planejados ganharam grande atratividade junto às indústrias do mobiliário do país, pela sua<br />
capacidade de agregação de valor aos produtos e marcas do setor. Atualmente, esta categoria está inserida na linha de<br />
produtos de um em cada nove estabelecimentos produtores de móveis no Brasil, ou 8,8% do total, e comercializado por<br />
uma em cada sete lojas de móveis do país (15,4%). Ao final de 2014, este contingente entregou ao mercado uma produção<br />
de 38,7 milhões de peças, correspondente a R$ 13,4 bilhões de vendas em valores.<br />
DECLÍNIO DA ECONOMIA<br />
Os executivos brasileiros não acreditam que o cenário econômico nacional deve evoluir positivamente nos próximos<br />
meses. É o que revela a 13ª edição do Capital Confidence Barometer, estudo realizado pela EY (Ernst & Young), no segundo<br />
semestre de 2015 com 1600 executivos de 53 países. De acordo com o levantamento, a parcela de profissionais<br />
que acredita em melhorias significativas de desempenho na economia brasileira caiu de 8% para 4% na comparação<br />
entre outubro de 2014 e outubro de 2015.<br />
BAIXA<br />
MINHA CASA MINHA VIDA<br />
Assim como no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), as empresas que atuam exclusivamente<br />
no Mcmv (Minha Casa Minha Vida) vêm sinalizando uma expectativa de forte<br />
diminuição do volume de obras para os próximos 12 meses. Em dezembro de 2015, 65,6% das<br />
empresas projetaram queda do volume. Há um ano, este percentual era de 15,4%; e em junho<br />
de 2015, de 53,6%. Já a proporção das que informaram aumento do volume diminuiu de 35,3%,<br />
em dezembro de 2014 para 7,9%, em junho de 2015, chegando aos 8,8%, em dezembro de<br />
2015. Mais uma vez o governo do PT (Partidos dos Trabalhadores), prova que o discurso está<br />
longe de ser a prática.<br />
20 |<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
FRASES<br />
Os empresários precisam se adaptar.<br />
Nas negociações, nós vamos discutir<br />
tarifas visando a derrubada de outras<br />
barreiras. Nem todos os setores vão<br />
ganhar. Uns vão ganhar mais e, outros,<br />
menos. Mas os ganhos indiretos poderão<br />
compensar perdas de outros setores<br />
Foto: José Paulo Lacerda<br />
Carlos Abijaodi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI<br />
(Confederação Nacional da Indústria), sobre <strong>2016</strong> ser um ano<br />
de acordos comerciais<br />
É uma questão de segurança nacional para um país ter a sua<br />
própria indústria de máquinas-ferramenta, a fim de garantir a<br />
manufatura de bens duráveis para o seu consumo e para as suas<br />
exportações<br />
Alfredo Ferrari, vice-presidente da Csmf (Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e<br />
Sistemas Integrados de Manufatura), sobre o por que o país precisa de uma indústria forte<br />
Sem confiança, sem credibilidade, não há investimentos, e o<br />
consumo se retrai<br />
Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) apontando<br />
que com a perda de credibilidade do governo a economia é muito afetada<br />
Mais uma vez, os fiscos estaduais<br />
delegam suas funções ao contribuinte.<br />
Temos feito um grande esforço para<br />
que as empresas se livrem da má<br />
burocracia, como essas, que acabam<br />
criando mais dificuldade para a vida<br />
dos empresários<br />
Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil<br />
Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae Nacional,<br />
comentando as mudanças anunciadas pelo Confaz (Conselho<br />
Nacional de Política Fazendária) referente a carga burocrática<br />
imposta às empresas brasileiras<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ENTREVISTA<br />
MAURO PEREIRA<br />
SCHWARTSBURD<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
PLACE OF BIRTH:<br />
26/06/1957 - São Paulo (SP)<br />
June 26, 1957, São Paulo (SP)<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL<br />
EDUCATION:<br />
Técnico em Eletrônica<br />
Electronics<br />
Foto: divulgação<br />
CARGO<br />
PROFESSION:<br />
Presidente do Simov (Sindicato da Indústria do Mobiliário<br />
e Marcenaria do Estado do Paraná)<br />
Simov President (State of Parana Syndicate of the<br />
Furniture and Woodworking Industry)<br />
Juntos ficamos mais fortes<br />
Together, we are stronger<br />
E<br />
leito para presidir o Simov (Sindicato da Indústria<br />
do Mobiliário e Marcenaria do Estado do Paraná)<br />
no triênio 2014/2017, Mauro Pereira Schwartsburd<br />
aceitou o desafio de continuar as ações das gestões anteriores<br />
e abre nosso hall de entrevistados em <strong>2016</strong>. Ele comenta<br />
sobre a força da indústria de móveis do Paraná, os principais<br />
entraves e gargalos do setor, bem como as ações para o ano<br />
que se inicia. Você sabia que o setor moveleiro gera uma<br />
identidade para muitos municípios do Paraná? Confira nesta<br />
entrevista exclusiva mais detalhes do cenário moveleiro no<br />
Paraná e como o mercado repercute em todo país.<br />
E<br />
lected to the Simov chair (State of Parana Syndicate<br />
of the Furniture and Woodworking Industry) for the<br />
2014/2017 triennium, Mauro Pereira Schwartsburd<br />
accepted the challenge to continue the actions of previous<br />
administration and initiates our “hall of interviewees” for<br />
<strong>2016</strong>. He comments on the strength of the furniture industry<br />
in the State of Paraná, the main obstacles and bottlenecks<br />
in the Sector, as well as the actions to be put forward for the<br />
year. Did you know that the Furniture Sector establishes the<br />
identity of many municipalities in the State of Paraná? Check<br />
out this exclusive interview.<br />
24 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
As constantes<br />
mudanças nos rumos<br />
da economia impedem<br />
um planejamento<br />
no longo prazo,<br />
tornando empresas<br />
tradicionais inviáveis<br />
economicamente, devido<br />
ao próprio sistema<br />
FEVEREIRO | 25
26 |<br />
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FEVEREIRO | 27
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
COLUNA ABIMCI<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Associação Brasileira da Indústria de<br />
Madeira Processada Mecanicamente<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
<strong>2016</strong> DESAFIADOR<br />
Em um cenário pouco otimista é preciso reunir forças, encarar as dificuldades e focar no trabalho<br />
T<br />
erminado 2015, o setor de madeira processada<br />
mecanicamente faz as contas, analisa os números<br />
e chega à conclusão de que o ano não foi tão<br />
ruim, mas deveria ter sido melhor. Tivemos aumento do<br />
volume exportado de alguns segmentos como pisos,<br />
compensado e madeira serrada de pinus. Em contrapartida,<br />
os preços caíram em dólar, diminuindo o lucro<br />
das empresas; os custos internos não pararam de subir<br />
e a oferta mundial de produtos de madeira cresceu. Um<br />
cenário agravado ainda mais pela queda do consumo<br />
interno e a redução do PIB (Produto Interno Bruto) chinês.<br />
Assim, que 2015 foi um ano difícil ninguém discorda.<br />
Que <strong>2016</strong> - e talvez 2017 - será ainda mais desafiador também<br />
não há como negar. Apesar de um cenário pouco otimista,<br />
frente ao momento político e econômico do país,<br />
é preciso reunir forças, encarar as dificuldades e focar no<br />
trabalho. Trabalho esse que deve passar pela valorização<br />
do associativismo, já que a união dos pares resulta em um<br />
esforço concentrado pela busca de soluções comuns e a<br />
possibilidade de ampliar a voz de um setor.<br />
Dessa forma, a melhor estratégia para enfrentar as<br />
dificuldades que se desenham a nossa frente é a ação.<br />
Ação que passa, por exemplo, pela troca de informações,<br />
experiências e a ampliação de networking. Possibilidades<br />
essas que estarão acessíveis a todas as empresas durante<br />
a Semana Internacional da Madeira, que irá reunir uma<br />
série de eventos em Curitiba, em março.<br />
Sob o comando da Abimci, o encontro Wood Trade<br />
Brazil irá contemplar várias análises do mercado, como<br />
as perspectivas e o potencial de mercado externo, uma<br />
radiografia do mercado interno para os diversos produtos<br />
madeireiros, além de uma avaliação pontual do<br />
nosso setor dentro do cenário econômico nacional. Uma<br />
oportunidade para os empresários trocarem informações<br />
e construírem suas estratégias de negócios para o ano.<br />
Além desse evento, haverá uma intensa programação<br />
que inclui feira de produtos e tecnologias; encontros sobre<br />
energia e estruturas de madeira; e a primeira reunião<br />
plenária da Abimci em <strong>2016</strong>.<br />
E as iniciativas da associação para <strong>2016</strong> não param<br />
por aí. Um dos segmentos que contará com novas ações<br />
será o de molduras. O objetivo é aproximar os fabricantes,<br />
por meio da associação, para a troca de experiências,<br />
uma leitura unificada do mercado e discussão de projetos<br />
comerciais, para os próximos anos. Também continuará<br />
intenso o trabalho técnico de revisão de normas da Abnt<br />
e a busca, incessante, pela melhoria da qualidade dos<br />
produtos. No campo da representação institucional e<br />
política, a entidade permanecerá firme na sua missão<br />
de diálogo com as esferas públicas, visando construir<br />
melhores condições para o ambiente de negócios. Para<br />
garantir suporte aos associados e à divulgação de informações<br />
corretas dos vários segmentos de produtos<br />
madeireiros, já estamos planejando e estruturando um<br />
estudo setorial atualizado, bem como novidades na área<br />
de Comunicação. Um trabalho árduo, que contribuirá<br />
de maneira positiva para o dia a dia dos negócios dos<br />
fabricantes.<br />
Repetir aqui as principais demandas do setor será<br />
desnecessário. Sabemos o que somos e que precisamos.<br />
O grande desafio é organizar e harmonizar os interesses<br />
produtivos com este sistema político e econômico arcaico<br />
adotado pelo Brasil, pois sabemos que, na maioria das<br />
vezes, o governo se comporta como se não tivesse responsabilidade<br />
alguma nem com ninguém.<br />
Precisamos agir, apesar do governo e além dele. Que<br />
<strong>2016</strong> nos traga ainda mais certeza de que esse setor é<br />
indispensável para o desenvolvimento do Brasil e que<br />
consigamos alavancar o potencial de cada industrial da<br />
madeira deste país.<br />
Apesar de um cenário pouco otimista, frente ao momento<br />
político e econômico do país, é preciso reunir forças, encarar<br />
as dificuldades e focar no trabalho<br />
30 |<br />
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Abrindo a porta da sua imaginação.<br />
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FEVEREIRO | 33
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
Q<br />
uando entramos em uma indústria de portas, muitas<br />
vezes não temos a noção da imensidão por trás dela.<br />
Assim como não nos damos conta do número de vezes<br />
que abrimos e fechamos uma porta todos os dias. Na Europa,<br />
uma porta é considerada um item decorativo, além de funcional.<br />
Por isso a tecnologia desenvolvida para a produção desse item<br />
leva em conta alta produtividade, produto final de qualidade<br />
e personalidade. A reportagem da REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
visitou uma das mais modernas fabricantes de portas, em Santa<br />
Catarina, para observar o modelo de produção que está fazendo<br />
sucesso mesmo com a economia interna em recessão.<br />
O ponto de partida para nossa experiência foi a cidade de<br />
Caçador (SC). Acomodados na sala de reuniões, cada um de<br />
um lado da mesa, aguardamos Daniel Pscheidt, gerente de<br />
produção – Madeiras – Portas da Adami S/A. Aqui trataremos<br />
da Vert, marca responsável pela comercialização de uma linha<br />
completa de portas diferenciadas e que conta com um sistema<br />
de produção de ponta.<br />
Mesmo com a alta do euro e do dólar, a fábrica de portas Vert<br />
não foi concebida para exportação e Daniel explica o porquê.<br />
“Nós focamos a venda de portas no mercado interno, essa foi<br />
a intenção do projeto quando pensamos nesse negócio. Obviamente<br />
que temos buscado algumas alternativas de exportação<br />
W<br />
hen we entered the of a door manufacturing unit,<br />
often we have no idea of its size. Just like we don’t<br />
realize how many times we open and close a door<br />
every day. In Europe, a door is considered a decorative item, as<br />
well as functional. So the technology developed for the production<br />
of this item has to take into account high productivity, end product<br />
quality and personality. For the story, the REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong><br />
team visited one of the most modern door manufacturers, in the<br />
State of Santa Catarina, to observe the production model that<br />
is having success even with the domestic economy in recession.<br />
The starting point for our experience was Caçador (SC). We<br />
were set up in a meeting room with each one of us on one side<br />
of the table waiting for Daniel Pscheidt, Production Manager for<br />
Madeiras – Portas da Adami S/A. Here, we talked about Vert, the<br />
brand name of the Group, with its complete line of differentiated<br />
doors and its cutting-edge production system.<br />
Even with the high value of the Euro and the Dollar, the Vert<br />
door manufacturing factory was not designed for export, and<br />
Production Manager Daniel explains why. “We focus on selling<br />
doors in the domestic market, and this was the intention of the<br />
project when we first thought about this business. Obviously, we<br />
have been looking at the alternative of selling abroad to countries<br />
that require doors with similar characteristics to those that we<br />
34 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
para países que demandem portas com características similares<br />
a que produzimos, mas em menor escala”.<br />
A empresa vem desde 2009 (ano em que a empresa decidiu<br />
produzir portas) automatizando seus equipamentos, e desde<br />
então iniciou o projeto de produzir com equipamentos altamente<br />
tecnológicos. Para isto, a indústria de portas Vert não economizou.<br />
A linha foi instalada em 2010. “A Adami tem por princípio<br />
trabalhar sempre com os melhores fornecedores do mercado,<br />
isso engloba qualidade, preço, prazo e atendimento. A Homag<br />
nos supriu essas necessidades, além de nos oferecer um projeto<br />
completo para produção de portas”, revela. A planta completa<br />
seis anos em <strong>2016</strong>.<br />
MERCADO<br />
A maior fatia do mercado atendida pela empresa, somando<br />
80%, é da construção civil e os outros 20% são destinados ao<br />
varejo. A fábrica conta hoje com apenas 40 colaboradores, que<br />
trabalham em turnos. Para produzir de 35 a 40 mil portas, sem ter<br />
uma linha de produção de ponta, seriam necessários mais de 300<br />
pessoas. Com a crise que tomou conta do país, Daniel aponta que<br />
se for necessário reduzir o volume de vendas/produção de portas,<br />
os colaboradores não serão dispensados, mas sim transferidos<br />
para outros setores da unidade de negócio madeireira.<br />
produce, but on a smaller scale.”<br />
Since 2009, the Company has been automating its equipment,<br />
as it saw this necessary for evolution and survival in the market.<br />
For this, the Vert door manufacturer did not economize. The line<br />
was installed in 2010. “In principle, Adami has always worked<br />
with the best suppliers in the market that includes quality, price,<br />
and service. Homag equipment fulfilled these requirements, in<br />
addition to offering a complete design for the door manufacturing<br />
facility,” reveals Production Manager Daniel. The plant completes<br />
six years in <strong>2016</strong>.<br />
MARKET<br />
The largest slice of the market served by the Company, totaling<br />
80%, is building construction, with the other 20%, retail.<br />
Today, the factory operates in two shifts, with 40 employees only.<br />
The production capacity of the plant is from 35 to 40 thousand<br />
doors per month, but market demand today is 50% of the total<br />
value. Production Manager Daniel points out that even with the<br />
crisis that has engulfed the Country, that, if perchance, door<br />
manufacturing had to close down for a while until the market<br />
came back, the workers involved would not be dismissed, but<br />
rather, allocated to other internal functions. “This is one of the<br />
big advantages of modern machinery, the use of labor is reduced<br />
FEVEREIRO | 35
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
Hoje o que se vê no mercado é que alguns fabricantes de máquinas<br />
e equipamentos não oferecem projetos e soluções como<br />
um todo. “A nossa ideia sempre foi, em todos os investimentos,<br />
procurar um parceiro que pudesse oferecer um projeto completo,<br />
e isto a Homag fez para nós”, revela Daniel. O projeto leva integrado,<br />
também, a tecnologia alemã da marca, o que conta como<br />
um dos diferenciais. “A tecnologia é capaz de garantir a precisão,<br />
o que diferencia os que são feitos na Alemanha dos demais é o<br />
conceito de fabricação somado com a tecnologia agregada aos<br />
equipamentos, estenda isso para vários segmentos de mercado<br />
que demandem essa referência”, salienta Daniel.<br />
Quando se tem um layout de uma linha de produção, deve-<br />
-se estar atento ao sincronismo do processo para que ele realize<br />
a sequência desta produção e garanta que a quantidade, com a<br />
qualidade produzida, chegue no final. “A Homag entrega a solução<br />
completa e eventualmente busca os melhores parceiros para<br />
complementar o projeto”, ressalta Edson Prebitz, da Mafercon<br />
Máquinas e Ferramentas. Como lembra Daniel na época da entrega,<br />
“nós recebemos o projeto pronto, com a chave na mão”.<br />
Sobre a valorização da porta no mercado da construção civil<br />
(maior fatia do mercado da Adami hoje), Daniel explica que este<br />
é um setor bem diferente do varejo. “O Brasil tem um grande<br />
problema que é a falta de padronização na construção civil. Nós,<br />
to less than half.”<br />
Today, what we see in the market is that some machinery and<br />
equipment manufacturers do not offer designs and solutions as<br />
a whole. “Our idea has always been, for all investments, to find<br />
partners who could help offer a complete project, and this is what<br />
Homag did for us,” says Production Manager Daniel. As well, the<br />
project started right out using German technology, which counts<br />
as one of the differences. “The technology ensures accuracy; what<br />
differentiates equipment made in Germany from the others is the<br />
concept of manufacturing equipment coupled with technology,<br />
extending this to various market segments that require this reference,”<br />
notes the Production Manager.<br />
The layout of a production line must be tuned to the production<br />
timing sequence and the guarantee of quantity with the<br />
quality of products produced needed at the end. “If, by chance,<br />
Homag does not have one piece of equipment that the production<br />
line calls for, we will be responsible for designing it, and seeking<br />
out partners so that the line is compete it at the time of delivery,”<br />
says Edson Prebitz, Mafercon Máquinas e Ferramentas. As Adami<br />
Production Manager Daniel reminds us, at the time of delivery,<br />
“we get a turnkey project.”<br />
As to the valorization by the building construction market<br />
(biggest market for Adami today), Production Manager Daniel<br />
36 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
A Adami S/A é dividida em seis<br />
unidades de negócio e atua em<br />
diversos segmentos e mercados.<br />
A unidade de negócio madeireira,<br />
exporta para diversos países da Ásia,<br />
Europa, América Central e do Norte.<br />
Por essa razão a empresa foca as<br />
portas Vert no mercado interno. A<br />
unidade madeireira conta com uma<br />
área de 40 mil m² (metros quadrados) e<br />
600 colaboradores. A fábrica de portas<br />
possui 6.000 m²<br />
atualmente, junto com a Abimci e a Abnt (Associação Brasileira<br />
de Normas Técnicas), tentamos normatizar isto, o produto kit<br />
porta. Já existe uma evolução neste sentido, mas tem um caminho<br />
bastante longo a ser seguido que, de repente, é a própria<br />
profissionalização da construção civil”, argumenta.<br />
Na avaliação do representante da Abnt, Antônio Parente,<br />
quando as indústrias recebem uma certificação há uma demonstração<br />
de que elas estão se modernizando e buscando melhorar.<br />
“É certo que com isso as empresas terão um retorno para suas<br />
marcas e o mercado brasileiro passa a ter uma oferta de qualidade<br />
garantida no setor de portas de madeira”, afirma.<br />
“A construção civil não valoriza a porta como deveria.” A<br />
afirmação de Daniel, em tom de desabafo, diz que a porta deve<br />
ser considerada o primeiro móvel que entra em um imóvel. “É<br />
muito diferente da porta em um país europeu, pois é um item<br />
decorativo. No Brasil ela está ali para dividir um ambiente, fechar<br />
um espaço”, exemplifica. Com a baixa de investimentos no<br />
mercado da construção civil, também não se valorizou mais a<br />
porta. “Hoje o mercado não paga a qualidade da porta”, explica.<br />
Mesmo assim, a empresa não abre mão do compromisso com a<br />
qualidade e utiliza, por exemplo, cola PVA (diferente da ureia que<br />
tem emissão de formol).<br />
Nisto, as empresas Adami e Homag se assemelham, com<br />
explains that it is a very different from that of the retail market.<br />
“Brazil has a major problem in the lack of standardization in<br />
building construction. Today, we, together with Abimci and<br />
Abnt (Brazilian Association for Technical Standards), are trying<br />
to create these standards, with the door kit. There is already a<br />
trend in this direction, but there still is a fairly long way to go<br />
that will certainly lead to further professionalization in building<br />
construction,” he argues.<br />
In the assessment of Antonio Parente from Abnt, when companies<br />
receive a certification, there is a statement that they are<br />
modernizing and seeking to improve. “It is assured that with this,<br />
companies will have a return and the Brazilian market is offered<br />
a guaranteed quality wood door,” he says.<br />
“That the construction industry does not value the door as<br />
it should.” This is the complaint of Production Manager Daniel,<br />
in an outburst; he says that the door should be considered the<br />
first piece of furniture to enter a home. “It is very different from<br />
the door in a European Country, where it is a decorative item. In<br />
Brazil, it is there to divide an environment, close in a space,” he<br />
exemplifies. With the low investments in the construction market,<br />
the door is no longer given much value. “Today the market doesn’t<br />
pay for door quality,” he complains. Still, the Company has not<br />
given up its commitment to quality and utility, for example, the<br />
FEVEREIRO | 37
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
compromissos com a ética e meio ambiente e que não abrem<br />
mão, mesmo que custe mais caro no final do processo para cada<br />
um deles. “Acreditamos que a fábrica de portas Vert seja hoje<br />
ainda a mais moderna do país, com tecnologia capaz de trabalhar<br />
com poucos colaboradores, alta produtividade e qualidade<br />
competitiva em qualquer mercado que atue”, finaliza Daniel.<br />
ETAPAS<br />
A empresa é autossuficiente com suas florestas e a madeira<br />
reflorestada utilizada na produção é o pinus. As etapas de produção<br />
de uma porta consistem em seccionar, montar, esquadrar,<br />
pintar, usinar, embalar e esse processo é igual para qualquer fabricante.<br />
O diferencial da Vert está na interface dos equipamentos<br />
com o sistema PCP de produção que permite acompanhar todas<br />
as etapas do processo no momento em que estão acontecendo,<br />
podendo assim garantir que a ordem de produção e a especificação<br />
do produto estejam sendo cumpridas de acordo com pedido.<br />
“Além de destacar a qualidade, temos uma segurança maior<br />
dela”, complementa Daniel.<br />
Vale lembrar que hoje softwares podem ser uma das soluções<br />
tanto na redução de mão de obra, quanto na otimização de custos<br />
e no atendimento ao mercado com maior flexibilidade.<br />
use of PVA glue (different from urea glues that lead to formaldehyde<br />
emissions).<br />
In this, the companies Adami and Homag have come together,<br />
with a commitment to ethics and the environment and neither<br />
gives this up, even if it is more expensive at the end of the process.<br />
“We believe that the Vert door factory is still, today, the most modern<br />
in the Country, with the technology capable of working with<br />
few employees, high productivity and competitive quality in any<br />
market in which it operates,” concludes the Production Manager.<br />
STEPS<br />
The company is self-sufficient with its own forests supplying<br />
the replanted pine timber used in production. The door production<br />
stages consist of cutting, assembling, squaring, painting,<br />
machining and packaging, and this process is the same for every<br />
door manufacturer. The differential for Vert is at the equipment<br />
interfaces with the PCP production system, which allows the<br />
Company to track every production step at the moment it occurs,<br />
and thus ensures that the production and product specification<br />
are being completed according to the order.<br />
“In addition to highlighting quality, you have a better guarantee<br />
of it,” adds Production Manager Daniel.<br />
38 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
MERCADO EXTERNO<br />
Durante a viagem a Santa Catarina<br />
tivemos tempo ainda de visitar a<br />
fábrica da Frameport, onde tivemos um<br />
bate papo descontraído com o diretor,<br />
Augusto Antonio Francio. Aos seis anos<br />
de idade, o visionário veio de Cambé<br />
(PR) para Caçador, e fez sua história.<br />
A empresa vende portas a partir de<br />
matéria-prima de reflorestamento,<br />
apenas para o mercado externo,<br />
principalmente os de língua inglesa.<br />
São 7.200 itens e a indústria conta<br />
também com o maquinário da Homag<br />
em algumas das etapas produtivas,<br />
e que estão há mais de dez anos em<br />
funcionamento<br />
O segmento de portas aumentou o<br />
volume exportado, com 8% a mais,<br />
comparado a 2014, mantendo a<br />
média de embarques registrados nos<br />
últimos anos. Os EUA (Estados Unidos<br />
da América) respondem por 65% das<br />
exportações nacionais, fato que indica<br />
a possibilidade de ampliar os mercados<br />
de atuação de um segmento que vem<br />
investindo fortemente em normalização,<br />
por meio do PSQ-PME (Programa<br />
Setorial da Qualidade de Portas de<br />
Madeira para Edificações), da Abimci<br />
(Associação Brasileira da Indústria de<br />
Madeira Processada Mecanicamente)<br />
INSTALAÇÃO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA<br />
O startup para a concepção e entrega do maquinário Homag<br />
para Vert foi muito rápido. “Fechamos o projeto e todo o processo<br />
levou menos de seis meses”, afirma Daniel. Tanto que desde a<br />
produção da primeira porta, até hoje, a fábrica não parou mais.<br />
“Este projeto é chamado turn-key ou chave na mão, o que<br />
significa que a Homag fica responsável por todas as fases de<br />
desenvolvimento e implantação. Ela dimensiona de acordo com<br />
a necessidade da empresa, fornece o layout e plantas técnicas<br />
(elétrica, ar comprimido, especificações de piso) e instala os<br />
equipamentos”, explica o gerente geral de vendas para América<br />
Latina da Homag, Alessandro Agnoletti. Após o início, dá o devido<br />
treinamento para a equipe de trabalho e o acompanhamento se<br />
necessário, de tempos em tempos, até que tudo esteja de acordo.<br />
Pontos fortes da instalação de um projeto como este:<br />
• Economia de mão de obra;<br />
• Garantia constante da alta qualidade dos produtos;<br />
• Processo produtivo otimizado;<br />
• Prazos de entrega mais rápidos.<br />
It is worth remembering that, today, software can be one of<br />
the solutions in reducing manpower, and in optimizing costs and<br />
servicing the market with greater flexibility.<br />
INSTALLATION AND TECHNICAL SUPPORT<br />
The startup for the design and delivery of the Homag machinery<br />
for Vert was very fast. “We decided on the project and the<br />
whole process took less than six months,” says Production Manager<br />
Daniel. And since the production of the first door, to this day,<br />
the plant has never shut down. “This project was what is called<br />
turn-key, which means that Homag is responsible for all phases<br />
of development and deployment. It designs the size according<br />
to the needs of the customer, providing the layout and technical<br />
installation (electrical, compressed air, flooring specification) and<br />
installing the equipment,” explains Alessandro Agnoletti, General<br />
Sales Manager for Latin America for Homag. After the start-up,<br />
it provides training and any follow-up necessary, from time to<br />
time, until everything is in accord with the design specifications.<br />
Strong points for the installation of a project like this:<br />
• Manpower savings;<br />
FEVEREIRO | 39
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
Imagem: divulgação<br />
Unidade completa<br />
projetada pela Homag<br />
para Adami em<br />
funcionamento desde<br />
2010, em Caçador (SC)<br />
PRODUÇÃO<br />
A tecnologia alemã, utilizada pela Vert, proporciona o uso de<br />
sistemas que trazem vantagens competitivas tanto na produção<br />
quanto em qualidade final. Entre as etapas, no processo de prensagem<br />
a quente de portas, por exemplo, a temperatura média<br />
é em torno de 80ºC (Graus Celsius), enquanto que no processo<br />
tradicional são usados 110º a 115ºC, o que em muitos casos causa<br />
empenamentos e outros stresses. Após prensadas, as portas<br />
passam por processo de resfriamento em torno de duas horas<br />
enquanto que no processo tradicional é comum ter que aguardar<br />
12 horas sob pena de comprometer a produção em caso de se<br />
trabalhar com portas ainda quentes.<br />
No esquadrejamento e colagem das fitas de bordas, próxima<br />
fase do processo, a esquadraborda Homag usada é altamente<br />
produtiva podendo trabalhar 6 a 7 portas em um minuto. Dotada<br />
de sistema de centralização das portas, evitam empenamento<br />
precoce das mesmas. Tanto as portas como os batentes que<br />
fazem parte do kit porta pronta têm a usinagem dos encaixes<br />
de fechadura e dobradiças feitas em máquinas CNC Homag de<br />
alta produção e precisão facilitando posterior montagem livre<br />
de problemas no cliente.<br />
Tudo isso ainda acompanhado de seccionadora de alta produção,<br />
com alimentação lateral de chapas com otimização precisa<br />
• Guarantee of constant high quality products;<br />
• Optimized production process;<br />
• Faster delivery times.<br />
PRODUCTION<br />
The German technology, used in the Vert line, provides the<br />
use of systems that lead to competitive advantages in both production<br />
and final product quality. Amongst the steps in the door<br />
hot-pressing process, for example, the average temperature is<br />
around 80° C, while that of the traditional process varies between<br />
110 and 115 ° C, which in many cases can cause warping and other<br />
stresses. After pressing, the doors go through a cooling process<br />
for about 2 hours, while in the traditional process, it is common<br />
to have to wait 12 hours for fear of compromising production in<br />
case of working with hot doors.<br />
During squaring and edge gluing, the next phase in the process,<br />
the Homag edgegluers/squarers used are highly productive<br />
and can process 6 to 7 doors per minute. Using a door centering<br />
system avoids early warping. Both the doors, as well as the frames<br />
that are part of the premade door kit, have the lock fittings and<br />
hinges already machined using high production Homag CNC machines,<br />
facilitating subsequent precision problem-free mounting<br />
on the customer’s site.<br />
40 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
dos programas de corte, do centro de usinagem cinco eixos para<br />
uma gama de usinagem e acabamentos para portas especiais e<br />
ainda a lixadeira Butfering-Homag para acabamento em linha<br />
de pintura de portas.<br />
Quanto à assistência técnica, Daniel salienta que tem sido<br />
bastante profissional e solícita. A empresa conta hoje com um<br />
plano de manutenção preventiva dos equipamentos em forma<br />
de contrato com a Homag.<br />
Além do fechamento de planos preventivos, o cliente pode<br />
optar por uma solução remota, ligando para o Hotline da Homag,<br />
conversar com um técnico que, na maioria das vezes, resolve a<br />
dúvida por telefone. Assim o custo é extremamente reduzido<br />
porque dispensa o deslocamento do profissional até a indústria e a<br />
máquina não fica parada por longos períodos até que o problema<br />
seja solucionado. “Diminuiu-se em 25% o envio do técnico ao<br />
local solicitado”, relata o gerente geral de vendas para América<br />
Latina da Homag, Alessandro.<br />
All this even includes a high production sectioner, with panel<br />
side feed optimized for five-axis machining center cutting programs<br />
providing for a range of machining and finishing for special<br />
doors and includes a Homag Sander Buffer for finishing the door<br />
in the painting line.<br />
As to technical support, Adami Production Manager Daniel<br />
points out that it has been all very professional when requested.<br />
The Company currently has a preventative equipment maintenance<br />
plan in the form of a contract with Homag.<br />
In addition to preventive plans, the customer can choose a<br />
remote solution, by calling the Homag Hotline, where he can talk<br />
with a technician who, in most cases, solves the issues by phone.<br />
The cost is greatly reduced because the travel by the professional<br />
to the equipment site, or worse, leaving the machine down for long<br />
periods until the problem is resolved. “Having to send a technician<br />
to the requested location has decreased by 25%,” says Homag<br />
General Sales Manager for Latin America Alessandro.<br />
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FEVEREIRO | 43
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
P<br />
ela primeira vez em Curitiba (PR), a XV edição<br />
do Ebramem (Encontro Brasileiro em Madeiras<br />
e em Estruturas de Madeiras) vai trazer, entre os<br />
dias 9 e 11 de março, discussões, atualizações e informações<br />
técnico-científicas ligadas ao assunto. Participarão<br />
do encontro pesquisadores brasileiros e estrangeiros,<br />
professores, estudantes de graduação e pós-graduação,<br />
profissionais do setor construtivo e empresários.<br />
Com o tema central madeira para a construção civil<br />
- tecnologia para minimizar impacto ambiental, a organização<br />
do evento estima a participação de 350 pessoas.<br />
“Vamos reunir aqui os melhores pesquisadores e projetistas<br />
de construção com madeira do mundo”, destaca Carlos<br />
Mendes, diretor executivo da Apre (Associação Paranaense<br />
de Empresas de Base Florestal).<br />
Para o professor Carlito Calil Júnior, vice-presidente do<br />
Ibramem (Instituto Brasileiro da Madeira e Estruturas de<br />
Madeira) e um dos idealizadores do congresso, o encontro<br />
é importante para divulgar e aumentar a utilização da<br />
madeira no país. Ele lembra que em países desenvolvidos,<br />
como Canadá e EUA (Estados Unidos da América),<br />
por exemplo, 90% das casas têm estrutura de madeira.<br />
No Brasil, esse material construtivo ainda enfrenta muito<br />
preconceito.<br />
Ampliar essa discussão, envolvendo professores,<br />
acadêmicos e profissionais das áreas de engenharia e<br />
arquitetura, é um dos objetivos do evento. A proposta é<br />
levar conhecimento aos profissionais, mostrando também<br />
o que pode ser feito com esse material. “O grande problema<br />
é com relação à educação da engenharia da madeira.<br />
A maioria das universidades não oferece cadeiras dentro<br />
do curso para ensinar a estrutura de madeira, mas isso<br />
deveria ser obrigatório. Como grande parte das instituições<br />
não ensina, o engenheiro civil sai sem o conhecimento do<br />
dimensionamento de estruturas de madeira e o arquiteto<br />
sem conhecer o material. Dessa forma, a madeira fica<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
44 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
Foto: The Log<br />
O ENCONTRO<br />
É IMPORTANTE<br />
PARA DIVULGAR<br />
E AUMENTAR A<br />
UTILIZAÇÃO DA<br />
MADEIRA NO BRASIL<br />
FEVEREIRO | 45
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
prejudicada, porque se eles não aprendem, nunca vão<br />
recomendar”, desabafa Carlito.<br />
Na opinião de Everaldo Pletz, professor da UEL (Universidade<br />
Estadual de Londrina) e um dos coordenadores<br />
científicos do evento, a América Latina tem uma cultura<br />
voltada à construção com concreto. Mas o sul do Brasil,<br />
especialmente o Paraná, tem uma ligação um pouco mais<br />
forte com o material. Por isso, pesquisadores de outros<br />
países vão mostrar o que é feito ao redor do mundo, que<br />
pode servir de exemplo para os profissionais brasileiros.<br />
Na XV edição do Ebramem, o foco será na tecnologia<br />
e, dentro desse contexto, a proposta é abordar a questão<br />
da sustentabilidade. “Vamos mostrar que a opção pela<br />
madeira é a mais feliz de todas, porque o material contempla<br />
a sustentabilidade em todos os seus aspectos. Ela<br />
também é um material que pode se compatibilizar com<br />
outros. O grande problema é o desconhecimento. Queremos<br />
desfazer esse preconceito e emocionar o arquiteto e<br />
o engenheiro, mostrando a beleza que o material oferece.<br />
Essa união de forças vai ser importante para, aos poucos,<br />
fazermos essa transformação e abrirmos espaço para a<br />
madeira”, aponta Everaldo.<br />
Ele também cita que a madeira é o material do futuro,<br />
porque tem forte vocação para industrialização. Na opinião<br />
dele, não é possível pensar em industrializar a construção<br />
civil sem incluir a madeira. Christine Laroca, professora<br />
da Utfpr (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e<br />
coordenadora científica do Ebramem, reforça a opinião dos<br />
professores e avalia que as universidades não incentivam<br />
a pesquisa e o ensino nessa área. Por isso, ela destaca que<br />
o encontro é importante para que as universidades vejam<br />
o que existe de novo, o que está sendo feito em outros<br />
países e as inúmeras possibilidades de uso. Assim, poderão<br />
ampliar a pesquisa dentro da academia para formar novos<br />
arquitetos e engenheiros com conhecimento técnico para<br />
projetar em madeira.<br />
“Fora do Brasil é difícil encontrar uma casa de alvenaria,<br />
mas aqui ainda estamos engatinhando. Precisamos<br />
muito mais. Poucas pessoas sabem, por exemplo, que<br />
podemos projetar casas muito mais confortáveis do ponto<br />
de vista acústico e térmico. Temos que atuar nas três áreas<br />
- pesquisa, ensino e extensão -, para mudar essa realidade.<br />
O arquiteto e o engenheiro é que vão convencer o consumidor.<br />
Eles precisam conhecer as propriedades para poder<br />
indicar”, declara Christine.<br />
Para incentivar o projeto e a pesquisa nessa área e<br />
chamar a atenção das universidades, o Ebramem vai promover<br />
ainda um concurso em arquitetura da madeira, com<br />
uma versão para profissionais e outra para estudantes. “O<br />
evento em Curitiba é uma grande conquista. Vamos tentar<br />
retomar a história do Paraná em relação à madeira. Vai ser<br />
um marco”, completa a professora.<br />
Informações adicionais você encontra no site oficial do<br />
evento: www.ebramem.com.br.<br />
Foto: divulgação<br />
46 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MARCENARIA<br />
Foto: divulgação<br />
48 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
Foto: divulgação<br />
FAÇA<br />
DIFERENTE<br />
EM TEMPOS DE CRISE O MELHOR A SE FAZER É INVESTIR NA<br />
QUALIDADE. SOLUÇÕES BARATAS NIVELAM O MARCENEIRO<br />
POR BAIXO<br />
FEVEREIRO | 49
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MARCENARIA<br />
N<br />
este momento, o mercado de marcenaria<br />
ainda está relativamente bem se comparado<br />
a outros segmentos semelhantes (como o de<br />
móveis seriados). A afirmação anterior é do analista de<br />
negócios Instituto Senai de Tecnologia em Madeira e Mobiliário<br />
de Arapongas (PR), Rafael Gonçalves, que revela<br />
que ainda assim é necessário que marceneiros e marcenarias<br />
estejam atentos ao novo cenário de mercado.<br />
“Existem dois caminhos para driblar a crise, que estão<br />
diretamente conectados: em primeiro lugar, as marcenarias<br />
precisam buscar conhecer, estudar e repensar seus<br />
modelos de negócios, pois este é o caminho que ajudará<br />
as empresas a compreender como se diversificar e agregar<br />
valor, respondendo de forma eficiente a seus clientes<br />
e respeitando suas características industriais. Nesse sentido,<br />
o segundo caminho acaba sendo uma consequência,<br />
que é conhecer mais de seu produto e ofício”, diz Rafael.<br />
Na análise dele, atualmente a marcenaria vem perdendo<br />
valor, assim como o ofício do marceneiro, por estar<br />
concentrada somente em fornecer soluções de padrão<br />
simples e baixo custo, mas Rafael dá um direcionamento.<br />
“Quando se busca pensar no modelo de negócio é possível<br />
entender o comportamento de seu público consumidor<br />
e através disso identificar onde é possível agregar valor<br />
(produto ou serviço), permitindo assim que a empresa<br />
busque uma melhor especialização no conhecimento de<br />
seus produtos e processos, gerando ao final agregação<br />
de valor e melhores resultados.”<br />
Em um cenário de escassez, seja por redução no volume<br />
de venda ou no aumento de insumos e despesas, o<br />
foco das marcenarias precisa estar concentrado nos custos.<br />
“Em decorrência disso, o que precisa ser deixado para<br />
trás é a metodologia (informal) de cálculo de precificação<br />
de marcenaria ainda muito utilizada, na qual marceneiros<br />
e marcenarias optam por usar um fator de multiplicação<br />
ao invés de registrar e calcular todos os custos envolvidos<br />
no produto e processo (sendo esses custos previstos e<br />
após a montagem custos realizados)”, explica Rafael.<br />
Fotos: Melodi<br />
50 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
DICAS<br />
Investir no conhecimento técnico de materiais e processos antes de realizar<br />
mudanças. “Temos identificado muitos casos de empresas que investiram em<br />
equipamentos e softwares sem ter plena convicção dos reais motivos para tal aquisição e<br />
sem preparo para implantação e utilização desses recursos, transformando o investimento<br />
em despesa ou até prejuízo. Tal investimento pode ser feito por meio de cursos rápidos ou<br />
cursos técnicos, além de assessorias e consultorias técnicas”, aponta Rafael.<br />
Outra dica valiosa que o analista do Senai dá é investir na engenharia do produto,<br />
uma vez que ela vem se tornando o grande diferencial para empresas, principalmente<br />
para as marcenarias, juntamente ao serviço de montagem. Ele explica: “estruturar o<br />
setor de engenharia e/ou projetos não demanda somente softwares e designers, mas<br />
principalmente uma capacitação para a empresa assimilar essa nova cultura, além da<br />
implantação de um método que integre o setor produtivo ao novo setor de engenharia/<br />
projetos e isso pode ser feito por meio de um projeto de consultoria. Quando o método e<br />
integração estão alinhados, as motivações para investimentos em softwares e maquinários<br />
ficam mais evidentes e embasadas”, conclui.<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MARCENARIA<br />
O analista aponta que depois de atualizar o método<br />
de precificação, capacitando e estruturando as marcenarias<br />
e suas equipes para gerar dados que permitam<br />
realizar o cálculo apurado dos custos para dar preço ao<br />
produto de forma precisa, consegue-se ter a realidade<br />
financeira da empresa para tomada de decisões.<br />
ECONOMIA<br />
Em tempos de crise, todo o cuidado para evitar<br />
desperdícios com materiais é importante para otimizar<br />
gastos e aumentar a lucratividade sem deixar de lado a<br />
qualidade do móvel. Alexandre Novoselecki, diretor geral<br />
da Rehau, empresa alemã fornecedora de inovações e<br />
soluções à base de polímeros para a indústria moveleira,<br />
aponta boas práticas para economizar em tempos de<br />
crise. Confira a seguir:<br />
Foto: Earl<br />
PLANEJE TODO O PROJETO ANTES DE COMEÇAR<br />
Tudo começa com um bom planejamento, que deve ser preciso, detalhado e com boas medições. Saiba<br />
qual matéria-prima será necessária e se seu estoque atende à demanda do projeto do começo ao fim. É<br />
importante ter um bom controle e gerenciamento de todos os processos de produção a fim de evitar desperdícios<br />
e também ter segurança de que conseguirá entregar as peças no prazo prometido para o cliente.<br />
CALCULAR OS CUSTOS CORRETAMENTE É FUNDAMENTAL<br />
Um cálculo exato para o mínimo de desperdício é fundamental quando se fala em economia. Hoje existem<br />
diversas ferramentas online e aplicativos que ajudam a calcular a quantidade de material necessária<br />
para cada projeto. Quando se calcula os custos de produção com cuidado, certifica-se que a margem de<br />
lucro não será prejudicada por imprevistos de última hora.<br />
USE PRODUTOS DE QUALIDADE<br />
A qualidade do acabamento do seu produto será o principal fator que garantirá a fidelização dos clientes.<br />
Por isso é importante trabalhar com produtos de qualidade e marcas de confiança, que ajudarão a agregar<br />
valor ao seu produto. Além de aumentar a satisfação do consumidor, a matéria-prima de qualidade também<br />
possibilita mais confiança na hora de executar o projeto e evita surpresas no meio do processo de produção.<br />
52 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
PRESTE ATENÇÃO NA SUA EQUIPE<br />
Sem uma boa equipe não há um bom resultado. Ter pessoas capacitadas é essencial em todas as etapas<br />
do projeto, desde a operação das máquinas até a montagem, que idealmente deve ser realizada uma única<br />
vez, evitando a necessidade de refação de serviços. Afinal, tempo é dinheiro, e uma equipe bem treinada<br />
e que recebe atenção é mais feliz, mais produtiva e entrega produtos de qualidade superior.<br />
MANTENHA A MANUTENÇÃO DO MAQUINÁRIO EM DIA<br />
É fundamental seguir à risca as recomendações do fabricante para a manutenção do maquinário. Isso<br />
não aumenta só a vida útil do equipamento, o que significa mais lucratividade, mas também aumenta a<br />
eficiência na hora da produção. Um equipamento bem mantido e regulado é básico para todo e qualquer<br />
trabalho de marcenaria.
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
Foto: divulgação<br />
PANORAMA <strong>2016</strong>:<br />
PARA ONDE VAMOS?<br />
54 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
CENÁRIO<br />
ECONÔMICO<br />
BRASILEIRO<br />
DESFAVORÁVEL<br />
PARA A<br />
INDÚSTRIA<br />
EXIGE ÂNIMO<br />
REDOBRADO DOS<br />
EMPREENDEDORES<br />
E GESTORES<br />
DO SETOR<br />
MADEIRA-MÓVEIS<br />
FEVEREIRO | 55
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado<br />
O<br />
ano de 2015 não foi nada fácil e sabemos<br />
que para muitos ele não deixa saudades. O<br />
país passa por uma crise que não se via há<br />
tempos, com reflexos em todos os âmbitos. Dados divulgados<br />
pelo Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e<br />
Estatística) comprovam que a retração do setor industrial<br />
se acentuou no final do ano passado. O fato é que<br />
o cenário econômico não é dos melhores para a indústria<br />
e a previsão dos analistas é que a crise continue em<br />
<strong>2016</strong>, o que exige acões redobradas.<br />
Na avaliação do diretor de desenvolvimento industrial<br />
da CNI (Confederação Nacional da Indústria),<br />
Carlos Abijaodi, a indústria brasileira tem uma grande<br />
necessidade de buscar novos mercados consumidores<br />
fora do Brasil, principalmente nesse momento de crise,<br />
o que só será possível com a assinatura de acordos<br />
comerciais. Segundo ele, a negociação de tratados<br />
de livre comércio permitirá que as empresas acessem<br />
tecnologia e inovação no exterior, aperfeiçoem seus<br />
produtos, reduzam custos e aumentem a produção interna.<br />
Na prática, o diretor de competitividade da Abimaq<br />
(Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos),<br />
Mário Bernardini, esclarece que o ano de<br />
2015 não está fechado. “O mês de novembro indicou<br />
uma queda na ordem de 13% a 14% em termos reais<br />
sobre o fechamento de 2014”, explica. Ao ser questionado<br />
sobre a lição aprendida do ano passado, Mário é<br />
enfático ao dizer que “é bom que não se repita!”<br />
Os motivos de ter sido um ano horroroso, palavras<br />
do próprio diretor, foram a crise política, superposta na<br />
crise econômica. “O problema é que <strong>2016</strong> não vai ser<br />
56 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
MÁRIO<br />
BERNARDINI,<br />
DIRETOR DE<br />
COMPETITIVIDADE<br />
DA ABIMAQ<br />
“O PAÍS VAI<br />
CONTINUAR COM<br />
PROBLEMAS, A DEMANDA<br />
DAS FAMÍLIAS VAI CONTINUAR<br />
CAINDO, OS INVESTIMENTOS<br />
DESPENCANDO E O SETOR<br />
FINANCEIRO SEGURANDO<br />
FINANCIAMENTOS”<br />
Foto: Ayrton Vignola/Fiesp<br />
FEVEREIRO | 57
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
“ESSA ATUAL POLÍTICA<br />
BRASILEIRA EM RELAÇÃO<br />
AO SETOR PRODUTIVO<br />
NACIONAL ESTÁ<br />
DESINDUSTRIALIZANDO<br />
O PAÍS”<br />
JOSÉ CARLOS<br />
JANUÁRIO,<br />
PRESIDENTE<br />
DA ABIMCI<br />
Foto: divulgação<br />
58 |<br />
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Foto: divulgação<br />
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“NESTE MOMENTO<br />
UMA DAS ALTERNATIVAS<br />
PARA A INDÚSTRIA É<br />
VOLTAR OS OLHOS PARA O<br />
MUNDO, PROSPECTAR<br />
MERCADOS E<br />
CONSUMIDORES”<br />
CÂNDIDA<br />
CERVIERI,<br />
DIRETORA EXECUTIVA<br />
DA MOVERGS<br />
Foto: divulgação<br />
FEVEREIRO | 61
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
ANDREAS<br />
HOFFRICHTER,<br />
DIRETOR<br />
DA AHK PARANÁ<br />
“O DESEMPENHO DA<br />
ECONOMIA SERÁ<br />
DETERMINADO PELA<br />
RAPIDEZ DA SOLUÇÃO<br />
DA CRISE POLÍTICA”<br />
Foto: divulgação<br />
62 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
Foto: divulgação<br />
Maior gama de facas<br />
intercambiáveis
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MERCADO<br />
MUNDO<br />
VERMEER:<br />
FAZER DIFERENTE<br />
COMO SOLUÇÃO<br />
PARA CRISE<br />
Fotos: divulgação<br />
E<br />
m março a cidade de Valinhos (SP) vai receber<br />
um evento inédito no Brasil. Os principais<br />
temas da linha de atuação da Vermeer<br />
Brasil serão discutidos e apresentados por especialistas<br />
de cada setor. Será o Mundo Vermeer, marcado<br />
para os dias 10 e 11 de março, na sede da empresa.<br />
O workshop de dois dias trará, nesta terceira edição,<br />
uma proposta diferente dos anos anteriores.<br />
Antes os eventos focaram apenas em tecnologia<br />
de infraestrutura. Agora serão apresentadas todas<br />
as soluções, nos diferentes nichos de mercado que<br />
a Vermeer atua, entre eles a produção de biomassa<br />
que pode servir de combustível. “Nossa intenção é<br />
colocar prestadores de serviços e seus potenciais<br />
clientes no mesmo lugar, ou seja, oferta e demanda.<br />
Teremos oportunidade de debater temas específicos<br />
e sobre como algumas empresas estão tendo sucesso,<br />
mesmo com o atual momento da economia.<br />
A ideia é apresentar quais as práticas implantadas<br />
que deram certo. De forma geral, o intuito do evento<br />
não é darmos palestras sobre nossos equipamentos,<br />
mas sim promover o encontro de pessoas que estão<br />
envolvidas com o mercado e que tenham conhecimento<br />
sobre o que vai acontecer nos próximos 24<br />
meses”, afirma Herbert Waldhuetter, diretor da Vermeer<br />
América Latina.<br />
64 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
ENERGIA PARA O CRESCIMENTO<br />
Herbert lembra que por mais que o mercado esteja<br />
retraído existem empresas pensando em médio<br />
prazo. “Por isso acreditamos que o cavaco seja uma<br />
ótima fonte para geração de energia”, aposta Herbert.<br />
Para ele, a linha de picadores da Vermeer pode<br />
contribuir com as empresas que buscam novas fontes<br />
de energia. “A retração da demanda energética é<br />
algo pontual. Em algum momento o Brasil irá voltar<br />
a crescer e a demanda por energia vai aumentar. Justamente<br />
por isso vamos focar nessa questão da produção<br />
de cavaco como alternativa energética, para<br />
que seja algo rentável.”<br />
A filosofia do Mundo Vermeer é mostrar que neste<br />
momento difícil existem maneiras de trabalhar<br />
com mais eficiência. “Vamos passar essa mensagem<br />
com exemplo de casos de sucesso, de clientes que<br />
estão fazendo isso com a ajuda dos equipamentos<br />
Vermeer. Com tecnologia, equipamentos e soluções<br />
diferenciadas é possível prestar o serviço de uma forma<br />
rentável, o que é crucial neste momento”, afirma<br />
o diretor.<br />
RELACIONAMENTO, ENTRETENIMENTO<br />
E CONHECIMENTO<br />
Entre as principais atrações do Mundo Vermeer<br />
está a apresentação de temas relacionados a infraestrutra<br />
subterrânea, biomassa, indústria florestal,<br />
meio ambiente, energias renováveis e setor agrícola.<br />
Estão programadas participações de palestrantes,<br />
que vão debater temas atuais de mercado; e de<br />
clientes, apresentando casos de sucesso e inovação<br />
em operações. Experts nos principais assuntos de<br />
interesse da empresa e dos clientes estarão presentes<br />
para a troca de experiências e conhecimento.<br />
Informações adicionais podem ser obtidas pelo site:<br />
www.mundovermeer.com.
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MADEIRA TRATADA<br />
Fotos: divulgação<br />
MADEIRA<br />
ENGENHEIRADA<br />
66 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
EM FASE FINAL DE<br />
IMPLEMENTAÇÃO,<br />
FÁBRICA DA<br />
EKOMPOSIT SERÁ<br />
RESPONSÁVEL<br />
PELA PRODUÇÃO<br />
DA MADEIRA<br />
ENGENHEIRADA NO<br />
PAÍS<br />
N<br />
o início deste ano começou a contagem regressiva<br />
para o lançamento de uma planta<br />
industrial para a fabricação de produtos de<br />
madeira engenheirada. A fábrica pertence à Ekomposit<br />
do Brasil, e será construída em Lages (SC). Madeira<br />
cultivada em floresta plantada é a matéria-prima básica<br />
para produção do versátil material construtivo,<br />
que tem aplicações na construção civil, do setor automotivo<br />
de carga e de passageiros e da fabricação de<br />
móveis de qualidade, entre outros.<br />
Segundo o diretor presidente da Ekomposit do<br />
Brasil, Sergio Martini, a madeira engenheirada é o<br />
resultado da aplicação de tecnologias e processos<br />
produtivos avançados, com uma criteriosa seleção da<br />
madeira, objetivando a eliminação dos defeitos naturais<br />
indesejáveis na matéria-prima. Como consequência,<br />
obtém-se o aumento geral de seu desempenho.<br />
“Trata-se de alternativa viável dos pontos de vista<br />
técnico e econômico, além de ser verdadeiramente<br />
sustentável”, diz.<br />
A Ekomposit se abastecerá de florestas de pinus<br />
na região serrana de Santa Catarina, vindas de áreas<br />
de cultivo preferencialmente certificadas. A madeira<br />
engenheirada da empresa receberá tratamento em<br />
autoclave na qual empregarão o preservativo CCB<br />
(Borato de Cobre Cromatado) na sua formulação óxida.<br />
Quanto a durabilidade, Sergio assegura que, tanto<br />
para uso interno quanto externo, se assemelhará a<br />
FEVEREIRO | 67
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MADEIRA TRATADA<br />
durabilidade do cerne de madeiras nativas como: Ipê,<br />
Itaúba, Cumaru, Imbuia, Grapia, Angelim, Massaranduba,<br />
entre outras.<br />
Na avaliação feita por Sergio, o produto tem condições<br />
de ser competitivo tanto no mercado brasileiro,<br />
quanto no internacional. “Nosso cronograma de<br />
implantação da fábrica prevê a entrada em operação<br />
até o final do segundo trimestre de <strong>2016</strong>”. A madeira<br />
engenheirada deverá induzir uma importante mudança<br />
na cultura técnica nacional. “Investimos em<br />
tecnologia própria e isto implica enfrentar desafios,<br />
mas também agregar conhecimento. Estamos dando<br />
sequência aos aspectos técnicos que envolvem, entre<br />
outras coisas, treinamento de pessoal e ajustes dos<br />
equipamentos industriais. Um caso exemplar é a instalação<br />
de nossa autoclave, com capacidade para processamento<br />
anual de até 100 mil m³ (metros cúbicos)<br />
de madeira cultivada em florestas plantadas.”<br />
Sobre os conceitos que norteiam esta mudança<br />
e a importância para o mercado, Sergio afirma que a<br />
madeira engenheirada no Brasil já é uma realidade e<br />
que veio para ficar. “Ela proporcionará maior uso racional<br />
da madeira, tanto em construções quanto em<br />
paisagismos e na bricolagem, pela praticidade na sua<br />
aplicação e redução de custos dos projetos.”<br />
68 |<br />
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Fotos: Carrocerias Bachiega<br />
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O<br />
piso móvel estacionário, tecnologia disponibilizada<br />
pela Carrocerias Bachiega, é um<br />
mecanismo que pode ser utilizado para movimentação<br />
da biomassa ou alimentação<br />
do processo produtivo nas empresas. Em parceria com<br />
a Hyva desde 2006, a Bachiega já instalou estes equipamentos<br />
em diversas empresas brasileiras, inclusive<br />
de grande porte, tais como: Cmpc (Guaíba - RS), Braslumber<br />
e Braspine (Telêmaco Borba e Jaguariaíva - PR),<br />
Imcopa (Cambe e Araucária - PR), Cargill (Itumbiara -<br />
GO), Araupel (Quedas do Iguaçu - PR).<br />
De acordo com o engenheiro e diretor da empresa,<br />
Fábio Bachiega, a tecnologia permite um enorme ganho<br />
de eficiência nas operações das empresas, razão<br />
pela qual a demanda por essa solução vem aumentando<br />
gradativamente.<br />
CARACTERÍSTICAS DO PISO MÓVEL<br />
ESTACIONÁRIO:<br />
QUALIDADE E EFICIÊNCIA<br />
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condições de uso.<br />
Capacidade de carga<br />
Se compararmos com moegas de rosca sem fim ou<br />
mesmo cintas movimentadoras, a capacidade volumétrica<br />
do piso móvel estacionário é bem maior, uma vez<br />
que podemos multiplicar quantas vezes necessário, de<br />
acordo com a necessidade do cliente.<br />
Segurança e eficiência<br />
Quando comparado com os sistemas comumente<br />
utilizado no Brasil, é uma alternativa muito mais segura,<br />
pois movimenta os diversos materiais, sem que haja interrupção<br />
por problema de escoamento. Permite a utilização<br />
de sistemas de comandos elétricos que controlam<br />
a vazão de acordo com a necessidade do processo.<br />
Baixo consumo<br />
Por se tratar de um produto elétrico/hidráulico, tem<br />
consumo de energia reduzido.<br />
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No mercado desde 1975, a Bachiega, por sua experiência<br />
e conhecimento adquiridos ao longo desses<br />
10 anos de parceria com a Hyva, e principalmente pela<br />
qualidade dos seus produtos, consolidou-se e mantêm-<br />
-se desde então, como a maior montadora de piso móvel<br />
– veicular e estacionário. Sua marca está presente<br />
em 20 Estados brasileiros. Detentora da maior frota de<br />
gaiolas com piso móvel na América do Sul, oferece ainda<br />
aos seus clientes a opção da locação.<br />
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CRESCEU RAPIDAMENTE O<br />
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SUPERANDO DESAFIOS<br />
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MEDIDA A PARTIR DO USO<br />
DA MADEIRA TRATADA<br />
Fotos: divulgação<br />
U<br />
ma verdadeira febre do cultivo de pimenta-do-<br />
-reino no Espírito Santo colocou o Estado como<br />
segundo maior produtor no País, com a marca de<br />
18% de participação, superada apenas pelo Pará que responde<br />
por 80% de toda a produção nacional. Com ela veio também<br />
a necessidade de utilizar estacas de madeira tratada.<br />
Esse material é necessário para dar suporte físico ao plantio<br />
da pimenteira, que é uma trepadeira de origem asiática e<br />
tornou-se uma das especiarias mais consumidas no mundo.<br />
Estacas de madeiras nativas, como a braúna, hoje têm seu<br />
uso rigorosamente controlado. Trata-se de uma espécie listada<br />
como suscetível à extinção e que, por isso, vem sendo<br />
substituída por peças roliças de eucalipto tratado. Nasceu<br />
assim uma nova e importante aplicação para os mourões de<br />
madeira tratada em autoclave.<br />
Esse desenrolar dos fatos acelerou ainda mais a demanda<br />
pela durabilidade e desempenho das versáteis estacas<br />
de madeira reflorestada e tratada. Para que suas qualidades<br />
sejam aproveitadas ao máximo, o respeito integral ao<br />
72 | www.referenciaindustrial.com.br
tempo de cura é fundamental para preservativos e produto<br />
base óxido. É durante a cura que os princípios ativos presentes<br />
nas formulações dos preservativos fixam-se às fibras da<br />
madeira.<br />
Produtores de pimenta só devem utilizar estacas de madeira<br />
tratada, nas áreas de cultivo, após o completo processo<br />
de fixação dos ingredientes ativos na madeira tratada. Assim,<br />
fica preservada a integridade fitossanitária das plantas<br />
e assegurado o melhor desempenho estrutural do conjunto<br />
de sustentação.<br />
Determinadas práticas podem se mostrar prejudiciais<br />
à saúde das mudas das pimenteiras recém-transplantadas.<br />
É o caso, por exemplo, da aplicação de produtos químicos<br />
como o óxido de cálcio (cal extinta) na base do mourão tutor.<br />
O produto pode reagir com a presença de água e provocar<br />
lesões por queimadura nas folhas das plantas jovens prejudicando<br />
seu estágio de desenvolvimento.<br />
O emprego da madeira tratada por processo industrial<br />
em atividades agropecuárias é perfeitamente assegurado<br />
a partir das prescrições descritas nas normas técnicas NBR<br />
9480 – Peças roliças de eucalipto para construções rurais –<br />
Requisitos; e NBR 16.143 – Preservação de madeiras – Sistema<br />
de categorias de uso, para o tratamento adequado e em<br />
conformidade com cada finalidade desejada. A utilização<br />
dos preservativos nas retenções definidas para a condição<br />
de exposição, bem como o respeito rigoroso ao tempo necessário<br />
à cura completa das peças que saem da autoclave<br />
são pré-requisitos para que se obtenha o melhor desempenho<br />
do cultivo. Plantadores da pimenta-do-reino têm manifestado<br />
reconhecimento pelo bom desempenho das estacas<br />
de madeira tratada, que constituem nada menos do que a<br />
principal opção ao uso de espécies nobres cada vez mais raras<br />
e caras.<br />
Jackson Vidal,<br />
Químico da Montana Química S.A.<br />
Silvio Lima,<br />
Gerente comercial da Montana Química S.A.
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
FEIRA<br />
INSCRIÇÕES<br />
ABERTAS PARA<br />
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s profissionais do setor industrial madeireiro<br />
já podem garantir participação<br />
na Lignum Brasil - Feira de Transformação,<br />
Beneficiamento, Preservação, Energia e Uso<br />
da Madeira que será realizada nos dias 9, 10 e 11 de<br />
março, no período da tarde, no Expo Renault Barigui,<br />
em Curitiba (PR). As inscrições foram abertas<br />
no site oficial do evento e podem ser feitas de forma<br />
gratuita até o dia 8 de março. A orientação da<br />
organização para quem deseja visitar o evento é realizar<br />
as inscrições online. Quem fizer o cadastro no<br />
dia e local do evento pagará uma taxa de R$ 20,00.<br />
A feira tem como principal proposta estimular<br />
o desenvolvimento do setor industrial madeireiro.<br />
“Nosso objetivo é reunir os principais players do<br />
mercado, por isso o público especializado que visitará<br />
a feira encontrará novidades para o processamento<br />
da madeira em todos os seus níveis”, destaca<br />
Jorge R. Malinovski, diretor da Lignum Brasil.<br />
Para cumprir este objetivo, a feira será realizada<br />
em um espaço que permite que as máquinas<br />
para transformação e beneficiamento da madeira<br />
sejam colocadas em operação. “O visitante poderá<br />
conhecer equipamentos como molduradeiras,<br />
máquinas para desdobro e casas de wood frame,<br />
entre outras para os primeiros processamentos da<br />
madeira”, detalha Jorge.<br />
Para sua inscrição a Lignum Brasil acesse:<br />
www.lignumbrasil.com.br.<br />
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PARANAENSE DE EMPRESAS DE<br />
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DA MADEIRA DE FLORESTAS<br />
PLANTADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS<br />
DE PRÉ-TRATAMENTOS DA<br />
MADEIRA DE EUCALYPTUS<br />
BENTHAMII MAIDEN &<br />
CAMBAGE NO GRAU DE<br />
COMPATIBILIDADE COM<br />
CIMENTO PORTLAND<br />
RESUMO<br />
O<br />
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito<br />
de cinco diferentes tipos de pré-tratamento<br />
na compatibilidade entre a madeira do Eucalyptus<br />
benthamii e o cimento Portland. A madeira foi<br />
pré-tratada com água fria, água quente, hidróxido de<br />
sódio, cloreto de cálcio ou hidróxido de cálcio. O grau<br />
de compatibilidade foi determinado através do estudo<br />
do calor de hidratação nas primeiras 24 horas e pela resistência<br />
à compressão axial após 28 dias dos compósitos<br />
formados por cimento e pó de madeira na relação<br />
de peso de 13,3:1. A resistência à compressão axial após<br />
28 dias também foi avaliada em compósitos formados<br />
com cimento e partículas de madeira na relação 2,75:1.<br />
Os resultados dos testes feitos com a madeira em<br />
pó indicaram que a adição de 3% de cloreto de cálcio é<br />
o tratamento mais eficiente para reduzir a capacidade<br />
de inibição da espécie, enquanto o tratamento do pó da<br />
madeira com hidróxido de cálcio afetou negativamente<br />
a compatibilidade.<br />
Entretanto, a combinação do aditivo cloreto de cálcio<br />
com partículas carbonatadas, pelo tratamento com<br />
hidróxido de cálcio, foi o que apresentou a maior resistência<br />
à compressão axial nos compósitos feitos na relação<br />
cimento:madeira de 2,75:1. A madeira de Eucalyptus<br />
benthamii apresentou potencial para a fabricação de<br />
painéis madeira-cimento. O uso da metodologia de carbonatação<br />
das partículas em solução de hidróxido de<br />
cálcio também é viável como pré-tratamento, independentemente<br />
dos resultados apontados pelos métodos<br />
tradicionais de medição do grau de compatibilidade.<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
O Eucalyptus benthamii Maiden et Cambage é uma<br />
árvore moderadamente alta, atingindo 36 m (metros)<br />
de altura e diâmetro de 50 cm (centímetros), originá-<br />
76 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
VINICIUS CASTRO<br />
ROBERTO DANIEL ARAÚJO<br />
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal na Ufpr<br />
(Universidade Federal do Paraná)<br />
CARLOS PARCHEN<br />
Departamento de Construção Civil, Ufpr<br />
SETSUO IWAKIRI<br />
Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal, Ufpr<br />
ria da Austrália. Foi introduzido no Brasil pela Embrapa/Florestas<br />
em 1988, no Município de Colombo (PR).<br />
Esse povoamento foi formado por famílias misturadas<br />
de dez matrizes da procedência geográfica Wentworth<br />
Falls (Austrália), e mostrou-se resistente à geada, de<br />
rápido crescimento, boa forma de fuste e alta homogeneidade,<br />
tornando-o excelente opção para reflorestamento<br />
em regiões onde ocorrem geadas frequentes e<br />
severas, como no sul do Brasil (Graça et al., 1999). Para<br />
ampliar a base genética da população no Brasil, em<br />
2005 a Embrapa Florestas importou 36 lotes de sementes,<br />
na forma de progênies de polinização aberta e, ainda,<br />
dois lotes adicionais, formados a partir da mistura<br />
de sementes colhidas em árvores pertencentes a duas<br />
populações naturais (Paludzyszyn Filho et al., 2006).<br />
A madeira de Eucalyptus benthamii é moderadamente<br />
dura (densidade básica de 0,47 g/cm³), cerne e<br />
alburno distintos, sendo o cerne de cor marrom-avermelhada<br />
e o alburno rosado. Apresenta texturafina a<br />
média, grã-irregular, cheiro e gosto imperceptíveis e<br />
superfície levemente brilhante (Nisgoski et al., 1998).<br />
O uso da madeira de Eucalyptus benthamii vem sendo<br />
estudada para diversas finalidades, como uso da madeira<br />
termicamente tratada para pallets (Pirraglia et al.,<br />
2012), produção de celulose (Alves et al., 2011), energia<br />
(Lima et al., 2007), compensados (Martins et al., 2011)<br />
e EGP (Martins, 2011). Uma possível nova destinação<br />
para uso dessa madeira é a produção de painéis madeira-cimento,<br />
uma vez que exigem madeiras particuladas<br />
que podem ser obtidas de árvores de pequenos diâmetros<br />
ou resíduos do processamento da madeira sólida.<br />
O desenvolvimento das indústrias de painéis madeira-cimento<br />
teve início nos anos de 1930, embora a<br />
maior parte das inovações tenha ocorrido nos últimos<br />
40 anos (Frybort et al., 2008). Esse tipo de compósito<br />
combina vantagens tanto dos componentes orgânicos<br />
FEVEREIRO | 77
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
quanto inorgânicos. A incorporação do cimento leva a<br />
um painel com alta estabilidade dimensional, alta resistência<br />
aos agentes biodegradadores e resistência ao<br />
fogo, ao mesmo tempo que a mistura com madeira resulta<br />
em painéis mais leves em relação ao concreto, de<br />
maior trabalhabilidade e com boas características acústicas<br />
e de isolamento térmico (Moslemi, 1989).<br />
Entre as principais dificuldades na produção deste<br />
tipo de painel está, porém, a seletividade das espécies<br />
de madeiras utilizadas na mistura (Moslemi; Pfister,<br />
1987). Segundo Latorraca et al. (1999), os componentes<br />
orgânicos afetam tanto a possível interação entre a<br />
madeira e o cimento quanto as interações internas do<br />
próprio cimento, resultando em painéis de qualidade<br />
inferior. A incompatibilidade da mistura madeira-cimento<br />
é normalmente associada aos extrativos (Jorge<br />
et al.,2004).<br />
Diferentes métodos são empregados para minimizar<br />
o efeito da incompatibilidade entre cimento e<br />
madeira, como o uso de preservativos de madeira, armazenamento<br />
prolongado da madeira, extração dos<br />
açúcares solúveis em água quente e fria, mistura com<br />
aditivos químicos ou aceleradores em solução diluída,<br />
como hidróxido de sódio (NaOH) e cloreto de cálcio<br />
(CaCl 2 ) (Moslemi et al., 1983).<br />
O teor de extrativos do Eucalyptus benthamii pode<br />
variar de acordo com a idade da árvore. Para amostras<br />
retiradas de um plantio de quatro anos, o teor de extrativos<br />
é de 6%, enquanto em um plantio de sete anos<br />
o teor foi reduzido para, aproximadamente, a metade<br />
(3,2 ± 0,3%) (Pereira et al., 2000). Em outro estudo, a<br />
solubilidade dos extrativos em acetona foi tida como<br />
2,25%, porém com o detalhe de que os extrativos hidrofóbicos<br />
solúveis em diclorometano foi de apenas 0,2%<br />
(Alves et al., 2011).<br />
Semple et al. (2002a) avaliaram a compatibilidade<br />
de oito espécies de Eucalyptus de clima temperado, entre<br />
elas o Eucalyptus benthamii, e do cimento Portland.<br />
Essa espécie apresentou um dos valores mais baixos de<br />
compatibilidade, com redução da taxa de hidratação do<br />
cimento de aproximadamente 2,2 para 1,01 º C/h.<br />
Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos<br />
de cinco métodos de pré-tratamento de partículas de<br />
madeira de Eucalyptus benthamii no grau de compatibilidade<br />
em mistura com cimento Portland.<br />
2. MATERIAL E MÉTODO<br />
A espécie utilizada nesta pesquisa foi Eucalyptus<br />
benthamii Maiden et Cambage de 13 anos de idade, procedente<br />
de plantio experimental localizado no Município<br />
de Palmeira, Estado de Santa Catarina. O material<br />
foi obtido na forma de tábuas, as quais foram seccionadas<br />
em blocos para geração de partículas no picador de<br />
disco. Após a moagem em moinho de martelo, as partículas<br />
foram classificadas em peneiras, sendo selecionadas<br />
aquelas que passaram na peneira com 0,84 mm (milímetros)<br />
de abertura e ficaram retidas na peneira de 0,5<br />
mm. O aglutinante empregado foi o cimento Portland<br />
tipo CP II. Os pré-tratamentos aos quais as partículas<br />
foram submetidas estão expressos na Tabela 1.<br />
Após os pré-tratamentos, as partículas foram lavadas<br />
em água corrente e secas em estufa até o teor de<br />
umidade médio de 3%, com exceção do tratamento<br />
com cal (T6). No tratamento T6, as partículas foram<br />
Tabela 1 – Plano experimental<br />
78 |<br />
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pré-tratadas em solução de hidróxido de cálcio (com<br />
21,3% de CaO (óxido de cálcio)) em uma proporção de<br />
1:1 em relação ao peso. As partículas não foram lavadas<br />
em água corrente, tendo sido submetidas à secagem<br />
ainda impregnadas com a solução. O hidróxido de<br />
cálcio tem a propriedade de endurecer lentamente ao<br />
ar, unindo fortemente as partículas sólidas. Trata-se de<br />
reação química de carbonatação, ou seja, o Ca(OH) 2<br />
(hidróxido de cálcio) em contato com o dióxido de carbono<br />
da atmosfera forma um novo CaCO -3 (carbonato<br />
de cálcio) (Costa Miranda, 2009), que é o produto branco<br />
que encobre as partículas.<br />
2.1. Teste de hidratação<br />
Água destilada (90,5 mL) foi misturada com 200g<br />
(gramas) de cimento e 15 g de madeira. A quantidade<br />
de água foi baseada no experimento de Weatherwax e<br />
Tarkow (1964), que sugere o uso de 2,7 mL de água por<br />
grama de madeira e um adicional de 0,25 mL de água<br />
por grama de cimento.<br />
A mistura ocorreu em sacos de polietileno, e o tempo<br />
não excedeu 5 minutos; em seguida, foi colocada em<br />
um recipiente isolado térmica e hermeticamente fechado.<br />
Para a leitura das temperaturas, termopares tipo J<br />
foram conectados a um módulo condicionador de sinais<br />
analógicos, acoplado a uma placa de conversão analógico-digital.<br />
Foram realizadas leituras de temperatura a<br />
cada minuto, durante 24 h. Com base nos parâmetros<br />
obtidos, foram utilizados três diferentes métodos para<br />
determinar a inibição da cura do cimento induzida pela<br />
madeira:<br />
T R - que é uma variação do método de Weatherwax<br />
e Tarkow (1964), sugerida por Olorunnisola (2008), em<br />
que a inibição indicada pela razão do tempo da cura da<br />
mistura, ou seja, o tempo para a reação atingir sua temperatura<br />
máxima; e pelo tempo da cura do cimento,<br />
sem a adição de madeira. As madeiras podem ser<br />
classificadas em três categorias, de acordo com o seu<br />
valor de T R : compatíveis (< 1,5); aceitáveis (valores entre<br />
1,5 e 2), ou seja, necessitam de um pré-tratamento;<br />
e incompatíveis (> 2) (Olorunnisola, 2008).<br />
Fator-C A - Método sugerido por Hachmi e Moslemi<br />
(1989), cujo fator é a razão entre a área do gráfico da reação<br />
com mistura de madeira e a área do gráfico da reação<br />
do cimento com água, sem adição de madeira. Para<br />
determinação desse fator, é considerado o tempo entre<br />
3,5 h após a mistura e 24 h. Valores de fator-C A acima<br />
de 68 indicam uma madeira compatível com o cimento,<br />
sem necessidade de pré-tratamento, enquanto valores<br />
abaixo de 28 representam espécies incompatíveis.<br />
Valores entre 28 e 68 indicam a necessidade de um<br />
pré-tratamento da madeira (Hachmi; Moslemi, 1989).<br />
Índice de Inibição (II) - Este índice foi inicialmente<br />
Figura 1 – Efeito dos pré-tratamentos da madeira de Eucalyptus benthamii sobre a hidratação inicial do cimento<br />
Portland tipo II.<br />
FEVEREIRO | 79
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
sugerido por Hofstrand et al. (1984) e leva em consideração<br />
a temperatura máxima da reação, o tempo para<br />
atingir essa temperatura e a taxa máxima de incremento<br />
de temperatura da reação. Com base nesses parâmetros,<br />
o índice é calculado pela fórmula: II=100[ ( t -t’ / t’)<br />
(T - ’ - T / T’) ( S’ -S / S’)]<br />
em que:<br />
I = índice de inibição da cura do cimento (%);<br />
t = tempo necessário para atingir a temperatura<br />
máxima de hidratação do cimento da mistura de<br />
cimento,<br />
água e madeira (h);<br />
t’ = tempo da temperatura máxima de hidratação<br />
do cimento da mistura cimento e água (h);<br />
T’ = temperatura máxima atingida para mistura<br />
cimento-água (ºC);<br />
T = temperatura máxima atingida para cimentoágua<br />
e madeira (ºC);<br />
S’ = ΔT’ /Δt’ - máximo incremento no período de<br />
1 h para mistura cimento-água; e<br />
S = ΔT/Δt - máximo incremento no período de<br />
1 h para mistura cimento-água madeira.<br />
A inibição da madeira à cura do cimento pode ser<br />
classificada em quatro categorias, de acordo com o índice<br />
de inibição: baixa (II < 10); moderada (II = 10- 50); alta<br />
(II = 50 - 100); e extrema (II > 100) (Okino et al., 2005).<br />
2.2. Teste de compatibilidade por compressão<br />
axial<br />
A relação cimento:madeira foi mantida em 13,3:1,<br />
como sugerido por Lee e Hong (1986). A quantidade de<br />
água utilizada na mistura seguiu a fórmula sugerida por<br />
Souza (1994 citado por Latorraca, 2000), que é:<br />
Água = 0,43 × cimento + (madeira × (0,3 – teor de<br />
umidade da madeira))<br />
A mistura foi, então, colocada em formas cilíndricas<br />
de PVC de 3,5 cm (centímetros) de diâmetro por 7 cm<br />
de comprimento. Os corpos de prova foram mantidos<br />
no cilindro por sete dias; após esse período, foram retirados<br />
da fôrma e deixados ao ar livre por 28 e 56 dias.<br />
Os corpos de prova foram submetidos ao teste de<br />
compressão axial descrito na Norma NBR 7512 (ABNT,<br />
1996).<br />
2.3. Teste de compressão axial de compósitos<br />
madeira-cimento<br />
Foram produzidos quatro corpos de prova cilíndricos<br />
com 3,5 cm de diâmetro e 7 cm de<br />
comprimento, para quatro tipos de compósitos: C1,<br />
partículas de madeira sem pré-tratamento; C2, partículas<br />
submetidas à extração em água quente (60 o C por<br />
6 h); C3, extração em solução alcalina (solução de 1%<br />
de hidróxido de sódio por 2 h); e C4, partículas tratadas<br />
com cal hidratada (relação 1:1 em relação ao peso da<br />
madeira seca). Após o pré-tratamento, as partículas foram<br />
lavadas com água corrente e secas ao ar livre, com<br />
exceção do tratamento C4, em que as partículas foram<br />
secas sem serem lavadas, para promover a carbonatação<br />
pelo hidróxido de cálcio.<br />
O método de produção de corpos de prova utilizado<br />
foi o de adensamento por vibro compactação sem<br />
prensa, sugerido por Parchen (2012). A mistura de<br />
Tabela 2 – Efeito dos pré-tratamentos da madeira de Eucalyptus benthamii nas características de hidratação da mistura<br />
madeira-cimento.<br />
* Valores médios de três repetições. ** Médias seguidas pela mesma letra dentro da mesma coluna não se diferenciam estatisticamente,<br />
a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.<br />
80 |<br />
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cimento:madeira seguiu a relação 2,75: 1 e a quantidade<br />
de água sugerida por Souza (1994 citado por Latorraca,<br />
2000), sendo adicionados 3% de cloreto de cálcio.<br />
A mistura foi, então, submetida à mesa vibratória com<br />
uma carga de impacto vertical equivalente a 22 da N a<br />
3.000 RPM (rotações por minuto).<br />
Os corpos de prova foram submetidos ao teste de<br />
compressão axial descrito na Norma NBR 7512 (Abnt,<br />
1996), após 28 dias.<br />
3. RESULTADOS<br />
3.1. Teste de hidratação<br />
O resultado dos testes de hidratação pode ser observado<br />
pelo gráfico apresentado na Figura 1, que indica<br />
o comportamento exotérmico da reação de cura do<br />
cimento nas 24 h iniciais.<br />
A Tabela 2 mostra os parâmetros de hidratação do<br />
cimento puro em comparação com o cimento misturado<br />
com a madeira de Eucalyptus benthamii, assim como<br />
o grau de inibição indicado por três diferentes métodos.<br />
3.2. Teste de compatibilidade por compressão<br />
axial<br />
Na Tabela 3 estão apresentados os valores da densidade<br />
e resistência à compressão axial dos corpos de<br />
prova cilíndricos produzidos para os seis tratamentos<br />
em estudo.<br />
3.3. Teste de compressão axial para compósitos<br />
madeira-cimento<br />
A Tabela 4 apresenta os valores da densidade e da<br />
resistência à compressão axial dos corpos de prova de<br />
madeira-cimento produzidos pelo método de vibração<br />
mecânica na relação cimento:madeira de 2,75:1. Uma<br />
vez que todos os testes de compatibilidade indicaram<br />
que o uso do aditivo cloreto de cálcio é o mais eficiente<br />
para diminuição da inibição da cura do cimento causada<br />
pela presença da madeira de Eucalyptus benthamii, e 3%<br />
do aditivo foi misturado a todos os compósitos.<br />
4. DISCUSSÃO<br />
4.1. Teste de hidratação<br />
Pode-se observar comportamento semelhante nas<br />
curvas da mistura da madeira de Eucalyptus benthamii<br />
sem tratamento (T1) e dos tratamentos por extração<br />
(T2, T3 e T4). O tratamento com aditivo cloreto de cálcio<br />
(T5) foi o único que antecipou a formação do cristal resistente<br />
silicato de cálcio hidratado (C-S-H) representado<br />
pelo pico de temperatura. Já no tratamento com cal<br />
(T6) não houve nenhuma alteração dentro do período<br />
de 24 horas<br />
Em todos os três índices avaliados, evidenciou-se<br />
que a inibição causada pela madeira pode ser eliminada<br />
com o uso de 3% do aditivo cloreto de cálcio (T5). Entretanto,<br />
nos três métodos de avaliação o uso da solução<br />
de hidróxido de cálcio (T6) interfere negativamente no<br />
processo de cura inicial do cimento. Isso porque, nesse<br />
pré-tratamento, a cura do cimento não é somente inibida<br />
pela presença da madeira, mas também pela relação<br />
cal-cimento (Glasser, 1997).<br />
Nos pré-tratamentos para remoção de extrativos<br />
(T2, T3 e T4), os métodos não apresentaram definição<br />
clara na melhora significativa nos índices, embora haja<br />
tendência geral que permite indicar que o método de<br />
extração em água quente (T3) é o menos eficiente. O<br />
método T R e o II indicam a extração em solução alcali-<br />
Tabela 3 – Valores da densidade e resistência à compressão axial<br />
* Médias seguidas pela mesma letra dentro da mesma coluna não se diferenciam estatisticamente, a 5% de probabilidade, pelo<br />
teste de Tukey. ** Valores entre parênteses referem-se ao coeficiente de variação.<br />
FEVEREIRO | 81
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
na (T4) como o melhor pré-tratamento de extração. Já<br />
pelo método do Fator-C A não há diferença entre esses<br />
três tratamentos e a testemunha (T1).<br />
O índice de inibição (II) para o tratamento T1 indica<br />
que o Eucalyptus benthamii apresenta comportamento<br />
semelhante ao de outras espécies de eucaliptos. Latorraca<br />
(2000) determinou o índice de inibição de quatro<br />
espécies de Eucalyptus (E. robusta, E. urophylla, E. pellita<br />
e E. citriodora) e constatou que, em todas as espécies<br />
estudadas, os valores de II foram abaixo de 10%, e apenas<br />
o E. robusta apresentou valor inferior a 5%.<br />
O fator-C A do Eucalyptus benthamii também foi superior<br />
ao encontrado na literatura para outras espécies<br />
de eucalipto (E. angus, E. horistes, E. loxophlebo, E. plenissima<br />
e E. polybractea). Entre essas espécies, o maior<br />
valor de compatibilidade foi o de E. horistes, com fator-<br />
-C A de apenas 70,8% (Semple et al., 2002b).<br />
4.2. Teste de compatibilidade por compressão<br />
axial<br />
Os tratamentos apresentaram densidades semelhantes,<br />
com exceção do tratamento com 3% de aditivo<br />
(T5), que apresentou valor estatisticamente superior<br />
aos tratamentos de extração com água quente (T3) e<br />
com hidróxido de sódio (T4). Também, pode-se observar<br />
a diferença estatística para densidade entre os corpos<br />
de prova com partículas de Eucalyptus benthamii<br />
sem tratamento prévio (T1) com diferentes tempos de<br />
cura. Após 56 dias, os corpos de prova apresentaram<br />
densidade superior a dos corpos de prova com apenas<br />
28 dias de cura. Contudo, não houve diferença estatística<br />
nos valores de resistência à compressão dos corpos<br />
de prova após 28 ou 56 dias, comprovando que a adição<br />
de madeira não afetou o prazo de cura do cimento de<br />
28 dias.<br />
Comparado com o resultado de compressão axial<br />
de outras espécies de Eucalyptus apresentado por<br />
Latorraca (2000), o Eucalyptus benthamii apresentou<br />
resultado semelhante com o do Eucalyptus urophylla<br />
(16,38 MPa).<br />
O tratamento pelo método de extração com hidróxido<br />
de sódio (T4) apresentou resultados favoráveis na<br />
maioria dos testes de inibição da cura inicial do cimento,<br />
porém no teste de compressão axial, após 28 dias de<br />
cura, ele se mostrou menos resistente do que os demais<br />
tratamentos.<br />
4.3. Teste de compressão axial para compósitos<br />
madeira-cimento<br />
A maior densidade dos compósitos C4 pode ser atribuída<br />
à maior quantidade de material inorgânico. Após<br />
a secagem da cal, há um ganho de cerca de 17% do peso<br />
da partícula, graças à incorporação do hidróxido de cálcio.<br />
Não houve diferença significativa nos valores de<br />
resistência à compressão axial entre os compósitos<br />
produzidos com partículas após a extração em água<br />
quente (C2), extração em solução de hidróxido de sódio<br />
(C3) e partículas sem pré-tratamento (C1). Esse comportamento<br />
está de acordo com os resultados de outras<br />
espécies de Eucalyptus. Beraldo e Carvalho (2004) também<br />
constataram que não há necessidade de aplicação<br />
de pré-tratamento com água quente para partículas de<br />
Eucalypitus grandis, citando o mesmo comportamento<br />
em trabalhos prévios com Eucalyptus citriodora.<br />
Não se pode correlacionar o efeito dos pré-tratamentos<br />
na curva de hidratação inicial do cimento com<br />
a resistência da compressão axial, após 28 dias,para os<br />
compósitos produzidos com partículas carbonatadas<br />
pelo pré-tratamento com cal hidratada (C4). Os compósitos<br />
C4 foram os que apresentaram a maior resistência,<br />
e os métodos de determinação de compatibilidade<br />
apontaram que o tratamento com cal (T6) afetou<br />
negativamente a cura do cimento e, teoricamente, não<br />
seria recomendado para fabricação de painéis madeira-<br />
-cimento. A explicação para esse fenômeno pode estar<br />
no fato de que a carbonatação é uma reação que ocorre<br />
na superfície das partículas.<br />
Tabela 4 – Valores da densidade e resistência à compressão axial de compósitos madeira-cimento.<br />
* Valores médios de quatro repetições. ** Médias seguidas pela mesma letra dentro da mesma coluna não se diferenciam estatisticamente,<br />
a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. *** Valores entre parênteses referentes ao coeficiente de variação.<br />
82 |<br />
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Os métodos tradicionais de determinação de compatibilidade<br />
usam a madeira em forma de pó, com<br />
maior área superficial do que as partículas usadas na<br />
formação do compósito.<br />
Efeito semelhante foi relatado por Zucco (1999),<br />
que estudou o efeito da granulometria da casca de arroz<br />
tratada com hidróxido de cálcio na cura inicial do<br />
cimento. Esse autor relatou que a inibição do material<br />
tratado passante na peneira de 0,15 mm era maior do<br />
que o em estado natural.<br />
Porém, para partículas maiores, passantes na peneira<br />
de 0,3 mm, esse comportamento se inverteu, e o<br />
tratamento passou a afetar positivamente a compatibilidade.<br />
5. CONCLUSÃO<br />
A madeira de Eucalyptus benthamii apresenta potencial<br />
para ser utilizada na fabricação de painéis<br />
de madeira-cimento. Entre os pré-tratamentos, o<br />
que se mostrou mais eficiente para reduzir a inibição,<br />
que a madeira dessa espécie causa na cura inicial do cimento,<br />
foi a adição de 3% do cloreto de cálcio.<br />
Considerando os métodos tradicionais de determinação<br />
do grau de compatibilidade entre madeira e<br />
cimento, não há necessidade de nenhum pré-tratamento,<br />
uma vez que todos indicaram valores que classificam<br />
a madeira de Eucalyptus benthamii como naturalmente<br />
compatível com o cimento.<br />
A combinação do aditivo cloreto de cálcio com partículas<br />
carbonatadas, pelo pré-tratamento com solução<br />
em hidróxido de cálcio, foi a que apresentou a maior<br />
resistência à compressão axial, após 28 dias, nos compósitos<br />
feitos na relação cimento:madeira de 2,75:1.<br />
Esse resultado indica que a metodologia de cabonatação<br />
com cal hidratada é viável como pré-tratamento,<br />
mesmo que a cura inicial do cimento seja afetada<br />
negativamente,como foi indicado pelos métodos de<br />
compatibilidade conduzidos com pó de madeira, dentro<br />
da relação cimento:madeira de 13,3:1.<br />
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tender bem ao cliente sempre foi um desafio, pois<br />
a atividade de atendimento pode ser definida como<br />
uma prestação de serviços e, portanto, intangível e<br />
pessoal. Trata-se de uma relação entre pessoas e, como tal,<br />
carregada de subjetividade.<br />
Além de ser um velho desafio, para complicar ainda mais,<br />
é uma atividade que transcorre em um cenário de constante<br />
mudança. Ora as pessoas estão mais otimistas, ora mais pessimistas.<br />
Em um dado momento as perspectivas econômicas<br />
são mais positivas, em outros, um verdadeiro caos. Além disso,<br />
novas tecnologias surgem e provocam inovações incrementais<br />
e, por vezes, radicais. Dois bons exemplos, na área comercial,<br />
são a informatização da área de vendas no final da década de<br />
1980 e a virtualização (uso da internet) já na década de 1990.<br />
Uma das mais interessantes mudanças proporcionadas pela<br />
informatização e pelo crescente uso da internet é a alteração<br />
da hierarquia de atendimento ao cliente, um novo cenário.<br />
Em um passado não tão distante, o atendimento pessoal<br />
(seja presencialmente ou por telefone) era o primeiro contato<br />
com o cliente, ou seja, na busca de informações ou para efetiva-<br />
ção de uma compra o “interessado”, ligava para um fornecedor<br />
ou dirigia-se ao ponto de venda para tirar suas dúvidas e/ou<br />
satisfazer a sua necessidade.<br />
Atualmente o que acontece, na maior parte dos ramos de<br />
negócio, é que o primeiro atendimento geralmente é virtual.<br />
Neste novo contexto, o cliente faz uma busca pela internet,<br />
visita o site, envia um e-mail e/ou inicia um chat com o possível<br />
fornecedor.<br />
A primeira grande consequência deste novo contexto é<br />
que toda organização deve preocupar-se em ter um bom site,<br />
mecanismos de captação de clientes que estejam on-line e<br />
uma equipe comercial preparada para resposta rápidas, pois<br />
agilidade é a palavra de ordem nos canais virtuais. Lembrando<br />
que os canais virtuais não devem ser somente receptivos, mas<br />
também ativos.<br />
Outra importante consequência relaciona-se à equipe de<br />
vendas tradicional. Deve-se trabalhar fortemente no sentido<br />
de conscientizar estes profissionais de que o contato com o<br />
cliente será cada vez mais raro, ou seja, devemos incutir em suas<br />
cabeças a ideia de que não se pode perder, de forma alguma, a<br />
oportunidade do contato com o cliente, pois, se estamos tendo<br />
esta chance, é porque algo interessou.<br />
Explicando melhor; na atualidade, o cliente pode obter<br />
inúmeras informações e fazer comparativos apenas clicando<br />
em seu mouse. Sendo assim, se ele oportunizando um contato<br />
pessoal, seja por telefone, seja pessoalmente, isto tem que<br />
ser visto como “uma grande chance”, algo que não pode ser<br />
desperdiçado por um profissional de vendas despreparado ou<br />
desmotivado.<br />
Atendimento ao cliente, um velho desafio, em um novo<br />
cenário. Prepare seus profissionais!<br />
Foto: divulgação<br />
Por Prof. Dr. Victor Aguiar<br />
Consultor e palestrante
PRODUTOS INOVADORES<br />
Soluções para projetos construtivos<br />
PROTEÇÃO DE MADEIRAS<br />
Uma empresa do Grupo Lonza<br />
Sistemas analíticos<br />
na usina.<br />
Automação.<br />
O inovador CA-B. Acabamento base óleo<br />
para madeiras<br />
Aditivo repelente à água.<br />
Uso em autoclave com<br />
CCA e CA-B.<br />
Novos rumos<br />
Aditivo colorante.<br />
Uso em autoclave<br />
com CCA e CA-B<br />
CCA<br />
A marca do CCA.<br />
Controles Laboratoriais na Usina<br />
Controles de Operação<br />
Novos Produtos<br />
Novos Aditivos<br />
Capacitação Técnica<br />
INTERNATIONAL<br />
RESEARCH GROUP<br />
ON WOOD<br />
PROTECTION<br />
Arch Proteção de Madeiras<br />
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