ABRIL 2017 - edição Nº 228
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R E C A N T O S<br />
HELVÉTICOS<br />
Abril <strong>2017</strong><br />
21<br />
Feliz Páscoa a todos os nossos leitores<br />
MARIA DOS SANTOS<br />
Acordei, antes do despertador tocar. Considero<br />
já um dia ganho, fico sempre tão mal<br />
disposta, quando acordo por ordem deste<br />
infiel amigo necessário na minha vida.<br />
Deslizo suavemente dos lençóis que<br />
me aconchegaram durante a noite e deparo-me<br />
com um céu azul e uma claridade<br />
ainda suave do nascer do sol.<br />
O meu destino seria uma rota, algo especial, já que estamos prestes<br />
a festejar uma quadra especial, principalmente para os fieis<br />
amigos da vida religiosa.<br />
Estamos à porta da Páscoa onde festejamos a ressurreição de<br />
Cristo e hoje conduzo até aos Wallis para descobrir uma caminho<br />
que tinha ficado na minha memória, pelo nome: Wallfahrtskapelle<br />
Maria zur Hohen Stiege.<br />
Foi em 1687 que a primeira Capela foi construída, no entanto<br />
tivemos que esperar até 1755 para que o circuito das capelas,<br />
situado em Saas Grund, fosse aberto e visitado pelos peregrinos.<br />
Hoje é visitados por todas as etnias religiosas.<br />
Constituído por 15 pequenas capelas, num percurso que demora<br />
uma hora e meia, podemos ver a vida de Jesus de uma forma intensa<br />
e em plena natureza, como sempre foi a vida de Jesus.<br />
A primeira capela com a indicação de “Zur Hohen Stiege“ convida-nos<br />
a uma trajectória singular e de uma beleza única.<br />
A vida de Jesus dentro de cada capela, elaborada com estátuas de<br />
madeira e cuidadosamente pintadas, adornam toda a etapa que<br />
culmina com a chegada a Saas Fee.<br />
Cada estátua representa o percurso de Jesus e o mais interessante<br />
que cada uma delas, nos transporta para a realidade, desde<br />
a morte à ressurreição.<br />
Porque nós portugueses somos religiosos e de fé pura, aqui está<br />
um passeio a ser feito em grupo e com a inseparável merenda e<br />
o garrafão de tintol.<br />
Uma proposta deliciosa, após os quarenta dias de jejum, orações e<br />
penitência, impostas pela tradição, cumpridas ainda hoje por muitos<br />
de nós. Temos que festejar a vida e a Páscoa também é para<br />
além de tudo a passagem da morte para a vida.<br />
A natureza é a melhor amiga, para conseguir o equilíbrio entre<br />
o físico e o espiritual. Não podemos e não devemos esquecer, que<br />
por mais dura que a nossa vida seja, somos sempre um farol com<br />
capacidade de encontrar essa luz tão necessária a vida.