09.05.2017 Views

osho - coragem e prazer de viver perigosamente

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

pensar porque sabe. O pensamento, como muito, po<strong>de</strong> criar novas combinações. Po<strong>de</strong><br />

imaginar um cavalo que voa, feito <strong>de</strong> ouro, mas nada disto é novo. Sabe que há pássaros<br />

que voam, sabe que existe o ouro, sabe que há cavalos; combina as três coisas juntas. O<br />

pensamento, como muito, po<strong>de</strong> imaginar-se novas combinações, mas não po<strong>de</strong> conhecer<br />

o <strong>de</strong>sconhecido. Desconhecido-o está mais à frente. O pensamento vai em círculos,<br />

volta a conhecer o conhecido uma e outra vez. Volta a mascar o mascado. O pensamento<br />

nunca é original.<br />

Encontrar-se com a realida<strong>de</strong> originalmente, <strong>de</strong> raiz, encontrar-se com a realida<strong>de</strong> sem<br />

intermediários —encontrar-se com a realida<strong>de</strong> como se fosse o primeiro homem que<br />

existiu— é liberador. A mesma novida<strong>de</strong> disto te libera.<br />

A VERDADE É UMA EXPERIÊNCIA, NÃO UMA CRENÇA. A verda<strong>de</strong> nunca se<br />

conhece estudando-a; terá que encontrar a verda<strong>de</strong>, terá que lhe fazer frente. Quem<br />

estuda o amor é como quem estuda o Himalaya vendo um mapa das montanhas. O mapa<br />

não é a montanha! Se te obcecar muito com o mapa, não verá a montanha. Se te obcecar<br />

muito com o mapa, po<strong>de</strong> ter a montanha diante <strong>de</strong> ti, mas seguirá sem ser capaz <strong>de</strong> vêla.<br />

E é assim. A montanha está diante <strong>de</strong> ti, mas seus olhos estão cheios <strong>de</strong> mapas, mapas<br />

da montanha, mapas <strong>de</strong>ssa mesma montanha feitos por diversos exploradores. Uns<br />

escalaram a montanha pela cara Norte, outros pelo Este. Fizeram distintos mapas: o<br />

Corán, a Bíblia, o Gita... diferentes mapas da mesma verda<strong>de</strong>. Mas você está tão cheio<br />

<strong>de</strong> mapas, tão arrasado por seu peso que não po<strong>de</strong> te mover nem um centímetro. Não<br />

po<strong>de</strong> ver que a montanha está diante <strong>de</strong> ti, as cúpulas <strong>de</strong> neve imaculada brilhando como<br />

o ouro sob o sol da manhã. Não tem olhos para vê-lo.<br />

O olho que tem prejuízos está cego, o coração cheio <strong>de</strong> conclusões está morto. Muitas<br />

hipóteses a priori e sua inteligência começará a per<strong>de</strong>r rapi<strong>de</strong>z, beleza, intensida<strong>de</strong>.<br />

turva-se. muito frio, frio, absolutamente indiferente. E a indiferença mata o mistério.<br />

Se realmente quer ter a experiência do misterioso, terá que abrir uma nova porta em seu<br />

ser. Não estou dizendo que <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> ser científico, só estou dizendo que a ciência po<strong>de</strong><br />

converter-se em uma ativida<strong>de</strong> periférica para ti. Quando está no laboratório sei um<br />

cientista, mas quando sair do laboratório, te esqueça da ciência. Escuta os pássaros, e<br />

não <strong>de</strong> uma forma científica! Olhe as flores, e não <strong>de</strong> uma forma científica, porque<br />

quando olha uma rosa <strong>de</strong> uma forma científica, está olhando outra coisa completamente<br />

distinta. Não é a mesma rosa que experimenta o poeta.<br />

A experiência não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do objeto, a experiência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do experimentador, da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experimentação.<br />

OBSERVANDO UMA FLOR, TE converta NELA; dança a seu redor, canta uma<br />

canção. O ar é fresco e tonificante, o sol dá calor e a flor está em seu melhor momento.<br />

A flor está dançando com o vento, regozijando-se, cantando uma canção, cantando<br />

aleluia. Participa com ela! Abandona a indiferença, a objetivida<strong>de</strong>, o distanciamento.<br />

Abandona todas suas atitu<strong>de</strong>s científicas. Flui um pouco mais, te funda um pouco mais,<br />

te mescle um pouco mais. Deixa que a flor lhe fale com seu coração, <strong>de</strong>ixa que a flor se<br />

introduza <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua pessoa. Convida-a, é um hóspe<strong>de</strong>! Então, po<strong>de</strong>rá perceber o<br />

mistério.<br />

É o primeiro passo para o misterioso e o último passo é este: se po<strong>de</strong> participar um<br />

momento, terá a chave, o segredo. Participa <strong>de</strong> tudo o que está fazendo. Ao andar, não o<br />

faça mecanicamente, não fique observando-o, sei isso. Ao dançar, não o faça<br />

tecnicamente, a técnica é irrelevante. Po<strong>de</strong> ser tecnicamente.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!