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osho - coragem e prazer de viver perigosamente

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arrastará toda a terra que se foi acumulando sobre a erva. A tormenta lhe dá uma boa<br />

ducha, e quando se acaba, as pequenas novelo e as ervas estão <strong>de</strong> novo dançando<br />

felizes. A erva quase não tem raízes, até um menino a po<strong>de</strong> arrancar, mas venceu à<br />

tormenta. O que ocorreu?<br />

A erva seguiu o caminho do Tao, o caminho do Lao Tzu, e a árvore seguiu o caminho<br />

do Charles Darwin A gran<strong>de</strong> árvore era muito racional: tentou resistir, tentou <strong>de</strong>monstrar<br />

sua força. Se tenta <strong>de</strong>monstrar sua força, será <strong>de</strong>rrotado. Todos os Hitlers, Napoleones e<br />

Alejandros são árvores gran<strong>de</strong>s, fortes. Serão <strong>de</strong>rrotados. Os Lao Tzus são pequenas<br />

novelo: ninguém as po<strong>de</strong> <strong>de</strong>rrotar porque sempre estão dispostas a ce<strong>de</strong>r. Como vais<br />

<strong>de</strong>rrotar a alguém se estiver disposto a ce<strong>de</strong>r, se disser: «Já me <strong>de</strong>rrotaste», se disser:<br />

«Senhor, <strong>de</strong>sfrute <strong>de</strong> sua vitória, não faz falta que se incomo<strong>de</strong>, já me venceu»?<br />

Inclusive um Alejandro se sentiria inútil diante <strong>de</strong> um Lao Tzu não po<strong>de</strong>ria fazer nada.<br />

Isto é exatamente o que aconteceu...<br />

Na época do Alejandro havia um sannyasin, um místico que se chamava Dandamis;<br />

nessa época Alejandro estava na Índia. Quando ia se partir a Índia, os amigos lhe<br />

disseram que à volta <strong>de</strong>via lhes trazer um sannyasin, já que essa estranha flor só<br />

florescia na Índia. —Traz um sannyasin —lhe disseram—. vais trazer muitas coisas mas<br />

não se esqueça <strong>de</strong> trazemos um sannyasin, queremos conhecer o fenômeno do sannyas,<br />

o que é, o que é exatamente um sannyasin.<br />

Estava tão entregue às guerras e as lutas que esteve a ponto <strong>de</strong> esquecer-se; mas ao<br />

retornar, justo na fronteira da Índia, <strong>de</strong> repente se lembrou. Quando estava a ponto <strong>de</strong><br />

abandonar o último povo, pediu a seus soldados que fossem ao povo e perguntassem se<br />

havia algum sannyasin pelos arredores. Deu a casualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que ali, ao lado do rio,<br />

estava Dandamis, e a gente disse: —perguntaste no momento oportuno, chegaste no<br />

momento oportuno. Há muitos sannyasins, mas sempre é estranho encontrar um<br />

verda<strong>de</strong>iro sannyasin, e agora está aqui. Po<strong>de</strong> receber darshan*, po<strong>de</strong> lhe visitar.<br />

Alejandro riu e disse: —Não vim aqui para receber darshan, irão meus soldados para lhe<br />

buscar. Levarei-me isso a capital <strong>de</strong> meu país.<br />

—Não vai ser tão fácil —disseram os al<strong>de</strong>ãos.<br />

Alejandro não podia acreditá-lo, que dificulda<strong>de</strong> podia haver? Tinha conquistado a<br />

imperadores e gran<strong>de</strong>s reis, que dificulda<strong>de</strong> podia ter com um pobre mendigo, um<br />

sannyasin? Os soldados foram encontrar se com o tal Dandamis que estava nu na borda<br />

DELrío. —Alejandro Magno te convida a lhe acompanhar a seu país —disseram—.<br />

Terão todas as comodida<strong>de</strong>s e te proporcionará tudo o que necessite. Será hóspe<strong>de</strong> do<br />

rei.<br />

O faquir nu riu e disse: —lhe digam a seu amo que quem se chama a si mesmo magno<br />

não po<strong>de</strong> ser magno. E ninguém me po<strong>de</strong> levar a nenhum sítio... um sannyasin se move<br />

como as nuvens, com liberda<strong>de</strong> absoluta. Não sou escravo <strong>de</strong> ninguém.<br />

—Deve ter ouvido falar do Alejandro Magno, é um homem perigoso. Se lhe disser que<br />

não, não te fará conta, simplesmente te cortará a cabeça —lhe disseram.<br />

O sannyasin disse: —É melhor que digam a seu professor que venha, possivelmente<br />

possa enten<strong>de</strong>r o que estou dizendo.<br />

Alejandro teve que ir, porque os soldados voltaram e lhe disseram: —É um homem<br />

estranho, luminoso, emana algo do mais à frente. Está nu, mas em sua presença não o<br />

nota, só te dá conta <strong>de</strong>pois. É tão capitalista que em sua presença se esquece <strong>de</strong> todo o<br />

mundo. É magnético, e está ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> um enorme silêncio; é como se os arredores<br />

gozassem com sua presença. Vale a pena lhe ver, mas parece que o pobre homem vai ter<br />

problemas, porque diz que ninguém lhe po<strong>de</strong> levar a nenhum sítio, que não é escravo <strong>de</strong><br />

ninguém.

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