09.05.2017 Views

osho - coragem e prazer de viver perigosamente

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

pessoa orientada por volta do medo sempre está calculando, planejando, compondo,<br />

protegendo-se. Deste modo esbanja toda a vida.<br />

ouvi contar uma história <strong>de</strong> um monge zen:<br />

Estava em seu leito <strong>de</strong> morte. Tinha chegado seu último dia e anunciou que essa noite<br />

<strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> existir. Seus seguidores, seus discípulos e seus amigos começaram a chegar.<br />

Havia muita gente que lhe queria, e todos foram; chegavam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> lugares longínquos.<br />

Quando um <strong>de</strong> seus discípulos ouviu que o professor ia se morrer, foi correndo até o<br />

mercado. Alguém lhe perguntou: —O professor se está morrendo em sua cabana, por<br />

que vai ao mercado?<br />

O velho discípulo lhe disse: —A meu professor gosta <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> bolo <strong>de</strong>terminado,<br />

vou comprar a El maestro dijo: —Nunca tiemblo porque no tengo miedo. Mi cuerpo se<br />

ha hecho viejo pero yo sigo siendo joven, y seguiré siendo joven cuando este cuerpo se<br />

haya ido.<br />

Custou-lhe muito encontrar o bolo, mas ao entar<strong>de</strong>cer o conseguiu. Voltou correndo<br />

com o bolo.<br />

Todo mundo estava preocupado, parecia que o professor estivesse esperando a alguém.<br />

Abria os olhos, olhava, e os voltava a fechar. Quando chegou seu discípulo lhe disse: —<br />

Muito bem, assim vieste. E on<strong>de</strong> está o bolo—, —O discípulo tirou o bolo e estava feliz<br />

<strong>de</strong> que o professor a tivesse pedido.<br />

Morrendo, o professor levantou o bolo com as mãos... mas a mão não estava tremendo.<br />

Era muito velho, mas não te tremia a mão. Alguém lhe perguntou: —É muito maior e<br />

está a ponto <strong>de</strong> morrer. Logo te abandonará o último fôlego, entretanto, não te treme a<br />

mão.<br />

O professor disse: —Nunca tremo porque não tenho medo. Meu corpo se feito velho<br />

mas eu sigo sendo jovem, e seguirei sendo jovem quando este corpo se foi.<br />

Então lhe <strong>de</strong>u uma <strong>de</strong>ntada e começou a mastigar o bolo. De repente, alguém lhe<br />

perguntou: —Qual é a última mensagem, professor? Logo nos <strong>de</strong>ixará. O que quer que<br />

recor<strong>de</strong>mos?<br />

O professor sorriu e disse: —Ah, este bolo está <strong>de</strong>licioso.<br />

Esta é uma pessoa que vive aqui e agora. Este bolo está <strong>de</strong>licioso. Até a morte carece <strong>de</strong><br />

relevância. O momento seguinte é insignificante. Neste momento o bolo está <strong>de</strong>licioso.<br />

Se po<strong>de</strong> estar no momento, no momento presente, atual, plenamente, então po<strong>de</strong>rá amar.<br />

O amor é uma flor especial. Só floresce algumas vezes. Há milhões e milhões <strong>de</strong><br />

pessoas que vivem com uma falsa atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> amor. Acreditam que amam, mas só é uma<br />

crença.<br />

O amor é uma estranha flor. Acontece às vezes. É estranha porque só po<strong>de</strong> existir<br />

quando não há medo, e não <strong>de</strong> outra forma. Isso quer dizer que o amor só lhe po<strong>de</strong><br />

acontecer a uma pessoa profundamente espiritual, religiosa. O sexo é possível para todo<br />

mundo. Os vínculos são possíveis para todo mundo. O amor não.<br />

Quando não tem medo não há nada que escon<strong>de</strong>r, po<strong>de</strong> estar aberto, po<strong>de</strong> retirar as<br />

barreiras. E <strong>de</strong>pois po<strong>de</strong> lhe convidar ao outro a entrar até seu centro mais profundo.<br />

Recorda, se permitir a alguém que te penetre profundamente, o outro também permitirá<br />

que lhe penetre, porque se lhe permite penetrar a alguém, surge a confiança. Quando<br />

você não tem medo, outros não têm medo.<br />

Em seu amor sempre há medo. O marido tem medo da esposa, a esposa tem medo do<br />

marido. Os amantes sempre têm medo. Isso não é amor. Só é um acordo entre duas<br />

pessoas medrosas que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m um do outro, brigam, exploram, manipulam,<br />

controlam, dominam, possuem, mas não é amor.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!