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osho - coragem e prazer de viver perigosamente

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só hoje, mas sim amanhã e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> amanhã seguirá aparecendo. Seguirá estando até<br />

seu último fôlego.<br />

Tudo o que conhece, tudo o que acumula —informação, conhecimentos, experiência—<br />

se termina assim que o investiga. Conduzir palavras vazias, conduzir esse peso morto, é<br />

oprimir sua vida; é uma carga em sua vida que te impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrar em um ser vivo,<br />

cheio <strong>de</strong> júbilo, que te espera em cada instante.<br />

O homem <strong>de</strong> compreensão morre ao passado em cada instante e volta a nascer ao futuro.<br />

Sua presente sempre está transformando-se, é um renascimento, uma ressurreição. Não<br />

é questão <strong>de</strong> <strong>coragem</strong> absolutamente, isto é o primeiro que terá que enten<strong>de</strong>r. É questão<br />

<strong>de</strong> clarida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> ter claro o que é o que.<br />

Em segundo lugar, sempre que realmente se trata <strong>de</strong> uma questão <strong>de</strong> <strong>coragem</strong>, ninguém<br />

lhe po<strong>de</strong> dar isso. Não é algo que lhe possam dar <strong>de</strong> presente. É algo com o que nasce,<br />

mas não o <strong>de</strong>ixaste crescer, não <strong>de</strong>ixaste que se assente.<br />

A INOCÊNCIA É CORAGEM E CLARIDADE, AMBAS AS COISAS. Se for inocente<br />

não precisa ter <strong>coragem</strong>. Tampouco precisa ter clarida<strong>de</strong>, porque não há nada tão claro e<br />

tão transparente como a inocência. A questão é como proteger nossa própria inocência.<br />

A inocência não é algo que tenha que alcançar. Não é algo que tenha que apren<strong>de</strong>r. Não<br />

é um talento: pintura, música, poesia, escultura. Não é nenhuma <strong>de</strong>stas coisas. É mais<br />

parecido à respiração, é algo com o que nasce.<br />

A inocência é a natureza <strong>de</strong> todo o mundo. Todo mundo é inocente ao nascer.<br />

Como po<strong>de</strong> nascer e não ser inocente? O nascimento significa que entra no mundo<br />

como uma tabula rasa, não há nada escrito. Só tem futuro, não tem passado. Esse é o<br />

significado <strong>de</strong> inocência. Primeiro tenta compreen<strong>de</strong>r todos os significados <strong>de</strong><br />

inocência.<br />

O primeiro é: não passou, só há futuro.<br />

O passado te corrompe porque provoca memórias, experiências, expectativas. As quais,<br />

combinadas entre si, voltam-lhe preparado mas não claro. Voltam-lhe ardiloso, mas não<br />

inteligente. Po<strong>de</strong>m te ajudar a triunfar no mundo, mas no fundo <strong>de</strong> seu ser, será um<br />

fracassado. Todo o êxito no mundo não se po<strong>de</strong> comparar com o fracasso que terá que<br />

enfrentar finalmente, porque ao final só fica com seu ser interno. per<strong>de</strong>-se tudo: sua<br />

glória, seu po<strong>de</strong>r, seu nome, sua fama... começam a <strong>de</strong>saparecer como se fossem<br />

sombras.<br />

Ao final só fica o que tinha ao princípio. Só te po<strong>de</strong> levar <strong>de</strong>ste mundo o que trouxe.<br />

Na Índia, a sabedoria popular diz que o mundo é como a sala <strong>de</strong> espera <strong>de</strong> uma estação;<br />

não é sua casa. Não te vais ficar na sala <strong>de</strong> espera para sempre. Nenhuma das coisas que<br />

há na sala <strong>de</strong> espera lhe pertencem: os móveis, os quadros das pare<strong>de</strong>s... Usa-os —miras<br />

os quadros, sinta-se na ca<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>scansa na cama— mas nada te pertence. Só fica uns<br />

minutos, ou como muito, umas horas, e <strong>de</strong>pois irá.<br />

Sim, voltasse-te a levar o que trouxeste para a sala <strong>de</strong> espera, é teu O que trouxeste para<br />

o mundo? O mundo é sem dúvida uma sala <strong>de</strong> espera. Talvez a espera não seja em<br />

segundos, em minutos, em horas, em dias, possivelmente seja em anos; mas que<br />

diferença há entre estar esperando sete horas ou setenta anos?<br />

Possivelmente, ao cabo <strong>de</strong> setenta anos, se esqueça <strong>de</strong> que estava em uma sala <strong>de</strong><br />

espera. Po<strong>de</strong>ria começar a pensar que é o dono, que construíste essa casa. E porá uma<br />

placa com seu nome na sala <strong>de</strong> espera.<br />

Há pessoas —eu o vi, porque viajei muito— que escrevem seu nome no lavabo ou na<br />

sala <strong>de</strong> espera. A gente grava seu nome nos móveis da sala <strong>de</strong> espera. Po<strong>de</strong> parecer uma<br />

tolice, mas é como o que faz a gente na vida.

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