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uas e os atalhos, e além disso estava correndo. O homem rico não tinha <strong>de</strong>slocado em<br />
toda sua vida e estava gordo... Gritava e soprava, e lhe caíam as lágrimas pelas<br />
bochechas. —Enganaram-me totalmente! Este homem me tirou o trabalho <strong>de</strong> toda<br />
minha vida, tudas minhas economias; o levou tudo —disse.<br />
Começou a lhe seguir uma multidão, e todos se estavam rendo. —São todos idiotas?<br />
Este povo está cheio <strong>de</strong> idiotas? —disse—. Estou completamente arruinado, e em vez<br />
<strong>de</strong> apanhar ao ladrão, estão lhes rendamos.<br />
—Não é um ladrão, é um homem muito sábio —disseram.<br />
O homem rico disse: —O idiota do povo é quem me colocou nesta confusão! —Mas,<br />
correndo e suando, perseguiu a Amacie. Amacie chegou à árvore sob o que ainda estava<br />
o cavalo. sentou-se sob a árvore com a bolsa, e o homem rico chegou gritando e<br />
chorando. Amacie disse: —Toma a bolsa. —O homem rico a apertou contra o coração.<br />
—O que sente? —disse-lhe Amacie—. Tem paz mental?<br />
O homem rico disse: —Sim, sinto muita paz. É um homem estranho, e usa métodos<br />
estranhos.<br />
—Não são métodos estranhos —disse Amacie—, é matemática pura. Começa a dar por<br />
sentado tudo o que tem. Só necessita que lhe dêem uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perdê-lo para<br />
que te dê conta imediatamente do que per<strong>de</strong>ste. Não ganhaste nada novo; é a mesma<br />
bolsa que tinha antes sem paz mental. Agora tem a mesma bolsa junto a seu coração e<br />
todo mundo po<strong>de</strong> ver quão tranqüilo está, um sábio perfeito! Vete a casa, e não se<br />
preocupe da gente.<br />
Este é o problema do menino, porque chega cheio <strong>de</strong> inocência e está disposto a<br />
comprar algo em troca <strong>de</strong> sua inocência. Está disposto a comprar qualquer porcaria em<br />
troca <strong>de</strong> sua <strong>coragem</strong>. Está disposto a comprar brinquedos —e além <strong>de</strong> brinquedos, que<br />
mais há?— e a per<strong>de</strong>r sua clarida<strong>de</strong>. Só o enten<strong>de</strong>rá quando tiver em seu po<strong>de</strong>r todos<br />
esses brinquedos mas não lhe façam feliz, não seja um lucro, não lhe satisfaça. Então,<br />
dará-se conta do que per<strong>de</strong>u; per<strong>de</strong>u-se a si mesmo.<br />
Em um mundo melhor, as famílias apren<strong>de</strong>rão dos meninos. Têm muita pressa por lhes<br />
ensinar. Aparentemente, ninguém apren<strong>de</strong> nada <strong>de</strong>les, mas lhes po<strong>de</strong>m ensinar muitas<br />
coisas. E vós não têm nada que lhes ensinar.<br />
Como é mais velho e tem mais po<strong>de</strong>r, começa-os a converter em algo exatamente igual<br />
a você, sem te parar a pensar no que é, o que alcançaste, qual é seu status no mundo<br />
interior. É um mendigo, isso é o que quer para seu filho?<br />
Mas ninguém pensa; se não, a gente apren<strong>de</strong>ria dos meninos. Os meninos contribuem<br />
com muitas costure do outro mundo porque estão recém chegados. Ainda levam consigo<br />
o silêncio do útero, o silêncio da existência em si.<br />
RECORDA SEMPRE, CONFIA NO DESCONHECIDO. Conhecido-o é a mente.<br />
Desconhecido-o não po<strong>de</strong> ser a mente. Será outra coisa mas não a mente. O único<br />
seguro é que a mente é uma acumulação do conhecido. Por exemplo, se chegar a uma<br />
bifurcação no caminho e a mente diz, «vamos por aqui, soa-me familiar», isso é a<br />
mente. Se escutas a seu ser, quererá ir ao que não é familiar, ao <strong>de</strong>sconhecido. O ser<br />
sempre é um aventureiro. A mente é muito ortodoxa, muito conservadora. Quer andar<br />
pelo caminho, pelo caminho trilhado uma e outra vez, o caminho <strong>de</strong> menor resistência.<br />
Escuta sempre ao <strong>de</strong>sconhecido. E reúne valor para entrar no <strong>de</strong>sconhecido.<br />
É necessário ser muito corajoso para <strong>de</strong>senvolver seu <strong>de</strong>stino, não terá que ter medo. As<br />
pessoas que estão cheias <strong>de</strong> medo não po<strong>de</strong>m ir além do conhecido. Conhecido-o dá<br />
uma espécie <strong>de</strong> comodida<strong>de</strong>, segurança, confiança, porque o conhece. Está<br />
perfeitamente informado, sabe como abordá-lo. Po<strong>de</strong> estar quase dormido e seguir<br />
fazendo-o, não precisa estar acordado; é a vantagem que tem o conhecido.