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osho - coragem e prazer de viver perigosamente

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Mas na América do Norte todo mundo busca a paz mental, e quando está procurando,<br />

encontra a gente que está lista para lhe dar isso É uma lei básica da economia: on<strong>de</strong> há<br />

<strong>de</strong>manda há oferta. Não importa se necessitar ou não o que está pedindo. E a ninguém<br />

importa o que lhe vão proporcionar: se se tratar <strong>de</strong> uma publicida<strong>de</strong> falsa, uma<br />

propaganda, ou se realmente há algo substancial.<br />

As pessoas ardilosas e chicoteadas, conhecendo este princípio básico —on<strong>de</strong> há<br />

<strong>de</strong>manda há oferta— <strong>de</strong>ram um novo passo. Agora dizem: «Não faz falta esperar a que<br />

haja <strong>de</strong>manda, po<strong>de</strong>-a criar.» E este é a arte da publicida<strong>de</strong>: criar a <strong>de</strong>manda.<br />

antes <strong>de</strong> ler um anúncio não tinha essa necessida<strong>de</strong>, nunca havia sentido essa<br />

necessida<strong>de</strong>. Mas, ao lê-lo, <strong>de</strong> repente sente: «meu <strong>de</strong>us, me estive per<strong>de</strong>ndo isso. Sou<br />

tão parvo que nem sequer sabia que existia um pouco parecido.»<br />

antes <strong>de</strong> começar a manufaturar algo, a produzir algo, inclusive vários anos antes —<br />

dois, três ou quatro anos se começa a anunciar o produto. Ainda não está no mercado,<br />

porque antes tem que chegar a <strong>de</strong>manda do produto à mente das pessoas. Quando<br />

houver uma necessida<strong>de</strong>, já estará preparado o fornecimento.<br />

Bernard Shaw dizia que quando começou a escrever e publicou seu primeiro livro não<br />

havia <strong>de</strong>manda, é obvio, ninguém tinha ouvido falar do George Bernard Shaw. Então,<br />

como po<strong>de</strong> dizer «quero o livro do Bernard Shaw, a peça <strong>de</strong> teatro»? O que estava<br />

acostumado a fazer sempre era... publicava o livro, ele mesmo era o editor, punha o<br />

dinheiro, e <strong>de</strong>pois ia <strong>de</strong> uma livraria a outra perguntando:<br />

—Têm o livro do George Bernard Shaw?<br />

—Bernard Shaw? —perguntavam—. Nunca lhe ouvimos mencionar.<br />

—Que estranho —dizia ele— Tem uma livraria e alguma vez ouviste falar <strong>de</strong> um<br />

homem tão importante? Não está ao dia ou o que acontece? O primeiro que <strong>de</strong>veria<br />

fazer é conseguir o livro do George Bernard Shaw. —Só tinha publicado um livro mas<br />

anunciava vários, porque já que estava dando voltas, por que anunciar só um livro? E<br />

um livro não converte a um homem em um gran<strong>de</strong> escritor.<br />

vestia-se <strong>de</strong> forma diferente, às vezes levava um chapéu, às vezes levava óculos. A<br />

gente começou a ir a sua casa. Pela rua, perguntava-lhe às pessoas: —ouvistes falar...<br />

porque me falaram muito <strong>de</strong> um livro escrito por um tal George Bernard Shaw. A gente<br />

diz que está muito bem, que é fantástico. ouvistes algo?<br />

—Não —lhe respondiam—, não ouvimos falar <strong>de</strong>le.<br />

—É estranho —lhes dizia—. Acreditava que em Londres havia cultura. —Ia a livrarias<br />

e clubes, e a todos os sítios on<strong>de</strong> houvesse possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar uma <strong>de</strong>manda. Ven<strong>de</strong>u<br />

seu livro —normalmente se <strong>de</strong>dicava a isso—, e finalmente se converteu em um dos<br />

gran<strong>de</strong>s escritores <strong>de</strong> sua época. Tinha motivado a <strong>de</strong>manda.<br />

Mas se trunfas não necessita que ninguém crie uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> paz mental. Se<br />

trunfas per<strong>de</strong>rá a paz mental pelo caminho. Este é o curso natural. O êxito te tira toda<br />

essa paz mental. O êxito extrai todo o significativo da vida: a paz, o silêncio, a alegria, o<br />

amor. Vai tirando tudo. Ao final, suas mãos estão cheias <strong>de</strong> coisas inúteis, e se per<strong>de</strong><br />

tudo o que tinha valor. E <strong>de</strong> repente, dá-te conta <strong>de</strong> que necessita paz mental.<br />

Imediatamente, aparecem quem lhe po<strong>de</strong> subministrar isso, que não sabem nada da<br />

mente e não sabem nada da paz. Tenho lido um livro que se titula Paz mental escrito por<br />

um rabino, Joshua Liebman. Tenho lido todo o livro, e este homem não sabe nada da<br />

paz nem da mente. Mas é um negociante. Fez um bom trabalho sem saber nada da paz<br />

ou da mente.<br />

Seu livro é um dos mais vendidos, porque quem quer encontrar paz mental, cedo ou<br />

tar<strong>de</strong>, encontrará-se com o livro do Joshua Liebman. Está muito bem escrito. É um bom<br />

escritor, muito claro, extraordinário; influenciará-te. Mas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ler este livro, sua<br />

paz mental seguirá estando tão longe como antes, ou inclusive mais.

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