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Revista Dr. Plinio 230

Maio de 2017

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Divulgação (CC3.0)<br />

via estufas com empadas, sanduíches<br />

e uma série de outras coisas.<br />

Os melhores bares faziam sanduíches<br />

na hora. Mas nos outros bares<br />

já estavam prontos e guardados em<br />

uma campânula; quem quisesse suspendia<br />

a campânula e comia quantos<br />

sanduíches desejasse. O feito<br />

na hora era para a pessoa poder dizer:<br />

“Ponha mais presunto, mais língua,<br />

passe mostarda”, ou seja, individualizasse.<br />

Porém levava um pouco<br />

de tempo. Tirava a rotação mecânica<br />

com que o empregado fazia. Isto<br />

podia parecer insolência à boa cadência<br />

das coisas. E o bem comum –<br />

pensava-se – era servido pela produção<br />

rápida e ágil feita pelo homem.<br />

No fundo da sala, havia mesas onde<br />

serviam chá com leite e torradas.<br />

As senhoras levavam as crianças, a<br />

música tocava, elas se cumprimentavam;<br />

tratava-se de um encontro social,<br />

necessariamente vagaroso. Aquilo<br />

era a família da geração anterior.<br />

Os filhos delas ficavam na entrada.<br />

As moças, como não podiam estar na<br />

parte da frente e não gostavam de ficar<br />

no fundo, não iam nunca. Por fim,<br />

o bar tomou conta de tudo.<br />

Então, poderíamos tirar dois princípios:<br />

além do efeito próprio da indústria,<br />

existe um deslumbramento<br />

do homem pela máquina, que transforma<br />

a indústria numa espécie de<br />

padrão de exemplo metafísico, em<br />

função do qual a pessoa se move. E<br />

o que para nós é a transesfera, para<br />

eles é a subesfera; para nós o mundo<br />

da transesfera orienta, guia e encaminha<br />

para Deus; para eles o mundo<br />

da subesfera é que guia, orienta e<br />

encaminha para o que está embaixo.<br />

Creio não existir, hoje em dia,<br />

um só domínio da vida humana no<br />

qual, por alguns aspectos, não encontremos<br />

elementos modificados<br />

em relação à situação anterior, em<br />

atenção ao desejo de agir à maneira<br />

da máquina.<br />

A partir desse ponto já não se visa<br />

mais a funcionalidade e muito menos<br />

a personalidade, mas é a contrafuncionalidade<br />

que toma a máquina<br />

como uma espécie de valor metafísico<br />

a ser seguido.<br />

A não funcionalidade<br />

da máquina<br />

Onde está a não funcionalidade<br />

disso?<br />

Uma vez que o homem quer não<br />

só a quantidade, mas a qualidade e<br />

nos seus desenvolvimentos tende<br />

mais para a qualidade do que para<br />

a quantidade, ele aplica seu gênio,<br />

sua inteligência, sua capacidade para<br />

promover melhoras de qualidade.<br />

Quando o indivíduo chega a uma<br />

tal humilhação diante da máquina, e<br />

perde o melhor que ele tem – o desejo<br />

da qualidade – para preferir a<br />

quantidade e viver no ambiente da<br />

máquina, querendo só aquilo que é<br />

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