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Revista Dr. Plinio 230

Maio de 2017

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te rogando por nós, e pedir que ele<br />

e toda a coorte dos espíritos angélicos<br />

dependentes dele rezem continuamente<br />

por nós para realizarmos<br />

a nossa vocação? A meu ver, nesse<br />

abandono em que nos encontramos,<br />

se não recorrermos aos espíritos celestes,<br />

privamos a nossa luta de elementos<br />

de defesa incomparáveis.<br />

O cantochão e o polifônico<br />

Que relação isso tem com o profetismo?<br />

No espírito dos que possuem<br />

uma missão profética, até que ponto<br />

os Anjos inspiram aquilo que eles devem<br />

pensar? Qual é o papel do Anjo<br />

e qual o do Profeta na execução de<br />

uma determinada missão terrena?<br />

Tomem o cantochão. Não houve<br />

um “Cristóvão Colombo” do cantochão,<br />

que tenha descoberto essa<br />

“América” do mundo sonoro… Existiram,<br />

sem dúvida, grandes compositores,<br />

muitos deles anônimos. Embora<br />

provavelmente em sua grande<br />

maioria eles não tenham sido canonizados,<br />

o surto do cantochão corresponde<br />

a um movimento de santidade<br />

dentro da Igreja.<br />

Apesar de não se confundir com a<br />

santidade, esse movimento constitui<br />

uma certa forma de virtude, que pode<br />

estar no conjunto das virtudes de<br />

O ministério dos Anjos, por Gustave Doré<br />

Gutenberg.org<br />

um santo e fazer um bem enorme. O<br />

bem que o cantochão tem feito, não<br />

há palavras para exprimi-lo! Mas,<br />

por um desígnio qualquer da Providência,<br />

talvez os maiores homens<br />

desse estilo de música tenham ficado<br />

no anonimato.<br />

Então, alguém dirá: “Tal Santo<br />

não sabia cantochão, enquanto tal<br />

outro era ‘o rei do cantochão’. Algum<br />

dos dois não foi santo?”<br />

Não. São formas de virtudes especiais.<br />

Como, por exemplo, um é grande<br />

filósofo, outro um excelente artista,<br />

etc. São dons naturais que Deus<br />

fez iluminar pela graça. Nesses casos,<br />

a santidade consistia também em fazer<br />

valer aquele dom, natural e sobrenatural,<br />

recebido de Deus. Se não fizessem<br />

valer isso, não seriam santos.<br />

Mas não quer dizer que todos os santos<br />

deveriam ter tido esse dom.<br />

Parece que no surto que levou ao<br />

canto gregoriano entrou uma ação<br />

angélica. Porque há nisso uma forma<br />

qualquer de beleza superior à cogitação<br />

humana.<br />

Essa ação angélica se fez sentir enquanto<br />

Anjos atuando sobre homens<br />

provavelmente com talentos afins. E<br />

da conjugação do talento afim com<br />

a ação do Anjo saiu uma beleza que<br />

o talento, só por si, nunca daria. De<br />

maneira que ao ouvirmos certas músicas<br />

do cantochão – a meu ver, também<br />

do polifônico – dizemos: “Não<br />

é possível; isto um homem não compôs!”<br />

Entrou ação angélica.<br />

Então, assim como podemos imaginar<br />

Anjos das melodias celestes e<br />

terrenas, não poderíamos conjeturar<br />

Anjos que agem estimulando dotes<br />

naturais, reflexões em quem tem<br />

uma vocação profética? Anjos, eles<br />

mesmos, tendo por natureza e por<br />

graça muita coisa de profético, e que<br />

seriam Anjos proféticos, patronos<br />

daqueles que devem exercer uma<br />

missão profética? Compraz-me muito<br />

essa hipótese.<br />

❖<br />

(Extraído de conferência de<br />

4/10/1986)<br />

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