Maio/2017 - Referência Florestal 185
Visitantes - Grupo Jota Comunicação
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48<br />
NA ESTRADA<br />
Cuidados no<br />
transporte de madeira<br />
TERCEIRIZAÇÃO<br />
Atividade foi<br />
regulamentada<br />
62 ENTREVISTA<br />
Jakob Hirsmark, diretor de<br />
exposição da Elmia Wood<br />
Mais potência<br />
More power for thinning<br />
New head provides efficiency and<br />
economy to forest management<br />
no desbaste<br />
Novo cabeçote traz eficiência<br />
e economia no manejo florestal
Tenha o Melhor em<br />
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SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES<br />
DA EDIÇÃO<br />
Agroceres ................................................................... 76<br />
Carrocerias Bachiega .............................................. 51<br />
38<br />
Cibio ................................................................................. 29<br />
D’Antonio Equipamentos ..................................... 69<br />
Denis Cimaf ................................................................... 04<br />
Dinagro ........................................................................... 02<br />
Encapp ............................................................................ 33<br />
48<br />
Fenasucro & Agrocana ............................................ 31<br />
Ferro Extra ..................................................................... 23<br />
H Fort ................................................................................ 21<br />
Himev .............................................................................. 45<br />
62<br />
J de Souza ........................................................................ 47<br />
John Deere .................................................................... 09<br />
Liebherr Brasil ............................................................. 11<br />
Editorial<br />
Cartas<br />
Bastidores<br />
Coluna Ivan Tomaselli<br />
Notas<br />
Alta e Baixa<br />
Biomassa<br />
Frases<br />
Entrevista<br />
Principal<br />
Manejo <strong>Florestal</strong><br />
Transporte<br />
Feira<br />
Informe Publicitário<br />
Especial<br />
Artigo<br />
Agenda<br />
Espaço Aberto<br />
10<br />
12<br />
14<br />
16<br />
18<br />
28<br />
30<br />
32<br />
34<br />
38<br />
44<br />
48<br />
54<br />
60<br />
62<br />
66<br />
72<br />
74<br />
Lignum ............................................................................ 27<br />
Lubeco ............................................................................ 69<br />
Maxxi Forest ................................................................. 65<br />
Mill Indústrias .............................................................. 53<br />
Mill Indústrias .............................................................. 67<br />
Raptor <strong>Florestal</strong> .......................................................... 15<br />
Rotobec .......................................................................... 17<br />
Rossin .............................................................................. 57<br />
Timber Forest .............................................................. 06<br />
Tissue World ................................................................. 37<br />
TMO ................................................................................. 75<br />
Usimaq ........................................................................... 71<br />
Ventura Máquinas .................................................... 59<br />
West Rock ...................................................................... 13<br />
Wood Mizer .................................................................. 25<br />
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EDITORIAL<br />
Ano XIX - Edição n.º <strong>185</strong> - <strong>Maio</strong> <strong>2017</strong><br />
Year XIX - Edition n.º <strong>185</strong> - May <strong>2017</strong><br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
NA ESTRADA<br />
Cuidados no 48<br />
transporte de madeira<br />
TERCEIRIZAÇÃO<br />
Atividade foi 62 ENTREVISTA<br />
Jakob Hirsmark, diretor de<br />
regulamentada<br />
exposição da Elmia Wood<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
Joseane Knop<br />
joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XIX • N°<strong>185</strong> • <strong>Maio</strong> <strong>2017</strong><br />
More power for thinning<br />
New head provides efficiency and<br />
economy to forest management<br />
Mais potência<br />
no desbaste<br />
Novo cabeçote traz eficiência<br />
e economia no manejo florestal<br />
O novo cabeçote Nisula 555H<br />
acoplado em escavadeira<br />
customizada pela TMO Forest<br />
estampa a capa da edição<br />
SEM MEDO DE TERCEIRIZAR<br />
Difícil imaginar o setor florestal sem a terceirização. A prestação de serviço, principalmente<br />
na área de colheita, transporte e silvicultura tornou a atividade mais dinâmica<br />
e competitiva. Depois de muitos anos engavetado, por medo de enfrentar a<br />
pressão de sindicatos, o projeto que cria o marco legal foi votado pelo Congresso e<br />
sancionado pela Presidência da República. Hoje, a terceirização tem lastros que afastam<br />
as armadilhas jurídicas e conferem segurança para trabalhadores, prestadores<br />
e contratantes. Acompanhe os principais pontos da lei direcionados ao segmento de<br />
base florestal. Veja também o que foi preparado para a Elmia Wood <strong>2017</strong>. Separamos<br />
dois conteúdos para adiantar o que será novidade em uma das principais feiras<br />
florestais do planeta, que acontece na Suécia, em junho. Leia a entrevista exclusiva<br />
com Jakob Hirsmark, diretor de exposição e a reportagem que antecipa o evento.<br />
Tenha uma ótima leitura!<br />
JOTA EDITORA<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Rafael Macedo - Editor<br />
editor@revistareferencia.com.br<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Fabiano Mendes<br />
Fernanda Maier<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Cartunista / Cartunist<br />
Francis Ortolan<br />
Colaboreadores / Colaborators<br />
Fotógrafos: Mauricio de Paula<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
10<br />
WITHOUT FEAR OF OUTSOURCING<br />
It is difficult to imagine the Forest Sector without outsourcing. The provision of services,<br />
mainly in the harvest, transportation and forestry areas has become a more dynamic and competitive<br />
activity. After many years of being shelved for fear of facing pressure from labor unions,<br />
the Bill that creates the legal framework was passed by Congress and sanctioned by the<br />
President of the Republic. Today, outsourcing is such that it avoids the legal pitfalls and provides<br />
security to workers, service providers and contractors. Learn about the main points of the law<br />
as they apply to the Forest-based Sector in the special story on the subject. Also find out what<br />
has been prepared for Elmia Wood. We have prepared two stories that provide in advance what<br />
will be new at one of the main forestry trade fairs on the planet, which takes place in Sweden in<br />
June. Read the exclusive interview with Jakob Hirsmark, Fair Director, and the story that anticipates<br />
the event. Have a pleasant read!<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
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GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />
signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />
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property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />
without the written authorization of the holders of the authorial rights.
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CARTAS<br />
PRESERVAÇÃO<br />
Por João Silvério, Curitiba (PR)<br />
Capa da Edição 184 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de abril de <strong>2017</strong><br />
Muito esclarecedora a reportagem sobre araucárias.<br />
Proibir o corte não é o caminho certo para preservar a<br />
espécie. Tudo que gera lucro tem a perpetuação garantida.<br />
Parabéns REFERÊNCIA, continuem abordando este tema,<br />
quanto mais informação melhor.<br />
GRINGOS<br />
Por Moisés Pires, Sinop (MT)<br />
Bastante pertinente a entrevista<br />
a respeito do setor florestal na<br />
Alemanha. Muito interessante<br />
saber as ferramentas que<br />
outros países têm. Informação<br />
é sempre bom e ajuda a evoluir<br />
nosso setor por aqui também.<br />
PEQUENA VILÃ<br />
Por Danilo Correia, Telêmaco Borba (PR)<br />
Parabéns à REFERÊNCIA por sempre trazer alternativas de<br />
combate às formigas cortadeiras. Embora pequenas, são<br />
grandes vilãs que podem colocar tudo a perder.<br />
Imagem: reprodução<br />
PARABÉNS<br />
Por Marlos Machado,<br />
Catalão (GO)<br />
Muito completa a última<br />
edição da REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL. Acredito que<br />
seja muito trabalhoso<br />
produzir uma Revista<br />
técnica e de tamanha<br />
qualidade. Parabéns equipe! Continuem na labuta.<br />
Foto: divulgação<br />
Imagem: reprodução<br />
XÔ PRAGAS<br />
Por Rebeca Vichoski, Blumenau (SC)<br />
Gostaria de sugerir uma reportagem sobre as principais<br />
pragas que atingem as plantações de pinus e eucalipto,<br />
bem como seus combates e controle. Sou estudante de<br />
Engenharia <strong>Florestal</strong> e sempre leio a Revista.<br />
Foto: divulgação Foto: REFERÊNCIA<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
E-mails, críticas e<br />
sugestões podem ser<br />
enviados para redação<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista do<br />
Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />
produzida pelo veículo.<br />
12<br />
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Divisão <strong>Florestal</strong> WestRock<br />
Biotecnologia, Melhoramento Genético e Manejo <strong>Florestal</strong> Certificado<br />
A MWV, empresa da qual a Rigesa fazia parte, uniu-se a outra empresa global, a RockTenn, e agora, juntas, são WestRock.<br />
Em <strong>2017</strong>, comemoramos 75 anos de história no Brasil, com profundo conhecimento do mercado e com total respeito ao meio ambiente.<br />
Nossas florestas de Pinus e Eucalyptus são desenvolvidas a partir de avançadas técnicas de biotecnologia, melhoramento genético<br />
e de práticas silviculturais. Tudo isso, aliado à tradição e qualidade Rigesa em que você confia, permitindo que nossas florestas<br />
alcancem índices de produtividade acima da média nacional e mundial, obedecendo a rigorosos critérios de manejo responsável.<br />
Além disso, somos certificados pelo CERFLOR® e pelo FSC®, que comprovam nossa atuação ecologicamente adequada,<br />
socialmente justa e economicamente viável.<br />
Para mais informações, consulte nosso time comercial: produtosflorestais@westrock.com ou pelo telefone 0800 644 5400.<br />
Divisão <strong>Florestal</strong> WestRock: investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento florestal.<br />
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BASTIDORES<br />
CHARGE<br />
Charge: Francis Ortolan<br />
REVISTA<br />
ENCONTRO INTERNACIONAL<br />
Viajamos para Caçador (SC)<br />
onde registramos a visita dos<br />
proprietários da fabricante<br />
finlandesa de equipamentos<br />
florestais Nisula á sede da TMO<br />
Forest. Saiba de mais detalhes<br />
deste encontro e do novo<br />
cabeçote harvester da marca<br />
na reportagem de capa desta<br />
edição.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Visita dos representantes<br />
finlandeses à operação de<br />
desbaste de pinus de um<br />
cliente da Nisula e da TMO<br />
Forest na região de Santa<br />
Catarina<br />
Diretoria da Nisula e da<br />
TMO Forest na sede da<br />
empresa em Caçador (SC)<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
14<br />
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Estas qualidades o levaram a equipar os melhores implementos<br />
florestais. Veja o que dizem os nossos clientes:<br />
Vagner Laércio Gomes<br />
Diretor Comercial/Sergomel Mecânica Industrial<br />
Oswaldo Ilceu Gomes<br />
Diretor Presidente/Sergomel Mecânica Industrial<br />
“Nossa empresa foi uma das primeiras a equipar seus implementos com<br />
os fueiros RAPTOR®. O produto desta foto ficou em teste e foi aprovado<br />
junto ao nosso importante cliente ELDORADO BRASIL, empresa de<br />
celulose. Este equipamento em especial está em operação há mais de<br />
um ano, o que evidencia o sucesso<br />
desta parceria.”<br />
Crédito das fotos: Flávia Guedes Rocha<br />
+55 54 3290.4800 | comercial@raptorflorestal.com.br | www.raptorflorestal.com.br
COLUNA<br />
Foto: divulgação<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
IMPORTÂNCIA DO MANEJO DE<br />
FLORESTAS PLANTADAS PARA<br />
MELHORAR A RENTABILIDADE<br />
Escolha do material genético e espécie têm impacto direto no<br />
retorno do negócio<br />
U<br />
ma decisão na fase de implantação de um plantio<br />
florestal é a seleção da espécie e o material genético.<br />
A espécie, e também o material genético, devem<br />
ser selecionados considerando, em princípio, as condições<br />
de clima e solo da área de plantio. Esta adaptação ao clima e<br />
solo influenciam na produtividade, na forma da árvore e na<br />
resistência a pragas e doenças. Existem ainda outros fatores a<br />
serem considerados, como as propriedades e características<br />
da madeira, e a demanda de mercado.<br />
Selecionar uma espécie de alta produtividade para as<br />
condições locais, e que produza madeira de qualidade compatível<br />
com a demanda de mercado é, portanto, decisão<br />
importante para investidores em plantios florestais. Esta<br />
seleção tem implicações na rentabilidade e na mitigação de<br />
riscos dos investimentos em plantios florestais.<br />
Uma vez implantado, os plantios devem ser manejados.<br />
O manejo deve também conduzir os plantios para produção<br />
do material adequado à demanda de mercado, no menor<br />
prazo possível e com o menor risco. Existem diversas opções<br />
a serem consideradas, e que têm influência na qualidade<br />
da madeira.<br />
Mercado no qual a demanda de madeira de processo<br />
(toras finas) é reduzida, por exemplo, requer a adoção de<br />
plantios de menor densidade já na implantação, e o manejo<br />
deve considerar desbastes para favorecer a produção de<br />
madeira de maior diâmetro, destinada a atender a indústria<br />
de produtos de madeira sólida.<br />
Este tem sido o caso de plantios de Eucalyptus na Argentina,<br />
onde uma densidade de 600 árvores por ha (hectare)<br />
tem sido considerada na fase de plantio, com desbastes no<br />
5º e 8º anos, e corte raso no 12º ano. Nesta idade final os<br />
plantios têm cerca de 100 a 140 árvores por ha, com um<br />
volume médio por árvore de 1,5 m³ (metro cúbico). Com<br />
esta opção os investidores argentinos têm melhorado a<br />
rentabilidade de plantios em regiões onde a demanda de<br />
madeira de Eucalyptus para processo é reduzida, como é o<br />
caso das Províncias de Misiones e Corrientes.<br />
Outra opção de manejo é a poda. Esta técnica considera<br />
a remoção dos galhos, e é utilizada para produzir madeira<br />
livre de nós (madeira clear). Esta é importante para determinadas<br />
aplicações como: na produção de faqueados, para<br />
lâminas torneadas ou para serrados utilizados para produtos<br />
de valor agregado (componentes de móveis, esquadrias,<br />
pisos e outros).<br />
A poda, no entanto, tem um custo elevado e é necessária<br />
uma análise criteriosa para adotar esta técnica de manejo. O<br />
custo da poda é afetado, em especial, pela técnica adotada,<br />
pela quantidade de galhos a serem removidos e pela altura<br />
de aplicação da poda. Em geral é recomendado considerar<br />
a aplicação da poda somente em indivíduos que serão destinados<br />
à indústria de produtos de madeira sólida de alto<br />
valor, evitando podar os que serão destinados à madeira<br />
de processo. De qualquer forma, a poda ganha importância<br />
no caso de plantios de espécies que produzam madeira de<br />
valor mais alto, como é o caso da teca ou do mogno africano.<br />
Tanto a seleção de espécies e do material genético utilizados<br />
em plantios florestais, bem como as decisões relacionadas<br />
ao manejo (densidade dos plantios, poda e outras),<br />
devem ser baseadas em análises técnicas, econômicas e<br />
financeiras. Estas decisões dependem de uma grande gama<br />
de variáveis e, portanto, é necessário o envolvimento de<br />
profissional com conhecimento e experiência.<br />
A poda ganha importância no caso de plantios de espécies que<br />
produzam madeira de valor mais alto, como é o caso da teca<br />
ou do mogno africano<br />
16<br />
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AUMENTE A SUA PRODUTIVIDADE COM AS<br />
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Há mais de 40 anos as GARRAS DE CARREGAMENTO da ROTOBEC tem sido<br />
apreciadas no segmento florestal por sua NOTÁVEL CONFIABILIDADE.<br />
Elas proporcionam uma maior abertura das mandíbulas do que os<br />
equipamentos da concorrência, agarrando e rolando as toras para o seu<br />
interior sem a necessidade de se abaixar a lança da máquina sobre a pilha.<br />
Com a imbatível Garantia ROTOBEC de 3.000 horas, as GARRAS DE<br />
CARREGAMENTO da ROTOBEC são o implemento ideal para aumentar a<br />
LUCRATIVIDADE das operações de carregamento no campo ou no pátio<br />
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NOTAS<br />
APLICATIVO<br />
PARA PONTO<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
A Duratex acaba de desenvolver uma solução que facilitará<br />
o dia a dia dos colaboradores da unidade <strong>Florestal</strong><br />
Botucatu (SP) que atuam no campo. A partir de agora,<br />
eles passam a registrar a entrada e a saída do trabalho<br />
por meio de um aplicativo instalado em smartphones<br />
fixados nos veículos, ônibus e vans que os levam até à<br />
floresta. Os aparelhos fazem a leitura do crachá de cada<br />
colaborador quando ele chega para trabalhar e no momento<br />
do retorno para casa. Com a nova tecnologia, os<br />
dados são transmitidos automaticamente para a área de<br />
RH (Recursos Humanos) e incluídos no sistema de gestão da Duratex. No passado, as informações dos funcionários eram<br />
consolidadas em um coletor portátil e descarregadas, manualmente, a cada 15 dias por um profissional da área de RH.<br />
ILPF ARMAZENA CO ²<br />
SIMILAR À MATA NATIVA<br />
Em apenas quatro anos agrícolas, a Ilpf (integração lavoura-pecuária-floresta) foi capaz de acumular quantidades de<br />
carbono no solo similares ao estoque de áreas de mata nativa em equilíbrio. O dado é resultado de uma pesquisa desenvolvida<br />
na Embrapa Agrossilvipastoril (MT) que monitorou<br />
três diferentes sistemas da modalidade: uma área com<br />
sistema agropastoril e duas com sistema agrossilvipastoril,<br />
a primeira com renques de árvores espaçados em 50 m<br />
(metros) e a outra em 15 m. Um dos fatores percebidos é<br />
que a presença de árvores no sistema produtivo contribui<br />
para aumentar o estoque de carbono. A interação dos<br />
componentes e o fato da árvore possuir raízes ainda mais<br />
profundas que as braquiárias complementam o aporte<br />
de matéria orgânica. Porém, a presença de árvores em<br />
espaçamento mais estreito, reduzindo a entrada de luz,<br />
provoca o menor acúmulo de matéria orgânica. “A sombra<br />
é interessante? Sim. Mas deve haver um equilíbrio entre<br />
o excesso de sombra e a ausência dela”, destaca Eduardo<br />
Matos, pesquisador.<br />
Foto: divulgação<br />
18<br />
www.referenciaflorestal.com.br
REFLORESTAR<br />
ÁREA EM<br />
MARIANA<br />
EXIGIRÁ MILHÕES<br />
Foto: divulgação<br />
Para reflorestar os 40 mil ha (hectares) de vegetação<br />
impactados pela tragédia de Mariana (MG) serão necessários<br />
até 20 milhões de mudas nativas, principalmente da Mata Atlântica. Essa é a estimativa inicial da Fundação Renova,<br />
criada pela mineradora Samarco para gerir as ações de reparação dos danos causados no episódio. Para atender a<br />
demanda, teve início um levantamento dos viveiros de mudas existentes ao longo da bacia do Rio Doce. A tragédia de<br />
Mariana ocorreu em 5 de novembro de 2015, quando o rompimento na barragem de Fundão, pertencente à Samarco,<br />
liberou no ambiente mais de 60 milhões de m³ (metros cúbicos) de rejeitos. Além de devastar a vegetação nativa, a lama<br />
poluiu a bacia do Rio Doce, destruiu comunidades e provocou a morte de 19 pessoas. O plano de restauração florestal<br />
prevê o plantio direto de 10 mil ha. Nos demais 30 mil ha, seria conduzida uma regeneração natural. O trabalho também<br />
abrangerá 5 mil nascentes, que receberão o plantio de árvores no entorno. A estimativa é que apenas a compra das<br />
mudas possa chegar a R$ 50 milhões.<br />
INCENTIVOS<br />
FISCAIS<br />
Foi aprovada pela Comissão de Meio Ambiente do Senado<br />
proposta que busca incentivar a exploração de florestas plantadas.<br />
O projeto (PLS 115/2015) concede estímulos fiscais à<br />
exploração de florestas fora das APPs (Áreas de Preservação<br />
Permanente) e RL (Reserva Legal) previstas no Código <strong>Florestal</strong>.<br />
O texto segue agora para a Comissão de Assuntos Econômicos,<br />
na qual receberá decisão terminativa. A proposta aprovada prevê<br />
a concessão de benefícios como a isenção do ITR (Imposto<br />
sobre a Propriedade Territorial Rural) equivalente ao quádruplo<br />
da área explorada, além de redução de taxas de juros e encargos<br />
em financiamentos voltados aos cultivos e deduções no imposto<br />
de renda, limitadas a 20% do valor devido ao ano.<br />
Foto: arquivo<br />
<strong>Maio</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
19
NOTAS<br />
VENDA<br />
SUSPENSA<br />
Foto: divulgação<br />
A Justiça paulista acatou um pedido do Ministério Público<br />
Estadual e concedeu liminar suspendendo o chamamento público<br />
de interessados na venda e concessão de 34 áreas do Instituto <strong>Florestal</strong>,<br />
como estações experimentais, florestas e hortos. A liminar<br />
também susta a aplicação de lei estadual (16.260/16) aprovada no<br />
ano passado que já autorizava a concessão para exploração comercial<br />
madeireira de alguns desses locais. O pedido feito por Marcos<br />
Stefani, promotor de Justiça do Meio Ambiente da Capital, defende<br />
que essas áreas, criadas essencialmente para fins de pesquisa e<br />
produção madeireira de pinus e eucalipto, em vez de vendidas,<br />
deveriam ser convertidas em vegetação nativa, em especial de<br />
cerrado, e transformadas em unidades de conservação. Em janeiro,<br />
alegando que muitas dessas 34 áreas já deixaram de ser produtivas e<br />
que os custos para mantê-las são muito altos, a Secretaria Estadual<br />
do Meio Ambiente lançou um chamamento para checar se haveria<br />
interessados em sua venda ou concessão.<br />
FINANCIAMENTO<br />
INÉDITO PARA<br />
SILVICULTURA<br />
A Suzano Papel e Celulose contará com recursos<br />
da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para<br />
investir em iniciativas de ganho de produtividade nas<br />
atividades florestais. O financiamento de R$ 21,2 milhões,<br />
já aprovado, será destinado a quatro grupos de<br />
projetos: plantio e irrigação automatizada, destoca e<br />
automatização do combate de plantas invasoras. Esta<br />
é a primeira vez que a companhia obtém recursos do<br />
Finep para investimentos na área de silvicultura. Esses<br />
projetos estão inseridos no programa de Competitividade Estrutural da Silvicultura, iniciado há mais de dois anos dentro<br />
da Suzano. Trata-se de um conjunto de iniciativas para ampliar a eficiência no aproveitamento da água para irrigação e na<br />
aplicação de herbicidas. Entre elas está o desenvolvimento de plantadoras e outros equipamentos automatizados, uma<br />
parceria envolvendo a Suzano e fabricantes de máquinas nacionais e estrangeiros. Também inclui a adoção de novas tecnologias<br />
para a retirada do toco que permitirá o aproveitamento dos resíduos. O financiamento terá custo equiparável à<br />
Tjlp (Taxa de Juros de Longo Prazo), acrescida de 3% ao ano, com prazo total de dez anos, incluindo três anos de carência.<br />
Foto: Suzano<br />
20<br />
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NOTAS<br />
DINÂMICA DA<br />
FLORESTA<br />
AMAZÔNICA<br />
Foto: arquivo<br />
Pesquisadores do Instituto Mamirauá estão monitorando duas<br />
áreas de uma unidade de conservação no Amazonas, com o objetivo<br />
de avaliar a dinâmica florestal em ambientes com diferentes níveis<br />
de alagação. Em parceria, pesquisadores do Inpe ( Instituto Nacional<br />
de Pesquisas Espaciais) estão testando e validando os dados de um<br />
sensor de georreferenciamento para estimar a biomassa da floresta.<br />
“Com o monitoramento das parcelas permanentes, comparamos os<br />
ambientes de várzea alta e baixa para verificar se há diferenças na<br />
dinâmica e composição da estrutura florestal desses dois ambientes.<br />
Buscamos, também, entender quanto de carbono a floresta<br />
sequestra, se ela realmente estoca ou não e o quanto de biomassa lenhosa ela está produzindo”, comentou Tamara Felipim,<br />
do Grupo de Pesquisa de Ecologia <strong>Florestal</strong> do Instituto Mamirauá – que atua como uma unidade de pesquisa do Ministério<br />
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação.<br />
CLONE<br />
PIRATA<br />
A Veracel Celulose divulgou uma nota à imprensa para comunicar<br />
que um dos clones desenvolvidos pelo Programa de Melhoramento<br />
Genético, o VCC 975, foi plantado sem sua autorização e<br />
fora de suas propriedades e de seus parceiros florestais. A Veracel<br />
informa ainda que não fornecerá o certificado de origem do clone<br />
VCC 975, registrado sob número 22126 no Registro Nacional de<br />
Cultivares – RNC, em outubro de 2007, a pretendentes que não fazem<br />
parte do seu Programa Produtor <strong>Florestal</strong>. A empresa reforça<br />
que a multiplicação genética de qualquer material de propriedade<br />
da Veracel, de forma ilegal e sem o consentimento da empresa,<br />
viola o artigo 225, parágrafo 1º, II, da Constituição, e é passível<br />
inclusive de ação judicial.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
22<br />
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NOTAS<br />
COMBATE À<br />
VESPA-DA-MADEIRA<br />
A ACR (Associação Catarinense de Empresas Florestais) está<br />
disponibilizando aos produtores de pinus doses de nematoides<br />
(Deladenus siricidicola) para combate à Vespa-da-Madeira. A Sirex<br />
noctilio (nome científico da vespa) é uma praga exótica que chegou<br />
ao Brasil acidentalmente durante a década de 1980. Ela ataca exclusivamente<br />
plantios de pinus, depositando ovos nos troncos que, ao<br />
se transformarem em larvas, comprometem o desenvolvimento das<br />
árvores. Os alvos prediletos são plantios sem manejo. Copa amarelada<br />
e respingos de resina no tronco são indícios de infestação. Ao<br />
verificar qualquer sinal que indique a presença da vespa, o produtor<br />
deve comunicar à Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento<br />
Agrícola de Santa Catarina) ou à Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />
e Extensão Rural de Santa Catarina) mais próxima.<br />
Foto: Valterci Santos<br />
PLANO SAFRA<br />
PARA FLORESTAIS<br />
Previsto no Plano Safra 2015/2016, e novamente<br />
nas linhas apresentadas pelo governo federal este<br />
ano, o crédito para financiamento de custeio para<br />
tratos culturais, desbastes e condução de florestas<br />
plantadas ainda precisa ser regulamentado para garantir<br />
o acesso de pequenos e médios produtores.<br />
O pleito foi apresentado pela Apre (Associação Paranaense<br />
de Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) à Câmara<br />
Setorial de Florestas Plantadas do Ministério da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento, no início de abril, e a pauta foi acolhida. "Isso vai viabilizar que os pequenos e médios<br />
produtores executem as operações de desbaste, garantindo a produção de toras para uso em serrarias nos próximos 10<br />
anos. Como o preço da madeira fina atualmente se aproxima dos custos do desbaste, o produtor deixa de fazer essa etapa<br />
ou a adia, o que pode gerar um desabastecimento de toras grossas no futuro para a indústria de madeira", afirma o executivo<br />
da Apre. Hoje, cerca de 30% da produção florestal do Paraná vêm de pequenos e médios produtores.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
24<br />
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NOTAS<br />
FÓRUM DEBATE<br />
METAS GLOBAIS<br />
PARA SETOR<br />
FLORESTAL<br />
Foto: arquivo<br />
Expandir em 3% o crescimento de florestas em todo o<br />
mundo, o correspondente a uma área de 120 milhões de<br />
ha (hectares) é uma das principais metas da 12ª sessão do<br />
Fórum sobre Florestas da ONU (Organização das Nações<br />
Unidas), realizado em maio na sede da ONU, em Nova York.<br />
O evento analisou a implementação das metas globais das<br />
florestas e como alcançar os objetivos da agenda para o setor até 2030. O Fórum sobre Florestas tem como tarefa fornecer<br />
uma plataforma global de ações para o gerenciamento sustentável das matas, evitando degradação e desmatamento. Os<br />
seis objetivos globais para o setor contribuem para o avanço da Agenda 2030 da ONU e também para responder às Metas<br />
de Biodiversidade de Aichi (plano que busca estabelecer ações para deter a perda da biodiversidade planetária), aprovado<br />
durante a COP-10 (10ª Conferência da Convenção sobre Diversidade Biológica), realizada na província japonesa e ao próprio<br />
Acordo de Paris, de mudança climática.<br />
INDÚSTRIA PROCURA<br />
BRASILEIROS<br />
Desde setembro de 2015, uma série de missões<br />
de Matchmaking de Negócios, uma iniciativa da UE<br />
(União Europeia), está acontecendo no Brasil. O objetivo<br />
é aproximar empresas brasileiras, cujas atividades<br />
envolvem geração de carbono, aos 28 Estados membros<br />
da UE suas tecnologias e soluções para emissão<br />
de gases do efeito estufa. A Abaf (Associação Baiana<br />
de Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) e a ACR (Associação<br />
Catarinense de Empresas Florestais) foram convidadas para participar de uma reunião sobre Agricultura de Baixo Carbono<br />
na primeira semana de maio em Ribeirão Preto (SP). Integraram o encontro 15 empresas da União Europeia (de países como<br />
Romênia, Itália, França, Alemanha, Polônia, Eslovênia) e 20 brasileiras. O primeiro compromisso abordou o desenvolvimento<br />
de tecnologia para secagem de madeiras duras. O monitoramento para prevenção de incêndios foi outro tópico importante.<br />
Houve ainda prospecção de negócios e troca de contatos comerciais entre empresas nacionais de europeias.<br />
Foto: divulgação<br />
26<br />
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ALTA E BAIXA<br />
CONHEÇA O SETOR FLORESTAL<br />
A ACR (Associação Catarinense de Empresas Florestais) iniciou uma campanha de fortalecimento do setor<br />
florestal. Entre diversas ações, está programada a divulgação de pequenos filmes, com sessenta segundos<br />
de duração, que apresentam dados e informações sobre o tamanho do setor de base florestal e madeireira<br />
em Santa Catarina. O FlorestaSC também aborda a importância que a madeira e seus derivados<br />
têm para a população. O primeiro filme, lançado em abril, tem como apoiadores as associadas<br />
Komatsu, ArborGen, Timber Forest e Minusa Forest.<br />
ALTA<br />
MAIS MADEIRA NATIVA<br />
O governo do Amazonas está ampliando a assistência técnica florestal aos agricultores familiares com<br />
projetos voltados para a reposição florestal no cultivo de pau-rosa, mogno e espécies frutíferas, como<br />
o açaí. O trabalho segue as diretrizes da nova matriz econômica ambiental que propõe uma economia<br />
focada no desenvolvimento das potencialidades e riquezas locais com foco na piscicultura, fruticultura,<br />
fármacos, cosméticos, mineração e manejo florestal.<br />
FROUXIDÃO ACELERA DESMATAMENTO NA ÁFRICA<br />
Um estudo publicado na revista Environmental Research Letters, mostra que o aumento da demanda<br />
global por produtos como café, óleo de palma e chocolate faz com que os agricultores avancem sobre<br />
a floresta tropical na África. Apesar destes alimentos serem amplamente cultivados também em outras<br />
regiões, na África a legislação é menos restritiva. De acordo com os autores do estudo, todos os anos,<br />
aquele Continente perde cerca de 4 milhões de ha (hectares) de florestas. “O impacto sobre a bacia do<br />
Congo, o segundo maior país tropical do mundo, mostra que o dano é catastrófico para a população local."<br />
BAIXA<br />
COMO É?<br />
Com um texto bastante confuso, a agência de notícias da Câmara dos Deputados divulgou a<br />
realização da audiência pública solicitada pelo deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) para tratar<br />
dos impactos sociais e ambientais do setor de celulose e papel. Enquanto um trecho afirma: “o<br />
setor gera mais de 2 milhões de empregos, contribui com mais de US$ 20 bilhões para o PIB (Produto<br />
Interno Bruto), exporta mais de US$ 4 bilhões (8% do agronegócio) e contribui com US$ 3 bilhões<br />
em impostos, ao ano.” Outro descreve: “Nilto Tatto destaca que a produção de eucalipto é responsável<br />
por causar esgotamento das águas nas áreas de plantação e também de prejudicar a biodiversidade no<br />
local.”<br />
28<br />
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BIOMASSA<br />
BIOCOMBUSTÍVEIS<br />
FLORESTAIS<br />
A<br />
Comissão de Minas e Energia aprovou a criação de<br />
uma política nacional de biocombustíveis florestais.<br />
A medida está prevista no Projeto de Lei 1291/15,<br />
cujo objetivo é ampliar a participação desses combustíveis<br />
na matriz energética brasileira, além de promover o cultivo<br />
de florestas plantadas com potencial energético e a produção<br />
sustentável de biocombustíveis. “A humanidade tem se atentado<br />
para a importância do zelo com o meio ambiente, ao<br />
mesmo tempo em que verifica que a produção sem sustentabilidade<br />
certamente levará à escassez dos recursos naturais”,<br />
afirma o deputado Marcelo Álvaro Antônio (PR-MG), relator<br />
do projeto. A proposta considera biocombustíveis florestais<br />
os combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos produzidos a<br />
partir da biomassa florestal, como lenha e carvão vegetal.<br />
Foto: divulgação<br />
CANADÁ SUBSTITUI CARVÃO POR<br />
BIOMASSA FLORESTAL<br />
A<br />
província de Alberta, no Canadá, busca<br />
substituir suas usinas de queima de<br />
carvão para combustível de biomassa, e<br />
assim cumprir metas climáticas a um custo baixo,<br />
já aproveitando a infraestrutura de queima de<br />
carvão existente. O artigo desenvolvido por pesquisadores<br />
da Universidade de Victoria mostra<br />
que a produção de energia a partir de florestas<br />
energéticas é uma alternativa para diminuir a<br />
quantidade de combustível fóssil, além de consolidar<br />
o sistema em energia renovável. “A biomassa,<br />
que atualmente representa apenas 3% da<br />
geração de energia na província, poderia permitir<br />
que Alberta alimente a transição para a energia<br />
renovável, ao mesmo tempo em que oferece<br />
flexibilidade e capacidade firme para manter a<br />
confiabilidade do sistema”, descreve a pesquisa.<br />
Foto: divulgação<br />
30<br />
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FRASES<br />
Biocombustíveis<br />
florestais são<br />
fontes alternativas<br />
aos combustíveis<br />
fósseis,<br />
notadamente<br />
viáveis, eficazes e<br />
baratas, além de<br />
serem recursos<br />
energéticos<br />
renováveis de<br />
energia limpa<br />
Será fundamental para contribuir com o<br />
desenvolvimento sustentável do país, no momento<br />
em que o mundo combate as mudanças climáticas<br />
Elizabeth de Carvalhaes, que assume a presidência da Comissão de Meio Ambiente<br />
e Energia da CCI (Câmara de Comércio Internacional)<br />
Esse é o avanço que o Governo do Amazonas<br />
quer promover no setor florestal, um dos eixos<br />
fundamentais da nova Matriz Econômica Ambiental<br />
Guiliano Piotto Guimarães, chefe do departamento de gestão ambiental e<br />
territorial da Sema-AM (Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amazonas),<br />
sobre o início de concessão das florestas públicas no Estado<br />
Deputado Luiz Fernando Faria (PP-<br />
MG). O parlamentar quer ampliar<br />
o uso de biomassa florestal para a<br />
produção de energia no país<br />
Nós regulamentamos, o produtor fez o CAR<br />
(Cadastro Ambiental Rural) e já concordou que tem<br />
que preservar 50% de sua propriedade. E, agora,<br />
vem um projeto e pode modificar tudo?<br />
Secretário da Semagro do Mato Grosso do Sul (Secretaria de Estado de Meio<br />
Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime<br />
Verruck, questionando o Projeto de Lei 750, que tramita no Senado Federal e<br />
estabelece restrições de uso do Pantanal<br />
Nossa preocupação maior é o fluxo. Aí chegam<br />
lá 100 caminhões, será que eles vão ter gente<br />
suficiente para fazer a verificação?<br />
Foto: divulgação<br />
Presidente do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do<br />
Estado), Sigfrid Kirsch, sobre o controle do CIM (Certificados de Identificação<br />
de Madeira) para transporte interestadual de produtos florestais extraídos no<br />
território mato-grossense<br />
32<br />
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ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Jakob Hirsmark<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
14 de fevereiro de 1977, em Kristianstad (Suécia)<br />
February 14, 1977, Kristianstad (Sweden)<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Diretor de exposição da Elmia Wood<br />
Manager of Elmia Wood<br />
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />
Mestre em Ciências Florestais pela Universidade Sueca de Ciências em Agricultura<br />
MSc. Forests, Agricultural Sciences University of Sweden<br />
Tudo sobre máquinas<br />
All about machines<br />
O<br />
peradores competindo para ver quem é o mais habilidoso<br />
no comando de um forwarder, motosserra e<br />
até machados. Estes são alguns dos atrativos da Elmia<br />
Wood <strong>2017</strong>, um dos maiores eventos do setor florestal do mundo<br />
que acontece na cidade sueca de Jönköping. Conversamos com<br />
o diretor da feira, Jakob Hirsmark. Ele contou as novidades e os<br />
grandes avanços do evento para manter o nível internacional. As<br />
soluções tecnológicas se destacam em um enorme percurso que<br />
aumentou de tamanho em relação à edição anterior, realizada<br />
há quatro anos.<br />
P<br />
rofessional operators competing to see who is the<br />
most skilled in handing a forwarder, chainsaw or even<br />
an ax. These are some of the attractions of Elmia<br />
Wood <strong>2017</strong>, one of the biggest events for the Forest Sector in<br />
the world,which takes place in the Swedish town of Jönköping.<br />
We talkedto Jakob Hirsmark,Fair Manager. He gave us news<br />
about the event and the advances made to keep upits international<br />
interest. Technological solutions highlightthe path that<br />
has increased the size with respect to the previous fair, held<br />
four years ago.<br />
34<br />
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A Elmia Wood <strong>2017</strong> está cheia de novidades. Poderia falar um<br />
pouco sobre elas e por que foram necessárias?<br />
Este ano expandimos a feira com uma área completamente nova,<br />
a oeste da feira original. Esta área, chamada de Carregamento e<br />
Transporte, trata da logística no trajeto da floresta para a indústria.<br />
Construção e manutenção de estradas florestais, transporte<br />
e manipulação de biomassa florestal são os segmentos enfocados.<br />
Acrescentamos esta área devido ao interesse dos visitantes<br />
no último evento. Cerca de 10% dos visitantes da última Elmia<br />
Wood estavam interessados nestes segmentos, e hoje temos 70<br />
expositores que fornecem produtos e serviços para este setor.<br />
Poderia nos contar um pouco sobre a história da Elmia até<br />
chegar ao mega evento de hoje?<br />
Elmia começou em 1958 como uma feira agrícola ao ar livre.<br />
Desenvolveu-se e, em 1970, foi dividida em duas feiras diferentes;<br />
uma feira agrícola e outra florestal. Em 1975, a feira, que era<br />
estática, foi transferida para dentro da floresta, naquela época<br />
com 26 expositores e 4.500 visitantes. Cresceu rapidamente e<br />
em 1997 chegou a quase 500 expositores e 50 mill visitantes.<br />
Este ano, quebramos o recorde e já registramos mais de 550<br />
expositores de 28 países. Posso garantir que haverá muitas<br />
novidades, não se trata da mesma feira de quatro anos atrás, já<br />
que 190 expositores são novos. Também houve investimentos<br />
em novas áreas, quatro novos restaurantes, logística melhorada<br />
e uma entrada completamente diferente. A tenda principal do<br />
evento, construída em forma de cúpula, também é nova.<br />
Algumas feiras ao redor do mundo estão perdendo visitantes.<br />
Como você observa Elmia Wood neste contexto?<br />
O setor florestal mundial está aumentando em eficiência continuamente,<br />
por isso menos pessoas fazem o mesmo trabalho<br />
a cada ano. Isto significa que o universo total de pessoas que<br />
podemos atrair diminui toda vez que começamos uma nova<br />
feira. Elmia Wood não é exceção, mas sendo a maior feira<br />
florestal do mundo e líder no segmento, ela tem conseguido<br />
manter o número de visitantes em cerca de 50 mil nas últimas<br />
duas décadas.<br />
O que é o foco da Elmia Wood, hoje? Como ser diferente dos<br />
outros?<br />
Este ano destacamos o aspecto internacional da Elmia Wood. Ela<br />
é a mais global de todas as feiras de negócios florestais, com expositores<br />
de cinco continentes e visitantes de seis. É o local onde<br />
Elmia Wood <strong>2017</strong> has some innovations. Could you talk about<br />
them and why they had to be done?<br />
This year we have expanded with a completely new area, to the<br />
west of the original trade fair. This area, called Load & Transport,<br />
is about the logistics from the forest to the industry. Construction<br />
and maintenance of forest roads, transportation and handling<br />
of woody biomass are segments here. We added this area due<br />
to visitor interests in the latest event. About 10% of the visitors<br />
at the last Elmia Wood were most interested in these segments,<br />
and today we have 70 exhibitors who provide services and products<br />
for them.<br />
Could you tell us the timeline of Elmia (how it started, how<br />
many visitors, exhibitors, local...) until today?<br />
Elmia started in 1958 as an agricultural outdoor fair. It developed,<br />
and in 1970, it was divided into two different fairs; one agricultural<br />
fair and one forestry fair. In 1975, the forestry fair was<br />
moved out into the forest, and by then it had 26 exhibitors and<br />
4500 visitors. It grew rapidly and in 1997 it reached almost 500<br />
exhibitors and 50 thousand visitors. This year, we are breaking<br />
the old record by having over 550 exhibitors from 28 countries.<br />
It is not the same fair as the last fair, since 190 of the exhibitors<br />
are new. There has also been investments in new areas, four new<br />
restaurants, some enhanced logistics and a completely different<br />
entrance. The event tent, built as a dome, is also a new feature.<br />
Some fairs around the world are losing visitors. How do you<br />
place Elmia Wood in this context?<br />
The global forestry sector is increasing its efficiency continuously,<br />
whereby less people do the same work from year to year. This<br />
means that the total population from which we attract visitors<br />
has decreased every time we start a new fair. Elmia Wood is no<br />
exception, here, but being the world’s leading forestry fair it has<br />
managed to keep its visiting numbers around 50 thousand the<br />
last two decades.<br />
What is the focus of Elmia Wood,today? How is it different<br />
from othertrade fairs?<br />
This year we emphasize the international aspect of Elmia Wood.<br />
This is the most global of all forestry trade fairs, with exhibitors<br />
from five continents and visitors from six. This is where all forestry<br />
machines and equipment for all types of terrain will be shown.<br />
The demonstrations are also something that stick out. We are<br />
increasing the demo areasfrom 110 thousand to 140 thousand<br />
"Este ano, quebramos o recorde e já registramos<br />
mais de 550 expositores de 28 países"<br />
<strong>Maio</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
35
ENTREVISTA<br />
serão mostradas todas as máquinas florestais e equipamentos<br />
para todos os tipos de terreno. As demonstrações também são<br />
um grande destaque. Estamos aumentando de 110 mil para 140<br />
mil m² (metros quadrados) a área de demonstração, na qual os<br />
expositores podem apresentar as máquinas em operação. No<br />
total, aguardamos a exibição de 120 máquinas. Carregamento<br />
e Transporte, Área do Drone e Caçada são três novas áreas. Nós<br />
também teremos muitos seminários interessantes na Barraca<br />
de Eventos.<br />
Quais são seus conselhos para os visitantes não perderem nada<br />
e como a organização se planejou para facilitar a visitação?<br />
Para aproveitar a feira ao máximo e não perder nada recomendo<br />
ficar dois dias. Existem muitas coisas para ver e pessoas para<br />
conhecer. Para o tornar mais fácil para o visitante, agrupamos<br />
agora os expositores de acordo com 10 categorias de produto.<br />
Isto torna o planejamento da visitação muito mais fácil do que<br />
antes. A visita pode ser antecipada por meio do nosso site, onde<br />
os visitantes escolhem os pontos do seu programa e expositores<br />
com produtos do seu interesse.<br />
Acha que os drones podem ser utilizados em outras atividades<br />
além de monitoramento da floresta, como plantar sementes<br />
ou mudas? Veremos isso na feira?<br />
Os drones podem ser usados para muitas aplicações interessantes.<br />
Animais selvagens podem ser contabilizados usando<br />
tecnologia IR Code, por exemplo. Na Suécia, houve testes para<br />
contar alces nos campos, usando um programa de computador<br />
que pode diferenciar os filhotes das mães. Sementes sendo<br />
espalhadas por drones parece muito interessante. Mas, meu<br />
palpite, é que o planejamento, provavelmente, vai dominar o<br />
uso de drones para o futuro próximo.<br />
Vamos falar sobre as competições, elas são muito legais! Quais<br />
são os eventos para este ano?<br />
Este ano temos quatro competições dentro Elmia Wood. A Copa<br />
do Mundo de Forwarder, na qual os operadores profissionais<br />
de forwarder de todo o mundo competem mano a mano. No<br />
Campeonato para madeireiros, a competição está no manuseio<br />
seguro e rápido da motosserra. Haverá também uma etapa do<br />
Stihl Timbersports, que é uma competição ao estilo lenhador<br />
no uso de machados e serras. Por último, está a Svenske Logginglandslaget,<br />
que reúne a equipe finlandesa no uso da motosserra<br />
em cinco categorias diferentes. Esta é uma nova na Elmia Wood.<br />
sqm, where the exhibitors show their machines in operation. In<br />
total, we are expecting120 machines to be displayed. Load &<br />
Transport, Drone Zone and Hunting are three new areas. We<br />
have also added lots of interesting seminars in the Event Tent.<br />
Brazilians visitors always expect to technologies and new processes<br />
that can be adapted to Brazil’s reality. What are the<br />
main highlights of this fairandyou could point them out?<br />
All of the larger forestry machine manufacturers have booked<br />
stands this year, aboutwhich we are very happy. Most of them<br />
will present news directly at the fair.<br />
What is your advice for the visitors not to miss a thing at the fair<br />
and how did the organization plan to make their visit easier?<br />
To make the most out of the show and not miss anything I recommend<br />
staying two days. There are lots of things to see and<br />
people to meet. To make it easier for the visitor, we have now<br />
grouped the exhibitors according to 10 categories in the product<br />
register. This makes planning the visit a lot easier than before.<br />
The visit can be planned in advance via our website, where visitors<br />
choose from program points and exhibitors with interesting<br />
products.<br />
Do you think the drones may have more uses, besides monitoring<br />
the forest, like planting seeds or seedlings? Will we see this<br />
at the fair?<br />
Drones can be used inlots of interesting applications. Wild animals<br />
can be counted using IR technology for instance. In Sweden,<br />
there have been tests to count moose from drones, using a<br />
computer program which can separate their calves from theroe.<br />
Seed spreading from drones sounds very interesting. But that<br />
planning purposes will probably dominate their use in the near<br />
future, is my guess.<br />
Let’s talk about the competitions, how cool is that! What are<br />
the events for this year?<br />
This year we have four competitions within Elmia Wood. The,<br />
where professional forwarder drivers from all over the world<br />
compete head to head. Champs of Logging, where safe and quick<br />
handling of a chain saw is the basis. Stihl Timbersports, which is<br />
a real lumberjack style competition for men with axes and saws.<br />
Svenske Logginglandslaget, who are meeting the Finnish team<br />
in chainsaw handling in five different ways. This is a new feature<br />
at Elmia Wood.<br />
"O setor florestal mundial está aumentando em eficiência<br />
continuamente, por isso menos pessoas fazem o mesmo<br />
trabalho a cada ano"<br />
36<br />
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CABEÇOTE HARVESTER DA MARCA, CUSTOMIZADO<br />
PARA DESBASTE QUE LEVA EM CONTA A REALIDADE<br />
DAS FLORESTAS BRASILEIRAS<br />
Fotos: TMO Forest<br />
H<br />
á cinco anos no mercado brasileiro, a fabricante<br />
de cabeçotes harvester da Finlândia Nisula definitivamente<br />
veste a camisa verde e amarela. O novo<br />
cabeçote 555H foi desenvolvido para atender as demandas<br />
das florestas brasileiras, que possuem maior porte e exigem<br />
muita potência e resistência dos implementos. Com apoio da<br />
representante exclusiva no país a TMO Forest, chega ao Brasil<br />
o novo cabeçote da marca, lançado mundialmente.<br />
“Nossa parceria começou em 2012”, aprendemos sobre<br />
o mercado brasileiro, necessidades e demandas. Agora lançamos<br />
este cabeçote que é ideal para primeiro, segundo e<br />
terceiro desbaste”, aponta Kalle Mattsson, diretor de Venda<br />
e Marketing da Nisula. A equipe formada pelos próprios fundadores<br />
da empresa visitou o Brasil ao longo deste período e<br />
notou que em várias regiões do país as escavadeiras com 14<br />
e 16 t (toneladas) são muito populares. “Por isso, queríamos<br />
fornecer um cabeçote leve e muito potente.” Após dois anos<br />
de pesquisa, testes e protótipos nasceu o Nisula 555H. O equipamento<br />
é leve, possui pouco mais 800 Kg (quilos), e é ainda<br />
mais potente que as versões anteriores.<br />
“A leveza e resistência do cabeçote são o principal trunfo”,<br />
destaca o diretor. Esta combinação se deve ao material<br />
utilizado na parte externa toda feita em Hardox, metal de<br />
alta resistência e muito mais leve que o tradicional. “Somos<br />
o único fabricante de cabeçotes que utiliza este material e<br />
possuímos certificação junto à Ssab (fornecedora mundial do<br />
NEWS FOR<br />
THE FOREST<br />
NISULA AND TMO FOREST ANNOUNCED THE<br />
555H, A NEW HARVESTER HEAD, CUSTOMIZED<br />
FOR THINNING, TAKING INTO ACCOUNT THE<br />
REALITY OF BRAZILIAN FORESTS<br />
I<br />
n the Brazilian market for five years, Nisula, the Finnish<br />
harvester head manufacturer, definitely wears a green and<br />
yellow shirt. The new 555H head was developed to meet<br />
the demands of the Brazilian forests that are large and where<br />
implements require a lot of power and resistance. With support<br />
from the exclusive representative in the Country, TMO Forest,<br />
the new Nisula brand head comes to Brazil, having been announced<br />
worldwide.<br />
“Our partnership began in 2012, where we learnt about Brazilian<br />
market needs and demands. Now we have announced this<br />
head that is ideal for first, second and third thinnings,” notes<br />
Kalle Mattsson, Director of Sales and Marketing for Nisula. A<br />
team formed, including the founders of the Company, visited<br />
Brazil and throughout their visit noted that in several Regions of<br />
the Country 14 and 16 t excavators were very popular. “For this<br />
reason, we chose to develop a lightweight and very powerful<br />
head.” After two years of research, testing and prototyping, the<br />
<strong>Maio</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
39
PRINCIPAL<br />
metal, com sede na Suécia)”, exalta Kalle. Por esta razão, o<br />
cabeçote com tanta potência pode ser instalado em máquinas<br />
base menores.<br />
O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, Esa Nisula, contabiliza<br />
as vantagens com o uso do Hardox. “Todas as chapas<br />
de aço usadas na fabricação do produto são confeccionadas<br />
com o material de alta tecnologia, o que significa que a durabilidade<br />
e força do equipamento dobram em relação aos<br />
cabeçotes produzidos com metal tradicional.”Para ele, é uma<br />
característica muito importante para que o implemento dê<br />
conta do trabalho na floresta por aqui. “Notamos que no Brasil<br />
a produção é muito alta, são derrubados e processados<br />
muitos metros cúbicos por hora”, avalia. Além disto, quando<br />
o cabeçote é acoplado a uma escavadeira, máquina que tem<br />
muita potência, precisa ser muito robusto para suportar a força<br />
hidráulica.<br />
PARA QUALQUER FLORESTA<br />
O novo modelo foi desenhado para operar com árvores de<br />
até 550mm (milímetros) de diâmetro. Por causa da potência e<br />
leveza, apesar do cabeçote ser desenvolvido para desbastes,<br />
ele trabalha muito bem no corte raso de florestas mais jovens.<br />
O equipamento pode ser utilizado para o abate de todas<br />
Nisula 555H was born. The equipment is lightweight, weighing<br />
just over 800 kg, and is even more powerful than previous versions.<br />
“The lightness and resistance of the head are its main asset,”<br />
says Sales and Marketing Director Kalle. This combination<br />
is due to the material used externally, all made in high resistance<br />
Hardox metal and much lighter than the traditional metal<br />
used. “We are the only head manufacturer that uses this material<br />
and possess SSAB certification (world metal supplier, based<br />
in Sweden),” exalts Director Kalle . For this reason, a head with<br />
so much power can be installed on smaller base machines.<br />
Esa Nisula, Director of Research and Development, accounts<br />
for these advantages being due to the use of Hardox.<br />
“All the steel sheets used in product manufacture are made with<br />
the high-tech material, which doubles durability and strength<br />
when compared to the heads produced using traditional metal.”<br />
For him, it is a very important feature for the implement to be<br />
able to work in the forests here. “We have noticed that in Brazil<br />
production rates are very high, many cubic meters of wood are<br />
felled and processed per hour,” he states. Furthermore, when<br />
the head is mounted on an excavator, a machine which has<br />
plenty of power, it needs to be very robust to withstand the hydraulic<br />
force.<br />
CABEÇOTE NISULA 555H FOI DESENHADO PARA OBTER<br />
ALTA PERFORMANCE EM DESBASTES NO BRASIL<br />
RAIO X<br />
O modelo 555H/C tem potência para o desbaste tardio e<br />
mesmo corte raso em floresta de menor porte. O peso total<br />
do equipamento varia entre 810 a 830 kg. Pode ser equipado<br />
com facas extras para facilitar o manuseio de árvores maiores<br />
ou bifurcadas. Pode ser equipado em escavadeiras de 14<br />
a 16 t.<br />
Principais Novidades: Caixa hidráulica com capacidade<br />
de fluído de óleo de 150 a 250 l/min (litros por minuto). Motor<br />
Parker com 19 cm³, tanque de óleo da corrente (peça que<br />
agora é substituível) está integrada à caixa do conjunto de<br />
corte. O cabeçote possui maior ângulo de tilt.<br />
RAIO X<br />
The 555H/C is a powerful harvester head for late thinning<br />
and even for the light final felling. The total weight is low, only<br />
810 to 830 kg. The harvester head may have extra knives that<br />
make easier handle forked trees. It can be attached in 14 to<br />
18 ton excavators.<br />
New features: Totally new hydraulic for 150 to 250 l/min<br />
oil flow. It has a Parker saw motor (19 cm³) with changeable<br />
chain oil tank integrated to saw box. The head has a wide angle<br />
at the tilt.<br />
40<br />
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FACA EXTRA PERMITE AGARRAR E SELECIONAR COM<br />
FACILIDADE ÁRVORES NO CHÃO, COMPONENTE IDEAL PARA<br />
TRABALHO COM ÁRVORES BIFURCADAS E TRAÇAMENTO<br />
as espécies. “O fato do implemento ser mais leve torna mais<br />
fácil e econômica a operação na floresta”, garante Esa.<br />
Os finlandeses notaram que nas operações de primeiro e<br />
segundo desbaste, nas áreas em que visitaram no Brasil, havia<br />
muita incidência de árvores bifurcadas. Por isto, desenvolveram<br />
um sistema para facilitar o trabalho do operador,<br />
principalmente no traçamento.“Temos um par de facas extra<br />
que torna muito fácil pegar as toras do chão. Normalmente,<br />
o operador não consegue realizar o traçamento no momento<br />
em que derruba a árvore quando ela é bifurcada como acontece<br />
com troncos retilíneos. É preciso soltar a árvore no chão<br />
e pegar uma ramificação, às vezes outra e só depois o tronco<br />
maior”, explica Kalle. “Imagine isto em 10 horas de trabalho,<br />
tem que fazer o movimento de soltar e pegar 500 vezes,<br />
em um só dia.” Devido ao acessório, o implemento se torna<br />
praticamente uma garra, o que torna a operação muito mais<br />
ágil.“As vantagens do recurso são ainda mais interessantes<br />
quando o cabeçote é utilizado para realizar somente o processamento<br />
na beira da estrada, prática que observamos muito<br />
na região de Santa Catarina”, completa.<br />
Outro ponto que vai agradar ao consumidor brasileiro é a<br />
customização do software do harvester. Entre as alternativas<br />
está a simplificação de opções e comandos. De acordo com os<br />
proprietários da Nisula, na Finlândia o número de sortimentos<br />
é muito maior que no Brasil, por exemplo. “Então, adaptamos<br />
o programa para que ficasse ainda mais simples de operar”,<br />
FOR EVERY FOREST<br />
The new model is designed to operate with trees of up to<br />
550 mm in diameter. Because of the power and lightness, despite<br />
the head being developed for thinning, it works well for<br />
clear-cutting in forests with younger trees. The equipment can<br />
be used for the felling of all species. “The fact that the implement<br />
is lighter, makes it easier and more economical to operate<br />
in the forest,” ensures Research and Development Director Esa.<br />
The Finns noted that in the first and second thinning operations,<br />
which they visited, there was a large incidence of forked<br />
trees. For this, they developed a system that facilitates the operator's<br />
work, especially as to the bucking of the felled tree. “We<br />
have a pair of extra knives that makes it very easy to lift the<br />
logs off the ground. Normally, the operator can’t perform bucking<br />
when a forked tree is felled as with rectilinear trunks. It becomes<br />
necessary to let the trunk drop to the ground and cut off<br />
a branch, sometimes another so that the trunk is longer,” says<br />
Sales and Marketing Director Kalle. “Imagine this, where in a<br />
10 hour work day, you have to carry out the dropping and picking<br />
up movement 500 times in one day.” Due to the accessory,<br />
the implement becomes practically a grapple, which makes the<br />
operation much more agile. “The advantages of this resource<br />
are even more interesting when the head is used to perform only<br />
the processing on the side of the road, we saw a lot of this in the<br />
Santa Catarina Region,” he completes.<br />
Another point which will please the Brazilian customer is<br />
<strong>Maio</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
41
PRINCIPAL<br />
EQUIPAMENTO TRABALHANDO EM DESBASTE<br />
TARDIO DE PINUS NA REGIÃO DE SANTA CATARINA<br />
detalha Kalle. “Algumas empresas colocam muitas informações<br />
que não são utilizadas pelo operador e tornam a interface<br />
confusa, por isso fizemos um setup com as características<br />
da operação no Brasil, mas que pode ser personalizado se o<br />
cliente quiser.”<br />
PRODUTIVIDADE PARA TODA VIDA<br />
Quando se pensa em produtividade os números: metros<br />
cúbicos e toneladas por hora logo surgem à mente. Porém,<br />
existe o tempo, um componente muito mais importante e<br />
mais complexo.“Produtividade não é somente o montante<br />
que se obtém em uma hora, mas na vida útil do implemento,<br />
este é um cálculo que deve ser feito”, pondera o diretor de<br />
Venda e Marketing. Este é um dos trunfos dos cabeçotes: a<br />
manutenção da performance por um longo período.<br />
Aliado ao componente mecânico, a fabricante faz questão<br />
de dizer que fornece o pacote completo: cabeçote, software<br />
e acompanhamento técnico, tanto no momento da entrega<br />
quanto na manutenção. “Nossa empresa começou em 1978,<br />
temos um bom conhecimento do assunto e sabemos o que o<br />
pessoal da área precisa porque fomos empreiteiros florestais,<br />
passamos pelas mesmas dificuldades e conhecemos o que é<br />
trabalhar na floresta”, ressalta. De acordo com ele, o objetivo<br />
desde o início foi fabricar equipamentos confiáveis, simples<br />
de operar e de fácil manutenção.<br />
O acompanhamento dos clientes brasileiros é realizado<br />
pela TMO Forest. Cabe à equipe comercializar e entregar o<br />
cabeçote, capacitar operadores, fornecer suporte de manutenção<br />
e de peças de reposição. “Quando a TMO entrega o<br />
equipamento, realiza um bom período de capacitação, que<br />
harvester software customization. Amongst the alternatives is<br />
option and command simplification. According to the Nisula<br />
owners, in Finland, the number of log assortments is much larger<br />
than in Brazil, for example. “So, we adapted the program so<br />
that it is even simpler to operate,” details Sales and Marketing<br />
Director Kalle. “Some companies display a lot of information on<br />
the control system that is not used by the operator and make the<br />
interface confusing, so we have a setup with the operation characteristics<br />
used in Brazil, but that can be customized, if wanted.”<br />
PRODUCTIVITY FOR LIFE<br />
When you think in productivity numbers: cubic meters and<br />
tons per hour soon come to mind. However, there is time, a<br />
much more important and complex component. “Productivity<br />
is not just the amount that gets done in 1 hour, but during the<br />
life of the equipment, this is a calculation that must be done,”<br />
ponders Sales and Marketing Director Kalle. This is one of the<br />
strengths of the heads: maintaining performance over a long<br />
period.<br />
Linked to the mechanical component, the manufacturer<br />
makes a point of saying that it provides the complete package:<br />
head, software and technical support, both at delivery and in<br />
maintenance. “Our Company began operating in 1978, and we<br />
have gained much knowledge as to the subject and know what<br />
the area personnel need, because we were forestry operators,<br />
have gone through the same difficulties and know what it's like<br />
to work in the forest,” he points out. According to him, the goal<br />
from the beginning was to manufacture reliable, simple to operate<br />
and easy to maintain equipment.<br />
The assistance to Brazilian customers is carried out by TMO<br />
42<br />
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leva de duas a quatro semanas. Isto é uma parte muito importante”,<br />
elogia Kalle.<br />
PARCERIA E NOVIDADES<br />
O início da parceria entre TMO Forest e Nisula aconteceu<br />
pelo interesse da empresa brasileira em completar a gama de<br />
soluções florestais com implementos voltados ao desbaste.<br />
“Eles oferecem cabeçotes de pequeno e médio porte que<br />
atendem exatamente às necessidades dos produtores do Brasil”,<br />
lembra Heuro Tortato, diretor comercial da TMO Forest.<br />
Outro ponto de convergência entre as duas companhias é que<br />
elas são empresas familiares. Os proprietários vão a campo e<br />
têm contato direto com o cliente.<br />
Este modelo de parceria explica a criação de um cabeçote<br />
finlandês pensado para o mercado brasileiro. “Eles nos escutaram<br />
bastante durante o desenvolvimento do Nisula 555H<br />
e visitaram operações de colheita na região”, lembra Heuro.<br />
Entre os incrementos estão a maior cilindrada do motor e o<br />
tamanho dos rolos.<br />
Recentemente, os quatro proprietários da Nisula acompanharam<br />
operações de clientes brasileiros. Além de Kalle e Esa,<br />
estiveram por aqui o CEO, Ali Nisula, e o diretor de produção,<br />
Sami Vähäsalo. “Foi ótimo conversar com eles e nos certificar<br />
que tudo está bem. Apesar de ser bem longe vir da Finlândia<br />
para o Brasil é algo que fazemos questão de fazer. Permanecer<br />
10 dias no Brasil uma vez por ano e ter este contato. É importante<br />
para o cliente saber que estamos presentes e damos<br />
suporte”, acredita Kalle.<br />
O NOVO MODELO DE CABEÇOTE FOI DESENHADO PARA<br />
OPERAR COM ÁRVORES DE ATÉ 550 MM DE DIÂMETRO<br />
Forest. It is up to them to market and deliver the head, train operators,<br />
provide maintenance support and spare parts. “When<br />
TMO delivers the equipment, it provides substantial customer<br />
training, which takes two to four weeks. This is a very important,”<br />
states Sales and Marketing Director Kalle.<br />
OPERAÇÃO DE DESBASTE EXIGE QUE O EQUIPAMENTO SEJA BEM<br />
DIMENSIONADO, EQUILIBRANDO PRODUTIVIDADE E ECONOMIA<br />
PARTNERSHIP AND NEWS<br />
The partnership between TMO Forest and Nisula happened<br />
due the Brazilian company's interest in completing the range of<br />
solutions it offered with implements aimed at thinning. “They<br />
offered small and mid-sized heads that exactly met the needs<br />
of producers in Brazil,” recalls Tortato Heuro, Director of Sales<br />
for TMO Forest. Another point of convergence between the two<br />
companies is that they are family businesses. The owners go out<br />
into the field and have direct contact with the customer.<br />
This partnership model explains the creation of a Finnish<br />
head geared to the Brazilian market. “They listened a lot during<br />
the development of the Nisula 555H and visited many harvest<br />
operations in the region,” recalls TMO Forest Director of Sales<br />
Heuro. Amongst the differences are a larger engine displacement<br />
and the size of the rollers.<br />
Recently, the four Nisula owners visited Brazilian customer<br />
operations., where in addition to Kalle and Esa, were CEO Ali<br />
Nisula, and Director of Production Sami Vähäsalo. “It was great<br />
to talk with them and we made sure everything was working<br />
well. Despite being far away, travelling from Finland to Brazil is<br />
something that we do. Staying 10 days in Brazil once a year and<br />
having this contact. It is important for the customer to know<br />
that we are present and we provide support,” believes Sales and<br />
Marketing Director Kalle.<br />
<strong>Maio</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
43
MANEJO FLORESTAL<br />
MANEJO É<br />
SUSTENTÁVEL<br />
PESQUISA COMPROVA OS BENEFÍCIOS PARA A<br />
FLORESTA QUE PASSA POR INTERVENÇÃO DA<br />
EXTRAÇÃO SELETIVA DE ÁRVORES<br />
44<br />
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U<br />
m trabalho que contou com 21 pesquisadores, dos<br />
quais 10 brasileiros, comprovou que o MFS (Manejo<br />
<strong>Florestal</strong> Sustentável) na floresta amazônica amplia<br />
a absorção de carbono da atmosfera. O estudo levou um ano<br />
para ser produzido, foram avaliados 133 sítios espalhados<br />
pela floresta Amazônica, que são acompanhados há mais de<br />
10 anos pelo Tmfo (sigla em inglês para Observatório de Florestas<br />
Tropicais Manejadas), totalizando 175 ha (hectares).<br />
De maneira geral, a pesquisa mostra que no equilíbrio<br />
entre a perda de carbono para atmosfera na retirada seletiva<br />
dos indivíduos e a absorção do gás pela floresta que se<br />
regenera, a retirada de CO2 da atmosfera é muito superior.<br />
Conforme apontado no trabalho, novas árvores e aquelas<br />
que permanecem no local crescem e preenchem os espaços<br />
deixados por aquelas que foram retiradas.<br />
O pesquisador Marcus Venicio Neve d´Oliveira, da Embrapa<br />
Acre, explica que o Tmfo é uma rede que envolve instituições<br />
e equipes de pesquisa da África, Ásia e América com<br />
o objetivo de realizar estudos de dinâmica de crescimento de<br />
florestas manejadas. São realizados workshops presenciais,<br />
nos quais os membros da rede discutem os objetivos e metodologias<br />
dos trabalhos a serem desenvolvidos e compartilham<br />
dados. “No caso desse estudo, a elaboração do artigo<br />
demorou em torno de um ano e contou com a participação<br />
de todos os sítios da rede na Amazônia com dez anos ou mais<br />
de monitoramento”, revela.<br />
De acordo com a pesquisa, a recuperação dos estoques<br />
de carbono foi bastante rápida após a exploração. Também<br />
foi observado que as regiões do planalto da Guiana com 21<br />
Mg C. ha-1 (miligramas de carbono por hectare ao ano) e<br />
Central da Amazônia cresceram mais rapidamente do que a<br />
Sul (12 Mg C. ha-1). “Esse efeito é ligado ao estresse ambien-
MANEJO FLORESTAL<br />
Estudo comprova que o MFS (Manejo <strong>Florestal</strong><br />
Sustentável) na floresta amazônica amplia a<br />
absorção de carbono da atmosfera<br />
tal promovido por estações secas mais longas nessa região”,<br />
explica Marcus Venicio.<br />
A redução dos estoques de carbono e a velocidade da recuperação<br />
da floresta dependem da quantidade de madeira<br />
retirada da floresta (que varia de menos de 10 a mais de 30<br />
m3. ha-1 (metros cúbicos por hectare), técnicas de extração,<br />
características da floresta e clima. “A grosso modo, após a exploração<br />
poderemos chegar a ter até uma captura de 3 Mg.<br />
ha-1. ano-1 com esse número tendendo a decrescer ao longo<br />
do tempo.”<br />
A explicação para isto é que, normalmente, florestas não<br />
manejadas e sem nenhuma outra forma de perturbação antrópica,<br />
como incêndios, estão na sua capacidade máxima de<br />
estoque de carbono. Flutuações locais de aumento ou diminuição<br />
desses estoques nesses ecossistemas podem acontecer<br />
em função da dinâmica natural da floresta, como a queda<br />
de grandes árvores, abrindo espaço para o ingresso de novas<br />
árvores e crescimento das remanescentes, mas ao longo do<br />
tempo essas flutuações tendem ser nulas. “Nas florestas manejadas,<br />
após o corte os estoques de carbono estão abaixo<br />
da capacidade de suporte da floresta, que tendem a experimentar<br />
um período de crescimento até a estabilização desses<br />
estoques em um nível semelhante ao da floresta original.”<br />
floresta pré-manejo e o impacto que as operações florestais<br />
causaram na estrutura da floresta. Ao longo do tempo foi medido<br />
o crescimento, mortalidade e ingresso de árvores.<br />
“O crescimento tende a ser mais rápido logo após o corte<br />
seletivo devido à diminuição da competição com o aumento<br />
da entrada de luz e disponibilidade de água e nutrientes”,<br />
detalha o pesquisador. Ao longo do tempo, com o fechamento<br />
das copas esse incremento tende a diminuir. O tempo de<br />
estabilização depende da intensidade do corte realizado na<br />
área, da estrutura da floresta original, dos métodos de extração<br />
utilizados e fatores climáticos. De maneira geral, em torno<br />
de cinco anos após a exploração, o ritmo de crescimento<br />
da floresta começa a cair.<br />
As extrações com impacto reduzido usadas como parâmetro<br />
foram realizadas por empresas durante suas atividades<br />
comuns de manejo, entidades ou uma específica para a<br />
pesquisa.<br />
O processo utilizado no estudo é o mesmo empregado<br />
pelas empresas que realizam o MFS. De acordo com o pesquisador,<br />
o modelo usado no Brasil é eficiente. “Isso vem sendo<br />
demonstrado por diversos estudos realizados especialmente<br />
nos Estados do Pará, Amazonas e Acre”, garante.<br />
CICLO IDEAL<br />
Existe um debate, às vezes fervoroso, sobre o número de<br />
anos que se deve esperar para intervir novamente em uma<br />
área manejada. Para o especialista, o tempo deve ser calculado<br />
em função da quantidade de madeira retirada da floresta,<br />
CONSTATAÇÃO<br />
Os estudos são feitos em PPs (parcelas permanentes),<br />
amostras da floresta que são remedidas ao longo do tempo.<br />
Em todos os sítios, a primeira medição foi feita antes da exploração<br />
para que os cientistas pudessem avaliar o estado da<br />
A remoção seletiva de árvores acelera o<br />
crescimento das remanescentes que ganham mais<br />
espaço e acesso à luz<br />
46<br />
www.referenciaflorestal.com.br
sítio, método de extração e clima. “Na Amazônia brasileira<br />
usamos como regra geral uma taxa de recuperação de 0.8<br />
m3. ha-1. ano como média de crescimento da floresta após o<br />
manejo”, explica Marcus Venicio. Adotando essa taxa de crescimento,<br />
em uma extração de hipotética de 20 m3 de madeira<br />
por ha, o ciclo seria de 25 anos. “Essa taxa é consistente e foi<br />
obtida em estudos de crescimento de florestas manejada na<br />
Amazônia, mas não é perfeita.”<br />
De acordo com o pesquisador, a grande vantagem do<br />
MFS é a manutenção da estrutura e biodiversidade da floresta.<br />
“Assim, além dos estoques de carbono, todos os outros<br />
serviços ambientais da floresta como: ciclagem de nutrientes,<br />
proteção do solo, proteção dos cursos e qualidade da<br />
água, distribuição das chuvas e clima são mantidos.”<br />
O manejo florestal (em alguns casos também o turismo) é<br />
a única atividade econômica na Amazônia que não tem como<br />
passo inicial a remoção dos ecossistemas originais. “Somente<br />
isso, sem dúvida é uma grande vantagem considerando a<br />
grande emissão de CO2 produzida pela substituição da floresta<br />
pelos modelos tradicionais de uso da terra agricultura e<br />
pecuária”, finaliza Marcus.<br />
Ciclo de 25 anos é o ideal para permitir a regeneração<br />
da área manejada, porém o método mais completo<br />
leva em conta fatores que permitem realizar o cálculo<br />
personalizado<br />
Equipamentos Florestais
TRANSPORTE<br />
Estrada<br />
sinuosa<br />
Fotos: divulgação<br />
PARA ENFRENTAR A<br />
INFRAESTRUTURA PRECÁRIA<br />
SEM COLOCAR VIDAS<br />
EM PERIGO, EMPRESAS<br />
QUE DEPENDEM DO<br />
TRANSPORTE RODOVIÁRIO<br />
DEVEM INVESTIR<br />
EM MANUTENÇÃO<br />
E CAPACITAÇÃO DE<br />
MOTORISTAS<br />
48<br />
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N<br />
o início do ano as chuvas intensas na região norte<br />
expuseram a fragilidade do modal rodoviário do<br />
Brasil. Mais de três mil caminhões permaneceram<br />
dias enfileirados na BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém<br />
(PA). A situação, que não se trata de um problema local, ilustrou<br />
as dificuldades do transporte de cargas no Brasil. Um<br />
aspecto legal torna a atividade ainda mais perigosa. Apesar<br />
da resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito)<br />
para ampliar a segurança de madeira em toras, não existem<br />
normas para todos os componentes do transporte e entre<br />
as estabelecidas, nem todas podem ser fiscalizadas por falta<br />
de equipamentos. Em caso de acidentes, a responsabilidade<br />
pode recair nos ombros de quem realiza a movimentação da<br />
carga.<br />
Em 2006, passou valer a Resolução do Contran n° 196, específica<br />
para o transporte de toras. A intenção da norma era<br />
conferir mais segurança na movimentação da matéria-prima<br />
pelas estradas. No ano seguinte, a Resolução sofreu algumas<br />
alterações. Esta foi a última vez que a diretriz, estabelecida há<br />
10 anos, foi atualizada.<br />
Nela constam que as toras, com comprimento superior a<br />
2,5 m (metros), devem ser transportadas no sentido longitudinal<br />
do veículo. Para evitar que a madeira caia das carrocerias<br />
durante o transporte, elas devem estar obrigatoriamente<br />
contidas por painéis dianteiro e traseiro, exceto para os veículos<br />
extensíveis, com toras acima de 8 m de comprimento, para<br />
os quais não serão necessários painéis traseiros. Os fueiros<br />
passaram a ser obrigatórios. Sendo necessárias duas escoras<br />
de cada lado, no mínimo, para cada tora ou pacote de toras.<br />
As madeiras brutas com comprimento igual ou inferior<br />
a 2,5 m devem ser transportadas no sentido longitudinal ou<br />
transversal sobre a carroçaria do veículo com fechamento lateral<br />
completo guardas laterais fechadas e guardas ou fueiros<br />
dianteiros e traseiros para evitar o deslocamento da carga.<br />
O uso de cabos de aço ou cintas de poliéster, também<br />
consta da Regulamentação e deve ser aplicado no transporte<br />
das toras independente do sentido que estejam dispostas.<br />
O sistema é o único que oferece parâmetro de referência,<br />
<strong>Maio</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
49
TRANSPORTE<br />
TUDO PARADO<br />
A BR-163, que liga Cuiabá, em Mato Grosso, a Santarém,<br />
no Pará, é uma das principais rotas para o transporte da<br />
produção de soja. A fila de caminhões começou a se formar<br />
depois das chuvas, no início de fevereiro. Mais de 3 mil caminhões<br />
ficaram parados por mais de 15 dias nos atoleiros em<br />
uma das principais rodovias da Região Norte.<br />
aponta o próprio Ministério das Cidades, responsável pelo<br />
Contran. Estes equipamentos de amarração devem ter capacidade<br />
mínima de ruptura à tração de 3.000 kgf (quilograma-<br />
-força) e precisam ser tensionados por sistema pneumático<br />
autoajustável ou catracas fixadas na carroçaria.<br />
Entramos em contato com o Ministério das Cidades para<br />
entender como seria possível realizar a fiscalização quanto ao<br />
tensionamento das cintas ou cabos. Por meio da assessoria de<br />
comunicação, o órgão revelou que é “praticamente impossível<br />
os agentes de trânsito possuírem equipamentos para realizar<br />
aferições de tensão nas estradas”.<br />
Outros itens possuem resoluções específicas. É o caso dos<br />
pneus, que devem atender a Resolução Contran nº 558/80, e<br />
dos implementos, que devem obedecer a Portaria Denatran<br />
nº 190/09. Além disto, os veículos adaptados ou alterados<br />
para o transporte de toras devem ser submetidos à inspeção<br />
de segurança veicular em Instituição Técnica Licenciada.<br />
De acordo com a Abnt (Associação Brasileira de Normas<br />
Técnicas), existem normas gerais relativas aos implementos<br />
rodoviários (Abnt/CB-039) e para pneus e aros (Abnt/CB-045).<br />
“Não temos normas específicas para fueiros”, aponta Rafael<br />
Antonio Sorrija, coordenador do Centro de Informação Tecnológica<br />
e para Negócios.<br />
Para estabelecer uma norma de desempenho sob o guarda-chuva<br />
da Abnt é preciso que o setor produtivo se una e<br />
estruture requisitos mínimos para o produto, que deverá ser<br />
respeitado por todos os fabricantes. O produto certificado se<br />
torna garantia de qualidade, segurança e ainda ajuda a afastar<br />
do mercado aventureiros e empresas desqualificadas.<br />
DE QUEM É A CULPA?<br />
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, 38% dos acidentes<br />
nas rodovias federais envolvem veículos pesados, apesar<br />
de representarem apenas 4% da frota nacional. Choques<br />
entre caminhões respondem por 32% dos acidentes e apenas<br />
18% envolvem veículos leves.<br />
Após a resolução<br />
do Conama os<br />
implementos<br />
usados para<br />
transportar madeira<br />
passaram possuir<br />
fueiros e painéis<br />
traseiros<br />
50<br />
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Quando um acidente que causa somente danos materiais<br />
acontece, a responsabilidade indenizatória, neste caso, será<br />
do motorista e da transportadora, de forma solidária. No caso<br />
de terceirização do transporte de madeiras, algo bastante comum,<br />
desde que haja contrato formal de prestação de serviços,<br />
a contratante não deverá ser responsabilizada. “Porém,<br />
se não houver a terceirização formal do serviço, a responsabilidade<br />
poderá se dar entre todos: motorista, proprietário do<br />
caminhão, transportadora e tomadora do serviço”, adverte o<br />
advogado Marcelo Oliveira.<br />
Quem sofre o acidente pode pedir ressarcimento dos<br />
danos materiais, que englobam lucros cessantes e danos<br />
emergentes, além de prejuízos morais. “Os lucros cessantes<br />
se referem aquilo que a vítima deixou de ganhar e os danos<br />
emergentes se referem aquilo que a vítima efetivamente perdeu,<br />
como danos ao veículo, despesas com medicamentos,<br />
hospitalares, funeral”, detalha Marcelo.<br />
Em caso de comprovada falha na fabricação ou instalação<br />
de qualquer equipamento utilizado para transporte, aquele<br />
que for responsabilizado pela indenização (empresa, transportadora,<br />
seguradora), poderá buscar o ressarcimento dos<br />
valores pagos à vitima, tanto do fabricante quanto do instalador.<br />
Infelizmente, boa parte das ocorrências envolvendo veículos<br />
de carga nas estradas resulta em mortes. A Ong SOS<br />
Estradas analisou mil acidentes rodoviários com vítimas fatais<br />
registrados pela imprensa entre os dias 1° de novembro de<br />
2015 e 11 de fevereiro de <strong>2017</strong>. A grande maioria dos acidentes<br />
envolveu caminhão e veículos de menor porte (708), ocasionando<br />
78 mortes. Porém, os casos que resultam em maior<br />
número de vítimas fatais envolvem somente caminhões. Apesar<br />
do número de colisões ser muito menor (292), elas ocasionaram<br />
353 mortes. Esta estatística inclui motoristas, ajudantes<br />
e familiares que acompanhavam o profissional na viagem.<br />
Nos acidentes que resultem em morte, seja por colisão<br />
ou atropelamento, haverá implicações criminais também, que<br />
podem recorrer sobre o motorista, empresa de transporte,<br />
contratante e até mesmo sobre o fabricante do implemento<br />
rodoviário. “Vai ser avaliado se o motorista cometeu uma<br />
imperícia, se houve negligência na manutenção do caminhão<br />
e de quem cabia a responsabilidade de autorizar a realização<br />
deste serviço ou se o produto não tinha qualidade para o esforço<br />
ao qual foi submetido”, detalha Danilo Rodrigues Alves,<br />
advogado criminal.
TRANSPORTE<br />
PIORES TRECHOS<br />
PERIGO NAS CURVAS<br />
Quem trafega pelas estradas constata que em muitos<br />
trechos pedageados houve melhorias, mas as rodovias brasileiras<br />
ainda apresentam perigo para os motoristas e encarecem<br />
o frete por causa das péssimas condições. De acordo<br />
com a 20ª edição da Pesquisa CNT (Confederação Nacional<br />
de Transportes) de Rodovias mostrou que, dos 103.259 km<br />
(quilômetros) analisados, 58,2% apresentam algum tipo de<br />
problema no estado geral. A pesquisa avalia as condições do<br />
pavimento, da sinalização e da geometria da via.<br />
De 2015 para 2016, houve aumento de 26,6% no número<br />
de pontos críticos (trechos com buracos grandes, quedas<br />
de barreiras, pontes caídas e erosões), passando de 327 para<br />
414. De acordo com a pesquisa, somente os problemas no<br />
pavimento geram um aumento médio de 24,9% no custo<br />
operacional do transporte. O impacto é considerável porque<br />
o modal rodoviário tem sido a principal alternativa para<br />
a movimentação de pessoas e bens no Brasil: na matriz de<br />
transporte de cargas, possui a maior participação (61,1%),<br />
seguido pelos modais ferroviário (20,7%),<br />
aquaviário (13,6%).<br />
A responsabilidade de implementar a política de infraestrutura<br />
do sistema federal de viação, compreendendo operação,<br />
manutenção, restauração ou reposição, adequação<br />
de capacidade e ampliação mediante construção de novas<br />
vias e terminais. De acordo com a assessoria do Dnit (Departamento<br />
Nacional de Infraestrutura de Transportes), o<br />
órgão possui um Plano Nacional de Manutenção Rodoviária<br />
para gestão da manutenção das rodovias federais. “O objetivo<br />
é otimizar os investimentos e programar as intervenções<br />
a serem executadas pela autarquia.” O orçamento destinado<br />
para a manutenção das rodovias engloba, além dos serviços<br />
de conservação e restauração, o BR-Legal (Programa<br />
Nacional de Segurança de Sinalização Rodoviária) e o Proarte<br />
(Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas).<br />
O montante reservado para estes investimentos para <strong>2017</strong><br />
é de R$ 4,55 bilhões.<br />
A maioria<br />
dos acidentes<br />
nas estradas<br />
envolve um<br />
ou mais<br />
caminhões<br />
52<br />
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RANKING DAS LIGAÇÕES RODOVIÁRIAS - 10 PIORES<br />
Posição Nome Rodovias Classificação<br />
109 a Novidade (TO) - Barreiras (BA)<br />
108 a Jataí (GO) - Piranhas (GO)<br />
107 a Marabá (PA) - Dom Eliseu (PA)<br />
106 a Rio Verde (GO) - Iporá (GO)<br />
São Vicente do Sul (RS) - Santana do<br />
105 a<br />
Livramento (RS)<br />
104 a Teresina (PI) - Barreiras (BA)<br />
103 a Brasília (DF) - Palmas (TO)<br />
102 a Marabá (PA) - Wanderlândia (TO)<br />
101 a Barracão (PR) - Cascavel (PR)<br />
100 a Belém (PA) - Guaraí (TO)<br />
BA-460, BA-460/BR-242,<br />
TO-040, TO-280<br />
BR-158<br />
BR-222<br />
GO-174<br />
BR-158, RS-241, RS-640<br />
BR-020, BR-135, BR-235,<br />
BR343, PI-140, PI-141/BR-<br />
324, PI-361<br />
BR-010, DF-345/BR-010, GO-118,<br />
GO-118/BR-010, TO-0,10, TO-<br />
0,50TO-0,50/BR-0,10, TO-342<br />
BR-153, BR-230, PA-153/BR-153<br />
BR-163, PR163/BR-163, PR-182/<br />
BR-163, PR-582/BR-163<br />
BR-222, PA150/PA-151, PA-252,<br />
PA-287, PA-447, PA-475, PA-483,<br />
TO-336<br />
Ruim<br />
Ruim<br />
Ruim<br />
Ruim<br />
Ruim<br />
Ruim<br />
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Regular<br />
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FEIRA<br />
54<br />
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É MUITA<br />
MÁQUINA<br />
NA<br />
FLORESTA!<br />
Fotos: divulgação<br />
ELMIA WOOD <strong>2017</strong>, QUE ACONTECE NO INÍCIO DE<br />
JUNHO NA SUÉCIA, PROMETE REPETIR O SUCESSO DA<br />
EDIÇÃO ANTERIOR, REALIZADA HÁ QUATRO ANOS<br />
<strong>Maio</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
55
FEIRA<br />
U<br />
m mar de profissionais do setor florestal vai invadir<br />
a pequena cidade sueca de Jönköping, nos<br />
dias 7 a 10 de junho. Eles estão atrás das novidades<br />
que serão mostradas durante a Elmia Wood <strong>2017</strong>,<br />
uma das maiores feiras mundiais para o setor, que acontece<br />
a cada quatro anos. Claro que a REFERÊNCIA FLORES-<br />
TAL vai acompanhar tudo de perto para trazer as últimas<br />
tendências mostradas por lá. Os organizadores revelaram<br />
algumas mudanças reservadas para o evento que nós<br />
adiantamos para você. A perspectiva é que os números<br />
da edição de 2013 se repitam, ou seja, 550 expositores e<br />
50 mil visitantes.<br />
A expectativa é alta e tem explicação. Muitas empresas<br />
esperam o evento da Suécia para mostrar as novidades<br />
que aguardaram quase quatro anos para serem desenvolvidas.<br />
Boa parte dos modelos apresentados pela primeira<br />
vez na Elmia Wood serão os mesmos exibidos em feiras<br />
mundo afora durante os próximos anos. Sem contar os<br />
Última edição<br />
atraiu 50 mil<br />
visitantes e 550<br />
expositores de<br />
diversas partes<br />
do mundo<br />
56<br />
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processamento<br />
de biomassa<br />
protótipos de máquinas, alguns bem estranhos, mas que<br />
chamam muito atenção. Também há espaço para equipamentos<br />
de silvicultura, corte manual e processamento de<br />
biomassa.<br />
Esta edição da feira traz algumas novidades. Serão três<br />
seções para atividades específicas na floresta. A maior delas<br />
focará no carregamento e transporte, abrangendo temas<br />
como: estradas, logística e movimentação de toras.<br />
“Expositores de renome planejam atrações especiais”,<br />
adianta Jakob Hirsmark, diretor de exposição.<br />
A segunda área inédita abre espaço para o uso de<br />
drones. Ela é resultado de uma cooperação com o Fórum<br />
UAS, que organiza a maior conferência nórdica de veículos<br />
aéreos não-bélicos. Os expositores são fabricantes dos<br />
equipamentos e prestadores de serviço. Diversas vezes<br />
por dia eles realizarão shows, demonstrações e palestras.<br />
Uma excelente oportunidade para acompanhar as diversas<br />
aplicações destes equipamentos, que vão muito além<br />
do monitoramento.<br />
Uma atividade bastante restrita no Brasil, a caça é o<br />
foco da terceira nova seção. O controle de animais selvagens,<br />
na Suécia e em diversos países, faz parte do manejo<br />
florestal. Por isto, os visitantes terão a oportunidade de<br />
conhecer armas, praticar tiro e participar de várias atividades,<br />
que incluem até mesmo preparo de pratos com<br />
carne de caça.<br />
Claro que o show mesmo fica para as demonstrações<br />
das máquinas florestais. Os grandes fabricantes mundiais<br />
já têm presença garantida e os menores também. Na Eu-<br />
58<br />
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opa e na América no Norte os pequenos empresários florestais<br />
são um vasto mercado. Para atender este nicho,<br />
companhias de menor porte desenham máquinas para<br />
colheita e transporte com tamanhos reduzidos, mais baratas,<br />
com menor consumo de combustível e manutenção,<br />
mas que atendem à demanda de produção destes silvicultores.<br />
Algo que começa a aparecer também no Brasil.<br />
Outra atração que movimenta o evento são as competições<br />
de harvester e forwarder. São testados habilidade,<br />
rapidez e precisão dos operadores. Também há espaço<br />
para o campeonato de motosserra e serra manual. Em<br />
diferentes modalidades, os profissionais são avaliados no<br />
traçamento de toras e no corte de árvores em altura.<br />
De acordo com a organização, a feira está dividida<br />
por temas mais bem definidos. A mudança foi feita para<br />
que os visitantes encontrem os expositores que procuram<br />
com mais agilidade. Isso também refletiu no catálogo do<br />
evento que está mais fácil de utilizar. “A reformulação foi<br />
necessária porque a Elmia Wood está crescendo e se não<br />
fizéssemos isto seria difícil de se localizar”, justificou. São<br />
recomendados pelos menos dois dias para visitar o evento.<br />
A programação da feira conta ainda com a realização<br />
de seminários, palestras e apresentação, tudo dentro da<br />
barraca de eventos. Entre os assuntos que serão abordados<br />
ao longo dos quatro dias estão: espécies invasoras,<br />
precisão florestal, cuidado na operação com madeira, sensoriamento<br />
remoto e saltos tecnológicos para o futuro.<br />
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nível de produtividade do setor florestal exige controle<br />
total e detalhado do que acontece na colheita<br />
e no transporte da madeira. Para os tomadores de<br />
decisão, uma planilha de Excel com números de metro cúbico<br />
e gasto de combustível não é suficiente.<br />
O custo destas operações tem impacto significativo ao final<br />
da cadeia do negócio. Por isso, é imprescindível saber o<br />
que se passa durante todo o processo. A única maneira de<br />
obter tantos dados e com a precisão exigida é utilizar uma solução<br />
verdadeiramente inovadora que gerencie toda frota em<br />
tempo real.<br />
A operação de colheita e movimentação de madeira envolve<br />
máquinas, operadores, mecânicos, peças de reposição,<br />
combustível, paradas operacionais e de manutenção além de<br />
muitos outros detalhes. Tudo isto tem um custo considerável<br />
envolvido e não ter métricas para todas as ações pode gerar<br />
erros nas mesmas proporções impactando na viabilidade da<br />
operação. “Investe-se muito dinheiro em máquinas de alta<br />
tecnologia, treinamento de operadores e supervisores. Porém,<br />
nem sempre as informações operacionais são confiáveis”,<br />
aponta Gerson Leick, gerente florestal da Agroflorestal<br />
Campo Alto, empresa com sede em Santa Cecília (SC).<br />
Para não correr o risco de perder informações cruciais<br />
para gerir o que acontece na floresta, Gerson passou a utilizar<br />
o TimberFleet. “O sistema que é acessado via web proporciona<br />
a leitura em tempo real de operação, pois monitora os movimentos<br />
da máquina base e implemento, não se limitando<br />
em medir apenas o tempo de motor ligado”, destaca Jober C.<br />
Fonseca, gerente geral da Timber Forest. “Outra parte da solução<br />
permite também a criação customizada de apontamentos<br />
eletrônicos, que são formulários para o registro de todas as<br />
ações operacionais e de manutenções, que trazem informações<br />
sobre o dia, semana e mês de cada máquina; temos a<br />
linha do tempo das máquinas e operadores obedecendo obrigatoriamente<br />
uma ordem cronológica dos eventos”, salienta<br />
Jober. O TimberFleet gera relatórios e gráficos em tempo real<br />
e de forma online. “Como o sistema utiliza a comunicação satelital,<br />
ele oferece 100% de cobertura global, ou seja, transmite<br />
os dados de qualquer lugar do mundo sem limitação de<br />
horários, locais com sombra ou dados corrompidos como as<br />
transmissões híbridas. Independentementede onde a máqui-<br />
na estiver, o gestor tem um canal de comunicação com ela e<br />
com o operador, o tempo todo”<br />
A Agroflorestal está utilizando a solução há três meses.<br />
“Ainda estamos na fase de aprendizado, conhecendo todos<br />
os recursos disponíveis. Mas é um sistema que revoluciona o<br />
monitoramento de máquinas, pois mede todos os dados em<br />
tempo real”, avalia o gerente da Agroflorestal Campo Alto.<br />
Com as informações em mãos é possível cortar gastos,<br />
mudar o comportamento de colaboradores e tornar a operação<br />
mais eficiente. “Sabe-se exatamente o que está acontecendo<br />
com a máquina e os operadores se conscientizam<br />
de estarem sendo monitorados em tempo integral”, comenta<br />
Gerson.<br />
O gerente de Operações Florestais da Celulose Riograndense,<br />
José Luiz Bazzo, também passou a utilizar o Timber-<br />
Fleet, depois que seus prestadores de serviço aderiram ao<br />
programa. “Para nós, como usuários, o grande diferencial é a<br />
disponibilidade da informação a qualquer momento, uma vez<br />
que a transmissão de dados acontece através de satélites privados”,<br />
destaca. Ele ressaltaque o sistema é simples de operar,<br />
o que facilita a visualização dos dados. “Os gestores podem<br />
planejar e controlar melhor as operações, seja em relação à<br />
produtividade e operacionalidade ou localização dos equipamentos”,<br />
completa.<br />
Foi com o intuito de agilizar as informações vindas do campo<br />
que Celestino Munari, diretor administrativo da <strong>Florestal</strong><br />
Barra, decidiu implementar o sistema na frota de harvesters e<br />
forwarders da empresa sendo pioneiro na região. “Queríamos<br />
uma tecnologia com a qual poderíamos monitorar as operações<br />
e equipamentos em tempo real, com dados atualizados,<br />
com precisão e confiabilidade”, explica.<br />
Ele conta que depois que passou a utilizar o Timber Fleet,<br />
eliminou os apontamentos feitos manualmente no campo.<br />
“Com o sistema e as informações enviadas de forma online,<br />
facilitou o trabalho dos operadores e mecânicos em enviar as<br />
informações, que chegam instantaneamente, proporcionando<br />
rapidez e agilidade na tomada de decisões.”<br />
<strong>Maio</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
61
ESPECIAL<br />
AGORA É LEI<br />
Fotos: divulgação<br />
TERCEIRIZAÇÃO<br />
SAI DA GAVETA,<br />
AGORA EMPRESAS<br />
E TRABALHADORES<br />
TÊM REGRAS<br />
CLARAS PARA SE<br />
PAUTAR<br />
62<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Câmara dos deputados aprovou o projeto<br />
por 231 votos a 188<br />
D<br />
epois de anos de debate e regulações somente<br />
por meio de jurisprudência, finalmente foi sancionada<br />
pela Presidência da República a lei que<br />
oficializa a terceirização da mão-de-obra. A prática era<br />
amplamente utilizada pela indústria e muito comum nos<br />
processos de silvicultura, colheita e transporte florestal.<br />
As entidades empresariais aprovaram a homologação do<br />
projeto que confere segurança jurídica à atividade e deve<br />
gerar mais empregos.<br />
De acordo com dados da CNI (Confederação Nacional<br />
da Indústria), 63% das indústrias recorreram à terceirização<br />
nos últimos três anos. Isto mostra a importância da<br />
prestação de serviços dentro das empresas, ainda antes<br />
da aprovação da regulação específica. “O principal avanço<br />
é o fim da dicotomia entre as chamadas atividades meio<br />
e atividades fim, um conceito aplicado apenas no Brasil<br />
e que, por ser abstrato, abria espaço para interpretações<br />
subjetivas e conflitantes”, avalia Sylvia Lorena, gerente-<br />
-executiva de Relações do Trabalho da CNI.<br />
Ao contrário do que argumentam críticos da lei, para<br />
a executiva, o projeto sancionado pelo Presidente Michel<br />
Temer facilita a vida das empresas e protege o trabalhador.<br />
“A lei aprovada amplia a rede de proteção ao terceirizado,<br />
obrigando a contratante a, por exemplo, assegurar<br />
as condições adequadas de SST (Saúde e Segurança no<br />
Trabalho) para terceirizados que exerçam atividades dentro<br />
de suas dependências.”<br />
EXPERTISE<br />
É difícil imaginar que empresas do setor florestal mantenham<br />
a competitividade sem o apoio das prestadoras de<br />
serviço. Até porque a expertise da maioria das indústrias<br />
<strong>Maio</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
63
ESPECIAL<br />
está voltada para a fabricação do produto, como papel,<br />
celulose e painéis de madeira. A energia destas companhias,<br />
normalmente, está voltada para o parque industrial,<br />
o que abre espaço para as terceirizadas, especialistas<br />
nas respectivas áreas de atuação, realizem as atividades<br />
de transporte, colheita e plantio.<br />
“O principal ponto da lei para as indústrias de árvores<br />
plantadas é a liberação da terceirização inclusive das<br />
atividades-fim das empresas, possibilitando a contratação<br />
de empresas especializadas para determinados serviços,<br />
uma vez que o setor é formado, na essência, por empresas<br />
que agrupam distintas fases do processo de produção,<br />
desde o desenvolvimento de mudas até os produtos industrializados”,<br />
destaca Elizabeth de Carvalhaes, presidente<br />
executiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) e a<br />
atual presidente do Icfpa (International Council of Forest<br />
and Paper Associations) - conselho que reúne as associações<br />
mundiais do setor florestal.<br />
De acordo com ela, com esta alteração, as empresas<br />
poderão estruturar estratégias com mais eficiência, ter-<br />
“O PRINCIPAL AVANÇO É O<br />
FIM DA DICOTOMIA ENTRE AS<br />
CHAMADAS ATIVIDADES MEIO E<br />
ATIVIDADES FIM, UM CONCEITO<br />
APLICADO APENAS NO BRASIL E<br />
QUE, POR SER ABSTRATO, ABRIA<br />
ESPAÇO PARA INTERPRETAÇÕES<br />
SUBJETIVAS E CONFLITANTES”<br />
SYLVIA LORENA,<br />
GERENTE-EXECUTIVA DE RELAÇÕES DO<br />
TRABALHO DA CNI<br />
Bastante comum, a terceirização<br />
na colheita florestal agora possui<br />
segurança jurídica<br />
64<br />
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ceirizando serviços que terão melhor rentabilidade e retorno<br />
se realizados fora da empresa. Além de aumentar a<br />
competitividade empresarial, principalmente no cenário<br />
externo, esta novidade na legislação poderá impulsionar a<br />
geração de empregos no mercado interno.<br />
A executiva também concorda que as regras da terceirização<br />
permitirão que as decisões judiciais estejam baseadas<br />
em itens previstos na legislação trabalhista, minimizando<br />
as interpretações que geram conclusões distintas e<br />
gerando mais segurança tanto para o empregador quanto<br />
para o empregado.<br />
“Porém, vale lembrar que a terceirização é apenas um<br />
dos itens da reforma trabalhista. A modernização da relação<br />
capital–trabalho e a reforma trabalhista PL6787/16,<br />
enviada pelo governo ao congresso em dezembro de<br />
2016, por exemplo, precisam ser discutidas com urgência”,<br />
adverte.<br />
Agora todas as<br />
atividades podem<br />
ser terceirizadas<br />
A solução completa em peças e implementos para sua operação florestal
ARTIGO<br />
CRESCIMENTO E<br />
FITOEXTRAÇÃO EM<br />
ESPÉCIES FLORESTAIS<br />
APÓS ADIÇÃO DE<br />
LODO DE CURTUME<br />
NO SUBSTRATO<br />
Fotos: divulgação<br />
E<br />
ste trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento<br />
das mudas de espécies florestais após a adição do lodo<br />
de curtume como componente de substrato comercial,<br />
na produção de quatro espécies nativas: angico vermelho<br />
(Anadenanthera colubrina), angico branco (Anadenanthera<br />
macrocarpa), aroeira salsa (Schinus mole), mutambo (Guanzuma<br />
ulmifolia) e uma exótica: eucalipto (Eucalyptus urophylla)<br />
como também avaliar a fitoextração de nutrientes e de cromo<br />
do substrato. Foram avaliadas cinco doses: 5, 10, 15, 20 e 25%<br />
de lodo curtume na composição do substrato comercial a base<br />
de casca de pinus. Após a semeadura no substrato acondicionado<br />
em tubetes, de acordo com cada tratamento, foi acompanhado<br />
o desenvolvimento das mudas, durante 120 dias, com<br />
avaliações de diâmetro de colo e de produção de biomassa no<br />
sistema radicular e parte aérea das nas plantas, como também<br />
foram avaliados os teores de macro e micronutrientes, acúmulo<br />
de cromo no tecido foliar e teor final de cromo no substrato.<br />
As espécies de aroeira salsa, eucalipto e mutambo responderam<br />
positivamente à adição de até 25% de lodo de curtume<br />
no substrato. Sendo que a aroeira salsa apresentou a maior<br />
capacidade de absorção de cromo na parte aérea e também se<br />
destacou como a espécie de melhor crescimento em resposta<br />
a adição do lodo no substrato. O teor de cromo no substrato foi<br />
reduzido após o crescimento das mudas, sendo menor quando<br />
se produziu o eucalipto.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O lodo é um resíduo sólido produzido após o tratamento<br />
de águas residuárias que podem ter origem agroindustrial ou<br />
urbana. O aumento da urbanização e industrialização tem resultado<br />
em aumento no volume de lodos produzidos em todo<br />
o mundo, por exemplo, a atividade industrial americana gera<br />
e dispõe aproximadamente 7,6 bilhões de t (toneladas) de resíduos<br />
sólidos industriais por ano (Santos 2010). Enquanto no<br />
Brasil, são gerados cerca de 97 milhões de t (Ipea 2012).<br />
Os curtumes são grandes produtores de lodo e sempre foram<br />
conhecidos como vilões do meio ambiente; conceito este<br />
que remonta do tempo em que não havia nenhum tratamento<br />
66<br />
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DANIELE MOZZINI SILVA<br />
ENGENHEIRA AMBIENTAL<br />
ADEMIR SERGIO FERREIRA DE ARAUJO<br />
PROFESSOR ASSOCIADO DA UFPI (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ)<br />
FABIO FERNANDO DE ARAUJO<br />
PROFESSOR DOUTOR PELA UNOESTE (UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA)<br />
O artigo completo com tabelas, gráficos, material e método pode<br />
ser acessado pelo endereço www.ipef.br/publicacoes/scientia
ARTIGO<br />
Aroeira salsa, eucalipto e mutambo responderam<br />
positivamente à adição de até 25% de lodo<br />
dos resíduos, sendo estes totalmente despejados em rios (Albuquerque,<br />
2010).<br />
O tratamento de resíduos líquidos gerados na atividade de<br />
curtimento dá origem a resíduos semi-sólidos, lodos, que normalmente,<br />
são dispostos de forma inadequada em áreas agrícolas<br />
(Aquino Neto; Camargo, 2000). Estes lodos são constituídos<br />
de materiais orgânicos de origem animal misturados com<br />
sais inorgânicos, e alguns desses componentes são nutrientes<br />
importantes para plantas e microrganismos. Entretanto, existem<br />
nesses lodos relativas quantidades de elementos químicos<br />
que podem ter efeitos negativos sobre a qualidade do solo e<br />
o crescimento das plantas (Araujo et al., 2011; Santos, 2010).<br />
A disposição de resíduos no solo é uma prática cada vez<br />
mais utilizada. Para a aplicação de lodos de curtumes em áreas<br />
agrícolas, adotou-se a premissa de que, desde que atendidos<br />
critérios que garantam a minimização de riscos de poluição, tal<br />
prática deve proporcionar benefício agrícola para a cultura e/<br />
ou melhoria na utilização da área (Cetesb, 1999).<br />
Os substratos agrícolas para produção de mudas podem<br />
ser definidos como materiais adequados para providenciar a<br />
retenção das quantidades suficientes de água e de nutrientes,<br />
além de manter o pH compatível e de garantir adequada condutividade<br />
elétrica (Trigueiro et al., 2003), com função de suportar<br />
o sistema radicular das mudas em crescimento (Silva et<br />
al, 2011). Na composição do substrato, a fonte orgânica é responsável<br />
pela retenção da umidade e liberação dos nutrientes<br />
que serão absorvidos pelas plantas.<br />
A utilização do lodo como substrato para mudas deve ser<br />
feito de forma criteriosa, afim de não aumentarem os riscos<br />
de contaminações dos solos e das matas ciliares ou aquíferos<br />
subterrâneos. Faz-se necessário que a aplicação do lodo em<br />
plantios florestais seja feita em concernência com à legislação<br />
vigente, por técnico habilitado, pois a presença de metais pesados<br />
e/ou organismos patogênicos no lodo acima dos teores<br />
permitidos impossibilita sua utilização em plantios florestais.<br />
Os danos ambientais causados pela aplicação indiscriminada<br />
do lodo podem ser sérios, causando bioacumulação, com reflexos<br />
na cadeia trófica (Siqueira, 2010).<br />
Estudos sobre a viabilidade da utilização do lodo na produção<br />
de mudas têm avançado conforme aumenta a demanda<br />
de substrato de qualidade e também aumenta a oferta de lodo<br />
tratado com necessidade de uma destinação final adequada<br />
(Siqueira, 2010). A produção de mudas florestais também<br />
pode ser uma forma de utilização racional de lodo do caleiro,<br />
proveniente do processo primário de curtimento de couro. No<br />
entanto, a adição desse resíduo requer estabelecimento de dosagens<br />
limitadas que podem ser utilizadas, que poderá variar<br />
conforme as exigências nutricionais das espécies florestais e<br />
sua resistência aos teores dos elementos químicos fitotóxicos<br />
(Franczak et al., 2008).<br />
A partir da necessidade de se estudar o do uso do lodo<br />
de curtume na composição do substrato, este trabalho teve<br />
como objetivos avaliar o efeito da adição de lodo de curtume<br />
ao substrato comercial no crescimento de mudas de quatro<br />
espécies florestais nativas: aroeira salsa, mutambo, angico vermelho<br />
e angico branco e uma exótica, eucalipto, bem como<br />
avaliar a fitoextração de nutrientes e de cromo do substrato.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
A adição do lodo de curtume ao substrato conferiu ganhos<br />
crescentes na concentração de cálcio, cobre e manganês, mas<br />
não conferiu aumentos consideráveis de nitrogênio e fósforo,<br />
nutrientes importantes e de grandes demandas para crescimento<br />
de mudas.<br />
A produção de biomassa pelas mudas dos angicos branco e<br />
vermelho, tanto na parte aérea quanto no sistema radicular fo-<br />
68<br />
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ram reduzidas com o aumento da proporção de lodo de curtume<br />
no substrato. Por outro lado, as mudas de mutambo apresentaram<br />
aumentos em massa de raízes e de parte aérea, com<br />
os ajustes quadráticos mais significativos (p
ARTIGO<br />
proteína foliar quando cresceu em solo acrescido com doses<br />
de lodo de curtume.<br />
Ocorreram poucos ajustes significativos para acúmulo de<br />
macronutrientes nas diferentes espécies avaliadas, destacando-se<br />
apenas o acúmulo de fósforo e potássio em algumas<br />
espécies. O acúmulo de fósforo (P) no tecido foliar das cinco<br />
espécies aumentou nas espécies de aroeira e mutambo, com<br />
ajuste linear. Entretanto, verificou-se redução no acúmulo de<br />
fósforo mesmo com aumentos a dose de lodo no substrato,<br />
nos angicos. Isto pode ser explicado, em parte, pelo maior<br />
crescimento das plantas nestes tratamentos e em consequência<br />
da maior absorção de P provocando o chamado “efeito<br />
de diluição” do elemento químico na planta (Malavolta, et<br />
al., 1997). O lodo de curtume tem sido apresentado como um<br />
resíduo pobre em fósforo e geralmente conduz a deficiências<br />
nos teores foliares desse elemento na planta, em estudos de<br />
avaliação nutricional após a disposição desse resíduo no solo<br />
(Gamba, 2012). Com relação ao potássio pode ser destacado o<br />
maior acúmulo, com ajuste linear, para o mutambo<br />
Com relação ao acúmulo de micronutrientes, também não<br />
ocorreram ajustes significativos, na maioria dos elementos.<br />
Houve o maior acúmulo de manganês (Mn) pelas espécies de<br />
mutambo e eucalipto avaliados em resposta ao aumento das<br />
doses de lodo. Pode ser destacado, o ajuste linear (p
condutividade elétrica no solo. Tavares et al. (2013) concluíram<br />
que o lodo de curtume tem potencial de correção da acidez<br />
do solo, com aumento pouco expressivo dos indicadores de<br />
salinidade, sodicidade e do teor de Cr+3 disponível. No tocante<br />
ao cromo também existe a falta de comprovação científica<br />
da oxidação do Cr+3 em Cr +6 após adição do resíduo no<br />
solo (Aquino Neto; Camargo, 2000; Konrad; Castilhos, 2002).<br />
Por outro lado, a maioria dos trabalhos citados anteriormente<br />
indica sempre algum benefício da aplicação do lodo nos sistemas<br />
agrícolas, podendo ser destacado: correção e fertilização<br />
do solo e aumento da atividade microbiana.<br />
A proposta desse estudo de incorporar o lodo de curtume<br />
no substrato pode reduzir impactos ambientais, pela possibilidade<br />
de melhor distribuição do resíduo no solo, menores taxas<br />
de aplicação, além da possibilidade da fitoextração de elementos<br />
com potencial de poluição ao ambiente. Considerando-se<br />
a dose máxima avaliada de 25% do resíduo misturado ao substrato<br />
e o número aproximado de plantas por hectare em reflorestamentos,<br />
no caso do eucalipto, 1670 plantas por hectare, a<br />
taxa de aplicação ficará próxima de 12,5 kg de lodo de curtume<br />
seco por hectare. Ou no caso do lodo avaliado no estudo, 22<br />
gramas de cromo por hectare. Em 2012, a área plantada com<br />
eucalipto no país atingiu 5,0 milhões de hectares, representando<br />
71,0% do total das florestas plantadas (Abraf, 2013). Neste<br />
contexto, esta área poderia atender a disposição de até 62.500<br />
toneladas de lodo seco. Segundo a Cetesb (2014), pode ser<br />
estimado uma produção anual de 168.000 toneladas de lodo<br />
de curtume, na base seca, no Brasil. Ou seja, a adição de 25%<br />
do resíduo no substrato para produção de mudas de eucalipto<br />
pode atender a disposição, com redução de impactos, de um<br />
terço do lodo de curtume gerado pelo curtumes brasileiros.<br />
Pode ser destacado que a maioria das espécies florestais<br />
avaliadas neste estudo, exceto os angicos, apresentaram ganhos<br />
de crescimento com o acréscimo do lodo de curtume ao<br />
substrato e que não foram detectados sintomas de fitotoxidez<br />
em razão do uso do resíduo nas doses empregadas nesse<br />
estudo. São de fundamental importância novos estudos com<br />
avaliação de crescimento das plantas em condições de campo.<br />
CONCLUSÕES<br />
- As espécies de aroeira salsa, eucalipto e mutambo responderam<br />
positivamente à adição de até 25% de lodo de curtume<br />
no substrato para produção de mudas.<br />
- A aroeira salsa apresentou a maior capacidade de absorção<br />
de cromo na parte aérea e também se destacou como de<br />
melhor crescimento em resposta a adição do lodo no substrato.<br />
- O teor de cromo no substrato foi reduzido após o crescimento<br />
de todas as espécies florestais avaliadas, com destaque<br />
para o desempenho do eucalipto.<br />
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ESPAÇO ABERTO<br />
FALHAS NO SISTEMA DOF:<br />
COMO FICA O SETOR<br />
FLORESTAL?<br />
Foto: reprodução<br />
Por Geraldo Bento<br />
Presidente do Fnbf (Fórum Nacional de Atividades de Base <strong>Florestal</strong>)<br />
N<br />
ós, do setor de base florestal, sabemos o quanto nossas<br />
atividades são fiscalizadas e monitoradas e, consequentemente,<br />
burocratizadas e engessadas pela quantidade<br />
de procedimentos que temos que cumprir diariamente.<br />
São dezenas de notas, guias, aceites, licenças, taxas e documentos<br />
diferentes com os quais lidamos em cada etapa do processo,<br />
desde a exploração até a comercialização de nossos produtos.<br />
Sem entrar no mérito da necessidade da rediscussão dos procedimentos,<br />
sabemos que, no momento, esses são ossos do ofício<br />
de quem quer atuar dentro da legalidade. O problema é que<br />
a falta de eficiência dos sistemas dos quais dependemos, muitas<br />
vezes, nos impede de exercer nossas atividades. E a pressão atual<br />
sobre o setor, no âmbito fiscal, ambiental e mercadológico é muito<br />
grande.<br />
Para que todo esse sistema complexo funcione, para a roda<br />
continuar girando, cada elo da corrente precisa cumprir sua função<br />
e ter compromisso com o desenvolvimento das atividades do<br />
setor de base florestal e com a economia do país, diretamente<br />
impactada por este segmento. Acontece que não é essa a postura<br />
que estamos vendo por parte do Ibama, quanto aos problemas<br />
de funcionamento do sistema de emissão do DOF (Documento<br />
de Origem <strong>Florestal</strong>).<br />
Quem é do setor conhece, mas vale explicar para quem não<br />
o acompanha de perto, que o DOF é um documento obrigatório,<br />
emitido via sistema do Ibama, para o controle do transporte de<br />
produtos e subprodutos florestais nativos que os acompanha da<br />
origem (pátio da empresa) ao destino (comprador). Ou seja, sem<br />
ele as cargas não podem ser transportadas, sob pena de apreensão<br />
dos produtos e enquadramento e penalização do empresário<br />
por crime ambiental.<br />
Desde o final de 2016, quando, de acordo com informações<br />
do próprio Ibama, o Sistema DOF, antes gerido por uma empresa<br />
terceirizada, foi transferido para a responsabilidade do Ministério<br />
do Meio Ambiente, ele apresenta sérios problemas. Foram<br />
períodos de oscilação e falhas e, mais recentemente, o Sistema<br />
DOF chegou a passar mais de cinco dias seguidos fora do ar. Essa<br />
situação de oscilação se estende até hoje, afetando grandes regiões<br />
produtoras e consumidoras. As entidades que representam<br />
o setor, entre elas o Fnbf, estão cobrando insistentemente uma<br />
solução.<br />
O desrespeito é tão grande que nem sabemos se nossos<br />
protestos estão sendo ouvidos, ou se nossas solicitações estão<br />
sendo consideradas. A cada ligação feita ao órgão é dada uma<br />
justificativa diferente e sempre com a promessa de que “amanhã<br />
o sistema voltará à normalidade”. Não se viu, até o momento,<br />
nas páginas oficiais do órgão ao menos uma nota de esclarecimento<br />
que informe os motivos desta inoperância e muito menos<br />
apresente alternativas para minimizar os prejuízos gerados para<br />
o setor florestal.<br />
A atual crise econômica do país já está impondo às empresas<br />
sérias restrições. Desde o ano passado, muitas delas viram suas<br />
margens de lucro despencar, foram obrigadas a conceder férias<br />
coletivas aos funcionários e reduziram seus quadros para manter<br />
as empresas ativas. Ainda estamos para ver de que tamanho será<br />
o prejuízo final ocasionado por mais esta situação, mas podemos<br />
afirmar, sem sombra de dúvidas, que será enorme.<br />
Imaginem que o frete de um caminhão bitrem, seja de R$<br />
1.000 ao dia, que é a média no estado de Mato Grosso, por exemplo.<br />
Agora imaginem esse caminhão carregado, parado por cinco<br />
dias por falta de DOF e multipliquem isso pelas empresas de<br />
todo o Brasil. São milhares de empresas com caminhões parados,<br />
acumulando prejuízos diários, desonrando contratos, perdendo<br />
clientes e deixando de gerar renda e movimentar a economia do<br />
país. Tememos que se esse quadro não for revertido, mais demissões<br />
serão inevitáveis.<br />
Nesse contexto de crise, impedir as atividades de um setor<br />
produtivo inteiro demonstra uma grande e absurda irresponsabilidade<br />
e total descaso. Até onde sabemos, e sabemos pouco, nenhuma<br />
providência está sendo tomada para resolver a questão.<br />
Exigimos soluções, exigimos transparência por parte dos órgãos<br />
ambientais e exigimos, acima de tudo, respeito ao setor que sempre<br />
foi e ainda é um dos pilares da economia do país!<br />
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