Junho/2017 - Referência Industrial 186
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ENTREVISTA - Ricardo Russo, da WWF, fala sobre o consumo de madeira na construção civil<br />
I N D U S T R I A L<br />
Evolução<br />
das serras<br />
Novo modelo garante<br />
maior produtividade e durabilidade<br />
Especial – Encapp reúne os principais fornecedores do setor de portas do cenário nacional
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
SUMÁRIO<br />
SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
30<br />
Congresso Moveleiro 67<br />
DRV Ferramentas 29<br />
Fenasucro 23<br />
Gaidzinski 41<br />
H. Bremer 07<br />
Homag 47<br />
Lignum 21<br />
36<br />
04 Editorial<br />
06 Cartas<br />
08 Bastidores<br />
48<br />
Linck 09<br />
Mill Indústrias 15<br />
Mill Indústrias 45<br />
Mill Indústrias 68<br />
Montana Química 02<br />
MSM Química 11<br />
Razi Máquinas 37<br />
Rossin 55<br />
Siempelkamp 05<br />
Tecnovapor 59<br />
Vantec 17<br />
Wood Mizer 19<br />
10 Coluna Flavio C. Geraldo<br />
12 Notas<br />
18 Aplicação<br />
20 Alta e Baixa<br />
22 Frases<br />
24 Entrevista<br />
28 Coluna Abimci Paulo Pupo<br />
30 Principal Do jeito certo<br />
36 Construção Civil<br />
38 Internacional<br />
42 Marcenaria<br />
48 Especial Em prol da cadeia produtiva<br />
52 Madeira Tratada<br />
56 Química na Madeira<br />
60 Artigo<br />
64 Agenda<br />
66 Espaço Aberto<br />
JUNHO | 03
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
EDITORIAL<br />
ENTREVISTA - Ricardo Russo, da WWF, fala sobre o consumo de madeira na construção civil<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
I N D U S T R I A L<br />
Evolução<br />
das serras<br />
Novo modelo garante<br />
maior produtividade e durabilidade<br />
Ano XIX - Edição n.º <strong>186</strong> - <strong>Junho</strong> <strong>2017</strong><br />
Year XIX - Edition n.º <strong>186</strong> - June <strong>2017</strong><br />
Ilustra a capa desta edição<br />
da REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
uma serra da DRV Ferramentas,<br />
feita em parceria com a indústria<br />
europeia Lion<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Ano XIX • N°<strong>186</strong> • <strong>Junho</strong> <strong>2017</strong><br />
Especial – Encapp reúne os principais fornecedores do setor de portas do cenário nacional<br />
TURBULÊNCIAS<br />
À FRENTE<br />
Não é nada que o empresariado brasileiro já não esteja<br />
acostumado. Uma nova situação na vida pública torna ainda<br />
mais agravante e incerta a retomada da economia brasileira,<br />
defasada há quase meia década por más gestões e decisões<br />
erradas no campo financeiro e político. A confiança da indústria,<br />
que vinha lentamente crescendo após mais de 36 meses<br />
de negatividade, dá sinais de sobrevida.<br />
Nesta edição de REFERÊNCIA INDUSTRIAL, o leitor verá<br />
que o setor industrial madeireiro se mostra mais ativo do que<br />
nunca, com perspectivas otimistas: acompanhamos de perto<br />
o Encapp (Encontro da Cadeia Produtiva da Porta), analisamos<br />
como os produtores de pisos laminados se beneficiarão das<br />
novas medidas do programa: Minha Casa Minha Vida; e desmistificamos<br />
as principais dúvidas sobre as serras utilizadas<br />
no beneficiamento da madeira. Excelente leitura!<br />
TURBULENCE AHEAD<br />
It is nothing that the Brazilian business community is not<br />
accustomed to. A new situation in public life has made the scene<br />
even more aggravating and the resumption of the Brazilian<br />
economy more uncertain, behind by almost half a decade due to<br />
bad management and bad decisions in the financial and political<br />
field. Industry confidence, which had been slowly turning around<br />
after more than 36 months of being negative, once again hangs<br />
on uncertain days.<br />
In this issue of REFERÊNCIA INDUSTRIAL, you'll see that the<br />
<strong>Industrial</strong> Forest Sector demonstrates that it is more active than<br />
ever, with optimistic outlooks: we report on Encapp (meeting of<br />
the Door Productive Chain); we analyze how laminated flooring<br />
producers will benefit from new measures of Minha Casa Minha<br />
Vida (My Home My Life Program); and, we demystify many<br />
questions about saw blades used in woodworking. Pleasant<br />
reading!<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
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bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
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joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CARTAS<br />
ENTREVISTA - Especialista em edifícios feitos de madeira, Joseph Gulden fala sobre o futuro do setor<br />
Capa da Edição 185 da<br />
Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL,<br />
mês de maio de <strong>2017</strong><br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
I N D U S T R I A L<br />
Ano XIX • N°185 • Maio <strong>2017</strong><br />
Laminação<br />
Aplicação aumenta produtividade e<br />
garante qualidade de portas e painéis<br />
Secagem descomplicada – Detalhes das espécies e métodos ideais para secar madeira<br />
Colunas<br />
Marcenaria coletiva<br />
Por Luiz Carlos Kozak - São José dos Pinhais (PR)<br />
Sempre leio as colunas de Paulo Pupo e Flávio Geraldo,<br />
nomes que são referência quando o assunto é madeira<br />
no país. São sempre temas relevantes e que nos mantêm<br />
atentos ao que é importante para o setor.<br />
Por Juliano Girardi - São José do Rio Preto (SP)<br />
Espaços de marcenaria coletivo podem ser uma visão nova<br />
sobre o setor, uma vez que os pequenos e médios empreendedores<br />
podem se organizar coletivamente a respeito.<br />
Foto: divulgação<br />
Laminadoras<br />
Por Omar Nascimento Godoy - Governador Valadares<br />
(MG)<br />
Excelente a reportagem sobre as laminadoras para portas<br />
e painéis. É um tema segmentado que muitas vezes não é<br />
tratado com a devida propriedade.<br />
Foto: divulgação Foto: divulgação<br />
Madeira tratada<br />
Por Ricardo Voigt - Sinop (MT)<br />
Muito interessante notar o quão versátil é a madeira, na<br />
reportagem sobre o condomínio voltado para surfistas de<br />
Santa Catarina.<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião<br />
é fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Foto: divulgaçã0<br />
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E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados para redação ou siga:
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
BASTIDORES<br />
GRUPO JOTA<br />
NO ENCAPP<br />
O estande do<br />
GRUPO JOTA no<br />
Encapp (Encontro da<br />
Cadeia Produtiva da<br />
Porta) foi movimentado.<br />
Entre as empresas que<br />
passaram por lá, estava<br />
a Indústrias Bonet.<br />
Anselmo Ribas, analista<br />
de marketing das<br />
Indústrias Bonet, e Fábio<br />
Alexandre Machado,<br />
diretor comercial do<br />
GRUPO JOTA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Fahdo Thomé Neto,<br />
Fabio Peruzzolo e<br />
Romualdo Seroque<br />
Junior<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
TINTAS PARA<br />
PORTAS<br />
A Dratec, de Caçador<br />
(SC), marcou presença no<br />
Encapp com um estande<br />
voltado à linha de tintas<br />
para portas.<br />
DRV<br />
FERRAMENTAS<br />
A equipe da DRV<br />
Ferramentas, que ilustra<br />
a capa desta edição de<br />
REFERÊNCIA INDUSTRIAL,<br />
marcou presença no Cibio<br />
(Congresso Internacional<br />
de Biomassa) <strong>2017</strong>.<br />
Diego Vieira, diretor da<br />
DRV, Liliane Cordeiro,<br />
administradora da DRV e<br />
Bruna Picanço, comercial<br />
da DRV<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
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Foto: divulgação<br />
ENQUANTO ISSO, NO QUARTEL D’ABRANTES...<br />
O setor nacional precisa investir em inovações para a utilização da madeira tratada em sistemas construtivos<br />
O<br />
mais alto edifício construído em madeira tem<br />
inauguração prevista para os próximos dias. Trata-se<br />
de um edifício destinado ao alojamento de<br />
estudantes, localizado no campus de uma das primeiras<br />
universidades do Canadá, a Universidade da Columbia<br />
Britânica (University of British Columbia). Chamado de<br />
Brock Commons, o edifício tem 18 andares e conta com<br />
elevado nível tecnológico na utilização de estruturas<br />
base CLT (Cross-Laminated Timber) , PSL (Parallel-Strand<br />
Lumber) e GLT (Glue-Laminated Timber).<br />
O projeto do Brock Commons contou com o pioneirismo<br />
dos avanços mais recentes no campo de técnicas<br />
construtivas com produtos de madeira engenheirada.<br />
Certamente é um marco para a tecnologia de madeiras,<br />
ressaltando, no entanto, que nos últimos anos, um número<br />
significativo de projetos de edifícios altos com a<br />
predominância da madeira foi executado ao redor do<br />
mundo. Os projetistas do Brock Commons contaram com<br />
os ensinamentos e experiência dos profissionais envolvidos<br />
nesses outros projetos, realizando com antecedência<br />
um detalhado levantamento abordando questões de<br />
natureza técnica, legais e econômicas. Vale aqui ressaltar<br />
o papel da academia na participação efetiva nesse<br />
projeto executivo, contribuindo com a revitalização e<br />
marcação de posição com o compromisso do pioneirismo<br />
e sustentabilidade.<br />
Tudo isto para não mencionar o resultado prático relacionado<br />
à contribuição para a abertura e consolidação<br />
de novos mercados para a indústria madeireira local.<br />
Alguns aspectos do projeto foram amplamente discutidos<br />
em uma sessão especial do Congresso do Iufro<br />
(International Union of Forest Research Organizations),<br />
realizado entre os dias 12 e 16 de junho, nas instalações da<br />
British Columbia University. Essas informações podem até<br />
servir de inspiração para encontros do setor de proteção<br />
de madeiras agendados para um futuro próximo aqui no<br />
Brasil. No entanto, como conciliar os interesses de uma<br />
realidade industrial voltada há anos a produtos sem<br />
qualquer tempero de inovação e desafios tecnológicos e<br />
mercadológicos? Como estão as interações tão necessárias<br />
entre a academia ou instituições de pesquisas com a<br />
nossa indústria? O que temos de novidades no setor de<br />
proteção de madeiras que não sejam preocupações com<br />
a legalidade e qualidade?<br />
Certamente, há inúmeras questões merecedoras<br />
de discussões que devem ser desprovidas de interesse<br />
regionais ou de cada empresa. A abordagem institucional<br />
é imperativa nesses casos. Já caminhamos, porém,<br />
lentamente. Temos textos regulatórios, normas técnicas<br />
adequadas, programa de autorregulamentação, mas o<br />
que temos de desenvolvimentos tecnológicos que possam<br />
acenar fortemente e com segurança para a consolidação<br />
de novos mercados? Mourões destinados para construção<br />
de cercas nas pastagens são hoje o sustentáculo do<br />
setor. E daí? Até quando? Há desafios, que não sejam<br />
os da concorrência predatória, nesse mercado? Sim, há<br />
tentativas louváveis voltadas à expansão de mercados<br />
para a utilização da madeira tratada em sistemas construtivos,<br />
mas sejamos honestos: há inovações adotadas<br />
nessas iniciativas?<br />
Com todo o respeito, o melhor exemplo não pode vir<br />
da história, quando os franceses — comandados pelo general<br />
Jean Andoche Junot e seus 28 mil soldados — invadiram<br />
Portugal por ordem de Napoleão, instalando-se na<br />
cidade de Abrantes às margens do rio Tejo. Mesmo tendo<br />
Dom João retornado do Brasil para Portugal, os franceses<br />
permaneceram em Abrantes e quando alguém era perguntado<br />
se algo havia mudado, a resposta era sempre a<br />
mesma: “Está tudo como dantes no quartel d’Abrantes”.<br />
Até hoje se usa a frase para indicar que nada mudou.<br />
Mourões destinados para construção de cercas nas<br />
pastagens são hoje o sustentáculo do setor. Até quando?<br />
10 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
Simpósio sobre<br />
madeira terá oficinas<br />
para estudantes<br />
A organização da IV edição do Simpósio Madeira & Construção,<br />
que ocorrerá entre os dias 20 e 21 de setembro no campus<br />
Jardim Botânico da Ufpr (Universidade Federal do Paraná), está<br />
preparando novidades para esta edição visando atrair todos os<br />
atores envolvidos na cadeira de construção sustentável, como<br />
empresários, professores e estudantes. O evento vai acontecer<br />
no auditório do Cifloma (Centro de Ciências Florestais e da Madeira)<br />
e neste ano terá oficinas e um concurso para estudantes.<br />
“Queremos trazer os acadêmicos para essa discussão para incentivar<br />
a realização de pesquisas e estudos sobre o tema construção<br />
sustentável com madeira”, afirmou Ailson Loper, gerente<br />
executivo da Apre (Associação Paranaense de Empresas de Base<br />
Florestal), uma das organizadoras do evento. “A utilização da<br />
madeira como material construtivo ainda enfrenta muitas barreiras<br />
no Brasil, justamente pela falta de informações. Por isso,<br />
precisamos apresentar as possibilidades aos estudantes.”<br />
Casas de eucalipto<br />
ganham mercado<br />
O Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e<br />
a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato<br />
Grosso do Sul) promoveram em maio, no município de<br />
Três Lagoas (MS), mais uma etapa do Programa Mais<br />
Floresta com o tema Casas de Madeira – um novo mercado<br />
para o eucalipto. “No âmbito da Abnt (Associação<br />
Brasileira de Normas Técnicas), as entidades já estão debatendo<br />
este assunto para regulamentar o setor. Quando<br />
se normatiza um produto, toda a cadeia produtiva –<br />
fabricantes, fornecedores e consumidores – se organiza<br />
e otimiza a produção. A publicação dessa norma, considerada<br />
um marco para o desenvolvimento da construção<br />
no país, é resultado do diálogo e da parceria entre o setor<br />
produtivo e fornecedores”, avalia Paulo Pupo, superintendente<br />
executivo da Abimci (Associação Brasileira da<br />
Indústria de Madeira Processada Mecanicamente)<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
12 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Canadá constrói terceiro<br />
edifício de madeira<br />
No segundo semestre deste ano, o Canadá irá iniciar a construção<br />
do terceiro edifício com a tecnologia que usa concreto e madeira. Quando<br />
pronto, a torre Office Building of the Future, com 40 andares, será o<br />
maior edifício do mundo com esse tipo de estrutura. O projeto substitui<br />
o aço pela madeira, com o objetivo de minimizar o CO2 (Gás Carbônico)<br />
gerado pelo concreto. A inauguração do espaço está prevista para 2020. As lajes da edificação serão pré-fabricadas com painéis<br />
híbridos de concreto e madeira. O design desenvolvido pela CEI Architecture, escritório especializado em trabalhar concreto e madeira,<br />
irá deixar à mostra as estruturas de madeira que compõem a fachada. Por questão de segurança, já que a madeira tem baixa<br />
resistência ao fogo, o material usado nas lajes e em outros componentes estruturais do prédio será revestido por camadas de resina<br />
de fibra de carbono. Desta forma, a impressão será de madeira envernizada, semelhante a outro prédio de nove andares construído<br />
no Canadá.
Foto: divulgação<br />
Indústria de móveis<br />
brasileira em Dubai<br />
A participação de empresas brasileiras de móveis na Feira<br />
Index Design Series, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos,<br />
alcançou uma estimativa de negócios de US$ 5 milhões. A feira<br />
ocorreu entre os dias 22 e 25 de maio. A indústria nacional<br />
teve apoio do Projeto Brazilian Furniture, iniciativa da Abimóvel<br />
(Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), em<br />
parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção<br />
de Exportações e Investimentos), que visa fomentar as exportações<br />
brasileiras de móveis. Estiveram a convite da Abimóvel<br />
Brazilian Furniture e Apex-Brasil a embaixada brasileira, representada<br />
pelo chefe de promoção comercial, Kaiser Araujo,<br />
e o escritório local da agência, representada pela CEO, Karen<br />
Jones. Ambos tiveram a oportunidade de conversar com cada<br />
empresa expositora, identificando as demandas e, ao mesmo<br />
tempo, auxiliando no oferecimento de serviços.<br />
João Pessoa<br />
tem curso de<br />
marcenaria<br />
gratuito<br />
Pensando em fomentar o setor moveleiro da cidade e<br />
ajudar pessoas em situações de vulnerabilidade social, a<br />
prefeitura municipal de João Pessoa (PB) está oferecendo<br />
cursos gratuitos de marcenaria, para jovens que queiram<br />
inserção no mercado de trabalho. As formações e capacitações<br />
profissionais fazem parte das ações da Sedes (Secretaria<br />
de Desenvolvimento Social). As modalidades são<br />
oferecidas em parceria com o Senac (Serviço Nacional de<br />
Aprendizagem Comercial), em várias unidades produtivas e<br />
sociais distribuídas em bairros da cidade, totalizando cerca<br />
de 700 alunos. A Unidade de Qualificação Marcenaria realiza<br />
o curso de marcenaria básica para 31 alunos, do sexo<br />
masculino e feminino. Durante o curso, os alunos têm aulas<br />
teóricas de marcenaria básica e acesso às ferramentas tecnológicas<br />
como Autocad e SketchUP, além de oficinas de<br />
Legislação Trabalhista, Acidente de Trabalho e o Uso de EPI<br />
(Equipamentos de Proteção).<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Exportações de<br />
móveis caem em abril<br />
Após sequência de crescimento, o setor de exportações de móveis<br />
nacional teve queda de 9,2% em abril, segundo dados do Iemi<br />
(Instituto de Estudos e Marketing <strong>Industrial</strong>), desenvolvidos com<br />
base nas informações do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria<br />
e Comércio Exterior), com US$ 51,6 milhões contra os US$<br />
56,9 milhões alcançados em março deste ano. No Rio Grande do<br />
Sul, a redução foi de cerca de 20,1%. Dos US$ 16,7 milhões atingidos<br />
anteriormente, passou para US$ 13,3 milhões em abril. O Estado<br />
ocupa o segundo lugar no ranking nacional dos que mais exportam,<br />
com 25,9%. Santa Catarina lidera com 34,8%, e em terceiro está o<br />
Paraná, 16,3%.<br />
JUNHO | 13
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
Espaço de madeira<br />
na Avenida Paulista<br />
é inaugurado<br />
A cidade de São Paulo (SP) ganhou um projeto diferente que<br />
tem por objetivo trazer um novo olhar sobre o Japão: a Japan<br />
House, iniciativa global do governo japonês. Na unidade paulista,<br />
o projeto do espaço foi desenvolvido pelo arquiteto japonês Kengo<br />
Kuma, bastante conhecido no mundo por utilizar materiais<br />
sustentáveis, como a madeira e o papel. De uso tradicional, o<br />
hinoki que aparece na fachada é uma madeira em alta na arquitetura<br />
contemporânea japonesa. A técnica de encaixe, criada há<br />
mais de 300 anos, foi executada pela equipe de artesãos japoneses<br />
que veio ao Brasil exclusivamente para montar a estrutura.<br />
Peças grandes e menores de hinoki se unem por meio de junções<br />
meticulosamente talhadas para o encaixe perfeito, como num<br />
sofisticado quebra-cabeça. Antes de seguir para o Brasil, a imensa<br />
estrutura de 36 m (metros) de altura foi montada e desmontada<br />
no Japão para certificar que os encaixes estavam em perfeito<br />
ajuste. Nobre, o hinoki leva de 70 a 80 anos para alcançar a vida<br />
adulta. Considerado sagrado dentro da religião xintoísta, é também<br />
muito utilizado para a construção de templos sagrados.<br />
Empregos crescem<br />
na indústria<br />
paranaense<br />
O nível de emprego na indústria do Paraná subiu<br />
2,15% e os postos de trabalho diretamente ligados à produção<br />
1,69%. A compra de matéria-prima teve aumento<br />
de 19,77% em março, na comparação com o mês anterior.<br />
A utilização de capacidade instalada atingiu a 70%.<br />
Os dados são de um levantamento feito pela Fiep (Federação<br />
das Indústrias do Paraná). “Os próximos meses<br />
serão decisivos para se ter uma visão clara do que deve<br />
acontecer no segundo semestre do ano”, disse Edson<br />
Campagnolo, presidente da Fiep. Todos os resultados, de<br />
acordo com ele, mostram que há sinais sazonais de recuperação,<br />
mas ainda é cedo para afirmar que a indústria<br />
paranaense retomou o crescimento sustentável. Neste<br />
primeiro trimestre, em relação a igual período de 2016,<br />
dez dos dezoito gêneros analisados estão positivos. Os<br />
que apresentaram maiores expansões foram Máquinas e<br />
Equipamentos (+30,70%), Madeira (+24,30%) e Celulose<br />
e papel (+23,97%).<br />
Foto: divulgacão<br />
Foto: divulgação<br />
Mostra Affemaq no<br />
interior de São Paulo<br />
A XX edição da Mostra Affemaq (Feira Itinerante de máquinas, ferramentas,<br />
acessórios, insumos e serviços para as indústrias de madeira<br />
e móveis) será realizada de 27 a 29 de junho, das 15h às 20h, no Interior<br />
Eventos, em Mirassol (SP). Esta será a terceira edição do evento na região,<br />
já realizado nos anos de 2010 e 2013, no mesmo local. Na feira,<br />
haverá a exposição de máquinas de corte, pintura e secagem de madeiras,<br />
furadeiras múltiplas e máquinas para embalagem, equipamentos<br />
de aspiração e pintura, equipamentos de movimentação e elevação de<br />
cargas, seccionadoras, esquadrejadeiras e lixadeiras, entre outros. O<br />
evento terá um formato diferenciado, que permitirá maior aproveitamento<br />
técnico, com mais tempo dedicado ao esclarecimento de dúvidas<br />
e apresentação dos diferenciais dos produtos ou serviços.<br />
14 |<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
DRV<br />
anuncia novas<br />
parcerias<br />
A<br />
DRV, empresa de Curitiba (PR) especialista na<br />
comercialização de serras para toda a cadeia<br />
produtiva do mercado madeireiro, anunciou<br />
sua nova marca de serra de fita larga, Lion, com matéria-prima<br />
europeia.<br />
Com mais de 50 anos de experiência e tradição, a<br />
indústria chamou a atenção da DRV pela qualidade e<br />
tecnologia aplicada em seus produtos.<br />
Essa nova matéria-prima será utilizada exclusivamente<br />
nas serras de fita larga Lion DRV, cuja dimensão<br />
é de 3 a 12 polegadas. A ferramenta facilitará o manuseio<br />
dos afiadores, pois se trata de um material plano<br />
e macio para o recalque, com excelente resistência à<br />
abrasão. Além disso, a empresa também fechou nova<br />
parceria para o fornecimento de serra de fita estreita, a<br />
DRV Expert. O objetivo principal da viagem da empresa<br />
à Europa foi visitar seu principais parceiros e fazer capacitações<br />
voltadas para aplicações dos produtos Pilana,<br />
empresa tcheca com mais de 80 anos de experiência<br />
em facas industriais, presente em mais de 90 países.<br />
Por fim, a equipe visitou a Ligna, uma das maiores feiras<br />
do mundo para maquinários industriais. Buscaram novos<br />
negócios e conhecer novas tendências no segmento<br />
florestal. "Nós buscamos, continuamente, produtos<br />
confiáveis para agregar valor ao produto final de nossos<br />
clientes", garante Diego Vieira, diretor da empresa.<br />
"Nós saímos da zona de conforto, sempre buscando<br />
inovação."<br />
Foto: divulgação<br />
16 |<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
APLICAÇÃO<br />
LUMINÁRIA<br />
DE MADEIRA<br />
Fotos: divulgação<br />
P<br />
ense em uma luminária de mesa versátil e<br />
funcional. Agora, imagine que ela possua<br />
polivalência de posicionamento, podendo<br />
ser ajeitada de diferentes formas, direcionando o<br />
foco de luz de acordo com as necessidades do usuário.<br />
Possui design lúdico e inusitado, ainda por<br />
cima, com três espécies de madeira diferentes:<br />
Roxinho (Roxa), Canela Preta (Marrom) e Muirapiranga<br />
(Vermelha). Pode ser utilizada na mesa de<br />
jantar ou na mesinha do quarto e do home office,<br />
nos momentos de estudo e trabalho.<br />
PLANTAÇÃO<br />
SUSTENTÁVEL<br />
P<br />
arte de uma linha que se<br />
baseia na união da madeira<br />
sólida de peroba e maciça<br />
com a leveza do metal dobrado, este<br />
terrário foi desenvolvido com o objetivo<br />
de permitir o cultivo de pequenas<br />
plantas decorativas ou temperos em<br />
espaços compactos, trazendo mais<br />
vida e um toque natural para o ambiente.<br />
A criação é do estúdio carioca<br />
O Formigueiro, que sempre alia<br />
sustentabilidade ao design em suas<br />
obras.<br />
Foto: divulgação<br />
18 |<br />
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COMECE A GERAR<br />
PRODUÇÃO & LUCRO<br />
LAMES À BANDE INDUSTRIELLES<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ALTA E BAIXA<br />
ALTA<br />
ÍNDICE DE CONFIANÇA<br />
Puxado pela melhora das expectativas, o Índice de Confiança da Indústria, avaliado pela FGV<br />
(Fundação Getúlio Vargas) aumentou 1,1 ponto entre abril e maio foi para 92,3 pontos, feito o<br />
ajuste sazonal. É o maior nível em três anos. Na comparação com o mesmo período do ano passado,<br />
houve alta de 12,7 pontos. A sondagem da indústria colheu informações de 1.130 empresas<br />
entre os dias 2 e 24 de maio.<br />
SEGUNDO CONJUNTO DE WOOD FRAME<br />
A construção de casas de madeira vem crescendo em todo o Brasil. O segundo conjunto habitacional do programa Minha<br />
Casa Minha Vida; totalmente fabricado com madeira no sistema wood frame, se encontra em Mato Grosso do Sul, mais<br />
exatamente na cidade de Dourados, onde serão construídas 440 casas com o sistema construtivo. “Este é um mercado que<br />
está crescendo muito em todo o Brasil”, explicou Paulo Pupo, superintendente executivo da Abimci (Associação Brasileira<br />
da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente).<br />
INCERTEZA NA ECONOMIA<br />
Com um novo agravamento da crise política, muitos setores que vinham crescendo durante o ano, como a venda de<br />
máquinas para a indústria madeireira, podem passar por um novo período de insegurança. “Esses setores vinham em<br />
um movimento muito fraco, de alta sobre uma base de comparação muito baixa com o ano anterior. A expectativa de<br />
continuidade de melhora estava atrelada à recuperação da atividade no país, que agora está comprometida”, analisa<br />
o economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento <strong>Industrial</strong>), Rafael Cagnin.<br />
BAIXA<br />
LOJAS FECHAM AS PORTAS<br />
A rede de lojas Coppel confirmou o fechamento de todas as suas unidades em Santa Catarina,<br />
assim como em Londrina (PR) e Cascavel (PR). O grupo mexicano, que chegou ao Brasil em<br />
2010, ainda manterá unidades em mais nove cidades paranaenses: Apucarana, Maringá, Foz<br />
do Iguaçu, Ponta Grossa, Curitiba, Colombo, Araucária, Paranaguá e Campo Largo. O motivo<br />
do fechamento, conforme divulgado pela empresa, é a necessidade de enxugar gastos frente<br />
a crise econômica.<br />
20 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
20 a 22 de Setembro de <strong>2017</strong><br />
Curitiba - PR - Brasil<br />
2ª FEIRA DE TRANSFORMAÇÃO, BENEFICIAMENTO,<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
FRASES<br />
Os empresários não precisam de<br />
subsídios, eles precisam de normalidade<br />
e o principal apoio que o Bndes (Banco<br />
Nacional de Desenvolvimento Econômico<br />
e Social) pode dar ao mercado é a<br />
disponibilidade<br />
Foto: divulgação<br />
Paulo Rabello de Castro, novo presidente do Bndes,<br />
em discurso à imprensa<br />
O novo presidente do Bndes não pode perder a oportunidade de<br />
executar com celeridade os projetos de financiamento para a indústria e<br />
para a infraestrutura<br />
Robson Braga de Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), sobre a posse de<br />
Paulo Rabello de Castro<br />
Estamos discutindo, na medida do possível, com aqueles que têm<br />
sensibilidade de votar o tema da reforma previdenciária. Não está<br />
fácil. Isso chega nas pessoas e é sensível aos deputados, sobretudo<br />
em ano pré-eleitoral. Acho que o governo está agindo corretamente<br />
ao esperar um pouco<br />
Marcos Pereira, Ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, ao comentar o atraso para<br />
aprovação da reforma da previdência<br />
O Brasil não parou e não vai parar.<br />
Continuamos avançando e votando<br />
matérias importantíssimas no Congresso<br />
Nacional<br />
Foto: divulgação<br />
Michel Temer, Presidente da República, em comunicado via<br />
Facebook após a delação premiada da JBS que resultou em<br />
manifestações em Brasília e outras cidades<br />
22 |<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ENTREVISTA<br />
RICARDO<br />
RUSSO<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
PLACE OF BIRTH:<br />
06/09/1959, São Paulo (SP)<br />
September 6, 1959, São Paulo (SP)<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL<br />
EDUCATION:<br />
Engenharia Agronômica pela UnB (Universidade de Brasília)<br />
Agricultural Engineering, University of Brasília (UnB)<br />
CARGO<br />
PROFESSION:<br />
Especialista de conservação do WWF (World Wildlife Fund) Brasil<br />
Conservation Specialist for World Wildlife Fund Brasil (WWF)<br />
Foto: divulgação<br />
Conscientizando<br />
para evoluir<br />
Awareness to evolve<br />
E<br />
m entrevista à REFERÊNCIA INDUSTRIAL, o especialista<br />
de conservação da WWF Brasil, Ricardo<br />
Russo, falou sobre temas relevantes à expansão do<br />
uso de madeira no Brasil e a forma correta de aumentar o<br />
consumo da matéria-prima como forma de preservar o verde.<br />
Além disso, ele também enalteceu o wood frame como o<br />
principal sistema construtivo para o futuro e a importância<br />
da iniciativa privada criar sistemas de manejo sustentável<br />
dentro da Amazônia. Leia a entrevista completa a seguir.<br />
I<br />
n an interview with REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong>, Richard<br />
Russo, Conservation Specialist with WWF-Brasil,<br />
spoke to us on topics relevant to the expansion of the<br />
use of wood in Brazil, and the correct way to increase the<br />
consumption of the raw material as a way to preserve the<br />
environment. In addition, he also praised wood frame building<br />
construction as the main system for the future, and the<br />
importance of the private sector in creating sustainable management<br />
systems within the Amazon. Read the full interview<br />
below.<br />
24 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
A construção civil é uma das atividades humanas que<br />
mais consome recursos naturais, com uma média entre<br />
40% e 75% dos recursos consumidos por esse setor. Como<br />
a madeira pode ser utilizada de forma a ser sustentável,<br />
armazenando dióxido de carbono da atmosfera, mas<br />
sem prejudicar o meio ambiente com o aumento da<br />
derrubada de árvores para isso?<br />
Em primeiro lugar, a madeira é, de fato, o único material<br />
de construção que é renovável. A garantia que isso<br />
não vai provocar desmatamento é ter madeira a partir de<br />
um sistema de manejo sustentável. São técnicas utilizadas<br />
para fazer uma retirada do que é suficiente e promover<br />
o repovoamento. Usando madeira de reflorestamento,<br />
estamos usando madeira sem promover o aumento do<br />
desmatamento.<br />
Novas técnicas e sistemas construtivos como o wood<br />
frame e o MLC (Madeira Laminada Colada) vêm ganhando<br />
espaço nos últimos anos, no Brasil. Acredita que, com<br />
o apoio de programas como o Minha Casa Minha Vida,<br />
podem ser ampliados em larga escala? Ou ainda é um<br />
longo caminho a percorrer?<br />
É fundamental ter um projeto e, dentro dele, há uma<br />
possibilidade enorme de se fazer isso. É possível levar o<br />
Minha Casa Minha Vida para a Amazônia, por exemplo,<br />
utilizando madeira de espécies tropicais. Pode-se levar isso<br />
para áreas onde já há matéria-prima definida. Podemos<br />
gerar mais empregos, mais tecnologia. Vejo com muito<br />
bons olhos essa iniciativa.<br />
O senso comum acredita que o desmatamento é<br />
gerado pelo uso de madeira para outras finalidades.<br />
Conforme afirmado pelo senhor em artigos, no entanto,<br />
a pecuária e a agricultura são os grandes responsáveis<br />
por esse projeto, danoso à natureza. Como mudar a visão<br />
geral do mercado a respeito disso?<br />
Acho que deve haver uma campanha de conscientização.<br />
O programa Madeira Legal chegou para mudar<br />
essa imagem. Estamos falando de madeira sustentável.<br />
Se eu tenho uma madeira autorizada, a partir de toda a<br />
documentação, mesmo essa madeira sendo legal, ela não<br />
é sustentável. Acho que precisamos de uma mudança de<br />
visão. Tivemos outros produtos que passaram por um processo<br />
de mostrar para a sociedade que eles não eram do<br />
jeito que pensavam que eram, como a soja, por exemplo.<br />
Precisamos realmente chamar o setor de madeira nativa,<br />
o pessoal de madeiras plantadas, da indústria, e começar<br />
a trabalhar de uma forma mais articulada para mostrar o<br />
potencial que isso tem, inclusive de preservação ambiental.<br />
Acredita que trazer a iniciativa privada para perto da<br />
Amazônia seria benéfico para manter o meio ambiente<br />
livre de iniciativas danosas, prezando pela sustentabilidade<br />
nos locais em que seriam inseridas?<br />
Isso é fundamental. A iniciativa privada é responsável<br />
por esse trabalho que a gente tem. É importante, também,<br />
para gerar empregos.<br />
Building construction is one of the human activities<br />
that most consumes natural resources, with an average<br />
of between 40% and 75% of the resources consumed by<br />
this Sector. How can wood be used in a sustainable way,<br />
in order to store carbon dioxide from the atmosphere,<br />
but without harming the environment with increased<br />
destruction of the forest?<br />
First, in fact, wood is the only building material that is<br />
renewable. To guarantee that this will not cause deforestation,<br />
you have to use wood from a sustainable management<br />
system. There are techniques that you can use to<br />
harvest which will produce sufficient material and promote<br />
repopulation. By using planted wood, you are using wood<br />
without leading to an increase of deforestation.<br />
New techniques and constructive systems, such as<br />
wood frame and Glued Laminated Wood (Glulam) have<br />
been gaining space in recent years in Brazil. Do you believe<br />
that, with the support of programs like Minha Casa<br />
Minha Vida (My House My Life), they can be extended<br />
on a large scale? Or is there still a long way to go?<br />
It is essential to have a project and, within it, there is<br />
a huge possibility to do this. You could take Minha Casa<br />
Minha Vida to the Amazon, for example, using wood from<br />
tropical species. You could also take it to areas that already<br />
use a defined raw material. We can generate more jobs,<br />
more technology. I see this initiative as positive.<br />
It is commonly believed that deforestation is generated<br />
by the use of wood for other purposes. However,<br />
as you have stated in various articles, livestock and<br />
agricultural projects are primarily responsible for this,<br />
being harmful to nature. How can you change the market<br />
view with respect to this?<br />
I think there must be an awareness campaign. The<br />
Madeira é Legal Program (Wood is Distinctive and can be<br />
O mercado tem<br />
que começar a<br />
dialogar melhor com<br />
os arquitetos, com os<br />
especificadores.<br />
O arquiteto deve<br />
começar a considerar a<br />
obra de madeira<br />
JUNHO | 25
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ENTREVISTA<br />
Na Europa e EUA (Estados Unidos da América), casas<br />
de madeira sempre tiveram uma boa entrada para<br />
a construção. Aqui, no Brasil, no entanto, são muitas<br />
vezes vistas como de segunda mão. O que é necessário<br />
para mostrar que a madeira possui tantos benefícios<br />
quanto o concreto e o aço, por exemplo?<br />
Acho que o mercado tem que começar a dialogar melhor<br />
com os arquitetos, com os especificadores. O arquiteto<br />
deve começar a considerar a obra de madeira, porque tem<br />
que ter um arquiteto que vai fazer o projeto. Começamos<br />
a fechar uma cadeia mais complexa. Quanto mais elos, a<br />
gente vai deixando mais complexo. Alguém que trabalha<br />
com material nativo, mais para frente vai começar a coordenar<br />
um trabalho com pinus ou eucalipto, por exemplo. O<br />
arquiteto tem o canal, ele é o cara que especifica a madeira.<br />
Esse é o alvo que a gente tem que mudar: convencer o<br />
arquiteto de que ele pode usar a madeira.<br />
De que forma a WWF vem trabalhando junto às<br />
instituições para ampliar o uso da madeira no Brasil?<br />
Com o programa Madeira Legal, fazemos atividades<br />
no Brasil inteiro. Ano passado, fizemos eventos e palestras<br />
sobre condição sustentável. Foram trazidos um arquiteto<br />
renomado de fora e um arquiteto renomado brasileiro para<br />
falar sobre madeira. Fizemos o convite para várias faculdades<br />
de arquitetura. Tivemos uma média de 120 pessoas por<br />
palestras. A próxima etapa é levar esse evento para a Amazônia.<br />
O que estamos fazendo agora é conseguir fechar<br />
com a Ufsc (Universidade São Carlos) o teste de laminação<br />
de 15 espécies de madeira da Amazônia de média e baixa<br />
intensidade. Porque algumas empresas laminadoras usam<br />
madeira nativa e tem dado certo. Queremos chegar ao final<br />
do ano com todas essas espécies destinadas para isso, com<br />
potencial de mercado para madeira laminada nativa lá da<br />
Amazônia mesmo. Porque carregar uma madeira de São<br />
Paulo para a Amazônia é um desperdício: o certo seria tirar<br />
É possível levar<br />
o programa Minha<br />
Casa Minha Vida<br />
para a Amazônia,<br />
por exemplo, utilizando<br />
madeira de espécies<br />
tropicais<br />
Legal) succeeded in changing this image, somewhat. But<br />
we’re talking about sustainable wood. If I have an authorized<br />
wood, with all the documentation, even if this wood<br />
is legal, it is not necessarily sustainable. I think we need to<br />
change our view. We had other products which have undergone<br />
a process to show society that they were not the way<br />
it thought they were, such as soya, for example. We really<br />
need to call together native wood, planted forest and industry<br />
personnel, and start working in a more articulated<br />
way to show the potential that this has, which includes environmental<br />
conservation.<br />
Do you believe that bringing in private enterprise to<br />
the Amazon would be beneficial to keeping the environment<br />
free of harmful initiatives, valuing sustainability<br />
in the areas where it be inserted?<br />
This is crucial. The private sector is responsible for this<br />
work, which has to be done. It is also important in generating<br />
jobs.<br />
In Europe and the USA, houses made from wood<br />
have always played a role in housing construction. However,<br />
here in Brazil, these are often viewed as ‘second-<br />
-hand’. What is needed to show that using wood has just<br />
as many benefits as concrete and steel, for example?<br />
I think that the market has to start better articulating<br />
with architects, with the specifiers. The architect must start<br />
to consider working with wood. You have to have an architect<br />
that will design the project. Then, we begin to create<br />
a less complex chain. The more the links, people will leave<br />
behind the more complex. Someone who works with native<br />
material, in the future will begin coordinating work using<br />
pine or eucalyptus, for example. The architect has the channel;<br />
he is the person who specifies the wood to be used. This<br />
is the target that we have to aim at for change: to convince<br />
the architect that he can use more wood.<br />
How has WWF been working with the institutions to<br />
expand the use of wood in Brazil?<br />
Within the Madeira é Legal Program, we carry out activities<br />
throughout Brazil. Last year, we had what we called<br />
events and lectures on sustainable conditions. We brought<br />
in a renowned architect from abroad and one from Brazil<br />
to talk about wood. We issued an invitation to several architecture<br />
schools. And there was an average of 120 people<br />
per lecture. The next step is to take this event to the Amazon.<br />
What we're doing now is trying to close a deal with the<br />
São Carlos University (Ufsc) for testing veneer from 15 species<br />
of low and medium density Amazonian wood. Because<br />
some veneer producers are using native wood and this<br />
has worked. We want to arrive at the end of the year with<br />
all these species destined for this, with a market potential<br />
for laminated native wood in the Amazon, itself. Because<br />
transporting wood from São Paulo to the Amazon is a waste:<br />
it would be correct to transport it from the Amazon to<br />
26 |<br />
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da Amazônia e trazer para cá. Se agregar o valor aonde tem<br />
a madeira, não adianta comprar madeira no sul e levar para<br />
fazer casas no norte.<br />
Como especialista na área, que tendências aposta<br />
nos próximos anos para o setor, aliado ao uso de madeira?<br />
A tendência maior ainda é o wood frame, por conta<br />
de volumes e unidades menores. Sobre as grandes, acho<br />
que o potencial do laminado colado é grande. Acho que a<br />
primeira massificação vai ser essa, inclusive combinada<br />
com a estrutura de madeira laminada e feitas a partir dela.<br />
Falta maior incentivo do governo na questão de<br />
sustentabilidade? O que poderia ser feito?<br />
A Amazônia tem esse problema da infraestrutura.<br />
Dependendo da época do ano, não se tem condições de<br />
chegar lá. A infraestrutura brasileira precisa focar naquela<br />
região, pois é algo fundamental. A burocracia é gigante<br />
no Brasil e existe, inclusive, para transportar a madeira.<br />
E aí tem o problema da própria estrada. Se o transporte<br />
rodoviário é deficitário, a solução pode estar nas ferrovias.<br />
A gente precisa repensar o nosso modal. Do jeito que está,<br />
não funciona.<br />
O que falta para um programa como o Madeira é<br />
Legal, cuja iniciativa só vem a ser benéfica para o setor,<br />
chegar a mais instituições?<br />
Acho que o que falta é o setor abraçar isso como deveria<br />
abraçar. O investimento público seria bom, agora sou<br />
contra o governo interferindo no setor. Poderia ser como<br />
no caso do papel e celulose: o setor da madeira se articular<br />
e criar as condições para melhorar. Tem que possibilitar o<br />
uso de madeira. Isso já seria um grande negócio.<br />
here. If you add value where you have the wood, there's no<br />
point to buying wood in the South and transporting it to<br />
construct homes in the North.<br />
As a specialist in the area, what trends, coupled<br />
with the use of wood, for the sector do you bet on in the<br />
coming years?<br />
The most important trend will be wood frame, on account<br />
of volume and smaller units. About the biggest, I<br />
think the potential of the laminated glued wood is the biggest.<br />
I think the first mass use will be this, possibly combined<br />
with laminated wood structures made from it.<br />
Is there a lack of further incentives from the Government<br />
on the issue of sustainability? What should be<br />
done?<br />
The Amazon has this infrastructure problem. Depending<br />
on the time of year, the conditions are such that you<br />
can’t get there. Brazilian infrastructure needs to focus in<br />
that region, as it is something essential. The bureaucracy<br />
is a giant in Brazil and it exists such that the transport of<br />
wood is difficult. And then, you have the problem of the<br />
road itself. If road transport is in deficit, the solution may be<br />
in the railways. We need to rethink our modal. As it stands,<br />
it does not work.<br />
What's missing for a program, such as the Madeira é<br />
Legal Program, whose initiative is only beneficial for the<br />
Sector, reaching more institutions?<br />
I think what’s missing is for industry to embrace it as it<br />
should be embraced. Public investment would be good, as<br />
I am now against the government interfering in the industry.<br />
It could be as is the case of pulp and paper: the Forest<br />
Sector steps out and creates the conditions to improve. You<br />
have to enable the use of wood. That would be a big deal.<br />
A garantia que isso<br />
(uso da madeira na<br />
construção civil) não vai<br />
provocar desmatamento é ter<br />
madeira a partir de um sistema<br />
de manejo sustentável<br />
JUNHO | 27
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
COLUNA ABIMCI<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Abimci (Associação Brasileira da<br />
Indústria de Madeira Processada Mecanicamente)<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
VEM AÍ A SEMANA INTERNACIONAL<br />
DA MADEIRA<br />
Evento que ocorrerá em setembro é uma oportunidade única para ter contato<br />
direto com as empresas do setor<br />
T<br />
emos pela frente quatro meses de preparação<br />
para uma série de oito eventos da Cadeia Produtiva<br />
da Madeira. Em setembro, de 19 a 22,<br />
Curitiba (PR) será, pela segunda vez, a capital nacional e<br />
internacional da madeira. Uma oportunidade única para<br />
o debate, a busca por soluções, a troca de conhecimento,<br />
o acesso a novas tecnologias e um raio-x do mercado,<br />
algo que somente os grandes eventos proporcionam:<br />
o contato direto com quem está na linha de frente das<br />
empresas.<br />
Dentre os eventos programados, a Abimci, além do<br />
apoio institucional geral para as atividades da semana<br />
e na promoção dos encontros, também estará à frente<br />
do II Wood Trade Brazil, seminário que terá como foco a<br />
avaliação de mercado e de tendências para o setor em vários<br />
segmentos de produtos madeireiros. Um momento<br />
importante para conhecer cases de gestão, de ter acesso<br />
a dados atualizados e trocar informações.<br />
Outros dois eventos da semana – o Simpósio e a Expo<br />
Madeira & Construção – vão ampliar o debate de um<br />
dos temas prioritários (o uso da madeira na construção)<br />
para a Abimci e para as diversas entidades que estão<br />
envolvidas com essa importante bandeira para a cadeia<br />
florestal e madeireira. Eventos que se consolidaram no<br />
calendário acadêmico e profissional, que irão contribuir<br />
para o avanço do trabalho que está sendo realizado a fim<br />
de ampliar o uso da madeira na construção civil.<br />
A programação da semana ainda contará com outras<br />
novidades: a Conferência Sul-Americana de Tecnologias<br />
para Proteção de Madeira (Wood Protection) e a Conferência<br />
Sul-Americana de Tecnologias para Transformação<br />
e Beneficiamento de Madeiras (ProWood). Além da<br />
Feira Lignum Brasil, que irá apresentar lançamentos em<br />
máquinas, equipamentos e serviços para a indústria da<br />
transformação.<br />
Este ano, uma importante conquista para o reforço<br />
da programação da Semana Internacional da Madeira<br />
é a inclusão do VIII Congresso Nacional Moveleiro. Um<br />
evento da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), que<br />
irá agregar ainda mais conteúdo de um encontro consolidado<br />
no mercado que fomenta negócios, promove<br />
palestras e mostra da indústria.<br />
Assim, em um cenário no qual ainda enfrentamos<br />
incertezas econômicas e políticas, nada mais urgente,<br />
oportuno e necessário do que o setor produtivo se manter<br />
unido e firme com o objetivo de encontrar soluções conjuntas,<br />
por meio do debate e da troca de conhecimento.<br />
A participação – e o sucesso – desta grande agenda<br />
depende de todos os atores dessa cadeia produtiva,<br />
que tanto contribui para a geração de renda, empregos<br />
e desenvolvimento do país.<br />
Programe-se e venha participar da Semana Internacional<br />
da Madeira.<br />
Não perca essa oportunidade!<br />
Em um cenário no qual ainda enfrentamos incertezas<br />
econômicas e políticas, nada mais urgente e necessário<br />
do que o setor produtivo se manter unido e firme<br />
28 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
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Rua Pedro Dorigo 154, Curitiba, PR 81810500, BR | 41 3278-8141
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
THE RIGHT WAY<br />
WITHOUT ANY COMPLICATIONS: WHAT YOU NEED TO<br />
KNOW ABOUT THE USE OF CIRCULAR AND BAND SAWS<br />
30 |<br />
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DO<br />
JEITO<br />
CERTO<br />
SEM<br />
COMPLICAÇÃO:<br />
O QUE É PRECISO<br />
SABER SOBRE<br />
A UTILIZAÇÃO<br />
DE SERRAS<br />
CIRCULARES E FITA<br />
Fotos: divulgação<br />
Fotos: divulgação<br />
JUNHO | 31
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
As serras fita são mais indicadas para a redução da tora em peças menores<br />
como costaneiras, blocos, semi-blocos e pranchões<br />
D<br />
urante meados da década de 80, intensificou-se o uso<br />
de madeira de florestas plantadas no Brasil, principalmente<br />
o pinus, como fonte de matéria-prima para<br />
serrarias. A consequência foi a homogeneização e redução dos<br />
diâmetros das toras, o que proporcionou o desenvolvimento<br />
de mecanismos de automação por parte dos fabricantes de<br />
máquinas, agilizando os processos de desdobro.<br />
Como resultado da maior demanda por equipamentos<br />
de qualidade, já no início da década de 90 a importação de<br />
máquinas e ferramentas de corte foi viabilizada. Isto permitiu<br />
que, tanto as indústrias de processamento primário (serrarias),<br />
quanto as indústrias de processamento secundário (beneficiamento)<br />
adquirissem máquinas e ferramentas de corte tecnologicamente<br />
mais evoluídas e de melhor performance. A partir<br />
daí as indústrias nacionais buscaram evoluir tecnologicamente<br />
para manterem seus mercados.<br />
Pode-se classificar as serras como as de movimento<br />
contínuo (serras de fita) e as de movimento circular (serras<br />
circulares e equipamentos de perfilagem). Existem ainda as<br />
de movimento alternativo (serras francesas), de pouco uso<br />
no Brasil, segundo o professor Márcio Pereira da Rocha, do<br />
Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da Ufpr<br />
(Universidade Federal do Paraná).<br />
“Cada serra tem sua finalidade. No caso das serras fita, elas<br />
são mais indicadas para a redução da tora em peças menores<br />
como costaneiras úteis, blocos, semi-blocos, pranchões, etc,<br />
que serão desdobrados posteriormente em operações secundárias”,<br />
analisa ele. “Em serrarias, essas máquinas têm duas<br />
qualidades: a pequena espessura de corte e a versatilidade<br />
D<br />
uring the mid-80’s, the use of wood from planted<br />
forests in Brazil, mainly pine, intensified<br />
as a source of raw material for sawmills. The<br />
consequence has been log homogenization and diameter<br />
reduction, which helped lead to the development of<br />
automation mechanisms on the part of machine manufacturers,<br />
streamlining sawing processes.<br />
As a result of a greater demand for quality equipment,<br />
in the early 90’s, the import of machinery and cutting<br />
tools was used to meet this demand. This led both the<br />
primary processing industries (sawmills), as secondary<br />
processing industries (manufacturers) to acquire the most<br />
technologically evolved and the best performing machinery<br />
and cutting tools. Due to this, domestic equipment<br />
producers sought to evolve technologically to maintain<br />
their markets.<br />
You can classify saws as perpetual (band) or circular<br />
(circular saws and profiling equipment). There is even the<br />
alternative movement (French saws), with little use in<br />
Brazil, according to Marcio Pereira da Rocha, Professor<br />
in the Department of Forest Engineering and Technology,<br />
Federal University of Paraná (Ufpr).<br />
“Each saw has its own purpose. In the case of band<br />
saws, they are more indicated for the breaking down of<br />
the log into smaller pieces such as useable slabs, blocks,<br />
semi-blocks, boards, etc. that will be later processed in<br />
secondary operations,” he analyzes. “In sawmills, these<br />
machines have two qualities: a thin cut and versatility as<br />
to log diametric variations. A common practice in sawmills<br />
32 |<br />
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quanto à variação diamétrica das toras. Uma prática comum<br />
em serrarias que desdobram madeira de florestas plantadas e<br />
podadas é a abertura da tora em duas costaneiras de grande<br />
espessura (costaneiras úteis) e um pranchão ou semi-bloco<br />
central. Por terem a madeira de melhor qualidade, sem nós, as<br />
costaneiras úteis são resserradas em serras de fita horizontais<br />
com múltiplos cabeçotes, que têm pequena espessura de corte,<br />
minimizando as perdas em serragem.”<br />
Nesse sentido, as serras circulares têm como vantagem<br />
a realização de cortes múltiplos simultâneos, aumentando<br />
muito a eficiência operacional da serraria. Porém, essas serras<br />
são usadas em operações secundárias - como resserragem<br />
de semi-blocos ou blocos de toras pequenas, canteagem e<br />
destopo - com menor altura de corte. São serras com elevadas<br />
espessuras de corte e consequente perda de madeira na forma<br />
de serragem. Por isso essas serras são utilizadas nas operações<br />
secundárias, o que permite discos com menores espessuras e<br />
com fios de corte menos espessos.<br />
DENTES: ESTAMPAS, ÂNGULOS, ALTURAS E<br />
INTENSIDADE DA TRAVA<br />
Evidentemente, o número de dentes em uma serra é importante.<br />
No entanto, segundo Pereira da Rocha, a sua importância<br />
se refere mais ao sentido do corte da madeira. “A madeira, ao<br />
ser cortada transversalmente às fibras, oferece muito mais resistência<br />
do que quando cortada no sentido das fibras”, revela.<br />
“Mas existem outros parâmetros dos dentes que são tão ou mais<br />
importantes que o seu número, como a estampa e os ângulos<br />
that use timber from planted and thinned forests is the<br />
breaking down of the log into two thick slabs (useable slabs)<br />
and a large board or central semi-block. For having a<br />
better quality wood, without knots, the useable slabs are<br />
resawn with horizontal multiple head band saws, which<br />
have thinner cuts, minimizing the losses with sawdust.”<br />
In this sense, circular saws have the advantage of<br />
performing multiple simultaneous cuts, greatly enhancing<br />
the operating efficiency of a sawmill. Therefore, for this<br />
reason, these saws are used in secondary operations<br />
such as resawing semi-blocks or blocks from smaller logs,<br />
chamfering, and breaking down larger pieces, using lower<br />
cutting heights. They use thicker cutting saw blades with<br />
a consequent loss of wood in the form of sawdust. For this<br />
reason, these saws are used in secondary operations that<br />
allow the use of thinner cutting blades with a thinner cut.<br />
SAW BLADE: STAMPS, ANGLES,<br />
HEIGHTS AND LATCH INTENSITIES<br />
Of course, the number of teeth on a saw blade is important.<br />
However, according to Professor Pereira da Rocha,<br />
the direction of cutting the wood is more important.<br />
“Wood, cut transversely to the grain, offers much more<br />
resistance than when cut in the direction of the grain” he<br />
reveals. “But there are other teeth parameters that are<br />
as, or more, important than number, such as tooth stamp<br />
and angles, the height and spacing, which is the distance<br />
between two teeth, and latch type and intensity used, in<br />
As serras circulares têm como vantagem a realização de cortes múltiplos<br />
simultâneos, aumentando muito a eficiência operacional da serraria<br />
JUNHO | 33
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
Para se obter maior eficiência operacional,<br />
é preciso que se tenha máquinas robustas,<br />
muito bem ajustadas<br />
do dente, a altura e o passo, que é a distância entre dois dentes<br />
e o tipo e intensidade de trava utilizado, além das velocidades<br />
de corte e de avanço da máquina.”<br />
O ângulo da ponta do dente deve ser determinado de acordo<br />
com a dureza da madeira. Para madeiras duras, esse ângulo<br />
deve ser maior, o que dá ao dente menor agressividade, mas<br />
maior resistência. Além disso, as velocidades de avanço devem<br />
ser reduzidas e, muitas vezes os dentes recebem aplicação de<br />
ligas de maior resistência em suas pontas, sendo mais comum<br />
a estelitagem em serra de fita e metal duro (widia) em serras<br />
circulares.<br />
Para uma madeira de menor densidade, conforme aponta<br />
Pereira Rocha, o ângulo da ponta do dente pode ser menor, o<br />
que lhe deixa menos resistente, mas com maior agressividade<br />
e permite o uso de velocidades de avanço maiores. Há que levar<br />
em conta também, além da dureza da madeira, a presença<br />
de cristais de sílica em sua estrutura, como o caso de muitas<br />
madeiras nativas. Para o desdobro de madeiras com essa característica,<br />
como tauari, é recomendável que se utilize serras<br />
estelitadas, com passo menor e com afiações mais frequentes.<br />
EQUÍVOCOS COMUNS<br />
Como em todo meio técnico e de alta complexidade,<br />
existem alguns aspectos que não são observados em relação<br />
às serras. O primeiro deles é o uso de ferramentas cortantes<br />
de boa qualidade e – específicas - para as operações em que<br />
serão utilizadas. “Para se obter maior eficiência operacional,<br />
com menor gasto de energia e maior qualidade dos produtos é<br />
preciso que se tenha máquinas robustas, muito bem ajustadas,<br />
combinadas com ferramentas cortantes adequadas e muito<br />
bem afiadas por pessoal altamente capacitado”, aconselha<br />
addition to cutting speeds and machine feed.”<br />
The angle of the tip of the tooth should be determined<br />
according to the hardness of the wood. For hardwoods,<br />
this angle must be greater, which provides the tooth with<br />
less aggression, but better strength. In addition, feed<br />
speeds must be reduced, and often teeth are made with<br />
tips from high resistant alloys, with (stellite coating) most<br />
commonly used for band saw blades, and hard metal<br />
(widea) most commonly for circular saw blades.<br />
For a less dense wood, as Professor Pereira de Rocha<br />
points out, the angle of the tip of the tooth may be lower,<br />
which leads to less resistance, but with greater aggressiveness,<br />
allowing the use of higher feed speeds. In addition<br />
to the hardness of the wood, the presence of silica crystals<br />
in the wood structure must also be taken into account,<br />
as in the case for many native woods. For the sawing of<br />
wood with this feature, such as Brazilian oak, the use of<br />
stellite tipped saws is recommended, with smaller spacing<br />
and with more frequent sharpening.<br />
COMMON MISCONCEPTIONS<br />
As for all technical and highly complex activities,<br />
there are several aspects that are not being observed in<br />
relation to the use of saws. The first is the use of good<br />
quality cutting tools, specific for the operation in which<br />
they will be used. “Achieving greater operating efficiency,<br />
with lower energy consumption and higher product quality<br />
requires very well adjusted robust machines, combined<br />
with appropriate cutting tools, sharpened by highly<br />
trained personnel,” advises Professor Pereira da Rocha.<br />
“The manufacturer's guidelines as to the capacity of the<br />
saw, application and maintenance routine should also be<br />
followed. Along with this, it is necessary to observe the<br />
cutting speeds and machine advance, which, when not<br />
appropriate, cause increased blade wear, increasing maintenance<br />
costs and reducing the service life of the same.”<br />
MARKET VIEW<br />
The opinion of those who know the product is as<br />
important as are technical concepts. Franzoi (SC), a manufacturer<br />
specializing in panel, optimizer and finishing<br />
saw blades, works with precision, transversal, bucking<br />
and large edger blades, amongst others. Argemiro Destefani,<br />
Product Development Engineer for the Company,<br />
evaluates that the most common mistakes committed by<br />
customers are the lack of maintenance and purchasing<br />
errors. “Shortcomings in sharpening and use of the wrong<br />
blade for a particular operation frequently occur,” he says.<br />
“In addition, there is a lack of understanding that the saw<br />
blade is only a part of the process: efficiency depends on<br />
the whole package.”<br />
The engineer advises when acquiring a saw blade, the<br />
following should be observed. “Always make a detailed<br />
description of the operation to take to the supplier: the<br />
machine used, type, thickness of the wood to be cut, the<br />
34 |<br />
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Pereira da Rocha. “Deve-se, também, seguir as orientações do<br />
fabricante quanto à capacidade da serra, sua aplicação e rotina<br />
de manutenção. Junto a isso, é preciso observar as velocidades<br />
de corte e avanço da máquina, as quais, quando não são adequadas,<br />
acarretam em maior desgaste da serra, aumentando<br />
os custos de manutenção e vida útil da mesma.”<br />
A VISÃO DO MERCADO<br />
A visão de quem conhece o produto é tão importante quanto<br />
os conceitos técnicos. Especialista na fabricação de serras<br />
para seccionadoras, otimizadoras e acabamento, a Franzoi<br />
(SC) trabalha com cortes de precisão, transversais, destopo e<br />
refiladeiras com passo largo, entre outras atuações. Conforme<br />
avalia Argemiro Destefani, engenheiro de desenvolvimento de<br />
produtos da empresa, os erros mais comuns cometidos pelos<br />
clientes é o de falta de manutenção e erro na aquisição. “Acontece<br />
com frequência deficiências na afiação e a utilização de<br />
uma serra não adequada para determinada operação”, avalia.<br />
“Além disso, há muito desconhecimento que a serra é apenas<br />
uma parte do processo: a eficiência depende do conjunto todo.”<br />
O engenheiro aconselha ainda, ao procurar adquirir uma<br />
serra, seguir alguns mandamentos. “Faça sempre uma descrição<br />
detalhada da operação ao fornecedor: a máquina utilizada,<br />
tipo, altura da madeira que será cortada, o acabamento<br />
desejado, rotação da serra, diâmero, número de dentes, e por<br />
aí vai”, enumera Destefani.<br />
Segundo o proprietário da DRV Ferramentas (PR), Diego<br />
Vieira, os problemas mais comuns atribuídos às serras fitas<br />
– especialidade da empresa – são o desgaste prematuro das<br />
construídas com aço convencional, muitas vezes decorrente<br />
da má utilização. “A regulagem equivocada do equipamento,<br />
sem o tensionamento adequado para cada tipo de aço, pode<br />
acarretar nesse tipo de problema”, analisa ele. “Ao adquirir<br />
uma serra, é primordial avaliar a qualidade da solda, definir a<br />
dentição correta e, no que tange às serras circulares, observar<br />
a qualidade das pastilhas de metal duro.”<br />
Fabricante de todos os tipos de serra para beneficiamento, a<br />
Siromat dá destaque às serras de múltipla mais finas, pensando<br />
na otimização e menor perda de matéria-prima. “Com as serras<br />
de cromo duro, as espessuras reduziram consideravelmente”,<br />
avalia Adriano Silva. “O mais importante é saber se o fabricante<br />
possui o know-how necessário e se a matéria-prima utilizada<br />
é de qualidade, ao adquirir um equipamento. Quanto mais informação<br />
passada ao fornecedor, melhor será o desempenho<br />
da serra.”<br />
MAIS IMPORTANTE QUE OS<br />
CONCEITOS TÉCNICOS E O QUE É<br />
ACONSELHÁVEL NO TRABALHO COM<br />
SERRAS, TAMBÉM CONTA – E MUITO<br />
– A VISÃO DE FORNECEDORES QUE<br />
TRABALHAM DIRETAMENTE COM O<br />
CONSUMIDOR FINAL DO PRODUTO<br />
“A REGULAGEM<br />
EQUIVOCADA DO<br />
EQUIPAMENTO, SEM<br />
O TENSIONAMENTO<br />
ADEQUADO PARA<br />
CADA TIPO DE AÇO,<br />
PODE ACARRETAR NO<br />
DESGASTE PREMATURO”<br />
ANALISA DIEGO VIEIRA,<br />
DA DRV FERRAMENTAS<br />
desired finish, saw rotation and diameter, number of<br />
teeth, and so on,” enumerates Engineer Destefani.<br />
According to Diego Vieira, Owner of DRV Ferramentas,<br />
the most common problems attributed to band saw<br />
blades – the specialty of the Company – are the premature<br />
wear of those made using conventional steel, often resulting<br />
from misuse. “Badly adjusted equipment, without<br />
proper tensioning for each type of steel, can lead to this<br />
kind of problem,” he analyzes. “When purchasing a saw<br />
blade, it is essential to assess the quality of the weld,<br />
define the correct dentition, and regarding circular saws,<br />
observe the quality of the carbide teeth.”<br />
Manufacturer of all types of saw blades, Siromat<br />
highlights gang saws with thinner blades, thinking about<br />
optimization and less raw material waste. “Using hard<br />
chrome blades, thicknesses have been reduced considerably,”<br />
says Adriano Silva. “In acquiring equipment, the<br />
most important thing is whether the manufacturer has<br />
the necessary know-how and is using quality raw materials.<br />
The more information furnished by the supplier, the<br />
better the performance of the saw.”<br />
JUNHO | 35
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
CONSIDERADO AMBIENTALMENTE CORRETO, O PISO<br />
LAMINADO É FEITO EXCLUSIVAMENTE COM MATÉRIA-<br />
PRIMA RENOVÁVEL E RECICLÁVEL, COM ORIGEM NO<br />
CULTIVO DE ÁRVORES DE PINUS E EUCALIPTO<br />
PISANDO FIRME<br />
Fotos: divulgação<br />
PISOS LAMINADOS DE MADEIRA<br />
GANHAM AINDA MAIS FÔLEGO COM<br />
NOVOS ANÚNCIOS DO PROGRAMA<br />
MINHA CASA MINHA VIDA<br />
A<br />
s novas regras do programa Minha Casa Minha Vida,<br />
anunciadas pelo presidente Michel Temer em meados<br />
do primeiro semestre, visam expandir o número de<br />
beneficiários do programa. As medidas buscam a ampliação do<br />
benefício para famílias com renda mensal de até R$ 9 mil e o<br />
reajuste do limite do financiamento e, com isso, devem reaquecer<br />
a construção civil, um dos principais setores da economia. A<br />
previsão é atingir a construção de 610 mil novas unidades ainda<br />
este ano, que contarão com uma novidade: pela primeira vez,<br />
poderão optar por pisos laminados entre os revestimentos.<br />
Em entrevista à REFERÊNCIA INDUSTRIAL, a presidente<br />
executiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), Elizabeth de<br />
Carvalhaes, manifestou que a decisão é extremamente positiva.<br />
“O anúncio da ampliação do programa Minha Casa Minha<br />
Vida, que atingirá mais famílias e permitirá um crescimento<br />
expressivo no número de novas construções, é uma excelente<br />
notícia para os fabricantes de pisos laminados”, acredita. “No<br />
ano passado, a Ibá realizou diversas reuniões com o governo,<br />
com atuação direta no Fórum dos Programas Setoriais da<br />
Qualidade reconhecido pelo Pbqp-H (Programa Brasileiro da<br />
Qualidade e Produtividade do Habitat) e por meio da publicação<br />
da Portaria nº 179/2016 do Ministério das Cidades, o piso<br />
laminado tornou-se opção de revestimento para os programas<br />
de habitação de interesse social.”<br />
Considerado ambientalmente correto, o piso laminado é<br />
feito exclusivamente com matéria-prima renovável e reciclável,<br />
com origem no cultivo de árvores de pinus e eucalipto. O<br />
produto nacional é certificado por organizações independentes<br />
que garantem a procedência da matéria-prima utilizada, como<br />
o FSC (Forest Stewardship Council) e o Cerflor (Programa Nacional<br />
de Certificação Florestal).<br />
Segundo Elizabeth, o reaquecimento do mercado deverá<br />
andar lado a lado com as expectativas de consumo do Minha<br />
Casa Minha Vida. “Essas decisões representaram passos importantes”,<br />
prevê. “O passo inicial já foi concretizado, e cabe<br />
agora às empresas fabricantes de pisos laminados realizarem<br />
um forte trabalho de conscientização junto aos construtores<br />
e consumidores, enfatizando os benefícios do produto como:<br />
custo reduzido, praticidade e agilidade na instalação, durabilidade<br />
e desempenho do material; conforto térmico e acústico;<br />
proteção antibacteriana e facilidade de manutenção.”<br />
Engajada e forte na contribuição ao meio ambiente e<br />
combate ao desmatamento sem sistemas de manejo, a Ibá<br />
atenta para a certificação dos pisos laminados, prova de que<br />
a construção civil brasileira pode andar lado a lado com a sustentabilidade.<br />
“Em um planeta cada vez mais engajado com<br />
a contribuição ao meio ambiente e no combate as mudanças<br />
36 |<br />
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climáticas, é fundamental criar incentivos e mecanismos de<br />
precificação para os setores que tem na sua essência a produção<br />
sustentável, em prol de uma economia de baixo carbono”,<br />
reflete Elizabeth. “Este é o caso dos pisos laminados produzidos<br />
no Brasil, que são certificados e feitos exclusivamente com<br />
matéria-prima renovável e reciclável, com origem no cultivo<br />
de árvores plantadas para fins industriais - pinus e eucalipto.”<br />
Para auxiliar e incentivar tanto o consumidor quanto o<br />
instalador, a Ibá disponibilizou no seu site o manual de uso<br />
e manutenção de pisos laminados e o guia do instalador de<br />
piso laminado, que trazem informações sobre as aplicações<br />
mais comuns destes pisos e apresentam procedimentos mais<br />
adequados para a escolha e instalação do piso, e os cuidados<br />
com o uso e limpeza do produto.<br />
A PREVISÃO É ATINGIR A CONSTRUÇÃO DE 610 MIL<br />
NOVAS UNIDADES AINDA ESTE ANO<br />
“O PASSO INICIAL JÁ FOI<br />
CONCRETIZADO, E CABE<br />
AGORA ÀS EMPRESAS<br />
FABRICANTES DE PISOS<br />
LAMINADOS REALIZAREM<br />
UM FORTE TRABALHO<br />
DE CONSCIENTIZAÇÃO<br />
JUNTO AOS<br />
CONSTRUTORES E<br />
CONSUMIDORES”<br />
ELIZABETH DE CARVALHAES,<br />
PRESIDENTE EXECUTIVA DA<br />
IBÁ<br />
A IBÁ DISPONIBILIZOU NO SEU SITE O MANUAL DE USO<br />
E MANUTENÇÃO DE PISOS LAMINADOS E O GUIA DO<br />
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CINCO DIAS DE FEIRA, DESTACANDO A ASCENSÃO<br />
DA INDÚSTRIA 4.0 NO CAMPO FABRIL<br />
JUNHO | 39
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
INTERNACIONAL<br />
A<br />
Ligna, uma das maiores feiras mundiais de máquinas<br />
para processamento de madeira, máquinas e<br />
ferramentas, voltou a apresentar grandes inovações<br />
e atrativos globais, com um aumento significativo no número<br />
de expositores e visitantes do exterior e um novo impulso<br />
para a Indústria 4.0, que vem redefinindo o mercado.<br />
Depois de cinco dias, organizadores, expositores e visitantes<br />
puderam vislumbrar um evento que impressionou os<br />
presentes. “A Ligna deste ano será um marco na digitalização<br />
da indústria da madeira", disse o doutor Andreas Gruchow,<br />
membro do Conselho de Administração da Deutsche Messe,<br />
responsável pela feira, em conversa com a imprensa após o<br />
fim da feira.<br />
Ao todo foram mais de 1.500 expositores, incluindo 900<br />
estrangeiros, que mostraram suas instalações, máquinas,<br />
ferramentas e soluções inovadoras em cerca de 129 mil m²<br />
(metros quadrados) de espaço. O local foi visitado por cerca<br />
de 93 mil visitantes, incluindo 42 mil participantes de fora<br />
da Alemanha, que vieram a Hannover de mais de 100 países<br />
diferentes.<br />
E, como esperado, a Indústria 4.0 e todos os aspectos da<br />
fabricação em rede dominaram o show. Foram introduzidos<br />
novos softwares que podem integrar a gama completa de<br />
componentes da planta fabril. Uma outra tendência consistiu<br />
em formas de aumentar significativamente a eficiência<br />
da produção, com exigências mínimas para o operador de<br />
equipamento.<br />
Muitos expositores apresentaram exibições mostrando<br />
que as máquinas de trabalhar madeira podem ser polivalentes,<br />
tendo utilização com plásticos, painéis compostos e<br />
materiais de isolamento e construção.<br />
Pela primeira vez na feira, uma área de demonstração ao<br />
ar livre foi instalada ao pé da torre de Hermes, em parceria<br />
com o Conselho Florestal Alemão. Várias apresentações<br />
de tecnologia foram realizadas cada dia em uma área que<br />
mede aproximadamente 1.500 m². Foram realizados processos<br />
como poda, extração de madeira com colheitadeiras,<br />
remoção na estrada da floresta com reboques e transporte<br />
para as serrarias.<br />
Entre as empresas com atuação nacional que participaram<br />
do evento, estiveram Andritz, Bottene, B. Krick, DRV<br />
Ferramentas, Fezer, Homag, Linck, Pilana, Salvador, Sauerland,<br />
Siempelkamp, Tigra e Weinig.<br />
Muitos expositores apresentaram exibições mostrando que<br />
as máquinas de trabalhar madeira podem ser polivalentes<br />
Ao todo foram mais de 1.500 expositores, incluindo 900<br />
estrangeiros, que mostraram suas instalações, máquinas,<br />
ferramentas e soluções inovadoras em cerca de 129 mil m²<br />
Uma outra tendência consistiu em formas de aumentar<br />
significativamente a eficiência da produção, com exigências<br />
mínimas para o operador de equipamento<br />
40 |<br />
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DESTAQUES<br />
B. KRICK / WEINIG<br />
Pela primeira vez foi montado um estande de 4.000 m² (metros<br />
quadrados), unindo as empresas Weinig e Holz-Her. Levando<br />
conhecimento e novidades em tudo relacionado à Indústria 4.0 em<br />
ambos segmentos de madeira maciça e chapas. “Houve muitas<br />
novidades, que vão desde de tecnologias para o trabalho em 4.0,<br />
desenvolvimento de novos maquinários , e também o aumento de<br />
produtividade de máquinas já existente”, diz Bruno Krick, diretor<br />
da B. Krick. “As expectativas da feira foram plenamente realizadas,<br />
através da apresentação das tecnologias mais avançadas do setor<br />
com visitantes do mundo inteiro e fechamento de negócios.”<br />
FEZER<br />
Durante a Ligna, a Fezer apresentou diversas novidades ao<br />
mercado, dentre as principais uma nova geração de linhas de laminação<br />
e um novo torno laminador. “Esta linha foi inteiramente<br />
reprojetada com melhorias significativas em praticamente todas<br />
as máquinas que a compõem”, explica Gustavo Rene Mostiack, diretor<br />
comercial da empresa.“O software de centragem permite uso<br />
mais fácil e mais amigável ao operador. O torno laminador recebeu<br />
mudanças em todo o sistema de acionamento incluindo suas partes<br />
mecânicas e de automação, tornando-o mais robusto, estável, mais<br />
rápido e com menores tempos de aceleração e desaceleração. A<br />
expectativa para este ano era de uma feira movimentada e esta<br />
expectativa foi superada.”
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MARCENARIA<br />
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JUNHO | 43
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MARCENARIA<br />
D<br />
ialogar com novas tecnologias é uma grande<br />
alavanca para o sucesso dos negócios. Foi<br />
com esse pensamento em mente que Marcelo<br />
Aguilera começou uma empreitada no mínimo inusitada:<br />
ensinar marcenaria pela internet. Mais que isso,<br />
pelo youtube, a maior plataforma de vídeos do mundo<br />
e cuja concorrência muitas vezes é dura: quem se daria<br />
ao trabalho de assistir vídeos de alguém ensinando a<br />
montar uma cadeira ou uma mesa? Contrariando todas<br />
as expectativas, o canal Oficina de Casa conta hoje com<br />
mais de 300 mil inscritos e o seu vídeo mais popular, que<br />
ensina a fazer uma cabeceira de cama, tem incríveis 2,5<br />
milhões de visualizações.<br />
"CONTRARIANDO TODAS AS<br />
EXPECTATIVAS, O CANAL OFICINA<br />
DE CASA CONTA HOJE COM<br />
MAIS DE 300 MIL INSCRITOS E O<br />
SEU VÍDEO MAIS POPULAR, QUE<br />
ENSINA A FAZER UMA CABECEIRA<br />
DE CAMA, TEM INCRÍVEIS 2,5<br />
MILHÕES DE VISUALIZAÇÕES"<br />
“Esta cultura do fazer ainda é bem<br />
recente no Brasil e certamente há<br />
uma legião de pessoas que não irão<br />
aderir e contratarão um marceneiro.<br />
Portanto, há espaço para todos”<br />
Marcelo Aguilera, marceneiro do Oficina de Casa<br />
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“Hoje o canal<br />
é nossa única e<br />
principal atividade:<br />
conseguimos<br />
nos manter<br />
financeiramente<br />
apenas com ela”,<br />
declara Aguilera
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MARCENARIA<br />
“O canal entrou no ar pelo youtube em meados de<br />
2012, porém o projeto já existia há pelo menos quatro<br />
anos”, revela ele, cuja formação original é de administração.<br />
“Primeiro tentamos o formato de site mas,depois<br />
que acertamos a proposta, o canal começou sua trajetória.<br />
Desde sempre fui um maker (construtor): sempre me<br />
interessei em como as coisas são feitas e tive influência<br />
nisso com meus tios e avô, de quem herdei ferramentas.<br />
Minha trajetória começou aí, montando minha oficina em<br />
casa e comprando ferramentas. Sempre fui autodidata.”<br />
O canal é composto por Aguilera, que possui mais de<br />
30 anos de experiência na área, e Nei Santos, diretor de<br />
arte e formado em propaganda e marketing, responsável<br />
pela edição e parte estética do canal. “Hoje o canal é nossa<br />
única e principal atividade: conseguimos nos manter<br />
financeiramente apenas com ela”, declara Aguilera. Além<br />
das vídeo aulas, o Oficina de Casa passou, a partir de<br />
outubro do ano passado, a realizar cursos presenciais. A<br />
nossa proposta é difundir a cultura do Faça Você Mesmo,<br />
SEGUNDO O MARCENEIRO,<br />
AS DÚVIDAS MAIS COMUNS<br />
PARA QUEM QUER<br />
ENTRAR NO RAMO DA<br />
MARCENARIA SÃO COMO<br />
USAR AS FERRAMENTAS,<br />
MÁQUINAS ELÉTRICAS E,<br />
PRINCIPALMENTE, QUAIS<br />
AS MELHORES PARA SE<br />
ADQUIRIR<br />
Alguns dos móveis<br />
construídos por Aguilera<br />
no Oficina de Casa<br />
46 |<br />
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levando às pessoas conteúdo relevante em áreas diversas.<br />
É um universo muito abrangente. Até hoje nossa maior<br />
abordagem foi a marcenaria pela madeira ser o material<br />
de entrada nesse universo.”<br />
Segundo o marceneiro, as dúvidas mais comuns para<br />
quem quer entrar no ramo da marcenaria são como usar<br />
as ferramentas, máquinas elétricas e, principalmente,<br />
quais as melhores para se adquirir. “Percebemos também<br />
um grande receio em começar, justamente por medo de<br />
errar”, reflete. “Em nossos vídeos, somos muito didáticos<br />
e detalhistas, o que acaba servindo de incentivo para as<br />
pessoas iniciarem na arte da marcenaria.”<br />
O Oficina de Casa utiliza em seus vídeos materiais de<br />
MDF laminado (pela sua praticidade, explica Aguilera),<br />
MDF cru, compensados e madeiras maciças recicladas.<br />
“Incentivamos muito a reciclagem de madeiras, ensinando<br />
inclusive a identificar quando uma madeira pode ser<br />
reaproveitada”, pondera.<br />
Na avaliação do marceneiro, o mercado da marcenaria<br />
ainda tem muito para render, e está em processo<br />
de crescimento. “Certamente as pessoas passaram a se<br />
interessar mais pelo mercado da marcenaria, por algumas<br />
razões distintas”, analisa Aguilera. “Ou como fonte<br />
de renda, principalmente em uma época de crise, com<br />
uma alta taxa de desemprego, ou como possibilidade de<br />
conseguir realizar o sonho de ter bons móveis em casa<br />
frente aos altos preços cobrados por lojas ou mesmo<br />
marcenarias especializadas.”<br />
A marcenaria como hobby, aplicada como ensinamento<br />
por parte dos profissionais tradicionais, é outra maneira<br />
de fomentar a cadeia do setor, avalia ele. “Vemos na marcenaria<br />
como hobby inúmeras possibilidades se abrindo<br />
para as pessoas, como entretenimento, possibilidade de<br />
fonte de renda, alívio do estresse, além da descoberta de<br />
potenciais capacidades”, defende Aguilera.“De forma<br />
alguma é uma ameaça aos marceneiros profissionais<br />
já estabelecidos, pois esta cultura do fazer ainda é bem<br />
recente no Brasil e certamente há uma legião de pessoas<br />
que não irão aderir e contratarão um marceneiro. Portanto,<br />
há espaço para todos.”
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
EM PROL<br />
DA CADEIA<br />
PRODUTIVA<br />
Fotos: divulgação<br />
ENCAPP <strong>2017</strong> REÚNE NOMES CRIATIVOS DO SETOR DE PORTAS, FORTALECENDO<br />
A QUALIFICAÇÃO E FOMENTANDO INOVAÇÕES<br />
48 |<br />
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C<br />
om três dias de duração, o III Encapp (Encontro da<br />
Cadeia Produtiva da Porta), realizado pela Abimci<br />
(Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />
Mecanicamente), mais do que promover o encontro<br />
entre fornecedores e produtores de portas, foi prova que todo<br />
o segmento está evoluindo e criando soluções inovadoras impulsionadas<br />
pelo PSQ-PME (Programa Setorial da Qualidade<br />
de Portas de Madeira para Edificações). Além, é claro, de<br />
gerar negócios. O evento aconteceu na Fiep (Federação das<br />
Indústrias do Paraná) do Jardim Botânico, em Curitiba (PR).<br />
Com cerca de 30 expositores, o Encapp cobriu em seus<br />
estandes todas as áreas relacionadas ao segmento de portas:<br />
abrasivos, acessórios, adesivos, selantes, espumas, ferragens<br />
e fechaduras, filmes para proteção, fitas de borda, máquinas<br />
e equipamentos, painéis e chapas, perfis, revestimentos,<br />
serviços, sistemas de portas, tintas e vernizes, tratamento da<br />
madeira, vedação e amortecimento, entre outros.<br />
Para o coordenador do Comitê de Portas da Abimci, Caetano<br />
Balvedi, o resultado positivo alcançado com o evento foi<br />
a capitalização de todo o trabalho que vem sendo realizado.<br />
"Nossos fornecedores acreditaram no evento. Demonstramos<br />
que este é o canal correto para que eles se comuniquem com o<br />
setor de portas", avalia. Além disso, o coordenador lembra que<br />
desde a realização do primeiro encontro, houve uma consolidação<br />
das ações. "Estamos indicando para o mercado como<br />
produto tem que ser entregue – dentro das normas - e deixando<br />
claro o nível de solidariedade conjunto que o fornecedor tem<br />
com os fabricantes de portas diante do cliente. O sucesso do<br />
Encapp mostra a relação duradoura que pretendemos ter com<br />
os fornecedores", conclui.<br />
JUNHO | 49
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
DESTAQUES<br />
ALCA MÁQUINAS<br />
A Alca divulgou no Encapp a linha de máquinas e assistência<br />
técnica para a indústria madeireira. Distribuidora oficial das<br />
marcas Razi, exibiu um pouco do potencial da linha de plainas<br />
moldureiras e coladeira de borda. Outra empresa representada<br />
pela Alca foi a italiana Salvador, fabricante de otimizadoras e<br />
destopadeiras, com mais de 30 anos de experiência.<br />
DRATEC<br />
A Dratec trouxe a principal linha de produto: primers base<br />
água e poliuretanos. “Temos alguns clientes aqui que estão<br />
participando também, trouxemos uma linha poliuretano e<br />
apresentamos também a linha UV madeira”, conta Fahdo<br />
Thomé Neto, proprietário da empresa. “Gostamos muito dos<br />
encontros na parte da manhã: a reunião possibilita conversar<br />
com várias empresas e apresentar o trabalho. Nós entendemos<br />
que este é realmente um formato de negócios, em que você<br />
tem não só o demonstrativo.”<br />
GAIDZINSKI<br />
Os destaques no Encapp foram as recobridoras para componentes<br />
de portas e chapas de portas e painéis, voltadas para<br />
a automação da indústria de portas, kit porta-pronta, molduras<br />
decorativas, para construção civil, esquadrias e móveis. “O<br />
evento de forma geral foi muito bom, com boas tratativas e<br />
negócios”, projeta Gilberto Gaidzinski, diretor da empresa.<br />
“A expectativa é sempre alta e acredito que o Encapp é uma<br />
excelente oportunidade para estar por dentro do mercado.”<br />
JOWAT<br />
A Jowat, produtora de mais de 500 tipos de adesivos<br />
diferentes para a indústria de madeira e móveis, apresentou<br />
os adesivos hot melt, de dispersão convencionais e reativos.<br />
“Para nós, a feira teve uma avaliação boa, mais importante,<br />
foi a rodada de negócios”, explica Renan Tecchio, técnico da<br />
empresa. “O foco da nossa divulgação são as colas, como a<br />
Jowatherm, que está sendo tendência de mercado.”<br />
50 |<br />
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MONTANA<br />
A empresa levou três linhas de produtos. Apresentou opções<br />
em revestimento para componentes de portas, voltada<br />
para a construção civil e indústria moveleira. A companhia<br />
possui também a linha de fitas de bordas melamínicas e as<br />
linhas de PVC, produzida agora em duas unidades fabris.<br />
“Foi possível divulgar nossa marca e produtos, e ainda buscar<br />
novos clientes”, detalha Leonardo Miyake, gerente comercial<br />
da Montana.<br />
OMIL<br />
Fabricante de máquinas para o beneficiamento de madeira<br />
e linhas de marcenaria de pequeno e grande porte, a Omil<br />
expôs banners e vídeos dos equipamentos em operação. Com<br />
possibilidade de assistência técnica e reposição de peças em<br />
todo o território nacional e Mercosul, a empresa destacou a<br />
atuação em solo brasileiro e boa parte do sul-americano.<br />
UNESA<br />
A tradicional fabricante de equipamentos para o trabalho<br />
com madeira, Unesa Máquinas, levou material de divulgação<br />
para mostrar tudo o que a empresa oferece. O destaque para<br />
o setor de portas foi a linha de recobrimento. Para Eti Galvani<br />
Uliano, diretor-presidente da Unesa, a presença no evento é<br />
muito interessante porque é uma feira feita por clientes.<br />
GRUPO JOTA<br />
Responsável pelas publicações das Revistas REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL, REFERÊNCIA INDUSTRIAL e PRODUTOS<br />
DE MADEIRA, o GRUPO JOTA marcou presença no Encapp<br />
com um estande exclusivo. O objetivo foi apoiar o evento<br />
e divulgar as revistas direcionadas ao mercado de portas e<br />
produtos de madeira.<br />
JUNHO | 51
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MADEIRA TRATADA<br />
LAR<br />
SUSTENTÁVEL<br />
Fotos: divulgação<br />
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EMPRESA DE SANTA<br />
CATARINA INAUGURA<br />
NOVA SEDE COM<br />
MADEIRA TRATADA DE<br />
PINUS E EUCALIPTO<br />
JUNHO | 53
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MADEIRA TRATADA<br />
A<br />
Gaivota Madeiras, empresa de Balneário Gaivota<br />
(SC) especialista em projetos com utilização de<br />
madeira tratada, construiu em março a sua nova<br />
sede: um escritório comercial todo com madeira tratada,<br />
utilizando cerca de 7 m³ (metros cúbicos) de pinus e 12 m³<br />
de eucalipto. O local chama a atenção pelo projeto arquitetônico,<br />
inovador para a região, que incentivou o mercado<br />
local e destacou a madeira de eucalipto roliço como base<br />
estrutural.<br />
“A partir desta obra, despertamos ainda mais nos contratantes<br />
o interesse em um projeto a ser executado em<br />
madeira”, avalia Jônatas Stiegemeier, gerente da empresa.<br />
“O mercado imobiliário está muito aquecido na cidade,<br />
o que atraiu novas imobiliárias para a região. A estratégia<br />
era atender então não apenas o cliente que os buscava<br />
para compra e venda de imóveis mas oportunizar atender<br />
pessoas atraídas pelo empreendimento e transformar este<br />
contato em negócio.”<br />
O tratamento utilizado no escritório comercial foi de<br />
impregnação à vácuo com CCA. Após a finalização, foi aplicado<br />
também o stain. A fase de projeto demandou aproximadamente<br />
45 dias para chegar ao projeto final e sua<br />
execução foi de 90 dias. “A identidade do nosso trabalho<br />
está no uso da madeira, originada de reflorestamentos,<br />
como elemento construtivo e decorativo”, garante Jônatas.<br />
“Nossos clientes são os mais diversos e atendemos em<br />
sua maioria pessoa física, que nos procura para projetos e<br />
execução de casas, decks, pergolados e painéis de madeira.<br />
Também pessoas jurídicas em empreendimentos comerciais<br />
como lojas, escritórios e restaurantes.”<br />
A madeira como elemento construtivo ocupa ainda<br />
um espaço muito pequeno na construção civil no mercado<br />
54 |<br />
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de Balneário Gaivota. Mas, assim como em todo o país, a<br />
situação está mudando. “A madeira sofreu durante anos<br />
um processo de discriminação, sendo considerado um material<br />
de baixa qualidade que não encontrava espaço em<br />
obras de destaque”, opina Jônatas. “Outro aspecto é a falta<br />
de conhecimento técnico e de profissionais qualificados<br />
que saibam transformar este material tão nobre em belos<br />
empreendimentos de qualidade e durabilidade. Talvez as<br />
pressões ambientais que outros materiais estão sentindo<br />
esteja favorecendo o uso da madeira como elemento construtivo.<br />
Também o surgimento de belas obras executadas<br />
em madeira está despertando o interesse de outras pessoas<br />
que não consideravam a madeira em seus projetos.”<br />
Do ponto de vista técnico, vale ressaltar que as obras<br />
em madeira são muito mais leves e mais rápidas para serem<br />
executadas, com uma ótima resistência tanto a flexão<br />
quanto a compressão, além de extremamente versáteis e<br />
um bom isolante térmico. “Ambientalmente, é uma material<br />
renovável de baixo consumo de energia para sua produção<br />
e beneficiamento além de ser um fixador de carbono<br />
e assim contribuir de forma positiva com a camada de ozônio”,<br />
finaliza Jônatas.<br />
"A MADEIRA<br />
COMO ELEMENTO<br />
CONSTRUTIVO OCUPA<br />
AINDA UM ESPAÇO<br />
MUITO PEQUENO NA<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
NO MERCADO DE<br />
BALNEÁRIO GAIVOTA.<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
QUÍMICA NA MADEIRA<br />
EPIs NAS UPMs:<br />
MAIS SEGURANÇA<br />
PARA O<br />
TRABALHADOR<br />
Fotos: divulgação<br />
EQUIPAMENTOS DE<br />
PROTEÇÃO INDIVIDUAL<br />
SÃO FUNDAMENTAIS PARA<br />
O SUCESSO NA LINHA DE<br />
PRODUÇÃO DAS USINAS<br />
DE PRESERVAÇÃO DE<br />
MADEIRA<br />
56 |<br />
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QUANTO AO<br />
RISCO DE<br />
RESPINGOS<br />
QUE AMEACEM<br />
OS OLHOS,<br />
É INDICADO<br />
O USO DE<br />
ÓCULOS<br />
PROTETORES<br />
B<br />
asicamente, os EPIs (Equipamentos de Proteção<br />
Individual) servem para dar ao trabalhador uma<br />
capacidade extraordinária: enfrentar situações de<br />
risco que exigiriam um nível de proteção que vai além do<br />
natural. Por exemplo, as pálpebras protegem naturalmente<br />
os olhos de cada pessoa, mas em um ambiente onde<br />
pequenos fragmentos de material sólido são lançados ao<br />
ar, é indispensável o uso de óculos protetores adequados.<br />
Em uma UPM — como em qualquer outra planta industrial<br />
— há diferentes graus de risco, assim como produtos que<br />
podem causar dano em caso de contato direto com a pele,<br />
olhos ou através de inalação. Portanto, os EPIs servem não<br />
só para evitar lesões, mas também doenças decorrentes da<br />
atividade.<br />
Preservativos químicos com diversos princípios ativos,<br />
empregados no tratamento industrial da madeira, podem<br />
ser corrosivos. Por precaução, não devem entrar em contato<br />
com a pele. Recomenda-se, neste caso, o uso de botas<br />
de PVC e luvas de látex, que protegerão pés e mãos.<br />
Quanto ao risco de respingos que ameacem os olhos, é<br />
indicado o uso de óculos protetores. Quando houver processos<br />
geradores de ruído intenso, será necessária a proteção<br />
auditiva adequada. Isto exige análise quantitativa para<br />
determinar a necessidade efetiva do protetor auricular e o<br />
grau de proteção.<br />
Também é recomendável o uso de capacete, que terá<br />
dupla função contra possíveis impactos em tubulações,<br />
válvulas metálicas ou a própria autoclave, além de evitar<br />
respingos na cabeça. Se houver risco de resíduos no corpo<br />
do trabalhador, deverá ser usado macacão impermeável.<br />
No caso de manutenção em uma autoclave (caso em que o<br />
empregado tenha que entrar no equipamento) será necessário<br />
não só o macacão impermeável, mas todo o conjunto<br />
de EPIs descrito neste artigo.<br />
EPIs previnem acidentes mecânicos, como impactos<br />
capazes de afetar externa e internamente o corpo do trabalhador,<br />
como no caso da via respiratória pela ação de<br />
gases, névoas de produtos ou fumaça. Nestes casos, é indispensável<br />
o uso de máscara. Para a escolha adequada, é<br />
necessária uma avaliação do modelo a ser utilizado com a<br />
ajuda de profissional qualificado. Para isso, deve ser levada<br />
em conta a concentração do produto no ar (análise quantitativa)<br />
e seu tipo específico (análise qualitativa).<br />
FATOR DE PROTEÇÃO<br />
O fator de proteção da máscara é muito importante e<br />
obedece a níveis indicados para cada caso, segundo as normas<br />
da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo,<br />
de Segurança e Medicina do Trabalho), estabelecida pelo<br />
PPR (Programa de Proteção Respiratória). O mais baixo é<br />
JUNHO | 57
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
QUÍMICA NA MADEIRA<br />
NO CASO DE<br />
MANUTENÇÃO EM UMA<br />
AUTOCLAVE (CASO EM QUE<br />
O EMPREGADO TENHA QUE<br />
ENTRAR NO EQUIPAMENTO)<br />
SERÁ NECESSÁRIO<br />
NÃO SÓ O MACACÃO<br />
IMPERMEÁVEL, MAS TODO<br />
O CONJUNTO DE EPIs<br />
deve ser feita por um profissional especializado em saúde<br />
e segurança do trabalho: engenheiros, técnicos ou, ainda,<br />
consultores de higiene ocupacional. São pessoas habilitadas<br />
e treinadas para fazer medições e análises em qualquer<br />
ramo da indústria, sendo especialmente recomendadas no<br />
setor químico. Caso existam no local avaliado produtos de<br />
risco elevado, deve-se fazer a avaliação ambiental uma vez<br />
por ano, ou sempre que forem modificados os processos<br />
industrias.<br />
É de importância estratégica a elaboração de laudo<br />
ambiental, de tempos em tempos, para que as ações adotadas<br />
sejam assertivas e pontualmente eficazes. Evita-se,<br />
assim, o desperdício de recursos com ações superdimensionadas<br />
para proteção ao trabalhador, ou impactos sanitários<br />
e ambientais quando subdimensionadas. Os dois casos<br />
implicam em prejuízos financeiros e mercadológicos.<br />
Quanto menos incidirem doenças e acidentes laborais,<br />
menores serão as chances de ocorrerem processos trabalhistas,<br />
troca de empregados, quebras de máquinas e equipamentos;<br />
além, é claro, de manter-se preservada a boa<br />
imagem da empresa frente ao seu público.<br />
De um lado, a empresa é responsável pela segurança<br />
o fator de proteção 10, que corresponde a 10 vezes mais<br />
do que o organismo humano seria capaz de suportar mantendo-se<br />
saudável. Seguindo o mesmo padrão na escala,<br />
existem no mercado máscaras com fatores 50, 100, 1.000<br />
e 10.000.<br />
No caso das UPMs, são recomendadas máscaras com<br />
fator de proteção que podem oscilar entre 10 e 100. Isso<br />
dependerá da avaliação feita pelo especialista sobre o ambiente<br />
onde pode haver gases ácidos e eventual manipulação<br />
de madeira que, na ausência de mecanização, poderão<br />
gerar particulados em suspensão.<br />
A avaliação das condições em cada ambiente industrial<br />
TAMBÉM É RECOMENDÁVEL<br />
O USO DE CAPACETE, QUE<br />
TERÁ DUPLA FUNÇÃO CONTRA<br />
POSSÍVEIS IMPACTOS EM<br />
TUBULAÇÕES, VÁLVULAS<br />
METÁLICAS OU A PRÓPRIA<br />
AUTOCLAVE<br />
58 |<br />
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dos seus colaboradores, devendo disponibilizar sem custo<br />
os EPIs necessários, dando treinamento e fiscalizando o<br />
seu uso. Por outro, cabe ao empregado a iniciativa de solicitar<br />
avaliação e eventual troca de EPIs danificados durante<br />
o uso.<br />
Finalmente, vem a estratégia adotada pela empresa<br />
para a segurança do trabalhador. Quanto mais investimentos<br />
em instalações adequadas, menores serão os dispêndios<br />
com aquisição, treinamento e fiscalização do uso<br />
de EPIs. Neste caso, a lógica do planejamento implicará<br />
em melhores condições de trabalho e, consequentemente,<br />
menores riscos ambientais. Por exemplo, sistemas de<br />
grelhas nos pisos para escoamento de líquidos reduzirão<br />
riscos de contato. Um sistema de exaustão bem-dimensionado,<br />
com captadores próximos aos pontos críticos, eliminará<br />
gases, névoas e fumaça.<br />
Investimentos em segurança para o trabalhador devem<br />
ser sempre precedidos de análises competentes, caso<br />
a caso, e mediante plano de investimentos bem estruturados<br />
e conforme a disponibilidade da empresa.<br />
PAULO ROCHA<br />
É TÉCNICO EM<br />
SEGURANÇA DO<br />
TRABALHO NA<br />
MONTANA<br />
QUÍMICA S.A.
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
O APROVEITAMENTO<br />
DE RESÍDUOS DE<br />
MADEIRA PARA O<br />
DESENVOLVIMENTO<br />
SUSTENTÁVEL<br />
Fotos: divulgação<br />
CLÁUDIO JOSÉ DONATO<br />
Professor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná)<br />
EDILENE MAYUMI MURASHITA TAKENAKA<br />
Economista e Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento<br />
Regional pela Unioeste<br />
RESUMO<br />
O<br />
objetivo principal deste trabalho foi ressaltar a<br />
importância do uso de briquetes de resíduos de<br />
madeira como alternativa ao uso do carvão vegetal<br />
e também como instrumento de obtenção de vantagens<br />
sociais, econômicas e ambientais. Para a realização desta investigação<br />
científica foi adotada uma pesquisa bibliográfica, a<br />
partir do levantamento e análise sobre o aproveitamento de<br />
resíduos de madeira para o desenvolvimento sustentável. O<br />
presente estudo concluiu que o baixo custo e importância do<br />
uso da briquetagem como medida de produção sustentável, é<br />
uma alternativa viável para a produção de energia levando-se<br />
em consideração as questões sócioeconômicas e ambientais.<br />
INTRODUÇÃO<br />
Nos últimos anos é crescente o interesse por fontes energéticas<br />
alternativas e sustentáveis e, dentro desse contexto,<br />
destaca-se a utilização de biomassa em substituição aos<br />
combustíveis fósseis. Com o aumento populacional, ocorreu<br />
o aumento do consumo mundial de energia, com tendência<br />
a se ampliar mais ainda nos próximos anos. Essa realidade<br />
demonstra a necessidade de buscar fontes alternativas de<br />
produção energética, uma vez que o uso do combustível fóssil<br />
como recurso natural implica em graves danos ambientais.<br />
A busca pelo equilíbrio entre um crescimento econômico<br />
a partir do aumento da produtividade e um desenvolvimento<br />
econômico e sustentável baseado na geração de riquezas<br />
atrelada a sua melhor distribuição considerando também a<br />
qualidade ambiental do planeta, faz emergir a necessidade de<br />
um manuseio mais consciente destes recursos para que se reduzam<br />
os impactos ambientais. Uma das alternativas é o uso<br />
de biomassa (Vale, Gentil, 2008).<br />
O estudo e desenvolvimento de biomassa para a geração<br />
de energia pode representar grandes benefícios em termos<br />
de qualidade de energia, impactos na vida humana e meio<br />
ambiente.O aproveitamento térmico de biomassa é uma<br />
forma barata e tecnologicamente viável de produzir energia<br />
60 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
(Chrisostomo, 2011).<br />
Nesta direção, o uso energético da madeira pode trazer<br />
grande contribuição à produção de energia, pois, pode-se extrair<br />
dela o combustível sólido, líquido e gasoso, em processos<br />
para a geração de energia térmica, mecânica e elétrica (Britto,<br />
2007).<br />
A madeira é o mais antigo combustível utilizado pela humanidade,<br />
classificada como uma fonte de energia primária<br />
e renovável, pois, permite a fixação do carbono atmosférico,<br />
contribuindo para reduzir o efeito estufa. Existe uma diversidade<br />
de árvores que são capazes de se adaptarem a diversas<br />
condições ambientais. Devido a isto a madeira é considerada<br />
um material de grande valor socioeconômico e ambiental<br />
(Trugilho, 2010).<br />
A madeira tem como seu principal produto o carvão vegetal.<br />
O carvão vegetal é uma fonte energética importante<br />
não só pela sua natureza renovável como também pelo seu<br />
papel histórico e econômico no desenvolvimento do país. Em<br />
média, ¼ da produção mundial de carvão vegetal advém do<br />
Brasil, destacando-se o Estado de Minas Gerais que apresenta<br />
o maior consumo e geração deste insumo, usado principalmente<br />
pelo segmento siderúrgico (Pinheiro; Sampaio, 2001).<br />
A compactação é uma boa alternativa para a utilização<br />
destes resíduos como combustível sólido na forma de briquetes<br />
(Chrisostomo, 2011).O briquete é considerado uma opção<br />
ecológica de energia e, aliado a uma preocupação mundial<br />
com questões naturais como o efeito estufa e suas consequências<br />
no clima possibilitam uma ascensão de energias limpas<br />
em relação aos combustíveis não-renováveis. Hoje, praticamente<br />
todos os tipos de resíduos orgânicos podem ser reutilizados<br />
para produção de energia (Vale, Gentil, 2008).<br />
OBJETIVO<br />
Ressaltar a importância do uso de briquetes, mostrando<br />
que existem vantagens socioeconômicas e ambientais em se<br />
substituir o carvão vegetal pelos briquetes de resíduos de madeira.<br />
METODOLOGIA<br />
A realização desta investigação científica foi elaborada a<br />
partir de uma pesquisa bibliográfica, que visou o levantamento<br />
de informações para obter conhecimento existente sobre<br />
aproveitamento de resíduos de madeira para o desenvolvimento<br />
sustentável.<br />
REVISÃO DA LITERATURA<br />
Conhecendo os resíduos sólidos<br />
Na sociedade moderna com o intenso processo de industrialização<br />
ocorre a geração excessiva de resíduos, sendo que<br />
muitos deles apresentam um baixo aproveitamento e geram<br />
danos ambientais. Contudo o conhecimento sobre os resíduos<br />
e suas utilidades podem contribuir para reduzir os impactos<br />
ao meio ambiente, e alguns podem até se tornar fonte energética,<br />
como é o caso dos resíduos de madeira. O objetivo<br />
deste tópico é apresentar uma explanação teórica sobre o<br />
conceito de resíduo.<br />
O termo resíduo, geralmente, é associado à ideia de lixo,<br />
porém, segundo Demajorivic (1995), resíduos sólidos diferenciam-se<br />
do termo lixo, pois este último não possui nenhum<br />
tipo de valor, referindo-se ao que deve ser descartado. Resíduos<br />
são aqueles que possuem valor econômico agregado,<br />
por possibilitarem seu reaproveitamento.<br />
O resíduo pode ser definido como tudo aquilo que sobra<br />
de um processo de produção ou exploração, de transformação<br />
ou de utilização. É toda substância, material ou produto<br />
destinado, por seu proprietário, ao abandono (Quirino, 2003).<br />
RESÍDUOS DO PROCESSAMENTO DE MADEIRA<br />
O grande volume de resíduos gerados pelas indústrias<br />
de transformação da madeira é um problema que ocorre em<br />
quase a totalidade das serrarias brasileiras. Os resíduos que se<br />
originam do processamento da madeira, móveis usados, artigos<br />
de madeira, moirões, estacas, bagaço de cana, palha de<br />
arroz, galhos de árvores são resíduos ligno-celulósicos que se<br />
apresentam em formas e granulometrias das mais variadas,<br />
apresentando de modo geral, baixa densidade e alto teor de<br />
umidade (Quirino, 2003).<br />
Dentre os vários materiais lignocelulósicos podem-se utilizar<br />
casca e galho de árvores, aparas de madeira, serragem,<br />
maravalhas, bagaço de cana-de-açúcar, casca de arroz, palha,<br />
caule e sabugo de milho, dentre outros. Outra grande vantagem<br />
da briquetagem é a possibilidade de aproveitamento de<br />
resíduos lignocelulósicos carbonizados em geral (Fontes et al,<br />
1984).<br />
A indústria madeireira tem a característica de gerar grandes<br />
volumes de resíduos no processo de beneficiamento de<br />
madeira. A vantagem de aproveitar os resíduos de madeira é<br />
JUNHO | 61
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
O GRANDE VOLUME<br />
DE RESÍDUOS<br />
GERADOS PELAS<br />
INDÚSTRIAS DE<br />
TRANSFORMAÇÃO<br />
DA MADEIRA É UM<br />
PROBLEMA QUE<br />
OCORRE EM QUASE<br />
A TOTALIDADE<br />
DAS SERRARIAS<br />
BRASILEIRAS<br />
que consiste em um gerenciamento sustentável desses resíduos<br />
como forma de gerar energia em volumes compactos a<br />
partir de um recurso natural renovável, além de não possuir<br />
caráter poluidor de fontes fósseis de energia.<br />
Embora as empresas modernas incluam em suas atividades<br />
o gerenciamento ambiental e o aproveitamento integrado<br />
de seus subprodutos, a maioria das serrarias instaladas no<br />
país ainda está despreparada para o descarte apropriado de<br />
seus rejeitos (Remade, 2005).<br />
Hillig et al (2006) estudando a caracterização e aproveitamento<br />
dos resíduos de madeira, propõe a seguinte classificação,<br />
sendo caracterizados como insumos da cadeia produtiva<br />
da indústria madeireira, conforme descreve a tabela abaixo.<br />
A UTILIDADE DOS BRIQUETES<br />
Com o passar dos anos, a busca por fontes energéticas<br />
alternativas e sustentáveis, tornou-se um assunto de grande<br />
importância. A matriz energética mundial vem sofrendo um<br />
acréscimo no uso de energias renováveis, devido à diminuição<br />
das reservas de combustíveis fósseis, e também pela poluição<br />
causada por estes. O reaproveitamento energético de resíduos,<br />
no caso, por exemplo, o briquete. A briquetagem é uma<br />
maneira muito eficaz para concentrar a energia disponível da<br />
biomassa (Chrisostomo, 2011) (Vale, Gentil, 2008).<br />
Durante as fases de produção, transporte, manuseio e peneiramento<br />
nas usinas siderúrgicas, o carvão vegetal gera em<br />
torno de 25% de finos, (resíduo do carvão vegetal) dificultando<br />
ou mesmo inviabilizando sua utilização em alguns setores,<br />
como, por exemplo, em alto-fornos, onde são desejáveis carvões<br />
com alta resistência e formato geométrico definido.<br />
Dependendo da finalidade dos briquetes, eles deverão<br />
apresentar características adequadas, como resistência ao<br />
manuseio, transporte, estocagem, acendimento e, principalmente,<br />
baixa toxidez para uso doméstico e resistência ao<br />
calor, funcionando como termorredutor para o setor siderúrgico.<br />
Segundo estudos desenvolvidos por Couto et al (2004), os<br />
briquetes comercializados no Brasil enfrentam desafios como<br />
o alto preço do frete da matéria-prima, a concorrência com<br />
os baixos preços da lenha e do carvão vegetal, elevados impostos,<br />
ausência de promoção do produto e necessidade de<br />
capital de giro. No mercado externo, destacam-se os grandes<br />
pedidos comerciais feitos às pequenas empresas de briquetagem,<br />
a burocracia do governo e o elevado custo para o capital<br />
de giro que se apresentam como entraves ao comércio deste<br />
produto. Acrescenta-se também a falta de conhecimento do<br />
mercado nacional do produto, tendo como prática comum a<br />
mistura dos briquetes com carvão vegetal.<br />
No entanto, estudos relacionados à determinação de suas<br />
características e de suas propriedades se fazem necessários<br />
para melhor orientação dos consumidores e também do mercado<br />
sobre o produto.<br />
Os briquetes podem ser produzidos utilizando apenas um<br />
material lignocelulósico ou a mistura deles. É comum adicionar<br />
serragem aos produzidos com outros materiais e o carvão<br />
vegetal, para aumentar o poder calorífico. Para briquetes de<br />
carvão vegetal, misturam-se aglutinantes de natureza diversa,<br />
sendo os mais utilizados os de amido de milho (Quirino,<br />
2003).<br />
O PROCESSO DE BRIQUETAGEM<br />
Nos dias atuais, é possível utilizar grande variedade de<br />
resíduos orgânicos na produção de energia por meio de tecnologias<br />
simples. Uma delas é a briquetagem, que consiste na<br />
62 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
aplicação de pressão a uma massa de partículas, com ou sem<br />
adição de ligante, e com ou sem tratamento térmico (Saleme,<br />
1992).<br />
A briquetagem consiste na técnica de prensagem de pequenas<br />
partículas de material lignocelulósicos1, com ou sem<br />
a adição de ligantes, formando estruturas mais densas e compactas<br />
e com maior valor comercial. Alguns trabalhos, sobre<br />
sua produção e uso, foram desenvolvidos por empresas siderúrgicas<br />
e instituições de ensino e pesquisa, mas a bibliografia<br />
disponível sobre o assunto é ainda escassa.<br />
A briquetagem de biomassa é uma prática antiga e uma<br />
das técnicas consideradas, em termos gerais, como tecnologia<br />
de compactação. Consiste na prensagem de pequenas<br />
partículas de material sólido para formar blocos de forma<br />
definida e tamanho maior. A compactação ocorre dentro de<br />
moldes matrizes, em orifícios entre cilindros rotativos ou processos<br />
similares, sendo que os subprodutos de beneficiamento<br />
agroflorestal e finos de carvão se convertem em material de<br />
maior valor comercial. Além disso, essa técnica pode requerer<br />
ou não a aplicação de pressão, adição de ligantes e tratamento<br />
térmico posterior. No caso do carvão vegetal, usa- se, geralmente,<br />
um aglutinante, que pode ser de várias naturezas,<br />
porque esta é a maneira mais econômica de compactá-lo. Os<br />
finos devem ter uma distribuição granulométrica adequada<br />
para proporcionar qualidade do briquete e economia do aglutinante<br />
(Filippeto, 2008).<br />
Segundo Fontes et al (1984), por meio da briquetagem<br />
consegue-se um combustível com homogeneidade granulométrica,<br />
maior densidade e resistência à geração de finos.<br />
O efeito de densificação proporcionado pela briquetagem<br />
produz um combustível com maior concentração energética<br />
por unidade de volume que, aliado à resistência adquirida,<br />
viabiliza técnica e economicamente o transporte a distâncias<br />
maiores. Além disso, os briquetes apresentam formato regular<br />
e constituição homogênea. Através da briquetagem com o<br />
uso de aglutinantes, o que envolve balanceamento granulométrico,<br />
mistura proporcional de aglutinantes, compactação,<br />
coqueificação ou secagem, consegue-se o aproveitamento<br />
dos finos na forma de um combustível mais denso, mais homogêneo,<br />
com uniformidade granulométrica, facilidade de<br />
manuseio e transporte, o que permite seu transporte ao longo<br />
de maiores distâncias, além de obter-se um produto com<br />
características semelhantes ao do carvão (Fontes et al, 1984).<br />
De acordo com Quirino e Brito (1991), a briquetagem é<br />
uma forma muito eficiente de concentrar a energia disponível<br />
na biomassa. Os autores exemplificam esse fato na consideração<br />
de que 1,00 m³ de briquetes contêm, pelo menos, cinco<br />
vezes mais energia que 1,00 m³ de resíduo, levando-se em<br />
consideração a densidade a granel e o poder calorífico médio<br />
desse material.<br />
Alves Júnior e Santos (2002) afirmam que o processo de<br />
briquetagem ou a transformação de madeira em briquetes<br />
consiste na trituração da madeira (moagem) e posterior compactação<br />
a elevadas pressões, o que pode provocar a elevação<br />
da temperatura do processamento na ordem de 100ºC.<br />
O aumento da temperatura provoca a "plastificação" da lignina,<br />
substância que atua como elemento aglomerante das<br />
partículas de madeira. De acordo com o mesmo autor, para<br />
que a briquetagem tenha sucesso, o material deve ter umidade<br />
entre 8% a 15% e o tamanho de partícula entre 5 a 10 mm<br />
(milímetros).<br />
O processo de briquetagem descrito anteriormente se refere<br />
à produção a partir de resíduos lignocelulósicos, em que<br />
o ligante é a lignina. Em processos que utilizam, na produção<br />
de briquetes, somente o carvão, por exemplo, é necessária a<br />
utilização de um aglomerante artificial, pois, neste caso, a lignina<br />
já foi degradada, não é mais plástica e não faz o papel de<br />
aglomerante.<br />
A VANTAGEM DE<br />
APROVEITAR OS<br />
RESÍDUOS DE MADEIRA<br />
É QUE CONSISTE EM<br />
UM GERENCIAMENTO<br />
SUSTENTÁVEL DESSES<br />
RESÍDUOS COMO FORMA<br />
DE GERAR ENERGIA EM<br />
VOLUMES COMPACTOS A<br />
PARTIR DE UM RECURSO<br />
NATURAL RENOVÁVEL<br />
Leia este artigo completo em:<br />
www.amigosdanatureza.org.br/publicacoes/<br />
JUNHO | 63
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
AGENDA<br />
JUNHO <strong>2017</strong><br />
Woodprocessing<br />
30 de maio a 2 de junho<br />
Lviv (Ucrânia)<br />
www.galexpo.com.ua<br />
Necroexpo<br />
2 a 4<br />
Kielce (Polônia)<br />
www.targikielce.pl<br />
Expolar<br />
10 a 18<br />
Belo Horizonte (MG)<br />
www.expovitoria.com.br<br />
Fitecma<br />
13 a 17<br />
Buenos Aires (Argentina)<br />
www.fitecma.com.ar<br />
Indumóveis Internacional<br />
14 a 18<br />
Santa Rosa (RS)<br />
www.indumoveisinternacional.com.br<br />
Affemaq Mirassol<br />
27 a 29<br />
Mirassol (SP)<br />
www.affemaq.com.br<br />
Fenafor<br />
24 a 26<br />
Lima (Peru)<br />
www.fenafor.com<br />
AGOSTO <strong>2017</strong><br />
SETEMBRO <strong>2017</strong><br />
Lignum<br />
20 a 22<br />
Curitiba (PR)<br />
www.lignumbrasil.com.br<br />
DESTAQUE<br />
FITECMA<br />
13 a 17 de junho<br />
Buenos Aires (Argentina)<br />
http://www.fitecma.com.ar<br />
A Fitecma, em Buenos Aires (Argentina), é uma das maiores feiras da<br />
indústria da madeira e de móveis da América do Sul. É um evento de<br />
negócios de excelência do setor, tanto pela quantidade quanto pela<br />
qualidade das negociações. Na feira, os visitantes entram em contato<br />
com as empresas mais importantes do segmento.<br />
Imagem: reprodução<br />
64 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
sites<br />
assessoria<br />
de imprensa<br />
vídeos<br />
projetos<br />
especiais<br />
banner<br />
slide<br />
apresentação<br />
revistas<br />
Comunicação inteligente.<br />
www.jotacom.com.br
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPAÇO ABERTO<br />
PAÍS PRECISA DE MAIS INSERÇÃO<br />
INTERNACIONAL<br />
O<br />
futuro da indústria brasileira está diretamente<br />
ligado a uma maior inserção internacional.<br />
Para que a indústria nacional seja competitiva,<br />
gerando cada vez mais empregos e renda, o Brasil precisa<br />
ampliar seu acesso aos mercados externos, fato que implica<br />
abrir mais a própria economia à concorrência estrangeira.<br />
Também é necessário, de modo consistente e duradouro,<br />
reduzir os custos relacionados às transações comerciais<br />
com o exterior.<br />
A mais grave crise na história brasileira recente ressaltou<br />
a necessidade de conferir ao comércio internacional uma<br />
posição central na estratégia de crescimento das empresas<br />
e da economia. A maior participação da indústria - e do<br />
país - no mercado internacional seria fundamental, pois<br />
exportações e importações podem ser ferramentas essenciais<br />
para o aumento da produtividade, da inovação e da<br />
competitividade econômica.<br />
Durante quase 20 anos as posições dos diferentes<br />
setores da indústria se dividiram em dois campos: os que<br />
advogavam a rápida negociação de acordos comerciais para<br />
ampliar as exportações; e os que defendiam a necessidade<br />
de reformas para reduzir o custo Brasil, antes da abertura à<br />
concorrência dos importados. Hoje chegamos à conclusão<br />
de que, preso nesse dilema, o País avançou pouco nas duas<br />
direções: acordos e reformas. Por essa razão, a Agenda Internacional<br />
da Indústria, cuja segunda edição foi lançada recentemente<br />
pela CNI (Confederação Nacional da Indústria),<br />
defende que ambas as vertentes devam avançar de forma<br />
simultânea: mais acordos estimulam novas reformas e mais<br />
reformas criam condições para outros acordos.<br />
Governo e setor industrial têm responsabilidades compartilhadas<br />
nesse plano. Uma parte do esforço pela inserção<br />
internacional passa pela modernização da política comercial<br />
em diferentes áreas, como investimento, facilitação de comércio,<br />
financiamento e garantias às exportações, logística e<br />
tributação do comércio exterior. Tudo isso é tarefa do Poder<br />
Executivo e do Congresso Nacional.<br />
No entanto, outra parcela do desafio requer dedicação<br />
da própria indústria. A Rede CIN (Rede Brasileira de Centros<br />
Internacionais de Negócios), coordenada pela CNI, oferece<br />
um portfólio integrado de serviços de apoio à internacionalização<br />
das empresas brasileiras,quaisquer que sejam seu<br />
porte e grau de maturidade na atuação externa.<br />
Outra iniciativa foi o lançamento do novo serviço de<br />
emissão do ATA Carnet pela Rede CIN. O documento assegura<br />
o trânsito temporário, rápido e livre de impostos dos<br />
bens brasileiros usados como amostras em feiras internacionais<br />
ou como equipamento de trabalho em operações<br />
no exterior.<br />
Houve avanços desde o ano passado, quando a CNI<br />
lançou a primeira edição da agenda. O número de empresas<br />
exportadoras cresceu 8,5% no período, com destaque para<br />
as micro e pequenas, cujo número aumentou 11%. Além<br />
disso, o governo deu seguimento a ações importantes, como<br />
a implantação dos programas Portal Único de Comércio<br />
Exterior e Operador Econômico Autorizado. As negociações<br />
com os países da América do Sul, o México e a União Europeia<br />
foram aceleradas.<br />
A Agenda Internacional da Indústria <strong>2017</strong> apresenta 86<br />
ações para melhor inserir o Brasil na economia mundial. O<br />
trabalho foi fruto de ampla construção, da qual participou<br />
toda a base empresarial: federações das indústrias dos estados<br />
e do Distrito Federal, associações setoriais nacionais,<br />
sindicatos patronais e empresas de todos os portes.<br />
A expectativa da CNI é de que a nova edição da agenda<br />
sirva de estímulo para um plano de governo, com objetivos<br />
e metas claros e voltados a conferir à política comercial a<br />
importância que ela merece. A atual tendência de aumento<br />
do protecionismo no mundo não deve nos afastar dessa<br />
tarefa, mas nos desafiar a fazer mais e melhor. Para que a<br />
economia cresça num ritmo mais condizente com as necessidades<br />
dos brasileiros, deve-se apostar na relevância<br />
do mercado externo.<br />
Foto: divulgação<br />
Por Robson Braga de Andrade<br />
Empresário e presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria)<br />
66 |<br />
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BOAS IDEIAS.<br />
O PONTO DE PARTIDA<br />
PARA SEU SUCESSO.<br />
Em um momento de muitas possibilidades, o número de riscos é proporcional ao de oportunidades.<br />
Mas por onde começar e encontrar a melhor saída para um cenário tão complexo? O 8º Congresso Nacional<br />
Moveleiro é a chance dos empresários do setor de somar forças, compartilhar experiências e alavancar negócios<br />
para todo o mercado. Com parceria e conhecimento, fica mais fácil ligar os pontos e alcançar o caminho do sucesso.<br />
21 E 22 DE SET<br />
RESERVE ESTA DATA<br />
CAMPUS DA INDÚSTRIA<br />
SISTEMA FIEP<br />
CURITIBA - PR<br />
www.congressomoveleiro.org.br