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Junho/2017 - Referência Industrial 186

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ENTREVISTA - Ricardo Russo, da WWF, fala sobre o consumo de madeira na construção civil<br />

I N D U S T R I A L<br />

Evolução<br />

das serras<br />

Novo modelo garante<br />

maior produtividade e durabilidade<br />

Especial – Encapp reúne os principais fornecedores do setor de portas do cenário nacional


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

SUMÁRIO<br />

SUMÁRIO<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

30<br />

Congresso Moveleiro 67<br />

DRV Ferramentas 29<br />

Fenasucro 23<br />

Gaidzinski 41<br />

H. Bremer 07<br />

Homag 47<br />

Lignum 21<br />

36<br />

04 Editorial<br />

06 Cartas<br />

08 Bastidores<br />

48<br />

Linck 09<br />

Mill Indústrias 15<br />

Mill Indústrias 45<br />

Mill Indústrias 68<br />

Montana Química 02<br />

MSM Química 11<br />

Razi Máquinas 37<br />

Rossin 55<br />

Siempelkamp 05<br />

Tecnovapor 59<br />

Vantec 17<br />

Wood Mizer 19<br />

10 Coluna Flavio C. Geraldo<br />

12 Notas<br />

18 Aplicação<br />

20 Alta e Baixa<br />

22 Frases<br />

24 Entrevista<br />

28 Coluna Abimci Paulo Pupo<br />

30 Principal Do jeito certo<br />

36 Construção Civil<br />

38 Internacional<br />

42 Marcenaria<br />

48 Especial Em prol da cadeia produtiva<br />

52 Madeira Tratada<br />

56 Química na Madeira<br />

60 Artigo<br />

64 Agenda<br />

66 Espaço Aberto<br />

JUNHO | 03


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

EDITORIAL<br />

ENTREVISTA - Ricardo Russo, da WWF, fala sobre o consumo de madeira na construção civil<br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

I N D U S T R I A L<br />

Evolução<br />

das serras<br />

Novo modelo garante<br />

maior produtividade e durabilidade<br />

Ano XIX - Edição n.º <strong>186</strong> - <strong>Junho</strong> <strong>2017</strong><br />

Year XIX - Edition n.º <strong>186</strong> - June <strong>2017</strong><br />

Ilustra a capa desta edição<br />

da REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

uma serra da DRV Ferramentas,<br />

feita em parceria com a indústria<br />

europeia Lion<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

Ano XIX • N°<strong>186</strong> • <strong>Junho</strong> <strong>2017</strong><br />

Especial – Encapp reúne os principais fornecedores do setor de portas do cenário nacional<br />

TURBULÊNCIAS<br />

À FRENTE<br />

Não é nada que o empresariado brasileiro já não esteja<br />

acostumado. Uma nova situação na vida pública torna ainda<br />

mais agravante e incerta a retomada da economia brasileira,<br />

defasada há quase meia década por más gestões e decisões<br />

erradas no campo financeiro e político. A confiança da indústria,<br />

que vinha lentamente crescendo após mais de 36 meses<br />

de negatividade, dá sinais de sobrevida.<br />

Nesta edição de REFERÊNCIA INDUSTRIAL, o leitor verá<br />

que o setor industrial madeireiro se mostra mais ativo do que<br />

nunca, com perspectivas otimistas: acompanhamos de perto<br />

o Encapp (Encontro da Cadeia Produtiva da Porta), analisamos<br />

como os produtores de pisos laminados se beneficiarão das<br />

novas medidas do programa: Minha Casa Minha Vida; e desmistificamos<br />

as principais dúvidas sobre as serras utilizadas<br />

no beneficiamento da madeira. Excelente leitura!<br />

TURBULENCE AHEAD<br />

It is nothing that the Brazilian business community is not<br />

accustomed to. A new situation in public life has made the scene<br />

even more aggravating and the resumption of the Brazilian<br />

economy more uncertain, behind by almost half a decade due to<br />

bad management and bad decisions in the financial and political<br />

field. Industry confidence, which had been slowly turning around<br />

after more than 36 months of being negative, once again hangs<br />

on uncertain days.<br />

In this issue of REFERÊNCIA INDUSTRIAL, you'll see that the<br />

<strong>Industrial</strong> Forest Sector demonstrates that it is more active than<br />

ever, with optimistic outlooks: we report on Encapp (meeting of<br />

the Door Productive Chain); we analyze how laminated flooring<br />

producers will benefit from new measures of Minha Casa Minha<br />

Vida (My Home My Life Program); and, we demystify many<br />

questions about saw blades used in woodworking. Pleasant<br />

reading!<br />

EXPEDIENTE<br />

JOTA COMUNICAÇÃO<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Diretora de Negócios / Business Director<br />

Joseane Knop<br />

joseane@jotacomunicacao.com.br<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

Veículo filiado a:<br />

JOTA EDITORA<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Rafael Macedo - Editor<br />

editor@revistareferencia.com.br<br />

Bruno Raphael Müller<br />

jornalismo@referenciaindustrial.com.br<br />

Colunista / Columnist<br />

Flavio C. Geraldo<br />

Paulo Pupo<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Fabiano Mendes<br />

Fernanda Maier<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Colaboradores / Colaborators<br />

Fotógrafos: Mauricio de Paula<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal<br />

Wanderley Ferreira<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida<br />

aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de<br />

pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais, ONG’s, entidades de<br />

classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao segmento madeireiro.<br />

A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por conceitos<br />

emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes<br />

materiais de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e<br />

outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são terminantemente proibidos<br />

sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the<br />

producers and consumers of the good and services of the lumberz industry, research<br />

institutions, university students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities<br />

directly and/or indirectly linked to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does<br />

not hold itself responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors, themselves. The<br />

use, reproduction, appropriation and databank storage under any form or means of<br />

the texts, photographs and other intellectual property in each publication of Revista<br />

REFERÊNCIA is expressly prohibited without the written authorization of the holders<br />

of the authorial rights.<br />

04 |<br />

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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

CARTAS<br />

ENTREVISTA - Especialista em edifícios feitos de madeira, Joseph Gulden fala sobre o futuro do setor<br />

Capa da Edição 185 da<br />

Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL,<br />

mês de maio de <strong>2017</strong><br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

I N D U S T R I A L<br />

Ano XIX • N°185 • Maio <strong>2017</strong><br />

Laminação<br />

Aplicação aumenta produtividade e<br />

garante qualidade de portas e painéis<br />

Secagem descomplicada – Detalhes das espécies e métodos ideais para secar madeira<br />

Colunas<br />

Marcenaria coletiva<br />

Por Luiz Carlos Kozak - São José dos Pinhais (PR)<br />

Sempre leio as colunas de Paulo Pupo e Flávio Geraldo,<br />

nomes que são referência quando o assunto é madeira<br />

no país. São sempre temas relevantes e que nos mantêm<br />

atentos ao que é importante para o setor.<br />

Por Juliano Girardi - São José do Rio Preto (SP)<br />

Espaços de marcenaria coletivo podem ser uma visão nova<br />

sobre o setor, uma vez que os pequenos e médios empreendedores<br />

podem se organizar coletivamente a respeito.<br />

Foto: divulgação<br />

Laminadoras<br />

Por Omar Nascimento Godoy - Governador Valadares<br />

(MG)<br />

Excelente a reportagem sobre as laminadoras para portas<br />

e painéis. É um tema segmentado que muitas vezes não é<br />

tratado com a devida propriedade.<br />

Foto: divulgação Foto: divulgação<br />

Madeira tratada<br />

Por Ricardo Voigt - Sinop (MT)<br />

Muito interessante notar o quão versátil é a madeira, na<br />

reportagem sobre o condomínio voltado para surfistas de<br />

Santa Catarina.<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />

e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião<br />

é fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

Foto: divulgaçã0<br />

06 |<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />

enviados para redação ou siga:


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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

BASTIDORES<br />

GRUPO JOTA<br />

NO ENCAPP<br />

O estande do<br />

GRUPO JOTA no<br />

Encapp (Encontro da<br />

Cadeia Produtiva da<br />

Porta) foi movimentado.<br />

Entre as empresas que<br />

passaram por lá, estava<br />

a Indústrias Bonet.<br />

Anselmo Ribas, analista<br />

de marketing das<br />

Indústrias Bonet, e Fábio<br />

Alexandre Machado,<br />

diretor comercial do<br />

GRUPO JOTA<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Fahdo Thomé Neto,<br />

Fabio Peruzzolo e<br />

Romualdo Seroque<br />

Junior<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

TINTAS PARA<br />

PORTAS<br />

A Dratec, de Caçador<br />

(SC), marcou presença no<br />

Encapp com um estande<br />

voltado à linha de tintas<br />

para portas.<br />

DRV<br />

FERRAMENTAS<br />

A equipe da DRV<br />

Ferramentas, que ilustra<br />

a capa desta edição de<br />

REFERÊNCIA INDUSTRIAL,<br />

marcou presença no Cibio<br />

(Congresso Internacional<br />

de Biomassa) <strong>2017</strong>.<br />

Diego Vieira, diretor da<br />

DRV, Liliane Cordeiro,<br />

administradora da DRV e<br />

Bruna Picanço, comercial<br />

da DRV<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

08 |<br />

www.referenciaindustrial.com.br


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MADE IN GERMANY


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

COLUNA<br />

Flavio C. Geraldo<br />

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Contato: flavio@fg4mad.com.br<br />

Foto: divulgação<br />

ENQUANTO ISSO, NO QUARTEL D’ABRANTES...<br />

O setor nacional precisa investir em inovações para a utilização da madeira tratada em sistemas construtivos<br />

O<br />

mais alto edifício construído em madeira tem<br />

inauguração prevista para os próximos dias. Trata-se<br />

de um edifício destinado ao alojamento de<br />

estudantes, localizado no campus de uma das primeiras<br />

universidades do Canadá, a Universidade da Columbia<br />

Britânica (University of British Columbia). Chamado de<br />

Brock Commons, o edifício tem 18 andares e conta com<br />

elevado nível tecnológico na utilização de estruturas<br />

base CLT (Cross-Laminated Timber) , PSL (Parallel-Strand<br />

Lumber) e GLT (Glue-Laminated Timber).<br />

O projeto do Brock Commons contou com o pioneirismo<br />

dos avanços mais recentes no campo de técnicas<br />

construtivas com produtos de madeira engenheirada.<br />

Certamente é um marco para a tecnologia de madeiras,<br />

ressaltando, no entanto, que nos últimos anos, um número<br />

significativo de projetos de edifícios altos com a<br />

predominância da madeira foi executado ao redor do<br />

mundo. Os projetistas do Brock Commons contaram com<br />

os ensinamentos e experiência dos profissionais envolvidos<br />

nesses outros projetos, realizando com antecedência<br />

um detalhado levantamento abordando questões de<br />

natureza técnica, legais e econômicas. Vale aqui ressaltar<br />

o papel da academia na participação efetiva nesse<br />

projeto executivo, contribuindo com a revitalização e<br />

marcação de posição com o compromisso do pioneirismo<br />

e sustentabilidade.<br />

Tudo isto para não mencionar o resultado prático relacionado<br />

à contribuição para a abertura e consolidação<br />

de novos mercados para a indústria madeireira local.<br />

Alguns aspectos do projeto foram amplamente discutidos<br />

em uma sessão especial do Congresso do Iufro<br />

(International Union of Forest Research Organizations),<br />

realizado entre os dias 12 e 16 de junho, nas instalações da<br />

British Columbia University. Essas informações podem até<br />

servir de inspiração para encontros do setor de proteção<br />

de madeiras agendados para um futuro próximo aqui no<br />

Brasil. No entanto, como conciliar os interesses de uma<br />

realidade industrial voltada há anos a produtos sem<br />

qualquer tempero de inovação e desafios tecnológicos e<br />

mercadológicos? Como estão as interações tão necessárias<br />

entre a academia ou instituições de pesquisas com a<br />

nossa indústria? O que temos de novidades no setor de<br />

proteção de madeiras que não sejam preocupações com<br />

a legalidade e qualidade?<br />

Certamente, há inúmeras questões merecedoras<br />

de discussões que devem ser desprovidas de interesse<br />

regionais ou de cada empresa. A abordagem institucional<br />

é imperativa nesses casos. Já caminhamos, porém,<br />

lentamente. Temos textos regulatórios, normas técnicas<br />

adequadas, programa de autorregulamentação, mas o<br />

que temos de desenvolvimentos tecnológicos que possam<br />

acenar fortemente e com segurança para a consolidação<br />

de novos mercados? Mourões destinados para construção<br />

de cercas nas pastagens são hoje o sustentáculo do<br />

setor. E daí? Até quando? Há desafios, que não sejam<br />

os da concorrência predatória, nesse mercado? Sim, há<br />

tentativas louváveis voltadas à expansão de mercados<br />

para a utilização da madeira tratada em sistemas construtivos,<br />

mas sejamos honestos: há inovações adotadas<br />

nessas iniciativas?<br />

Com todo o respeito, o melhor exemplo não pode vir<br />

da história, quando os franceses — comandados pelo general<br />

Jean Andoche Junot e seus 28 mil soldados — invadiram<br />

Portugal por ordem de Napoleão, instalando-se na<br />

cidade de Abrantes às margens do rio Tejo. Mesmo tendo<br />

Dom João retornado do Brasil para Portugal, os franceses<br />

permaneceram em Abrantes e quando alguém era perguntado<br />

se algo havia mudado, a resposta era sempre a<br />

mesma: “Está tudo como dantes no quartel d’Abrantes”.<br />

Até hoje se usa a frase para indicar que nada mudou.<br />

Mourões destinados para construção de cercas nas<br />

pastagens são hoje o sustentáculo do setor. Até quando?<br />

10 |<br />

www.referenciaindustrial.com.br


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

Simpósio sobre<br />

madeira terá oficinas<br />

para estudantes<br />

A organização da IV edição do Simpósio Madeira & Construção,<br />

que ocorrerá entre os dias 20 e 21 de setembro no campus<br />

Jardim Botânico da Ufpr (Universidade Federal do Paraná), está<br />

preparando novidades para esta edição visando atrair todos os<br />

atores envolvidos na cadeira de construção sustentável, como<br />

empresários, professores e estudantes. O evento vai acontecer<br />

no auditório do Cifloma (Centro de Ciências Florestais e da Madeira)<br />

e neste ano terá oficinas e um concurso para estudantes.<br />

“Queremos trazer os acadêmicos para essa discussão para incentivar<br />

a realização de pesquisas e estudos sobre o tema construção<br />

sustentável com madeira”, afirmou Ailson Loper, gerente<br />

executivo da Apre (Associação Paranaense de Empresas de Base<br />

Florestal), uma das organizadoras do evento. “A utilização da<br />

madeira como material construtivo ainda enfrenta muitas barreiras<br />

no Brasil, justamente pela falta de informações. Por isso,<br />

precisamos apresentar as possibilidades aos estudantes.”<br />

Casas de eucalipto<br />

ganham mercado<br />

O Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e<br />

a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato<br />

Grosso do Sul) promoveram em maio, no município de<br />

Três Lagoas (MS), mais uma etapa do Programa Mais<br />

Floresta com o tema Casas de Madeira – um novo mercado<br />

para o eucalipto. “No âmbito da Abnt (Associação<br />

Brasileira de Normas Técnicas), as entidades já estão debatendo<br />

este assunto para regulamentar o setor. Quando<br />

se normatiza um produto, toda a cadeia produtiva –<br />

fabricantes, fornecedores e consumidores – se organiza<br />

e otimiza a produção. A publicação dessa norma, considerada<br />

um marco para o desenvolvimento da construção<br />

no país, é resultado do diálogo e da parceria entre o setor<br />

produtivo e fornecedores”, avalia Paulo Pupo, superintendente<br />

executivo da Abimci (Associação Brasileira da<br />

Indústria de Madeira Processada Mecanicamente)<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

12 |<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

Canadá constrói terceiro<br />

edifício de madeira<br />

No segundo semestre deste ano, o Canadá irá iniciar a construção<br />

do terceiro edifício com a tecnologia que usa concreto e madeira. Quando<br />

pronto, a torre Office Building of the Future, com 40 andares, será o<br />

maior edifício do mundo com esse tipo de estrutura. O projeto substitui<br />

o aço pela madeira, com o objetivo de minimizar o CO2 (Gás Carbônico)<br />

gerado pelo concreto. A inauguração do espaço está prevista para 2020. As lajes da edificação serão pré-fabricadas com painéis<br />

híbridos de concreto e madeira. O design desenvolvido pela CEI Architecture, escritório especializado em trabalhar concreto e madeira,<br />

irá deixar à mostra as estruturas de madeira que compõem a fachada. Por questão de segurança, já que a madeira tem baixa<br />

resistência ao fogo, o material usado nas lajes e em outros componentes estruturais do prédio será revestido por camadas de resina<br />

de fibra de carbono. Desta forma, a impressão será de madeira envernizada, semelhante a outro prédio de nove andares construído<br />

no Canadá.


Foto: divulgação<br />

Indústria de móveis<br />

brasileira em Dubai<br />

A participação de empresas brasileiras de móveis na Feira<br />

Index Design Series, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos,<br />

alcançou uma estimativa de negócios de US$ 5 milhões. A feira<br />

ocorreu entre os dias 22 e 25 de maio. A indústria nacional<br />

teve apoio do Projeto Brazilian Furniture, iniciativa da Abimóvel<br />

(Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), em<br />

parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção<br />

de Exportações e Investimentos), que visa fomentar as exportações<br />

brasileiras de móveis. Estiveram a convite da Abimóvel<br />

Brazilian Furniture e Apex-Brasil a embaixada brasileira, representada<br />

pelo chefe de promoção comercial, Kaiser Araujo,<br />

e o escritório local da agência, representada pela CEO, Karen<br />

Jones. Ambos tiveram a oportunidade de conversar com cada<br />

empresa expositora, identificando as demandas e, ao mesmo<br />

tempo, auxiliando no oferecimento de serviços.<br />

João Pessoa<br />

tem curso de<br />

marcenaria<br />

gratuito<br />

Pensando em fomentar o setor moveleiro da cidade e<br />

ajudar pessoas em situações de vulnerabilidade social, a<br />

prefeitura municipal de João Pessoa (PB) está oferecendo<br />

cursos gratuitos de marcenaria, para jovens que queiram<br />

inserção no mercado de trabalho. As formações e capacitações<br />

profissionais fazem parte das ações da Sedes (Secretaria<br />

de Desenvolvimento Social). As modalidades são<br />

oferecidas em parceria com o Senac (Serviço Nacional de<br />

Aprendizagem Comercial), em várias unidades produtivas e<br />

sociais distribuídas em bairros da cidade, totalizando cerca<br />

de 700 alunos. A Unidade de Qualificação Marcenaria realiza<br />

o curso de marcenaria básica para 31 alunos, do sexo<br />

masculino e feminino. Durante o curso, os alunos têm aulas<br />

teóricas de marcenaria básica e acesso às ferramentas tecnológicas<br />

como Autocad e SketchUP, além de oficinas de<br />

Legislação Trabalhista, Acidente de Trabalho e o Uso de EPI<br />

(Equipamentos de Proteção).<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

Exportações de<br />

móveis caem em abril<br />

Após sequência de crescimento, o setor de exportações de móveis<br />

nacional teve queda de 9,2% em abril, segundo dados do Iemi<br />

(Instituto de Estudos e Marketing <strong>Industrial</strong>), desenvolvidos com<br />

base nas informações do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria<br />

e Comércio Exterior), com US$ 51,6 milhões contra os US$<br />

56,9 milhões alcançados em março deste ano. No Rio Grande do<br />

Sul, a redução foi de cerca de 20,1%. Dos US$ 16,7 milhões atingidos<br />

anteriormente, passou para US$ 13,3 milhões em abril. O Estado<br />

ocupa o segundo lugar no ranking nacional dos que mais exportam,<br />

com 25,9%. Santa Catarina lidera com 34,8%, e em terceiro está o<br />

Paraná, 16,3%.<br />

JUNHO | 13


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

Espaço de madeira<br />

na Avenida Paulista<br />

é inaugurado<br />

A cidade de São Paulo (SP) ganhou um projeto diferente que<br />

tem por objetivo trazer um novo olhar sobre o Japão: a Japan<br />

House, iniciativa global do governo japonês. Na unidade paulista,<br />

o projeto do espaço foi desenvolvido pelo arquiteto japonês Kengo<br />

Kuma, bastante conhecido no mundo por utilizar materiais<br />

sustentáveis, como a madeira e o papel. De uso tradicional, o<br />

hinoki que aparece na fachada é uma madeira em alta na arquitetura<br />

contemporânea japonesa. A técnica de encaixe, criada há<br />

mais de 300 anos, foi executada pela equipe de artesãos japoneses<br />

que veio ao Brasil exclusivamente para montar a estrutura.<br />

Peças grandes e menores de hinoki se unem por meio de junções<br />

meticulosamente talhadas para o encaixe perfeito, como num<br />

sofisticado quebra-cabeça. Antes de seguir para o Brasil, a imensa<br />

estrutura de 36 m (metros) de altura foi montada e desmontada<br />

no Japão para certificar que os encaixes estavam em perfeito<br />

ajuste. Nobre, o hinoki leva de 70 a 80 anos para alcançar a vida<br />

adulta. Considerado sagrado dentro da religião xintoísta, é também<br />

muito utilizado para a construção de templos sagrados.<br />

Empregos crescem<br />

na indústria<br />

paranaense<br />

O nível de emprego na indústria do Paraná subiu<br />

2,15% e os postos de trabalho diretamente ligados à produção<br />

1,69%. A compra de matéria-prima teve aumento<br />

de 19,77% em março, na comparação com o mês anterior.<br />

A utilização de capacidade instalada atingiu a 70%.<br />

Os dados são de um levantamento feito pela Fiep (Federação<br />

das Indústrias do Paraná). “Os próximos meses<br />

serão decisivos para se ter uma visão clara do que deve<br />

acontecer no segundo semestre do ano”, disse Edson<br />

Campagnolo, presidente da Fiep. Todos os resultados, de<br />

acordo com ele, mostram que há sinais sazonais de recuperação,<br />

mas ainda é cedo para afirmar que a indústria<br />

paranaense retomou o crescimento sustentável. Neste<br />

primeiro trimestre, em relação a igual período de 2016,<br />

dez dos dezoito gêneros analisados estão positivos. Os<br />

que apresentaram maiores expansões foram Máquinas e<br />

Equipamentos (+30,70%), Madeira (+24,30%) e Celulose<br />

e papel (+23,97%).<br />

Foto: divulgacão<br />

Foto: divulgação<br />

Mostra Affemaq no<br />

interior de São Paulo<br />

A XX edição da Mostra Affemaq (Feira Itinerante de máquinas, ferramentas,<br />

acessórios, insumos e serviços para as indústrias de madeira<br />

e móveis) será realizada de 27 a 29 de junho, das 15h às 20h, no Interior<br />

Eventos, em Mirassol (SP). Esta será a terceira edição do evento na região,<br />

já realizado nos anos de 2010 e 2013, no mesmo local. Na feira,<br />

haverá a exposição de máquinas de corte, pintura e secagem de madeiras,<br />

furadeiras múltiplas e máquinas para embalagem, equipamentos<br />

de aspiração e pintura, equipamentos de movimentação e elevação de<br />

cargas, seccionadoras, esquadrejadeiras e lixadeiras, entre outros. O<br />

evento terá um formato diferenciado, que permitirá maior aproveitamento<br />

técnico, com mais tempo dedicado ao esclarecimento de dúvidas<br />

e apresentação dos diferenciais dos produtos ou serviços.<br />

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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

NOTAS<br />

DRV<br />

anuncia novas<br />

parcerias<br />

A<br />

DRV, empresa de Curitiba (PR) especialista na<br />

comercialização de serras para toda a cadeia<br />

produtiva do mercado madeireiro, anunciou<br />

sua nova marca de serra de fita larga, Lion, com matéria-prima<br />

europeia.<br />

Com mais de 50 anos de experiência e tradição, a<br />

indústria chamou a atenção da DRV pela qualidade e<br />

tecnologia aplicada em seus produtos.<br />

Essa nova matéria-prima será utilizada exclusivamente<br />

nas serras de fita larga Lion DRV, cuja dimensão<br />

é de 3 a 12 polegadas. A ferramenta facilitará o manuseio<br />

dos afiadores, pois se trata de um material plano<br />

e macio para o recalque, com excelente resistência à<br />

abrasão. Além disso, a empresa também fechou nova<br />

parceria para o fornecimento de serra de fita estreita, a<br />

DRV Expert. O objetivo principal da viagem da empresa<br />

à Europa foi visitar seu principais parceiros e fazer capacitações<br />

voltadas para aplicações dos produtos Pilana,<br />

empresa tcheca com mais de 80 anos de experiência<br />

em facas industriais, presente em mais de 90 países.<br />

Por fim, a equipe visitou a Ligna, uma das maiores feiras<br />

do mundo para maquinários industriais. Buscaram novos<br />

negócios e conhecer novas tendências no segmento<br />

florestal. "Nós buscamos, continuamente, produtos<br />

confiáveis para agregar valor ao produto final de nossos<br />

clientes", garante Diego Vieira, diretor da empresa.<br />

"Nós saímos da zona de conforto, sempre buscando<br />

inovação."<br />

Foto: divulgação<br />

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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

APLICAÇÃO<br />

LUMINÁRIA<br />

DE MADEIRA<br />

Fotos: divulgação<br />

P<br />

ense em uma luminária de mesa versátil e<br />

funcional. Agora, imagine que ela possua<br />

polivalência de posicionamento, podendo<br />

ser ajeitada de diferentes formas, direcionando o<br />

foco de luz de acordo com as necessidades do usuário.<br />

Possui design lúdico e inusitado, ainda por<br />

cima, com três espécies de madeira diferentes:<br />

Roxinho (Roxa), Canela Preta (Marrom) e Muirapiranga<br />

(Vermelha). Pode ser utilizada na mesa de<br />

jantar ou na mesinha do quarto e do home office,<br />

nos momentos de estudo e trabalho.<br />

PLANTAÇÃO<br />

SUSTENTÁVEL<br />

P<br />

arte de uma linha que se<br />

baseia na união da madeira<br />

sólida de peroba e maciça<br />

com a leveza do metal dobrado, este<br />

terrário foi desenvolvido com o objetivo<br />

de permitir o cultivo de pequenas<br />

plantas decorativas ou temperos em<br />

espaços compactos, trazendo mais<br />

vida e um toque natural para o ambiente.<br />

A criação é do estúdio carioca<br />

O Formigueiro, que sempre alia<br />

sustentabilidade ao design em suas<br />

obras.<br />

Foto: divulgação<br />

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COMECE A GERAR<br />

PRODUÇÃO & LUCRO<br />

LAMES À BANDE INDUSTRIELLES<br />

Lames à bande d'alliage haute qualité<br />

© 2016 Wood-Mizer do Brasil<br />

Lames à bande d'alliage haute qualité<br />

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(51)3939-4428 | (51)3939-4429<br />

Rua Arnildo Rost, nº 4760 | Bairro Rincão | Novo Hamburgo | RS


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

ALTA E BAIXA<br />

ALTA<br />

ÍNDICE DE CONFIANÇA<br />

Puxado pela melhora das expectativas, o Índice de Confiança da Indústria, avaliado pela FGV<br />

(Fundação Getúlio Vargas) aumentou 1,1 ponto entre abril e maio foi para 92,3 pontos, feito o<br />

ajuste sazonal. É o maior nível em três anos. Na comparação com o mesmo período do ano passado,<br />

houve alta de 12,7 pontos. A sondagem da indústria colheu informações de 1.130 empresas<br />

entre os dias 2 e 24 de maio.<br />

SEGUNDO CONJUNTO DE WOOD FRAME<br />

A construção de casas de madeira vem crescendo em todo o Brasil. O segundo conjunto habitacional do programa Minha<br />

Casa Minha Vida; totalmente fabricado com madeira no sistema wood frame, se encontra em Mato Grosso do Sul, mais<br />

exatamente na cidade de Dourados, onde serão construídas 440 casas com o sistema construtivo. “Este é um mercado que<br />

está crescendo muito em todo o Brasil”, explicou Paulo Pupo, superintendente executivo da Abimci (Associação Brasileira<br />

da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente).<br />

INCERTEZA NA ECONOMIA<br />

Com um novo agravamento da crise política, muitos setores que vinham crescendo durante o ano, como a venda de<br />

máquinas para a indústria madeireira, podem passar por um novo período de insegurança. “Esses setores vinham em<br />

um movimento muito fraco, de alta sobre uma base de comparação muito baixa com o ano anterior. A expectativa de<br />

continuidade de melhora estava atrelada à recuperação da atividade no país, que agora está comprometida”, analisa<br />

o economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento <strong>Industrial</strong>), Rafael Cagnin.<br />

BAIXA<br />

LOJAS FECHAM AS PORTAS<br />

A rede de lojas Coppel confirmou o fechamento de todas as suas unidades em Santa Catarina,<br />

assim como em Londrina (PR) e Cascavel (PR). O grupo mexicano, que chegou ao Brasil em<br />

2010, ainda manterá unidades em mais nove cidades paranaenses: Apucarana, Maringá, Foz<br />

do Iguaçu, Ponta Grossa, Curitiba, Colombo, Araucária, Paranaguá e Campo Largo. O motivo<br />

do fechamento, conforme divulgado pela empresa, é a necessidade de enxugar gastos frente<br />

a crise econômica.<br />

20 |<br />

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20 a 22 de Setembro de <strong>2017</strong><br />

Curitiba - PR - Brasil<br />

2ª FEIRA DE TRANSFORMAÇÃO, BENEFICIAMENTO,<br />

PRESERVAÇÃO, ENERGIA, BIOMASSA E USO DE MADEIRA<br />

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19 a 22 de Setembro<br />

2º<br />

2°<br />

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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

FRASES<br />

Os empresários não precisam de<br />

subsídios, eles precisam de normalidade<br />

e o principal apoio que o Bndes (Banco<br />

Nacional de Desenvolvimento Econômico<br />

e Social) pode dar ao mercado é a<br />

disponibilidade<br />

Foto: divulgação<br />

Paulo Rabello de Castro, novo presidente do Bndes,<br />

em discurso à imprensa<br />

O novo presidente do Bndes não pode perder a oportunidade de<br />

executar com celeridade os projetos de financiamento para a indústria e<br />

para a infraestrutura<br />

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), sobre a posse de<br />

Paulo Rabello de Castro<br />

Estamos discutindo, na medida do possível, com aqueles que têm<br />

sensibilidade de votar o tema da reforma previdenciária. Não está<br />

fácil. Isso chega nas pessoas e é sensível aos deputados, sobretudo<br />

em ano pré-eleitoral. Acho que o governo está agindo corretamente<br />

ao esperar um pouco<br />

Marcos Pereira, Ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, ao comentar o atraso para<br />

aprovação da reforma da previdência<br />

O Brasil não parou e não vai parar.<br />

Continuamos avançando e votando<br />

matérias importantíssimas no Congresso<br />

Nacional<br />

Foto: divulgação<br />

Michel Temer, Presidente da República, em comunicado via<br />

Facebook após a delação premiada da JBS que resultou em<br />

manifestações em Brasília e outras cidades<br />

22 |<br />

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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

ENTREVISTA<br />

RICARDO<br />

RUSSO<br />

LOCAL DE NASCIMENTO<br />

PLACE OF BIRTH:<br />

06/09/1959, São Paulo (SP)<br />

September 6, 1959, São Paulo (SP)<br />

FORMAÇÃO PROFISSIONAL<br />

EDUCATION:<br />

Engenharia Agronômica pela UnB (Universidade de Brasília)<br />

Agricultural Engineering, University of Brasília (UnB)<br />

CARGO<br />

PROFESSION:<br />

Especialista de conservação do WWF (World Wildlife Fund) Brasil<br />

Conservation Specialist for World Wildlife Fund Brasil (WWF)<br />

Foto: divulgação<br />

Conscientizando<br />

para evoluir<br />

Awareness to evolve<br />

E<br />

m entrevista à REFERÊNCIA INDUSTRIAL, o especialista<br />

de conservação da WWF Brasil, Ricardo<br />

Russo, falou sobre temas relevantes à expansão do<br />

uso de madeira no Brasil e a forma correta de aumentar o<br />

consumo da matéria-prima como forma de preservar o verde.<br />

Além disso, ele também enalteceu o wood frame como o<br />

principal sistema construtivo para o futuro e a importância<br />

da iniciativa privada criar sistemas de manejo sustentável<br />

dentro da Amazônia. Leia a entrevista completa a seguir.<br />

I<br />

n an interview with REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong>, Richard<br />

Russo, Conservation Specialist with WWF-Brasil,<br />

spoke to us on topics relevant to the expansion of the<br />

use of wood in Brazil, and the correct way to increase the<br />

consumption of the raw material as a way to preserve the<br />

environment. In addition, he also praised wood frame building<br />

construction as the main system for the future, and the<br />

importance of the private sector in creating sustainable management<br />

systems within the Amazon. Read the full interview<br />

below.<br />

24 |<br />

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A construção civil é uma das atividades humanas que<br />

mais consome recursos naturais, com uma média entre<br />

40% e 75% dos recursos consumidos por esse setor. Como<br />

a madeira pode ser utilizada de forma a ser sustentável,<br />

armazenando dióxido de carbono da atmosfera, mas<br />

sem prejudicar o meio ambiente com o aumento da<br />

derrubada de árvores para isso?<br />

Em primeiro lugar, a madeira é, de fato, o único material<br />

de construção que é renovável. A garantia que isso<br />

não vai provocar desmatamento é ter madeira a partir de<br />

um sistema de manejo sustentável. São técnicas utilizadas<br />

para fazer uma retirada do que é suficiente e promover<br />

o repovoamento. Usando madeira de reflorestamento,<br />

estamos usando madeira sem promover o aumento do<br />

desmatamento.<br />

Novas técnicas e sistemas construtivos como o wood<br />

frame e o MLC (Madeira Laminada Colada) vêm ganhando<br />

espaço nos últimos anos, no Brasil. Acredita que, com<br />

o apoio de programas como o Minha Casa Minha Vida,<br />

podem ser ampliados em larga escala? Ou ainda é um<br />

longo caminho a percorrer?<br />

É fundamental ter um projeto e, dentro dele, há uma<br />

possibilidade enorme de se fazer isso. É possível levar o<br />

Minha Casa Minha Vida para a Amazônia, por exemplo,<br />

utilizando madeira de espécies tropicais. Pode-se levar isso<br />

para áreas onde já há matéria-prima definida. Podemos<br />

gerar mais empregos, mais tecnologia. Vejo com muito<br />

bons olhos essa iniciativa.<br />

O senso comum acredita que o desmatamento é<br />

gerado pelo uso de madeira para outras finalidades.<br />

Conforme afirmado pelo senhor em artigos, no entanto,<br />

a pecuária e a agricultura são os grandes responsáveis<br />

por esse projeto, danoso à natureza. Como mudar a visão<br />

geral do mercado a respeito disso?<br />

Acho que deve haver uma campanha de conscientização.<br />

O programa Madeira Legal chegou para mudar<br />

essa imagem. Estamos falando de madeira sustentável.<br />

Se eu tenho uma madeira autorizada, a partir de toda a<br />

documentação, mesmo essa madeira sendo legal, ela não<br />

é sustentável. Acho que precisamos de uma mudança de<br />

visão. Tivemos outros produtos que passaram por um processo<br />

de mostrar para a sociedade que eles não eram do<br />

jeito que pensavam que eram, como a soja, por exemplo.<br />

Precisamos realmente chamar o setor de madeira nativa,<br />

o pessoal de madeiras plantadas, da indústria, e começar<br />

a trabalhar de uma forma mais articulada para mostrar o<br />

potencial que isso tem, inclusive de preservação ambiental.<br />

Acredita que trazer a iniciativa privada para perto da<br />

Amazônia seria benéfico para manter o meio ambiente<br />

livre de iniciativas danosas, prezando pela sustentabilidade<br />

nos locais em que seriam inseridas?<br />

Isso é fundamental. A iniciativa privada é responsável<br />

por esse trabalho que a gente tem. É importante, também,<br />

para gerar empregos.<br />

Building construction is one of the human activities<br />

that most consumes natural resources, with an average<br />

of between 40% and 75% of the resources consumed by<br />

this Sector. How can wood be used in a sustainable way,<br />

in order to store carbon dioxide from the atmosphere,<br />

but without harming the environment with increased<br />

destruction of the forest?<br />

First, in fact, wood is the only building material that is<br />

renewable. To guarantee that this will not cause deforestation,<br />

you have to use wood from a sustainable management<br />

system. There are techniques that you can use to<br />

harvest which will produce sufficient material and promote<br />

repopulation. By using planted wood, you are using wood<br />

without leading to an increase of deforestation.<br />

New techniques and constructive systems, such as<br />

wood frame and Glued Laminated Wood (Glulam) have<br />

been gaining space in recent years in Brazil. Do you believe<br />

that, with the support of programs like Minha Casa<br />

Minha Vida (My House My Life), they can be extended<br />

on a large scale? Or is there still a long way to go?<br />

It is essential to have a project and, within it, there is<br />

a huge possibility to do this. You could take Minha Casa<br />

Minha Vida to the Amazon, for example, using wood from<br />

tropical species. You could also take it to areas that already<br />

use a defined raw material. We can generate more jobs,<br />

more technology. I see this initiative as positive.<br />

It is commonly believed that deforestation is generated<br />

by the use of wood for other purposes. However,<br />

as you have stated in various articles, livestock and<br />

agricultural projects are primarily responsible for this,<br />

being harmful to nature. How can you change the market<br />

view with respect to this?<br />

I think there must be an awareness campaign. The<br />

Madeira é Legal Program (Wood is Distinctive and can be<br />

O mercado tem<br />

que começar a<br />

dialogar melhor com<br />

os arquitetos, com os<br />

especificadores.<br />

O arquiteto deve<br />

começar a considerar a<br />

obra de madeira<br />

JUNHO | 25


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

ENTREVISTA<br />

Na Europa e EUA (Estados Unidos da América), casas<br />

de madeira sempre tiveram uma boa entrada para<br />

a construção. Aqui, no Brasil, no entanto, são muitas<br />

vezes vistas como de segunda mão. O que é necessário<br />

para mostrar que a madeira possui tantos benefícios<br />

quanto o concreto e o aço, por exemplo?<br />

Acho que o mercado tem que começar a dialogar melhor<br />

com os arquitetos, com os especificadores. O arquiteto<br />

deve começar a considerar a obra de madeira, porque tem<br />

que ter um arquiteto que vai fazer o projeto. Começamos<br />

a fechar uma cadeia mais complexa. Quanto mais elos, a<br />

gente vai deixando mais complexo. Alguém que trabalha<br />

com material nativo, mais para frente vai começar a coordenar<br />

um trabalho com pinus ou eucalipto, por exemplo. O<br />

arquiteto tem o canal, ele é o cara que especifica a madeira.<br />

Esse é o alvo que a gente tem que mudar: convencer o<br />

arquiteto de que ele pode usar a madeira.<br />

De que forma a WWF vem trabalhando junto às<br />

instituições para ampliar o uso da madeira no Brasil?<br />

Com o programa Madeira Legal, fazemos atividades<br />

no Brasil inteiro. Ano passado, fizemos eventos e palestras<br />

sobre condição sustentável. Foram trazidos um arquiteto<br />

renomado de fora e um arquiteto renomado brasileiro para<br />

falar sobre madeira. Fizemos o convite para várias faculdades<br />

de arquitetura. Tivemos uma média de 120 pessoas por<br />

palestras. A próxima etapa é levar esse evento para a Amazônia.<br />

O que estamos fazendo agora é conseguir fechar<br />

com a Ufsc (Universidade São Carlos) o teste de laminação<br />

de 15 espécies de madeira da Amazônia de média e baixa<br />

intensidade. Porque algumas empresas laminadoras usam<br />

madeira nativa e tem dado certo. Queremos chegar ao final<br />

do ano com todas essas espécies destinadas para isso, com<br />

potencial de mercado para madeira laminada nativa lá da<br />

Amazônia mesmo. Porque carregar uma madeira de São<br />

Paulo para a Amazônia é um desperdício: o certo seria tirar<br />

É possível levar<br />

o programa Minha<br />

Casa Minha Vida<br />

para a Amazônia,<br />

por exemplo, utilizando<br />

madeira de espécies<br />

tropicais<br />

Legal) succeeded in changing this image, somewhat. But<br />

we’re talking about sustainable wood. If I have an authorized<br />

wood, with all the documentation, even if this wood<br />

is legal, it is not necessarily sustainable. I think we need to<br />

change our view. We had other products which have undergone<br />

a process to show society that they were not the way<br />

it thought they were, such as soya, for example. We really<br />

need to call together native wood, planted forest and industry<br />

personnel, and start working in a more articulated<br />

way to show the potential that this has, which includes environmental<br />

conservation.<br />

Do you believe that bringing in private enterprise to<br />

the Amazon would be beneficial to keeping the environment<br />

free of harmful initiatives, valuing sustainability<br />

in the areas where it be inserted?<br />

This is crucial. The private sector is responsible for this<br />

work, which has to be done. It is also important in generating<br />

jobs.<br />

In Europe and the USA, houses made from wood<br />

have always played a role in housing construction. However,<br />

here in Brazil, these are often viewed as ‘second-<br />

-hand’. What is needed to show that using wood has just<br />

as many benefits as concrete and steel, for example?<br />

I think that the market has to start better articulating<br />

with architects, with the specifiers. The architect must start<br />

to consider working with wood. You have to have an architect<br />

that will design the project. Then, we begin to create<br />

a less complex chain. The more the links, people will leave<br />

behind the more complex. Someone who works with native<br />

material, in the future will begin coordinating work using<br />

pine or eucalyptus, for example. The architect has the channel;<br />

he is the person who specifies the wood to be used. This<br />

is the target that we have to aim at for change: to convince<br />

the architect that he can use more wood.<br />

How has WWF been working with the institutions to<br />

expand the use of wood in Brazil?<br />

Within the Madeira é Legal Program, we carry out activities<br />

throughout Brazil. Last year, we had what we called<br />

events and lectures on sustainable conditions. We brought<br />

in a renowned architect from abroad and one from Brazil<br />

to talk about wood. We issued an invitation to several architecture<br />

schools. And there was an average of 120 people<br />

per lecture. The next step is to take this event to the Amazon.<br />

What we're doing now is trying to close a deal with the<br />

São Carlos University (Ufsc) for testing veneer from 15 species<br />

of low and medium density Amazonian wood. Because<br />

some veneer producers are using native wood and this<br />

has worked. We want to arrive at the end of the year with<br />

all these species destined for this, with a market potential<br />

for laminated native wood in the Amazon, itself. Because<br />

transporting wood from São Paulo to the Amazon is a waste:<br />

it would be correct to transport it from the Amazon to<br />

26 |<br />

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da Amazônia e trazer para cá. Se agregar o valor aonde tem<br />

a madeira, não adianta comprar madeira no sul e levar para<br />

fazer casas no norte.<br />

Como especialista na área, que tendências aposta<br />

nos próximos anos para o setor, aliado ao uso de madeira?<br />

A tendência maior ainda é o wood frame, por conta<br />

de volumes e unidades menores. Sobre as grandes, acho<br />

que o potencial do laminado colado é grande. Acho que a<br />

primeira massificação vai ser essa, inclusive combinada<br />

com a estrutura de madeira laminada e feitas a partir dela.<br />

Falta maior incentivo do governo na questão de<br />

sustentabilidade? O que poderia ser feito?<br />

A Amazônia tem esse problema da infraestrutura.<br />

Dependendo da época do ano, não se tem condições de<br />

chegar lá. A infraestrutura brasileira precisa focar naquela<br />

região, pois é algo fundamental. A burocracia é gigante<br />

no Brasil e existe, inclusive, para transportar a madeira.<br />

E aí tem o problema da própria estrada. Se o transporte<br />

rodoviário é deficitário, a solução pode estar nas ferrovias.<br />

A gente precisa repensar o nosso modal. Do jeito que está,<br />

não funciona.<br />

O que falta para um programa como o Madeira é<br />

Legal, cuja iniciativa só vem a ser benéfica para o setor,<br />

chegar a mais instituições?<br />

Acho que o que falta é o setor abraçar isso como deveria<br />

abraçar. O investimento público seria bom, agora sou<br />

contra o governo interferindo no setor. Poderia ser como<br />

no caso do papel e celulose: o setor da madeira se articular<br />

e criar as condições para melhorar. Tem que possibilitar o<br />

uso de madeira. Isso já seria um grande negócio.<br />

here. If you add value where you have the wood, there's no<br />

point to buying wood in the South and transporting it to<br />

construct homes in the North.<br />

As a specialist in the area, what trends, coupled<br />

with the use of wood, for the sector do you bet on in the<br />

coming years?<br />

The most important trend will be wood frame, on account<br />

of volume and smaller units. About the biggest, I<br />

think the potential of the laminated glued wood is the biggest.<br />

I think the first mass use will be this, possibly combined<br />

with laminated wood structures made from it.<br />

Is there a lack of further incentives from the Government<br />

on the issue of sustainability? What should be<br />

done?<br />

The Amazon has this infrastructure problem. Depending<br />

on the time of year, the conditions are such that you<br />

can’t get there. Brazilian infrastructure needs to focus in<br />

that region, as it is something essential. The bureaucracy<br />

is a giant in Brazil and it exists such that the transport of<br />

wood is difficult. And then, you have the problem of the<br />

road itself. If road transport is in deficit, the solution may be<br />

in the railways. We need to rethink our modal. As it stands,<br />

it does not work.<br />

What's missing for a program, such as the Madeira é<br />

Legal Program, whose initiative is only beneficial for the<br />

Sector, reaching more institutions?<br />

I think what’s missing is for industry to embrace it as it<br />

should be embraced. Public investment would be good, as<br />

I am now against the government interfering in the industry.<br />

It could be as is the case of pulp and paper: the Forest<br />

Sector steps out and creates the conditions to improve. You<br />

have to enable the use of wood. That would be a big deal.<br />

A garantia que isso<br />

(uso da madeira na<br />

construção civil) não vai<br />

provocar desmatamento é ter<br />

madeira a partir de um sistema<br />

de manejo sustentável<br />

JUNHO | 27


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

COLUNA ABIMCI<br />

Paulo Pupo<br />

Superintendente da Abimci (Associação Brasileira da<br />

Indústria de Madeira Processada Mecanicamente)<br />

Contato: abimci@abimci.com.br<br />

Foto: divulgação<br />

VEM AÍ A SEMANA INTERNACIONAL<br />

DA MADEIRA<br />

Evento que ocorrerá em setembro é uma oportunidade única para ter contato<br />

direto com as empresas do setor<br />

T<br />

emos pela frente quatro meses de preparação<br />

para uma série de oito eventos da Cadeia Produtiva<br />

da Madeira. Em setembro, de 19 a 22,<br />

Curitiba (PR) será, pela segunda vez, a capital nacional e<br />

internacional da madeira. Uma oportunidade única para<br />

o debate, a busca por soluções, a troca de conhecimento,<br />

o acesso a novas tecnologias e um raio-x do mercado,<br />

algo que somente os grandes eventos proporcionam:<br />

o contato direto com quem está na linha de frente das<br />

empresas.<br />

Dentre os eventos programados, a Abimci, além do<br />

apoio institucional geral para as atividades da semana<br />

e na promoção dos encontros, também estará à frente<br />

do II Wood Trade Brazil, seminário que terá como foco a<br />

avaliação de mercado e de tendências para o setor em vários<br />

segmentos de produtos madeireiros. Um momento<br />

importante para conhecer cases de gestão, de ter acesso<br />

a dados atualizados e trocar informações.<br />

Outros dois eventos da semana – o Simpósio e a Expo<br />

Madeira & Construção – vão ampliar o debate de um<br />

dos temas prioritários (o uso da madeira na construção)<br />

para a Abimci e para as diversas entidades que estão<br />

envolvidas com essa importante bandeira para a cadeia<br />

florestal e madeireira. Eventos que se consolidaram no<br />

calendário acadêmico e profissional, que irão contribuir<br />

para o avanço do trabalho que está sendo realizado a fim<br />

de ampliar o uso da madeira na construção civil.<br />

A programação da semana ainda contará com outras<br />

novidades: a Conferência Sul-Americana de Tecnologias<br />

para Proteção de Madeira (Wood Protection) e a Conferência<br />

Sul-Americana de Tecnologias para Transformação<br />

e Beneficiamento de Madeiras (ProWood). Além da<br />

Feira Lignum Brasil, que irá apresentar lançamentos em<br />

máquinas, equipamentos e serviços para a indústria da<br />

transformação.<br />

Este ano, uma importante conquista para o reforço<br />

da programação da Semana Internacional da Madeira<br />

é a inclusão do VIII Congresso Nacional Moveleiro. Um<br />

evento da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), que<br />

irá agregar ainda mais conteúdo de um encontro consolidado<br />

no mercado que fomenta negócios, promove<br />

palestras e mostra da indústria.<br />

Assim, em um cenário no qual ainda enfrentamos<br />

incertezas econômicas e políticas, nada mais urgente,<br />

oportuno e necessário do que o setor produtivo se manter<br />

unido e firme com o objetivo de encontrar soluções conjuntas,<br />

por meio do debate e da troca de conhecimento.<br />

A participação – e o sucesso – desta grande agenda<br />

depende de todos os atores dessa cadeia produtiva,<br />

que tanto contribui para a geração de renda, empregos<br />

e desenvolvimento do país.<br />

Programe-se e venha participar da Semana Internacional<br />

da Madeira.<br />

Não perca essa oportunidade!<br />

Em um cenário no qual ainda enfrentamos incertezas<br />

econômicas e políticas, nada mais urgente e necessário<br />

do que o setor produtivo se manter unido e firme<br />

28 |<br />

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A EvOLUÇÃO<br />

DAS SERRAS<br />

CHEGOU!<br />

S O L D A<br />

F U S Ã O<br />

NOVIDADE<br />

BAS 360<br />

SOLDA FUSÃO EM<br />

SERRAS DE FITA.<br />

A MAIS MODERNA<br />

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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

PRINCIPAL<br />

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KNOW ABOUT THE USE OF CIRCULAR AND BAND SAWS<br />

30 |<br />

www.referenciaindustrial.com.br


DO<br />

JEITO<br />

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SEM<br />

COMPLICAÇÃO:<br />

O QUE É PRECISO<br />

SABER SOBRE<br />

A UTILIZAÇÃO<br />

DE SERRAS<br />

CIRCULARES E FITA<br />

Fotos: divulgação<br />

Fotos: divulgação<br />

JUNHO | 31


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

PRINCIPAL<br />

As serras fita são mais indicadas para a redução da tora em peças menores<br />

como costaneiras, blocos, semi-blocos e pranchões<br />

D<br />

urante meados da década de 80, intensificou-se o uso<br />

de madeira de florestas plantadas no Brasil, principalmente<br />

o pinus, como fonte de matéria-prima para<br />

serrarias. A consequência foi a homogeneização e redução dos<br />

diâmetros das toras, o que proporcionou o desenvolvimento<br />

de mecanismos de automação por parte dos fabricantes de<br />

máquinas, agilizando os processos de desdobro.<br />

Como resultado da maior demanda por equipamentos<br />

de qualidade, já no início da década de 90 a importação de<br />

máquinas e ferramentas de corte foi viabilizada. Isto permitiu<br />

que, tanto as indústrias de processamento primário (serrarias),<br />

quanto as indústrias de processamento secundário (beneficiamento)<br />

adquirissem máquinas e ferramentas de corte tecnologicamente<br />

mais evoluídas e de melhor performance. A partir<br />

daí as indústrias nacionais buscaram evoluir tecnologicamente<br />

para manterem seus mercados.<br />

Pode-se classificar as serras como as de movimento<br />

contínuo (serras de fita) e as de movimento circular (serras<br />

circulares e equipamentos de perfilagem). Existem ainda as<br />

de movimento alternativo (serras francesas), de pouco uso<br />

no Brasil, segundo o professor Márcio Pereira da Rocha, do<br />

Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da Ufpr<br />

(Universidade Federal do Paraná).<br />

“Cada serra tem sua finalidade. No caso das serras fita, elas<br />

são mais indicadas para a redução da tora em peças menores<br />

como costaneiras úteis, blocos, semi-blocos, pranchões, etc,<br />

que serão desdobrados posteriormente em operações secundárias”,<br />

analisa ele. “Em serrarias, essas máquinas têm duas<br />

qualidades: a pequena espessura de corte e a versatilidade<br />

D<br />

uring the mid-80’s, the use of wood from planted<br />

forests in Brazil, mainly pine, intensified<br />

as a source of raw material for sawmills. The<br />

consequence has been log homogenization and diameter<br />

reduction, which helped lead to the development of<br />

automation mechanisms on the part of machine manufacturers,<br />

streamlining sawing processes.<br />

As a result of a greater demand for quality equipment,<br />

in the early 90’s, the import of machinery and cutting<br />

tools was used to meet this demand. This led both the<br />

primary processing industries (sawmills), as secondary<br />

processing industries (manufacturers) to acquire the most<br />

technologically evolved and the best performing machinery<br />

and cutting tools. Due to this, domestic equipment<br />

producers sought to evolve technologically to maintain<br />

their markets.<br />

You can classify saws as perpetual (band) or circular<br />

(circular saws and profiling equipment). There is even the<br />

alternative movement (French saws), with little use in<br />

Brazil, according to Marcio Pereira da Rocha, Professor<br />

in the Department of Forest Engineering and Technology,<br />

Federal University of Paraná (Ufpr).<br />

“Each saw has its own purpose. In the case of band<br />

saws, they are more indicated for the breaking down of<br />

the log into smaller pieces such as useable slabs, blocks,<br />

semi-blocks, boards, etc. that will be later processed in<br />

secondary operations,” he analyzes. “In sawmills, these<br />

machines have two qualities: a thin cut and versatility as<br />

to log diametric variations. A common practice in sawmills<br />

32 |<br />

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quanto à variação diamétrica das toras. Uma prática comum<br />

em serrarias que desdobram madeira de florestas plantadas e<br />

podadas é a abertura da tora em duas costaneiras de grande<br />

espessura (costaneiras úteis) e um pranchão ou semi-bloco<br />

central. Por terem a madeira de melhor qualidade, sem nós, as<br />

costaneiras úteis são resserradas em serras de fita horizontais<br />

com múltiplos cabeçotes, que têm pequena espessura de corte,<br />

minimizando as perdas em serragem.”<br />

Nesse sentido, as serras circulares têm como vantagem<br />

a realização de cortes múltiplos simultâneos, aumentando<br />

muito a eficiência operacional da serraria. Porém, essas serras<br />

são usadas em operações secundárias - como resserragem<br />

de semi-blocos ou blocos de toras pequenas, canteagem e<br />

destopo - com menor altura de corte. São serras com elevadas<br />

espessuras de corte e consequente perda de madeira na forma<br />

de serragem. Por isso essas serras são utilizadas nas operações<br />

secundárias, o que permite discos com menores espessuras e<br />

com fios de corte menos espessos.<br />

DENTES: ESTAMPAS, ÂNGULOS, ALTURAS E<br />

INTENSIDADE DA TRAVA<br />

Evidentemente, o número de dentes em uma serra é importante.<br />

No entanto, segundo Pereira da Rocha, a sua importância<br />

se refere mais ao sentido do corte da madeira. “A madeira, ao<br />

ser cortada transversalmente às fibras, oferece muito mais resistência<br />

do que quando cortada no sentido das fibras”, revela.<br />

“Mas existem outros parâmetros dos dentes que são tão ou mais<br />

importantes que o seu número, como a estampa e os ângulos<br />

that use timber from planted and thinned forests is the<br />

breaking down of the log into two thick slabs (useable slabs)<br />

and a large board or central semi-block. For having a<br />

better quality wood, without knots, the useable slabs are<br />

resawn with horizontal multiple head band saws, which<br />

have thinner cuts, minimizing the losses with sawdust.”<br />

In this sense, circular saws have the advantage of<br />

performing multiple simultaneous cuts, greatly enhancing<br />

the operating efficiency of a sawmill. Therefore, for this<br />

reason, these saws are used in secondary operations<br />

such as resawing semi-blocks or blocks from smaller logs,<br />

chamfering, and breaking down larger pieces, using lower<br />

cutting heights. They use thicker cutting saw blades with<br />

a consequent loss of wood in the form of sawdust. For this<br />

reason, these saws are used in secondary operations that<br />

allow the use of thinner cutting blades with a thinner cut.<br />

SAW BLADE: STAMPS, ANGLES,<br />

HEIGHTS AND LATCH INTENSITIES<br />

Of course, the number of teeth on a saw blade is important.<br />

However, according to Professor Pereira da Rocha,<br />

the direction of cutting the wood is more important.<br />

“Wood, cut transversely to the grain, offers much more<br />

resistance than when cut in the direction of the grain” he<br />

reveals. “But there are other teeth parameters that are<br />

as, or more, important than number, such as tooth stamp<br />

and angles, the height and spacing, which is the distance<br />

between two teeth, and latch type and intensity used, in<br />

As serras circulares têm como vantagem a realização de cortes múltiplos<br />

simultâneos, aumentando muito a eficiência operacional da serraria<br />

JUNHO | 33


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

PRINCIPAL<br />

Para se obter maior eficiência operacional,<br />

é preciso que se tenha máquinas robustas,<br />

muito bem ajustadas<br />

do dente, a altura e o passo, que é a distância entre dois dentes<br />

e o tipo e intensidade de trava utilizado, além das velocidades<br />

de corte e de avanço da máquina.”<br />

O ângulo da ponta do dente deve ser determinado de acordo<br />

com a dureza da madeira. Para madeiras duras, esse ângulo<br />

deve ser maior, o que dá ao dente menor agressividade, mas<br />

maior resistência. Além disso, as velocidades de avanço devem<br />

ser reduzidas e, muitas vezes os dentes recebem aplicação de<br />

ligas de maior resistência em suas pontas, sendo mais comum<br />

a estelitagem em serra de fita e metal duro (widia) em serras<br />

circulares.<br />

Para uma madeira de menor densidade, conforme aponta<br />

Pereira Rocha, o ângulo da ponta do dente pode ser menor, o<br />

que lhe deixa menos resistente, mas com maior agressividade<br />

e permite o uso de velocidades de avanço maiores. Há que levar<br />

em conta também, além da dureza da madeira, a presença<br />

de cristais de sílica em sua estrutura, como o caso de muitas<br />

madeiras nativas. Para o desdobro de madeiras com essa característica,<br />

como tauari, é recomendável que se utilize serras<br />

estelitadas, com passo menor e com afiações mais frequentes.<br />

EQUÍVOCOS COMUNS<br />

Como em todo meio técnico e de alta complexidade,<br />

existem alguns aspectos que não são observados em relação<br />

às serras. O primeiro deles é o uso de ferramentas cortantes<br />

de boa qualidade e – específicas - para as operações em que<br />

serão utilizadas. “Para se obter maior eficiência operacional,<br />

com menor gasto de energia e maior qualidade dos produtos é<br />

preciso que se tenha máquinas robustas, muito bem ajustadas,<br />

combinadas com ferramentas cortantes adequadas e muito<br />

bem afiadas por pessoal altamente capacitado”, aconselha<br />

addition to cutting speeds and machine feed.”<br />

The angle of the tip of the tooth should be determined<br />

according to the hardness of the wood. For hardwoods,<br />

this angle must be greater, which provides the tooth with<br />

less aggression, but better strength. In addition, feed<br />

speeds must be reduced, and often teeth are made with<br />

tips from high resistant alloys, with (stellite coating) most<br />

commonly used for band saw blades, and hard metal<br />

(widea) most commonly for circular saw blades.<br />

For a less dense wood, as Professor Pereira de Rocha<br />

points out, the angle of the tip of the tooth may be lower,<br />

which leads to less resistance, but with greater aggressiveness,<br />

allowing the use of higher feed speeds. In addition<br />

to the hardness of the wood, the presence of silica crystals<br />

in the wood structure must also be taken into account,<br />

as in the case for many native woods. For the sawing of<br />

wood with this feature, such as Brazilian oak, the use of<br />

stellite tipped saws is recommended, with smaller spacing<br />

and with more frequent sharpening.<br />

COMMON MISCONCEPTIONS<br />

As for all technical and highly complex activities,<br />

there are several aspects that are not being observed in<br />

relation to the use of saws. The first is the use of good<br />

quality cutting tools, specific for the operation in which<br />

they will be used. “Achieving greater operating efficiency,<br />

with lower energy consumption and higher product quality<br />

requires very well adjusted robust machines, combined<br />

with appropriate cutting tools, sharpened by highly<br />

trained personnel,” advises Professor Pereira da Rocha.<br />

“The manufacturer's guidelines as to the capacity of the<br />

saw, application and maintenance routine should also be<br />

followed. Along with this, it is necessary to observe the<br />

cutting speeds and machine advance, which, when not<br />

appropriate, cause increased blade wear, increasing maintenance<br />

costs and reducing the service life of the same.”<br />

MARKET VIEW<br />

The opinion of those who know the product is as<br />

important as are technical concepts. Franzoi (SC), a manufacturer<br />

specializing in panel, optimizer and finishing<br />

saw blades, works with precision, transversal, bucking<br />

and large edger blades, amongst others. Argemiro Destefani,<br />

Product Development Engineer for the Company,<br />

evaluates that the most common mistakes committed by<br />

customers are the lack of maintenance and purchasing<br />

errors. “Shortcomings in sharpening and use of the wrong<br />

blade for a particular operation frequently occur,” he says.<br />

“In addition, there is a lack of understanding that the saw<br />

blade is only a part of the process: efficiency depends on<br />

the whole package.”<br />

The engineer advises when acquiring a saw blade, the<br />

following should be observed. “Always make a detailed<br />

description of the operation to take to the supplier: the<br />

machine used, type, thickness of the wood to be cut, the<br />

34 |<br />

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Pereira da Rocha. “Deve-se, também, seguir as orientações do<br />

fabricante quanto à capacidade da serra, sua aplicação e rotina<br />

de manutenção. Junto a isso, é preciso observar as velocidades<br />

de corte e avanço da máquina, as quais, quando não são adequadas,<br />

acarretam em maior desgaste da serra, aumentando<br />

os custos de manutenção e vida útil da mesma.”<br />

A VISÃO DO MERCADO<br />

A visão de quem conhece o produto é tão importante quanto<br />

os conceitos técnicos. Especialista na fabricação de serras<br />

para seccionadoras, otimizadoras e acabamento, a Franzoi<br />

(SC) trabalha com cortes de precisão, transversais, destopo e<br />

refiladeiras com passo largo, entre outras atuações. Conforme<br />

avalia Argemiro Destefani, engenheiro de desenvolvimento de<br />

produtos da empresa, os erros mais comuns cometidos pelos<br />

clientes é o de falta de manutenção e erro na aquisição. “Acontece<br />

com frequência deficiências na afiação e a utilização de<br />

uma serra não adequada para determinada operação”, avalia.<br />

“Além disso, há muito desconhecimento que a serra é apenas<br />

uma parte do processo: a eficiência depende do conjunto todo.”<br />

O engenheiro aconselha ainda, ao procurar adquirir uma<br />

serra, seguir alguns mandamentos. “Faça sempre uma descrição<br />

detalhada da operação ao fornecedor: a máquina utilizada,<br />

tipo, altura da madeira que será cortada, o acabamento<br />

desejado, rotação da serra, diâmero, número de dentes, e por<br />

aí vai”, enumera Destefani.<br />

Segundo o proprietário da DRV Ferramentas (PR), Diego<br />

Vieira, os problemas mais comuns atribuídos às serras fitas<br />

– especialidade da empresa – são o desgaste prematuro das<br />

construídas com aço convencional, muitas vezes decorrente<br />

da má utilização. “A regulagem equivocada do equipamento,<br />

sem o tensionamento adequado para cada tipo de aço, pode<br />

acarretar nesse tipo de problema”, analisa ele. “Ao adquirir<br />

uma serra, é primordial avaliar a qualidade da solda, definir a<br />

dentição correta e, no que tange às serras circulares, observar<br />

a qualidade das pastilhas de metal duro.”<br />

Fabricante de todos os tipos de serra para beneficiamento, a<br />

Siromat dá destaque às serras de múltipla mais finas, pensando<br />

na otimização e menor perda de matéria-prima. “Com as serras<br />

de cromo duro, as espessuras reduziram consideravelmente”,<br />

avalia Adriano Silva. “O mais importante é saber se o fabricante<br />

possui o know-how necessário e se a matéria-prima utilizada<br />

é de qualidade, ao adquirir um equipamento. Quanto mais informação<br />

passada ao fornecedor, melhor será o desempenho<br />

da serra.”<br />

MAIS IMPORTANTE QUE OS<br />

CONCEITOS TÉCNICOS E O QUE É<br />

ACONSELHÁVEL NO TRABALHO COM<br />

SERRAS, TAMBÉM CONTA – E MUITO<br />

– A VISÃO DE FORNECEDORES QUE<br />

TRABALHAM DIRETAMENTE COM O<br />

CONSUMIDOR FINAL DO PRODUTO<br />

“A REGULAGEM<br />

EQUIVOCADA DO<br />

EQUIPAMENTO, SEM<br />

O TENSIONAMENTO<br />

ADEQUADO PARA<br />

CADA TIPO DE AÇO,<br />

PODE ACARRETAR NO<br />

DESGASTE PREMATURO”<br />

ANALISA DIEGO VIEIRA,<br />

DA DRV FERRAMENTAS<br />

desired finish, saw rotation and diameter, number of<br />

teeth, and so on,” enumerates Engineer Destefani.<br />

According to Diego Vieira, Owner of DRV Ferramentas,<br />

the most common problems attributed to band saw<br />

blades – the specialty of the Company – are the premature<br />

wear of those made using conventional steel, often resulting<br />

from misuse. “Badly adjusted equipment, without<br />

proper tensioning for each type of steel, can lead to this<br />

kind of problem,” he analyzes. “When purchasing a saw<br />

blade, it is essential to assess the quality of the weld,<br />

define the correct dentition, and regarding circular saws,<br />

observe the quality of the carbide teeth.”<br />

Manufacturer of all types of saw blades, Siromat<br />

highlights gang saws with thinner blades, thinking about<br />

optimization and less raw material waste. “Using hard<br />

chrome blades, thicknesses have been reduced considerably,”<br />

says Adriano Silva. “In acquiring equipment, the<br />

most important thing is whether the manufacturer has<br />

the necessary know-how and is using quality raw materials.<br />

The more information furnished by the supplier, the<br />

better the performance of the saw.”<br />

JUNHO | 35


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

CONSTRUÇÃO CIVIL<br />

CONSIDERADO AMBIENTALMENTE CORRETO, O PISO<br />

LAMINADO É FEITO EXCLUSIVAMENTE COM MATÉRIA-<br />

PRIMA RENOVÁVEL E RECICLÁVEL, COM ORIGEM NO<br />

CULTIVO DE ÁRVORES DE PINUS E EUCALIPTO<br />

PISANDO FIRME<br />

Fotos: divulgação<br />

PISOS LAMINADOS DE MADEIRA<br />

GANHAM AINDA MAIS FÔLEGO COM<br />

NOVOS ANÚNCIOS DO PROGRAMA<br />

MINHA CASA MINHA VIDA<br />

A<br />

s novas regras do programa Minha Casa Minha Vida,<br />

anunciadas pelo presidente Michel Temer em meados<br />

do primeiro semestre, visam expandir o número de<br />

beneficiários do programa. As medidas buscam a ampliação do<br />

benefício para famílias com renda mensal de até R$ 9 mil e o<br />

reajuste do limite do financiamento e, com isso, devem reaquecer<br />

a construção civil, um dos principais setores da economia. A<br />

previsão é atingir a construção de 610 mil novas unidades ainda<br />

este ano, que contarão com uma novidade: pela primeira vez,<br />

poderão optar por pisos laminados entre os revestimentos.<br />

Em entrevista à REFERÊNCIA INDUSTRIAL, a presidente<br />

executiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), Elizabeth de<br />

Carvalhaes, manifestou que a decisão é extremamente positiva.<br />

“O anúncio da ampliação do programa Minha Casa Minha<br />

Vida, que atingirá mais famílias e permitirá um crescimento<br />

expressivo no número de novas construções, é uma excelente<br />

notícia para os fabricantes de pisos laminados”, acredita. “No<br />

ano passado, a Ibá realizou diversas reuniões com o governo,<br />

com atuação direta no Fórum dos Programas Setoriais da<br />

Qualidade reconhecido pelo Pbqp-H (Programa Brasileiro da<br />

Qualidade e Produtividade do Habitat) e por meio da publicação<br />

da Portaria nº 179/2016 do Ministério das Cidades, o piso<br />

laminado tornou-se opção de revestimento para os programas<br />

de habitação de interesse social.”<br />

Considerado ambientalmente correto, o piso laminado é<br />

feito exclusivamente com matéria-prima renovável e reciclável,<br />

com origem no cultivo de árvores de pinus e eucalipto. O<br />

produto nacional é certificado por organizações independentes<br />

que garantem a procedência da matéria-prima utilizada, como<br />

o FSC (Forest Stewardship Council) e o Cerflor (Programa Nacional<br />

de Certificação Florestal).<br />

Segundo Elizabeth, o reaquecimento do mercado deverá<br />

andar lado a lado com as expectativas de consumo do Minha<br />

Casa Minha Vida. “Essas decisões representaram passos importantes”,<br />

prevê. “O passo inicial já foi concretizado, e cabe<br />

agora às empresas fabricantes de pisos laminados realizarem<br />

um forte trabalho de conscientização junto aos construtores<br />

e consumidores, enfatizando os benefícios do produto como:<br />

custo reduzido, praticidade e agilidade na instalação, durabilidade<br />

e desempenho do material; conforto térmico e acústico;<br />

proteção antibacteriana e facilidade de manutenção.”<br />

Engajada e forte na contribuição ao meio ambiente e<br />

combate ao desmatamento sem sistemas de manejo, a Ibá<br />

atenta para a certificação dos pisos laminados, prova de que<br />

a construção civil brasileira pode andar lado a lado com a sustentabilidade.<br />

“Em um planeta cada vez mais engajado com<br />

a contribuição ao meio ambiente e no combate as mudanças<br />

36 |<br />

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climáticas, é fundamental criar incentivos e mecanismos de<br />

precificação para os setores que tem na sua essência a produção<br />

sustentável, em prol de uma economia de baixo carbono”,<br />

reflete Elizabeth. “Este é o caso dos pisos laminados produzidos<br />

no Brasil, que são certificados e feitos exclusivamente com<br />

matéria-prima renovável e reciclável, com origem no cultivo<br />

de árvores plantadas para fins industriais - pinus e eucalipto.”<br />

Para auxiliar e incentivar tanto o consumidor quanto o<br />

instalador, a Ibá disponibilizou no seu site o manual de uso<br />

e manutenção de pisos laminados e o guia do instalador de<br />

piso laminado, que trazem informações sobre as aplicações<br />

mais comuns destes pisos e apresentam procedimentos mais<br />

adequados para a escolha e instalação do piso, e os cuidados<br />

com o uso e limpeza do produto.<br />

A PREVISÃO É ATINGIR A CONSTRUÇÃO DE 610 MIL<br />

NOVAS UNIDADES AINDA ESTE ANO<br />

“O PASSO INICIAL JÁ FOI<br />

CONCRETIZADO, E CABE<br />

AGORA ÀS EMPRESAS<br />

FABRICANTES DE PISOS<br />

LAMINADOS REALIZAREM<br />

UM FORTE TRABALHO<br />

DE CONSCIENTIZAÇÃO<br />

JUNTO AOS<br />

CONSTRUTORES E<br />

CONSUMIDORES”<br />

ELIZABETH DE CARVALHAES,<br />

PRESIDENTE EXECUTIVA DA<br />

IBÁ<br />

A IBÁ DISPONIBILIZOU NO SEU SITE O MANUAL DE USO<br />

E MANUTENÇÃO DE PISOS LAMINADOS E O GUIA DO<br />

INSTALADOR DE PISO LAMINADO<br />

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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

INTERNACIONAL<br />

38 |<br />

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RELEVÂNCIA<br />

MUNDIAL<br />

Fotos: divulgação<br />

LIGNA TRAZ MAIS DE 93 MIL VISITANTES EM SEUS<br />

CINCO DIAS DE FEIRA, DESTACANDO A ASCENSÃO<br />

DA INDÚSTRIA 4.0 NO CAMPO FABRIL<br />

JUNHO | 39


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

INTERNACIONAL<br />

A<br />

Ligna, uma das maiores feiras mundiais de máquinas<br />

para processamento de madeira, máquinas e<br />

ferramentas, voltou a apresentar grandes inovações<br />

e atrativos globais, com um aumento significativo no número<br />

de expositores e visitantes do exterior e um novo impulso<br />

para a Indústria 4.0, que vem redefinindo o mercado.<br />

Depois de cinco dias, organizadores, expositores e visitantes<br />

puderam vislumbrar um evento que impressionou os<br />

presentes. “A Ligna deste ano será um marco na digitalização<br />

da indústria da madeira", disse o doutor Andreas Gruchow,<br />

membro do Conselho de Administração da Deutsche Messe,<br />

responsável pela feira, em conversa com a imprensa após o<br />

fim da feira.<br />

Ao todo foram mais de 1.500 expositores, incluindo 900<br />

estrangeiros, que mostraram suas instalações, máquinas,<br />

ferramentas e soluções inovadoras em cerca de 129 mil m²<br />

(metros quadrados) de espaço. O local foi visitado por cerca<br />

de 93 mil visitantes, incluindo 42 mil participantes de fora<br />

da Alemanha, que vieram a Hannover de mais de 100 países<br />

diferentes.<br />

E, como esperado, a Indústria 4.0 e todos os aspectos da<br />

fabricação em rede dominaram o show. Foram introduzidos<br />

novos softwares que podem integrar a gama completa de<br />

componentes da planta fabril. Uma outra tendência consistiu<br />

em formas de aumentar significativamente a eficiência<br />

da produção, com exigências mínimas para o operador de<br />

equipamento.<br />

Muitos expositores apresentaram exibições mostrando<br />

que as máquinas de trabalhar madeira podem ser polivalentes,<br />

tendo utilização com plásticos, painéis compostos e<br />

materiais de isolamento e construção.<br />

Pela primeira vez na feira, uma área de demonstração ao<br />

ar livre foi instalada ao pé da torre de Hermes, em parceria<br />

com o Conselho Florestal Alemão. Várias apresentações<br />

de tecnologia foram realizadas cada dia em uma área que<br />

mede aproximadamente 1.500 m². Foram realizados processos<br />

como poda, extração de madeira com colheitadeiras,<br />

remoção na estrada da floresta com reboques e transporte<br />

para as serrarias.<br />

Entre as empresas com atuação nacional que participaram<br />

do evento, estiveram Andritz, Bottene, B. Krick, DRV<br />

Ferramentas, Fezer, Homag, Linck, Pilana, Salvador, Sauerland,<br />

Siempelkamp, Tigra e Weinig.<br />

Muitos expositores apresentaram exibições mostrando que<br />

as máquinas de trabalhar madeira podem ser polivalentes<br />

Ao todo foram mais de 1.500 expositores, incluindo 900<br />

estrangeiros, que mostraram suas instalações, máquinas,<br />

ferramentas e soluções inovadoras em cerca de 129 mil m²<br />

Uma outra tendência consistiu em formas de aumentar<br />

significativamente a eficiência da produção, com exigências<br />

mínimas para o operador de equipamento<br />

40 |<br />

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DESTAQUES<br />

B. KRICK / WEINIG<br />

Pela primeira vez foi montado um estande de 4.000 m² (metros<br />

quadrados), unindo as empresas Weinig e Holz-Her. Levando<br />

conhecimento e novidades em tudo relacionado à Indústria 4.0 em<br />

ambos segmentos de madeira maciça e chapas. “Houve muitas<br />

novidades, que vão desde de tecnologias para o trabalho em 4.0,<br />

desenvolvimento de novos maquinários , e também o aumento de<br />

produtividade de máquinas já existente”, diz Bruno Krick, diretor<br />

da B. Krick. “As expectativas da feira foram plenamente realizadas,<br />

através da apresentação das tecnologias mais avançadas do setor<br />

com visitantes do mundo inteiro e fechamento de negócios.”<br />

FEZER<br />

Durante a Ligna, a Fezer apresentou diversas novidades ao<br />

mercado, dentre as principais uma nova geração de linhas de laminação<br />

e um novo torno laminador. “Esta linha foi inteiramente<br />

reprojetada com melhorias significativas em praticamente todas<br />

as máquinas que a compõem”, explica Gustavo Rene Mostiack, diretor<br />

comercial da empresa.“O software de centragem permite uso<br />

mais fácil e mais amigável ao operador. O torno laminador recebeu<br />

mudanças em todo o sistema de acionamento incluindo suas partes<br />

mecânicas e de automação, tornando-o mais robusto, estável, mais<br />

rápido e com menores tempos de aceleração e desaceleração. A<br />

expectativa para este ano era de uma feira movimentada e esta<br />

expectativa foi superada.”


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

MARCENARIA<br />

42 |<br />

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MARCENEIRO INOVA AO LANÇAR CANAL NO YOUTUBE PARA ENSINAR O<br />

OFÍCIO, CONSEGUINDO MAIS DE 300 MIL ASSINANTES<br />

Fotos: divulgação<br />

JUNHO | 43


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

MARCENARIA<br />

D<br />

ialogar com novas tecnologias é uma grande<br />

alavanca para o sucesso dos negócios. Foi<br />

com esse pensamento em mente que Marcelo<br />

Aguilera começou uma empreitada no mínimo inusitada:<br />

ensinar marcenaria pela internet. Mais que isso,<br />

pelo youtube, a maior plataforma de vídeos do mundo<br />

e cuja concorrência muitas vezes é dura: quem se daria<br />

ao trabalho de assistir vídeos de alguém ensinando a<br />

montar uma cadeira ou uma mesa? Contrariando todas<br />

as expectativas, o canal Oficina de Casa conta hoje com<br />

mais de 300 mil inscritos e o seu vídeo mais popular, que<br />

ensina a fazer uma cabeceira de cama, tem incríveis 2,5<br />

milhões de visualizações.<br />

"CONTRARIANDO TODAS AS<br />

EXPECTATIVAS, O CANAL OFICINA<br />

DE CASA CONTA HOJE COM<br />

MAIS DE 300 MIL INSCRITOS E O<br />

SEU VÍDEO MAIS POPULAR, QUE<br />

ENSINA A FAZER UMA CABECEIRA<br />

DE CAMA, TEM INCRÍVEIS 2,5<br />

MILHÕES DE VISUALIZAÇÕES"<br />

“Esta cultura do fazer ainda é bem<br />

recente no Brasil e certamente há<br />

uma legião de pessoas que não irão<br />

aderir e contratarão um marceneiro.<br />

Portanto, há espaço para todos”<br />

Marcelo Aguilera, marceneiro do Oficina de Casa<br />

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“Hoje o canal<br />

é nossa única e<br />

principal atividade:<br />

conseguimos<br />

nos manter<br />

financeiramente<br />

apenas com ela”,<br />

declara Aguilera


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

MARCENARIA<br />

“O canal entrou no ar pelo youtube em meados de<br />

2012, porém o projeto já existia há pelo menos quatro<br />

anos”, revela ele, cuja formação original é de administração.<br />

“Primeiro tentamos o formato de site mas,depois<br />

que acertamos a proposta, o canal começou sua trajetória.<br />

Desde sempre fui um maker (construtor): sempre me<br />

interessei em como as coisas são feitas e tive influência<br />

nisso com meus tios e avô, de quem herdei ferramentas.<br />

Minha trajetória começou aí, montando minha oficina em<br />

casa e comprando ferramentas. Sempre fui autodidata.”<br />

O canal é composto por Aguilera, que possui mais de<br />

30 anos de experiência na área, e Nei Santos, diretor de<br />

arte e formado em propaganda e marketing, responsável<br />

pela edição e parte estética do canal. “Hoje o canal é nossa<br />

única e principal atividade: conseguimos nos manter<br />

financeiramente apenas com ela”, declara Aguilera. Além<br />

das vídeo aulas, o Oficina de Casa passou, a partir de<br />

outubro do ano passado, a realizar cursos presenciais. A<br />

nossa proposta é difundir a cultura do Faça Você Mesmo,<br />

SEGUNDO O MARCENEIRO,<br />

AS DÚVIDAS MAIS COMUNS<br />

PARA QUEM QUER<br />

ENTRAR NO RAMO DA<br />

MARCENARIA SÃO COMO<br />

USAR AS FERRAMENTAS,<br />

MÁQUINAS ELÉTRICAS E,<br />

PRINCIPALMENTE, QUAIS<br />

AS MELHORES PARA SE<br />

ADQUIRIR<br />

Alguns dos móveis<br />

construídos por Aguilera<br />

no Oficina de Casa<br />

46 |<br />

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levando às pessoas conteúdo relevante em áreas diversas.<br />

É um universo muito abrangente. Até hoje nossa maior<br />

abordagem foi a marcenaria pela madeira ser o material<br />

de entrada nesse universo.”<br />

Segundo o marceneiro, as dúvidas mais comuns para<br />

quem quer entrar no ramo da marcenaria são como usar<br />

as ferramentas, máquinas elétricas e, principalmente,<br />

quais as melhores para se adquirir. “Percebemos também<br />

um grande receio em começar, justamente por medo de<br />

errar”, reflete. “Em nossos vídeos, somos muito didáticos<br />

e detalhistas, o que acaba servindo de incentivo para as<br />

pessoas iniciarem na arte da marcenaria.”<br />

O Oficina de Casa utiliza em seus vídeos materiais de<br />

MDF laminado (pela sua praticidade, explica Aguilera),<br />

MDF cru, compensados e madeiras maciças recicladas.<br />

“Incentivamos muito a reciclagem de madeiras, ensinando<br />

inclusive a identificar quando uma madeira pode ser<br />

reaproveitada”, pondera.<br />

Na avaliação do marceneiro, o mercado da marcenaria<br />

ainda tem muito para render, e está em processo<br />

de crescimento. “Certamente as pessoas passaram a se<br />

interessar mais pelo mercado da marcenaria, por algumas<br />

razões distintas”, analisa Aguilera. “Ou como fonte<br />

de renda, principalmente em uma época de crise, com<br />

uma alta taxa de desemprego, ou como possibilidade de<br />

conseguir realizar o sonho de ter bons móveis em casa<br />

frente aos altos preços cobrados por lojas ou mesmo<br />

marcenarias especializadas.”<br />

A marcenaria como hobby, aplicada como ensinamento<br />

por parte dos profissionais tradicionais, é outra maneira<br />

de fomentar a cadeia do setor, avalia ele. “Vemos na marcenaria<br />

como hobby inúmeras possibilidades se abrindo<br />

para as pessoas, como entretenimento, possibilidade de<br />

fonte de renda, alívio do estresse, além da descoberta de<br />

potenciais capacidades”, defende Aguilera.“De forma<br />

alguma é uma ameaça aos marceneiros profissionais<br />

já estabelecidos, pois esta cultura do fazer ainda é bem<br />

recente no Brasil e certamente há uma legião de pessoas<br />

que não irão aderir e contratarão um marceneiro. Portanto,<br />

há espaço para todos.”


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

ESPECIAL<br />

EM PROL<br />

DA CADEIA<br />

PRODUTIVA<br />

Fotos: divulgação<br />

ENCAPP <strong>2017</strong> REÚNE NOMES CRIATIVOS DO SETOR DE PORTAS, FORTALECENDO<br />

A QUALIFICAÇÃO E FOMENTANDO INOVAÇÕES<br />

48 |<br />

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C<br />

om três dias de duração, o III Encapp (Encontro da<br />

Cadeia Produtiva da Porta), realizado pela Abimci<br />

(Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />

Mecanicamente), mais do que promover o encontro<br />

entre fornecedores e produtores de portas, foi prova que todo<br />

o segmento está evoluindo e criando soluções inovadoras impulsionadas<br />

pelo PSQ-PME (Programa Setorial da Qualidade<br />

de Portas de Madeira para Edificações). Além, é claro, de<br />

gerar negócios. O evento aconteceu na Fiep (Federação das<br />

Indústrias do Paraná) do Jardim Botânico, em Curitiba (PR).<br />

Com cerca de 30 expositores, o Encapp cobriu em seus<br />

estandes todas as áreas relacionadas ao segmento de portas:<br />

abrasivos, acessórios, adesivos, selantes, espumas, ferragens<br />

e fechaduras, filmes para proteção, fitas de borda, máquinas<br />

e equipamentos, painéis e chapas, perfis, revestimentos,<br />

serviços, sistemas de portas, tintas e vernizes, tratamento da<br />

madeira, vedação e amortecimento, entre outros.<br />

Para o coordenador do Comitê de Portas da Abimci, Caetano<br />

Balvedi, o resultado positivo alcançado com o evento foi<br />

a capitalização de todo o trabalho que vem sendo realizado.<br />

"Nossos fornecedores acreditaram no evento. Demonstramos<br />

que este é o canal correto para que eles se comuniquem com o<br />

setor de portas", avalia. Além disso, o coordenador lembra que<br />

desde a realização do primeiro encontro, houve uma consolidação<br />

das ações. "Estamos indicando para o mercado como<br />

produto tem que ser entregue – dentro das normas - e deixando<br />

claro o nível de solidariedade conjunto que o fornecedor tem<br />

com os fabricantes de portas diante do cliente. O sucesso do<br />

Encapp mostra a relação duradoura que pretendemos ter com<br />

os fornecedores", conclui.<br />

JUNHO | 49


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

ESPECIAL<br />

DESTAQUES<br />

ALCA MÁQUINAS<br />

A Alca divulgou no Encapp a linha de máquinas e assistência<br />

técnica para a indústria madeireira. Distribuidora oficial das<br />

marcas Razi, exibiu um pouco do potencial da linha de plainas<br />

moldureiras e coladeira de borda. Outra empresa representada<br />

pela Alca foi a italiana Salvador, fabricante de otimizadoras e<br />

destopadeiras, com mais de 30 anos de experiência.<br />

DRATEC<br />

A Dratec trouxe a principal linha de produto: primers base<br />

água e poliuretanos. “Temos alguns clientes aqui que estão<br />

participando também, trouxemos uma linha poliuretano e<br />

apresentamos também a linha UV madeira”, conta Fahdo<br />

Thomé Neto, proprietário da empresa. “Gostamos muito dos<br />

encontros na parte da manhã: a reunião possibilita conversar<br />

com várias empresas e apresentar o trabalho. Nós entendemos<br />

que este é realmente um formato de negócios, em que você<br />

tem não só o demonstrativo.”<br />

GAIDZINSKI<br />

Os destaques no Encapp foram as recobridoras para componentes<br />

de portas e chapas de portas e painéis, voltadas para<br />

a automação da indústria de portas, kit porta-pronta, molduras<br />

decorativas, para construção civil, esquadrias e móveis. “O<br />

evento de forma geral foi muito bom, com boas tratativas e<br />

negócios”, projeta Gilberto Gaidzinski, diretor da empresa.<br />

“A expectativa é sempre alta e acredito que o Encapp é uma<br />

excelente oportunidade para estar por dentro do mercado.”<br />

JOWAT<br />

A Jowat, produtora de mais de 500 tipos de adesivos<br />

diferentes para a indústria de madeira e móveis, apresentou<br />

os adesivos hot melt, de dispersão convencionais e reativos.<br />

“Para nós, a feira teve uma avaliação boa, mais importante,<br />

foi a rodada de negócios”, explica Renan Tecchio, técnico da<br />

empresa. “O foco da nossa divulgação são as colas, como a<br />

Jowatherm, que está sendo tendência de mercado.”<br />

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MONTANA<br />

A empresa levou três linhas de produtos. Apresentou opções<br />

em revestimento para componentes de portas, voltada<br />

para a construção civil e indústria moveleira. A companhia<br />

possui também a linha de fitas de bordas melamínicas e as<br />

linhas de PVC, produzida agora em duas unidades fabris.<br />

“Foi possível divulgar nossa marca e produtos, e ainda buscar<br />

novos clientes”, detalha Leonardo Miyake, gerente comercial<br />

da Montana.<br />

OMIL<br />

Fabricante de máquinas para o beneficiamento de madeira<br />

e linhas de marcenaria de pequeno e grande porte, a Omil<br />

expôs banners e vídeos dos equipamentos em operação. Com<br />

possibilidade de assistência técnica e reposição de peças em<br />

todo o território nacional e Mercosul, a empresa destacou a<br />

atuação em solo brasileiro e boa parte do sul-americano.<br />

UNESA<br />

A tradicional fabricante de equipamentos para o trabalho<br />

com madeira, Unesa Máquinas, levou material de divulgação<br />

para mostrar tudo o que a empresa oferece. O destaque para<br />

o setor de portas foi a linha de recobrimento. Para Eti Galvani<br />

Uliano, diretor-presidente da Unesa, a presença no evento é<br />

muito interessante porque é uma feira feita por clientes.<br />

GRUPO JOTA<br />

Responsável pelas publicações das Revistas REFERÊNCIA<br />

FLORESTAL, REFERÊNCIA INDUSTRIAL e PRODUTOS<br />

DE MADEIRA, o GRUPO JOTA marcou presença no Encapp<br />

com um estande exclusivo. O objetivo foi apoiar o evento<br />

e divulgar as revistas direcionadas ao mercado de portas e<br />

produtos de madeira.<br />

JUNHO | 51


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

MADEIRA TRATADA<br />

LAR<br />

SUSTENTÁVEL<br />

Fotos: divulgação<br />

52 |<br />

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EMPRESA DE SANTA<br />

CATARINA INAUGURA<br />

NOVA SEDE COM<br />

MADEIRA TRATADA DE<br />

PINUS E EUCALIPTO<br />

JUNHO | 53


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

MADEIRA TRATADA<br />

A<br />

Gaivota Madeiras, empresa de Balneário Gaivota<br />

(SC) especialista em projetos com utilização de<br />

madeira tratada, construiu em março a sua nova<br />

sede: um escritório comercial todo com madeira tratada,<br />

utilizando cerca de 7 m³ (metros cúbicos) de pinus e 12 m³<br />

de eucalipto. O local chama a atenção pelo projeto arquitetônico,<br />

inovador para a região, que incentivou o mercado<br />

local e destacou a madeira de eucalipto roliço como base<br />

estrutural.<br />

“A partir desta obra, despertamos ainda mais nos contratantes<br />

o interesse em um projeto a ser executado em<br />

madeira”, avalia Jônatas Stiegemeier, gerente da empresa.<br />

“O mercado imobiliário está muito aquecido na cidade,<br />

o que atraiu novas imobiliárias para a região. A estratégia<br />

era atender então não apenas o cliente que os buscava<br />

para compra e venda de imóveis mas oportunizar atender<br />

pessoas atraídas pelo empreendimento e transformar este<br />

contato em negócio.”<br />

O tratamento utilizado no escritório comercial foi de<br />

impregnação à vácuo com CCA. Após a finalização, foi aplicado<br />

também o stain. A fase de projeto demandou aproximadamente<br />

45 dias para chegar ao projeto final e sua<br />

execução foi de 90 dias. “A identidade do nosso trabalho<br />

está no uso da madeira, originada de reflorestamentos,<br />

como elemento construtivo e decorativo”, garante Jônatas.<br />

“Nossos clientes são os mais diversos e atendemos em<br />

sua maioria pessoa física, que nos procura para projetos e<br />

execução de casas, decks, pergolados e painéis de madeira.<br />

Também pessoas jurídicas em empreendimentos comerciais<br />

como lojas, escritórios e restaurantes.”<br />

A madeira como elemento construtivo ocupa ainda<br />

um espaço muito pequeno na construção civil no mercado<br />

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de Balneário Gaivota. Mas, assim como em todo o país, a<br />

situação está mudando. “A madeira sofreu durante anos<br />

um processo de discriminação, sendo considerado um material<br />

de baixa qualidade que não encontrava espaço em<br />

obras de destaque”, opina Jônatas. “Outro aspecto é a falta<br />

de conhecimento técnico e de profissionais qualificados<br />

que saibam transformar este material tão nobre em belos<br />

empreendimentos de qualidade e durabilidade. Talvez as<br />

pressões ambientais que outros materiais estão sentindo<br />

esteja favorecendo o uso da madeira como elemento construtivo.<br />

Também o surgimento de belas obras executadas<br />

em madeira está despertando o interesse de outras pessoas<br />

que não consideravam a madeira em seus projetos.”<br />

Do ponto de vista técnico, vale ressaltar que as obras<br />

em madeira são muito mais leves e mais rápidas para serem<br />

executadas, com uma ótima resistência tanto a flexão<br />

quanto a compressão, além de extremamente versáteis e<br />

um bom isolante térmico. “Ambientalmente, é uma material<br />

renovável de baixo consumo de energia para sua produção<br />

e beneficiamento além de ser um fixador de carbono<br />

e assim contribuir de forma positiva com a camada de ozônio”,<br />

finaliza Jônatas.<br />

"A MADEIRA<br />

COMO ELEMENTO<br />

CONSTRUTIVO OCUPA<br />

AINDA UM ESPAÇO<br />

MUITO PEQUENO NA<br />

CONSTRUÇÃO CIVIL<br />

NO MERCADO DE<br />

BALNEÁRIO GAIVOTA.<br />

MAS, ASSIM COMO<br />

EM TODO O PAÍS,<br />

A SITUAÇÃO ESTÁ<br />

MUDANDO"<br />

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e em Operação no Brasil e na América do Sul.<br />

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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

QUÍMICA NA MADEIRA<br />

EPIs NAS UPMs:<br />

MAIS SEGURANÇA<br />

PARA O<br />

TRABALHADOR<br />

Fotos: divulgação<br />

EQUIPAMENTOS DE<br />

PROTEÇÃO INDIVIDUAL<br />

SÃO FUNDAMENTAIS PARA<br />

O SUCESSO NA LINHA DE<br />

PRODUÇÃO DAS USINAS<br />

DE PRESERVAÇÃO DE<br />

MADEIRA<br />

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QUANTO AO<br />

RISCO DE<br />

RESPINGOS<br />

QUE AMEACEM<br />

OS OLHOS,<br />

É INDICADO<br />

O USO DE<br />

ÓCULOS<br />

PROTETORES<br />

B<br />

asicamente, os EPIs (Equipamentos de Proteção<br />

Individual) servem para dar ao trabalhador uma<br />

capacidade extraordinária: enfrentar situações de<br />

risco que exigiriam um nível de proteção que vai além do<br />

natural. Por exemplo, as pálpebras protegem naturalmente<br />

os olhos de cada pessoa, mas em um ambiente onde<br />

pequenos fragmentos de material sólido são lançados ao<br />

ar, é indispensável o uso de óculos protetores adequados.<br />

Em uma UPM — como em qualquer outra planta industrial<br />

— há diferentes graus de risco, assim como produtos que<br />

podem causar dano em caso de contato direto com a pele,<br />

olhos ou através de inalação. Portanto, os EPIs servem não<br />

só para evitar lesões, mas também doenças decorrentes da<br />

atividade.<br />

Preservativos químicos com diversos princípios ativos,<br />

empregados no tratamento industrial da madeira, podem<br />

ser corrosivos. Por precaução, não devem entrar em contato<br />

com a pele. Recomenda-se, neste caso, o uso de botas<br />

de PVC e luvas de látex, que protegerão pés e mãos.<br />

Quanto ao risco de respingos que ameacem os olhos, é<br />

indicado o uso de óculos protetores. Quando houver processos<br />

geradores de ruído intenso, será necessária a proteção<br />

auditiva adequada. Isto exige análise quantitativa para<br />

determinar a necessidade efetiva do protetor auricular e o<br />

grau de proteção.<br />

Também é recomendável o uso de capacete, que terá<br />

dupla função contra possíveis impactos em tubulações,<br />

válvulas metálicas ou a própria autoclave, além de evitar<br />

respingos na cabeça. Se houver risco de resíduos no corpo<br />

do trabalhador, deverá ser usado macacão impermeável.<br />

No caso de manutenção em uma autoclave (caso em que o<br />

empregado tenha que entrar no equipamento) será necessário<br />

não só o macacão impermeável, mas todo o conjunto<br />

de EPIs descrito neste artigo.<br />

EPIs previnem acidentes mecânicos, como impactos<br />

capazes de afetar externa e internamente o corpo do trabalhador,<br />

como no caso da via respiratória pela ação de<br />

gases, névoas de produtos ou fumaça. Nestes casos, é indispensável<br />

o uso de máscara. Para a escolha adequada, é<br />

necessária uma avaliação do modelo a ser utilizado com a<br />

ajuda de profissional qualificado. Para isso, deve ser levada<br />

em conta a concentração do produto no ar (análise quantitativa)<br />

e seu tipo específico (análise qualitativa).<br />

FATOR DE PROTEÇÃO<br />

O fator de proteção da máscara é muito importante e<br />

obedece a níveis indicados para cada caso, segundo as normas<br />

da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo,<br />

de Segurança e Medicina do Trabalho), estabelecida pelo<br />

PPR (Programa de Proteção Respiratória). O mais baixo é<br />

JUNHO | 57


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

QUÍMICA NA MADEIRA<br />

NO CASO DE<br />

MANUTENÇÃO EM UMA<br />

AUTOCLAVE (CASO EM QUE<br />

O EMPREGADO TENHA QUE<br />

ENTRAR NO EQUIPAMENTO)<br />

SERÁ NECESSÁRIO<br />

NÃO SÓ O MACACÃO<br />

IMPERMEÁVEL, MAS TODO<br />

O CONJUNTO DE EPIs<br />

deve ser feita por um profissional especializado em saúde<br />

e segurança do trabalho: engenheiros, técnicos ou, ainda,<br />

consultores de higiene ocupacional. São pessoas habilitadas<br />

e treinadas para fazer medições e análises em qualquer<br />

ramo da indústria, sendo especialmente recomendadas no<br />

setor químico. Caso existam no local avaliado produtos de<br />

risco elevado, deve-se fazer a avaliação ambiental uma vez<br />

por ano, ou sempre que forem modificados os processos<br />

industrias.<br />

É de importância estratégica a elaboração de laudo<br />

ambiental, de tempos em tempos, para que as ações adotadas<br />

sejam assertivas e pontualmente eficazes. Evita-se,<br />

assim, o desperdício de recursos com ações superdimensionadas<br />

para proteção ao trabalhador, ou impactos sanitários<br />

e ambientais quando subdimensionadas. Os dois casos<br />

implicam em prejuízos financeiros e mercadológicos.<br />

Quanto menos incidirem doenças e acidentes laborais,<br />

menores serão as chances de ocorrerem processos trabalhistas,<br />

troca de empregados, quebras de máquinas e equipamentos;<br />

além, é claro, de manter-se preservada a boa<br />

imagem da empresa frente ao seu público.<br />

De um lado, a empresa é responsável pela segurança<br />

o fator de proteção 10, que corresponde a 10 vezes mais<br />

do que o organismo humano seria capaz de suportar mantendo-se<br />

saudável. Seguindo o mesmo padrão na escala,<br />

existem no mercado máscaras com fatores 50, 100, 1.000<br />

e 10.000.<br />

No caso das UPMs, são recomendadas máscaras com<br />

fator de proteção que podem oscilar entre 10 e 100. Isso<br />

dependerá da avaliação feita pelo especialista sobre o ambiente<br />

onde pode haver gases ácidos e eventual manipulação<br />

de madeira que, na ausência de mecanização, poderão<br />

gerar particulados em suspensão.<br />

A avaliação das condições em cada ambiente industrial<br />

TAMBÉM É RECOMENDÁVEL<br />

O USO DE CAPACETE, QUE<br />

TERÁ DUPLA FUNÇÃO CONTRA<br />

POSSÍVEIS IMPACTOS EM<br />

TUBULAÇÕES, VÁLVULAS<br />

METÁLICAS OU A PRÓPRIA<br />

AUTOCLAVE<br />

58 |<br />

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dos seus colaboradores, devendo disponibilizar sem custo<br />

os EPIs necessários, dando treinamento e fiscalizando o<br />

seu uso. Por outro, cabe ao empregado a iniciativa de solicitar<br />

avaliação e eventual troca de EPIs danificados durante<br />

o uso.<br />

Finalmente, vem a estratégia adotada pela empresa<br />

para a segurança do trabalhador. Quanto mais investimentos<br />

em instalações adequadas, menores serão os dispêndios<br />

com aquisição, treinamento e fiscalização do uso<br />

de EPIs. Neste caso, a lógica do planejamento implicará<br />

em melhores condições de trabalho e, consequentemente,<br />

menores riscos ambientais. Por exemplo, sistemas de<br />

grelhas nos pisos para escoamento de líquidos reduzirão<br />

riscos de contato. Um sistema de exaustão bem-dimensionado,<br />

com captadores próximos aos pontos críticos, eliminará<br />

gases, névoas e fumaça.<br />

Investimentos em segurança para o trabalhador devem<br />

ser sempre precedidos de análises competentes, caso<br />

a caso, e mediante plano de investimentos bem estruturados<br />

e conforme a disponibilidade da empresa.<br />

PAULO ROCHA<br />

É TÉCNICO EM<br />

SEGURANÇA DO<br />

TRABALHO NA<br />

MONTANA<br />

QUÍMICA S.A.


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

ARTIGO<br />

O APROVEITAMENTO<br />

DE RESÍDUOS DE<br />

MADEIRA PARA O<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

SUSTENTÁVEL<br />

Fotos: divulgação<br />

CLÁUDIO JOSÉ DONATO<br />

Professor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná)<br />

EDILENE MAYUMI MURASHITA TAKENAKA<br />

Economista e Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento<br />

Regional pela Unioeste<br />

RESUMO<br />

O<br />

objetivo principal deste trabalho foi ressaltar a<br />

importância do uso de briquetes de resíduos de<br />

madeira como alternativa ao uso do carvão vegetal<br />

e também como instrumento de obtenção de vantagens<br />

sociais, econômicas e ambientais. Para a realização desta investigação<br />

científica foi adotada uma pesquisa bibliográfica, a<br />

partir do levantamento e análise sobre o aproveitamento de<br />

resíduos de madeira para o desenvolvimento sustentável. O<br />

presente estudo concluiu que o baixo custo e importância do<br />

uso da briquetagem como medida de produção sustentável, é<br />

uma alternativa viável para a produção de energia levando-se<br />

em consideração as questões sócioeconômicas e ambientais.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Nos últimos anos é crescente o interesse por fontes energéticas<br />

alternativas e sustentáveis e, dentro desse contexto,<br />

destaca-se a utilização de biomassa em substituição aos<br />

combustíveis fósseis. Com o aumento populacional, ocorreu<br />

o aumento do consumo mundial de energia, com tendência<br />

a se ampliar mais ainda nos próximos anos. Essa realidade<br />

demonstra a necessidade de buscar fontes alternativas de<br />

produção energética, uma vez que o uso do combustível fóssil<br />

como recurso natural implica em graves danos ambientais.<br />

A busca pelo equilíbrio entre um crescimento econômico<br />

a partir do aumento da produtividade e um desenvolvimento<br />

econômico e sustentável baseado na geração de riquezas<br />

atrelada a sua melhor distribuição considerando também a<br />

qualidade ambiental do planeta, faz emergir a necessidade de<br />

um manuseio mais consciente destes recursos para que se reduzam<br />

os impactos ambientais. Uma das alternativas é o uso<br />

de biomassa (Vale, Gentil, 2008).<br />

O estudo e desenvolvimento de biomassa para a geração<br />

de energia pode representar grandes benefícios em termos<br />

de qualidade de energia, impactos na vida humana e meio<br />

ambiente.O aproveitamento térmico de biomassa é uma<br />

forma barata e tecnologicamente viável de produzir energia<br />

60 |<br />

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(Chrisostomo, 2011).<br />

Nesta direção, o uso energético da madeira pode trazer<br />

grande contribuição à produção de energia, pois, pode-se extrair<br />

dela o combustível sólido, líquido e gasoso, em processos<br />

para a geração de energia térmica, mecânica e elétrica (Britto,<br />

2007).<br />

A madeira é o mais antigo combustível utilizado pela humanidade,<br />

classificada como uma fonte de energia primária<br />

e renovável, pois, permite a fixação do carbono atmosférico,<br />

contribuindo para reduzir o efeito estufa. Existe uma diversidade<br />

de árvores que são capazes de se adaptarem a diversas<br />

condições ambientais. Devido a isto a madeira é considerada<br />

um material de grande valor socioeconômico e ambiental<br />

(Trugilho, 2010).<br />

A madeira tem como seu principal produto o carvão vegetal.<br />

O carvão vegetal é uma fonte energética importante<br />

não só pela sua natureza renovável como também pelo seu<br />

papel histórico e econômico no desenvolvimento do país. Em<br />

média, ¼ da produção mundial de carvão vegetal advém do<br />

Brasil, destacando-se o Estado de Minas Gerais que apresenta<br />

o maior consumo e geração deste insumo, usado principalmente<br />

pelo segmento siderúrgico (Pinheiro; Sampaio, 2001).<br />

A compactação é uma boa alternativa para a utilização<br />

destes resíduos como combustível sólido na forma de briquetes<br />

(Chrisostomo, 2011).O briquete é considerado uma opção<br />

ecológica de energia e, aliado a uma preocupação mundial<br />

com questões naturais como o efeito estufa e suas consequências<br />

no clima possibilitam uma ascensão de energias limpas<br />

em relação aos combustíveis não-renováveis. Hoje, praticamente<br />

todos os tipos de resíduos orgânicos podem ser reutilizados<br />

para produção de energia (Vale, Gentil, 2008).<br />

OBJETIVO<br />

Ressaltar a importância do uso de briquetes, mostrando<br />

que existem vantagens socioeconômicas e ambientais em se<br />

substituir o carvão vegetal pelos briquetes de resíduos de madeira.<br />

METODOLOGIA<br />

A realização desta investigação científica foi elaborada a<br />

partir de uma pesquisa bibliográfica, que visou o levantamento<br />

de informações para obter conhecimento existente sobre<br />

aproveitamento de resíduos de madeira para o desenvolvimento<br />

sustentável.<br />

REVISÃO DA LITERATURA<br />

Conhecendo os resíduos sólidos<br />

Na sociedade moderna com o intenso processo de industrialização<br />

ocorre a geração excessiva de resíduos, sendo que<br />

muitos deles apresentam um baixo aproveitamento e geram<br />

danos ambientais. Contudo o conhecimento sobre os resíduos<br />

e suas utilidades podem contribuir para reduzir os impactos<br />

ao meio ambiente, e alguns podem até se tornar fonte energética,<br />

como é o caso dos resíduos de madeira. O objetivo<br />

deste tópico é apresentar uma explanação teórica sobre o<br />

conceito de resíduo.<br />

O termo resíduo, geralmente, é associado à ideia de lixo,<br />

porém, segundo Demajorivic (1995), resíduos sólidos diferenciam-se<br />

do termo lixo, pois este último não possui nenhum<br />

tipo de valor, referindo-se ao que deve ser descartado. Resíduos<br />

são aqueles que possuem valor econômico agregado,<br />

por possibilitarem seu reaproveitamento.<br />

O resíduo pode ser definido como tudo aquilo que sobra<br />

de um processo de produção ou exploração, de transformação<br />

ou de utilização. É toda substância, material ou produto<br />

destinado, por seu proprietário, ao abandono (Quirino, 2003).<br />

RESÍDUOS DO PROCESSAMENTO DE MADEIRA<br />

O grande volume de resíduos gerados pelas indústrias<br />

de transformação da madeira é um problema que ocorre em<br />

quase a totalidade das serrarias brasileiras. Os resíduos que se<br />

originam do processamento da madeira, móveis usados, artigos<br />

de madeira, moirões, estacas, bagaço de cana, palha de<br />

arroz, galhos de árvores são resíduos ligno-celulósicos que se<br />

apresentam em formas e granulometrias das mais variadas,<br />

apresentando de modo geral, baixa densidade e alto teor de<br />

umidade (Quirino, 2003).<br />

Dentre os vários materiais lignocelulósicos podem-se utilizar<br />

casca e galho de árvores, aparas de madeira, serragem,<br />

maravalhas, bagaço de cana-de-açúcar, casca de arroz, palha,<br />

caule e sabugo de milho, dentre outros. Outra grande vantagem<br />

da briquetagem é a possibilidade de aproveitamento de<br />

resíduos lignocelulósicos carbonizados em geral (Fontes et al,<br />

1984).<br />

A indústria madeireira tem a característica de gerar grandes<br />

volumes de resíduos no processo de beneficiamento de<br />

madeira. A vantagem de aproveitar os resíduos de madeira é<br />

JUNHO | 61


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

ARTIGO<br />

O GRANDE VOLUME<br />

DE RESÍDUOS<br />

GERADOS PELAS<br />

INDÚSTRIAS DE<br />

TRANSFORMAÇÃO<br />

DA MADEIRA É UM<br />

PROBLEMA QUE<br />

OCORRE EM QUASE<br />

A TOTALIDADE<br />

DAS SERRARIAS<br />

BRASILEIRAS<br />

que consiste em um gerenciamento sustentável desses resíduos<br />

como forma de gerar energia em volumes compactos a<br />

partir de um recurso natural renovável, além de não possuir<br />

caráter poluidor de fontes fósseis de energia.<br />

Embora as empresas modernas incluam em suas atividades<br />

o gerenciamento ambiental e o aproveitamento integrado<br />

de seus subprodutos, a maioria das serrarias instaladas no<br />

país ainda está despreparada para o descarte apropriado de<br />

seus rejeitos (Remade, 2005).<br />

Hillig et al (2006) estudando a caracterização e aproveitamento<br />

dos resíduos de madeira, propõe a seguinte classificação,<br />

sendo caracterizados como insumos da cadeia produtiva<br />

da indústria madeireira, conforme descreve a tabela abaixo.<br />

A UTILIDADE DOS BRIQUETES<br />

Com o passar dos anos, a busca por fontes energéticas<br />

alternativas e sustentáveis, tornou-se um assunto de grande<br />

importância. A matriz energética mundial vem sofrendo um<br />

acréscimo no uso de energias renováveis, devido à diminuição<br />

das reservas de combustíveis fósseis, e também pela poluição<br />

causada por estes. O reaproveitamento energético de resíduos,<br />

no caso, por exemplo, o briquete. A briquetagem é uma<br />

maneira muito eficaz para concentrar a energia disponível da<br />

biomassa (Chrisostomo, 2011) (Vale, Gentil, 2008).<br />

Durante as fases de produção, transporte, manuseio e peneiramento<br />

nas usinas siderúrgicas, o carvão vegetal gera em<br />

torno de 25% de finos, (resíduo do carvão vegetal) dificultando<br />

ou mesmo inviabilizando sua utilização em alguns setores,<br />

como, por exemplo, em alto-fornos, onde são desejáveis carvões<br />

com alta resistência e formato geométrico definido.<br />

Dependendo da finalidade dos briquetes, eles deverão<br />

apresentar características adequadas, como resistência ao<br />

manuseio, transporte, estocagem, acendimento e, principalmente,<br />

baixa toxidez para uso doméstico e resistência ao<br />

calor, funcionando como termorredutor para o setor siderúrgico.<br />

Segundo estudos desenvolvidos por Couto et al (2004), os<br />

briquetes comercializados no Brasil enfrentam desafios como<br />

o alto preço do frete da matéria-prima, a concorrência com<br />

os baixos preços da lenha e do carvão vegetal, elevados impostos,<br />

ausência de promoção do produto e necessidade de<br />

capital de giro. No mercado externo, destacam-se os grandes<br />

pedidos comerciais feitos às pequenas empresas de briquetagem,<br />

a burocracia do governo e o elevado custo para o capital<br />

de giro que se apresentam como entraves ao comércio deste<br />

produto. Acrescenta-se também a falta de conhecimento do<br />

mercado nacional do produto, tendo como prática comum a<br />

mistura dos briquetes com carvão vegetal.<br />

No entanto, estudos relacionados à determinação de suas<br />

características e de suas propriedades se fazem necessários<br />

para melhor orientação dos consumidores e também do mercado<br />

sobre o produto.<br />

Os briquetes podem ser produzidos utilizando apenas um<br />

material lignocelulósico ou a mistura deles. É comum adicionar<br />

serragem aos produzidos com outros materiais e o carvão<br />

vegetal, para aumentar o poder calorífico. Para briquetes de<br />

carvão vegetal, misturam-se aglutinantes de natureza diversa,<br />

sendo os mais utilizados os de amido de milho (Quirino,<br />

2003).<br />

O PROCESSO DE BRIQUETAGEM<br />

Nos dias atuais, é possível utilizar grande variedade de<br />

resíduos orgânicos na produção de energia por meio de tecnologias<br />

simples. Uma delas é a briquetagem, que consiste na<br />

62 |<br />

www.referenciaindustrial.com.br


aplicação de pressão a uma massa de partículas, com ou sem<br />

adição de ligante, e com ou sem tratamento térmico (Saleme,<br />

1992).<br />

A briquetagem consiste na técnica de prensagem de pequenas<br />

partículas de material lignocelulósicos1, com ou sem<br />

a adição de ligantes, formando estruturas mais densas e compactas<br />

e com maior valor comercial. Alguns trabalhos, sobre<br />

sua produção e uso, foram desenvolvidos por empresas siderúrgicas<br />

e instituições de ensino e pesquisa, mas a bibliografia<br />

disponível sobre o assunto é ainda escassa.<br />

A briquetagem de biomassa é uma prática antiga e uma<br />

das técnicas consideradas, em termos gerais, como tecnologia<br />

de compactação. Consiste na prensagem de pequenas<br />

partículas de material sólido para formar blocos de forma<br />

definida e tamanho maior. A compactação ocorre dentro de<br />

moldes matrizes, em orifícios entre cilindros rotativos ou processos<br />

similares, sendo que os subprodutos de beneficiamento<br />

agroflorestal e finos de carvão se convertem em material de<br />

maior valor comercial. Além disso, essa técnica pode requerer<br />

ou não a aplicação de pressão, adição de ligantes e tratamento<br />

térmico posterior. No caso do carvão vegetal, usa- se, geralmente,<br />

um aglutinante, que pode ser de várias naturezas,<br />

porque esta é a maneira mais econômica de compactá-lo. Os<br />

finos devem ter uma distribuição granulométrica adequada<br />

para proporcionar qualidade do briquete e economia do aglutinante<br />

(Filippeto, 2008).<br />

Segundo Fontes et al (1984), por meio da briquetagem<br />

consegue-se um combustível com homogeneidade granulométrica,<br />

maior densidade e resistência à geração de finos.<br />

O efeito de densificação proporcionado pela briquetagem<br />

produz um combustível com maior concentração energética<br />

por unidade de volume que, aliado à resistência adquirida,<br />

viabiliza técnica e economicamente o transporte a distâncias<br />

maiores. Além disso, os briquetes apresentam formato regular<br />

e constituição homogênea. Através da briquetagem com o<br />

uso de aglutinantes, o que envolve balanceamento granulométrico,<br />

mistura proporcional de aglutinantes, compactação,<br />

coqueificação ou secagem, consegue-se o aproveitamento<br />

dos finos na forma de um combustível mais denso, mais homogêneo,<br />

com uniformidade granulométrica, facilidade de<br />

manuseio e transporte, o que permite seu transporte ao longo<br />

de maiores distâncias, além de obter-se um produto com<br />

características semelhantes ao do carvão (Fontes et al, 1984).<br />

De acordo com Quirino e Brito (1991), a briquetagem é<br />

uma forma muito eficiente de concentrar a energia disponível<br />

na biomassa. Os autores exemplificam esse fato na consideração<br />

de que 1,00 m³ de briquetes contêm, pelo menos, cinco<br />

vezes mais energia que 1,00 m³ de resíduo, levando-se em<br />

consideração a densidade a granel e o poder calorífico médio<br />

desse material.<br />

Alves Júnior e Santos (2002) afirmam que o processo de<br />

briquetagem ou a transformação de madeira em briquetes<br />

consiste na trituração da madeira (moagem) e posterior compactação<br />

a elevadas pressões, o que pode provocar a elevação<br />

da temperatura do processamento na ordem de 100ºC.<br />

O aumento da temperatura provoca a "plastificação" da lignina,<br />

substância que atua como elemento aglomerante das<br />

partículas de madeira. De acordo com o mesmo autor, para<br />

que a briquetagem tenha sucesso, o material deve ter umidade<br />

entre 8% a 15% e o tamanho de partícula entre 5 a 10 mm<br />

(milímetros).<br />

O processo de briquetagem descrito anteriormente se refere<br />

à produção a partir de resíduos lignocelulósicos, em que<br />

o ligante é a lignina. Em processos que utilizam, na produção<br />

de briquetes, somente o carvão, por exemplo, é necessária a<br />

utilização de um aglomerante artificial, pois, neste caso, a lignina<br />

já foi degradada, não é mais plástica e não faz o papel de<br />

aglomerante.<br />

A VANTAGEM DE<br />

APROVEITAR OS<br />

RESÍDUOS DE MADEIRA<br />

É QUE CONSISTE EM<br />

UM GERENCIAMENTO<br />

SUSTENTÁVEL DESSES<br />

RESÍDUOS COMO FORMA<br />

DE GERAR ENERGIA EM<br />

VOLUMES COMPACTOS A<br />

PARTIR DE UM RECURSO<br />

NATURAL RENOVÁVEL<br />

Leia este artigo completo em:<br />

www.amigosdanatureza.org.br/publicacoes/<br />

JUNHO | 63


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

AGENDA<br />

JUNHO <strong>2017</strong><br />

Woodprocessing<br />

30 de maio a 2 de junho<br />

Lviv (Ucrânia)<br />

www.galexpo.com.ua<br />

Necroexpo<br />

2 a 4<br />

Kielce (Polônia)<br />

www.targikielce.pl<br />

Expolar<br />

10 a 18<br />

Belo Horizonte (MG)<br />

www.expovitoria.com.br<br />

Fitecma<br />

13 a 17<br />

Buenos Aires (Argentina)<br />

www.fitecma.com.ar<br />

Indumóveis Internacional<br />

14 a 18<br />

Santa Rosa (RS)<br />

www.indumoveisinternacional.com.br<br />

Affemaq Mirassol<br />

27 a 29<br />

Mirassol (SP)<br />

www.affemaq.com.br<br />

Fenafor<br />

24 a 26<br />

Lima (Peru)<br />

www.fenafor.com<br />

AGOSTO <strong>2017</strong><br />

SETEMBRO <strong>2017</strong><br />

Lignum<br />

20 a 22<br />

Curitiba (PR)<br />

www.lignumbrasil.com.br<br />

DESTAQUE<br />

FITECMA<br />

13 a 17 de junho<br />

Buenos Aires (Argentina)<br />

http://www.fitecma.com.ar<br />

A Fitecma, em Buenos Aires (Argentina), é uma das maiores feiras da<br />

indústria da madeira e de móveis da América do Sul. É um evento de<br />

negócios de excelência do setor, tanto pela quantidade quanto pela<br />

qualidade das negociações. Na feira, os visitantes entram em contato<br />

com as empresas mais importantes do segmento.<br />

Imagem: reprodução<br />

64 |<br />

www.referenciaindustrial.com.br


sites<br />

assessoria<br />

de imprensa<br />

vídeos<br />

projetos<br />

especiais<br />

banner<br />

slide<br />

apresentação<br />

revistas<br />

Comunicação inteligente.<br />

www.jotacom.com.br


REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />

ESPAÇO ABERTO<br />

PAÍS PRECISA DE MAIS INSERÇÃO<br />

INTERNACIONAL<br />

O<br />

futuro da indústria brasileira está diretamente<br />

ligado a uma maior inserção internacional.<br />

Para que a indústria nacional seja competitiva,<br />

gerando cada vez mais empregos e renda, o Brasil precisa<br />

ampliar seu acesso aos mercados externos, fato que implica<br />

abrir mais a própria economia à concorrência estrangeira.<br />

Também é necessário, de modo consistente e duradouro,<br />

reduzir os custos relacionados às transações comerciais<br />

com o exterior.<br />

A mais grave crise na história brasileira recente ressaltou<br />

a necessidade de conferir ao comércio internacional uma<br />

posição central na estratégia de crescimento das empresas<br />

e da economia. A maior participação da indústria - e do<br />

país - no mercado internacional seria fundamental, pois<br />

exportações e importações podem ser ferramentas essenciais<br />

para o aumento da produtividade, da inovação e da<br />

competitividade econômica.<br />

Durante quase 20 anos as posições dos diferentes<br />

setores da indústria se dividiram em dois campos: os que<br />

advogavam a rápida negociação de acordos comerciais para<br />

ampliar as exportações; e os que defendiam a necessidade<br />

de reformas para reduzir o custo Brasil, antes da abertura à<br />

concorrência dos importados. Hoje chegamos à conclusão<br />

de que, preso nesse dilema, o País avançou pouco nas duas<br />

direções: acordos e reformas. Por essa razão, a Agenda Internacional<br />

da Indústria, cuja segunda edição foi lançada recentemente<br />

pela CNI (Confederação Nacional da Indústria),<br />

defende que ambas as vertentes devam avançar de forma<br />

simultânea: mais acordos estimulam novas reformas e mais<br />

reformas criam condições para outros acordos.<br />

Governo e setor industrial têm responsabilidades compartilhadas<br />

nesse plano. Uma parte do esforço pela inserção<br />

internacional passa pela modernização da política comercial<br />

em diferentes áreas, como investimento, facilitação de comércio,<br />

financiamento e garantias às exportações, logística e<br />

tributação do comércio exterior. Tudo isso é tarefa do Poder<br />

Executivo e do Congresso Nacional.<br />

No entanto, outra parcela do desafio requer dedicação<br />

da própria indústria. A Rede CIN (Rede Brasileira de Centros<br />

Internacionais de Negócios), coordenada pela CNI, oferece<br />

um portfólio integrado de serviços de apoio à internacionalização<br />

das empresas brasileiras,quaisquer que sejam seu<br />

porte e grau de maturidade na atuação externa.<br />

Outra iniciativa foi o lançamento do novo serviço de<br />

emissão do ATA Carnet pela Rede CIN. O documento assegura<br />

o trânsito temporário, rápido e livre de impostos dos<br />

bens brasileiros usados como amostras em feiras internacionais<br />

ou como equipamento de trabalho em operações<br />

no exterior.<br />

Houve avanços desde o ano passado, quando a CNI<br />

lançou a primeira edição da agenda. O número de empresas<br />

exportadoras cresceu 8,5% no período, com destaque para<br />

as micro e pequenas, cujo número aumentou 11%. Além<br />

disso, o governo deu seguimento a ações importantes, como<br />

a implantação dos programas Portal Único de Comércio<br />

Exterior e Operador Econômico Autorizado. As negociações<br />

com os países da América do Sul, o México e a União Europeia<br />

foram aceleradas.<br />

A Agenda Internacional da Indústria <strong>2017</strong> apresenta 86<br />

ações para melhor inserir o Brasil na economia mundial. O<br />

trabalho foi fruto de ampla construção, da qual participou<br />

toda a base empresarial: federações das indústrias dos estados<br />

e do Distrito Federal, associações setoriais nacionais,<br />

sindicatos patronais e empresas de todos os portes.<br />

A expectativa da CNI é de que a nova edição da agenda<br />

sirva de estímulo para um plano de governo, com objetivos<br />

e metas claros e voltados a conferir à política comercial a<br />

importância que ela merece. A atual tendência de aumento<br />

do protecionismo no mundo não deve nos afastar dessa<br />

tarefa, mas nos desafiar a fazer mais e melhor. Para que a<br />

economia cresça num ritmo mais condizente com as necessidades<br />

dos brasileiros, deve-se apostar na relevância<br />

do mercado externo.<br />

Foto: divulgação<br />

Por Robson Braga de Andrade<br />

Empresário e presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria)<br />

66 |<br />

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BOAS IDEIAS.<br />

O PONTO DE PARTIDA<br />

PARA SEU SUCESSO.<br />

Em um momento de muitas possibilidades, o número de riscos é proporcional ao de oportunidades.<br />

Mas por onde começar e encontrar a melhor saída para um cenário tão complexo? O 8º Congresso Nacional<br />

Moveleiro é a chance dos empresários do setor de somar forças, compartilhar experiências e alavancar negócios<br />

para todo o mercado. Com parceria e conhecimento, fica mais fácil ligar os pontos e alcançar o caminho do sucesso.<br />

21 E 22 DE SET<br />

RESERVE ESTA DATA<br />

CAMPUS DA INDÚSTRIA<br />

SISTEMA FIEP<br />

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