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Propaganda_Julho de 2017

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795<br />

R$ 15,50<br />

ANO 61 • JULHO DE <strong>2017</strong><br />

ISSN 0033-1244<br />

LEIFERT<br />

GILBERTO


4<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


30<br />

06<br />

10<br />

12<br />

14<br />

Editorial<br />

Cara nova<br />

E-mails<br />

Linha Direta<br />

Separação<br />

ZAP<br />

20<br />

26<br />

54<br />

16<br />

20<br />

24<br />

26<br />

28<br />

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44<br />

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52<br />

54<br />

64<br />

68<br />

74<br />

78<br />

80<br />

82<br />

Vaivém<br />

Mercado<br />

Eu sou Amazônia<br />

Opinião<br />

Start me up<br />

Lançamento<br />

Pulsação acelerada<br />

Pesquisa<br />

Roqueiros ecléticos<br />

Especial Leifert<br />

Senhor unanimida<strong>de</strong><br />

Obladi, Obladá<br />

O leão <strong>de</strong> cabelos brancos<br />

Making of<br />

Viva São João<br />

Digital<br />

Como a publicida<strong>de</strong> mobile po<strong>de</strong><br />

gerar vendas em loja física?<br />

Livros<br />

Cannes<br />

Diverso e tecnológico<br />

Gastronomia<br />

Casamento perfeito<br />

Hobby<br />

Veia artística<br />

Viagem<br />

De férias e sem planejamento<br />

Memória<br />

O drama contra a dor<br />

Click do alê<br />

Dorinho<br />

Dona Zezé, a moça do café<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 5


Editorial<br />

Cara nova<br />

“Mantivemos a qualida<strong>de</strong> do conteúdo editorial.<br />

Nosso objetivo é tornar a leitura mais leve e<br />

agradável, valorizando a imagem e a cor”<br />

Acredito que você, caro leitor, <strong>de</strong>ve estar surpreso com a cara nova da <strong>Propaganda</strong>.<br />

Mudamos quase tudo: impressão, papel e arte; mantivemos a qualida<strong>de</strong> do conteúdo<br />

editorial. Nosso objetivo é tornar a leitura mais leve e agradável, valorizando a imagem<br />

e a cor.<br />

Esse novo projeto visual foi <strong>de</strong>senvolvido pelo publicitário e <strong>de</strong>signer Marcello Barbusci<br />

(foto). Aos 49 anos, ele acumula mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> trabalhos na área <strong>de</strong><br />

comunicação.<br />

Atualmente se <strong>de</strong>dica à fotografia, clicando nos formatos still, arquitetura,<br />

retratos, street, editorial, institucional e corporativo. Seu trabalho<br />

é reconhecido internacionalmente, tendo saído na Bold Magazine,<br />

dos EUA, e participado do Projeto Vivo Call Para<strong>de</strong> 2012. Trabalhou<br />

também para a PPE Agency (Agency official photos of the royal family<br />

in the world), tendo fotografado a vinda do príncipe Maurits e princesa<br />

Marilene <strong>de</strong> Orange-Nassau a São Paulo. Foi premiado no One Photographer<br />

a Day, <strong>de</strong> Portugal.<br />

Marcello também edita a revista multiplataforma ONLY Mobile Art (impressa<br />

e APP), que apresenta ensaios produzidos ao redor do mundo<br />

somente com smartphone. Realizou, em janeiro <strong>de</strong> 2015, a exposição<br />

fotográfica São Paulo Revelada, no Shopping Eldorado, em São Paulo.<br />

Mantém escritórios em Nova York e São Paulo.<br />

* * *<br />

Na estreia do novo formato da revista, publicamos uma matéria especial sobre Gilberto<br />

Leifert, que recentemente <strong>de</strong>ixou o comando da estratégica diretoria <strong>de</strong> relações<br />

com o mercado da Re<strong>de</strong> Globo, à frente do qual estava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1988. Nesses quase 30<br />

anos <strong>de</strong> Globo, Leifert, com seu estilo diplomático, conseguiu tornar-se uma unanimida<strong>de</strong><br />

junto aos profissionais do mercado da comunicação, do qual ele não se aposenta<br />

totalmente, pois continuará a atuar como representante da Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

Emissoras <strong>de</strong> Rádio e Televisão (Abert) e seguirá presidindo o Conselho Nacional <strong>de</strong><br />

Autorregulação Publicitária (Conar), no qual exerce seu nono mandato consecutivo.<br />

* * *<br />

Por fim, caro leitor, esperamos que você aprecie o novo visual <strong>de</strong> <strong>Propaganda</strong>.<br />

6<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

Pedro Yves<br />

diretor <strong>de</strong> redação<br />

pedroyves@editorareferencia.com.br


www.revistapropaganda.com.br<br />

DIRETOR DE REDAÇÃO: Pedro Yves<br />

propaganda@editorareferencia.com.br<br />

EDITORA ASSISTENTE: Suzi Cavalari<br />

suzi@editorareferencia.com.br<br />

EDITOR DE FOTOGRAFIA: Alê Oliveira<br />

DIREÇÃO DE ARTE: Anilton Rodrigues Marques<br />

anilton@editorareferencia.com.br<br />

COLABORADORES<br />

Alberto Pardo, Carlos Castelo, Dorinho Bastos,<br />

José Eustachio e Nelson Varón Ca<strong>de</strong>na<br />

DIRETORA-COMERCIAL<br />

Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

GERENTE-COMERCIAL<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

DIRETOR-PRESIDENTE<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

CONSULTORA DE MARKETING<br />

Tatiana Milani Ferrentini<br />

tatiana@editorareferencia.com.br<br />

DIRETOR-EXECUTIVO<br />

Tiago A. Milani Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

CIRCULAÇÃO<br />

Vendas <strong>de</strong> Assinaturas/Central <strong>de</strong><br />

Renovações/Exemplares Atrasados/Central<br />

<strong>de</strong> Atendimento a Assinantes:<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

SÃO PAULO<br />

Rua François Coty, 228 - CEP 01524-030<br />

São Paulo - SP - Tels.: (11) 2065-0738<br />

DEMAIS ESTADOS:<br />

0800 704 414 9<br />

A revista <strong>Propaganda</strong> é uma pu blicação<br />

mensal da Editora Refe rência Ltda.<br />

Tiragem 20 mil exemplares<br />

CTP, IMPRESSÃO E ACABAMENTO<br />

FILIAÇÃO:<br />

A revista <strong>Propaganda</strong> utiliza a<br />

tinta ecológica ISO BIO-REVERSE,<br />

da Premiata na impressão <strong>de</strong><br />

suas edições<br />

8<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


29 anos brilhando<br />

na Globo sem<br />

nunca ter ido ao ar.<br />

Mestre.<br />

Obrigado pelos anos <strong>de</strong><br />

parceria, Gilberto Leifert.<br />

Uma homenagem dos<br />

amigos da Lew’Lara\TBWA.<br />

lewlaratbwa.com.br


ISSN 0033-1244<br />

edição 794 • ano 61 • junho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> • R$ 15,50 • revistapropaganda.com.br<br />

ENTREVISTA<br />

Rogério Dezembro, CEO da<br />

Capital Live, fala do<br />

sucesso do Allianz Parque<br />

PRÊMIO<br />

As melhores<br />

campanhas da 3ª edição<br />

do Desafio Estadão<br />

Como palmeirense, me sinto orgulhoso do sucesso<br />

que têm sido as ações multiuso do Allianz<br />

Parque (entrevista com Rogério Dezembro, edição<br />

794). Parabéns ao Rogério Dezembro e à<br />

equipe da Capital Live.<br />

Gabriel Loterio – São Paulo<br />

Em relação à entrevista <strong>de</strong> Rogério Dezembro,<br />

gostaria <strong>de</strong> esclarecer que pelo menos aqui, em<br />

Brasília, na arena Mané Garrincha, tem sido realizados<br />

shows e outros eventos.<br />

Cal Moreira - Brasília<br />

N. da R.: no box da citada entrevista, abordamos<br />

que outras arenas construídas em função<br />

da Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014 enfrentam problemas<br />

os mais diversos. No caso <strong>de</strong> Brasília, o problema<br />

é suspeita <strong>de</strong> superfaturamento.<br />

É isso aí, Rogério Dezembro! Toda a força para o<br />

seu ótimo trabalho em prol do Verdão, o primeiro<br />

Campeão Mundial Interclubes.<br />

Raul Neto – São Paulo<br />

Obladi, obladá<br />

Sensacional a maneira como o Carlos Castelo<br />

teve o insigth para o anúncio da mostarda (“A<br />

paranomásia na publicida<strong>de</strong>”, edição 794). Criar<br />

não é fácil, por isso, <strong>de</strong>scobrir que um gran<strong>de</strong><br />

profissional usa até expedientes aparentemente<br />

<strong>de</strong> mau gosto muito me incentiva nesse meu começo<br />

<strong>de</strong> carreira como redator.<br />

Gustavo Lima - Florianópolis<br />

Cannes<br />

Parabéns aos publicitários brasileiros, que mais<br />

uma vez bateram recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> prêmios em Cannes.<br />

Em meio à grave crise econômica que atravessamos,<br />

não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um alento ver que<br />

uma indústria dinâmica como a da propaganda<br />

segue firme na sua qualida<strong>de</strong> criativa.<br />

Valeria Buonniconti – São Paulo<br />

Legal a história da coluna Obladi, Obladá sobre a<br />

paranomásia no anúncio da mostarda. Em meio<br />

a tanto anúncio <strong>de</strong> mau gosto, um trocadilho que<br />

acerta na mosca é muito raro <strong>de</strong> acontecer.<br />

Renata <strong>de</strong> Salvi – São Paulo<br />

Zaragoza<br />

Parabéns ao colunista Nelson Ca<strong>de</strong>na pela excelente<br />

matéria sobre o José Zaragoza, que <strong>de</strong>ixou<br />

a todos nós, que trabalhamos com propaganda,<br />

órfãos da sua genial criativida<strong>de</strong>.<br />

Edson Pasquini – São Paulo<br />

Rogério Dezembro<br />

Fale com a redação. Envie sua opinião para: propaganda@editorareferencia.com.br<br />

As mensagens recebidas po<strong>de</strong>rão ser editadas e publicadas <strong>de</strong> forma reduzida.<br />

10<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


Separação<br />

Por Armando Ferrentini<br />

A importância <strong>de</strong> Leifert, relatada na<br />

matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição e assinada<br />

por Pedro Yves, já se embute na<br />

história da própria ativida<strong>de</strong> publicitária<br />

brasileira das últimas três décadas.<br />

Tendo em vista a prolongada crise econômica que atravessamos,<br />

acentuada por uma crise política que parece interminável,<br />

o Brasil começa a se <strong>de</strong>scolar <strong>de</strong>sta última, <strong>de</strong>ixando seus<br />

problemas e soluções com os políticos e os tribunais.<br />

Assim é que neste mês <strong>de</strong> julho, tradicionalmente um período<br />

fraco para o <strong>de</strong>sempenho publicitário, tivemos e estamos<br />

tendo manifestações mais acentuadas em alguns mercados.<br />

Essa tendência vai se refletir <strong>de</strong> forma ainda mais significativa a<br />

partir <strong>de</strong> agosto, quando <strong>de</strong> fato se inicia o segundo semestre<br />

nos negócios. É aqui que se dará a retomada publicitária, cujos<br />

primeiros sinais, entretanto, já surgiram em julho, juntamente<br />

com o movimento <strong>de</strong> separação da economia em relação à<br />

crise política.<br />

A percepção que já domina os players dos principais segmentos<br />

<strong>de</strong> negócios aponta para a recuperação das perdas verificadas<br />

nos últimos meses. A certeza <strong>de</strong> que as instituições<br />

estão funcionando, os crimes a princípio inacreditáveis praticados<br />

contra o erário estão sendo punidos e os culpados <strong>de</strong>vidamente<br />

con<strong>de</strong>nados, oferece um alívio para a população e,<br />

ao mesmo tempo, a garantia <strong>de</strong> que o Brasil está se safando<br />

<strong>de</strong> mais um período difícil da sua vida pública.<br />

Assim seja.<br />

***<br />

A presente edição <strong>de</strong> <strong>Propaganda</strong> homenageia um dos profissionais<br />

mais importantes do mercado: Gilberto Leifert, que<br />

ocupava o cargo <strong>de</strong> diretor da Central Globo <strong>de</strong> Relações<br />

com o Mercado, <strong>de</strong>ixou a emissora no dia 30 <strong>de</strong> junho, por<br />

completar os 30 anos <strong>de</strong> serviços prestados à mesma, o que,<br />

em função diretiva, conduz à saída do profissional.<br />

A propósito, os dirigentes publicitários que <strong>de</strong>têm mais <strong>de</strong><br />

80% <strong>de</strong> todas as verbas do país compareceram ao almoço<br />

promovido pela Abap, sob a presidência <strong>de</strong> Mario D’Andrea<br />

(Dentsu), para homenagear Gilberto Leifert, em uma reunião<br />

<strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res como há muito não se via no segmento.<br />

A importância <strong>de</strong> Leifert, relatada na matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta<br />

edição e assinada por Pedro Yves, já se embute na história<br />

da própria ativida<strong>de</strong> publicitária brasileira das últimas três décadas.<br />

E não apenas o texto jornalístico acima apontado, mas<br />

inclusive os anúncios que fazem parte <strong>de</strong>sta edição – já que<br />

falamos <strong>de</strong> propaganda – comprovam o mérito das homenagens<br />

a Leifert.<br />

***<br />

Passamos uma vez mais no gran<strong>de</strong> teste <strong>de</strong> Cannes, que<br />

julga anualmente todas as plataformas e trabalhos para elas<br />

<strong>de</strong>senvolvidos pela ativida<strong>de</strong> publicitária dos países que ocupam<br />

a primeira meta<strong>de</strong> do bloco mundial das economias <strong>de</strong><br />

mercado.<br />

E, novamente, pu<strong>de</strong>mos verificar, através do exercício da<br />

comparação, que o nosso país prossegue produzindo um<br />

elogiável produto final nesse quesito do marketing.<br />

A sala <strong>de</strong> imprensa, reduto dos jornalistas que cobrem o Cannes<br />

Lions, permite que profissionais da mídia especializada (e<br />

alguns até da gran<strong>de</strong> mídia) <strong>de</strong> muitos países, inclusive dos<br />

mais <strong>de</strong>senvolvidos, provoquem aproximações frequentes<br />

com seus colegas brasileiros, indagando sobre as nossas<br />

agências, a força publicitária dos nossos anunciantes e principalmente<br />

sobre o empenho e a criativida<strong>de</strong> dos publicitários<br />

brasileiros, que se acostumaram a ganhar muitos importantes<br />

prêmios nesse tradicional festival.<br />

Essa curiosida<strong>de</strong> é para nós motivo <strong>de</strong> orgulho, endossando<br />

uma realida<strong>de</strong> que o Brasil publicitário já há muitos anos seguidos<br />

comemora.<br />

Figura querida, Leifert prossegue na presidência do Conar,<br />

recebendo um apelo das principais agências que atuam em<br />

nosso país para tão cedo não abrir mão <strong>de</strong>ssa importante missão<br />

que o mercado lhe confiou.<br />

12<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

Armando Ferrentini<br />

É diretor-presi<strong>de</strong>nte da Editora Referência<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br


Zap<br />

14<br />

Allianz Parque Experience<br />

Um novo tour, em que os guias contarão<br />

a história do clube em paralelo<br />

à visita pelas instalações do estádio<br />

do Palmeiras, um happy hour com<br />

ídolos do passado, disputar games<br />

eletrônicos e jogos no gramado com<br />

ex-atletas e até realizar um rapel da<br />

cobertura da arena até o gramado<br />

são as novida<strong>de</strong>s do novo pacote<br />

<strong>de</strong> ações, <strong>de</strong>nominado Allianz Parque<br />

Experience. Para isso, a Capital<br />

Live, empresa que administra o estádio,<br />

contratou uma startup que leva<br />

o mesmo nome das novida<strong>de</strong>s, comandada<br />

por Rodrigo Geammal.<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

Marcos Quintela<br />

no Li<strong>de</strong><br />

Marcos Quintela, CEO e sócio do<br />

Grupo Newcomm, holding das<br />

agências Y&R, é o novo curador<br />

do 8º Fórum <strong>de</strong> Marketing<br />

Empresarial. Para Luiz Fernando<br />

Furlan, Chairman do Li<strong>de</strong>, o conhecimento<br />

<strong>de</strong> Quintela agrega<br />

um valor intangível para o evento.<br />

Com trajetória impecável e todas<br />

as conquistas <strong>de</strong> Quintela, o Fórum<br />

<strong>de</strong> Marketing só tem a ganhar.<br />

O evento é promovido pelo<br />

Li<strong>de</strong> – Grupo <strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>res Empresariais;<br />

pela Editora Referência,<br />

li<strong>de</strong>rada por Armando Ferrentini;<br />

e pelo jornalista Adonis Alonso. O<br />

evento reunirá, em agosto, cerca<br />

<strong>de</strong> 400 lí<strong>de</strong>res do setor, para<br />

<strong>de</strong>bater a incessante busca por<br />

novos mo<strong>de</strong>los.


Paralela na Bienal<br />

A 32ª edição da feira <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign Paralela será realizada no Pavilhão<br />

da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, entre os dias 24 e 27 <strong>de</strong> julho.<br />

Entre os expositores da Paralela estão confirmados os <strong>de</strong>signers Sérgio<br />

J. Matos, Leonardo Bueno, Carol Gay, a marca Carbono Design,<br />

o Estúdio Cipó, o Estúdio Iludi, Crafta Inteligente, Cristais Cá d’Oro e<br />

Sebrae DF, entre outros.<br />

Cachaça<br />

oficial<br />

A tradicional Festa<br />

do Peão <strong>de</strong> Barretos,<br />

que este ano será realizada<br />

<strong>de</strong> 17 a 27 <strong>de</strong><br />

agosto, terá a própria<br />

cachaça. A Seleta,<br />

cachaça produzida<br />

na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salinas,<br />

em Minas Gerais,<br />

consi<strong>de</strong>rada a capital<br />

mundial da bebida,<br />

lança uma edição<br />

especial inspirada na<br />

maior festa <strong>de</strong> ro<strong>de</strong>io<br />

da América Latina.<br />

Nasce o Dentsu<br />

Crative Group<br />

A Dentsu Brasil se uniu à Mcgarrybowen<br />

para formar o Dentsu Crative<br />

Group. A mcgarrybowen teve origem<br />

com uma aquisição em 2007.<br />

A agência Dentsu Brasil foi estabelecida<br />

pelos japoneses no<br />

país antes da criação da holding<br />

DAN, o que aconteceu<br />

em 2014. Fora do Brasil, ambas<br />

as marcas vêm do legado<br />

Dentsu Inc. A Dentsu aplica<br />

tecnologia a serviço da<br />

comunicação, e a mcgarrybowen<br />

propõe-se a pensar<br />

soluções para os maiores<br />

<strong>de</strong>safios das marcas. Mario<br />

D’Andrea, presi<strong>de</strong>nte e CCO<br />

da Dentsu Brasil, assume a<br />

presidência do recém-criado<br />

Dentsu Creative Group.<br />

15


Fotos: divulgacão<br />

A Gloria Brasil – agência dos sócios Rafael<br />

Godoi e Cassio Clemente –, que atua<br />

nas áreas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, digital, mobile,<br />

live marketing e promoção, contratou<br />

duas profissionais para reforçar a área <strong>de</strong><br />

atendimento. Executiva <strong>de</strong> atendimento<br />

há nove anos, Tatiane Gimenes trabalhou<br />

em agências como Fracta-Moma,<br />

Onze MC e Confraria Visuale para clientes<br />

como Bunge, Nivea, Johnson & Johnson<br />

e Electrolux, entre outras marcas. A<br />

outra contratada da Gloria Brasil é Camile<br />

Azambuja, profissional <strong>de</strong> atendimento<br />

em agência há seis anos. Tem passagens<br />

pela Thanks e Granza, nas quais aten<strong>de</strong>u,<br />

entre outros, Dasa, General Shopping<br />

Brasil e Construtora Rovic.<br />

O Grupo RIC Paraná tem novo Publisher.<br />

Marcus Yabe assumiu o cargo da<br />

plataforma TopView, veículo <strong>de</strong> comunicação<br />

que atua nos segmentos <strong>de</strong> arquitetura<br />

e <strong>de</strong>sign, viagens, gastronomia,<br />

moda, personalida<strong>de</strong>s e socieda<strong>de</strong>. A plataforma<br />

passará nos próximos meses por<br />

reformulação para ampliar participação<br />

no mercado com novos projetos, além<br />

<strong>de</strong> novos produtos digitais e eventos que<br />

abrangerão mais <strong>de</strong> 20 cida<strong>de</strong>s do Sul<br />

do país. O <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> Yabe é conduzir o<br />

planejamento estratégico dos próximos<br />

cinco anos, tendo como diretriz principal o<br />

reposicionamento da empresa como uma<br />

multiplataforma <strong>de</strong> Estilo <strong>de</strong> Vida no Paraná,<br />

Santa Catarina e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

O Grupo Isobar Brasil – formado por<br />

Isobar, Pontomobi, Cosin e IWS (Isobar<br />

Worldsourcing) – trouxe Pedro Garcia<br />

<strong>de</strong> Moura para ocupar o cargo <strong>de</strong> Head<br />

of Concept, recém-criado na empresa.<br />

Garcia é um dos fundadores da Queremos!,<br />

plataforma digital para fãs <strong>de</strong><br />

música por meio da análise <strong>de</strong> dados e<br />

financiamento coletivo. Com uma trajetória<br />

profissional diversa, o executivo<br />

trabalhou como criativo publicitário em<br />

Londres, São Paulo e Buenos Aires. Ao<br />

voltar ao Brasil, em 2011, criou o personagem<br />

“Cartiê Bressão”, o fotógrafo do<br />

cotidiano que conquistou a internet, com<br />

ampla repercussão na mídia nacional e<br />

internacional.<br />

Antonia Zobaran chega à criação da<br />

FCB Brasil como diretora <strong>de</strong> arte. Ela vem<br />

da NBS, on<strong>de</strong> esteve nos últimos quatro<br />

anos e meio. Antes, trabalhou também<br />

por cinco anos na F/Nazca. Em sua carreira,<br />

aten<strong>de</strong>u clientes como OI, Bob’s,<br />

Unimed Rio, Bom Negócio e O Boticário.<br />

No ano passado, teve seu trabalho reconhecido<br />

pela ABP, on<strong>de</strong> ganhou o Prêmio<br />

Destaques da Comunicação como Diretora<br />

<strong>de</strong> Arte.<br />

Em fase <strong>de</strong> crescimento e conquista dos principais prêmios<br />

mundiais com “The Refugee Nation”, da Ogilvy Nova York para a<br />

Anistia Internacional, a produtora Square Pixel ganha novo sócio: o<br />

produtor-executivo Gabriel Nogueira – na foto, Daniel Lins, diretor-<br />

-executivo; Raphael Dias, diretor <strong>de</strong> filmes; Aramis Barros, diretor<br />

<strong>de</strong> fotografia, e Nogueira. Além <strong>de</strong> toda a experiência em produção<br />

executiva, Nogueira soma conhecimento estratégico em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> negócios adquirido na concorrida área <strong>de</strong> telecom,<br />

entre outros segmentos pelos quais passou antes da produtora.<br />

16<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


A Y&R promove os diretores <strong>de</strong> atendimento Leo Balbi e<br />

Luiz Villano a diretores-gerais <strong>de</strong> atendimento. No novo cargo,<br />

Balbi passa a li<strong>de</strong>rar o grupo <strong>de</strong> contas formado por Vivo,<br />

EAD, Cielo, Honda Motos e Salvat. Já Villano assume o comando<br />

do atendimento do Grupo Petrópolis (Itaipava, TNT e<br />

Crystal), Danone, Bonafont, BIC, Boehringer-Ingelheim e LG.<br />

Alejandro Suarez assumiu o cargo <strong>de</strong><br />

Chief Financial Officer (CFO) do Grupo<br />

Newcomm – holding das agências Y&R,<br />

VML, Red Fuse, Wun<strong>de</strong>rman e Grey e da<br />

empresa Ação Premedia. Nascido no Uruguai<br />

e vivendo há 17 anos no Brasil, Alejandro<br />

é formado em ciências contábeis pela<br />

Universidad <strong>de</strong> La República, no Uruguai,<br />

com pós-graduação em marketing pela<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Berkeley, nos Estados<br />

Unidos, e MBA pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo (USP). Trabalhou na Nike do Brasil<br />

como diretor-financeiro <strong>de</strong> 2000 a 2009.<br />

Em seguida, foi diretor <strong>de</strong> planejamento<br />

financeiro para América Latina, <strong>de</strong> 2009 a<br />

2011, da McCann Worldgroup e, em 2011,<br />

assumiu o cargo <strong>de</strong> CFO da WMcCann no<br />

Brasil.<br />

Juliana Alves chega à Fri.to Interativa<br />

como Account Executive Manager.<br />

Com mais <strong>de</strong> 15 anos <strong>de</strong> experiência em<br />

anunciantes nas áreas <strong>de</strong> marketing/comunicação,<br />

tra<strong>de</strong> marketing e visual merchandising,<br />

nos segmentos <strong>de</strong> varejo e<br />

indústria, com visão estratégica, analítica<br />

e <strong>de</strong> negócios, Juliana iniciou a carreira no<br />

marketing da Arezzo, passando pelo Grupo<br />

Pão <strong>de</strong> Açúcar, Adidas do Brasil e sua<br />

última experiência foi na Hering, na área<br />

<strong>de</strong> Visual Merchandising, on<strong>de</strong> permaneceu<br />

por cinco anos.<br />

Rafael Guaranha, criativo que está na<br />

Sunset há pouco mais <strong>de</strong> cinco anos,<br />

assume o cargo <strong>de</strong> diretor-geral <strong>de</strong> criação<br />

da Sunset. Passa a comandar um<br />

time <strong>de</strong> 5 ACD’s e aproximadamente 80<br />

pessoas com o objetivo <strong>de</strong> consolidar,<br />

ainda mais, a excelência criativa <strong>de</strong>ntro<br />

da agência. “Meu trabalho passará pela<br />

construção <strong>de</strong> um ambiente ainda mais<br />

integrado com as outras áreas da agência,<br />

para entregar i<strong>de</strong>ias que realmente<br />

façam a diferença para os clientes, sem<br />

per<strong>de</strong>r o foco na principal competência<br />

da nossa área: criativida<strong>de</strong>”.<br />

A Dex Advisors contrata Maria Fernanda<br />

Andra<strong>de</strong>, que estudou na Northeastern<br />

University em Boston e já realizou<br />

trabalho <strong>de</strong> branding para a artista plástica<br />

e <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> joias Léia Sgro e <strong>de</strong><br />

social media na BB King Blues Club NYC.<br />

Na Dex Advisors, Maria Fernanda será<br />

responsável pelas re<strong>de</strong>s sociais e pelo<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> material institucional,<br />

integrando o marketing e o comitê<br />

<strong>de</strong> comunicação interna da empresa.<br />

18<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


Mercado<br />

Novo Google Earth lança experiência<br />

digital interativa<br />

Eu sou<br />

Amazônia<br />

O navegador Google Earth lançou agora em julho, globalmente, um<br />

aplicativo no qual é possível acessar 11 histórias interativas que abordam<br />

diferentes aspectos da região amazônica brasileira, on<strong>de</strong> vivem<br />

25 milhões <strong>de</strong> pessoas, e que oferece uma vasta diversida<strong>de</strong> cultural.<br />

Cada história do projeto, batizado <strong>de</strong> Eu sou Amazônia, captura a<br />

complexida<strong>de</strong> da floresta que produz 20% do oxigênio do planeta e<br />

abriga uma em cada <strong>de</strong>z espécies <strong>de</strong> animais. É possível conhecer<br />

a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> iguarias da floresta, como a castanha-do-<br />

-pará e o açaí, ou <strong>de</strong>scobrir como comunida<strong>de</strong>s, que antes <strong>de</strong>pendiam<br />

da extração ilegal, agora se reestruturaram com esforços sustentáveis.<br />

A nova experiência mostra o cotidiano dos quilombolas, conta como<br />

a educação e a cultura reergueram diferentes povos e o papel da<br />

tecnologia na Amazônia, ampliando essas vozes para o mundo todo<br />

e abrindo a possibilida<strong>de</strong> para que qualquer pessoa, <strong>de</strong> qualquer lugar,<br />

possa se informar e apren<strong>de</strong>r mais sobre a maior floresta tropical.<br />

20<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

As 11 histórias trazem uma experiência <strong>de</strong>talhada sobre a Amazônia,<br />

contemplando <strong>de</strong>safios e ameaças a esse ecossistema e, por consequência,<br />

<strong>de</strong> todo o planeta – algumas <strong>de</strong>las foram produzidas por<br />

Fernando Meirelles, um dos maiores diretores <strong>de</strong> cinema do Brasil.<br />

É uma jornada profunda contada por meio <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, mapas, áudio e<br />

realida<strong>de</strong> virtual em 360°, disponível hoje para <strong>de</strong>sktops e dispositivos<br />

móveis em g.co/EuSouAmazonia.


São 11 histórias interativas<br />

sobre diferentes<br />

aspectos da Amazônia<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 21


Mercado<br />

22<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

As realida<strong>de</strong>s da<br />

Amazônia em capítulos<br />

Eu sou Água<br />

O volume <strong>de</strong> água que a Floresta Amazônica joga no ar percorre milhares <strong>de</strong><br />

quilômetros, fazendo chover em toda área centro sul da América Latina. Entenda<br />

o processo <strong>de</strong> formação das chuvas que abastecem os reservatórios e irrigam as<br />

fazendas que produzem boa parte do alimento do mundo.<br />

Eu sou Mudança<br />

Após 40 anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong>senfreada, Paragominas, no Pará, foi o primeiro município<br />

a adotar ações concretas para o controle do <strong>de</strong>smatamento e, hoje, trabalha<br />

para tornar-se a primeira cida<strong>de</strong> ver<strong>de</strong> da região. Esta é a história da transformação<br />

<strong>de</strong> Paragominas.<br />

Eu sou Alimento<br />

A história dos produtos da floresta que alimentam não só os povos que vivem na<br />

região, mas também pessoas ao redor <strong>de</strong> todo o mundo. Fortalecer a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

produtos alimentícios da Amazônia é uma das maneiras mais eficazes <strong>de</strong> manter a<br />

floresta em pé.<br />

Eu sou Raiz<br />

Há cem anos, a cultura dos Yawanawá quase se per<strong>de</strong>u. Nos anos 1980, sua história<br />

mudou e a <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> seu território foi o primeiro passo. Esta é a história<br />

do povo Yawanawá e os seus exemplos <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento feminino e economia<br />

sustentável.<br />

Eu sou Inovação<br />

Os Paiter Suruí são formados por aproximadamente 1,5 mil integrantes que protegem<br />

248.147 hectares <strong>de</strong> floresta entre Rondônia e Mato Grosso. Seu povo quase foi dizimado,<br />

mas encontrou na li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> chefe Almir Suruí o caminho para se fortalecer.<br />

Eu sou Liberda<strong>de</strong><br />

A Amazônia brasileira é o lar <strong>de</strong> muitos quilombolas, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> africanos<br />

escravizados. No Pará, fugindo da escravidão, eles estabeleceram suas comunida<strong>de</strong>s<br />

e lutaram pelos seus direitos territoriais.<br />

Eu sou Resistência<br />

Os Tembé possuem uma história <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> 40 anos pelo direito à sua terra.<br />

Hoje, eles usam novas tecnologias para realizar a gestão e proteção do seu território,<br />

e garantir o futuro das próximas gerações.<br />

Eu sou Resiliência<br />

O <strong>de</strong>smatamento, o uso <strong>de</strong> agrotóxicos e as mudanças climáticas estão ameaçando<br />

os povos indígenas e as florestas do Xingu, a primeira gran<strong>de</strong> terra indígena reconhecida<br />

no Brasil e, hoje, lar <strong>de</strong> 16 etnias.<br />

Eu sou Aventura<br />

Os Yanomami estão se preparando para levar turistas ao Pico da Neblina, em uma<br />

trilha <strong>de</strong> 36 km <strong>de</strong> caminhada pela floresta, que apresenta elevação que vai <strong>de</strong> 95<br />

metros a 2.995 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />

Eu sou Conhecimento<br />

O povo Cinta Larga vive na Amazônia brasileira em um território <strong>de</strong>marcado <strong>de</strong> 2,7<br />

milhões <strong>de</strong> hectares. Hoje, eles avançam na proteção <strong>de</strong> seu território por meio <strong>de</strong><br />

seus projetos <strong>de</strong> educação.<br />

Terras Indígenas<br />

As terras indígenas representam cerca <strong>de</strong> 13,8% do território nacional e são<br />

essenciais para a sobrevivência dos povos e da conservação ambiental em todos os<br />

biomas brasileiros.


FALAR<br />

DO GILBERTO<br />

PRA QUÊ?<br />

O TRABALHO DELE<br />

JÁ FALA POR SI.<br />

A GENTE SÓ VEIO<br />

AGRADECER<br />

MESMO.<br />

A trajetória <strong>de</strong> Gilberto Leifert é uma inspiração para a Heads.<br />

Ela foi construída com ética, responsabilida<strong>de</strong> e sempre <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo o mercado publicitário.<br />

Mais que uma homenagem, esse anúncio é a nossa forma <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer toda a sua <strong>de</strong>dicação.<br />

heads.com.br /headspropaganda /headspropaganda @headspropaganda


Start me up<br />

Por José Eustachio<br />

Não canso <strong>de</strong> me surpreen<strong>de</strong>r como<br />

as pessoas a<strong>de</strong>rem facilmente a modismos,<br />

comprando novas verda<strong>de</strong>s<br />

impetuosamente, com muito pouco espírito<br />

crítico e questionamento. A quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ondas que surgiu como sendo<br />

verda<strong>de</strong>ira revolução e simplesmente<br />

se quebrou na praia, transformando-se<br />

em espuma, é impressionante.<br />

Aliás, a imagem é essa mesma: <strong>de</strong> repente surge uma onda<br />

que vai ganhando massa, altura e velocida<strong>de</strong>, todos os que<br />

estão <strong>de</strong>ntro da água ficam completamente enlouquecidos<br />

pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> surfar nessa onda, até que ela per<strong>de</strong><br />

sua força e todos voltam a boiar esperando que apróxima<br />

apareça no horizonte.<br />

Parte <strong>de</strong>sse comportamento se explica pela necessida<strong>de</strong> que<br />

temos <strong>de</strong> nos conectar ao novo, pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentar<br />

nosso sentimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. No entanto, na maior<br />

parte das vezes, as pessoas simplesmente se <strong>de</strong>ixam levar<br />

pela opinião <strong>de</strong> seus pares em um efeito manada – afinal, se<br />

todo mundo está pegando a onda, não dá para ficar <strong>de</strong> fora.<br />

Esse fenômeno quase sempre se inicia com alguém que é<br />

consi<strong>de</strong>rado o “cara da hora”, que lança um novo conceito.<br />

Em seguida, temos os oportunistas, aqueles que i<strong>de</strong>ntificam<br />

que po<strong>de</strong>m ganhar disseminando o conceito. Por fim, há os<br />

que adotam o novo conceito como se fosse uma revelação<br />

divina. Vejam, a tría<strong>de</strong> é composta pelo guru, pelo aproveitador<br />

e pelo incauto.<br />

Uma das ondas mais recentes surgidas no nosso horizonte<br />

é a <strong>de</strong> startups como agentes <strong>de</strong> revitalização <strong>de</strong> segmentos<br />

<strong>de</strong> negócios e empresas. As startups funcionariam<br />

como um anticorpo às obsolescências que, uma vez<br />

implantado no organismo das empresas, teria o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

rejuvenescê-las. Essa mágica tem hipnotizado profissionais<br />

e empresas <strong>de</strong> praticamente todos os segmentos <strong>de</strong> negócios,<br />

que acreditam que gerar inovação e se manter atual<br />

só é viável trazendo <strong>de</strong> fora uma startup para oxigenar estruturas<br />

consolidadas.<br />

Na minha avaliação, essa é mais uma daquelas novas verda<strong>de</strong>s<br />

que as pessoas assimilam sem uma pon<strong>de</strong>ração mais<br />

profunda, sem uma reflexão sólida. Nos últimos meses, tenho<br />

sido bombar<strong>de</strong>ado por artigos, resenhas <strong>de</strong> livros e<br />

convites para seminários e organização <strong>de</strong> workshops a<br />

respeito <strong>de</strong> startups como caminho para a inovação, uma<br />

ponte para continuar existindo no futuro.<br />

Mais uma vez, i<strong>de</strong>ntifico aí a tría<strong>de</strong>: gurus, gente querendo<br />

tirar algum tipo <strong>de</strong> vantagem e uma legião <strong>de</strong> incautos ávidos<br />

por surfar nessa onda. Como seria bom se as coisas<br />

ocorressem <strong>de</strong> maneira tão simplista: bastaria fazer um enxerto<br />

na empresa para ela se transformar em um vulcão <strong>de</strong><br />

inovações emo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.<br />

Quem tem <strong>de</strong> tocar um negócio e já está nessa vida há tempos<br />

sabe muito bem que é preciso estar sempre aberto a<br />

novos conceitos, mas que também não <strong>de</strong>ve se encantar<br />

facilmente pelo modismo do ano. Quando penso na <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> startup, me recuso a aceitar que são aquelas empresas<br />

recém-nascidas rompendo paradigmas e negando<br />

os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios vigentes, uma espécie <strong>de</strong> subversivos<br />

do establishment.<br />

Na minha <strong>de</strong>finição, startup é toda empresa que, seja pela<br />

sua personalida<strong>de</strong> ou pelas circunstâncias, precisa nascer<br />

novamente todos os dias. Na empresa na qual tenho o prazer<br />

e orgulho <strong>de</strong> trabalhar, começamos o dia <strong>de</strong> um jeito e<br />

vamos pra casa <strong>de</strong> outro. Costumo dizer que inauguramos<br />

uma nova agência todos os dias.<br />

O ambiente, em constante mudança, obriga você a se manter<br />

igualmente em permanente estado <strong>de</strong> mudança. Clientes<br />

compram outras empresas, se fun<strong>de</strong>m, mudam seus<br />

presi<strong>de</strong>ntes, trocam seus CMOs, entram em novos mercados.<br />

Pessoas que trabalham na agência <strong>de</strong>ixam o time, outras<br />

pessoas chegam, a mistura fica diferente. A legislação<br />

muda; o que podia antes já não po<strong>de</strong> mais agora. Surgem<br />

outras tecnologias, novas mídias. A socieda<strong>de</strong> se movimenta<br />

continuamente, gerando uma nova cultura, novos comportamentos.<br />

É nessa ecologia volátil, instável, que todos os dias eu preciso<br />

renovar meu prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>, isso já por mais <strong>de</strong> 37<br />

anos. Se não fosse <strong>de</strong>ssa maneira, não só já não teria nenhum<br />

dos meus clientes, muitos com mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong><br />

relacionamento, como não teria conquistado nenhum dos<br />

muitos novos no último ano. Eu e minha agência somos<br />

startup cotidiana.<br />

Millôr Fernan<strong>de</strong>s, que viveu toda uma vida em modo startup,<br />

tem uma frase que consi<strong>de</strong>ro genial: “O homem é um<br />

animal que adora tanto as novida<strong>de</strong>s que, se o rádio fosse<br />

inventado <strong>de</strong>pois da televisão, haveria uma correria a esse<br />

maravilhoso aparelho completamente sem imagem”. Millôr<br />

não se <strong>de</strong>ixava levar pelas ondas.<br />

24<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

José Eustachio<br />

É chairman da<br />

Talent Marcel


Job: 267-443894 -- Empresa: Ogilvy -- Arquivo: 267-443894-Ogilvy-An-Revista-Prop-21x28cm_pag001.pdf


Lançamento<br />

“Nosso gran<strong>de</strong> diferencial é que, além <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>rmos às necessida<strong>de</strong>s<br />

das marcas, somos próximos do público final e enten<strong>de</strong>mos seu<br />

comportamento. Com isso, entregamos um evento verda<strong>de</strong>iro e<br />

sempre alinhado com o Budget do cliente”, diz Bruno.<br />

26<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


Fotos: Alê Oliveira<br />

Pulsação acelerada<br />

Africa lança área <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> dados<br />

para irrigar o negócio dos clientes<br />

Para ajudar seus clientes a explorar e, consequentemente, rentabilizar os negócios<br />

diante das mudanças no comportamento do consumidor, a Africa <strong>de</strong>senvolveu<br />

o Pulse Data Moment.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma nova área que combina dados <strong>de</strong> diferentes esferas para<br />

sugerir, implementar e avaliar ações <strong>de</strong> comunicação. Isso é feito a partir da<br />

leitura combinada dos movimentos <strong>de</strong> curto prazo – capturadas através da<br />

análise <strong>de</strong> dados transacionais, somadas às metodologias <strong>de</strong> pesquisa tradicionais<br />

– com a ótica <strong>de</strong> movimentos mais amplos, que levam em conta as<br />

transformações <strong>de</strong>mográficas, sociais e políticas pelas quais passa a socieda<strong>de</strong><br />

contemporânea.<br />

“O Pulse tem o papel <strong>de</strong> potencializar as entregas das outras áreas – planejamento,<br />

mídia e criação – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos projetos. Não se trata apenas <strong>de</strong><br />

agilida<strong>de</strong> na entrega <strong>de</strong> dados, mas sim em usá-los a favor <strong>de</strong> reverter ações<br />

quando necessário, atingindo assim um melhor resultado”, diz Fabiana Baraldi,<br />

diretora <strong>de</strong> operações digitais da Africa e lí<strong>de</strong>r da área.<br />

“A gestão das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> uma marca abre múltiplos pontos<br />

<strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> dados. Além <strong>de</strong> capturá-los <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, é preciso<br />

garantir coerência na sua leitura e contextualização. Ao reunirmos em uma<br />

mesma estrutura as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> tendências, pesquisa mercadológica<br />

e análise <strong>de</strong> dados, ganhamos em velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta, profundida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> análise e efetivida<strong>de</strong>”, explica Rodrigo Maroni, VP <strong>de</strong> planejamento<br />

da Africa.<br />

“A Africa é uma agência reconhecidamente fazedora. E o Pulse foi <strong>de</strong>senhado<br />

justamente para que a gente possa fazer ainda mais. Seus insumos são fundamentais<br />

não só para o planejamento e mídia, mas, sobretudo, para a criação”,<br />

finaliza Ricardo Figueira, ECD da agência.<br />

Figueira, Fabiana e Maroni: Pulse vai rentabilizar negócios diante das mudanças <strong>de</strong> comportamento do consumidor<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 27


Pesquisa<br />

Fotos: reprodução<br />

Roqueiros ecléticos<br />

Estudo revela que quase<br />

meta<strong>de</strong> dos fãs <strong>de</strong> rock<br />

brasileiros também curte<br />

pop, MPB, sertanejo e<br />

música eletrônica<br />

28<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

O cantor Lobão vai se surpreen<strong>de</strong>r. No Dia do Rock, celebrado<br />

em 13 <strong>de</strong> julho, o Estudo Geral <strong>de</strong> Meios (EGM), da Ipsos, revelou<br />

que quase meta<strong>de</strong> dos roqueiros também curte pop, MPB,<br />

música eletrônica e até sertanejo. Para quem não lembra, Lobão<br />

foi vaiado e teve <strong>de</strong> abandonar o palco no Rock In Rio II, on<strong>de</strong><br />

estava escalado para tocar entre os shows das bandas heavy<br />

metal Sepultura e Mega<strong>de</strong>th. A pesquisa ouviu mais <strong>de</strong> 14 mil<br />

ouvintes <strong>de</strong> rádio e apurou que somente 10% dos entrevistados<br />

que ouvem rock não escutam nenhum outro estilo musical. No<br />

quadro acima, é possível conhecer um pouco do perfil <strong>de</strong> quem<br />

curte rock no Brasil. E ver que, ao contrário do que diz a composição<br />

<strong>de</strong> Rita Lee, roqueiro brasileiro nem sempre tem cara<br />

<strong>de</strong> bandido. Afinal, <strong>de</strong> acordo com o estudo da Ipsos, mais da<br />

meta<strong>de</strong> (60%) <strong>de</strong>les vem da classe AB e a maioria (78%) tem,<br />

pelo menos, ensino médio completo. Quem diria, hein, Lobão?


A PROPAGANDA<br />

É UM DOS GRANDES<br />

ORGULHOS DO BRASIL.<br />

E ESSE CARA TAMBÉM.<br />

Nossa propaganda retrata e traduz<br />

o espírito do brasileiro: criativo,<br />

emotivo, impulsivo e, quase sempre,<br />

bem humorado.<br />

Mas se respeito, coerência e ética<br />

são parte fundamental <strong>de</strong>ssa nossa<br />

gran<strong>de</strong> paixão, isso se <strong>de</strong>ve, em muito,<br />

ao Gilberto. O cara.<br />

Parabéns, Gilberto.<br />

Agra<strong>de</strong>cemos por seu papel<br />

na nossa história.


Especial Leifert<br />

Senhor unanimida<strong>de</strong><br />

Gilberto, por Pedro Yves<br />

No último dia 30 <strong>de</strong> junho, Gilberto Leifert <strong>de</strong>ixou o comando da<br />

estratégica diretoria <strong>de</strong> relações com o mercado da Re<strong>de</strong> Globo,<br />

à frente do qual estava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1988. Nesses quase 30 anos<br />

<strong>de</strong> Globo, Leifert, com seu estilo diplomático, conseguiu tornar-se<br />

uma unanimida<strong>de</strong> junto aos profissionais do mercado da comunicação,<br />

do qual ele não se aposenta totalmente, pois continuará a<br />

atuar como representante da Associação Brasileira <strong>de</strong> Emissoras<br />

<strong>de</strong> Rádio e Televisão (Abert) e seguirá presidindo o Conselho Nacional<br />

<strong>de</strong> Autorregulação Publicitária (Conar), no qual exerce seu<br />

nono mandato consecutivo.<br />

Paulistano, filho do advogado Val<strong>de</strong>mar Leifert e <strong>de</strong> Júlia Leifert, ele começou a trabalhar seguindo<br />

a carreira do pai, tendo se formado em direito pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e atuado como<br />

consultor jurídico em diversos bancos da capital paulista. Ainda estudante, trabalhou como estagiário<br />

na redação do jornal O Estado <strong>de</strong> S.Paulo e na Rádio Ban<strong>de</strong>irantes. Foi quando tomou gosto<br />

pela comunicação. Em 1980, convidado por Petrônio Corrêa, tornou-se o primeiro presi<strong>de</strong>nte do<br />

recém-fundado Conar. Nos cinco anos em que permaneceu no Conar, foi responsável pela revisão<br />

do estatuto do Conselho e criou o seu regimento interno. Em seguida, recebeu novo chamado <strong>de</strong><br />

Petrônio Corrêa, que também era sócio da MPM <strong>Propaganda</strong>, <strong>de</strong>sta vez para trabalhar na agência.<br />

Da MPM, transferiu-se, a convite <strong>de</strong> Said Farhat, para a Semprel, a primeira agência <strong>de</strong> relações<br />

governamentais do Brasil. Em 1988, trabalhando para a Semprel, acompanhou <strong>de</strong> perto a instalação<br />

da Assembleia Nacional Constituinte e ajudou a viabilizar a emenda que reservava ao Congresso<br />

Nacional, com exclusivida<strong>de</strong>, a prerrogativa <strong>de</strong> legislar sobre propaganda comercial.<br />

No mesmo ano, foi convidado pelo então superinten<strong>de</strong>nte-comercial da Re<strong>de</strong> Globo, Antonio Athay<strong>de</strong>,<br />

para dirigir uma nova área da empresa, a divisão <strong>de</strong> Relações com o Mercado. Diretamente ligada<br />

à superintendência comercial, a divisão se relacionava com as centrais <strong>de</strong> Marketing, Vendas<br />

e Operações Comerciais e tinha como principais atribuições as ações <strong>de</strong> relações públicas dirigidas<br />

ao mercado publicitário, a gestão do Programa Globo <strong>de</strong> Incentivo às Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> e a<br />

tarefa <strong>de</strong> contribuir para a formulação <strong>de</strong> um padrão ético para o intervalo comercial da Globo.<br />

À frente da Divisão <strong>de</strong> Relações com o Mercado, Leifert foi responsável, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1988, pelo Prêmio<br />

Profissionais do Ano, concedido pela Globo, além da criação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> relações<br />

públicas em eventos como, por exemplo, o Gran<strong>de</strong> Prêmio Brasil <strong>de</strong> Fórmula 1. Além disso,<br />

vale ressaltar que teve a seu cargo a formulação do padrão ético dos intervalos comerciais, o programa<br />

<strong>de</strong> incentivo às agências, o relacionamento com as entida<strong>de</strong>s do mercado publicitário.<br />

Em 1990, passou a representar a Abert no Conselho Superior do Conar e, em 1998, passou a ocupar<br />

o cargo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong>. Também integrou, <strong>de</strong> 2005 a 2007, o Conselho <strong>de</strong> Comunicação<br />

Social do Congresso<br />

30<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 31


Especial Leifert<br />

Quais são os seus planos <strong>de</strong> agora em diante?<br />

No primeiro momento, pretendo buscar mais equilíbrio entre “ser” e “<strong>de</strong>ver”. Explico:<br />

vou tentar me reinventar, fazer coisas que não fazia porque não tinha tempo<br />

ou porque achava que não tinha. Mais exercícios físicos, mais leitura e maior<br />

atenção a iniciativas da socieda<strong>de</strong> civil que possam melhorar o país.<br />

O senhor vai se <strong>de</strong>dicar full time ao Conar?<br />

Não será necessário. O Conar funciona muito bem. O vice-presi<strong>de</strong>nte executivo,<br />

dr. Edney Narchi, e a secretária-geral, dra. Juliana Albuquerque, são excelentes<br />

profissionais. De todo modo, o presi<strong>de</strong>nte também tem trabalho: <strong>de</strong>spacha diariamente<br />

os processos éticos, respon<strong>de</strong> ofícios <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s e instituições,<br />

representa a entida<strong>de</strong> em audiências públicas etc.<br />

O que o senhor <strong>de</strong>stacaria da sua trajetória na Globo?<br />

Tive muita autonomia para conduzir a área <strong>de</strong> Relações com o Mercado e a boa<br />

sorte <strong>de</strong> trabalhar com Willy, Octávio e Athay<strong>de</strong>, todos muito competentes e<br />

ótimos companheiros. Destaco também o profissionalismo das equipes da Globo<br />

e a qualida<strong>de</strong> da estrutura que as apoia. E não posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mencionar a<br />

admiração que tenho pela família fundadora da organização.<br />

Que mudanças impactantes o senhor acompanhou<br />

na TV nesses anos todos <strong>de</strong> Globo?<br />

Foram muitas. Destaco a tecnologia: o som e a imagem da televisão no ambiente<br />

digital melhoraram muito e ela própria assumiu o papel <strong>de</strong> plataforma. Essas<br />

duas características garantiram o papel gregário que ela sempre teve. Testemunhei<br />

também o empenho da organização em ser percebida como isenta,<br />

apartidária e livre <strong>de</strong> preconceitos. E o mercado publicitário foi e é o sustentáculo<br />

<strong>de</strong>sse esforço bem-sucedido.<br />

Como o senhor vê o mercado da comunicação hoje?<br />

O mercado está em permanente mutação. A presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s players com<br />

atuação planetária dissemina as novas tecnologias com gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. Diria<br />

que a competição tornou-se muito maior e mais difusa, e o sucesso mais efêmero.<br />

O senhor disse em recente entrevista que a ética precisa<br />

avançar mais na publicida<strong>de</strong>, citou o campo político, mas e<br />

na área comercial, como o senhor vê essa questão?<br />

Eu me referia especificamente à publicida<strong>de</strong> na internet. No mais, o sistema<br />

misto <strong>de</strong> legislação e autorregulamentação me parece bastante satisfatório<br />

e as normas do Conar Brasil são referência para organismos congêneres estrangeiros.<br />

Em 2018, o Código Brasileiro <strong>de</strong> Autorregulamentação completa<br />

40 anos. Os aprimoramentos introduzidos <strong>de</strong> tempos em tempos fizeram<br />

muito bem à ativida<strong>de</strong> e, inclusive, contribuíram para que menos leis fossem<br />

escritas.<br />

“O mercado está em permanente mutação.<br />

A presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s players com atuação planetária<br />

dissemina as novas tecnologias com gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>”<br />

32<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


Volta e meia aparece alguma proposta <strong>de</strong> cerceamento da<br />

publicida<strong>de</strong>, como ocorreu com o cigarro. Sabe-se que<br />

a publicida<strong>de</strong> infantil é das mais visadas, mas quais<br />

outras áreas sofrem mais esse tipo <strong>de</strong> pressão?<br />

Po<strong>de</strong> parecer exagero, mas, ao longo das últimas três décadas, foram milhares <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> lei. Atualmente, duas centenas <strong>de</strong>les tramitam no Congresso Nacional,<br />

mirando o target criança, além <strong>de</strong> produtos como alimentos, refrigerantes e medicamentos,<br />

<strong>de</strong>ntre outros. Temos a nosso favor a Constituição <strong>de</strong> 1988: todas as<br />

propostas <strong>de</strong> banimento apresentadas à Assembleia Nacional Constituinte foram<br />

rejeitadas pelos legisladores constituintes. Graças à clareza do texto constitucional<br />

não vingaram, por exemplo, resoluções da Anvisa (Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância<br />

Sanitária) e do Conanda (Conselho Nacional <strong>de</strong> Defesa dos Direitos da Criança e<br />

do Adolescente) sobre propaganda comercial, tampouco as iniciativas das assembleias<br />

estaduais e câmaras municipais, pois a competência para legislar sobre publicida<strong>de</strong><br />

é exclusiva do Congresso Nacional.<br />

Quem mais pressiona por restrições são setores<br />

da socieda<strong>de</strong> ou políticos?<br />

Ambos. A socieda<strong>de</strong> está mais organizada e ativa; os políticos captam as <strong>de</strong>mandas<br />

e dão forma a muitas <strong>de</strong>las. Existe no país a crença <strong>de</strong> que tudo se resolve por<br />

meio <strong>de</strong> novas leis. O ambiente <strong>de</strong> internet trouxe mais efervescência às causas<br />

suscitadas por grupos <strong>de</strong> pressão. A intolerância e a virulência que se abrigam na<br />

internet me preocupam, e a larga aceitação do anonimato, embora haja vedação a<br />

respeito na Constituição Fe<strong>de</strong>ral. Entendo que não se <strong>de</strong>ve admitir que uma pessoa<br />

exerça o direito a expressão, crítica e opinião sem revelar seu nome, mantendo<br />

sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> protegida por pseudônimo.<br />

Quais são as principais preocupações do Conar atualmente?<br />

Mencionarei duas <strong>de</strong>las: a primeira é preservar sua essência privatista. O Conar<br />

nunca aceitou subsídios dos po<strong>de</strong>res públicos, não custa nada ao erário e não tem<br />

nos quadros dos Conselhos Superior e <strong>de</strong> Ética agentes públicos e representantes<br />

políticos. A segunda preocupação é atuar mais fortemente sobre a publicida<strong>de</strong> veiculada<br />

no ambiente <strong>de</strong> internet. A falsa i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a internet seria totalmente livre<br />

e infensa a regras, inclusive às leis, po<strong>de</strong> prejudicar a integrida<strong>de</strong> da propaganda comercial.<br />

Jornais, revistas, rádio e televisão estão acostumados às regras éticas, à lei<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do consumidor, ao <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> separar escrupulosamente o editorial do comercial<br />

(“a igreja do estado”). Na internet não é sempre assim. É preciso aumentar a<br />

noção <strong>de</strong> ética e difundir a autorregulamentação. Outra preocupação permanente<br />

é não sucumbir ao politicamente correto.<br />

O seu nome sempre é associado ao seu filho, o que o senhor<br />

acha <strong>de</strong>sse “cartão <strong>de</strong> visita”?<br />

Sinto muito orgulho. Tiago começou na TV quando tinha 16 anos; portanto, há mais<br />

<strong>de</strong> 20. Vem construindo uma linda carreira. Deixou sua marca no esporte e agora no<br />

entretenimento. Acho que saí ganhando: meu “cartão <strong>de</strong> visita” é <strong>de</strong> pai <strong>de</strong> artista.<br />

“A intolerância e a virulência que se abrigam na<br />

internet me preocupam, e a larga aceitação do anonimato,<br />

embora haja vedação a respeito na Constituição Fe<strong>de</strong>ral”<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 33


Especial Leifert<br />

Renato Pereira – novo diretor <strong>de</strong><br />

relacionamento com o mercado<br />

da Re<strong>de</strong> Globo<br />

Por Pedro Yves<br />

Qual a sua formação profissional?<br />

Sou graduado em engenharia eletrônica pela PUC e pós-<br />

-graduado em marketing pela ESPM.<br />

Haverá mudanças na sua gestão?<br />

A área <strong>de</strong> relações com o mercado continuará pautada<br />

pela <strong>de</strong>fesa da ética e do compliance, sempre em linha<br />

com as melhores práticas da nossa ativida<strong>de</strong>.<br />

Quais serão os seus principais <strong>de</strong>safios?<br />

Preservar as conquistas e o padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> alcançados<br />

ao longo <strong>de</strong>stes anos pela área, acompanhando <strong>de</strong><br />

perto os movimentos do mercado para alinhá-los às novas<br />

<strong>de</strong>mandas e oportunida<strong>de</strong>s.<br />

34<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

O Willy disse no comunicado sobre a saída<br />

do Leifert que o senhor vai acumular funções,<br />

quais?<br />

Nesta nova fase, a área passa contar com uma única diretoria,<br />

responsável pelas áreas <strong>de</strong> relações públicas e institucionais<br />

com o mercado publicitário, relações com as agências<br />

e o Prêmio Profissionais do Ano.<br />

Como o senhor avalia o mercado hoje?<br />

Vivemos um momento <strong>de</strong>safiador. O mercado está em<br />

constante transformação, o que requer muita criativida<strong>de</strong><br />

e sensibilida<strong>de</strong> para lidar com a realida<strong>de</strong> que se apresenta.<br />

“A área <strong>de</strong> relações com o mercado<br />

continuará pautada pela <strong>de</strong>fesa da ética e<br />

do compliance, sempre em linha com as<br />

melhores práticas da nossa ativida<strong>de</strong>”


“Perto <strong>de</strong> completar 30 anos <strong>de</strong> serviços relevantes<br />

prestados à Globo, nosso companheiro Gilberto Leifert<br />

resolveu antecipar sua aposentadoria. Ele encerra seu<br />

ciclo na empresa movido pelo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> diminuir seu ritmo<br />

<strong>de</strong> trabalho e estar mais próximo da família. Todos<br />

que conhecem Gilberto sabem que ele não vai parar<br />

nunca. De fato, ele não <strong>de</strong>ixará o mercado publicitário e,<br />

como representante da Associação Brasileira <strong>de</strong> Emissoras<br />

<strong>de</strong> Rádio e Televisão (Abert), seguirá presidindo o<br />

Conselho Nacional <strong>de</strong> Autorregulação Publicitária (Conar),<br />

on<strong>de</strong> atualmente exerce seu nono mandato consecutivo.<br />

Des<strong>de</strong> 1988, como titular da área <strong>de</strong> Relações com o<br />

Mercado, Gilberto tem sido o responsável pelo relacionamento<br />

empresarial com as agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />

pela formulação do padrão ético dos nossos intervalos<br />

comerciais, pelo Prêmio Profissionais do Ano e pelos<br />

eventos e ações <strong>de</strong> relacionamento dirigidos ao mercado<br />

publicitário. Ele nos <strong>de</strong>ixa como legado não somente<br />

importantes conceitos e princípios que norteiam nossas<br />

políticas comerciais, mas também uma equipe madura e<br />

preparada para dar continuida<strong>de</strong> ao seu trabalho.<br />

Renato Thomaz Pereira, que iniciou na Comercialização<br />

da Globo na década <strong>de</strong> 1990, passará a li<strong>de</strong>rar a área,<br />

acumulando suas atuais atribuições com este novo <strong>de</strong>safio.<br />

Ele atua na área <strong>de</strong> Relações com o Mercado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2011.<br />

Ao Gilberto, temos muito a agra<strong>de</strong>cer pela imensa contribuição<br />

<strong>de</strong>dicada não somente à Globo, mas a todo o<br />

mercado publicitário e <strong>de</strong>sejamos que seja muito feliz<br />

nesta nova etapa <strong>de</strong> sua vida.<br />

Ao Renato, que passa a se reportar diretamente a mim,<br />

<strong>de</strong>sejo muita sorte diante dos <strong>de</strong>safios requeridos pelo<br />

mercado, com a certeza <strong>de</strong> que nosso relacionamento<br />

com entida<strong>de</strong>s e parceiros continuará a ser conduzido<br />

com habilida<strong>de</strong> e competência.”<br />

Willy Haas – Re<strong>de</strong> Globo<br />

“O Leifert ocupou um posto fundamental para a propaganda<br />

brasileira e com seu empenho e eficiência ajudou<br />

a formar um dos mercados mais <strong>de</strong>senvolvidos do mundo.<br />

E o tempo nos mostrou que, todo tempo que estava<br />

brigando com a gente, ele estava, na verda<strong>de</strong>, brigando<br />

pela gente.”<br />

Nizan Guanaes - Grupo ABC<br />

“A história <strong>de</strong> Gilberto Leifert se confun<strong>de</strong> com a história<br />

da propaganda brasileira. Poucos fizeram tanto pela<br />

profissionalização do mercado brasileiro <strong>de</strong> comunicação<br />

e marketing. Leifert é um dos gigantes da nossa publicida<strong>de</strong>.”<br />

Mario D’Andrea – Abap e Dentsu<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 35


Especial Leifert<br />

“Gilberto Leifert nesses anos todos tem sido um dos<br />

gran<strong>de</strong>s responsáveis pela prosperida<strong>de</strong> da publicida<strong>de</strong><br />

brasileira. E uma prova <strong>de</strong> que é possível ser um gran<strong>de</strong><br />

homem <strong>de</strong> negócios sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser um gentleman.”<br />

Washington Olivetto - WMcCann<br />

“Gilberto Leifert é um dos gran<strong>de</strong>s guardiões da propaganda<br />

brasileira. Sempre cultivou a proximida<strong>de</strong> com os<br />

nossos problemas, criou e manteve iniciativas que contribuem<br />

para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> pé o nosso negócio.”<br />

Fernando Barros – Grupo PPG<br />

“São muitas as lições que o Gilberto nos <strong>de</strong>ixa. Entre elas,<br />

a que eu mais vou guardar, é sua contribuição absolutamente<br />

voluntária e sem medir esforços para a construção<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento do nosso mercado. Anunciantes,<br />

agências, veículos e produtoras, toda a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

negócios, possuem relevância e força hoje como uma<br />

das maiores indústrias do mundo graças a lí<strong>de</strong>res como<br />

o Gilberto! Muito obrigado.”<br />

Marcio Oliveira – Lew’Lara\TBWA<br />

36<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

“O Gilberto Leifert é um<br />

daqueles profissionais<br />

que precisamos ler<br />

sua biografia inúmeras<br />

vezes, para nos<br />

inspirarmos e espelharmos<br />

pelo profissionalismo,<br />

ética e<br />

transparência com<br />

que sempre conduziu<br />

os negócios<br />

que esteve à frente.<br />

O Brasil precisa <strong>de</strong><br />

mais ‘Gilbertos’, urgente!”<br />

Marcio Toscani - Leo<br />

Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>


“Gilberto Leifert foi importantíssimo na comunicação<br />

entre o mercado e a Re<strong>de</strong> Globo. Graças a ele todas<br />

as agências pu<strong>de</strong>ram realizar gran<strong>de</strong>s trabalhos e com<br />

enorme audiência. Tenho certeza que ele <strong>de</strong>ixa o cargo<br />

com a satisfação do <strong>de</strong>ver cumprido e, fora da Globo,<br />

continuará a ser um gran<strong>de</strong> incentivador e colaborador<br />

da publicida<strong>de</strong> brasileira.”<br />

Luiz Sanches - AlmapBBDO<br />

“Tive o privilegio <strong>de</strong> conviver com Gilberto Leifert nos últimos<br />

27 anos. Aprendi muito com ele, principalmente<br />

na minha atuação nas diretorias da Abap e do Cenp. Ele<br />

sempre <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u com veemência a autorregulação voluntária<br />

com a parceria equilibrada entre agências, veículos<br />

e anunciantes. Ele criou o Premio Profissionais do Ano,<br />

incentivando a meritocracia e a criativida<strong>de</strong>. Defensor incansável<br />

da publicida<strong>de</strong>, Gilberto vem presidindo o Conar,<br />

na <strong>de</strong>fesa da ética nas mensagens, respeitando os consumidores<br />

e coibindo abusos. Com muita contundência e<br />

integrida<strong>de</strong>, mas sem nunca per<strong>de</strong>r a leveza e o bom humor,<br />

Gilberto reúne conhecimento jurídico, institucional e<br />

do mercado que foram fundamentais para o crescimento<br />

da nossa indústria da comunicação. Que ele continue conosco,<br />

acreditando que a livre iniciativa e a competitivida<strong>de</strong><br />

são o melhor caminho para as agências construírem e<br />

posicionarem marcas <strong>de</strong> produtos e serviços, que geram<br />

riquezas, empregos e impostos.”<br />

Luiz Lara – Lew’Lara\TBWA<br />

“Quando sento para conversar com Gilberto,<br />

sinto que estou falando com um monge cheio<br />

<strong>de</strong> sabedoria e ensinamentos. Gilberto é parceiro,<br />

sabe ouvir e aconselhar com carinho quando<br />

a gente precisa. Sua historia na Re<strong>de</strong> Globo é<br />

<strong>de</strong> intensa <strong>de</strong>fesa do mercado publicitário assim<br />

como no Conar. Não existe ninguém no<br />

mercado que não o admire e respeite. Ele exerceu<br />

sua tarefa na Globo com perfeição.”<br />

Sergio Amado - Ogilvy<br />

“Ser um executivo lí<strong>de</strong>r em<br />

empresa <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é, por si<br />

só, um <strong>de</strong>safio muito gran<strong>de</strong>. E<br />

fazer isso enquanto se <strong>de</strong>dica<br />

ao fomento da qualida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>fesa da serieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo<br />

o mercado é algo que poucos<br />

conseguiriam. Gilberto faz isso<br />

com o empenho e a convicção<br />

<strong>de</strong> quem realmente acredita no<br />

que faz e por isso construiu um<br />

legado que vai seguir por todo o<br />

futuro da nossa indústria.”<br />

Paulo Zoéga - Zoégas<br />

Comunicação<br />

37


Especial Leifert<br />

“O Gilberto <strong>de</strong>ixa na Globo o bom exemplo <strong>de</strong> como a<br />

<strong>de</strong>cência pessoal exercida por gente competente, e <strong>de</strong><br />

educação refinada, serve <strong>de</strong> padrão num mercado que<br />

precisa ser <strong>de</strong> entendimento e concórdia. Espero que a<br />

publicida<strong>de</strong> continue contando com ele fora da relação<br />

do dia a dia do trabalho, para enriquecimento do que<br />

temos <strong>de</strong> melhor, que são os organismos <strong>de</strong> autorregulação.”<br />

Caio Barsotti – Cenp<br />

“Gilberto trabalhou arduamente para a profissionalização do nosso<br />

mercado. Deixa um gran<strong>de</strong> legado por ter participado do Conar <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o seu início. Com gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação, ele costurou acordos,<br />

mediou conflitos e ajudou o mercado a caminhar com as próprias<br />

pernas. À frente da Globo, maior veículo do país, teve papel fundamental<br />

para construir o profissionalismo e a qualida<strong>de</strong> da propaganda brasileira.<br />

Tudo isso acompanhado <strong>de</strong> uma ‘faixa bônus’: por trás <strong>de</strong><br />

posicionamentos importantes e firmes sempre, uma pessoa<br />

<strong>de</strong>scontraída com um maravilhoso senso <strong>de</strong> humor.”<br />

Aurélio Lopes – FCB Brasil<br />

38<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


“Gilberto era um dos símbolos da Globo e ainda é um dos<br />

maiores nomes da nossa indústria. Ele batalhou muito e<br />

foi um dos principais responsáveis pela profissionalização<br />

e crescimento <strong>de</strong>sse mercado ao longo das últimas<br />

décadas. Sempre foi um mestre no relacionamento com<br />

as agências. Desejo toda a sorte e muito sucesso para<br />

ele no novo caminho que escolher seguir.”<br />

Claudio Loureiro - Grupo Heads<br />

“Conviver com o Gilberto Leifert foi um dos maiores<br />

benefícios <strong>de</strong> ter me tornado presi<strong>de</strong>nte da Fenapro.<br />

Descobri uma pessoa com conhecimento gigantesco<br />

sobre tudo o que envolve nosso negócio, além <strong>de</strong> ser<br />

gentil, seríssimo e, para sorte <strong>de</strong> todos nós, um gigante<br />

na <strong>de</strong>fesa do mo<strong>de</strong>lo vencedor da propaganda brasileira.<br />

Somente com este convívio pu<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir o quanto<br />

<strong>de</strong>vemos a ele pelo altíssimo padrão internacional da<br />

nossa ativida<strong>de</strong>. Estar com ele é sempre um prazer e<br />

uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sair engran<strong>de</strong>cido.”<br />

Glaucio Bin<strong>de</strong>r - Fenapro<br />

“O Gilberto <strong>de</strong>ixa um gran<strong>de</strong> legado que ajudou a pavimentar<br />

a trajetória da indústria da comunicação no Brasil.<br />

Também foi e continua sendo fundamental o seu papel<br />

na consolidação e relevância do Conar. Desejo a ele toda<br />

a sorte do mundo nessa nova etapa <strong>de</strong> sua jornada.”<br />

Ezra Geld - J. Walter Thompson<br />

“Quando conheci o Gilberto ele já era uma lenda. Na primeira<br />

conversa pessoal com ele, reconheci que o rótulo<br />

não era apenas uma simples e respeitosa reverência do<br />

mercado aos anos <strong>de</strong> trabalho, mas um fato inequívoco.<br />

De uma hora <strong>de</strong> conversa planejada, ficamos três<br />

seguidas <strong>de</strong> almoço. Falamos <strong>de</strong> tudo: economia, Cenp,<br />

política, psicanálise e, claro, sobre nossos negócios. Durante<br />

o papo, tive um par <strong>de</strong> epifanias sobre o mercado<br />

e sobre meu negócio. Se fosse somente por aquele dia,<br />

já seria grato a ele.”<br />

Ulisses Zamboni – Santa Clara<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 39


Especial Leifert<br />

02<br />

40<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


03<br />

01<br />

04<br />

01. Gilberto Leifert recebe homenagem<br />

02. Gilberto Leifert e Renato Pereira<br />

03. Marcio Toscani e Mario D’Andrea<br />

04. Luiz Leite e Willy Haas<br />

05. Paulo Gregoraci e Washington<br />

Olivetto<br />

05<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 41


Especial Leifert<br />

06<br />

07 08<br />

09<br />

06. Renato Pereira, Gilberto Leifert, Mario<br />

D’Andrea e Willy Haas participam <strong>de</strong> almoço<br />

comemorativo, em São Paulo<br />

07. Armando Ferrentini e Paulo Gregoraci<br />

08. Armando Strozenberg e Marcos Quintela<br />

09. Gal Barradas e Glaucio Bin<strong>de</strong>r, da Bin<strong>de</strong>r<br />

10. Cintia Gonçalves e Luiz Sanches<br />

11. Caio Barsotti e Decio Vomero<br />

12. Fernando Musa e Paulo Schmidt,<br />

13. Antonio Calil Curi e Roberto Belizario<br />

14. José Borghi, André Gomes e José Eustáchio<br />

15. Paulo Cesar Queiroz e Álvaro Pacheco Jr.<br />

42<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 43


Obladi, Obladá<br />

O Leão <strong>de</strong> cabeça branca<br />

Por Carlos Castelo<br />

Em 1988, portanto há 29 anos, eu ganhava<br />

meu primeiro Leão no Festival<br />

<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cannes. Trabalhava<br />

no mesmo grupo <strong>de</strong> comunicação<br />

em que estou agora. Por causa<br />

da premiação, passado algum tempo,<br />

recebi algumas regalias no ambiente<br />

corporativo.<br />

Reprodução<br />

Uma <strong>de</strong>las foi contar com a ajuda <strong>de</strong> um, àquela época,<br />

redator-aprendiz: o Luiz. Criativo e curioso, era literalmente<br />

minha sombra, com seus 20 centímetros a<br />

mais <strong>de</strong> altura. Fizemos <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> anúncios, comerciais<br />

e spots <strong>de</strong> rádio juntos até que a correnteza do<br />

turn-over nos afastasse para margens distantes.<br />

Circulei por “n” agências, <strong>de</strong> “x” propostas e abordagens:<br />

<strong>de</strong> butiques criativas a empresas especializadas<br />

em varejo imobiliário, incluindo eventuais empreitadas<br />

próprias. Durante esse tempo, fui agraciado com diversos<br />

lauréis importantes do setor. Mas, como todo<br />

mundo, também amarguei períodos <strong>de</strong> exílio forçado<br />

da ativida<strong>de</strong> e cheguei a pensar que a Mãe <strong>Propaganda</strong><br />

não me queria mais.<br />

Meio <strong>de</strong>sorientado, cogitei até abrir um restaurante.<br />

No entanto, a rotina <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar às 4 da manhã para<br />

ir à Ceagesp não combinava com meus hábitos notívagos.<br />

Mu<strong>de</strong>i os planos, reuni capital para fundar uma<br />

pequena editora com foco em autores esquecidos.<br />

Mas, ó Deus meu, quem ainda se dispõe a ler inéditos<br />

nesse país?<br />

Por fim, larguei a i<strong>de</strong>ia fixa <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>cidi pedir<br />

um novo lugar ao sol em meu tradicional domicílio:<br />

a velha e boa publicida<strong>de</strong>. Devo, contudo, lembrar que<br />

nossa área é caprichosa. Não vai aceitando assim <strong>de</strong><br />

volta, como se nada tivesse acontecido.<br />

Ainda que meu currículo estivesse recheado <strong>de</strong> feitos<br />

dignos <strong>de</strong> um Ulisses, tive <strong>de</strong> usar o elevador <strong>de</strong> serviço<br />

para voltar a frequentar o condomínio. Comi a pizza<br />

que o diabo amassou em noites viradas no laptop, vim<br />

trabalhar em fins <strong>de</strong> semana cheios <strong>de</strong> sol e bicicletas<br />

flutuando no parque (e digo isto não para me colocar<br />

como o mártir do marketing, mas porque o ofício<br />

sempre exigiu sacrifício – seja para Olivettos, seja para<br />

Castelos).<br />

Felizmente, com um pouco <strong>de</strong> sorte e a solidarieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ex-colegas, voltei ao princípio <strong>de</strong> tudo, estou <strong>de</strong><br />

novo trabalhando junto a um jovem e promissor redator.<br />

Dessa vez o Marcos, que se senta à mesa ao lado<br />

e troca figurinhas comigo.<br />

Agora, 29 <strong>de</strong>pois, ganhei outro Leão no Festival <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Cannes. De prata, para combinar com minhas<br />

melenas grisalhas. E o melhor <strong>de</strong> tudo, o Luiz e o<br />

Marcos também ganharam os <strong>de</strong>les.<br />

Nós três, redatores <strong>de</strong> diferentes gerações, como uma<br />

brinca<strong>de</strong>ira do <strong>de</strong>stino, curiosamente estamos trabalhando<br />

no mesmo grupo <strong>de</strong> comunicação, aquele em<br />

que eu estava em 1988 e agora.<br />

Isso mostra que tudo po<strong>de</strong> nos surpreen<strong>de</strong>r. Até a propaganda.<br />

Especialmente quando ela <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser apenas<br />

a alma do negócio para ser um negócio <strong>de</strong> alma.<br />

44<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

Carlos Castelo<br />

É escritor e publicitário<br />

Twitter: @casteloramabr


Se fosse fácil,<br />

qualquer um faria.<br />

Mas não era...<br />

Então o Gilberto<br />

foi lá e fez.<br />

Nosso agra<strong>de</strong>cimento a toda<br />

contribuição que o Gilberto<br />

Leifert <strong>de</strong>u ao nosso mercado.<br />

Sem ele, seria tudo mais difícil.<br />

Agência com 30 anos <strong>de</strong> experiência.


I<strong>de</strong>ia 3 revela beleza <strong>de</strong> São João<br />

em campanha para O Boticário<br />

Viva<br />

São João<br />

Por Wilton Oliveira,<br />

CCO da agência I<strong>de</strong>ia 3<br />

São João é a festa mais <strong>de</strong>mocrática e popular do Nor<strong>de</strong>ste.<br />

Todos os anos, mais <strong>de</strong> 6 milhões <strong>de</strong> pessoas se <strong>de</strong>slocam pela<br />

região para curtir a festa na sua cida<strong>de</strong> natal ou em outra cida<strong>de</strong><br />

que reúna gran<strong>de</strong>s atrações. Em muitos lugares, a diversão dura<br />

o mês inteiro.<br />

Para marcar presença nessa data tão especial, a I<strong>de</strong>ia 3, agência<br />

<strong>de</strong> comunicação integrada, criou uma estratégia 360 o com<br />

ações <strong>de</strong> equity e varejo para O Boticário, uma marca brasileira<br />

que sempre acreditou na beleza do São João.<br />

46<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

A principal <strong>de</strong>las, a mola propulsora <strong>de</strong> toda a estratégia, foi uma<br />

websérie em três capítulos, que prestou uma linda homenagem<br />

a Luiz Gonzaga e promoveu o resgate cultural da sanfona <strong>de</strong> 8<br />

baixos.<br />

Luriana Moraes, redatora da I<strong>de</strong>ia 3, conta como nasceu a i<strong>de</strong>ia:<br />

“Nós queríamos fazer algo que <strong>de</strong>ixasse um legado, que ficasse<br />

vivo <strong>de</strong>pois que a campanha terminasse. Comecei a pesquisar<br />

sobre a sanfona, <strong>de</strong>scobri que existem diversas orquestras sanfônicas<br />

pelo Brasil, mas que até hoje elas não tinham tido visibili-


Fotos: divulgacão<br />

da<strong>de</strong>. Ao mesmo tempo, <strong>de</strong>scobri também que a sanfona <strong>de</strong> 8 baixos é um instrumento<br />

em extinção porque os mais jovens não querem apren<strong>de</strong>r a tocá-lo e que Januário, pai<br />

<strong>de</strong> Luiz Gonzaga, era fã do fole <strong>de</strong> 8 baixos. Fui juntando essas informações e o projeto<br />

foi nascendo <strong>de</strong>ntro da minha cabeça”.<br />

A Orquestra Sanfônica <strong>de</strong> Exu reuniu sanfoneiros <strong>de</strong> todo o Nor<strong>de</strong>ste, em Exu, cida<strong>de</strong> natal<br />

<strong>de</strong> Gonzagão. A apresentação contou com mais <strong>de</strong> 5 mil pessoas na praça principal da cida<strong>de</strong>.<br />

A preparação, a viagem, os ensaios e a apresentação final fazem parte da websérie,<br />

que contabilizou mais <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong> views no YouTube e no Facebook <strong>de</strong> O Boticário.<br />

A websérie teve como embaixadora a talentosíssima Lucy Alves, atriz, cantora e sanfoneira<br />

paraibana, que representa uma nova geração <strong>de</strong> músicos. A orquestra foi regida<br />

por Targino Gondim, um dos mais respeitados sanfoneiros do Brasil; e contou ainda com<br />

o mestre Luizinho Calixto, maior especialista em 8 baixos do país; e Joquinha Gonzaga,<br />

músico e sobrinho <strong>de</strong> Gonzagão.<br />

Wilton Oliveira, CCO da agência, completa: “A presença <strong>de</strong> Lucy Alves, Targino Gondim,<br />

Luizinho Calixto e Joquinha Gonzaga <strong>de</strong>ixou a i<strong>de</strong>ia ainda mais interessante. Foi uma<br />

reunião muito feliz”.<br />

A Orquestra Sanfônica <strong>de</strong> Exu é um trabalho que só reforça, em âmbito regional, o posicionamento<br />

que O Boticário vem trabalhando em nível nacional <strong>de</strong> que “beleza não é só<br />

o que você vê, mas principalmente o que você sente”.<br />

“Nós queríamos fazer algo que<br />

<strong>de</strong>ixasse um legado, que<br />

ficasse vivo <strong>de</strong>pois que a<br />

campanha terminasse”<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 47


Foram sete dias <strong>de</strong> gravações, com mais <strong>de</strong> 100 profissionais<br />

envolvidos e um amplo trabalho <strong>de</strong> pesquisa prévia.<br />

Segundo Cris Irigon, diretora <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> O Boticário,<br />

“nossos projetos no Nor<strong>de</strong>ste nos aproximam cada vez<br />

mais da cultura e da história do povo nor<strong>de</strong>stino. É gratificante<br />

po<strong>de</strong>r fazer uma homenagem grandiosa como<br />

essa, em que compartilhamos nossos valores e estamos<br />

presentes nesse momento tão encantador que é o São<br />

João”.<br />

Para dar ainda maior visibilida<strong>de</strong> a essa homenagem e convidar<br />

a todos para <strong>de</strong>scobrir a beleza do São João, trabalhamos<br />

muitos outros pontos <strong>de</strong> contato com o consumidor.<br />

Criamos anúncios para revistas, entrevistas <strong>de</strong> rádio com<br />

Lucy Alves falando da homenagem a Gonzaga, outdoors,<br />

frontlights e mubs nas cida<strong>de</strong>s com tradição <strong>de</strong> São João,<br />

peças específicas para cida<strong>de</strong>s como Caruaru e Campina<br />

Gran<strong>de</strong>, dando as boas-vindas à cida<strong>de</strong> e convidando as<br />

pessoas a <strong>de</strong>scobrir a beleza do São João daquele lugar.<br />

Investimos em portais locais, mídia programática, social<br />

media, influenciadores <strong>de</strong> todo o Nor<strong>de</strong>ste, ações em rodoviárias,<br />

aeroportos e metrô, <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Criamos um hub exclusivo para o São João com o universo<br />

<strong>de</strong> Luiz Gonzaga, curiosida<strong>de</strong>s sobre a sua vida, <strong>de</strong>poimentos<br />

<strong>de</strong> amigos e parceiros, informações sobre Exu, a sanfona<br />

e a sanfona <strong>de</strong> 8 baixos.<br />

48<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

Produzimos materiais específicos para franqueados e reven<strong>de</strong>doras,<br />

motivando o time a abraçar a campanha e divulgar<br />

a homenagem. Realizamos uma sessão <strong>de</strong> cinema<br />

exclusiva, na qual franqueados, formadores <strong>de</strong> opinião, jornalistas<br />

e parte do time O Boticário pu<strong>de</strong>ram conhecer em<br />

primeira mão a websérie e se emocionar.<br />

Além <strong>de</strong> todo esse trabalho e envolvimento em equity,<br />

<strong>de</strong>senvolvemos uma campanha complementar <strong>de</strong> varejo,<br />

com key visual integrado ao key visual da homenagem.<br />

Dessa forma, tivemos uma linguagem única e maximizamos<br />

os investimentos e esforços <strong>de</strong> marca, também na<br />

divulgação da linha Nativa Spa e <strong>de</strong> sua promoção <strong>de</strong> 40%<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto em produtos da linha.<br />

A estratégia <strong>de</strong> varejo contemplou também mídia exterior,<br />

digital, mídias em shoppings, ponto <strong>de</strong> venda, rádio e ativação.<br />

A inteligência <strong>de</strong> mídia foi fundamental para evitar sobreposições<br />

e <strong>de</strong>terminar qual o conteúdo mais relevante<br />

para cada meio.<br />

Dessa forma, traçamos uma estratégia que visou conquistar<br />

o coração das pessoas, gerando aproximação e i<strong>de</strong>ntificação<br />

com o conteúdo. Fizemos isso e fomos além. Mostramos<br />

que a comunicação regional, quando bem alinhada<br />

aos objetivos globais da marca, po<strong>de</strong> colaborar e muito<br />

para que esta brilhe ainda mais e conquiste novos admiradores.<br />

Viva a Orquestra Sanfônica <strong>de</strong> Exu, viva Luiz Gonzaga e viva<br />

toda a beleza e tradição do São João do Nor<strong>de</strong>ste.


Bom dia, Gilberto.<br />

É Fantástico o seu legado.<br />

Quanto Mais Você trabalha,<br />

mais o Bem Estar<br />

vem ao nosso Encontro.<br />

Sem Zorra.<br />

Em Temperatura Máxima.<br />

Você é nosso The Voice,<br />

nosso Popstar.<br />

A Força do nosso Querer,<br />

nesse Cal<strong>de</strong>irão,<br />

faz a gente acreditar que<br />

Vale a Pena Ver <strong>de</strong> Novo<br />

um Novo Mundo.<br />

Gilberto Leifert <strong>de</strong>ixa a Re<strong>de</strong> Globo, mas para todos nós continua sendo um campeão <strong>de</strong> audiência<br />

da ética e da luta em <strong>de</strong>fesa do nosso mercado.


Como a publicida<strong>de</strong> mobile<br />

po<strong>de</strong> gerar vendas em loja física?<br />

Por Alberto Pardo<br />

Criativos dinâmicos e geolocalização.<br />

É possível que você tenha ouvido sobre<br />

esses termos e talvez até já tenha<br />

sido impactado por essas tecnologias<br />

por meio da publicida<strong>de</strong> mobile. Mas<br />

você já parou para pensar como elas<br />

po<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> fato, estar presente no dia<br />

a dia dos consumidores e apoiar as<br />

marcas em seus objetivos <strong>de</strong> negócio?<br />

Imagine que você é proprietário<br />

<strong>de</strong> uma loja física e gostaria <strong>de</strong> atrair<br />

novos clientes para o seu estabelecimento<br />

<strong>de</strong> maneira rápida e assertiva,<br />

sem envolver mídias tradicionais.<br />

Como é possível atraí-los?<br />

A primeira questão a se pensar é que o contexto e a relevância<br />

da mensagem são palavras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m. Cada vez<br />

mais se busca uma comunicação que faça sentido não<br />

apenas para um gran<strong>de</strong> público, mas também no nível do<br />

indivíduo. O segundo ponto é que, com o crescimento <strong>de</strong><br />

usuários 100% conectados em seus dispositivos mobile,<br />

torna-se ainda mais importante estar presente nessa plataforma.<br />

O terceiro ponto é levar em conta o momento em<br />

que o interlocutor será impactado para que o engajamento<br />

ocorra <strong>de</strong> forma natural, <strong>de</strong> acordo com sua localização,<br />

perfil e até mesmo o clima daquele dia. O uso da tecnologia<br />

<strong>de</strong> geolocalização, combinada com criativos dinâmicos,<br />

permite atingir o público certo, no lugar certo e em tempo<br />

real, permitindo traçar estratégias mais criativas.<br />

Para tornar esse assunto mais palpável, compartilho com<br />

vocês o case “At Any Moment and Anywhere with Juan Val<strong>de</strong>z<br />

Coffee”, para a tradicional marca <strong>de</strong> café colombiana<br />

Juan Val<strong>de</strong>z. A ação tinha como objetivo reforçar os hábitos<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> café na Colômbia e oferecer aos consumidores<br />

uma experiência <strong>de</strong> aproximação e interação com<br />

a marca. A estratégia contou com o uso da tecnologia <strong>de</strong><br />

criativos dinâmicos e geolocalização, levando em consi<strong>de</strong>ração<br />

o clima e o horário do dia para conectar os clientes e<br />

a marca. Por meio <strong>de</strong>sta solução, os usuários eram impactados<br />

com mensagens customizadas, disparadas <strong>de</strong> forma<br />

automatizada <strong>de</strong> acordo com o local, hora do dia e a temperatura<br />

da região em que se encontravam. Por exemplo,<br />

quem estivesse em um local chuvoso e frio, recebia mensagens<br />

<strong>de</strong> ofertas <strong>de</strong> produtos quentes e assim por diante.<br />

50<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

Além <strong>de</strong> acumular prêmios como dois Smarties no evento<br />

da MMA em Nova York e mais recentemente no IAB MIXX<br />

da Colômbia (categoria Real Time Marketing) e a indicação<br />

para o FAB Awards <strong>2017</strong> (categoria Efetivida<strong>de</strong>), a campanha<br />

mostra que, além <strong>de</strong> impressões, alto engajamento e<br />

número <strong>de</strong> clicks, a publicida<strong>de</strong> mobile utilizada <strong>de</strong> forma<br />

estratégica tem enorme potencial para aumentar o número<br />

<strong>de</strong> visitas e até vendas em lojas físicas.<br />

O case ainda reforça uma evolução e disruptura no formato<br />

display. Agora po<strong>de</strong>mos dizer que ele ficou inteligente.<br />

O rastreamento <strong>de</strong> pixel, persistência na criação <strong>de</strong> ID e a<br />

navegação logada nos veículos possibilitaram o acúmulo<br />

<strong>de</strong> consumidores a ponto <strong>de</strong> criar experiências mais relevantes<br />

e específicas. Quando esses fatores passam a<br />

ser combinados com a localização e dados condicionais,<br />

como hora do dia e clima, significa um passo emblemático<br />

na jornada da publicida<strong>de</strong> em compreen<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda<br />

dos usuários e consumidores.<br />

Antes <strong>de</strong> planejar a próxima campanha <strong>de</strong> sua marca ou<br />

do seu cliente anunciante, que tal pensar nos efeitos que a<br />

combinação das tecnologias <strong>de</strong> geolocalização e criativos<br />

dinâmicos po<strong>de</strong>m fazer pelo seu negócio? Ou vai esperar<br />

a mensagem da concorrência chegar antes?<br />

Alberto Pardo<br />

CEO e fundador da Adsmovil<br />

Reprodução


ANÚNCIOS<br />

DE HOMENAGEM<br />

VÊM E VÃO.<br />

UM LEGADO COMO<br />

O DO GILBERTO<br />

FICA.<br />

POR ANOS, O TRABALHO DE GILBERTO LEIFERT TROUXE<br />

RECONHECIMENTO PARA A BOA PROPAGANDA BRASILEIRA<br />

E CONTRIBUIU PARA ELEVAR NOSSO PADRÃO DE QUALIDADE.<br />

HOJE, NADA MAIS JUSTO DO QUE RECONHECER<br />

A EXCELÊNCIA DO TRABALHO DELE E TODO SEU LEGADO.<br />

NOLINE AGENCY


Meio ambiente<br />

Na obra “Guapuruvu”, o autor Onofre<br />

Martins apresenta, em forma <strong>de</strong><br />

ficção, uma visão crítica ao modo <strong>de</strong><br />

vida que o ser humano segue hoje<br />

em dia, abusando do que o planeta<br />

oferece e sendo negligente com a<br />

ecologia. Sugere i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> medidas<br />

capazes <strong>de</strong> ajudar na preservação<br />

da nossa existência na Terra. A narrativa<br />

se inicia com um enfrentamento<br />

pela lógica legal da situação atual,<br />

chegando a uma realida<strong>de</strong> distópica,<br />

uma nova or<strong>de</strong>m social mundial, que<br />

surge como consequência <strong>de</strong> todo<br />

o mau comportamento que a socieda<strong>de</strong><br />

vem tendo em relação ao meio<br />

ambiente e <strong>de</strong> uma iniciativa distorcida<br />

e cruel. Nesta nova or<strong>de</strong>m, vive<br />

uma personagem sob condições sociais<br />

totalmente diversas daquela em<br />

que hoje vivemos, enquanto busca<br />

por aprendizado e realização.<br />

Livros mortos<br />

Se você faz o bem nesta vida, po<strong>de</strong><br />

acabar voltando como algo melhor<br />

na próxima. A máxima, que já faz<br />

parte da cultura popular, inspirou a<br />

nova campanha da Artplan para a<br />

Carambaia. A editora <strong>de</strong> São Paulo<br />

publica edições especiais <strong>de</strong> títulos<br />

clássicos e obras raras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

autores, como Herman Melville, Marcel<br />

Proust, Nathanael West, Andreas<br />

Latzko e Machado <strong>de</strong> Assis. Os livros<br />

são numerados manualmente e têm<br />

projeto gráfico e acabamento refinados.<br />

As histórias são contadas em<br />

primeira pessoa e os narradores são<br />

os próprios livros, que contam suas<br />

<strong>de</strong>sventuras e percalços. Todos terminam<br />

da mesma maneira: esperando<br />

voltar como ‘algo melhor’ — neste<br />

caso, como uma edição nova da<br />

Carambaia.<br />

Simplifique<br />

Simplificar o complexo é mais bonito<br />

do que “complexificar” o simples.<br />

Essa e outras i<strong>de</strong>ias estão no livro<br />

“Vai lá e faz: como empreen<strong>de</strong>r na<br />

era digital e tirar i<strong>de</strong>ias do papel”,<br />

lançado pela Editora Belas Letras.<br />

De autoria <strong>de</strong> Tiago Mattos, um dos<br />

fundadores da escola <strong>de</strong> economia<br />

criativa Perestroika, o livro apresenta,<br />

<strong>de</strong> forma simples e direta, a visão<br />

do especialista sobre o tema,<br />

com dicas bibliográficas para quem<br />

<strong>de</strong>sejar se aprofundar mais no universo<br />

empreen<strong>de</strong>dor e futurista. O<br />

autor faz ainda previsões <strong>de</strong> como<br />

serão as relações profissionais e<br />

pessoais num futuro não tão distante.<br />

O objetivo da obra foi <strong>de</strong>senvolver<br />

um conteúdo que pu<strong>de</strong>sse ser<br />

lido tanto por jovens empreen<strong>de</strong>dores<br />

quanto pelos mais experientes,<br />

com teorias, conceitos, exemplos e<br />

dicas.<br />

Belas imagens<br />

Marco Aurélio Viterbo, <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> interiores com<br />

mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> carreira, lança o seu primeiro<br />

livro, intitulado “Marco Aurélio Viterbo Interiores”. A<br />

obra, publicada pela Zeta Editora, reúne uma seleção<br />

<strong>de</strong> 21 projetos assinados pelo profissional, com belas<br />

imagens e <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong> ambientes<br />

como apartamentos, casas <strong>de</strong> veraneio e escritórios,<br />

executados no Brasil, Estados Unidos e Inglaterra. Ao<br />

longo das 300 páginas do livro, o leitor po<strong>de</strong>rá conhecer<br />

alguns dos seus principais projetos.<br />

52<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

suzi@editorareferencia.com.br


Nós<br />

sabemos<br />

reconhecer<br />

um craque<br />

da <strong>de</strong>fesa.<br />

Homenagem da Propeg a Gilberto Leifert,<br />

um dos maiores <strong>de</strong>fensores da propaganda brasileira.


Cannes<br />

Diverso e tecnológico<br />

Edição <strong>de</strong>ste ano do Festival<br />

Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />

refletiu transformações<br />

sociais e tecnológicas<br />

A edição <strong>de</strong>ste ano do Festival Internacional <strong>de</strong><br />

Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions foi embasada em temas<br />

sobre diversida<strong>de</strong> e tecnologia. Os assuntos<br />

que estão transformando o mercado da comunicação<br />

estiveram presentes não apenas nas palestras<br />

e nas campanhas premiadas como também<br />

priorizadas na estrutura do próprio evento.<br />

O Festival teve recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> mulheres no corpo <strong>de</strong><br />

jurados, com 44% do total. Outro exemplo nessa<br />

linha foi o painel Estereotipando Mulheres, levantamento<br />

feito pela J. Walter Thompson e pelo Instituto<br />

Geena Davis que verificou mais <strong>de</strong> dois mil<br />

comerciais inscritos em Cannes <strong>de</strong> 2006 a 2016<br />

(categorias Film e Film Craft), mostrando que a<br />

publicida<strong>de</strong> ainda rotula as mulheres. Já no quesito<br />

tecnologia, marcas como Facebook, YouTube,<br />

Twitter, Snapchat e Pinterest dominaram a área<br />

diante da Croisette. A revista <strong>Propaganda</strong> convidou<br />

Hwira Gibin, diretora <strong>de</strong> relações e negócios<br />

da Domo Produções; Fabio Seidl, do Group Creative<br />

Director da 360i New York; Raphael Dias,<br />

sócio e diretor <strong>de</strong> cena da Square Pixel Filmes; e<br />

Filipe Cuver, diretor <strong>de</strong> criação da agência Dentsu;<br />

para exporem seus pontos <strong>de</strong> vista sobre o<br />

festival <strong>de</strong>ste ano.<br />

54<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


TROFÉUS BRASILEIROS<br />

Agência Ouro Prata Bronze Total<br />

ALMAPBBDO 5 9 8 22<br />

OGILVY 3 3 5 11<br />

DM9 1 4 5 10<br />

GREY 1 2 5 8<br />

AFRICA 1 1 5 7<br />

J. WALTER THOMPSON - 2 4 6<br />

Y&R 1 1 3 5<br />

PUBLICIS 1 - 2 3<br />

NEOGAMA - 1 2 3<br />

FCB - 2 - 2<br />

TALENT MARCEL - 1 1 2<br />

LITTLE GEORGE - 1 1 2<br />

F/NAZCA SAATCHI & SAATCHI - - 2 2<br />

NBS - - 2 2<br />

DAVID 1 - - 1<br />

HAVAS LIFE - 1 - 1<br />

BETC - 1 - 1<br />

TV GLOBO - 1 - 1<br />

AKTUELLMIX - 1 - 1<br />

CCZ*WOW - 1 - 1<br />

DENTSU - - 1 1<br />

LEW’LARA\TBWA - - 1 1<br />

NOVA/SB - - 1 1<br />

AKQA - - 1 1<br />

SOKO - - 1 1<br />

FURF DESIGN STUDIO - - 1 1<br />

NEW 360 - - 1 1<br />

Z+ - - 1 1<br />

TOTAL 14 32 53 99<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 55


Cannes<br />

Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros,<br />

autenticida<strong>de</strong> e o uso<br />

correto dos dados<br />

Por Hwira Gibin<br />

Cannes <strong>2017</strong>, o ano em que o maior<br />

festival <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> do mundo, o<br />

Cannes Lions, <strong>de</strong>staca em toda a sua<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> temas um mesmo assunto<br />

<strong>de</strong> extrema relevância: a <strong>de</strong>finitiva<br />

igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros na comunicação.<br />

Conforme pesquisa apresentada na palestra conduzida<br />

por Ma<strong>de</strong>line DiNonno, CEO do Geena Davis Institute on<br />

Gen<strong>de</strong>r in Media, e Brent Choi, Chief Creative Officer da<br />

JWT NY, muito se fala, mas a gran<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> é que pouco<br />

evoluímos.<br />

A mulher é consi<strong>de</strong>rada a principal compradora da casa.<br />

É ela quem <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> sobre os gastos; mas, ainda assim, a<br />

56<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


Divulgação<br />

Fotos: reprodução<br />

Hwira Gibin é diretora <strong>de</strong> relações<br />

e negócios da Domo Produções<br />

publicida<strong>de</strong> não reflete a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros e<br />

tampouco a diversida<strong>de</strong> dos temas que po<strong>de</strong>m<br />

ser explorados nas campanhas. De acordo com<br />

essa pesquisa, em sua maioria, as mulheres estão<br />

sempre no ambiente doméstico, na cozinha<br />

ou cuidando dos filhos, além <strong>de</strong> serem objeto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sejo, enquanto os homens são representados<br />

nas suas mais variadas ativida<strong>de</strong>s profissionais,<br />

lazer, esportes… tudo o que elas também fazem,<br />

ou não?!? Convenhamos que isso para elas é<br />

pouco aspiracional.<br />

Obviamente estamos falando sobre uma questão<br />

cultural, que não po<strong>de</strong> ser ignorada pela publicida<strong>de</strong>,<br />

que tem um papel social <strong>de</strong> formação e<br />

transformação.<br />

Como disse Brent Choi, uma vez que somos lí<strong>de</strong>res<br />

da comunicação, sabemos o nosso potencial<br />

em fazer mudanças e influenciar. Temos o <strong>de</strong>ver<br />

<strong>de</strong> iniciar essas mudanças. Precisamos nos sentir<br />

responsáveis pelo fato <strong>de</strong> a socieda<strong>de</strong> ainda não<br />

enxergar a mulher e o homem com igualda<strong>de</strong>. E,<br />

<strong>de</strong> uma vez por todas, acabar com o estereótipo<br />

das mulheres nos anúncios.<br />

Entre as palavras que mais escutamos este ano<br />

em Cannes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do assunto em<br />

questão, estavam autenticida<strong>de</strong> e relevância. É<br />

isso que atrai a atenção da audiência em assistir<br />

este ou aquele ví<strong>de</strong>o. Talvez este seja um caminho<br />

para fazer essa mudança na comunicação,<br />

pois as mulheres só vão dar audiência para aquilo<br />

que as representar <strong>de</strong> forma integral e autêntica.<br />

Uma pergunta colocada que vale a reflexão <strong>de</strong><br />

todos nós: você gostaria <strong>de</strong> ver a sua mulher, a<br />

sua irmã, a sua filha ou mãe colocadas como um objeto,<br />

ou inseridas em uma i<strong>de</strong>ia preconcebida <strong>de</strong> uma<br />

peça publicitária? Madonna Badger, CCO e fundadora<br />

da agência Badger & Winters, uma das maiores porta-<br />

-vozes da <strong>de</strong>sobjetificação da mulher, recomenda que<br />

sempre pensemos com o coração quando criarmos<br />

uma nova campanha.<br />

Apesar do longo caminho a percorrer, recentemente tivemos<br />

uma excelente notícia sobre uma iniciativa criada<br />

nos Estados Unidos com o intuito <strong>de</strong> ampliar o mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho para as mulheres atuantes na área <strong>de</strong> direção<br />

<strong>de</strong> cena e produção – o #freethebid, representado<br />

oficialmente no Brasil pela Apro. A luta é para que mulheres<br />

sejam consi<strong>de</strong>radas em todas as cotações para as<br />

produções, dando-lhes assim o direito <strong>de</strong> mostrar seu<br />

talento. É um gran<strong>de</strong> passo que vem <strong>de</strong> encontro ao<br />

que acreditamos. Através <strong>de</strong> uma dinâmica colaborativa<br />

<strong>de</strong> trabalho, compreen<strong>de</strong>mos cada vez mais como a<br />

diversida<strong>de</strong> da equipe po<strong>de</strong> ser essencial para um trabalho<br />

bem-sucedido. Precisávamos <strong>de</strong> uma frente como<br />

essa para abrir oportunida<strong>de</strong>s iguais para diferentes tipos<br />

<strong>de</strong> talentos.<br />

Parece claro que, <strong>de</strong> um jeito ou <strong>de</strong> outro, as mudanças<br />

necessárias ten<strong>de</strong>m a ocorrer; pelo menos é o que<br />

promete a AI (Artificial Intelligence), que nos apresenta a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar os milhões, bilhões <strong>de</strong> dados que<br />

geramos todos os dias, com o propósito <strong>de</strong> nos conhecer<br />

melhor e enten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s individuais e ativida<strong>de</strong>s<br />

comportamentais <strong>de</strong> cada um. Nesse sentido, a<br />

palestra do Alibaba foi bem enriquecedora e <strong>de</strong>ixou claro<br />

que dados a gente tem, muitos. Resta saber o que fazer<br />

com eles e como usá-los em benefício <strong>de</strong> um mundo<br />

mais igualitário e melhor para se viver.<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 57


Cannes<br />

Gente igual<br />

não cria nada<br />

diferente<br />

Por Fabio Seidl<br />

Dame Helen Mirren. Sir Ian McKellen.<br />

Reverendo Jesse Jackson. Se as palestras<br />

<strong>de</strong> Cannes pu<strong>de</strong>ssem se resumir<br />

a três, seriam essas. São três figuras<br />

históricas, que con<strong>de</strong>nsaram um<br />

monte <strong>de</strong> conversas sobre diversida<strong>de</strong><br />

a uma simplicida<strong>de</strong> essencial.<br />

A atriz Helen Mirren é um dos maiores talentos da sua geração<br />

e uma verda<strong>de</strong>ira “fearless lady”. Mirren, que se tornou<br />

garota-propaganda da L’Oréal aos 71 anos (“já estava<br />

na hora”, disse ela, brincando no palco), trouxe clareza sobre<br />

diversida<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong>.<br />

58<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

“A criativida<strong>de</strong> aparece do confronto entre duas forças.<br />

Sua incrível autoconfiança e um po<strong>de</strong>roso questionamento<br />

sobre o que você é capaz (...). E o combustível para o fu-


Fotos: reprodução<br />

Divulgação<br />

Fabio Seidl, é Group Creative Director<br />

da 360i New York<br />

Jackson falou sobre como as marcas precisam pensar prioritariamente<br />

em fazer o bem e não simplesmente ven<strong>de</strong>r<br />

produtos. E como a diversida<strong>de</strong> nos meios <strong>de</strong> comunicação,<br />

publicida<strong>de</strong> incluída, é um passo fundamental para a paz.<br />

Somando esses três pontos <strong>de</strong> vista, percebemos que a<br />

ambição e a jornada são bem maiores do que a gente imaginava.<br />

A questão da diversida<strong>de</strong> na publicida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>veria ser<br />

só um <strong>de</strong>bate, mas uma necessida<strong>de</strong> e uma maneira inteligente<br />

<strong>de</strong> se sobressair nos negócios.<br />

turo é essa criativida<strong>de</strong> e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvirmos todas<br />

as vozes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> gênero, raça ou ida<strong>de</strong>”.<br />

Em outro painel, Sir Ian McKellen, o primeiro cavaleiro da<br />

coroa britânica <strong>de</strong>claradamente gay – foi nomeado em<br />

1991 –, falou sobre transparência e como a socieda<strong>de</strong> ainda<br />

precisa evoluir.<br />

“Na indústria do entretenimento, é até <strong>de</strong>sonesto você não<br />

assumir quem você é. Mas pense na indústria dos esportes.<br />

Será que não existe nenhum jogador <strong>de</strong> futebol gay?<br />

Se eu fosse um <strong>de</strong>les, saía do armário e ficaria rico. Todas<br />

as marcas iriam me contratar para fazer campanhas. É<br />

preciso abrir os olhos e a cabeça.”<br />

O reverendo Jesse Jackson é uma testemunha viva <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> a falta <strong>de</strong> visão sobre diversida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> chegar. O<br />

maior lí<strong>de</strong>r negro da história americana, Martin Luther King,<br />

morreu nos braços <strong>de</strong>le, vítima <strong>de</strong> um assassinato, no<br />

auge do movimento pelos direitos civis, em 1968.<br />

Ela vai muito além <strong>de</strong> ter mais mulheres em vagas <strong>de</strong> criação<br />

ou dirigindo filmes, que é fundamental e vem sendo<br />

amplamente discutido, e po<strong>de</strong> ser vista como um dos passos,<br />

talvez o primeiro, nesse longo caminho.<br />

Pensar a diversida<strong>de</strong>, representar outros grupos em diferentes<br />

posições <strong>de</strong>ntro da indústria da comunicação e<br />

no que colocamos nas telas também, todos os dias. Se<br />

pensarmos bem, num país como o Brasil, pensar diferente<br />

disso chega a nem fazer mais sentido.<br />

Buscar o novo é a missão mínima da comunicação. E um<br />

monte <strong>de</strong> gente igual, da mesma cor, gênero, religião,<br />

mesmo nível social, mesma bagagem cultural, não cria<br />

nada <strong>de</strong> diferente, só se auto-referencia.<br />

Se nessa indústria o bolso é mais sensível do que o coração<br />

e manda mais do que a cabeça, o recado também<br />

serve: existe uma gigantesca oportunida<strong>de</strong> sendo <strong>de</strong>sperdiçada<br />

quando se aposta nos mesmos estereótipos e<br />

preconceitos.<br />

Diversida<strong>de</strong> é o investimento com melhor retorno para o<br />

capital financeiro e intelectual do nosso negócio.<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 59


Cannes<br />

É hora <strong>de</strong><br />

retomar o<br />

controle<br />

Por Raphael Dias<br />

Neste mundo tecnológico, em que as<br />

máquinas sabem cada vez mais sobre<br />

você do que você mesmo, o futuro<br />

te oferecerá muito mais do que<br />

VR, AR e MR.<br />

Esse monte <strong>de</strong> siglas bacanas é apenas o meio para<br />

uma constatação iminente <strong>de</strong> que a Inteligência Artificial<br />

é muito mais capaz do que o nosso cérebro, que os<br />

terminais inteligentes apren<strong>de</strong>m muito rápido. Watson<br />

e seus amigos são o futuro? Sim. Disso ninguém parece<br />

discordar. Porém, o que eu gostaria <strong>de</strong> levantar aqui<br />

são i<strong>de</strong>ias sobre como será esse futuro.<br />

“Que futuro nós estamos escolhendo fazer?”, provocou<br />

Keiichi Matsuda em palestra no Cannes Lions <strong>2017</strong>. O<br />

que o filmmaker responsável pela produção Hyper-Reality<br />

quer mostrar com essa pergunta retórica é que,<br />

antes <strong>de</strong> sonharmos com cida<strong>de</strong>s personalizadas em<br />

layers selecionáveis <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> óculos <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> aumentada,<br />

precisamos nos enten<strong>de</strong>r como agentes da<br />

comunicação e nos posicionar sobre como utilizar toda<br />

essa tecnologia a favor da humanida<strong>de</strong>, com real significado.<br />

60<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


Divulgação<br />

Fotos: reprodução<br />

Raphael Dias é sócio e diretor <strong>de</strong> cena<br />

da Square Pixel Filmes<br />

Muitos palestrantes no Festival <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Cannes <strong>de</strong>monstraram dominar o palco quando trata-<br />

-se <strong>de</strong> expor casos sobre a evolução da Inteligência<br />

Artificial; mostrar a evolução dos chipsets em sua curva<br />

exponencial para o futuro; ou discorrer sobre novas<br />

linguagens na utilização <strong>de</strong> dados gerados em big<br />

data para o mercado da criativida<strong>de</strong>. Mas o que todos<br />

também retratam com clareza é que bots inteligentes<br />

– que já são capazes inclusive <strong>de</strong> criar linguagens<br />

robóticas para sua comunicação – são assustadores<br />

para nós, humil<strong>de</strong>s humanos.<br />

Sim, estamos com medo da tecnologia. Mas isso não<br />

é nada ruim e já vimos isso acontecer em outros momentos<br />

da história. Como diria a personagem <strong>de</strong> Octavia<br />

Spencer em “Estrelas Além do Tempo”, filme que<br />

retrata o programa espacial da Nasa, responsável por<br />

colocar o primeiro homem em órbita utilizando mainframes<br />

IBM alimentados por computadores humanos:<br />

“precisamos dominá-los, antes que eles roubem nossos<br />

trabalhos”. Estamos com medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r nossos<br />

empregos para os bots, <strong>de</strong> sermos menos criativos<br />

que esses seres que nós mesmos criamos.<br />

Agora o nosso trabalho é enten<strong>de</strong>r o que as pessoas<br />

<strong>de</strong> fato têm medo nessa história toda, para oferecer<br />

a tecnologia <strong>de</strong> forma palatável, tornando-a a<strong>de</strong>rente<br />

e, consequentemente, popular. O caminho para isso?<br />

“Vamos ser honestos, ninguém entra na internet pra assistir<br />

comerciais ou apren<strong>de</strong>r sobre marcas. Nós vamos<br />

à procura <strong>de</strong> respostas para nossas perguntas ou novas<br />

oportunida<strong>de</strong>s que nos interessem. Então, por que<br />

em vez <strong>de</strong> usarmos insights para criar mensagens que<br />

simplesmente divulgam marcas não resolvemos problemas<br />

que realmente importam?” Essa foi, pra mim,<br />

uma das <strong>de</strong>scrições mais honestas que passaram por<br />

Cannes este ano. E ela reflete o que estamos começando<br />

a ver: oportunida<strong>de</strong>s geradas a partir <strong>de</strong> insights<br />

aliados à análise <strong>de</strong> dados e utilização <strong>de</strong> bots, aplicadas<br />

à solução <strong>de</strong> problemas reais. E que <strong>de</strong> fato estão<br />

gerando empatia com o público.<br />

Iniciativas como o <strong>de</strong>stemido “Time Well Spent” (timewellspent.io)<br />

começam a pipocar trazendo o brado<br />

“vamos tomar o controle sobre a tecnologia”. E essa<br />

pegada começa agora a fazer sentido para um número<br />

maior <strong>de</strong> pessoas. Queremos o po<strong>de</strong>r e a capacida<strong>de</strong><br />

que todas essas máquinas nos trazem, mas, para sermos<br />

melhores do que elas, nós precisaremos nos tornar<br />

mais humanos.<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 61


Cannes<br />

Torre Eiffel,<br />

inovação<br />

muito além<br />

<strong>de</strong> um festival<br />

Por Filipe Cuvero<br />

62<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

A Torre Eiffel, muito criticada por alguns,<br />

virou um marco na arquitetura.<br />

Uma proeza tecnológica na área da<br />

engenharia. Em 1889, tornou-se a edificação<br />

mais alta do mundo e manteve<br />

esse recor<strong>de</strong> até 1930. Para a época,<br />

foi algo extremamente inovador.<br />

Para quem não sabe, a Torre Eiffel foi feita somente<br />

para um “festival” e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 20 anos, seria <strong>de</strong>smontada.<br />

Mas parece que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> “ganhar um<br />

prêmio” e mudar a cida<strong>de</strong> à sua volta, o cliente gostou<br />

da i<strong>de</strong>ia e passou a “veicular” a <strong>de</strong> eterno.<br />

O “festival” a que me refiro é a Gran<strong>de</strong> Exposição<br />

Universal. As Exposições Universais foram eventos<br />

criados no século 19 para a indústria ter a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mostrar todo seu potencial tecnológico<br />

em várias áreas, como arquitetura, arte, produtos e<br />

transportes, entre outras, praticamente o “Innovation<br />

da belle époque”.


Divulgação<br />

Fotos: reprodução<br />

Filipe Cuvero é diretor <strong>de</strong> Criação da<br />

Dentsu Brasil<br />

trabalharam juntas por quatro anos. Ao final, chegaram<br />

a um mo<strong>de</strong>lo que une um protótipo <strong>de</strong> veículo<br />

elétrico, o “i-Road”, a um sistema <strong>de</strong> estacionamento<br />

colaborativo, criando um negócio totalmente novo<br />

que po<strong>de</strong> mudar o trânsito <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong><br />

como Tóquio.<br />

Guardadas as <strong>de</strong>vidas proporções, quando vejo<br />

Cannes hoje, vejo uma enorme vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> mostrar<br />

gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias e os avanços tecnológicos que estão<br />

aparecendo. O Festival <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser uma o<strong>de</strong><br />

à propaganda e passou a celebrar a criativida<strong>de</strong> em<br />

geral, tanto na comunicação quanto na inovação e<br />

na diversida<strong>de</strong>, até na área social.<br />

Várias Torres Eiffel aparecem em Cannes todo ano.<br />

I<strong>de</strong>ias ambiciosas que querem ir muito além <strong>de</strong> uma<br />

edição do Festival. Este ano, <strong>de</strong>staco três i<strong>de</strong>ias que<br />

acredito ter esse potencial.<br />

No seminário Creativity for Business Innovation, Kazu<br />

Shimura e Yasu Sasaki, da Dentsu Inc., apresentaram<br />

todo o processo criativo pelo qual eles passaram<br />

para chegar à i<strong>de</strong>ia do Open Road para a Toyota.<br />

Esse case já havia ganhado uma prata e três bronzes<br />

em 2016. Além do projeto, o mais interessante<br />

<strong>de</strong>ssa palestra foi ver toda a ambição que está por<br />

trás <strong>de</strong>le. Mais do que ganhar prêmio, a intenção era<br />

criar um sistema novo <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>. Para chegar a<br />

essa i<strong>de</strong>ia, uma equipe da agência e outra do cliente<br />

“Payphone Bank”, essa é outra i<strong>de</strong>ia bastante ambiciosa.<br />

A Grey Colômbia, juntamente com a Une, empresa<br />

<strong>de</strong> telecomunicação, transformou os orelhões<br />

da empresa em terminais <strong>de</strong> banco. Isso trouxe oito<br />

milhões <strong>de</strong> colombianos excluídos para <strong>de</strong>ntro do<br />

sistema financeiro do país. Tecnologia a serviço do<br />

social. É o tipo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia que vai muito além da propaganda.<br />

“Boost your voice da 180LA para Boost Mobile”. O<br />

sistema eleitoral nos EUA é facultativo. E pior, votar<br />

lá requer muita disposição, já que os lugares mais<br />

afastados têm poucos locais <strong>de</strong> votação e, consequentemente,<br />

enormes filas, o que colabora para a<br />

<strong>de</strong>sistência <strong>de</strong> participar. Isso acaba excluindo a população<br />

<strong>de</strong> baixa renda e as minorias do processo<br />

eleitoral. Para resolver esse problema, a Boost Mobile,<br />

companhia <strong>de</strong> celulares pré-pagos presente nessas<br />

comunida<strong>de</strong>s, transformou suas lojas em locais<br />

<strong>de</strong> votação. Assim, ela mostra o quanto está ao lado<br />

do seu público. Uma i<strong>de</strong>ia que mudou a última eleição<br />

e po<strong>de</strong> mudar um país todo.<br />

Entre várias boas i<strong>de</strong>ias, algumas conseguem ir muito<br />

além do Festival. Além <strong>de</strong> ganhar Leão, elas conseguem,<br />

<strong>de</strong> fato, mudar a socieda<strong>de</strong> à sua volta.<br />

Que a Torre Eiffel inspire outras boas i<strong>de</strong>ias.<br />

Vive la France!<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 63


Gastronomia<br />

Casamento<br />

perfeito<br />

Por Suzi Cavalari<br />

64<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

Gastronomia e comunicação são os<br />

insumos <strong>de</strong> trabalho para a diretora<br />

<strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> mercado da agência<br />

Tudo<br />

“Gastronomia e comunicação têm tudo a ver. A comida<br />

é por si só uma forma <strong>de</strong> se comunicar”, afirma Virna Miranda,<br />

diretora <strong>de</strong> inteligência para o mercado da agência<br />

Tudo, que se divi<strong>de</strong> entre a vida <strong>de</strong> publicitária e a <strong>de</strong> dona<br />

<strong>de</strong> restaurante. Ela abriu o Cozinha com Z, junto com o<br />

marido Zeca, há cerca <strong>de</strong> 10 meses, na badalada região<br />

da Vila Madalena, em São Paulo. Na parceria nos negócios<br />

é ele quem cozinha. Chef por formação, ele também é o


Fotos: Alê Oliveira<br />

responsável por gran<strong>de</strong> parte do conhecimento culinário<br />

<strong>de</strong> Virna.<br />

Certa vez, ela preparou um prato para ceia <strong>de</strong> Natal com<br />

uma receita passada pelo marido através do Messenger.<br />

“Era véspera <strong>de</strong> Natal, ele estava trabalhando no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro e eu queria levar algo à ceia com a minha família.<br />

E ele me sugeriu camarão na abóbora. A princípio, achei<br />

uma loucura, mas acabei fazendo. Ficou maravilhoso e foi<br />

o prato mais elogiado da noite”, conta Virna.<br />

“É que sempre gostei mais <strong>de</strong> comer do que cozinhar”,<br />

brinca a publicitária sobre os seus dotes culinários. Segundo<br />

ela, apren<strong>de</strong>u a cozinhar com o marido e passou<br />

a ajudá-lo. “Acho gostoso cozinhar com outra pessoa”.<br />

Com o domínio <strong>de</strong> algumas técnicas, dispensam receitas.<br />

“O conhecimento da gastronomia nos possibilita isso.<br />

É abrir a gela<strong>de</strong>ira e ver o que tem para transformar em<br />

algo apetitoso”.<br />

Mas, isso ocorre em sua casa, porque, no Cozinha com Z,<br />

ela cuida mesmo é da comunicação e do marketing. Fica<br />

sob sua responsabilida<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, o posicionamento,<br />

as re<strong>de</strong>s sociais, o site, o relacionamento com a<br />

imprensa, as imagens a serem publicadas e toda divulgação<br />

do espaço, que teve origem num food truck há cerca<br />

<strong>de</strong> três anos, com um cardápio que traz uma releitura da<br />

comida brasileira.<br />

Baiana, formada em administração com especialização<br />

em marketing, Virna acredita que sair para comer é mais<br />

do que saciar a fome. “É um momento <strong>de</strong> estar com a<br />

família, amigos, <strong>de</strong> se reunir. Tem todo um lado <strong>de</strong> encantamento”.<br />

Com base nisso, ela se preocupa em construir<br />

um ambiente aconchegante e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> sustentado<br />

em três pilares: comida, ambiente e atendimento.<br />

À <strong>Propaganda</strong>, preparou tartar <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> sereno, que é<br />

produzida no próprio restaurante. Trata-se <strong>de</strong> uma releitura<br />

da carne <strong>de</strong> sol. “É difícil achar carne <strong>de</strong> sol <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

em São Paulo. Por isso, optamos por preparar a nossa,<br />

que fica três noites para <strong>de</strong>sidratar, então batizamos <strong>de</strong><br />

carne <strong>de</strong> sereno”, conta. A publicitária está na Tudo há<br />

sete anos, sendo que já passou por diversas áreas, como<br />

planejamento, projetos especiais. Atualmente é diretora<br />

<strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> mercado (área criada há cerca <strong>de</strong> quatro<br />

anos) e também <strong>de</strong> um dos núcleos <strong>de</strong> planejamento.<br />

Des<strong>de</strong> o início do ano a agência mudou sua estrutura <strong>de</strong><br />

funcionamento, passando a operar com três núcleos formados<br />

por diretores <strong>de</strong> planejamento e criação.<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 65


Gastronomia<br />

TARTAR<br />

INGREDIENTE<br />

20ml <strong>de</strong> azeite<br />

100g <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> sol<br />

50g <strong>de</strong> cebola roxa<br />

Tomilho-limão (quanto baste)<br />

100g <strong>de</strong> abobrinha em ro<strong>de</strong>las finas - carpaccio<br />

1 colher <strong>de</strong> café pimenta <strong>de</strong>do-<strong>de</strong>-moça picadinha<br />

Molho<br />

10ml <strong>de</strong> molho <strong>de</strong> pimenta<br />

10ml <strong>de</strong> mostarda<br />

5ml <strong>de</strong> melaço <strong>de</strong> cana<br />

5ml <strong>de</strong> molho inglês<br />

10ml <strong>de</strong> ketchup<br />

MODO DE PREPARO<br />

Cortar a abobrinha em ro<strong>de</strong>las bem fininhas, *branquear<br />

em água e sal e reservar. Deixar esfriar na gela<strong>de</strong>ira.<br />

Fazer um molho com mostarda, molho inglês, pimenta<br />

gota, <strong>de</strong>do-<strong>de</strong>-moça, pimenta <strong>de</strong> cheiro, cebola roxa<br />

em *brunoise e ketchup. Fazer uma mistura equilibrada<br />

e anotar quantida<strong>de</strong>s para 1 porção. Fazer na hora <strong>de</strong><br />

servir. Picar a carne <strong>de</strong> sol na ponta da faca e misturar<br />

nesse molho. Dispor as ro<strong>de</strong>las <strong>de</strong> abobrinha no prato,<br />

colocar o tartar no mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> anel, no centro. Temperar<br />

com azeite feito <strong>de</strong> tomilho-limão, <strong>de</strong>corar com raminho<br />

<strong>de</strong> tomilho ou flor <strong>de</strong> manjericão. Servir frio acompanhado<br />

<strong>de</strong> pão ou torradas.<br />

*branquear = colocar em água fervendo por 10 segundos<br />

e em seguida colocar em água gelada. Retirar quando<br />

esfriar.<br />

*brunoise – cubinhos minúsculos<br />

66<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


Executivo da Sagaz filmes<br />

herdou a arte da família<br />

Veia artística<br />

Por Suzi Cavalari<br />

Coincidência ou não, Christian Luis, 43, nasceu no mesmo<br />

mês (outubro) que o artista espanhol Pablo Picasso e no ano<br />

<strong>de</strong> sua morte, 1973. Possuem, além das datas, algo mais em<br />

comum: a arte. Guardadas as proporções, Chris, sócio e diretor<br />

<strong>de</strong> pós-produção da Sagaz Filmes, tem a pintura como hobby.<br />

O interesse po<strong>de</strong> ter surgido a partir da influência <strong>de</strong> sua<br />

família, repleta <strong>de</strong> artistas. Ele não sabe dizer ao certo quando<br />

tudo começou. “É difícil mensurar um tempo, já que na minha<br />

família pintar era algo muito natural e fazia parte do nosso<br />

cotidiano. Estávamos sempre produzindo ou acompanhado<br />

minha mãe em suas produções artísticas”, diz.<br />

68<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

O avô - chamado <strong>de</strong> Ernesto pelos brasileiros e <strong>de</strong> Hanz Ernest<br />

na Alemanha - veio para o país fugido da guerra. Era artista,<br />

escultor, mas chegou sem falar o idioma e se virou como<br />

pintor <strong>de</strong> objetos e casas. A mãe <strong>de</strong> Chris faz esculturas e pinta<br />

com tinta a óleo. Quando criança, ele tentava pintar com<br />

a mãe, mas não tinha paciência <strong>de</strong> esperar a base da tinta<br />

óleo secar <strong>de</strong> um dia para o outro. Quando enveredou para o<br />

mercado da produção, alguém lhe falou sobre a tinta acrílica,


Fotos: divulgacão<br />

foi então que <strong>de</strong>sabrochou seu interesse pela pintura. “Eu<br />

comecei a pintar no fim da década <strong>de</strong> 1990, quando tinha<br />

uns 24 anos. Nessa época, tive acesso à tinta acrílica e foi<br />

com o uso <strong>de</strong>la que consegui <strong>de</strong>senvolver minhas telas.<br />

Achei uma forma <strong>de</strong> me expressar”.<br />

Começou com figuras abstratas até se encontrar pintando<br />

“suas cabeças <strong>de</strong> negros”. Seu pai é filho <strong>de</strong> negro<br />

com japonês. “Acho bonito, os rostos, as formas dos negros<br />

me inspiram bastante. Boca gran<strong>de</strong>, cabeça gran<strong>de</strong><br />

e nariz achatado”. O <strong>de</strong>senho foi ganhando traços bem<br />

característicos. Personalida<strong>de</strong> marcante. Des<strong>de</strong> 2001 já<br />

pintou cerca <strong>de</strong> 30 telas, que estão distribuídas entre a<br />

Sagaz, sua casa, on<strong>de</strong> possui um ateliê, e a <strong>de</strong> familiares.<br />

Não se <strong>de</strong>sfaz das telas, diz ter ciúmes.<br />

Christian vê total sinergia entre hobby e seu trabalho. “Desenvolvo<br />

layouts que envolvem combinações <strong>de</strong> cores,<br />

diagramações criativas, todos fazem parte das minhas<br />

composições e animações. Sou um apaixonado por conhecimento,<br />

pesquisa e treino. Toda forma <strong>de</strong> arte me<br />

impacta e fascina. Para pintar uma tela, geralmente tenho<br />

um processo criativo em que começo pelos estudos pré-<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 69


70<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

vios <strong>de</strong> formas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cores da base e das interferências<br />

<strong>de</strong>ssas cores. Quando inicio a pintura, tudo vai se<br />

transformando. Muito do que concebi está lá e um tanto<br />

ganha forma na inspiração do momento”.<br />

E inspiração é o que não falta, seja no ambiente profissional<br />

ou no familiar. O irmão mais velho também é entusiasta<br />

da pintura, prefere a óleo e com temas mais reais,<br />

menos gráficos. A mulher é atriz, o sogro, musicista. “Ele<br />

tem um ouvido incrível e toca violão, viola”. Ao que tudo<br />

indica, a arte <strong>de</strong>ve alcançar mais uma geração: o filho <strong>de</strong><br />

quatro anos do casal acompanha a mãe estudando e falando<br />

<strong>de</strong> teatro… “Ele me observa <strong>de</strong>senhando, pintando,<br />

estudando, além das cantorias e dos ‘shows’ que faze-


mos juntos. Acredito que tudo isso o influenciará com o<br />

passar dos anos”.<br />

Se Fernando Pessoa estiver certo, no que diz respeito à<br />

arte se basear na sensibilida<strong>de</strong>, essencialmente na sensibilida<strong>de</strong>,<br />

há uma explicação para a experiência que Chris teve<br />

em 2009. “Pintei uma tela com uma cabeça extremamente<br />

andrógina: do olho esquerdo sai um mosaico <strong>de</strong> cores<br />

que ultrapassa a cabeça e se expan<strong>de</strong> por trás <strong>de</strong>la”. No<br />

fim daquele ano, ele sofreu um “AVCI” (em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong><br />

uma ablação cardíaca), per<strong>de</strong>u a visão e permaneceu por<br />

duas semanas na UTI, até voltar a enxergar com certa dificulda<strong>de</strong>.<br />

“Por conta da lesão, eu tinha um brilho intenso do<br />

lado esquerdo da minha visão, exatamente o olho que eu<br />

havia pintado. Depois <strong>de</strong> alguns meses, um dia eu estava<br />

em casa e me <strong>de</strong>i conta <strong>de</strong> que aquela tela tinha exatamente<br />

esse brilho, penso que foi uma premonição eu ter<br />

pintado essa tela meses antes ou somente uma <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za<br />

do <strong>de</strong>stino”. Hoje, completamente recuperado da lesão,<br />

enxerga perfeitamente e continua a pintar.<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 71


AS MELHORES DOS 30 ANOS<br />

DO MARKETING BEST<br />

A ABRAMARK – Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing – acaba <strong>de</strong> eleger as 40 empresas, <strong>de</strong>ntre as quase 300 premiadas<br />

nos primeiros 30 anos do Marketing Best, que mais se <strong>de</strong>stacaram pelos conjuntos <strong>de</strong> suas ações e obras, na<br />

construção <strong>de</strong> um marketing brasileiro, mo<strong>de</strong>rno, ético e <strong>de</strong> excepcional qualida<strong>de</strong>.<br />

Empresas Vencedoras<br />

Accenture<br />

Alphaville Urbanismo<br />

Avon<br />

Banco Bra<strong>de</strong>sco<br />

Banco <strong>de</strong> Eventos<br />

Banco Santan<strong>de</strong>r<br />

Bob’s<br />

Carrefour<br />

Coca-Cola<br />

Coelho da Fonseca<br />

Copagaz<br />

Danubio<br />

DM9DDB<br />

Dona Benta Alimentos<br />

Editora Abril<br />

Elemidia<br />

ESPM<br />

Fiat<br />

Gafisa<br />

Globosat<br />

Gol<br />

Grupo Positivo<br />

Hospital Santa Paula<br />

Ipiranga<br />

Jequiti Cosméticos<br />

Johnnie Walker<br />

Latam<br />

Mastercard<br />

Petronas<br />

Polenghi<br />

Re<strong>de</strong> Vanguarda<br />

Sadia+BRF<br />

Seara<br />

Shopping SP Market<br />

SulAmérica<br />

The Group<br />

Ticket<br />

Ultragaz<br />

Vigor<br />

Vivo<br />

Gran<strong>de</strong> Júri, formado pelos<br />

Acadêmicos da Abramark:<br />

Agostinho Gaspar<br />

Alberto Saraiva<br />

Alex Periscinoto<br />

Alexandre Costa<br />

Álvaro Coelho da Fonseca<br />

Amália Sina<br />

Antonio Jacinto Matias<br />

Armando Ferrentini<br />

Carlos Augusto Montenegro<br />

Chieko Aoki<br />

Cristiana Arcangeli<br />

Eduardo Souza Aranha<br />

Einhart Jacome da Paz<br />

Élcio Anibal <strong>de</strong> Lucca<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

Francisco Gracioso<br />

Gilmar Pinto Cal<strong>de</strong>ira<br />

Guilherme Paulus<br />

Ivan F. Zurita<br />

João Appolinário<br />

João <strong>de</strong> Simoni<br />

José Bonifácio <strong>de</strong> Oliveira Sobrinho<br />

José Estevão Cocco<br />

José Victor Oliva<br />

Lincoln Seragini<br />

Luiz Antonio Cury Galebe<br />

Luiz Carlos Burti<br />

Luiza Helena Trajano<br />

Marcelo Cherto<br />

Marcos Henrique Nogueira Cobra<br />

Miguel Krigsner<br />

Milton Mira <strong>de</strong> Assumpção Filho<br />

Nizan Guanaes<br />

Paulo Sérgio Kakinoff<br />

Pedro Cabral<br />

Peter Ro<strong>de</strong>nbeck<br />

Regis Dubrule<br />

Viviane Senna<br />

Walter Zagari


Mais informações: (11) 3065-6466<br />

ou contato@marketingbest.com.br<br />

RaeMP


De férias<br />

e sem<br />

planejamento<br />

Por Bruno Sattim, gerente <strong>de</strong><br />

contas da SalveTribal Worldwi<strong>de</strong><br />

74<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

Executivo da Salve se impressiona com<br />

<strong>de</strong>scobertas na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cape Town<br />

Depois <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 12 anos trabalhando, pela primeira vez,<br />

consegui um feito <strong>de</strong> pegar 30 dias <strong>de</strong> férias. Pra on<strong>de</strong> ir? Eu<br />

e minha mulher não tivemos muito tempo para planejar e, faltando<br />

3 meses para as férias, começamos a pesquisar locais<br />

“diferentes” e menos clichês para viajarmos durante 20 dias.<br />

Depois <strong>de</strong> 15 dias conversando com diversas agências <strong>de</strong> viagens,<br />

chegamos à conclusão que iríamos para a África do Sul,<br />

por dois motivos - 1) O valor da viagem não seria nenhuma ab-


Fotos: divulgacão<br />

na vida: praia, montanhas, restaurantes, vinho e mais<br />

vinho, gentileza e uma população muito mais simpática<br />

quando você fala que é brasileiro.<br />

Pontos fortes da cida<strong>de</strong>: Table Mountain - uma vista maravilhosa;<br />

Camps Bay - praia com uma agua cristalina e<br />

visual surpreen<strong>de</strong>nte; e o Jardim Botânico (Kirstenbosch)<br />

- vegetação linda e fica no “pé” da Table Mountain.<br />

Na cida<strong>de</strong> do Cabo fechamos um pacote <strong>de</strong> turistão<br />

mesmo e, durante cinco dias, andamos a cida<strong>de</strong> inteira<br />

com “aqueles ônibus” vermelhos <strong>de</strong> dois andares. Ótima<br />

escolha para não se preocupar com carro e caminhos e<br />

até mesmo para po<strong>de</strong>r beber a qualquer momento.<br />

Depois, partimos para Stellenbosch, região <strong>de</strong> vinícolas,<br />

mais <strong>de</strong> 160 fazendas <strong>de</strong> produção e vinhos, a cida<strong>de</strong> é<br />

muito bem cuidada e com uma arquitetura holan<strong>de</strong>sa.<br />

Nela, ficamos três dias e fizemos diversas visitas a fazendas<br />

para enten<strong>de</strong>r todos os processos <strong>de</strong> produção<br />

e ver quilômetros e quilômetros <strong>de</strong> parreiras. Não enten<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong> vinho, mas gostamos bastante <strong>de</strong> <strong>de</strong>gustar.<br />

Os vinhos são excelentes e nas cinco fazendas que vi-<br />

surdo e nosso dinheiro é “valorizado” lá. 2) Curiosida<strong>de</strong>,<br />

já que nenhum dos nossos amigos havia ido.<br />

Depois <strong>de</strong> 500… 600 orçamentos, resolvemos incluir<br />

Ilhas Maurício no percurso. “Sábia <strong>de</strong>cisão” para o <strong>de</strong>scanso.<br />

Chegamos na Cida<strong>de</strong> do Cabo e a primeira impressão<br />

foi ótima, já que não esperávamos uma cida<strong>de</strong> bonita,<br />

organizada, limpa e com a natureza 100% integrada.<br />

Uma cida<strong>de</strong> muito gostosa, que até <strong>de</strong>sperta uma vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> morar. Nela, encontramos tudo que gostamos<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 75


sitamos ficamos surpreendidos com as estrutura e até<br />

mesmo com o acolhimento dos sul-africanos.<br />

Dica: vale muito a pena comprar vinho e trazer para o<br />

Brasil. O custo-benefício é ótimo, porém, para carregar<br />

na mala, não é legal.<br />

Aeroporto novamente e chegamos ao parque Internacional<br />

Kruger, região dos safáris e hotéis <strong>de</strong> luxo - somente<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> reservas. Nosso escolhido foi o Kapama<br />

Hotels. O gran<strong>de</strong> estopim da viagem. Nunca<br />

imaginávamos que seria algo tão diferente e especial<br />

76<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

para nós dois. O foco era encontrar os “Big Five” animais<br />

da savana (rino, leão, elefante, leopardo e búfalo), mas<br />

para nós significou muito mais que apenas ir olhar a casa<br />

<strong>de</strong>sses bichos, uma mistura <strong>de</strong> impotência e adrenalina<br />

quando você dá <strong>de</strong> cara com uma família gigante <strong>de</strong> elefantes<br />

ou uma briga entre leões e búfalos - sim, presenciamos<br />

um início <strong>de</strong> briga entre <strong>de</strong>z leões e um búfalo e<br />

adivinha… o leão não é o rei da selva… Já está marcado:<br />

eu e minha mulher iremos fazer mais safáris na vida, próxima<br />

parada, Namíbia... rs! Daqui cinco anos.<br />

Tchau safári, queríamos ter ficado mais, porém uma das


praias mais lindas do mundo estava nos esperando.<br />

Chegamos nas Ilhas Maurício e <strong>de</strong>mos <strong>de</strong> cara com um<br />

hotel charmoso, grandioso, pé na areia e com uma comida<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Parece que você está na Índia, a população<br />

tem gran<strong>de</strong> influencia da Índia, mas todos são<br />

carismáticos e loucos para te tratarem bem. As águas<br />

são cristalinas e normalmente na costa com hotéis, as<br />

águas são mais lindas ainda. Cinco dias <strong>de</strong> praia, ilhas,<br />

regalias e muito <strong>de</strong>scanso.<br />

Recomendo essa viagem, ou até mesmo esse roteiro,<br />

porque visitamos uma cida<strong>de</strong> que impressiona e não sabíamos,<br />

acredito que todos brasileiros não saibam, do<br />

potencial <strong>de</strong> Cape Town. Degustamos vinhos da única<br />

região do continente que produz vinho, no safári encontramos<br />

o céu estrelado mais lindo que já vimos e relaxamos<br />

em uma praia que transmite beleza e paz.<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 77


O drama contra a dor<br />

Por Nelson Varón Ca<strong>de</strong>na<br />

Uma das características<br />

da propaganda antiga <strong>de</strong><br />

remédios, aquela veiculada<br />

durante as três primeiras<br />

décadas do século<br />

20, bem antes da<br />

primeira normatização<br />

do setor, era o impacto<br />

visual provocado propositalmente<br />

pelas imagens<br />

dos anúncios; os ilustradores<br />

caprichavam nas<br />

expressões <strong>de</strong> angústia<br />

e <strong>de</strong>sespero dos personagens,<br />

em especial<br />

para divulgar os produtos<br />

contra a dor: <strong>de</strong> cabeça,<br />

reumática, dos rins, gota<br />

e outras do gênero.<br />

Não se concebia a divulgação fora<br />

<strong>de</strong>sse contexto extremo, a não ser a<br />

propaganda da Bayer, muito formal,<br />

um traço cultural. Dá para enten<strong>de</strong>r.<br />

Os alemães são racionais enquanto<br />

nós, latinos, somos exagerados, extremados<br />

e dramáticos.<br />

78<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />

Os publicitários mais experientes conhecem<br />

alguns exemplos <strong>de</strong>sse drama<br />

visual. Dois <strong>de</strong>les, clássicos: o do<br />

xarope São João, em que o sujeito,<br />

com um pano na boca e expressão


<strong>de</strong> angústia, fala “Larga-me... Deixa-me gritar”; e o do<br />

Urodonal, em que um homem se contorce <strong>de</strong> dor no<br />

chão, dor nos rins representada por alicates no corpo,<br />

enquanto se esforça para alcançar com o braço o frasco<br />

do produto. Os italianos foram além em relação a<br />

esse remédio e <strong>de</strong>senharam um indivíduo <strong>de</strong>itado numa<br />

cama gritando, enquanto anões, em cima <strong>de</strong>le, cravavam<br />

ferros nas juntas, com pesadas marretas. Um quadro<br />

<strong>de</strong> tortura.<br />

Fora os clássicos, há várias campanhas <strong>de</strong> outros produtos<br />

recomendados para dores, também, focadas no<br />

extremismo visual do sofrimento e a sua representação<br />

através <strong>de</strong> agulhas lancinantes espetadas no corpo,<br />

<strong>de</strong>ntre outros elementos, que vale aqui mencionar. Os<br />

reclames do produto Untisal são um exemplo disso. Os<br />

argentinos criaram um clássico <strong>de</strong>sse produto: o anúncio<br />

mostrava uma mão portando uma espada que cortava<br />

as cobras enroladas no paciente, livrando-o do sufoco<br />

das dores reumáticas.<br />

No Brasil, o produto Untisal fez largo uso <strong>de</strong>ssa estratégia<br />

com ilustrações muito convincentes. Um anúncio da<br />

década <strong>de</strong> 1930 mostrava uma corda cheia <strong>de</strong> nós para<br />

caracterizar as inflamações dos músculos e tendões,<br />

mas a peça gráfica <strong>de</strong> maior impacto era aquela que<br />

mostrava o pé <strong>de</strong> um homem, com botinha <strong>de</strong> gesso<br />

para a gota, sendo furado por uma máquina perfuradora<br />

<strong>de</strong> asfalto. Outro reclame do gênero evi<strong>de</strong>nciava o braço<br />

<strong>de</strong> um sujeito atraindo alfinetes, ganchos e parafusos.<br />

Outro produto que dramatizou ao extremo os efeitos da<br />

dor foi o Urotropina. Ele chocou os leitores <strong>de</strong> revistas<br />

com um anúncio publicado em 1924. A ilustração revelava<br />

um homem que tinha se suicidado (sentado na ca<strong>de</strong>ira,<br />

portando o revolver na mão) por não suportar a dor.<br />

O texto alertava “O suicídio... é uma manifestação <strong>de</strong> fraqueza,<br />

quase sempre proveniente <strong>de</strong> doenças causadas<br />

por <strong>de</strong>scuido e relaxamento... Previnam-se... contra<br />

as enfermida<strong>de</strong>s dos rins... tomando cada mês, durante<br />

alguns dias, alguns comprimidos Schering <strong>de</strong> Urotropina,<br />

o maior <strong>de</strong>sinfetante das vias urinárias”.<br />

Quanto drama! Para convencer o consumidor a utilizar<br />

o remédio que prometia aliviar dores martirizantes, que<br />

dirá as dores comuns.<br />

Nelson Varón Ca<strong>de</strong>na<br />

É autor do livro<br />

“Brasil 100 anos <strong>de</strong> <strong>Propaganda</strong>” e editor do blog<br />

almanaquedacomunicacao.com.br/blog<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 79


Click do alê<br />

A publicida<strong>de</strong> brasileira brilhou novamente na charmosa Côte d´Azur, conquistando<br />

99 Leões no Cannes Lions <strong>2017</strong>. A Almap foi, mais uma vez, o gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>staque. Com 22 Leões bateu seu recor<strong>de</strong> e sagrou-se vice campeã do<br />

festival. Quem também fez bonito foi a dupla do Young Lions Brazil - Eduardo<br />

Lubiazi e Luiz Pacciolli -, que trouxe o inédito ouro na<br />

categoria Film. Também subiram ao palco do Palais<br />

<strong>de</strong>s Festivals para receber seus respectivos Leões<br />

<strong>de</strong> Ouro as agências DM9, Ogilvy, Grey, Africa,<br />

Y&R, Publicis e David.<br />

80<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


Leão <strong>de</strong> ouro para Ogilvy Brasil na área <strong>de</strong> Print, em campanha para a Forbes<br />

Y&R conquista Leão <strong>de</strong> Ouro em Radio<br />

Equipe da AlmapBBDO recebe Leão <strong>de</strong> ouro em Outdoor<br />

Equipe da Publicis Brasil recebe Leão <strong>de</strong> ouro em Outdoor, com campanha para Heineken<br />

O presi<strong>de</strong>nte do júri <strong>de</strong> Direct, Ted Lim, com Paulo Coelho e Aricio Fortes, da DM9<br />

Equipe da agência Grey festeja no palco o Leão <strong>de</strong> ouro em Direct<br />

Africa recebe Leão <strong>de</strong> ouro na área <strong>de</strong> Cyber pelo filme A estreia, para Budweiser/ESPN<br />

aleoliveira@propmark.com.br<br />

Os youngs, Luiz Pacciolli e Eduardo Lubiazi, entre Erh Ray, jurado na categoria Film, e Emmanuel<br />

Publio Dias, coor<strong>de</strong>nador do projeto Young Lions Brazil<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 81


dorinho<br />

Dona Zezé, a moça do café<br />

82<br />

julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>


DM9 SOBE 10<br />

POSIÇÕES<br />

NO RANKING<br />

DE AGÊNCIAS.<br />

CONQUISTA 6<br />

NOVAS CONTAS.<br />

AND GETS BACK<br />

TO THE STAGE<br />

OF CANNES<br />

WINNING 10 LIONS.<br />

DEFENDENDO A PROPAGANDA PROPAGANDA<br />

COMO GILBERTO LEIFERT FEZ A VIDA INTEIRA.

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