Propaganda_Julho de 2017
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795<br />
R$ 15,50<br />
ANO 61 • JULHO DE <strong>2017</strong><br />
ISSN 0033-1244<br />
LEIFERT<br />
GILBERTO
4<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
30<br />
06<br />
10<br />
12<br />
14<br />
Editorial<br />
Cara nova<br />
E-mails<br />
Linha Direta<br />
Separação<br />
ZAP<br />
20<br />
26<br />
54<br />
16<br />
20<br />
24<br />
26<br />
28<br />
30<br />
44<br />
46<br />
50<br />
52<br />
54<br />
64<br />
68<br />
74<br />
78<br />
80<br />
82<br />
Vaivém<br />
Mercado<br />
Eu sou Amazônia<br />
Opinião<br />
Start me up<br />
Lançamento<br />
Pulsação acelerada<br />
Pesquisa<br />
Roqueiros ecléticos<br />
Especial Leifert<br />
Senhor unanimida<strong>de</strong><br />
Obladi, Obladá<br />
O leão <strong>de</strong> cabelos brancos<br />
Making of<br />
Viva São João<br />
Digital<br />
Como a publicida<strong>de</strong> mobile po<strong>de</strong><br />
gerar vendas em loja física?<br />
Livros<br />
Cannes<br />
Diverso e tecnológico<br />
Gastronomia<br />
Casamento perfeito<br />
Hobby<br />
Veia artística<br />
Viagem<br />
De férias e sem planejamento<br />
Memória<br />
O drama contra a dor<br />
Click do alê<br />
Dorinho<br />
Dona Zezé, a moça do café<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 5
Editorial<br />
Cara nova<br />
“Mantivemos a qualida<strong>de</strong> do conteúdo editorial.<br />
Nosso objetivo é tornar a leitura mais leve e<br />
agradável, valorizando a imagem e a cor”<br />
Acredito que você, caro leitor, <strong>de</strong>ve estar surpreso com a cara nova da <strong>Propaganda</strong>.<br />
Mudamos quase tudo: impressão, papel e arte; mantivemos a qualida<strong>de</strong> do conteúdo<br />
editorial. Nosso objetivo é tornar a leitura mais leve e agradável, valorizando a imagem<br />
e a cor.<br />
Esse novo projeto visual foi <strong>de</strong>senvolvido pelo publicitário e <strong>de</strong>signer Marcello Barbusci<br />
(foto). Aos 49 anos, ele acumula mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> trabalhos na área <strong>de</strong><br />
comunicação.<br />
Atualmente se <strong>de</strong>dica à fotografia, clicando nos formatos still, arquitetura,<br />
retratos, street, editorial, institucional e corporativo. Seu trabalho<br />
é reconhecido internacionalmente, tendo saído na Bold Magazine,<br />
dos EUA, e participado do Projeto Vivo Call Para<strong>de</strong> 2012. Trabalhou<br />
também para a PPE Agency (Agency official photos of the royal family<br />
in the world), tendo fotografado a vinda do príncipe Maurits e princesa<br />
Marilene <strong>de</strong> Orange-Nassau a São Paulo. Foi premiado no One Photographer<br />
a Day, <strong>de</strong> Portugal.<br />
Marcello também edita a revista multiplataforma ONLY Mobile Art (impressa<br />
e APP), que apresenta ensaios produzidos ao redor do mundo<br />
somente com smartphone. Realizou, em janeiro <strong>de</strong> 2015, a exposição<br />
fotográfica São Paulo Revelada, no Shopping Eldorado, em São Paulo.<br />
Mantém escritórios em Nova York e São Paulo.<br />
* * *<br />
Na estreia do novo formato da revista, publicamos uma matéria especial sobre Gilberto<br />
Leifert, que recentemente <strong>de</strong>ixou o comando da estratégica diretoria <strong>de</strong> relações<br />
com o mercado da Re<strong>de</strong> Globo, à frente do qual estava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1988. Nesses quase 30<br />
anos <strong>de</strong> Globo, Leifert, com seu estilo diplomático, conseguiu tornar-se uma unanimida<strong>de</strong><br />
junto aos profissionais do mercado da comunicação, do qual ele não se aposenta<br />
totalmente, pois continuará a atuar como representante da Associação Brasileira <strong>de</strong><br />
Emissoras <strong>de</strong> Rádio e Televisão (Abert) e seguirá presidindo o Conselho Nacional <strong>de</strong><br />
Autorregulação Publicitária (Conar), no qual exerce seu nono mandato consecutivo.<br />
* * *<br />
Por fim, caro leitor, esperamos que você aprecie o novo visual <strong>de</strong> <strong>Propaganda</strong>.<br />
6<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
Pedro Yves<br />
diretor <strong>de</strong> redação<br />
pedroyves@editorareferencia.com.br
www.revistapropaganda.com.br<br />
DIRETOR DE REDAÇÃO: Pedro Yves<br />
propaganda@editorareferencia.com.br<br />
EDITORA ASSISTENTE: Suzi Cavalari<br />
suzi@editorareferencia.com.br<br />
EDITOR DE FOTOGRAFIA: Alê Oliveira<br />
DIREÇÃO DE ARTE: Anilton Rodrigues Marques<br />
anilton@editorareferencia.com.br<br />
COLABORADORES<br />
Alberto Pardo, Carlos Castelo, Dorinho Bastos,<br />
José Eustachio e Nelson Varón Ca<strong>de</strong>na<br />
DIRETORA-COMERCIAL<br />
Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
GERENTE-COMERCIAL<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@editorareferencia.com.br<br />
DIRETOR-PRESIDENTE<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
CONSULTORA DE MARKETING<br />
Tatiana Milani Ferrentini<br />
tatiana@editorareferencia.com.br<br />
DIRETOR-EXECUTIVO<br />
Tiago A. Milani Ferrentini<br />
tferrentini@editorareferencia.com.br<br />
CIRCULAÇÃO<br />
Vendas <strong>de</strong> Assinaturas/Central <strong>de</strong><br />
Renovações/Exemplares Atrasados/Central<br />
<strong>de</strong> Atendimento a Assinantes:<br />
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SÃO PAULO<br />
Rua François Coty, 228 - CEP 01524-030<br />
São Paulo - SP - Tels.: (11) 2065-0738<br />
DEMAIS ESTADOS:<br />
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A revista <strong>Propaganda</strong> é uma pu blicação<br />
mensal da Editora Refe rência Ltda.<br />
Tiragem 20 mil exemplares<br />
CTP, IMPRESSÃO E ACABAMENTO<br />
FILIAÇÃO:<br />
A revista <strong>Propaganda</strong> utiliza a<br />
tinta ecológica ISO BIO-REVERSE,<br />
da Premiata na impressão <strong>de</strong><br />
suas edições<br />
8<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
29 anos brilhando<br />
na Globo sem<br />
nunca ter ido ao ar.<br />
Mestre.<br />
Obrigado pelos anos <strong>de</strong><br />
parceria, Gilberto Leifert.<br />
Uma homenagem dos<br />
amigos da Lew’Lara\TBWA.<br />
lewlaratbwa.com.br
ISSN 0033-1244<br />
edição 794 • ano 61 • junho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> • R$ 15,50 • revistapropaganda.com.br<br />
ENTREVISTA<br />
Rogério Dezembro, CEO da<br />
Capital Live, fala do<br />
sucesso do Allianz Parque<br />
PRÊMIO<br />
As melhores<br />
campanhas da 3ª edição<br />
do Desafio Estadão<br />
Como palmeirense, me sinto orgulhoso do sucesso<br />
que têm sido as ações multiuso do Allianz<br />
Parque (entrevista com Rogério Dezembro, edição<br />
794). Parabéns ao Rogério Dezembro e à<br />
equipe da Capital Live.<br />
Gabriel Loterio – São Paulo<br />
Em relação à entrevista <strong>de</strong> Rogério Dezembro,<br />
gostaria <strong>de</strong> esclarecer que pelo menos aqui, em<br />
Brasília, na arena Mané Garrincha, tem sido realizados<br />
shows e outros eventos.<br />
Cal Moreira - Brasília<br />
N. da R.: no box da citada entrevista, abordamos<br />
que outras arenas construídas em função<br />
da Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014 enfrentam problemas<br />
os mais diversos. No caso <strong>de</strong> Brasília, o problema<br />
é suspeita <strong>de</strong> superfaturamento.<br />
É isso aí, Rogério Dezembro! Toda a força para o<br />
seu ótimo trabalho em prol do Verdão, o primeiro<br />
Campeão Mundial Interclubes.<br />
Raul Neto – São Paulo<br />
Obladi, obladá<br />
Sensacional a maneira como o Carlos Castelo<br />
teve o insigth para o anúncio da mostarda (“A<br />
paranomásia na publicida<strong>de</strong>”, edição 794). Criar<br />
não é fácil, por isso, <strong>de</strong>scobrir que um gran<strong>de</strong><br />
profissional usa até expedientes aparentemente<br />
<strong>de</strong> mau gosto muito me incentiva nesse meu começo<br />
<strong>de</strong> carreira como redator.<br />
Gustavo Lima - Florianópolis<br />
Cannes<br />
Parabéns aos publicitários brasileiros, que mais<br />
uma vez bateram recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> prêmios em Cannes.<br />
Em meio à grave crise econômica que atravessamos,<br />
não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um alento ver que<br />
uma indústria dinâmica como a da propaganda<br />
segue firme na sua qualida<strong>de</strong> criativa.<br />
Valeria Buonniconti – São Paulo<br />
Legal a história da coluna Obladi, Obladá sobre a<br />
paranomásia no anúncio da mostarda. Em meio<br />
a tanto anúncio <strong>de</strong> mau gosto, um trocadilho que<br />
acerta na mosca é muito raro <strong>de</strong> acontecer.<br />
Renata <strong>de</strong> Salvi – São Paulo<br />
Zaragoza<br />
Parabéns ao colunista Nelson Ca<strong>de</strong>na pela excelente<br />
matéria sobre o José Zaragoza, que <strong>de</strong>ixou<br />
a todos nós, que trabalhamos com propaganda,<br />
órfãos da sua genial criativida<strong>de</strong>.<br />
Edson Pasquini – São Paulo<br />
Rogério Dezembro<br />
Fale com a redação. Envie sua opinião para: propaganda@editorareferencia.com.br<br />
As mensagens recebidas po<strong>de</strong>rão ser editadas e publicadas <strong>de</strong> forma reduzida.<br />
10<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
Separação<br />
Por Armando Ferrentini<br />
A importância <strong>de</strong> Leifert, relatada na<br />
matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição e assinada<br />
por Pedro Yves, já se embute na<br />
história da própria ativida<strong>de</strong> publicitária<br />
brasileira das últimas três décadas.<br />
Tendo em vista a prolongada crise econômica que atravessamos,<br />
acentuada por uma crise política que parece interminável,<br />
o Brasil começa a se <strong>de</strong>scolar <strong>de</strong>sta última, <strong>de</strong>ixando seus<br />
problemas e soluções com os políticos e os tribunais.<br />
Assim é que neste mês <strong>de</strong> julho, tradicionalmente um período<br />
fraco para o <strong>de</strong>sempenho publicitário, tivemos e estamos<br />
tendo manifestações mais acentuadas em alguns mercados.<br />
Essa tendência vai se refletir <strong>de</strong> forma ainda mais significativa a<br />
partir <strong>de</strong> agosto, quando <strong>de</strong> fato se inicia o segundo semestre<br />
nos negócios. É aqui que se dará a retomada publicitária, cujos<br />
primeiros sinais, entretanto, já surgiram em julho, juntamente<br />
com o movimento <strong>de</strong> separação da economia em relação à<br />
crise política.<br />
A percepção que já domina os players dos principais segmentos<br />
<strong>de</strong> negócios aponta para a recuperação das perdas verificadas<br />
nos últimos meses. A certeza <strong>de</strong> que as instituições<br />
estão funcionando, os crimes a princípio inacreditáveis praticados<br />
contra o erário estão sendo punidos e os culpados <strong>de</strong>vidamente<br />
con<strong>de</strong>nados, oferece um alívio para a população e,<br />
ao mesmo tempo, a garantia <strong>de</strong> que o Brasil está se safando<br />
<strong>de</strong> mais um período difícil da sua vida pública.<br />
Assim seja.<br />
***<br />
A presente edição <strong>de</strong> <strong>Propaganda</strong> homenageia um dos profissionais<br />
mais importantes do mercado: Gilberto Leifert, que<br />
ocupava o cargo <strong>de</strong> diretor da Central Globo <strong>de</strong> Relações<br />
com o Mercado, <strong>de</strong>ixou a emissora no dia 30 <strong>de</strong> junho, por<br />
completar os 30 anos <strong>de</strong> serviços prestados à mesma, o que,<br />
em função diretiva, conduz à saída do profissional.<br />
A propósito, os dirigentes publicitários que <strong>de</strong>têm mais <strong>de</strong><br />
80% <strong>de</strong> todas as verbas do país compareceram ao almoço<br />
promovido pela Abap, sob a presidência <strong>de</strong> Mario D’Andrea<br />
(Dentsu), para homenagear Gilberto Leifert, em uma reunião<br />
<strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res como há muito não se via no segmento.<br />
A importância <strong>de</strong> Leifert, relatada na matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta<br />
edição e assinada por Pedro Yves, já se embute na história<br />
da própria ativida<strong>de</strong> publicitária brasileira das últimas três décadas.<br />
E não apenas o texto jornalístico acima apontado, mas<br />
inclusive os anúncios que fazem parte <strong>de</strong>sta edição – já que<br />
falamos <strong>de</strong> propaganda – comprovam o mérito das homenagens<br />
a Leifert.<br />
***<br />
Passamos uma vez mais no gran<strong>de</strong> teste <strong>de</strong> Cannes, que<br />
julga anualmente todas as plataformas e trabalhos para elas<br />
<strong>de</strong>senvolvidos pela ativida<strong>de</strong> publicitária dos países que ocupam<br />
a primeira meta<strong>de</strong> do bloco mundial das economias <strong>de</strong><br />
mercado.<br />
E, novamente, pu<strong>de</strong>mos verificar, através do exercício da<br />
comparação, que o nosso país prossegue produzindo um<br />
elogiável produto final nesse quesito do marketing.<br />
A sala <strong>de</strong> imprensa, reduto dos jornalistas que cobrem o Cannes<br />
Lions, permite que profissionais da mídia especializada (e<br />
alguns até da gran<strong>de</strong> mídia) <strong>de</strong> muitos países, inclusive dos<br />
mais <strong>de</strong>senvolvidos, provoquem aproximações frequentes<br />
com seus colegas brasileiros, indagando sobre as nossas<br />
agências, a força publicitária dos nossos anunciantes e principalmente<br />
sobre o empenho e a criativida<strong>de</strong> dos publicitários<br />
brasileiros, que se acostumaram a ganhar muitos importantes<br />
prêmios nesse tradicional festival.<br />
Essa curiosida<strong>de</strong> é para nós motivo <strong>de</strong> orgulho, endossando<br />
uma realida<strong>de</strong> que o Brasil publicitário já há muitos anos seguidos<br />
comemora.<br />
Figura querida, Leifert prossegue na presidência do Conar,<br />
recebendo um apelo das principais agências que atuam em<br />
nosso país para tão cedo não abrir mão <strong>de</strong>ssa importante missão<br />
que o mercado lhe confiou.<br />
12<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
Armando Ferrentini<br />
É diretor-presi<strong>de</strong>nte da Editora Referência<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br
Zap<br />
14<br />
Allianz Parque Experience<br />
Um novo tour, em que os guias contarão<br />
a história do clube em paralelo<br />
à visita pelas instalações do estádio<br />
do Palmeiras, um happy hour com<br />
ídolos do passado, disputar games<br />
eletrônicos e jogos no gramado com<br />
ex-atletas e até realizar um rapel da<br />
cobertura da arena até o gramado<br />
são as novida<strong>de</strong>s do novo pacote<br />
<strong>de</strong> ações, <strong>de</strong>nominado Allianz Parque<br />
Experience. Para isso, a Capital<br />
Live, empresa que administra o estádio,<br />
contratou uma startup que leva<br />
o mesmo nome das novida<strong>de</strong>s, comandada<br />
por Rodrigo Geammal.<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
Marcos Quintela<br />
no Li<strong>de</strong><br />
Marcos Quintela, CEO e sócio do<br />
Grupo Newcomm, holding das<br />
agências Y&R, é o novo curador<br />
do 8º Fórum <strong>de</strong> Marketing<br />
Empresarial. Para Luiz Fernando<br />
Furlan, Chairman do Li<strong>de</strong>, o conhecimento<br />
<strong>de</strong> Quintela agrega<br />
um valor intangível para o evento.<br />
Com trajetória impecável e todas<br />
as conquistas <strong>de</strong> Quintela, o Fórum<br />
<strong>de</strong> Marketing só tem a ganhar.<br />
O evento é promovido pelo<br />
Li<strong>de</strong> – Grupo <strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>res Empresariais;<br />
pela Editora Referência,<br />
li<strong>de</strong>rada por Armando Ferrentini;<br />
e pelo jornalista Adonis Alonso. O<br />
evento reunirá, em agosto, cerca<br />
<strong>de</strong> 400 lí<strong>de</strong>res do setor, para<br />
<strong>de</strong>bater a incessante busca por<br />
novos mo<strong>de</strong>los.
Paralela na Bienal<br />
A 32ª edição da feira <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign Paralela será realizada no Pavilhão<br />
da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, entre os dias 24 e 27 <strong>de</strong> julho.<br />
Entre os expositores da Paralela estão confirmados os <strong>de</strong>signers Sérgio<br />
J. Matos, Leonardo Bueno, Carol Gay, a marca Carbono Design,<br />
o Estúdio Cipó, o Estúdio Iludi, Crafta Inteligente, Cristais Cá d’Oro e<br />
Sebrae DF, entre outros.<br />
Cachaça<br />
oficial<br />
A tradicional Festa<br />
do Peão <strong>de</strong> Barretos,<br />
que este ano será realizada<br />
<strong>de</strong> 17 a 27 <strong>de</strong><br />
agosto, terá a própria<br />
cachaça. A Seleta,<br />
cachaça produzida<br />
na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salinas,<br />
em Minas Gerais,<br />
consi<strong>de</strong>rada a capital<br />
mundial da bebida,<br />
lança uma edição<br />
especial inspirada na<br />
maior festa <strong>de</strong> ro<strong>de</strong>io<br />
da América Latina.<br />
Nasce o Dentsu<br />
Crative Group<br />
A Dentsu Brasil se uniu à Mcgarrybowen<br />
para formar o Dentsu Crative<br />
Group. A mcgarrybowen teve origem<br />
com uma aquisição em 2007.<br />
A agência Dentsu Brasil foi estabelecida<br />
pelos japoneses no<br />
país antes da criação da holding<br />
DAN, o que aconteceu<br />
em 2014. Fora do Brasil, ambas<br />
as marcas vêm do legado<br />
Dentsu Inc. A Dentsu aplica<br />
tecnologia a serviço da<br />
comunicação, e a mcgarrybowen<br />
propõe-se a pensar<br />
soluções para os maiores<br />
<strong>de</strong>safios das marcas. Mario<br />
D’Andrea, presi<strong>de</strong>nte e CCO<br />
da Dentsu Brasil, assume a<br />
presidência do recém-criado<br />
Dentsu Creative Group.<br />
15
Fotos: divulgacão<br />
A Gloria Brasil – agência dos sócios Rafael<br />
Godoi e Cassio Clemente –, que atua<br />
nas áreas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, digital, mobile,<br />
live marketing e promoção, contratou<br />
duas profissionais para reforçar a área <strong>de</strong><br />
atendimento. Executiva <strong>de</strong> atendimento<br />
há nove anos, Tatiane Gimenes trabalhou<br />
em agências como Fracta-Moma,<br />
Onze MC e Confraria Visuale para clientes<br />
como Bunge, Nivea, Johnson & Johnson<br />
e Electrolux, entre outras marcas. A<br />
outra contratada da Gloria Brasil é Camile<br />
Azambuja, profissional <strong>de</strong> atendimento<br />
em agência há seis anos. Tem passagens<br />
pela Thanks e Granza, nas quais aten<strong>de</strong>u,<br />
entre outros, Dasa, General Shopping<br />
Brasil e Construtora Rovic.<br />
O Grupo RIC Paraná tem novo Publisher.<br />
Marcus Yabe assumiu o cargo da<br />
plataforma TopView, veículo <strong>de</strong> comunicação<br />
que atua nos segmentos <strong>de</strong> arquitetura<br />
e <strong>de</strong>sign, viagens, gastronomia,<br />
moda, personalida<strong>de</strong>s e socieda<strong>de</strong>. A plataforma<br />
passará nos próximos meses por<br />
reformulação para ampliar participação<br />
no mercado com novos projetos, além<br />
<strong>de</strong> novos produtos digitais e eventos que<br />
abrangerão mais <strong>de</strong> 20 cida<strong>de</strong>s do Sul<br />
do país. O <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> Yabe é conduzir o<br />
planejamento estratégico dos próximos<br />
cinco anos, tendo como diretriz principal o<br />
reposicionamento da empresa como uma<br />
multiplataforma <strong>de</strong> Estilo <strong>de</strong> Vida no Paraná,<br />
Santa Catarina e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />
O Grupo Isobar Brasil – formado por<br />
Isobar, Pontomobi, Cosin e IWS (Isobar<br />
Worldsourcing) – trouxe Pedro Garcia<br />
<strong>de</strong> Moura para ocupar o cargo <strong>de</strong> Head<br />
of Concept, recém-criado na empresa.<br />
Garcia é um dos fundadores da Queremos!,<br />
plataforma digital para fãs <strong>de</strong><br />
música por meio da análise <strong>de</strong> dados e<br />
financiamento coletivo. Com uma trajetória<br />
profissional diversa, o executivo<br />
trabalhou como criativo publicitário em<br />
Londres, São Paulo e Buenos Aires. Ao<br />
voltar ao Brasil, em 2011, criou o personagem<br />
“Cartiê Bressão”, o fotógrafo do<br />
cotidiano que conquistou a internet, com<br />
ampla repercussão na mídia nacional e<br />
internacional.<br />
Antonia Zobaran chega à criação da<br />
FCB Brasil como diretora <strong>de</strong> arte. Ela vem<br />
da NBS, on<strong>de</strong> esteve nos últimos quatro<br />
anos e meio. Antes, trabalhou também<br />
por cinco anos na F/Nazca. Em sua carreira,<br />
aten<strong>de</strong>u clientes como OI, Bob’s,<br />
Unimed Rio, Bom Negócio e O Boticário.<br />
No ano passado, teve seu trabalho reconhecido<br />
pela ABP, on<strong>de</strong> ganhou o Prêmio<br />
Destaques da Comunicação como Diretora<br />
<strong>de</strong> Arte.<br />
Em fase <strong>de</strong> crescimento e conquista dos principais prêmios<br />
mundiais com “The Refugee Nation”, da Ogilvy Nova York para a<br />
Anistia Internacional, a produtora Square Pixel ganha novo sócio: o<br />
produtor-executivo Gabriel Nogueira – na foto, Daniel Lins, diretor-<br />
-executivo; Raphael Dias, diretor <strong>de</strong> filmes; Aramis Barros, diretor<br />
<strong>de</strong> fotografia, e Nogueira. Além <strong>de</strong> toda a experiência em produção<br />
executiva, Nogueira soma conhecimento estratégico em <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> negócios adquirido na concorrida área <strong>de</strong> telecom,<br />
entre outros segmentos pelos quais passou antes da produtora.<br />
16<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
A Y&R promove os diretores <strong>de</strong> atendimento Leo Balbi e<br />
Luiz Villano a diretores-gerais <strong>de</strong> atendimento. No novo cargo,<br />
Balbi passa a li<strong>de</strong>rar o grupo <strong>de</strong> contas formado por Vivo,<br />
EAD, Cielo, Honda Motos e Salvat. Já Villano assume o comando<br />
do atendimento do Grupo Petrópolis (Itaipava, TNT e<br />
Crystal), Danone, Bonafont, BIC, Boehringer-Ingelheim e LG.<br />
Alejandro Suarez assumiu o cargo <strong>de</strong><br />
Chief Financial Officer (CFO) do Grupo<br />
Newcomm – holding das agências Y&R,<br />
VML, Red Fuse, Wun<strong>de</strong>rman e Grey e da<br />
empresa Ação Premedia. Nascido no Uruguai<br />
e vivendo há 17 anos no Brasil, Alejandro<br />
é formado em ciências contábeis pela<br />
Universidad <strong>de</strong> La República, no Uruguai,<br />
com pós-graduação em marketing pela<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Berkeley, nos Estados<br />
Unidos, e MBA pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />
Paulo (USP). Trabalhou na Nike do Brasil<br />
como diretor-financeiro <strong>de</strong> 2000 a 2009.<br />
Em seguida, foi diretor <strong>de</strong> planejamento<br />
financeiro para América Latina, <strong>de</strong> 2009 a<br />
2011, da McCann Worldgroup e, em 2011,<br />
assumiu o cargo <strong>de</strong> CFO da WMcCann no<br />
Brasil.<br />
Juliana Alves chega à Fri.to Interativa<br />
como Account Executive Manager.<br />
Com mais <strong>de</strong> 15 anos <strong>de</strong> experiência em<br />
anunciantes nas áreas <strong>de</strong> marketing/comunicação,<br />
tra<strong>de</strong> marketing e visual merchandising,<br />
nos segmentos <strong>de</strong> varejo e<br />
indústria, com visão estratégica, analítica<br />
e <strong>de</strong> negócios, Juliana iniciou a carreira no<br />
marketing da Arezzo, passando pelo Grupo<br />
Pão <strong>de</strong> Açúcar, Adidas do Brasil e sua<br />
última experiência foi na Hering, na área<br />
<strong>de</strong> Visual Merchandising, on<strong>de</strong> permaneceu<br />
por cinco anos.<br />
Rafael Guaranha, criativo que está na<br />
Sunset há pouco mais <strong>de</strong> cinco anos,<br />
assume o cargo <strong>de</strong> diretor-geral <strong>de</strong> criação<br />
da Sunset. Passa a comandar um<br />
time <strong>de</strong> 5 ACD’s e aproximadamente 80<br />
pessoas com o objetivo <strong>de</strong> consolidar,<br />
ainda mais, a excelência criativa <strong>de</strong>ntro<br />
da agência. “Meu trabalho passará pela<br />
construção <strong>de</strong> um ambiente ainda mais<br />
integrado com as outras áreas da agência,<br />
para entregar i<strong>de</strong>ias que realmente<br />
façam a diferença para os clientes, sem<br />
per<strong>de</strong>r o foco na principal competência<br />
da nossa área: criativida<strong>de</strong>”.<br />
A Dex Advisors contrata Maria Fernanda<br />
Andra<strong>de</strong>, que estudou na Northeastern<br />
University em Boston e já realizou<br />
trabalho <strong>de</strong> branding para a artista plástica<br />
e <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> joias Léia Sgro e <strong>de</strong><br />
social media na BB King Blues Club NYC.<br />
Na Dex Advisors, Maria Fernanda será<br />
responsável pelas re<strong>de</strong>s sociais e pelo<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> material institucional,<br />
integrando o marketing e o comitê<br />
<strong>de</strong> comunicação interna da empresa.<br />
18<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
Mercado<br />
Novo Google Earth lança experiência<br />
digital interativa<br />
Eu sou<br />
Amazônia<br />
O navegador Google Earth lançou agora em julho, globalmente, um<br />
aplicativo no qual é possível acessar 11 histórias interativas que abordam<br />
diferentes aspectos da região amazônica brasileira, on<strong>de</strong> vivem<br />
25 milhões <strong>de</strong> pessoas, e que oferece uma vasta diversida<strong>de</strong> cultural.<br />
Cada história do projeto, batizado <strong>de</strong> Eu sou Amazônia, captura a<br />
complexida<strong>de</strong> da floresta que produz 20% do oxigênio do planeta e<br />
abriga uma em cada <strong>de</strong>z espécies <strong>de</strong> animais. É possível conhecer<br />
a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> iguarias da floresta, como a castanha-do-<br />
-pará e o açaí, ou <strong>de</strong>scobrir como comunida<strong>de</strong>s, que antes <strong>de</strong>pendiam<br />
da extração ilegal, agora se reestruturaram com esforços sustentáveis.<br />
A nova experiência mostra o cotidiano dos quilombolas, conta como<br />
a educação e a cultura reergueram diferentes povos e o papel da<br />
tecnologia na Amazônia, ampliando essas vozes para o mundo todo<br />
e abrindo a possibilida<strong>de</strong> para que qualquer pessoa, <strong>de</strong> qualquer lugar,<br />
possa se informar e apren<strong>de</strong>r mais sobre a maior floresta tropical.<br />
20<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
As 11 histórias trazem uma experiência <strong>de</strong>talhada sobre a Amazônia,<br />
contemplando <strong>de</strong>safios e ameaças a esse ecossistema e, por consequência,<br />
<strong>de</strong> todo o planeta – algumas <strong>de</strong>las foram produzidas por<br />
Fernando Meirelles, um dos maiores diretores <strong>de</strong> cinema do Brasil.<br />
É uma jornada profunda contada por meio <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, mapas, áudio e<br />
realida<strong>de</strong> virtual em 360°, disponível hoje para <strong>de</strong>sktops e dispositivos<br />
móveis em g.co/EuSouAmazonia.
São 11 histórias interativas<br />
sobre diferentes<br />
aspectos da Amazônia<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 21
Mercado<br />
22<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
As realida<strong>de</strong>s da<br />
Amazônia em capítulos<br />
Eu sou Água<br />
O volume <strong>de</strong> água que a Floresta Amazônica joga no ar percorre milhares <strong>de</strong><br />
quilômetros, fazendo chover em toda área centro sul da América Latina. Entenda<br />
o processo <strong>de</strong> formação das chuvas que abastecem os reservatórios e irrigam as<br />
fazendas que produzem boa parte do alimento do mundo.<br />
Eu sou Mudança<br />
Após 40 anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong>senfreada, Paragominas, no Pará, foi o primeiro município<br />
a adotar ações concretas para o controle do <strong>de</strong>smatamento e, hoje, trabalha<br />
para tornar-se a primeira cida<strong>de</strong> ver<strong>de</strong> da região. Esta é a história da transformação<br />
<strong>de</strong> Paragominas.<br />
Eu sou Alimento<br />
A história dos produtos da floresta que alimentam não só os povos que vivem na<br />
região, mas também pessoas ao redor <strong>de</strong> todo o mundo. Fortalecer a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
produtos alimentícios da Amazônia é uma das maneiras mais eficazes <strong>de</strong> manter a<br />
floresta em pé.<br />
Eu sou Raiz<br />
Há cem anos, a cultura dos Yawanawá quase se per<strong>de</strong>u. Nos anos 1980, sua história<br />
mudou e a <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> seu território foi o primeiro passo. Esta é a história<br />
do povo Yawanawá e os seus exemplos <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento feminino e economia<br />
sustentável.<br />
Eu sou Inovação<br />
Os Paiter Suruí são formados por aproximadamente 1,5 mil integrantes que protegem<br />
248.147 hectares <strong>de</strong> floresta entre Rondônia e Mato Grosso. Seu povo quase foi dizimado,<br />
mas encontrou na li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> chefe Almir Suruí o caminho para se fortalecer.<br />
Eu sou Liberda<strong>de</strong><br />
A Amazônia brasileira é o lar <strong>de</strong> muitos quilombolas, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> africanos<br />
escravizados. No Pará, fugindo da escravidão, eles estabeleceram suas comunida<strong>de</strong>s<br />
e lutaram pelos seus direitos territoriais.<br />
Eu sou Resistência<br />
Os Tembé possuem uma história <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> 40 anos pelo direito à sua terra.<br />
Hoje, eles usam novas tecnologias para realizar a gestão e proteção do seu território,<br />
e garantir o futuro das próximas gerações.<br />
Eu sou Resiliência<br />
O <strong>de</strong>smatamento, o uso <strong>de</strong> agrotóxicos e as mudanças climáticas estão ameaçando<br />
os povos indígenas e as florestas do Xingu, a primeira gran<strong>de</strong> terra indígena reconhecida<br />
no Brasil e, hoje, lar <strong>de</strong> 16 etnias.<br />
Eu sou Aventura<br />
Os Yanomami estão se preparando para levar turistas ao Pico da Neblina, em uma<br />
trilha <strong>de</strong> 36 km <strong>de</strong> caminhada pela floresta, que apresenta elevação que vai <strong>de</strong> 95<br />
metros a 2.995 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />
Eu sou Conhecimento<br />
O povo Cinta Larga vive na Amazônia brasileira em um território <strong>de</strong>marcado <strong>de</strong> 2,7<br />
milhões <strong>de</strong> hectares. Hoje, eles avançam na proteção <strong>de</strong> seu território por meio <strong>de</strong><br />
seus projetos <strong>de</strong> educação.<br />
Terras Indígenas<br />
As terras indígenas representam cerca <strong>de</strong> 13,8% do território nacional e são<br />
essenciais para a sobrevivência dos povos e da conservação ambiental em todos os<br />
biomas brasileiros.
FALAR<br />
DO GILBERTO<br />
PRA QUÊ?<br />
O TRABALHO DELE<br />
JÁ FALA POR SI.<br />
A GENTE SÓ VEIO<br />
AGRADECER<br />
MESMO.<br />
A trajetória <strong>de</strong> Gilberto Leifert é uma inspiração para a Heads.<br />
Ela foi construída com ética, responsabilida<strong>de</strong> e sempre <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo o mercado publicitário.<br />
Mais que uma homenagem, esse anúncio é a nossa forma <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer toda a sua <strong>de</strong>dicação.<br />
heads.com.br /headspropaganda /headspropaganda @headspropaganda
Start me up<br />
Por José Eustachio<br />
Não canso <strong>de</strong> me surpreen<strong>de</strong>r como<br />
as pessoas a<strong>de</strong>rem facilmente a modismos,<br />
comprando novas verda<strong>de</strong>s<br />
impetuosamente, com muito pouco espírito<br />
crítico e questionamento. A quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ondas que surgiu como sendo<br />
verda<strong>de</strong>ira revolução e simplesmente<br />
se quebrou na praia, transformando-se<br />
em espuma, é impressionante.<br />
Aliás, a imagem é essa mesma: <strong>de</strong> repente surge uma onda<br />
que vai ganhando massa, altura e velocida<strong>de</strong>, todos os que<br />
estão <strong>de</strong>ntro da água ficam completamente enlouquecidos<br />
pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> surfar nessa onda, até que ela per<strong>de</strong><br />
sua força e todos voltam a boiar esperando que apróxima<br />
apareça no horizonte.<br />
Parte <strong>de</strong>sse comportamento se explica pela necessida<strong>de</strong> que<br />
temos <strong>de</strong> nos conectar ao novo, pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentar<br />
nosso sentimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. No entanto, na maior<br />
parte das vezes, as pessoas simplesmente se <strong>de</strong>ixam levar<br />
pela opinião <strong>de</strong> seus pares em um efeito manada – afinal, se<br />
todo mundo está pegando a onda, não dá para ficar <strong>de</strong> fora.<br />
Esse fenômeno quase sempre se inicia com alguém que é<br />
consi<strong>de</strong>rado o “cara da hora”, que lança um novo conceito.<br />
Em seguida, temos os oportunistas, aqueles que i<strong>de</strong>ntificam<br />
que po<strong>de</strong>m ganhar disseminando o conceito. Por fim, há os<br />
que adotam o novo conceito como se fosse uma revelação<br />
divina. Vejam, a tría<strong>de</strong> é composta pelo guru, pelo aproveitador<br />
e pelo incauto.<br />
Uma das ondas mais recentes surgidas no nosso horizonte<br />
é a <strong>de</strong> startups como agentes <strong>de</strong> revitalização <strong>de</strong> segmentos<br />
<strong>de</strong> negócios e empresas. As startups funcionariam<br />
como um anticorpo às obsolescências que, uma vez<br />
implantado no organismo das empresas, teria o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
rejuvenescê-las. Essa mágica tem hipnotizado profissionais<br />
e empresas <strong>de</strong> praticamente todos os segmentos <strong>de</strong> negócios,<br />
que acreditam que gerar inovação e se manter atual<br />
só é viável trazendo <strong>de</strong> fora uma startup para oxigenar estruturas<br />
consolidadas.<br />
Na minha avaliação, essa é mais uma daquelas novas verda<strong>de</strong>s<br />
que as pessoas assimilam sem uma pon<strong>de</strong>ração mais<br />
profunda, sem uma reflexão sólida. Nos últimos meses, tenho<br />
sido bombar<strong>de</strong>ado por artigos, resenhas <strong>de</strong> livros e<br />
convites para seminários e organização <strong>de</strong> workshops a<br />
respeito <strong>de</strong> startups como caminho para a inovação, uma<br />
ponte para continuar existindo no futuro.<br />
Mais uma vez, i<strong>de</strong>ntifico aí a tría<strong>de</strong>: gurus, gente querendo<br />
tirar algum tipo <strong>de</strong> vantagem e uma legião <strong>de</strong> incautos ávidos<br />
por surfar nessa onda. Como seria bom se as coisas<br />
ocorressem <strong>de</strong> maneira tão simplista: bastaria fazer um enxerto<br />
na empresa para ela se transformar em um vulcão <strong>de</strong><br />
inovações emo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.<br />
Quem tem <strong>de</strong> tocar um negócio e já está nessa vida há tempos<br />
sabe muito bem que é preciso estar sempre aberto a<br />
novos conceitos, mas que também não <strong>de</strong>ve se encantar<br />
facilmente pelo modismo do ano. Quando penso na <strong>de</strong>finição<br />
<strong>de</strong> startup, me recuso a aceitar que são aquelas empresas<br />
recém-nascidas rompendo paradigmas e negando<br />
os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios vigentes, uma espécie <strong>de</strong> subversivos<br />
do establishment.<br />
Na minha <strong>de</strong>finição, startup é toda empresa que, seja pela<br />
sua personalida<strong>de</strong> ou pelas circunstâncias, precisa nascer<br />
novamente todos os dias. Na empresa na qual tenho o prazer<br />
e orgulho <strong>de</strong> trabalhar, começamos o dia <strong>de</strong> um jeito e<br />
vamos pra casa <strong>de</strong> outro. Costumo dizer que inauguramos<br />
uma nova agência todos os dias.<br />
O ambiente, em constante mudança, obriga você a se manter<br />
igualmente em permanente estado <strong>de</strong> mudança. Clientes<br />
compram outras empresas, se fun<strong>de</strong>m, mudam seus<br />
presi<strong>de</strong>ntes, trocam seus CMOs, entram em novos mercados.<br />
Pessoas que trabalham na agência <strong>de</strong>ixam o time, outras<br />
pessoas chegam, a mistura fica diferente. A legislação<br />
muda; o que podia antes já não po<strong>de</strong> mais agora. Surgem<br />
outras tecnologias, novas mídias. A socieda<strong>de</strong> se movimenta<br />
continuamente, gerando uma nova cultura, novos comportamentos.<br />
É nessa ecologia volátil, instável, que todos os dias eu preciso<br />
renovar meu prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>, isso já por mais <strong>de</strong> 37<br />
anos. Se não fosse <strong>de</strong>ssa maneira, não só já não teria nenhum<br />
dos meus clientes, muitos com mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong><br />
relacionamento, como não teria conquistado nenhum dos<br />
muitos novos no último ano. Eu e minha agência somos<br />
startup cotidiana.<br />
Millôr Fernan<strong>de</strong>s, que viveu toda uma vida em modo startup,<br />
tem uma frase que consi<strong>de</strong>ro genial: “O homem é um<br />
animal que adora tanto as novida<strong>de</strong>s que, se o rádio fosse<br />
inventado <strong>de</strong>pois da televisão, haveria uma correria a esse<br />
maravilhoso aparelho completamente sem imagem”. Millôr<br />
não se <strong>de</strong>ixava levar pelas ondas.<br />
24<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
José Eustachio<br />
É chairman da<br />
Talent Marcel
Job: 267-443894 -- Empresa: Ogilvy -- Arquivo: 267-443894-Ogilvy-An-Revista-Prop-21x28cm_pag001.pdf
Lançamento<br />
“Nosso gran<strong>de</strong> diferencial é que, além <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>rmos às necessida<strong>de</strong>s<br />
das marcas, somos próximos do público final e enten<strong>de</strong>mos seu<br />
comportamento. Com isso, entregamos um evento verda<strong>de</strong>iro e<br />
sempre alinhado com o Budget do cliente”, diz Bruno.<br />
26<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
Fotos: Alê Oliveira<br />
Pulsação acelerada<br />
Africa lança área <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> dados<br />
para irrigar o negócio dos clientes<br />
Para ajudar seus clientes a explorar e, consequentemente, rentabilizar os negócios<br />
diante das mudanças no comportamento do consumidor, a Africa <strong>de</strong>senvolveu<br />
o Pulse Data Moment.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma nova área que combina dados <strong>de</strong> diferentes esferas para<br />
sugerir, implementar e avaliar ações <strong>de</strong> comunicação. Isso é feito a partir da<br />
leitura combinada dos movimentos <strong>de</strong> curto prazo – capturadas através da<br />
análise <strong>de</strong> dados transacionais, somadas às metodologias <strong>de</strong> pesquisa tradicionais<br />
– com a ótica <strong>de</strong> movimentos mais amplos, que levam em conta as<br />
transformações <strong>de</strong>mográficas, sociais e políticas pelas quais passa a socieda<strong>de</strong><br />
contemporânea.<br />
“O Pulse tem o papel <strong>de</strong> potencializar as entregas das outras áreas – planejamento,<br />
mídia e criação – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos projetos. Não se trata apenas <strong>de</strong><br />
agilida<strong>de</strong> na entrega <strong>de</strong> dados, mas sim em usá-los a favor <strong>de</strong> reverter ações<br />
quando necessário, atingindo assim um melhor resultado”, diz Fabiana Baraldi,<br />
diretora <strong>de</strong> operações digitais da Africa e lí<strong>de</strong>r da área.<br />
“A gestão das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> uma marca abre múltiplos pontos<br />
<strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> dados. Além <strong>de</strong> capturá-los <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, é preciso<br />
garantir coerência na sua leitura e contextualização. Ao reunirmos em uma<br />
mesma estrutura as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> tendências, pesquisa mercadológica<br />
e análise <strong>de</strong> dados, ganhamos em velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta, profundida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> análise e efetivida<strong>de</strong>”, explica Rodrigo Maroni, VP <strong>de</strong> planejamento<br />
da Africa.<br />
“A Africa é uma agência reconhecidamente fazedora. E o Pulse foi <strong>de</strong>senhado<br />
justamente para que a gente possa fazer ainda mais. Seus insumos são fundamentais<br />
não só para o planejamento e mídia, mas, sobretudo, para a criação”,<br />
finaliza Ricardo Figueira, ECD da agência.<br />
Figueira, Fabiana e Maroni: Pulse vai rentabilizar negócios diante das mudanças <strong>de</strong> comportamento do consumidor<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 27
Pesquisa<br />
Fotos: reprodução<br />
Roqueiros ecléticos<br />
Estudo revela que quase<br />
meta<strong>de</strong> dos fãs <strong>de</strong> rock<br />
brasileiros também curte<br />
pop, MPB, sertanejo e<br />
música eletrônica<br />
28<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
O cantor Lobão vai se surpreen<strong>de</strong>r. No Dia do Rock, celebrado<br />
em 13 <strong>de</strong> julho, o Estudo Geral <strong>de</strong> Meios (EGM), da Ipsos, revelou<br />
que quase meta<strong>de</strong> dos roqueiros também curte pop, MPB,<br />
música eletrônica e até sertanejo. Para quem não lembra, Lobão<br />
foi vaiado e teve <strong>de</strong> abandonar o palco no Rock In Rio II, on<strong>de</strong><br />
estava escalado para tocar entre os shows das bandas heavy<br />
metal Sepultura e Mega<strong>de</strong>th. A pesquisa ouviu mais <strong>de</strong> 14 mil<br />
ouvintes <strong>de</strong> rádio e apurou que somente 10% dos entrevistados<br />
que ouvem rock não escutam nenhum outro estilo musical. No<br />
quadro acima, é possível conhecer um pouco do perfil <strong>de</strong> quem<br />
curte rock no Brasil. E ver que, ao contrário do que diz a composição<br />
<strong>de</strong> Rita Lee, roqueiro brasileiro nem sempre tem cara<br />
<strong>de</strong> bandido. Afinal, <strong>de</strong> acordo com o estudo da Ipsos, mais da<br />
meta<strong>de</strong> (60%) <strong>de</strong>les vem da classe AB e a maioria (78%) tem,<br />
pelo menos, ensino médio completo. Quem diria, hein, Lobão?
A PROPAGANDA<br />
É UM DOS GRANDES<br />
ORGULHOS DO BRASIL.<br />
E ESSE CARA TAMBÉM.<br />
Nossa propaganda retrata e traduz<br />
o espírito do brasileiro: criativo,<br />
emotivo, impulsivo e, quase sempre,<br />
bem humorado.<br />
Mas se respeito, coerência e ética<br />
são parte fundamental <strong>de</strong>ssa nossa<br />
gran<strong>de</strong> paixão, isso se <strong>de</strong>ve, em muito,<br />
ao Gilberto. O cara.<br />
Parabéns, Gilberto.<br />
Agra<strong>de</strong>cemos por seu papel<br />
na nossa história.
Especial Leifert<br />
Senhor unanimida<strong>de</strong><br />
Gilberto, por Pedro Yves<br />
No último dia 30 <strong>de</strong> junho, Gilberto Leifert <strong>de</strong>ixou o comando da<br />
estratégica diretoria <strong>de</strong> relações com o mercado da Re<strong>de</strong> Globo,<br />
à frente do qual estava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1988. Nesses quase 30 anos<br />
<strong>de</strong> Globo, Leifert, com seu estilo diplomático, conseguiu tornar-se<br />
uma unanimida<strong>de</strong> junto aos profissionais do mercado da comunicação,<br />
do qual ele não se aposenta totalmente, pois continuará a<br />
atuar como representante da Associação Brasileira <strong>de</strong> Emissoras<br />
<strong>de</strong> Rádio e Televisão (Abert) e seguirá presidindo o Conselho Nacional<br />
<strong>de</strong> Autorregulação Publicitária (Conar), no qual exerce seu<br />
nono mandato consecutivo.<br />
Paulistano, filho do advogado Val<strong>de</strong>mar Leifert e <strong>de</strong> Júlia Leifert, ele começou a trabalhar seguindo<br />
a carreira do pai, tendo se formado em direito pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e atuado como<br />
consultor jurídico em diversos bancos da capital paulista. Ainda estudante, trabalhou como estagiário<br />
na redação do jornal O Estado <strong>de</strong> S.Paulo e na Rádio Ban<strong>de</strong>irantes. Foi quando tomou gosto<br />
pela comunicação. Em 1980, convidado por Petrônio Corrêa, tornou-se o primeiro presi<strong>de</strong>nte do<br />
recém-fundado Conar. Nos cinco anos em que permaneceu no Conar, foi responsável pela revisão<br />
do estatuto do Conselho e criou o seu regimento interno. Em seguida, recebeu novo chamado <strong>de</strong><br />
Petrônio Corrêa, que também era sócio da MPM <strong>Propaganda</strong>, <strong>de</strong>sta vez para trabalhar na agência.<br />
Da MPM, transferiu-se, a convite <strong>de</strong> Said Farhat, para a Semprel, a primeira agência <strong>de</strong> relações<br />
governamentais do Brasil. Em 1988, trabalhando para a Semprel, acompanhou <strong>de</strong> perto a instalação<br />
da Assembleia Nacional Constituinte e ajudou a viabilizar a emenda que reservava ao Congresso<br />
Nacional, com exclusivida<strong>de</strong>, a prerrogativa <strong>de</strong> legislar sobre propaganda comercial.<br />
No mesmo ano, foi convidado pelo então superinten<strong>de</strong>nte-comercial da Re<strong>de</strong> Globo, Antonio Athay<strong>de</strong>,<br />
para dirigir uma nova área da empresa, a divisão <strong>de</strong> Relações com o Mercado. Diretamente ligada<br />
à superintendência comercial, a divisão se relacionava com as centrais <strong>de</strong> Marketing, Vendas<br />
e Operações Comerciais e tinha como principais atribuições as ações <strong>de</strong> relações públicas dirigidas<br />
ao mercado publicitário, a gestão do Programa Globo <strong>de</strong> Incentivo às Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> e a<br />
tarefa <strong>de</strong> contribuir para a formulação <strong>de</strong> um padrão ético para o intervalo comercial da Globo.<br />
À frente da Divisão <strong>de</strong> Relações com o Mercado, Leifert foi responsável, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1988, pelo Prêmio<br />
Profissionais do Ano, concedido pela Globo, além da criação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> relações<br />
públicas em eventos como, por exemplo, o Gran<strong>de</strong> Prêmio Brasil <strong>de</strong> Fórmula 1. Além disso,<br />
vale ressaltar que teve a seu cargo a formulação do padrão ético dos intervalos comerciais, o programa<br />
<strong>de</strong> incentivo às agências, o relacionamento com as entida<strong>de</strong>s do mercado publicitário.<br />
Em 1990, passou a representar a Abert no Conselho Superior do Conar e, em 1998, passou a ocupar<br />
o cargo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong>. Também integrou, <strong>de</strong> 2005 a 2007, o Conselho <strong>de</strong> Comunicação<br />
Social do Congresso<br />
30<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 31
Especial Leifert<br />
Quais são os seus planos <strong>de</strong> agora em diante?<br />
No primeiro momento, pretendo buscar mais equilíbrio entre “ser” e “<strong>de</strong>ver”. Explico:<br />
vou tentar me reinventar, fazer coisas que não fazia porque não tinha tempo<br />
ou porque achava que não tinha. Mais exercícios físicos, mais leitura e maior<br />
atenção a iniciativas da socieda<strong>de</strong> civil que possam melhorar o país.<br />
O senhor vai se <strong>de</strong>dicar full time ao Conar?<br />
Não será necessário. O Conar funciona muito bem. O vice-presi<strong>de</strong>nte executivo,<br />
dr. Edney Narchi, e a secretária-geral, dra. Juliana Albuquerque, são excelentes<br />
profissionais. De todo modo, o presi<strong>de</strong>nte também tem trabalho: <strong>de</strong>spacha diariamente<br />
os processos éticos, respon<strong>de</strong> ofícios <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s e instituições,<br />
representa a entida<strong>de</strong> em audiências públicas etc.<br />
O que o senhor <strong>de</strong>stacaria da sua trajetória na Globo?<br />
Tive muita autonomia para conduzir a área <strong>de</strong> Relações com o Mercado e a boa<br />
sorte <strong>de</strong> trabalhar com Willy, Octávio e Athay<strong>de</strong>, todos muito competentes e<br />
ótimos companheiros. Destaco também o profissionalismo das equipes da Globo<br />
e a qualida<strong>de</strong> da estrutura que as apoia. E não posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mencionar a<br />
admiração que tenho pela família fundadora da organização.<br />
Que mudanças impactantes o senhor acompanhou<br />
na TV nesses anos todos <strong>de</strong> Globo?<br />
Foram muitas. Destaco a tecnologia: o som e a imagem da televisão no ambiente<br />
digital melhoraram muito e ela própria assumiu o papel <strong>de</strong> plataforma. Essas<br />
duas características garantiram o papel gregário que ela sempre teve. Testemunhei<br />
também o empenho da organização em ser percebida como isenta,<br />
apartidária e livre <strong>de</strong> preconceitos. E o mercado publicitário foi e é o sustentáculo<br />
<strong>de</strong>sse esforço bem-sucedido.<br />
Como o senhor vê o mercado da comunicação hoje?<br />
O mercado está em permanente mutação. A presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s players com<br />
atuação planetária dissemina as novas tecnologias com gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. Diria<br />
que a competição tornou-se muito maior e mais difusa, e o sucesso mais efêmero.<br />
O senhor disse em recente entrevista que a ética precisa<br />
avançar mais na publicida<strong>de</strong>, citou o campo político, mas e<br />
na área comercial, como o senhor vê essa questão?<br />
Eu me referia especificamente à publicida<strong>de</strong> na internet. No mais, o sistema<br />
misto <strong>de</strong> legislação e autorregulamentação me parece bastante satisfatório<br />
e as normas do Conar Brasil são referência para organismos congêneres estrangeiros.<br />
Em 2018, o Código Brasileiro <strong>de</strong> Autorregulamentação completa<br />
40 anos. Os aprimoramentos introduzidos <strong>de</strong> tempos em tempos fizeram<br />
muito bem à ativida<strong>de</strong> e, inclusive, contribuíram para que menos leis fossem<br />
escritas.<br />
“O mercado está em permanente mutação.<br />
A presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s players com atuação planetária<br />
dissemina as novas tecnologias com gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>”<br />
32<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
Volta e meia aparece alguma proposta <strong>de</strong> cerceamento da<br />
publicida<strong>de</strong>, como ocorreu com o cigarro. Sabe-se que<br />
a publicida<strong>de</strong> infantil é das mais visadas, mas quais<br />
outras áreas sofrem mais esse tipo <strong>de</strong> pressão?<br />
Po<strong>de</strong> parecer exagero, mas, ao longo das últimas três décadas, foram milhares <strong>de</strong><br />
projetos <strong>de</strong> lei. Atualmente, duas centenas <strong>de</strong>les tramitam no Congresso Nacional,<br />
mirando o target criança, além <strong>de</strong> produtos como alimentos, refrigerantes e medicamentos,<br />
<strong>de</strong>ntre outros. Temos a nosso favor a Constituição <strong>de</strong> 1988: todas as<br />
propostas <strong>de</strong> banimento apresentadas à Assembleia Nacional Constituinte foram<br />
rejeitadas pelos legisladores constituintes. Graças à clareza do texto constitucional<br />
não vingaram, por exemplo, resoluções da Anvisa (Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância<br />
Sanitária) e do Conanda (Conselho Nacional <strong>de</strong> Defesa dos Direitos da Criança e<br />
do Adolescente) sobre propaganda comercial, tampouco as iniciativas das assembleias<br />
estaduais e câmaras municipais, pois a competência para legislar sobre publicida<strong>de</strong><br />
é exclusiva do Congresso Nacional.<br />
Quem mais pressiona por restrições são setores<br />
da socieda<strong>de</strong> ou políticos?<br />
Ambos. A socieda<strong>de</strong> está mais organizada e ativa; os políticos captam as <strong>de</strong>mandas<br />
e dão forma a muitas <strong>de</strong>las. Existe no país a crença <strong>de</strong> que tudo se resolve por<br />
meio <strong>de</strong> novas leis. O ambiente <strong>de</strong> internet trouxe mais efervescência às causas<br />
suscitadas por grupos <strong>de</strong> pressão. A intolerância e a virulência que se abrigam na<br />
internet me preocupam, e a larga aceitação do anonimato, embora haja vedação a<br />
respeito na Constituição Fe<strong>de</strong>ral. Entendo que não se <strong>de</strong>ve admitir que uma pessoa<br />
exerça o direito a expressão, crítica e opinião sem revelar seu nome, mantendo<br />
sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> protegida por pseudônimo.<br />
Quais são as principais preocupações do Conar atualmente?<br />
Mencionarei duas <strong>de</strong>las: a primeira é preservar sua essência privatista. O Conar<br />
nunca aceitou subsídios dos po<strong>de</strong>res públicos, não custa nada ao erário e não tem<br />
nos quadros dos Conselhos Superior e <strong>de</strong> Ética agentes públicos e representantes<br />
políticos. A segunda preocupação é atuar mais fortemente sobre a publicida<strong>de</strong> veiculada<br />
no ambiente <strong>de</strong> internet. A falsa i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a internet seria totalmente livre<br />
e infensa a regras, inclusive às leis, po<strong>de</strong> prejudicar a integrida<strong>de</strong> da propaganda comercial.<br />
Jornais, revistas, rádio e televisão estão acostumados às regras éticas, à lei<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do consumidor, ao <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> separar escrupulosamente o editorial do comercial<br />
(“a igreja do estado”). Na internet não é sempre assim. É preciso aumentar a<br />
noção <strong>de</strong> ética e difundir a autorregulamentação. Outra preocupação permanente<br />
é não sucumbir ao politicamente correto.<br />
O seu nome sempre é associado ao seu filho, o que o senhor<br />
acha <strong>de</strong>sse “cartão <strong>de</strong> visita”?<br />
Sinto muito orgulho. Tiago começou na TV quando tinha 16 anos; portanto, há mais<br />
<strong>de</strong> 20. Vem construindo uma linda carreira. Deixou sua marca no esporte e agora no<br />
entretenimento. Acho que saí ganhando: meu “cartão <strong>de</strong> visita” é <strong>de</strong> pai <strong>de</strong> artista.<br />
“A intolerância e a virulência que se abrigam na<br />
internet me preocupam, e a larga aceitação do anonimato,<br />
embora haja vedação a respeito na Constituição Fe<strong>de</strong>ral”<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 33
Especial Leifert<br />
Renato Pereira – novo diretor <strong>de</strong><br />
relacionamento com o mercado<br />
da Re<strong>de</strong> Globo<br />
Por Pedro Yves<br />
Qual a sua formação profissional?<br />
Sou graduado em engenharia eletrônica pela PUC e pós-<br />
-graduado em marketing pela ESPM.<br />
Haverá mudanças na sua gestão?<br />
A área <strong>de</strong> relações com o mercado continuará pautada<br />
pela <strong>de</strong>fesa da ética e do compliance, sempre em linha<br />
com as melhores práticas da nossa ativida<strong>de</strong>.<br />
Quais serão os seus principais <strong>de</strong>safios?<br />
Preservar as conquistas e o padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> alcançados<br />
ao longo <strong>de</strong>stes anos pela área, acompanhando <strong>de</strong><br />
perto os movimentos do mercado para alinhá-los às novas<br />
<strong>de</strong>mandas e oportunida<strong>de</strong>s.<br />
34<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
O Willy disse no comunicado sobre a saída<br />
do Leifert que o senhor vai acumular funções,<br />
quais?<br />
Nesta nova fase, a área passa contar com uma única diretoria,<br />
responsável pelas áreas <strong>de</strong> relações públicas e institucionais<br />
com o mercado publicitário, relações com as agências<br />
e o Prêmio Profissionais do Ano.<br />
Como o senhor avalia o mercado hoje?<br />
Vivemos um momento <strong>de</strong>safiador. O mercado está em<br />
constante transformação, o que requer muita criativida<strong>de</strong><br />
e sensibilida<strong>de</strong> para lidar com a realida<strong>de</strong> que se apresenta.<br />
“A área <strong>de</strong> relações com o mercado<br />
continuará pautada pela <strong>de</strong>fesa da ética e<br />
do compliance, sempre em linha com as<br />
melhores práticas da nossa ativida<strong>de</strong>”
“Perto <strong>de</strong> completar 30 anos <strong>de</strong> serviços relevantes<br />
prestados à Globo, nosso companheiro Gilberto Leifert<br />
resolveu antecipar sua aposentadoria. Ele encerra seu<br />
ciclo na empresa movido pelo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> diminuir seu ritmo<br />
<strong>de</strong> trabalho e estar mais próximo da família. Todos<br />
que conhecem Gilberto sabem que ele não vai parar<br />
nunca. De fato, ele não <strong>de</strong>ixará o mercado publicitário e,<br />
como representante da Associação Brasileira <strong>de</strong> Emissoras<br />
<strong>de</strong> Rádio e Televisão (Abert), seguirá presidindo o<br />
Conselho Nacional <strong>de</strong> Autorregulação Publicitária (Conar),<br />
on<strong>de</strong> atualmente exerce seu nono mandato consecutivo.<br />
Des<strong>de</strong> 1988, como titular da área <strong>de</strong> Relações com o<br />
Mercado, Gilberto tem sido o responsável pelo relacionamento<br />
empresarial com as agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />
pela formulação do padrão ético dos nossos intervalos<br />
comerciais, pelo Prêmio Profissionais do Ano e pelos<br />
eventos e ações <strong>de</strong> relacionamento dirigidos ao mercado<br />
publicitário. Ele nos <strong>de</strong>ixa como legado não somente<br />
importantes conceitos e princípios que norteiam nossas<br />
políticas comerciais, mas também uma equipe madura e<br />
preparada para dar continuida<strong>de</strong> ao seu trabalho.<br />
Renato Thomaz Pereira, que iniciou na Comercialização<br />
da Globo na década <strong>de</strong> 1990, passará a li<strong>de</strong>rar a área,<br />
acumulando suas atuais atribuições com este novo <strong>de</strong>safio.<br />
Ele atua na área <strong>de</strong> Relações com o Mercado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
2011.<br />
Ao Gilberto, temos muito a agra<strong>de</strong>cer pela imensa contribuição<br />
<strong>de</strong>dicada não somente à Globo, mas a todo o<br />
mercado publicitário e <strong>de</strong>sejamos que seja muito feliz<br />
nesta nova etapa <strong>de</strong> sua vida.<br />
Ao Renato, que passa a se reportar diretamente a mim,<br />
<strong>de</strong>sejo muita sorte diante dos <strong>de</strong>safios requeridos pelo<br />
mercado, com a certeza <strong>de</strong> que nosso relacionamento<br />
com entida<strong>de</strong>s e parceiros continuará a ser conduzido<br />
com habilida<strong>de</strong> e competência.”<br />
Willy Haas – Re<strong>de</strong> Globo<br />
“O Leifert ocupou um posto fundamental para a propaganda<br />
brasileira e com seu empenho e eficiência ajudou<br />
a formar um dos mercados mais <strong>de</strong>senvolvidos do mundo.<br />
E o tempo nos mostrou que, todo tempo que estava<br />
brigando com a gente, ele estava, na verda<strong>de</strong>, brigando<br />
pela gente.”<br />
Nizan Guanaes - Grupo ABC<br />
“A história <strong>de</strong> Gilberto Leifert se confun<strong>de</strong> com a história<br />
da propaganda brasileira. Poucos fizeram tanto pela<br />
profissionalização do mercado brasileiro <strong>de</strong> comunicação<br />
e marketing. Leifert é um dos gigantes da nossa publicida<strong>de</strong>.”<br />
Mario D’Andrea – Abap e Dentsu<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 35
Especial Leifert<br />
“Gilberto Leifert nesses anos todos tem sido um dos<br />
gran<strong>de</strong>s responsáveis pela prosperida<strong>de</strong> da publicida<strong>de</strong><br />
brasileira. E uma prova <strong>de</strong> que é possível ser um gran<strong>de</strong><br />
homem <strong>de</strong> negócios sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser um gentleman.”<br />
Washington Olivetto - WMcCann<br />
“Gilberto Leifert é um dos gran<strong>de</strong>s guardiões da propaganda<br />
brasileira. Sempre cultivou a proximida<strong>de</strong> com os<br />
nossos problemas, criou e manteve iniciativas que contribuem<br />
para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> pé o nosso negócio.”<br />
Fernando Barros – Grupo PPG<br />
“São muitas as lições que o Gilberto nos <strong>de</strong>ixa. Entre elas,<br />
a que eu mais vou guardar, é sua contribuição absolutamente<br />
voluntária e sem medir esforços para a construção<br />
e <strong>de</strong>senvolvimento do nosso mercado. Anunciantes,<br />
agências, veículos e produtoras, toda a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
negócios, possuem relevância e força hoje como uma<br />
das maiores indústrias do mundo graças a lí<strong>de</strong>res como<br />
o Gilberto! Muito obrigado.”<br />
Marcio Oliveira – Lew’Lara\TBWA<br />
36<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
“O Gilberto Leifert é um<br />
daqueles profissionais<br />
que precisamos ler<br />
sua biografia inúmeras<br />
vezes, para nos<br />
inspirarmos e espelharmos<br />
pelo profissionalismo,<br />
ética e<br />
transparência com<br />
que sempre conduziu<br />
os negócios<br />
que esteve à frente.<br />
O Brasil precisa <strong>de</strong><br />
mais ‘Gilbertos’, urgente!”<br />
Marcio Toscani - Leo<br />
Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>
“Gilberto Leifert foi importantíssimo na comunicação<br />
entre o mercado e a Re<strong>de</strong> Globo. Graças a ele todas<br />
as agências pu<strong>de</strong>ram realizar gran<strong>de</strong>s trabalhos e com<br />
enorme audiência. Tenho certeza que ele <strong>de</strong>ixa o cargo<br />
com a satisfação do <strong>de</strong>ver cumprido e, fora da Globo,<br />
continuará a ser um gran<strong>de</strong> incentivador e colaborador<br />
da publicida<strong>de</strong> brasileira.”<br />
Luiz Sanches - AlmapBBDO<br />
“Tive o privilegio <strong>de</strong> conviver com Gilberto Leifert nos últimos<br />
27 anos. Aprendi muito com ele, principalmente<br />
na minha atuação nas diretorias da Abap e do Cenp. Ele<br />
sempre <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u com veemência a autorregulação voluntária<br />
com a parceria equilibrada entre agências, veículos<br />
e anunciantes. Ele criou o Premio Profissionais do Ano,<br />
incentivando a meritocracia e a criativida<strong>de</strong>. Defensor incansável<br />
da publicida<strong>de</strong>, Gilberto vem presidindo o Conar,<br />
na <strong>de</strong>fesa da ética nas mensagens, respeitando os consumidores<br />
e coibindo abusos. Com muita contundência e<br />
integrida<strong>de</strong>, mas sem nunca per<strong>de</strong>r a leveza e o bom humor,<br />
Gilberto reúne conhecimento jurídico, institucional e<br />
do mercado que foram fundamentais para o crescimento<br />
da nossa indústria da comunicação. Que ele continue conosco,<br />
acreditando que a livre iniciativa e a competitivida<strong>de</strong><br />
são o melhor caminho para as agências construírem e<br />
posicionarem marcas <strong>de</strong> produtos e serviços, que geram<br />
riquezas, empregos e impostos.”<br />
Luiz Lara – Lew’Lara\TBWA<br />
“Quando sento para conversar com Gilberto,<br />
sinto que estou falando com um monge cheio<br />
<strong>de</strong> sabedoria e ensinamentos. Gilberto é parceiro,<br />
sabe ouvir e aconselhar com carinho quando<br />
a gente precisa. Sua historia na Re<strong>de</strong> Globo é<br />
<strong>de</strong> intensa <strong>de</strong>fesa do mercado publicitário assim<br />
como no Conar. Não existe ninguém no<br />
mercado que não o admire e respeite. Ele exerceu<br />
sua tarefa na Globo com perfeição.”<br />
Sergio Amado - Ogilvy<br />
“Ser um executivo lí<strong>de</strong>r em<br />
empresa <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é, por si<br />
só, um <strong>de</strong>safio muito gran<strong>de</strong>. E<br />
fazer isso enquanto se <strong>de</strong>dica<br />
ao fomento da qualida<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong>fesa da serieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo<br />
o mercado é algo que poucos<br />
conseguiriam. Gilberto faz isso<br />
com o empenho e a convicção<br />
<strong>de</strong> quem realmente acredita no<br />
que faz e por isso construiu um<br />
legado que vai seguir por todo o<br />
futuro da nossa indústria.”<br />
Paulo Zoéga - Zoégas<br />
Comunicação<br />
37
Especial Leifert<br />
“O Gilberto <strong>de</strong>ixa na Globo o bom exemplo <strong>de</strong> como a<br />
<strong>de</strong>cência pessoal exercida por gente competente, e <strong>de</strong><br />
educação refinada, serve <strong>de</strong> padrão num mercado que<br />
precisa ser <strong>de</strong> entendimento e concórdia. Espero que a<br />
publicida<strong>de</strong> continue contando com ele fora da relação<br />
do dia a dia do trabalho, para enriquecimento do que<br />
temos <strong>de</strong> melhor, que são os organismos <strong>de</strong> autorregulação.”<br />
Caio Barsotti – Cenp<br />
“Gilberto trabalhou arduamente para a profissionalização do nosso<br />
mercado. Deixa um gran<strong>de</strong> legado por ter participado do Conar <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o seu início. Com gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação, ele costurou acordos,<br />
mediou conflitos e ajudou o mercado a caminhar com as próprias<br />
pernas. À frente da Globo, maior veículo do país, teve papel fundamental<br />
para construir o profissionalismo e a qualida<strong>de</strong> da propaganda brasileira.<br />
Tudo isso acompanhado <strong>de</strong> uma ‘faixa bônus’: por trás <strong>de</strong><br />
posicionamentos importantes e firmes sempre, uma pessoa<br />
<strong>de</strong>scontraída com um maravilhoso senso <strong>de</strong> humor.”<br />
Aurélio Lopes – FCB Brasil<br />
38<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
“Gilberto era um dos símbolos da Globo e ainda é um dos<br />
maiores nomes da nossa indústria. Ele batalhou muito e<br />
foi um dos principais responsáveis pela profissionalização<br />
e crescimento <strong>de</strong>sse mercado ao longo das últimas<br />
décadas. Sempre foi um mestre no relacionamento com<br />
as agências. Desejo toda a sorte e muito sucesso para<br />
ele no novo caminho que escolher seguir.”<br />
Claudio Loureiro - Grupo Heads<br />
“Conviver com o Gilberto Leifert foi um dos maiores<br />
benefícios <strong>de</strong> ter me tornado presi<strong>de</strong>nte da Fenapro.<br />
Descobri uma pessoa com conhecimento gigantesco<br />
sobre tudo o que envolve nosso negócio, além <strong>de</strong> ser<br />
gentil, seríssimo e, para sorte <strong>de</strong> todos nós, um gigante<br />
na <strong>de</strong>fesa do mo<strong>de</strong>lo vencedor da propaganda brasileira.<br />
Somente com este convívio pu<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir o quanto<br />
<strong>de</strong>vemos a ele pelo altíssimo padrão internacional da<br />
nossa ativida<strong>de</strong>. Estar com ele é sempre um prazer e<br />
uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sair engran<strong>de</strong>cido.”<br />
Glaucio Bin<strong>de</strong>r - Fenapro<br />
“O Gilberto <strong>de</strong>ixa um gran<strong>de</strong> legado que ajudou a pavimentar<br />
a trajetória da indústria da comunicação no Brasil.<br />
Também foi e continua sendo fundamental o seu papel<br />
na consolidação e relevância do Conar. Desejo a ele toda<br />
a sorte do mundo nessa nova etapa <strong>de</strong> sua jornada.”<br />
Ezra Geld - J. Walter Thompson<br />
“Quando conheci o Gilberto ele já era uma lenda. Na primeira<br />
conversa pessoal com ele, reconheci que o rótulo<br />
não era apenas uma simples e respeitosa reverência do<br />
mercado aos anos <strong>de</strong> trabalho, mas um fato inequívoco.<br />
De uma hora <strong>de</strong> conversa planejada, ficamos três<br />
seguidas <strong>de</strong> almoço. Falamos <strong>de</strong> tudo: economia, Cenp,<br />
política, psicanálise e, claro, sobre nossos negócios. Durante<br />
o papo, tive um par <strong>de</strong> epifanias sobre o mercado<br />
e sobre meu negócio. Se fosse somente por aquele dia,<br />
já seria grato a ele.”<br />
Ulisses Zamboni – Santa Clara<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 39
Especial Leifert<br />
02<br />
40<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
03<br />
01<br />
04<br />
01. Gilberto Leifert recebe homenagem<br />
02. Gilberto Leifert e Renato Pereira<br />
03. Marcio Toscani e Mario D’Andrea<br />
04. Luiz Leite e Willy Haas<br />
05. Paulo Gregoraci e Washington<br />
Olivetto<br />
05<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 41
Especial Leifert<br />
06<br />
07 08<br />
09<br />
06. Renato Pereira, Gilberto Leifert, Mario<br />
D’Andrea e Willy Haas participam <strong>de</strong> almoço<br />
comemorativo, em São Paulo<br />
07. Armando Ferrentini e Paulo Gregoraci<br />
08. Armando Strozenberg e Marcos Quintela<br />
09. Gal Barradas e Glaucio Bin<strong>de</strong>r, da Bin<strong>de</strong>r<br />
10. Cintia Gonçalves e Luiz Sanches<br />
11. Caio Barsotti e Decio Vomero<br />
12. Fernando Musa e Paulo Schmidt,<br />
13. Antonio Calil Curi e Roberto Belizario<br />
14. José Borghi, André Gomes e José Eustáchio<br />
15. Paulo Cesar Queiroz e Álvaro Pacheco Jr.<br />
42<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
10<br />
11<br />
12<br />
13<br />
14<br />
15<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 43
Obladi, Obladá<br />
O Leão <strong>de</strong> cabeça branca<br />
Por Carlos Castelo<br />
Em 1988, portanto há 29 anos, eu ganhava<br />
meu primeiro Leão no Festival<br />
<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cannes. Trabalhava<br />
no mesmo grupo <strong>de</strong> comunicação<br />
em que estou agora. Por causa<br />
da premiação, passado algum tempo,<br />
recebi algumas regalias no ambiente<br />
corporativo.<br />
Reprodução<br />
Uma <strong>de</strong>las foi contar com a ajuda <strong>de</strong> um, àquela época,<br />
redator-aprendiz: o Luiz. Criativo e curioso, era literalmente<br />
minha sombra, com seus 20 centímetros a<br />
mais <strong>de</strong> altura. Fizemos <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> anúncios, comerciais<br />
e spots <strong>de</strong> rádio juntos até que a correnteza do<br />
turn-over nos afastasse para margens distantes.<br />
Circulei por “n” agências, <strong>de</strong> “x” propostas e abordagens:<br />
<strong>de</strong> butiques criativas a empresas especializadas<br />
em varejo imobiliário, incluindo eventuais empreitadas<br />
próprias. Durante esse tempo, fui agraciado com diversos<br />
lauréis importantes do setor. Mas, como todo<br />
mundo, também amarguei períodos <strong>de</strong> exílio forçado<br />
da ativida<strong>de</strong> e cheguei a pensar que a Mãe <strong>Propaganda</strong><br />
não me queria mais.<br />
Meio <strong>de</strong>sorientado, cogitei até abrir um restaurante.<br />
No entanto, a rotina <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar às 4 da manhã para<br />
ir à Ceagesp não combinava com meus hábitos notívagos.<br />
Mu<strong>de</strong>i os planos, reuni capital para fundar uma<br />
pequena editora com foco em autores esquecidos.<br />
Mas, ó Deus meu, quem ainda se dispõe a ler inéditos<br />
nesse país?<br />
Por fim, larguei a i<strong>de</strong>ia fixa <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>cidi pedir<br />
um novo lugar ao sol em meu tradicional domicílio:<br />
a velha e boa publicida<strong>de</strong>. Devo, contudo, lembrar que<br />
nossa área é caprichosa. Não vai aceitando assim <strong>de</strong><br />
volta, como se nada tivesse acontecido.<br />
Ainda que meu currículo estivesse recheado <strong>de</strong> feitos<br />
dignos <strong>de</strong> um Ulisses, tive <strong>de</strong> usar o elevador <strong>de</strong> serviço<br />
para voltar a frequentar o condomínio. Comi a pizza<br />
que o diabo amassou em noites viradas no laptop, vim<br />
trabalhar em fins <strong>de</strong> semana cheios <strong>de</strong> sol e bicicletas<br />
flutuando no parque (e digo isto não para me colocar<br />
como o mártir do marketing, mas porque o ofício<br />
sempre exigiu sacrifício – seja para Olivettos, seja para<br />
Castelos).<br />
Felizmente, com um pouco <strong>de</strong> sorte e a solidarieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ex-colegas, voltei ao princípio <strong>de</strong> tudo, estou <strong>de</strong><br />
novo trabalhando junto a um jovem e promissor redator.<br />
Dessa vez o Marcos, que se senta à mesa ao lado<br />
e troca figurinhas comigo.<br />
Agora, 29 <strong>de</strong>pois, ganhei outro Leão no Festival <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Cannes. De prata, para combinar com minhas<br />
melenas grisalhas. E o melhor <strong>de</strong> tudo, o Luiz e o<br />
Marcos também ganharam os <strong>de</strong>les.<br />
Nós três, redatores <strong>de</strong> diferentes gerações, como uma<br />
brinca<strong>de</strong>ira do <strong>de</strong>stino, curiosamente estamos trabalhando<br />
no mesmo grupo <strong>de</strong> comunicação, aquele em<br />
que eu estava em 1988 e agora.<br />
Isso mostra que tudo po<strong>de</strong> nos surpreen<strong>de</strong>r. Até a propaganda.<br />
Especialmente quando ela <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser apenas<br />
a alma do negócio para ser um negócio <strong>de</strong> alma.<br />
44<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
Carlos Castelo<br />
É escritor e publicitário<br />
Twitter: @casteloramabr
Se fosse fácil,<br />
qualquer um faria.<br />
Mas não era...<br />
Então o Gilberto<br />
foi lá e fez.<br />
Nosso agra<strong>de</strong>cimento a toda<br />
contribuição que o Gilberto<br />
Leifert <strong>de</strong>u ao nosso mercado.<br />
Sem ele, seria tudo mais difícil.<br />
Agência com 30 anos <strong>de</strong> experiência.
I<strong>de</strong>ia 3 revela beleza <strong>de</strong> São João<br />
em campanha para O Boticário<br />
Viva<br />
São João<br />
Por Wilton Oliveira,<br />
CCO da agência I<strong>de</strong>ia 3<br />
São João é a festa mais <strong>de</strong>mocrática e popular do Nor<strong>de</strong>ste.<br />
Todos os anos, mais <strong>de</strong> 6 milhões <strong>de</strong> pessoas se <strong>de</strong>slocam pela<br />
região para curtir a festa na sua cida<strong>de</strong> natal ou em outra cida<strong>de</strong><br />
que reúna gran<strong>de</strong>s atrações. Em muitos lugares, a diversão dura<br />
o mês inteiro.<br />
Para marcar presença nessa data tão especial, a I<strong>de</strong>ia 3, agência<br />
<strong>de</strong> comunicação integrada, criou uma estratégia 360 o com<br />
ações <strong>de</strong> equity e varejo para O Boticário, uma marca brasileira<br />
que sempre acreditou na beleza do São João.<br />
46<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
A principal <strong>de</strong>las, a mola propulsora <strong>de</strong> toda a estratégia, foi uma<br />
websérie em três capítulos, que prestou uma linda homenagem<br />
a Luiz Gonzaga e promoveu o resgate cultural da sanfona <strong>de</strong> 8<br />
baixos.<br />
Luriana Moraes, redatora da I<strong>de</strong>ia 3, conta como nasceu a i<strong>de</strong>ia:<br />
“Nós queríamos fazer algo que <strong>de</strong>ixasse um legado, que ficasse<br />
vivo <strong>de</strong>pois que a campanha terminasse. Comecei a pesquisar<br />
sobre a sanfona, <strong>de</strong>scobri que existem diversas orquestras sanfônicas<br />
pelo Brasil, mas que até hoje elas não tinham tido visibili-
Fotos: divulgacão<br />
da<strong>de</strong>. Ao mesmo tempo, <strong>de</strong>scobri também que a sanfona <strong>de</strong> 8 baixos é um instrumento<br />
em extinção porque os mais jovens não querem apren<strong>de</strong>r a tocá-lo e que Januário, pai<br />
<strong>de</strong> Luiz Gonzaga, era fã do fole <strong>de</strong> 8 baixos. Fui juntando essas informações e o projeto<br />
foi nascendo <strong>de</strong>ntro da minha cabeça”.<br />
A Orquestra Sanfônica <strong>de</strong> Exu reuniu sanfoneiros <strong>de</strong> todo o Nor<strong>de</strong>ste, em Exu, cida<strong>de</strong> natal<br />
<strong>de</strong> Gonzagão. A apresentação contou com mais <strong>de</strong> 5 mil pessoas na praça principal da cida<strong>de</strong>.<br />
A preparação, a viagem, os ensaios e a apresentação final fazem parte da websérie,<br />
que contabilizou mais <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong> views no YouTube e no Facebook <strong>de</strong> O Boticário.<br />
A websérie teve como embaixadora a talentosíssima Lucy Alves, atriz, cantora e sanfoneira<br />
paraibana, que representa uma nova geração <strong>de</strong> músicos. A orquestra foi regida<br />
por Targino Gondim, um dos mais respeitados sanfoneiros do Brasil; e contou ainda com<br />
o mestre Luizinho Calixto, maior especialista em 8 baixos do país; e Joquinha Gonzaga,<br />
músico e sobrinho <strong>de</strong> Gonzagão.<br />
Wilton Oliveira, CCO da agência, completa: “A presença <strong>de</strong> Lucy Alves, Targino Gondim,<br />
Luizinho Calixto e Joquinha Gonzaga <strong>de</strong>ixou a i<strong>de</strong>ia ainda mais interessante. Foi uma<br />
reunião muito feliz”.<br />
A Orquestra Sanfônica <strong>de</strong> Exu é um trabalho que só reforça, em âmbito regional, o posicionamento<br />
que O Boticário vem trabalhando em nível nacional <strong>de</strong> que “beleza não é só<br />
o que você vê, mas principalmente o que você sente”.<br />
“Nós queríamos fazer algo que<br />
<strong>de</strong>ixasse um legado, que<br />
ficasse vivo <strong>de</strong>pois que a<br />
campanha terminasse”<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 47
Foram sete dias <strong>de</strong> gravações, com mais <strong>de</strong> 100 profissionais<br />
envolvidos e um amplo trabalho <strong>de</strong> pesquisa prévia.<br />
Segundo Cris Irigon, diretora <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> O Boticário,<br />
“nossos projetos no Nor<strong>de</strong>ste nos aproximam cada vez<br />
mais da cultura e da história do povo nor<strong>de</strong>stino. É gratificante<br />
po<strong>de</strong>r fazer uma homenagem grandiosa como<br />
essa, em que compartilhamos nossos valores e estamos<br />
presentes nesse momento tão encantador que é o São<br />
João”.<br />
Para dar ainda maior visibilida<strong>de</strong> a essa homenagem e convidar<br />
a todos para <strong>de</strong>scobrir a beleza do São João, trabalhamos<br />
muitos outros pontos <strong>de</strong> contato com o consumidor.<br />
Criamos anúncios para revistas, entrevistas <strong>de</strong> rádio com<br />
Lucy Alves falando da homenagem a Gonzaga, outdoors,<br />
frontlights e mubs nas cida<strong>de</strong>s com tradição <strong>de</strong> São João,<br />
peças específicas para cida<strong>de</strong>s como Caruaru e Campina<br />
Gran<strong>de</strong>, dando as boas-vindas à cida<strong>de</strong> e convidando as<br />
pessoas a <strong>de</strong>scobrir a beleza do São João daquele lugar.<br />
Investimos em portais locais, mídia programática, social<br />
media, influenciadores <strong>de</strong> todo o Nor<strong>de</strong>ste, ações em rodoviárias,<br />
aeroportos e metrô, <strong>de</strong>ntre outros.<br />
Criamos um hub exclusivo para o São João com o universo<br />
<strong>de</strong> Luiz Gonzaga, curiosida<strong>de</strong>s sobre a sua vida, <strong>de</strong>poimentos<br />
<strong>de</strong> amigos e parceiros, informações sobre Exu, a sanfona<br />
e a sanfona <strong>de</strong> 8 baixos.<br />
48<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
Produzimos materiais específicos para franqueados e reven<strong>de</strong>doras,<br />
motivando o time a abraçar a campanha e divulgar<br />
a homenagem. Realizamos uma sessão <strong>de</strong> cinema<br />
exclusiva, na qual franqueados, formadores <strong>de</strong> opinião, jornalistas<br />
e parte do time O Boticário pu<strong>de</strong>ram conhecer em<br />
primeira mão a websérie e se emocionar.<br />
Além <strong>de</strong> todo esse trabalho e envolvimento em equity,<br />
<strong>de</strong>senvolvemos uma campanha complementar <strong>de</strong> varejo,<br />
com key visual integrado ao key visual da homenagem.<br />
Dessa forma, tivemos uma linguagem única e maximizamos<br />
os investimentos e esforços <strong>de</strong> marca, também na<br />
divulgação da linha Nativa Spa e <strong>de</strong> sua promoção <strong>de</strong> 40%<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto em produtos da linha.<br />
A estratégia <strong>de</strong> varejo contemplou também mídia exterior,<br />
digital, mídias em shoppings, ponto <strong>de</strong> venda, rádio e ativação.<br />
A inteligência <strong>de</strong> mídia foi fundamental para evitar sobreposições<br />
e <strong>de</strong>terminar qual o conteúdo mais relevante<br />
para cada meio.<br />
Dessa forma, traçamos uma estratégia que visou conquistar<br />
o coração das pessoas, gerando aproximação e i<strong>de</strong>ntificação<br />
com o conteúdo. Fizemos isso e fomos além. Mostramos<br />
que a comunicação regional, quando bem alinhada<br />
aos objetivos globais da marca, po<strong>de</strong> colaborar e muito<br />
para que esta brilhe ainda mais e conquiste novos admiradores.<br />
Viva a Orquestra Sanfônica <strong>de</strong> Exu, viva Luiz Gonzaga e viva<br />
toda a beleza e tradição do São João do Nor<strong>de</strong>ste.
Bom dia, Gilberto.<br />
É Fantástico o seu legado.<br />
Quanto Mais Você trabalha,<br />
mais o Bem Estar<br />
vem ao nosso Encontro.<br />
Sem Zorra.<br />
Em Temperatura Máxima.<br />
Você é nosso The Voice,<br />
nosso Popstar.<br />
A Força do nosso Querer,<br />
nesse Cal<strong>de</strong>irão,<br />
faz a gente acreditar que<br />
Vale a Pena Ver <strong>de</strong> Novo<br />
um Novo Mundo.<br />
Gilberto Leifert <strong>de</strong>ixa a Re<strong>de</strong> Globo, mas para todos nós continua sendo um campeão <strong>de</strong> audiência<br />
da ética e da luta em <strong>de</strong>fesa do nosso mercado.
Como a publicida<strong>de</strong> mobile<br />
po<strong>de</strong> gerar vendas em loja física?<br />
Por Alberto Pardo<br />
Criativos dinâmicos e geolocalização.<br />
É possível que você tenha ouvido sobre<br />
esses termos e talvez até já tenha<br />
sido impactado por essas tecnologias<br />
por meio da publicida<strong>de</strong> mobile. Mas<br />
você já parou para pensar como elas<br />
po<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> fato, estar presente no dia<br />
a dia dos consumidores e apoiar as<br />
marcas em seus objetivos <strong>de</strong> negócio?<br />
Imagine que você é proprietário<br />
<strong>de</strong> uma loja física e gostaria <strong>de</strong> atrair<br />
novos clientes para o seu estabelecimento<br />
<strong>de</strong> maneira rápida e assertiva,<br />
sem envolver mídias tradicionais.<br />
Como é possível atraí-los?<br />
A primeira questão a se pensar é que o contexto e a relevância<br />
da mensagem são palavras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m. Cada vez<br />
mais se busca uma comunicação que faça sentido não<br />
apenas para um gran<strong>de</strong> público, mas também no nível do<br />
indivíduo. O segundo ponto é que, com o crescimento <strong>de</strong><br />
usuários 100% conectados em seus dispositivos mobile,<br />
torna-se ainda mais importante estar presente nessa plataforma.<br />
O terceiro ponto é levar em conta o momento em<br />
que o interlocutor será impactado para que o engajamento<br />
ocorra <strong>de</strong> forma natural, <strong>de</strong> acordo com sua localização,<br />
perfil e até mesmo o clima daquele dia. O uso da tecnologia<br />
<strong>de</strong> geolocalização, combinada com criativos dinâmicos,<br />
permite atingir o público certo, no lugar certo e em tempo<br />
real, permitindo traçar estratégias mais criativas.<br />
Para tornar esse assunto mais palpável, compartilho com<br />
vocês o case “At Any Moment and Anywhere with Juan Val<strong>de</strong>z<br />
Coffee”, para a tradicional marca <strong>de</strong> café colombiana<br />
Juan Val<strong>de</strong>z. A ação tinha como objetivo reforçar os hábitos<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> café na Colômbia e oferecer aos consumidores<br />
uma experiência <strong>de</strong> aproximação e interação com<br />
a marca. A estratégia contou com o uso da tecnologia <strong>de</strong><br />
criativos dinâmicos e geolocalização, levando em consi<strong>de</strong>ração<br />
o clima e o horário do dia para conectar os clientes e<br />
a marca. Por meio <strong>de</strong>sta solução, os usuários eram impactados<br />
com mensagens customizadas, disparadas <strong>de</strong> forma<br />
automatizada <strong>de</strong> acordo com o local, hora do dia e a temperatura<br />
da região em que se encontravam. Por exemplo,<br />
quem estivesse em um local chuvoso e frio, recebia mensagens<br />
<strong>de</strong> ofertas <strong>de</strong> produtos quentes e assim por diante.<br />
50<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
Além <strong>de</strong> acumular prêmios como dois Smarties no evento<br />
da MMA em Nova York e mais recentemente no IAB MIXX<br />
da Colômbia (categoria Real Time Marketing) e a indicação<br />
para o FAB Awards <strong>2017</strong> (categoria Efetivida<strong>de</strong>), a campanha<br />
mostra que, além <strong>de</strong> impressões, alto engajamento e<br />
número <strong>de</strong> clicks, a publicida<strong>de</strong> mobile utilizada <strong>de</strong> forma<br />
estratégica tem enorme potencial para aumentar o número<br />
<strong>de</strong> visitas e até vendas em lojas físicas.<br />
O case ainda reforça uma evolução e disruptura no formato<br />
display. Agora po<strong>de</strong>mos dizer que ele ficou inteligente.<br />
O rastreamento <strong>de</strong> pixel, persistência na criação <strong>de</strong> ID e a<br />
navegação logada nos veículos possibilitaram o acúmulo<br />
<strong>de</strong> consumidores a ponto <strong>de</strong> criar experiências mais relevantes<br />
e específicas. Quando esses fatores passam a<br />
ser combinados com a localização e dados condicionais,<br />
como hora do dia e clima, significa um passo emblemático<br />
na jornada da publicida<strong>de</strong> em compreen<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda<br />
dos usuários e consumidores.<br />
Antes <strong>de</strong> planejar a próxima campanha <strong>de</strong> sua marca ou<br />
do seu cliente anunciante, que tal pensar nos efeitos que a<br />
combinação das tecnologias <strong>de</strong> geolocalização e criativos<br />
dinâmicos po<strong>de</strong>m fazer pelo seu negócio? Ou vai esperar<br />
a mensagem da concorrência chegar antes?<br />
Alberto Pardo<br />
CEO e fundador da Adsmovil<br />
Reprodução
ANÚNCIOS<br />
DE HOMENAGEM<br />
VÊM E VÃO.<br />
UM LEGADO COMO<br />
O DO GILBERTO<br />
FICA.<br />
POR ANOS, O TRABALHO DE GILBERTO LEIFERT TROUXE<br />
RECONHECIMENTO PARA A BOA PROPAGANDA BRASILEIRA<br />
E CONTRIBUIU PARA ELEVAR NOSSO PADRÃO DE QUALIDADE.<br />
HOJE, NADA MAIS JUSTO DO QUE RECONHECER<br />
A EXCELÊNCIA DO TRABALHO DELE E TODO SEU LEGADO.<br />
NOLINE AGENCY
Meio ambiente<br />
Na obra “Guapuruvu”, o autor Onofre<br />
Martins apresenta, em forma <strong>de</strong><br />
ficção, uma visão crítica ao modo <strong>de</strong><br />
vida que o ser humano segue hoje<br />
em dia, abusando do que o planeta<br />
oferece e sendo negligente com a<br />
ecologia. Sugere i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> medidas<br />
capazes <strong>de</strong> ajudar na preservação<br />
da nossa existência na Terra. A narrativa<br />
se inicia com um enfrentamento<br />
pela lógica legal da situação atual,<br />
chegando a uma realida<strong>de</strong> distópica,<br />
uma nova or<strong>de</strong>m social mundial, que<br />
surge como consequência <strong>de</strong> todo<br />
o mau comportamento que a socieda<strong>de</strong><br />
vem tendo em relação ao meio<br />
ambiente e <strong>de</strong> uma iniciativa distorcida<br />
e cruel. Nesta nova or<strong>de</strong>m, vive<br />
uma personagem sob condições sociais<br />
totalmente diversas daquela em<br />
que hoje vivemos, enquanto busca<br />
por aprendizado e realização.<br />
Livros mortos<br />
Se você faz o bem nesta vida, po<strong>de</strong><br />
acabar voltando como algo melhor<br />
na próxima. A máxima, que já faz<br />
parte da cultura popular, inspirou a<br />
nova campanha da Artplan para a<br />
Carambaia. A editora <strong>de</strong> São Paulo<br />
publica edições especiais <strong>de</strong> títulos<br />
clássicos e obras raras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
autores, como Herman Melville, Marcel<br />
Proust, Nathanael West, Andreas<br />
Latzko e Machado <strong>de</strong> Assis. Os livros<br />
são numerados manualmente e têm<br />
projeto gráfico e acabamento refinados.<br />
As histórias são contadas em<br />
primeira pessoa e os narradores são<br />
os próprios livros, que contam suas<br />
<strong>de</strong>sventuras e percalços. Todos terminam<br />
da mesma maneira: esperando<br />
voltar como ‘algo melhor’ — neste<br />
caso, como uma edição nova da<br />
Carambaia.<br />
Simplifique<br />
Simplificar o complexo é mais bonito<br />
do que “complexificar” o simples.<br />
Essa e outras i<strong>de</strong>ias estão no livro<br />
“Vai lá e faz: como empreen<strong>de</strong>r na<br />
era digital e tirar i<strong>de</strong>ias do papel”,<br />
lançado pela Editora Belas Letras.<br />
De autoria <strong>de</strong> Tiago Mattos, um dos<br />
fundadores da escola <strong>de</strong> economia<br />
criativa Perestroika, o livro apresenta,<br />
<strong>de</strong> forma simples e direta, a visão<br />
do especialista sobre o tema,<br />
com dicas bibliográficas para quem<br />
<strong>de</strong>sejar se aprofundar mais no universo<br />
empreen<strong>de</strong>dor e futurista. O<br />
autor faz ainda previsões <strong>de</strong> como<br />
serão as relações profissionais e<br />
pessoais num futuro não tão distante.<br />
O objetivo da obra foi <strong>de</strong>senvolver<br />
um conteúdo que pu<strong>de</strong>sse ser<br />
lido tanto por jovens empreen<strong>de</strong>dores<br />
quanto pelos mais experientes,<br />
com teorias, conceitos, exemplos e<br />
dicas.<br />
Belas imagens<br />
Marco Aurélio Viterbo, <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> interiores com<br />
mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> carreira, lança o seu primeiro<br />
livro, intitulado “Marco Aurélio Viterbo Interiores”. A<br />
obra, publicada pela Zeta Editora, reúne uma seleção<br />
<strong>de</strong> 21 projetos assinados pelo profissional, com belas<br />
imagens e <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong> ambientes<br />
como apartamentos, casas <strong>de</strong> veraneio e escritórios,<br />
executados no Brasil, Estados Unidos e Inglaterra. Ao<br />
longo das 300 páginas do livro, o leitor po<strong>de</strong>rá conhecer<br />
alguns dos seus principais projetos.<br />
52<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
suzi@editorareferencia.com.br
Nós<br />
sabemos<br />
reconhecer<br />
um craque<br />
da <strong>de</strong>fesa.<br />
Homenagem da Propeg a Gilberto Leifert,<br />
um dos maiores <strong>de</strong>fensores da propaganda brasileira.
Cannes<br />
Diverso e tecnológico<br />
Edição <strong>de</strong>ste ano do Festival<br />
Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />
refletiu transformações<br />
sociais e tecnológicas<br />
A edição <strong>de</strong>ste ano do Festival Internacional <strong>de</strong><br />
Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions foi embasada em temas<br />
sobre diversida<strong>de</strong> e tecnologia. Os assuntos<br />
que estão transformando o mercado da comunicação<br />
estiveram presentes não apenas nas palestras<br />
e nas campanhas premiadas como também<br />
priorizadas na estrutura do próprio evento.<br />
O Festival teve recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> mulheres no corpo <strong>de</strong><br />
jurados, com 44% do total. Outro exemplo nessa<br />
linha foi o painel Estereotipando Mulheres, levantamento<br />
feito pela J. Walter Thompson e pelo Instituto<br />
Geena Davis que verificou mais <strong>de</strong> dois mil<br />
comerciais inscritos em Cannes <strong>de</strong> 2006 a 2016<br />
(categorias Film e Film Craft), mostrando que a<br />
publicida<strong>de</strong> ainda rotula as mulheres. Já no quesito<br />
tecnologia, marcas como Facebook, YouTube,<br />
Twitter, Snapchat e Pinterest dominaram a área<br />
diante da Croisette. A revista <strong>Propaganda</strong> convidou<br />
Hwira Gibin, diretora <strong>de</strong> relações e negócios<br />
da Domo Produções; Fabio Seidl, do Group Creative<br />
Director da 360i New York; Raphael Dias,<br />
sócio e diretor <strong>de</strong> cena da Square Pixel Filmes; e<br />
Filipe Cuver, diretor <strong>de</strong> criação da agência Dentsu;<br />
para exporem seus pontos <strong>de</strong> vista sobre o<br />
festival <strong>de</strong>ste ano.<br />
54<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
TROFÉUS BRASILEIROS<br />
Agência Ouro Prata Bronze Total<br />
ALMAPBBDO 5 9 8 22<br />
OGILVY 3 3 5 11<br />
DM9 1 4 5 10<br />
GREY 1 2 5 8<br />
AFRICA 1 1 5 7<br />
J. WALTER THOMPSON - 2 4 6<br />
Y&R 1 1 3 5<br />
PUBLICIS 1 - 2 3<br />
NEOGAMA - 1 2 3<br />
FCB - 2 - 2<br />
TALENT MARCEL - 1 1 2<br />
LITTLE GEORGE - 1 1 2<br />
F/NAZCA SAATCHI & SAATCHI - - 2 2<br />
NBS - - 2 2<br />
DAVID 1 - - 1<br />
HAVAS LIFE - 1 - 1<br />
BETC - 1 - 1<br />
TV GLOBO - 1 - 1<br />
AKTUELLMIX - 1 - 1<br />
CCZ*WOW - 1 - 1<br />
DENTSU - - 1 1<br />
LEW’LARA\TBWA - - 1 1<br />
NOVA/SB - - 1 1<br />
AKQA - - 1 1<br />
SOKO - - 1 1<br />
FURF DESIGN STUDIO - - 1 1<br />
NEW 360 - - 1 1<br />
Z+ - - 1 1<br />
TOTAL 14 32 53 99<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 55
Cannes<br />
Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros,<br />
autenticida<strong>de</strong> e o uso<br />
correto dos dados<br />
Por Hwira Gibin<br />
Cannes <strong>2017</strong>, o ano em que o maior<br />
festival <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> do mundo, o<br />
Cannes Lions, <strong>de</strong>staca em toda a sua<br />
diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> temas um mesmo assunto<br />
<strong>de</strong> extrema relevância: a <strong>de</strong>finitiva<br />
igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros na comunicação.<br />
Conforme pesquisa apresentada na palestra conduzida<br />
por Ma<strong>de</strong>line DiNonno, CEO do Geena Davis Institute on<br />
Gen<strong>de</strong>r in Media, e Brent Choi, Chief Creative Officer da<br />
JWT NY, muito se fala, mas a gran<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> é que pouco<br />
evoluímos.<br />
A mulher é consi<strong>de</strong>rada a principal compradora da casa.<br />
É ela quem <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> sobre os gastos; mas, ainda assim, a<br />
56<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
Divulgação<br />
Fotos: reprodução<br />
Hwira Gibin é diretora <strong>de</strong> relações<br />
e negócios da Domo Produções<br />
publicida<strong>de</strong> não reflete a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros e<br />
tampouco a diversida<strong>de</strong> dos temas que po<strong>de</strong>m<br />
ser explorados nas campanhas. De acordo com<br />
essa pesquisa, em sua maioria, as mulheres estão<br />
sempre no ambiente doméstico, na cozinha<br />
ou cuidando dos filhos, além <strong>de</strong> serem objeto <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sejo, enquanto os homens são representados<br />
nas suas mais variadas ativida<strong>de</strong>s profissionais,<br />
lazer, esportes… tudo o que elas também fazem,<br />
ou não?!? Convenhamos que isso para elas é<br />
pouco aspiracional.<br />
Obviamente estamos falando sobre uma questão<br />
cultural, que não po<strong>de</strong> ser ignorada pela publicida<strong>de</strong>,<br />
que tem um papel social <strong>de</strong> formação e<br />
transformação.<br />
Como disse Brent Choi, uma vez que somos lí<strong>de</strong>res<br />
da comunicação, sabemos o nosso potencial<br />
em fazer mudanças e influenciar. Temos o <strong>de</strong>ver<br />
<strong>de</strong> iniciar essas mudanças. Precisamos nos sentir<br />
responsáveis pelo fato <strong>de</strong> a socieda<strong>de</strong> ainda não<br />
enxergar a mulher e o homem com igualda<strong>de</strong>. E,<br />
<strong>de</strong> uma vez por todas, acabar com o estereótipo<br />
das mulheres nos anúncios.<br />
Entre as palavras que mais escutamos este ano<br />
em Cannes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do assunto em<br />
questão, estavam autenticida<strong>de</strong> e relevância. É<br />
isso que atrai a atenção da audiência em assistir<br />
este ou aquele ví<strong>de</strong>o. Talvez este seja um caminho<br />
para fazer essa mudança na comunicação,<br />
pois as mulheres só vão dar audiência para aquilo<br />
que as representar <strong>de</strong> forma integral e autêntica.<br />
Uma pergunta colocada que vale a reflexão <strong>de</strong><br />
todos nós: você gostaria <strong>de</strong> ver a sua mulher, a<br />
sua irmã, a sua filha ou mãe colocadas como um objeto,<br />
ou inseridas em uma i<strong>de</strong>ia preconcebida <strong>de</strong> uma<br />
peça publicitária? Madonna Badger, CCO e fundadora<br />
da agência Badger & Winters, uma das maiores porta-<br />
-vozes da <strong>de</strong>sobjetificação da mulher, recomenda que<br />
sempre pensemos com o coração quando criarmos<br />
uma nova campanha.<br />
Apesar do longo caminho a percorrer, recentemente tivemos<br />
uma excelente notícia sobre uma iniciativa criada<br />
nos Estados Unidos com o intuito <strong>de</strong> ampliar o mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho para as mulheres atuantes na área <strong>de</strong> direção<br />
<strong>de</strong> cena e produção – o #freethebid, representado<br />
oficialmente no Brasil pela Apro. A luta é para que mulheres<br />
sejam consi<strong>de</strong>radas em todas as cotações para as<br />
produções, dando-lhes assim o direito <strong>de</strong> mostrar seu<br />
talento. É um gran<strong>de</strong> passo que vem <strong>de</strong> encontro ao<br />
que acreditamos. Através <strong>de</strong> uma dinâmica colaborativa<br />
<strong>de</strong> trabalho, compreen<strong>de</strong>mos cada vez mais como a<br />
diversida<strong>de</strong> da equipe po<strong>de</strong> ser essencial para um trabalho<br />
bem-sucedido. Precisávamos <strong>de</strong> uma frente como<br />
essa para abrir oportunida<strong>de</strong>s iguais para diferentes tipos<br />
<strong>de</strong> talentos.<br />
Parece claro que, <strong>de</strong> um jeito ou <strong>de</strong> outro, as mudanças<br />
necessárias ten<strong>de</strong>m a ocorrer; pelo menos é o que<br />
promete a AI (Artificial Intelligence), que nos apresenta a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar os milhões, bilhões <strong>de</strong> dados que<br />
geramos todos os dias, com o propósito <strong>de</strong> nos conhecer<br />
melhor e enten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s individuais e ativida<strong>de</strong>s<br />
comportamentais <strong>de</strong> cada um. Nesse sentido, a<br />
palestra do Alibaba foi bem enriquecedora e <strong>de</strong>ixou claro<br />
que dados a gente tem, muitos. Resta saber o que fazer<br />
com eles e como usá-los em benefício <strong>de</strong> um mundo<br />
mais igualitário e melhor para se viver.<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 57
Cannes<br />
Gente igual<br />
não cria nada<br />
diferente<br />
Por Fabio Seidl<br />
Dame Helen Mirren. Sir Ian McKellen.<br />
Reverendo Jesse Jackson. Se as palestras<br />
<strong>de</strong> Cannes pu<strong>de</strong>ssem se resumir<br />
a três, seriam essas. São três figuras<br />
históricas, que con<strong>de</strong>nsaram um<br />
monte <strong>de</strong> conversas sobre diversida<strong>de</strong><br />
a uma simplicida<strong>de</strong> essencial.<br />
A atriz Helen Mirren é um dos maiores talentos da sua geração<br />
e uma verda<strong>de</strong>ira “fearless lady”. Mirren, que se tornou<br />
garota-propaganda da L’Oréal aos 71 anos (“já estava<br />
na hora”, disse ela, brincando no palco), trouxe clareza sobre<br />
diversida<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong>.<br />
58<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
“A criativida<strong>de</strong> aparece do confronto entre duas forças.<br />
Sua incrível autoconfiança e um po<strong>de</strong>roso questionamento<br />
sobre o que você é capaz (...). E o combustível para o fu-
Fotos: reprodução<br />
Divulgação<br />
Fabio Seidl, é Group Creative Director<br />
da 360i New York<br />
Jackson falou sobre como as marcas precisam pensar prioritariamente<br />
em fazer o bem e não simplesmente ven<strong>de</strong>r<br />
produtos. E como a diversida<strong>de</strong> nos meios <strong>de</strong> comunicação,<br />
publicida<strong>de</strong> incluída, é um passo fundamental para a paz.<br />
Somando esses três pontos <strong>de</strong> vista, percebemos que a<br />
ambição e a jornada são bem maiores do que a gente imaginava.<br />
A questão da diversida<strong>de</strong> na publicida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>veria ser<br />
só um <strong>de</strong>bate, mas uma necessida<strong>de</strong> e uma maneira inteligente<br />
<strong>de</strong> se sobressair nos negócios.<br />
turo é essa criativida<strong>de</strong> e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvirmos todas<br />
as vozes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> gênero, raça ou ida<strong>de</strong>”.<br />
Em outro painel, Sir Ian McKellen, o primeiro cavaleiro da<br />
coroa britânica <strong>de</strong>claradamente gay – foi nomeado em<br />
1991 –, falou sobre transparência e como a socieda<strong>de</strong> ainda<br />
precisa evoluir.<br />
“Na indústria do entretenimento, é até <strong>de</strong>sonesto você não<br />
assumir quem você é. Mas pense na indústria dos esportes.<br />
Será que não existe nenhum jogador <strong>de</strong> futebol gay?<br />
Se eu fosse um <strong>de</strong>les, saía do armário e ficaria rico. Todas<br />
as marcas iriam me contratar para fazer campanhas. É<br />
preciso abrir os olhos e a cabeça.”<br />
O reverendo Jesse Jackson é uma testemunha viva <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> a falta <strong>de</strong> visão sobre diversida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> chegar. O<br />
maior lí<strong>de</strong>r negro da história americana, Martin Luther King,<br />
morreu nos braços <strong>de</strong>le, vítima <strong>de</strong> um assassinato, no<br />
auge do movimento pelos direitos civis, em 1968.<br />
Ela vai muito além <strong>de</strong> ter mais mulheres em vagas <strong>de</strong> criação<br />
ou dirigindo filmes, que é fundamental e vem sendo<br />
amplamente discutido, e po<strong>de</strong> ser vista como um dos passos,<br />
talvez o primeiro, nesse longo caminho.<br />
Pensar a diversida<strong>de</strong>, representar outros grupos em diferentes<br />
posições <strong>de</strong>ntro da indústria da comunicação e<br />
no que colocamos nas telas também, todos os dias. Se<br />
pensarmos bem, num país como o Brasil, pensar diferente<br />
disso chega a nem fazer mais sentido.<br />
Buscar o novo é a missão mínima da comunicação. E um<br />
monte <strong>de</strong> gente igual, da mesma cor, gênero, religião,<br />
mesmo nível social, mesma bagagem cultural, não cria<br />
nada <strong>de</strong> diferente, só se auto-referencia.<br />
Se nessa indústria o bolso é mais sensível do que o coração<br />
e manda mais do que a cabeça, o recado também<br />
serve: existe uma gigantesca oportunida<strong>de</strong> sendo <strong>de</strong>sperdiçada<br />
quando se aposta nos mesmos estereótipos e<br />
preconceitos.<br />
Diversida<strong>de</strong> é o investimento com melhor retorno para o<br />
capital financeiro e intelectual do nosso negócio.<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 59
Cannes<br />
É hora <strong>de</strong><br />
retomar o<br />
controle<br />
Por Raphael Dias<br />
Neste mundo tecnológico, em que as<br />
máquinas sabem cada vez mais sobre<br />
você do que você mesmo, o futuro<br />
te oferecerá muito mais do que<br />
VR, AR e MR.<br />
Esse monte <strong>de</strong> siglas bacanas é apenas o meio para<br />
uma constatação iminente <strong>de</strong> que a Inteligência Artificial<br />
é muito mais capaz do que o nosso cérebro, que os<br />
terminais inteligentes apren<strong>de</strong>m muito rápido. Watson<br />
e seus amigos são o futuro? Sim. Disso ninguém parece<br />
discordar. Porém, o que eu gostaria <strong>de</strong> levantar aqui<br />
são i<strong>de</strong>ias sobre como será esse futuro.<br />
“Que futuro nós estamos escolhendo fazer?”, provocou<br />
Keiichi Matsuda em palestra no Cannes Lions <strong>2017</strong>. O<br />
que o filmmaker responsável pela produção Hyper-Reality<br />
quer mostrar com essa pergunta retórica é que,<br />
antes <strong>de</strong> sonharmos com cida<strong>de</strong>s personalizadas em<br />
layers selecionáveis <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> óculos <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> aumentada,<br />
precisamos nos enten<strong>de</strong>r como agentes da<br />
comunicação e nos posicionar sobre como utilizar toda<br />
essa tecnologia a favor da humanida<strong>de</strong>, com real significado.<br />
60<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
Divulgação<br />
Fotos: reprodução<br />
Raphael Dias é sócio e diretor <strong>de</strong> cena<br />
da Square Pixel Filmes<br />
Muitos palestrantes no Festival <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Cannes <strong>de</strong>monstraram dominar o palco quando trata-<br />
-se <strong>de</strong> expor casos sobre a evolução da Inteligência<br />
Artificial; mostrar a evolução dos chipsets em sua curva<br />
exponencial para o futuro; ou discorrer sobre novas<br />
linguagens na utilização <strong>de</strong> dados gerados em big<br />
data para o mercado da criativida<strong>de</strong>. Mas o que todos<br />
também retratam com clareza é que bots inteligentes<br />
– que já são capazes inclusive <strong>de</strong> criar linguagens<br />
robóticas para sua comunicação – são assustadores<br />
para nós, humil<strong>de</strong>s humanos.<br />
Sim, estamos com medo da tecnologia. Mas isso não<br />
é nada ruim e já vimos isso acontecer em outros momentos<br />
da história. Como diria a personagem <strong>de</strong> Octavia<br />
Spencer em “Estrelas Além do Tempo”, filme que<br />
retrata o programa espacial da Nasa, responsável por<br />
colocar o primeiro homem em órbita utilizando mainframes<br />
IBM alimentados por computadores humanos:<br />
“precisamos dominá-los, antes que eles roubem nossos<br />
trabalhos”. Estamos com medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r nossos<br />
empregos para os bots, <strong>de</strong> sermos menos criativos<br />
que esses seres que nós mesmos criamos.<br />
Agora o nosso trabalho é enten<strong>de</strong>r o que as pessoas<br />
<strong>de</strong> fato têm medo nessa história toda, para oferecer<br />
a tecnologia <strong>de</strong> forma palatável, tornando-a a<strong>de</strong>rente<br />
e, consequentemente, popular. O caminho para isso?<br />
“Vamos ser honestos, ninguém entra na internet pra assistir<br />
comerciais ou apren<strong>de</strong>r sobre marcas. Nós vamos<br />
à procura <strong>de</strong> respostas para nossas perguntas ou novas<br />
oportunida<strong>de</strong>s que nos interessem. Então, por que<br />
em vez <strong>de</strong> usarmos insights para criar mensagens que<br />
simplesmente divulgam marcas não resolvemos problemas<br />
que realmente importam?” Essa foi, pra mim,<br />
uma das <strong>de</strong>scrições mais honestas que passaram por<br />
Cannes este ano. E ela reflete o que estamos começando<br />
a ver: oportunida<strong>de</strong>s geradas a partir <strong>de</strong> insights<br />
aliados à análise <strong>de</strong> dados e utilização <strong>de</strong> bots, aplicadas<br />
à solução <strong>de</strong> problemas reais. E que <strong>de</strong> fato estão<br />
gerando empatia com o público.<br />
Iniciativas como o <strong>de</strong>stemido “Time Well Spent” (timewellspent.io)<br />
começam a pipocar trazendo o brado<br />
“vamos tomar o controle sobre a tecnologia”. E essa<br />
pegada começa agora a fazer sentido para um número<br />
maior <strong>de</strong> pessoas. Queremos o po<strong>de</strong>r e a capacida<strong>de</strong><br />
que todas essas máquinas nos trazem, mas, para sermos<br />
melhores do que elas, nós precisaremos nos tornar<br />
mais humanos.<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 61
Cannes<br />
Torre Eiffel,<br />
inovação<br />
muito além<br />
<strong>de</strong> um festival<br />
Por Filipe Cuvero<br />
62<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
A Torre Eiffel, muito criticada por alguns,<br />
virou um marco na arquitetura.<br />
Uma proeza tecnológica na área da<br />
engenharia. Em 1889, tornou-se a edificação<br />
mais alta do mundo e manteve<br />
esse recor<strong>de</strong> até 1930. Para a época,<br />
foi algo extremamente inovador.<br />
Para quem não sabe, a Torre Eiffel foi feita somente<br />
para um “festival” e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 20 anos, seria <strong>de</strong>smontada.<br />
Mas parece que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> “ganhar um<br />
prêmio” e mudar a cida<strong>de</strong> à sua volta, o cliente gostou<br />
da i<strong>de</strong>ia e passou a “veicular” a <strong>de</strong> eterno.<br />
O “festival” a que me refiro é a Gran<strong>de</strong> Exposição<br />
Universal. As Exposições Universais foram eventos<br />
criados no século 19 para a indústria ter a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> mostrar todo seu potencial tecnológico<br />
em várias áreas, como arquitetura, arte, produtos e<br />
transportes, entre outras, praticamente o “Innovation<br />
da belle époque”.
Divulgação<br />
Fotos: reprodução<br />
Filipe Cuvero é diretor <strong>de</strong> Criação da<br />
Dentsu Brasil<br />
trabalharam juntas por quatro anos. Ao final, chegaram<br />
a um mo<strong>de</strong>lo que une um protótipo <strong>de</strong> veículo<br />
elétrico, o “i-Road”, a um sistema <strong>de</strong> estacionamento<br />
colaborativo, criando um negócio totalmente novo<br />
que po<strong>de</strong> mudar o trânsito <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong><br />
como Tóquio.<br />
Guardadas as <strong>de</strong>vidas proporções, quando vejo<br />
Cannes hoje, vejo uma enorme vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> mostrar<br />
gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias e os avanços tecnológicos que estão<br />
aparecendo. O Festival <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser uma o<strong>de</strong><br />
à propaganda e passou a celebrar a criativida<strong>de</strong> em<br />
geral, tanto na comunicação quanto na inovação e<br />
na diversida<strong>de</strong>, até na área social.<br />
Várias Torres Eiffel aparecem em Cannes todo ano.<br />
I<strong>de</strong>ias ambiciosas que querem ir muito além <strong>de</strong> uma<br />
edição do Festival. Este ano, <strong>de</strong>staco três i<strong>de</strong>ias que<br />
acredito ter esse potencial.<br />
No seminário Creativity for Business Innovation, Kazu<br />
Shimura e Yasu Sasaki, da Dentsu Inc., apresentaram<br />
todo o processo criativo pelo qual eles passaram<br />
para chegar à i<strong>de</strong>ia do Open Road para a Toyota.<br />
Esse case já havia ganhado uma prata e três bronzes<br />
em 2016. Além do projeto, o mais interessante<br />
<strong>de</strong>ssa palestra foi ver toda a ambição que está por<br />
trás <strong>de</strong>le. Mais do que ganhar prêmio, a intenção era<br />
criar um sistema novo <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>. Para chegar a<br />
essa i<strong>de</strong>ia, uma equipe da agência e outra do cliente<br />
“Payphone Bank”, essa é outra i<strong>de</strong>ia bastante ambiciosa.<br />
A Grey Colômbia, juntamente com a Une, empresa<br />
<strong>de</strong> telecomunicação, transformou os orelhões<br />
da empresa em terminais <strong>de</strong> banco. Isso trouxe oito<br />
milhões <strong>de</strong> colombianos excluídos para <strong>de</strong>ntro do<br />
sistema financeiro do país. Tecnologia a serviço do<br />
social. É o tipo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia que vai muito além da propaganda.<br />
“Boost your voice da 180LA para Boost Mobile”. O<br />
sistema eleitoral nos EUA é facultativo. E pior, votar<br />
lá requer muita disposição, já que os lugares mais<br />
afastados têm poucos locais <strong>de</strong> votação e, consequentemente,<br />
enormes filas, o que colabora para a<br />
<strong>de</strong>sistência <strong>de</strong> participar. Isso acaba excluindo a população<br />
<strong>de</strong> baixa renda e as minorias do processo<br />
eleitoral. Para resolver esse problema, a Boost Mobile,<br />
companhia <strong>de</strong> celulares pré-pagos presente nessas<br />
comunida<strong>de</strong>s, transformou suas lojas em locais<br />
<strong>de</strong> votação. Assim, ela mostra o quanto está ao lado<br />
do seu público. Uma i<strong>de</strong>ia que mudou a última eleição<br />
e po<strong>de</strong> mudar um país todo.<br />
Entre várias boas i<strong>de</strong>ias, algumas conseguem ir muito<br />
além do Festival. Além <strong>de</strong> ganhar Leão, elas conseguem,<br />
<strong>de</strong> fato, mudar a socieda<strong>de</strong> à sua volta.<br />
Que a Torre Eiffel inspire outras boas i<strong>de</strong>ias.<br />
Vive la France!<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 63
Gastronomia<br />
Casamento<br />
perfeito<br />
Por Suzi Cavalari<br />
64<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
Gastronomia e comunicação são os<br />
insumos <strong>de</strong> trabalho para a diretora<br />
<strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> mercado da agência<br />
Tudo<br />
“Gastronomia e comunicação têm tudo a ver. A comida<br />
é por si só uma forma <strong>de</strong> se comunicar”, afirma Virna Miranda,<br />
diretora <strong>de</strong> inteligência para o mercado da agência<br />
Tudo, que se divi<strong>de</strong> entre a vida <strong>de</strong> publicitária e a <strong>de</strong> dona<br />
<strong>de</strong> restaurante. Ela abriu o Cozinha com Z, junto com o<br />
marido Zeca, há cerca <strong>de</strong> 10 meses, na badalada região<br />
da Vila Madalena, em São Paulo. Na parceria nos negócios<br />
é ele quem cozinha. Chef por formação, ele também é o
Fotos: Alê Oliveira<br />
responsável por gran<strong>de</strong> parte do conhecimento culinário<br />
<strong>de</strong> Virna.<br />
Certa vez, ela preparou um prato para ceia <strong>de</strong> Natal com<br />
uma receita passada pelo marido através do Messenger.<br />
“Era véspera <strong>de</strong> Natal, ele estava trabalhando no Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro e eu queria levar algo à ceia com a minha família.<br />
E ele me sugeriu camarão na abóbora. A princípio, achei<br />
uma loucura, mas acabei fazendo. Ficou maravilhoso e foi<br />
o prato mais elogiado da noite”, conta Virna.<br />
“É que sempre gostei mais <strong>de</strong> comer do que cozinhar”,<br />
brinca a publicitária sobre os seus dotes culinários. Segundo<br />
ela, apren<strong>de</strong>u a cozinhar com o marido e passou<br />
a ajudá-lo. “Acho gostoso cozinhar com outra pessoa”.<br />
Com o domínio <strong>de</strong> algumas técnicas, dispensam receitas.<br />
“O conhecimento da gastronomia nos possibilita isso.<br />
É abrir a gela<strong>de</strong>ira e ver o que tem para transformar em<br />
algo apetitoso”.<br />
Mas, isso ocorre em sua casa, porque, no Cozinha com Z,<br />
ela cuida mesmo é da comunicação e do marketing. Fica<br />
sob sua responsabilida<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, o posicionamento,<br />
as re<strong>de</strong>s sociais, o site, o relacionamento com a<br />
imprensa, as imagens a serem publicadas e toda divulgação<br />
do espaço, que teve origem num food truck há cerca<br />
<strong>de</strong> três anos, com um cardápio que traz uma releitura da<br />
comida brasileira.<br />
Baiana, formada em administração com especialização<br />
em marketing, Virna acredita que sair para comer é mais<br />
do que saciar a fome. “É um momento <strong>de</strong> estar com a<br />
família, amigos, <strong>de</strong> se reunir. Tem todo um lado <strong>de</strong> encantamento”.<br />
Com base nisso, ela se preocupa em construir<br />
um ambiente aconchegante e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> sustentado<br />
em três pilares: comida, ambiente e atendimento.<br />
À <strong>Propaganda</strong>, preparou tartar <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> sereno, que é<br />
produzida no próprio restaurante. Trata-se <strong>de</strong> uma releitura<br />
da carne <strong>de</strong> sol. “É difícil achar carne <strong>de</strong> sol <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
em São Paulo. Por isso, optamos por preparar a nossa,<br />
que fica três noites para <strong>de</strong>sidratar, então batizamos <strong>de</strong><br />
carne <strong>de</strong> sereno”, conta. A publicitária está na Tudo há<br />
sete anos, sendo que já passou por diversas áreas, como<br />
planejamento, projetos especiais. Atualmente é diretora<br />
<strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> mercado (área criada há cerca <strong>de</strong> quatro<br />
anos) e também <strong>de</strong> um dos núcleos <strong>de</strong> planejamento.<br />
Des<strong>de</strong> o início do ano a agência mudou sua estrutura <strong>de</strong><br />
funcionamento, passando a operar com três núcleos formados<br />
por diretores <strong>de</strong> planejamento e criação.<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 65
Gastronomia<br />
TARTAR<br />
INGREDIENTE<br />
20ml <strong>de</strong> azeite<br />
100g <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> sol<br />
50g <strong>de</strong> cebola roxa<br />
Tomilho-limão (quanto baste)<br />
100g <strong>de</strong> abobrinha em ro<strong>de</strong>las finas - carpaccio<br />
1 colher <strong>de</strong> café pimenta <strong>de</strong>do-<strong>de</strong>-moça picadinha<br />
Molho<br />
10ml <strong>de</strong> molho <strong>de</strong> pimenta<br />
10ml <strong>de</strong> mostarda<br />
5ml <strong>de</strong> melaço <strong>de</strong> cana<br />
5ml <strong>de</strong> molho inglês<br />
10ml <strong>de</strong> ketchup<br />
MODO DE PREPARO<br />
Cortar a abobrinha em ro<strong>de</strong>las bem fininhas, *branquear<br />
em água e sal e reservar. Deixar esfriar na gela<strong>de</strong>ira.<br />
Fazer um molho com mostarda, molho inglês, pimenta<br />
gota, <strong>de</strong>do-<strong>de</strong>-moça, pimenta <strong>de</strong> cheiro, cebola roxa<br />
em *brunoise e ketchup. Fazer uma mistura equilibrada<br />
e anotar quantida<strong>de</strong>s para 1 porção. Fazer na hora <strong>de</strong><br />
servir. Picar a carne <strong>de</strong> sol na ponta da faca e misturar<br />
nesse molho. Dispor as ro<strong>de</strong>las <strong>de</strong> abobrinha no prato,<br />
colocar o tartar no mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> anel, no centro. Temperar<br />
com azeite feito <strong>de</strong> tomilho-limão, <strong>de</strong>corar com raminho<br />
<strong>de</strong> tomilho ou flor <strong>de</strong> manjericão. Servir frio acompanhado<br />
<strong>de</strong> pão ou torradas.<br />
*branquear = colocar em água fervendo por 10 segundos<br />
e em seguida colocar em água gelada. Retirar quando<br />
esfriar.<br />
*brunoise – cubinhos minúsculos<br />
66<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
Executivo da Sagaz filmes<br />
herdou a arte da família<br />
Veia artística<br />
Por Suzi Cavalari<br />
Coincidência ou não, Christian Luis, 43, nasceu no mesmo<br />
mês (outubro) que o artista espanhol Pablo Picasso e no ano<br />
<strong>de</strong> sua morte, 1973. Possuem, além das datas, algo mais em<br />
comum: a arte. Guardadas as proporções, Chris, sócio e diretor<br />
<strong>de</strong> pós-produção da Sagaz Filmes, tem a pintura como hobby.<br />
O interesse po<strong>de</strong> ter surgido a partir da influência <strong>de</strong> sua<br />
família, repleta <strong>de</strong> artistas. Ele não sabe dizer ao certo quando<br />
tudo começou. “É difícil mensurar um tempo, já que na minha<br />
família pintar era algo muito natural e fazia parte do nosso<br />
cotidiano. Estávamos sempre produzindo ou acompanhado<br />
minha mãe em suas produções artísticas”, diz.<br />
68<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
O avô - chamado <strong>de</strong> Ernesto pelos brasileiros e <strong>de</strong> Hanz Ernest<br />
na Alemanha - veio para o país fugido da guerra. Era artista,<br />
escultor, mas chegou sem falar o idioma e se virou como<br />
pintor <strong>de</strong> objetos e casas. A mãe <strong>de</strong> Chris faz esculturas e pinta<br />
com tinta a óleo. Quando criança, ele tentava pintar com<br />
a mãe, mas não tinha paciência <strong>de</strong> esperar a base da tinta<br />
óleo secar <strong>de</strong> um dia para o outro. Quando enveredou para o<br />
mercado da produção, alguém lhe falou sobre a tinta acrílica,
Fotos: divulgacão<br />
foi então que <strong>de</strong>sabrochou seu interesse pela pintura. “Eu<br />
comecei a pintar no fim da década <strong>de</strong> 1990, quando tinha<br />
uns 24 anos. Nessa época, tive acesso à tinta acrílica e foi<br />
com o uso <strong>de</strong>la que consegui <strong>de</strong>senvolver minhas telas.<br />
Achei uma forma <strong>de</strong> me expressar”.<br />
Começou com figuras abstratas até se encontrar pintando<br />
“suas cabeças <strong>de</strong> negros”. Seu pai é filho <strong>de</strong> negro<br />
com japonês. “Acho bonito, os rostos, as formas dos negros<br />
me inspiram bastante. Boca gran<strong>de</strong>, cabeça gran<strong>de</strong><br />
e nariz achatado”. O <strong>de</strong>senho foi ganhando traços bem<br />
característicos. Personalida<strong>de</strong> marcante. Des<strong>de</strong> 2001 já<br />
pintou cerca <strong>de</strong> 30 telas, que estão distribuídas entre a<br />
Sagaz, sua casa, on<strong>de</strong> possui um ateliê, e a <strong>de</strong> familiares.<br />
Não se <strong>de</strong>sfaz das telas, diz ter ciúmes.<br />
Christian vê total sinergia entre hobby e seu trabalho. “Desenvolvo<br />
layouts que envolvem combinações <strong>de</strong> cores,<br />
diagramações criativas, todos fazem parte das minhas<br />
composições e animações. Sou um apaixonado por conhecimento,<br />
pesquisa e treino. Toda forma <strong>de</strong> arte me<br />
impacta e fascina. Para pintar uma tela, geralmente tenho<br />
um processo criativo em que começo pelos estudos pré-<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 69
70<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
vios <strong>de</strong> formas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cores da base e das interferências<br />
<strong>de</strong>ssas cores. Quando inicio a pintura, tudo vai se<br />
transformando. Muito do que concebi está lá e um tanto<br />
ganha forma na inspiração do momento”.<br />
E inspiração é o que não falta, seja no ambiente profissional<br />
ou no familiar. O irmão mais velho também é entusiasta<br />
da pintura, prefere a óleo e com temas mais reais,<br />
menos gráficos. A mulher é atriz, o sogro, musicista. “Ele<br />
tem um ouvido incrível e toca violão, viola”. Ao que tudo<br />
indica, a arte <strong>de</strong>ve alcançar mais uma geração: o filho <strong>de</strong><br />
quatro anos do casal acompanha a mãe estudando e falando<br />
<strong>de</strong> teatro… “Ele me observa <strong>de</strong>senhando, pintando,<br />
estudando, além das cantorias e dos ‘shows’ que faze-
mos juntos. Acredito que tudo isso o influenciará com o<br />
passar dos anos”.<br />
Se Fernando Pessoa estiver certo, no que diz respeito à<br />
arte se basear na sensibilida<strong>de</strong>, essencialmente na sensibilida<strong>de</strong>,<br />
há uma explicação para a experiência que Chris teve<br />
em 2009. “Pintei uma tela com uma cabeça extremamente<br />
andrógina: do olho esquerdo sai um mosaico <strong>de</strong> cores<br />
que ultrapassa a cabeça e se expan<strong>de</strong> por trás <strong>de</strong>la”. No<br />
fim daquele ano, ele sofreu um “AVCI” (em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong><br />
uma ablação cardíaca), per<strong>de</strong>u a visão e permaneceu por<br />
duas semanas na UTI, até voltar a enxergar com certa dificulda<strong>de</strong>.<br />
“Por conta da lesão, eu tinha um brilho intenso do<br />
lado esquerdo da minha visão, exatamente o olho que eu<br />
havia pintado. Depois <strong>de</strong> alguns meses, um dia eu estava<br />
em casa e me <strong>de</strong>i conta <strong>de</strong> que aquela tela tinha exatamente<br />
esse brilho, penso que foi uma premonição eu ter<br />
pintado essa tela meses antes ou somente uma <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za<br />
do <strong>de</strong>stino”. Hoje, completamente recuperado da lesão,<br />
enxerga perfeitamente e continua a pintar.<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 71
AS MELHORES DOS 30 ANOS<br />
DO MARKETING BEST<br />
A ABRAMARK – Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing – acaba <strong>de</strong> eleger as 40 empresas, <strong>de</strong>ntre as quase 300 premiadas<br />
nos primeiros 30 anos do Marketing Best, que mais se <strong>de</strong>stacaram pelos conjuntos <strong>de</strong> suas ações e obras, na<br />
construção <strong>de</strong> um marketing brasileiro, mo<strong>de</strong>rno, ético e <strong>de</strong> excepcional qualida<strong>de</strong>.<br />
Empresas Vencedoras<br />
Accenture<br />
Alphaville Urbanismo<br />
Avon<br />
Banco Bra<strong>de</strong>sco<br />
Banco <strong>de</strong> Eventos<br />
Banco Santan<strong>de</strong>r<br />
Bob’s<br />
Carrefour<br />
Coca-Cola<br />
Coelho da Fonseca<br />
Copagaz<br />
Danubio<br />
DM9DDB<br />
Dona Benta Alimentos<br />
Editora Abril<br />
Elemidia<br />
ESPM<br />
Fiat<br />
Gafisa<br />
Globosat<br />
Gol<br />
Grupo Positivo<br />
Hospital Santa Paula<br />
Ipiranga<br />
Jequiti Cosméticos<br />
Johnnie Walker<br />
Latam<br />
Mastercard<br />
Petronas<br />
Polenghi<br />
Re<strong>de</strong> Vanguarda<br />
Sadia+BRF<br />
Seara<br />
Shopping SP Market<br />
SulAmérica<br />
The Group<br />
Ticket<br />
Ultragaz<br />
Vigor<br />
Vivo<br />
Gran<strong>de</strong> Júri, formado pelos<br />
Acadêmicos da Abramark:<br />
Agostinho Gaspar<br />
Alberto Saraiva<br />
Alex Periscinoto<br />
Alexandre Costa<br />
Álvaro Coelho da Fonseca<br />
Amália Sina<br />
Antonio Jacinto Matias<br />
Armando Ferrentini<br />
Carlos Augusto Montenegro<br />
Chieko Aoki<br />
Cristiana Arcangeli<br />
Eduardo Souza Aranha<br />
Einhart Jacome da Paz<br />
Élcio Anibal <strong>de</strong> Lucca<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
Francisco Gracioso<br />
Gilmar Pinto Cal<strong>de</strong>ira<br />
Guilherme Paulus<br />
Ivan F. Zurita<br />
João Appolinário<br />
João <strong>de</strong> Simoni<br />
José Bonifácio <strong>de</strong> Oliveira Sobrinho<br />
José Estevão Cocco<br />
José Victor Oliva<br />
Lincoln Seragini<br />
Luiz Antonio Cury Galebe<br />
Luiz Carlos Burti<br />
Luiza Helena Trajano<br />
Marcelo Cherto<br />
Marcos Henrique Nogueira Cobra<br />
Miguel Krigsner<br />
Milton Mira <strong>de</strong> Assumpção Filho<br />
Nizan Guanaes<br />
Paulo Sérgio Kakinoff<br />
Pedro Cabral<br />
Peter Ro<strong>de</strong>nbeck<br />
Regis Dubrule<br />
Viviane Senna<br />
Walter Zagari
Mais informações: (11) 3065-6466<br />
ou contato@marketingbest.com.br<br />
RaeMP
De férias<br />
e sem<br />
planejamento<br />
Por Bruno Sattim, gerente <strong>de</strong><br />
contas da SalveTribal Worldwi<strong>de</strong><br />
74<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
Executivo da Salve se impressiona com<br />
<strong>de</strong>scobertas na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cape Town<br />
Depois <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 12 anos trabalhando, pela primeira vez,<br />
consegui um feito <strong>de</strong> pegar 30 dias <strong>de</strong> férias. Pra on<strong>de</strong> ir? Eu<br />
e minha mulher não tivemos muito tempo para planejar e, faltando<br />
3 meses para as férias, começamos a pesquisar locais<br />
“diferentes” e menos clichês para viajarmos durante 20 dias.<br />
Depois <strong>de</strong> 15 dias conversando com diversas agências <strong>de</strong> viagens,<br />
chegamos à conclusão que iríamos para a África do Sul,<br />
por dois motivos - 1) O valor da viagem não seria nenhuma ab-
Fotos: divulgacão<br />
na vida: praia, montanhas, restaurantes, vinho e mais<br />
vinho, gentileza e uma população muito mais simpática<br />
quando você fala que é brasileiro.<br />
Pontos fortes da cida<strong>de</strong>: Table Mountain - uma vista maravilhosa;<br />
Camps Bay - praia com uma agua cristalina e<br />
visual surpreen<strong>de</strong>nte; e o Jardim Botânico (Kirstenbosch)<br />
- vegetação linda e fica no “pé” da Table Mountain.<br />
Na cida<strong>de</strong> do Cabo fechamos um pacote <strong>de</strong> turistão<br />
mesmo e, durante cinco dias, andamos a cida<strong>de</strong> inteira<br />
com “aqueles ônibus” vermelhos <strong>de</strong> dois andares. Ótima<br />
escolha para não se preocupar com carro e caminhos e<br />
até mesmo para po<strong>de</strong>r beber a qualquer momento.<br />
Depois, partimos para Stellenbosch, região <strong>de</strong> vinícolas,<br />
mais <strong>de</strong> 160 fazendas <strong>de</strong> produção e vinhos, a cida<strong>de</strong> é<br />
muito bem cuidada e com uma arquitetura holan<strong>de</strong>sa.<br />
Nela, ficamos três dias e fizemos diversas visitas a fazendas<br />
para enten<strong>de</strong>r todos os processos <strong>de</strong> produção<br />
e ver quilômetros e quilômetros <strong>de</strong> parreiras. Não enten<strong>de</strong>mos<br />
<strong>de</strong> vinho, mas gostamos bastante <strong>de</strong> <strong>de</strong>gustar.<br />
Os vinhos são excelentes e nas cinco fazendas que vi-<br />
surdo e nosso dinheiro é “valorizado” lá. 2) Curiosida<strong>de</strong>,<br />
já que nenhum dos nossos amigos havia ido.<br />
Depois <strong>de</strong> 500… 600 orçamentos, resolvemos incluir<br />
Ilhas Maurício no percurso. “Sábia <strong>de</strong>cisão” para o <strong>de</strong>scanso.<br />
Chegamos na Cida<strong>de</strong> do Cabo e a primeira impressão<br />
foi ótima, já que não esperávamos uma cida<strong>de</strong> bonita,<br />
organizada, limpa e com a natureza 100% integrada.<br />
Uma cida<strong>de</strong> muito gostosa, que até <strong>de</strong>sperta uma vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> morar. Nela, encontramos tudo que gostamos<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 75
sitamos ficamos surpreendidos com as estrutura e até<br />
mesmo com o acolhimento dos sul-africanos.<br />
Dica: vale muito a pena comprar vinho e trazer para o<br />
Brasil. O custo-benefício é ótimo, porém, para carregar<br />
na mala, não é legal.<br />
Aeroporto novamente e chegamos ao parque Internacional<br />
Kruger, região dos safáris e hotéis <strong>de</strong> luxo - somente<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> reservas. Nosso escolhido foi o Kapama<br />
Hotels. O gran<strong>de</strong> estopim da viagem. Nunca<br />
imaginávamos que seria algo tão diferente e especial<br />
76<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
para nós dois. O foco era encontrar os “Big Five” animais<br />
da savana (rino, leão, elefante, leopardo e búfalo), mas<br />
para nós significou muito mais que apenas ir olhar a casa<br />
<strong>de</strong>sses bichos, uma mistura <strong>de</strong> impotência e adrenalina<br />
quando você dá <strong>de</strong> cara com uma família gigante <strong>de</strong> elefantes<br />
ou uma briga entre leões e búfalos - sim, presenciamos<br />
um início <strong>de</strong> briga entre <strong>de</strong>z leões e um búfalo e<br />
adivinha… o leão não é o rei da selva… Já está marcado:<br />
eu e minha mulher iremos fazer mais safáris na vida, próxima<br />
parada, Namíbia... rs! Daqui cinco anos.<br />
Tchau safári, queríamos ter ficado mais, porém uma das
praias mais lindas do mundo estava nos esperando.<br />
Chegamos nas Ilhas Maurício e <strong>de</strong>mos <strong>de</strong> cara com um<br />
hotel charmoso, grandioso, pé na areia e com uma comida<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Parece que você está na Índia, a população<br />
tem gran<strong>de</strong> influencia da Índia, mas todos são<br />
carismáticos e loucos para te tratarem bem. As águas<br />
são cristalinas e normalmente na costa com hotéis, as<br />
águas são mais lindas ainda. Cinco dias <strong>de</strong> praia, ilhas,<br />
regalias e muito <strong>de</strong>scanso.<br />
Recomendo essa viagem, ou até mesmo esse roteiro,<br />
porque visitamos uma cida<strong>de</strong> que impressiona e não sabíamos,<br />
acredito que todos brasileiros não saibam, do<br />
potencial <strong>de</strong> Cape Town. Degustamos vinhos da única<br />
região do continente que produz vinho, no safári encontramos<br />
o céu estrelado mais lindo que já vimos e relaxamos<br />
em uma praia que transmite beleza e paz.<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 77
O drama contra a dor<br />
Por Nelson Varón Ca<strong>de</strong>na<br />
Uma das características<br />
da propaganda antiga <strong>de</strong><br />
remédios, aquela veiculada<br />
durante as três primeiras<br />
décadas do século<br />
20, bem antes da<br />
primeira normatização<br />
do setor, era o impacto<br />
visual provocado propositalmente<br />
pelas imagens<br />
dos anúncios; os ilustradores<br />
caprichavam nas<br />
expressões <strong>de</strong> angústia<br />
e <strong>de</strong>sespero dos personagens,<br />
em especial<br />
para divulgar os produtos<br />
contra a dor: <strong>de</strong> cabeça,<br />
reumática, dos rins, gota<br />
e outras do gênero.<br />
Não se concebia a divulgação fora<br />
<strong>de</strong>sse contexto extremo, a não ser a<br />
propaganda da Bayer, muito formal,<br />
um traço cultural. Dá para enten<strong>de</strong>r.<br />
Os alemães são racionais enquanto<br />
nós, latinos, somos exagerados, extremados<br />
e dramáticos.<br />
78<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
Os publicitários mais experientes conhecem<br />
alguns exemplos <strong>de</strong>sse drama<br />
visual. Dois <strong>de</strong>les, clássicos: o do<br />
xarope São João, em que o sujeito,<br />
com um pano na boca e expressão
<strong>de</strong> angústia, fala “Larga-me... Deixa-me gritar”; e o do<br />
Urodonal, em que um homem se contorce <strong>de</strong> dor no<br />
chão, dor nos rins representada por alicates no corpo,<br />
enquanto se esforça para alcançar com o braço o frasco<br />
do produto. Os italianos foram além em relação a<br />
esse remédio e <strong>de</strong>senharam um indivíduo <strong>de</strong>itado numa<br />
cama gritando, enquanto anões, em cima <strong>de</strong>le, cravavam<br />
ferros nas juntas, com pesadas marretas. Um quadro<br />
<strong>de</strong> tortura.<br />
Fora os clássicos, há várias campanhas <strong>de</strong> outros produtos<br />
recomendados para dores, também, focadas no<br />
extremismo visual do sofrimento e a sua representação<br />
através <strong>de</strong> agulhas lancinantes espetadas no corpo,<br />
<strong>de</strong>ntre outros elementos, que vale aqui mencionar. Os<br />
reclames do produto Untisal são um exemplo disso. Os<br />
argentinos criaram um clássico <strong>de</strong>sse produto: o anúncio<br />
mostrava uma mão portando uma espada que cortava<br />
as cobras enroladas no paciente, livrando-o do sufoco<br />
das dores reumáticas.<br />
No Brasil, o produto Untisal fez largo uso <strong>de</strong>ssa estratégia<br />
com ilustrações muito convincentes. Um anúncio da<br />
década <strong>de</strong> 1930 mostrava uma corda cheia <strong>de</strong> nós para<br />
caracterizar as inflamações dos músculos e tendões,<br />
mas a peça gráfica <strong>de</strong> maior impacto era aquela que<br />
mostrava o pé <strong>de</strong> um homem, com botinha <strong>de</strong> gesso<br />
para a gota, sendo furado por uma máquina perfuradora<br />
<strong>de</strong> asfalto. Outro reclame do gênero evi<strong>de</strong>nciava o braço<br />
<strong>de</strong> um sujeito atraindo alfinetes, ganchos e parafusos.<br />
Outro produto que dramatizou ao extremo os efeitos da<br />
dor foi o Urotropina. Ele chocou os leitores <strong>de</strong> revistas<br />
com um anúncio publicado em 1924. A ilustração revelava<br />
um homem que tinha se suicidado (sentado na ca<strong>de</strong>ira,<br />
portando o revolver na mão) por não suportar a dor.<br />
O texto alertava “O suicídio... é uma manifestação <strong>de</strong> fraqueza,<br />
quase sempre proveniente <strong>de</strong> doenças causadas<br />
por <strong>de</strong>scuido e relaxamento... Previnam-se... contra<br />
as enfermida<strong>de</strong>s dos rins... tomando cada mês, durante<br />
alguns dias, alguns comprimidos Schering <strong>de</strong> Urotropina,<br />
o maior <strong>de</strong>sinfetante das vias urinárias”.<br />
Quanto drama! Para convencer o consumidor a utilizar<br />
o remédio que prometia aliviar dores martirizantes, que<br />
dirá as dores comuns.<br />
Nelson Varón Ca<strong>de</strong>na<br />
É autor do livro<br />
“Brasil 100 anos <strong>de</strong> <strong>Propaganda</strong>” e editor do blog<br />
almanaquedacomunicacao.com.br/blog<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 79
Click do alê<br />
A publicida<strong>de</strong> brasileira brilhou novamente na charmosa Côte d´Azur, conquistando<br />
99 Leões no Cannes Lions <strong>2017</strong>. A Almap foi, mais uma vez, o gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque. Com 22 Leões bateu seu recor<strong>de</strong> e sagrou-se vice campeã do<br />
festival. Quem também fez bonito foi a dupla do Young Lions Brazil - Eduardo<br />
Lubiazi e Luiz Pacciolli -, que trouxe o inédito ouro na<br />
categoria Film. Também subiram ao palco do Palais<br />
<strong>de</strong>s Festivals para receber seus respectivos Leões<br />
<strong>de</strong> Ouro as agências DM9, Ogilvy, Grey, Africa,<br />
Y&R, Publicis e David.<br />
80<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
Leão <strong>de</strong> ouro para Ogilvy Brasil na área <strong>de</strong> Print, em campanha para a Forbes<br />
Y&R conquista Leão <strong>de</strong> Ouro em Radio<br />
Equipe da AlmapBBDO recebe Leão <strong>de</strong> ouro em Outdoor<br />
Equipe da Publicis Brasil recebe Leão <strong>de</strong> ouro em Outdoor, com campanha para Heineken<br />
O presi<strong>de</strong>nte do júri <strong>de</strong> Direct, Ted Lim, com Paulo Coelho e Aricio Fortes, da DM9<br />
Equipe da agência Grey festeja no palco o Leão <strong>de</strong> ouro em Direct<br />
Africa recebe Leão <strong>de</strong> ouro na área <strong>de</strong> Cyber pelo filme A estreia, para Budweiser/ESPN<br />
aleoliveira@propmark.com.br<br />
Os youngs, Luiz Pacciolli e Eduardo Lubiazi, entre Erh Ray, jurado na categoria Film, e Emmanuel<br />
Publio Dias, coor<strong>de</strong>nador do projeto Young Lions Brazil<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 81
dorinho<br />
Dona Zezé, a moça do café<br />
82<br />
julho <strong>de</strong> <strong>2017</strong>
DM9 SOBE 10<br />
POSIÇÕES<br />
NO RANKING<br />
DE AGÊNCIAS.<br />
CONQUISTA 6<br />
NOVAS CONTAS.<br />
AND GETS BACK<br />
TO THE STAGE<br />
OF CANNES<br />
WINNING 10 LIONS.<br />
DEFENDENDO A PROPAGANDA PROPAGANDA<br />
COMO GILBERTO LEIFERT FEZ A VIDA INTEIRA.