edição de 26 de fevereiro de 2024
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propmark.com.br ANO 59 - Nº 2981 - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> R$ 20,00<br />
Direito à proprieda<strong>de</strong> intelectual<br />
exige atenção e cuidados <strong>de</strong> marcas<br />
Freepik<br />
São incontáveis os casos <strong>de</strong> plágio artístico, apropriação in<strong>de</strong>vida <strong>de</strong> marcas e falsificação <strong>de</strong> produtos no Brasil. Os motivos que dão margem a essas contravenções<br />
vão <strong>de</strong> simples pirataria a brechas na lei, que permitem interpretações dúbias sobre direito autoral e <strong>de</strong> marca. Contando com apenas um órgão<br />
legislador e fiscalizador no Brasil, o Instituto Nacional <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong> Industrial (Inpi), especialistas e advogados aconselham os prejudicados a apelarem à<br />
Justiça comum para resolver o imbróglio. pág. 12<br />
Série mostra impacto da<br />
IA nas áreas <strong>de</strong> agências<br />
Grupo Take 5 <strong>de</strong>staca<br />
educação corporativa<br />
Zeiss quer <strong>de</strong>spertar<br />
mercado óptico<br />
Divulgação Divulgação Divulgação<br />
A partir <strong>de</strong>sta edição, o propmark traz reportagens mostrando<br />
como funcionam os principais <strong>de</strong>partamentos das<br />
agências <strong>de</strong> propaganda, começando pela mídia, e como as<br />
áreas se transformam com a inteligência artificial. pág. 20<br />
Sócio-fundador e CEO da empresa, especializada em programas<br />
<strong>de</strong> treinamento, Alceu Costa Junior fala sobre a importância<br />
<strong>de</strong> as marcas investirem na capacitação dos colaboradores<br />
para fomentar engajamento e inovação. pág. 16<br />
Mercado óptico faturou mais <strong>de</strong> R$ 24,35 bilhões em 2022,<br />
mas “é um gigante que precisa ser <strong>de</strong>spertado”, diz a diretora<br />
<strong>de</strong> marketing Paula Queiroz, que investe em comunicação<br />
para divulgar o conceito ‘Ninguém vê como você’. pág. 10
UM E UM MILHÃO<br />
Estamos apenas no segundo mês<br />
<strong>de</strong> <strong>2024</strong> e a MIX já têm resultados<br />
extraordinários para compartilhar!<br />
Realizamos o maior carnaval <strong>de</strong> São Paulo,<br />
com UM MILHÃO <strong>de</strong> pessoas no Bloco da<br />
Latinha Mix.<br />
Recebemos O PRÊMIO APCA como<br />
a “melhor cobertura cultural” do ano com<br />
o projeto Mix no The Town 2023.<br />
Os gran<strong>de</strong>s e mais impactantes projetos <strong>de</strong><br />
<strong>2024</strong> estão na MIX e queremos ter a sua marca<br />
brilhando conosco o ano inteiro.<br />
OUÇA A MIX<br />
AO VIVO<br />
Contato: projetos@grupomix.com.br<br />
/ radiomixfm<br />
O MELHOR O MELHOR MIX MIX DO DO BRASIL BRASIL
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
Inteligência artificial<br />
Um dos assuntos mais comentados no ano passado, a inteligência artificial <strong>de</strong>generativa<br />
se sustenta como o tema do momento em <strong>2024</strong>. O uso da IA no mercado<br />
<strong>de</strong> marketing e comunicação, bem como suas implicações nos negócios das<br />
empresas, segue <strong>de</strong>batido nos eventos, rodas <strong>de</strong> conversas e virou matéria <strong>de</strong> uma<br />
infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cursos.<br />
Só para lembrar aqui o conceito, IA é uma área da ciência da computação que permite<br />
que sistemas aprendam a realizar tarefas, normalmente <strong>de</strong>senvolvidas por humanos,<br />
<strong>de</strong> forma mais automatizada e muito mais rápida. Os rôbos conseguem apren<strong>de</strong>r, resolver<br />
problemas e i<strong>de</strong>ntificar padrões. Apesar <strong>de</strong> antiga, data do início do século 20, a IA<br />
começou a chamar a atenção mesmo a partir da criação pela OpenAI, em novembro <strong>de</strong><br />
2022, do ChatGPT, que tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar conteúdos inéditos.<br />
Pensando em como a IA impacta no trabalho e no dia a dia da indústria publicitária, o<br />
propmark inicia nesta edição a Série Agências, que vai mostrar como a tecnologia está<br />
transformando as diferentes áreas das agências brasileiras.<br />
A primeira reportagem traz os bastidores do trabalho do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> mídia, certamente<br />
a área da propaganda que mais se transformou nos últimos anos com a complexida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> meios, a nova cultura <strong>de</strong> dados e as novas ferramentas digitais. Ao mesmo<br />
tempo, com a digitalização, a <strong>de</strong>manda por eficiência e performance cresceu.<br />
Não à toa, o profissional <strong>de</strong> mídia é um dos mais <strong>de</strong>mandados atualmente no mercado. Uma<br />
das características - e vantagens - dos profissionais brasileiros é que conseguem ter uma<br />
visão estratégica mais ampla unindo criativida<strong>de</strong> e mídia, uma vez que o mo<strong>de</strong>lo no país<br />
une as duas áreas sob uma mesma estrutura.<br />
Para além <strong>de</strong> otimizar campanhas e gerar engajamento, a mídia atual tem se preocupado<br />
em ajudar a criar experiências mais relevantes e personalizadas para os consumidores<br />
<strong>de</strong> suas marcas, fortalecendo assim a conexão <strong>de</strong>sse indivíduo com sua<br />
mensagem, <strong>de</strong> forma mais genuína e menos invasiva.<br />
É nesse cenário que o uso <strong>de</strong> ferramentas IA tem sido um divisor <strong>de</strong> águas para auxiliar<br />
a enten<strong>de</strong>r os gatilhos subjetivos que mexem com os consumidores.<br />
“Ainda há muito a se caminhar, as ferramentas têm aprendido junto com as marcas<br />
a se comunicarem <strong>de</strong> forma mais assertiva, mas, num futuro próximo, teremos cada<br />
vez mais informações precisas e estratégias relevantes vindo <strong>de</strong>ssas IA’s para ajudar<br />
a mídia a fazer a diferença real no atingimento dos KPIs que as empresas <strong>de</strong>safiam<br />
ano a ano,” pontua Erika Cabral, VP <strong>de</strong> mídia da BETC Havas.<br />
Aberto a profissionais <strong>de</strong> diferentes segmentos <strong>de</strong> atuação, a ESPM inicia nesta<br />
segunda-feira (<strong>26</strong>) o curso ‘Inteligência Artificial na Prática - Negócios & Carreiras’,<br />
em São Paulo. Especialista em transformação digital e inteligência artificial, Elaine<br />
Coimbra, CEO da WPP/Foster, vai ministrar as aulas - presenciais e online -, além<br />
<strong>de</strong> Renata Benigna (professora da ESPM e mestre em comportamento do consumidor);<br />
e Mateus Oazem (strategic foresight & future narratives do Google Cloud<br />
América Latina).<br />
Como relatam consultores, a transformação provocada pela IA no mercado <strong>de</strong> trabalho<br />
está só começando.<br />
Marketing Best<br />
O mais tradicional prêmio do marketing brasileiro revelou os profissionais que participam<br />
do júri neste ano. Num total <strong>de</strong> 13, o júri conta com nomes <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no<br />
mercado, vindos <strong>de</strong> agências, anunciantes e plataformas.<br />
A organização do Marketing Best também divulgou o cronograma da premiação, sendo<br />
que as inscrições estão abertas até o dia 29 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>. O julgamento dos cases<br />
ocorrerá entre os dias 1º e 15 <strong>de</strong> março, e os resultados serão divulgados em 2 <strong>de</strong> abril.<br />
Frase:“ Em média, cinco vezes mais pessoas leem o título que o corpo do texto.” (David<br />
Ogilvy).<br />
as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />
1ª<br />
2ª<br />
A C&A, que estava na carteira <strong>de</strong> clientes da WT <strong>de</strong>s<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2021, abriu<br />
concorrência para escolher sua nova agência. Segundo fontes do propmark,<br />
Galeria e Artplan estão confirmadas no pitch.<br />
3ª<br />
C&A abre concorrência<br />
para <strong>de</strong>finir nova agência<br />
Com Marcelo Reis, The Cyranos<br />
passa a se chamar Troup/Cyranos<br />
A The Cyranos passa por uma reformulação e, com a chegada <strong>de</strong> Marcelo<br />
Reis na composição societária da agência, mudou para Troup/Cyranos. Ex-<br />
LBTM, Reis chega à empresa com a missão <strong>de</strong> aliar visão criativa.<br />
Edu Lima será diretor-executivo<br />
<strong>de</strong> criação na AlmapBBDO<br />
Edu Lima assumiu a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> diretor-executivo <strong>de</strong> criação na AlmapBBDO.<br />
Des<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2022, o criativo estava como sócio na The Cyranos, ao<br />
lado <strong>de</strong> Fernanda Antonelli. Lima passou também pela F/Nazca Saatchi &<br />
Saatchi, on<strong>de</strong> ganhou um GP <strong>de</strong> Film no Cannes Lions.<br />
4ª<br />
O Estadão divulgou, na semana passada, a lista <strong>de</strong> 57 profissionais que<br />
formarão o juri <strong>de</strong> Marketer e Digital do Young Lions Brasil. Entre os nomes<br />
estão o <strong>de</strong> Angerson Vieira (Africa Creative) e Carolina Weber (Publicis).<br />
5ª<br />
Veja quem serão os jurados<br />
no Young Lions Brazil <strong>2024</strong><br />
Do estranhamento à fama:<br />
a história da Crocs no Brasil<br />
Em entrevista ao propmark, Yann Le Bozec, VP <strong>de</strong> marketing EMEA-LATAM da<br />
Crocs, falou sobre as estratégias usadas pela empresa para atingir o público<br />
brasileiro.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 3
índice<br />
Uso in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> direito<br />
<strong>de</strong> marca levanta<br />
questionamentos<br />
Brechas na lei permitem<br />
interpretações dúbias<br />
sobre direito à proprieda<strong>de</strong><br />
intelectual. Especialistas<br />
alertam sobre casos <strong>de</strong><br />
plágio artístico, apropriação<br />
in<strong>de</strong>vida <strong>de</strong> marcas e<br />
falsificação <strong>de</strong> produtos.<br />
12<br />
Freepik<br />
propmark<br />
propmark.com.br<br />
Jor na lis ta res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editor: Paulo Macedo<br />
Editor <strong>de</strong> fotografia: Alê Oliveira<br />
Editores-assistentes: Janaina<br />
Langsdorff e Vinícius Novaes<br />
Editor especial: Pedro Yves<br />
Repórteres: Adrieny Magalhães e<br />
Carolina Vilela<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Editor <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />
Luz<br />
Diagramador Pleno: Lucas<br />
Boccatto<br />
O propmark é filiado à:<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />
Armando Ferrentini<br />
Diretor-executivo<br />
Tiago Ferrentini<br />
Com nova CEO, O Antagonista se<br />
reposiciona com meta <strong>de</strong> crescer<br />
A executiva Claudia Rei, ex-Record <strong>de</strong> Campinas, é a<br />
nova CEO do site, que foi reformulado e conta com<br />
uma nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, bem como novos lí<strong>de</strong>res.<br />
Também há mudanças no conteúdo editorial. pág. 27<br />
Agência Abby chama a atenção<br />
para criação <strong>de</strong> projetos especiais<br />
A boutique <strong>de</strong> content marketing <strong>de</strong> Lívia Pretti tem<br />
criado vários projetos especiais para marcas, como o<br />
rebranding da Brastemp feito junto com a Ana Couto,<br />
em que cuidou da comunicação interna. pág. 24<br />
Departamento comercial<br />
Gerentes <strong>de</strong> contas:<br />
Mel Floriano<br />
mel@propmark.com.br<br />
tel. (11) 2065 0748<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@propmark.com.br<br />
tel. (11) 2065 0744<br />
Assinaturas<br />
www.propmark.com.br/signup<br />
assinaturas@propmark.com.br<br />
tel. (11) 2065 0737<br />
Redação<br />
Rua François Coty, 228<br />
01524-030 - São Paulo – SP<br />
Tel. (11) 2065 0772 / 0766<br />
redacao@propmark.com.br<br />
As ma té rias as si na das não re pre sen tam<br />
ne ces sa ria men te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal,<br />
po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
Editorial .............................................................................3<br />
Conexões ...........................................................................6<br />
Curtas .................................................................................7<br />
Quem Fez ...........................................................................8<br />
Prêmios..............................................................................9<br />
Entrevista ..........................................................................10<br />
Marcas ...............................................................................12<br />
Mercado .............................................................................16<br />
Série Agências ...................................................................20<br />
Agências ............................................................................24<br />
Mídia ..................................................................................27<br />
Negócios & Sustentabilida<strong>de</strong> ...........................................28<br />
Inspiração ..........................................................................29<br />
ESG no MKT ........................................................................30<br />
Opinião...............................................................................31<br />
We Love MKT ......................................................................32<br />
Supercenas ........................................................................33<br />
Última Página ....................................................................34<br />
Prêmio Marketing<br />
Best revela lista dos<br />
profissionais do júri<br />
A organização da premiação<br />
divulgou a relação com os 13<br />
nomes do mercado que farão<br />
parte do júri neste ano. As<br />
inscrições estão abertas até o dia<br />
29 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>. O julgamento<br />
ocorre em março. pág. 9<br />
4 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
A GENTE<br />
E<br />
‘<br />
DATAS<br />
DRIVEN.<br />
Toda data é<br />
dia, toda hora<br />
é hora <strong>de</strong><br />
fazer uma<br />
comunicação<br />
ágil, criativa,<br />
ligada no<br />
contexto. Por<br />
isso somos<br />
datas driven,<br />
somos <strong>de</strong>do<br />
no pulso,<br />
somos<br />
Simplicida<strong>de</strong><br />
Criativa.<br />
Somos a 11:21,<br />
venha<br />
conhecer.<br />
onzevinteum.com.br<br />
Entre e divirta-se.
conexões<br />
última hora<br />
pCd<br />
Hugo Nery, redator da Lew’Lara, e Will Rodrigues, diretor <strong>de</strong> arte da MGNT, lançaram o portal<br />
Talenton, um banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> profissionais com <strong>de</strong>ficiência (PCDs) que, no primeiro<br />
momento, focará apenas em criativos. A i<strong>de</strong>ia surgiu a partir <strong>de</strong> dado do Observatório da<br />
Diversida<strong>de</strong> que apontou que apenas 1,6% dos trabalhadores do mercado publicitário são<br />
PCDs. “Eu sou PCD e sempre me incomo<strong>de</strong>i em não ver outros PCDs nas agências por on<strong>de</strong><br />
passei. O objetivo é ser um banco <strong>de</strong> dados on<strong>de</strong> os profissionais <strong>de</strong> criação se cadastrem e<br />
quem esteja procurando contratar alguém PCD possa ir lá e encontrar”, afirmou Nery.<br />
COnCOrrÊnCCia<br />
A C&A, que estava na WT, agora VML, havia três anos, está analisando propostas <strong>de</strong> agências<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> convidadas para participar do processo seletivo. A VML coor<strong>de</strong>na atualmente<br />
a compra <strong>de</strong> mídia da marca. O anunciante tem orçamento anual <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> R$ 40<br />
milhões. Segundo fonte, a Galeria.ag , dos sócios Paulo Ilha, Rafael Urenha e Edu Simon, é<br />
uma das integrantes do pitch. A Artplan também é outra citada pela fonte, mas nega estar<br />
presente. Consultada, a C&A não retornou <strong>de</strong>manda do propmark.<br />
CriaÇÃO<br />
Em fase <strong>de</strong> reestruturação em vários setores, a AlmapBBDO confirmou a chegada <strong>de</strong> Edu<br />
Lima, que estava como sócio na Cyranos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ixou a W+K. Ele está assumindo posição<br />
<strong>de</strong> ECD na agência comandada pelo CEO Filipe Bartholomeu. Lima é redator <strong>de</strong> origem e<br />
iniciou carreira na extinta SGB. O criativo teve passagem marcante na criação da F/Nazca<br />
Saatchi & Saatchi, on<strong>de</strong> conquistou o inédito Grand Prix <strong>de</strong> Film Lions do Festival internacional<br />
<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions com ‘100’ para a Leica, com produção da Stink.<br />
LinkedIn<br />
Post: Edu Lima será diretor-executivo<br />
<strong>de</strong> criação na AlmapBBDO<br />
Gran<strong>de</strong> escolha!<br />
Soon i oh<br />
Sucesso!<br />
Patricia Moliterno<br />
Post: Black Influence amplia li<strong>de</strong>rança<br />
com a chegada <strong>de</strong> novos<br />
executivos<br />
Parabéns, Leonardo Menezes, sucesso<br />
meu irmão!<br />
Delen Bueno Paques<br />
Que timão!<br />
Esther Vieira Oruê<br />
dorinho<br />
Um dos caras mais incríveis que já conheci<br />
no mercado! Brilha e vai com tudo!<br />
Giovana Leopoldo<br />
Post: Bullet tem nova se<strong>de</strong> nos Estados<br />
Unidos<br />
Sky high.<br />
Fernando Figueiredo<br />
Post: Camila Hamaoui assume li<strong>de</strong>rança<br />
da Wie<strong>de</strong>n+Kennedy SP<br />
Não aguento <strong>de</strong> amor, Camila Hamaoui!<br />
Juliana Roschel<br />
Brilha <strong>de</strong>mais! Parabéns, Camila Hamaoui,<br />
muito merecido!<br />
Marinna Santos<br />
data-driven<br />
A Marketdata realiza, este ano, o Marketdata Day para clientes e prospects, para esclarecer a<br />
cultura data-driven, personalização em escala, inteligência artificial. “Nosso objetivo é trocar<br />
i<strong>de</strong>ias sobre assuntos relevantes e atuais relacionados à prática <strong>de</strong> marketing com uso<br />
<strong>de</strong> dados e, ao mesmo tempo, estreitar o nosso relacionamento com clientes e empresas<br />
parceiras”, comenta o presi<strong>de</strong>nte Marcelo Sousa (foto acima),. da Marketdata.<br />
COnteÚdO<br />
Pesquisa ‘Materna’, do Universa UOL, mostra que as mães estão cansadas, mas atentas às<br />
re<strong>de</strong>s e ávidas por informação. Resultado será exposto em edição especial em março.<br />
6 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
curtas<br />
Divulgação<br />
Young Lions BraziL <strong>2024</strong> soma<br />
154 inscrições e 57 jurados<br />
A relação <strong>de</strong> jurados do Young Lions Brazil <strong>2024</strong> acaba <strong>de</strong> ser divulgada pelo jornal O Estado <strong>de</strong><br />
S.Paulo, representante oficial do Cannes Lions no país. São 33 jurados na categoria Digital e 24<br />
em Marketer. O grupo traz experiências nas áreas <strong>de</strong> criação, relações públicas, planejamento,<br />
atendimento, audiovisual e diversida<strong>de</strong> e inclusão. “Valorizamos as diferentes culturas e<br />
perspectivas na hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir os jurados do Young Lions. Hoje é a competição jovem, <strong>de</strong>ntro<br />
do universo <strong>de</strong> comunicação, mais relevante que temos. Nosso objetivo é executar algo criterioso,<br />
com o olhar integrado, mas que represente essa mesma diversida<strong>de</strong> que esperamos dos<br />
inscritos”, comenta Paulo Pessoa, diretor-executivo comercial do Estadão. Patrocinada por Itaú<br />
e PepsiCo, a competição recebeu 125 inscrições em Digital e 29 em Marketer. Os vencedores<br />
serão revelados no dia 11 <strong>de</strong> março. Em janeiro, o festival anunciou os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júri. O<br />
fundador e presi<strong>de</strong>nte criativo da GUT, Anselmo Ramos, e o diretor-global <strong>de</strong> criação da AKQA,<br />
Diego Machado, são os únicos brasileiros na lista. A 71ª edição do Cannes Lions será realizada na<br />
França entre os dias 17 e 21 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2024</strong>.<br />
ABA promove eleição em mArço<br />
Divulgação<br />
grupo <strong>de</strong> mídiA orgAnizA viAgem A singApurA<br />
Mike Enerio/Unsplash<br />
Nelcina Tropardi li<strong>de</strong>ra chapa única e será reeleita como presi<strong>de</strong>nte da diretoria nacional<br />
Singapura, um dos maiores centros <strong>de</strong> inovação da Ásia, tem conexão mais rápida do mundo<br />
A Associação Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes (ABA) promove eleição no dia 21 <strong>de</strong> março para o<br />
biênio <strong>2024</strong>-20<strong>26</strong>. O pleito tem chapa única, li<strong>de</strong>rada por Nelcina Tropardi, diretora-geral <strong>de</strong><br />
jurídico, relgov, ESG e compliance da Dasa, que será reeleita para seu terceiro mandato como<br />
presi<strong>de</strong>nte da diretoria nacional, posição que ocupa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2019. Serão <strong>de</strong>finidos os membros<br />
da diretoria nacional, conselho superior e conselho fiscal, além <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> nove comitês<br />
nacionais, quatro grupos <strong>de</strong> trabalho e do comitê <strong>de</strong> compliance. Sergio Pompilio, VP of government<br />
affairs & policy Latam da Johnson & Johnson e presi<strong>de</strong>nte do Conar, será reeleito para a<br />
presidência do conselho superior. Sandra Martinelli segue como CEO, cargo exercido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2014.<br />
O Grupo <strong>de</strong> Mídia <strong>de</strong> São Paulo organiza viagem para Singapura entre os dias 21 e <strong>26</strong> <strong>de</strong> abril<br />
com curadoria do KES, plataforma <strong>de</strong> conteúdo e inovação especializada em tecnologia, comportamento<br />
e criativida<strong>de</strong>. A ‘Innovation journey’ permitirá aos participantes conhecer um dos<br />
maiores centros <strong>de</strong> inovação da Ásia, além <strong>de</strong> aprofundar conhecimento por meio <strong>de</strong> imersões<br />
e workshops. “Os singapurenses <strong>de</strong>sfrutam da conexão à internet mais rápida do mundo e o<br />
plano <strong>de</strong> digitalização do governo é baseado em digital society, digital economy e digital government”,<br />
observa Fabio Freitas, presi<strong>de</strong>nte do Grupo <strong>de</strong> Mídia, que retoma o projeto <strong>de</strong> viagens<br />
<strong>de</strong> aprendizado, interrompido pela pan<strong>de</strong>mia da Covid-19.<br />
vitor KAmAdA chegA à tAlent mArcelo reis é sócio dA troup/cyrAnos Wie<strong>de</strong>n+Kennedy tem novAs li<strong>de</strong>rAnçAs<br />
Thiago Pompeia/ Divulgação Talent<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
Vitor Kamada (ao centro) em meio a li<strong>de</strong>ranças da agência<br />
A Talent apresenta Vitor Kamada como VP <strong>de</strong> mídia e BI.<br />
“Estou muito feliz com esse novo <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> voltar para o<br />
mundo das agências com um projeto grandioso que a Talent<br />
está propondo. Sei que teremos um belo caminho para trilhar<br />
juntos”, espera Kamada. “É muito especial para mim po<strong>de</strong>r<br />
trabalhar novamente com o Vitor. Tenho certeza que ele tem<br />
muito a agregar aos nossos clientes e à Talent”, <strong>de</strong>clara Lica<br />
Bueno, CEO da Talent. Kamada mistura experiências obtidas<br />
na TV Globo, QuintoAndar, F/Nazca e WMcCann, além da Suno,<br />
on<strong>de</strong> integrou o primeiro time da agência, aten<strong>de</strong>ndo clientes<br />
do mercado financeiro e <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery. Antes <strong>de</strong> chegar à Talent,<br />
Vitor passou pelo QuintoAndar. Lá, atuou como head <strong>de</strong> mídia<br />
até evoluir para head <strong>de</strong> mídia Latam do grupo.<br />
Marcelo Reis e Fernanda Antonelli: trupe <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />
O publicitário Marcelo Reis, que nos últimos nove anos foi<br />
CEO da Leo Burnett, passa a fazer parte do quadro societário<br />
Troup/Cyranos, operação brasileira da re<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> origem argentina The Cyranos. Fernanda Antonelli segue<br />
como sócia-fundadora da agência e terá Reis como lí<strong>de</strong>r criativo<br />
e parceiro para cogestão <strong>de</strong> negócios e proximida<strong>de</strong> com<br />
os clientes. Fernanda <strong>de</strong>fine a agência como “uma trupe em<br />
que todo mundo se ajuda para colocar um trabalho exemplar<br />
na rua”, enquanto Reis resgata “a sensação <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />
infinitas que senti no início <strong>de</strong> carreira”. Em pouco mais <strong>de</strong><br />
um ano <strong>de</strong> atuação, a agência criou a série animada ‘Dinheiro<br />
em espécies’, para o Santan<strong>de</strong>r. Já para a Kellogg’s, <strong>de</strong>senvolveu<br />
campanha institucional para o wafer Minueto.<br />
Rodrigo Jatene, Camila Hamaoui e André Gustavo<br />
Camila Hamaoui foi promovida a managing director da<br />
Wie<strong>de</strong>n+Kennedy São Paulo. Ela comandará o negócio ao lado<br />
<strong>de</strong> Rodrigo Jatene, que assume como CCO Latam, responsável<br />
pela criação das operações em São Paulo, Cida<strong>de</strong> do México,<br />
além do hub criativo <strong>de</strong> Buenos Aires, na Argentina. “Temos<br />
gran<strong>de</strong>s clientes que acreditam no po<strong>de</strong>r da criativida<strong>de</strong>,<br />
um time incrível <strong>de</strong> pessoas e uma trajetória recente <strong>de</strong><br />
crescimento significativo”, lembra André Gustavo, que segue<br />
como presi<strong>de</strong>nte da W+K Latam. “São relações sólidas e consistentes<br />
com marcas que esperam da Wie<strong>de</strong>n o que temos<br />
<strong>de</strong> melhor: excelência criativa com foco em resultado”, ratifica<br />
Camila, que está à frente do atendimento da WKSP <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
2019. Ela possui mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> carreira.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 7
quem fez<br />
Paulo Macedo<br />
paulo@propmark.com.br<br />
11:21<br />
B. FaBBriani incorporadora<br />
Fotos Divulgação<br />
Título: “Você po<strong>de</strong> se dar ao luxo”<br />
Criação: Gustavo Bastos e diego crisostomo<br />
Diretor <strong>de</strong> criação: Gustavo Bastos<br />
Finalização: Julio norris<br />
Atendimento: Veronica Fontainha<br />
Mídia: Equipe 11:21<br />
Aprovação: Bruno Fabbriani<br />
Incorporadora atua em 12 cida<strong>de</strong>s no Brasil e uma cida<strong>de</strong> nos Estados Unidos,<br />
na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fitchburg, e terá 1,2 bilhão em VGV (Valor Geral <strong>de</strong> Venda) em<br />
<strong>2024</strong>. Lí<strong>de</strong>r na área <strong>de</strong> Itapema, em Santa Catarina, e no conceito <strong>de</strong> Affordable<br />
Luxury, a empresa tem seis pré-lançamentos nesse mercado, e outros 20<br />
em 11 cida<strong>de</strong>s da região Sul.<br />
druid creATiVe gAMing<br />
SanoFi<br />
Título: “on<strong>de</strong> tem pain, dorflex tanka com 2x mais”<br />
Diretor-geral <strong>de</strong> criação: rafael Hessel<br />
Criação: João GB, Vitor camacho, Victor Volpe e Stefano<br />
azzellini<br />
Aprovação: Marilia Zanoli, Eduardo Magalhaes, Vitoria<br />
Hernan<strong>de</strong>z, camila Bellotti e anny lima<br />
Iniciativa reforça que Dorflex sempre está presente para<br />
tankar (gíria que significa “aguentar” nos esportes eletrônicos)<br />
as dores musculares e dificulda<strong>de</strong>s que possam surgir<br />
no jogo ao longo <strong>de</strong>ssa jornada. “União entre Dorflex e a<br />
PaiN Gaming possui sinergia com a missão <strong>de</strong> se unir ao público<br />
game”, ressalta a diretora <strong>de</strong> marketing Marilia Zanoli.<br />
T&P Powered by MiruM Agency<br />
M&M'S BraSil - MarS<br />
Título: “Karaoke, picnic e sofá”<br />
Diretor <strong>de</strong> criação: Filipe Matiazi<br />
Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> criação: Victor Keiti<br />
Social intelligence: amanda lopes e Jaqueline lopes<br />
Produtora: Beuren Studio<br />
Aprovação: carla Marconcini e Fernanda ciasca<br />
A marca, pertencente à Mars, tem contado com estratégias que permitem o diálogo<br />
com consumidores <strong>de</strong> perfis múltiplos por meio <strong>de</strong> situações do dia a dia que<br />
servem <strong>de</strong> inspiração para o artista Victor Beuren, conhecido por suas ilustrações<br />
criativas, como encontros com pessoas queridas e curtir um filme ou seriado, retratadas<br />
<strong>de</strong> forma única. Um confeito pra adocicar a vida.<br />
8 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
prêmios<br />
Marketing Best revela os nomes dos<br />
profissionais que vão participar do júri<br />
As inscrições da premiação estão abertas até o dia 29 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong><br />
e o julgamento dos cases ocorrerá entre os dias 1º e 15 <strong>de</strong> março<br />
Fotos: Divulgação<br />
Christianne Rego, CMO da Chevrolet<br />
Dilma Campos, CEO da Nossa Praia<br />
Fernanda Schmid, especialista em<br />
marketing, tra<strong>de</strong>, estratégia e negócios<br />
Gustavo Bastos, fundador da 11:21<br />
Levis Novaes, fundador da Ke+Le<br />
Marc Tawil, estrategista <strong>de</strong> comunicação<br />
Marcio Oliveira, da R/GA<br />
Renata Vieira, da Reckitt<br />
Ulisses Zamboni, da Santa Clara<br />
A<br />
organização do Prêmio Marketing<br />
Best divulgou, no último dia 22, a<br />
lista com os 13 profissionais que<br />
integrarão o júri da premiação, uma das<br />
mais importantes do mercado publicitário.<br />
O júri é formado pelos seguintes profissionais:<br />
Dilma Campos, CEO da Nossa<br />
Praia; Marcelo Suarez, diretor <strong>de</strong> omnichannel<br />
e tra<strong>de</strong> marketing da BRF; Laura<br />
Chiavone, head <strong>de</strong> agência da Meta; Ulisses<br />
Zamboni, chairman da Santa Clara; Ítala<br />
Herta, fundadora da Diver.SSA; Marc Tawil,<br />
estrategista <strong>de</strong> comunicação, mentor,<br />
palestrante; Christianne Rego, CMO Latam<br />
da Chevrolet; Marcio Oliveira, managing<br />
director da R/GA; Fernanda Schmid, especialista<br />
em marketing, tra<strong>de</strong>, estratégia<br />
e negócios; Gustavo Bastos, fundador e<br />
diretor <strong>de</strong> criação da 11:21; Renata Vieira,<br />
diretora senior <strong>de</strong> marketing da Reckitt;<br />
Sandra Martinelli, CEO da ABA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes); e Levis Novaes,<br />
fundador da Ke+Le. Todos fazem parte<br />
da Abramark (Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing).<br />
As inscrições do Marketing Best estão<br />
abertas até o dia 29 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>. O julgamento<br />
dos cases acontecerá entre os dias<br />
1º e 15 <strong>de</strong> março, e os resultados serão divulgados<br />
no dia 2 <strong>de</strong> abril.<br />
Lançado em 1988 pela Editora Referência<br />
– que edita o propmark – o<br />
prêmio tem a parceria da Madia Mundo<br />
Marketing, a mais tradicional empresa do<br />
setor no Brasil, comandada por Francisco<br />
Madia <strong>de</strong> Souza, ícone do marketing<br />
no Brasil e criador do prêmio ao lado do<br />
jornalista Armando Ferrentini, diretor-<br />
-presi<strong>de</strong>nte da Editora Referência. Madia<br />
Os resultados com<br />
os vencedores<br />
serão divulgados<br />
no dia 2 <strong>de</strong> abril<br />
também presi<strong>de</strong> a Abramark.<br />
Os cases inscritos na premiação serão<br />
divididos em nove categorias <strong>de</strong> produtos<br />
e serviços, com outras 30 subcategorias<br />
<strong>de</strong> acordo com temas específicos, com<br />
três cases selecionados para a final. Além<br />
disso, haverá os prêmios especiais para<br />
a “Empresa do Ano” e para o “Marketing<br />
Citizen”.<br />
No julgamento, todos os jurados vão<br />
atribuir notas <strong>de</strong>cimais <strong>de</strong> 1 a 10, com diferentes<br />
pesos, para critérios como Desafio/Problema<br />
(peso 1); Estratégia (peso 2);<br />
Execução (peso 2); Resultados (peso 3); e<br />
Criativida<strong>de</strong> (peso 2).<br />
As inscrições po<strong>de</strong>m ser feitas no site<br />
do Marketing Best (marketingbest.com.<br />
br). Para mais esclarecimentos, <strong>de</strong>ve-se<br />
enviar mensagens para o site contato@<br />
marketingbest.com.br ou (11) 99425-7736.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 9
entrevista<br />
Paula Queiroz<br />
diretora <strong>de</strong> marketing da Zeiss<br />
“Queremos cuidar da saú<strong>de</strong> dos olhos”<br />
A fabricante alemã <strong>de</strong> lentes corretivas<br />
Zeiss intensifica os esforços <strong>de</strong> marketing<br />
para espalhar o conceito global ‘Ninguém<br />
vê como você’ no Brasil. Com a ajuda da<br />
Moma, na publicida<strong>de</strong>, e da Target, na<br />
área <strong>de</strong> relações públicas, a marca mostra<br />
“que a visão <strong>de</strong> cada pessoa é única”,<br />
observa a diretora <strong>de</strong> marketing Paula<br />
Queiroz. Segundo o Instituto <strong>de</strong> Geografia<br />
e Estatísticas (IBGE), cerca <strong>de</strong> 40 milhões<br />
<strong>de</strong> brasileiros precisam <strong>de</strong> correção visual.<br />
Uma das doenças que mais crescem é<br />
a miopia infantil, reflexo da exposição<br />
excessiva às telas. O mercado óptico<br />
faturou mais <strong>de</strong> R$ 24,35 bilhões no ponto<br />
<strong>de</strong> venda em 2022, crescimento <strong>de</strong> 11,17%<br />
em relação ao ano anterior, segundo a<br />
Associação Brasileira da Indústria Óptica<br />
(Abióptica). Nas palavras <strong>de</strong> Paula, essa é<br />
uma indústria adormecida, que a Zeiss está<br />
ajudando a <strong>de</strong>spertar.<br />
Janaina Langsdorff<br />
Como está estruturado o marketing da marca?<br />
Temos uma área para produtos, já apresentados em outros mercados ou lançados concomitantemente<br />
com o Brasil. Outra para campanhas, dividida em duas partes, uma <strong>de</strong><br />
ações exclusivas para as nossas franquias, que são as Zeiss Vision Centers. Hoje, temos<br />
uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> 135 lojas próprias franqueadas, com atendimento e visão exclusiva <strong>de</strong><br />
branding. E temos uma parte <strong>de</strong> campanhas, que chamo <strong>de</strong> campanhas amplas. Ela<br />
cobre todo o mercado, falando sobre marca, produtos e promoções. É on<strong>de</strong> atuamos<br />
com uma abordagem mais <strong>de</strong> varejo. Para fechar, temos uma área <strong>de</strong> relacionamento,<br />
com o programa ‘Zeiss for life’, para garantir proximida<strong>de</strong> e longevida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relação com<br />
os usuários.<br />
Quais são os parceiros <strong>de</strong> comunicação?<br />
Hoje, a Target e a Moma são os nossos parceiros. A Moma já vem trabalhando com a<br />
Zeiss há cerca <strong>de</strong> três anos e meio, e a Target chegou recentemente para dar mais peso<br />
ao time <strong>de</strong> parceiros com o trabalho <strong>de</strong> relações públicas. Há muitos <strong>de</strong>safios, mas<br />
tenho uma herança muito feliz na Zeiss, uma marca que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1846 contribui para a<br />
evolução da saú<strong>de</strong>, ciência e tecnologia, e da socieda<strong>de</strong>, incluindo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção<br />
do microscópio, conquistas <strong>de</strong> muitos prêmios Nobel, <strong>de</strong>scoberta da penicilina, fotografia<br />
da lua, e Google Earth atualmente. Há também a Fundação Carl Zeiss. É uma empresa<br />
Divulgação<br />
que visa não só ao lucro. Com essa bagagem e filosofia, o trabalho fica mais fácil. Quando<br />
falamos com o tra<strong>de</strong>, classe médica e usuários, percebemos que há respeito, confiança<br />
e admiração pela marca. As pessoas sabem da idoneida<strong>de</strong>, qualida<strong>de</strong> e precisão<br />
da Zeiss. Agora, precisamos capitalizar esse legado, incorporar a qualida<strong>de</strong> percebida e<br />
essa história à compra anual <strong>de</strong> lentes corretivas.<br />
Essa carga reputacional ajuda a blindar a marca em tempos <strong>de</strong><br />
re<strong>de</strong>s sociais?<br />
Vivemos em uma época <strong>de</strong> relações frágeis. As pessoas estão superconectadas, somam<br />
sete mil amigos, mas conhecem meia dúzia. Quando a gente fala sobre saú<strong>de</strong>, a relação<br />
tem <strong>de</strong> ser sincera. Óbvio que existe uma anarquia <strong>de</strong> conteúdo nas re<strong>de</strong>s sociais, on<strong>de</strong><br />
se diz o que quer. A pessoa é hater pela simples vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser. Nesse contexto <strong>de</strong><br />
relações superficiais, marcas ícones se transformam em um lugar seguro.<br />
Quais mídias fazem mais sentido para levar a mensagem da Zeiss<br />
ao público?<br />
Há duas gran<strong>de</strong>s mídias. O digital, importante para alcance, awareness e reconhecimento.<br />
E existe também o tra<strong>de</strong>, a rua. Esse é um mercado ainda muito concreto.<br />
Você vai à loja para levar a receita, experimentar o produto, conversar com a pessoa<br />
que está do outro lado do balcão. Temos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tangibilizar a relação. Estamos<br />
no digital, nas mídias <strong>de</strong> rua, no tra<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro da loja. Essa combinação faz com<br />
que a gente consiga ser reconhecido e convertido na hora da escolha <strong>de</strong> compra.<br />
10 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
“O nosso investimento em marketing<br />
fica entre 10% e 15% das vendas”<br />
Qual é a linha <strong>de</strong> comunicação da marca?<br />
Globalmente, trabalhamos o conceito ‘Ninguém vê como você’. Ele mostra como a construção<br />
pessoal, <strong>de</strong> caráter e relacionamento <strong>de</strong> cada pessoa no mundo, é moldada por<br />
aquilo que ela vê, pelo o que os seus olhos absorvem. E quando se olha pelo lado técnico<br />
do olho, isso também é verda<strong>de</strong>. Ninguém enxerga os mesmos pontos <strong>de</strong> visão. A pupila<br />
se mexe <strong>de</strong> uma maneira completamente pessoal. É quase a sua impressão digital. O<br />
conceito tenta trazer isso <strong>de</strong> uma forma adaptada, conforme as diferentes necessida<strong>de</strong>s,<br />
doenças corretivas e soluções. Queremos que as pessoas entendam o tamanho da<br />
gran<strong>de</strong>za da saú<strong>de</strong> da visão. Não po<strong>de</strong> ser algo complementar. Deve fazer parte do dia<br />
a dia, da agenda social e familiar, do check-up, da medicina preventiva. Ao nos comunicarmos<br />
com o público final, exploramos o que torna a pessoa única a partir da sua visão,<br />
a sua individualida<strong>de</strong>. Na comunicação com o tra<strong>de</strong>, frisamos a importância da compra<br />
<strong>de</strong> uma lente <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para manter a saú<strong>de</strong> da visão, o seu po<strong>de</strong>r e performance.<br />
Como estimular o brasileiro a cuidar melhor da sua visão?<br />
Esse é um mercado gigante, que está adormecido. Estamos <strong>de</strong>spertando esse gigante,<br />
que se chama indústria óptica. O mercado <strong>de</strong> lentes corretivas cresce porque a população<br />
está envelhecendo. Faz parte da evolução natural. Mas alguns fatores externos<br />
potencializam o uso <strong>de</strong> lentes, como menos exposição à luz solar, que antecipa e aumenta<br />
o grau <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lentes corretivas, além do uso <strong>de</strong> telas. Há crianças<br />
que começam a usar as telas muito cedo e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> lentes precisa<br />
acompanhar isso.<br />
Qual é o reflexo das telas na visão das pessoas?<br />
Antes, havia um movimento da cabeça, consi<strong>de</strong>rando uma lente multifocal, on<strong>de</strong> você<br />
via o perto aqui, e o longe lá. Agora, você vê o perto e o longe aqui. O movimento da<br />
cabeça e dos olhos está mudando muito. Esse mercado cresce em termos numéricos,<br />
e penetra, infelizmente, nas ida<strong>de</strong>s mais baixas, porque já há crianças aumentando necessida<strong>de</strong>s<br />
por conta da miopia. Uma lente <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> será tão importante quanto ir<br />
ao cardiologista. Pela expectativa <strong>de</strong> vida hoje, as pessoas <strong>de</strong>vem passar mais tempo<br />
usando óculos do que sem eles. É preciso acordar esse gigante porque as pessoas precisam<br />
enten<strong>de</strong>r que a escolha da lente interfere na visão e na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. As<br />
pessoas estão se esquecendo também <strong>de</strong> piscar. Mas é irreversível. Os nossos filhos<br />
estão sendo alfabetizados com o auxílio das telas. Temos <strong>de</strong> utilizar o lado benéfico. A<br />
tecnologia é boa por um lado, mas traz efeitos colaterais.<br />
Qual é o budget <strong>de</strong> marketing da Zeiss?<br />
O nosso investimento em marketing fica entre 10% e 15% das vendas. É um volume<br />
significativo porque acreditamos não só na venda do balcão, na conversão final, como<br />
na construção do conhecimento e do aculturamento sobre as lentes. Os números são<br />
expressivos para a indústria óptica, que até então não era um gran<strong>de</strong> investidor. A marca<br />
vem ganhando share nos últimos anos. A Zeiss cresce muito acima do mercado, que<br />
avança a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 11%. Estamos em mais <strong>de</strong> seis mil pontos <strong>de</strong> venda no<br />
Brasil.<br />
Quais as inovações da marca?<br />
Lançamos neste ano a lente Clear View em campanha, criada pela Moma, que falou<br />
sobre as percepções não associadas à qualida<strong>de</strong> da lente. Com linguagem bem-humorada,<br />
a ação brinca com o consumidor, dizendo ‘o seu nariz está implorando, compre<br />
lentes mais leves’ ou ‘os seus olhos não querem ficar <strong>de</strong>sse tamanho, distorcidos, compre<br />
lentes <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>’’. A tecnologia da lente está no seu <strong>de</strong>senho e no material.<br />
As lentes Clear View têm uma tecnologia exclusiva da Zeiss, chamada Freeform, um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> fabricação que amplia o campo <strong>de</strong> visão sem distorcer a lente, permitindo<br />
uma visão mais íntegra, não só no centro da lente. Isso po<strong>de</strong> parecer simples e óbvio,<br />
mas é uma gran<strong>de</strong> inovação. Garante qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. A gente ten<strong>de</strong> a melhorar o<br />
nosso portfólio <strong>de</strong> lentes personalizadas também. São lentes feitas para pessoas que<br />
têm necessida<strong>de</strong>s e medidas próprias. A i<strong>de</strong>ia é enten<strong>de</strong>r para on<strong>de</strong> vai a pupila e colocar<br />
o grau certo. É uma tecnologia diferenciada, com mais pontos <strong>de</strong> visão e conforto.<br />
Na linha <strong>de</strong> tratamento, temos as lentes fotossensíveis, que fazem a transição do claro<br />
para o escuro, com a versão que hoje é a mais rápida do mercado. Teremos uma lente<br />
<strong>de</strong> escurecimento quase total, chegando ao nível <strong>de</strong> óculos escuros.<br />
Qual é o target da marca?<br />
Meta<strong>de</strong> da população vai usar óculos até 2050. Então, não existe um target, embora saibamos<br />
que o comprador <strong>de</strong> Zeiss é um público mais conhecedor e ligado à qualida<strong>de</strong>,<br />
saú<strong>de</strong> e tecnologia.<br />
Como tornar a marca mais acessível à população?<br />
Não temos produtos <strong>de</strong> entrada. Mas temos lentes a partir <strong>de</strong> R$ 350 na visão simples,<br />
promoção que está no ar hoje. No portfólio <strong>de</strong> progressivas, há lentes a partir <strong>de</strong> R$ 899,<br />
preço bastante competitivo. Esse é um mercado que trabalha muito com bonificações.<br />
Alguns itens do nosso portfólio permitem comprar uma lente e ter outra grátis. Fazemos<br />
também promoções ao longo do ano. Em 2023, tivemos a “Semana Zeiss”, que dava<br />
50% <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto em todo o portfólio <strong>de</strong> lentes, facilitando o acesso das pessoas que<br />
não têm po<strong>de</strong>r aquisitivo para comprar uma Zeiss.<br />
Óculos virou acessório <strong>de</strong> moda? Como a marca acompanha essa<br />
mudança <strong>de</strong> comportamento?<br />
Esse hábito mostra um amadurecimento do mercado. A expansão trouxe a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> eliminar certos estigmas. Os óculos fazem parte <strong>de</strong> uma categoria crescente, com<br />
uma população que está amadurecendo. Para a indústria <strong>de</strong> lentes, isso é muito bom.<br />
As pessoas passaram a ver os óculos <strong>de</strong> uma maneira não tão <strong>de</strong>tratora. Mas estamos<br />
preocupados mesmo é com a qualida<strong>de</strong> das lentes. Queremos ver todos satisfeitos com<br />
o seu visual, mas principalmente, queremos cuidar da saú<strong>de</strong> dos olhos das pessoas.<br />
Queremos, por exemplo, que os óculos tenham um filtro para radiação ultravioleta<br />
(UV), ou <strong>de</strong> luz azul. Queremos oferecer a lente correta para fotossensibilida<strong>de</strong> e lente<br />
progressiva <strong>de</strong> fácil adaptação. Estamos aqui para ven<strong>de</strong>r saú<strong>de</strong>, qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e<br />
performance <strong>de</strong> visão.<br />
Como enten<strong>de</strong>r o perfil <strong>de</strong> quem usa óculos? As pessoas estão<br />
cientes sobre a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> soluções ofertadas?<br />
Até hoje, essa indústria falou para ela mesma, sobre produto, para um público muito<br />
técnico, do tra<strong>de</strong>. Nunca foi consumer friendly. Nunca falou, por exemplo, que a fadiga<br />
ocular, no fim do dia, po<strong>de</strong> ser culpa da lente. A Zeiss quer levar entendimento. Relatos<br />
colhidos em pesquisas mostram que nada é mais <strong>de</strong>sconfortável do que comprar<br />
óculos. A pessoa apresenta a receita, e não sabe o que vai acontecer. Coloca a <strong>de</strong>cisão<br />
nas mãos do balconista, profissional técnico que, muitas vezes, é o mais indicado para<br />
orientar. Mas a Zeiss quer que o consumidor saiba exatamente o que lhe incomoda.<br />
Po<strong>de</strong> ser o peso da lente, o envelhecimento em torno da área dos olhos ou o olho seco.<br />
Ou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma armação com lente bem côncava para ampliar o campo<br />
<strong>de</strong> visão e facilitar a prática <strong>de</strong> esportes. Queremos <strong>de</strong>spertar as pessoas, mostrar que<br />
há necessida<strong>de</strong>s próprias e únicas, que temos portfólio para tudo isso. De um jeito customer<br />
centric, olhando para a realida<strong>de</strong> das pessoas no mundo e não só para os nossos<br />
produtos, o plano é <strong>de</strong>spertar isso <strong>de</strong> um jeito simples. Com publieditorial e conteúdo,<br />
mostramos no ano passado os fatores ligados ao aumento da miopia infantil, além da<br />
miopia progressiva e não progressiva. Preparamos uma série <strong>de</strong> conteúdos fáceis. Essa<br />
é a nossa missão.<br />
Quais as doenças com maior incidência?<br />
A miopia infantil é uma das doenças que mais crescem proporcionalmente no mundo.<br />
Estamos <strong>de</strong>senvolvendo um portfólio específico para crianças e uma lente específica<br />
para miopia progressiva. Ela gerencia a progressão da doença. Realmente, é preocupante,<br />
e criamos alertas. O diagnóstico correto é importante. A miopia infantil é diferente<br />
da miopia progressiva infantil. O gerenciamento <strong>de</strong> uma e outra po<strong>de</strong> ser diferente<br />
para a melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da criança. As lentes para gerenciamento <strong>de</strong> miopia<br />
progressiva não po<strong>de</strong>m ser usadas por um míope não progressivo porque fará mal.<br />
Mas se usadas em um míope progressivo, é possível, em alguns casos, frear o crescimento<br />
da doença.<br />
“A Zeiss cresce muito acima do mercado,<br />
que avança a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 11%”<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 11
marcas<br />
Uso in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> intelectual<br />
está disseminado no mercado brasileiro<br />
Em muitos casos, porém, a falta <strong>de</strong> registro leva à perda do direito<br />
exclusivo sobre um produto, personagem ou composição musical<br />
Pedro Yves<br />
Renato Aragão não po<strong>de</strong> mais ser<br />
chamado <strong>de</strong> Didi? No início <strong>de</strong><br />
setembro <strong>de</strong> 2023, vários sites<br />
postaram que o humorista Renato<br />
Aragão teria perdido o direito <strong>de</strong> usar<br />
comercialmente o nome Didi, seu mais<br />
famoso personagem. O motivo seria o<br />
registro feito no Instituto Nacional <strong>de</strong><br />
Proprieda<strong>de</strong> Industrial (Inpi) pela Beijing<br />
Didi Infinity, uma empresa chinesa<br />
<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana. O personagem<br />
Didi Mocó, interpretado por Renato Aragão<br />
no programa <strong>de</strong> televisão ‘Os Trapalhões’,<br />
ficou tão famoso que o próprio<br />
humorista passou a ser mais conhecido<br />
como Didi do que por seu nome real,<br />
garantindo um lugar cativo na história<br />
da comédia brasileira e na memória<br />
coletiva do povo. Contudo, a marca Didi<br />
nunca foi registrada pela empresa do<br />
humorista, a Renato Aragão Produções<br />
Artísticas Ltda.<br />
Isso quer dizer que Renato Aragão<br />
não po<strong>de</strong> mais usar o nome <strong>de</strong> seu personagem?<br />
Aqui, há duas vertentes que<br />
convergem para o uso <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong><br />
intelectual: o direito <strong>de</strong> marca e o direito<br />
autoral. Como explica o professor da<br />
ESPM Gustavo Cesário, especialista em<br />
branding e proprieda<strong>de</strong> intelectual e sócio<br />
da K+G Cesário Pareceres e Pesquisas:<br />
“No mundo há duas formas <strong>de</strong> concessão<br />
<strong>de</strong> direito marcário (direito <strong>de</strong> uso <strong>de</strong><br />
marca): first to use e first to file. O first<br />
to use <strong>de</strong>termina que o primeiro a usar<br />
uma marca comercialmente é quem tem<br />
o direito sobre ela. Países como EUA, Canadá<br />
e Austrália adotam essa forma <strong>de</strong><br />
concessão <strong>de</strong> direito marcário”.<br />
Entretanto, continua o professor da<br />
ESPM, para se ter direito pleno sobre<br />
uma marca, é preciso registrá-la. “Se tomarmos<br />
como exemplo o Uspto (o órgão<br />
americano equivalente ao nosso Inpi), se<br />
houver duas marcas idênticas buscando<br />
o registro, esse órgão conce<strong>de</strong>rá o registro<br />
para aquela marca que <strong>de</strong>monstrar<br />
sua anteriorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso.”<br />
Já o first to file (primeiro a registrar)<br />
<strong>de</strong>termina que o primeiro que ingressar<br />
com o pedido <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> marca é<br />
quem terá a titularida<strong>de</strong> sobre ela. “Essa<br />
Renato Aragão se viu ameaçado <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o direito autoral <strong>de</strong> seu principal personagem, Didi Mocó, eternizado em ‘Os Trapalhões’<br />
é a forma <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> registro <strong>de</strong><br />
marca na maioria dos países do mundo,<br />
inclusive Brasil, União Europeia e China.<br />
Sendo assim, como a Renato Aragão<br />
Produções ou o próprio humorista Renato<br />
Aragão nunca pediram o registro da<br />
marca Didi, a empresa chinesa Beijing<br />
DiDi Infinity Technology Development Co.,<br />
Ltda. pô<strong>de</strong> obter o registro da marca Didi<br />
em 13 classes <strong>de</strong> produto ou serviço distintos,<br />
inclusive na classe 41, que engloba<br />
serviços <strong>de</strong> entretenimento.”<br />
Portanto, na opinião do professor Cesário,<br />
“o Inpi agiu corretamente <strong>de</strong>ntro<br />
do or<strong>de</strong>namento jurídico brasileiro para<br />
o registro marcário. Importante ressaltar<br />
que sequer houve oposição da Renato<br />
Aragão Produções durante a fase <strong>de</strong> exame<br />
do pedido <strong>de</strong> registro pelo Inpi”.<br />
Por outro lado, o registro da marca<br />
Didi pela empresa chinesa não impe<strong>de</strong> o<br />
uso do famoso personagem pelo humorista,<br />
pois a proteção intelectual do personagem<br />
se dá pelo direito autoral, não<br />
pelo direito marcário. “O direito autoral<br />
sobre qualquer criação artística, literária,<br />
musical nasce quando tal criação é<br />
exteriorizada. Ou seja, não é necessário<br />
seu registro. O que é importante apenas<br />
é a comprovação <strong>de</strong> que naquela data<br />
específica houve aquela criação. Portanto,<br />
quem criou primeiro um <strong>de</strong>terminado<br />
personagem, como o Didi, é quem tem o<br />
direito autoral sobre ele,” explica o professor<br />
Cesário.<br />
Ele também lembra que, enquanto<br />
a proteção <strong>de</strong> uma marca registrada é<br />
válida por 10 anos, e renovável por períodos<br />
<strong>de</strong> 10 anos in<strong>de</strong>finidamente, o direito<br />
autoral tem uma limitação <strong>de</strong> tempo até<br />
cair em domínio público. No Brasil são 70<br />
anos após a morte do autor. Após esse<br />
período, seus direitos passam a ser <strong>de</strong><br />
seus her<strong>de</strong>iros. “Em resumo, a empresa<br />
chinesa não po<strong>de</strong> proibir o humorista <strong>de</strong><br />
continuar a utilizar seu personagem, pois<br />
são proteções diferentes (direito marcário<br />
x direito autoral).”<br />
Situação parecida aconteceu com o<br />
famoso personagem <strong>de</strong> animação Mickey.<br />
Após 95 anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua estreia,<br />
Mickey e sua eterna namorada Minnie<br />
Existem duas<br />
vertentes <strong>de</strong><br />
proprieda<strong>de</strong><br />
intelectual:<br />
direito autoral<br />
e <strong>de</strong> marca<br />
Flickr<br />
12 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Cesário, da ESPM: direito autoral <strong>de</strong>mora 70 anos para cair em domínio público<br />
Ana Paula: Cerveja Estrella Galícia ganhou R$ 50 mil no processo por danos morais<br />
Mouse passaram para domínio público<br />
no ano passado nos Estados Unidos, permitindo<br />
a criação <strong>de</strong> narrativas e produtos<br />
sem autorização prévia dos estúdios<br />
Disney. Porém, o domínio público se dá<br />
somente na versão <strong>de</strong> 1928 dos camundongos<br />
criados pelo cartunista Walt Disney.<br />
Versões posteriores foram <strong>de</strong>vidamente<br />
registradas como marca pela Walt<br />
Disney Productions Inc., o que dá direito<br />
à empresa <strong>de</strong> contestar usos in<strong>de</strong>vidos,<br />
enquanto a marca registrada dos personagens<br />
permanece sob seu controle.<br />
Plágio musical<br />
Em outubro <strong>de</strong> 2023, um caso <strong>de</strong> plágio<br />
musical veio à tona na publicida<strong>de</strong><br />
assim que entrou no ar a campanha ‘Magia<br />
amarela’, da Bauducco, com as cantoras<br />
Juliette e Duda Beat. A acusação era a<br />
<strong>de</strong> que a música da campanha tinha semelhanças<br />
com o single ‘AmarElo’, álbum<br />
e projeto audiovisual do rapper Emicida.<br />
Evandro Fióti, irmão do rapper, alegou<br />
que o trabalho foi “roubado conceitualmente”.<br />
Com a repercussão negativa nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais e na imprensa, a Bauducco<br />
e a agência responsável pela ação, Galeria.ag,<br />
anunciaram o cancelamento da<br />
campanha por meio <strong>de</strong> uma nota oficial:<br />
“Diante <strong>de</strong> questionamentos sobre o<br />
projeto e sobre as cantoras, a Bauducco<br />
<strong>de</strong>cidiu cancelar a campanha e seguirá<br />
dialogando com os artistas envolvidos,<br />
pelos quais manifesta total respeito e<br />
admiração. Em novas oportunida<strong>de</strong>s, a<br />
marca voltará a celebrar sua cor icônica<br />
e sua mensagem <strong>de</strong> união”.<br />
A marca alegou que o objetivo da<br />
campanha era “celebrar o amarelo característico<br />
da sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual (…)<br />
além <strong>de</strong> unir conceitos também historicamente<br />
propagados: família, união”.<br />
Sobre a semelhança da tipografia do<br />
projeto, a Bauducco alegou que a mesma<br />
já é usada pela marca nas embalagens<br />
Semelhança entre as duas marcas <strong>de</strong> cerveja é indiscutível<br />
Gilberto Gil<br />
também teve uma<br />
composição sua<br />
plagiada num<br />
comercial<br />
e re<strong>de</strong>s sociais. “A escolha das cantoras<br />
Juliette e Duda Beat refletiu o propósito<br />
da campanha: são duas artistas que já<br />
tinham uma amiza<strong>de</strong> e formam ‘uma<br />
família’ com base nos laços <strong>de</strong> afeto, <strong>de</strong><br />
afinida<strong>de</strong> e da arte. É importante ressaltar<br />
que a participação das cantoras se<br />
restringiu à interpretação da música-tema,<br />
sem vínculo com a criação da campanha”,<br />
completou.<br />
Outro caso recente <strong>de</strong> disputa judicial<br />
sobre plágio envolveu Tyler, The Creator,<br />
e Gilberto Gil, relacionado ao uso in<strong>de</strong>vido<br />
da música ‘Duplo sentido’ na campanha<br />
publicitária da marca Golf Le Fleur.<br />
No dia 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, Tyler, The Creator,<br />
divulgou a Season 2 by le Fleur, com divulgação<br />
da sua marca <strong>de</strong> roupas, a Golf<br />
Le Fleur. O ví<strong>de</strong>o exibe a música ‘Duplo<br />
sentido’, <strong>de</strong> Gilberto Gil, sem permissão<br />
<strong>de</strong> Gil, nem da Sony Music Publishing,<br />
<strong>de</strong>tentores dos direitos da música. Como<br />
resultado do uso in<strong>de</strong>vido da obra, Gil receberá<br />
50 mil dólares pela utilização da<br />
música por Tyler sem autorização prévia<br />
do compositor baiano.<br />
“Ferir os direitos autorais <strong>de</strong> alguém,<br />
plagiando sua criação, é um ato danoso<br />
também para o plagiador pois afeta negativamente<br />
sua imagem, ainda mais<br />
se ele é uma empresa muito conhecida.<br />
Portanto, o plágio não compensa a ninguém”,<br />
diz o professor Gustavo Cesário.<br />
Ele ressalta que, no que se refere a di-<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 13
marcas<br />
Divulgação<br />
As cantoras Juliette e Duda Beat na campanha ‘Magia amarela’, da Bauducco: acusação <strong>de</strong> plágio <strong>de</strong> composição do rapper Emicida tirou rapidamente o filme do ar<br />
reitos autorais, o Inpi não tem nenhuma<br />
atuação. “Já no que se refere a outros<br />
ativos da proprieda<strong>de</strong> industrial, como<br />
marcas e patentes, ele atua na esfera<br />
administrativa. Como é uma autarquia<br />
fe<strong>de</strong>ral sem autonomia orçamentária, o<br />
Inpi sofre com um número insuficiente<br />
<strong>de</strong> servidores, mesmo sendo um órgão<br />
superavitário. Portanto, a principal mudança<br />
que <strong>de</strong>veria ocorrer é sua transformação<br />
numa autarquia especial, dada<br />
a sua extrema importância para o país.”<br />
Acusações <strong>de</strong> plágio musical atravessam<br />
fronteiras. Em 2021, a cantora e compositora<br />
britânica A<strong>de</strong>le foi acusada por<br />
internautas <strong>de</strong> ter plagiado a música ‘Eu<br />
te amo’, composição <strong>de</strong> Chico Buarque e<br />
Tom Jobim, em sua canção ‘To be loved’,<br />
do seu álbum ‘30’. No entanto, Chico Buarque<br />
negou o plágio. Antes, ela já havia<br />
sido acusada pelo compositor Toninho<br />
Geraes <strong>de</strong> plagiar ‘Mulheres’, uma canção<br />
sua eternizada na voz <strong>de</strong> Martinho da<br />
Vila, na canção ‘Million years ago’, faixa<br />
que faz parte do álbum ‘25’.<br />
José Celso Guida, produtor musical<br />
especialista em negociações <strong>de</strong> licenciamento<br />
e CEO da CulturaXchange, empresa<br />
<strong>de</strong> licenciamento musical, explica que<br />
para a utilização <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> terceiros<br />
em qualquer projeto ou até mesmo para<br />
regravação, é imprescindível obter as<br />
<strong>de</strong>vidas autorizações dos autores ou <strong>de</strong><br />
quem os representa. “O i<strong>de</strong>al é trabalhar<br />
o uso <strong>de</strong> músicas em campanhas publicitárias<br />
ou em produções audiovisuais<br />
com antecedência, para que as negociações<br />
ocorram tranquilas e formais, evitando<br />
que os próprios autores, editoras<br />
ou gravadoras recorram a ações extremas<br />
para retirar a obra <strong>de</strong> circulação ou<br />
aplicação <strong>de</strong> multas ou outras sanções<br />
pelo uso in<strong>de</strong>vido e não autorizado <strong>de</strong><br />
obras protegidas <strong>de</strong> terceiros.”<br />
Em muitos casos, diz Guida, é sugerido<br />
para as produtoras e agências que<br />
tenham uma outra música como “plano<br />
B”, caso a música pretendida não possa<br />
ser licenciada por algum motivo, seja<br />
ele contratual, ou <strong>de</strong>vido a exclusivida<strong>de</strong><br />
com outra marca ou uso. “O acompanhamento<br />
<strong>de</strong> uma sync agency e/ou<br />
supervisores musicais experientes no<br />
processo <strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> músicas<br />
é o i<strong>de</strong>al, para que os licenciamentos sejam<br />
conduzidos com segurança, agilida<strong>de</strong><br />
e todas as manobras necessárias para<br />
substituição <strong>de</strong> músicas ou ajustes contratuais<br />
sejam feitos com a antecedência<br />
em respeito aos prazos da produção<br />
ou da campanha.”<br />
O mesmo cuidado com as autorizações<br />
prévias também <strong>de</strong>ve ser tomado<br />
para a regravação <strong>de</strong> obras musicais <strong>de</strong><br />
terceiros, alerta Guida. “Nos países em<br />
que a lei <strong>de</strong> direito autoral se aplica,<br />
como é o caso do Brasil, o autor (ou quem<br />
o representa) <strong>de</strong>ve ser consultado para<br />
“A gravação não<br />
autorizada po<strong>de</strong>rá<br />
receber sanções<br />
como a retirada<br />
imediata <strong>de</strong><br />
circulação”<br />
que autorize formalmente a regravação<br />
<strong>de</strong> sua obra por terceiros. Caso uma obra<br />
musical seja regravada sem as <strong>de</strong>vidas<br />
autorizações dos titulares <strong>de</strong> direitos, a<br />
gravação não autorizada po<strong>de</strong>rá receber<br />
sanções como a retirada imediata <strong>de</strong> circulação,<br />
multas e até processos judiciais<br />
por uso in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> obra protegida.”<br />
marcas<br />
Quando os casos <strong>de</strong> direito autoral ou<br />
uso in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> marca envolvem artistas<br />
a repercussão é gran<strong>de</strong>, principalmente<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. Porém, se a disputa<br />
se dá no meio empresarial, o imbróglio<br />
normalmente fica restrito às editorias <strong>de</strong><br />
Economia & Negócios. Em <strong>26</strong> <strong>de</strong> janeiro<br />
passado, a cervejaria espanhola Estrella<br />
Galicia ganhou o processo na Justiça <strong>de</strong><br />
São Paulo que movia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2019 contra<br />
a empresa brasileira Cervam (Cervejaria<br />
do Amazonas) acusada <strong>de</strong> comercializar<br />
uma cerveja <strong>de</strong> nome Estrella Sirius. O<br />
motivo seria a imitação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
visual da marca Estrella Galicia. O argumento<br />
da empresa <strong>de</strong> origem espanhola<br />
é que a Estrella Sirius faz alusão não apenas<br />
ao nome da sua cerveja, mas também<br />
às embalagens e às cores (vermelho<br />
e preto, com a grafia em branco) com<br />
a intenção <strong>de</strong> confundir os consumidores<br />
e promover suas vendas.<br />
“Concluiu-se que a ré, a empresa Cervam,<br />
através da embalagem <strong>de</strong> sua cer-<br />
14 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Guida: produtoras e agências precisam ter sempre um “plano B” musical<br />
Rafael Lacaz Amaral atuou em um processo <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> marca por mais <strong>de</strong> 30 anos<br />
veja Estrella Sirius, imitou o tra<strong>de</strong> dress<br />
do produto concorrente Estrella Galicia,<br />
da Autora, imitando o conjunto-visual da<br />
marca espanhola, através da escolha da<br />
diagramação, textura, brilho e sobretudo<br />
combinação <strong>de</strong> cores <strong>de</strong> forma que consumidor<br />
seja levado a erro e confusão,<br />
conduta proibida pelo Inciso III, do Art.<br />
195 da LPI, configurando-se a prática <strong>de</strong><br />
concorrência <strong>de</strong>sleal. O juiz con<strong>de</strong>nou a<br />
ré na obrigação <strong>de</strong> se abster <strong>de</strong> comercializar<br />
o produto concorrente, sob pena<br />
<strong>de</strong> multa diária. Ainda, con<strong>de</strong>nou a ré em<br />
danos materiais nos termos do Art. 210 da<br />
LPI e danos morais no valor <strong>de</strong> R$ 50 mil”,<br />
conta Ana Paula Affonso Brito, advogada<br />
especializada em litígios em proprieda<strong>de</strong><br />
intelectual no escritório Montaury Pimenta<br />
Machado & Vieira <strong>de</strong> Mello.<br />
Foi um caso rapidamente resolvido.<br />
Existem outros, porém, que se arrastam<br />
por décadas. Após mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong><br />
uma complexa disputa legal, em 2016 a<br />
marca <strong>de</strong> cuidados com o sol Hawaiian<br />
Tropic obteve proteção no Inpi. Por décadas,<br />
a empresa norte-americana Edgewell<br />
Personal Care, empresa controladora<br />
da Hawaiian Tropic, se envolveu em<br />
uma disputa legal na Justiça brasileira<br />
para obter o registro da marca Hawaiian<br />
Tropic, que vinha sendo usado por outra<br />
empresa aqui no Brasil. A empresa iniciou<br />
o processo no Inpi em 1992. Nessa<br />
época, a agência rejeitou o pedido <strong>de</strong>vido<br />
a uma marca homônima já registrada<br />
por uma empresa brasileira. Apesar <strong>de</strong><br />
inúmeras tentativas ao longo dos anos, a<br />
empresa não pô<strong>de</strong> garantir durante esse<br />
longo período o direito <strong>de</strong> usar a marca<br />
no Brasil.<br />
Rafael Lacaz Amaral, sócio sênior e<br />
head <strong>de</strong> antipirataria & brand protection<br />
do escritório <strong>de</strong> advocacia Kasznar Leonardos,<br />
que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a Edgewell conta<br />
como foi o imbróglio. “A ação judicial foi<br />
proposta perante a Justiça Fe<strong>de</strong>ral do Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro em agosto <strong>de</strong> 2016. Entretanto,<br />
a disputa sobre a marca Hawaiian Tropic<br />
se iniciou em junho <strong>de</strong> 1992, quando a<br />
Edgwell Personal Care <strong>de</strong>positou perante<br />
o Inpi o pedido <strong>de</strong> registro para sua marca<br />
mundialmente famosa. Na ocasião,<br />
tal pedido foi in<strong>de</strong>ferido com base na<br />
preexistência do registro para a mesma<br />
marca obtido in<strong>de</strong>vida e ilegalmente<br />
pela empresa Vedic Hindus Comércio<br />
Importação e Exportação. A disputa administrativa<br />
perdurou <strong>de</strong> 1992 até 2016,<br />
com sucessivas <strong>de</strong>cisões contrárias à<br />
Edgwell Personal Care. Foi, finalmente,<br />
contra essa última <strong>de</strong>cisão do Inpi que<br />
a Edgwell Personal Care ajuizou a ação<br />
contra a Vedic Hindus Comércio Importação<br />
e Exportação e o Inpi, com o objetivo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cretar a nulida<strong>de</strong> do registro ilegal<br />
e in<strong>de</strong>vido obtido pela Vedic Hindus Comércio<br />
Importação e Exportação, e para,<br />
automaticamente, obter o seu registro<br />
“Há indivíduos<br />
que buscam obter<br />
lucros in<strong>de</strong>vidos<br />
à custa dos<br />
direitos alheios”<br />
para a marca “Hawaiian Tropic”.<br />
Amaral fala que a Vedic apenas copiou<br />
o nome. “Aparentemente, nunca fez<br />
real uso da marca “Hawaiian Tropic em<br />
produtos”. Segundo ele, a empresa norte-americana<br />
não pediu ressarcimento.<br />
“A rigor, caberia à Edgwell Personal Care<br />
pleitear uma in<strong>de</strong>nização à Vedic Hindus<br />
Comércio Importação e Exportação pelo<br />
fato <strong>de</strong> nossa cliente ter ficado tantos<br />
anos sem conseguir explorar a sua marca<br />
no mercado brasileiro. Entretanto, a<br />
Edgwell Personal Care optou por <strong>de</strong>ixar<br />
este pedido <strong>de</strong> lado para focar na distribuição<br />
e venda <strong>de</strong> seu famoso produto.”<br />
Aten<strong>de</strong>ndo cerca <strong>de</strong> quatro mil consultas<br />
sobre uso <strong>de</strong> marca por ano em<br />
seu escritório, Amaral faz um alerta. “A<br />
disputa envolvendo a marca mundialmente<br />
famosa Hawaiian Tropic é apenas<br />
uma <strong>de</strong>ntre várias outras que atualmente<br />
estão em análise no Inpi e no Po<strong>de</strong>r Judiciário.<br />
Infelizmente, há indivíduos que<br />
buscam obter lucros in<strong>de</strong>vidos à custa<br />
dos direitos alheios. No entanto, a legislação<br />
brasileira <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> industrial<br />
é mo<strong>de</strong>rna e alinhada com padrões<br />
internacionais, garantindo aos titulares<br />
<strong>de</strong> marcas, patentes e obras intelectuais<br />
mecanismos eficazes para proteger seus<br />
direitos. Por isso, é crucial que os empresários<br />
estejam atentos a possíveis violações<br />
e busquem proteção legal o mais<br />
rápido possível.”<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 15
mercado<br />
“A cultura <strong>de</strong> aprendizado contínuo incentiva<br />
a criativida<strong>de</strong> e a busca pela inovação”<br />
Sócio-fundador e CEO do<br />
Grupo Take 5, especializado em<br />
programas <strong>de</strong> treinamento e<br />
educação corporativa, Alceu<br />
Costa Junior fala na entrevista a<br />
seguir sobre a importância <strong>de</strong> as<br />
marcas investirem na capacitação<br />
<strong>de</strong> seus colaboradores para<br />
fomentar engajamento, inovação<br />
e produtivida<strong>de</strong>. “Programas <strong>de</strong><br />
treinamento bem estruturados<br />
garantem um alinhamento mais<br />
sólido com os princípios e valores<br />
da empresa, impulsionando o<br />
crescimento em áreas como<br />
vendas, marketing e atendimento<br />
ao cliente”, ressalta o especialista.<br />
Com um portfólio <strong>de</strong> clientes<br />
como Intel, Electrolux, Samsung,<br />
Roche, Siemens e Grupo Boticário,<br />
a one stop shop <strong>de</strong> treinamentos<br />
corporativos oferece soluções <strong>de</strong><br />
business intelligence e produção<br />
<strong>de</strong> conteúdo, entre outras.<br />
Alceu Costa Junior: “A educação corporativa tornou-se uma ferramenta essencial”<br />
Alê Oliveira<br />
Kelly Dores<br />
CULTURA DE APRENDIZADO<br />
Marcas que enxergam os valores <strong>de</strong> seus colaboradores<br />
e promovem uma evolução contínua das suas<br />
competências ten<strong>de</strong>m a se <strong>de</strong>stacar perante os <strong>de</strong>safios<br />
do mercado. A promoção da cultura <strong>de</strong> aprendizado contínuo<br />
incentiva a criativida<strong>de</strong> e a busca pela inovação<br />
na solução dos <strong>de</strong>safios do dia a dia. Programas <strong>de</strong> treinamento<br />
bem estruturados garantem um alinhamento<br />
mais sólido com os princípios e valores da empresa,<br />
impulsionando o crescimento em áreas como vendas,<br />
marketing e atendimento ao cliente, entre outras. Ao<br />
investirem na capacitação <strong>de</strong> seus colaboradores, as<br />
empresas fomentam engajamento, inovação, produtivida<strong>de</strong>,<br />
competitivida<strong>de</strong> na atração <strong>de</strong> novos talentos e<br />
fortalecimento das suas marcas.<br />
EFICIÊNCIA<br />
Capacitação e treinamento são as partes fundamentais<br />
do que chamamos educação corporativa. Um<br />
time mais informado, melhor treinado e mais capacitado<br />
para lidar com as inúmeras possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
situações que uma situação <strong>de</strong> trabalho apresenta<br />
contribui para mais eficiência das empresas. Toda<br />
gran<strong>de</strong> marca, toda gran<strong>de</strong> empresa precisa estar<br />
atenta sobre o conhecimento e a educação corporativa<br />
dos seus times.<br />
RETENÇÃO DE TALENTOS<br />
A educação corporativa nos dias atuais se configura<br />
como um processo estratégico e contínuo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s, conhecimentos e competências<br />
profissionais e pessoais dos colaboradores.<br />
Qualquer processo educacional atual <strong>de</strong>veria ser pen-<br />
sado <strong>de</strong> forma individualizada, particular e focada nas<br />
necessida<strong>de</strong>s específicas <strong>de</strong> cada indivíduo. O aprendizado<br />
autônomo foi imensamente potencializado<br />
nos últimos tempos com o acesso quase irrestrito à<br />
informação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Com pouco esforço é possível<br />
criar uma jornada <strong>de</strong> aprendizado particular por<br />
conta própria. Esse mo<strong>de</strong>lo faz com que o nível <strong>de</strong> exigência<br />
para conteúdos <strong>de</strong> aprendizado e treinamento<br />
oferecido pelas corporações aos seus colaboradores<br />
seja ainda mais elevado. Além <strong>de</strong> serem planejados<br />
para contribuir para o alcance das metas e objetivos<br />
da organização, bons programas <strong>de</strong> educação corporativa<br />
<strong>de</strong>vem também pensar nas competências e<br />
expectativas pessoais dos colaboradores. A i<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>de</strong>sse alinhamento faz com que o colaborador<br />
sinta-se reconhecido e valorizado, aumentando o po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> talentos.<br />
16 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
FERRAMENTA<br />
Com um mercado cada vez mais competitivo, em<br />
constante transformação e em busca da melhor experiência<br />
do cliente, a educação corporativa tornou-se uma<br />
ferramenta essencial para o sucesso. Empresas <strong>de</strong> todos<br />
os portes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequenos estabelecimentos comerciais,<br />
empresas <strong>de</strong> pequeno porte, startups, até gran<strong>de</strong>s<br />
corporações, reconhecem a importância <strong>de</strong> investir no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus colaboradores para alcançar<br />
seus objetivos estratégicos. O que muda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
do tamanho do negócio são as tecnologias e soluções<br />
disponíveis <strong>de</strong> forma acessível e competitiva. Alguns negócios<br />
estruturam projetos <strong>de</strong> treinamento e educação<br />
com base em aulas e sessões presenciais, enquanto outros<br />
encontram soluções online e a distância para levar<br />
o conhecimento até seus públicos-alvos. A vantagem<br />
<strong>de</strong> escalabilida<strong>de</strong> relacionada às soluções online tem<br />
sido um diferencial importante no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
públicos chamados <strong>de</strong> corporação estendida (exten<strong>de</strong>d<br />
corporation, em inglês). Este público compreen<strong>de</strong> indivíduos<br />
que atuam nos processos corporativos comerciais,<br />
logísticos etc., mas não necessariamente fazem parte do<br />
quadro <strong>de</strong> colaboradores <strong>de</strong> uma empresa. A garantia da<br />
escolha <strong>de</strong> programas efetivos está diretamente ligada<br />
a um diagnóstico preciso. Ele envolve, inicialmente, pesquisas<br />
<strong>de</strong> clima, competências, <strong>de</strong>sempenho e turnover,<br />
entre muitos outros. A partir daí, é importante, no entanto,<br />
que haja um monitoramento constante e em tempo<br />
real dos resultados. Dashboards <strong>de</strong> resultados gerados<br />
por soluções <strong>de</strong> business intelligence são fundamentais<br />
para guiar os executivos envolvidos nesses projetos nas<br />
tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão que envolvem correção <strong>de</strong> rumos,<br />
trocas <strong>de</strong> tecnologias e muitas vezes reformulações<br />
completas <strong>de</strong> projetos.<br />
INTELIgÊNCIA ARTIFICIAL<br />
Como toda nova tecnologia disruptiva, existe uma<br />
gran<strong>de</strong> empolgação dominando a correria dos negócios<br />
que cunham seus <strong>de</strong>senvolvimentos na euforia<br />
<strong>de</strong> serem os primeiros. Entretanto, numa via paralela,<br />
empresas <strong>de</strong> todos os setores que buscam resultados<br />
<strong>de</strong> longa duração, e em especial as ligadas ao ensino<br />
a distância e treinamento corporativo, estão trabalhando<br />
com um pouco mais <strong>de</strong> cautela e sabedoria,<br />
embrionando soluções e serviços que vão <strong>de</strong> fato trazer<br />
ganhos sensíveis e perenes para a experiência dos<br />
usuários do segmento <strong>de</strong> educação corporativa. Ou seja,<br />
uma das principais tendências para <strong>2024</strong> é a incorporação<br />
paulatina dos recursos <strong>de</strong> inteligência artificial nas<br />
ferramentas <strong>de</strong> educação corporativa. Dentro do Take<br />
5 LMS, por exemplo, já temos POCs (Provas <strong>de</strong> Conceito)<br />
em avaliação que vão colocar nas mãos dos nossos<br />
clientes ferramentas que proporcionam inúmeras possibilida<strong>de</strong>s<br />
para que os usuários construam as próprias<br />
jornadas <strong>de</strong> aprendizado <strong>de</strong>ntro dos universos <strong>de</strong> informação<br />
disponibilizados por cada corporação em suas<br />
plataformas. Nossa intenção é que cada usuário nos<br />
diga o que quer apren<strong>de</strong>r hoje e o sistema esteja pronto<br />
para guiá-lo nessa tarefa com sugestões <strong>de</strong> conteúdos,<br />
soluções <strong>de</strong> questionamentos específicos, tornando<br />
assim o aprendizado cada vez mais customizado para<br />
cada indivíduo.<br />
POSICIONAMENTO<br />
O Grupo Take 5 se posiciona como uma one stop shop<br />
<strong>de</strong> treinamentos corporativos, ou seja, com soluções integradas<br />
em um só lugar para o aprendizado corporativo.<br />
Oferecemos soluções completas em plataforma LMS<br />
on<strong>de</strong> são disponibilizadas aulas, sessões <strong>de</strong> treinamento<br />
on <strong>de</strong>mand e ao vivo; gestão e programas <strong>de</strong> engajamento<br />
que promovem as ativida<strong>de</strong>s através <strong>de</strong> campanhas<br />
customizadas para cada cliente; produção <strong>de</strong><br />
conteúdos <strong>de</strong> treinamento especialmente <strong>de</strong>senhados<br />
para terem efetivida<strong>de</strong> no mo<strong>de</strong>lo a distância; e por fim,<br />
Anuncio Gran<strong>de</strong>sNomes Vermelho FINAL.pdf 1 14/02/<strong>2024</strong> 12:14<br />
porém não menos importante, soluções <strong>de</strong> business<br />
intelligence que entregam dashboards <strong>de</strong> resultados<br />
<strong>de</strong> metas a serem atingidas <strong>de</strong> forma objetiva e simples,<br />
proporcionando uma análise gerencial dos dados<br />
e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas.<br />
CASE<br />
É muito gratificante quando vemos um cliente aproveitando<br />
todo o potencial do Take 5 LMS e dos <strong>de</strong>mais<br />
serviços do Grupo Take 5 para executar seu programa<br />
<strong>de</strong> treinamento com maestria. Para citar um exemplo,<br />
temos a Electrolux e seu ótimo programa voltado para<br />
instaladores <strong>de</strong> ar-condicionado no Brasil, o Electrolux<br />
Instala. Este é um projeto completo que explora bem todos<br />
os recursos da plataforma LMS, das ferramentas <strong>de</strong><br />
business intelligence, cuida do relacionamento com os<br />
participantes para garantir que eles se mantenham interessados<br />
e fieis ao programa, e tem um cuidado gran<strong>de</strong><br />
com o conteúdo que é oferecido. Não por acaso, apenas<br />
no primeiro ano do programa, eles superaram todas<br />
as expectativas e conquistaram cerca <strong>de</strong> 20% da base<br />
<strong>de</strong> instaladores autônomos do país, passando <strong>de</strong> 1.300<br />
novos cadastros por mês. Isso é enorme! A excelente<br />
gestão do programa que, como comentei, cuida bem <strong>de</strong><br />
todas as frentes (plataforma, conteúdo, relacionamento<br />
e resultados) somada ao profundo conhecimento que a<br />
empresa tem <strong>de</strong> seu público e à comunicação acertada<br />
com ele são os fatores que, na minha opinião, explicam<br />
o gran<strong>de</strong> sucesso que o Instala se tornou.<br />
PÓS-PANDEMIA<br />
O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Ensino ou Treinamento a Distância (EAD/<br />
TAD) foi <strong>de</strong> longe o mo<strong>de</strong>lo mais utilizado durante a pan<strong>de</strong>mia<br />
<strong>de</strong>vido à indisponibilida<strong>de</strong> dos mo<strong>de</strong>los presenciais.<br />
Porém, no pós-pan<strong>de</strong>mia, após ter-se mostrado<br />
uma excelente alternativa, acabou se consolidando impulsionado<br />
por fatores como a flexibilida<strong>de</strong>, acessibilida<strong>de</strong>,<br />
inclusão, mas também por outros como a escalabilida<strong>de</strong><br />
e até mesmo a redução <strong>de</strong> custos. O treinamento<br />
C<br />
a distância tem suas limitações, mas aquelas aplicações<br />
M<br />
nas quais é eficiente, ou seja, on<strong>de</strong> não há prejuízo <strong>de</strong><br />
absorção dos conteúdos, ele entrega disponibilida<strong>de</strong> Y<br />
on <strong>de</strong>mand, ou seja, no momento mais oportuno para<br />
CM<br />
qualquer indivíduo a ser treinado, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
MY<br />
multiplicação, alcançando <strong>de</strong>mandas que eventualmente<br />
ficariam <strong>de</strong> fora <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s presenciais, bem como<br />
CY<br />
CMY<br />
reduzindo o custo total por indivíduo treinado. Nesse<br />
K<br />
sentido, a tendência é que esse mo<strong>de</strong>lo continue a se<br />
<strong>de</strong>senvolver e se integrar a outras estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> talentos.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 17
mercado<br />
Figtree <strong>de</strong>talha quatro novas vertentes<br />
<strong>de</strong> serviços oferecidas pela empresa<br />
Boutique <strong>de</strong> Ricardo Figueira ressalta o conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>de</strong><br />
novas possibilida<strong>de</strong>s, integrando estratégia, criativida<strong>de</strong> e inovação<br />
Kelly Dores<br />
Alicerçada no conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />
<strong>de</strong> novas possibilida<strong>de</strong>s, que integra<br />
estratégia, criativida<strong>de</strong> e<br />
inovação a “tudo que tenha potencial<br />
funcional, emocional e cultural num<br />
negócio”, a Figtree <strong>de</strong>talha para o mercado<br />
as suas quatro novas vertentes <strong>de</strong><br />
serviços: <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> experiência; comunicação;<br />
branding e art expression.<br />
Especialista em estratégia, criativida<strong>de</strong><br />
e inovação <strong>de</strong> forma interdisciplinar e<br />
integrada, a empresa <strong>de</strong> Ricardo Figueira<br />
(CCO e cofundador da Figtree) prefere<br />
não se rotular como uma agência.<br />
“Des<strong>de</strong> 2018, com o nascimento da Figtree,<br />
<strong>de</strong>cidimos aten<strong>de</strong>r clientes que possuem<br />
a caneta e a vonta<strong>de</strong> para acabar<br />
com as dores ou en<strong>de</strong>reçar as ambições<br />
das empresas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente se<br />
elas são do marketing, da inovação, do relacionamento<br />
com o cliente, da tecnologia<br />
ou do conselho. Hoje <strong>de</strong>cidimos comunicar<br />
ao mercado os nossos serviços baseados<br />
em diferentes portas <strong>de</strong> entradas para<br />
que as empresas possam acessar a nossas<br />
expertises <strong>de</strong> forma não exclu<strong>de</strong>nte à sua<br />
dor ou à sua ambição”, ressalta Figueira.<br />
Entre os cases da Figtree, o executivo<br />
<strong>de</strong>staca a criação, junto com o Bra<strong>de</strong>sco,<br />
da estratégia <strong>de</strong> Bia, a inteligência artificial<br />
do banco, além do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do novo business <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> chamado<br />
Awake do Grupo DNA Capital.<br />
Sobre <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> experiência, o executivo<br />
explica que “nesses tempos <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> comoditização em todos os segmentos<br />
o que diferencia as empresas não<br />
é mais o que elas fazem, ou o que elas<br />
dizem, mas a experiência que os seus produtos,<br />
serviços e atendimentos geram”.<br />
Na visão da Figtree, o CX (customer<br />
experience) é fundamental, mas é apenas<br />
uma parte do iceberg que <strong>de</strong>manda<br />
a sensibilização das empresas no tratamento<br />
das necessida<strong>de</strong>s em escala. “Já<br />
a inteligência <strong>de</strong> experiência usada no<br />
mundo do luxo cria empatia <strong>de</strong> valores e<br />
afinida<strong>de</strong>s que transcen<strong>de</strong>m segmentações,<br />
mas abraçam i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e sobretudo<br />
a exclusivida<strong>de</strong>. O <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> experiência<br />
na Figtree trata a experiência <strong>de</strong><br />
uma ponta a outra como Life Experience<br />
Ricardo Figueira: “A melhor mídia que existe é um bom contexto, seja ele pago ou não”<br />
(LX), uma visão completa da experiência<br />
que vai da inteligência <strong>de</strong> varejo com escala<br />
até a exclusivida<strong>de</strong>, e inclui CX, UX, UI,<br />
AI e todas as especialida<strong>de</strong>s relacionadas<br />
direta ou indiretamente.”<br />
Para Figueira, a experiência <strong>de</strong> marca<br />
se tornou o maior influenciador da preferência<br />
das pessoas, hackeando inclusive<br />
a tradicional lógica <strong>de</strong> preço.<br />
Já na vertente comunicação, a Figtree<br />
reforça a necessida<strong>de</strong> da construção <strong>de</strong><br />
contextos favoráveis para as marcas. “O<br />
mundo da comunicação está novamente<br />
passando por uma gran<strong>de</strong> transformação<br />
não alar<strong>de</strong>ada. Porém, <strong>de</strong>ssa vez, não<br />
se trata só <strong>de</strong> um novo padrão midiático,<br />
pois não existem mais padrões ou verda<strong>de</strong>s<br />
atemporais e sim a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma inteligência cíclica na construção <strong>de</strong><br />
contextos favoráveis, até porque a melhor<br />
mídia que existe é um bom contexto,<br />
seja ele pago ou não”, diz o executivo.<br />
Além dos contextos, a “Figtree ajuda<br />
Divulgação<br />
“A experiência<br />
<strong>de</strong> marca se<br />
tornou o maior<br />
influenciador da<br />
preferência das<br />
pessoas”<br />
a construir proprieda<strong>de</strong> e significado<br />
nos relacionamentos com as pessoas.<br />
Isso permite que uma marca tenha a<br />
própria jornada <strong>de</strong> diálogo com as suas<br />
audiências para ficar menos refém dos<br />
mo<strong>de</strong>los terceirizados”.<br />
Em branding, a Figtree trabalha o potencial<br />
cognitivo das marcas associado<br />
ao propósito. A metodologia traça o alinhamento<br />
estratégico da ancestralida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> um negócio com a perspectiva dos<br />
seus valores no futuro para tangibilizar<br />
no presente um propósito atemporal<br />
consi<strong>de</strong>rando as ambições da empresa.<br />
“Na sequência, a Figtree materializa<br />
o significado <strong>de</strong>ssa marca através <strong>de</strong> códigos<br />
e proprieda<strong>de</strong>s que as tornam um<br />
veículo <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong>sses valores<br />
em várias camadas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
como nome, marca, narrativas verbais,<br />
imagéticas, interativas, sociais e empresariais”,<br />
explica o CCO.<br />
Por fim, a última e não menos importante<br />
vertente, art expression, trata<br />
sobre o universo da arte e suas possibilida<strong>de</strong>s.<br />
A empresa observa que da mesma<br />
forma que <strong>de</strong>senvolve novas dimensões<br />
para marcas a partir <strong>de</strong> seus propósitos,<br />
artistas também po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver um<br />
potencial <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo a partir<br />
da sua essência, na mesma linha do <strong>de</strong>sign<br />
<strong>de</strong> novas possibilida<strong>de</strong>s.<br />
“Assim, o propósito artístico po<strong>de</strong> ganhar<br />
escalas inimagináveis nos mais diferentes<br />
universos, seja da moda, do entretenimento,<br />
beleza, saú<strong>de</strong>, lifestyle, cultura<br />
ou qualquer outro. De outro lado, tal como<br />
os artistas, as marcas também po<strong>de</strong>riam<br />
explorar o seu potencial <strong>de</strong> expressão em<br />
camadas mais humanizadas, como a arte,<br />
para exercer uma maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
conexão com as pessoas”, propõe Figueira.<br />
De acordo com o executivo, por causa<br />
da hiperfragmentação <strong>de</strong> atenção e da<br />
excessiva corporativização das narrativas,<br />
as marcas têm perdido sua conexão<br />
com o público, sendo levadas a “alugar<br />
a audiência” dos artistas para conseguir<br />
se conectar e criar diálogo. “A arte em<br />
si não é a ponte para uma conexão com<br />
alguém. Ela po<strong>de</strong> ser a própria conexão,<br />
o fator <strong>de</strong> interesse, com o lado menos<br />
analítico das pessoas. É isso que facilita a<br />
geração <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong>s e admiração.”<br />
18 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
mercado<br />
Cacau Show compra Grupo Playcenter<br />
e reforça oferta <strong>de</strong> entretenimento<br />
Alexandre Costa, CEO da Cacau Show, e Marcelo Gutglas, fundador<br />
do Playcenter, anunciaram acordo em evento realizado em São Paulo<br />
A<br />
Cacau Show, maior franquia <strong>de</strong> chocolates do Brasil<br />
com 4.216 lojas, segundo ranking da Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Franchising (ABF), comprou o Grupo<br />
Playcenter, dono do Playcenter Family e da re<strong>de</strong> Playland.<br />
O parque <strong>de</strong> diversões encravado entre os anos <strong>de</strong> 1973<br />
e 2012 na Marginal Tietê, na capital paulista, ainda faz<br />
parte da lembrança <strong>de</strong> muitas gerações que transformaram<br />
o local em ícone da cida<strong>de</strong>. Estima-se que cerca <strong>de</strong><br />
1,5 milhão <strong>de</strong> pessoas visitavam o parque anualmente.<br />
O acordo foi anunciado no dia 20 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> com<br />
evento no Playland do Shopping Eldorado, em São Paulo.<br />
Alexandre Costa, CEO da Cacau Show, e Marcelo Gutglas,<br />
fundador do Playcenter, comandaram o encontro. “Estamos<br />
ansiosos para integrar o Grupo Playcenter à família<br />
Cacau Show”, diz Costa.<br />
A sinergia <strong>de</strong> valores e propósitos foi <strong>de</strong>cisiva para<br />
a conclusão do negócio. “Chegou o momento <strong>de</strong> enfatizarmos<br />
ainda mais o nosso show, que agora vai além<br />
do nosso produto”, comenta Costa. A investida será endossada<br />
pelo conceito ‘Vivemos para, juntos, tocar a vida<br />
das pessoas, compartilhando momentos especiais’.<br />
“Ao longo do tempo, percebi em Alê Costa uma co-<br />
Cena <strong>de</strong> filme que comunicou encerramento das operações do Playcenter, em julho <strong>de</strong> 2012<br />
nexão especial. Logo, tivemos a certeza <strong>de</strong> que seria a<br />
pessoa i<strong>de</strong>al para se tornar o sucessor do legado e do<br />
pioneirismo do Playcenter no segmento <strong>de</strong> parques<br />
<strong>de</strong> diversão do Brasil”, esclarece Gutglas. A inauguração<br />
<strong>de</strong> um novo parque é incerta e a aquisição ainda<br />
precisa passar pelo crivo do Conselho Administrativo<br />
Reprodução/ YouTube Grupo Playcenter<br />
<strong>de</strong> Defesa Econômica (Ca<strong>de</strong>).<br />
Fundada em 1988, a Cacau Show fortalece o plano <strong>de</strong><br />
levar entretenimento às famílias. Às margens da Rodovia<br />
Castello Branco, em Itapevi (SP), a se<strong>de</strong> da empresa<br />
instalou a primeira loja gigante da re<strong>de</strong>, com parque <strong>de</strong><br />
diversões, montanha-russa, museu e cinema.<br />
Madonna cria novo filme para campanha<br />
sobre o centenário do Itaú Unibanco<br />
Trabalho faz parte do projeto ‘Feito <strong>de</strong> futuro”,<br />
que tem ainda Ronaldo Fenômeno, Marta,<br />
Fernanda Montenegro, entre outros famosos<br />
Divulgação<br />
O<br />
Itaú Unibanco apresentou nova etapa <strong>de</strong> celebração<br />
do centenário da marca com filme criado e<br />
dirigido em parceria com a cantora Madonna. A<br />
peça foi ao ar durante o intervalo do ‘Jornal Nacional’,<br />
da TV Globo, no dia 22 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>, após estratégia para<br />
gerar buzz em torno do lançamento. Posts do perfil<br />
do Itaú no Instagram foram apagados. Permaneceram<br />
apenas Madonna, Ronaldo Fenômeno, Marta, Fernanda<br />
Montenegro, Ingrid Silva e Jorge Ben Jor, protagonistas<br />
da campanha ‘Feito <strong>de</strong> futuro’.<br />
“Quando uma escolha assim é feita, a marca precisa<br />
<strong>de</strong> coragem para abraçar o que é verda<strong>de</strong>iro no artista.<br />
Foi a primeira vez que o Itaú abriu mão <strong>de</strong> signos muito<br />
característicos da marca, e fizemos isso para ser fiéis ao<br />
conteúdo <strong>de</strong>la”, conta Thaiza Akemi, superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
marketing do Itaú Unibanco.<br />
“Eles me chamam <strong>de</strong> rainha do pop. Eu sei que é<br />
um elogio. Mas a monarquia está no passado e eu<br />
não. Eu não tenho uma ida<strong>de</strong>: tenho todas as ida<strong>de</strong>s.<br />
Não se trata <strong>de</strong> quem eu sou, mas <strong>de</strong> quantas eu sou.<br />
Contem minhas conquistas e não o número <strong>de</strong> anos<br />
que vivi neste planeta. Estou sempre me reinventando,<br />
para po<strong>de</strong>r continuar sendo eu mesma. Acho que<br />
a coisa mais controversa que já fiz foi permanecer. Vi<br />
muitas estrelas aparecerem e <strong>de</strong>saparecerem, como<br />
estrelas ca<strong>de</strong>ntes. Mas minha luz nunca se apagará.<br />
Nem todos estão vindo para o futuro. Mas eu estou.<br />
Continuarei hoje, amanhã e pelos próximos 100 anos”,<br />
diz Madonna no filme.<br />
O diretor escolhido pela estrela do pop foi Jonas<br />
Åkerlund, que já trabalhou com Madonna no vi<strong>de</strong>oclipe<br />
‘Ray of light’. “Procuramos Madonna pela sua carreira<br />
inovadora, pela sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atravessar gerações<br />
e permanecer sempre contemporânea”, finaliza Alexandre<br />
Peralta, co-CCO da Africa Creative, que <strong>de</strong>senvolveu<br />
o comercial.<br />
Madonna em produção <strong>de</strong> filme para o Itaú Unibanco<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 19
série agências<br />
Papel da mídia está em mutação com<br />
novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio e o uso <strong>de</strong> IA<br />
Mercado se <strong>de</strong>svincula cada vez mais da remuneração baseada no<br />
<strong>de</strong>sconto-padrão e novas ferramentas prometem revolucionar o setor<br />
A partir <strong>de</strong>sta edição, o propmark<br />
publica uma série <strong>de</strong> reportagens<br />
mostrando como funcionam os principais<br />
<strong>de</strong>partamentos das agências<br />
<strong>de</strong> propaganda, começando pela mídia,<br />
e o impacto da inteligência artificial<br />
sobre as áreas. Nas próximas<br />
edições, serão mostrados o trabalho<br />
e a estrutura <strong>de</strong> criação, planejamento,<br />
atendimento, conteúdo e RH.<br />
Freepik<br />
Pedro Yves<br />
Numa agência <strong>de</strong> propaganda, o<br />
<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> mídia é aquele<br />
que faz a compra <strong>de</strong> espaço nos<br />
veículos e plataformas <strong>de</strong> comunicação<br />
para a veiculação das campanhas publicitárias<br />
(“compra <strong>de</strong> mídia”, como se<br />
diz no jargão do mercado). Além disso, o<br />
profissional do setor precisa ter conhecimento<br />
aprofundado dos potenciais<br />
consumidores dos clientes da agência.<br />
Para tanto, realiza pesquisas e acompanha<br />
dados <strong>de</strong> consumo com o uso <strong>de</strong><br />
diversas ferramentas e por meio <strong>de</strong> estudos<br />
<strong>de</strong> mercado. A partir daí, o público<br />
é dividido em diversos segmentos, tais<br />
como localização geográfica, faixa etária,<br />
classe social, perfil <strong>de</strong> consumo etc.<br />
A i<strong>de</strong>ia é que se tenha um perfil aprofundado<br />
do público-alvo <strong>de</strong> cada conta,<br />
para que se saiba qual a mídia mais<br />
a<strong>de</strong>quada para a inserção do anúncio.<br />
O trabalho do profissional <strong>de</strong> mídia<br />
também exige acompanhar informações<br />
relacionadas à audiência dos veículos <strong>de</strong><br />
comunicação. Ele <strong>de</strong>ve levantar dados<br />
como número <strong>de</strong> assinantes <strong>de</strong> publicações<br />
(jornais e revistas), acesso aos<br />
portais <strong>de</strong> notícias, número e perfil dos<br />
seguidores <strong>de</strong> influenciadores nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais, audiência <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> rádio<br />
e TV etc. O objetivo é conhecer o alcance<br />
<strong>de</strong> cada um, para saber qual <strong>de</strong>les é o<br />
mais a<strong>de</strong>quado para veicular as campanhas<br />
<strong>de</strong>senvolvidas pela agência.<br />
Vale lembrar que também é necessário<br />
escolher horários em que as inserções<br />
<strong>de</strong>vem ser realizadas. Se a escolha do veículo<br />
para inserir um comercial for a TV, por<br />
exemplo, <strong>de</strong>ve-se analisar qual é o melhor<br />
horário e o programa a<strong>de</strong>quado para veiculação<br />
da peça. Pois <strong>de</strong> nada adiantaria o<br />
apresentador e ex-jogador Neto falar das<br />
qualida<strong>de</strong>s do absorvente feminino Intimus<br />
Gel com três abas no programa ‘Os<br />
donos da bola’, na Band TV, <strong>de</strong> audiência<br />
majoritariamente masculina.<br />
Com base em todos os dados obtidos,<br />
finalmente são avaliadas quais mídias<br />
são as mais a<strong>de</strong>quadas para veicular os<br />
anúncios, as ações <strong>de</strong> merchandising e<br />
outros formatos <strong>de</strong> propaganda.<br />
RemuneRação<br />
A mídia também <strong>de</strong>sempenha um<br />
papel fundamental no negócio das agências:<br />
é por meio das veiculações que<br />
a agência recebe a comissão padrão,<br />
também conhecida como <strong>de</strong>sconto padrão<br />
<strong>de</strong> agência. Oficializada pela Lei Fe<strong>de</strong>ral<br />
nº 4.680, <strong>de</strong> 1965, e pelo Art. 11 do<br />
Decreto 57.690, <strong>de</strong> 1966, ela estabelece<br />
que as agências certificadas pelo Cenp<br />
(Conselho Executivo <strong>de</strong> Normas Padrão,<br />
órgão regulador e fiscalizador do mercado<br />
publicitário) têm direito a receber<br />
dos veículos uma comissão no valor <strong>de</strong><br />
20%, calculado com base no total <strong>de</strong>stinado<br />
ao veículo pela agência em nome<br />
do anunciante.<br />
As normas padrão estabelecem ainda<br />
que é facultativa tanto à agência quanto<br />
ao anunciante a elaboração <strong>de</strong> um<br />
O trabalho do<br />
mídia também<br />
inclui acompanhar<br />
a audiência<br />
dos veículos<br />
20 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Viviana Maurman afirma que a Dentsu também usa ferramentas proprietárias<br />
Gabriela Amato, da Fbiz, que opera três centros <strong>de</strong> aceleração especializados<br />
contrato abrindo mão da comissão paga<br />
pelos veículos. Contudo, neste caso, o veículo<br />
não po<strong>de</strong> aplicar <strong>de</strong>sconto no valor<br />
cobrado do anunciante.<br />
Reportagem do propmark <strong>de</strong> 30<br />
<strong>de</strong> outubro passado mostra que cada<br />
vez mais as agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> se<br />
<strong>de</strong>svinculam <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong> remuneração,<br />
não contemplando somente as<br />
comissões <strong>de</strong> mídia e também os incentivos<br />
(BVs) concedidos pelos veículos.<br />
“Apesar <strong>de</strong> ainda ser prepon<strong>de</strong>rante na<br />
composição <strong>de</strong> receitas, a mídia passou<br />
a conviver com fees, sucess fees, consultorias,<br />
elaboração <strong>de</strong> projetos, <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> produtos, performance e, por<br />
exemplo, estúdios para viabilizar ações<br />
<strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content e até produção audiovisual”,<br />
diz a reportagem.<br />
O guardião <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo no Brasil<br />
também é o Cenp, que tem estatuto<br />
<strong>de</strong>talhado para todas as remunerações,<br />
com o objetivo <strong>de</strong> dar transparência às<br />
relações comerciais, que é fundamental<br />
para a comprovação <strong>de</strong> ROI (Retorno<br />
sobre Investimento), muito mais exigido<br />
nessa era marcada por dados precisos e<br />
<strong>de</strong> cobrança dos acionistas das empresas<br />
por retorno dos seus negócios. E <strong>de</strong><br />
margens financeiras mais reduzidas.<br />
“Foi-se o tempo da remuneração das<br />
agências com comissão <strong>de</strong> 20% atrelada<br />
à compra <strong>de</strong> mídia e dos 15% sobre o valor<br />
investido nas produções, pago pelas<br />
produtoras”, situa a matéria do propmark.<br />
“Dessa forma, a situação financeira<br />
do negócio da propaganda era muito<br />
mais confortável. Se as margens estão<br />
mais enxutas, porém, segundo expressões<br />
<strong>de</strong> especialistas, a busca pela criativida<strong>de</strong><br />
a<strong>de</strong>quada aos planejamentos <strong>de</strong><br />
ações ficou mais evi<strong>de</strong>nte.”<br />
FeRRamentas<br />
Viviana Maurman, VP <strong>de</strong> mídia da<br />
Dentsu, ao falar do trabalho do seu <strong>de</strong>partamento,<br />
dá a dimensão estratégica<br />
do uso <strong>de</strong> ferramentas na mídia. “Além<br />
das plataformas <strong>de</strong> mercado como Kantar,<br />
Ibope etc., a Dentsu utiliza ferramentas<br />
proprietárias como CCS, Attention<br />
Economy e Dentsu AI Playground para<br />
criar as estratégias <strong>de</strong> mídia com uma<br />
visão centrada em dados e guiada pelo<br />
comportamento do consumidor. A equipe<br />
<strong>de</strong> tecnologia da Dentsu trabalha em<br />
conjunto com a mídia para criar e <strong>de</strong>senvolver,<br />
<strong>de</strong> ponta a ponta, dashboards e<br />
sistemas para gestão <strong>de</strong> investimentos e<br />
performance das estratégias.”<br />
Viviana afirma que atualmente a mídia<br />
é uma das principais capabilities da<br />
Dentsu. “Cerca <strong>de</strong> 70 especialistas trabalham<br />
estrategicamente para marcas<br />
como Sazón, Nissin, Subway e Canon,<br />
entre outros, e parte da equipe atua em<br />
hubs distintos e <strong>de</strong>dicados com foco total<br />
no atendimento <strong>de</strong> todas as marcas<br />
do Grupo Heineken; já outro hub é especializado<br />
em fazer a gestão estratégica<br />
da mídia <strong>de</strong> todos os concessionários<br />
Chevrolet; e ainda um time <strong>de</strong>dicado e<br />
certificado para operar programática.”<br />
A complexida<strong>de</strong> do trabalho <strong>de</strong> mídia<br />
também leva à subdivisão do setor<br />
em <strong>de</strong>partamentos ou áreas específicas.<br />
Gabriela Amato, head <strong>de</strong> mídia WMS/<br />
Fbiz, conta que a mídia em sua agência<br />
“Foi-se o tempo<br />
da remuneração<br />
com comissão <strong>de</strong><br />
20% atrelada à<br />
compra <strong>de</strong> mídia”<br />
opera três centros <strong>de</strong> aceleração especializados:<br />
data e tech: responsável pela<br />
coleta <strong>de</strong> dados, processos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
e li<strong>de</strong>rança em inovações tecnológicas<br />
e IA; services: focado em supervisionar,<br />
capacitar, operacionalizar e inovar para<br />
assegurar a excelência no trabalho <strong>de</strong><br />
mídia, satisfazendo as <strong>de</strong>mandas em<br />
contínua evolução da WMS; e strategy:<br />
que coor<strong>de</strong>na alianças estratégicas, monitora<br />
indicadores-chave <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho,<br />
elaborar estratégias <strong>de</strong> comunicação<br />
e analisar métricas <strong>de</strong> mercado para<br />
aprimorar o <strong>de</strong>sempenho das estratégias<br />
<strong>de</strong> mídia.<br />
Gabriela afirma que seu <strong>de</strong>partamento<br />
conta com o apoio da WMS (WPP Media<br />
Services), que nasceu <strong>de</strong>ntro do WPP no<br />
Brasil para respon<strong>de</strong>r às complexida<strong>de</strong>s<br />
do cenário <strong>de</strong> mídia atual, fornecendo<br />
talento, conhecimento e ferramentas<br />
abrangentes. “A WMS colabora com as<br />
agências do grupo, fornecendo squads<br />
e hubs personalizados, incluindo 80<br />
profissionais com foco na Fbiz. Essa integração<br />
<strong>de</strong> recursos é essencial para<br />
unificar branding, performance, dados<br />
e e-commerce, permitindo que a agên-<br />
cia tome <strong>de</strong>cisões eficazes em nome <strong>de</strong><br />
seus clientes.”<br />
Contando com cerca <strong>de</strong> 200 funcionários<br />
na área <strong>de</strong> mídia, a BETC Havas divi<strong>de</strong><br />
o setor em áreas, entre mídia, pesquisa<br />
e BI. São elas: BUs: atendimento e estratégia<br />
<strong>de</strong> mídia dos clientes; central <strong>de</strong><br />
mídia: compra e implementação off-line;<br />
data & insights: análises voltadas para o<br />
business dos clientes; digital innovation:<br />
criativida<strong>de</strong> e uso <strong>de</strong> martech no digital;<br />
mesa <strong>de</strong> performance: estratégia,<br />
implantação e otimização com foco em<br />
conversão nos canais digitais.<br />
A BETC também utiliza as seguintes<br />
ferramentas: ferramentas MX: Connect,<br />
Converged, Spectrum, Fission, Balance,<br />
MIT+, MRP, VOT; ferramentas CSA: TV Impact,<br />
Multi Touch Atribution, Media Mix<br />
Mo<strong>de</strong>ling; coleta dos dados: Funnel;<br />
tratamento e armazenamento: Google<br />
Cloud Platform; visualização: Power BI,<br />
Looker Studio e Metabase.<br />
Andreia Abud, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
mídia da WMcCann, conta que atua em<br />
squads estruturados <strong>de</strong> acordo com a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada cliente. “Temos<br />
estruturas híbridas full service e também<br />
nossos labs digitais, formados por<br />
especialistas digitais que atuam em metodologia<br />
agile, em um sistema constante<br />
<strong>de</strong> mensuração, aprendizado e test &<br />
learn, e que, pautados por metas e KPI’s<br />
claros e <strong>de</strong>finidos, tem como foco atingir<br />
resultados que impactam o negócio dos<br />
nossos clientes. Temos também um mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> marketing mix proprietário que<br />
norteia, junto a outras tecnologias e pesquisas,<br />
nossas recomendações <strong>de</strong> canais<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 21
série agências<br />
Fotos: Divulgação<br />
Andreia Abud, da WMcCann: trabalho em squads estruturados para cada cliente<br />
e plataformas. Para alguns <strong>de</strong> nossos<br />
clientes, como por exemplo a Chevrolet,<br />
mapeamos a jornada end to end, atuando<br />
<strong>de</strong> forma integrada em toda a jornada<br />
do consumidor.”<br />
Andreia comanda um time <strong>de</strong> mídia<br />
composto por 125 profissionais, que conta<br />
também com dois heads e cinco diretores<br />
<strong>de</strong> mídia, além <strong>de</strong> uma head <strong>de</strong> performance.<br />
“A WMcCann tem como lema<br />
“Aliar dados e criativida<strong>de</strong> a favor dos<br />
resultados dos nossos clientes”. Junto a<br />
nossa estrutura <strong>de</strong> dados, somos capazes<br />
<strong>de</strong> automatizar e utilizar dados <strong>de</strong> forma<br />
eficaz, característica que é fundamental<br />
para alcançar os melhores resultados,<br />
maximizar o retorno sobre o investimento<br />
e oferecer experiências relevantes e<br />
envolventes aos consumidores das nossas<br />
marcas.”<br />
Com 105 profissionais comandados<br />
por Paulo Ilha, sócio-fundador e chief<br />
media officer, e pelas sócias e diretoras-<br />
-executivas <strong>de</strong> mídia Sofia Raucci, Kaline<br />
Lessio e Patricia Alves, a mídia da Galeria.ag<br />
investe em uma extensa gama <strong>de</strong><br />
ferramentas <strong>de</strong> mídia do mercado ou<br />
proprietárias e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> metodologias<br />
para planejamento e gestão<br />
<strong>de</strong> todos os canais. “Um dos <strong>de</strong>staques<br />
– que está inserido no DNA da Galeria.<br />
ag – é a nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir<br />
novas ferramentas e metodologias proprietárias,<br />
a fim <strong>de</strong> potencializar a eficiência<br />
nos negócios <strong>de</strong> nossos clientes.<br />
Vale <strong>de</strong>stacar, por exemplo, que somos<br />
pioneiros na mensuração <strong>de</strong> audiência<br />
<strong>de</strong> mídia OOH. Ao lado <strong>de</strong> parceiros, conduzimos<br />
um estudo <strong>de</strong> neuromarketing<br />
que permitiu avaliar os níveis <strong>de</strong> atenção<br />
gerados por peças exibidas em mídia<br />
exterior. Além <strong>de</strong> lançar o Vitrine Play,<br />
plataforma proprietária e exclusiva que<br />
possibilita nossos clientes a integrarem<br />
toda a gestão, planejamento e operação<br />
<strong>de</strong> campanhas em mais <strong>de</strong> 50 mil pontos<br />
<strong>de</strong> mídia OOH espalhados pelo Brasil”, revela<br />
Paulo Ilha.<br />
mídia pRogRamática<br />
A compra <strong>de</strong> mídia é um segmento<br />
gigantesco na comunicação. Para citar os<br />
dados mais atualizados <strong>de</strong>sse mercado no<br />
Brasil, durante os primeiros nove meses<br />
<strong>de</strong> 2023, o investimento em compra <strong>de</strong><br />
mídia totalizou R$ 14,9 bilhões, o que representou<br />
um aumento <strong>de</strong> 9,8% em comparação<br />
com o mesmo período <strong>de</strong> 2022,<br />
segundo levantamento do Cenp-Meios<br />
junto a 325 agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />
Nos últimos anos, o cenário <strong>de</strong> mídia<br />
ganhou complexida<strong>de</strong>. Houve uma multiplicação<br />
<strong>de</strong> canais, plataformas, dados e<br />
tecnologias digitais. Ao mesmo tempo, com<br />
a digitalização, a <strong>de</strong>manda por eficiência e<br />
performance cresceu. Um estudo divulgado<br />
pelo instituto Juniper Research apontou<br />
que os investimentos em publicida<strong>de</strong> digital<br />
<strong>de</strong>vem aumentar <strong>de</strong> US$ 407 bilhões em<br />
2022 para US$ 743 bilhões em 20<strong>26</strong>, o que<br />
representa um aumento <strong>de</strong> 85%.<br />
Nesse cenário, uma das mudanças<br />
mais significativas foi o surgimento da<br />
chamada mídia programática. Por meio<br />
<strong>de</strong>la, a compra <strong>de</strong> espaços é feita diretamente<br />
via software, em um leilão em<br />
tempo real, sem contato com proprietários<br />
<strong>de</strong> sites e outras pessoas. Os dados<br />
Paulo Ilha comanda um time com 105 profissionais <strong>de</strong> mídia na Galeria.ag<br />
Mídia ganhou<br />
complexida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>vido à<br />
multiplicação <strong>de</strong><br />
canais digitais<br />
gerados admitem anúncios cada vez<br />
mais segmentados, pois permitem acessar<br />
o perfil do usuário em tempo real.<br />
Até há alguns anos, o processo <strong>de</strong><br />
compra <strong>de</strong> mídia online, seja display ou<br />
ví<strong>de</strong>o, era totalmente manual e consumia<br />
muito tempo. Para anunciar na internet<br />
era preciso negociar separadamente com<br />
cada site no qual a campanha seria exibida.<br />
A mídia programática automatizou<br />
a negociação <strong>de</strong> espaços publicitários na<br />
internet. Plataformas como Google Ads e<br />
Facebook Ads trouxeram mais eficiência<br />
e agilida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> veiculação <strong>de</strong><br />
anúncios. Sua chegada revolucionou o<br />
mercado publicitário e vem transformando<br />
o modo como as empresas se comunicam<br />
com seus consumidores.<br />
Um dos nomes mais respeitados na<br />
publicida<strong>de</strong> brasileira, com mais <strong>de</strong> 40<br />
anos <strong>de</strong> atuação nesse mercado, Paulo<br />
Cesar Queiroz se <strong>de</strong>stacou na área <strong>de</strong><br />
mídia em gran<strong>de</strong>s agências como CBBA,<br />
McCann (hoje, WMcCann), Salles, na DM9,<br />
on<strong>de</strong> foi CEO, e também no Grupo ABC,<br />
como VP e COO. Em 2021, foi contratado<br />
pelo Grupo Rezek para fundar a RZK Digital,<br />
um ambicioso e inovador player<br />
do mercado brasileiro <strong>de</strong> DOOH (digital<br />
out of home), on<strong>de</strong> é hoje sócio e head<br />
<strong>de</strong> operações. Ele comenta que a adoção<br />
da mídia programática “tem sido uma<br />
verda<strong>de</strong>ira revolução na maneira como<br />
a publicida<strong>de</strong> é comprada e vendida,<br />
trazendo uma série <strong>de</strong> benefícios como<br />
eficiência, segmentação aprimorada, e<br />
otimização em tempo real”. No entanto,<br />
ressalta Queiroz, como acontece com<br />
qualquer gran<strong>de</strong> mudança, a transição<br />
para processos programáticos po<strong>de</strong> criar<br />
tensões no mercado. “Empresas estabelecidas<br />
muitas vezes enfrentam <strong>de</strong>safios<br />
ao integrar novas tecnologias em sistemas<br />
antigos, gerando <strong>de</strong>bates sobre a<br />
melhor forma <strong>de</strong> adaptar essas técnicas<br />
inovadoras ao seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios.”<br />
Nesse cenário <strong>de</strong> transformação, Queiroz<br />
situa que a sua empresa, a RZK Digital,<br />
se <strong>de</strong>staca por um diferencial fundamental:<br />
ela nasceu programática. “Isso significa<br />
que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, a empresa foi construída<br />
sobre a base da automação e da<br />
utilização <strong>de</strong> dados para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões,<br />
colocando-a em uma posição única<br />
para aproveitar ao máximo as vantagens<br />
oferecidas pela mídia programática.<br />
Ao contrário <strong>de</strong> empresas que precisam<br />
passar por um processo muitas vezes<br />
complicado <strong>de</strong> adaptação, a RZK Digital já<br />
opera no que muitos veem como o futuro<br />
da publicida<strong>de</strong>: um ambiente digital, dinâmico<br />
e altamente segmentado.”<br />
A recente notícia <strong>de</strong> que o Google vai<br />
extinguir os dados <strong>de</strong> terceiros neste ano,<br />
22 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Paulo Cesar Queiroz: mídia programática tem sido uma verda<strong>de</strong>ira revolução<br />
abre espaço para que as empresas (publishers)<br />
criem o próprio First Party, lembra<br />
Queiroz. “Como fazemos aqui na RZK Digital.<br />
Além disso, sem os dados <strong>de</strong> terceiros<br />
cresce a importância da mídia contextual<br />
que o DOOH prove com sua agilida<strong>de</strong>.”<br />
ia<br />
De pouco mais <strong>de</strong> um ano para cá,<br />
o uso cada vez mais intensivo das ferramentas<br />
<strong>de</strong> inteligência artificial (IA)<br />
promete uma revolução ainda mais profunda<br />
na forma como são realizados os<br />
processos <strong>de</strong> mídia. Depoimentos dos<br />
executivos <strong>de</strong> agências ouvidos pelo<br />
propmark corroboram essa visão.<br />
“Muito além <strong>de</strong> somente otimizar<br />
campanhas e gerar engajamento, a mídia<br />
atual tem se preocupado em ajudar<br />
a criar experiências mais relevantes e<br />
personalizadas para os consumidores<br />
<strong>de</strong> suas marcas, fortalecendo, assim,<br />
a conexão <strong>de</strong>sse indivíduo com sua<br />
mensagem, <strong>de</strong> forma mais genuína e<br />
menos invasiva. Para isso, o uso <strong>de</strong> ferramentas<br />
<strong>de</strong> IA tem sido crucial para<br />
ajudar a enten<strong>de</strong>r cada vez mais os<br />
gatilhos subjetivos que mexem com<br />
esse consumidor para nos ajudar, primeiramente,<br />
a sermos mais inovadores;<br />
e, em segundo lugar, em surpreen<strong>de</strong>rmos.<br />
Ainda há muito a se caminhar, as<br />
ferramentas têm aprendido junto com<br />
as marcas a se comunicarem <strong>de</strong> forma<br />
mais assertiva, mas, num futuro próximo,<br />
teremos cada vez mais informações<br />
precisas e estratégias relevantes vindo<br />
<strong>de</strong>ssas IA’s para ajudar a mídia a fazer<br />
a diferença real no atingimento dos<br />
Erika Cabral, da BETC Havas: “Estamos sempre em busca <strong>de</strong> soluções mais eficientes”<br />
“A mídia<br />
atual tem se<br />
preocupado em<br />
ajudar a criar<br />
experiências mais<br />
relevantes”<br />
ligência artificial para simplificar e realizar<br />
leituras nas nossas bases <strong>de</strong> dados.<br />
Aqui, vale um exemplo: somos uma das<br />
maiores compradoras <strong>de</strong> mídia digital do<br />
país, o que torna impossível realizar uma<br />
leitura e otimização <strong>de</strong> performance ‘na<br />
mão’. Por isso, a IA nos auxilia na leitura<br />
ágil da informação”, justifica Paulo Ilha.<br />
Para Queiroz, da RZK Digital, a utilização<br />
<strong>de</strong> IA generativa, como os mo<strong>de</strong>los<br />
GPT, no planejamento <strong>de</strong> mídia é uma<br />
inovação promissora que traz consigo<br />
um potencial significativo para transformar<br />
e otimizar processos. “De forma<br />
geral, a aplicação <strong>de</strong> IAs em diversas<br />
ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> oferecer benefícios<br />
como automação <strong>de</strong> tarefas repetitivas,<br />
análises preditivas baseadas em gran<strong>de</strong>s<br />
volumes <strong>de</strong> dados, e insights aprofundados<br />
que talvez não fossem evi<strong>de</strong>ntes<br />
sem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento<br />
<strong>de</strong>ssas tecnologias.”<br />
No entanto, quando se trata <strong>de</strong> raciocínios<br />
complexos <strong>de</strong> mídia e simulações<br />
<strong>de</strong> resultados, a atual geração <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>-<br />
KPIs que as empresas <strong>de</strong>safiam ano a<br />
ano,” pontua Erika Cabral, VP <strong>de</strong> mídia da<br />
Betc Havas.<br />
“Estamos sempre em busca por soluções<br />
que nos tragam ainda mais eficiência.<br />
As ferramentas <strong>de</strong> IA generativa<br />
estão em constante evolução com o surgimento<br />
<strong>de</strong> novas tecnologias que expan<strong>de</strong>m<br />
as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> conteúdo<br />
criativo possibilitando comunicação<br />
personalizada <strong>de</strong> forma ágil – ponto importante<br />
para a performance. Testamos<br />
algumas soluções, como por exemplo<br />
a Smartly”, garante Andreia Abud, vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mídia da WMcCann.<br />
Gabriela Amato, head <strong>de</strong> mídia WMS/<br />
Fbiz explica que a profissão <strong>de</strong> mídia tem<br />
enfrentado uma série <strong>de</strong> transformações<br />
nos últimos anos, impulsionadas pelo<br />
avanço tecnológico e pela crescente<br />
complexida<strong>de</strong> das <strong>de</strong>mandas dos clientes.<br />
“Se, por um lado, a especialização se<br />
tornou crucial <strong>de</strong>vido à fragmentação e<br />
volatilida<strong>de</strong> das disciplinas, por outro, há<br />
uma <strong>de</strong>manda igualmente forte por profissionais<br />
generalistas capazes <strong>de</strong> construir<br />
estratégias integradas e colaborar<br />
em diversas áreas da mídia. Na Fbiz, priorizamos<br />
a inovação, buscando constantemente<br />
adotar tecnologias e ferramentas<br />
avançadas, como a inteligência artificial,<br />
para melhorar ainda mais os resultados.<br />
Através da IAG, nossa equipe analisa dados<br />
<strong>de</strong>talhados para criar abordagens<br />
personalizadas que maximizam o impacto<br />
das campanhas”, completa Gabriela.<br />
Do mesmo modo, a Galeria.ag adotou<br />
a IA para melhorar a performance da<br />
mídia. “Já temos ferramentas com intelos<br />
GPT tem limitações, ressalva Queiroz.<br />
“Estes mo<strong>de</strong>los são excepcionais em<br />
compreen<strong>de</strong>r e gerar linguagem natural,<br />
oferecendo respostas e conteúdo que<br />
po<strong>de</strong>m se aproximar do nível humano<br />
em muitos aspectos. Contudo, sua capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> realizar previsões precisas e<br />
complexas análises quantitativas, especialmente<br />
em cenários altamente específicos<br />
como o planejamento <strong>de</strong> mídia,<br />
po<strong>de</strong>m ser limitadas pela falta <strong>de</strong> acesso<br />
direto a dados em tempo real e pela natureza<br />
intrínseca <strong>de</strong> como são treinados.<br />
A IA generativa opera com base nos dados<br />
em que foi treinada, até um ponto<br />
<strong>de</strong> corte no tempo, o que significa que<br />
não tem acesso ou compreensão <strong>de</strong> informações<br />
ou tendências que surgiram<br />
após esse período. Além disso, enquanto<br />
po<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lar raciocínios baseados nos<br />
padrões aprendidos, não po<strong>de</strong> substituir<br />
o julgamento humano especializado que<br />
leva em conta nuances, contexto específico<br />
do mercado, e mudanças dinâmicas<br />
na economia, na socieda<strong>de</strong> e nas preferências<br />
dos consumidores.”<br />
Porém, na visão do head <strong>de</strong> operações<br />
da RZK Digital, isso não significa que<br />
a IA generativa não tenha um papel a <strong>de</strong>sempenhar<br />
no planejamento <strong>de</strong> mídia.<br />
“Ela po<strong>de</strong> auxiliar na geração <strong>de</strong> insights<br />
criativos, na automação <strong>de</strong> relatórios e<br />
na análise <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> dados<br />
para i<strong>de</strong>ntificar tendências e padrões. No<br />
entanto, o sucesso na aplicação <strong>de</strong> IA generativa<br />
no planejamento <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá<br />
<strong>de</strong> uma combinação inteligente<br />
entre as capacida<strong>de</strong>s da IA e o conhecimento<br />
e julgamento humano.”<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 23
agências<br />
Com DNA em produção <strong>de</strong> conteúdo,<br />
Abby aumenta a oferta <strong>de</strong> serviços<br />
Boutique vai ampliar a área <strong>de</strong> live marketing, com marketing <strong>de</strong><br />
incentivo, e turbinar os projetos audiovisuais a partir <strong>de</strong> estúdio próprio<br />
Kelly Dores<br />
Fundada em 2007, a agência Abby<br />
nasceu a partir da visão da jornalista<br />
Lívia Pretti <strong>de</strong> que, já naquela<br />
época, o mercado <strong>de</strong> PR ia muito além<br />
dos serviços tradicionais <strong>de</strong> assessoria<br />
<strong>de</strong> imprensa e <strong>de</strong> que havia espaço para<br />
produção <strong>de</strong> conteúdo que as agências<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> não preenchiam. Tanto<br />
que, em 2010, a agência começou uma<br />
parceria com a DM9 que durou três anos<br />
para criação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> conteúdo. O<br />
primeiro foi <strong>de</strong>senvolvido para Brastemp<br />
envolvendo re<strong>de</strong>s sociais e blog.<br />
“Aten<strong>de</strong>mos durante três anos todos<br />
os clientes da DM9 para conteúdo, como<br />
a própria Brastemp, Philips, Tok&Stok e<br />
P&G. Em 2013, o Grupo ABC fez uma proposta<br />
<strong>de</strong> compra, mas que não houve<br />
acordo e encerramos a parceria. Foi então<br />
que eu <strong>de</strong>cidi que não queria trabalhar<br />
mais <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> outra agência e ser<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte”, relembra Lívia Pretti, CEO<br />
e fundadora da Abby.<br />
Após a ruptura, a Abby ganhou clientes<br />
como Timberland, a própria Whirpool,<br />
dona da Brastemp, e <strong>de</strong>pois vieram<br />
outras marcas na sequência. Com a<br />
transformação do mercado, a agência<br />
também ampliou o leque <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />
comunicação. Atualmente, a Abby se posiciona<br />
como uma boutique <strong>de</strong> content<br />
marketing, comunicação interna e live<br />
experience.<br />
“A Abby nasceu como uma agência <strong>de</strong><br />
conteúdo, isso está no nosso DNA, e eu<br />
acredito que conteúdo está em todas as<br />
esferas da comunicação, não só no digital.<br />
Mas a gente precisou abrir o leque<br />
para aten<strong>de</strong>r outras áreas da comunicação<br />
<strong>de</strong>ntro das empresas. Somos uma<br />
agência que aten<strong>de</strong> a área <strong>de</strong> marketing<br />
das empresas com conteúdo, comunicação<br />
interna e live marketing. Este ano<br />
vamos ampliar a área <strong>de</strong> live marketing,<br />
inclusive trazendo serviços <strong>de</strong> marketing<br />
<strong>de</strong> incentivo e contratando uma executiva<br />
sênior”, revela Lívia.<br />
Entre os cases mais recentes, ela cita<br />
o trabalho <strong>de</strong> rebranding da Brastemp<br />
feito junto com a Ana Couto, em que a<br />
Abby cuidou da comunicação para o público<br />
interno. A solução apresentada foi<br />
Lívia Pretti: “A gente verticalizou a produção audiovisual com um estúdio próprio, que acabou virando uma força nossa”<br />
“Eu acredito que<br />
conteúdo está em<br />
todas as esferas<br />
da comunicação,<br />
não só no digital”<br />
Divulgação<br />
a criação <strong>de</strong> um túnel do tempo que conduzia<br />
as pessoas do ano <strong>de</strong> 1954, em que<br />
a marca foi fundada, até 2023, contando<br />
a história da Brastemp por meio <strong>de</strong> seus<br />
comerciais, campanhas e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />
visuais. A instalação contou com recursos<br />
audiovisuais, iluminação especial e<br />
sound effects. Sob o novo mote da marca,<br />
‘Brastemp é outro mundo’, a visita era<br />
concluída em um brand space que apresentava<br />
esse mundo novo, revelando o<br />
branding da Brastemp e seus produtos.<br />
“Para mim, é um projeto <strong>de</strong> conteúdo,<br />
criamos filmes e um storytelling para<br />
chegar até o rebranding”, reforça Lívia.<br />
Em síntese, a Abby se apresenta ao<br />
mercado como uma agência <strong>de</strong> boutique<br />
para projetos especiais. Segundo a executiva,<br />
existe bastante budget no mercado<br />
para projetos especiais, principalmente<br />
em se tratando <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais.<br />
“Não que a gente não faça comunicação<br />
always on, mas a Abby tem se <strong>de</strong>stacado<br />
por conta dos projetos especiais,<br />
até por essa movimentação <strong>de</strong> mercado”,<br />
explica a CEO.<br />
Recentemente, a agência ganhou a<br />
conta integrada <strong>de</strong> Copersucar para criação<br />
<strong>de</strong> filmes, ativações e campanhas <strong>de</strong><br />
marketing e comunicação interna. O <strong>de</strong>safio<br />
inclui a produção <strong>de</strong> jornal, revista,<br />
intranet, newsletters, e criação e gestão<br />
<strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais. Além da empresa sucroenergética,<br />
também conquistou a conta<br />
<strong>de</strong> social media, com foco em conteúdos<br />
orgânicos, da Unilever Food Solutions.<br />
Segundo a executiva, o volume para<br />
projetos especiais é gran<strong>de</strong> para Whirpool<br />
e Suvinil, que a agência também aten<strong>de</strong>.<br />
“Somos brifados praticamente duas<br />
vezes por mês para campanhas com períodos<br />
longos <strong>de</strong> execução.”<br />
Outro braço que tem impulsionado a<br />
oferta <strong>de</strong> serviços é a produção <strong>de</strong> conteúdo<br />
audiovisual com a criação <strong>de</strong> um<br />
hub próprio, o estúdio Bon<strong>de</strong>, em 2019. “A<br />
gente verticalizou a produção, com uma<br />
estrutura própria, um estúdio para produções<br />
audiovisuais focado em internet,<br />
que acabou virando uma força nossa.<br />
Hoje conseguimos abocanhar mais budget<br />
por ter essa produção verticalizada”,<br />
afirma a CEO da Abby. Segundo ela, a expectativa<br />
da agência é <strong>de</strong> crescimento<br />
<strong>de</strong> 30% neste ano, apostando no aumento<br />
das produções audiovisuais.<br />
24 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
agências<br />
Campanha <strong>de</strong>senvolvida pela AlmapBBDO<br />
celebra 25 anos da marca Ba<strong>de</strong>n Ba<strong>de</strong>n<br />
Projeto chega às plataformas digitais nesta terça-feira (27) para<br />
fortalecer produto do portfólio <strong>de</strong> cervejas especiais da Heineken<br />
Em setembro <strong>de</strong> 1999, quatro amigos<br />
resolveram pôr em prática o<br />
sonho <strong>de</strong> produzir no Brasil cervejas<br />
especiais. Nasceu, então, em Campos<br />
do Jordão, em São Paulo, a Ba<strong>de</strong>n<br />
Ba<strong>de</strong>n, uma das pioneiras do mercado<br />
brasileiro <strong>de</strong> produção artesanal <strong>de</strong> cervejas.<br />
25 anos <strong>de</strong>pois, a marca, agora integrada<br />
ao portólio da Heineken, lança<br />
a campanha ‘Harmonize momentos <strong>de</strong><br />
Ba<strong>de</strong>n Ba<strong>de</strong>n’ nesta terça-feira, 27, nas<br />
plataformas digitais.<br />
O plano, nas palavras da gerente <strong>de</strong><br />
marketing Ilana Lencastre, “é <strong>de</strong>stacar<br />
a importância <strong>de</strong> harmonizar momentos<br />
especiais na vida dos consumidores, promovendo<br />
experiências autênticas e memoráveis<br />
com seus estilos <strong>de</strong> cerveja”.<br />
“Os momentos não precisam ser perfeitos<br />
e i<strong>de</strong>alizados como os filmes <strong>de</strong><br />
Hollywood, livros, novelas e séries ten<strong>de</strong>m<br />
a nos apresentar. Essa campanha<br />
Divulgação<br />
Campanha ‘Harmonize momentos’ é um dos <strong>de</strong>staques dos 25 anos da Ba<strong>de</strong>n Ba<strong>de</strong>n<br />
vem para lembrar que, para um date ou<br />
uma celebração valerem a pena, não é<br />
necessário que seja sempre algo rebuscado,<br />
no melhor restaurante ou com a<br />
melhor roupa. A companhia certa – que<br />
po<strong>de</strong> ser a sua própria – e Ba<strong>de</strong>n Ba<strong>de</strong>n<br />
são tudo que alguém precisa para um<br />
momento especial”, afirma Bruno Antunes,<br />
redator na AlmapBBDO, agência responsável<br />
pelo projeto.<br />
Com produção da Paranoid e direção<br />
<strong>de</strong> Luis Mermet, fotografia <strong>de</strong> Pepe Men<strong>de</strong>s<br />
e áudio da Satélite, a campanha teve<br />
estratégia e execução <strong>de</strong> mídia digital<br />
<strong>de</strong>senvolvida pela iProspect e Red Star<br />
(hub da Heineken). A equipe do CCO Pergil<br />
contou com os ECDs Fernando Duarte<br />
e Henrique Del Lama.<br />
“Queremos mostrar o valor das pequenas<br />
atitu<strong>de</strong>s, como um fim <strong>de</strong> noite<br />
juntos, uma lembrança inesperada, um<br />
beijo ou abraço”, finaliza Ilana.<br />
ID\TBWA cria ação para a Claro<br />
apresentar negócios das PMEs<br />
Operadora realiza pesquisa para expandir conexões dos<br />
empreen<strong>de</strong>dores com seus clientes e gerar mais vendas<br />
A<br />
Claro anuncia o lançamento da<br />
sua nova plataforma <strong>de</strong> comunicação<br />
para empresas com o mote<br />
‘Mais conexão, mais negócios’, em<br />
parceria com a agência iD\TBWA e produzida<br />
pela Jamute e Paranoid. Com o<br />
objetivo <strong>de</strong> fortalecer a imagem da<br />
marca e reforçar serviços, ação partiu<br />
<strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> dados públicos<br />
e faz uso <strong>de</strong> abordagem B2B2C para<br />
mostrar que conexões melhoraram a<br />
experiência do consumidor final e geraram<br />
mais negócios para em pequenas<br />
e médias empresas (PMEs).<br />
O filme e as peças criadas são estreladas<br />
por empreen<strong>de</strong>dores reais que<br />
são clientes Claro empresas e bem avaliados<br />
por seus consumidores, a partir<br />
do levantamento feito pela operadora<br />
e pela agência. “A campanha nasceu<br />
Divulgação<br />
Empreen<strong>de</strong>dores reais são protagonistas da campanha da Claro criada pela iD\TBWA<br />
da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tangibilizar o nosso<br />
mote <strong>de</strong> “quanto mais conexão, mais<br />
negócios” para o pequeno e médio<br />
empreen<strong>de</strong>dor, a partir <strong>de</strong> um ponto<br />
<strong>de</strong> vista que fosse inovador na categoria.<br />
Para isso, foi fundamental nos<br />
basearmos em dados que comprovassem<br />
esse conceito e trouxessem maior<br />
i<strong>de</strong>ntificação com o nosso cliente e seu<br />
público, com a intenção <strong>de</strong> trazer ainda<br />
mais relevância e autenticida<strong>de</strong> para<br />
a nossa comunicação”, reforça Ane Lopes,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing, branding e<br />
comunicação da Claro.<br />
Disponível tanto em mídia offline,<br />
quanto online, o projeto é personalizado<br />
e conta com conteúdos exclusivos para<br />
cada re<strong>de</strong>, com a intenção <strong>de</strong> valorizar<br />
a linguagem nativa <strong>de</strong> cada ambiente e<br />
contar a história dos empreen<strong>de</strong>dores.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 25
agências<br />
Artplan contrata Anna Sant’Anna como<br />
head <strong>de</strong> atendimento e negócios em SP<br />
Ex-Africa Creative, profissional chega para substituir Edu Megale; ela<br />
terá papel estratégico para impulsionar o crescimento dos clientes<br />
Anna Sant’Anna é a nova head <strong>de</strong><br />
atendimento e negócios da Artplan<br />
em São Paulo. A profissional<br />
será responsável pela gestão da área<br />
e, segundo a agência, chega com a missão<br />
<strong>de</strong> exercer um papel estratégico<br />
em prol do crescimento dos clientes e<br />
integrar olhar <strong>de</strong> negócio nas entregas<br />
estratégicas e criativas.<br />
Com uma carreira <strong>de</strong> 25 anos no<br />
mercado <strong>de</strong> marketing e publicida<strong>de</strong>,<br />
Anna soma passagens pelas agências<br />
Africa Creative, Talent e FCB. A profissional<br />
também atuou no marketing<br />
da Coca-Cola, e trabalhou com marcas<br />
como Sky, Disney, Nestlé (DPA), Whirlpool,<br />
Gafisa e Leroy Merlin. Foi, também,<br />
eleita “Atendimento do Ano” pela ABP,<br />
em 2017.<br />
“Chego à Artplan no melhor momento<br />
da minha carreira, com muita vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fazer acontecer. Junto ao meu time,<br />
Gláucia Montanha, Antonio Fadiga e Anna Sant’Anna, que <strong>de</strong>ixou a Africa Creative<br />
vamos alcançar ainda mais reputação<br />
criativa e um olhar apurado para os negócios.<br />
Ter uma li<strong>de</strong>rança feminina como<br />
a Gláucia neste momento é ainda mais<br />
Divulgação<br />
inspirador. Estou muito feliz <strong>de</strong> estar<br />
numa agência que fez e faz história, com<br />
vocação para o novo e para novos formatos<br />
<strong>de</strong> negócio”, conta Anna.<br />
Segundo Gláucia Montanha, o papel<br />
da head é ser uma interface transversal<br />
com os clientes. “Estamos muito felizes<br />
com a chegada da Anna, ela terá um papel<br />
muito importante na condução do<br />
time <strong>de</strong> negócios com sua experiência<br />
em cliente e agência ao longo <strong>de</strong>sses<br />
anos”, completa Gláucia.<br />
Antonio Fadiga, sócio e presi<strong>de</strong>nte da<br />
Artplan, dá as boas-vindas a Anna e agra<strong>de</strong>ce<br />
a Edu Megale, executivo que, após<br />
nove anos, <strong>de</strong>ixa a Artplan. “Des<strong>de</strong> nossa<br />
primeira conversa, <strong>de</strong>u para ver que a<br />
Anna traz energia e conhecimento para<br />
sua missão maior: contribuir para o negócio<br />
dos clientes através <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias po<strong>de</strong>rosas<br />
e eficazes. Será um prazer ter a<br />
sua expertise e contribuição conosco. Ao<br />
Edu, meu companheiro nessa jornada <strong>de</strong><br />
crescimento da Artplan SP, <strong>de</strong>sejo todo<br />
sucesso nessa nova fase <strong>de</strong> sua vitoriosa<br />
carreira”, comenta Fadiga.<br />
WPP tem aumento <strong>de</strong> 2,9% em receita<br />
e mantém li<strong>de</strong>rança do mercado global<br />
Valor divulgado em 2023 é <strong>de</strong> 14,8 bilhões <strong>de</strong> libras; novos negócios<br />
trouxeram US$ 4,5 bilhões, com <strong>de</strong>sempenho forte no quarto trimestre<br />
A<br />
WPP divulgou o seu relatório referente<br />
a 2023 e registrou um<br />
aumento em receita <strong>de</strong> 2,9% em<br />
relação a 2022, chegando a 17,2 bilhões<br />
<strong>de</strong> euros (14,8 bilhões <strong>de</strong> libras).<br />
Com o resultado, a empresa segue na<br />
li<strong>de</strong>rança do ranking dos grupos <strong>de</strong> comunicação,<br />
seguido pelo Publicis Group,<br />
que encerrou 2023 com uma receita <strong>de</strong><br />
15 bilhões <strong>de</strong> euros. A comparação consi<strong>de</strong>ra<br />
a conversão dos valores para euro.<br />
“Embora 2023 tenha sido mais <strong>de</strong>safiador<br />
do que esperávamos <strong>de</strong>vido aos<br />
cortes nos gastos dos clientes <strong>de</strong> tecnologia,<br />
apresentamos um <strong>de</strong>sempenho<br />
resiliente no ano. Isto foi impulsionado<br />
por um controle disciplinado <strong>de</strong> custos,<br />
ao mesmo tempo em que continuamos<br />
a investir em IA, dados e tecnologia”, afirmou<br />
Mark Read, CEO da WPP.<br />
Mark Read: “Apresentamos um <strong>de</strong>sempenho resiliente no ano”<br />
Divulgação<br />
Ainda sobre 2023, a holding também<br />
registrou um aumento <strong>de</strong> 1,3% na<br />
sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> agências, com exceção do<br />
GroupM que, sozinho, cresceu 4,9% no<br />
período. Em relação aos novos negócios<br />
da WPP, incluindo a criação da VML em<br />
2023 e a fusão da Hill & Knowlton e BCW,<br />
que resultou na Burson no início <strong>de</strong> <strong>2024</strong>,<br />
o grupo aumentou o seu faturamento<br />
em 4,5 bilhões <strong>de</strong> dólares.<br />
“A receita com novos negócios foi <strong>de</strong><br />
US$ 4,5 bilhões em 2023 e incluiu atribuições<br />
importantes em clientes como<br />
Allianz, Krispy Kreme, Mon<strong>de</strong>lēz, Nestlé,<br />
PayPal e Verizon e reflete um <strong>de</strong>sempenho<br />
ano a ano mais forte no quarto<br />
trimestre”, acrescentou Read. Por fim, a<br />
WPP também anunciou que o seu lucro<br />
operacional ficou <strong>de</strong>ntro dos 15% previstos<br />
anteriormente.<br />
<strong>26</strong> <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
mídia<br />
Antagonista se reposiciona para ampliar<br />
conexão com audiência e anunciantes<br />
Gerar conteúdos<br />
além da política é o<br />
plano para operação<br />
ter crescimento<br />
Veículo <strong>de</strong> comunicação com visão crítica da<br />
realida<strong>de</strong> brasileira, O Antagonista anuncia<br />
novida<strong>de</strong>s com o objetivo <strong>de</strong> promover o crescimento<br />
da operação e transformar a empresa em<br />
uma plataforma completa <strong>de</strong> conteúdo tanto para<br />
os leitores quanto para as marcas.<br />
Entre as mudanças, <strong>de</strong>stacam-se a ampliação <strong>de</strong><br />
suas verticais temáticas, a renovação <strong>de</strong> seu time <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>ranças, o reforço <strong>de</strong> sua in<strong>de</strong>pendência editorial e<br />
a estruturação <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> novas oportunida<strong>de</strong>s<br />
para os anunciantes.<br />
O rebranding acontece a partir <strong>de</strong> um investimento<br />
<strong>de</strong> R$ 15 milhões efetuado durante todo o ano <strong>de</strong><br />
2023, com previsão <strong>de</strong> mais aportes nos próximos<br />
meses – tanto em tecnologia e experiência do usuário<br />
(UX) quanto em <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos<br />
e atração <strong>de</strong> talentos. A operação comandada por Pedro<br />
Luiz Cerize passou a contar com executivos como<br />
Claudia Rei (ex-Record Campinas e Novabrasil) como<br />
CEO; Paulo Costa (ex-Jovem Pan, Grupo Ban<strong>de</strong>irantes e<br />
Eletromidia), como diretor-comercial; Luana Andra<strong>de</strong><br />
(ex-Novabrasil, Estadão e Condé Nast), como head <strong>de</strong><br />
novos negócios e projetos; e com o retorno <strong>de</strong> Felipe<br />
Moura Brasil ao time editorial, agora como diretor <strong>de</strong><br />
redação.<br />
Junto às mudanças estruturais, uma reformulação<br />
do portal e da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual têm como objetivo<br />
oferecer a um público fiel e engajado uma nova<br />
experiência na forma <strong>de</strong> consumir o conteúdo <strong>de</strong> O<br />
Antagonista. Mantendo sua essência vigilante e total<br />
in<strong>de</strong>pendência editorial, as principais novida<strong>de</strong>s<br />
abrangem especialmente formatos, com reforço<br />
da plataforma <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os e lançamento <strong>de</strong> podcasts,<br />
infográficos e outras linguagens; e a expansão <strong>de</strong><br />
cobertura, indo muito além da política e abordando,<br />
com profundida<strong>de</strong>, temas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse como<br />
esportes, cultura, entretenimento e agronegócio.<br />
“A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> O Antagonista é atuar livre <strong>de</strong> qualquer<br />
tonalida<strong>de</strong> polarizada para se posicionar como uma<br />
fonte <strong>de</strong> informação embasada e confiável, indo<br />
muito além do apresentado pela gran<strong>de</strong> mídia. Nosso<br />
público hoje é composto por pessoas que querem<br />
se informar <strong>de</strong> forma crítica, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e estão<br />
dispostas a ouvir opiniões diferentes. Nesse processo,<br />
percebemos que esse pensamento é válido para<br />
uma série <strong>de</strong> temas e assuntos nas quais passamos<br />
a investir. Hoje, somos uma plataforma completa <strong>de</strong><br />
conteúdo – e a política é uma <strong>de</strong>ssas verticais, mas<br />
longe <strong>de</strong> ser a única”, <strong>de</strong>staca a CEO Claudia Rei.<br />
A executiva Claudia Rei, ex-Record <strong>de</strong> Campinas, é a nova CEO do site O Antagonista: expansão e novos conteúdos<br />
Em <strong>2024</strong> nascerão as<br />
MBA'S.<br />
As MARKETING & BRANDING AGENCIES<br />
estão saindo do forno. O parceiro<br />
estratégico essencial das empresas<br />
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jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 27
negócios &<br />
sustentabilida<strong>de</strong><br />
Alê Oliveira<br />
Descarbonização:<br />
uma necessida<strong>de</strong> ou<br />
estratégia <strong>de</strong> negócios?<br />
Ricardo Esturaro<br />
é escritor, administrador <strong>de</strong> empresas<br />
e especialista em marketing, estratégia<br />
e sustentabilida<strong>de</strong><br />
ricardo@esturaro.com<br />
Ricardo Esturaro<br />
Todo início <strong>de</strong> ano, quando o mundo corporativo<br />
se reúne em Davos para o Fórum Econômico<br />
Mundial e o Relatório Anual <strong>de</strong> Riscos Globais<br />
é divulgado, as discussões sobre as mudanças climáticas<br />
e seus impactos no mundo dos negócios<br />
ganham <strong>de</strong>staque. Esse relatório tem alertado repetidamente<br />
sobre os crescentes riscos relacionados<br />
às mudanças climáticas, representando um <strong>de</strong>safio<br />
significativo para as operações empresariais a curto<br />
e longo prazo.<br />
Neste contexto, as empresas se veem cada vez mais<br />
pressionadas a <strong>de</strong>scarbonizar suas operações. Os <strong>de</strong>safios<br />
são diversos e vão além do aspecto financeiro e<br />
adoção <strong>de</strong> novas tecnologias, <strong>de</strong>mandando, sobretudo,<br />
investimentos em capital humano para implantar essas<br />
mudanças e compreen<strong>de</strong>r um ambiente <strong>de</strong> negócios<br />
cada vez mais complexo. Acompanhar <strong>de</strong> perto as<br />
mudanças nas políticas fiscais e nas regulamentações<br />
ambientais, tanto em âmbito nacional quanto internacional,<br />
é crucial, assim como estar atento à evolução<br />
das discussões políticas sobre o clima, às negociações<br />
internacionais sobre acordos climáticos e às iniciativas<br />
<strong>de</strong> cooperação entre governos e setor privado para promover<br />
a sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
Outra chave para enfrentar os riscos climáticos está<br />
na incorporação da sustentabilida<strong>de</strong> em todas as áreas<br />
da empresa - uma realida<strong>de</strong> distante para muitas organizações.<br />
Os riscos tributários e financeiros <strong>de</strong>vem servir<br />
como motivação para esse movimento, uma vez que nenhum<br />
negócio <strong>de</strong>seja enfrentar penalida<strong>de</strong>s financeiras<br />
significativas. O <strong>de</strong>safio tributário é particularmente evi<strong>de</strong>nte<br />
no Brasil, que, apesar da reforma em curso, continua<br />
a ter um cenário complexo e <strong>de</strong>safiador em termos<br />
fiscais e políticos, e não será diferente em relação às<br />
questões tributárias ver<strong>de</strong>s.<br />
Um exemplo da complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse assunto é observado<br />
no movimento do comércio internacional em<br />
direção à redução das emissões <strong>de</strong> carbono, o qual vai<br />
impactar as exportações brasileiras. A União Europeia,<br />
por exemplo, já aprovou legislações que incentivam produtos<br />
<strong>de</strong> baixa emissão e penalizam os mais poluentes,<br />
sobretaxando os intensivos em carbono e originários<br />
<strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>smatadas, como o caso do Mecanismo <strong>de</strong><br />
Ajuste Fronteiriço <strong>de</strong> Carbono (CBAM). Os importadores<br />
europeus vão precisar apresentar relatórios <strong>de</strong> todas<br />
as emissões geradas no processo produtivo <strong>de</strong> bens inicialmente<br />
cobertos pelo CBAM, como ferro, aço, cimento,<br />
alumínio, fertilizantes, eletricida<strong>de</strong> e hidrogênio, afetando<br />
diretamente as operações dos exportadores brasileiros<br />
nesses setores.<br />
Segundo o relatório ‘Net Zero Stocktake’ <strong>de</strong> 2023, 929<br />
das 2.000 maiores empresas <strong>de</strong> capital aberto do mundo<br />
já estabeleceram metas para zerar suas emissões.<br />
A pressão exercida por esse movimento nas operações<br />
locais e na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong>ssas gran<strong>de</strong>s empresas<br />
é evi<strong>de</strong>nte. Um exemplo concreto é o da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
supermercados britânica Tesco, que começou a abordar<br />
o problema do <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> embalagens com seus fornecedores.<br />
Durante uma reunião, o CEO Dave Lewis alertou<br />
que eles po<strong>de</strong>riam per<strong>de</strong>r espaço nas prateleiras da<br />
re<strong>de</strong> caso não resolvessem esse problema.<br />
A gran<strong>de</strong> questão é se as empresas brasileiras estão<br />
se preparando para reduzir a pegada <strong>de</strong> carbono em<br />
suas operações. Apesar <strong>de</strong> todos os alertas e dos riscos,<br />
muitas empresas estão adiando ao máximo esse movimento.<br />
Contudo, a hora da <strong>de</strong>scarbonização chegou e<br />
as empresas que não se adaptarem correm o risco <strong>de</strong><br />
ficarem para trás. É preciso agir agora e preparar suas<br />
equipes, não apenas por uma questão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />
ambiental, mas também como uma estratégia inteligente<br />
para garantir a sustentabilida<strong>de</strong> dos negócios<br />
no longo prazo.<br />
“A hora da<br />
<strong>de</strong>scarbonização<br />
chegou e as<br />
empresas que<br />
não se adaptarem<br />
correm o risco <strong>de</strong><br />
ficarem para trás”<br />
28 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
Medo ou respeito?<br />
Fotos: Arquivo Pessoal<br />
“O medo po<strong>de</strong> gerar conformida<strong>de</strong> imediata, o respeito ten<strong>de</strong> a<br />
construir relacionamentos mais sólidos e a motivar as pessoas”<br />
Sueli Dias<br />
Especial para o propmark<br />
Por toda a minha vida, a dúvida entre medo ou respeito está presente e é nela<br />
que eu me inspiro, principalmente se levarmos em consi<strong>de</strong>ração o fato <strong>de</strong> que<br />
há mais <strong>de</strong> 20 anos meu trabalho é lidar com gente. E, parafraseando o cantor<br />
Marcelo D2: “Eu me <strong>de</strong>senvolvo e evoluo com meu filho”. E meu filho, no caso é meu<br />
trabalho, que é pessoal, personalizado, feito <strong>de</strong> gente para gente.<br />
Aprendi com o tempo que esse dilema é complexo e está relacionado a li<strong>de</strong>rança,<br />
autorida<strong>de</strong> e relações interpessoais. Dessa maneira, li<strong>de</strong>rar através do medo po<strong>de</strong> criar<br />
um ambiente <strong>de</strong> trabalho tenso e hostil. Os membros da equipe po<strong>de</strong>m se sentir <strong>de</strong>smotivados,<br />
estressados e até mesmo <strong>de</strong>senvolver ressentimento. E esses são atributos<br />
que <strong>de</strong>vem estar longe do meu ambiente <strong>de</strong> trabalho e também da vida pessoal.<br />
Agora, quando é possível distribuir respeito, o resultado é um maior compromisso<br />
e engajamento, porque o respeito é construído através da confiança, empatia e comunicação<br />
eficaz.<br />
Nos momentos em que tive medo, hesitei, nos momentos em que tive respeito venci<br />
com mais facilida<strong>de</strong> e com o tempo <strong>de</strong>scobri que o i<strong>de</strong>al é encontrar o equilíbrio<br />
certo. Quanto maior o equilíbrio maior é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir que a tomada <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão é respeitada e seguida.<br />
Assim, a autorida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser construída <strong>de</strong> maneira a inspirar respeito genuíno, em<br />
vez <strong>de</strong> medo. Uma abordagem mais orientada para o respeito muitas vezes promove a<br />
colaboração e o trabalho em equipe. Isso po<strong>de</strong> levar a soluções mais inovadoras e a um<br />
ambiente <strong>de</strong> trabalho mais positivo.<br />
A experiência me mostrou que o medo po<strong>de</strong> gerar conformida<strong>de</strong> imediata, o respeito<br />
ten<strong>de</strong> a construir relacionamentos mais sólidos e a motivar as pessoas <strong>de</strong> maneira<br />
mais duradoura.<br />
O respeito pelas pessoas é fundamental em todas as áreas da vida, incluindo relações<br />
pessoais, profissionais e sociais. Entendi logo cedo que o respeito envolve enten<strong>de</strong>r<br />
e aceitar as diferenças entre as pessoas. A empatia <strong>de</strong>sempenha um papel crucial,<br />
permitindo que você se coloque no lugar do outro e compreenda suas experiências e<br />
perspectivas. Inclusive, esse pensamento se refletiu em um rebranding que acabei <strong>de</strong><br />
conduzir na empresa que fun<strong>de</strong>i, nos colocando em um caminho <strong>de</strong> volta às origens.<br />
Só assim é possível criar ambientes respeitosos que promovam a inclusão, on<strong>de</strong> as<br />
pessoas se sentem valorizadas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> suas características individuais.<br />
Além disso, o respeito é essencial para uma comunicação eficaz. Quando as pessoas se<br />
tratam com respeito, estão mais propensas a ouvir atentamente, expressar suas i<strong>de</strong>ias<br />
<strong>de</strong> maneira clara e resolver conflitos <strong>de</strong> forma construtiva.<br />
Por isso meus amigos, enquanto minha opção for trabalhar com atendimento personalizado,<br />
acolhimento e foco nas atualizações, continuo SEM MEDO. SÓ RESPEITO mesmo.<br />
Sueli Dias é CEO da TeleEventos<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 29
esg no mkt<br />
Alê Oliveira<br />
Respeito é<br />
bom e eu gosto<br />
As suas relações <strong>de</strong> negócios são respeitosas?<br />
Os seus clientes pagam em prazos razoáveis?<br />
Alexis Thuller Pagliarini<br />
Des<strong>de</strong> que eu me propus a ajudar as empresas a<br />
enten<strong>de</strong>r e aplicar os critérios ESG, uma das primeiras<br />
questões que me fazem é: como começar?<br />
Sim, existe uma metodologia, um passo-a-passo, que<br />
faz as coisas irem se encaixando na estratégia da empresa<br />
com certa naturalida<strong>de</strong> e tenho falado disso nos<br />
meus artigos por aqui. Mas uma palavra é chave para<br />
começar: respeito. Simplesmente respeito!<br />
Respeito pelas pessoas, respeito pelo meio ambiente<br />
e respeito à ética. Toda a metodologia <strong>de</strong> implementação<br />
<strong>de</strong> uma política ESG começa com o propósito <strong>de</strong> respeitar.<br />
Comece respeitando as pessoas que trabalham com<br />
você. E a primeira forma <strong>de</strong> respeito é seguir estritamente<br />
a lei. As relações trabalhistas têm regras muito bem<br />
estabelecidas no Brasil. Antes <strong>de</strong> mais nada, é preciso<br />
estar em compliance com essas regras.<br />
Remunerar os colaboradores dignamente, fazer com<br />
que sejam cumpridos horários <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso<br />
e <strong>de</strong> licenças.<br />
Parece óbvio, mas quem nunca ligou para um subordinado<br />
<strong>de</strong>pois do horário convencional <strong>de</strong> trabalho com<br />
um papinho mais ou menos assim: “Desculpa ligar essa<br />
hora, mas é que pintou um BO aqui e preciso da sua ajuda”.<br />
E lá vem uma <strong>de</strong>manda fora <strong>de</strong> hora.<br />
E ai daquele que respon<strong>de</strong> que está em horário <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scanso e não vai trabalhar àquela hora. Na indústria<br />
da comunicação e marketing, trabalhar além da hora<br />
virou um padrão.<br />
Eu me lembro, quando trabalhei em agências, e saía<br />
meio que envergonhado lá pelas 19h, sempre justificando<br />
ter um compromisso familiar ou algo inadiável.<br />
Na indústria <strong>de</strong> eventos, on<strong>de</strong> também atuei, é ainda<br />
pior: as famigeradas “viradas <strong>de</strong> noite” eram supercomuns.<br />
Não se entregavam eventos sem um sprint final<br />
meio abusivo. Ainda é assim? Olhando agora para fora,<br />
para as relações com clientes e fornecedores, como<br />
está o respeito? O capitalismo antigo, chamado <strong>de</strong><br />
selvagem, <strong>de</strong>terminava que o que interessa é obter<br />
o lucro, a qualquer custo. Mesmo que seja achacando<br />
fornecedores. Já o capitalismo consciente, o <strong>de</strong><br />
stakehol<strong>de</strong>rs, prega respeito.<br />
As suas relações <strong>de</strong> negócios são respeitosas? Os<br />
seus clientes pagam em prazos razoáveis? As concorrências<br />
são respeitosas e justas? E vale a pena pensarmos<br />
na vertente <strong>de</strong> respeito ambiental.<br />
Usar recursos racionalmente – água e energia, por<br />
exemplo –, cuidar para que haja o mínimo <strong>de</strong> resíduos<br />
no dia a dia e o que restar, que seja <strong>de</strong>vidamente classificado<br />
para facilitar a coleta seletiva e evitar que vá<br />
parar em lixões.<br />
Pensar em formas <strong>de</strong> diminuir a pegada <strong>de</strong> carbono,<br />
usando mais transporte público e adotando algumas caminhadas<br />
no dia a dia.<br />
Estamos vivendo um momento crítico, <strong>de</strong> fenômenos<br />
climáticos angustiantes, batendo recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> temperaturas<br />
no mundo inteiro.<br />
E tem muita gente que acha que não faz parte <strong>de</strong>sse<br />
processo. Todos fazemos parte! Tudo leva a crer que o<br />
mundo vai superar o limite <strong>de</strong> 1,5°C <strong>de</strong> aquecimento global<br />
antes <strong>de</strong> 2030, data limite para evitarmos um ponto<br />
<strong>de</strong> não retorno, e continuamos com os mesmos hábitos,<br />
como se não fosse com a gente...<br />
Continuamos consumindo produtos embalados<br />
com materiais que vão acabar parando em lixões, nos<br />
rios e mares.<br />
Há previsões <strong>de</strong> que teremos mais plástico do que<br />
peixes nos mares em 2050, se continuarmos não cuidando<br />
do que consumimos e <strong>de</strong>scartamos.<br />
Já passou da hora <strong>de</strong> adotarmos o termo respeito por<br />
inteiro. Quer contribuir para um mundo melhor? Pense<br />
em respeito!<br />
Respeito pelas pessoas, respeito pelo meio ambiente<br />
e respeito pela ética. Comece com um diagnóstico na sua<br />
empresa e veja se esse respeito existe. Depois corrija o<br />
<strong>de</strong>srespeito e envolva todo o time na busca por melhorias.<br />
Faça isso <strong>de</strong> forma sistemática e pragmática. Vá no<br />
seu tempo. Mas comece! Você verá que respeito é bom<br />
e seus colaboradores gostam, seus clientes gostam e<br />
o mercado gosta!<br />
Alexis Thuller Pagliarini<br />
é sócio-fundador da ESG4<br />
alexis@criativista.com.br<br />
30 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
opinião<br />
Divulgação<br />
IA abre nova era para<br />
entrega <strong>de</strong> campanhas<br />
Rafael Pallarés<br />
O<br />
cotidiano da gestão <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marketing<br />
está atrelado ao vaivém <strong>de</strong> imensos volumes <strong>de</strong><br />
informação. Porém, a inteligência artificial (IA)<br />
está simplificando algo complexo e trazendo gran<strong>de</strong>s<br />
benefícios, tanto na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> padrões nesse<br />
universo <strong>de</strong> dados, quanto na otimização <strong>de</strong> diversos<br />
processos. Para quem planeja ou compra mídia, bem<br />
como para a monetização do inventário <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />
o momento apresenta novo horizonte com mais<br />
eficiência e maior geração <strong>de</strong> receitas no fim do dia.<br />
As oportunida<strong>de</strong>s são claras para publishers, agências<br />
e anunciantes.<br />
Nos meios digitais, parametrizar, testar, medir e avaliar<br />
em ciclos continuados são processos indispensáveis<br />
para evoluir. Nada vai mais ao encontro <strong>de</strong>sse fluxo do<br />
que o uso da IA, processando enorme quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados<br />
<strong>de</strong> uma base preexistente para or<strong>de</strong>ná-los <strong>de</strong> forma<br />
a permitir melhores insights, com previsão <strong>de</strong> movimentos<br />
futuros com maior precisão e eficiência.<br />
O ambiente nunca foi tão favorável para consi<strong>de</strong>rar<br />
o comportamento passado da audiência e realizar um<br />
prognóstico <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> mídia e soli<strong>de</strong>z dos conteúdos,<br />
entre outros aspectos para <strong>de</strong>terminar disponibilida<strong>de</strong><br />
e preço do inventário para publicida<strong>de</strong>, com<br />
ajustes em tempo real, gerando mais oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
incrementar a eficiência <strong>de</strong> custos e rentabilida<strong>de</strong> para<br />
os publishers.<br />
Na automatização <strong>de</strong> alguns processos, recursos <strong>de</strong><br />
machine learning agregam muito na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
padrões e potencializam prognósticos a partir <strong>de</strong> sua<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e tomar <strong>de</strong>cisões.<br />
Já para os ví<strong>de</strong>os digitais os recursos <strong>de</strong> IA po<strong>de</strong>m<br />
impactar a monetização <strong>de</strong> várias formas. O creative automation<br />
review, por exemplo, i<strong>de</strong>ntifica e classifica corretamente<br />
as peças criativas, a partir das características<br />
das imagens e textos nos conteúdos, para direcionar as<br />
peças às audiências mais a<strong>de</strong>quadas. Desta forma, a solução<br />
melhora os fluxos <strong>de</strong> trabalho para TVs conectadas<br />
e serviços OTT ao proporcionar alternativa automatizada,<br />
escalável e flexível ao processo <strong>de</strong> revisão criativa.<br />
Os passos do setup da campanha e o ritmo da veiculação<br />
também são beneficiados pela IA, automatizando<br />
um processo que sempre foi muito manual, com mais<br />
eficácia nos elementos <strong>de</strong> entrega, mantendo a campanha<br />
<strong>de</strong>ntro dos parâmetros preestabelecidos. Anunciantes<br />
também ganham, não somente pela maior precisão<br />
<strong>de</strong> entrega das peças, mas com melhores condições<br />
para personalizar e direcionar campanhas a audiências<br />
específicas.<br />
As possibilida<strong>de</strong>s são incríveis, mas ainda é primordial<br />
a gestão humana para proporcionar dados corretos<br />
e suas <strong>de</strong>vidas aplicações, bem como para guiar os sistemas<br />
<strong>de</strong>ntro da rota. Além disso, recursos <strong>de</strong> IA ainda não<br />
estão adaptados para alguns fatores. Imagine o trabalho<br />
em um país como o Brasil, com ampla diversida<strong>de</strong> cultural<br />
e regional. É necessário sensibilida<strong>de</strong> em relação aos<br />
conteúdos publicitários, com ajustes que levam em conta<br />
costumes e tradições locais. Em uma estratégia para<br />
a América Latina, por exemplo, é preciso acrescentar o<br />
fator idioma à equação.<br />
Obviamente, explorar a IA envolve <strong>de</strong>safios incluindo<br />
preocupações éticas relacionadas à privacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados<br />
e à transparência do bias, bem como dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
integração das ferramentas <strong>de</strong> IA com o workflow tecnológico<br />
já existente nas empresas.<br />
Estabelecer diretrizes relacionadas à ética e promoção<br />
da transparência nos processos <strong>de</strong> IA ajudam, bem<br />
como monitorar os sistemas e investir em soluções<br />
escaláveis. No caso da integração <strong>de</strong> tecnologias, vale<br />
buscar parceiros com ferramentas <strong>de</strong> IA reconhecidas<br />
pela confiabilida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>. É preciso ter em mente,<br />
ainda, que usufruir os benefícios da IA e avaliar seus<br />
ganhos exige reconhecer a natureza probabilística dos<br />
seus resultados, passando por avaliações centradas no<br />
usuário. Outro ponto <strong>de</strong>cisivo é a incorporação <strong>de</strong> processos<br />
<strong>de</strong> experimentação e refinamento, não somente<br />
para avaliar a IA, mas visando a i<strong>de</strong>ntificar áreas <strong>de</strong><br />
melhoria. O papel da IA avançará exponencialmente nos<br />
próximos cinco anos. As vantagens no ecossistema <strong>de</strong><br />
mídia para ven<strong>de</strong>dores, anunciantes e usuários finais<br />
serão mais do que evi<strong>de</strong>ntes. Uma revolução na qual o<br />
céu é o limite está em curso e quem quer permanecer<br />
competitivo não po<strong>de</strong> ficar à margem.<br />
Rafael Pallarés<br />
é vice-presi<strong>de</strong>nte da Magnite para<br />
a América Latina<br />
rpallares@magnite.com<br />
“As possibilida<strong>de</strong>s<br />
são incríveis, mas<br />
ainda é primordial<br />
a gestão humana<br />
para proporcionar<br />
dados corretos e suas<br />
<strong>de</strong>vidas aplicações”<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 31
we<br />
mkt<br />
No negócio <strong>de</strong><br />
automóveis, a virtu<strong>de</strong><br />
segue no meio?<br />
“Consegui meu equilíbrio<br />
cortejando a insanida<strong>de</strong>”.<br />
Renato Russo<br />
Alê Oliveira<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
Segundo o filósofo Aristóteles, “Virtus in medium<br />
est”. Complementado por Confuncio que repetiu,<br />
sim, “A virtu<strong>de</strong> está no meio. Quem o ultrapassa<br />
não logra mais que os infelizes privados <strong>de</strong> alcançá-<br />
-lo...”. Ou sintetizado no provérbio português, “Nem<br />
tanto ao mar, nem tanto à terra”. Números e estatísticas<br />
confirmam e é o que vai prevalecendo. Nem só<br />
elétricos, nem só combustíveis fósseis. As pessoas vão<br />
preferindo as virtu<strong>de</strong>s das duas alternativas. E assim,<br />
os híbridos tomam a dianteira.<br />
Aparentemente, já cruzamos a linha da tal da síndrome<br />
<strong>de</strong> experimentação. Que mais que cansou <strong>de</strong> acontecer<br />
com milhares <strong>de</strong> produtos em seus lançamentos.<br />
Entre 5% e 10% das pessoas, não resistem aos apelos e<br />
tentação da novida<strong>de</strong>. E colocam-se na fila para serem<br />
os primeiros a comprar, experimentar, ter. Os tais novida<strong>de</strong>iros.<br />
E foi o que aconteceu com os elétricos. Passando<br />
a sensação que o futuro eram os elétricos, e isso era<br />
fato consumado. Não só não era como a outra síndrome,<br />
a do arrependimento, vai batendo nos chamados first<br />
movers, os primeiros a comprar.<br />
Um dia Al Ries e Jack Trout erraram bisonhamente. Na<br />
primeira das “22 leis consagradas do marketing”, afirmaram:<br />
“Mais vale ser o primeiro do que o melhor”. Errado, o<br />
primeiro mandamento, escrito corretamente e mais que<br />
validado pela realida<strong>de</strong>, é: “É bom ser o primeiro, mas é<br />
melhor sempre ser o melhor”.<br />
E, pelos dados, estatísticas, manifestações <strong>de</strong> aprovação<br />
dos que experimentaram as novida<strong>de</strong>s, a virtu<strong>de</strong><br />
está no meio, leia-se, híbridos! E agora, os números vão<br />
comprovando. Por sinal, híbridos que chegaram ao mercado<br />
há mais <strong>de</strong> 100 anos...<br />
No legendário Salão <strong>de</strong> Paris, do ano <strong>de</strong> 1901, ele,<br />
o genial Ferdinand Porsche, em parceria com a empresa<br />
americana Lohner, causou sensação com o mo<strong>de</strong>lo<br />
Semper Vivus – com dois motores elétricos embutidos<br />
nas rodas dianteiras. Um motor central conectado pela<br />
embreagem a um motor a combustão que movimentava<br />
as rodas...<br />
Antes da virada do milênio, estava em New York City,<br />
quando vi o Prius da Toyota pela primeira vez. Causando<br />
um frisson monumental em todas as pessoas que<br />
tiveram acesso à novida<strong>de</strong>. Em 2003, o Prius ganha sua<br />
segunda versão e, finalmente, aprovado e consagrado,<br />
ganha o título <strong>de</strong> Carro do Ano na Europa em 2005, e<br />
passa a ser fabricado, além do Japão, na China e nos<br />
EUA. Mas, vamos aos números... Conforme matéria<br />
do The New York Times <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> janeiro, assinada por<br />
Lawrence Ulrich, “Hybrid cars enjoy a renaissance as<br />
All-Eletric Sales Slow” – Híbridos renascem e elétricos<br />
caem nas vendas...<br />
Nos primeiros anos, e alimentando o apetite dos que<br />
sofrem da síndrome <strong>de</strong> experimentação, Tesla e <strong>de</strong>mais<br />
elétricos ocuparam a cena. Enquanto o pioneiro das últimas<br />
décadas, via suas vendas <strong>de</strong>spencarem, o Prius.<br />
Agora, nos últimos anos, uma nova realida<strong>de</strong>. Mesmo<br />
tendo comprado 1,2 milhão <strong>de</strong> veículos elétricos em<br />
2023, com um aumento <strong>de</strong> 46% nas vendas, e participação<br />
<strong>de</strong> mercado <strong>de</strong> 7,6%, a gran<strong>de</strong> surpresa foi a performance<br />
dos híbridos, que cresceram em vendas em 65%,<br />
ultrapassaram os elétricos, aumentando a participação<br />
<strong>de</strong> mercado <strong>de</strong> 5,5% para 8,0%.<br />
Nos comentários sobre os acontecimentos diferentes<br />
razões e motivos. Mas, esqueceram-se da principal.<br />
Terminada a tal da síndrome <strong>de</strong> experimentação, a compulsão<br />
dos que não resistem a uma novida<strong>de</strong>, estamos<br />
ingressando em velocida<strong>de</strong> cruzeiro. Reencontro com a<br />
realida<strong>de</strong>.<br />
Na manifestação dos chamados especialistas, o<br />
preço permanece como a maior barreira dos elétricos,<br />
seguido pelas dificulda<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios da recarga, e resistências<br />
culturais outras.<br />
De verda<strong>de</strong>, verda<strong>de</strong> mesmo, todo o contingente <strong>de</strong><br />
novida<strong>de</strong>iros mais que matou sua curiosida<strong>de</strong>, e a gran<strong>de</strong><br />
maioria das pessoas e famílias que ainda ou querem,<br />
ou precisam <strong>de</strong> um automóvel, <strong>de</strong>cidiu dar um tempo...<br />
Enquanto isso, e para alinharem-se junto aos consumidores<br />
conscientes e responsáveis, conformam-se com<br />
os híbridos. E a produção dos elétricos, <strong>de</strong>spenca...<br />
Assim, e por enquanto, Aristóteles vai prevalecendo:<br />
“Virtus in medium est...”.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
fmadia@madiamm.com.br<br />
32 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo<br />
paulo@propmark.com.br<br />
TRANS<br />
Proibidas <strong>de</strong> veicular publicida<strong>de</strong> nos canais<br />
<strong>de</strong> mídia, as empresas que produzem<br />
cigarros encontram alternativas para exibir<br />
suas marcas com ações como utilizar<br />
atores fazendo uso do produto em filmes,<br />
por exemplo. E também apoios pontuais<br />
como o que a Philip Morris fez durante o<br />
Carnaval <strong>2024</strong>. Fabricante <strong>de</strong> Marlboro, por<br />
exemplo, a PM esteve presente no <strong>de</strong>sfile<br />
do bloco Ezatamentchy, em São Paulo. No<br />
passado, a indústria <strong>de</strong> cigarros foi uma<br />
das principais anunciantes do mercado<br />
global, mas hoje sofre restrições em todo<br />
o mundo <strong>de</strong>vido às sequelas do uso <strong>de</strong> cigarro.<br />
Mas não se trata <strong>de</strong> produto ilegal,<br />
portanto, usa as brechas disponíveis. O<br />
apoio ao Ezatamentchy também configura<br />
sua liga com o universo LGBTQIA+. “A Philip<br />
Morris Brasil apoia o bloco pelo segundo<br />
ano, que ressalta o protagonismo das artistas<br />
travestis e transexuais, no Carnaval<br />
<strong>de</strong> rua <strong>de</strong> São Paulo. Com a ação, a empresa,<br />
que apoia a Parada LGBTQIA+, reforça<br />
o seu compromisso com a diversida<strong>de</strong> ao<br />
participar dos maiores eventos do país. A<br />
empresa também distribuirá bituqueiras<br />
portáteis para os foliões do bloco fazerem<br />
o <strong>de</strong>scarte a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> resíduos”, ressalta<br />
Bruno Pinto, gerente <strong>de</strong> assuntos corporativos<br />
da Philip Morris. A organização é do<br />
hub <strong>de</strong> criação EXTlab, do head Estêvão<br />
Delgado, que acrescenta: “Nosso bloco é<br />
<strong>de</strong>dicado a dar voz e visibilida<strong>de</strong> à comunida<strong>de</strong><br />
trans e travesti, que enfrenta diariamente<br />
a violência e a falta <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Toda empresa que apoie e viabilize<br />
ações inclusivas e afirmativas como esta<br />
vão contribuindo para a transformação<br />
<strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>”.<br />
Com apoio da Philip Morris, Exatamentchy <strong>de</strong>sfilou em São Paulo com foco nas tribos LGBTQIA+ como as Irmãs do Pau (na foto<br />
acima) e a atriz Valeria Barcellos, <strong>de</strong> ‘Terra e Paixão’<br />
Divulgação<br />
Blogueirinha, Pkllipe e Ingrid Ohara são os novos embaixadores da marca <strong>de</strong> preservativos Olla: 64 milhões <strong>de</strong> fãs<br />
RESPONSÁVEL<br />
Natural na vida, o rala <strong>de</strong>ve rolar com consciência treinada para evitar danos mútuos. Olla sabe disso e prevê responsabilida<strong>de</strong>.<br />
Por isso, <strong>de</strong>cidiu criar o “Freedom Council”, um conselho composto por três consultores conhecidos e amados<br />
pelo público, os influenciadores Blogueirinha, Pkllipe e Ingrid Ohar. A ação integra o projeto <strong>de</strong> educação sexual batizado<br />
<strong>de</strong> Desenrolla. Túlio Afonso, gerente sênior da marca, está na coor<strong>de</strong>nação: “socieda<strong>de</strong> mais tolerante e respeitosa”.<br />
Nalanda Costa está atuando como embaixadora da ACG<br />
TRATAMENTO<br />
ACG Home Care leva música para os pacientes em<br />
domicílio. A embaixadora da empresa é a cantora Nalanda<br />
Costa, que surgiu no programa ‘Fama’, na Globo,<br />
on<strong>de</strong> também tem cinco músicas em trilha <strong>de</strong> novelas.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 33
última página<br />
Alê Oliveira<br />
Stalimir Vieira<br />
é diretor da Base <strong>de</strong> Marketing<br />
stalimircom@gmail.com<br />
O novo briefing<br />
Stalimir Vieira<br />
Sei muito bem que nenhum anúncio sobrevive a<br />
críticas. Uma boa i<strong>de</strong>ia, uma i<strong>de</strong>ia arrojada, pertinente,<br />
só costuma ser interpretada assim e aprovada<br />
corretamente, se for por alguém do ramo.<br />
É um código que busca entrar em sintonia com o inconsciente<br />
coletivo, mas que, a princípio, é <strong>de</strong> <strong>de</strong>ciframento<br />
exclusivo <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. Isso é<br />
garantia <strong>de</strong> sucesso? Depen<strong>de</strong> do que se entenda por<br />
sucesso.<br />
Lembro que trabalhávamos para sermos elogiados,<br />
por nossos chefes, pela concorrência, pelos clientes e<br />
pelo consumidor. Era isso que traduzia a qualida<strong>de</strong> do<br />
que propúnhamos. Acontecia, no entanto, <strong>de</strong> errarmos a<br />
mão. Às vezes, a suspeita <strong>de</strong>sse erro aparecia em grupos<br />
<strong>de</strong> pré-teste das peças.<br />
Conforme a interpretação que fosse feita da pesquisa,<br />
ajustes salvavam a i<strong>de</strong>ia. Clientes mais conservadores<br />
preferiam abortá-la; mais ousados, mandavam tocar<br />
o barco em frente.<br />
Um bom exemplo foi o garoto Bombril, emblemático<br />
personagem, criado pela DPZ, que ficou décadas no ar,<br />
graças à ousadia <strong>de</strong> um cliente que resolveu <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar<br />
o resultado negativo do pré-teste.<br />
E a campanha se tornou um dos maiores sucessos<br />
<strong>de</strong> todos os tempos na propaganda brasileira. Ou seja,<br />
as coisas não são simples, nem lógicas. Pesquisas e pré-<br />
-testes não eram e não são garantia <strong>de</strong> nada, apenas<br />
apontavam e apontam reações <strong>de</strong> momento <strong>de</strong> grupos<br />
“retroinfluenciáveis”.<br />
Na época, podiam, quem sabe, estar certas, pois<br />
levantavam problemas potenciais, expressados por representantes<br />
das consumidoras. Daí pra frente, cada um<br />
<strong>de</strong>cidia o que queria fazer. A Bombril, empresa familiar<br />
brasileira (portanto, livre das regras rígidas, comuns na<br />
comunicação <strong>de</strong> empresas multinacionais), tomou o risco<br />
e ganhou.<br />
É importante registrar que a “ousadia” consi<strong>de</strong>rada<br />
na ocasião, não tem nada parecido com o que se chamaria<br />
<strong>de</strong> ousado hoje. A proposta chega a ser ingênua.<br />
Por quê?<br />
Porque, como escrevi no início <strong>de</strong>sse texto, queríamos,<br />
em primeiro lugar, ser elogiados. Esse era o limite<br />
ético da nossa ousadia. O que mostra que há uma diferença<br />
importante no comportamento atual <strong>de</strong> agências<br />
e clientes com relação à aprovação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias.<br />
O embate entre proposta ousada e resistência precavida<br />
mudou. O conceito <strong>de</strong> sucesso também mudou. Eu<br />
sei, por exemplo, que jamais seria elogiado por lembrar<br />
que um sanduíche anunciado pelo Kid Bengala, ator pornô<br />
notório pelo tamanho <strong>de</strong> seu pênis, enorme como o<br />
sanduíche, não caberá na boca do consumidor.<br />
O cliente também sabe que não será elogiado. Não é,<br />
portanto, uma i<strong>de</strong>ia em busca <strong>de</strong> elogios, mas em busca<br />
<strong>de</strong> impacto e viralização.<br />
A próprio Burger King “confessa” isso na nota em<br />
que anuncia a retirada do filme do ar: “O BK sempre foi<br />
reconhecido por ser uma marca com uma comunicação<br />
mo<strong>de</strong>rna, bem-humorada e provocativa, que chama a<br />
atenção e cria conversas nas re<strong>de</strong>s sociais”.<br />
Argumento reforçado pela própria agência: “Conhecida<br />
por ser uma agência data-driven, a Jotacom sempre<br />
busca criar conversas e engajamento nas suas campanhas.”<br />
Como dá para perceber, gerar “conversas nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais” é o novo briefing.<br />
“O embate entre<br />
proposta ousada<br />
e resistência<br />
precavida mudou”<br />
34 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark
O prazo está<br />
acabando, mas<br />
veja o lado bom:<br />
se o ano não fosse<br />
bissexto, seria<br />
ainda menor.<br />
As inscrições para o maior e melhor prêmio do<br />
marketing brasileiro terminam dia 29 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>.<br />
Prepare seus melhores cases e inscreva correndo<br />
(se você visse como os troféus estão lindos, já teria<br />
inscrito só pra tentar ter um na sua estante!).<br />
Inscrições: marketingbest.com.br<br />
contato@marketingbest.com.br<br />
11 99425-7736