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ELMIA WOOD
Cobertura especial da
maior feira do mundo, na Suécia
NOVIDADES
Tecnologias futuristas
para colheita e transporte46 ENTREVISTA
Fernando Raga,
presidente da Corma
From Sweden
to the world
All about the manufacturer
of special bunks, Exte
Da Suécia
para o mundo
Tudo sobre a fabricante
de fueiros especiais Exte
SUMÁRIO
ANUNCIANTES
DA EDIÇÃO
Agroceres ................................................................... 76
Carrocerias Bachiega .............................................. 49
30
Copener Florestal ...................................................... 07
D’Antonio Equipamentos ..................................... 69
Denis Cimaf ................................................................... 05
Dinagro ........................................................................... 02
36
Exte ................................................................................... 25
Ferro Extra ..................................................................... 17
H Fort ................................................................................ 19
Heinnings ...................................................................... 53
56
Himev .............................................................................. 69
J de Souza ........................................................................ 51
Lignum ............................................................................ 73
Editorial
Cartas
Bastidores
Coluna Ivan Tomaselli
Notas
Alta e Baixa
Biomassa
Frases
Entrevista
Principal
Especial
Tecnologia
Esporte
Economia
Artigo
Agenda
Espaço Aberto
06
08
10
12
14
20
22
24
26
30
36
46
52
56
62
72
74
Liebherr Brasil ............................................................. 11
Lubeco ............................................................................ 71
Maxxi Forest ................................................................. 55
Mill Indústrias .............................................................. 61
Mill Indústrias .............................................................. 65
Potenza ........................................................................... 63
Raptor Florestal .......................................................... 09
Rossin .............................................................................. 59
Rotobec .......................................................................... 13
TMO ................................................................................. 75
Vantec ............................................................................. 23
Ventura Máquinas .................................................... 67
Wood Mizer .................................................................. 21
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EDITORIAL
Ano XIX - Edição n.º 187 - Julho 2017
Year XIX - Edition n.º 187 - July 2017
A Revista da Indústria Florestal / The Magazine for the Forest Product
36
ELMIA WOOD
Cobertura especial da
maior feira do mundo, na Suécia
NOVIDADES
Tecnologias futuristas
para colheita e transporte46 ENTREVISTA
Fernando Raga,
presidente da Corma
From Sweden
to the world
All about the manufacturer
of special bunks, Exte
EXPEDIENTE
JOTA COMUNICAÇÃO
Diretor Comercial / Commercial Director
Fábio Alexandre Machado
fabiomachado@revistareferencia.com.br
Diretor Executivo / Executive Director
Pedro Bartoski Jr
bartoski@revistareferencia.com.br
Diretora de Negócios / Business Director
Joseane Knop
joseane@jotacomunicacao.com.br
www.referenciaflorestal.com.br
Ano XIX • N°187 • Julho 2017
Da Suécia
para o mundo
Tudo sobre a fabricante
de fueiros especiais Exte
O caminhão carregado com toras,
equipado com fueiros da ExTe,
ilustra a capa desta edição
O MUNDO ESTÁ LÁ FORA
Quando você pensa que já viu tudo pode ter certeza que é porque não está saindo
tanto assim de casa. Para produzir esta edição viajamos até a Suécia e acompanhamos
mais uma edição da Elmia Wood, feira florestal que acontece a cada quatro
anos nas proximidades da cidade de Jököping. Se você é muito curioso os quatro dias
de evento é pouco, principalmente porque caiu um pé d´água durante boa parte do
tempo. Em duas reportagens especiais separamos o que mais nos chamou atenção
e temos certeza que vai te impressionar. Tudo sobre colheita, transporte, biomassa
e tecnologias bem diferentes. Aproveitando a onda internacional, conversamos com
o presidente da Associação Chilena de Madeira, Fernando Raga. Ele conta como o
setor florestal daquele país alcançou tanto desenvolvimento nos últimos anos e até
como uma coruja nos (EUA Estados Unidos da América) ajudou na exportação de
produtos acabados. Desejamos uma excelente leitura!
JOTA EDITORA
Diretor Comercial / Commercial Director
Fábio Alexandre Machado
fabiomachado@revistareferencia.com.br
Diretor Executivo / Executive Director
Pedro Bartoski Jr
bartoski@revistareferencia.com.br
Redação / Writing
Rafael Macedo - Editor
editor@revistareferencia.com.br
jornalismo@revistareferencia.com.br
Colunista
Ivan Tomaselli
Depto. de Criação / Graphic Design
Fabiana Tokarski - Supervisão
Fabiano Mendes
Fernanda Maier
criacao@revistareferencia.com.br
Tradução / Translation
John Wood Moore
Cartunista / Cartunist
Francis Ortolan
Colaboreadores / Colaborators
Fotógrafos: Mauricio de Paula
Depto. Comercial / Sales Departament
Gerson Penkal
Wanderley Ferreira
comercial@revistareferencia.com.br
fone: +55 (41) 3333-1023
Depto. de Assinaturas / Subscription
assinatura@revistareferencia.com.br
THE WORLD IS OUT THERE
When you think that you’ve seen everything, you can be sure that it's because you're not
getting out of the house very much. To produce this issue, we travelled to Sweden to attend another
Elmia Wood, a trade fair aimed at the Forest Sector that takes place every four years, near
the town of Jököping. For those who were very curious, there was little time during the four-day
event to accompany everything, mainly because it rained heavily for most of the time. In two
special features, we separated out that which got our most attention and we are sure they will
impress you. Everything about harvesting, transport, biomass and very different technologies.
Taking advantage of the international wave, we talked with Fernando Raga, President of the
Corporación Chilena de la Madera (Corma - Chilean Timber Association). He tells how the Forest
Sector in his Country has developed so much in recent years and even how an owl in the United
States helped in the export of finished products. We hope you have pleasant reading!
06 www.referenciaflorestal.com.br
ASSINATURAS
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A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,
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ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos
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direitos autorais, exceto para fins didáticos.
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication
directed at the producers and consumers of the good and services of the
lumberz industry, research institutions, university students, governmental
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself
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signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited
without the written authorization of the holders of the authorial rights.
Marcus Masson,
gerente de Pesquisa & Desenvolvimento Florestal da BSC
A GENTE
NÃO PARA
DE CRESCER.
NEM VOCÊ!
A Copener Florestal, pertencente à Bracell Limited, integra o Royal Golden Eagle (RGE), um
grande grupo de empresas de classe mundial focadas na indústria de manufaturas e com atuação
nos setores de celulose e papel, óleo de palma, fibras de viscose e energia. Nossas atividades
estão espalhadas por diversos países do mundo e as nossas empresas não param de
crescer, assim como também os nossos talentos.
A Copener desenvolve suas atividades em 150 mil hectares de terras na região do Litoral Norte
e Agreste da Bahia, para abastecer a fábrica da Bahia Specialty Cellulose, em Camaçari
(BA), posicionada entre os líderes mundiais em produção de celulose para especialidades.
Para continuar crescendo, ela tem investido na melhoria contínua dos seus processos e na
atração de profissionais com larga experiência em desenvolver novas tecnologias.
Se você é engenheiro florestal, com experiência em Pesquisa, Planejamento, Viveiro, Silvicultura
ou Colheita, tem ideias inovadoras e interesse em trabalhar em um ambiente desafiador e repleto
de oportunidades de crescimento no Brasil e no exterior, venha fazer parte do nosso time e
participar dos nossos próximos desafios! Assim como nossas atividades, nossas oportunidades
também estão espalhadas por diversos países do mundo, nas empresas do grupo RGE.
Você se identificou com as nossas oportunidades?
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CARTAS
A Revista da Indústria Florestal / The Magazine for the Forest Product
www.referenciaflorestal.com.br
Ano XIX • N°185 N°186 • Maio Junho 2017
PRAGA NA
CALIFÓRNIA
46
Besouro está devastando florestas
INTERNACIONAL
Destaques da Ligna, 54 ENTREVISTA
Wagner Itria Jr., gestor de
feira alemã
florestas plantadas da Amata
Mais do que commodities
Indústria florestal busca escala e variedade de produtos acabados
INTERNACIONAL
Capa da Edição 186 da
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,
mês de junho de 2017
ESPECIALISTA
Por Márcio Almeida,
Blumenau (SC)
Minha parte
favorita na Revista
é a Entrevista.
Gosto de saber
como os grandes
se mantêm em pé
mesmo com tamanha crise.
Imagem: divulgação
Por Joel Cardoso, Ji-Paraná (RO)
Estou ansioso pela cobertura da Elmia Wood anunciada
na edição anterior. Essa feira é imbatível em novidades e
inovações para o setor florestal. Quero ver o que vem por aí.
VILÃOS
Por Julia Faria, São
José dos Pinhais (PR)
Foto: REFERÊNCIA
Impressionante
os dados sobre o
besouro da casca.
Como insetos tão
pequenos podem
dizimar florestas
imensas? Tragam
sempre reportagens
mostrando quem são esses pequenos
vilões das florestas e como combatê-los.
Foto: divulgação
FANPAGE
Por Paulo Moreira,
Sinop (MT)
Acompanho o
Facebook da
FLORESTAL e gosto
muito da dinâmica
da página, sempre
com novidades,
fotos e vídeos.
Imagem: reprodução
ELOGIO
Por Mauro Murata,
Curitiba (PR)
Parabéns a
toda equipe da
REFERÊNCIA
FLORESTAL
por sempre trazer notícias
relevantes para o nosso segmento.
Continuem desenvolvendo este trabalho sério e de
muita responsabilidade para o setor.
Imagem: divulgação
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.
E-mails, críticas e
sugestões podem ser
enviados para redação
revistareferencia@revistareferencia.com.br
Mande sua opinião sobre a Revista do
Setor Florestal ou a respeito de reportagem
produzida pelo veículo.
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BASTIDORES
CHARGE
Charge: Francis Ortolan
REVISTA
No mês passado viajamos para a Suécia para acompanhar tudo que aconteceu na Elmia Wood
2017 e também para conhecer a fábrica da ExTe, fabricante de fueiros. Em nosso retorno para
casa foi a nossa vez de receber visitas importantes do time de marketing da Komatsu Forest
Brasil. Além disto, vistamos à sede da Equilíbrio Proteção Florestal em Piracicaba (SP).
Foto: REFERÊNCIA
Foto: REFERÊNCIA
Foto: REFERÊNCIA
Kjell Jonsson, presidente da ExTe, Olle
Melin, da Emex Brasil, Per Jonasson, do
departamento de Vendas da Exte, Marcelo
Aurélio Barbosa, da Fibria, Marcelo Claus,
consultor, e Philip Appelsved, representante
da Multidocker
Fábio Machado, diretor comercial do GRUPO
JOTA, Karla Bernardes, do departamento de
marketing da Komatsu Forest Brasil, Joseane
Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA
e Lonard dos Santos, diretor de marketing da
Komatsu Forest Brasil
Gerson Penkal, do
departamento comercial do
GRUPO JOTA, e Alberto Jorge
Laranjeiro, diretor da Equilíbrio
Proteção Florestal
10
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Viva o Progresso.
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COLUNA
Foto: divulgação
Ivan Tomaselli
Diretor-presidente da Stcp
Engenharia de Projetos Ltda
Contato: itomaselli@stcp.com.br
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE
PRODUTOS DE MADEIRA SÓLIDA
Exportações brasileiras de produtos de madeira sólida
C
om a globalização, o mercado internacional se tornou
mais importante e, cada vez mais, exportar faz parte
dos planos de expansão das empresas. Para participar
do mercado global as empresas necessitam ser competitivas, e
aquelas que desejam se manter no mercado internacional, e/
ou ganhar maior participação, necessitam estar preparadas para
investir continuamente e aumentar cada vez mais a produtividade.
Embora o mais importante para ser competitivo seja a produtividade
da própria operação, existem outros fatores importantes,
e muitos deles podem não depender das operações diretas das
empresas. Entre eles estão fatores como: taxa de juros, inflação,
impostos, infraestrutura, legislação trabalhista e ambiental,
e outros que podem gerar custos adicionais, e que afetam a
competitividade. O setor florestal brasileiro tem exemplos de
segmentos com aumentos contínuos na participação no mercado
internacional, de segmentos com maior volatilidade ou até com
tendência de declínio nas exportações.
Um exemplo de sucesso no mercado internacional, com o
ganho contínuo de novas participações, é o caso da celulose. O
Brasil é atualmente o terceiro maior produtor mundial de celulose,
e como resultado da competitividade deste segmento é líder na
exportação mundial de celulose de eucalipto. De 2006 a 2016 as
exportações de celulose passaram de 6,2 para 13,5 milhões de
t (toneladas).
A figura mostra a evolução das exportações brasileiras de
produtos selecionados de madeira sólida, incluindo compensado
e madeira serrada, baseados em madeira tropical e pinus nos últimos
10 anos. As tendências, neste caso, são diferentes. A madeira
serrada tropical apresentou, nos últimos 10 anos, uma redução
de mais de quase 80%, passando de 1,8 milhões de m³ (metros
cúbicos) para 400 mil m³. No mesmo período o compensado
tropical reduziu mais de 90%, e em 2016 foi exportado menos
que 20 mil m³. As exportações de compensado e de madeira
serrada de pinus também sofreram uma redução nos primeiros
anos da série apresentada, mas, nos últimos cinco anos, o volume
exportado voltou a crescer.
A razão principal, frequentemente mencionada para o declínio
das exportações de produtos de madeira sólida, foi o desajuste
da taxa cambial. Outro fator seria a forte demanda do mercado
nacional. No entanto isto não ocorreu no caso da celulose, cujas
exportações cresceram continuamente no mesmo período.
Na realidade a análise aponta que existem outros fatores
afetando a competitividade do segmento de produtos de madeira
sólida no mercado internacional, particularmente no caso de
produtos de madeira tropical. A falta de uma política nacional de
apoio à produção sustentada de madeira tropical, e os crescentes
custos de transação estão entre os fatores limitantes. A criação
das concessões florestais, que ocorreu dez anos atrás, faz hoje
parte do desastre, e o aumento esperado na produção sustentada
de madeira tropical não ocorreu. A perspectiva é no melhor dos
casos, uma estabilidade nas exportações de produtos de madeira
sólida de origem tropical, embora o Brasil seja o detentor da
maior floresta tropical do planeta. Os investimentos no ganho de
produtividade da indústria de madeira sólida baseada em plantios
determinarão, para este segmento a possibilidade de ganhar
maior participação no mercado internacional.
2500
2000
1500
1000
500
0
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS (1.000 m3)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Est.
2017
COMP. TROPICAL SERR. TROPICAL COMP. PINUS SERR. PINUS
O Brasil é atualmente o terceiro
maior produtor mundial de
celulose, e como resultado da
competitividade deste segmento
é líder na exportação mundial de
celulose de eucalipto
12
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MAIS ROBUSTEZ E PRODUTIVIDADE PARA O CARREGAMENTO NO CAMPO.
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PRODUTIVIDADE com a garra mais robusta do mercado.
As novas GARRAS PARA FORWARDERS DA ROTOBEC são decorrentes
de aprimoramentos de quem está há mais de 40 anos no setor florestal
mundial. Construídas com aços especiais de alta resistência mecânica e
à abrasão, proporcionam uma grande abertura que abraça a pilha e com
facilidade e rapidez, rolam as toras para dentro da garra no seu fechamento.
Esta operação eficaz só é possível devido aos insuperáveis CILINDROS DA
ROTOBEC, com extrema força de fechamento e baixíssima manutenção.
Por que se contentar com algo, mas se não com o melhor?
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NOTAS
PESQUISADOR
DO ANO
Foto: divulgação
O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologia, Dario Grattapaglia, recebeu
o prêmio internacional: Forest Biotechnologist
of the Year; de 2016 durante a Conferência da
União Internacional de Organizações de Pesquisa
Florestal (Iufro Tree Biotechnology), realizada
em junho na cidade de Concepción (Chile). Dario
foi selecionado entre dezenas de pesquisadores
de destaque mundial na área de biotecnologia
florestal, especialmente pela produção científica
internacionalmente reconhecida e o impacto das
pesquisas que desenvolve em prol da sustentabilidade nessa área. Contaram também como critérios de escolha a dedicação
em promover a ciência, capacidade de diálogo e liderança científica. O Iufro Tree Biotechnology é o evento
mais importante do mundo na área de biotecnologia florestal, promovido há mais de 20 anos pela União Internacional
de Organizações de Pesquisa Florestal. O prêmio foi instituído em 2009 pelo IFB (Institute of Forest Biosciences), uma
organização não governamental com sede nos EUA (Estados Unidos da América), dedicada a promover o diálogo sobre
o uso responsável da biotecnologia na área florestal por meio de ações científicas e sociais na busca do uso sustentável
das florestas para o futuro.
FSC ONLINE
O FSC acaba de disponibilizar em português
a plataforma Info, uma base de dados
de todos os empreendimentos certificados
no mundo. Além de confirmar a veracidade,
é possível checar a validade e o escopo da
certificação, os relatórios de auditoria e as
informações de contato. A busca pode ser,
entre outras formas, pelo nome da empresa,
número de licença, localidade ou inclusive,
pela categoria de produtos, como celulose,
papel, cortiça, borracha, madeira sólida, lâminas e laminados. "Com este avanço, além de darmos muito mais transparência
– e credibilidade ao processo -, fica mais fácil encontrar organizações e produtos certificados pelo FSC, o que ajuda a
aquecer o mercado de produtos certificados", diz Aline Tristão, diretora executiva do FSC Brasil. No momento, essa base
está disponível em sete idiomas: inglês, espanhol, italiano, chinês, japonês, alemão e agora em português (BR). Não só os
brasileiros, como outros falantes do idioma no mundo todo, terão acesso facilitado a esse banco de informações.
Imagem: reprodução
14
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FÓRMULA
TRUCK
Foto: divulgação
Após pesquisas e estudos, a Unidade
da Fibria em Três Lagoas (MS)
implantou um mecanismo físico chamado
de defletores de ar e também
uma ferramenta tecnológica que reduz
os impactos ambientais e eleva a eficiência
operacional na área da logística
florestal, chamado Salvador. Os defletores
de ar, também conhecidos como
aerofólio, são utilizados para canalizar
o ar em torno do veículo e torná-lo o mais aerodinâmico possível. Esse equipamento está presente em 100% da frota
de carretas que trabalham com o transporte da madeira na unidade de Mato Grosso do Sul. Já o dispositivo eletrônico
conhecido como Salvador é uma nova ferramenta que auxilia na gestão da direção dos condutores de carretas que trabalham
com o transporte da madeira. O aparelho, que está em fase de implantação, é acoplado ao veículo e analisa velocidade,
rotação por minuto e a realização das frenagens do motorista. Com essa análise são feitos ajustes e, automaticamente,
reduzido o giro do motor, o que resulta em economia de 7% a 20% do consumo do combustível. O objetivo é que,
até o final do ano, 100% da frota utilize essa tecnologia. Atualmente, 20% dos veículos contam com essa ferramenta.
EUCALIPTO NA
PALMA DA MÃO
Diferentemente de culturas agrícolas, as florestas
não possuem sistemas de produção fixos. Cada povoamento
exige um manejo específico, que envolve
tratamentos variados como desbastes de diferentes
tipos, intensidades e épocas, e variações na idade do
corte final. O software SIS Eucalipto descreve como a
floresta cresce e produz, conforme os regimes de manejo
que o próprio usuário indica. Os usuários podem
testar pelos softwares, para as espécies Eucalyptus
grandis, Eucalyptus urograndis e Eucalyptus dunnii, e
para cada condição de clima e solo, todas as opções
de manejo da floresta, fazer prognoses de produções presente e futura, efetuar análises econômicas e, depois, optar pela
melhor alternativa de manejo. O software fica instalado no computador do usuário, e as informações são disponibilizadas
via consulta em tela e por emissão de relatórios. Além disso, informações sobre Sistemas de Produção desenvolvidos pela
Embrapa Florestas para eucalipto podem ser acessados diretamente ou por links nos softwares.
Foto: arquivo
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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NOTAS
CENTRO DE
TECNOLOGIA
Foto: REFERÊNCIA
A Klabin inaugurou seu Centro de Tecnologia,
em Telêmaco Borba (PR). O novo Centro
completa a integração das frentes de pesquisa
e desenvolvimento das áreas de negócio da
companhia, estratégia adotada para introduzir
uma visão global e unificada, de alta complexidade.
Com laboratórios capazes de produzir
uma gama diversa de produtos de base florestal
e realizar simulações das linhas de produção das
fábricas, o Centro busca antecipar tendências e
criar novas tecnologias e aplicações sustentáveis.
Sua construção integra um plano de investimento
em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de R$ 70 milhões em três anos (até 2017), que inclui, ainda, a compra de
equipamentos, a atualização dos laboratórios de pesquisa florestal e a formação e contratação de técnicos e pesquisadores. O
Centro de Tecnologia Klabin se dedicará a cinco rotas de pesquisa: qualidade da madeira; desenvolvimento de novos produtos
e aplicações - celulose; desenvolvimento de novos produtos e aplicações - papéis para embalagem; novas rotas tecnológicas
com base florestal; e meio ambiente e sustentabilidade.
PROJETO
PROINDUS
Uma parceria entre a Ufpr (Universidade Federal do Paraná),
Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e Bndes (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que
será viabilizado com os recursos do Fundo Amazônia, vai contribuir
com soluções tecnológicas para agregar valor e maior
eficiência aos processos de produção de móveis e artefatos de
madeira oriundos de fontes sustentáveis da floresta amazônica.
Trata-se de um conjunto de ações de pesquisa e desenvolvimento
de tecnologias de produção nos Arranjos Produtivos
Locais de madeira-móveis, que garantam a melhoria no design
e avanços nos processos de industrialização dos recursos
de origem florestal. O que contribuirá para o desenvolvimento
econômico e a inclusão social de comunidades rurais localizadas
na Região Metropolitana de Manaus (AM). O Proindus
terá a duração de cinco anos.
Foto: divulgação
16
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NOTAS
NITROGÊNIO
PARA EUCALIPTO
Foto: arquivo
Plantar leguminosas em consórcio com eucalipto elimina
a necessidade de aplicação de adubo nitrogenado. Foi o
que demonstrou estudo conduzido no campo experimental
da Embrapa Agrobiologia (RJ). Os cientistas analisaram o
impacto da leguminosa arbórea Acacia mangium na plantação
de florestas de eucalipto. A produção de madeira foi
similar à obtida com o monocultivo que recebeu adubação.
A economia com fertilizantes foi em torno de R$ 500 por ha
(hectare), considerando uma aplicação de 100 Kg (quilogramas)
de nitrogênio por ha nos plantios. A pesquisa comparou
quatro tipos de manejo ao longo de seis anos: monocultivo
de eucalipto tradicional com uso de adubo nitrogenado,
semelhante a 99% dos plantios do país; monocultivo de eucalipto, mas sem uso de adubo nitrogenado e dois consórcios de
eucalipto com a Acacia mangium sem uso de adubo nitrogenado, porém com variação na densidade de plantas por hectare.
“Logo nos primeiros anos do experimento, percebemos os benefícios da leguminosa sobre o crescimento do eucalipto, que
evoluía tão bem quanto na área adubada”, relata Guilherme Chaer, pesquisador da Embrapa e um dos responsáveis pelo estudo.
ILPF AJUDA A
INCREMENTAR
CARBONO AO SOLO
Os sistemas de cultivos que aliam grãos, forrageiras e árvores
na região de transição cerrado-amazônia podem armazenar, no
primeiro 1 m (metro) de camada do solo, 16% a mais de carbono
que áreas onde apenas a pecuária extensiva está presente. Isso
representa 18 t (toneladas) a mais de carbono por ha (hectare),
retidas no solo na forma de matéria orgânica. Esse é o resultado
de pesquisa realizada pela Embrapa que aponta uma função
importante da Ilpf (Integração lavoura, pecuária e floresta) para
minimizar a mudança global do clima e contribuir para os serviços
ambientais da produção. O estudo da Embrapa foi conduzido na Fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte (MT), e envolveu
áreas de consórcio entre eucalipto e rotação soja, arroz de terras altas e braquiária em comparação com ambiente
onde só havia pasto em estado de degradação. Os resultados mostraram que o sistema Ilpf pode ser uma estratégia eficiente
para acumular carbono no solo e assim contribuir para a recuperação de pastagens degradadas.
Foto: Katia Tapejara
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ALTA E BAIXA
VAMOS PLANTAR
Estímulo ao plantio da araucária. Esta é uma das mensagens do livro que acaba de ser lançado fruto da
parceria de Ivar Wendling, pesquisador da Embrapa Florestas e Flávio Zanette, professor da Ufpr (Universidade
Federal do Paraná). "A araucária é uma espécie única, e cada vez mais descobrimos coisas
novas sobre ela. Precisamos valorizá-la, pois está esquecida”, destaca Ivar. A publicação Araucária:
particularidades, propagação e manejo de plantio pode ser baixada gratuitamente pelo site www.
embrapa.br
ALTA
FLORESTA URBANA
Em uma região montanhosa ao norte de Liuzhou (China), será implementada uma cidade literalmente
florestal. Os escritórios, casas, hotéis, hospitais e escolas serão inteiramente cobertos por plantas e
árvores. A previsão é que a nova cidade seja concluída até 2020. O município vai abrigar 30 mil pessoas
e absorverá quase 10 mil t (toneladas) de CO2 (Gás Carbônico) e 57 t de poluentes por ano. A Liuzhou
Forest City será composto por 40 mil árvores e quase 1 milhão de plantas de mais de 100 espécies.
MAIS INCENTIVO, MENOS RESTRIÇÃO
O corte indiscriminado de araucária ocorrido no início do século XX quase a levou à extinção. Por outro
lado, o excesso de restrições levantadas contra o uso da madeira de araucária tornou-a uma espécie intocável,
o que não garante a conservação de forma adequada. O Iffsc (Inventário Florestal Florístico de Santa
Catarina) indicou que a Floresta de Araucária originalmente cobria 43 mil km² (quilômetros quadrados), e
que, em 2013, seus remanescentes compreendiam apenas 24% deste total, ou mais de 10 mil km².
BAIXA
PORTUGAL EM CHAMAS
Um incêndio florestal alcançou proporções gigantescas e foi responsável por 64 mortes
no vilarejo de Pedrógão Grande (Portugal). A ministra de Administração Interna do país,
Constança Urbano de Souza, se apressou em dizer que a causa foi um raio, mas esta versão
foi contestada pelo chefe dos bombeiros, Jaime Marta Soares, que acredita que as chamas tiveram
início por ação criminosa. Independente da causa, a reação das autoridades portuguesas
foi lenta e mal coordenada, o que colaborou para que a perda de vidas fosse tão grande.
20
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TRITURAÇÃO
FLORESTAL
Modelo de picador WC2500TX que acaba de ser
lançado pela Vermeer no Brasil
O
diretor da Vermeer América
Latina, Herbert Waldhuetter,
proferiu palestra durante o
Congresso Internacional de Biomassa
(Cibio-2017), realizado em Curitiba (PR).
O tema foi Sistemas para Trituração Florestal.
De maneira didática, o executivo
apontou os equipamentos mais indicados
para cada operação e a diferença
básica entre eles. Os tipos de cavacos e
a utilização dos trituradores com uso de faca ou martelo no equipamento, também tiveram espaço na palestra. Segundo
Herbert o martelo em trituradores não é a preferência do mercado brasileiro, porém é uma alternativa muito interessante,
principalmente por ter menor custo se comparado com o sistema de corte por facas. Outras tendências apontadas
foram a saída de cena dos equipamentos rebocáveis sendo substituídos pelos autopropelidos, assim como o uso de
equipamentos que consigam granulometrias diferentes no corte do cavaco com o mesmo rotor. "É importante mostrar
as ferramentas disponíveis no mercado para superarmos um grande desafio, que é conseguir processos com a mesma
eficiência que é feita a colheita", afirmou.
Waldhuetter deu destaque ao novo picador de árvores WC2500TX que a Vermeer está lançando no mercado nacional.
É um equipamento compacto que foi desenvolvido a partir das necessidades dos clientes, especialmente do mercado
brasileiro que necessitava de um produto robusto, mas que tivesse mobilidade. "Essa mobilidade é um dos grandes diferenciais
da WC2500TX", afirmou. Outras características que chamam atenção no novo picador WC2500TX é sua capacidade
de processar árvores ou toras de até 58 cm de diâmetro. A tecnologia aplicada ao novo rotor de corte traz um novo
conceito e também possibilita a flexibilidade de granulometrias permitindo, com o mesmo rotor, produzir do microcavaco
(5mm) ao cavaco convencional (50mm). "São 8 variações de tamanho de cavaco, abrangendo as necessidades do mercado
brasileiro", explicou.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Herbert Waldhuetter, Maicon Paust, Thiago Marcon e
Eder Fabbro, reunidos no estande da Vermeer no Cibio/
Expobiomassa, em Curitiba (PR)
O palestrante falou dos tipos de cavacos e a
utilização dos trituradores com faca e martelo
Foto: REFERÊNCIA
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FRASES
O site tem ficado mais fora do ar do que
funcionando. Isso impossibilita aos empresários
carregar caminhão, emitir as guias florestais e
notas fiscais
Vamos começar
negociações para
reentrar no Acordo
de Paris ou numa
nova transação que
seja mais justa
José Eduardo Pinto, presidente do Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e
Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), sobre problemas com a
burocracia do Ibama em audiência com o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho
Nossa economia é movida pela indústria
que precisa de insumos industriais. Então, o
setor florestal participa muito pouco da nossa
economia
Elane Conceição de Oliveira, professora da UEA (Universidade do Estado do
Amazonas) ao avaliar a queda na economia do Amazonas
Presidente norte-americano,
Donald Trump ao retirar os
EUA (Estados Unidos da
América) do Acordo
do Clima
A biomassa tem sido o parente pobre da política
energética renovável portuguesa
Declarou o ex-ministro da Indústria e Energia de Portugal, Luís Mira Amaral,
ressaltando que o combustível é um recurso renovável, com a vantagem de não
ser intermitente como a solar e a eólica
Nossas contas estão baseadas nas taxas.
O resultado do desmatamento é o que importa
Foto: divulgação
Disse o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Vidal Helgeser, ao anunciar
que o corte de R$ 196 milhões para o Fundo da Amazônia pode ser revisto
caso o Brasil mostre resultados no combate ao desmatamento
24
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ENTREVISTA
Foto: divulgação
Fernando Raga
LOCAL DE NASCIMENTO
Sevilha (Espanha), em julho de 1950
Seville (Spain), July, 1950
ATIVIDADE/ ACTIVITY:
Presidente da Associação Chilena de Madeira
President, Corporación Chilena de la Madera (Corma - Chilean Timber Association)
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:
Engenharia Civil pela Universidade do Chile
Civil Engineering, University of Chile
O
Chile é um dos concorrentes do Brasil em diversos produtos
de madeira acabados. Por outro lado, é também
um grande mercado, tanto para equipamentos quanto
para manufaturas. O país, com pouco mais de 756 milhões mil m²
(metros quadrados) de extensão territorial, possui 2,5 milhões de
ha (hectares) de plantios florestais que produzem anualmente 43
milhões de m³ (metros cúbicos) de madeira em toras. Eles atuam
nos principais mercados mundiais e trabalham fortemente para
a promoção de seus produtos. Conversamos com Fernando Raga,
presidente da Associação Chilena de Madeira, que nos conta como
o país estruturou o setor florestal, os planos para os próximos
17 anos e como uma coruja deu um empurrãozinho para nossos
vizinhos se fortalecerem e conquistarem os EUA (Estados Unidos
da América) e Europa.
O voo da coruja
The flight of an owl
C
hile is one of Brazil’s competitors for various finished forest
products. On the other hand, it is also a big market
for both equipment and machinery. The Country, with
just over 756 million km² in extension, has 2.5 million hectares
(ha) of planted forest that produce 43 million m³ annually of timber
logs. It exports to the major world markets and works very
much to promote its products worldwide. We talked with Fernando
Raga, President of the Corporación Chilena de la Madera
(Corma), who tells us how the Country has structured its Forest
Sector, its plans for the next 17 years, and how an owl helped
our neighbors strengthen their position in the USA and Europe.
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Quais são as principais espécies plantadas no país e onde se
encontram as maiores áreas florestais? Qual a participação
das nativas para a indústria?
As principais espécies plantadas são o Pinus radiata e os
eucaliptos, principalmente das espécies globulus e nitens. O
Chile conta com 1,4 milhão de ha de pinus e 841 mil ha de
eucalipto. Os principais núcleos de plantios se estendem de
norte a sul nas regiões de Ohiggins, Maule, Bio Bio e Los Ríos.
Apesar do país contar com 13,6 milhões de ha de florestas
nativas, sua participação na indústria é muito pequena, na
ordem de 400 mil m³ de toras ao ano. Embora exista um
consumo informal significativo de madeira extraída destas
florestas.
Qual é a rotação florestal no país?
O abastecimento industrial está concentrado no Pinus radiata,
com rotações de 18 a 25 anos, já o Eucalyptus globus tem
rotações de 9 a 12 anos e o nitens, 12 a 14 anos. Este tempo
médio da última espécie se deve principalmente pela busca
por qualidade de fibra. Os produtos de madeira sólida são
gerados a partir do pinus, já o eucalipto é dedicado, quase
em sua totalidade, para a produção de fibra.
De que maneira o mercado florestal está organizado no país
de forma a suprir as demandas?
Não existe um plano diretor para o setor. O que houve foram
leis de fomento florestal, desde 1931 até 2012 que promoveram
o plantio florestal em terras não aptas para agricultura,
nas quais a seleção de espécies e localização foi decisão das
empresas orientadas pelos mercados. Em 2015, foi desenvolvida
uma política florestal nacional, com participação ampla
de stakeholders para orientar esforços de desenvolvimento
econômico, social e ambiental do setor para o futuro com
uma visão de Estado, que transcenda períodos das gestões
governamentais.
Como se deu este processo de escolha por espécies e
localização?
Cada empresa ou reflorestador define seus plantios levando
em conta a aptidão de seus terrenos, logística, valores de
mercado dos produtos finais e a localização das indústrias.
Mas também as indústrias se instalam em zonas que permitam
seu abastecimento. Tudo isto, naturalmente, dentro
do que estabelecem os marcos legais da legislação chilena.
Quais são as maiores dificuldades para o crescimento do
setor?
Os crescentes custos, a dificuldade para expandir por causa
da menor disponibilidade de solos, os conflitos locais e
incêndios florestais.
E as grandes vantagens competitivas do país?
O Chile tem plantios com rendimentos superiores a outros
What are the main planted species in the Country and
where are the largest forest areas? What is the share of
native species being processed by industry?
The main planted species are Pinus radiata and eucalyptus,
mostly of the globulus and nitens species. Chile has 1.4
million ha of pine and 841,000 ha of eucalyptus. The main
plantation centers stretch from the North to the South, in
the O’higgins, Maule, Biobio and Los Ríos Regions. In spite
of the Country having over 13.6 million ha of native forest,
its participation is very small in the forest product industry,
on the order of 400 thousand m³ of logs per year. However,
there is a significant informal consumption of the timber being
harvested from these forests.
What is the forest rotation in the Country?
Industrial supply is concentrated on Pinus radiata, with an
18 to 25-year rotation, while Eucalyptus globus has a 9 to
12-year rotation and Eucalyptus nitens a 12 to14-year rotation.
This longer cycle for the latter species is mainly due to
fiber quality. Solid wood products are generated from pine,
while eucalyptus is almost all dedicated to the production
of fiber.
In what way is the forest market organized in the Country
in order to meet the demand?
There is no master plan for the Sector. What has happened
was a series of forest laws from 1931 until 2012, which promoted
forest planting on land not suitable for agriculture, in
which species selection and location was a corporate decision
based on markets. In 2015, a National Forestry Policy
was developed, with broad participation from stakeholders
to guide efforts in economic, social and environmental development
in the Sector for the future, with a vision that
transcended periods of government administrations.
How does this affect the choice of species and location?
Each forest product company or replanter defines its plantings,
taking into account the ability of the land, logistics,
market values of the final products, and industrial location.
But also, industries are set up in areas that have the necessary
supply conditions. All this, of course, within the legal
milestones laid out in Chilean legislation.
What are the major difficulties for the Sector's growth?
Escalating costs, expansion difficulties due to the lower
availability of land, local conflicts and forest fires.
And the Country’s large competitive advantage?
Chile has plantations with yields higher than other countries
in the world (Pinus radiata grows 20 m³/ha.year and Eucalyptus
nitens 40 m³/ha.year). In general the Country has
good access to ports, competent and experienced personnel,
a broad and developed sales and logistics network, and
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
27
ENTREVISTA
países do mundo (Pinus radiata cresce 20 m³/ha.ano e o Eucaliptus
nitens 40 m³/ha.ano). Em geral o país tem bons acessos
aos portos, pessoal capacitado e experiente, uma vasta e
desenvolvida rede comercial e logística e uma segurança
institucional que permite desenvolver as atividades com
níveis razoáveis de risco, salvo em alguns setores afetados
por conflitos com comunidades.
O Chile é bastante montanhoso, como as empresas alcançam
competitividade na colheita nos plantios em terrenos
irregulares?
Realmente o Chile é mais montanhoso que, por exemplo,
Brasil ou Argentina, e os custos da colheita são consequentemente
mais altos. Porém, existem outros fatores da cadeia
de valor como a proximidade dos portos - que são muito
eficientes -, e a logística dos mercados que contribuem para
manter a competitividade razoável, claro que ainda existem
muitos aspectos que podemos melhorar.
Qual o nível de mecanização na colheita e no preparo do
solo? O que considera ideal?
As principais empresas do país contam com tecnologia e conhecimento
relativos à preparação do solo. Elas também têm
acesso aos equipamentos adequados para cada realidade
local. Além disto, a possibilidade de contar com o apoio dos
prestadores de serviços colocam esta tecnologia ao alcance
dos silvicultores menores, que se beneficiam da mecanização.
É difícil definir de fora se a situação é a ideal ou não, já que
cabe a cada empresa as decisões que o silvicultor toma em
face ao mercado. Penso que, no geral, isto conduz a uma
matriz de decisões mais eficiente.
É verdade que a grande virada no setor florestal chileno
começou há 20 anos depois que o país realizou um forte
trabalho de divulgação dos produtos madeireiros acabados
para a Europa?
Não se pode considerar somente uma grande virada. Os
mercados de madeira sólida têm se desenvolvido devido
a um trabalho de muitos anos. Em se tratando de marcos,
foi muito importante, por exemplo, o caso da proibição do
corte de madeira no noroeste dos EUA por causa da lei de
proteção à Spotted Owl (coruja-pintada), no início dos anos
90, que gerou espaço para abrir o mercado norte-americano
para os produtos de Pinus radiata. O crescimento do Chile
como produtor de compensado estrutural com face livre de
an institutional security that allows one to carry out activities
with a reasonable degree of risk, except in some areas
affected by community conflicts.
Chile is quite mountainous, how do companies achieve
competitiveness in harvesting forest plantations on uneven
terrain?
Actually, Chile is hillier than, for example, Brazil or Argentina,
and harvesting costs are consequently higher. However,
there are other value factors that the chain has, such
as proximity to ports – which are very efficient – and market
logistics that contribute to maintaining reasonable competitiveness;
of course, there are still many ways that we could
improve.
What is the level of mechanization in harvesting and soil
preparation? What level do you consider ideal?
The major companies in the Country rely on technology and
knowledge relative to soil preparation. They also have access
to the appropriate equipment for each local reality.
Furthermore, the possibility of counting on the support of
the service providers has put this technology within reach
of the smaller forest producers who thus also benefit from
mechanization. It is difficult to set out if the situation is right
or not, since the decisions are up to each forest producer,
which are taken in relation to the market. I think, in general,
this leads to variety of more efficient decisions.
Is it true that the big turnaround in the Chilean Forest Sector
began 20 years ago, after the Country carried out a
large publicity program for Chilean finished wood products
in Europe?
You can’t say that it was the only thing that caused a turnaround.
Solid wood markets were developed due to the
work taken over many years. As to milestones, for example,
the case for the prohibition of felling trees in the American
Northwest at the beginning of the 90’s, because of the
law for the protection of the Spotted Owl, was very important,
leading to the opening of space in the US market for
Pinus radiata products. The growth of Chile as a producer
of structural plywood with one side free from knots for the
American market, subsequently led to access to European
markets. Despite being a major milestone, the program was
only a part of much work in opening markets and product
development.
"O Chile tem plantios com rendimentos superiores a outros
países do mundo: Pinus radiata cresce 20 m³/ha.ano e o
Eucaliptus nitens 40 m³/ha.ano"
28
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"Dar mais valor agregado é sempre atrativo, mas deve-se
analisar as vantagens que o país possui em cada etapa da
cadeia de valor"
nós também teve como objetivo principal o mercado norte-
-americano e com resultado colateral permitiu o acesso aos
mercados da Europa. Apesar de ser um marco importante
faz parte de um longo trabalho de abertura de mercado de
desenvolvimento de produtos.
Quais são os principais produtos e os mercados mais importantes?
O principal produto exportado pelo Chile é a celulose, que
ocupa aproximadamente a metade de todos os produtos madeireiros
vendidos ao exterior. Em seguida vêm as madeiras
serradas, as chapas de compensado e produtos acabados. As
madeiras sólidas são exportadas principalmente para os EUA
(molduras, compensados, madeira laminada colada...), para
Holanda (madeira serrada e compensado), China (madeira
serrada) e México (madeira serrada e madeira laminada
colada). Na somatória dos produtos, os principais mercados
são China, EUA, Japão, Coreia do Sul e México.
Qual o caminho para ampliar o mercado de madeira?
Dar mais valor agregado é sempre atrativo, mas deve-se
analisar as vantagens que o país possui em cada etapa da
cadeia de valor. Avançar na cadeia de valor é rentável e
eficiente, por tanto em primeiro lugar deve-se fazer uma
boa análise. Em geral, ao diversificar, amplia-se a gama de
produtos e mercados, porque as empresas que são eficientes
em commodites geralmente não são nestes mercados de
maior valor, onde têm relevância operadores com capacidades
diferentes. Empresas médias e pequenas começam a
ter mais oportunidades, então é útil a criação de programas
pré-competitivos público/privados para ajudar a prospectar
mercados e desenvolver capacidades.
Quanto o setor florestal chileno ainda pode crescer? Quais
as expectativas para os próximos 20 anos?
A Política Florestal 2015-2035 estabelece como metas o crescimento
florestal de mais 500 mil ha de plantios e colocar em
prática o manejo florestal sustentável em um milhão de ha
em florestas nativas. É possível que se construa um último
projeto de expansão da capacidade produtiva de celulose.
Acreditamos que o foco do desenvolvimento será na capacidade
e modernização das empresas médias e pequenas,
principalmente orientadas ao desenvolvimento da construção
em madeira no país, o que irá gerar oportunidades locais
com valor agregado.
What are the main products and the most important markets?
The main product exported by Chile is pulp, which occupies
approximately one half of all forest products sold abroad.
Then come sawn wood, plywood and finished products.
Sawn wood products are exported mainly to the United
States (frames, plywood, glued laminated wood ...), to the
Netherlands (sawn wood and plywood), to China (sawn
wood) and to Mexico (sawn wood and glued laminated
wood). In summary, the main markets are China, USA, Japan,
South Korea and Mexico.
What is the way to amplify the forest product market?
Adding more value is always attractive, but the advantages
that the Country has at each step of the value chain should
be analyzed. Always advancing the value chain is profitable
and efficient, so first you must carry out a complete
analysis. In general, diversifying and expanding the range
of products and markets, because companies that are efficient
in commodities are not always in these higher-value
markets, where operators with different capacities are the
relevant player. For medium and small companies to begin
to have more opportunities, it is helpful to create public/
private pre-competitive programs to help prospect and develop
markets.
How much can the Chilean Forest Sector still grow? What
are the expectations for the next 20 years?
The 2015-2035 Forest Policy establishes forest growth targets
for over 500 thousand ha of planted forests and putting
one million ha in native forests under sustainable forest
management. It is possible to build one last pulp production
capacity expansion project. We believe that the focus will
be on capacity development and modernization for medium
and small companies, mainly oriented to the development
of wood in building construction in the Country, which will
generate local value-added opportunities.
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
29
PRINCIPAL
Conceito
revolucionário
com 120 anos
de história
30
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EXTE, PIONEIRA MUNDIAL NA
FABRICAÇÃO DE FUEIROS DE
ALTA PERFORMANCE, REVELA
OS PLANOS DE EXPANSÃO
PARA OS PRÓXIMOS ANOS COM
DESTAQUE PARA O BRASIL
Fotos: REFERÊNCIA
D
e grade para o arado até os mais modernos fueiros
construídos totalmente com alumínio. A história da
maior fabricante do mundo de equipamentos para
transporte de madeira e amarração da carga começou em 1898.
Hoje, quase 120 nos depois, a sueca ExTe atende ao setor rodoviário
e ferroviário em 30 países, com fábricas na Suécia, Finlândia
e Brasil. A empresa tem planos de expansão com foco na
manutenção da qualidade, fabricação de produtos certificados
e testados, segurança e inovação.
A preocupação em ditar tendências acompanha a empresa
desde o início. É um trabalho que demanda investimento, pesquisa
e testes, porém o mais difícil é convencer as pessoas que
a nova solução supera o modelo que estão acostumados. Em
1934, a ExTe instalou o primeiro fueiro em um caminhão. O próximo
passo foi passar de ferro para alumínio, o que aconteceu
em 1969. “Ninguém acreditou. Alumínio não é forte, eles diziam,
vai quebrar”, recorda o presidente da empresa Kjell Jonsson. Os
fueiros de ferro pesavam de 250 Kg a 275 Kg (quilogramas), enquanto
o produto em alumínio tinha somente 75 Kg. Levou mais
de dois anos até os clientes entenderem o conceito. A primeira
venda foi feita em 1971. Os modelos da marca em alumínio são
24% mais leves que os fueiros em metal leve de alta resistência.
Atualmente a ExTe é a maior empresa de fueiros do mundo,
anualmente são produzidos 10 mil unidades. “Na Suécia temos
70% do mercado, Alemanha 75%, Noruega 70%”, contabiliza o
presidente da companhia. A empresa possui diversas soluções:
fueiros em aço e alumínio, somente com o metal leve e equipamentos
para a amarração das toras. A empresa ainda atua no
O CORTE DAS CHAPAS É FEITO COM MÁQUINA
EQUIPADA COM FERRAMENTA A LASER
REVOLUTIONARY
CONCEPT WITH
120 YEARS OF
HISTORY
EXTE, WORLD PIONEER IN
THE MANUFACTURE OF HIGH-
PERFORMANCE BUNKS, REVEALS THE
EXPANSION PLANS FOR THE NEXT
YEARS WITH EMPHASIS ON BRAZIL
F
rom grates to plows to the latest bunks built completely
from aluminum. The story of the world's largest
manufacturer of equipment for timber transport and
load binders began in 1898. Today, almost 120 years later,
the Swedish company, ExTe, meets the needs of the road and
rail sectors in 30 countries, with factories in Sweden, Finland
and Brazil. The Company has expansion plans with a focus on
maintaining the quality, safety and innovation in the manufacture
of certified and tested products.
The concern to dictate trends has accompanied the Company
since the beginning. It’s a job that demands investment,
research and testing, but the hardest thing to do is to convince
people that the new solutions are superior to the models they
are used to using. 1934 was the year that ExTe installed its first
truck bed stake. The next step was to switch from iron to aluminum,
something that happened in 1969. “Nobody believed
in us. Aluminum is not strong, they said, it will break,” recalls
Kjell Jonsson, Company President. The iron stake weighed 250
to 275 kg, while the aluminum product weighs only 75 kg, and
it took more than two years until customers understood the
concept. The first sale was made in 1971. The aluminum ExTe
proucts today are 24% ligther then the steel bunks.
Currently, ExTe is the world's largest truck bed stake producer,
producing 10 thousand units, annually. “In Sweden,
we have 70% of the market, in Germany 75%, and in Norway
70%,” says the President of the Company. The Company provides
several solutions: stakes from steel and aluminum, made
only with light metal, and binder equipment for constraining
log loads. The Company even operates in the railway sector.
“Just in Sweden, we have 80% of the freight train equipment
market, a segment we started to serve in 1986,” says Company
President Kjell.
TESTED AND CERTIFIED
Quality and safety are, without doubt, the strengths of
the Company. It rests on three certifications to maintain the
high quality level in production and also in the products. “We
are ISO 9001 certified, which is renewed each year through
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
31
PRINCIPAL
EXTE POSSUI TRÊS CERTIFICAÇÕES PARA GARANTIR QUALIDADE NA PRODUÇÃO E NA SOLDA DE ALTO PADRÃO
segmento ferroviário. “Somente na Suécia, temos 80% do mercado
de equipamentos para trens, segmento que iniciamos em
1986”, destaca Kjell.
TESTADO E CERTIFICADO
A qualidade e segurança são, sem dúvida, os pontos fortes
da empresa. Ela se apoia em três certificações para manter o
alto nível na produção e também nos produtos. “Possuímos a
ISO 9001 que é renovada a cada ano por meio de auditorias regulares
conduzidas pela empresa alemã Tüv Nord”, explica Lina
Bylund, diretora de marketing.
A ExTe detém ainda duas certificações para o processo de
solda, um dos processos mais importantes para a produção
dos fueiros e que determinam a qualidade final do produto. A
ISO3834-2 garante qualidade da solda de partes metálicas na
indústria e na instalação do produto. Já a EN 15085-2 estabelece
padrões de excelência para a solda em veículos ferroviários.
“Testes práticos de solda são realizados regularmente para a
manutenção desta certificação”, aponta Per Jonasson, do setor
de Vendas.
Mais do que certificados, a ExTe faz questão de testar todos
os novos modelos de produtos antes de lançar para o mercado,
procedimento que leva em média um ano e meio. “Escutamos
as necessidades dos clientes, nos encontramos com eles quantas
vezes forem necessárias, voltamos para casa e debatemos a
maneira com que vamos atender aquela demanda”, explica Kjell
Jonsson.
Os parques fabris da ExTe obedecem o mesmo padrão em
todos os lugares do mundo. Assim como na sede da empresa
na Suécia, a fabricação dos produtos brasileiros também é feita
com equipamentos que realizam a solda a laser e os processos
mais refinados contam com o auxílio de robôs. “Isto assegura
que o produto fabricado no Brasil tenha exatamente as mesmas
especificações do produzido na Suécia”, frisa Olle Melin, da
Emex Brasil, representante exclusiva e fabricante dos equiparegular
audits conducted by the German Company Tüv Nord,”
explains Lina Bylund, Director of Marketing for the Company.
ExTe holds two certifications for the welding process, one
of the most important processes in the production of the stake
and that determines the final quality of the product. ISO3834-2
ensures quality of the welded metal parts in the factory and in
installation of the product. EN 15085-2 establishes standards
of excellence for welding on rail cars. “Practical welding tests
are carried out regularly to maintain this certification” points
out Per Jonasson, from the Company’s Sales Department.
More than certificates, ExTe makes sure to test all new
product models before releasing them to the market, a procedure
that takes, on average, a year and a half. “We listen to
customer needs, we meet with them as many times as necessary,
we return home and discussed the way in which we’re
going to meet that demand,” explains Company President Kjell
Jonsson.
The ExTe industrial parks obey the same standards everywhere
in the world. As at the Company's headquarters in Sweden,
the manufacture of Brazilian products is also carried out
using equipment that performs laser welding and the more refined
processes rely on the aid of robots. “This ensures that the
product manufactured in Brazil has exactly the same specifications
as of that produced in Sweden,” says Olle Melin, Director
of Emex Brazil, exclusive representative and ExTe equipment
manufacturer in Brazil.
READY TO USE
The process of developing and testing new products follows
three steps. First, the equipment is designed in 3D and
the computer simulates the theoretical results on issues, such
as weight, resistance, strength, and durability. If necessary,
this allows the designs to be redone before producing the first
prototype.
After the new stake is made it goes through two factory
32
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FUEIRO COM AÇO DE ALTA RESISTÊNCIA
O produto mais vendido no Brasil é o fueiro com aço de alta
resistência, que utiliza matéria-prima sueca e é confeccionado
na fábrica brasileira. As chapas de aço utilizadas neste equipamento
reúnem alta qualidade e são certificadas por órgãos internacionais.
“Também temos a chancela da produtora destas
chapas a SSAB, que nos certificou sobre a manufatura correta
do aço com comprovada eficácia”, garante Olle Melin. A utilização
correta do aço de alta resistência é determinante na qualidade
final do fueiro, a matéria-prima por si só não é suficiente.
Por isso, a produção brasileira passou pelo aval da matriz sueca
ExTe AB. Um estudo realizado pela fabricante comprova que a
utilização correta da solda acarreta menor estresse da matéria-
-prima, proporcionando menos trincas e quebras no produto
acabado. “Um erro muito comum que algumas empresas cometem
é realizar soldas muito grossas acreditando que isto confere
mais resistência, o que é um grande engano. Assim como trabalhar
com o aço em temperaturas fora do ideal, outra falha que
acaba com a segurança do fueiro”, aponta Olle.
UM ROBÔ REALIZA A SOLDA DAS PEÇAS MAIS
DELICADAS
mentos ExTe no Brasil.
PRONTO PARA USAR
O processo de elaboração e teste de novos produtos obedece
três etapas. Primeiro o equipamento é desenhado em 3D
e um software mostra os resultados teóricos sobre aspectos
como peso, resistência, força, durabilidade. Isto permite refazer
alguns cálculos antes mesmo de produzir o primeiro protótipo.
Depois que o modelo novo de fueiro é fabricado, ele passa
por dois testes na fábrica. Um equipamento simula as trepidações
que ocorrem com o movimento do caminhão nas estradas.
O corpo de ensaio passa por mais de 200 horas dentro da cabine,
o que equivale a anos de uso. Assim é possível avaliar se
ele apresentará rachaduras ou imperfeições no decorrer do uso.
Outro ensaio muito importante é o de flexibilidade das hastes.
O fueiro é submetido a milhares de ciclos de esforço mecânico
que testam o limite máximo do produto até que quebre.
MÁQUINA REALIZA A DOBRA DO METAL EM APENAS
UM MOVIMENTO PARA MANTER A RESISTÊNCIA DA
PEÇA
tests. Equipment is used to simulate the impacts that occur
with the movement of a truck on the road. The test piece goes
through more than 200 hours inside the test cabin, which is
equivalent to years of use. So it is possible to determine if it
might present cracks or imperfections during the course of
use.
Another very important test is the flexibility of the stake
itself. The stake is subjected to thousands of cycles of mechanical
stress, testing the maximum stress limit of the product
until it breaks. This process allows the technicians to assess
HIGH STRENGTH STEEL BUNKS
The best-selling product in Brazil is the high-strength
steel bunk, which uses Swedish raw material and is manufactured
in the Brazilian factory. The steel plates used in
this equipment gather high quality and are certified by international
bodies. "We also have the steel of the producer
of these sheets SSAB, which certified us on the correct
manufacture of steel with proven effectiveness," says Olle
Melin. The correct use of the high-strength steel is decisive
for the quality of the final product, the raw material
alone is not enough to assure it. Therefore, the Brazilian
production was approved by the Swedish parent, ExTe AB.
A study conducted by the manufacturer proves that correct
use of the welding leads to less stress of the raw material,
providing fewer cracks and breaks in the finished
product. "A very common mistake that some companies
make is to make very thick welds, believing that this gives
more resistance, which is a big mistake. As well as working
with steel in temperatures outside the ideal, another
fault that ends with the safety of the bunks", points Olle.
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
33
PRINCIPAL
Este processo permite aos técnicos avaliar se o fueiro atende às
exigências estabelecidas pela empresa.
Finalmente o produto é levado para as estradas, onde é
testado na prática. Pelo menos cinco unidades são instaladas
em caminhões e passam por todas as situações de uso. Após
12 meses, se o implemento não apresenta qualquer problema é
finalmente lançado comercialmente.
NOVIDADE
“Sempre estamos inovando, pode ser um produto totalmente
novo ou uma melhoria nos equipamentos que produzimos,
mas sempre estamos à frente. Faz parte da nossa filosofia”,
afirma Kjell Jonsson. A mais recente novidade da empresa
é o TU (Tensão Ilimitada). O equipamento instalado na base do
fueiro permite a amarração das toras de forma automática, sem
esforço manual. Outra grande vantagem do sistema é que ele
dispensa o reaperto durante a viagem. Este é um problema de
eficiência em muitas empresas florestais brasileiras. Em média
os motoristas param a cada 40 km (quilômetros) para apertar as
cintas. Pior ainda se este procedimento é negligenciado. Cargas
mal amarradas aumentam o risco das toras se desprenderem, o
que pode causar acidentes e mortes.
whether the stake meets the requirements established by the
Company.
Finally, the product is taken on the road, where it is tested
in practice. At least five units are installed on truck beds and
undergo all use situations. After 12 months, if product use does
not present any problems, it is finally released commercially.
NEWS
“We are always innovating, it can be a totally new product
or an improvement in the equipment we already produce,
but we are always in front. This is part of our philosophy,”
says President Kjell Jonsson. The Company’s latest novelty is
Tension Unlimited (TU). The equipment installed at the base
of the stake allows automatic log load binding, without any
manual effort. Another great advantage of the system is that
it dispenses with any retightening during transport. This is an
efficiency problem for many forestry companies. On average,
drivers stop every 40 km to tighten the load binding straps.
Worse still if this procedure is overlooked. Badly bound loads
increase the risk of logs falling off the truck, which can cause
accidents and deaths.
FUEIRO
SUBMETIDO
A TESTE DE
RESISTÊNCIA
À FLEXÃO
PRESIDENTE DO GRUPO KJELL JONSSON
LANÇAMENTO
DA EXTE, O
TU PERMITE
AMARRAÇÃO
AUTOMÁTICA,
SEM
NECESSIDADE
DE REAPERTO
CORPO DE ENSAIO PASSANDO POR TESTE QUE
AVALIA A RESISTÊNCIA DO FUEIRO A TREPIDAÇÕES
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ENTREVISTA
De funcionário a proprietário
O engenheiro Kjell Jonsson sempre foi um aficionado pelo
transporte rodoviário, atividade que despertou seu interesse
quando era ainda criança. A dedicação à paixão lhe rendeu uma
história muito particular. Ele comprou a empresa em que iniciou
sua carreira. Como presidente do Grupo Extendo, que iniciou
com a ExTe e agora possui mais cinco empresas, Kjell estendeu
a atuação da fabricante de fueiros para o setor ferroviário e ampliou
o número de empresas pertencentes à organização. Os
próximos passos preveem crescimento de 25% de todo o Grupo
para os próximos três anos.
Qual é a sua formação e como se envolveu com o segmento?
Fiz escola técnica em engenharia. Sempre me interessei
pelo segmento de transporte. Cresci no norte da Suécia, meus
vizinhos tinham caminhões e carretas. Quanto tinha uns 8 anos,
os acompanhava algumas vezes, quando estava de férias, para
aprender tudo o que podia.
Como passou de funcionário para dono da empresa em um
curto período de tempo?
Conheci a empresa por meio de um dos meus vizinhos. Ele
tinha um produto da ExTe em um dos caminhões. Então ingressei
na empresa. Trabalhava 24 horas por dia. O antigo dono
percebia meu interesse e concluiu que poderia tomar conta do
negócio. Então um dia ele veio até mim e perguntou: “você gostaria
de comprar a companhia?”, isto foi em 1985. De imediato
respondi que sim.
Qual é o futuro do Grupo agora?
Primeiramente vamos ampliar a fábrica. Na sequência traremos
a empresa de reboques (Alucar) para cá para ampliar a
produção e nossa participação no mercado porque todas as
outras empresas do grupo possuem equipamentos para serem
aplicados em reboques. Nossa projeção é que o Grupo Extendo
cresça 25% até 2020. Acreditamos que podemos ampliar nossa
participação no Brasil e nos países vizinhos, assim como na Rússia
que é um grande mercado.
Podemos concluir que o Brasil será o centro para a América
do Sul.
Exatamente. Podemos considerar que o Brasil será no hub
para o outro lado do mundo, assim a produção brasileira vai
abastecer toda a América do Sul e com o mesmo conceito da fábrica
matriz. Antes de enviarmos os desenhos para o Brasil nós
testamos tudo aqui. Depois acompanhamos todos os processos
de fabricação no Brasil. Enviamos nosso pessoal para fazer o
atestado de qualidade. Isto é algo muito importante porque o
produto produzido estampa o nome da ExTe nele, então é imprescindível
que tenha a mesma qualidade do produto saído da
fábrica na Suécia.
INTERVIEW
From Employee to Owner
Engineer Kjell Jonsson has always been an aficionado for
road transport, an activity that sparked his interest when he
was still a child. Dedication to his passion earned him a very
particular history. He bought the company that started his
career. As President of the ExTendo Group, which began with
ExTe, and now has five more companies, Kjell extended the
stake manufacturer’s operations to the rail sector and expanded
the number of companies belonging to the organization.
The next steps predict a growth of 25% for the entire group for
the next three years.
What is your background and how did you get involved
with the segment?
I studied Engineering at a Technical School. I’ve always
had an interest in the transport segment. I grew up in northern
Sweden; my neighbors had tractor trailers. When I was about
8, I accompanied them a few times, when on vacation, to learn
all I could
How did you go from employee to owner of the Company
in such a short period of time?
I got to know the Company through one of my neighbors;
he used ExTe products on one of the trucks. So I joined the
Company. I used to work 24 hours a day. The previous owner
perceived my interest and concluded that I could take care of
business. Then one day, he came up to me and asked: “Would
you like to buy the Company?”; this was in 1985. I immediately
said yes.
What is the future for the Group now?
First, we are going to expand the plant. Afterwards, we
will bring the trailer producer (Alucar) here in order to expand
production and our market share, because all other companies
in the Group produce equipment to be used on trailers.
Our projection is that the Group Extend will grow by 25% by
2020. We believe that we can expand our market share in Brazil
and neighboring countries, as well as in Russia, which is a
big market.
Can we conclude that Brazil will be the Center for South
America?
Exactly. We consider that Brazil will be the hub for the other
side of the world, thus Brazilian production will supply all of
South America and with the same concept as the main factory.
Before sending the drawings to Brazil, we will test everything
here. Afterwards, we will accompany all manufacturing processes
in Brazil. We will send our people to attest as to quality.
This is very important because the product produced carries
the name of ExTe on it, so we have to be sure that products
have the same quality as those that left the factory in Sweden.
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
35
ESPECIAL
SHOW DE
INOVAÇÃO
Por Rafael Macedo, de Jököping (Suécia)
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ELMIA WOOD 2017
SUPERA EXPECTATIVAS
E MOSTRA QUE
SEMPRE HÁ ESPAÇO
PARA EVOLUÇÕES
Fotos: REFERÊNCIA
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
37
ESPECIAL
KOMATSU 901XC,
HARVESTER PARA
DESBASTE, COM
ÓTIMA PERFORMANCE
EM TERRENOS MACIOS
E INCLINADOS
N
ão tem como fugir do clichê, a Elmia Wood realmente
impressiona. A edição deste ano, realizada mês
passado nas proximidades de Jönköping (Suécia),
trouxe novidades. Apesar da chuva, muita gente circulou pelos
7 Km (quilômetros) de trilhas que fizeram uma ponte entre as
máquinas de alta produtividade, ferramentas, implementos e
novas tecnologias aplicadas à floresta. Os brasileiros participaram
em grande número e com certeza muito do que foi visto
por lá, em breve, vai desembarcar por aqui.
O número de expositores impressiona foram 555 este ano, vindos
de 28 países. De acordo com a organização, foram registradas
mais de 41 mil visitas. Tudo para ver o que há de novo
no cenário da colheita, transporte, captação e gerenciamento
de dados.
A área destinada somente para as demonstrações foi de 131
mil m² (metros quadrados), somada ainda a 85 mil m² com estandes.
A divisão mais concorrida foi a de máquinas pesadas
como de costume. Os equipamentos para processo e transporte
de biomassa também ocuparam um grande espaço no
evento. Por fim, a área de drones e a demonstração de novas
tecnologias chamaram grande atenção.
Também teve muita novidade em equipamentos compactos
e os multifunções como harvesters e forwarders em uma só
máquina. Na Europa existe uma grande gama de produtos para
os pequenos empreiteiros, que se encaixariam muito bem por
aqui, principalmente para o desbaste ou corte raso de florestas
com menor volume, como as de eucalipto para celulose.
Mas por enquanto, estas máquinas ainda estão distantes do
mercado nacional.
DERRUBA E CARREGA
As grandes marcas de máquinas florestais mostraram tudo o
que há de mais moderno em seu arsenal. A Komatsu Forest levou
simuladores, harvesters, forwarders e cabeçotes, além de
toda a linha de roupas que fizeram o maior sucesso no estande
da empresa. O diretor de vendas e marketing no Brasil, Lonard
Santos, recebeu os visitantes que atravessaram o Atlântico.
Eles foram apresentados ao 901XC, harvester para desbaste
que trabalha em terrenos inclinados. O lançamento carrega o
conceito da fabricante com cabine e grua centralizadas para
proporcionar equilíbrio entre pressão no solo e baixo centro
de gravidade.
GUINCHO DA PONSSE
COMANDADO
REMOTAMENTE
PELO OPERADOR
DA MÁQUINA QUE
TRABALHA NA ÁREA
INCLINADA
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ESTANDE DA JOHN
DEERE OCUPOU UM
GRANDE ESPAÇO
PARA EXPOR OS
20 MODELOS DE
HARVESTERS E
FORWARDERS
A empresa também divulgou a tecnologia própria de simuladores
com os modelos KF 500 que reproduz uma cabine real e o
KF 50, software para laptop. Além deles, o gerenciamento de
frota foi um ponto forte e explorado pelos grandes produtores.
A Komatsu demonstrou as vantagens do MaxiFleet, que pode
ser acessado por qualquer dispositivo móvel e detalha desempenho
da máquina, operador e da operação.
Entre as novidades da empresa Ponsse está a introdução do
ActiveFrame para os harvesters com oito rodas. Este sistema
de suspensão era utilizado somente pelos forwarders da marca.
A tecnologia absorve os trancos que a máquina sofre ao
operar em terrenos menos amigáveis e mantém a cabine nivelada
na horizontal em todos os momentos.
Outra novidade foi o sistema de guincho em parceria com a
Herzog. Ele é acoplado em um harvester substituindo a grua.
Esta máquina é presa por cabos em duas árvores e serve de
âncora para um harvester ou forwarder que pode operar em
terreno íngreme. O maior destaque é que o guincho é ligado
remotamente à máquina que está trabalhando na colheita ou
baldeio. Isto quer dizer que o mesmo operador que está abatendo
ou carregando as árvores também comanda o guincho
de maneira automática.
A empresa também deu destaque ao Ponsse Manager, seu sistema
de gerenciamento de frota. O programa mostra inclusive,
previamente se a máquina precisará de manutenção. Entre os
representantes brasileiros da empresa esteve presente no estande
Fernando Campos, do departamento de Vendas e Marketing,
além dos responsáveis pelas vendas das máquinas no
sul do país: Jober Fonseca, diretor da Timber Forest e Claumar
Baldissera, coordenador de Vendas e Marketing da empresa
com sede em Curitiba (PR).
Muitos visitantes ficaram entusiasmados com a chance de
brincar com as novas máquinas no estande da John Deere
Forestry. “Ficamos muito satisfeitos com o incrível número de
pessoas que visitaram nosso estande. A chuva só afugentou
quem não era do setor”, afirmou Dieter Reinisch, diretor de
informação da empresa.
Entre os destaques esteve o IBC (Sistema Inteligente de Controle
da Lança) para harvesters, que antes era disponível somente
para os forwarders. Basicamente ele simplifica a vida
do operador que só precisa controlar o cabeçote, a lança é
acionada automaticamente. A novidade pode ser testada no
HARVESTER LOGSET
12H GTE HYBRID
EQUIPADO COM
CABEÇOTE TH85 QUE
PESA 2 T
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
39
ESPECIAL
DETALHE DO COM90,
SISTEMA PRODUZIDO
PELA EXTE QUE
SEGURA A CARGA
AUTOMATICAMENTE
simulador instalado no estande da marca.
A feira também marcou o lançamento oficial do harvester
1170G 8W. Trata-se de um modelo com tração nas oito rodas
voltado para desbaste e corte raso em terrenos macios. A série
G possui também modelos maiores e com seis rodas. Quem
visitou o espaço da John Deere na Elmia também pôde avaliar
as novidades do TimberOffice, um pacote com programas para
gerenciar frota. Os brasileiros sentiram-se em casa com a presença
de Rodrigo Junqueira, diretor de Vendas para a América
Latina.
A fabricante de máquinas e cabeçotes finlandesa Logset mostrou
implementos e máquinas. Chamou atenção o harvester
12H GTE Hybrid. O híbrido com 24,5 t concilia energia elétrica
e óleo diesel. Em apenas um microssegundo o motor pode
fornecer 510 hp (cavalos de potência). O cabeçote TH55 foi
outro destaque. Ele foi desenhado para o segundo e terceiro
desbaste, mas também pode ser usado no corte raso de florestas
jovens.
EQUIPAMENTOS
Garras, fueiros, rotatores, balanças, correntes, esteiras, sabres.
Quem procurou achou algo de novo em algum componente
florestal. Os avanços contemplaram mais automação, produtividade,
precisão e segurança. Foi possível verificar que os
implementos estão mais modernos e seguem demandas do
mercado. As empresas estão ouvindo os clientes e dando respostas.
No estande da Exte, fabricante de fueiros e equipamentos para
transporte de madeira, a novidade foi o novo sistema de amarração
automático TU. O equipamento é instalado na base do
fueiro e realiza o aperto da cinta automaticamente. Além de
dispensar o trabalho manual, o aparelho é o único que elimina
as paradas para o reaperto das cintas, algo que também é necessário
até mesmo em equipamentos hidráulicos.
Quanto aos fueiros, o destaque foi a série D, com modelos que
comportam cinco, sete e 10 t (toneladas). A base é feita com
metal leve de alta resistência e as hastes são de alumínio. Eles
são 15% mais leves que a versão anterior. A combinação perfeita
para quem deseja leveza e força com ótimo custo/benefício.
Apesar de ainda não estar disponível no Brasil, o COM90 foi a
estrela do estande da ExTe. O vídeo com a demonstração do
equipamento postado no perfil da REFERÊNCIA FLORESTAL
no facebook fez sucesso. Em três dias alcançou quase 280 mil
visualizações e 2.700 compartilhamentos. Trata-se de um sistema
de contenção de carga automatizado, sem amarração.
Com um comando no controle, o fueiro fecha a parte superior
da carga, em seguida as hastes são recolhidas e abraçam firmemente
as toras. Quando o caminhão chega ao destino final
basta acionar o sistema novamente e a carga é liberada em
poucos segundos.
A feira destinou um espaço exclusivo para a
demonstração e exposição de drones. Em uma
tenda os visitantes podiam participar de palestras
e entrar em contato com fabricantes dos
equipamentos, a grande maioria local.
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NOVO MODELO
DE ROTATOR DA
FINN ROTOR,
LANÇADO
DURANTE A FEIRA
DETALHE DA
GARRA MG COM
20 T PRODUZIDA
PELA HULTDINS
A finlandesa Finn Rotor levou toda a gama de rotatores
para a Elmia 2017. A novidade foi o lançamento
da família CRS que possui quatro canais para passagem
de óleo. A empresa fornece também válvulas hidráulicas
e acessórios para gruas. Em breve, os fabricantes da
cidade de Saarijärvi estarão desembarcando no Brasil,
representados pela Emex Brasil.
A Hultdins, fabricante de garras e implementos com
sede na Suécia, muito conhecida no Brasil, levou todo seu
portfólio para a Elmia Wood 2017. Um dos modelos que
se destacaram foi a garra traçadora SuperSaw 6000S. A
maior versão pesa 392 kg e possui duas bombas de lubrificação
para a serra. A fabricante fez questão de demonstrar
os 20 modelos da SuperGrip, série que pode ser instalada
em forwarders, caminhões, carregadores florestais
e escavadeiras.
PAINEL DE DADOS DA
TAMTRON QUE TRAZ
O PESO POR CARGA
E TAMBÉM REGISTRA
O VALOR TOTAL DO
CARREGAMENTO
A competitividade da atividade florestal exige precisão.
Este é o conceito das balanças com a marca Tamtron. Os implementos
acoplados entre o rotator e a grua revelam instantaneamente
o peso que a garra está levantando, com margem de
erro de somente 1 a 2%. O operador pode visualizar todos os
dados da cabine por meio de um painel. O lançamento na feira
foi o modelo wireless. De acordo com Eero Hiltunen, diretor de
Contas, ele é mais confiável porque não utiliza óleo. O fluído
sofre reação de acordo com a temperatura e pode afetar a precisão
da balança. Outra vantagem é a autonomia deste equipamento,
que pode ficar em operação até dois meses utilizando
somente duas pilhas comuns.
AO FUNDO
ESTÁ A PENEIRA
SEPARADORA TR
620 E À DIREIRA
O TRITURADOR
HORIZONTAL HG
4000
Entre as marcas que produzem equipamentos para o
processamento, a Vermeer estruturou um estande todo
especial. A empresa demonstrou toda a linha de trituradores
e picadores para diversas necessidades de produção
e aplicação. Entre os destaques estava o triturador
tubular TG 7000. O modelo possui tambor duplex que
minimiza a manutenção, uma tecnologia patenteada. A
cabine elevada para o comando da grua alimentadora
é climatizada e toda a operação pode ser realizada por
uma só pessoa.
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
41
ESPECIAL
DIRETOR
GERAL DA HSP
GRIPEN, TOMAS
JONSSON, AO
LADO DA GARRA
MODELO 055X
HD
NOVA GERAÇÃO
DE ESTEIRAS DA
OLOFSFORS AMPLIA
A CAPACIDADE DE
CARGA E REDUZ
AINDA MAIS O
IMPACTO SOBRE O
SOLO
A HSP Gripen, com sede na Suécia, levou modelos
de garras para carregamento de toras que atendem
todos os níveis de produção. Os implementos podem
ser acopladas em máquinas na floresta e no pátio. O
035HD, um dos destaques, é voltado para trabalhos pesados,
indicado para forwarders em operações de corte
raso. Já o modelo de garra 250t foi desenhado para carga
e descarga de toras em terminais e indústrias.
Mais tração, eficiência e menos gasto de combustível.
Este é o objetivo das esteiras Eco-tracks produzidas
pela Olofsfors. No estande da empresa sueca o visitante
encontrou os modelos para duas rodas, individuais e correntes.
Os implementos ajudam na tração de forwarders,
harvester e skidders, além de aumentarem a vida útil
dos pneus. Ao longo dos anos, a fabricante desenvolveu
modelos que atendem a situações bastante específicas,
como terrenos íngremes, molhados, solos macios ou secos,
entre outras características encontradas no Brasil.
ESTANDE DA
OREGON COM
CONJUTOS DE
CORTE PARA TODAS
AS APLICAÇÕES
FLORESTAIS
GARRA DA
ROTOBEC COM
MANDÍBULAS
PASSANTES QUE
FACILITAM O
CARREGAMENTO
A Oregon - fabricante de conjuntos de corte para harvesters,
garras traçadoras e motosserras - também marcou
presença na Suécia. O sistema SpeedMax XL chamou
atenção. Voltado para harvesters, ele reúne sabre especial,
corrente 19HX e coroa 404 polegadas. Tudo desenvolvido
para trazer alta performance. O conjunto ainda possui o
sistema patenteado Lubritec que mantém a lubrificação da
corrente por mais tempo, ampliando o rendimento ótimo
até a próxima parada.
A Rotobec, fabricante de garras e rotatores, lançou
os equipamentos para forwarders, já disponíveis no Brasil.
O desenho das mandíbulas, que favorece o agarre
das toras e a robustez dos cilindros foram os aspectos
ressaltados no estande da empresa. A marca também
demonstrou as garras de grande porte com 1.75 m² de
área, modelo que já opera na Klabin, Eldorado e Fibria.
O gerente de Vendas e Marketing da filial brasileira, Fernando
Strobel, recebeu os visitantes do Brasil.
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ESTANDE DA NISULA
RECEBEU MUITOS
BRASILEIROS QUE
PUDERAM CONHECER
TODOS OS MODELOS
DE CABEÇOTE
PRODUZIDOS PELA
EMPRESA
AS CORRENTES
PARA SEREM
INSTALADAS EM
DUAS RODAS AO
MESMO TEMPO É
EXCLUSIVIDADE
DA RUD
O lançamento da Nisula, antecipado pela REFERÊNCIA
FLORESTAL e muito elogiado durante o evento, foi o cabeçote
para desbaste 555h. O equipamento é o único com o
corpo de Hardox, metal leve de alta resistência. Conciliando
potência e agilidade, o implemento é indicado também para
corte raso de florestas jovens. O equipamento fabricado na
Finlândia é comercializado no Brasil por meio da parceria
com a TMO Forest, empresa com sede em Caçador (SC), que
também faz a entrega e assistência técnica.
Uma empresa alemã apresentou sua inovação durante
o evento. Trata-se da Duetta, um implemento composto
por correntes que pode ser instalado em duas rodas ao
mesmo tempo. Friedrich Goetz, presidente da RUD, disse
que as correntes levam vantagem por proporcionarem
ainda mais tração que as esteiras. “Outro ponto forte do
nosso sistema é a segurança, existem muitos relatos de
acidentes quando as correntes são colocadas em dois
pneus individualmente porque o espaço entre elas é muito
pequeno, por isso podem se engatar”, afirma.
PALFINGER
EPSILON
MOSTROU OS
AVANÇOS EM
CABINES E GRUAS
DEMONSTRAÇÃO
DA PRECISÃO
E RAPIDEZ DA
SERRARIA MÓVEL
LT70 DA WOOD-
MIZER DURANTE
A FEIRA
A Palfinger Epsilon apresentou todas as suas soluções
para movimentação de madeira. Os destaques
foram as novas cabines. A série M foi desenhada para
proporcionar conforto ao operador e melhorar a performance.
O centro de comando multifuncional confere
muita precisão na operação com a grua. Outro ponto
positivo é o maior alcance da lança. Tudo isto com a
proteção de uma capota, para minimizar os efeitos do
sol e da chuva durante o trabalho.
As demonstrações das serrarias móveis também
tiveram um bom destaque durante os quatro dias de
feira. Entre os modelos apresentados pela Wood-Mizer
estava o LT70, que possui embreagem e programador
automáticos e descascador que remove sujeiras.
O operador não faz força no avanço da serra e tudo
é ajustado por controle. O modelo vem ainda com o
sistema exclusivo para lubrificação LubeMizer.
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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ESPECIAL
EM PRIMEIRO
PLANO O
CARREGADOR L
580 DA LIEBHERR
DETALHE DO
TRITURADOR DA
CBI MAGNUM
FORCE 6400T
Outra empresa alemã e com presença no Brasil
que mostrou novidades na feira foi a Liebherr.
Entre os modelos apresentados estavam os carregadores
para pátio L 580 e LH 35 M. As duas máquinas
com excelente robustez e produtividade.
Outra preocupação do fabricante foi o conforto e
segurança do operador. Já o modelo LH 50, também
para a indústria, é uma plataforma móvel de
carregamento com cabine elevada. Foi possível
ainda observar as máquinas para movimentação
de cavaco.
A norte-americana CBI mostrou todo o potencial
de suas máquinas. O triturador horizontal
Magnum Force 6400T com seus quatro rotores
intercambiáveis se sobressaiu no estande da empresa
durante a feira. O equipamento é muito
versátil. Com apenas algumas modificações ele é
transformado em um picador para árvores inteiras.
O diretor florestal da marca no Brasil, Björn
Rasmusson, recebeu uma grande comitiva de visitantes
brasileiros.
CARREGADOR
MÓVEL DA
FAMÍLIA CH DA
MULTIDOCKER EM
OPERAÇÃO DE
MOVIMENTAÇÃO
DE TORAS
DEMONSTRAÇÕES
DE
PROCESSAMENTO
DE RESÍDUOS
FLORESTAIS
AGRADARAM AO
PÚBLICO
A gigante da movimentação Multidocker demonstrou
alguns de seus equipamentos por meio de material de
divulgação. As máquinas comercializadas pela empresa
são voltadas para operações de grande volume, bastante
comuns em indústrias de papel e celulose. A base das
máquinas utiliza as escavadeiras da Caterpillar. O modelo
CH1400, o maior deles, tem alcance de 30 m (metros) e
pesa 135 t (toneladas).
A cada edição o espaço destinado para os equipamentos
de processamento e movimentação de biomassa
vem crescendo. O que se pode notar e que é muito
utilizado na Europa e América do Norte são as cabines
elevadas em praticamente todas as máquinas que realizam
o abastecimento de picadores e também na movimentação
do cavaco.
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OS BRASILEIROS INVADIRAM A SUÉCIA PARA
ACOMPANHAR AS TENDÊNCIAS DO MUNDO FLORESTAL.
CONFIRA QUEM ENCONTRAMOS POR LÁ:
Membros da excursão organizada pela Ponsse
e Timberforest
Olle Melin, Emex Brasil, Humberto Carneiro
Cardoso e Peter Lam, do Grupo Volvo
Olle Melin, Emex Brasil, e Per Jonasson,
departamento de vendas da ExTe
Time de visitantes da Roman, representante
de equipamentos Morbark
Profissionais de empresas florestais no
estande da ExTe
Olle Melin ao lado do casal Germano - diretor
florestal da Eldorado e Daisy Vieira
Cristian Tempea, diretor de vendas de
correntes para neve, Daniel Heghes, diretor de
negócios, e Friedrich Goetz, presidente da RUD
Olle Melin em visita ao estande da Tamtron
Equipe da Nisula Forest e TMO Forest em
frente ao estande da empresa finlandesa
Clientes da TMO Forest ao lado de Euro
Tortato, diretor da empresa e Robson Olsen,
diretor industrial (dir.)
Diretoria da Finn Rotor
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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TECNOLOGIA
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BEM
VINDO
AO
FUTURO
Por Rafael Macedo, de Jököping (Suécia)
SAIBA TUDO SOBRE NOVÍSSIMAS
TECNOLOGIAS, PROTÓTIPOS E
EQUIPAMENTOS QUE AINDA ESTÃO
POR CHEGAR AO MERCADO FLORESTAL
Fotos: REFERÊNCIA
C
ertas vezes algumas tecnologias parecem muito
distantes e futurísticas. Mas antes mesmo de nos
darmos conta quase todo mundo já está usando.
O smartphone é um ótimo exemplo. Mas o fato de ter demorado
para adquirir um ou ainda hoje não possuir um
aparelho destes, pode render ao usuário no máximo o título
de desatualizado. Agora para quem trabalha em uma
área tão competitiva como a florestal ficar para trás na corrida
tecnológica ou investir mal em uma novidade que não
traz retorno devido, pode significar prejuízo de milhões de
reais. Por isso, destacamos abaixo os equipamentos mais
revolucionários que observamos na Suécia e você decide
quais deles têm futuro no Brasil.
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 47
TECNOLOGIA
A Elmia Wood não é somente uma feira de negócios,
ela também aponta o que vem pela frente. Quem passeou
pelos 7 Km (quilômetros) de trilhas ao chegar no ponto
em que se iniciava o caminho para as demonstrações das
máquinas grandes foi atraído por uma cena curiosa. Um
piloto manobrava sua moto em um circuito no qual as toras
eram obstáculos. Mas a atração na verdade ficava ao
lado. Um mecanismo que conta com produtos de ponta
de três fabricantes. Trata-se de um sistema ultramoderno
para carregamento e descarregamento de caminhão que
é operado da cabine do veículo pelo próprio motorista.
O sistema HiVision da fabricante de gruas da sueca
Hiab opera por meio de quatro câmeras posicionadas no
topo do equipamento, que dispensa cabine. Sem sair do
caminhão, o operador simplesmente coloca um óculos 3D
que, além de transmitir a visão real em 270° (graus) da
parte de trás do veículo e da área de trabalho, ainda fornece
informações sobre a operação.
O equipamento conta com o modelo mais recente de
balança da Tamtron que transmite os dados via wifi para
o painel na cabine do motorista ou para os óculos. Depois
que o caminhão está carregado é a vez do COM90
da ExTe entrar em ação. Sem deixar a cabine, o motorista
dá o comando para a contenção da carga, que acontece
automaticamente.
O sistema já começou a ser comercializado este ano
na Suécia e Alemanha. Os próximos clientes a receber o
pacote tecnológico estão na Finlândia e Japão, assim que
os operadores forem treinados.
TAMANHO É DOCUMENTO
Com o título de maior harvester do mundo o imenso
Tigercat 1185, mesmo sem estar em funcionamento, chamou
muita atenção durante a feira. O protótipo com 34 t
CHUVA E TORAS MUITO ÚMIDAS NÃO IMPEDIRAM A
EXIBIÇÃO DO HABILIDOSO PILOTO
ESCONDIDO NA CABINE MOTORISTA/OPERADOR DESCARREGA
O CAMINHÃO COM ÓCULOS QUE FORNECE VISÃO TOTAL DA
PARTE DE TRÁS DO VEÍCULO
CÂMERAS FORNECEM IMAGENS PARA QUE O OPERADOR
OPERE A GRUA SEM SAIR DO CAMINHÃO
DETALHE DO FUEIRO COM90 DA EXTE QUE REALIZA A
CONTENÇÃO DA CARGA AUTOMATICAMENTE
48
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(toneladas) veio diretamente da fábrica, no Canadá. “Nós
o desenvolvemos em resposta a demanda de um cliente
na América do Norte”, explica Jon Cooper, diretor de produção.
A empresa em questão queria mudar para o método
CTL (Cut-to- Length), porém com máquinas maiores e
mais robustas do que as disponíveis no mercado.
O monstro criado pela Tigercat tem oito rodas para
diminuir a pressão sobre o solo e permitir o máximo de
acessibilidade. Ele é movido pelo motor diesel com 308
cavalos de força. “Trata-se de uma máquina ideal para
condições difíceis, terrenos inclinados e toras de grande
diâmetro”, completa Cooper. O harvester possui sistemas
hidráulicos separados para a grua, cabeçote e outras partes.
“Por isso ele possui alta performance para cada situação”,
garante.
A grua foi desenhada para proporcionar uma linha
perfeita de visão em todas as condições e ao mesmo tempo
manter alta produtividade quando a lança está estendida.
Com 8.9 m (metros) de extensão da lança, o cabeçote
pode trabalhar com árvores de até 2,5 t, e na extensão
máxima (11 m) este limite fica em 1,8 t.
A empresa não pensou só na produtividade, diante de
tanta potência era preciso reforçar a segurança do operador.
Por isto, a cabine do modelo 1185 é a primeira a
obter um parabrisa curvo capaz de suportar o impacto da
corrente do cabeçote caso ela se solte.
LIMPEZA DE ÁREA
A pré-limpeza de área mal manejada e a colheita
podem ser feitas simultaneamente com a adição de um
implemento no cabeçote harvester ou na garra. O dispositivo
é fabricando pela empresa finlandesa Mense. De
acordo com os fabricantes, com a utilização do dispositivo
o prestador de serviço obtém resultado mais completo
para o cliente, o que pode render um adicional pelo serviço
complementar.
O equipamento pode ser acoplado facilmente nos implementos
e fica posicionado lateralmente, permitindo o
uso das duas ferramentas, seja cabeçote ou garra. É preciso
somente soldar um adaptador ao cabeçote ou garra.
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TECNOLOGIA
FABRICANTE GARANTE QUE ESSES ROLOS ALONGADOS
CAUSAM MENOS DANO AOS TRONCOS DURANTE A COLHEITA
A FERRAMENTA PODE SER RECOLHIDA QUANDO NÃO
ESTÁ SENDO USADA OU RETIRADA DO CABEÇOTE
O MODELO P12.A É O MAIOR E TEM OPCIONAIS, QUE
PODEM SUBSOLAR, APLICAR FERTILIZANTE E IRRIGAR
KONESTAR SAKA 180 IMPLEMENTO PARA PODA MECÂNICA
São produzidos dois modelos: RT5 com 85 Kg e RT7 com
70 Kg.
Segundo o Instituto de Pesquisa Florestal Metsäteho's,
entidade finlandesa, a ferramenta proporciona economia
de 86 a 151 euros por ha (hectare) na comparação com
os métodos tradicionais de pré-limpeza de área. A lâmina
limpadora é mais econômica quando a densidade da floresta
é inferior a 14 mil troncos por ha.
PLANTIO MECANIZADO
O assunto não é novo e em algumas situações o plantio
mecanizado está sendo realizado no Brasil. Mas para
isto, é preciso um terreno plano e as máquinas normalmente
realizam somente o primeiro plantio. Durante a
Elmia Wood 2017, a empresa sueca Brack lançou o modelo
mais atual para a inserção de mudas no campo. O
cabeçote é acoplado a uma escavadeira pode trabalhar
em terrenos acidentados.
O P12 é destinado para o plantio de eucalipto, entre
outras espécies, em condições climáticas secas e quentes.
Além do plantio, o equipamento pode ainda fazer a escarificação
do solo na versão P12.a. O novo modelo possui
o carrossel para as mudas maior, com capacidade para
196 indivíduos. Ele também possui um sistema integrado
de irrigação e fertilização, que são opcionais. A irrigação
pode ser feita com água ou gel que passam pelo tubo de
plantação. O implemento utiliza um fertilizante granulado
50
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que é realizado por dois tubos laterais.
No momento de inserir a muda no campo, o equipamento
faz os buracos na terra, onde as mudas são depositadas.
Se o P12 for equipado com os opcionais ele
já realiza a fertilização neste momento, o mesmo ocorre
com a irrigação. O ideal é que o plantio seja realizado em
solo removido. Este trabalho pode ser feito com um subsolador
ou pela própria máquina à medida que o plantio
seja realizado.
ESTILO
Quem bate o olho em um cabeçote produzido pela
fabricante finlandesa Keto já nota algo bem diferente o
tamanho dos rolos alimentadores. De acordo com a empresa,
eles têm o formato bem mais alongado que os
convencionais porque promovem mais precisão e menor
dano aos troncos. O conceito não é novo, porém continua
sendo único. Entre 1977 e 1979, o diretor da empresa,
Lauri Ketonen, testou o sistema de alimentação dos cabeçotes
com quatro rolos, que pouco tempo depois passou
somente para dois. Em 1983, foi lançado o modelo
Keto-100, com o novo design. Novos e maiores cabeçotes
foram produzidos desde então, todos com o sistema de
alimentação diferenciado. Eles são comercializados na
Austrália, Canadá, Alemanha, Reino Unido, Japão, Nova
Zelândia, EUA (Estados Unidos da América) e Espanha.
PODA MECANIZADA
É indicado fazer a poda em florestas destinadas à fabricação
de produtos com grande valor agregado, além
de outras situações específicas. Para tornar esta operação
mais ágil mesmo em árvores de grande porte, a empresa
finlandesa Konestar desenvolveu uma ferramenta para
poda mecanizada. O equipamento pode ser instalado em
um harvester ou mesmo em um trator equipado com grua
que tenha boa potência. Durante a Elmia, o destaque foi
o modelo Saka 180. O equipamento pesa 285 Kg e o alcance
depende somente do tamanho da grua. A potência
do implemento é tão grande que ele é capaz de derrubar
árvores de pequeno porte.
Equipamentos Florestais
ESPORTE
ESPORTES DA
MADEIRA
Fotos: REFERÊNCIA
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OPERADORES DE MÁQUINAS
E FERRAMENTAS MANUAIS
COMPETEM PARA VER QUEM
É O MELHOR
P
oucas coisas na vida são tão empolgantes quanto o
esporte. Não importa a modalidade, temos por aqui
o futebol que é campeão de audiência, mas tem ainda
basquete, vôlei, natação, atletismo e outros que ganham
grande visibilidade e muita torcida durante evento como a
Olimpíada e mundiais. Agora imagine torcer para que o operador
de forwarder ou de motosserra de seu país seja o campeão.
É exatamente isso que acontece durante as competições
da madeira. A Elmia Wood foi palco de algumas delas.
Associações ligadas ao setor florestal e marcas de equipamentos
individuais criaram suas competições pelo mundo.
Estas ações ajudam a divulgar o produto e também o trabalho
dos operadores. A ideia é chamar atenção para o setor
de um jeito divertido. Por isso mesmo, as grandes feiras do
segmento são palco para etapas destes campeonatos.
Uma das grandes atrações da Elmia Wood 2017 foi a
competição entre operadores de forwarders. Durante o
evento, profissionais de diversos lugares do mundo batalharam
para ver quem era o mais habilidoso e rápido na realização
de provas que exigem muita precisão e sangue frio. A
final ficou entre o atleta da Alemanha, Daniel Bergmann, e o
polonês Kamil Kaczynski. Após realizar uma prova sem falhas
o alemão, apoiado por uma grande torcida, levou o título.
“Estou muito satisfeito, me senti muito bem durante todo o
dia e tentei realizar tudo com calma”, comentou o campeão.
Apesar de um início de prova bastante apertado, Kamil
ESPORTE
MUITA EMOÇÃO
E TORCIDA
DURANTE A
COPA MUNDIAL
DE FORWARDER
REALIZADA NA
ELMIA WOOD
2017
COMPETIÇÃO
COMEÇA COM
A AFIAÇÃO DAS
CORRENTES
foi penalizado durante a etapa de precisão, o que deu ao concorrente
Daniel uma boa vantagem ao entrar no estágio de
empilhamento de toras. Para tentar recuperar o tempo perdido
o operador da Polônia teve que arriscar mais e, por consequência,
cometeu mais erros facilitando a vida do alemão.
O terceiro lugar foi ocupado por Martin Svensson da Suécia,
que bateu o norueguês Tobias Stetten. No total, 20 operadores
de forwarder participaram da competição organizada
pela Associação Sueca de Prestadores de Serviços Florestais.
NA MÃO
Em 1985, a fabricante de equipamentos manuais Sthil
criou um evento pequeno que se tornou mundial: Sthil Timbersports
Series. Os competidores, divididos por times que
representam seus países, se enfrentam ao longo do ano em
diversos eventos.
A ideia ganhou tantos adeptos que as competições são
transmitidas por canais de televisão. Três divisões foram
criadas: iniciantes, para homens, e duas profissionais: uma
masculina e outra feminina. Os profissionais competem em
seis disciplinas diferentes, cortando toras de diâmetros diferentes
em diversas posições com machado, como nas alturas
em cima de uma prancha de madeira, além de provas com
serra e motosserra.
Durante a feira na Suécia houve embates entre os integrantes
da equipe sueca com as três ferramentas de trabalho,
algumas turbinadas especialmente para a competição.
SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR
Além da diversão, um dos grandes objetivos das competições
e demonstrações é divulgar os conceitos corretos de
uso dos aparelhos e a utilização dos EPIs (Equipamentos de
CAPITÃO DO
TIME SUECO
DEMONSTRA
COMO UTILIZAR
A SERRA DE
MANEIRA
COMPETITIVA
54
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Proteção Individual). É com essa ideia que acontecem as exibições
dos Champions of Logging (em tradução livre Campeões
da Extração de Madeira). A equipe realiza apresentações
especiais durante eventos e ministra cursos sobre o correto
uso da motosserra para profissionais dos países nórdicos.
“Nós organizamos competições também. Realizamos
apresentações na Elmia Wood desde 2005”, afirma Christer
Stolt, integrante do time. No início do torneio cada participante
recebe motosserra e sabre novos em folha. “Mas nós
somos um pouco maus e damos correntes cegas. Então o primeiro
estágio da competição é afiar a corrente”, diverte-se
Christer.
Na sequência, os participantes são desafiados a usar o
equipamento com precisão em diversas situações, no corte
de toras, traçamento, abate de árvores – incluindo o cálculo
de onde elas vão cair - e muitas outras tarefas. Todas as etapas
são eliminatórias, o que deixa tudo ainda mais emocionante.
“Todos são bem-vindos para torcer e se inspirarem”,
completa.
PRECISÃO E
CONTROLE SÃO
TESTADOS,
TUDO ISSO COM
O RELÓGIO
CORRENDO
A solução completa em peças e implementos para sua operação florestal
ECONOMIA
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MITOS E
VERDADES
SOBRE
O REDD+
MODELO DE NEGÓCIO COM VISTAS NA
REDUÇÃO DE EMISSÕES DE CARBONO VAI SE
FORTALECER NO BRASIL
Fotos: divulgação
Julho de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
57
ECONOMIA
O
Redd+ (Redução de Emissões por Desmatamento
e Degradação Florestal) é um mecanismo
reconhecido pela Unfccc (Convenção
do Clima da ONU) e pode atrair US$ 45 bilhões líquidos
para o Brasil até 2030 por meio da redução do desmatamento
na Amazônia. No entanto, o assunto ainda é
pouco conhecido e alvo de polêmicas sem sustentação
técnica, mas que atrasam o avanço de projetos de Redd+
no país. Saiba mais sobre esse mecanismo de proteção
e conservação das florestas. O Fundo Amazônia já opera
na lógica do Redd+.
MITO - O risco de não-permanência existe em
qualquer projeto de redução de emissões. O trunfo em
favor do Redd+ é que o mecanismo conta com um dos
melhores e mais precisos métodos de monitoramento
e verificação do desmatamento: o Prodes (Programa
de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira
por Satélite). O ponto central é conseguir que produtos
oriundos do uso da terra (de pecuária e agricultura,
por exemplo) sejam obtidos e intensificados sem levar
a novos desmatamentos. Assim, um quilo de carne
produzido com menor emissão de carbono por desmatamento
já gerou uma redução permanente na sua
própria produção. Fazendo um paralelo em relação ao
uso de energia elétrica: o consumo de 1 kWh (quilowatt/hora)
por uma lâmpada mais eficiente, como a de
LED, é uma redução permanente em si, ainda que, no
futuro, ela venha a ser substituída por uma de maior
emissão, como a incandescente.
O carbono liberado por processos industriais e
queima de combustíveis fósseis é mais danoso do que
aquele advindo de desmatamento, já que a floresta se
regenera naturalmente.
VERDADE - O Fundo Amazônia negocia doações
(especialmente da Noruega, responsável por 97% dos
aportes feitos) utilizando a lógica da redução do desmatamento
alcançada na Amazônia. Projetos apoiados
pelo Fundo precisam apresentar e monitorar indicadores
relacionados à redução do desmatamento. Até
hoje, porém, o Fundo Amazônia captou o correspondente
a apenas 6% do potencial brasileiro de Redd+.
A compensação de emissões por Redd+ é instável
em longo prazo, uma vez que a floresta pode sofrer
baixas antes que o carbono que ela deveria estocar se
dissipe na atmosfera.
58
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MITO - Carbono é carbono, tenha origem orgânica
ou mineral. A diferença está no ciclo de cada um.
O carbono fóssil, depois de liberado para a atmosfera,
não tem um ciclo natural de retorno, que possa
neutralizar a emissão feita. Já o carbono gerado pelo
desmatamento seria recapturado pela própria floresta,
à medida que ela se regenerasse. Mas o fato é que
esse ciclo hoje não se completa, devido à velocidade
e à intensidade com que as florestas tropicais vêm
sendo derrubadas. O desmatamento e a mudança no
uso do solo das florestas já respondem por 15% das
emissões mundiais de gases do efeito estufa (e por
46% das emissões brasileiras, segundo o Seeg 2016). É
urgente combater o desmatamento tanto para reduzir
emissões quanto para ajudar o planeta a ganhar tempo
até que a substituição de energias, combustíveis e
processos menos poluentes seja estabelecida. Além
disso, a conservação florestal preserva muito mais do
que o carbono – ela protege a biodiversidade de fauna
e flora, contribui para a manutenção de serviços ecossistêmicos,
como qualidade e quantidade de água, e
proporciona sustento e abrigo a populações tradicionais
e indígenas.
As reduções de emissões por Redd+ são de difícil
quantificação, criando grande incerteza quanto ao seu
impacto climático
237
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ECONOMIA
MITO - Aspectos técnicos, como a dificuldade de estabelecimento
de níveis de referência ou linhas de base,
vazamentos (leakage), permanência e mensuração dos
impactos de captura e estoque de carbono em biomassa
são mencionados como fatores impeditivos e de risco
à integridade ambiental. Entretanto, mais de 30 anos
de pesquisas no Brasil e no mundo já geraram evidências
científicas suficientes para superar esses e outros
supostos gargalos técnicos. Basta ver, por exemplo, o
"Relatório Especial sobre Florestas" do Ipcc (Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas) da ONU
e os avanços na área de sensoriamento remoto, como os
realizados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais),
que permitem monitorar com baixíssimo grau
de incerteza a evolução do uso do solo na Amazônia. Outra
objeção técnica comum diz respeito à mensuração
dos impactos diretos e dos cobenefícios de projetos de
Redd+. Mas isso também está superado pela evolução
institucional e técnica de padrões como o Clima, CCB
(Comunidades e Biodiversidade), o VCS (Verified Carbon
Standard) e o Arranjo de Varsóvia para Redd+ da ONU,
que já garantem os cumprimentos de acordos internacionais,
regulamentações nacionais e subnacionais,
além de boas práticas socioambientais.
ALIANÇA REDD+ BRASIL
O artigo foi produzido pela entidade formada por:
BVRio (Bolsa de Valores Ambientais do Rio de Janeiro),
Biofílica Investimentos Ambientais, FAZ (Fundação
Amazonas Sustentável), ICV (Instituto Centro de Vida),
Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento
Sustentável da Amazônia), Ipam (Instituto de Pesquisas
da Amazônia) e Imazon (Instituto do Homem e Meio
Ambiente da Amazônia).
O Redd+ é uma permissão para economias altamente
industrializadas poluírem localmente e compensarem
remotamente em países menos avançados.
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MITO - A Aliança Redd+ Brasil defende a proposição
de metas mais ambiciosas aos países desenvolvidos,
a limitação de colocação de créditos de Redd+ no
mercado e a definição de limites máximos de compensação
externas, de modo a garantir que a maior parte
da meta de redução de emissões — de um setor produtivo
ou de uma unidade subnacional — seja cumprida
domesticamente (mesmo princípio que norteou outros
mecanismos de flexibilização, como o Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo, do Protocolo de Quioto).
A transação de créditos Redd+ deve ser revertida em
investimentos para a descarbonização da economia de
uso da terra em uma escala de paisagem, viabilizando
novos modelos produtivos e atingimento de metas
mais ambiciosas de redução de emissões. O Redd+ está
também diretamente relacionado ao desenvolvimento
sustentável em regiões de florestas tropicais, gerando
cobenefícios como empoderamento social, geração de
renda para comunidades locais, manutenção dos ciclos
de chuvas e conservação da biodiversidade.
ARTIGO
Foto: arquivo
MORFOLOGIA
DAS FIBRAS DO
LENHO DE CLONES
DE EUCALYPTUS
UROPHYLLA
X
EUCALYPTUS
GRANDIS EM
DIFERENTES
TOPOGRAFIAS E
ALTITUDES
Foto: REFERÊNCIA
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A TOPOGRAFIA TEM
GRANDE IMPACTO
NO RESULTADO FINAL
DAS FIBRAS, ASSIM
COMO O CLIMA
ARTIGO
RENATA MAURI
DOUTORANDA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA MADEIRA. UFLA (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE LAVRAS)
JOYCE DE ALMEIDA ALVES
DOUTORANDA EM ENGENHARIA FLORESTAL – UFLA
JOSÉ TARCÍSIO DA SILVA OLIVEIRA
PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E DA
MADEIRA. UFES (UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO)
JOSÉ TARCÍSIO LIMA
PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS DA UFLA
MÁRIO TOMAZELLO FILHO
PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS DA USP (UNIVERSI-
DADE DE SÃO PAULO) - ESALQ (ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ)
NATALINO CALEGARIO
PROFESSOR ADJUNTO DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS DA UFLA
64
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RESUMO
A
qualidade da madeira depende, dentre outros
fatores, de suas características anatômicas. Entender
como as variações ambientais afetam a
anatomia da madeira contribui para a escolha adequada de
seu uso final. Neste trabalho, objetivou-se avaliar a influência
da topografia e da altitude nas dimensões e morfologia
das fibras de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis.
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com
5 repetições, em esquema fatorial 2 x 4 x 3, sendo dois clones,
4 condições de crescimento (altitude/topografia) e 3
posições radiais. As condições de crescimento foram: baixa/
inclinada, baixa/plana, alta/inclinada e alta/plana. Amostras
de madeira foram extraídas em três posições radiais
equidistantes na altura de 1,30 m (metros) do solo (DAP).
As variáveis analisadas foram o comprimento, a largura, a
espessura da parede, o coeficiente de rigidez, o coeficiente
de flexibilidade e o Índice de Runkel das fibras. Os resultados
mostraram que o efeito da condição de crescimento
sobre essas variáveis depende do clone e/ou posição radial.
Fibras com menores comprimentos e maiores espessuras
foram observadas na topografia inclinada da região baixa
e na topografia plana da região alta. Menores larguras de
fibra foram encontradas na madeira produzida na topografia
inclinada, independente da altitude. De maneira geral,
valores menores do coeficiente de rigidez foram observados
na topografia plana. As condições de crescimento influenciaram
apenas o coeficiente de flexibilidade do clone
2 nas posições radiais mais externas. Observou-se maiores
índices de Runkel na topografia plana da região alta e na
topografia inclinada da região baixa. Esses resultados sugerem
uma resposta adaptativa do xilema de Eucalyptus às
condições de crescimento limitadas por água, ventos, gravidade
e luminosidade.
INTRODUÇÃO
A caracterização anatômica da madeira permite direcionar
de forma mais segura e adequada a sua utilização
para os diversos fins. Estudar a anatomia é, em última análise,
compreender o processo de formação da madeira pelo
câmbio vascular. Essa formação acontece, em sucessão,
ARTIGO
pelos processos de divisão celular, crescimento e diferenciação,
que envolvem o alargamento das células, o espessamento
e a lignificação da parede celular (Wardrop, 1965).
Os processos de divisão e destino celular são os mais
fortemente controlados por hormônios (Savidge; Wareing,
1981). A temperatura também atua como fator limitante
durante a divisão celular (Trapy; Guern, 1980). Além disso,
algumas pesquisas com coníferas têm mostrado que esse
processo é interrompido pelo déficit hídrico (Dünisch; Bauch,
1994; Larson, 1963). Trabalhos similares para folhosas
são escassos, mas acredita-se que seu comportamento seja
análogo.
O potencial de água, ou seja, o status hídrico no xilema
é o determinante mais importante do crescimento celular
potencial na zona cambial e na zona de células em alargamento
(Kozlowski; Pallardy, 1996; Kramer, 1987). Por esse
motivo, a restrição à água dificulta a expansão das células
do xilema. A intensidade do estresse hídrico e a velocidade
de reação da árvore contra esse estresse serão maiores em
solos arenosos do que em solos argilosos (Aussenac, 1993),
logo, a qualidade da madeira também dependerá da textura
do solo (Polge, 1973). Por fim, a parede secundária será
formada após a interrupção do aumento celular em volume
e após a reorganização da estrutura da parede com microfibrilas
(Esau, 1974). Esta reorganização necessita de Ca2+ e
de fotoassimilados, que são os fatores mais limitantes (Keller,
1978; Larson, 1963; Richardson, 1964).
Diversos estudos com o intuito de relacionar um conjunto
de características ambientais sob as variações anatômicas
da madeira têm sido realizados. Geralmente,
comparam-se as características dos elementos celulares
de espécies com ampla distribuição geográfica, ocorrendo
desde ambientes mésicos até ambientes xéricos (Alves;
Angyalossy-Alfonso, 2000; Luchi et al., 2005; Marcati et al.,
2001; Mattos Filho, 1989). Há ainda pesquisas sobre as tendências
latitudinais e altitudinais em várias características
anatômicas da madeira (Noshiro; Baas, 1998; Oliveira et al.,
2012).
Poucos trabalhos, no entanto, se preocupam com as pequenas
variações ambientais, que também podem afetar a
formação da madeira a ponto de modificar sua qualidade
como matéria prima. Por exemplo, Barij et al. (2007) estudando
Quercus pubescens em encostas com pequenas variações
na disponibilidade de água e na altitude, mostraram
haver relação negativa entre a área do lume de vasos e a
altitude, e positiva com a disponibilidade de água no solo.
FV
GL Comp.
(mm)
Larg.
(μm)
Esp.
(μm)
Quadrado Médio
CR
(%)
CF
(adimensional)
IR
(adimensional)
Clone
(C)
Clond. 1
(Cc)
Posiçã0
(P)
C x Cc
C x P
1
3
2
3
2
0,098*
0,047*
1,564*
0,006*
0,002*
1044,2*
106,6*
33,0*
52,0*
12,9*
0,002 ns
0,487*
21,605* 938,36*
0,425*
0,084 ns
12,16 ns
90,68*
61,79*
16,46 ns
5,24 ns
66,63*
1183,69*
78,90*
122,14*
0,017 ns
0,108*
0,345*
0,054*
0,226*
Cc x P
C x Cc x
P
6
6
0,002*
0,007*
2,4*
1,7*
0,043 ns
0,09 ns
30,38*
8,48 ns
15,52 ns
42,26*
0,022*
0,017 ns
Resíduo
96
0,002*
0,6*
0,080
7,17
12,66
0,008
Total
119
0,031*
14,4*
0,459
27,74
38,79
0,022
1Cond. = Condição de crescimento. FV = Fonte de variação; GL = graus de liberdade; *significativo a 5% e ns não
significativo, pelo teste F.
Cabe ressaltar que, com exceção apenas para a largura das fibras, os maiores valores de quadrado médio foram
observados para a posição radial, indicando que esse fator foi o que mais contribuiu com a variação dos dados.
66
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Segundo os mesmos autores, estudos similares a esse são
inexistentes para o gênero Eucalyptus.
Diante do exposto, se as respostas de crescimento das
plantas às condições locais, por exemplo, variações de inclinação
ou altitude, forem melhores compreendidas, não
só seria possível otimizar o planejamento florestal, mas
também forneceria uma base para determinar as melhores
espécies a serem plantadas em locais particulares para fins
específicos. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar
a influência da topografia e da altitude do terreno nas dimensões
e morfologia das fibras no tronco de Eucalyptus
urophylla x Eucalyptus grandis.
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MATERIAL E MÉTODOS
A madeira avaliada neste estudo é proveniente de povoamentos
de dois híbridos clonais de Eucalyptus urophylla
x Eucalyptus grandis (Clone 1 e Clone 2), com aproximadamente
6 anos de idade, pertencentes à empresa Celulose
Nipo-Brasileira S. A. (Cenibra). Em todos os plantios teve-se
a mesma face norte de exposição ao sol e o mesmo espaçamento
(2,8 m x 3,0 m).
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado
em esquema fatorial 2 x 4 x 3, com 5 repetições, sendo 2
clones, 4 condições de crescimento (combinações de altitude/topografia)
e 3 posições radiais, totalizando 24 tratamentos.
As condições de crescimento foram: baixa/inclinada,
baixa/plana, alta/inclinada e alta/plana. As áreas com até
281,3 metros de altitude, denominadas de região baixa,
estão localizadas em Belo Oriente – MG (19º13’13.46’’S e
42º28’59.06’’O) e as áreas com mais de 812,5 metros de
altitude representaram a região alta e estão localizadas em
Antônio Dias – MG (19º39’13.09”S e 42º52’20.42”O). Em
cada região considerou-se terrenos com topografia plana e
inclinada.
O clima em ambos os municípios é, segundo classificação
de Köppen, do tipo Aw tropical quente semiúmido,
apresentando estação chuvosa no verão, de novembro a
abril, e nítida estação seca no inverno, de maio a outubro,
tendo julho como o mês mais seco. Por meio das informações
climáticas médias de 2003-2009 (anos de plantio até o
corte da floresta) e do tipo de solo, verifica-se que os municípios
apresentam nuanças entre si.
Discos de madeira de cada clone, em cada condição de
crescimento, foram extraídos no DAP (diâmetro a altura de
1,30 m do solo). Cortes histológicos provenientes dessas
amostras foram submetidos à clarificação com hipoclorito
de sódio (50%) e corados utilizando a técnica de dupla coloração
(Maácz; Vágás, 1961), indicando ausência de lenho de
tração. Também foram obtidos três corpos de provas de 1,5
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ARTIGO
cm x 2,0 cm (centímetro) de seção transversal e 2,0 cm de
direção longitudinal, retirados em posições equidistantes
no sentido radial (medula, intermediária e externa).
A maceração foi realizada segundo método preconizado
por Dadswell (1972). Fotomicrografias das lâminas
contendo material macerado foram obtidas com o uso de
câmera digital acoplada ao microscópio de luz da marca
Zeiss. O comprimento e a largura das fibras foram medidos
diretamente, considerando-se 20 repetições, com o auxílio
do software analisador de imagens Axiovision 4.5. A espessura
da parede foi determinada indiretamente pela diferença
entre a largura da fibra e o diâmetro do lume, dividida
por dois.
Para a caracterização morfológica das fibras foram calculados:
a) o Coeficiente de rigidez (CR) - determinado pela
relação entre o diâmetro do lume e a largura da fibra, b) o
Coeficiente de flexibilidade (CF) - determinado pela razão
entre o comprimento e a largura da fibra (Burger; Richter,
1991) e c) o Índice de Runkel (IR) - determinado pela razão
entre duas vezes a espessura da parede e o diâmetro do
lume da fibra (Runkel, 1952).
Na análise estatística utilizou-se o pacote ExpDes (Ferreira
et al., 2013) do programa R versão 3.3.0 (R Core Team,
2016). A análise de variância foi realizada e, uma vez significativa,
aplicou-se o teste de comparação múltipla de Tukey
a 5% de significância. As pressuposições de homogeneidade
da variância e normalidade dos resíduos para as características
estudadas foram verificadas pelos testes de Levene
e de Shapiro-Wilk, a 5% de significância, respectivamente.
Não houve violação dessas pressuposições.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com as análises de variância, pode-se afirmar
que as condições de crescimento têm influência sobre
todas as variáveis estudadas. Entretanto, a presença de interação
significativa mostra que essa influência depende do
clone e/ou posição radial. Assim, deve-se analisar o efeito
simultâneo dos fatores sobre as características das fibras.
Tabela 2. Resumo das análises de variância para comprimento
(Comp.), largura (Larg.), espessura da parede (Esp.),
coeficiente de flexibilidade (CF), coeficiente de rigidez (CR)
e índice de Runkel (IR).
COMPRIMENTO DAS FIBRAS
Comparando-se os clones dentro de cada combinação
dos outros fatores, observou-se a tendência de fibras mais
longas para o clone 1, aproximadamente 7%, diferindo significativamente
do clone 2 em todas as posições radiais na
condição de crescimento alta/inclinada e nas posições mais
distantes da medula na maioria das demais condições.
Nos plantios da região baixa (B/I e B/P), ambos os clones
mostraram a tendência de produzir fibras menores na
topografia inclinada (B/I). Essas fibras foram aproximadamente
5% mais curtas que as da topografia plana (B/P).
No entanto, essa diferença não foi suficientemente grande
para apresentar significância estatística em todas as posições
radiais.
O menor comprimento de fibra observado nas árvores
que cresceram na região baixa e topografia inclinada deve-
-se à menor capacidade de retenção de água pelos terrenos
inclinados, aliado ao pronunciado déficit hídrico dessa
região. É provável que tenha acontecido uma maior perda
de turgor no câmbio dessas árvores, acarretando assim, na
inibição da expansão das iniciais do xilema (Kozlowski et
al., 1991). Resultados semelhantes foram encontrados por
Noshiro e Baas (2000), Luchi (2004) e Denardi e Marchiori
(2005) que constataram a ocorrência de fibras mais curtas
em ambiente com menor precipitação. Já Ribeiro e Barros
(2006) observaram fibras mais longas em Pseudopiptadenia
contorta no local com menor precipitação.
Na região alta (A/I e A/P), os dois clones produziram os
menores comprimentos de fibra em topografia plana (A/P),
que foram em média 7% mais curtas que as fibras da topografia
inclinada (A/I). Porém, essas diferenças também não
foram significativas em todas as posições.
O esperado efeito da topografia na perda de turgor no
câmbio vascular não foi observado na região alta, provavelmente
devido aos menores deficit hídricos. Assim, o comportamento
observado para o comprimento das fibras na
região alta pode ser parcialmente explicado pela produção
de etileno induzida por estresse mecânico. O hormônio etileno,
quando em baixas concentrações, é capaz de promover
o aumento da sensibilidade da planta à giberelina (Taiz;
Zeiger, 2009) e esta estimula o alongamento celular (Davies,
2004). O estresse mecânico foi promovido pela velocidade
dos ventos superior da região alta, além disso, as árvores
em terreno inclinado são mais susceptíveis à carga de vento
dinâmica, portanto, estariam mais propensas à produção
de etileno.
Em coníferas, o comprimento dos traqueídeos é inversamente
correlacionado com o ângulo de microfibrilas,
que é fator chave na resistência da madeira (Martíns
et al., 2010). De fato, longos traqueídeos têm sido muitas
vezes associados a uma maior resistência mecânica para
suportar a gravidade, vento ou carga de neve (Mencuccini
et al., 1997; Ezquerra; Gil, 2001). Mesmo em folhosas,
como o eucalipto, ainda pode-se supor que os maiores valores
de comprimento de fibra das madeiras provenientes
da condição de crescimento alta/inclinada atuariam como
uma forma de suportar o vento e a gravidade. Essa ideia
68
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é apoiada pelos resultados obtidos por Ceccantini (1996),
que demonstrou uma correlação negativa entre o diâmetro
e o comprimento de fibras, indicando que, dependendo do
ecossistema, o crescimento da fibra pode ser direcionado
para o comprimento ou para o diâmetro.
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LARGURA DAS FIBRAS
Os clones foram significativamente diferentes em todas
as combinações dos níveis dos fatores condição de crescimento
e posição radial. O clone 1 apresentou em média
fibras 46% mais largas.
Observa-se que de maneira geral, independente do clone,
região (baixa ou alta) ou posição radial, na topografia
inclinada a madeira produzida apresentou menores valores
de largura de fibra, aproximadamente 12%, em relação a
topografia plana. Entretanto, essa diferença nem sempre
foi significativa.
A expansão celular é dirigida pelo turgor, que é diretamente
relacionado com o potencial de água no xilema (Kozlowski;
Pallardy, 1996; Kramer, 1987). Portanto, a formação
de fibras com menores larguras na topografia inclinada,
em ambas as regiões, pode estar relacionada à menor capacidade
de retenção de água pelos terrenos inclinados. Esses
resultados estão de acordo com os encontrados por Longui
et al. (2009), Luchi (2004), e Melo Júnior et al. (2011), que
observaram o efeito limitante da deficiência hídrica sobre a
largura das fibras do xilema secundário de espécies florestais
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ESPESSURA DA PAREDE DAS FIBRAS
O teste F para a interação clone x condição de crescimento
foi significativo (p< 0,05), indicando existir uma dependência
entre os efeitos desses fatores na espessura da
parede das fibras. Os clones apresentaram diferenças entre
si para espessura da parede nas condições baixa/plana e
alta/plana. Na primeira, o clone 1 produziu fibras mais espessas
e na segunda, o clone 2.
As fibras da madeira produzida pelo clone 1 na condição
de crescimento baixa/inclinada apresentaram paredes mais
espessas do que as produzidas pelo mesmo na condição
alta/inclinada. Já para o clone 2, as diferenças na espessura
da parede foram significativas entre as áreas alta/plana e
baixa/plana, indicando que nessa topografia as condições
edafoclimáticas da região alta estimularam o espessamento
da parede celular.
Na região alta, observou-se uma tendência de valores
de espessura de parede um pouco maiores na topografia
plana (A/P), para ambos os clones. Em termos relativos,
a espessura da parede das fibras nessa condição (A/P) foi
aproximadamente 6% maior do que na topografia inclinada
Indústria e Comércio de Máquinas
ARTIGO
Clone
Condições de crescimento 1 Clone 1
B/I
B/P
A/I
A/P
58 B* c**
0,09 2
60 A b
0,08
65 A a
0,07
60 A bc
0,09
Clone 2
61 A ab
0,07
60 A b
0,07
61 B a
0,07
58 A b
0,09
1baixa/inclinada (B/I), baixa/plana (B/P), alta/inclinada (A/I) e alta/plana (A/P). *Médias seguidas de mesma
letra maiúscula na linha para o fator clone ou para o fator posição radial não diferem estatisticamente entre si
pelo teste de Tukey, a 5% de significância. **Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância. 2Desvio padrão (adimensional).
da mesma região (A/I).
Esse comportamento observado na condição de crescimento
alta/inclinada pode ser explicado pelo fato da inclinação
do terreno reduzir o período diário de incidência
direta dos raios solares (Pereira et al., 2002), e consequentemente
reduzir a produção de fotoassimilados. Desta forma,
considerando-se uma visão parcimoniosa do espessamento
da parede celular, o qual ocorra apenas em função
da disponibilidade de fotoassimilados (Deleuze; Houllier,
1998; Drew et al., 2010), o ângulo de incidência dos raios
solares afetará diretamente a espessura da parede celular
das fibras. O fotoperíodo, além de influenciar o espessamento
da parede, controla a cessação da produção dos elementos
fibrosos (Böhlenius et al., 2006).
Na região baixa, a tendência foi de maiores valores de
espessura de parede na madeira produzida na topografia
inclinada (B/I), sendo aproximadamente 6% maior que na
topografia plana da mesma região (B/P). Esse resultado foi
inverso ao observado na região alta, mas isso não invalida
as discussões já realizadas.
O comportamento observado na região baixa deve-se,
provavelmente, ás melhores aptidões do solo do terreno inclinado
em comparação ao solo do terreno plano. Supõe-se
que essa característica se contraponha à redução do período
diário de incidência direta dos raios solares, causado
pela inclinação do terreno. Além disso, alguns estudos relatam
a ocorrência de maiores valores de espessura de parede
em árvores que cresceram em solos com menor disponibilidade
hídrica (Cosmo, 2008; Luchi, 2004), característica
essa presente nas áreas da região baixa e mais acentuada
na topografia inclinada.
COEFICIENTE DE RIGIDEZ, COEFICIENTE DE
FLEXIBILIDADE E ÍNDICE DE RUNKEL
Os coeficientes de rigidez médios para a interação clone
x condição de crescimento estão apresentados na tabela
acima.
A diferença entre clones para esse coeficiente somente
foi significativa na topografia inclinada de ambas as regiões.
Na região alta, o clone 1 apresentou valores aproximadamente
5% maiores, enquanto que na região baixa, o clone 2
apresentou valores aproximadamente 2,5% maiores.
Com exceção ao comportamento do clone 1 na região
baixa, valores de coeficiente de rigidez aproximadamente
4,8% menores foram observados na topografia plana. Para
a produção de papéis absorventes (tissue), deseja-se menores
valores desse coeficiente, pois dessa forma tem-se
um menor achatamento e amoldamento das fibras, conferindo
ao papel uma estrutura mais aberta (fofa) (Burger;
Richter, 1991). Portanto, para a produção desses papéis, a
topografia plana seria a mais indicada. A diferença entre
clones para o coeficiente de flexibilidade foi significativa em
poucas combinações dos níveis dos fatores posição radial e
condição de crescimento.
Na condição de crescimento baixa/inclinada e posição
de amostragem próxima à medula, o clone 2 apresentou o
maior coeficiente de flexibilidade, enquanto que nessa mesma
condição e posição radial externa, o clone 1 apresentou
o maior valor. Ainda houve diferença significativa entre os
clones nas demais condições e posição radial externa. Na
região baixa e topografia plana (B/P), o clone 2 apresentou
o maior coeficiente, enquanto que na região alta para ambas
as topografias, o clone 1 apresentou os maiores valores.
70
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ESPECIAL
ENTREVISTA
Larissa Vanzo
Nas posições radiais mais externas (intermediária e externa)
da madeira do clone 2 houve a tendência de coeficientes
de flexibilidade maiores na condição baixa/plana.
Quanto maior o valor do coeficiente de flexibilidade, mais
flexível será a fibra, ocorrendo maiores possibilidades de
ligações entre as mesmas, o que tende a aumentar as resistências
à tração e ao estouro (Shimoyama; Wiecheteck,
1993). Assim, quando a madeira for destinada a produção
de papéis para imprimir e escrever em que a resistência à
tração e ao arrebentamento é desejável, deve-se optar por
àqueles materiais e condições de crescimento que conferem
à madeira maior valor de coeficiente de flexibilidade.
Portanto, de uma forma geral, para esse tipo de papel o clone
2 na região baixa seria a melhor opção, pois o mesmo
apresenta coeficiente de flexibilidade aproximadamente
3% maiores. Enquanto que na região alta, o clone 1 com
valores aproximadamente 4% superiores ao clone 2, seria o
mais adequado. Em relação à topografia, independente do
clone, na região baixa a topografia plana é mais indicada,
enquanto na região alta a topografia do terreno foi indiferente.
As médias de Índice de Runkel foram significativamente
diferentes entre os clones na condição baixa/inclinada, com
o clone 1 apresentando valores 12,9% maiores. Na região
alta houve diferença significativa entre clones para ambas
as topografias, com o clone 2 apresentando valores 14%
maiores.
Observou-se que independente do clone considerado,
na região baixa a topografia inclinada tendeu a apresentar
maiores valores de Índice de Runkel, aproximadamente 8%.
Enquanto que na região alta a topografia plana apresentou
valores aproximadamente 19% maiores. Sabe-se que quanto
maior o valor do índice Runkel maior é a quantidade de
parede celular e consequentemente mais líquido pode ser
absorvido (Burger; Richter, 1991). Assim, para a produção
de papéis absorventes na região alta, a topografia plana seria
a mais indicada. Já na região baixa, a topografia inclinada
seria mais adequada.
As diferenças nos resultados morfológicos das fibras
entre condições de crescimento deste estudo evidenciam
a importância dos fatores ambientais sobre os índices morfológicos
da fibra.
* O Artigo completo, com todas as tabelas e referências
bibliográficas pode ser acessado pelo link
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Por Carlos Cruz
Diretor do IBVendas (Instituto Brasileiro de Vendas)
U
ma das principais missões de um profissional
de vendas é atrair a atenção de um consumidor.
No entanto, uma questão muito comum
nessa área é: como fazer para que os clientes não saiam
correndo do seu negócio? Trabalhar com pessoas exige
delicadeza, algumas medidas e cuidados são essenciais
para obter sucesso na área. Para isso, é necessário, primeiramente,
saber que para vender é preciso ir muito
além de uma conversa superficial. Abaixo, listo cinco erros
fatais, que podem fazer o comprador buscar a solução
que procura na loja ao lado:
FALTA DE EMPATIA - Crie identificação com o comprador
e transmita boa impressão. Cuide da aparência e
aja de acordo com o perfil de cada cliente para inspirar
as compras. As pessoas têm tendência em confiar e se
relacionar com quem possui algo em comum com elas;
NÃO SEJA MUITO INVASIVO - Pergunte, mas tam-
bém saiba ouvir. Fuja do monólogo, busque sempre o
diálogo e nunca se esqueça que cautela é essencial. Entenda
o que o cliente quer e trabalhe para resolver os
seus problemas. Lembre-se que o vendedor é um solucionador
e ajuda quem o procura a suprir necessidades
e realizar sonhos;
OS CLICHÊS - Ao contrário do sucesso, jargões, exageros,
mentiras e falar demais podem atrapalhar a negociação.
A sinceridade é muito mais bem vista e aceita pelos
clientes que uma simpatia exagerada, que soa como
falsidade. Portanto, saiba usá-la moderadamente;
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