Julho/2017 - Referência Florestal 187
Visitantes - Grupo Jota Comunicação
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36<br />
ELMIA WOOD<br />
Cobertura especial da<br />
maior feira do mundo, na Suécia<br />
NOVIDADES<br />
Tecnologias futuristas<br />
para colheita e transporte46 ENTREVISTA<br />
Fernando Raga,<br />
presidente da Corma<br />
From Sweden<br />
to the world<br />
All about the manufacturer<br />
of special bunks, Exte<br />
Da Suécia<br />
para o mundo<br />
Tudo sobre a fabricante<br />
de fueiros especiais Exte
SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES<br />
DA EDIÇÃO<br />
Agroceres ................................................................... 76<br />
Carrocerias Bachiega .............................................. 49<br />
30<br />
Copener <strong>Florestal</strong> ...................................................... 07<br />
D’Antonio Equipamentos ..................................... 69<br />
Denis Cimaf ................................................................... 05<br />
Dinagro ........................................................................... 02<br />
36<br />
Exte ................................................................................... 25<br />
Ferro Extra ..................................................................... 17<br />
H Fort ................................................................................ 19<br />
Heinnings ...................................................................... 53<br />
56<br />
Himev .............................................................................. 69<br />
J de Souza ........................................................................ 51<br />
Lignum ............................................................................ 73<br />
Editorial<br />
Cartas<br />
Bastidores<br />
Coluna Ivan Tomaselli<br />
Notas<br />
Alta e Baixa<br />
Biomassa<br />
Frases<br />
Entrevista<br />
Principal<br />
Especial<br />
Tecnologia<br />
Esporte<br />
Economia<br />
Artigo<br />
Agenda<br />
Espaço Aberto<br />
06<br />
08<br />
10<br />
12<br />
14<br />
20<br />
22<br />
24<br />
26<br />
30<br />
36<br />
46<br />
52<br />
56<br />
62<br />
72<br />
74<br />
Liebherr Brasil ............................................................. 11<br />
Lubeco ............................................................................ 71<br />
Maxxi Forest ................................................................. 55<br />
Mill Indústrias .............................................................. 61<br />
Mill Indústrias .............................................................. 65<br />
Potenza ........................................................................... 63<br />
Raptor <strong>Florestal</strong> .......................................................... 09<br />
Rossin .............................................................................. 59<br />
Rotobec .......................................................................... 13<br />
TMO ................................................................................. 75<br />
Vantec ............................................................................. 23<br />
Ventura Máquinas .................................................... 67<br />
Wood Mizer .................................................................. 21<br />
04 www.referenciaflorestal.com.br
Tenha o Melhor em<br />
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EDITORIAL<br />
Ano XIX - Edição n.º <strong>187</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2017</strong><br />
Year XIX - Edition n.º <strong>187</strong> - July <strong>2017</strong><br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
36<br />
ELMIA WOOD<br />
Cobertura especial da<br />
maior feira do mundo, na Suécia<br />
NOVIDADES<br />
Tecnologias futuristas<br />
para colheita e transporte46 ENTREVISTA<br />
Fernando Raga,<br />
presidente da Corma<br />
From Sweden<br />
to the world<br />
All about the manufacturer<br />
of special bunks, Exte<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
Joseane Knop<br />
joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XIX • N°<strong>187</strong> • <strong>Julho</strong> <strong>2017</strong><br />
Da Suécia<br />
para o mundo<br />
Tudo sobre a fabricante<br />
de fueiros especiais Exte<br />
O caminhão carregado com toras,<br />
equipado com fueiros da ExTe,<br />
ilustra a capa desta edição<br />
O MUNDO ESTÁ LÁ FORA<br />
Quando você pensa que já viu tudo pode ter certeza que é porque não está saindo<br />
tanto assim de casa. Para produzir esta edição viajamos até a Suécia e acompanhamos<br />
mais uma edição da Elmia Wood, feira florestal que acontece a cada quatro<br />
anos nas proximidades da cidade de Jököping. Se você é muito curioso os quatro dias<br />
de evento é pouco, principalmente porque caiu um pé d´água durante boa parte do<br />
tempo. Em duas reportagens especiais separamos o que mais nos chamou atenção<br />
e temos certeza que vai te impressionar. Tudo sobre colheita, transporte, biomassa<br />
e tecnologias bem diferentes. Aproveitando a onda internacional, conversamos com<br />
o presidente da Associação Chilena de Madeira, Fernando Raga. Ele conta como o<br />
setor florestal daquele país alcançou tanto desenvolvimento nos últimos anos e até<br />
como uma coruja nos (EUA Estados Unidos da América) ajudou na exportação de<br />
produtos acabados. Desejamos uma excelente leitura!<br />
JOTA EDITORA<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Rafael Macedo - Editor<br />
editor@revistareferencia.com.br<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Fabiano Mendes<br />
Fernanda Maier<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Cartunista / Cartunist<br />
Francis Ortolan<br />
Colaboreadores / Colaborators<br />
Fotógrafos: Mauricio de Paula<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
Wanderley Ferreira<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
THE WORLD IS OUT THERE<br />
When you think that you’ve seen everything, you can be sure that it's because you're not<br />
getting out of the house very much. To produce this issue, we travelled to Sweden to attend another<br />
Elmia Wood, a trade fair aimed at the Forest Sector that takes place every four years, near<br />
the town of Jököping. For those who were very curious, there was little time during the four-day<br />
event to accompany everything, mainly because it rained heavily for most of the time. In two<br />
special features, we separated out that which got our most attention and we are sure they will<br />
impress you. Everything about harvesting, transport, biomass and very different technologies.<br />
Taking advantage of the international wave, we talked with Fernando Raga, President of the<br />
Corporación Chilena de la Madera (Corma - Chilean Timber Association). He tells how the Forest<br />
Sector in his Country has developed so much in recent years and even how an owl in the United<br />
States helped in the export of finished products. We hope you have pleasant reading!<br />
06 www.referenciaflorestal.com.br<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />
signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />
without the written authorization of the holders of the authorial rights.
Marcus Masson,<br />
gerente de Pesquisa & Desenvolvimento <strong>Florestal</strong> da BSC<br />
A GENTE<br />
NÃO PARA<br />
DE CRESCER.<br />
NEM VOCÊ!<br />
A Copener <strong>Florestal</strong>, pertencente à Bracell Limited, integra o Royal Golden Eagle (RGE), um<br />
grande grupo de empresas de classe mundial focadas na indústria de manufaturas e com atuação<br />
nos setores de celulose e papel, óleo de palma, fibras de viscose e energia. Nossas atividades<br />
estão espalhadas por diversos países do mundo e as nossas empresas não param de<br />
crescer, assim como também os nossos talentos.<br />
A Copener desenvolve suas atividades em 150 mil hectares de terras na região do Litoral Norte<br />
e Agreste da Bahia, para abastecer a fábrica da Bahia Specialty Cellulose, em Camaçari<br />
(BA), posicionada entre os líderes mundiais em produção de celulose para especialidades.<br />
Para continuar crescendo, ela tem investido na melhoria contínua dos seus processos e na<br />
atração de profissionais com larga experiência em desenvolver novas tecnologias.<br />
Se você é engenheiro florestal, com experiência em Pesquisa, Planejamento, Viveiro, Silvicultura<br />
ou Colheita, tem ideias inovadoras e interesse em trabalhar em um ambiente desafiador e repleto<br />
de oportunidades de crescimento no Brasil e no exterior, venha fazer parte do nosso time e<br />
participar dos nossos próximos desafios! Assim como nossas atividades, nossas oportunidades<br />
também estão espalhadas por diversos países do mundo, nas empresas do grupo RGE.<br />
Você se identificou com as nossas oportunidades?<br />
Envie seu currículo para: recrutamento@bahiaspeccell.com, inserindo “Talentos <strong>2017</strong>”<br />
no assunto do e-mail.<br />
www.bahiaspeccell.com
CARTAS<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XIX • N°185 N°186 • Maio Junho <strong>2017</strong><br />
PRAGA NA<br />
CALIFÓRNIA<br />
46<br />
Besouro está devastando florestas<br />
INTERNACIONAL<br />
Destaques da Ligna, 54 ENTREVISTA<br />
Wagner Itria Jr., gestor de<br />
feira alemã<br />
florestas plantadas da Amata<br />
Mais do que commodities<br />
Indústria florestal busca escala e variedade de produtos acabados<br />
INTERNACIONAL<br />
Capa da Edição 186 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de junho de <strong>2017</strong><br />
ESPECIALISTA<br />
Por Márcio Almeida,<br />
Blumenau (SC)<br />
Minha parte<br />
favorita na Revista<br />
é a Entrevista.<br />
Gosto de saber<br />
como os grandes<br />
se mantêm em pé<br />
mesmo com tamanha crise.<br />
Imagem: divulgação<br />
Por Joel Cardoso, Ji-Paraná (RO)<br />
Estou ansioso pela cobertura da Elmia Wood anunciada<br />
na edição anterior. Essa feira é imbatível em novidades e<br />
inovações para o setor florestal. Quero ver o que vem por aí.<br />
VILÃOS<br />
Por Julia Faria, São<br />
José dos Pinhais (PR)<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Impressionante<br />
os dados sobre o<br />
besouro da casca.<br />
Como insetos tão<br />
pequenos podem<br />
dizimar florestas<br />
imensas? Tragam<br />
sempre reportagens<br />
mostrando quem são esses pequenos<br />
vilões das florestas e como combatê-los.<br />
Foto: divulgação<br />
FANPAGE<br />
Por Paulo Moreira,<br />
Sinop (MT)<br />
Acompanho o<br />
Facebook da<br />
FLORESTAL e gosto<br />
muito da dinâmica<br />
da página, sempre<br />
com novidades,<br />
fotos e vídeos.<br />
Imagem: reprodução<br />
ELOGIO<br />
Por Mauro Murata,<br />
Curitiba (PR)<br />
Parabéns a<br />
toda equipe da<br />
REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL<br />
por sempre trazer notícias<br />
relevantes para o nosso segmento.<br />
Continuem desenvolvendo este trabalho sério e de<br />
muita responsabilidade para o setor.<br />
Imagem: divulgação<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
E-mails, críticas e<br />
sugestões podem ser<br />
enviados para redação<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista do<br />
Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />
produzida pelo veículo.<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br
As melhores operadoras<br />
logísticas usam RAPTOR ®<br />
Os fueiros RAPTOR ® são os mais leves do mercado, fabricados com a<br />
melhor tecnologia e dentro das normas internacionais de segurança.<br />
Estas qualidades os levaram a equipar a frota das melhores operadoras<br />
logísticas florestais. Veja o que dizem os nossos clientes:<br />
Raúl Espino<br />
Gerente de Operações/TL300 Terminal Logística, Uruguai<br />
“En TL300 priorizamos la seguridad así como también la eficiencia que<br />
brindamos a nuestros clientes. Hemos encontrado en el atriles RAPTOR ®<br />
esas variables en un solo producto, optimizando nuestro trabajo.<br />
RAPTOR ® tiene un bajo costo de mantenimiento, logra el mayor volumen<br />
de carga y menor peso del mercado.<br />
En Uruguay la TL300 fue la primera empresa en utilizar RAPTOR ® .”<br />
“Na TL300 priorizamos a segurança assim como também a eficiência<br />
que oferecemos aos nossos clientes. No fueiro RAPTOR ® encontramos<br />
todas estas qualidades em um só produto, otimizando o nosso trabalho.<br />
O fueiro RAPTOR ® tem baixo custo de manutenção e possibilita o maior<br />
volume de carga com menor peso do mercado.<br />
No Uruguai a TL300 foi a primeira empresa a utilizar os fueiros RAPTOR ® .”<br />
+55 54 3290.4800 | comercial@raptorflorestal.com.br | www.raptorflorestal.com.br
BASTIDORES<br />
CHARGE<br />
Charge: Francis Ortolan<br />
REVISTA<br />
No mês passado viajamos para a Suécia para acompanhar tudo que aconteceu na Elmia Wood<br />
<strong>2017</strong> e também para conhecer a fábrica da ExTe, fabricante de fueiros. Em nosso retorno para<br />
casa foi a nossa vez de receber visitas importantes do time de marketing da Komatsu Forest<br />
Brasil. Além disto, vistamos à sede da Equilíbrio Proteção <strong>Florestal</strong> em Piracicaba (SP).<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Kjell Jonsson, presidente da ExTe, Olle<br />
Melin, da Emex Brasil, Per Jonasson, do<br />
departamento de Vendas da Exte, Marcelo<br />
Aurélio Barbosa, da Fibria, Marcelo Claus,<br />
consultor, e Philip Appelsved, representante<br />
da Multidocker<br />
Fábio Machado, diretor comercial do GRUPO<br />
JOTA, Karla Bernardes, do departamento de<br />
marketing da Komatsu Forest Brasil, Joseane<br />
Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA<br />
e Lonard dos Santos, diretor de marketing da<br />
Komatsu Forest Brasil<br />
Gerson Penkal, do<br />
departamento comercial do<br />
GRUPO JOTA, e Alberto Jorge<br />
Laranjeiro, diretor da Equilíbrio<br />
Proteção <strong>Florestal</strong><br />
10<br />
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Viva o Progresso.<br />
Manipuladores de materiais Liebherr<br />
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COLUNA<br />
Foto: divulgação<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE<br />
PRODUTOS DE MADEIRA SÓLIDA<br />
Exportações brasileiras de produtos de madeira sólida<br />
C<br />
om a globalização, o mercado internacional se tornou<br />
mais importante e, cada vez mais, exportar faz parte<br />
dos planos de expansão das empresas. Para participar<br />
do mercado global as empresas necessitam ser competitivas, e<br />
aquelas que desejam se manter no mercado internacional, e/<br />
ou ganhar maior participação, necessitam estar preparadas para<br />
investir continuamente e aumentar cada vez mais a produtividade.<br />
Embora o mais importante para ser competitivo seja a produtividade<br />
da própria operação, existem outros fatores importantes,<br />
e muitos deles podem não depender das operações diretas das<br />
empresas. Entre eles estão fatores como: taxa de juros, inflação,<br />
impostos, infraestrutura, legislação trabalhista e ambiental,<br />
e outros que podem gerar custos adicionais, e que afetam a<br />
competitividade. O setor florestal brasileiro tem exemplos de<br />
segmentos com aumentos contínuos na participação no mercado<br />
internacional, de segmentos com maior volatilidade ou até com<br />
tendência de declínio nas exportações.<br />
Um exemplo de sucesso no mercado internacional, com o<br />
ganho contínuo de novas participações, é o caso da celulose. O<br />
Brasil é atualmente o terceiro maior produtor mundial de celulose,<br />
e como resultado da competitividade deste segmento é líder na<br />
exportação mundial de celulose de eucalipto. De 2006 a 2016 as<br />
exportações de celulose passaram de 6,2 para 13,5 milhões de<br />
t (toneladas).<br />
A figura mostra a evolução das exportações brasileiras de<br />
produtos selecionados de madeira sólida, incluindo compensado<br />
e madeira serrada, baseados em madeira tropical e pinus nos últimos<br />
10 anos. As tendências, neste caso, são diferentes. A madeira<br />
serrada tropical apresentou, nos últimos 10 anos, uma redução<br />
de mais de quase 80%, passando de 1,8 milhões de m³ (metros<br />
cúbicos) para 400 mil m³. No mesmo período o compensado<br />
tropical reduziu mais de 90%, e em 2016 foi exportado menos<br />
que 20 mil m³. As exportações de compensado e de madeira<br />
serrada de pinus também sofreram uma redução nos primeiros<br />
anos da série apresentada, mas, nos últimos cinco anos, o volume<br />
exportado voltou a crescer.<br />
A razão principal, frequentemente mencionada para o declínio<br />
das exportações de produtos de madeira sólida, foi o desajuste<br />
da taxa cambial. Outro fator seria a forte demanda do mercado<br />
nacional. No entanto isto não ocorreu no caso da celulose, cujas<br />
exportações cresceram continuamente no mesmo período.<br />
Na realidade a análise aponta que existem outros fatores<br />
afetando a competitividade do segmento de produtos de madeira<br />
sólida no mercado internacional, particularmente no caso de<br />
produtos de madeira tropical. A falta de uma política nacional de<br />
apoio à produção sustentada de madeira tropical, e os crescentes<br />
custos de transação estão entre os fatores limitantes. A criação<br />
das concessões florestais, que ocorreu dez anos atrás, faz hoje<br />
parte do desastre, e o aumento esperado na produção sustentada<br />
de madeira tropical não ocorreu. A perspectiva é no melhor dos<br />
casos, uma estabilidade nas exportações de produtos de madeira<br />
sólida de origem tropical, embora o Brasil seja o detentor da<br />
maior floresta tropical do planeta. Os investimentos no ganho de<br />
produtividade da indústria de madeira sólida baseada em plantios<br />
determinarão, para este segmento a possibilidade de ganhar<br />
maior participação no mercado internacional.<br />
2500<br />
2000<br />
1500<br />
1000<br />
500<br />
0<br />
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS (1.000 m3)<br />
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Est.<br />
<strong>2017</strong><br />
COMP. TROPICAL SERR. TROPICAL COMP. PINUS SERR. PINUS<br />
O Brasil é atualmente o terceiro<br />
maior produtor mundial de<br />
celulose, e como resultado da<br />
competitividade deste segmento<br />
é líder na exportação mundial de<br />
celulose de eucalipto<br />
12<br />
www.referenciaflorestal.com.br
MAIS ROBUSTEZ E PRODUTIVIDADE PARA O CARREGAMENTO NO CAMPO.<br />
NOVA LINHA DE GARRAS PARA FORWARDERS DA ROTOBEC.<br />
Cansado de trocar de garra a cada 5.000 horas?<br />
REDUZA OS SEUS CUSTOS OPERACIONAIS E AUMENTE A SUA<br />
PRODUTIVIDADE com a garra mais robusta do mercado.<br />
As novas GARRAS PARA FORWARDERS DA ROTOBEC são decorrentes<br />
de aprimoramentos de quem está há mais de 40 anos no setor florestal<br />
mundial. Construídas com aços especiais de alta resistência mecânica e<br />
à abrasão, proporcionam uma grande abertura que abraça a pilha e com<br />
facilidade e rapidez, rolam as toras para dentro da garra no seu fechamento.<br />
Esta operação eficaz só é possível devido aos insuperáveis CILINDROS DA<br />
ROTOBEC, com extrema força de fechamento e baixíssima manutenção.<br />
Por que se contentar com algo, mas se não com o melhor?<br />
Disponível com furação para GV-17<br />
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NOTAS<br />
PESQUISADOR<br />
DO ANO<br />
Foto: divulgação<br />
O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos<br />
e Biotecnologia, Dario Grattapaglia, recebeu<br />
o prêmio internacional: Forest Biotechnologist<br />
of the Year; de 2016 durante a Conferência da<br />
União Internacional de Organizações de Pesquisa<br />
<strong>Florestal</strong> (Iufro Tree Biotechnology), realizada<br />
em junho na cidade de Concepción (Chile). Dario<br />
foi selecionado entre dezenas de pesquisadores<br />
de destaque mundial na área de biotecnologia<br />
florestal, especialmente pela produção científica<br />
internacionalmente reconhecida e o impacto das<br />
pesquisas que desenvolve em prol da sustentabilidade nessa área. Contaram também como critérios de escolha a dedicação<br />
em promover a ciência, capacidade de diálogo e liderança científica. O Iufro Tree Biotechnology é o evento<br />
mais importante do mundo na área de biotecnologia florestal, promovido há mais de 20 anos pela União Internacional<br />
de Organizações de Pesquisa <strong>Florestal</strong>. O prêmio foi instituído em 2009 pelo IFB (Institute of Forest Biosciences), uma<br />
organização não governamental com sede nos EUA (Estados Unidos da América), dedicada a promover o diálogo sobre<br />
o uso responsável da biotecnologia na área florestal por meio de ações científicas e sociais na busca do uso sustentável<br />
das florestas para o futuro.<br />
FSC ONLINE<br />
O FSC acaba de disponibilizar em português<br />
a plataforma Info, uma base de dados<br />
de todos os empreendimentos certificados<br />
no mundo. Além de confirmar a veracidade,<br />
é possível checar a validade e o escopo da<br />
certificação, os relatórios de auditoria e as<br />
informações de contato. A busca pode ser,<br />
entre outras formas, pelo nome da empresa,<br />
número de licença, localidade ou inclusive,<br />
pela categoria de produtos, como celulose,<br />
papel, cortiça, borracha, madeira sólida, lâminas e laminados. "Com este avanço, além de darmos muito mais transparência<br />
– e credibilidade ao processo -, fica mais fácil encontrar organizações e produtos certificados pelo FSC, o que ajuda a<br />
aquecer o mercado de produtos certificados", diz Aline Tristão, diretora executiva do FSC Brasil. No momento, essa base<br />
está disponível em sete idiomas: inglês, espanhol, italiano, chinês, japonês, alemão e agora em português (BR). Não só os<br />
brasileiros, como outros falantes do idioma no mundo todo, terão acesso facilitado a esse banco de informações.<br />
Imagem: reprodução<br />
14<br />
www.referenciaflorestal.com.br
FÓRMULA<br />
TRUCK<br />
Foto: divulgação<br />
Após pesquisas e estudos, a Unidade<br />
da Fibria em Três Lagoas (MS)<br />
implantou um mecanismo físico chamado<br />
de defletores de ar e também<br />
uma ferramenta tecnológica que reduz<br />
os impactos ambientais e eleva a eficiência<br />
operacional na área da logística<br />
florestal, chamado Salvador. Os defletores<br />
de ar, também conhecidos como<br />
aerofólio, são utilizados para canalizar<br />
o ar em torno do veículo e torná-lo o mais aerodinâmico possível. Esse equipamento está presente em 100% da frota<br />
de carretas que trabalham com o transporte da madeira na unidade de Mato Grosso do Sul. Já o dispositivo eletrônico<br />
conhecido como Salvador é uma nova ferramenta que auxilia na gestão da direção dos condutores de carretas que trabalham<br />
com o transporte da madeira. O aparelho, que está em fase de implantação, é acoplado ao veículo e analisa velocidade,<br />
rotação por minuto e a realização das frenagens do motorista. Com essa análise são feitos ajustes e, automaticamente,<br />
reduzido o giro do motor, o que resulta em economia de 7% a 20% do consumo do combustível. O objetivo é que,<br />
até o final do ano, 100% da frota utilize essa tecnologia. Atualmente, 20% dos veículos contam com essa ferramenta.<br />
EUCALIPTO NA<br />
PALMA DA MÃO<br />
Diferentemente de culturas agrícolas, as florestas<br />
não possuem sistemas de produção fixos. Cada povoamento<br />
exige um manejo específico, que envolve<br />
tratamentos variados como desbastes de diferentes<br />
tipos, intensidades e épocas, e variações na idade do<br />
corte final. O software SIS Eucalipto descreve como a<br />
floresta cresce e produz, conforme os regimes de manejo<br />
que o próprio usuário indica. Os usuários podem<br />
testar pelos softwares, para as espécies Eucalyptus<br />
grandis, Eucalyptus urograndis e Eucalyptus dunnii, e<br />
para cada condição de clima e solo, todas as opções<br />
de manejo da floresta, fazer prognoses de produções presente e futura, efetuar análises econômicas e, depois, optar pela<br />
melhor alternativa de manejo. O software fica instalado no computador do usuário, e as informações são disponibilizadas<br />
via consulta em tela e por emissão de relatórios. Além disso, informações sobre Sistemas de Produção desenvolvidos pela<br />
Embrapa Florestas para eucalipto podem ser acessados diretamente ou por links nos softwares.<br />
Foto: arquivo<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
15
NOTAS<br />
CENTRO DE<br />
TECNOLOGIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
A Klabin inaugurou seu Centro de Tecnologia,<br />
em Telêmaco Borba (PR). O novo Centro<br />
completa a integração das frentes de pesquisa<br />
e desenvolvimento das áreas de negócio da<br />
companhia, estratégia adotada para introduzir<br />
uma visão global e unificada, de alta complexidade.<br />
Com laboratórios capazes de produzir<br />
uma gama diversa de produtos de base florestal<br />
e realizar simulações das linhas de produção das<br />
fábricas, o Centro busca antecipar tendências e<br />
criar novas tecnologias e aplicações sustentáveis.<br />
Sua construção integra um plano de investimento<br />
em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de R$ 70 milhões em três anos (até <strong>2017</strong>), que inclui, ainda, a compra de<br />
equipamentos, a atualização dos laboratórios de pesquisa florestal e a formação e contratação de técnicos e pesquisadores. O<br />
Centro de Tecnologia Klabin se dedicará a cinco rotas de pesquisa: qualidade da madeira; desenvolvimento de novos produtos<br />
e aplicações - celulose; desenvolvimento de novos produtos e aplicações - papéis para embalagem; novas rotas tecnológicas<br />
com base florestal; e meio ambiente e sustentabilidade.<br />
PROJETO<br />
PROINDUS<br />
Uma parceria entre a Ufpr (Universidade Federal do Paraná),<br />
Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e Bndes (Banco<br />
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que<br />
será viabilizado com os recursos do Fundo Amazônia, vai contribuir<br />
com soluções tecnológicas para agregar valor e maior<br />
eficiência aos processos de produção de móveis e artefatos de<br />
madeira oriundos de fontes sustentáveis da floresta amazônica.<br />
Trata-se de um conjunto de ações de pesquisa e desenvolvimento<br />
de tecnologias de produção nos Arranjos Produtivos<br />
Locais de madeira-móveis, que garantam a melhoria no design<br />
e avanços nos processos de industrialização dos recursos<br />
de origem florestal. O que contribuirá para o desenvolvimento<br />
econômico e a inclusão social de comunidades rurais localizadas<br />
na Região Metropolitana de Manaus (AM). O Proindus<br />
terá a duração de cinco anos.<br />
Foto: divulgação<br />
16<br />
www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
NITROGÊNIO<br />
PARA EUCALIPTO<br />
Foto: arquivo<br />
Plantar leguminosas em consórcio com eucalipto elimina<br />
a necessidade de aplicação de adubo nitrogenado. Foi o<br />
que demonstrou estudo conduzido no campo experimental<br />
da Embrapa Agrobiologia (RJ). Os cientistas analisaram o<br />
impacto da leguminosa arbórea Acacia mangium na plantação<br />
de florestas de eucalipto. A produção de madeira foi<br />
similar à obtida com o monocultivo que recebeu adubação.<br />
A economia com fertilizantes foi em torno de R$ 500 por ha<br />
(hectare), considerando uma aplicação de 100 Kg (quilogramas)<br />
de nitrogênio por ha nos plantios. A pesquisa comparou<br />
quatro tipos de manejo ao longo de seis anos: monocultivo<br />
de eucalipto tradicional com uso de adubo nitrogenado,<br />
semelhante a 99% dos plantios do país; monocultivo de eucalipto, mas sem uso de adubo nitrogenado e dois consórcios de<br />
eucalipto com a Acacia mangium sem uso de adubo nitrogenado, porém com variação na densidade de plantas por hectare.<br />
“Logo nos primeiros anos do experimento, percebemos os benefícios da leguminosa sobre o crescimento do eucalipto, que<br />
evoluía tão bem quanto na área adubada”, relata Guilherme Chaer, pesquisador da Embrapa e um dos responsáveis pelo estudo.<br />
ILPF AJUDA A<br />
INCREMENTAR<br />
CARBONO AO SOLO<br />
Os sistemas de cultivos que aliam grãos, forrageiras e árvores<br />
na região de transição cerrado-amazônia podem armazenar, no<br />
primeiro 1 m (metro) de camada do solo, 16% a mais de carbono<br />
que áreas onde apenas a pecuária extensiva está presente. Isso<br />
representa 18 t (toneladas) a mais de carbono por ha (hectare),<br />
retidas no solo na forma de matéria orgânica. Esse é o resultado<br />
de pesquisa realizada pela Embrapa que aponta uma função<br />
importante da Ilpf (Integração lavoura, pecuária e floresta) para<br />
minimizar a mudança global do clima e contribuir para os serviços<br />
ambientais da produção. O estudo da Embrapa foi conduzido na Fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte (MT), e envolveu<br />
áreas de consórcio entre eucalipto e rotação soja, arroz de terras altas e braquiária em comparação com ambiente<br />
onde só havia pasto em estado de degradação. Os resultados mostraram que o sistema Ilpf pode ser uma estratégia eficiente<br />
para acumular carbono no solo e assim contribuir para a recuperação de pastagens degradadas.<br />
Foto: Katia Tapejara<br />
18<br />
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ALTA E BAIXA<br />
VAMOS PLANTAR<br />
Estímulo ao plantio da araucária. Esta é uma das mensagens do livro que acaba de ser lançado fruto da<br />
parceria de Ivar Wendling, pesquisador da Embrapa Florestas e Flávio Zanette, professor da Ufpr (Universidade<br />
Federal do Paraná). "A araucária é uma espécie única, e cada vez mais descobrimos coisas<br />
novas sobre ela. Precisamos valorizá-la, pois está esquecida”, destaca Ivar. A publicação Araucária:<br />
particularidades, propagação e manejo de plantio pode ser baixada gratuitamente pelo site www.<br />
embrapa.br<br />
ALTA<br />
FLORESTA URBANA<br />
Em uma região montanhosa ao norte de Liuzhou (China), será implementada uma cidade literalmente<br />
florestal. Os escritórios, casas, hotéis, hospitais e escolas serão inteiramente cobertos por plantas e<br />
árvores. A previsão é que a nova cidade seja concluída até 2020. O município vai abrigar 30 mil pessoas<br />
e absorverá quase 10 mil t (toneladas) de CO2 (Gás Carbônico) e 57 t de poluentes por ano. A Liuzhou<br />
Forest City será composto por 40 mil árvores e quase 1 milhão de plantas de mais de 100 espécies.<br />
MAIS INCENTIVO, MENOS RESTRIÇÃO<br />
O corte indiscriminado de araucária ocorrido no início do século XX quase a levou à extinção. Por outro<br />
lado, o excesso de restrições levantadas contra o uso da madeira de araucária tornou-a uma espécie intocável,<br />
o que não garante a conservação de forma adequada. O Iffsc (Inventário <strong>Florestal</strong> Florístico de Santa<br />
Catarina) indicou que a Floresta de Araucária originalmente cobria 43 mil km² (quilômetros quadrados), e<br />
que, em 2013, seus remanescentes compreendiam apenas 24% deste total, ou mais de 10 mil km².<br />
BAIXA<br />
PORTUGAL EM CHAMAS<br />
Um incêndio florestal alcançou proporções gigantescas e foi responsável por 64 mortes<br />
no vilarejo de Pedrógão Grande (Portugal). A ministra de Administração Interna do país,<br />
Constança Urbano de Souza, se apressou em dizer que a causa foi um raio, mas esta versão<br />
foi contestada pelo chefe dos bombeiros, Jaime Marta Soares, que acredita que as chamas tiveram<br />
início por ação criminosa. Independente da causa, a reação das autoridades portuguesas<br />
foi lenta e mal coordenada, o que colaborou para que a perda de vidas fosse tão grande.<br />
20<br />
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TRITURAÇÃO<br />
FLORESTAL<br />
Modelo de picador WC2500TX que acaba de ser<br />
lançado pela Vermeer no Brasil<br />
O<br />
diretor da Vermeer América<br />
Latina, Herbert Waldhuetter,<br />
proferiu palestra durante o<br />
Congresso Internacional de Biomassa<br />
(Cibio-<strong>2017</strong>), realizado em Curitiba (PR).<br />
O tema foi Sistemas para Trituração <strong>Florestal</strong>.<br />
De maneira didática, o executivo<br />
apontou os equipamentos mais indicados<br />
para cada operação e a diferença<br />
básica entre eles. Os tipos de cavacos e<br />
a utilização dos trituradores com uso de faca ou martelo no equipamento, também tiveram espaço na palestra. Segundo<br />
Herbert o martelo em trituradores não é a preferência do mercado brasileiro, porém é uma alternativa muito interessante,<br />
principalmente por ter menor custo se comparado com o sistema de corte por facas. Outras tendências apontadas<br />
foram a saída de cena dos equipamentos rebocáveis sendo substituídos pelos autopropelidos, assim como o uso de<br />
equipamentos que consigam granulometrias diferentes no corte do cavaco com o mesmo rotor. "É importante mostrar<br />
as ferramentas disponíveis no mercado para superarmos um grande desafio, que é conseguir processos com a mesma<br />
eficiência que é feita a colheita", afirmou.<br />
Waldhuetter deu destaque ao novo picador de árvores WC2500TX que a Vermeer está lançando no mercado nacional.<br />
É um equipamento compacto que foi desenvolvido a partir das necessidades dos clientes, especialmente do mercado<br />
brasileiro que necessitava de um produto robusto, mas que tivesse mobilidade. "Essa mobilidade é um dos grandes diferenciais<br />
da WC2500TX", afirmou. Outras características que chamam atenção no novo picador WC2500TX é sua capacidade<br />
de processar árvores ou toras de até 58 cm de diâmetro. A tecnologia aplicada ao novo rotor de corte traz um novo<br />
conceito e também possibilita a flexibilidade de granulometrias permitindo, com o mesmo rotor, produzir do microcavaco<br />
(5mm) ao cavaco convencional (50mm). "São 8 variações de tamanho de cavaco, abrangendo as necessidades do mercado<br />
brasileiro", explicou.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Herbert Waldhuetter, Maicon Paust, Thiago Marcon e<br />
Eder Fabbro, reunidos no estande da Vermeer no Cibio/<br />
Expobiomassa, em Curitiba (PR)<br />
O palestrante falou dos tipos de cavacos e a<br />
utilização dos trituradores com faca e martelo<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
22<br />
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FRASES<br />
O site tem ficado mais fora do ar do que<br />
funcionando. Isso impossibilita aos empresários<br />
carregar caminhão, emitir as guias florestais e<br />
notas fiscais<br />
Vamos começar<br />
negociações para<br />
reentrar no Acordo<br />
de Paris ou numa<br />
nova transação que<br />
seja mais justa<br />
José Eduardo Pinto, presidente do Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e<br />
Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), sobre problemas com a<br />
burocracia do Ibama em audiência com o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho<br />
Nossa economia é movida pela indústria<br />
que precisa de insumos industriais. Então, o<br />
setor florestal participa muito pouco da nossa<br />
economia<br />
Elane Conceição de Oliveira, professora da UEA (Universidade do Estado do<br />
Amazonas) ao avaliar a queda na economia do Amazonas<br />
Presidente norte-americano,<br />
Donald Trump ao retirar os<br />
EUA (Estados Unidos da<br />
América) do Acordo<br />
do Clima<br />
A biomassa tem sido o parente pobre da política<br />
energética renovável portuguesa<br />
Declarou o ex-ministro da Indústria e Energia de Portugal, Luís Mira Amaral,<br />
ressaltando que o combustível é um recurso renovável, com a vantagem de não<br />
ser intermitente como a solar e a eólica<br />
Nossas contas estão baseadas nas taxas.<br />
O resultado do desmatamento é o que importa<br />
Foto: divulgação<br />
Disse o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Vidal Helgeser, ao anunciar<br />
que o corte de R$ 196 milhões para o Fundo da Amazônia pode ser revisto<br />
caso o Brasil mostre resultados no combate ao desmatamento<br />
24<br />
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ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Fernando Raga<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
Sevilha (Espanha), em julho de 1950<br />
Seville (Spain), July, 1950<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Presidente da Associação Chilena de Madeira<br />
President, Corporación Chilena de la Madera (Corma - Chilean Timber Association)<br />
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />
Engenharia Civil pela Universidade do Chile<br />
Civil Engineering, University of Chile<br />
O<br />
Chile é um dos concorrentes do Brasil em diversos produtos<br />
de madeira acabados. Por outro lado, é também<br />
um grande mercado, tanto para equipamentos quanto<br />
para manufaturas. O país, com pouco mais de 756 milhões mil m²<br />
(metros quadrados) de extensão territorial, possui 2,5 milhões de<br />
ha (hectares) de plantios florestais que produzem anualmente 43<br />
milhões de m³ (metros cúbicos) de madeira em toras. Eles atuam<br />
nos principais mercados mundiais e trabalham fortemente para<br />
a promoção de seus produtos. Conversamos com Fernando Raga,<br />
presidente da Associação Chilena de Madeira, que nos conta como<br />
o país estruturou o setor florestal, os planos para os próximos<br />
17 anos e como uma coruja deu um empurrãozinho para nossos<br />
vizinhos se fortalecerem e conquistarem os EUA (Estados Unidos<br />
da América) e Europa.<br />
O voo da coruja<br />
The flight of an owl<br />
C<br />
hile is one of Brazil’s competitors for various finished forest<br />
products. On the other hand, it is also a big market<br />
for both equipment and machinery. The Country, with<br />
just over 756 million km² in extension, has 2.5 million hectares<br />
(ha) of planted forest that produce 43 million m³ annually of timber<br />
logs. It exports to the major world markets and works very<br />
much to promote its products worldwide. We talked with Fernando<br />
Raga, President of the Corporación Chilena de la Madera<br />
(Corma), who tells us how the Country has structured its Forest<br />
Sector, its plans for the next 17 years, and how an owl helped<br />
our neighbors strengthen their position in the USA and Europe.<br />
26<br />
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Quais são as principais espécies plantadas no país e onde se<br />
encontram as maiores áreas florestais? Qual a participação<br />
das nativas para a indústria?<br />
As principais espécies plantadas são o Pinus radiata e os<br />
eucaliptos, principalmente das espécies globulus e nitens. O<br />
Chile conta com 1,4 milhão de ha de pinus e 841 mil ha de<br />
eucalipto. Os principais núcleos de plantios se estendem de<br />
norte a sul nas regiões de Ohiggins, Maule, Bio Bio e Los Ríos.<br />
Apesar do país contar com 13,6 milhões de ha de florestas<br />
nativas, sua participação na indústria é muito pequena, na<br />
ordem de 400 mil m³ de toras ao ano. Embora exista um<br />
consumo informal significativo de madeira extraída destas<br />
florestas.<br />
Qual é a rotação florestal no país?<br />
O abastecimento industrial está concentrado no Pinus radiata,<br />
com rotações de 18 a 25 anos, já o Eucalyptus globus tem<br />
rotações de 9 a 12 anos e o nitens, 12 a 14 anos. Este tempo<br />
médio da última espécie se deve principalmente pela busca<br />
por qualidade de fibra. Os produtos de madeira sólida são<br />
gerados a partir do pinus, já o eucalipto é dedicado, quase<br />
em sua totalidade, para a produção de fibra.<br />
De que maneira o mercado florestal está organizado no país<br />
de forma a suprir as demandas?<br />
Não existe um plano diretor para o setor. O que houve foram<br />
leis de fomento florestal, desde 1931 até 2012 que promoveram<br />
o plantio florestal em terras não aptas para agricultura,<br />
nas quais a seleção de espécies e localização foi decisão das<br />
empresas orientadas pelos mercados. Em 2015, foi desenvolvida<br />
uma política florestal nacional, com participação ampla<br />
de stakeholders para orientar esforços de desenvolvimento<br />
econômico, social e ambiental do setor para o futuro com<br />
uma visão de Estado, que transcenda períodos das gestões<br />
governamentais.<br />
Como se deu este processo de escolha por espécies e<br />
localização?<br />
Cada empresa ou reflorestador define seus plantios levando<br />
em conta a aptidão de seus terrenos, logística, valores de<br />
mercado dos produtos finais e a localização das indústrias.<br />
Mas também as indústrias se instalam em zonas que permitam<br />
seu abastecimento. Tudo isto, naturalmente, dentro<br />
do que estabelecem os marcos legais da legislação chilena.<br />
Quais são as maiores dificuldades para o crescimento do<br />
setor?<br />
Os crescentes custos, a dificuldade para expandir por causa<br />
da menor disponibilidade de solos, os conflitos locais e<br />
incêndios florestais.<br />
E as grandes vantagens competitivas do país?<br />
O Chile tem plantios com rendimentos superiores a outros<br />
What are the main planted species in the Country and<br />
where are the largest forest areas? What is the share of<br />
native species being processed by industry?<br />
The main planted species are Pinus radiata and eucalyptus,<br />
mostly of the globulus and nitens species. Chile has 1.4<br />
million ha of pine and 841,000 ha of eucalyptus. The main<br />
plantation centers stretch from the North to the South, in<br />
the O’higgins, Maule, Biobio and Los Ríos Regions. In spite<br />
of the Country having over 13.6 million ha of native forest,<br />
its participation is very small in the forest product industry,<br />
on the order of 400 thousand m³ of logs per year. However,<br />
there is a significant informal consumption of the timber being<br />
harvested from these forests.<br />
What is the forest rotation in the Country?<br />
Industrial supply is concentrated on Pinus radiata, with an<br />
18 to 25-year rotation, while Eucalyptus globus has a 9 to<br />
12-year rotation and Eucalyptus nitens a 12 to14-year rotation.<br />
This longer cycle for the latter species is mainly due to<br />
fiber quality. Solid wood products are generated from pine,<br />
while eucalyptus is almost all dedicated to the production<br />
of fiber.<br />
In what way is the forest market organized in the Country<br />
in order to meet the demand?<br />
There is no master plan for the Sector. What has happened<br />
was a series of forest laws from 1931 until 2012, which promoted<br />
forest planting on land not suitable for agriculture, in<br />
which species selection and location was a corporate decision<br />
based on markets. In 2015, a National Forestry Policy<br />
was developed, with broad participation from stakeholders<br />
to guide efforts in economic, social and environmental development<br />
in the Sector for the future, with a vision that<br />
transcended periods of government administrations.<br />
How does this affect the choice of species and location?<br />
Each forest product company or replanter defines its plantings,<br />
taking into account the ability of the land, logistics,<br />
market values of the final products, and industrial location.<br />
But also, industries are set up in areas that have the necessary<br />
supply conditions. All this, of course, within the legal<br />
milestones laid out in Chilean legislation.<br />
What are the major difficulties for the Sector's growth?<br />
Escalating costs, expansion difficulties due to the lower<br />
availability of land, local conflicts and forest fires.<br />
And the Country’s large competitive advantage?<br />
Chile has plantations with yields higher than other countries<br />
in the world (Pinus radiata grows 20 m³/ha.year and Eucalyptus<br />
nitens 40 m³/ha.year). In general the Country has<br />
good access to ports, competent and experienced personnel,<br />
a broad and developed sales and logistics network, and<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
27
ENTREVISTA<br />
países do mundo (Pinus radiata cresce 20 m³/ha.ano e o Eucaliptus<br />
nitens 40 m³/ha.ano). Em geral o país tem bons acessos<br />
aos portos, pessoal capacitado e experiente, uma vasta e<br />
desenvolvida rede comercial e logística e uma segurança<br />
institucional que permite desenvolver as atividades com<br />
níveis razoáveis de risco, salvo em alguns setores afetados<br />
por conflitos com comunidades.<br />
O Chile é bastante montanhoso, como as empresas alcançam<br />
competitividade na colheita nos plantios em terrenos<br />
irregulares?<br />
Realmente o Chile é mais montanhoso que, por exemplo,<br />
Brasil ou Argentina, e os custos da colheita são consequentemente<br />
mais altos. Porém, existem outros fatores da cadeia<br />
de valor como a proximidade dos portos - que são muito<br />
eficientes -, e a logística dos mercados que contribuem para<br />
manter a competitividade razoável, claro que ainda existem<br />
muitos aspectos que podemos melhorar.<br />
Qual o nível de mecanização na colheita e no preparo do<br />
solo? O que considera ideal?<br />
As principais empresas do país contam com tecnologia e conhecimento<br />
relativos à preparação do solo. Elas também têm<br />
acesso aos equipamentos adequados para cada realidade<br />
local. Além disto, a possibilidade de contar com o apoio dos<br />
prestadores de serviços colocam esta tecnologia ao alcance<br />
dos silvicultores menores, que se beneficiam da mecanização.<br />
É difícil definir de fora se a situação é a ideal ou não, já que<br />
cabe a cada empresa as decisões que o silvicultor toma em<br />
face ao mercado. Penso que, no geral, isto conduz a uma<br />
matriz de decisões mais eficiente.<br />
É verdade que a grande virada no setor florestal chileno<br />
começou há 20 anos depois que o país realizou um forte<br />
trabalho de divulgação dos produtos madeireiros acabados<br />
para a Europa?<br />
Não se pode considerar somente uma grande virada. Os<br />
mercados de madeira sólida têm se desenvolvido devido<br />
a um trabalho de muitos anos. Em se tratando de marcos,<br />
foi muito importante, por exemplo, o caso da proibição do<br />
corte de madeira no noroeste dos EUA por causa da lei de<br />
proteção à Spotted Owl (coruja-pintada), no início dos anos<br />
90, que gerou espaço para abrir o mercado norte-americano<br />
para os produtos de Pinus radiata. O crescimento do Chile<br />
como produtor de compensado estrutural com face livre de<br />
an institutional security that allows one to carry out activities<br />
with a reasonable degree of risk, except in some areas<br />
affected by community conflicts.<br />
Chile is quite mountainous, how do companies achieve<br />
competitiveness in harvesting forest plantations on uneven<br />
terrain?<br />
Actually, Chile is hillier than, for example, Brazil or Argentina,<br />
and harvesting costs are consequently higher. However,<br />
there are other value factors that the chain has, such<br />
as proximity to ports – which are very efficient – and market<br />
logistics that contribute to maintaining reasonable competitiveness;<br />
of course, there are still many ways that we could<br />
improve.<br />
What is the level of mechanization in harvesting and soil<br />
preparation? What level do you consider ideal?<br />
The major companies in the Country rely on technology and<br />
knowledge relative to soil preparation. They also have access<br />
to the appropriate equipment for each local reality.<br />
Furthermore, the possibility of counting on the support of<br />
the service providers has put this technology within reach<br />
of the smaller forest producers who thus also benefit from<br />
mechanization. It is difficult to set out if the situation is right<br />
or not, since the decisions are up to each forest producer,<br />
which are taken in relation to the market. I think, in general,<br />
this leads to variety of more efficient decisions.<br />
Is it true that the big turnaround in the Chilean Forest Sector<br />
began 20 years ago, after the Country carried out a<br />
large publicity program for Chilean finished wood products<br />
in Europe?<br />
You can’t say that it was the only thing that caused a turnaround.<br />
Solid wood markets were developed due to the<br />
work taken over many years. As to milestones, for example,<br />
the case for the prohibition of felling trees in the American<br />
Northwest at the beginning of the 90’s, because of the<br />
law for the protection of the Spotted Owl, was very important,<br />
leading to the opening of space in the US market for<br />
Pinus radiata products. The growth of Chile as a producer<br />
of structural plywood with one side free from knots for the<br />
American market, subsequently led to access to European<br />
markets. Despite being a major milestone, the program was<br />
only a part of much work in opening markets and product<br />
development.<br />
"O Chile tem plantios com rendimentos superiores a outros<br />
países do mundo: Pinus radiata cresce 20 m³/ha.ano e o<br />
Eucaliptus nitens 40 m³/ha.ano"<br />
28<br />
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"Dar mais valor agregado é sempre atrativo, mas deve-se<br />
analisar as vantagens que o país possui em cada etapa da<br />
cadeia de valor"<br />
nós também teve como objetivo principal o mercado norte-<br />
-americano e com resultado colateral permitiu o acesso aos<br />
mercados da Europa. Apesar de ser um marco importante<br />
faz parte de um longo trabalho de abertura de mercado de<br />
desenvolvimento de produtos.<br />
Quais são os principais produtos e os mercados mais importantes?<br />
O principal produto exportado pelo Chile é a celulose, que<br />
ocupa aproximadamente a metade de todos os produtos madeireiros<br />
vendidos ao exterior. Em seguida vêm as madeiras<br />
serradas, as chapas de compensado e produtos acabados. As<br />
madeiras sólidas são exportadas principalmente para os EUA<br />
(molduras, compensados, madeira laminada colada...), para<br />
Holanda (madeira serrada e compensado), China (madeira<br />
serrada) e México (madeira serrada e madeira laminada<br />
colada). Na somatória dos produtos, os principais mercados<br />
são China, EUA, Japão, Coreia do Sul e México.<br />
Qual o caminho para ampliar o mercado de madeira?<br />
Dar mais valor agregado é sempre atrativo, mas deve-se<br />
analisar as vantagens que o país possui em cada etapa da<br />
cadeia de valor. Avançar na cadeia de valor é rentável e<br />
eficiente, por tanto em primeiro lugar deve-se fazer uma<br />
boa análise. Em geral, ao diversificar, amplia-se a gama de<br />
produtos e mercados, porque as empresas que são eficientes<br />
em commodites geralmente não são nestes mercados de<br />
maior valor, onde têm relevância operadores com capacidades<br />
diferentes. Empresas médias e pequenas começam a<br />
ter mais oportunidades, então é útil a criação de programas<br />
pré-competitivos público/privados para ajudar a prospectar<br />
mercados e desenvolver capacidades.<br />
Quanto o setor florestal chileno ainda pode crescer? Quais<br />
as expectativas para os próximos 20 anos?<br />
A Política <strong>Florestal</strong> 2015-2035 estabelece como metas o crescimento<br />
florestal de mais 500 mil ha de plantios e colocar em<br />
prática o manejo florestal sustentável em um milhão de ha<br />
em florestas nativas. É possível que se construa um último<br />
projeto de expansão da capacidade produtiva de celulose.<br />
Acreditamos que o foco do desenvolvimento será na capacidade<br />
e modernização das empresas médias e pequenas,<br />
principalmente orientadas ao desenvolvimento da construção<br />
em madeira no país, o que irá gerar oportunidades locais<br />
com valor agregado.<br />
What are the main products and the most important markets?<br />
The main product exported by Chile is pulp, which occupies<br />
approximately one half of all forest products sold abroad.<br />
Then come sawn wood, plywood and finished products.<br />
Sawn wood products are exported mainly to the United<br />
States (frames, plywood, glued laminated wood ...), to the<br />
Netherlands (sawn wood and plywood), to China (sawn<br />
wood) and to Mexico (sawn wood and glued laminated<br />
wood). In summary, the main markets are China, USA, Japan,<br />
South Korea and Mexico.<br />
What is the way to amplify the forest product market?<br />
Adding more value is always attractive, but the advantages<br />
that the Country has at each step of the value chain should<br />
be analyzed. Always advancing the value chain is profitable<br />
and efficient, so first you must carry out a complete<br />
analysis. In general, diversifying and expanding the range<br />
of products and markets, because companies that are efficient<br />
in commodities are not always in these higher-value<br />
markets, where operators with different capacities are the<br />
relevant player. For medium and small companies to begin<br />
to have more opportunities, it is helpful to create public/<br />
private pre-competitive programs to help prospect and develop<br />
markets.<br />
How much can the Chilean Forest Sector still grow? What<br />
are the expectations for the next 20 years?<br />
The 2015-2035 Forest Policy establishes forest growth targets<br />
for over 500 thousand ha of planted forests and putting<br />
one million ha in native forests under sustainable forest<br />
management. It is possible to build one last pulp production<br />
capacity expansion project. We believe that the focus will<br />
be on capacity development and modernization for medium<br />
and small companies, mainly oriented to the development<br />
of wood in building construction in the Country, which will<br />
generate local value-added opportunities.<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
29
PRINCIPAL<br />
Conceito<br />
revolucionário<br />
com 120 anos<br />
de história<br />
30<br />
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EXTE, PIONEIRA MUNDIAL NA<br />
FABRICAÇÃO DE FUEIROS DE<br />
ALTA PERFORMANCE, REVELA<br />
OS PLANOS DE EXPANSÃO<br />
PARA OS PRÓXIMOS ANOS COM<br />
DESTAQUE PARA O BRASIL<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
D<br />
e grade para o arado até os mais modernos fueiros<br />
construídos totalmente com alumínio. A história da<br />
maior fabricante do mundo de equipamentos para<br />
transporte de madeira e amarração da carga começou em 1898.<br />
Hoje, quase 120 nos depois, a sueca ExTe atende ao setor rodoviário<br />
e ferroviário em 30 países, com fábricas na Suécia, Finlândia<br />
e Brasil. A empresa tem planos de expansão com foco na<br />
manutenção da qualidade, fabricação de produtos certificados<br />
e testados, segurança e inovação.<br />
A preocupação em ditar tendências acompanha a empresa<br />
desde o início. É um trabalho que demanda investimento, pesquisa<br />
e testes, porém o mais difícil é convencer as pessoas que<br />
a nova solução supera o modelo que estão acostumados. Em<br />
1934, a ExTe instalou o primeiro fueiro em um caminhão. O próximo<br />
passo foi passar de ferro para alumínio, o que aconteceu<br />
em 1969. “Ninguém acreditou. Alumínio não é forte, eles diziam,<br />
vai quebrar”, recorda o presidente da empresa Kjell Jonsson. Os<br />
fueiros de ferro pesavam de 250 Kg a 275 Kg (quilogramas), enquanto<br />
o produto em alumínio tinha somente 75 Kg. Levou mais<br />
de dois anos até os clientes entenderem o conceito. A primeira<br />
venda foi feita em 1971. Os modelos da marca em alumínio são<br />
24% mais leves que os fueiros em metal leve de alta resistência.<br />
Atualmente a ExTe é a maior empresa de fueiros do mundo,<br />
anualmente são produzidos 10 mil unidades. “Na Suécia temos<br />
70% do mercado, Alemanha 75%, Noruega 70%”, contabiliza o<br />
presidente da companhia. A empresa possui diversas soluções:<br />
fueiros em aço e alumínio, somente com o metal leve e equipamentos<br />
para a amarração das toras. A empresa ainda atua no<br />
O CORTE DAS CHAPAS É FEITO COM MÁQUINA<br />
EQUIPADA COM FERRAMENTA A LASER<br />
REVOLUTIONARY<br />
CONCEPT WITH<br />
120 YEARS OF<br />
HISTORY<br />
EXTE, WORLD PIONEER IN<br />
THE MANUFACTURE OF HIGH-<br />
PERFORMANCE BUNKS, REVEALS THE<br />
EXPANSION PLANS FOR THE NEXT<br />
YEARS WITH EMPHASIS ON BRAZIL<br />
F<br />
rom grates to plows to the latest bunks built completely<br />
from aluminum. The story of the world's largest<br />
manufacturer of equipment for timber transport and<br />
load binders began in 1898. Today, almost 120 years later,<br />
the Swedish company, ExTe, meets the needs of the road and<br />
rail sectors in 30 countries, with factories in Sweden, Finland<br />
and Brazil. The Company has expansion plans with a focus on<br />
maintaining the quality, safety and innovation in the manufacture<br />
of certified and tested products.<br />
The concern to dictate trends has accompanied the Company<br />
since the beginning. It’s a job that demands investment,<br />
research and testing, but the hardest thing to do is to convince<br />
people that the new solutions are superior to the models they<br />
are used to using. 1934 was the year that ExTe installed its first<br />
truck bed stake. The next step was to switch from iron to aluminum,<br />
something that happened in 1969. “Nobody believed<br />
in us. Aluminum is not strong, they said, it will break,” recalls<br />
Kjell Jonsson, Company President. The iron stake weighed 250<br />
to 275 kg, while the aluminum product weighs only 75 kg, and<br />
it took more than two years until customers understood the<br />
concept. The first sale was made in 1971. The aluminum ExTe<br />
proucts today are 24% ligther then the steel bunks.<br />
Currently, ExTe is the world's largest truck bed stake producer,<br />
producing 10 thousand units, annually. “In Sweden,<br />
we have 70% of the market, in Germany 75%, and in Norway<br />
70%,” says the President of the Company. The Company provides<br />
several solutions: stakes from steel and aluminum, made<br />
only with light metal, and binder equipment for constraining<br />
log loads. The Company even operates in the railway sector.<br />
“Just in Sweden, we have 80% of the freight train equipment<br />
market, a segment we started to serve in 1986,” says Company<br />
President Kjell.<br />
TESTED AND CERTIFIED<br />
Quality and safety are, without doubt, the strengths of<br />
the Company. It rests on three certifications to maintain the<br />
high quality level in production and also in the products. “We<br />
are ISO 9001 certified, which is renewed each year through<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
31
PRINCIPAL<br />
EXTE POSSUI TRÊS CERTIFICAÇÕES PARA GARANTIR QUALIDADE NA PRODUÇÃO E NA SOLDA DE ALTO PADRÃO<br />
segmento ferroviário. “Somente na Suécia, temos 80% do mercado<br />
de equipamentos para trens, segmento que iniciamos em<br />
1986”, destaca Kjell.<br />
TESTADO E CERTIFICADO<br />
A qualidade e segurança são, sem dúvida, os pontos fortes<br />
da empresa. Ela se apoia em três certificações para manter o<br />
alto nível na produção e também nos produtos. “Possuímos a<br />
ISO 9001 que é renovada a cada ano por meio de auditorias regulares<br />
conduzidas pela empresa alemã Tüv Nord”, explica Lina<br />
Bylund, diretora de marketing.<br />
A ExTe detém ainda duas certificações para o processo de<br />
solda, um dos processos mais importantes para a produção<br />
dos fueiros e que determinam a qualidade final do produto. A<br />
ISO3834-2 garante qualidade da solda de partes metálicas na<br />
indústria e na instalação do produto. Já a EN 15085-2 estabelece<br />
padrões de excelência para a solda em veículos ferroviários.<br />
“Testes práticos de solda são realizados regularmente para a<br />
manutenção desta certificação”, aponta Per Jonasson, do setor<br />
de Vendas.<br />
Mais do que certificados, a ExTe faz questão de testar todos<br />
os novos modelos de produtos antes de lançar para o mercado,<br />
procedimento que leva em média um ano e meio. “Escutamos<br />
as necessidades dos clientes, nos encontramos com eles quantas<br />
vezes forem necessárias, voltamos para casa e debatemos a<br />
maneira com que vamos atender aquela demanda”, explica Kjell<br />
Jonsson.<br />
Os parques fabris da ExTe obedecem o mesmo padrão em<br />
todos os lugares do mundo. Assim como na sede da empresa<br />
na Suécia, a fabricação dos produtos brasileiros também é feita<br />
com equipamentos que realizam a solda a laser e os processos<br />
mais refinados contam com o auxílio de robôs. “Isto assegura<br />
que o produto fabricado no Brasil tenha exatamente as mesmas<br />
especificações do produzido na Suécia”, frisa Olle Melin, da<br />
Emex Brasil, representante exclusiva e fabricante dos equiparegular<br />
audits conducted by the German Company Tüv Nord,”<br />
explains Lina Bylund, Director of Marketing for the Company.<br />
ExTe holds two certifications for the welding process, one<br />
of the most important processes in the production of the stake<br />
and that determines the final quality of the product. ISO3834-2<br />
ensures quality of the welded metal parts in the factory and in<br />
installation of the product. EN 15085-2 establishes standards<br />
of excellence for welding on rail cars. “Practical welding tests<br />
are carried out regularly to maintain this certification” points<br />
out Per Jonasson, from the Company’s Sales Department.<br />
More than certificates, ExTe makes sure to test all new<br />
product models before releasing them to the market, a procedure<br />
that takes, on average, a year and a half. “We listen to<br />
customer needs, we meet with them as many times as necessary,<br />
we return home and discussed the way in which we’re<br />
going to meet that demand,” explains Company President Kjell<br />
Jonsson.<br />
The ExTe industrial parks obey the same standards everywhere<br />
in the world. As at the Company's headquarters in Sweden,<br />
the manufacture of Brazilian products is also carried out<br />
using equipment that performs laser welding and the more refined<br />
processes rely on the aid of robots. “This ensures that the<br />
product manufactured in Brazil has exactly the same specifications<br />
as of that produced in Sweden,” says Olle Melin, Director<br />
of Emex Brazil, exclusive representative and ExTe equipment<br />
manufacturer in Brazil.<br />
READY TO USE<br />
The process of developing and testing new products follows<br />
three steps. First, the equipment is designed in 3D and<br />
the computer simulates the theoretical results on issues, such<br />
as weight, resistance, strength, and durability. If necessary,<br />
this allows the designs to be redone before producing the first<br />
prototype.<br />
After the new stake is made it goes through two factory<br />
32<br />
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FUEIRO COM AÇO DE ALTA RESISTÊNCIA<br />
O produto mais vendido no Brasil é o fueiro com aço de alta<br />
resistência, que utiliza matéria-prima sueca e é confeccionado<br />
na fábrica brasileira. As chapas de aço utilizadas neste equipamento<br />
reúnem alta qualidade e são certificadas por órgãos internacionais.<br />
“Também temos a chancela da produtora destas<br />
chapas a SSAB, que nos certificou sobre a manufatura correta<br />
do aço com comprovada eficácia”, garante Olle Melin. A utilização<br />
correta do aço de alta resistência é determinante na qualidade<br />
final do fueiro, a matéria-prima por si só não é suficiente.<br />
Por isso, a produção brasileira passou pelo aval da matriz sueca<br />
ExTe AB. Um estudo realizado pela fabricante comprova que a<br />
utilização correta da solda acarreta menor estresse da matéria-<br />
-prima, proporcionando menos trincas e quebras no produto<br />
acabado. “Um erro muito comum que algumas empresas cometem<br />
é realizar soldas muito grossas acreditando que isto confere<br />
mais resistência, o que é um grande engano. Assim como trabalhar<br />
com o aço em temperaturas fora do ideal, outra falha que<br />
acaba com a segurança do fueiro”, aponta Olle.<br />
UM ROBÔ REALIZA A SOLDA DAS PEÇAS MAIS<br />
DELICADAS<br />
mentos ExTe no Brasil.<br />
PRONTO PARA USAR<br />
O processo de elaboração e teste de novos produtos obedece<br />
três etapas. Primeiro o equipamento é desenhado em 3D<br />
e um software mostra os resultados teóricos sobre aspectos<br />
como peso, resistência, força, durabilidade. Isto permite refazer<br />
alguns cálculos antes mesmo de produzir o primeiro protótipo.<br />
Depois que o modelo novo de fueiro é fabricado, ele passa<br />
por dois testes na fábrica. Um equipamento simula as trepidações<br />
que ocorrem com o movimento do caminhão nas estradas.<br />
O corpo de ensaio passa por mais de 200 horas dentro da cabine,<br />
o que equivale a anos de uso. Assim é possível avaliar se<br />
ele apresentará rachaduras ou imperfeições no decorrer do uso.<br />
Outro ensaio muito importante é o de flexibilidade das hastes.<br />
O fueiro é submetido a milhares de ciclos de esforço mecânico<br />
que testam o limite máximo do produto até que quebre.<br />
MÁQUINA REALIZA A DOBRA DO METAL EM APENAS<br />
UM MOVIMENTO PARA MANTER A RESISTÊNCIA DA<br />
PEÇA<br />
tests. Equipment is used to simulate the impacts that occur<br />
with the movement of a truck on the road. The test piece goes<br />
through more than 200 hours inside the test cabin, which is<br />
equivalent to years of use. So it is possible to determine if it<br />
might present cracks or imperfections during the course of<br />
use.<br />
Another very important test is the flexibility of the stake<br />
itself. The stake is subjected to thousands of cycles of mechanical<br />
stress, testing the maximum stress limit of the product<br />
until it breaks. This process allows the technicians to assess<br />
HIGH STRENGTH STEEL BUNKS<br />
The best-selling product in Brazil is the high-strength<br />
steel bunk, which uses Swedish raw material and is manufactured<br />
in the Brazilian factory. The steel plates used in<br />
this equipment gather high quality and are certified by international<br />
bodies. "We also have the steel of the producer<br />
of these sheets SSAB, which certified us on the correct<br />
manufacture of steel with proven effectiveness," says Olle<br />
Melin. The correct use of the high-strength steel is decisive<br />
for the quality of the final product, the raw material<br />
alone is not enough to assure it. Therefore, the Brazilian<br />
production was approved by the Swedish parent, ExTe AB.<br />
A study conducted by the manufacturer proves that correct<br />
use of the welding leads to less stress of the raw material,<br />
providing fewer cracks and breaks in the finished<br />
product. "A very common mistake that some companies<br />
make is to make very thick welds, believing that this gives<br />
more resistance, which is a big mistake. As well as working<br />
with steel in temperatures outside the ideal, another<br />
fault that ends with the safety of the bunks", points Olle.<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
33
PRINCIPAL<br />
Este processo permite aos técnicos avaliar se o fueiro atende às<br />
exigências estabelecidas pela empresa.<br />
Finalmente o produto é levado para as estradas, onde é<br />
testado na prática. Pelo menos cinco unidades são instaladas<br />
em caminhões e passam por todas as situações de uso. Após<br />
12 meses, se o implemento não apresenta qualquer problema é<br />
finalmente lançado comercialmente.<br />
NOVIDADE<br />
“Sempre estamos inovando, pode ser um produto totalmente<br />
novo ou uma melhoria nos equipamentos que produzimos,<br />
mas sempre estamos à frente. Faz parte da nossa filosofia”,<br />
afirma Kjell Jonsson. A mais recente novidade da empresa<br />
é o TU (Tensão Ilimitada). O equipamento instalado na base do<br />
fueiro permite a amarração das toras de forma automática, sem<br />
esforço manual. Outra grande vantagem do sistema é que ele<br />
dispensa o reaperto durante a viagem. Este é um problema de<br />
eficiência em muitas empresas florestais brasileiras. Em média<br />
os motoristas param a cada 40 km (quilômetros) para apertar as<br />
cintas. Pior ainda se este procedimento é negligenciado. Cargas<br />
mal amarradas aumentam o risco das toras se desprenderem, o<br />
que pode causar acidentes e mortes.<br />
whether the stake meets the requirements established by the<br />
Company.<br />
Finally, the product is taken on the road, where it is tested<br />
in practice. At least five units are installed on truck beds and<br />
undergo all use situations. After 12 months, if product use does<br />
not present any problems, it is finally released commercially.<br />
NEWS<br />
“We are always innovating, it can be a totally new product<br />
or an improvement in the equipment we already produce,<br />
but we are always in front. This is part of our philosophy,”<br />
says President Kjell Jonsson. The Company’s latest novelty is<br />
Tension Unlimited (TU). The equipment installed at the base<br />
of the stake allows automatic log load binding, without any<br />
manual effort. Another great advantage of the system is that<br />
it dispenses with any retightening during transport. This is an<br />
efficiency problem for many forestry companies. On average,<br />
drivers stop every 40 km to tighten the load binding straps.<br />
Worse still if this procedure is overlooked. Badly bound loads<br />
increase the risk of logs falling off the truck, which can cause<br />
accidents and deaths.<br />
FUEIRO<br />
SUBMETIDO<br />
A TESTE DE<br />
RESISTÊNCIA<br />
À FLEXÃO<br />
PRESIDENTE DO GRUPO KJELL JONSSON<br />
LANÇAMENTO<br />
DA EXTE, O<br />
TU PERMITE<br />
AMARRAÇÃO<br />
AUTOMÁTICA,<br />
SEM<br />
NECESSIDADE<br />
DE REAPERTO<br />
CORPO DE ENSAIO PASSANDO POR TESTE QUE<br />
AVALIA A RESISTÊNCIA DO FUEIRO A TREPIDAÇÕES<br />
34<br />
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ENTREVISTA<br />
De funcionário a proprietário<br />
O engenheiro Kjell Jonsson sempre foi um aficionado pelo<br />
transporte rodoviário, atividade que despertou seu interesse<br />
quando era ainda criança. A dedicação à paixão lhe rendeu uma<br />
história muito particular. Ele comprou a empresa em que iniciou<br />
sua carreira. Como presidente do Grupo Extendo, que iniciou<br />
com a ExTe e agora possui mais cinco empresas, Kjell estendeu<br />
a atuação da fabricante de fueiros para o setor ferroviário e ampliou<br />
o número de empresas pertencentes à organização. Os<br />
próximos passos preveem crescimento de 25% de todo o Grupo<br />
para os próximos três anos.<br />
Qual é a sua formação e como se envolveu com o segmento?<br />
Fiz escola técnica em engenharia. Sempre me interessei<br />
pelo segmento de transporte. Cresci no norte da Suécia, meus<br />
vizinhos tinham caminhões e carretas. Quanto tinha uns 8 anos,<br />
os acompanhava algumas vezes, quando estava de férias, para<br />
aprender tudo o que podia.<br />
Como passou de funcionário para dono da empresa em um<br />
curto período de tempo?<br />
Conheci a empresa por meio de um dos meus vizinhos. Ele<br />
tinha um produto da ExTe em um dos caminhões. Então ingressei<br />
na empresa. Trabalhava 24 horas por dia. O antigo dono<br />
percebia meu interesse e concluiu que poderia tomar conta do<br />
negócio. Então um dia ele veio até mim e perguntou: “você gostaria<br />
de comprar a companhia?”, isto foi em 1985. De imediato<br />
respondi que sim.<br />
Qual é o futuro do Grupo agora?<br />
Primeiramente vamos ampliar a fábrica. Na sequência traremos<br />
a empresa de reboques (Alucar) para cá para ampliar a<br />
produção e nossa participação no mercado porque todas as<br />
outras empresas do grupo possuem equipamentos para serem<br />
aplicados em reboques. Nossa projeção é que o Grupo Extendo<br />
cresça 25% até 2020. Acreditamos que podemos ampliar nossa<br />
participação no Brasil e nos países vizinhos, assim como na Rússia<br />
que é um grande mercado.<br />
Podemos concluir que o Brasil será o centro para a América<br />
do Sul.<br />
Exatamente. Podemos considerar que o Brasil será no hub<br />
para o outro lado do mundo, assim a produção brasileira vai<br />
abastecer toda a América do Sul e com o mesmo conceito da fábrica<br />
matriz. Antes de enviarmos os desenhos para o Brasil nós<br />
testamos tudo aqui. Depois acompanhamos todos os processos<br />
de fabricação no Brasil. Enviamos nosso pessoal para fazer o<br />
atestado de qualidade. Isto é algo muito importante porque o<br />
produto produzido estampa o nome da ExTe nele, então é imprescindível<br />
que tenha a mesma qualidade do produto saído da<br />
fábrica na Suécia.<br />
INTERVIEW<br />
From Employee to Owner<br />
Engineer Kjell Jonsson has always been an aficionado for<br />
road transport, an activity that sparked his interest when he<br />
was still a child. Dedication to his passion earned him a very<br />
particular history. He bought the company that started his<br />
career. As President of the ExTendo Group, which began with<br />
ExTe, and now has five more companies, Kjell extended the<br />
stake manufacturer’s operations to the rail sector and expanded<br />
the number of companies belonging to the organization.<br />
The next steps predict a growth of 25% for the entire group for<br />
the next three years.<br />
What is your background and how did you get involved<br />
with the segment?<br />
I studied Engineering at a Technical School. I’ve always<br />
had an interest in the transport segment. I grew up in northern<br />
Sweden; my neighbors had tractor trailers. When I was about<br />
8, I accompanied them a few times, when on vacation, to learn<br />
all I could<br />
How did you go from employee to owner of the Company<br />
in such a short period of time?<br />
I got to know the Company through one of my neighbors;<br />
he used ExTe products on one of the trucks. So I joined the<br />
Company. I used to work 24 hours a day. The previous owner<br />
perceived my interest and concluded that I could take care of<br />
business. Then one day, he came up to me and asked: “Would<br />
you like to buy the Company?”; this was in 1985. I immediately<br />
said yes.<br />
What is the future for the Group now?<br />
First, we are going to expand the plant. Afterwards, we<br />
will bring the trailer producer (Alucar) here in order to expand<br />
production and our market share, because all other companies<br />
in the Group produce equipment to be used on trailers.<br />
Our projection is that the Group Extend will grow by 25% by<br />
2020. We believe that we can expand our market share in Brazil<br />
and neighboring countries, as well as in Russia, which is a<br />
big market.<br />
Can we conclude that Brazil will be the Center for South<br />
America?<br />
Exactly. We consider that Brazil will be the hub for the other<br />
side of the world, thus Brazilian production will supply all of<br />
South America and with the same concept as the main factory.<br />
Before sending the drawings to Brazil, we will test everything<br />
here. Afterwards, we will accompany all manufacturing processes<br />
in Brazil. We will send our people to attest as to quality.<br />
This is very important because the product produced carries<br />
the name of ExTe on it, so we have to be sure that products<br />
have the same quality as those that left the factory in Sweden.<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
35
ESPECIAL<br />
SHOW DE<br />
INOVAÇÃO<br />
Por Rafael Macedo, de Jököping (Suécia)<br />
36<br />
www.referenciaflorestal.com.br
ELMIA WOOD <strong>2017</strong><br />
SUPERA EXPECTATIVAS<br />
E MOSTRA QUE<br />
SEMPRE HÁ ESPAÇO<br />
PARA EVOLUÇÕES<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
37
ESPECIAL<br />
KOMATSU 901XC,<br />
HARVESTER PARA<br />
DESBASTE, COM<br />
ÓTIMA PERFORMANCE<br />
EM TERRENOS MACIOS<br />
E INCLINADOS<br />
N<br />
ão tem como fugir do clichê, a Elmia Wood realmente<br />
impressiona. A edição deste ano, realizada mês<br />
passado nas proximidades de Jönköping (Suécia),<br />
trouxe novidades. Apesar da chuva, muita gente circulou pelos<br />
7 Km (quilômetros) de trilhas que fizeram uma ponte entre as<br />
máquinas de alta produtividade, ferramentas, implementos e<br />
novas tecnologias aplicadas à floresta. Os brasileiros participaram<br />
em grande número e com certeza muito do que foi visto<br />
por lá, em breve, vai desembarcar por aqui.<br />
O número de expositores impressiona foram 555 este ano, vindos<br />
de 28 países. De acordo com a organização, foram registradas<br />
mais de 41 mil visitas. Tudo para ver o que há de novo<br />
no cenário da colheita, transporte, captação e gerenciamento<br />
de dados.<br />
A área destinada somente para as demonstrações foi de 131<br />
mil m² (metros quadrados), somada ainda a 85 mil m² com estandes.<br />
A divisão mais concorrida foi a de máquinas pesadas<br />
como de costume. Os equipamentos para processo e transporte<br />
de biomassa também ocuparam um grande espaço no<br />
evento. Por fim, a área de drones e a demonstração de novas<br />
tecnologias chamaram grande atenção.<br />
Também teve muita novidade em equipamentos compactos<br />
e os multifunções como harvesters e forwarders em uma só<br />
máquina. Na Europa existe uma grande gama de produtos para<br />
os pequenos empreiteiros, que se encaixariam muito bem por<br />
aqui, principalmente para o desbaste ou corte raso de florestas<br />
com menor volume, como as de eucalipto para celulose.<br />
Mas por enquanto, estas máquinas ainda estão distantes do<br />
mercado nacional.<br />
DERRUBA E CARREGA<br />
As grandes marcas de máquinas florestais mostraram tudo o<br />
que há de mais moderno em seu arsenal. A Komatsu Forest levou<br />
simuladores, harvesters, forwarders e cabeçotes, além de<br />
toda a linha de roupas que fizeram o maior sucesso no estande<br />
da empresa. O diretor de vendas e marketing no Brasil, Lonard<br />
Santos, recebeu os visitantes que atravessaram o Atlântico.<br />
Eles foram apresentados ao 901XC, harvester para desbaste<br />
que trabalha em terrenos inclinados. O lançamento carrega o<br />
conceito da fabricante com cabine e grua centralizadas para<br />
proporcionar equilíbrio entre pressão no solo e baixo centro<br />
de gravidade.<br />
GUINCHO DA PONSSE<br />
COMANDADO<br />
REMOTAMENTE<br />
PELO OPERADOR<br />
DA MÁQUINA QUE<br />
TRABALHA NA ÁREA<br />
INCLINADA<br />
38<br />
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ESTANDE DA JOHN<br />
DEERE OCUPOU UM<br />
GRANDE ESPAÇO<br />
PARA EXPOR OS<br />
20 MODELOS DE<br />
HARVESTERS E<br />
FORWARDERS<br />
A empresa também divulgou a tecnologia própria de simuladores<br />
com os modelos KF 500 que reproduz uma cabine real e o<br />
KF 50, software para laptop. Além deles, o gerenciamento de<br />
frota foi um ponto forte e explorado pelos grandes produtores.<br />
A Komatsu demonstrou as vantagens do MaxiFleet, que pode<br />
ser acessado por qualquer dispositivo móvel e detalha desempenho<br />
da máquina, operador e da operação.<br />
Entre as novidades da empresa Ponsse está a introdução do<br />
ActiveFrame para os harvesters com oito rodas. Este sistema<br />
de suspensão era utilizado somente pelos forwarders da marca.<br />
A tecnologia absorve os trancos que a máquina sofre ao<br />
operar em terrenos menos amigáveis e mantém a cabine nivelada<br />
na horizontal em todos os momentos.<br />
Outra novidade foi o sistema de guincho em parceria com a<br />
Herzog. Ele é acoplado em um harvester substituindo a grua.<br />
Esta máquina é presa por cabos em duas árvores e serve de<br />
âncora para um harvester ou forwarder que pode operar em<br />
terreno íngreme. O maior destaque é que o guincho é ligado<br />
remotamente à máquina que está trabalhando na colheita ou<br />
baldeio. Isto quer dizer que o mesmo operador que está abatendo<br />
ou carregando as árvores também comanda o guincho<br />
de maneira automática.<br />
A empresa também deu destaque ao Ponsse Manager, seu sistema<br />
de gerenciamento de frota. O programa mostra inclusive,<br />
previamente se a máquina precisará de manutenção. Entre os<br />
representantes brasileiros da empresa esteve presente no estande<br />
Fernando Campos, do departamento de Vendas e Marketing,<br />
além dos responsáveis pelas vendas das máquinas no<br />
sul do país: Jober Fonseca, diretor da Timber Forest e Claumar<br />
Baldissera, coordenador de Vendas e Marketing da empresa<br />
com sede em Curitiba (PR).<br />
Muitos visitantes ficaram entusiasmados com a chance de<br />
brincar com as novas máquinas no estande da John Deere<br />
Forestry. “Ficamos muito satisfeitos com o incrível número de<br />
pessoas que visitaram nosso estande. A chuva só afugentou<br />
quem não era do setor”, afirmou Dieter Reinisch, diretor de<br />
informação da empresa.<br />
Entre os destaques esteve o IBC (Sistema Inteligente de Controle<br />
da Lança) para harvesters, que antes era disponível somente<br />
para os forwarders. Basicamente ele simplifica a vida<br />
do operador que só precisa controlar o cabeçote, a lança é<br />
acionada automaticamente. A novidade pode ser testada no<br />
HARVESTER LOGSET<br />
12H GTE HYBRID<br />
EQUIPADO COM<br />
CABEÇOTE TH85 QUE<br />
PESA 2 T<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
39
ESPECIAL<br />
DETALHE DO COM90,<br />
SISTEMA PRODUZIDO<br />
PELA EXTE QUE<br />
SEGURA A CARGA<br />
AUTOMATICAMENTE<br />
simulador instalado no estande da marca.<br />
A feira também marcou o lançamento oficial do harvester<br />
1170G 8W. Trata-se de um modelo com tração nas oito rodas<br />
voltado para desbaste e corte raso em terrenos macios. A série<br />
G possui também modelos maiores e com seis rodas. Quem<br />
visitou o espaço da John Deere na Elmia também pôde avaliar<br />
as novidades do TimberOffice, um pacote com programas para<br />
gerenciar frota. Os brasileiros sentiram-se em casa com a presença<br />
de Rodrigo Junqueira, diretor de Vendas para a América<br />
Latina.<br />
A fabricante de máquinas e cabeçotes finlandesa Logset mostrou<br />
implementos e máquinas. Chamou atenção o harvester<br />
12H GTE Hybrid. O híbrido com 24,5 t concilia energia elétrica<br />
e óleo diesel. Em apenas um microssegundo o motor pode<br />
fornecer 510 hp (cavalos de potência). O cabeçote TH55 foi<br />
outro destaque. Ele foi desenhado para o segundo e terceiro<br />
desbaste, mas também pode ser usado no corte raso de florestas<br />
jovens.<br />
EQUIPAMENTOS<br />
Garras, fueiros, rotatores, balanças, correntes, esteiras, sabres.<br />
Quem procurou achou algo de novo em algum componente<br />
florestal. Os avanços contemplaram mais automação, produtividade,<br />
precisão e segurança. Foi possível verificar que os<br />
implementos estão mais modernos e seguem demandas do<br />
mercado. As empresas estão ouvindo os clientes e dando respostas.<br />
No estande da Exte, fabricante de fueiros e equipamentos para<br />
transporte de madeira, a novidade foi o novo sistema de amarração<br />
automático TU. O equipamento é instalado na base do<br />
fueiro e realiza o aperto da cinta automaticamente. Além de<br />
dispensar o trabalho manual, o aparelho é o único que elimina<br />
as paradas para o reaperto das cintas, algo que também é necessário<br />
até mesmo em equipamentos hidráulicos.<br />
Quanto aos fueiros, o destaque foi a série D, com modelos que<br />
comportam cinco, sete e 10 t (toneladas). A base é feita com<br />
metal leve de alta resistência e as hastes são de alumínio. Eles<br />
são 15% mais leves que a versão anterior. A combinação perfeita<br />
para quem deseja leveza e força com ótimo custo/benefício.<br />
Apesar de ainda não estar disponível no Brasil, o COM90 foi a<br />
estrela do estande da ExTe. O vídeo com a demonstração do<br />
equipamento postado no perfil da REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
no facebook fez sucesso. Em três dias alcançou quase 280 mil<br />
visualizações e 2.700 compartilhamentos. Trata-se de um sistema<br />
de contenção de carga automatizado, sem amarração.<br />
Com um comando no controle, o fueiro fecha a parte superior<br />
da carga, em seguida as hastes são recolhidas e abraçam firmemente<br />
as toras. Quando o caminhão chega ao destino final<br />
basta acionar o sistema novamente e a carga é liberada em<br />
poucos segundos.<br />
A feira destinou um espaço exclusivo para a<br />
demonstração e exposição de drones. Em uma<br />
tenda os visitantes podiam participar de palestras<br />
e entrar em contato com fabricantes dos<br />
equipamentos, a grande maioria local.<br />
40<br />
www.referenciaflorestal.com.br
NOVO MODELO<br />
DE ROTATOR DA<br />
FINN ROTOR,<br />
LANÇADO<br />
DURANTE A FEIRA<br />
DETALHE DA<br />
GARRA MG COM<br />
20 T PRODUZIDA<br />
PELA HULTDINS<br />
A finlandesa Finn Rotor levou toda a gama de rotatores<br />
para a Elmia <strong>2017</strong>. A novidade foi o lançamento<br />
da família CRS que possui quatro canais para passagem<br />
de óleo. A empresa fornece também válvulas hidráulicas<br />
e acessórios para gruas. Em breve, os fabricantes da<br />
cidade de Saarijärvi estarão desembarcando no Brasil,<br />
representados pela Emex Brasil.<br />
A Hultdins, fabricante de garras e implementos com<br />
sede na Suécia, muito conhecida no Brasil, levou todo seu<br />
portfólio para a Elmia Wood <strong>2017</strong>. Um dos modelos que<br />
se destacaram foi a garra traçadora SuperSaw 6000S. A<br />
maior versão pesa 392 kg e possui duas bombas de lubrificação<br />
para a serra. A fabricante fez questão de demonstrar<br />
os 20 modelos da SuperGrip, série que pode ser instalada<br />
em forwarders, caminhões, carregadores florestais<br />
e escavadeiras.<br />
PAINEL DE DADOS DA<br />
TAMTRON QUE TRAZ<br />
O PESO POR CARGA<br />
E TAMBÉM REGISTRA<br />
O VALOR TOTAL DO<br />
CARREGAMENTO<br />
A competitividade da atividade florestal exige precisão.<br />
Este é o conceito das balanças com a marca Tamtron. Os implementos<br />
acoplados entre o rotator e a grua revelam instantaneamente<br />
o peso que a garra está levantando, com margem de<br />
erro de somente 1 a 2%. O operador pode visualizar todos os<br />
dados da cabine por meio de um painel. O lançamento na feira<br />
foi o modelo wireless. De acordo com Eero Hiltunen, diretor de<br />
Contas, ele é mais confiável porque não utiliza óleo. O fluído<br />
sofre reação de acordo com a temperatura e pode afetar a precisão<br />
da balança. Outra vantagem é a autonomia deste equipamento,<br />
que pode ficar em operação até dois meses utilizando<br />
somente duas pilhas comuns.<br />
AO FUNDO<br />
ESTÁ A PENEIRA<br />
SEPARADORA TR<br />
620 E À DIREIRA<br />
O TRITURADOR<br />
HORIZONTAL HG<br />
4000<br />
Entre as marcas que produzem equipamentos para o<br />
processamento, a Vermeer estruturou um estande todo<br />
especial. A empresa demonstrou toda a linha de trituradores<br />
e picadores para diversas necessidades de produção<br />
e aplicação. Entre os destaques estava o triturador<br />
tubular TG 7000. O modelo possui tambor duplex que<br />
minimiza a manutenção, uma tecnologia patenteada. A<br />
cabine elevada para o comando da grua alimentadora<br />
é climatizada e toda a operação pode ser realizada por<br />
uma só pessoa.<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
41
ESPECIAL<br />
DIRETOR<br />
GERAL DA HSP<br />
GRIPEN, TOMAS<br />
JONSSON, AO<br />
LADO DA GARRA<br />
MODELO 055X<br />
HD<br />
NOVA GERAÇÃO<br />
DE ESTEIRAS DA<br />
OLOFSFORS AMPLIA<br />
A CAPACIDADE DE<br />
CARGA E REDUZ<br />
AINDA MAIS O<br />
IMPACTO SOBRE O<br />
SOLO<br />
A HSP Gripen, com sede na Suécia, levou modelos<br />
de garras para carregamento de toras que atendem<br />
todos os níveis de produção. Os implementos podem<br />
ser acopladas em máquinas na floresta e no pátio. O<br />
035HD, um dos destaques, é voltado para trabalhos pesados,<br />
indicado para forwarders em operações de corte<br />
raso. Já o modelo de garra 250t foi desenhado para carga<br />
e descarga de toras em terminais e indústrias.<br />
Mais tração, eficiência e menos gasto de combustível.<br />
Este é o objetivo das esteiras Eco-tracks produzidas<br />
pela Olofsfors. No estande da empresa sueca o visitante<br />
encontrou os modelos para duas rodas, individuais e correntes.<br />
Os implementos ajudam na tração de forwarders,<br />
harvester e skidders, além de aumentarem a vida útil<br />
dos pneus. Ao longo dos anos, a fabricante desenvolveu<br />
modelos que atendem a situações bastante específicas,<br />
como terrenos íngremes, molhados, solos macios ou secos,<br />
entre outras características encontradas no Brasil.<br />
ESTANDE DA<br />
OREGON COM<br />
CONJUTOS DE<br />
CORTE PARA TODAS<br />
AS APLICAÇÕES<br />
FLORESTAIS<br />
GARRA DA<br />
ROTOBEC COM<br />
MANDÍBULAS<br />
PASSANTES QUE<br />
FACILITAM O<br />
CARREGAMENTO<br />
A Oregon - fabricante de conjuntos de corte para harvesters,<br />
garras traçadoras e motosserras - também marcou<br />
presença na Suécia. O sistema SpeedMax XL chamou<br />
atenção. Voltado para harvesters, ele reúne sabre especial,<br />
corrente 19HX e coroa 404 polegadas. Tudo desenvolvido<br />
para trazer alta performance. O conjunto ainda possui o<br />
sistema patenteado Lubritec que mantém a lubrificação da<br />
corrente por mais tempo, ampliando o rendimento ótimo<br />
até a próxima parada.<br />
A Rotobec, fabricante de garras e rotatores, lançou<br />
os equipamentos para forwarders, já disponíveis no Brasil.<br />
O desenho das mandíbulas, que favorece o agarre<br />
das toras e a robustez dos cilindros foram os aspectos<br />
ressaltados no estande da empresa. A marca também<br />
demonstrou as garras de grande porte com 1.75 m² de<br />
área, modelo que já opera na Klabin, Eldorado e Fibria.<br />
O gerente de Vendas e Marketing da filial brasileira, Fernando<br />
Strobel, recebeu os visitantes do Brasil.<br />
42<br />
www.referenciaflorestal.com.br
ESTANDE DA NISULA<br />
RECEBEU MUITOS<br />
BRASILEIROS QUE<br />
PUDERAM CONHECER<br />
TODOS OS MODELOS<br />
DE CABEÇOTE<br />
PRODUZIDOS PELA<br />
EMPRESA<br />
AS CORRENTES<br />
PARA SEREM<br />
INSTALADAS EM<br />
DUAS RODAS AO<br />
MESMO TEMPO É<br />
EXCLUSIVIDADE<br />
DA RUD<br />
O lançamento da Nisula, antecipado pela REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL e muito elogiado durante o evento, foi o cabeçote<br />
para desbaste 555h. O equipamento é o único com o<br />
corpo de Hardox, metal leve de alta resistência. Conciliando<br />
potência e agilidade, o implemento é indicado também para<br />
corte raso de florestas jovens. O equipamento fabricado na<br />
Finlândia é comercializado no Brasil por meio da parceria<br />
com a TMO Forest, empresa com sede em Caçador (SC), que<br />
também faz a entrega e assistência técnica.<br />
Uma empresa alemã apresentou sua inovação durante<br />
o evento. Trata-se da Duetta, um implemento composto<br />
por correntes que pode ser instalado em duas rodas ao<br />
mesmo tempo. Friedrich Goetz, presidente da RUD, disse<br />
que as correntes levam vantagem por proporcionarem<br />
ainda mais tração que as esteiras. “Outro ponto forte do<br />
nosso sistema é a segurança, existem muitos relatos de<br />
acidentes quando as correntes são colocadas em dois<br />
pneus individualmente porque o espaço entre elas é muito<br />
pequeno, por isso podem se engatar”, afirma.<br />
PALFINGER<br />
EPSILON<br />
MOSTROU OS<br />
AVANÇOS EM<br />
CABINES E GRUAS<br />
DEMONSTRAÇÃO<br />
DA PRECISÃO<br />
E RAPIDEZ DA<br />
SERRARIA MÓVEL<br />
LT70 DA WOOD-<br />
MIZER DURANTE<br />
A FEIRA<br />
A Palfinger Epsilon apresentou todas as suas soluções<br />
para movimentação de madeira. Os destaques<br />
foram as novas cabines. A série M foi desenhada para<br />
proporcionar conforto ao operador e melhorar a performance.<br />
O centro de comando multifuncional confere<br />
muita precisão na operação com a grua. Outro ponto<br />
positivo é o maior alcance da lança. Tudo isto com a<br />
proteção de uma capota, para minimizar os efeitos do<br />
sol e da chuva durante o trabalho.<br />
As demonstrações das serrarias móveis também<br />
tiveram um bom destaque durante os quatro dias de<br />
feira. Entre os modelos apresentados pela Wood-Mizer<br />
estava o LT70, que possui embreagem e programador<br />
automáticos e descascador que remove sujeiras.<br />
O operador não faz força no avanço da serra e tudo<br />
é ajustado por controle. O modelo vem ainda com o<br />
sistema exclusivo para lubrificação LubeMizer.<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
43
ESPECIAL<br />
EM PRIMEIRO<br />
PLANO O<br />
CARREGADOR L<br />
580 DA LIEBHERR<br />
DETALHE DO<br />
TRITURADOR DA<br />
CBI MAGNUM<br />
FORCE 6400T<br />
Outra empresa alemã e com presença no Brasil<br />
que mostrou novidades na feira foi a Liebherr.<br />
Entre os modelos apresentados estavam os carregadores<br />
para pátio L 580 e LH 35 M. As duas máquinas<br />
com excelente robustez e produtividade.<br />
Outra preocupação do fabricante foi o conforto e<br />
segurança do operador. Já o modelo LH 50, também<br />
para a indústria, é uma plataforma móvel de<br />
carregamento com cabine elevada. Foi possível<br />
ainda observar as máquinas para movimentação<br />
de cavaco.<br />
A norte-americana CBI mostrou todo o potencial<br />
de suas máquinas. O triturador horizontal<br />
Magnum Force 6400T com seus quatro rotores<br />
intercambiáveis se sobressaiu no estande da empresa<br />
durante a feira. O equipamento é muito<br />
versátil. Com apenas algumas modificações ele é<br />
transformado em um picador para árvores inteiras.<br />
O diretor florestal da marca no Brasil, Björn<br />
Rasmusson, recebeu uma grande comitiva de visitantes<br />
brasileiros.<br />
CARREGADOR<br />
MÓVEL DA<br />
FAMÍLIA CH DA<br />
MULTIDOCKER EM<br />
OPERAÇÃO DE<br />
MOVIMENTAÇÃO<br />
DE TORAS<br />
DEMONSTRAÇÕES<br />
DE<br />
PROCESSAMENTO<br />
DE RESÍDUOS<br />
FLORESTAIS<br />
AGRADARAM AO<br />
PÚBLICO<br />
A gigante da movimentação Multidocker demonstrou<br />
alguns de seus equipamentos por meio de material de<br />
divulgação. As máquinas comercializadas pela empresa<br />
são voltadas para operações de grande volume, bastante<br />
comuns em indústrias de papel e celulose. A base das<br />
máquinas utiliza as escavadeiras da Caterpillar. O modelo<br />
CH1400, o maior deles, tem alcance de 30 m (metros) e<br />
pesa 135 t (toneladas).<br />
A cada edição o espaço destinado para os equipamentos<br />
de processamento e movimentação de biomassa<br />
vem crescendo. O que se pode notar e que é muito<br />
utilizado na Europa e América do Norte são as cabines<br />
elevadas em praticamente todas as máquinas que realizam<br />
o abastecimento de picadores e também na movimentação<br />
do cavaco.<br />
44<br />
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OS BRASILEIROS INVADIRAM A SUÉCIA PARA<br />
ACOMPANHAR AS TENDÊNCIAS DO MUNDO FLORESTAL.<br />
CONFIRA QUEM ENCONTRAMOS POR LÁ:<br />
Membros da excursão organizada pela Ponsse<br />
e Timberforest<br />
Olle Melin, Emex Brasil, Humberto Carneiro<br />
Cardoso e Peter Lam, do Grupo Volvo<br />
Olle Melin, Emex Brasil, e Per Jonasson,<br />
departamento de vendas da ExTe<br />
Time de visitantes da Roman, representante<br />
de equipamentos Morbark<br />
Profissionais de empresas florestais no<br />
estande da ExTe<br />
Olle Melin ao lado do casal Germano - diretor<br />
florestal da Eldorado e Daisy Vieira<br />
Cristian Tempea, diretor de vendas de<br />
correntes para neve, Daniel Heghes, diretor de<br />
negócios, e Friedrich Goetz, presidente da RUD<br />
Olle Melin em visita ao estande da Tamtron<br />
Equipe da Nisula Forest e TMO Forest em<br />
frente ao estande da empresa finlandesa<br />
Clientes da TMO Forest ao lado de Euro<br />
Tortato, diretor da empresa e Robson Olsen,<br />
diretor industrial (dir.)<br />
Diretoria da Finn Rotor<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
45
TECNOLOGIA<br />
46<br />
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BEM<br />
VINDO<br />
AO<br />
FUTURO<br />
Por Rafael Macedo, de Jököping (Suécia)<br />
SAIBA TUDO SOBRE NOVÍSSIMAS<br />
TECNOLOGIAS, PROTÓTIPOS E<br />
EQUIPAMENTOS QUE AINDA ESTÃO<br />
POR CHEGAR AO MERCADO FLORESTAL<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
C<br />
ertas vezes algumas tecnologias parecem muito<br />
distantes e futurísticas. Mas antes mesmo de nos<br />
darmos conta quase todo mundo já está usando.<br />
O smartphone é um ótimo exemplo. Mas o fato de ter demorado<br />
para adquirir um ou ainda hoje não possuir um<br />
aparelho destes, pode render ao usuário no máximo o título<br />
de desatualizado. Agora para quem trabalha em uma<br />
área tão competitiva como a florestal ficar para trás na corrida<br />
tecnológica ou investir mal em uma novidade que não<br />
traz retorno devido, pode significar prejuízo de milhões de<br />
reais. Por isso, destacamos abaixo os equipamentos mais<br />
revolucionários que observamos na Suécia e você decide<br />
quais deles têm futuro no Brasil.<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 47
TECNOLOGIA<br />
A Elmia Wood não é somente uma feira de negócios,<br />
ela também aponta o que vem pela frente. Quem passeou<br />
pelos 7 Km (quilômetros) de trilhas ao chegar no ponto<br />
em que se iniciava o caminho para as demonstrações das<br />
máquinas grandes foi atraído por uma cena curiosa. Um<br />
piloto manobrava sua moto em um circuito no qual as toras<br />
eram obstáculos. Mas a atração na verdade ficava ao<br />
lado. Um mecanismo que conta com produtos de ponta<br />
de três fabricantes. Trata-se de um sistema ultramoderno<br />
para carregamento e descarregamento de caminhão que<br />
é operado da cabine do veículo pelo próprio motorista.<br />
O sistema HiVision da fabricante de gruas da sueca<br />
Hiab opera por meio de quatro câmeras posicionadas no<br />
topo do equipamento, que dispensa cabine. Sem sair do<br />
caminhão, o operador simplesmente coloca um óculos 3D<br />
que, além de transmitir a visão real em 270° (graus) da<br />
parte de trás do veículo e da área de trabalho, ainda fornece<br />
informações sobre a operação.<br />
O equipamento conta com o modelo mais recente de<br />
balança da Tamtron que transmite os dados via wifi para<br />
o painel na cabine do motorista ou para os óculos. Depois<br />
que o caminhão está carregado é a vez do COM90<br />
da ExTe entrar em ação. Sem deixar a cabine, o motorista<br />
dá o comando para a contenção da carga, que acontece<br />
automaticamente.<br />
O sistema já começou a ser comercializado este ano<br />
na Suécia e Alemanha. Os próximos clientes a receber o<br />
pacote tecnológico estão na Finlândia e Japão, assim que<br />
os operadores forem treinados.<br />
TAMANHO É DOCUMENTO<br />
Com o título de maior harvester do mundo o imenso<br />
Tigercat 1185, mesmo sem estar em funcionamento, chamou<br />
muita atenção durante a feira. O protótipo com 34 t<br />
CHUVA E TORAS MUITO ÚMIDAS NÃO IMPEDIRAM A<br />
EXIBIÇÃO DO HABILIDOSO PILOTO<br />
ESCONDIDO NA CABINE MOTORISTA/OPERADOR DESCARREGA<br />
O CAMINHÃO COM ÓCULOS QUE FORNECE VISÃO TOTAL DA<br />
PARTE DE TRÁS DO VEÍCULO<br />
CÂMERAS FORNECEM IMAGENS PARA QUE O OPERADOR<br />
OPERE A GRUA SEM SAIR DO CAMINHÃO<br />
DETALHE DO FUEIRO COM90 DA EXTE QUE REALIZA A<br />
CONTENÇÃO DA CARGA AUTOMATICAMENTE<br />
48<br />
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(toneladas) veio diretamente da fábrica, no Canadá. “Nós<br />
o desenvolvemos em resposta a demanda de um cliente<br />
na América do Norte”, explica Jon Cooper, diretor de produção.<br />
A empresa em questão queria mudar para o método<br />
CTL (Cut-to- Length), porém com máquinas maiores e<br />
mais robustas do que as disponíveis no mercado.<br />
O monstro criado pela Tigercat tem oito rodas para<br />
diminuir a pressão sobre o solo e permitir o máximo de<br />
acessibilidade. Ele é movido pelo motor diesel com 308<br />
cavalos de força. “Trata-se de uma máquina ideal para<br />
condições difíceis, terrenos inclinados e toras de grande<br />
diâmetro”, completa Cooper. O harvester possui sistemas<br />
hidráulicos separados para a grua, cabeçote e outras partes.<br />
“Por isso ele possui alta performance para cada situação”,<br />
garante.<br />
A grua foi desenhada para proporcionar uma linha<br />
perfeita de visão em todas as condições e ao mesmo tempo<br />
manter alta produtividade quando a lança está estendida.<br />
Com 8.9 m (metros) de extensão da lança, o cabeçote<br />
pode trabalhar com árvores de até 2,5 t, e na extensão<br />
máxima (11 m) este limite fica em 1,8 t.<br />
A empresa não pensou só na produtividade, diante de<br />
tanta potência era preciso reforçar a segurança do operador.<br />
Por isto, a cabine do modelo 1185 é a primeira a<br />
obter um parabrisa curvo capaz de suportar o impacto da<br />
corrente do cabeçote caso ela se solte.<br />
LIMPEZA DE ÁREA<br />
A pré-limpeza de área mal manejada e a colheita<br />
podem ser feitas simultaneamente com a adição de um<br />
implemento no cabeçote harvester ou na garra. O dispositivo<br />
é fabricando pela empresa finlandesa Mense. De<br />
acordo com os fabricantes, com a utilização do dispositivo<br />
o prestador de serviço obtém resultado mais completo<br />
para o cliente, o que pode render um adicional pelo serviço<br />
complementar.<br />
O equipamento pode ser acoplado facilmente nos implementos<br />
e fica posicionado lateralmente, permitindo o<br />
uso das duas ferramentas, seja cabeçote ou garra. É preciso<br />
somente soldar um adaptador ao cabeçote ou garra.<br />
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TECNOLOGIA<br />
FABRICANTE GARANTE QUE ESSES ROLOS ALONGADOS<br />
CAUSAM MENOS DANO AOS TRONCOS DURANTE A COLHEITA<br />
A FERRAMENTA PODE SER RECOLHIDA QUANDO NÃO<br />
ESTÁ SENDO USADA OU RETIRADA DO CABEÇOTE<br />
O MODELO P12.A É O MAIOR E TEM OPCIONAIS, QUE<br />
PODEM SUBSOLAR, APLICAR FERTILIZANTE E IRRIGAR<br />
KONESTAR SAKA 180 IMPLEMENTO PARA PODA MECÂNICA<br />
São produzidos dois modelos: RT5 com 85 Kg e RT7 com<br />
70 Kg.<br />
Segundo o Instituto de Pesquisa <strong>Florestal</strong> Metsäteho's,<br />
entidade finlandesa, a ferramenta proporciona economia<br />
de 86 a 151 euros por ha (hectare) na comparação com<br />
os métodos tradicionais de pré-limpeza de área. A lâmina<br />
limpadora é mais econômica quando a densidade da floresta<br />
é inferior a 14 mil troncos por ha.<br />
PLANTIO MECANIZADO<br />
O assunto não é novo e em algumas situações o plantio<br />
mecanizado está sendo realizado no Brasil. Mas para<br />
isto, é preciso um terreno plano e as máquinas normalmente<br />
realizam somente o primeiro plantio. Durante a<br />
Elmia Wood <strong>2017</strong>, a empresa sueca Brack lançou o modelo<br />
mais atual para a inserção de mudas no campo. O<br />
cabeçote é acoplado a uma escavadeira pode trabalhar<br />
em terrenos acidentados.<br />
O P12 é destinado para o plantio de eucalipto, entre<br />
outras espécies, em condições climáticas secas e quentes.<br />
Além do plantio, o equipamento pode ainda fazer a escarificação<br />
do solo na versão P12.a. O novo modelo possui<br />
o carrossel para as mudas maior, com capacidade para<br />
196 indivíduos. Ele também possui um sistema integrado<br />
de irrigação e fertilização, que são opcionais. A irrigação<br />
pode ser feita com água ou gel que passam pelo tubo de<br />
plantação. O implemento utiliza um fertilizante granulado<br />
50<br />
www.referenciaflorestal.com.br
que é realizado por dois tubos laterais.<br />
No momento de inserir a muda no campo, o equipamento<br />
faz os buracos na terra, onde as mudas são depositadas.<br />
Se o P12 for equipado com os opcionais ele<br />
já realiza a fertilização neste momento, o mesmo ocorre<br />
com a irrigação. O ideal é que o plantio seja realizado em<br />
solo removido. Este trabalho pode ser feito com um subsolador<br />
ou pela própria máquina à medida que o plantio<br />
seja realizado.<br />
ESTILO<br />
Quem bate o olho em um cabeçote produzido pela<br />
fabricante finlandesa Keto já nota algo bem diferente o<br />
tamanho dos rolos alimentadores. De acordo com a empresa,<br />
eles têm o formato bem mais alongado que os<br />
convencionais porque promovem mais precisão e menor<br />
dano aos troncos. O conceito não é novo, porém continua<br />
sendo único. Entre 1977 e 1979, o diretor da empresa,<br />
Lauri Ketonen, testou o sistema de alimentação dos cabeçotes<br />
com quatro rolos, que pouco tempo depois passou<br />
somente para dois. Em 1983, foi lançado o modelo<br />
Keto-100, com o novo design. Novos e maiores cabeçotes<br />
foram produzidos desde então, todos com o sistema de<br />
alimentação diferenciado. Eles são comercializados na<br />
Austrália, Canadá, Alemanha, Reino Unido, Japão, Nova<br />
Zelândia, EUA (Estados Unidos da América) e Espanha.<br />
PODA MECANIZADA<br />
É indicado fazer a poda em florestas destinadas à fabricação<br />
de produtos com grande valor agregado, além<br />
de outras situações específicas. Para tornar esta operação<br />
mais ágil mesmo em árvores de grande porte, a empresa<br />
finlandesa Konestar desenvolveu uma ferramenta para<br />
poda mecanizada. O equipamento pode ser instalado em<br />
um harvester ou mesmo em um trator equipado com grua<br />
que tenha boa potência. Durante a Elmia, o destaque foi<br />
o modelo Saka 180. O equipamento pesa 285 Kg e o alcance<br />
depende somente do tamanho da grua. A potência<br />
do implemento é tão grande que ele é capaz de derrubar<br />
árvores de pequeno porte.<br />
Equipamentos Florestais
ESPORTE<br />
ESPORTES DA<br />
MADEIRA<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
52<br />
www.referenciaflorestal.com.br
OPERADORES DE MÁQUINAS<br />
E FERRAMENTAS MANUAIS<br />
COMPETEM PARA VER QUEM<br />
É O MELHOR<br />
P<br />
oucas coisas na vida são tão empolgantes quanto o<br />
esporte. Não importa a modalidade, temos por aqui<br />
o futebol que é campeão de audiência, mas tem ainda<br />
basquete, vôlei, natação, atletismo e outros que ganham<br />
grande visibilidade e muita torcida durante evento como a<br />
Olimpíada e mundiais. Agora imagine torcer para que o operador<br />
de forwarder ou de motosserra de seu país seja o campeão.<br />
É exatamente isso que acontece durante as competições<br />
da madeira. A Elmia Wood foi palco de algumas delas.<br />
Associações ligadas ao setor florestal e marcas de equipamentos<br />
individuais criaram suas competições pelo mundo.<br />
Estas ações ajudam a divulgar o produto e também o trabalho<br />
dos operadores. A ideia é chamar atenção para o setor<br />
de um jeito divertido. Por isso mesmo, as grandes feiras do<br />
segmento são palco para etapas destes campeonatos.<br />
Uma das grandes atrações da Elmia Wood <strong>2017</strong> foi a<br />
competição entre operadores de forwarders. Durante o<br />
evento, profissionais de diversos lugares do mundo batalharam<br />
para ver quem era o mais habilidoso e rápido na realização<br />
de provas que exigem muita precisão e sangue frio. A<br />
final ficou entre o atleta da Alemanha, Daniel Bergmann, e o<br />
polonês Kamil Kaczynski. Após realizar uma prova sem falhas<br />
o alemão, apoiado por uma grande torcida, levou o título.<br />
“Estou muito satisfeito, me senti muito bem durante todo o<br />
dia e tentei realizar tudo com calma”, comentou o campeão.<br />
Apesar de um início de prova bastante apertado, Kamil
ESPORTE<br />
MUITA EMOÇÃO<br />
E TORCIDA<br />
DURANTE A<br />
COPA MUNDIAL<br />
DE FORWARDER<br />
REALIZADA NA<br />
ELMIA WOOD<br />
<strong>2017</strong><br />
COMPETIÇÃO<br />
COMEÇA COM<br />
A AFIAÇÃO DAS<br />
CORRENTES<br />
foi penalizado durante a etapa de precisão, o que deu ao concorrente<br />
Daniel uma boa vantagem ao entrar no estágio de<br />
empilhamento de toras. Para tentar recuperar o tempo perdido<br />
o operador da Polônia teve que arriscar mais e, por consequência,<br />
cometeu mais erros facilitando a vida do alemão.<br />
O terceiro lugar foi ocupado por Martin Svensson da Suécia,<br />
que bateu o norueguês Tobias Stetten. No total, 20 operadores<br />
de forwarder participaram da competição organizada<br />
pela Associação Sueca de Prestadores de Serviços Florestais.<br />
NA MÃO<br />
Em 1985, a fabricante de equipamentos manuais Sthil<br />
criou um evento pequeno que se tornou mundial: Sthil Timbersports<br />
Series. Os competidores, divididos por times que<br />
representam seus países, se enfrentam ao longo do ano em<br />
diversos eventos.<br />
A ideia ganhou tantos adeptos que as competições são<br />
transmitidas por canais de televisão. Três divisões foram<br />
criadas: iniciantes, para homens, e duas profissionais: uma<br />
masculina e outra feminina. Os profissionais competem em<br />
seis disciplinas diferentes, cortando toras de diâmetros diferentes<br />
em diversas posições com machado, como nas alturas<br />
em cima de uma prancha de madeira, além de provas com<br />
serra e motosserra.<br />
Durante a feira na Suécia houve embates entre os integrantes<br />
da equipe sueca com as três ferramentas de trabalho,<br />
algumas turbinadas especialmente para a competição.<br />
SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR<br />
Além da diversão, um dos grandes objetivos das competições<br />
e demonstrações é divulgar os conceitos corretos de<br />
uso dos aparelhos e a utilização dos EPIs (Equipamentos de<br />
CAPITÃO DO<br />
TIME SUECO<br />
DEMONSTRA<br />
COMO UTILIZAR<br />
A SERRA DE<br />
MANEIRA<br />
COMPETITIVA<br />
54<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Proteção Individual). É com essa ideia que acontecem as exibições<br />
dos Champions of Logging (em tradução livre Campeões<br />
da Extração de Madeira). A equipe realiza apresentações<br />
especiais durante eventos e ministra cursos sobre o correto<br />
uso da motosserra para profissionais dos países nórdicos.<br />
“Nós organizamos competições também. Realizamos<br />
apresentações na Elmia Wood desde 2005”, afirma Christer<br />
Stolt, integrante do time. No início do torneio cada participante<br />
recebe motosserra e sabre novos em folha. “Mas nós<br />
somos um pouco maus e damos correntes cegas. Então o primeiro<br />
estágio da competição é afiar a corrente”, diverte-se<br />
Christer.<br />
Na sequência, os participantes são desafiados a usar o<br />
equipamento com precisão em diversas situações, no corte<br />
de toras, traçamento, abate de árvores – incluindo o cálculo<br />
de onde elas vão cair - e muitas outras tarefas. Todas as etapas<br />
são eliminatórias, o que deixa tudo ainda mais emocionante.<br />
“Todos são bem-vindos para torcer e se inspirarem”,<br />
completa.<br />
PRECISÃO E<br />
CONTROLE SÃO<br />
TESTADOS,<br />
TUDO ISSO COM<br />
O RELÓGIO<br />
CORRENDO<br />
A solução completa em peças e implementos para sua operação florestal
ECONOMIA<br />
56<br />
www.referenciaflorestal.com.br
MITOS E<br />
VERDADES<br />
SOBRE<br />
O REDD+<br />
MODELO DE NEGÓCIO COM VISTAS NA<br />
REDUÇÃO DE EMISSÕES DE CARBONO VAI SE<br />
FORTALECER NO BRASIL<br />
Fotos: divulgação<br />
<strong>Julho</strong> de <strong>2017</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
57
ECONOMIA<br />
O<br />
Redd+ (Redução de Emissões por Desmatamento<br />
e Degradação <strong>Florestal</strong>) é um mecanismo<br />
reconhecido pela Unfccc (Convenção<br />
do Clima da ONU) e pode atrair US$ 45 bilhões líquidos<br />
para o Brasil até 2030 por meio da redução do desmatamento<br />
na Amazônia. No entanto, o assunto ainda é<br />
pouco conhecido e alvo de polêmicas sem sustentação<br />
técnica, mas que atrasam o avanço de projetos de Redd+<br />
no país. Saiba mais sobre esse mecanismo de proteção<br />
e conservação das florestas. O Fundo Amazônia já opera<br />
na lógica do Redd+.<br />
MITO - O risco de não-permanência existe em<br />
qualquer projeto de redução de emissões. O trunfo em<br />
favor do Redd+ é que o mecanismo conta com um dos<br />
melhores e mais precisos métodos de monitoramento<br />
e verificação do desmatamento: o Prodes (Programa<br />
de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira<br />
por Satélite). O ponto central é conseguir que produtos<br />
oriundos do uso da terra (de pecuária e agricultura,<br />
por exemplo) sejam obtidos e intensificados sem levar<br />
a novos desmatamentos. Assim, um quilo de carne<br />
produzido com menor emissão de carbono por desmatamento<br />
já gerou uma redução permanente na sua<br />
própria produção. Fazendo um paralelo em relação ao<br />
uso de energia elétrica: o consumo de 1 kWh (quilowatt/hora)<br />
por uma lâmpada mais eficiente, como a de<br />
LED, é uma redução permanente em si, ainda que, no<br />
futuro, ela venha a ser substituída por uma de maior<br />
emissão, como a incandescente.<br />
O carbono liberado por processos industriais e<br />
queima de combustíveis fósseis é mais danoso do que<br />
aquele advindo de desmatamento, já que a floresta se<br />
regenera naturalmente.<br />
VERDADE - O Fundo Amazônia negocia doações<br />
(especialmente da Noruega, responsável por 97% dos<br />
aportes feitos) utilizando a lógica da redução do desmatamento<br />
alcançada na Amazônia. Projetos apoiados<br />
pelo Fundo precisam apresentar e monitorar indicadores<br />
relacionados à redução do desmatamento. Até<br />
hoje, porém, o Fundo Amazônia captou o correspondente<br />
a apenas 6% do potencial brasileiro de Redd+.<br />
A compensação de emissões por Redd+ é instável<br />
em longo prazo, uma vez que a floresta pode sofrer<br />
baixas antes que o carbono que ela deveria estocar se<br />
dissipe na atmosfera.<br />
58<br />
www.referenciaflorestal.com.br
MITO - Carbono é carbono, tenha origem orgânica<br />
ou mineral. A diferença está no ciclo de cada um.<br />
O carbono fóssil, depois de liberado para a atmosfera,<br />
não tem um ciclo natural de retorno, que possa<br />
neutralizar a emissão feita. Já o carbono gerado pelo<br />
desmatamento seria recapturado pela própria floresta,<br />
à medida que ela se regenerasse. Mas o fato é que<br />
esse ciclo hoje não se completa, devido à velocidade<br />
e à intensidade com que as florestas tropicais vêm<br />
sendo derrubadas. O desmatamento e a mudança no<br />
uso do solo das florestas já respondem por 15% das<br />
emissões mundiais de gases do efeito estufa (e por<br />
46% das emissões brasileiras, segundo o Seeg 2016). É<br />
urgente combater o desmatamento tanto para reduzir<br />
emissões quanto para ajudar o planeta a ganhar tempo<br />
até que a substituição de energias, combustíveis e<br />
processos menos poluentes seja estabelecida. Além<br />
disso, a conservação florestal preserva muito mais do<br />
que o carbono – ela protege a biodiversidade de fauna<br />
e flora, contribui para a manutenção de serviços ecossistêmicos,<br />
como qualidade e quantidade de água, e<br />
proporciona sustento e abrigo a populações tradicionais<br />
e indígenas.<br />
As reduções de emissões por Redd+ são de difícil<br />
quantificação, criando grande incerteza quanto ao seu<br />
impacto climático<br />
237<br />
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ECONOMIA<br />
MITO - Aspectos técnicos, como a dificuldade de estabelecimento<br />
de níveis de referência ou linhas de base,<br />
vazamentos (leakage), permanência e mensuração dos<br />
impactos de captura e estoque de carbono em biomassa<br />
são mencionados como fatores impeditivos e de risco<br />
à integridade ambiental. Entretanto, mais de 30 anos<br />
de pesquisas no Brasil e no mundo já geraram evidências<br />
científicas suficientes para superar esses e outros<br />
supostos gargalos técnicos. Basta ver, por exemplo, o<br />
"Relatório Especial sobre Florestas" do Ipcc (Painel Intergovernamental<br />
sobre Mudanças Climáticas) da ONU<br />
e os avanços na área de sensoriamento remoto, como os<br />
realizados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais),<br />
que permitem monitorar com baixíssimo grau<br />
de incerteza a evolução do uso do solo na Amazônia. Outra<br />
objeção técnica comum diz respeito à mensuração<br />
dos impactos diretos e dos cobenefícios de projetos de<br />
Redd+. Mas isso também está superado pela evolução<br />
institucional e técnica de padrões como o Clima, CCB<br />
(Comunidades e Biodiversidade), o VCS (Verified Carbon<br />
Standard) e o Arranjo de Varsóvia para Redd+ da ONU,<br />
que já garantem os cumprimentos de acordos internacionais,<br />
regulamentações nacionais e subnacionais,<br />
além de boas práticas socioambientais.<br />
ALIANÇA REDD+ BRASIL<br />
O artigo foi produzido pela entidade formada por:<br />
BVRio (Bolsa de Valores Ambientais do Rio de Janeiro),<br />
Biofílica Investimentos Ambientais, FAZ (Fundação<br />
Amazonas Sustentável), ICV (Instituto Centro de Vida),<br />
Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento<br />
Sustentável da Amazônia), Ipam (Instituto de Pesquisas<br />
da Amazônia) e Imazon (Instituto do Homem e Meio<br />
Ambiente da Amazônia).<br />
O Redd+ é uma permissão para economias altamente<br />
industrializadas poluírem localmente e compensarem<br />
remotamente em países menos avançados.<br />
60<br />
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MITO - A Aliança Redd+ Brasil defende a proposição<br />
de metas mais ambiciosas aos países desenvolvidos,<br />
a limitação de colocação de créditos de Redd+ no<br />
mercado e a definição de limites máximos de compensação<br />
externas, de modo a garantir que a maior parte<br />
da meta de redução de emissões — de um setor produtivo<br />
ou de uma unidade subnacional — seja cumprida<br />
domesticamente (mesmo princípio que norteou outros<br />
mecanismos de flexibilização, como o Mecanismo<br />
de Desenvolvimento Limpo, do Protocolo de Quioto).<br />
A transação de créditos Redd+ deve ser revertida em<br />
investimentos para a descarbonização da economia de<br />
uso da terra em uma escala de paisagem, viabilizando<br />
novos modelos produtivos e atingimento de metas<br />
mais ambiciosas de redução de emissões. O Redd+ está<br />
também diretamente relacionado ao desenvolvimento<br />
sustentável em regiões de florestas tropicais, gerando<br />
cobenefícios como empoderamento social, geração de<br />
renda para comunidades locais, manutenção dos ciclos<br />
de chuvas e conservação da biodiversidade.
ARTIGO<br />
Foto: arquivo<br />
MORFOLOGIA<br />
DAS FIBRAS DO<br />
LENHO DE CLONES<br />
DE EUCALYPTUS<br />
UROPHYLLA<br />
X<br />
EUCALYPTUS<br />
GRANDIS EM<br />
DIFERENTES<br />
TOPOGRAFIAS E<br />
ALTITUDES<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
62<br />
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A TOPOGRAFIA TEM<br />
GRANDE IMPACTO<br />
NO RESULTADO FINAL<br />
DAS FIBRAS, ASSIM<br />
COMO O CLIMA
ARTIGO<br />
RENATA MAURI<br />
DOUTORANDA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA MADEIRA. UFLA (UNIVERSIDADE<br />
FEDERAL DE LAVRAS)<br />
JOYCE DE ALMEIDA ALVES<br />
DOUTORANDA EM ENGENHARIA FLORESTAL – UFLA<br />
JOSÉ TARCÍSIO DA SILVA OLIVEIRA<br />
PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E DA<br />
MADEIRA. UFES (UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO)<br />
JOSÉ TARCÍSIO LIMA<br />
PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS DA UFLA<br />
MÁRIO TOMAZELLO FILHO<br />
PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS DA USP (UNIVERSI-<br />
DADE DE SÃO PAULO) - ESALQ (ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ)<br />
NATALINO CALEGARIO<br />
PROFESSOR ADJUNTO DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS DA UFLA<br />
64<br />
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RESUMO<br />
A<br />
qualidade da madeira depende, dentre outros<br />
fatores, de suas características anatômicas. Entender<br />
como as variações ambientais afetam a<br />
anatomia da madeira contribui para a escolha adequada de<br />
seu uso final. Neste trabalho, objetivou-se avaliar a influência<br />
da topografia e da altitude nas dimensões e morfologia<br />
das fibras de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis.<br />
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com<br />
5 repetições, em esquema fatorial 2 x 4 x 3, sendo dois clones,<br />
4 condições de crescimento (altitude/topografia) e 3<br />
posições radiais. As condições de crescimento foram: baixa/<br />
inclinada, baixa/plana, alta/inclinada e alta/plana. Amostras<br />
de madeira foram extraídas em três posições radiais<br />
equidistantes na altura de 1,30 m (metros) do solo (DAP).<br />
As variáveis analisadas foram o comprimento, a largura, a<br />
espessura da parede, o coeficiente de rigidez, o coeficiente<br />
de flexibilidade e o Índice de Runkel das fibras. Os resultados<br />
mostraram que o efeito da condição de crescimento<br />
sobre essas variáveis depende do clone e/ou posição radial.<br />
Fibras com menores comprimentos e maiores espessuras<br />
foram observadas na topografia inclinada da região baixa<br />
e na topografia plana da região alta. Menores larguras de<br />
fibra foram encontradas na madeira produzida na topografia<br />
inclinada, independente da altitude. De maneira geral,<br />
valores menores do coeficiente de rigidez foram observados<br />
na topografia plana. As condições de crescimento influenciaram<br />
apenas o coeficiente de flexibilidade do clone<br />
2 nas posições radiais mais externas. Observou-se maiores<br />
índices de Runkel na topografia plana da região alta e na<br />
topografia inclinada da região baixa. Esses resultados sugerem<br />
uma resposta adaptativa do xilema de Eucalyptus às<br />
condições de crescimento limitadas por água, ventos, gravidade<br />
e luminosidade.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A caracterização anatômica da madeira permite direcionar<br />
de forma mais segura e adequada a sua utilização<br />
para os diversos fins. Estudar a anatomia é, em última análise,<br />
compreender o processo de formação da madeira pelo<br />
câmbio vascular. Essa formação acontece, em sucessão,
ARTIGO<br />
pelos processos de divisão celular, crescimento e diferenciação,<br />
que envolvem o alargamento das células, o espessamento<br />
e a lignificação da parede celular (Wardrop, 1965).<br />
Os processos de divisão e destino celular são os mais<br />
fortemente controlados por hormônios (Savidge; Wareing,<br />
1981). A temperatura também atua como fator limitante<br />
durante a divisão celular (Trapy; Guern, 1980). Além disso,<br />
algumas pesquisas com coníferas têm mostrado que esse<br />
processo é interrompido pelo déficit hídrico (Dünisch; Bauch,<br />
1994; Larson, 1963). Trabalhos similares para folhosas<br />
são escassos, mas acredita-se que seu comportamento seja<br />
análogo.<br />
O potencial de água, ou seja, o status hídrico no xilema<br />
é o determinante mais importante do crescimento celular<br />
potencial na zona cambial e na zona de células em alargamento<br />
(Kozlowski; Pallardy, 1996; Kramer, 1987). Por esse<br />
motivo, a restrição à água dificulta a expansão das células<br />
do xilema. A intensidade do estresse hídrico e a velocidade<br />
de reação da árvore contra esse estresse serão maiores em<br />
solos arenosos do que em solos argilosos (Aussenac, 1993),<br />
logo, a qualidade da madeira também dependerá da textura<br />
do solo (Polge, 1973). Por fim, a parede secundária será<br />
formada após a interrupção do aumento celular em volume<br />
e após a reorganização da estrutura da parede com microfibrilas<br />
(Esau, 1974). Esta reorganização necessita de Ca2+ e<br />
de fotoassimilados, que são os fatores mais limitantes (Keller,<br />
1978; Larson, 1963; Richardson, 1964).<br />
Diversos estudos com o intuito de relacionar um conjunto<br />
de características ambientais sob as variações anatômicas<br />
da madeira têm sido realizados. Geralmente,<br />
comparam-se as características dos elementos celulares<br />
de espécies com ampla distribuição geográfica, ocorrendo<br />
desde ambientes mésicos até ambientes xéricos (Alves;<br />
Angyalossy-Alfonso, 2000; Luchi et al., 2005; Marcati et al.,<br />
2001; Mattos Filho, 1989). Há ainda pesquisas sobre as tendências<br />
latitudinais e altitudinais em várias características<br />
anatômicas da madeira (Noshiro; Baas, 1998; Oliveira et al.,<br />
2012).<br />
Poucos trabalhos, no entanto, se preocupam com as pequenas<br />
variações ambientais, que também podem afetar a<br />
formação da madeira a ponto de modificar sua qualidade<br />
como matéria prima. Por exemplo, Barij et al. (2007) estudando<br />
Quercus pubescens em encostas com pequenas variações<br />
na disponibilidade de água e na altitude, mostraram<br />
haver relação negativa entre a área do lume de vasos e a<br />
altitude, e positiva com a disponibilidade de água no solo.<br />
FV<br />
GL Comp.<br />
(mm)<br />
Larg.<br />
(μm)<br />
Esp.<br />
(μm)<br />
Quadrado Médio<br />
CR<br />
(%)<br />
CF<br />
(adimensional)<br />
IR<br />
(adimensional)<br />
Clone<br />
(C)<br />
Clond. 1<br />
(Cc)<br />
Posiçã0<br />
(P)<br />
C x Cc<br />
C x P<br />
1<br />
3<br />
2<br />
3<br />
2<br />
0,098*<br />
0,047*<br />
1,564*<br />
0,006*<br />
0,002*<br />
1044,2*<br />
106,6*<br />
33,0*<br />
52,0*<br />
12,9*<br />
0,002 ns<br />
0,487*<br />
21,605* 938,36*<br />
0,425*<br />
0,084 ns<br />
12,16 ns<br />
90,68*<br />
61,79*<br />
16,46 ns<br />
5,24 ns<br />
66,63*<br />
1183,69*<br />
78,90*<br />
122,14*<br />
0,017 ns<br />
0,108*<br />
0,345*<br />
0,054*<br />
0,226*<br />
Cc x P<br />
C x Cc x<br />
P<br />
6<br />
6<br />
0,002*<br />
0,007*<br />
2,4*<br />
1,7*<br />
0,043 ns<br />
0,09 ns<br />
30,38*<br />
8,48 ns<br />
15,52 ns<br />
42,26*<br />
0,022*<br />
0,017 ns<br />
Resíduo<br />
96<br />
0,002*<br />
0,6*<br />
0,080<br />
7,17<br />
12,66<br />
0,008<br />
Total<br />
119<br />
0,031*<br />
14,4*<br />
0,459<br />
27,74<br />
38,79<br />
0,022<br />
1Cond. = Condição de crescimento. FV = Fonte de variação; GL = graus de liberdade; *significativo a 5% e ns não<br />
significativo, pelo teste F.<br />
Cabe ressaltar que, com exceção apenas para a largura das fibras, os maiores valores de quadrado médio foram<br />
observados para a posição radial, indicando que esse fator foi o que mais contribuiu com a variação dos dados.<br />
66<br />
www.referenciaflorestal.com.br
Segundo os mesmos autores, estudos similares a esse são<br />
inexistentes para o gênero Eucalyptus.<br />
Diante do exposto, se as respostas de crescimento das<br />
plantas às condições locais, por exemplo, variações de inclinação<br />
ou altitude, forem melhores compreendidas, não<br />
só seria possível otimizar o planejamento florestal, mas<br />
também forneceria uma base para determinar as melhores<br />
espécies a serem plantadas em locais particulares para fins<br />
específicos. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar<br />
a influência da topografia e da altitude do terreno nas dimensões<br />
e morfologia das fibras no tronco de Eucalyptus<br />
urophylla x Eucalyptus grandis.<br />
Os modelos mais modernos e inovadores<br />
de trituradores e picadores florestais que tornam<br />
possível qualquer operação<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
A madeira avaliada neste estudo é proveniente de povoamentos<br />
de dois híbridos clonais de Eucalyptus urophylla<br />
x Eucalyptus grandis (Clone 1 e Clone 2), com aproximadamente<br />
6 anos de idade, pertencentes à empresa Celulose<br />
Nipo-Brasileira S. A. (Cenibra). Em todos os plantios teve-se<br />
a mesma face norte de exposição ao sol e o mesmo espaçamento<br />
(2,8 m x 3,0 m).<br />
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado<br />
em esquema fatorial 2 x 4 x 3, com 5 repetições, sendo 2<br />
clones, 4 condições de crescimento (combinações de altitude/topografia)<br />
e 3 posições radiais, totalizando 24 tratamentos.<br />
As condições de crescimento foram: baixa/inclinada,<br />
baixa/plana, alta/inclinada e alta/plana. As áreas com até<br />
281,3 metros de altitude, denominadas de região baixa,<br />
estão localizadas em Belo Oriente – MG (19º13’13.46’’S e<br />
42º28’59.06’’O) e as áreas com mais de 812,5 metros de<br />
altitude representaram a região alta e estão localizadas em<br />
Antônio Dias – MG (19º39’13.09”S e 42º52’20.42”O). Em<br />
cada região considerou-se terrenos com topografia plana e<br />
inclinada.<br />
O clima em ambos os municípios é, segundo classificação<br />
de Köppen, do tipo Aw tropical quente semiúmido,<br />
apresentando estação chuvosa no verão, de novembro a<br />
abril, e nítida estação seca no inverno, de maio a outubro,<br />
tendo julho como o mês mais seco. Por meio das informações<br />
climáticas médias de 2003-2009 (anos de plantio até o<br />
corte da floresta) e do tipo de solo, verifica-se que os municípios<br />
apresentam nuanças entre si.<br />
Discos de madeira de cada clone, em cada condição de<br />
crescimento, foram extraídos no DAP (diâmetro a altura de<br />
1,30 m do solo). Cortes histológicos provenientes dessas<br />
amostras foram submetidos à clarificação com hipoclorito<br />
de sódio (50%) e corados utilizando a técnica de dupla coloração<br />
(Maácz; Vágás, 1961), indicando ausência de lenho de<br />
tração. Também foram obtidos três corpos de provas de 1,5<br />
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ARTIGO<br />
cm x 2,0 cm (centímetro) de seção transversal e 2,0 cm de<br />
direção longitudinal, retirados em posições equidistantes<br />
no sentido radial (medula, intermediária e externa).<br />
A maceração foi realizada segundo método preconizado<br />
por Dadswell (1972). Fotomicrografias das lâminas<br />
contendo material macerado foram obtidas com o uso de<br />
câmera digital acoplada ao microscópio de luz da marca<br />
Zeiss. O comprimento e a largura das fibras foram medidos<br />
diretamente, considerando-se 20 repetições, com o auxílio<br />
do software analisador de imagens Axiovision 4.5. A espessura<br />
da parede foi determinada indiretamente pela diferença<br />
entre a largura da fibra e o diâmetro do lume, dividida<br />
por dois.<br />
Para a caracterização morfológica das fibras foram calculados:<br />
a) o Coeficiente de rigidez (CR) - determinado pela<br />
relação entre o diâmetro do lume e a largura da fibra, b) o<br />
Coeficiente de flexibilidade (CF) - determinado pela razão<br />
entre o comprimento e a largura da fibra (Burger; Richter,<br />
1991) e c) o Índice de Runkel (IR) - determinado pela razão<br />
entre duas vezes a espessura da parede e o diâmetro do<br />
lume da fibra (Runkel, 1952).<br />
Na análise estatística utilizou-se o pacote ExpDes (Ferreira<br />
et al., 2013) do programa R versão 3.3.0 (R Core Team,<br />
2016). A análise de variância foi realizada e, uma vez significativa,<br />
aplicou-se o teste de comparação múltipla de Tukey<br />
a 5% de significância. As pressuposições de homogeneidade<br />
da variância e normalidade dos resíduos para as características<br />
estudadas foram verificadas pelos testes de Levene<br />
e de Shapiro-Wilk, a 5% de significância, respectivamente.<br />
Não houve violação dessas pressuposições.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
De acordo com as análises de variância, pode-se afirmar<br />
que as condições de crescimento têm influência sobre<br />
todas as variáveis estudadas. Entretanto, a presença de interação<br />
significativa mostra que essa influência depende do<br />
clone e/ou posição radial. Assim, deve-se analisar o efeito<br />
simultâneo dos fatores sobre as características das fibras.<br />
Tabela 2. Resumo das análises de variância para comprimento<br />
(Comp.), largura (Larg.), espessura da parede (Esp.),<br />
coeficiente de flexibilidade (CF), coeficiente de rigidez (CR)<br />
e índice de Runkel (IR).<br />
COMPRIMENTO DAS FIBRAS<br />
Comparando-se os clones dentro de cada combinação<br />
dos outros fatores, observou-se a tendência de fibras mais<br />
longas para o clone 1, aproximadamente 7%, diferindo significativamente<br />
do clone 2 em todas as posições radiais na<br />
condição de crescimento alta/inclinada e nas posições mais<br />
distantes da medula na maioria das demais condições.<br />
Nos plantios da região baixa (B/I e B/P), ambos os clones<br />
mostraram a tendência de produzir fibras menores na<br />
topografia inclinada (B/I). Essas fibras foram aproximadamente<br />
5% mais curtas que as da topografia plana (B/P).<br />
No entanto, essa diferença não foi suficientemente grande<br />
para apresentar significância estatística em todas as posições<br />
radiais.<br />
O menor comprimento de fibra observado nas árvores<br />
que cresceram na região baixa e topografia inclinada deve-<br />
-se à menor capacidade de retenção de água pelos terrenos<br />
inclinados, aliado ao pronunciado déficit hídrico dessa<br />
região. É provável que tenha acontecido uma maior perda<br />
de turgor no câmbio dessas árvores, acarretando assim, na<br />
inibição da expansão das iniciais do xilema (Kozlowski et<br />
al., 1991). Resultados semelhantes foram encontrados por<br />
Noshiro e Baas (2000), Luchi (2004) e Denardi e Marchiori<br />
(2005) que constataram a ocorrência de fibras mais curtas<br />
em ambiente com menor precipitação. Já Ribeiro e Barros<br />
(2006) observaram fibras mais longas em Pseudopiptadenia<br />
contorta no local com menor precipitação.<br />
Na região alta (A/I e A/P), os dois clones produziram os<br />
menores comprimentos de fibra em topografia plana (A/P),<br />
que foram em média 7% mais curtas que as fibras da topografia<br />
inclinada (A/I). Porém, essas diferenças também não<br />
foram significativas em todas as posições.<br />
O esperado efeito da topografia na perda de turgor no<br />
câmbio vascular não foi observado na região alta, provavelmente<br />
devido aos menores deficit hídricos. Assim, o comportamento<br />
observado para o comprimento das fibras na<br />
região alta pode ser parcialmente explicado pela produção<br />
de etileno induzida por estresse mecânico. O hormônio etileno,<br />
quando em baixas concentrações, é capaz de promover<br />
o aumento da sensibilidade da planta à giberelina (Taiz;<br />
Zeiger, 2009) e esta estimula o alongamento celular (Davies,<br />
2004). O estresse mecânico foi promovido pela velocidade<br />
dos ventos superior da região alta, além disso, as árvores<br />
em terreno inclinado são mais susceptíveis à carga de vento<br />
dinâmica, portanto, estariam mais propensas à produção<br />
de etileno.<br />
Em coníferas, o comprimento dos traqueídeos é inversamente<br />
correlacionado com o ângulo de microfibrilas,<br />
que é fator chave na resistência da madeira (Martíns<br />
et al., 2010). De fato, longos traqueídeos têm sido muitas<br />
vezes associados a uma maior resistência mecânica para<br />
suportar a gravidade, vento ou carga de neve (Mencuccini<br />
et al., 1997; Ezquerra; Gil, 2001). Mesmo em folhosas,<br />
como o eucalipto, ainda pode-se supor que os maiores valores<br />
de comprimento de fibra das madeiras provenientes<br />
da condição de crescimento alta/inclinada atuariam como<br />
uma forma de suportar o vento e a gravidade. Essa ideia<br />
68<br />
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Disco de corte para Feller<br />
é apoiada pelos resultados obtidos por Ceccantini (1996),<br />
que demonstrou uma correlação negativa entre o diâmetro<br />
e o comprimento de fibras, indicando que, dependendo do<br />
ecossistema, o crescimento da fibra pode ser direcionado<br />
para o comprimento ou para o diâmetro.<br />
• Discos de corte com encaixe para<br />
utilização de até 18 ferramentas<br />
• Diâmetro externo e encaixe central<br />
de acordo com o padrão da máquina<br />
LARGURA DAS FIBRAS<br />
Os clones foram significativamente diferentes em todas<br />
as combinações dos níveis dos fatores condição de crescimento<br />
e posição radial. O clone 1 apresentou em média<br />
fibras 46% mais largas.<br />
Observa-se que de maneira geral, independente do clone,<br />
região (baixa ou alta) ou posição radial, na topografia<br />
inclinada a madeira produzida apresentou menores valores<br />
de largura de fibra, aproximadamente 12%, em relação a<br />
topografia plana. Entretanto, essa diferença nem sempre<br />
foi significativa.<br />
A expansão celular é dirigida pelo turgor, que é diretamente<br />
relacionado com o potencial de água no xilema (Kozlowski;<br />
Pallardy, 1996; Kramer, 1987). Portanto, a formação<br />
de fibras com menores larguras na topografia inclinada,<br />
em ambas as regiões, pode estar relacionada à menor capacidade<br />
de retenção de água pelos terrenos inclinados. Esses<br />
resultados estão de acordo com os encontrados por Longui<br />
et al. (2009), Luchi (2004), e Melo Júnior et al. (2011), que<br />
observaram o efeito limitante da deficiência hídrica sobre a<br />
largura das fibras do xilema secundário de espécies florestais<br />
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ESPESSURA DA PAREDE DAS FIBRAS<br />
O teste F para a interação clone x condição de crescimento<br />
foi significativo (p< 0,05), indicando existir uma dependência<br />
entre os efeitos desses fatores na espessura da<br />
parede das fibras. Os clones apresentaram diferenças entre<br />
si para espessura da parede nas condições baixa/plana e<br />
alta/plana. Na primeira, o clone 1 produziu fibras mais espessas<br />
e na segunda, o clone 2.<br />
As fibras da madeira produzida pelo clone 1 na condição<br />
de crescimento baixa/inclinada apresentaram paredes mais<br />
espessas do que as produzidas pelo mesmo na condição<br />
alta/inclinada. Já para o clone 2, as diferenças na espessura<br />
da parede foram significativas entre as áreas alta/plana e<br />
baixa/plana, indicando que nessa topografia as condições<br />
edafoclimáticas da região alta estimularam o espessamento<br />
da parede celular.<br />
Na região alta, observou-se uma tendência de valores<br />
de espessura de parede um pouco maiores na topografia<br />
plana (A/P), para ambos os clones. Em termos relativos,<br />
a espessura da parede das fibras nessa condição (A/P) foi<br />
aproximadamente 6% maior do que na topografia inclinada<br />
Indústria e Comércio de Máquinas
ARTIGO<br />
Clone<br />
Condições de crescimento 1 Clone 1<br />
B/I<br />
B/P<br />
A/I<br />
A/P<br />
58 B* c**<br />
0,09 2<br />
60 A b<br />
0,08<br />
65 A a<br />
0,07<br />
60 A bc<br />
0,09<br />
Clone 2<br />
61 A ab<br />
0,07<br />
60 A b<br />
0,07<br />
61 B a<br />
0,07<br />
58 A b<br />
0,09<br />
1baixa/inclinada (B/I), baixa/plana (B/P), alta/inclinada (A/I) e alta/plana (A/P). *Médias seguidas de mesma<br />
letra maiúscula na linha para o fator clone ou para o fator posição radial não diferem estatisticamente entre si<br />
pelo teste de Tukey, a 5% de significância. **Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem<br />
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância. 2Desvio padrão (adimensional).<br />
da mesma região (A/I).<br />
Esse comportamento observado na condição de crescimento<br />
alta/inclinada pode ser explicado pelo fato da inclinação<br />
do terreno reduzir o período diário de incidência<br />
direta dos raios solares (Pereira et al., 2002), e consequentemente<br />
reduzir a produção de fotoassimilados. Desta forma,<br />
considerando-se uma visão parcimoniosa do espessamento<br />
da parede celular, o qual ocorra apenas em função<br />
da disponibilidade de fotoassimilados (Deleuze; Houllier,<br />
1998; Drew et al., 2010), o ângulo de incidência dos raios<br />
solares afetará diretamente a espessura da parede celular<br />
das fibras. O fotoperíodo, além de influenciar o espessamento<br />
da parede, controla a cessação da produção dos elementos<br />
fibrosos (Böhlenius et al., 2006).<br />
Na região baixa, a tendência foi de maiores valores de<br />
espessura de parede na madeira produzida na topografia<br />
inclinada (B/I), sendo aproximadamente 6% maior que na<br />
topografia plana da mesma região (B/P). Esse resultado foi<br />
inverso ao observado na região alta, mas isso não invalida<br />
as discussões já realizadas.<br />
O comportamento observado na região baixa deve-se,<br />
provavelmente, ás melhores aptidões do solo do terreno inclinado<br />
em comparação ao solo do terreno plano. Supõe-se<br />
que essa característica se contraponha à redução do período<br />
diário de incidência direta dos raios solares, causado<br />
pela inclinação do terreno. Além disso, alguns estudos relatam<br />
a ocorrência de maiores valores de espessura de parede<br />
em árvores que cresceram em solos com menor disponibilidade<br />
hídrica (Cosmo, 2008; Luchi, 2004), característica<br />
essa presente nas áreas da região baixa e mais acentuada<br />
na topografia inclinada.<br />
COEFICIENTE DE RIGIDEZ, COEFICIENTE DE<br />
FLEXIBILIDADE E ÍNDICE DE RUNKEL<br />
Os coeficientes de rigidez médios para a interação clone<br />
x condição de crescimento estão apresentados na tabela<br />
acima.<br />
A diferença entre clones para esse coeficiente somente<br />
foi significativa na topografia inclinada de ambas as regiões.<br />
Na região alta, o clone 1 apresentou valores aproximadamente<br />
5% maiores, enquanto que na região baixa, o clone 2<br />
apresentou valores aproximadamente 2,5% maiores.<br />
Com exceção ao comportamento do clone 1 na região<br />
baixa, valores de coeficiente de rigidez aproximadamente<br />
4,8% menores foram observados na topografia plana. Para<br />
a produção de papéis absorventes (tissue), deseja-se menores<br />
valores desse coeficiente, pois dessa forma tem-se<br />
um menor achatamento e amoldamento das fibras, conferindo<br />
ao papel uma estrutura mais aberta (fofa) (Burger;<br />
Richter, 1991). Portanto, para a produção desses papéis, a<br />
topografia plana seria a mais indicada. A diferença entre<br />
clones para o coeficiente de flexibilidade foi significativa em<br />
poucas combinações dos níveis dos fatores posição radial e<br />
condição de crescimento.<br />
Na condição de crescimento baixa/inclinada e posição<br />
de amostragem próxima à medula, o clone 2 apresentou o<br />
maior coeficiente de flexibilidade, enquanto que nessa mesma<br />
condição e posição radial externa, o clone 1 apresentou<br />
o maior valor. Ainda houve diferença significativa entre os<br />
clones nas demais condições e posição radial externa. Na<br />
região baixa e topografia plana (B/P), o clone 2 apresentou<br />
o maior coeficiente, enquanto que na região alta para ambas<br />
as topografias, o clone 1 apresentou os maiores valores.<br />
70<br />
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ESPECIAL<br />
ENTREVISTA<br />
Larissa Vanzo<br />
Nas posições radiais mais externas (intermediária e externa)<br />
da madeira do clone 2 houve a tendência de coeficientes<br />
de flexibilidade maiores na condição baixa/plana.<br />
Quanto maior o valor do coeficiente de flexibilidade, mais<br />
flexível será a fibra, ocorrendo maiores possibilidades de<br />
ligações entre as mesmas, o que tende a aumentar as resistências<br />
à tração e ao estouro (Shimoyama; Wiecheteck,<br />
1993). Assim, quando a madeira for destinada a produção<br />
de papéis para imprimir e escrever em que a resistência à<br />
tração e ao arrebentamento é desejável, deve-se optar por<br />
àqueles materiais e condições de crescimento que conferem<br />
à madeira maior valor de coeficiente de flexibilidade.<br />
Portanto, de uma forma geral, para esse tipo de papel o clone<br />
2 na região baixa seria a melhor opção, pois o mesmo<br />
apresenta coeficiente de flexibilidade aproximadamente<br />
3% maiores. Enquanto que na região alta, o clone 1 com<br />
valores aproximadamente 4% superiores ao clone 2, seria o<br />
mais adequado. Em relação à topografia, independente do<br />
clone, na região baixa a topografia plana é mais indicada,<br />
enquanto na região alta a topografia do terreno foi indiferente.<br />
As médias de Índice de Runkel foram significativamente<br />
diferentes entre os clones na condição baixa/inclinada, com<br />
o clone 1 apresentando valores 12,9% maiores. Na região<br />
alta houve diferença significativa entre clones para ambas<br />
as topografias, com o clone 2 apresentando valores 14%<br />
maiores.<br />
Observou-se que independente do clone considerado,<br />
na região baixa a topografia inclinada tendeu a apresentar<br />
maiores valores de Índice de Runkel, aproximadamente 8%.<br />
Enquanto que na região alta a topografia plana apresentou<br />
valores aproximadamente 19% maiores. Sabe-se que quanto<br />
maior o valor do índice Runkel maior é a quantidade de<br />
parede celular e consequentemente mais líquido pode ser<br />
absorvido (Burger; Richter, 1991). Assim, para a produção<br />
de papéis absorventes na região alta, a topografia plana seria<br />
a mais indicada. Já na região baixa, a topografia inclinada<br />
seria mais adequada.<br />
As diferenças nos resultados morfológicos das fibras<br />
entre condições de crescimento deste estudo evidenciam<br />
a importância dos fatores ambientais sobre os índices morfológicos<br />
da fibra.<br />
* O Artigo completo, com todas as tabelas e referências<br />
bibliográficas pode ser acessado pelo link<br />
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JULHO <strong>2017</strong><br />
JULY <strong>2017</strong><br />
OUTUBRO <strong>2017</strong><br />
OCTOBER <strong>2017</strong><br />
Regeneração florestal em ambientes alterados<br />
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São Petersburgo (Rússia)<br />
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Munique (Alemanha)<br />
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18 a 20<br />
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SETEMBRO <strong>2017</strong><br />
SEPTEMBER <strong>2017</strong><br />
V Congresso MS <strong>Florestal</strong> Online<br />
4 e 5<br />
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NOVEMBRO <strong>2017</strong><br />
NOVEMBER <strong>2017</strong><br />
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Imagem: reprodução<br />
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correndo do seu negócio? Trabalhar com pessoas exige<br />
delicadeza, algumas medidas e cuidados são essenciais<br />
para obter sucesso na área. Para isso, é necessário, primeiramente,<br />
saber que para vender é preciso ir muito<br />
além de uma conversa superficial. Abaixo, listo cinco erros<br />
fatais, que podem fazer o comprador buscar a solução<br />
que procura na loja ao lado:<br />
FALTA DE EMPATIA - Crie identificação com o comprador<br />
e transmita boa impressão. Cuide da aparência e<br />
aja de acordo com o perfil de cada cliente para inspirar<br />
as compras. As pessoas têm tendência em confiar e se<br />
relacionar com quem possui algo em comum com elas;<br />
NÃO SEJA MUITO INVASIVO - Pergunte, mas tam-<br />
bém saiba ouvir. Fuja do monólogo, busque sempre o<br />
diálogo e nunca se esqueça que cautela é essencial. Entenda<br />
o que o cliente quer e trabalhe para resolver os<br />
seus problemas. Lembre-se que o vendedor é um solucionador<br />
e ajuda quem o procura a suprir necessidades<br />
e realizar sonhos;<br />
OS CLICHÊS - Ao contrário do sucesso, jargões, exageros,<br />
mentiras e falar demais podem atrapalhar a negociação.<br />
A sinceridade é muito mais bem vista e aceita pelos<br />
clientes que uma simpatia exagerada, que soa como<br />
falsidade. Portanto, saiba usá-la moderadamente;<br />
DESPREPARO E INSEGURANÇA - Estude sempre<br />
e busque profissionalização. Mantenha-se informado<br />
sobre os produtos que vende e os mercados nos quais<br />
estão inseridos, participe de palestras e cursos preparatórios,<br />
leia obras importantes na área e fique antenado<br />
às tendências e acontecimentos.<br />
Acesse:<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XIX • N°185 N°186 • Maio Junho <strong>2017</strong><br />
PRAGA NA<br />
CALIFÓRNIA<br />
46<br />
INTERNACIONAL<br />
54 ENTREVISTA<br />
Wagner Itria Jr., gestor de<br />
Mais do que commodities<br />
Indústria florestal busca escala e variedade de produtos acabados<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Ano XIX • N°186 • Junho <strong>2017</strong><br />
ENTREVISTA - Ricardo Russo, da WWF, fala sobre o consumo de madeira na construção civil<br />
I N D U S T R I A L<br />
Evolução<br />
das serras<br />
Especial – Encapp reúne os principais fornecedores do setor de portas do cenário nacional<br />
A Revista da Indústria de Biomassa e Energia / The Magazine for the Biomass and Energy Industry<br />
www.revistabiomais.com.br<br />
Ano IV • N°21 • Junho <strong>2017</strong><br />
Possibilidades: linhas de financiamento incentivam sustentabilidade<br />
revista biomassa energia<br />
GRANDES PROJETOS<br />
ENERGIA RENOVÁVEL<br />
SE TORNA CADA<br />
VEZ MAIOR<br />
EMERSON ALBERTI<br />
TRANSIÇÃO<br />
LARGE PROJECTS<br />
A Revista da Indústria de Celulose e Papel www.celulosepapel.com.br<br />
Ano x - n. 29 - <strong>2017</strong><br />
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garantida!<br />
Curta Sincol<br />
Tissue World<br />
Terras para estrangeiros<br />
Projeto final retira<br />
limitações<br />
Custom made<br />
Sob<br />
medida<br />
Sistema que reduz<br />
custos amplia força de<br />
www.sincol.com.br<br />
fabricantes de papel<br />
A Revista Madeireira da Construção www.produtosdemadeira.com.br Ano IX• N.39 • Maio <strong>2017</strong><br />
Objeto<br />
de luxo<br />
Madeira confere<br />
sofisticação na decoração<br />
Repaginados: ambientes antigos ganham novos ares<br />
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