Revista Líder – Setembro(2017) Nº1 Pago

Leading Opinion
///Aida Chamiça
Closing interview
///pedro almeida e maria joão gouveia
BREAK-
-HEAVEN
Houve um tempo em que a progressão era vertical, o caminho
era relativamente previsível e a ambição natural era tornarmo-
-nos melhores naquilo que já faziamos. Equiparo isso ao
breakeven, ao que podemos considerar o mínimo necessário para
estar à tona.
Agora, num contexto de mudança, com desafios ligados
quer à gestão pessoas, como os millennials com os seus novos
paradigmas, quer aos sistemas, profissões e modos de
operar, como os ligados à indústria 4.0, o que se exige de nós
é o máximo, que sejamos capazes de ir mais além, de nos
reinventarmos. É a isso que chamo o Break-Heaven.
O termo break-heaven traduz a minha visão da imensidão
de oportunidades que se abrem quando os paradigmas em que
operávamos se revelam obsoletos e nos obrigam a calçar os
ténis de corrida, como na metáfora criada por Spencer Johnson
no seu livro Quem comeu o meu queijo.
Ascender já não implica apenas progredir naquilo que já
sabemos fazer, melhorando as áreas de maior debilidade.
É ter a coragem de empreender um caminho de descoberta
e expansão do nosso potencial, e gerar novos recursos a partir
do património de conhecimentos, experiência e sabedoria que
acumulámos ao longo dos anos e chegar onde nunca tínhamos
sonhado chegar, porque, nem sabiamos que existia.
Isto implica uma mudança de postura e uma calibragem do
significado de ambição. Quer nas pessoas, quer nas organizações,
o breakeven nunca chegou, mas agora é preciso acreditar que é
possivel chegar muito mais além e começar desde logo
a descobrir o caminho.
As organizações precisam de ter uma dinâmica inteligente
e sinérgica. Precisam de navegar nestes mares de incerteza
com confiança, capacidade de resposta e celeridade para ajustar
os instrumentos de navegação aos caprichos de um sistema
económico e político global, complexo e imprevisível.
Neste paradigma empresarial e tecnológico, constantemente
posto à prova, os líderes e executivos têm o desafio de liderar
e acompanhar esta transformação, com a força necessária para
inspirar, alinhar e mobilizar as equipas.
Abraçar o que é novo, iniciar-se em áreas que não se conhece,
com a confiança de que se vai ser capaz de aprender e se irá
sair bem. Aprender a deixar ir (let go) paradigmas que já não
são úteis e abrir espaço (let come) à exploração e descoberta,
é o que é necessário para o futuro.
E cada um de nós está no momento certo para começar esta
caminhada.
Break-Heaven
There was a time when progression was vertical, the path was rather
predictable and our ambition was to be the best at what we did. I equate
this with breakeven, considered as the minimum necessary to stay
afloat.
In the light of a changing environment, with challenges relating either
to personal management such as millennials with their new paradigms,
or to systems, professions and working methods, such as those linked
to the industry 4.0, we are expected to reach our fullest potential, to go
beyond, to reinvest ourselves. This is what I call Break-Heaven.
The term break-heaven translates my vision of the many opportunities
arising when the paradigms in which we operated become obsolete and
force us to put our running shoes on, such as the metaphor created by
Spencer Johnson in his book Quem comeu o meu queijo (Who ate my
cheese).
Progression is not merely about making progress in what we already
know, but improving the areas of greater weakness. We must have the
courage to undertake a path of discovery and expansion of our potential
and generate new resources from the heritage of knowledge, experience
and wisdom that we have been building up over the years and reach
places we had never dreamed of, because we didn’t even know they
existed.
This requires a change of attitude and a calibration of the meaning
of ambition. Whether people or organisations, breakeven never came,
one must believe that it is possible to reach much further and begin to
discover the path straight away.
Organisations must have an intelligent and synergic dynamic. They
need to sail the seas of uncertainty with confidence, responsiveness and
speed to adjust the navigation instruments to the whims of a complex
and unpredictable global political and economic system.
In this business and technological paradigm, constantly put to the test,
the leaders and executives have the challenge to lead and to follow
this transformation, with the necessary strength to inspire, align and
mobilise teams.
Embrace the new, initiate work in a new area, with the confidence that
you will be capable of learning and everything will turn out well. Learn
to let go paradigms that are no longer useful (and open space to)
the exploration and discovery, is all that is necessary for the future.
And each one of us is at the right time to start this journey.
Aida
Chamiça
Coach
Liderar
com ajuda
da abordagem
multifacetada
do desporto
de competição
O desporto de competição tem funcionado como um domínio
privilegiado para a compreensão e intervenção em liderança
e desenvolvimento de equipas. Tendo em conta que são mais
as semelhanças que as diferenças com as exigências de outros
contextos, particularmente o empresarial, o ISPA concebeu uma
Pós-graduação que cruza os tópicos emergentes da intervenção
psicológica no desporto de competição com a literatura
emergente sobre equipas de alto desempenho, psicologia
positiva, inteligência emocional, gestão das emoções, gestão
da mudança, comunicação persuasiva, coaching, criatividade
e inovação. Com esta estrutura formativa e uma dinâmica
pedagógica bastante prática, esta instituição de ensino aumentou
muito a possibilidade da compreensão do funcionamento
e desenvolvimento das pessoas e das equipas, em todos os
contextos de realização. Pedro Almeida e Maria João Gouveia
asseguram a direção do curso e responderam à Líder.
O que está na base do lançamento da pós-graduação?
Os processos da liderança e da gestão de equipas constituem,
atualmente, um dos maiores desafios quer dos gestores, quer
dos académicos. A sua aplicação aos contextos mais diversos
de atividade, a multiplicidade de abordagens, o corpo de
investigação que tem suscitado, coloca a temática na linha da
frente das preocupações dos chamados agentes de mudança,
sejam chefias, professores ou investigadores.
Como integram o tema nos desafios atuais das organizações?
Em particular, o desporto de competição tem funcionado
como um domínio privilegiado - laboratório humano – para a
compreensão, estudo, modelização e intervenção dos fenómenos
da liderança e desenvolvimento de equipas.
Bom exemplo deste facto são as solicitações que o mundo
empresarial tem colocado aos tradicionais atores na área
desportiva, nomeadamente, a técnicos e atletas. De igual modo,
vários investigadores sugerem mais semelhanças do que
diferenças entre o contexto desportivo e o das organizações,
no que diz respeito à aplicação dos conceitos de dinâmica de
grupos.
A quem se destina esta pós-graduação?
Destina-se a profissionais que dirijam ou venham a dirigir
equipas, em qualquer contexto, independentemente da área de
formação de base. Adicionalmente, consultores, formadores e/ou
responsáveis de recursos humanos.
© Creative Commons
Leading with the help of the multifaceted
approach to competitive sport
The competitive sport has functioned as a privileged domain for the
understanding and intervention in Leadership and Team Development
Training. Considering that there are more similarities than differences
with demands from other contexts, particularly the business one, the
ISPA designed a Postgraduate that crosses the emerging topics of the
psychological intervention in the competitive sport with an emerging
literature on high performance teams, positive psychology, emotional
intelligence, emotion management, change management, persuasive
communication, coaching, creativity and innovation. Thanks to this
formative structure and a very practical pedagogical dynamic, this
university greatly increase the possibility of understanding the
functioning and development of people and teams in all the contexts of
accomplishment. Pedro Almeida and Maria João Gouveia are the course
directors, they have answered to the Líder.
What is on the basis of the postgraduate launch?
The processes of leadership and team management are currently one of
the greatest challenges for both managers and academics. Its application
to the most diverse contexts of activity, the multiplicity of approaches,
the body of research that has raised, puts the issue at the forefront
of the concerns of so-called agents of change, whether head offices,
teachers or researchers.
How is the theme integrated into the current organizational challenges?
In particular, competitive sport has functioned as a privileged domain
– human laboratory – for the understanding, study, modeling and
intervention of the phenomena of Leadership and Team Development.
The requests that the business world has placed to the traditional
players in the sports field, namely technicians and athletes, are a good
example. Similarly, several researchers suggest more similarities than
differences between the sporting context and the organizations one,
regarding the application of the concepts of Group Dynamics.
Who is this postgraduate for?
It is intended for Professionals who direct or will manage teams, in
any context, regardless of the area of basic training. Additionally,
Consultants, Trainers and/or managers of Human Resources.
LIDER ideias que fazem futuro /125