Outubro/2017 - Referência Industrial 190
Visitantes - Grupo Jota Comunicação
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ENTREVISTA - Marcelo Percicotti, gerente da Fiep, fala sobre o panorama do setor moveleiro<br />
I N D U S T R I A L<br />
Tratamento<br />
do futuro<br />
Autoclaves personalizadas se<br />
adequam às necessidades dos clientes<br />
Treatment of the future<br />
Custom-made autoclaves suited<br />
to each customer’s needs<br />
Lignum <strong>2017</strong> – Todos os detalhes e destaques da feira que foi realizada na capital paranaense
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
SUMÁRIO<br />
SUMÁRIO<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
DRV Ferramentas 09<br />
32<br />
Fezer 79<br />
Formóbile 2018 21<br />
Gaidzinski 45<br />
Impacto Máquinas 17<br />
Indumec 83<br />
Metalcava 47<br />
Mill Indústrias 07<br />
Mill Indústrias 71<br />
Mill Indústrias 84<br />
Montana Química 02<br />
MSM Química 11<br />
Razi Máquinas 41<br />
Rossin 73<br />
Seller 31<br />
Siempelkamp 05<br />
Sutil Máquinas 19<br />
Vantec 15<br />
42<br />
50<br />
04 Editorial<br />
06 Cartas<br />
08 Bastidores<br />
10 Coluna Flavio C. Geraldo<br />
12 Notas<br />
18 Aplicação<br />
20 Alta e Baixa<br />
22 Frases<br />
24 Entrevista<br />
30 Coluna Abimci Paulo Pupo<br />
32 Principal Personalização de alto nível<br />
38 Construção Civil<br />
42 Marcenaria<br />
48 Publieditorial<br />
50 Especial Solução para toda cadeia<br />
66 Evento<br />
68 Madeira Tratada<br />
72 Química na Madeira<br />
74 Artigo<br />
80 Agenda<br />
82 Espaço Aberto<br />
OUTUBRO | 03
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
EDITORIAL<br />
ENTREVISTA - Marcelo Percicotti, gerente da Fiep, fala sobre o panorama do setor moveleiro<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
I N D U S T R I A L<br />
Tratamento<br />
Treatment of the future<br />
Custom-made autoclaves suited<br />
do futuro<br />
to each customer’s needs<br />
Autoclaves personalizadas se<br />
adequam às necessidades dos clientes<br />
Ano XIX - Edição n.º <strong>190</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2017</strong><br />
Year XIX - Edition n.º <strong>190</strong> - October <strong>2017</strong><br />
Ilustra a capa desta<br />
edição uma autoclave da<br />
Seller Mecânica<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Ano XIX • N°<strong>190</strong> • <strong>Outubro</strong> <strong>2017</strong><br />
Lignum <strong>2017</strong> – Todos os detalhes e destaques da feira que foi realizada na capital paranaense<br />
FAZER DIFERENTE<br />
Um dos maiores responsáveis pela linha industrial de<br />
produção como conhecemos hoje, Henry Ford foi inventor,<br />
empreendedor e empresário. Era um apaixonado pelas<br />
minúcias da linha industrial de produção e justamente por<br />
isso revolucionou a área. Décadas depois, suas motivações e<br />
ensinamentos permanecem: o sucesso está inerentemente<br />
associado ao trabalho duro.<br />
Consequentemente, com empenho vem a diferenciação.<br />
Na reportagem principal desta edição de REFERÊNCIA IN-<br />
DUSTRIAL, mostramos o trabalho de personalização que a<br />
Seller Mecânica apresenta em diferentes Estados; em nossa<br />
editoria Especial, mostramos os principais projetos e equipamentos<br />
apresentados durante a Lignum, feira que aconteceu<br />
em Curitiba (PR) no mês passado. Mais do que nunca, o momento<br />
é de diferenciar para destacar. Agregar qualidade aos<br />
produtos. Fidelizar clientes nunca sai de moda.<br />
Excelente leitura!<br />
MAKING A DIFFERENCE<br />
One of the biggest names responsible for the industrial<br />
production line as we know it today, was Henry Ford, an inventor,<br />
entrepreneur and businessman. He had a passion for the<br />
minutiae of the industrial production line, and for this reason,<br />
he revolutionized the industrial field. Decades later, his motivation<br />
and teachings remain: success is inherently associated<br />
with hard work.<br />
Consequently, with commitment comes differentiation.<br />
In the main story of this issue of REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong>, we<br />
exhibit the customized work that the Seller Mecânica offers in<br />
different States; in our Special Section, we offer the main projects<br />
and equipment exhibited during Lignum, which took place<br />
in Curitiba (PR) last month. More than ever, the emphasis was<br />
on differentiating in order to stand out. Adding quality to the<br />
products. Customer loyalty never goes out of style.<br />
Pleasant reading!<br />
EXPEDIENTE<br />
JOTA COMUNICAÇÃO<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Diretora de Negócios / Business Director<br />
Joseane Knop<br />
joseane@jotacomunicacao.com.br<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Veículo filiado a:<br />
JOTA EDITORA<br />
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Redação / Writing<br />
Rafael Macedo - Editor<br />
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Colunista / Columnist<br />
Flavio C. Geraldo<br />
Paulo Pupo<br />
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Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
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Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
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assinatura@revistareferencia.com.br<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida<br />
aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de<br />
pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais, ONG’s, entidades de<br />
classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao segmento madeireiro.<br />
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REFERÊNCIA is expressly prohibited without the written authorization of the holders<br />
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04 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
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produção auto-otimizadora Prod-IQ ® Next.<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CARTAS<br />
ENTREVISTA - Akemi Ino, especialista em arquitetura de madeira, prevê alta em obras sustentáveis<br />
Capa da Edição 189 da<br />
Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL,<br />
mês de setembro de <strong>2017</strong><br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Ano XIX • N°189 • Setembro <strong>2017</strong><br />
I N D U S T R I A L<br />
A New Generati<br />
on of Tools<br />
Durability and performance are the<br />
differences in chrome coated saw blades<br />
Nova geração das<br />
ferramentas<br />
Durabilidade e performance são os<br />
diferenciais de serra revestida de cromo<br />
Especial – Investimento público em madeireiras vira case de sucesso na Finlândia<br />
Positivo<br />
Por Jefferson Santiago – Rio Negrinho (SC)<br />
Muito interessante a reportagem de capa da última edição.<br />
Bacana saber que empresas continuam investindo na qualidade<br />
de seus produtos, mesmo em um cenário de crise.<br />
Ping pong<br />
Por Leandro Sena –<br />
Quatro Barras (PR)<br />
Sempre bom ter pontos<br />
de vistas diferentes. A<br />
entrevista de Akemi Ino<br />
na última edição elucidou<br />
muitos pontos que não<br />
são ressaltados em congressos.<br />
Foto: divulgação<br />
Inspiração<br />
Por Danilo Sanches – Campinas (SP)<br />
Quem dera nosso governo tivesse a mesma visão que o<br />
finlandês. O setor madeireiro já estaria próspero há muito<br />
tempo!<br />
Foto: divulgação Foto: divulgação<br />
Curtas<br />
Por Carlos Emanuel –<br />
Bento Gonçalves (RS)<br />
A seção de notas é sempre<br />
um apanhado geral<br />
do que há de mais<br />
importante no setor.<br />
Parabéns a todos que<br />
fazem a Revista.<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião<br />
é fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
Foto: divulgacão<br />
06 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados para redação ou siga:
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
BASTIDORES<br />
Leandro e Amanda Sutil,<br />
diretores da Sutil Máquinas<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
SUTIL MÁQUINAS NA LIGNUM<br />
A Sutil Máquinas, especializada em biomassa e<br />
reaproveitamento de resíduos da indústria madeireira,<br />
marcou presença no evento.<br />
Da esquerda para a<br />
direita: Paulo Perez,<br />
representante da<br />
Alca Máquinas em<br />
São Paulo; Beniudes<br />
Rodrigues, da Brexó<br />
Madeiras; Eduardo<br />
Rechenberg, diretor<br />
da Alca Máquinas;<br />
Yuri Araújo, da Brexó<br />
Madeiras e Igor Araújo,<br />
da Brexó Madeiras<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
ALCA MÁQUINAS NA FEIRA<br />
A Alca Máquinas (SC) esteve na Lignum e,<br />
durante o evento, vendeu uma máquina Razi.<br />
08 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
A DRV agradece a todos que<br />
visitaram nosso estande<br />
na feira Lignum<br />
DRV EXPERT<br />
www.drvferramentas.com.br<br />
Rua Pedro Dorigo 154, Curitiba, PR 81810500, BR | 41 3278-8141
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
COLUNA<br />
TRABALHO MUITO, GANHO POUCO,<br />
MAS NÃO ME INCOMODO<br />
Flavio C. Geraldo<br />
FG4 MAD - Consultoria em Madeira<br />
Contato: flavio@fg4mad.com.br<br />
Evento ocorrido em Curitiba expôs a necessidade de inovação do setor de proteção<br />
Foto: divulgação<br />
P<br />
erdão pela redundância, mas a palavra conforto<br />
é confortante. Remete-nos a sensações boas,<br />
como bem-estar, aconchego, tranquilidade e até<br />
segurança. A zona de conforto é uma região, ou um estado<br />
de espírito, onde ninguém se sente ameaçado. Aí é que<br />
mora o perigo! Na zona de conforto, as pessoas adotam<br />
sempre um determinado tipo de comportamento que lhes<br />
dá um desempenho constante, porém limitado e com uma<br />
sensação de segurança. Essa segurança é ilusória, uma<br />
vez que, quando ocorre uma grande mudança, quem está<br />
muito confortável leva um choque maior, e estará menos<br />
preparado para sobreviver do que os outros. Felizes os<br />
inquietos com suas inquietudes. Quando no mundo dos<br />
negócios, eles induzem à busca por mudanças e à saída<br />
da zona de conforto.<br />
No recente evento Wood Protection, realizado em<br />
Curitiba em 19 de setembro último, certas exposições e<br />
discussões por parte de alguns dos palestrantes e congressistas<br />
deixou muito claro que o setor de proteção de<br />
madeiras no Brasil não apresenta inovações há décadas.<br />
Problemas menores relacionados à falta de comprometimento<br />
com a qualidade e às concorrências predatórias<br />
ainda vêm à tona algumas vezes, permanecendo na pauta<br />
das discussões há décadas. Nada de novo neste campo,<br />
os rumos das discussões e das reações se tornaram perfeitamente<br />
previsíveis e, para piorar, dentro de atuações<br />
de mercados de produtos de muito baixo valor agregado.<br />
Uma clara indicação de que boa parte dos empresários<br />
do setor insiste em permanecer na zona de conforto. Por<br />
outro lado, as abordagens voltadas à utilização da madeira<br />
tratada em sistemas construtivos, vindas de palestrantes<br />
e moderadores do mais elevado nível técnico, ofereceram<br />
aos presentes as indicações de resultados palpáveis de um<br />
trabalho que vem sendo desenvolvido há anos.<br />
A elaboração de textos normativos referentes à proteção<br />
de madeiras tem sido um trabalho silencioso, além de<br />
fruto da obstinação de pessoas inquietas, cujos resultados<br />
ainda fogem da percepção da maioria dos empresários<br />
do setor, os quais, ainda não reconhecem que não é por<br />
coincidência que os mercados consolidados da madeira<br />
tratada são exatamente aqueles que têm as normas técnicas<br />
como retaguarda.<br />
A última norma publicada pela Abnt (Associação Brasileira<br />
de Normas Técnicas) foi a NBR 16.143 – Preservação de<br />
Madeiras – Sistema de Categorias de Uso. Esta norma, cuja<br />
importância para o mercado da madeira tratada foi lembrada<br />
incontáveis vezes neste mesmo espaço, finalmente<br />
aparece como referencial de mercado no importante plenário<br />
do evento Wood Protection através de menções feitas<br />
por, pelo menos, três autoridades no campo da utilização<br />
da madeira tratada em sistemas construtivos. Foi possível<br />
observar, desta forma, que a mensagem continua sendo<br />
disseminada, só que desta vez, em comunicação direta aos<br />
maiores interessados no assunto: os produtores de madeira<br />
tratada. Para alguns inquietos, não se tratava exatamente<br />
de novidade, porém, para outros, ainda aconchegados na<br />
zona de conforto proporcionada pela produção de mourões<br />
de cercas, foi um grande recado.<br />
No mundo todo o mercado da madeira tratada tem<br />
como base a construção. Em alguns países produtores de<br />
enormes volumes, como os Estados Unidos, 75% do volume<br />
total de 28 milhões de m³ (metros cúbicos) anuais de<br />
madeira tratada são destinados ao setor construtivo. Por<br />
lá, o mercado da construção, que é um mercado bastante<br />
exigente, desafia o setor da proteção de madeiras, a cada<br />
minuto, para a busca de inovações, melhoria da qualidade,<br />
atendimento, projetos e por ai vai. Mesmo que queiram, os<br />
empresários de países com tal perfil de mercado não podem<br />
se dar ao luxo de permanecer na zona de conforto. Sempre<br />
é bom lembrar e insistir, o número de usinas de tratamento<br />
de madeiras cresce de forma exponencial no Brasil, a maioria<br />
absoluta voltada à produção de mourões, o que pode<br />
ser traduzido como um conformismo relacionado ao fato<br />
de não se incomodar em trabalhar muito e ganhar pouco.<br />
A elaboração de textos normativos referentes à proteção de<br />
madeiras tem sido um trabalho silencioso, além de fruto da obstinação<br />
de pessoas inquietas, cujos resultados ainda fogem da percepção da<br />
maioria dos empresários do setor<br />
10 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
Fábrica de MDF<br />
começa a operar<br />
em Pinheiros<br />
Foto: divulgação<br />
Empresa química<br />
instala filial na<br />
Colômbia<br />
Em um período de dez dias, contados do início do mês<br />
de agosto, três profissionais colombianos receberam treinamento<br />
intensivo na sede da Montana Química em São Paulo<br />
(SP). Segundo o supervisor de exportação da empresa, Adolfo<br />
Pessoa, as atividades envolveram aspectos técnicos e comerciais,<br />
com fundamentos práticos. “O conhecimento que eles<br />
adquiriram engloba as três áreas de negócios da Montana”,<br />
explicou Adolfo. “A preparação dos profissionais foi intensa,<br />
pois a entrada em operação da nova unidade aconteceu no<br />
próprio mês de agosto.” Para Arduick Abreu, gerente da filial<br />
na Colômbia, foi estratégica esta imersão na estrutura organizacional<br />
da empresa. “Tivemos a oportunidade de conhecer<br />
informações consistentes sobre a empresa e seus produtos,<br />
o que faz diferença para o mercado colombiano. Estamos<br />
trabalhando com vernizes, stains e demais produtos da linha<br />
Revenda, além das divisões Osmose e Vernici.”<br />
Com um investimento milionário, o Espírito Santo terá,<br />
a partir de fevereiro de 2018, a primeira fábrica de placas<br />
de fibra de MDF. Placas do Brasil S/A está em estágio avançado<br />
de construção no município de Pinheiros, no norte<br />
do Estado. O empreendimento foi criado com a intenção<br />
de diminuir o custo logístico para aquisição de MDF dos<br />
empresários moveleiros do Norte capixaba, que tinham<br />
que comprar o produto de empresas sediadas na região<br />
Sul do Brasil. A iniciativa surgiu dos empresários ligados<br />
ao Sindimol (Sindicato da Indústria de Madeira e Móveis<br />
de Linhares e Norte do Espírito Santo), que se uniram a<br />
empresários do setor metal-mecânico de Aracruz e outros<br />
que detinham investimentos em terras e florestas de eucalipto<br />
no norte do Estado para viabilizar. Placas do Brasil<br />
teve um investimento total de R$ 473 milhões – sendo R$<br />
393 milhões na indústria e R$ 80 milhões na construção da<br />
base florestal – entre 45 acionistas. Agora, além dos empresários<br />
do setor moveleiro poderem suprir suas próprias<br />
demandas de MDF cru ou revestido, contando com tecnologia<br />
de ponta para tal, todo o excedente da produção – a<br />
capacidade é de produção de 300 mil m³ (metros cúbicos)<br />
por ano – será comercializado no norte do Rio de Janeiro,<br />
leste de Minas Gerais e em todo o nordeste do Brasil.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
12 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
São Paulo terá edifício<br />
totalmente de madeira<br />
Conhecida como cidade do concreto, São Paulo ficará um pouco mais<br />
verde. Isso porque ela vai receber um edifício floresta com sua estrutura totalmente<br />
feita em madeira certificada, com garantia de origem e trajetória.<br />
O projeto, que deve ficar pronto em 2020, será erguido em um terreno de<br />
1.025 m² (metros quadrados) no bairro da Vila Madalena e é uma iniciativa<br />
da Amata, empresa de gestão florestal e o estúdio de arquitetura, Triptyque. O edifício de 13 andares terá área total de 4.700 m² e<br />
abrigará funções diversas e de uso misto, como coworking (espaços de trabalhos coletivos), coliving (habitações coletivas) e restaurantes.<br />
Um dos destaques do desenho do projeto é a integração e conexão com a cidade. Construído em um terreno em desnível, o<br />
prédio terá lajes com recuos distintos, como escada, criando diversas varandas repletas de árvores e arbustos. Sua cobertura verde<br />
terá árvores de maior porte. Além disso, jardineiras com plantas pendentes estarão presentes ao longo de toda a fachada do edifício.
Brasil consome<br />
0,10 m³ de madeira<br />
por habitante<br />
Foto: divulgação<br />
Venda de máquinas<br />
têm queda de 4,1%<br />
As vendas feitas pela indústria brasileira de máquinas<br />
e equipamentos continua a apresentar queda no acumulado<br />
de <strong>2017</strong>. De janeiro até agosto, o setor vendeu R$ 44,1<br />
bilhões, o que representa 4,1% inferior ao registrado no<br />
mesmo período do ano passado. Os dados divulgados no<br />
fim de setembro são da Abimaq (Associação Brasileira da<br />
Indústria de Máquinas e Equipamentos). Já o resultado no<br />
mês de agosto apresentou alta. Foram vendidos em máquinas<br />
e equipamentos R$ 6,08 bilhões, 3,9% a mais em relação<br />
a julho e 2,6% acima do registrado em agosto de 2016. De<br />
acordo com a Abimaq, a alta no oitavo mês do ano se deu em<br />
razão do aumento das vendas para o mercado externo. O resultado<br />
negativo do acumulado do ano foi causado principalmente<br />
pelo efeito da valorização do Real nas exportações,<br />
segundo a entidade. No acumulado de janeiro a agosto, a<br />
média de empregados é de 291,104 trabalhadores, 5,6% a<br />
menos do que no mesmo período do ano passado.<br />
De acordo com o arquiteto Ricardo Dias, professor da UEM<br />
(Universidade Estadual de Maringá), o consumo de madeira por<br />
habitante no Brasil está em baixa: a média é de 0,108 m³ (metro<br />
cúbico) ao ano. Ele apresentou os dados durante o 4º Simpósio<br />
Madeira & Construção, que aconteceu em Curitiba (PR), nos dias<br />
20 e 21 de setembro. “Ainda existe muito preconceito, o que dificulta<br />
a ampliação do uso dessa matéria-prima no nosso país. O<br />
desejo de nós, arquitetos, bem como dos engenheiros e profissionais<br />
da área, é conseguir expandir o uso”, prospecta. “A madeira<br />
pode ter papel mais relevante como tem em outros países.<br />
É uma ótima alternativa para construções provisórias, construções<br />
rápidas, para resolver problemas urgentes com relação à<br />
habitação. Nós ainda não enxergamos o papel estratégico dessa<br />
matéria-prima”, alertou. Para o arquiteto, o Brasil ainda tem um<br />
longo caminho para poder levar habitação de qualidade para<br />
sua população. Ao mesmo tempo, uma série de preocupações<br />
ambientais também interfere no uso da madeira em todo o planeta,<br />
pois discute-se muito o esgotamento dos recursos naturais,<br />
que é um desafio que deve ser enfrentado.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Delegação brasileira<br />
em congresso<br />
madeireiro<br />
Os principais atores mundiais da construção civil em madeira<br />
estiveram reunidos em Bordeaux, na França, entre os dias 12<br />
e 15 de setembro, no primeiro congresso internacional do setor,<br />
o Woodrise <strong>2017</strong>. O objetivo foi discutir a nova agenda global de<br />
construções em madeira, com o propósito de auxiliar a criação<br />
de uma economia de baixo carbono. Na linha de frente do grupo de 15 representantes brasileiros que foi à França, estava delegação<br />
brasileira, também estará o vice-presidente da Área de Desenvolvimento Técnico do Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria<br />
da Construção Civil do Estado do Paraná), Euclesio Manoel Finatti, também coordenador da comissão de estudos da Abnt (Associação<br />
Brasileira de Normas Técnicas) para o desenvolvimento da norma técnica para o sistema construtivo wood frame, Finatti<br />
acompanhou o grupo e conheceu de perto a realidade dos países de primeiro mundo, a fim de trazer um pouco dessa experiência<br />
para o grupo que vem desenvolvendo o trabalho da norma e do fortalecimento desse tema no Brasil.<br />
OUTUBRO | 13
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
App explica<br />
nova legislação<br />
Foto: divulgação<br />
SCM Tecmatic<br />
lança lixadeiras<br />
No fim de setembro a SCM Tecmatic, fabricante de máquinas<br />
para a indústria moveleira com sede em São Bento do Sul (SC),<br />
realizou o evento Portas Abertas SCM Tecmatic. Durante os três<br />
dias, cerca de 200 industriais moveleiros de todas as partes do<br />
Brasil marcaram presença no evento. E empresa apresentou duas<br />
grandes novidades no Brasil. Trata-se das lixadeiras DMC System<br />
e DMC Eurosystem. De acordo com o gerente comercial da SCM<br />
Tecmatic, Tiago Costa, são tecnologias que “só vemos em feiras<br />
internacionais e estamos proporcionando essa realidade para o<br />
mercado brasileiro com foco no alto acabamento”. As lixadeiras<br />
são importadas da SCM Group, da Itália. “Ela faz a função de calibrar<br />
[o substrato] lixar fundo, lixar lâmina e preparar peças para<br />
acabamento alto brilho. Então, 90% que o mercado moveleiro<br />
está pedindo, ela faz”, explicou o gerente. Para o acabamento<br />
alto brilho, o gerente aponta que ela tem um sistema multidirecional.<br />
Nas linhas de lixadeiras nacionais não há uma máquina<br />
que realize o lixamento transversal.<br />
Com objetivo de apresentar e facilitar o entendimento<br />
das mudanças na nova legislação trabalhista,<br />
entre os 106 artigos da CLT (Consolidação das Leis<br />
do trabalho), foi lançado no dia 26 de setembro, pela<br />
CNI (Confederação Nacional da Indústria) o aplicativo<br />
Conexão RT. O app já está disponível para download<br />
gratuito, tanto para usuários do sistema iOS<br />
como Android. A ferramenta interativa permite, a<br />
quem quiser conhecer a nova legislação trabalhista,<br />
pesquisar as novas regras. Além disso, é possível<br />
comparar a legislação antes e depois da aprovação<br />
da Lei nº 13.467/17. Para cada item, são apresentadas<br />
as referências, seja na CLT, em leis esparsas ou<br />
na jurisprudência. A ferramenta é gratuita e apresenta,<br />
de maneira simples e didática, a nova legislação<br />
trabalhista. Em cada tema pode-se obter um quadro<br />
comparativo entre a antiga e a nova lei. Será possível,<br />
ainda, marcar assuntos de preferência e compartilhar,<br />
enviar por e-mail e imprimir as informações<br />
que considerar mais relevantes.<br />
Foto: divulgacão<br />
Imagem: divulgação<br />
REFERÊNCIA<br />
na Formóbile<br />
A Revista REFERÊNCIA e a ForMóbile são parceiros há<br />
muitos anos e trabalham com a mesma visão, de incentivar<br />
o desenvolvimento dos setores da madeira e do mobiliário.<br />
Agora, estão construindo em conjunto uma nova plataforma<br />
presencial para a indústria da madeira, que é Ilha Madeira,<br />
que acontece dentro da ForMóbile 2018. "A iniciativa é beneficiada<br />
pelo know-how e divulgação da revista com a visibilidade oferecida pela feira, vai potencializar novos contatos, networking,<br />
promoção de novos produtos e vendas para as empresas do setor", elogia Liliane Bortoluci, diretora da ForMóbile.<br />
A ForMóbile 2018 ocorre em São Paulo (SP) entre os dias 10 a 13 de julho. As inscrições já estão abertas para os interessados<br />
em expor no evento.<br />
14 |<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
NOTAS<br />
Orchestra<br />
Brasil no México<br />
Foto: divulgação<br />
Mudança da Caixa<br />
pode afetar setor<br />
moveleiro<br />
Quem pensa em comprar a casa própria e está em busca<br />
de um imóvel usado terá, a partir de agora, que juntar entrada<br />
maior, devido alterações nas condições de financiamento<br />
da CEF (Caixa Econômica Federal). Para isto, é provável que a<br />
maioria das pessoas repassem o que seria destinado a compra<br />
de mobiliário para o valor da entrada. Desde o fim de setembro,<br />
a CEF passou a financiar apenas 50% do valor de casa ou<br />
apartamento usado, inclusive no programa Minha Casa, Minha<br />
Vida. Antes era possível parcelar entre 60% e 70% do total,<br />
dependendo da linha de crédito contratada. Para unidades<br />
novas a regra não muda, e 80% do valor pode ser parcelado<br />
pelo banco. Segundo o proprietário da Colicchio Imóveis, Miguel<br />
Colicchio Neto, essa redução impactará a cadeia moveleira.<br />
“Agora quem utilizava esta quantia para mobiliar a casa,<br />
terá que viver como em um acampamento, com pouca coisa,<br />
ou com os itens antigos”, afirma Colicchio Neto.<br />
O Projeto Orchestra Brasil de incentivo às exportações,<br />
realizado pelo Sindmóveis (Sindicato das Indústrias<br />
do Mobiliário de Bento Gonçalves) e pela Apex<br />
Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações<br />
e Investimentos), promove, em outubro, duas missões<br />
prospectivas e de inteligência competitiva à Cidade do<br />
México, na capital mexicana, e à feira High Point, nos<br />
EUA (Estados Unidos da América). Participam dessas<br />
ações fornecedores da indústria moveleira, como fabricantes<br />
de tintas, acessórios, tecnologias, maquinário<br />
para o setor moveleiro, além de estúdios de design participantes<br />
do Projeto Raiz, que fomenta a internacionalização<br />
desse serviço. Maior consumidor e maior importador<br />
de móveis do mundo, os EUA (Estados Unidos<br />
da América) devem ter um crescimento médio anual de<br />
2,2% no consumo de móveis até 2020, segundo projeções<br />
do Euromonitor. Em 2015, os gastos do consumidor<br />
com mobiliário ultrapassaram o valor de US$ 162,9<br />
bilhões. O PIB (Produto Interno Bruto), por sua vez, tem<br />
previsão de aumento de 2,3% em <strong>2017</strong> e 2,5% em 2018.<br />
Foto: divulgacão<br />
Centro de distribuição<br />
no nordeste<br />
Foto: divulgação<br />
A Guararapes, fabricante de painéis de MDF e uma das maiores<br />
exportadoras do Brasil, vai ampliar sua atuação nas regiões<br />
norte e nordeste. Para apoiar esse crescimento, a empresa fechou<br />
contrato com a Wilson Sons Logística e passa a usar o<br />
Centro de Distribuição de Suape, em Pernambuco, para armazenamento<br />
e distribuição da carga. A parceria vai otimizar a distribuição<br />
dos produtos da Guararapes na região, diminuindo em<br />
até 80% o tempo de entrega ao cliente final. A carga é embarcada<br />
no Porto de Itajaí, em Santa Catarina, e chega ao Porto de<br />
Suape por cabotagem. Os contêineres ocupam uma área dedicada de dois mil metros cúbicos no Centro de Distribuição.<br />
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Foto: divulgação<br />
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No entanto, assim como os<br />
jardins tradicionais, é preciso<br />
cuidado e manutenção. A Elo<br />
7, especializada na produção<br />
de artigos de madeira inusitados,<br />
tem como um dos seus carros chefes uma linha de jardins verticais, de acordo com a demanda dos clientes. Os<br />
produtos são produzidos a partir de madeira tratada de pinus, resistindo às intempéries externas.<br />
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com os paletes, a Meu Pallet<br />
tem investido nos mais diversos<br />
tipos de utilização para a peça. Os nichos<br />
na cabeceira foram estrategicamente<br />
posicionados para facilitar o<br />
acesso aos objetos nele acomodados.<br />
As prateleiras estreitas servirão como<br />
apoio para luminárias, que deixarão<br />
uma luz baixa durante o período da<br />
noite. A cama baixa foi produzida para<br />
adaptar bem o colchão box e ficar em<br />
uma altura confortável. A cor natural<br />
da madeira combina com o quarto e<br />
permite usar qualquer cor de jogo de<br />
cama, realçando a cor dos mesmos.<br />
Foto: divulgação<br />
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ALTA E BAIXA<br />
ALTA<br />
CONSUMO DE PAINÉIS DE MADEIRA<br />
REGISTRA ALTA<br />
O consumo aparente de painéis de madeira apresentou evolução na transição entre os meses<br />
de junho e julho. O aumento nos números ficou evidente, já que o consumo passou de 501 mil<br />
m³ (metros cúbicos) para 550 mil m³. Os dados são da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) na 39º<br />
edição do Cenários Ibá.<br />
MÓVEIS VOLTAM A VENDER<br />
O volume de vendas do comércio varejista aumentou 3,6% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2016. É<br />
a maior variação mensal desde que essa recuperação começou, em abril. Os destaques foram os móveis, cujas vendas<br />
cresceram 16,5% em relação a agosto do ano passado. No acumulado do ano e nos últimos 12 meses, o varejo registrou,<br />
respectivamente, 1,7% e 2,3%. É o que revela a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), divulgada em outubro.<br />
PROJEÇÃO DE RETOMADA DE CRESCIMENTO<br />
Apesar da retomada, o Iemi divulgou que, na realidade, a projeção de crescimento do setor moveleiro é um retrocesso.<br />
Olhando no longo prazo, a expectativa é que até 2021 haja um crescimento do setor de 19%, o que a princípio parece<br />
muito bom. “Ou seja, voltaremos ao que tínhamos em 2013. Seria uma perda de oito anos de oportunidade de crescimento<br />
e enriquecimento”, comparou Marcelo Prado, diretor do Iemi.<br />
BAIXA<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL MAIS CARA<br />
A desaceleração no ritmo de alta do Incc-m (Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado),<br />
de 0,40% para 0,14% de agosto para setembro foi influenciado pelo declínio de 0,04%<br />
registrado em Mão de Obra. Em agosto, esse item apresentava taxa positiva de 0,56%. O<br />
motivo da queda, conforme a FGV (Fundação Getulio Vargas), foi ajuste nos níveis salariais<br />
de algumas ocupações.<br />
20 |<br />
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FRASES<br />
O setor moveleiro tem um papel<br />
importante na produção industrial<br />
paranaense, no impacto social e na<br />
capacidade de gerar empregos. A indústria<br />
tem que se reinventar a cada dia para<br />
fazer novos produtos que satisfaçam às<br />
necessidades do consumidor<br />
Foto: divulgação<br />
Irineu Munhoz, coordenador do Conselho Setorial Moveleiro da Fiep<br />
(Federação das Indústrias do Estado do Paraná), ao falar do papel do<br />
mobiliário na vida das pessoas durante o Congresso Moveleiro<br />
Neste intervalo de um ano e meio já realizamos cinco reuniões<br />
da Comissão de Produção e Comércio. A Argentina é um de nossos<br />
parceiros comerciais mais importantes e estou muito satisfeito com os<br />
avanços que temos atingido. Temos muito ainda a fazer, mas estamos em<br />
um bom caminho<br />
Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil, ao assinar acordo bilateral com a<br />
Argentina que facilita o comércio de produtos entre os dois países<br />
É uma nova ferramenta de consulta para o mercado, que baliza<br />
uma série de informações do setor<br />
José Carlos Januário, presidente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />
Mecanicamente), ao comentar o lançamento do Estudo Setorial em Síntese<br />
Na prática, sabemos que esses números<br />
ainda não são suficientes para indicar<br />
uma tendência, mas podem, pelo menos,<br />
sinalizar uma diminuição no ritmo de<br />
queda, suficiente para pensarmos que o<br />
crescimento poderá vir<br />
Foto: divulgação<br />
João Carlos Marchesan, presidente da Abimaq (Associação<br />
Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), ao<br />
comentar os números positivos do primeiro semestre de <strong>2017</strong><br />
22 |<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ENTREVISTA<br />
MARCELO<br />
ANTONIO<br />
PERCICOTTI<br />
DA SILVA<br />
LOCAL DE NASCIMENTO<br />
PLACE OF BIRTH:<br />
Curitiba (PR), 19/09/1968<br />
Curitiba (PR), September 19, 1968<br />
Foto: divulgação<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL<br />
EDUCATION:<br />
Graduado em Economia pela Ufpr (Universidade Federal<br />
do Paraná)<br />
BSc. Economics, Federal University of Paraná, (Upfr)<br />
CARGO<br />
PROFESSION:<br />
Gerente de Economia, Desenvolvimento e Fomento da Fiep<br />
(Federação das Indústrias do Estado do Paraná)<br />
Manager of Economics, Development and Incentives for<br />
the State of Paraná Federation of Industries (Fiep)<br />
Economicamente falando<br />
Economically speaking<br />
P<br />
alestrante da edição <strong>2017</strong> do Congresso Moveleiro,<br />
Marcelo Percicotti é uma das maiores autoridades<br />
paranaenses quando o assunto é o conhecimento<br />
do panorama moveleiro, no aspecto econômico. Em entrevista<br />
à REFERÊNCIA INDUSTRIAL, ele destrinchou os<br />
principais pontos que o industrial de qualquer Estado deve<br />
estar atento para o quarto trimestre do ano.<br />
S<br />
peaking at the <strong>2017</strong> Furniture Congress, Marcelo<br />
Percicotti is one of Paraná’s biggest authorities<br />
when the subject is knowledge about the panorama<br />
of the Furniture Sector, from an economic point of view. In<br />
an interview with REFERÊNCIA INDUSTRIAL, he broke down<br />
the main points that an industrialist from any State in Brazil<br />
should take into consideration for the 1917 third quarter.<br />
24 |<br />
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Em entrevista recente, disse que aos poucos a atividade<br />
industrial começa a dar sinais de estabilidade. Quando<br />
poderemos dizer que estes números são um sinal concreto<br />
que a recessão estará encerrada?<br />
Existem sim alguns sinais de recuperação da atividade<br />
econômica no Paraná, sobretudo àquelas advindas da indústria<br />
de transformação. Nos últimos doze meses, dados do<br />
Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam<br />
um crescimento acumulado na produção física da indústria<br />
de transformação paranaense de 1,8%. Das 25 atividades<br />
acompanhadas, seis atividades apresentam crescimento<br />
na produção. Os destaques são os segmentos de fabricação<br />
de máquinas e equipamentos (60%), fabricação de veículos<br />
automotores (11,9%) e fabricação de produtos alimentícios e<br />
bebidas (6,6%) puxam a recuperação da atividade industrial<br />
do Estado.<br />
No entanto, indicar que os números refletem uma recuperação<br />
de toda a atividade industrial ainda é muito prematuro.<br />
Primeiro, porque o crescimento da produção não está<br />
pulverizada em todas as atividades industriais. Por exemplo,<br />
analisando apenas o segmento de móveis, este tem acumulado<br />
a uma queda na produção de 4,7% nos últimos 12 meses.<br />
Quando analisado o crescimento anual desta atividade, os<br />
dados refletem uma queda de 3,1% da produção física de<br />
móveis no Estado. No cenário nacional, o comportamento<br />
da evolução da produção física de móveis também inspira<br />
atenção. Só para efeito de ilustração, as quedas na produção<br />
física do setor no acumulado dos últimos 12 meses e do ano<br />
são respectivamente de 3,1% e 2,0%.<br />
Sobre a evolução da produção da indústria, os níveis de<br />
produção atual – mesmo com evolução positiva – ainda são<br />
menores que os níveis de produção do ano de 2014, ano<br />
considerado como início da crise econômica do país. Há<br />
previsões de que somente no final de 2019 e 2020 que a atividade<br />
industrial recuperará os níveis de produção de 2014.<br />
Outro fator relacionado à atividade industrial do Estado<br />
que ainda indica certa prudência no processo de recuperação<br />
da atividade produtiva é o termômetro que mede a confiança<br />
do empresário paranaense. O último indicador apontou um<br />
número de 50,1 pontos no grau de confiança na atividade<br />
industrial. Este indicador varia entre 0 e 100 pontos. O<br />
resultado entre 0 e 50 pontos capta o baixo otimismo do<br />
empresário industrial em relação ao ambiente de negócio<br />
que desenvolve sua atividade produtiva. Acima de 50 pontos,<br />
você capta no empresário uma percepção de otimismo. Pois<br />
bem, o resultado do mês de julho deste ano – 50,1 pontos<br />
– ficou no limite de transição das áreas de pessimismo e<br />
otimismo o que indica que ainda há muitas dúvidas na cabeça<br />
do empresário se o processo de retomada da atividade<br />
industrial é sustentável e que ganhará vigor ao longo do ano.<br />
Para piorar um pouco mais as incertezas, outro agravante<br />
é a instabilidade política ocorrida no cenário nacional que<br />
pode afetar o frágil processo de retomada do crescimento da<br />
atividade industrial. Até que ponto essa instabilidade afetaria<br />
o processo de votação das reformas econômicas sugeridas<br />
pelo atual governo? Muito difícil prever essa realidade!<br />
In a recent interview, you said that industrial activity<br />
is slowly beginning to show signs of stability. When<br />
can we say that these numbers are a concrete sign that<br />
the recession is over?<br />
Yes, there are some signs of economic activity recovery<br />
in the State of Paraná, especially those arising from the<br />
transformation industry. In the last 12 months, data from<br />
the Brazilian Institute of Geography and Statistics (Ibge) indicated<br />
an accumulated growth in production in the State<br />
of Paraná transformation industry of 1.8%. Of the 25 activities<br />
monitored, six showed growth in production. The<br />
highlights are machinery and equipment production (60%),<br />
motor vehicle manufacturing production (11.9%) and food<br />
and beverage products (6.6%), driving the recovery of industrial<br />
activity in the State.<br />
However, the indication is that the numbers reflect a<br />
very premature recovery in industrial activity. First, because<br />
the growth of production is not spread out over all industrial<br />
activities. For example, analyzing only the furniture<br />
segment, it has accumulated a decrease in production of<br />
4.7% in the last 12 months. When analyzing annual growth<br />
of this activity, the data reflects a 3.1% drop of physical furniture<br />
production in the State. On the national scene, the<br />
behavior of the evolution of physical furniture production<br />
also warrants caution. Only for illustrative purposes, the<br />
decreases in output in the Sector over the past 12 months<br />
and the year are 3.1% and 2.0%, respectively.<br />
As to the growth of industrial production, current production<br />
levels – even with the positive numbers – are still<br />
lower than the production levels in 2014, the year regarded<br />
as the start of the economic crisis in the Country. There are<br />
predictions that only by the end of 2019 or early 2020 will<br />
industrial activity recover to the 2014 production levels.<br />
Another factor related to industrial activity in the State<br />
that still indicates a certain caution as to the productive<br />
activity recovery process is the thermometer that measures<br />
the Business Confidence in the State of Paraná. The last<br />
indicator pointed to a number of 50.1 points in the degree<br />
of confidence in industrial activity. This indicator varies between<br />
0 and 100 points. The result between 0 and 50 points<br />
shows low industrial optimism on the part of entrepreneurs<br />
in relation to the business environment in which he carries<br />
out his productive activity. Above 50 points, shows that the<br />
entrepreneur has a sense of optimism. Well, the result in<br />
July this year, 50.1 points, was on the edge of the transition<br />
from pessimism to optimism which indicates that there are<br />
still many doubts in the minds of entrepreneurs as to the<br />
resumption process for industrial activity being sustainable<br />
and that will gain force over the year.<br />
To make matters worse, a little more uncertainty, another<br />
aggravating factor is the political instability that occurred<br />
on the national scene that can affect the fragile process<br />
of resumption of industrial activity growth. As to what<br />
extent this instability will affect the voting process on the<br />
economic reforms suggested by the current Government? It<br />
is very difficult to predict this.<br />
OUTUBRO | 25
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ENTREVISTA<br />
Como a Fiep tem avaliado os últimos meses para o setor<br />
moveleiro e o que podemos esperar para o segundo semestre<br />
deste ano, quando o assunto é o setor moveleiro?<br />
Mesmo com os incentivos dado pelo governo federal<br />
para aumentar o consumo, os dados de produção do setor<br />
moveleiro do Estado divulgados pelo Ibge ainda não refletem<br />
esses incentivos. Utilizando a variação percentual da<br />
produção dos últimos 12 meses, a produção física de móveis<br />
no Estado caiu 4,7%. Neste ano – dados acumulados até<br />
julho – a produção caiu 3,1%. A queda na produção pode<br />
ser sentida no mercado de trabalho. Em 2015, no Paraná<br />
exerciam suas funções laborativas mais de 37,6 mil pessoas.<br />
Até julho deste ano os números indicam 35,7 mil pessoas<br />
trabalhando no segmento de móveis do Estado, queda de<br />
5,0% nos postos de trabalho.<br />
Apesar da queda da produção estadual, um alento para<br />
setor nos últimos meses foi o crescimento dos valores das<br />
exportações. Os dados do último boletim de comércio<br />
exterior da Fiep tem apontado um crescimento de 12,3%<br />
na comparação com o mesmo período do ano anterior. No<br />
entanto, a atividade de exportação geralmente demanda<br />
das empresas capacitação e estrutura profissional adequada<br />
para explorar esse mercado. Necessitam-se de analistas para<br />
identificar mercados no exterior, profissionais que viajam<br />
para estabelecer contatos e outras necessidades que ajudam<br />
na atividade exportadora da empresa que dificilmente as<br />
microempresas do setor possuirão. Cerca de 89% do setor<br />
moveleiro paranaense é formado por microempresa.<br />
Hoje, acredita que mais do que nunca é necessário estar<br />
atento a boletins como o de Indicadores Conjunturais,<br />
da Fiep, que medem o desempenho industrial?<br />
Estamos em uma era em que o conhecimento é um fator<br />
de diferencial competitivo. Adiciona-se a isso o fato de que<br />
o mercado está cada vez mais competitivo. O boletim de<br />
Indicadores Conjunturais fornece informações estratégicas<br />
mensais das vendas e compras da indústria paranaense,<br />
entre outras variáveis relevantes. Torna-se ainda mais importante<br />
ao considerar que aquelas empresas que fornecem<br />
as informações conjunturais recebem periodicamente um<br />
relatório do seu desempenho comparando os seus resultados<br />
com o seu segmento de atuação e da indústria como<br />
um todo.<br />
Estamos em uma<br />
era em que o<br />
conhecimento é um fator<br />
de diferencial competitivo<br />
How does Fiep see what has occurred over the recent<br />
months in the Furniture Sector and what can we expect for<br />
the second half of this year, as it applies to the Sector?<br />
Even with the incentives given by the Federal Government<br />
to increase consumption, production data in the Furniture<br />
Sector in the State disclosed by Ibge do not reflect these incentives.<br />
Using the percentage variation of production for the<br />
last 12 months, the physical furniture production in the State<br />
decreased 4.7%. This year, according to accumulated data to<br />
July, production decreased 3.1 percent. The decrease in production<br />
can be felt in the labor market. In 2015, in the State of<br />
Paraná, over 37.6 thousand were working in the sector. By July<br />
of this year, the numbers indicate 35.7 thousand working in the<br />
furniture segment of the State, a 5.0% drop in jobs.<br />
Despite the fall in production in the State, a boost to the<br />
Sector in recent months has come from the growth in export<br />
values. The data from Fiep's latest newsletter concerning foreign<br />
trade pointed out a growth of 12.3% in comparison with<br />
the same period of the previous year. However, the export activity<br />
generally demands educating companies and having a<br />
professional structure suitable for exploring this market. There<br />
is a need for analysts to identify markets abroad, professionals<br />
who travel to establish contacts, and other things that help<br />
in the exporting activity of a company, which microbusinesses<br />
are unlikely to have. About 89% of the State of Paraná Furniture<br />
Sector consists of microbusinesses.<br />
Today, do you believe that now more than ever, it is necessary<br />
to keep up with the Economic Indicators measuring<br />
industrial performance, such as those published in the Fiep<br />
newsletters?<br />
We are in an era in which knowledge is a factor leading to<br />
competitive advantage. Add this to the fact that the market<br />
is increasingly competitive. The Fiep Bulletin of Economic Indicators<br />
provides information on monthly sales and strategic<br />
purchases by companies in the State of Paraná, amongst other<br />
relevant variables. This becomes even more important when<br />
considering, that the companies that provide information, periodically<br />
receive a performance report comparing their results<br />
with their segment and the industry as a whole.<br />
What can we expect for the second half of this year, as<br />
to sales?<br />
The prognosis is for GDP growth of less than 1%, which<br />
suggests that there will be a slow resumption of employment,<br />
consumption and investment. The scenario points to more optimistic<br />
expectations for next year. As an example, according<br />
to the Bulletin of Economic Indicators, industrial sales in the<br />
State of Paraná for the first half of the year were 8.26 percent<br />
lower than sales in the first half of 2016. This situation<br />
demonstrates that there is still a substantial way to go in the<br />
industrial activity recovery process.<br />
What were the main points you presented during your<br />
talk at the Furniture Congress?<br />
The presentation at the Furniture Congress included the<br />
launch of the Panorama for the State of Paraná Furniture Sec-<br />
26 |<br />
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O que podemos esperar para o segundo semestre<br />
deste ano, no que tange ao setor de vendas?<br />
O prognóstico para o crescimento do PIB (Produto Interno<br />
Bruto) nacional é de menos de 1%, o que sugere que<br />
teremos pequena evolução na retomada do emprego, do<br />
consumo e investimentos. Esse cenário aponta para expectativas<br />
mais otimistas a partir do ano que vem. Como exemplo,<br />
de acordo com o Boletim de Indicadores Conjunturais, as<br />
vendas industriais paranaenses do primeiro semestre desse<br />
ano foram 8,26% menores que as vendas do primeiro semestre<br />
de 2016. Essa situação demonstra que ainda temos um<br />
processo substancial de recuperação da atividade industrial.<br />
Quais os principais pontos apresentados durante sua<br />
palestra no Congresso Moveleiro?<br />
A apresentação de lançamento do Panorama Setorial<br />
da Indústria de Móveis do Paraná, no Congresso Moveleiro,<br />
informou os objetivos da pesquisa, a metodologia aplicada e<br />
alguns resultados da dinâmica setorial, como cenário mundial,<br />
nacional e estadual moveleiro, bem como, estratégias<br />
de compra de matéria – prima e destino das vendas. Além<br />
das informações apresentadas no Congresso, é importante<br />
destacar que o Panorama é um estudo de 108 páginas com<br />
uma diversidade de informações quantitativas e qualitativas<br />
da cadeia produtiva moveleira.<br />
Quais são as principais pesquisas e ações do setor de<br />
Economia, Desenvolvimento e Fomento em <strong>2017</strong>?<br />
A Gerência de Economia, Desenvolvimento e Fomento<br />
fornece um conjunto de pesquisas mensais, a saber: Boletim<br />
de Indicadores Conjunturais, Desempenho do Comércio<br />
Exterior, Índice de Confiança da Indústria de Transformação<br />
e Índice de Confiança da Indústria da Construção. Também,<br />
realiza pesquisa anual que busca identificar a percepção do<br />
empresário sobre o ambiente de negócios em que ele está<br />
inserido. Os resultados dessa pesquisa são divulgados pela<br />
publicação da Sondagem <strong>Industrial</strong> versões Micro e Pequena<br />
(parceria com o Sebrae) e Indústria Geral.<br />
Atua, também, em projetos de desenvolvimento industrial<br />
que contribuem para o adensamento de cadeias<br />
produtivas e a diversificação do tecido industrial no Estado<br />
do Paraná. Essas ações são desenvolvidas por meio da prestação<br />
de serviços em estruturação de distritos industriais,<br />
planos de atração de investimentos e desenvolvimento de<br />
planos de negócios para investimentos industriais.<br />
Por fim, a área de Fomento orienta o empresário no<br />
acesso a recursos financeiros para ampliação da atividade<br />
produtiva, modernização tecnológica, inovação ou capital<br />
de giro. Assim, uma equipe técnica especializada consegue<br />
identificar as melhores opções de financiamento produtivo<br />
de acordo com as necessidades da empresa.<br />
Na sua avaliação, quais os fatores que levaram a uma<br />
queda intensa nos números do setor moveleiro durante a<br />
crise? Houve um despreparo para um cenário de recessão?<br />
A recessão desses últimos anos foi a maior da história<br />
e ocasionou um impacto negativo no desempenho da economia<br />
que trouxe dificuldades singulares de superação para<br />
tor, outlining the research objectives, methodology used and<br />
some results of sector dynamics, such as the national, state<br />
and world furniture scene, as well as, raw material buying<br />
strategies and sales destinations. In addition to the information<br />
presented at the Congress, it is important to note that the<br />
Panorama is a study containing 108 pages with a variety of<br />
quantitative and qualitative information about the furniture<br />
productive chain.<br />
What are the key research and other actions being<br />
taken by the Fiep Economic, Development and Stimulus<br />
Department in <strong>2017</strong>?<br />
The Economic, Development and Stimulus Department<br />
produces a set of monthly studies, namely: the Economic Indicators<br />
Bulletin, Foreign Trade Performance, Transformation<br />
Industry Confidence Index and Construction Industry Confidence<br />
Index. It also carries out an annual survey that seeks to<br />
identify the entrepreneur's perception about the business environment<br />
in which it is inserted. The results of this study are<br />
disseminated through the publication of the <strong>Industrial</strong> Survey,<br />
including versions concerning Micro and Small Companies (in<br />
partnership with Sebrae) and Overall Industry.<br />
It also helps carry out in industrial development projects<br />
that contribute to the building of productive chains and diversification<br />
of the industrial fabric in the State of Paraná. These<br />
actions are carried out by means of providing services in structuring<br />
industrial districts, plans for attracting investments,<br />
and developing business plans for industrial investments.<br />
Finally, there is the area of stimulating economic activity,<br />
which helps the entrepreneur in accessing financial resources<br />
for productive activity expansion, technological modernization,<br />
innovation or working capital. Thus, a specialized technical<br />
team can identify the best options for financing according<br />
to the needs of a company.<br />
O setor moveleiro,<br />
como todas as<br />
atividades produtoras de<br />
bens de consumo, sofreu de<br />
forma contundente a queda<br />
na renda, o desemprego<br />
e o arrefecimento do<br />
mercado imobiliário<br />
OUTUBRO | 27
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ENTREVISTA<br />
todas as empresas e setores produtivos. O setor moveleiro,<br />
como todas as atividades produtoras de bens de consumo,<br />
sofreu de forma contundente a queda na renda, o desemprego<br />
e o arrefecimento do mercado imobiliário. Esses fatores<br />
externos afetaram diretamente o desempenho do setor<br />
moveleiro, bem como, do restante da indústria.<br />
A exportação tem sido vista por muitos como a salvação<br />
da lavoura. Acredita que esse cenário se prolongará<br />
por muito tempo?<br />
O crescimento das exportações paranaenses foi de 15%<br />
nos primeiros sete meses do ano. O mercado externo se<br />
apresenta como uma alternativa muito interessante para<br />
o aumento das vendas em um cenário de recuperação da<br />
atividade econômica interna ainda incipiente. A extensão<br />
desse cenário dependerá de alguns fatores relevantes, como<br />
o câmbio e os custos de produção. Esses fatores afetam<br />
diretamente a rentabilidade da empresa exportadora e que<br />
possuem a característica de pouco controle por parte das<br />
organizações empresariais, considerando que no conjunto<br />
dos custos estão inseridos custos de energia e logística,<br />
por exemplo, que também são externos, em boa medida,<br />
ás estratégias e controles das empresas. No que se refere a<br />
estratégia das empresas a extensão desse cenário de evolução<br />
das exportações dependerá da busca por uma maior<br />
eficiência na gestão comercial com foco no mercado externo.<br />
Sem intermediários, o produtor médio pode encontrar<br />
dificuldades para entrar nesse novo nicho de mercado?<br />
A pequena e média indústria pode encontrar diversas<br />
dificuldades para entrar no mercado externo se não contar<br />
com uma estrutura técnica adequada ou assessoria técnica<br />
especializada para orientá-la no acesso ao mercado externo.<br />
Essa assessoria estratégica tem condições de orientar<br />
na identificação de mercados potenciais, necessidades de<br />
adequação de produtos e embalagens, questões legais e<br />
burocráticas, financiamento, assim como a melhor forma<br />
de comercialização para o exterior. Nesse sentido, a Fiep<br />
conta com o CIN (Centro Internacional de Negócios) que<br />
apresenta condições técnicas de assessorar devidamente<br />
as indústrias paranaenses.<br />
In your opinion, what factors have led to the severe decline<br />
in numbers in the Furniture Sector during the crisis we<br />
are going through now? Was there a lack of preparation for<br />
such a recession scenario?<br />
The recession over these last few years was the largest in<br />
history and led to a negative impact on the performance of the<br />
economy, which naturally led to difficulties for all companies<br />
and productive sectors. The Furniture Sector, as for all consumer<br />
good producing activities, greatly suffered from the fall in<br />
family income, unemployment and the slowing down in the<br />
housing market. These external factors directly affected the<br />
performance of the Furniture Sector, as well as the rest of industry<br />
as a whole.<br />
Exports have been seen by many as the salvation of<br />
agricultural activities. Do you believe that this scenario<br />
will continue for a long time?<br />
Export growth in the State of Paraná was 15% in the first<br />
seven months of the year. The foreign market is a very interesting<br />
alternative for increasing sales in a recovery scenario<br />
where the internal economic activity still incipient. The extension<br />
of this scenario will depend on some relevant factors, such<br />
as the exchange rate and the production costs. These factors<br />
directly affect an exporting company’s profitability and have<br />
the characteristic of not being able to be controlled on the part<br />
of business organizations, considering that many costs such as<br />
energy and logistics, for example, are also in a large part external,<br />
when compared to company strategies and controls. With<br />
regard to company strategies, the extension of this scenario of<br />
export growth will depend on the search for greater efficiency<br />
in business management with a focus on foreign markets.<br />
Without using intermediaries, will the medium-sized<br />
producer find it difficult to enter this new market niche?<br />
Small and medium-sized companies can encounter several<br />
difficulties in entering the foreign market, if they don’t have<br />
a proper technical structure or specialized technical advice to<br />
guide it in the access to foreign markets. This specialized advice<br />
makes it possible to identify potential markets, product<br />
appropriateness needs and packaging, legal and bureaucratic<br />
issues, and financing, as well as the best form of marketing.<br />
In this sense, Fiep has the International Business Centre (CIN)<br />
which has the technical conditions to assist companies in the<br />
State of Paraná.<br />
Mesmo com os incentivos dado<br />
pelo governo federal para aumentar o<br />
consumo, os dados de produção do setor<br />
moveleiro do Estado divulgados pelo Ibge<br />
ainda não refletem esses incentivos<br />
28 |<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
COLUNA ABIMCI<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Associação Brasileira da Indústria de<br />
Madeira Processada Mecanicamente<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
UNIÃO MARCA FORÇA DO SETOR PRODUTIVO<br />
DA MADEIRA<br />
Semana Internacional da Madeira superou todas as adversidades e foi um sucesso<br />
U<br />
ma semana intensa. Assim foi a programação<br />
da Semana Internacional da Madeira, entre os<br />
dias 19 e 22 de setembro, que reuniu mais de<br />
6 mil pessoas em Curitiba (PR), transformando, mais<br />
uma vez, a cidade paranaense em um polo de negócios,<br />
conteúdo e troca de experiências entre os profissionais<br />
do setor madeireiro.<br />
Se os eventos pudessem ser traduzidos em uma palavra,<br />
provavelmente ela seria ‘superação’. Superamos as<br />
dificuldades conjunturais do país e do próprio setor para<br />
reunir em um só lugar as principais vozes do setor produtivo<br />
florestal e madeireiro. Uma iniciativa que contou<br />
com a participação de diversas entidades setoriais, universidades,<br />
instituições de pesquisa, consultorias, mídia<br />
especializada e, claro, das empresas que enviaram seus<br />
profissionais, montaram stands e patrocinaram alguns<br />
dos eventos realizados.<br />
A Abimci, como entidade representativa e instituição<br />
que exerce um papel fundamental nos campos político,<br />
comercial e técnico, mobilizou sua base e, mais uma vez,<br />
promoveu várias ações dentro da programação da semana,<br />
com destaque para a realização do WoodTrade Brazil<br />
para a discussão e avaliação do mercado. Um momento<br />
importante de debate, compartilhamento de informações<br />
e dados estratégicos com um público altamente<br />
qualificado, marca dos eventos da entidade. Também<br />
foi realizada a reunião plenária geral, com análises da<br />
economia nacional, política de câmbio e informações<br />
sobre projetos de infraestrutura e logística, que podem<br />
vir a melhorar o escoamento dos produtos madeireiros.<br />
Na Feira Lignum Brasil, a Abimci em seu estande<br />
institucional recebeu um grande número de associados<br />
e convidados que teve acesso à nova publicação Estudo<br />
Setorial em Síntese, uma novidade que pretende fornecer<br />
às empresas ainda mais conteúdo relevante e atualizado,<br />
além de um ambiente profícuo em troca de informações<br />
sobre produção, mercado, novas tecnologias, etc.<br />
As empresas que estiveram em Curitiba em setembro<br />
encontraram uma grande oportunidade para estar frente<br />
a frente com especialistas nacionais e internacionais de<br />
mercado, tecnologia, energia, tratamento, suprimento,<br />
construção com madeira, além de terem acesso às novidades<br />
apresentadas nas feiras Lignum Brasil e Expo<br />
Madeira & Construção.<br />
Quem não fechou negócios, pôde avaliar a temperatura<br />
do mercado, encontrar parceiros e fornecedores.<br />
Estamos certos de que todo o esforço das empresas em<br />
participar de uma agenda cheia como foi a da Semana<br />
Internacional da Madeira certamente recompensou.<br />
Iniciamos, assim, o último trimestre no ano com<br />
as esperanças renovadas e com uma visão melhorada<br />
de futuro, de que há espaço para crescer, desenvolver<br />
novas ideias e fortalecer cada vez mais a cadeia florestal<br />
e madeireira do país.<br />
Os empresários mostraram durante as atividades<br />
desenvolvidas que, a cada dia que passa, estamos nos<br />
descolando da crise política e ética que assola o país, e<br />
com isso mantermos nosso foco da geração de emprego,<br />
em busca da sustentabilidade e do desenvolvimento<br />
econômico. Parabéns a todos os envolvidos!<br />
Estamos certos de que todo o esforço das empresas<br />
em participar de uma agenda cheia como foi a<br />
da Semana Internacional da Madeira certamente<br />
recompensou<br />
30 |<br />
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tecnologia e eficácia profissional da Seller Mecânica,<br />
resultam em projetos de alto nível e que atendem as<br />
exigências e necessidades dos mais variados segmentos.<br />
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32 |<br />
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Seller Mecânica é uma empresa familiar e traduz isso no<br />
trato com os clientes. Há 25 anos no mercado, começou<br />
suas atividades com foco majoritário em consultoria,<br />
projetos e fabricação de equipamentos e instalações industriais<br />
voltadas à área mineradora, assim como sua consequente manutenção.<br />
“Através dos anos, com o conhecimento e desejo de<br />
aprender e evoluir começamos a diversificar nossa atuação”,<br />
destaca William Seullner, diretor da empresa. “Hoje, prestamos<br />
serviços e realizamos projetos para indústrias de papel, celulose<br />
e agroindústria.”<br />
O início do trabalho com autoclaves se deu justamente pelo<br />
prazer em novos desafios, com um cliente na região de Itapeva<br />
(SP), onde fica a sede da empresa. Ele trabalhava com uma autoclave<br />
pequena e de baixa qualidade: gerava custos excessivos<br />
com mão de obra e baixíssimo rendimento, principalmente com as<br />
vagonetas de transporte de madeira. “O cliente resolveu nos procurar<br />
para resolver o problema com as vagonetas, trabalho realizado<br />
com tanto sucesso que abriu portas para uma proposta: vocês não<br />
querem desenvolver uma autoclave para nós?”, relembra Seullner.<br />
Com o desafio lançado, há mais de 10 anos deu início a entrada<br />
da Seller Mecânica no mundo de UPMs (Usinas de Preservativos de<br />
Madeira) onde atuou sempre por indicações. Constroem diversos<br />
equipamentos, porém sempre com um diferencial: assessoria e<br />
acompanhamento personalizado do projeto junto ao cliente, a<br />
quem a Seller Mecânica busca sempre desenvolver um serviço<br />
diferenciado e único no mercado. “Damos muita atenção ao préeller<br />
Mecânica is a family owned company and instills this<br />
in dealing with customers. With 25 years in the market, it<br />
started its activities with a major focus on consulting, design<br />
and the manufacture of industrial equipment and installations<br />
geared to the mining area, as well as subsequent maintenance.<br />
“Over the years, with the knowledge and desire to learn and evolve,<br />
we began to diversify our operations,” says William Seullner,<br />
Director of the Company. “Today, we provide services and design<br />
projects for the paper, cellulose and agro-industry sectors.”<br />
The beginning of the work with autoclaves was just for the<br />
pleasure of facing a new challenge for a customer in the Itapeva<br />
(SP) region, where the Company has its headquarters. At the time,<br />
he was working with a small and low-quality autoclave: generating<br />
excessive labor costs and low yields, especially as to the trolleys<br />
used for timber transport. “With these problems, the customer decided<br />
to ask us to solve his problem with the trolleys, a job that was<br />
carried out so successfully that it opened doors to a proposal from<br />
him: do you want to develop an autoclave for us?” recalls Seullner.<br />
OUTUBRO | 33
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
ALÉM DE TODO O SISTEMA DE AUTOMAÇÃO E SUPERVISÃO<br />
DO EQUIPAMENTO, AS AUTOCLAVES CONTAM COM<br />
BOMBAS E TUBULAÇÕES DIMENSIONADAS DE MODO A<br />
TEREM O MELHOR RENDIMENTO POSSÍVEL<br />
-projeto, analisando as necessidades e vontades do cliente. Assim,<br />
sugerimos adequações e desenvolvemos produtos sempre únicos<br />
e com alto rendimento, baixa manutenção e confiáveis”, avalia<br />
Seullner. “Isso nos deu uma credibilidade no mercado e nos tornou<br />
uma das empresas com o melhor e mais moderno equipamento<br />
do mercado nacional.”<br />
As autoclaves da Seller Mecânica são desenvolvidas exclusivamente<br />
para cada cliente e suas necessidades, sendo elas<br />
manuais ou automáticas. É possível adicionar componentes como<br />
vagonetas, trilhos, guinchos de tração para as vagonetas, sistema<br />
para tratamento com dois ou mais produtos químicos simultaneamente;<br />
tanques de solução inferior, superior ou laterais; pontes<br />
de interligação automáticas; sistemas de porta semi-automática<br />
ou totalmente automática; sistema de dosagem automático;<br />
leitura da concentração do produto em tempo real; entre outros<br />
acessórios. Com isso, é possível otimizar a usina conforme a demanda<br />
necessária, sempre com baixa intervenção manual e custo<br />
de operação mínimo.<br />
A Seller desenvolveu um sistema de automação moderno,<br />
completo e simples de operar, proporcionando flexibilidade para<br />
os diversos tipos de tratamento existentes. “Otimizando e reduzindo<br />
os custos de produção, todo o sistema foi idealizado para<br />
garantir a qualidade dos lotes, emitindo um relatório completo<br />
dos tratamentos como o desempenho de cada etapa e o mais importante:<br />
a retenção de ingrediente ativo absorvido pela madeira<br />
por m³ (metro cúbico) ou IA, unidade utilizada para poder definir a<br />
qualidade e a garantia que o fornecedor da madeira pode repassar<br />
aos seus clientes”, destaca Seullner. “Essa dedicação não é em vão:<br />
trazemos mais segurança, qualidade e redução dos custos para<br />
fabricação dos produtos tratados.”<br />
Na prática, o desempenho das autoclaves da Seller é altamente<br />
satisfatório, avaliam os clientes. Com produção mensal de<br />
4.500 m³ de madeira por mês em cada turno, a Ekomposit é um<br />
After the challenge, more than 10 years ago, Seller Mecânica<br />
entered the world of Wood Treatment Plants (UPMs), where the<br />
Company only works through indications from contacts. The<br />
Company has built various pieces of equipment, but always with<br />
a difference: project consulting and custom monitoring together<br />
with the client, for whom Seller Mecânica has always sought to<br />
develop a differentiated and unique service, not on the market.<br />
“We give very much attention to the pre-project, analyzing the<br />
needs and desires of the client. So, we suggest adaptations and<br />
develop unique high performance, low maintenance and reliable<br />
products,” says Director Seullner. “This led to us having credibility<br />
with the market and made us one of the companies with the best<br />
and most modern equipment available in the domestic market.”<br />
The Seller Mecânica autoclaves are uniquely developed for<br />
each client and their needs, whether manual or automatic. You<br />
can add components, such as trolleys, rails, traction winches for<br />
the trolleys, treatment systems for two or more chemicals simultaneously;<br />
inferior, superior or lateral solution tanks; automatic<br />
interconnection bridges; semi-automatic or fully automatic door<br />
systems; automatic dosage systems real time; product concentration<br />
readings, amongst other accessories. With this, it is possible to<br />
optimize the plant as demand requires, always with low manual<br />
intervention and minimum operating costs.<br />
Seller has developed a modern automation system, complete<br />
and simple to operate, providing flexibility for the various types of<br />
existing treatments. “Optimizing and reducing production costs,<br />
the entire system was designed to ensure load quality, issuing a full<br />
treatment report such as the performance of each step and more<br />
importantly: the retention of active ingredient absorbed into the<br />
wood per m³ or kilos per cubic meter (KCM), the unit used to define<br />
the quality and guarantee that the wood supplier can pass on to<br />
their customers,” notes Director Seullner. “This dedication is not<br />
in vain: leading to more safety, quality and cost reduction in the<br />
34 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
dos clientes mais notórios da Seller Mecânica. “A parceria iniciou<br />
através da indicação da empresa Montana Química, em 2013, pois<br />
precisávamos de uma autoclave para o tratamento químico de<br />
nossos produtos”, revela Rodrigo Saviski, que é enfático: “o projeto<br />
se concretizou e hoje temos a autoclave mais moderna do Brasil,<br />
executada pela Seller.”<br />
Como todo início de parceria, foram necessários alguns ajustes<br />
na autoclave. Todos prontamente atendidos. “Sempre fomos bem<br />
atendidos e, mesmo estando a quilômetros de distância, a Seller<br />
sempre se mostrou prestativa fazendo atendimento tanto remoto<br />
quanto presencial. Hoje estamos funcionando perfeitamente”,<br />
elogia Saviski. “Destaco como grande ponto positivo o know-how<br />
deles, assim como a atenção a todos os detalhes do projeto. A empresa<br />
se preocupou com cada item do projeto, desde a concepção<br />
até o funcionamento, além de acessórios que poderiam gerar mais<br />
praticidade ao nosso processo.”<br />
Além de todo o sistema de automação e supervisão do equipamento,<br />
as autoclaves contam com bombas e tubulações dimensionadas<br />
de modo a terem o melhor rendimento possível. Com testes<br />
realizados em vazios, ou seja, sem madeira em seu interior, a etapa<br />
de vácuo pleno dura entre 7 a 10 minutos, com enchimento total<br />
do vaso de pressão em aproximadamente 10 minutos e descarga<br />
total do vaso de pressão em 13 minutos. “Toda a estrutura conta<br />
de homogeneização da solução por meio de bomba durante a<br />
descarga ou por recirculação, tendo assim um melhor aproveitamento<br />
da solução e do produto químico”, garante Seullner, que<br />
ressalta como ponto positivo, devido ao elevado custo da solução<br />
química utilizada. “Com o tanque parado, ocorre a separação por<br />
decantação da solução, a tornando pobre.”<br />
Funcionando desde a década de 70, a Fazenda Santa Vergínia<br />
atua no mercado de madeira tratada desde 1995. A produtividade<br />
neste segmento era de 400 m³ mensais. “Inicialmente tínhamos um<br />
equipamento bem menor produzido por outra empresa. Quando<br />
manufacture using treated products.”<br />
In practice, Seller autoclave performance is considered highly<br />
satisfactory, according to customers. With a monthly production<br />
of 4,500 m³ of treated wood per month per shift, Ekomposit is one<br />
of the most notable Seller Mecânica customers. “The partnership<br />
was initiated through a contact through Montana Química in 2013,<br />
because we needed an autoclave for the chemical treatment of<br />
our products,” says Rodrigo Saviski, who is emphatic in saying:<br />
“the project materialized and, today, we have the most modern<br />
autoclave in Brazil, built by Seller.”<br />
As in all partnerships, early on, there were some adjustments<br />
with the autoclave. All handled promptly. “We have always been<br />
well served and, even though, we are situated kilometers away,<br />
Seller always proved helpful providing both on-site and remote<br />
assistance. Today, operations are running perfectly,” praises Saviski.<br />
“I highlight their know-how, as well as the attention to all<br />
the details of the project, as a plus point. The company cared about<br />
each item of the project, from conception to operation, in addition<br />
to accessories that could lead to greater practicality in our process.”<br />
In addition to all of the automation and supervisory systems,<br />
autoclaves are fitted with pumps and pipes scaled in order to have<br />
the best performance possible. With tests performed in empty<br />
chambers, i.e. without wood, the vacuum step lasts between 7 to<br />
10 minutes, while with wood, reaching full vessel pressure takes<br />
approximately 10 minutes and total vessel pressure discharge<br />
takes 13 minutes. “The whole structure depends on the solution<br />
homogenization using a pump during discharge or on recirculation,<br />
thus leading to better use of the solution and chemical products,”<br />
says Director Seullner, who emphasizes the high cost of chemical<br />
solutions used, as a positive. “With no tank stirring or circulation,<br />
separation by decantation occurs, leading to poor solutions.”<br />
In operation since the 70’s, Fazenda Santa Vergínia has operated<br />
in the treated wood market since 1995. Productivity in this<br />
AS AUTOCLAVES DA SELLER MECÂNICA SÃO<br />
DESENVOLVIDAS EXCLUSIVAMENTE PARA CADA CLIENTE<br />
E SUAS NECESSIDADES, SENDO ELAS MANUAIS OU<br />
AUTOMÁTICAS<br />
OUTUBRO | 35
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAL<br />
COM PRODUÇÃO MENSAL DE 4.500 M³ (METROS<br />
CÚBICOS) DE MADEIRA POR MÊS EM CADA TURNO, A<br />
EKOMPOSIT É UM DOS CLIENTES MAIS NOTÓRIOS DA<br />
SELLER MECÂNICA<br />
fomos fazer a ampliação no ano de 2010, a empresa Seller foi<br />
indicada pela qualidade. Adquirimos um equipamento maior e<br />
com mais qualidade”, destaca Zacarin, gerente da empresa. “O<br />
equipamento é praticamente um relógio: baixa manutenção e<br />
dinâmico. A produtividade aumentou também em função disto:<br />
Nossa capacidade de produção mensal de tratamento é de até 800<br />
m³/mês. O grande ponto positivo deles é a qualidade, tecnologia<br />
e assistência técnica.”<br />
As usinas de tratamento de madeira da Seller contam com<br />
um painel elétrico com diversos sistemas de segurança, outro<br />
fato que a empresa julga como diferencial em sua linha. Há inter-<br />
-bloqueios de operação, senhas de acesso em três níveis e o nível<br />
de fabricante, sendo possível o acesso remoto para análise interna<br />
e assistência técnica do próprio departamento da Seller. “Assim,<br />
podemos detectar as possíveis falhas e prestar suporte para a<br />
solução à distância, tudo isso sem custos agregados”, ressalta<br />
Seullner. “Os proprietários também podem acessar o equipamento<br />
por meio de tablets ou smartphones para verificar a produção e<br />
seus relatórios, quando julgarem necessário.”<br />
Localizados no Rio Grande do Sul, na cidade de Nova Hartz, os<br />
Irmãos Maggioni é uma empresa familiar. Com produção mensal de<br />
2.500 m³, é referência no setor no Estado. Atuam majoritariamente<br />
com madeiras reflorestadas de pinus e eucalipto. “Iniciamos nossa<br />
relação com a Seller em 2012, por indicação”, pontua Rosa Maggioni,<br />
gerente da empresa. “Adquirimos uma usina para tratamento<br />
das madeiras em autoclave e, a partir daí, iniciamos novo ramo na<br />
nossa empresa, pela necessidade de melhorar nossos produtos.<br />
Hoje autoclavamos eucalipto roliço e pinus serrado. Praticamente<br />
a usina não deu problema de manutenção, somente revisões<br />
de rotina. A Seller é uma empresa diferenciada em tudo: muito<br />
comprometida, desde a fabricação e montagem, em assistência,<br />
qualidade e pós-venda. Desde a instalação melhoramos a qualidade<br />
de nossos produtos e a produção em 100%.”<br />
Para Pedro Zagonel, coordenador industrial da Companhia<br />
Vale do Araguaia, a atuação da Seller foi um divisor de águas no<br />
trabalho da empresa. A Companhia produz cerca de 12 mil m³ ao<br />
ano, com especialização em mourões para cercas. “Encontramos a<br />
segment was 400 m³ per month. “Initially we used much smaller<br />
equipment produced by another company. When we decided to<br />
expand in 2010, Seller Mecânica was selected due to the quality.<br />
We acquired larger equipment and with more quality,” says Zacarin,<br />
Manager of the Company. “The equipment is practically a clock:<br />
low maintenance and dynamic. Productivity also increased in<br />
line in function of this change: our monthly productive treatment<br />
capacity is up to 800 m³/month. The major plus points are quality,<br />
technology and service.”<br />
Seller wood treatment plants have an electrical panel with<br />
several safety systems, another fact that the Company deems as a<br />
differential in its line. There are operating inter-blocks, with access<br />
passwords on three levels, and at the manufacturer level for remote<br />
access for internal analysis and technical assistance by Seller's own<br />
team. “So we can detect potential failures and provide support for<br />
any solutions needed from a distance, all without aggregating additional<br />
costs,” says Director Seullner. “The equipment owners can<br />
also access the equipment using tablets or smartphones to check<br />
production and receive reports, when they consider it necessary.”<br />
Located in Rio Grande do Sul, in the Municipality of Nova Hartz,<br />
Irmãos Maggioni is a family business. With a monthly production<br />
of 2,500 m³, it is considered a reference in the Sector in the State,<br />
working mostly with reforested pine and eucalyptus timber. “We<br />
began our relationship with Seller in 2012 from a contact indication,”<br />
says Rosa Maggioni, Manager of the Company. “We acquired<br />
an autoclave wood treatment plant and, from then on, we started<br />
a new business area within our Company, from the need to improve<br />
our products. Today, we autoclave eucalyptus round wood and pine<br />
sawnwood. The plant has practically had no maintenance problems,<br />
just routine revisions. Seller is a differentiated company at all<br />
levels: very compromised, from the manufacture and assembly,<br />
to quality technical , and post-sales service. Since installation, we<br />
have improved the quality of our products and production by 100%.”<br />
For Pedro Zagonel, <strong>Industrial</strong> Coordinator for Companhia<br />
Vale do Araguaia, Seller was a turning point in the Company’s<br />
operations. The Company produces about 12 thousand m³ per<br />
year, specializing in posts for fencing. “We found out about Seller<br />
36 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
Seller por meio de uma visita realizada em Nova Hartz. Percebemos<br />
que a qualidade do equipamento e acessórios na construção era<br />
incomparável com outros produzidos no Brasil”, explica. “Esta foi<br />
a primeira máquina da Seller instalada, estamos contentes com<br />
a produtividade do equipamento. A qualidade na construção e<br />
acabamento são excelentes.”<br />
Outro parceiro da Seller é a Montana Química, que trabalha<br />
junto à empresa há cinco anos. “Tudo começou quando um de<br />
nossos clientes solicitou um equipamento com padrão tecnológico<br />
mais avançado, uma inovação para setor”, conta Silvio de Lima,<br />
diretor da empresa. Realizamos uma pesquisa de mercado e a Seller<br />
se enquadrou nesse perfil. Os relatos que recebemos de nossos<br />
clientes que adquiriram equipamentos da Seller são muito bons<br />
em relação à assistência técnica da empresa, possuem um ótimo<br />
trabalho de pós-venda. Eles optaram por trazer algo inovador e<br />
são fiéis a essa linha quando fornecem seus produtos aos clientes.”<br />
through a visit carried out in Nova Hartz. We realized that the<br />
quality of their equipment and accessories in the construction was<br />
incomparable with others produced in Brazil,” he says. “This was<br />
the first Seller machine we installed, and we are pleased with the<br />
productivity provided by the equipment. Construction quality in<br />
and finish are excellent.”<br />
Another Seller partner is Montana Química that has worked<br />
with the Company for over five years. “It all started when one of our<br />
customers requested equipment with a more advanced technology<br />
standard, an innovation for Sector,” says Silvio de Lima, Director.<br />
“We did some market research and found that Seller fit that profile.<br />
The reports that we received from our customers, who had<br />
purchased Seller equipment were praiseworthy in relation to the<br />
company’s technical assistance, with good post-sales service. They<br />
chose to bring something innovative to the marketplace and are<br />
faithful to that line when they provide their products to customers.”<br />
Skid de vácuo,<br />
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para atingir<br />
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layout e logística, pensando<br />
nas necessidades de produção<br />
dos nossos clientes<br />
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e descarga, com<br />
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pulsado e<br />
homogeneização do<br />
tanque, tenha mais<br />
flexibilidade no seu<br />
processo<br />
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acidentes durante a<br />
alimentação<br />
Guincho de carga,<br />
controlado por<br />
inversores de<br />
frequência evitando<br />
trancos e auxiliando<br />
no posicionamento<br />
OUTUBRO | 37
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
ESCOLA<br />
SUSTENTÁVEL<br />
INICIATIVA PIONEIRA, NÚCLEO DE REFERÊNCIA EM TECNOLOGIA DA<br />
MADEIRA COMEÇA A FUNCIONAR EM SÃO PAULO DENTRO DO IPT<br />
Fotos: divulgação<br />
38 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
U<br />
m grupo de profissionais de diversas partes do<br />
Brasil lançou em agosto, em São Paulo (SP), o<br />
Núcleo de <strong>Referência</strong> em Tecnologia da Madeira.<br />
Trata-se de uma iniciativa inédita e pioneira em solo<br />
nacional, com a finalidade única de disseminar o uso responsável<br />
desta matéria-prima em projetos da construção<br />
civil, arquitetura e engenharia em todo o país.<br />
O Núcleo de <strong>Referência</strong> em Tecnologia da Madeira será<br />
uma associação que, neste primeiro momento, vai funcionar<br />
como uma escola e oferecer cursos para arquitetos,<br />
engenheiros, designers e profissionais de incorporadoras<br />
que queiram entender todas as potencialidades do uso da<br />
madeira em obras e como utilizá-la de modo inteligente,<br />
responsável, sustentável e contemporâneo.<br />
Segundo o coordenador geral do Núcleo, o arquiteto<br />
Marcelo Aflalo, a iniciativa funcionará em uma sala do IPT<br />
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo),<br />
no Butantã, na capital paulista. No entanto, já existem<br />
planos de construção de uma sede própria. “Este projeto<br />
da nova sede prevê a criação de um local totalmente autossustentável,<br />
com 80% dos seus elementos em madeira<br />
ALÉM DE OFERECER<br />
CURSOS E<br />
CAPACITAÇÕES,<br />
ESTA NOVA<br />
ORGANIZAÇÃO<br />
TAMBÉM VAI<br />
DESENVOLVER<br />
PROJETOS E<br />
PRODUTOS<br />
CULTURAIS<br />
INICIATIVA FUNCIONARÁ EM UMA SALA DO IPT (INSTITUTO<br />
DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO)<br />
OUTUBRO | 39
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
e geração própria de energia, dentro dos mais modernos<br />
conceitos de sustentabilidade”, explicou ele.<br />
O lançamento da nova instituição ocorreu durante a<br />
Greenbuilding Brasil Conference. Na ocasião, ocorreu a<br />
assinatura do documento oficial de criação da organização<br />
e falas de alguns dos profissionais envolvidos nesta<br />
empreitada.<br />
Entre os profissionais envolvidos no Núcleo estão<br />
representantes do terceiro setor, empresas privadas e<br />
parceiros do poder público. Além de oferecer cursos e<br />
capacitações, esta nova organização também vai desenvolver<br />
projetos e produtos culturais. Trabalhará, ainda,<br />
com prestação de serviços, desenvolvimento de pesquisas<br />
e locação de ambientes para coworking.<br />
Especialista em conservação do WWF-Brasil, Ricardo<br />
Russo afirmou que o Núcleo suprirá uma demanda extremamente<br />
necessária na cadeia produtiva da madeira em<br />
território nacional. “Hoje, não existe organização no Brasil<br />
que se dedique a trabalhar este tema desta forma”, refletiu.<br />
“Temos Cnpj próprio, estatuto e diretoria constituída.<br />
Por isso, queremos trabalhar com projetos diversos, para<br />
mostrar o que é possível de ser feito com madeira e os<br />
benefícios socioambientais existentes neste processo.”<br />
Russo ressaltou ainda que o uso responsável da madeira<br />
na construção ajuda na gestão das florestas públicas<br />
brasileiras: conserva a biodiversidade e, por conta da<br />
estocagem de carbono que ocorre nas peças de madeira,<br />
também diminui os efeitos e prejuízos das mudanças climáticas.<br />
“Ela também é um material renovável que pode<br />
ser utilizado de diversas maneiras”, concluiu.<br />
A ideia é que este portal, conforme explicou Aflalo, seja<br />
constantemente atualizado por todos os envolvidos na<br />
cadeia e receba, aos poucos, filmes de técnicas, produtos<br />
ou projetos específicos. “O website não servirá como um<br />
portal da madeira, porque não tem essa vocação. A vocação<br />
dele é a de unir as pontas, porque queremos abrigar<br />
todas as tendências e possibilidades e fazer com que elas<br />
convivam e gerem um mercado em potencial. Hoje esse<br />
mercado não existe”, avaliou.<br />
Depois de concluída esta etapa, o segundo passo do<br />
grupo é chegar à área da formação, oferecendo, a partir<br />
deste mês, palestras e pequenos cursos específicos, que<br />
utilizarão, entre outras coisas, um acervo com informações<br />
sobre madeira e fisiologia de cultura da madeira. Além<br />
disso, o grupo também projeta oferecer viagens e visitas<br />
às obras aos associados como forma de integrar as cadeias.<br />
A PROPOSTA<br />
É QUE O<br />
NÚCLEO SEJA<br />
REPLICADO<br />
A OUTROS<br />
ESTADOS<br />
O LANÇAMENTO DO NÚCLEO FOI DURANTE A<br />
GREENBUILDING BRASIL CONFERENCE<br />
40 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
A terceira frente de trabalho do Núcleo será a criação de<br />
um conselho para avaliar propostas ligadas a eventos e<br />
promoções específicas, para que seja possível viabilizá-las<br />
e garantir a participação geral dos beneficiários.<br />
A proposta é que o Núcleo seja replicado a outros<br />
Estados, já que, segundo Marcelo Aflalo, essa é uma ação<br />
nacional. Além disso, cada Estado tem suas próprias questões<br />
ambientais, ecológicas e geográficas, e a proposta<br />
do grupo é criar a ponte entre todos, fazendo com que<br />
as boas práticas de um contaminem os outros. “Por isso,<br />
não faz sentido ter uma única sede. Faz sentido ter sedes<br />
em lugares que utilizem material comum, que possam<br />
contribuir com suas especificidades e que peçam apoio<br />
às outras sedes para ajudar no desenvolvimento local.<br />
Queremos descentralizar as ações”, definiu.<br />
O NÚCLEO<br />
FUNCIONARÁ<br />
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OUTUBRO | 43
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MARCENARIA<br />
U<br />
m dos maiores desafios para marceneiros é<br />
encontrar a melhor maneira de fazer uma<br />
demonstração cativante e de qualidade para<br />
o cliente. O avanço tecnológico nos trouxe softwares<br />
de uso fácil e relativamente acessíveis, que permitem<br />
desenhar móveis antes de concretizá-los. Um software<br />
3D oferece todas as ferramentas necessárias para o início<br />
do desenho, como grids de alinhamento, opções de cor,<br />
textura e iluminação, além da facilidade em desfazer erros<br />
de desenho e gerenciar os inúmeros projetos.<br />
Antigamente, para se ter ideia de como ficaria o<br />
móvel eram utilizadas maquetes, desenhos em papel e<br />
as vezes o próprio esboço do projeto. Atualmente, com<br />
o desenvolvimento da tecnologia tudo pode ser criado<br />
no computador, antes de ser fabricado.<br />
A maioria dos softwares conta com interfaces simples<br />
e objetivas, rápidas de dominar. Há uma gama de<br />
programas de editoração 3D, dos mais simples aos mais<br />
complexos. A maioria deles oferece opções de desenho<br />
avançado e até mesmo renderização, criando imagens<br />
realistas da decoração de ambiente para a apresentação<br />
ao cliente.<br />
Os softwares mais completos, como o Sketchup e o<br />
AutoCAD, oferecem bibliotecas completas de texturas<br />
dos mais diversos materiais, além de modos de iluminação<br />
praticamente infinitos, mas mesmo os editores<br />
3D mais simples conseguem criar um modelo básico e<br />
apresentável de forma rápida, agilizando o processo de<br />
entrega ao cliente.<br />
Para os bolsos mais cheios, o Sketchup e o AutoCAD<br />
podem ser uma boa pedida, pois vêm com riqueza de<br />
recursos e facilidades de uso, embora sejam caros: R$<br />
2.300 para o Sketchup e mais de R$3.000 para o AutoCAD.<br />
SKETCHUP<br />
O SketchUp é uma modelagem 3D projetada para<br />
arquitetos, engenheiros civis, mecânicos e marceneiros.<br />
Ele é projetado para ser mais fácil de usar do que outros<br />
programas em 3D. Uma característica do SketchUp é<br />
o Armazém 3D, que permite a pesquisa de usuários do<br />
SketchUp para os modelos feitos por outros e contribuir<br />
modelos.<br />
É um programa muito versátil e que muitos arquitetos<br />
e designers de interiores gostam de usar para elaboração<br />
Um software 3D<br />
oferece todas<br />
as ferramentas<br />
necessárias para o<br />
início do desenho<br />
44 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
Da tela para<br />
a realidade, o<br />
marceneiro sabe<br />
exatamente como o<br />
produto ficará
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MARCENARIA<br />
de projetos e muito usado por marcenarias e por quem<br />
gosta de fazer seus próprios projetos. É um software<br />
complexo e que com muitos recursos, capaz de criar um<br />
projeto do começo ao fim.<br />
AUTOCAD<br />
AutoCAD é um software do tipo CAD (desenho auxiliado<br />
por computador, em português) criado e comercializado<br />
pela Autodesk. É utilizado principalmente para a<br />
elaboração de peças de desenho técnico em duas dimensões<br />
(2D) e para criação de modelos tridimensionais (3D).<br />
Diferente dos marceneiros que utilizam os desenhos<br />
mais técnicos com medidas e dimensões para executar<br />
o móvel, para os clientes o que vale é uma visualização<br />
do móvel pretendido no espaço, para tanto, utiliza-se<br />
planta de layout, para localizar o ambiente, e perspectivas<br />
ou maquetes eletrônicas. Nesse sentido, o AutoCAD é<br />
uma excelente ferramenta ao marceneiro pois auxilia a<br />
demonstrar como a peça pode se encaixar em um determinado<br />
ambiente ou espaço.<br />
Acabamento das<br />
peças em madeira<br />
fica mais preciso<br />
A maioria dos<br />
softwares conta com<br />
interfaces simples e<br />
objetivas, rápidas de<br />
dominar<br />
46 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
O AutoCAD é uma excelente<br />
ferramenta ao marceneiro<br />
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como a peça pode se<br />
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ambiente ou espaço<br />
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Reval Serras solda serras de fita por meio do processo<br />
de fusão desde 2005, quando a primeira máquina<br />
A<br />
foi adquirida. Desde então, a demanda por serras<br />
soldadas tem crescido. Atualmente, a Reval Serras conta com<br />
diversas máquinas soldando serras de fita, com o objetivo de<br />
atender aos clientes do Brasil e América Latina.<br />
Soldagem por indução é um processo em que a tensão<br />
e a frequência passam através das bases de indução, re-<br />
-sultando em um aquecimento projetado com ajuste fino,<br />
perfeito para aplicações onde a têmpera e o revenimento<br />
devem ser precisos.<br />
Presente como fornecedor para as maiores serrarias nacionais<br />
a Reval Serras mantém um dos maiores estoques do<br />
Brasil de aços laminados a frio com ligas especiais. A melhor<br />
opção para grande produtividade.<br />
Os diferenciais das ligas especiais, presentes na composição<br />
do aço, auxiliam na preparação, gerando maior resistência<br />
e soldabilidade.<br />
A alta resiliência proporciona maior capacidade de absorver<br />
energia mecânica, quando submetido a situações de<br />
estresse, tornando a serra mais resistente a rupturas ou trincas<br />
no dorso da serra ou na garganta do dente.<br />
Um dente de serra com desgaste acentuado no gume<br />
aumenta o esforço, consumo de energia, gera desvios de<br />
corte e rupturas da serra de fita.<br />
O desgaste abrasivo ocasionado pela passagem de<br />
partículas rígidas pela aresta de corte durante o processo de<br />
usinagem também pode gerar diversos problemas de qualidade<br />
na madeira serrada.<br />
A serra Reval composta por ligas especiais, garante ao<br />
dente maior resistência ao desgaste, proporcionando maior<br />
produtividade e maior vida útil da ferramenta.<br />
As ligas especiais presentes nas serras da Reval Serras<br />
favorecem ao corpo da ferramenta maior tenacidade, maior<br />
capacidade de sofrer deformação, se ajusta melhor ao volante,<br />
reduz trincas que ocorrem durante o processo de uso.<br />
A alta resistência à tração é caracterizada pela maior<br />
capacidade de tensionamento ou estiramento do aço na direção<br />
da força atuante é muito importante em serras de fita,<br />
quanto maior a tensão sem rompimento, mais estabilidade<br />
sem desvios de corte.<br />
A planicidade é o índice que afere diretamente o acabamento<br />
do corpo da serra fita, indicando raio de curvatura da<br />
superfície por meio da medição, através de régua apoiada<br />
nas bordas laterais.<br />
A retidão é medida também pelo flechamento ou curvatura,<br />
porém no sentido longitudinal em todo o comprimento<br />
da lâmina. Nas serras comercializadas pela Reval Serras, estas<br />
tolerâncias são extremamente reduzidas, proporcionando<br />
tempos menores na laminação e preparação.<br />
As ligas especiais também proporcionam ao aço características<br />
de fácil soldabilidade e revenimento.<br />
Os processos de produção de uma serra fita incluem soldas<br />
para a estelitagem ou emenda, estes processos envolvem<br />
aquecimento térmico até o derretimento do metal, gerando<br />
uma deformação plástica, alterando a estrutura base do aço.<br />
Para corrigir a alteração em seguida é aplicado o processo<br />
de revenimento, que reaquece a estrutura, devolvendo ao aço<br />
a resistência mecânica, ductilidade e tenacidade.<br />
As serras que possuem ligas especiais são superiores,<br />
favorecem o derretimento uniforme e facilitam o revenimento,<br />
garantindo que a zona fundida termicamente não<br />
fique porosa ou com solidificação, que são passíveis para<br />
propagação de trincas.<br />
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OUTUBRO | 49
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
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LIGNUM BRASIL PROMOVE A FORÇA E<br />
UNIÃO DO SETOR MADEIREIRO<br />
OUTUBRO | 51
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
C<br />
uritiba (PR) se tornou em setembro, entre os dias<br />
19 e 22, a capital da madeira. A segunda edição<br />
da SIM (Semana Internacional da Madeira) reuniu<br />
na cidade profissionais ligados a toda cadeia produtiva que<br />
envolve esta matéria-prima. O ponto alto da semana foi a<br />
Lignum Brasil (Feira de Transformação, Beneficiamento,<br />
Preservação, Energia, Biomassa e Uso da Madeira) que conseguiu<br />
trazer à tona novamente – repetindo o sucesso do<br />
primeiro evento realizado em 2016 – o que os expositores<br />
buscam nesse tipo de feira: um público extremamente qualificado.<br />
Na Lignum, foram apresentadas as principais tendências<br />
em tecnologia disponíveis para o mercado nacional no<br />
processamento da madeira e uso do material na construção<br />
civil. “O que chamou a atenção foi o alto nível dos participantes.<br />
As empresas chegam aqui e sabem exatamente o que<br />
precisam e com isso, o diálogo fica mais aberto. O público<br />
da Lignum está cada vez mais específico, o que é muito bom<br />
para o setor”, afirma Elcio Lana, vice-presidente da Associação<br />
Brasileira de Preservadores de Madeira.<br />
Em paralelo à Lignum foi realizada a 3º Expo Madeira &<br />
Construção e juntas, as duas feiras, segundo a organização<br />
do evento, superaram os resultados obtidos no ano passado.<br />
Foram 86 expositores, mais de seis mil visitantes e R$ 98,2<br />
milhões em vendas e prospecções.<br />
Edson Balloni, presidente da Apre (Associação Paranaense<br />
de Empresas de Base Florestal), reafirmou a importância<br />
do evento: “feiras como estas provocam sinergia entre<br />
os diferentes setores da madeira e colocam em contato, por<br />
exemplo, produtores de florestas com as serrarias e o resultado<br />
mostra a dimensão do setor e gera benefícios ao país”,<br />
afirma.<br />
IN LOCO<br />
Nos três dias de evento os corredores da Expo Renault<br />
Barigui se mantiveram cheios, mostrando uma possível retomada<br />
na economia, sinal que pôde ser observado no otimismo<br />
dos expositores e na disposição para fechar negócios<br />
dos visitantes. Um diferencial desta edição, comparada ao<br />
ano passado, foi um maior número de empresas de base florestal<br />
que não se intimidaram com o tamanho do pavilhão<br />
e levarão aos seus estandes harvesters e escavadeiras que<br />
quase alcançavam o teto.<br />
No espaço externo uma parceria entre Bruno <strong>Industrial</strong>,<br />
Palfinger e Bachiega demonstrava nos horários pré-esta-<br />
52 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
elecidos as máquinas em pleno funcionamento fazendo<br />
o processamento de madeira e o transporte de cavaco. A<br />
alimentação do picador Forest King da Bruno <strong>Industrial</strong> foi<br />
feita pelo autocarregável T12 da Epsilon Palfinger. Todo o<br />
material foi depositado na carreta com piso móvel da Carrocerias<br />
Bachiega.<br />
Além dos lançamentos, muitos expositores levaram<br />
também a linha regular de produtos, alguns com inovações<br />
agregadas, para não perder a oportunidade de mostrar o<br />
portfólio completo no evento, uma vez que muitos visitantes<br />
eram os tomadores de decisões de grandes fabricantes<br />
do país.<br />
O gerente florestal da Klabin, Rogério Salamuni, visitou<br />
à feira em busca de novas tecnologias para otimizar a comunicação<br />
entre floresta e escritório e não saiu de mãos vazias.<br />
“Percorri alguns estandes e encontrei uma empresa que tem<br />
um sistema via satélite direto com as máquinas florestais. Já<br />
fiz contato com o fornecedor e agora quero levá-lo à Klabin<br />
para ter mais informações sobre o produto”.<br />
Marcos Jachimfk, proprietário da Terra e Sol, também<br />
marcou presença e levou toda a experiência da empresa que<br />
está há 15 anos mercado, com foco na construção civil. A<br />
Terra Sol conta com a própria usina de preservação de madeira,<br />
com maquinários de usinagem e estufas de secagem.<br />
“Feiras como a Lignum ajudam a potencializar o mercado e<br />
estabelecer tendências para o setor”, aposta.<br />
A reportagem da REFERÊNCIA INDUSTRIAL marcou<br />
presença nos três dias de evento e apurou os principais destaques.<br />
Confira!<br />
DESTAQUES LIGNUM <strong>2017</strong><br />
ALCA MÁQUINAS<br />
O destaque da Alca Máquinas foi o lançamento da Plaina Moldureira<br />
em quatro faces, modelo Timber, voltada para o mercado da construção<br />
civil. De acordo com o diretor da empresa, Eduardo Rechenberg, as<br />
principais características da máquina são: robustez, tamanho compacto,<br />
versatilidade e custo reduzido. O equipamento é composto por uma<br />
mesa de desempeno inteiriça com altura de fácil acesso - tratada termicamente<br />
em 100% de sua extensão - e regulagem da régua pré-endereçadora.<br />
Além deste equipamento, a empresa levou também todas<br />
as linhas de máquinas, o que chamou a atenção de Beniudes Rodrigues,<br />
proprietário da Breixó Madeira, uma empresa de Itapira (SP), especializada<br />
em telhados. Ele foi à feira especialmente para fechar negócios e<br />
adquiriu a Plaina Moldureira Style. “Queremos ampliar os horizontes e<br />
fazer outros tipos de trabalhos como campo de batentes, forros e o que<br />
mais o novo equipamento permitir”, afirma Rodrigues.<br />
OUTUBRO | 53
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
MILL INDÚSTRIAS<br />
A Mill Indústrias apresentou ao mercado o secador estático<br />
de madeiras. O equipamento é simples, versátil, de fácil operação<br />
e baixo custo de investimento. Com este lançamento, a empresa<br />
passa a atuar também no mercado madeiro de baixo volume com<br />
capacidade entre 50 m³ (metros cúbicos) e 120 m³ por câmara. De<br />
acordo com Rubens dos Santos, gerente comercial da Mill, com o<br />
secador estático, o tempo de secagem é bem menor. “O processo<br />
que antes durava 105 horas, pode ser feito em 80 horas”, afirma.<br />
Antonio Carlos, gerente de produção e supervisão da Faquilâminas,<br />
uma empresa que fabrica paletes, em União da Vitória (PR), adquiriu<br />
um secador estático e comemora os resultados. “Estamos muito<br />
satisfeitos com a nova máquina porque geram enorme economiza<br />
de energia.”<br />
MSM QUÍMICA<br />
A MSM Química esteve presente na Lignum pela segunda<br />
vez. A empresa apresentou os consolidados produtos<br />
de preservativos de madeiras como fungicidas,<br />
inseticidas, isca formicida, anti-racha, protetor de topo e<br />
herbicida. Na oportunidade, clientes da empresas aproveitam<br />
para trocar ideias e experiências.<br />
SERF ASSESSORIA<br />
A Serf Assessoria levou os projetos de consultoria a<br />
partir da floresta e desenvolvimento industrial até as novidades<br />
ligadas à fabricação de produtos de secagem e<br />
recuperado de energia térmica. A novidade apresentada<br />
durante a Lignum é a estufa Atacama Connect que promete<br />
mais eficiência. “A estufa foi projetada para ser autônoma,<br />
com velocidade de secagem mais alta e maior ganho<br />
energético”, explica Gabriel Marques, diretor de projetos<br />
da Serf Assessoria.<br />
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HOMAG<br />
A Homag marcou presença pela primeira vez na Lignum,<br />
conforme apontou o gerente geral de vendas, Alessandro<br />
Agnoletti. “Essa é uma feira que reúne tanto no<br />
primeiro trabalho quanto o segundo”, resume. “A Homag<br />
entra na transformação da madeira já cortada. Realizamos<br />
o lançamento em maio da linha de plainas moldureiras Homag.”<br />
No estande, a empresa apresentou soluções para<br />
madeira maciça, produção de imóveis e portas, que são as<br />
linhas de perfiladeiras duplas e o centro de usinagem CNC<br />
multi eixos. “Viemos com perfil baixo e um estande pequeno,<br />
para sentir como está o mercado de madeira maciça. A<br />
expectativa é ter uma visão melhor de como está a situação<br />
desse setor”, apontou Agnoletti.<br />
BRUNO INDUSTRIAL<br />
A Bruno <strong>Industrial</strong> mostrou uma grande novidade, o<br />
pré-triturador Tyron XL, com 400 cavalos de força, fruto da<br />
parceria com a Haas. "É um equipamento que já tínhamos<br />
no mercado, mas agora com mais potência e mais torque,<br />
atendendo às normas da NR-12 para trabalhar no Brasil e<br />
com mais facilidade na manutenção", diferencia Angelo<br />
Ricardo Henz, diretor administrativo. "Além dos materiais<br />
que processava antes, a novidade é o processamento da<br />
casca de eucalipto, que pode ser obtido com granometria<br />
menor, devido ao novo formato do sistema de trituração."<br />
CARROCERIAS BACHIEGA<br />
O objetivo da Bachiega no evento era promover a<br />
marca, consolidando o nome e fechar de negócios. "Além<br />
do estande físico, nós fizemos uma parceria com a Bruno<br />
<strong>Industrial</strong>: eles processaram a madeira e depositaram em<br />
nosso equipamento", explicou Sheila Ramos Baldo Bachiega,<br />
diretora da empresa. O objetivo foi demonstrar a caixa<br />
de carga, equipada com piso móvel. Esse dispositivo, que<br />
é importado da Europa, funciona por diferença de área e<br />
é capaz de realizar o descarregamento total entre dez e<br />
quinze minutos.<br />
OUTUBRO | 55
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
VANTEC<br />
A Vantec apresentou a mais recente novidade, o Torno<br />
Laminador Roletero que promete aproveitamento de<br />
até 95% de uma tora. Além de aumentar o rendimento,<br />
o novo equipamento funciona também como um sistema<br />
de gestão. “Este torno indica o quanto saiu de madeira de<br />
primeira qualidade e a quantidade de aproveitamento. A<br />
partir disso, os dados são vinculados aos fornecedores da<br />
matéria-prima, assim a indústria identifica os que apresentam<br />
maior rendimento”, explica Jackson Fabiane, gerente<br />
comercial da Vantec.<br />
SIROMAT<br />
A Siromat levou para a edição deste ano a nova linha<br />
de serras circulares de alta performance revestidas com<br />
cromo. De acordo com Adriano Silva, diretor da empresa,<br />
o novo produto aumenta a vida útil entre as afiações, facilitando<br />
a limpeza do material utilizando apenas detergente<br />
neutro e água, além de diminuir a emissão de ruídos.<br />
INDUMEC<br />
A Indumec mais uma vez apresentou toda a tradição<br />
da empresa que está há mais de 50 anos no mercado. “Fazemos<br />
questão de acompanhar o novo perfil de clientes<br />
com todas as suas demandas e adaptações ao mercado<br />
brasileiro que é altamente instável. Prezamos pela tranquilidade<br />
e segurança dos nossos parceiros que compram as<br />
máquinas da Indumec", disse Anne Koller, diretora financeira<br />
da empresa.<br />
56 |<br />
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HRV<br />
“Nesse ano, não trouxemos novidades, mas sim alertas voltados<br />
para fábricas que produzem pellets”, define Pedro Veríssimo,<br />
diretor comercial da HRV. A ideia é incentivar a transformação de<br />
resíduos de madeiras em pellets, indo além das commodities. “O<br />
Brasil é muito evoluído em termos de biomassa e muito pouco<br />
evoluído em termos de produção de pellets”, avalia Veríssimo.<br />
“Por isso, oferecemos essa tecnologia, com parceiros, para que<br />
detentores de matéria-prima do Brasil tenham condições de<br />
montar suas fábricas de pellets.” Na visão da diretoria da HRV, a<br />
feira foi altamente promissora, apesar da insegurança de alguns<br />
empresários. “A avaliação da feira é positiva. Os investidores brasileiros<br />
ainda estão reticentes. É preciso trocar a mentalidade e<br />
investir em indústria”, acredita Veríssimo.<br />
LONZA<br />
A Lonza mostrou, além dos químicos para preservação de<br />
madeira, produtos complementares como os aditivos. “Além do<br />
CCA, produto tradicional, demos ênfase ao produto a base de cobre<br />
azolis, que não contém cromo e nem arsênio”, destacou Elcio<br />
Lacerda Lana, supervisor técnico O produto já é utilizado mundialmente<br />
nos últimos anos na Europa e nos EUA (Estados Unidos<br />
da América) e preenche uma lacuna que o CCA deixou nesses<br />
países, devido a sua restrição para uso em residências no exterior.<br />
“O CCA ainda não é restrito no Brasil, mas em um futuro isso<br />
pode acontecer”, avalia. “O cobre azoles ainda é uma novidade<br />
por aqui. Além disso, temos o hidro-repelente, que são aditivos<br />
que podem ser adicionados à solução do CCA ou ao cobre azoles,<br />
deixando a madeira protegida contra fungos e insetos.”<br />
FRANZOI<br />
Ainda dentro das comemorações dos 45 anos, o Grupo Franzoi<br />
aproveitou a feira para lançar dois novos produtos com aplicações<br />
específicas. O primeiro é a Serra Black Face, indicada para<br />
serrarias no corte bruto de madeiras. Essa ferramenta apresenta<br />
um inovador acabamento de superfície, que traz uma menor aderência<br />
da resina ao corpo da serra, melhorando sua performance<br />
e vida útil. O segundo lançamento na feira foi a Serra Carbetada,<br />
produto este já patenteado pela empresa, que apresenta tecnologia<br />
altamente inovadora e que já está ao alcance dos seus clientes.<br />
“Além dos lançamentos de produtos, o Grupo Franzoi encerrou<br />
a feira com resultados positivos, gerando novos negócios<br />
e alcançando o objetivo de fortalecer ainda mais toda a cadeia<br />
produtiva da madeira”, disse Letícia Casal, supervisora administrativa<br />
de vendas.<br />
OUTUBRO | 57
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
MÁQUINAS ÁGUIA<br />
Nos últimos dois anos a Máquinas Águia investiu fortemente<br />
em tecnologia o que permitiu à empresa apresentar<br />
na Lignum equipamentos aprimorados. Um exemplo é a<br />
Serra de Fita Geminada para tora que traz como diferenciais<br />
a robustez da estrutura e o nível de precisão. Na Serra<br />
Multilâmina a empresa reduziu o peso e aumentou a robustez.<br />
Hoje, a Máquinas Águia oferece a linha completa para<br />
serrarias leve, média e pesada. “Contamos com 75 modelos<br />
diferentes e dentro desses ainda fazemos adaptações para<br />
o cliente de acordo com a necessidade dele”, pontua Elcio<br />
Wuicik, gerente de vendas.<br />
DALLABONA<br />
Por questões de logística, a Dallabona não conseguiu trazer<br />
uma máquina física para demonstrar na feira, mas aproveitou a<br />
Lignum para colocar no mercado produtos novos, que em breve<br />
serão amplamente divulgados. “Como de praxe, estamos investindo<br />
muito no setor de máquinas para serraria para embalagem:<br />
pallets, cama-box e sofás”, enumera Everton Ewald, gerente de<br />
vendas. “Esses novos produtos já estão disponíveis para a venda.<br />
Ano passado, essa feira já nos trouxe bastante resultado. Em<br />
<strong>2017</strong>, a visitação já pareceu ser bem maior. E expectativa, com<br />
certeza, é de ótimos negócios. Esperamos que essa feira se consolide<br />
no mercado, pois ela abrange bastante o nosso nicho, voltado<br />
ao madeireiro em si.”<br />
MONTANA QUÍMICA<br />
A novidade da Montana Química é uma linha nova de vernizes<br />
de alto padrão. São os vernizes Copal, Marítimo e o novo<br />
lançamento Osmotol. Os vernizes Marítimo e Copal são produtos<br />
com características standart e o Osmotol tem alta resistência às<br />
intempéries. “Outro produto que estamos trazendo de novidade<br />
é o FR100, que é um retardante de chamas para ser aplicado na<br />
madeira pelos métodos de imersão e pincelamento”, detalhou<br />
Silvio José de Lima, gerente comercial. “A Montana tem um papel<br />
importante para o desenvolvimento: acreditamos que o nosso<br />
mercado é carente de informação.” Durante o ano, a empresa<br />
desenvolveu um trabalho específico junto ao corpo técnico, liderado<br />
pelo doutor Hélio Le Page. “Apresentamos nosso livro sobre<br />
tecnologia e proteção de madeira. Diria que é uma bíblia sobre<br />
o tema.”<br />
58 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
PLANALTO<br />
A Planalto Picadores, já conhecida no ramo de biomassa,<br />
destacou os alimentadores de fornalhas para silos, novo produto<br />
da fabricante. "Acreditamos que será um nicho de mercado<br />
que dará um bom resultado em função do volume de silos<br />
que existe no país e que ainda são alimentados com lenhas<br />
e toras", aponta Geri Alberto Mecabô, gerente comercial da<br />
empresa. A Planalto aposta no crescimento do uso do cavaco<br />
para esta aplicação, porque além de facilitar, torna o processo<br />
mais barato. "A participação na Lignum foi muito boa. É uma<br />
feira direcionada e exatamente o público alvo que precisávamos",<br />
comemora.<br />
ARTE DIAMANTE<br />
A Arte Diamante, especialista em ferramentas de cortes<br />
para a indústria madeireira, creditou o evento como satisfatório.<br />
"O evento foi muito bom em organização e uma boa<br />
oportunidade de divulgar nossa marca. Recebemos muitos<br />
visitantes de alto nível", afirmou Téo Bogo, diretor da empresa.<br />
"Tivemos boas perspectivas de negócios em médio prazo,<br />
tanto compradores quanto representantes." Fundada em setembro<br />
de 1983, a Arte Diamante, é uma empresa de Corupá<br />
(SC). Seus produtos são ferramentas calçadas em metal duro,<br />
em aço rápido, ferramentas com pastilhas recambiáveis, brocas<br />
helicoidais para furadeiras múltiplas e demais ferramentas<br />
essenciais para o bom desempenho da indústria moveleira e<br />
madeireira.<br />
ENGECASS<br />
A Engecass repetiu a presença na Lignum <strong>2017</strong>, empolgada<br />
com a edição anterior. "Participamos desta vez, além dos<br />
equipamentos de geração de vapor e estufas de secagem de<br />
madeiras, com a apresentação das plantas de cogeração de<br />
energia a partir dos resíduos da madeira", disse Paulo Roberto<br />
da Cass, diretor comercial. "É um tema que tem fomentado<br />
muitos empresários do setor a investir racionalmente na geração<br />
de energia térmica e elétrica próprias. Tivemos uma visitação<br />
muito grande de clientes tradicionais e novos." Mais uma<br />
vez, a feira foi um sucesso para a Engecass. "Já estamos colhendo<br />
bons resultados da participação", afirmou Cass. "Nos<br />
sentimos muito felizes em confraternizar e repartir experiências<br />
com nossos clientes da região. A Lignum foi sem dúvida<br />
uma grande feira, que contribui para fortalecer a marca Engecass<br />
no mercado."<br />
OUTUBRO | 59
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
REVAL SERRAS<br />
A Lignum impressionou a diretoria da Reval Serras por ser<br />
uma feira focada no segmento de madeira e com publico focado<br />
em negócios, algo raro na avaliação dos membros. “A Reval optou<br />
por apresentar aqui aços ligados, que permitem maior tenacidade<br />
e maior retilinearidade”, garante Cristian Dutra, gerente comercial.<br />
“Levamos para a Lignum serras para corte fino, que trazem uma<br />
economia maior para o processo de corte, reduzindo a serragem e<br />
aproveitando melhor a madeira.” Os negócios também tiveram um<br />
saldo positivo, segundo Dutra. “Fizemos diversos negócios e o mais<br />
importante: recebemos nossos clientes num ambiente amigável e<br />
acolhedor. A feira nos permite trazer um pouco da empresa para o<br />
nossos clientes visitarem, retribuindo a forma em que eles nos recebem<br />
durante o ano todo”, elogiou.<br />
VIKON CALDEIRAS<br />
O evento superou as expectativas da Vikon Caldeiras, que definiu<br />
o público presente como altamente selecionado. “Tornaram a<br />
feira uma janela de negócios abertos aos expositores”, frisou Marcelo<br />
Silva, gerente. “A Vikon trouxe a busca do reconhecimento e<br />
colocação da marca e fixação de seu nome como fornecedor de caldeiras<br />
e geradores de gás quente, focados principalmente na geração<br />
de energia elétrica através do vapor.” Na quarta e quinta-feira,<br />
segundo Silva, ocorreram os melhores negócios. “Conseguimos notar<br />
que o público veio com foco nos negócios apresentados. Nossos<br />
negócios são mais complexos pois não fornecemos peças e, sim,<br />
bens de consumo”, refletiu. “Isso demanda tempo e estudos, mas<br />
através da feira fizemos diversos contatos de clientes que buscam<br />
equipamentos os quais fornecemos.”<br />
FEZER<br />
A Fezer teve na Lignum um estande com bem mais movimentação<br />
que a edição anterior. “Estamos muito satisfeitos com a<br />
participação, o que demonstra que há já movimento de reação no<br />
mercado e nosso setor já está realizando investimentos”, projetou<br />
Gustavo Rene Mostiack, diretor comercial da empresa. Não houve<br />
concretização de negócios na feira, disse Mostiack, porém muitas<br />
prospectações aconreceram. “Alguns devem se concretizar já nos<br />
próximos dias”, avalia. “O maior movimento esteve relacionado<br />
à nossa linha de equipamentos industriais, mas também tivemos<br />
bom trânsito no segmento de biomassa. Apresentamos durante a<br />
feira nossa nova linha de laminação com tornos sem fusos roleteiros,<br />
que se diferenciam no mercado por contar com todos os recursos<br />
de automação da linha convencional, associado aos benefícios<br />
do torno sem fusos. Também apresentamos nossa linha de picadores<br />
florestais e estacionários.”<br />
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IMPACTO MÁQUINAS<br />
A Impacto Máquinas, que desenvolve a automação de<br />
serrarias, destacou a parte de movimentação de tábuas,<br />
como o empilhamento de toras. Daniel Engel, diretor da<br />
empresa, falou sobre o gradeador de madeira, equipamento<br />
com fluxo constante, podendo ser totalmente automatizado,<br />
fator que aumenta a produtividade e segurança e reduz<br />
os custos do gradeamento de madeira. “Tudo que envolve<br />
movimentação de madeira, estamos sempre inovando com<br />
equipamentos automáticos para otimizar o processo”, frisa.<br />
MARRARI<br />
A Marrari levou a nova linha da família MR500 para secagem<br />
de madeira, que atende desde secadores menores até<br />
os mais sofisticados, perfeito para quem busca mais qualidade<br />
no produto e maior economia. “O New Easy é mais<br />
simples, apenas com duas fases de secagem já é possível<br />
finalizar o processo”, aponta Joaquim Almeida, gerente comercial<br />
da Marrari. “O New Smart tem mais recursos, como<br />
interação via internet e alarme por email”, destaca. A empresa<br />
ainda levou a linha já consolidada Eco Power, agora<br />
na versão 8.0, com controle de produção para estufas com<br />
vários secadores.<br />
METALCAVA<br />
A Metalcava levou a linha de picadores totalmente<br />
dentro da norma NR-12 e também com upgrade na tecnologia<br />
de rendimento e eficiência da máquina. O PTM<br />
(Picador de Madeira a Tambor) é ideal para quem trabalha<br />
com madeira de pátio, tanto biomassa para queima<br />
ou para geração de celulose. “Essa máquina é própria<br />
desde serrarias até para o produtor de cavaco”, pontua<br />
Charles Cava, diretor da empresa. A Metalcava ainda levou<br />
para exposição a linha de ventiladores para secagem<br />
de madeira<br />
OUTUBRO | 61
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPECIAL<br />
WOOD-MIZER<br />
“Como a feira é mais voltada para o ramo madeireiro e<br />
moveleiro, trouxemos o afiador de serra”, justificou Pedro<br />
Luft, vendedor da empresa. O modelo BMS500 é automatizado,<br />
isto quer dizer, mais segurança ao operador que não<br />
tem nenhum tipo de contato com partes cortantes. “Achei<br />
positivo o resultado da feira, muitas pessoas procuraram<br />
nossas máquinas e produtos.” No espaço da empresa também<br />
foi possível encontrar informações sobre as serrarias<br />
portáteis como o modelo LX450 de trilho duplo.<br />
DRV<br />
A DRV aproveitou a Lignum para prospectar novos<br />
clientes. Segundo o gerente comercial, Diego Vieira, a participação<br />
na edição anterior foi bastante rentável, o que fez<br />
com a empresa marcasse presença novamente. O principal<br />
produto da empresa são as facas Pilana para picadores de<br />
serrarias e florestais. Diego ainda destacou que a DRV conta<br />
a linha completa de ferramentas desde o corte primário, até<br />
beneficiamento e madeira para exportação. “Trabalhamos<br />
com correntes, sabres, pastilhas para feller e com as facas<br />
para quem faz biomassa na floresta”, completa<br />
CONTRACO<br />
No estande da Contraco o destaque foi o secador de madeira<br />
que dispensa caldeira, perfeito para pequenos produtores,<br />
iniciantes e para aqueles que já superaram a capacidade<br />
da caldeira. Segundo Natalino Bonin, diretor da empresa,<br />
o equipamento tem baixo custo, mas sem perder a qualidade<br />
de secagem. “O secador é o mesmo, a fonte de calor<br />
que é o pulo do gato, um equipamento patenteado nosso e<br />
desenvolvido com a Universidade Federal de Santa Catarina.<br />
Ele tem capacidade para até 100 m³ (metros cúbicos) de<br />
eucalipto”, calcula.<br />
62 |<br />
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SUTIL MÁQUINAS<br />
A Sutil Máquinas focou na linha de pellets, peneiras<br />
móveis e secadores rotativos. A empresa aposta na Lignum<br />
porque acredita que a feira atrai um público bastante qualificado<br />
na área de biomassa. Leandro Sutil, diretor da empresa,<br />
destacou que eles fazem tanto projetos novos quanto<br />
adaptações em projetos já existentes nas indústrias.<br />
“Automatizamos caldeiras, temos sistemas para desidratar<br />
biomassa antes da queima. Fechamos o ciclo e podemos<br />
adaptar em outros fabricantes”, descreve. “Nosso produto<br />
principal é a automação que confere ganho de produção<br />
tanto em produto final quanto de mobilidade, com a redução<br />
de mão de obra e de custos de manutenção”, afirma.<br />
ABIMCI<br />
A Abimci participou como parte da programação da Semana<br />
Internacional da Madeira. O espaço foi destinado a<br />
divulgar as ações desenvolvidas pela entidade em prol do<br />
desenvolvimento do setor e na defesa dos interesses dos<br />
associados.<br />
"A presença dos executivos das empresas e de seus comerciais<br />
é de extrema importância, pois toda a cadeia estará<br />
reunida em um mesmo local, em um ambiente propício<br />
para os negócios e para a busca de soluções conjuntas",<br />
afirmou José Carlos Januário, presidente da Abimci.<br />
REVISTA REFERÊNCIA<br />
A JOTA EDITORA marcou presença na Lignum com um<br />
estande todo projetado pela Madera Brasil. Os destaques<br />
foram o deck de pinus autoclavado e uma estrutura de<br />
quiosque de eucalipto autoclavado. A editora levou o time<br />
completo de publicações que contempla a cadeia produtiva<br />
da madeira: REFERÊNCIA INDUSTRIAL, FLORESTAL,<br />
PRODUTOS DE MADEIRA, BIOMAIS E CELULOSE E PA-<br />
PEL. "A feira é uma excelente oportunidade para encontrar<br />
nossos parceiros e nos atualizarmos dos assuntos relevantes<br />
para o setor", garante Fábio Alexandre Machado, diretor<br />
comercial da REFERÊNCIA.<br />
OUTUBRO | 63
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
CLICKS<br />
ESPECIAL<br />
CONFIRA AS<br />
PERSONALIDADES<br />
QUE<br />
ENCONTRAMOS<br />
DURANTE A<br />
LIGNUM <strong>2017</strong>!<br />
Fotos: REVISTA REFERÊNCIA<br />
Diego Vieira, gerente comercial da DRV e<br />
Liliane Cordeiro, gerente administrativa<br />
Montana Química: Viricio Bonatto, vendedor<br />
técnico, Silvio de Lima, gerente comercial e<br />
Rafael Ferreira, gerente comercial<br />
Siromat: Roberto Carlos Xavier, Alexandro<br />
Sinesio, Adriano Silva e Paulo Fogliatto<br />
Equipe Homag: Alessandro Agnoletti,<br />
Marlise Rabuski e Priscila Abreu<br />
Amanda Ulkowski, diretora financeira da<br />
Sutil Máquinas, e Leandro Sutil, diretor<br />
Equipe Carrocerias Bachiega durante a Lignum<br />
Impacto: Gilberto Abrão Jr., Anny Costa e<br />
Daniel Engel<br />
Gerson Penkal, do departamento de vendas<br />
da REFERÊNCIA e Márcio Arns, gerente<br />
comercial da Empimaq<br />
Equipe Alca: Eduardo Rechenberg (diretor),Joseane<br />
Knop, diretora de negócios do GRUPO JOTA,<br />
Augusto Cretella e Gilmar Favero (representantes)<br />
Equipe Lonza na Lignum<br />
Marcos Jachimek, diretor geral da Terra Sol<br />
Edson Milke, diretor comercial da Drymaker<br />
Alessandro Locatelli, vendedor da Bruno<br />
<strong>Industrial</strong> e Angelo Henz, diretor comercial<br />
64 |<br />
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Rubens dos Santos (centro) da Mill Industrias,<br />
com Antonio Carlos e João Luiz<br />
Jamil Sávio Venturi, da Madeiras Venturi,<br />
Joseane Knop e Altamiro Schlindwein, do<br />
Sindimade/Floema<br />
Natalino Bonin, diretor da Contraco e Eduardo<br />
Bonin, engenheiro da Contraco<br />
José Carlos Ledra, gerente comercial da<br />
Metalcava e Charles Cava, diretor<br />
Dallabona: Everton Ewald, Paulo Roberto<br />
Perez e Jefferson Georg<br />
Serf Assessoria: Gabriel Marques e<br />
Raphael Rosa<br />
Joseane Knop e Rafael Ferreira, gerente<br />
comercial da Montana Química<br />
Pedro Luft, vendedor da Wood-Mizer<br />
Thales Wuicik, auxiliar de projetos da Máquinas<br />
Águia e Elcio Wuicik, gerente de vendas<br />
Mario Sergio Lima e Eduardo Costa<br />
Planalto: Geri Mecabô, Edson de Oliveira,<br />
Avelino Guber e Paulo Miguel<br />
Joseane Knop e Edson Balloni, presidente<br />
da Apre<br />
Joseane Knop, Elcio Lana e Anderson Oliveira<br />
Joseane Knop, Rene Lamp e Pedro Bartoski Jr.,<br />
no estande da REFERÊNCIA<br />
Pedro Bartoski Jr., diretor executivo da<br />
REFERÊNCIA, João Porfilio, Joseane Knop,<br />
Valdermar Lopes e Jorge Alberto<br />
OUTUBRO | 65
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
EVENTO<br />
RETOMADA<br />
À VISTA<br />
CONGRESSO NACIONAL MOVELEIRO É MARCADO POR<br />
PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO PARA O SETOR DEPOIS DE<br />
SEGUIDAS QUEDAS<br />
Fotos: divulgação<br />
66 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
A<br />
conteceu no fim de setembro a oitava edição do<br />
Congresso Nacional Moveleiro, no Campus da Indústria<br />
da Fiep (Federação das Indústrias do Estado<br />
do Paraná). O tema norteador do evento foi Boas ideias, o<br />
ponto de partida para seu sucesso. A programação contou<br />
com a presença de mais de mil pessoas nos dois dias.<br />
Na abertura, o presidente da Fiep, Edson Campagnolo,<br />
falou a importância do setor para a região sul, que produz<br />
83,6% de tudo que é exportado em móveis no país. “É um<br />
setor altamente relevante para o estado e para a região sul.<br />
O Paraná tem uma base florestal muito forte. Toda a cadeia<br />
é muito integrada. Esse segmento e esse setor são muitos<br />
importantes, por isso, continuamos fazendo investimentos<br />
para que o congresso seja de formação, encontro e associativismo”,<br />
relatou.<br />
A programação do evento trouxe encontros de negócios<br />
nacional e internacional, workshops, palestras, painéis e<br />
exposições e espaço design para falar de tendências e boas<br />
práticas no mercado. O coordenador do Conselho Setorial<br />
Moveleiro da Fiep, Irineu Munhoz, falou do papel do mobiliário<br />
na vida das pessoas e como o Congresso quer dialogar<br />
com as necessidades do consumidor. “O setor moveleiro tem<br />
um papel importante na produção industrial paranaense, no<br />
impacto social e na capacidade de gerar empregos. Nossos<br />
produtos fazem parte do cotidiano das pessoas ao trazer<br />
conforto, praticidade e embelezamento do mais humilde ao<br />
mais abastado. A indústria tem que se reinventar a cada dia<br />
para fazer novos produtos que satisfaçam às necessidades<br />
do consumidor.”<br />
O padrão de consumo do mercado moveleiro, para<br />
Marcelo Prado, diretor do Iemi, irá mudar. De acordo com<br />
ele, a situação que vamos viver é a venda daquilo que traga<br />
experiência. “Baixar o preço não vai funcionar mais. Nem<br />
que você baixe o preço, o produto não será vendido porque<br />
é barato, mas porque ele é atrativo”, afirmou e acrescentou<br />
também que será preciso repensar o modo de fazer negócios.<br />
“Não vamos superar a crise oferecendo mais do mesmo<br />
e mais barato. Isso não vai dar lucro para ninguém. Temos<br />
que acima de tudo encantar o nosso consumidor com algo<br />
que seja nosso e que seja diferente”, acrescentou.<br />
Olhando a longo prazo, a projeção do Iemi é que até 2021<br />
haja um crescimento do setor de 19%. “Ou seja, voltaríamos<br />
ao que tínhamos em 2013. Seria uma perda de 8 anos de<br />
“NÃO VAMOS SUPERAR A CRISE<br />
OFERECENDO MAIS DO MESMO E<br />
MAIS BARATO. ISSO NÃO VAI DAR<br />
LUCRO PARA NINGUÉM. TEMOS<br />
QUE ACIMA DE TUDO ENCANTAR<br />
O NOSSO CONSUMIDOR COM<br />
ALGO QUE SEJA NOSSO E QUE<br />
SEJA DIFERENTE”<br />
MARCELO PRADO, DIRETOR DO IEMI<br />
oportunidade de crescimento e enriquecimento”, comparou.<br />
Para um crescimento sustentado, é preciso, de acordo<br />
com Prado, investir em novas regiões de consumo, atuar<br />
em vários pontos de contato com o consumidor e oferecer<br />
produtos com maior potencial. O crescimento deve partir,<br />
segundo Marcelo, a partir da classe média e média alta. “Foi<br />
a parcela que parou de consumir primeiro e será a primeira<br />
a voltar a comprar e deve gerar o movimento de retomada<br />
de crescimento”, explicou.<br />
No Brasil, o varejo para venda de móveis conta com 54<br />
mil pontos de vendas, 44 mil são lojas especializadas em<br />
móveis. Elas são responsáveis por 70% do volume do que é<br />
vendido pelo varejo brasileiro.<br />
O VIII Congresso Nacional Moveleiro foi encerrado com<br />
o diretor executivo e co-fundador da Holding Timos, Richard<br />
Rytenband. O especialista apresentou os movimentos da<br />
economia nos últimos 10 anos e contextualizou a indústria<br />
moveleira nesses movimentos. Com o apoio de gráficos<br />
e estatísticas, o executivo comparou o desempenho do<br />
Brasil com o de outros países, que investiram em inovação<br />
e desenvolvimento de suas indústrias nos últimos dez anos.<br />
“Quando comparamos as curvas de PIB real e de empregos<br />
formais, conseguimos concluir que houve um aumento do<br />
salário mínimo que não veio acompanhado de produtividade.<br />
Ou seja, a indústria pagou mais pela mesma entrega do<br />
trabalhador”, afirmou. Richard alertou sobre a importância<br />
de o país passar a atuar em rede, com mais troca e confiança<br />
entre stakeholders, e apresentou fatores de risco para o<br />
setor, para os próximos anos – emprego, nível de renda,<br />
taxas de juros, atividade econômica, estagnação da construção<br />
civil, ergonomia, Abnt, design e a baixa demanda<br />
por reposição.<br />
OUTUBRO | 67
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MADEIRA TRATADA<br />
MAIS DE 150<br />
PROFISSIONAIS<br />
DEBATERAM<br />
O FUTURO DA<br />
MADEIRA<br />
TRATADA<br />
Fotos: divulgação<br />
ESPECIALISTAS SUL-AMERICANOS APONTARAM<br />
CAMINHOS PARA IMPULSIONAR O SETOR<br />
DURANTE O WOODPROTECTION, EVENTO<br />
REALIZADO EM CURITIBA<br />
68 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
P<br />
rofissionais das usinas de preservação da madeira,<br />
pesquisadores, arquitetos, engenheiros e<br />
empresários ligados à cadeia produtiva do setor<br />
se reuniram pela primeira vez em Curitiba (PR), para conhecer<br />
e debater novas tendências do mercado, durante<br />
a WoodProtection – Conferência Sul-Americana de<br />
Tecnologias para Proteção de Madeiras. O evento abriu<br />
a programação da Semana Internacional da Madeira, realizada<br />
entre os dias 19 e 22 de setembro na capital paranaense.<br />
Além de temas como normas técnicas, aspectos regulatórios<br />
e culturais, produtos e processos, autorregulamentação,<br />
segurança, qualidade, apelo ambiental e cus-<br />
tos competitivos, o uso da madeira tratada na construção<br />
civil foi o assunto mais abordado durante o evento. Entre<br />
os especialistas da área, o mercado é visto como o de<br />
maior potencial e o que mais agrega valor para o crescimento<br />
do setor.<br />
Marcela Ibáñez, engenheira química e pesquisadora<br />
uruguaia, disse que os países da América Latina têm forte<br />
potencial para explorar ainda mais o mercado da madeira<br />
tratada. “Setores como o da construção civil ainda está<br />
em pleno desenvolvimento nestes países. Precisamos<br />
aproveitar e acompanhar o impulso da construção”, afirma.<br />
“Para expandir, é fundamental que o mercado latino<br />
OUTUBRO | 69
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
MADEIRA TRATADA<br />
posicione a madeira tratada como um produto de alta<br />
qualidade. Esse é o nosso maior desafio. Precisamos<br />
desmistificar o uso da madeira e mostrar os diversos<br />
usos que podem ser feitos”, afirma Damián Gherscovic,<br />
pesquisador argentino do Centro de Investigación y Desarrollo<br />
de la Industria de la Madera y Afines, que abriu a<br />
série de palestras do dia.<br />
A representante do Chile, Rosemarie Garay Moena,<br />
professora associada do Departamento de Engenharia<br />
Florestal e Conservação da Natureza da Universidade do<br />
Chile, destacou o desafio de padronizar todo material<br />
para construção e que o país já está se preparando para<br />
identificar cada peça de madeira com todas as informações<br />
que garantem que ela seja estrutural, por exemplo.<br />
“O mercado chileno está melhorando cada vez mais graças<br />
a um projeto estratégico do governo em impulsionar<br />
o uso da madeira tratada. Precisamos agora integrar os<br />
aspectos técnicos para garantir maior sustentabilidade”,<br />
conta.<br />
Para Sérgio Brazolin, gestor do Laboratório de Árvores,<br />
Madeira e Móveis do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas),<br />
o maior desafio brasileiro é integrar as universidades,<br />
indústrias e governo para estimular a madeira na<br />
construção civil e gerar empregos e moradias de qualidade.<br />
“A madeira é o material mais antigo utilizado na construção<br />
civil e tem um apelo ambiental muito forte, com<br />
zero emissão de carbono. É o que o mundo inteiro está<br />
buscando e o Brasil não pode ir atrás de materiais não renováveis.<br />
É preciso disciplinar o mercado”, acredita.<br />
Outra questão importante debatida no evento foi a<br />
criação de programas de autorregulamentação, como o<br />
Qualitrat para que os consumidores passem a ter maior<br />
garantia de compra. “Até um tempo atrás não existia nenhum<br />
selo de certificação prévia. Hoje temos o Qualitrat,<br />
que se preocupa com a qualidade do produto e também<br />
com a idoneidade da empresa que vende a madeira. Um<br />
passo importantíssimo para a expansão do setor”, afirma<br />
Fernando Lopes, diretor presidente do Instituto Totum.<br />
DEBATES DE<br />
ALTO NÍVEL<br />
MOSTRARAM QUE<br />
É VIÁVEL AMPLIAR<br />
O MERCADO<br />
DE MADEIRA<br />
TRATADA NA<br />
AMÉRICA DO SUL<br />
70 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
PRÓXIMAS EDIÇÕES<br />
As discussões sobre os rumos da madeira tratada não<br />
foram esgotadas no evento. Para as próximas edições,<br />
a ideia é trazer exemplos de outros países como os EUA<br />
(Estados Unidos da América) e da Europa, onde o mercado<br />
da madeira tratada é referência. “O evento superou as<br />
nossas expectativas. Devido ao grande sucesso desta edição,<br />
já estamos motivados a organizar o próximo dentro<br />
deste modelo. Ficamos felizes com a receptividade dos<br />
participantes que lotaram o auditório na Fiep (Federação<br />
das Indústrias do Paraná) durante o dia inteiro”, comemora<br />
Flávio Geraldo da FG4Mad Consultoria em Madeira.<br />
A Conferência Sul-Americana de Tecnologias para<br />
Proteção de Madeiras foi feita em parceria entre a Abpm<br />
(Associação Brasileira de Preservadores de Madeira), a<br />
FG4Mad Consultoria em Madeira e Malinovski.<br />
CERTIFICAÇÕES<br />
COMO O QUALITRAT<br />
PASSAM SEGURANÇA<br />
AO CONSUMIDOR<br />
FINAL E MOSTRAM O<br />
COMPROMETIMENTO DAS<br />
INDÚSTRIAS PRODUTORAS
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
QUÍMICA NA MADEIRA<br />
MADEIRA<br />
PROTAGONISTA<br />
Fotos: divulgação<br />
A IMPORTÂNCIA<br />
DA MATÉRIA-<br />
PRIMA COMO<br />
PRODUTO<br />
SUSTENTÁVEL E<br />
RESISTENTE<br />
72 |<br />
U<br />
ma diversidade de materiais construtivos disputam<br />
um lugar ao sol. Os fabricantes enfatizam<br />
qualidades e minimizam problemas, especialmente<br />
ambientais, que produzem. Madeira é caso à parte, reúne<br />
alto desempenho e sustentabilidade.<br />
Madeira é, de longe, o material construtivo de alto desempenho<br />
físico e mecânico que contribui efetivamente<br />
para a redução das emissões de CO₂ (Gás Carbônico) na atmosfera.<br />
A começar da produção de madeira serrada, que<br />
registra uma emissão de carbono de 15 kg/m³ (quilogramas<br />
por metro cúbico), enquanto o sequestro de carbono chega<br />
a impressionantes 250 kg/m³, gerando um balanço compensador<br />
e amplamente positivo.<br />
Apenas para efeito de comparação, a produção de aço<br />
gera emissões da ordem de 5.320 kg/m³, a de concreto 120<br />
kg/m³ e a de alumínio 22.000 kg/m³. Os dados são da australiana<br />
Forest and Wood Products Research and Development<br />
Corporation. Esta é apenas a primeira parte da equação amwww.referenciaindustrial.com.br
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de alta qualidade e segurança, com tecnologia moderna e<br />
consagrada em todo o mundo, multiplicam por 15 vezes ou<br />
mais a durabilidade e desempenho da madeira em comparação<br />
ao seu estado original, sem tratamento. Produtos como<br />
CCA ou CCB, atendem a essas exigências com folga.<br />
Mas os ganhos não se restringem ao tratamento preservativo<br />
em autoclave. Pode-se ir muito além da durabilidade,<br />
agregando beleza e valor à madeira tratada. Para isso<br />
há no mercado uma extensa gama de stains preservativos,<br />
vernizes e produtos de alto desempenho capazes de manter<br />
a madeira livre de infestações por organismos xilófagos<br />
e, ao mesmo tempo, bonitas e com as texturas e desenhos<br />
naturais absolutamente únicos quando se trata de madeira<br />
de verdade.<br />
biental. A segunda refere-se à criação de estoques duradouros<br />
de carbono, que concorrerão para a sustentabilidade da<br />
atividade construtiva.<br />
Na busca da sustentabilidade a preservação da madeira,<br />
especialmente de espécies que vêm de florestas plantadas,<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
SISTEMA<br />
CONSTRUTIVO EM<br />
WOOD FRAME PARA<br />
CASAS DE MADEIRA<br />
Fotos: divulgação<br />
JULIO CESAR MOLINA<br />
Pós Doutorando do Departamento de Engenharia de Estruturas da Eesc/USP<br />
CARLITO CALIL JUNIOR<br />
Professor Titular do Departamento de Engenharia de Estruturas da Eesc/USP<br />
RESUMO<br />
A<br />
utilização de sistemas construtivos que aliam<br />
resistência, rapidez, com diferencial competitivo<br />
técnico, mercadológico e, principalmente,<br />
comprometimento com o meio ambiente, vem ganhando<br />
cada vez mais espaço no Brasil. O sistema construtivo<br />
em wood frame para construção de casas de até cinco<br />
pavimentos muito interessante, pois é sistema leve, estruturado<br />
em perfis de madeira reflorestada tratada, que<br />
permite a utilização em conjunto com diversos materiais,<br />
além de permitir rapidez na montagem e total controle<br />
dos gastos já na fase de projeto por ser industrializado.<br />
O comportamento estrutural do wood frame é superior<br />
ao da alvenaria estrutural em resistência, conforto<br />
térmico e acústico. No entanto, no Brasil, o wood frame<br />
ainda é muito pouco conhecido e utilizado, seja por falta<br />
de conhecimento técnico sobre o sistema, por preconcei-<br />
to associado a má utilização da madeira como material<br />
de construção ou ainda, em alguns casos, por falta de<br />
normalização.<br />
O objetivo deste manuscrito consiste em apresentar<br />
as principais características técnicas e vantagens do sistema<br />
construtivo em wood frame para casas, abordando<br />
as principais etapas do processo construtivo através de<br />
exemplos, os materiais utilizados na construção, além<br />
das principais recomendações normativas internacionais<br />
de projeto. Com isso, espera-se contribuir para a divulgação<br />
e implantação efetiva do sistema wood frame no<br />
Brasil, pois trata-se de um sistema competitivo, rápido<br />
e ecologicamente correto. Além disso, atualmente, vem<br />
sendo realizado um enorme esforço do setor técnico, comercial<br />
e industrial madeireiro para a implantação deste<br />
sistema no país.<br />
74 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
INTRODUÇÃO<br />
De acordo com Powell, Tilotta e Martinson (2008)<br />
uma casa ideal deve ser confortável, segura, resistente<br />
a desastres, durável, eficiente e, sobretudo, sustentável.<br />
No entanto, embora nas últimas décadas tenham sido alcançados<br />
grandes avanços tecnológicos no que se refere<br />
ao conforto, desempenho e novos materiais dos sistemas<br />
de moradias, ainda no Brasil, se utiliza o mesmo sistema<br />
construtivo do descobrimento do país. Sendo assim, os<br />
esforços para melhorar as condições dos sistemas de moradia<br />
têm que continuar. Os avanços nesta área exigem<br />
não só o desenvolvimento de pesquisas aplicadas, mas<br />
também a transferência de tecnologias no sentido de<br />
passar o conhecimento adquirido à prática.<br />
Nos últimos dez anos as casas pré-fabricadas ganharam<br />
novos materiais e novas tecnologias, principalmente<br />
devido às experiências no setor de habitação popular.<br />
Observou-se que uma infinidade de soluções passou do<br />
papel para o canteiro de obras, mas muito poucas realmente<br />
triunfaram. Isso porque, para entrar nesse mercado,<br />
é necessário que o sistema pré-fabricado apresente<br />
baixo custo, boa qualidade e, principalmente, se adéqüe<br />
aos sistemas de financiamento existentes no Brasil.<br />
O wood frame para casas consiste num sistema construtivo<br />
industrializado, durável, estruturado em perfis de<br />
madeira reflorestada tratada, formando painéis de pisos,<br />
paredes e telhado que são combinados e/ou revestidos<br />
com outros materiais, com a finalidade de aumentar os<br />
confortos térmico e acústico, além de proteger a edificação<br />
das intempéries e também contra o fogo. Nos EUA<br />
(Estados Unidos da América) a tecnologia wood frame é<br />
utilizada em 95% das casas construídas.<br />
O sistema wood frame permite a construção de casas<br />
de até cinco pavimentos com total controle dos gastos já<br />
na fase de projeto devido à possibilidade de industrializa-<br />
OUTUBRO | 75
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
ção do sistema. A madeira é utilizada, neste caso, principalmente<br />
como estrutura interna de paredes e pisos,<br />
proporcionando uma estrutura leve e de rápida execução,<br />
pois os sistemas e subsistemas são industrializados<br />
e montados por equipes especializadas, em momentos<br />
definidos da obra, e de forma independente. De acordo<br />
com Stricklin, Schiff e Rosowsky (1996) construções residenciais<br />
de até dois pavimentos que utilizam o sistema<br />
wood frame são mais econômicas.<br />
O sistema wood frame permite a construção de casas<br />
de até cinco pavimentos com total controle dos gastos já<br />
na fase de projeto<br />
Além disso, o custo de produção de uma casa em<br />
wood frame é superior ao da alvenaria tendo-se em vista<br />
o tipo de mão de obra e materiais utilizados. Observa-se<br />
ainda que o sistema wood frame está sendo implantadado<br />
no Brasil e, por isso, a produção anual de casas que<br />
utilizam esse sistema ainda é muito baixa.<br />
Em países da América do Norte, Ásia e Europa, como<br />
Canadá, EUA, Japão e Alemanha, sistemas de casas em<br />
wood frame, de excelente qualidade, são amplamente<br />
adotados. A tecnologia desenvolvida pelos alemães, por<br />
exemplo, consiste na industrialização dos painéis de parede,<br />
de piso e cobertura, com alto controle de qualidade<br />
e possibilita a construção de casas com mais de 200 m²<br />
(metros quadrados) em apenas 60 dias, sendo necessário<br />
apenas um único dia para montagem da casa.<br />
Na América do Sul, países como o Chile e Venezuela<br />
investem com sucesso na indústria de casas populares<br />
com 40 a 65 m², e que também utilizam painéis wood<br />
frame, além de treliças de telhado pré-fabricadas. A melhor<br />
explicação para a ampla utilização desse sistema em<br />
países onde a mão de obra é considerada muito cara é a<br />
otimização da gestão da produção com alto controle de<br />
qualidade. A pré-fabricação do sistema em ambiente industrial<br />
permite que várias atividades sejam executadas<br />
simultaneamente tendo como consequência a redução<br />
A IMPLEMENTAÇÃO DO<br />
SISTEMA DO WOOD<br />
FRAME NO BRASIL<br />
DEPENDE DIRETAMENTE<br />
DA DIFERENCIAÇÃO<br />
DO SISTEMA LEVE<br />
EM RELAÇÃO AOS<br />
MODELOS ADOTADOS<br />
ANTERIORMENTE<br />
76 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
A MADEIRA DE<br />
PINUS, POR SER<br />
CONÍFERA É<br />
MAIS LEVE, NÃO<br />
APRESENTA CERNE<br />
E SEU LENHO<br />
É TOTALMENTE<br />
PERMEÁVEL AO<br />
TRATAMENTO<br />
PRESERVANTE<br />
de prazos de entrega e custos.<br />
Embora a madeira esteja entre os materiais de construção<br />
mais antigos e atuais em todo o mundo, a utilização<br />
desse material como elemento estrutural no Brasil<br />
ainda é cercada de muito desconhecimento e atrelada a<br />
idéias errôneas como a de que se construir com madeira<br />
implica necessariamente no desmatamento de áreas<br />
verdes preservadas. Vale lembrar que a madeira foi muito<br />
utilizada nas construções por arquitetos em meados do<br />
século XX, mas a partir da década de 1970 essa tecnologia<br />
começou a se perder espaço no Brasil devido a inserção<br />
maciça das estruturas de concreto, e consequentes imposições<br />
de mercado, enquanto que no resto do mundo as<br />
estruturas de madeira continuaram evoluindo.<br />
A madeira, quando bem utilizada, consiste num material<br />
competitivo com outras alternativas de construção<br />
Iniciativas para introduzir o sistema wood frame<br />
como mais uma alternativa para a construção industrializada<br />
têm buscado romper essa limitação e mostra que<br />
é possivel erguer edificações de qualidade rapidamente e<br />
sem desperdício.<br />
Dentro deste contexto, os objetivos específicos deste<br />
manuscrito são os seguintes: apresentar as principais características,<br />
vantagens e materiais utilizados no sistema<br />
construtivo de casas em wood frame; ilustrar as principais<br />
etapas do processo construtivo, apresentar as dificuldades<br />
de implantação desse sistema no Brasil; fazer<br />
uma breve abordagem sobre as recomendações normativas<br />
existentes de projeto e, principalmente, contribuir<br />
com a literatura nacional sobre o assunto, que atualmente<br />
encontra-se em fase de desenvolvimento no país.<br />
Utilização da madeira como solução na construção<br />
de casas<br />
A dificuldade de visualizar a madeira como solução<br />
interessante para a construção de casas não deixa de ser<br />
paradoxal no Brasil. A indústria de reflorestamento nacional<br />
é uma das mais competitivas do mundo e há uma<br />
enorme disponibilidade de áreas de reflorestamento no<br />
país. É importante frisar que a madeira, quando bem utilizada,<br />
consiste num material competitivo com outras<br />
alternativas de construção. Além disso, quando falamos<br />
em construções leves que envolvem estruturas de madeira<br />
nos referimos a um sistema construtivo baseado exclusivamente<br />
no uso de madeiras de reflorestamento que é<br />
extremamente racionalizado.<br />
A madeira é único material de construção renovável,<br />
que demanda baixo consumo energético para produção,<br />
e seqüestra carbono da atmosfera durante o crescimento<br />
da árvore. Apresenta ainda fácil trabalhabilidade, excelente<br />
desempenho térmico (absorve 40 vezes menos<br />
calor que a alvenaria de tijolos) e acústico, além de elevada<br />
relação resistência/peso, o que faz da madeira um<br />
material adequado para a industrialização de elementos<br />
no sentido de facilitar o transporte das peças e posterior<br />
montagem na obra. Somadas a todas essas vatagens,<br />
no Brasil, os projetos com estruturas baseadas em wood<br />
frames têm utilizado como matéria prima o pinus e, em<br />
menor quantidade o eucalipto, ambas espécies de reflo-<br />
OUTUBRO | 77
REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ARTIGO<br />
restamento, e que apresentam crescimento rápido.<br />
Há preferência pelo pinus por sua elevada permeabilidade<br />
ao tratamento em autoclave, fundamental<br />
para evitar o ataque de organismos xilófagos. Observa-<br />
-se também que, de uma maneira geral, a tecnologia<br />
tem ampliado a gama de novos produtos derivados da<br />
madeira, seja em diferentes formas, ou na combinação<br />
com outros materiais, associada à busca de benefícios<br />
ambientais, mas sempre visando o melhor desempenho<br />
do produto para o fim a que se destina.<br />
SEGURANÇA DA EDIFICAÇÃO EM<br />
WOOD FRAME CONTRA INCÊNDIO<br />
No que se refere à construção de casas de madeira,<br />
a principal restrição em termos legais, no Estado de São<br />
Paulo, deve-se, principalmente, ao risco de incêndio e<br />
esta foi introduzida na lei a mais de meio século, numa<br />
época em que não havia recursos como materiais retardantes,<br />
pinturas intumescentes e aditivos antichama.<br />
Em termos estruturais, quando comparada a outros<br />
materiais, também utilizados em construção como, por<br />
exemplo, o concreto e o aço, a madeira apresenta um<br />
excelente comportamento em situação de incêndio. Segundo<br />
Pinto (2001), elementos estruturais de madeira,<br />
quando expostos ao fogo, carbonizam primeiramente<br />
seu perímetro externo, ficando o interior da madeira praticamente<br />
intacto.<br />
De uma maneira geral, a principal preocupação dos<br />
órgãos normativos com a ocorrência de incêndio não está<br />
ligada ao interesse de preservar o patrimônio, mas sim<br />
de garantir que a edificação permaneça com sua capacidade<br />
resistente preservada por um período de tempo<br />
suficiente para garantir a total evacuação das pessoas. A<br />
principal preocupação, neste caso, é a de preservar a integridade<br />
física do ser humano. A questão da perda como<br />
patrimônio pode ser facilmente garantida por meio de<br />
contratos e seguros.<br />
ETAPAS CONSTRUTIVAS E MONTAGEM<br />
DE CASAS EM WOOD FRAME<br />
Fundação: deve ser escolhida em função das cargas<br />
de projeto e do tipo de solo existente. Em alguns países<br />
que possuem inverno rigoroso, a fundação das casas em<br />
wood frame é composta por estruturas subterrâneas de<br />
paredes, tecnicamente chamadas de basement wall, que<br />
formam compartimentos abaixo do nível do solo (com<br />
pelo menos 60 cm ou 2 pés), e estes servem para aumentar<br />
a temperatura das casas, pois nesta cota o congelamento<br />
não afeta o conforto térmico dos cômodos subterrâneos.<br />
Segundo Nanami et al. (1998) essas dimensões<br />
levam em consideração, além de outros fatores, a ventilação<br />
no compartimento subterrâneo. Essa técnica é usada<br />
principalmente pelos norte-americanos. O basement<br />
wall sustenta cargas de piso, paredes, telhados e outras<br />
cargas da construção, e pode ser construído tanto em<br />
madeira como também em concreto, sendo o concreto<br />
mais utilizado. Neste tipo de fundação também é muito<br />
comum a utilização de vigas de madeira com seção I<br />
sobre o basement wall para a sustentação e distribuição<br />
das cargas provenientes da edificação. A transmissão das<br />
cargas verticais, neste caso, acontece de forma não concentrada<br />
o que torna a<br />
Madeira utilizada: no sistema de wood frame normalmente<br />
a madeira utilizada é o pinus. A madeira de pinus,<br />
por ser conífera é mais leve, não apresenta cerne e seu lenho<br />
é totalmente permeável ao tratamento preservante,<br />
o que não ocorre com a maioria das madeiras nativas brasileiras<br />
e com o eucalipto que são folhosas. O tratamento<br />
mais recomendado para wood frame é aquele feito em<br />
autoclave com produtos hidrossolúveis, sendo que estes<br />
tornam a madeira imune ao ataque de fungos e cupins.<br />
Segundo Molina (2008) a exposição direta da madeira<br />
aos fatores ambientais, em razão do uso da madeira<br />
sem um tratamento adequado, permite o ataque biológico<br />
de insetos e microorganismos, comprometendo a segurança<br />
das construções de madeira. O Brasil apresenta<br />
uma grande área de florestas plantadas de pinus principalmente<br />
nas regiões sul, sudeste e centro-oeste, o que<br />
torna o sistema wood frame sustentável do ponto de vista<br />
de demanda. No entanto, não existem normas brasileiras<br />
para o wood frame e no que se refere ao tratamento<br />
preservante do sistema, os construtores utilizam como<br />
referencia as normas norte-americanas e canadenses que<br />
recomendam a retenção mínima de 4,0 kg (quilograma)<br />
de ingrediente ativo/m³ (metro cúbico) para madeiras<br />
utilizadas em aplicações gerais. Para peças sujeitas ao<br />
contato direto com a fundação de concreto ou umidade<br />
a recomendação mínima é de 6,5 kg de ingrediente ativo/m³.<br />
No Brasil o tratamento mais recomendado utiliza<br />
produtos hidrossolúveis, em especial o CCA (Cobre-Cromo-Arsênio)<br />
e o CCB (Cobre-Cromo-Boro).<br />
EMBORA A MADEIRA<br />
ESTEJA ENTRE OS MATERIAIS<br />
DE CONSTRUÇÃO MAIS<br />
ANTIGOS E ATUAIS<br />
EM TODO O MUNDO,<br />
A UTILIZAÇÃO DESSE<br />
MATERIAL COMO ELEMENTO<br />
ESTRUTURAL NO BRASIL<br />
AINDA É CERCADA DE<br />
MUITO DESCONHECIMENTO<br />
78 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
Transporte e montagem: no Chile como também na<br />
Alemanha praticamente todas as etapas de produção das<br />
casas em wood frame são feitas na indústria. A casa completa<br />
é então, posteriormente, transportada para montagem<br />
no local da obra.<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
O sistema em wood frame tem sido o mais utilizado<br />
no mundo para a construção de casas de madeira e o Brasil<br />
é visto como um mercado promissor pelas condições<br />
favoráveis e por ser um mercado carente de soluções sustentáveis.<br />
No sul do Brasil já existem empresas que firmaram<br />
parcerias para o desenvolvimento de matéria-prima,<br />
componentes e projeto com capacidade para produzir<br />
casas de 70 m² a 280 m² destinadas ao mercado médio e<br />
de alto padrão.<br />
Existem também empresários brasileiros que trabalham<br />
individualmente com construção em madeira determinados<br />
a implantar o wood frame de forma fundamentada,<br />
organizando frentes de trabalho para discutir<br />
a divulgação do sistema construtivo e sua padronização,<br />
de acordo com a realidade nacional de clima e mercado.<br />
A implementação do sistema do wood frame no Brasil<br />
depende diretamente da diferenciação do sistema<br />
leve em relação aos modelos adotados anteriormente<br />
de casas de madeira com estruturas mais pesadas. Não<br />
se trata da construção de casas de madeira, mas sim de<br />
casas de alta tecnologia e sustentáveis produzidas com<br />
controle de qualidade e todas as vantagens do sistema<br />
wood frame como velocidade, flexibilidade, conforto térmico<br />
e acústico, preço e sustentabilidade.<br />
NO QUE SE REFERE<br />
À CONSTRUÇÃO DE<br />
CASAS DE MADEIRA, A<br />
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OUTUBRO <strong>2017</strong><br />
Wood-Tec <strong>2017</strong><br />
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República Tcheca<br />
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Edifica <strong>2017</strong><br />
4 a 7<br />
Chile<br />
www.edifica.cl<br />
Modern Furniture Fair <strong>2017</strong><br />
31/10 a 4/11<br />
Irã<br />
www.icff.com<br />
Baldai Furniture <strong>2017</strong><br />
5 a 8<br />
Lituânia<br />
www.litexpo.lt<br />
Sicam <strong>2017</strong><br />
10 a 13<br />
Itália<br />
www.exposicam.it<br />
Building Green <strong>2017</strong><br />
1 a 3<br />
Dinamarca<br />
www.buildinggreen.eu<br />
Expo Mobila <strong>2017</strong><br />
5 a 8<br />
Maldova<br />
www.fashion.moldexpo.md<br />
Uk Construction Week <strong>2017</strong><br />
10 a 12<br />
Reino Unido<br />
www.ukconstructionweek.com<br />
WMS <strong>2017</strong><br />
2 a 4<br />
Canadá<br />
www.wms<strong>2017</strong>.com<br />
DESTAQUE<br />
AFFEMAQ UBÁ<br />
3 a 5 de outubro<br />
Ubá (MG)<br />
www.affemaq.com.br<br />
A Affemaq (Feira itinerante de máquinas, ferramentas, acessórios,<br />
insumos e serviços para as indústrias de móveis e madeiras) será<br />
realizada entre os dias 3 e 5 de outubro, no Horto Florestal, em Ubá<br />
(MG). Com o apoio do Intersind, a feira de máquinas terá palestras<br />
gratuitas na programação.<br />
Imagem: reprodução<br />
80 |<br />
www.referenciaindustrial.com.br
sites<br />
assessoria<br />
de imprensa<br />
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
ESPAÇO ABERTO<br />
EM FAVOR DA ADESÃO DO<br />
BRASIL À OCDE<br />
O<br />
governo brasileiro formalizou em maio o pedido<br />
de adesão à Ocde (Organização para a Cooperação<br />
e Desenvolvimento Econômico). Na visão<br />
da indústria brasileira, a adesão fortalece a modernização<br />
de nossas instituições, concorre para a sua melhor governança,<br />
alinha o sistema regulatório às melhores práticas<br />
internacionais e reforça a capacidade de o Brasil influenciar<br />
na construção de regras globais que afetam o país e suas<br />
empresas.<br />
Em 2007, o Brasil foi convidado a ter um engajamento<br />
ampliado na Ocde, o que apontava para um possível ingresso.<br />
Somos um parceiro-chave e já adotamos 26 instrumentos<br />
legais da Organização. Entre os países não membros, o Brasil<br />
é o que mais participa em comitês e o segundo em número<br />
de assinatura de instrumentos da instituição. O pedido<br />
de entrada precisará ser aceito por unanimidade pelos 35<br />
países membros e a expectativa é de que a decisão ocorra<br />
ainda este ano. Se aprovado, o Brasil se tornará candidato<br />
oficial e se submeterá a uma rigorosa avaliação, por parte<br />
da Ocde, de praticamente todas as suas políticas públicas.<br />
A modernização regulatória e das estruturas brasileiras de<br />
governança é necessária e urgente.<br />
Esse processo não será trivial, mas certamente ensejará<br />
a aceleração das reformas estruturais já em curso e a<br />
realização das mudanças em marcos regulatórios - como o<br />
regime tributário - que estão na agenda do setor produtivo<br />
há muito tempo. São exemplos: regras sobre investimentos<br />
estrangeiros, interpretação dos acordos para evitar a dupla<br />
tributação e regulação de preços de transferência, além de<br />
um maior engajamento do país no debate global sobre política<br />
fiscal. Esses ajustes favorecerão o aumento da segurança<br />
jurídica e a redução da burocracia.<br />
Como integrante da Ocde, o Brasil será parte ativa e<br />
poderá influenciar as discussões e a formulação de diretrizes<br />
acerca de políticas públicas em diversos setores. Além disso,<br />
a participação como membro oficial desse seleto grupo de 35<br />
países permitirá ao Brasil a troca de experiências, a absorção<br />
de boas práticas e a divulgação dos seus casos públicos e<br />
privados de sucesso.<br />
O Biac (Business Industry Advisory Committee), da<br />
Ocde, congrega representações empresariais dos países-<br />
-membros, e a CNI (Confederação Nacional da Indústria)<br />
atua como observadora. Essa participação tem sido uma<br />
fonte importante de informações sobre tendências regulatórias.<br />
A indústria brasileira tem avançado em diversos<br />
campos da agenda da Organização, tais como inovação,<br />
mudança do clima, sustentabilidade ambiental e créditos<br />
de exportações.<br />
O objetivo é sensibilizar a indústria e os formuladores<br />
de políticas domésticas sobre as normas em construção e<br />
mostrar a importância de o Brasil se aproximar dos padrões<br />
globais. As regras do Brasil para preços de transferência e<br />
para as CFC (Controled Foreign Companies) ainda são muito<br />
distantes das preconizadas pela Ocde e, certamente, serão<br />
objeto de análise durante o processo de avaliação do Brasil.<br />
A indústria brasileira trabalha para fortalecer o pleito<br />
do Brasil por meio da interlocução com representantes empresariais<br />
no exterior e com os órgãos governamentais que<br />
lideram o processo. O ingresso na Ocde propiciará ao Brasil<br />
uma posição estratégica no sistema internacional, sendo o<br />
único país a integrar simultaneamente a Ocde, o Brics (grupo<br />
que inclui Rússia, Índia, China e África do Sul) e o G-20, que<br />
reúne as principais economias do mundo.<br />
A adesão do Brasil como membro pleno da Organização<br />
é o caminho natural para uma nação que se destaca pelo grau<br />
de participação, entre os países não membros, nos comitês<br />
e instrumentos da Ocde. As reformas em direção ao padrão<br />
da Ocde são objetivos que já perseguimos em várias áreas.<br />
É, essencialmente, uma pauta de interesse doméstico, voltada<br />
para o aumento da produtividade, da competitividade<br />
e da qualidade regulatória. Trata-se de uma oportunidade<br />
única de criar segurança e dar ritmo mais acelerado para<br />
as reformas necessárias à modernização institucional e ao<br />
desenvolvimento brasileiro.<br />
Foto: divulgação<br />
Por Robson Braga de Andrade<br />
Presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria)<br />
82 |<br />
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