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Novembro - Nº 235

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Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número <strong>235</strong> | <strong>Novembro</strong> 2017 | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />

Andreia<br />

Silva<br />

“Com garra, determinação<br />

e foco tudo será possível”<br />

EDITORIAL<br />

Violência<br />

doméstica<br />

COMUNIDADE<br />

03<br />

Festival<br />

6 Continentes<br />

DIREITO<br />

JUROS<br />

Redução de taxas<br />

06<br />

15<br />

Nasceu na cidade de Lisboa e veio para a Suíça<br />

com apenas 20 anos. Foi aqui que Andreia<br />

Silva encontrou o seu equilíbrio físico e emocional.<br />

Adora comer sushi e a sua cor preferida<br />

é o branco.<br />

Página 10


2 Lusitano<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich<br />

www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />

Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />

Cursos de alemão 076 332 08 34<br />

Direcção<br />

Futebol<br />

InCentro<br />

044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />

079 531 48 60 / gualterpereira84outlook.pt<br />

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Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />

Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />

Tel. Geral: 044 200 30 40<br />

Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />

Serviços sociais: 044 261 33 32<br />

Abertura de segunda a sexta-feira das<br />

08:30 às 14:30 horas<br />

Embaixada de Portugal<br />

Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />

Secção consular: 031 351 17 73<br />

Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />

Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />

Serviços municipais de informação para<br />

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />

Tel.: 044 412 37 37<br />

Edição anterior<br />

EDITORIAL<br />

Reformas<br />

não há<br />

SAÚDE<br />

OMS<br />

alerta<br />

Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número 234 | Outubro 2017 | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

1º Encontro de<br />

concertinas<br />

SOCIEDADE<br />

Ritalina<br />

discussão<br />

09<br />

10<br />

03<br />

No passado dia 24 de Setembro, realizou-se<br />

pela primeira vez, um encontro de concertinas<br />

e cantares ao desafio, realizado e organizado<br />

pelo Centro Lusitano de Zurique.<br />

Páginas 6 + 7<br />

Publicidade 079 222 09 14/armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

Rancho folclórico 076 344 40 91 / rancho@cldz.ch<br />

Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />

Polícia 117<br />

Bombeiros 118<br />

Ambulância 144<br />

Intoxicações 145<br />

Rega 1414<br />

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />

Horário de atendimento:<br />

- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />

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EQUIPA EDITORIAL<br />

Directora<br />

Sandra Ferreira - CC nº28<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Sub-director<br />

Armindo Alves - CC nº31<br />

armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

Colaboração<br />

4 Cristina Fernandes Alves CC nº32<br />

4 Maria José Bernardo CC nº29<br />

4 Pedro Nabais CC nº 30<br />

4 Joana Araújo CC nº27<br />

4 Jorge Rodrigues CC nº33<br />

4 Jorge Macieira CC nº 66<br />

4 Maria dos Santos CC nº 65<br />

4 Daniel Bohren<br />

4 Zuila Messmer<br />

4 Domingos Pereira<br />

4 Carmindo de Carvalho<br />

4 Euclides Cavaco<br />

4 Carlos Ademar<br />

4 Carlos Matos Gomes<br />

4 Amílcar Malhó<br />

Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />

a opinião dos seus autores e não vinculam<br />

necessariamente a Direcção desta Revista<br />

Publicidade:<br />

armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

079 222 09 14<br />

Edição, composição<br />

e paginação<br />

Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />

Braga – Portugal<br />

araujo@manuelaraujo.org<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

Impressão: DM Braga<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

Esta publicação não<br />

adopta nem respeita o<br />

(des)Acordo Ortográfico<br />

Propriedade<br />

& administração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48<br />

8004 Zürich<br />

Tel.: 044 241 52 60<br />

Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.ch<br />

E-mail: info@cldz.ch<br />

EDITORIAL<br />

Editorial<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

Sandra Ferreira<br />

Directora<br />

Cartão C.C. nº 28 - CCPJ<br />

Violência doméstica<br />

(a)provada?<br />

No mês passado já falamos do tema do terrorismo incendiário que continua em Portugal.<br />

Mais uma vez, e desta fez de uma forma incontrolável, Portugal foi vítima de mais<br />

incêndios por todo o País, colocando o mês de Outubro como o pior mês de incêndios<br />

de todo o ano em Portugal.<br />

Para não voltar as causas e culpados, como fiz na passada edição, desta vez gostava de<br />

salientar a solidariedade que este flagelo cria nas pessoas e a união das mesmas. São<br />

várias as histórias de solidariedade que lemos nas notícias todos os dias, e por isso o<br />

meu bem haja aqueles que apoiam estas pessoas, muitas delas que perderam uma vida<br />

inteira.<br />

Este mês gostava de escrever algumas palavras sobre outro tema de que se tem falado<br />

muito e que muito me tocou, sendo eu também mulher. Trata-se do acórdão do Tribunal<br />

da Relação do Porto, que veio mais uma vez provar que em Portugal temos uma sociedade<br />

machista em que o papel da mulher continua a ter a mesma importância que tinha<br />

nos séculos passados. Como é possível que dois juízes, um deles sendo mulher, achar<br />

que a violência doméstica exercida sobre uma mulher que cometeu adultério, não seja<br />

grave?<br />

Se por um lado é repugnante que a justiça portuguesa olhe para a mulher desta forma<br />

em pleno século XXI, por outro lado é bom sermos confrontados com este tipo de<br />

acórdãos, para acordarmos para um dos crimes mais cometidos em Portugal: a violência<br />

doméstica. E para que a mulher Portuguesa, assim como muitas mulheres mundo fora,<br />

sejam capazes de finalmente lutar pela igualdade de género em Portugal.<br />

Sim, porque penso que o problema não está apenas no machismo cultural existente e<br />

entranhado na cultura Portuguesa, mas também na visão que nós próprias mulheres<br />

temos desta situação. Se é verdade que os homens vêem no acto de adultério por parte<br />

de um homem um acto de cumprimento das suas necessidades físicas, já o adultério<br />

por parte das mulheres é “desrespeito e a humilhação do homem” tornando-se ela para<br />

a sociedade numa “prostituta. Pois o problema está mesmo aí, pois muitas de nós mulheres<br />

vêem isto da mesma forma que os homens: “o homem é um machão e a mulher<br />

uma pu…“.<br />

Com isto não quero dizer que o adultério seja um acto que não deva ser descriminado<br />

ou criticado. Sim devemos! Mas devemos fazê-lo de igual forma independentemente<br />

do género que o pratica.<br />

O que não é compreensível nem aceitável é que a violência doméstica seja visto como<br />

um bom método de punição para estes casos. Isso sim é inaceitável. E está mais que<br />

na hora, tanto por parte da justiça, como da comunicação social e da opinião pública<br />

de terem um papel activo na punição severa de quem pratica violência doméstica, mas<br />

também do reconhecimento do papel importante da mulher na sociedade, assim como<br />

o do homem é visto.<br />

3


4 Lusitano<br />

CIDADANIA<br />

Sessão em Dübendorf, realizada a 21 de Outubro<br />

“Conversas à volta da Ritalina, da<br />

Hiperatividade e da Escola” vão a<br />

Uster e a Zurique em <strong>Novembro</strong><br />

Durante o mês de <strong>Novembro</strong>, nomeadamente no dia 17 na Igreja St. Andreas<br />

de Uster e no dia 22 na Associação Portuguesa de Zurique, serão<br />

organizadas mais duas sessões, dando continuidade à discussão acerca<br />

desta temática com a Comunidade Portuguesa.<br />

Ambas contarão novamente com a moderação da Psicóloga Sandra<br />

Guerra, que já esteve presente nas sessões organizadas em Outubro, em<br />

Dübendorf e em Regensdorf, nas quais contribuíu notavelmente para uma<br />

discussão dinâmica, construtiva e positiva.<br />

ças hiperactivas – será moda ou um sinal de alarme?” ,<br />

apelando à sua presença nestas sessões, trazendo consigo<br />

outros pais.<br />

Poderá encontrar mais informações acerca do Projecto<br />

“UNIDOS – Portugueses para Portugueses” bem como o<br />

link para ambos os documentários na nossa página de Facebook<br />

www.facebook.com/PortuguesesParaPortugueses<br />

Como temos vindo a referir, esta temática abrange vários aspectos da realidade<br />

escolar, familiar e da própria sociedade, que merecem ser discutidos<br />

abertamente com a Comunidade. Com efeito, o principal canal de televisão<br />

suíço emitiu no final do mês passado, em horário nobre, dois documentários<br />

onde são testemunhadas, com um intervalo de seis anos, as experiências<br />

positivas e negativas com o próprio diagnóstico, com a Ritalina,<br />

com a Escola e com o mercado de trabalho de várias crianças, agora jovens<br />

adultos. Também são abordadas diferentes opiniões dos profissionais de<br />

saúde, de professores e directores, e obviamente dos pais.<br />

Desta forma, pois também queremos ouvir o seu ponto de vista, tal como<br />

o título de um destes documentários, terminamos com a pergunta “Crian-


COMUNIDADES<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

5<br />

Residentes no Estrangeiro<br />

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6 Lusitano<br />

COMUNIDADES<br />

Festival dos 6 Continentes<br />

O Centro Lusitano de Zurique participou pela<br />

primeira vez neste festival que decorreu nos<br />

dias 20, 21 e 22 de Outubro em centenas de<br />

cidades por todo o mundo sendo actualmente<br />

o maior evento cultural não-institucional que<br />

tem como objectivo promover a cultura lusófona,<br />

com eventos de gastronomia, concertos de<br />

música clássica, popular, fado, percussão, espectáculos<br />

de dança, teatro, lançamento de livros,<br />

debates, exposições de pintura e fotografia.<br />

Um evento diferente<br />

No dia 22, as instalações do Centro Lusitano<br />

acolheu o Escritor José Maria Ramada, radicado<br />

na Suíça desde 1981 onde o próprio apresentou<br />

as suas obras: A Flauta Partida, A Viagem, Vagueando<br />

Em Sonhos, Entre o Sono E O Sonho,<br />

perante uma plateia de cinco dezenas de participantes,<br />

na qual foi realizado uma sessão de<br />

autógrafos.<br />

A obra A Flauta Partida (5° edição) foi criada<br />

com o objectivo de criação de fundos para o<br />

projecto humanitário Mãos dadas por Moçambique<br />

que envolveu os Escuteiros de Fafe e Vieira<br />

do Minho.<br />

José Maria Ramada escreve e publica as suas<br />

obras com o objectivo de solidariedade, pois<br />

parte da venda das suas obras continuam a reverter<br />

para as crianças e idosos em carência social<br />

em Moçambique.


COMUNIDADE<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

7<br />

Valorização da Emigração<br />

Portuguesa…<br />

DOMINGOS PEREIRA<br />

A penúltima semana de Outubro<br />

merece a minha atenção, não pela<br />

catástrofe dos incêndios na qual<br />

deixo aqui uma palavra solidária<br />

para com aqueles que perderam os<br />

seus bens e entes queridos, assim<br />

como o desejo de que se aprendam<br />

com erros e se apurem verdades.<br />

Em quanto o resto do país se recompunha<br />

do sucedido, em Lisboa<br />

reuniam-se as três comissões temáticas<br />

do Conselho das Comunidades<br />

Portuguesas (CCP) para discutirem<br />

matérias sobre ensino do português<br />

no estrangeiro, cultura e associativismo,<br />

comunicação social, fluxos<br />

emigratórios e socio-económicos,<br />

assuntos consulares, participação<br />

cívica e política.<br />

Dentro destes temas foram identificadas<br />

situações preocupantes que<br />

mereceram uma atenção especial<br />

tais como: a fiscalidade, segurança<br />

social, educação, participação cívica,<br />

funcionalidade das repartições<br />

do estado no estrangeiro, orçamento<br />

do CCP e que para os quais foram<br />

elaborados pareceres que serão<br />

apresentados ao governo.<br />

O Partido Socialista apresentou uma proposta, no dia 26,<br />

que consiste na criação de um museu nacional da emigração<br />

e o ensino da história da emigração nas escolas, aprovada<br />

no dia 27 por unanimidade com a abstenção do CDS-<br />

-PP, PCP e PEV.<br />

Segundo o senhor deputado Paulo Pisco (primeiro subscritor<br />

desta proposta), o museu nacional da emigração vem<br />

valorizar a memória da emigração (…) e o ensino da historia<br />

da emigração nas escolas tem função complementar essencial<br />

para que a sociedade e as instituições possam compreender<br />

um fenómeno, a que todos diz respeito.<br />

O paradoxo das coisas<br />

Para os senhores deputados, a integração do estudo da<br />

história da emigração no currículo escolar em é essencial,<br />

mas a integração do estudo da história e cultura portuguesa<br />

nos cursos de língua portuguesa no estrangeiro<br />

continua a ser inútil?!<br />

Para as necessidades recorrentes apresentadas pelos<br />

Conselheiros das Comunidades Portuguesas não existem<br />

prioridades na aprovação nem recursos de nenhuma espécie.<br />

Mas despender recursos humanos na aprovação<br />

ciclónica de uma proposta, e recursos financeiros na sua<br />

concretização que em nada beneficia a comunidade na<br />

diáspora nas suas necessidades actuais e com data caducada,<br />

são acções contraditórias que desafia a lógica e o<br />

senso comum!<br />

Porém as preocupações dos conselheiros<br />

das comunidades portuguesas<br />

divergem com a dos deputados<br />

da Assembleia da Republica. Os<br />

deputados do Partido Social Democrata<br />

apresentaram a proposta de<br />

um projecto de resolução para a criação<br />

de um centro nacional do estudo<br />

e documentação sobre a imigração<br />

portuguesa. Mas afinal, o que faz e<br />

o que fazemos com o Observatório<br />

da Emigração?<br />

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8 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

Recordar Portugal!<br />

Festival do Rancho Folclórico Centro Lusitano de Zurique<br />

Sofia Azevedo<br />

Após meses de planeamento,<br />

programação<br />

e dedicação,<br />

o nosso Rancho CLZ<br />

realizou no dia 23<br />

de Setembro 2017<br />

um grandioso festival.<br />

Trabalhamos<br />

incansavelmente<br />

para o sucesso desta<br />

festa inesquecível.<br />

Juntos, fizemos<br />

um evento lindo e<br />

surpreendente com<br />

estrutura e conteúdo.<br />

O que se passou<br />

no dia 23 de Setembro,<br />

foi muito mais<br />

que um festival<br />

bem produzido. Foi<br />

a garra, a paixão, a<br />

dedicação sem limites<br />

de cada rancheiro<br />

da casa Centro<br />

Lusitano.<br />

No dia do festival<br />

tivemos a oportunidade<br />

de ver o pavilhão<br />

encher-se. O<br />

público que esteve<br />

presente no evento<br />

ultrapassou as 500<br />

pessoas.<br />

O programa garantiu<br />

muita animação<br />

ao longo da noite.<br />

Foi preenchido com<br />

o festival de folclore,<br />

que contou com<br />

a presença em palco<br />

do Rancho da casa e<br />

dos Ranchos amigos<br />

A.C.R.P Wetzikon<br />

e Rancho folclórico<br />

danças e cantares<br />

da nossa Terra Arbon.<br />

Para além da música<br />

popular, dança<br />

latina, folclore e lojinhas<br />

com produtos<br />

100% portugueses<br />

houve ainda espaço<br />

para jogos tradicionais,<br />

amostras de<br />

bordados com as<br />

meninas do grupo<br />

infantil do Rancho<br />

CLZ (lenços dos namorados)<br />

etc.<br />

O povo com a sua<br />

alegria e espontaneidade,<br />

a sua forma<br />

de fazer e estar<br />

na festa, transformaram<br />

a noite num<br />

momento único.<br />

É com muito orgulho<br />

e sentimento<br />

de dever cumprido<br />

que o Rancho folclórico<br />

do Centro<br />

Lusitano de Zurique<br />

agradece a todos os<br />

parceiros e patrocinadores,<br />

amigos e<br />

familiares a oportunidade<br />

de realizar<br />

um evento deste<br />

porte e com objectivo<br />

“Recordar Portugal”.<br />

(*) Responsável Rancho<br />

CLZ


COMUNIDADE<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

9


10 Lusitano<br />

ENTREVISTA<br />

“Mais importante do que o exercício físico é<br />

uma alimentação rica e saudável” Andreia Silva<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

Andreia Silva é uma jovem<br />

que dedica algum do seu<br />

tempo á Comunidade Portuguesa,<br />

na casa do Benfica<br />

de Lenzburg.<br />

A modalidade escolhida é a<br />

ginástica. Pôr as senhoras,<br />

senhores, e crianças em<br />

movimento é o seu grande<br />

objectivo.<br />

Andreia, sabe que uma excelente<br />

qualidade de vida,<br />

passa por se ter uma boa<br />

actividade física. Cuidar do<br />

corpo é uma das suas prioridades.<br />

Nascida na cidade de Lisboa<br />

veio para a Suíça com<br />

apenas 20 anos e foi aqui<br />

que encontrou o seu equilíbrio,<br />

físico e emocional.<br />

Adora comer sushi e a sua<br />

cor preferida é o branco.<br />

Lusitano de Zurique —<br />

Como surgiu esta iniciativa<br />

das aulas de ginástica<br />

na Casa do Benfica de<br />

Lenzburg?<br />

Andreia Silva — A ideia<br />

surgiu com a necessidade<br />

de criarmos alguma actividade<br />

ligada ao desporto e<br />

como as aulas de ginástica<br />

estão cada vez mais in e<br />

ainda não era uma vertente<br />

muito praticada no meio<br />

resolvemos inovar.<br />

LZ — O seu grupo de ginástica,<br />

tem participado<br />

activamente nas suas aulas?<br />

Qual a maior dificuldade?<br />

A.S. — Sim, o grupo é bastante<br />

unido e pró-activo;<br />

a maior dificuldade é sem<br />

dúvida a mudança para<br />

uma vida activa e saudável<br />

quando o sedentarismo<br />

está cada vez mais presente<br />

nas nossas vidas.<br />

LZ — Como consegue<br />

passar a mensagem de<br />

que cuidar do corpo e da<br />

saúde, para uma vida saudável<br />

é nos dias de hoje<br />

uma grande prioridade?<br />

A.S. — Sempre através de<br />

um sorriso e boa disposição.<br />

Quando saímos para<br />

treinar ou praticar qualquer<br />

tipo de actividade física<br />

chegamos sempre em<br />

casa mais bem dispostos<br />

consequentemente o cansaço<br />

vai fazer-nos dormir<br />

melhor e isso vai reflectir-<br />

-se na nossa pele e humor<br />

e depois por último vem<br />

também a boa forma física.<br />

LZ — O stress, tornou-se<br />

uma palavra assídua na<br />

vida quotidiana. Somos<br />

nós que o fazemos, ou não<br />

somos capazes de gerir o<br />

tempo com as tarefas do<br />

dia-a-dia?<br />

A.S. — Eu sempre digo que<br />

o stress é causado por nós<br />

mesmos. Todos temos o<br />

mesmo tempo, 24 horas<br />

por dia 8 para dormir, 8<br />

para trabalhar e 8 para fazermos<br />

o que nos faz feliz.<br />

Se não dividimos o nosso<br />

dia correctamente a culpa<br />

é apenas nossa.<br />

LZ — Considera que a Comunidade<br />

portuguesa tem<br />

cuidado na forma como se<br />

alimenta e respectivas actividades<br />

físicas?<br />

A.S. — Os portugueses<br />

têm a sorte de crescerem<br />

no meio da cozinha mediterrânica,<br />

temos tudo<br />

ao nosso dispor e ao nosso<br />

favor para termos uma<br />

alimentação saudável e<br />

acima de tudo variada e<br />

de bom gosto. Penso que<br />

há algumas falhas mas que<br />

cada vez mais somos um<br />

povo preocupado com o<br />

bem estar.<br />

LZ — Qual o projecto que<br />

gostaria de realizar como<br />

animadora desportiva?<br />

A.S. — Como eu sou grande<br />

fã de comida saudável<br />

e como a maioria das pessoas<br />

se esquece de que<br />

ainda mais importante<br />

do que o exercício físico<br />

é uma alimentação rica e<br />

saudável, gostaria imenso<br />

de realizar um workshop<br />

onde todos pudessem<br />

trocar ideias e partilhar as<br />

suas próprias experiências<br />

nesse âmbito.<br />

LZ — Hoje vemos frequentemente<br />

os ginásios cheios<br />

de pessoas e algo que me<br />

desperta a atenção é o<br />

facto dos nossos jovens de<br />

hoje não prescindirem de<br />

tatuagens. Que leitura faz<br />

da nossa juventude?<br />

A.S. — Penso que não podemos<br />

generalizar mas<br />

cada vez mais se dá uma<br />

imensa importância ao<br />

aspecto físico e não ao interior.<br />

Devíamos também<br />

treinar o intelecto nos ginásios<br />

culturais - bibliotecas<br />

e museus por exemplo.<br />

LZ — Após cada aula de ginástica,<br />

qual é a sua maior<br />

satisfação?<br />

A.S. — Sinceramente é o<br />

facto de me sentir totalmente<br />

relaxada.<br />

LZ — Sabemos que no<br />

mundo do desporto o doping<br />

é sempre utilizado e<br />

recentemente os desportistas<br />

da União Soviética<br />

foram fortemente penalizados.<br />

Que pensa desta<br />

atitude no mundo do desporto?<br />

A.S. — Penso que para<br />

além de revelar uma imensa<br />

falta de carácter revela<br />

também alguma falta de<br />

amor próprio e segurança<br />

em si mesmo e nas suas capacidades<br />

enquanto atletas<br />

de alta competição.<br />

LZ — Andreia deixe aqui<br />

uma ideia brilhante para<br />

incentivar não só a comunidade<br />

portuguesa, mas<br />

todos aqueles que tiverem<br />

a oportunidade de ler a<br />

sua entrevista a practicar<br />

desporto e a acreditarem<br />

em todos os seu benefícios.<br />

A.S. — Não será uma ideia<br />

brilhante mas antes um incentivo.<br />

Acredite em si e em tudo o<br />

que a sua força de vontade<br />

pode conquistar. Com<br />

garra, determinação e foco<br />

TUDO será possível.<br />

ANDREIA SILVA


CAMPANHA<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

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11<br />

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periódica generalista, jornalística,<br />

de âmbito nacional e internacional,<br />

independente e obediente à lei e<br />

ao código deontológico dos jornalistas.<br />

O Jornal Tornado tem como<br />

fundamental preocupação os três<br />

eixos principais do jornalismo clássico:<br />

informar, formar e divertir.<br />

O Jornal Tornado na pessoa do seu<br />

director João Sousa é colaborador<br />

do Lusitano desde o início deste<br />

ano e solicita a vossa ajuda, para<br />

que seja possível a existência de<br />

uma imprensa não-alinhada com<br />

outros interesses que não a verdade<br />

e liberdade.<br />

Quem pretender ajudar pode optar por<br />

efectuar um depósito na conta bancária do<br />

Tornado. Se tiver acesso aos serviços de<br />

Banca Electrónica do seu banco, poderá<br />

fazer a transferência através da internet.<br />

Deixamos aqui os nossos dados bancários:<br />

Nome: Quarto Poder Associação Cívica e<br />

Cultural<br />

Banco: Montepio Geral<br />

IBAN: PT50 0036 0039 9910 0321 080 93<br />

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(NIB: 0036 0039 9910 0321 080 93)<br />

De seguida, envie-nos o comprovativo para<br />

o seguinte endereço electrónico: geral@<br />

tornado.pt<br />

Ao fazer o envio, indique o seu nome, número<br />

de contribuinte e morada, que oportunamente<br />

lhe enviaremos um recibo via<br />

e-mail.<br />

Um crédito superior a CHF 10 000,– com uma taxa anual efetiva entre 7.9 % e 9.9 % (intervalo da<br />

taxa de juro) resulta, em 12 meses, num encargo total com juros entre CHF 417,80 a CHF 521,00.<br />

Taxa de juro dependente da qualidade do crédito do cliente. Observação de acordo com a lei:<br />

A concessão de crédito é proibida caso conduza a um endividamento excessivo (artigo 3.º UWG).<br />

CREDIT-now é uma marca de produto do BANK-now AG, Horgen.<br />

Desemprego súbito: posso proteger o meu crédito contra esta situação?<br />

Sim, com a nossa proteção de crédito.<br />

ü Em caso de incapacidade ou desemprego,<br />

cobertura das prestações mensais<br />

ü Para informações contacte o seu departamento português<br />

e fale na sua lingua materna 0800 40 40 12<br />

Há sempre uma solução


12 Lusitano<br />

DESPORTO<br />

JORGE MACIEIRA<br />

texto e imagens<br />

Equipa sénior à procura<br />

da fuga da linha-de-água<br />

Veteranos querem regressar<br />

à Meister<br />

Os Veteranos do Centro Lusitano<br />

de Zurique depois de na<br />

época passada para a época actual<br />

terem descido da Meister<br />

para Promotion, estão a fazer<br />

uma campanha muito positiva,<br />

actualmente na segunda posição<br />

atrás do FC Wettswil-Bonstetten<br />

com vantagem de três<br />

pontos.<br />

Mantendo a base da equipa da<br />

época anterior, inclusivamente<br />

o treinador Jorge Rodrigues, e<br />

com algumas saídas, com entradas<br />

de jogadores para combater<br />

as saídas que assim proporcionam<br />

um bom leque de escolhas<br />

na luta pelo objectivo.<br />

Com os olhos visto novamente<br />

na subida a Seniores Meister<br />

o Centro Lusitano de Zurique<br />

esta na luta pelo primeiro lugar<br />

do grupo 1, com três vitórias<br />

consecutivas.<br />

No mês de Outubro, a equipa<br />

da 3a Liga do Centro Lusitano<br />

de Zurique conseguiu,<br />

em três jogos, três pontos<br />

com uma vitória pela margem<br />

mínima e duas derrotas pela<br />

mesma margem.<br />

Ao receber NK Croatia ZH, o<br />

Centro Lusitano perdeu por<br />

2-3 com uma expulsão e com<br />

dois penaltis contra a equipa<br />

da casa onde ditou a derrota.<br />

No jogo a seguir foram visitar<br />

a casa do último classificado<br />

o FC Kilchberg-Rüschlikon<br />

onde conseguiu a única vitoria<br />

deste mês por duas bolas<br />

a uma que mantêm a equipa<br />

viva na luta pelo objectivo.<br />

Em casa receberam o Engstringen<br />

e perderam pela<br />

margem mínima com um golo<br />

bastante duvidoso com falta<br />

sobre o guarda-redes, com<br />

um jogo completamente dominado<br />

pela equipa da casa.<br />

Faltando agora três jogos<br />

para o fim da primeira volta<br />

do campeonato contra o FC<br />

Oetwil-Geroldswil, FC Kosova<br />

e FC Blue Stars ZH o<br />

Centro Lusitano encontra-se<br />

abaixo da linha, a apenas um<br />

ponto da salvação.<br />

Juniores D na luta até à<br />

última jornada<br />

Juniores E - futuro<br />

assegurado<br />

Os juniores D do Centro Lusitano<br />

actualmente segundo classificado<br />

tiveram o mês de Outubro<br />

vitorioso com duas vitórias.<br />

Na visita a casa do AC Palermo<br />

tiveram uma vitória difícil conseguido<br />

o resultado de 1-2, jogo<br />

muito dividido com a superioridade<br />

do Lusitano a vir ao de<br />

cima.<br />

Depois da pausa do campeonato,<br />

devido as ferias escolares,<br />

os Juniores D receberam o FC<br />

Srbija ZH, onde golearam por<br />

14-2 num jogo bastante desequilibrado<br />

onde o Centro dominou<br />

por completo.<br />

A equipa treinada por Luís e<br />

Filipe lutam neste momento<br />

pelo primeiro lugar contra o FC<br />

Wiedikon que tem apenas mais<br />

três pontos, onde se demonstra<br />

uma luta renhida até a última<br />

jornada.<br />

A equipa dos Juniores E,<br />

que é a equipa mais nova do<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

em competição, tem conseguido<br />

bons resultados e boas<br />

exibições sobre o comando<br />

de Paulo Barros e Carlos Sequeira.<br />

Os Juniores E tem um plantel<br />

com vários jogadores com<br />

idade de Juniores F que já<br />

demonstram bastante qualidade,<br />

onde a alegria em jogar<br />

e se divertirem a jogar a bola<br />

é bastante notável.<br />

O Centro tem aqui nestes<br />

jogadores o seu futuro assegurado,<br />

mas com esta ainda<br />

jovem idade o importante é<br />

mesmo o gosto e a aprendizagem<br />

no futebol, onde o futuro<br />

das equipas é cada vez<br />

mais através das camadas<br />

jovens.


Agência Césaar´s<br />

na Casa do Benfica<br />

PUBLIRREPORTAGEM<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

13<br />

No passado 16.09.2017, a Agência César´s promoveu um Jantar<br />

convívio da sua equipa na Casa do Benfica em Lenzburg.<br />

Da esquerda para a direita: Verena Magalhães, Tania Gessler, Jessica<br />

Carvalho, Rayssa Eiras, Maria João Viegas, Elisabete Lopes,<br />

Samuel Lopes, André Lopes e António Fonseca, Jorge Rodrigues,<br />

ausente. À direita Vitor Figo, presidente da casa do Benfica de<br />

Lenzburg.<br />

A equipa da Agência César´s, com especialistas no ramos de Viagens,<br />

Seguros, Créditos, Imobiliária entre outros está também e<br />

Basel e Zurique. Visite-os<br />

Sporthalle Schlieren<br />

Domingo<br />

1 2<br />

Nov<br />

-<br />

Contactos<br />

Guilherme Fernandes:<br />

076 571 74 44<br />

Jo Soares:<br />

076 395 64 14<br />

Sorteio realizar-se-á sexta 3.11.2017 pelas<br />

21H no Centro Lusitano de Zurique<br />

Torneio de Futsal<br />

BRUNHAIS<br />

Jogo especial feminino entre<br />

Brunhais ZH vs GD Quinas


14 Lusitano<br />

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DIREITO CRÓNICA<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

15<br />

Direito a redução da renda (locação)<br />

Daniel Bohren<br />

[Advogado]<br />

A taxa de juros de referência<br />

hipotecária foi, a 2 de Junho<br />

2017, reduzida para 1.5%, o<br />

que deu a muitos inquilinos<br />

(locatários) um direito à redução<br />

da renda (locação) de pelo<br />

menos 3%, a partir de 30 de<br />

Setembro de 2017. No entanto,<br />

nem todos os senhorios<br />

baixaram por livre iniciativa,<br />

as rendas. Do que se trata e o<br />

que pode fazer-se se a renda<br />

não foi reduzida?<br />

não recebe resposta nenhuma,<br />

então pode requerer a redução<br />

da renda junto da Comissão de<br />

Arbitragem para Assuntos de<br />

Arrendamento (Schlichtungsstelle<br />

für Mietsachen). O procedimento<br />

é gratuito. No processo<br />

perante a<br />

Comissão de arbitragem para<br />

Assuntos de Arrendamento o<br />

senhorio só se pode defender<br />

provando que não obtém um<br />

rendimento excessivo. Mas as<br />

exigências postas para este<br />

comprovativo são elevadas.<br />

A redução da renda só pode<br />

ser exigida para o próximo<br />

prazo de rescisão. Quem, segundo<br />

o contrato de arrenda-<br />

home/mietrecht/referenzzinssatz.html<br />

2 https://www.mieterverband.ch/Mv/mietrecht-beratung/ratgeber-mietrecht/top-<br />

-themen/mietzinssenkung.<br />

html<br />

3 https://www.bfs.admin.ch/<br />

asset/de/cc-d-05.02.08<br />

Se a renda foi fixada a última<br />

vez em fins de 2010, então ter-<br />

-se-ia como taxa de juro de referência<br />

a de 2010, a saber de<br />

2,75%. A taxa de referência é<br />

hoje de 1,5%. O inquilino pode<br />

assim exigir uma redução ta<br />

taxa de juros de referência de<br />

2,75% para 1,5%. De que forma<br />

é que isto se pode refletir<br />

na renda? O inquilino pode por<br />

cada ¼ de ponto percentual<br />

uma redução da renda de cinco<br />

¼ de pontos percentuais,<br />

o que no nosso exemplo permitiria<br />

uma redução da renda<br />

de 15% (3% x 5). Basicamente<br />

também é feito um ajustamento<br />

ao índice estadual para preços<br />

ao consumidor 3, que baixou<br />

desde 2010 de 1,4 pontos<br />

percentuais, o que poderia justificar<br />

uma redução adicional<br />

de 0,5 por cento.<br />

Uma exigência de redução da<br />

renda pode, por conseguinte,<br />

valer bem a pena.<br />

© Daniel Bohren, Zurique, Setembro<br />

de 2017<br />

Por favor tome conhecimento<br />

Um inquilino pode exigir a<br />

redução a renda, quando o<br />

senhorio obtém com a renda<br />

um rendimento excessivo. Um<br />

rendimento é considerado excessivo,<br />

quando se encontra<br />

acima de 0.5% da taxa de juros<br />

de referência 1. Actualmente,<br />

um rendimento líquido de 2%<br />

seria, por isso, excessivamente<br />

alto. Há excepções para imóveis<br />

muito velhos, que pertencem,<br />

desde há décadas, ao<br />

mesmo proprietário.<br />

Como é válida a presunção de<br />

que a renda inicial reverte um<br />

rendimento suficiente, também<br />

é válida a presunção de<br />

que, com a redução da taxa<br />

de juros de referência de pelo<br />

menos um quarto de ponto<br />

percentual, se obtém um rendimento<br />

excessivo, se a renda<br />

não for reduzida.<br />

Se o senhorio não baixou por<br />

sua livre iniciativa a renda,<br />

então o inquilino pode exigir<br />

uma redução da mesma. Uma<br />

minuta para tal exigência de<br />

redução de renda encontra-<br />

-se disponível na página web<br />

da associação de inquilinas e<br />

inquilinos (Mieterinnen - und<br />

Mieterverband) 2. O senhorio<br />

o administrador de imóvel tem<br />

de responder a esta exigência<br />

dentro de 30 dias. Se a resposta<br />

é negativa ou se o inquilino<br />

mento, só pode rescindir em<br />

fins de Março ou em fins de<br />

Setembro, actualmente só poderá<br />

exigir a redução da renda<br />

a partir do dia 1 de Abril de<br />

2018. Terá de enviar a exigência<br />

de redução antes do início<br />

do prazo de rescisão à administração,<br />

portanto antes do<br />

fim deste ano.<br />

O inquilino pode exigir a redução<br />

de todas as alterações<br />

da taxa de juro de referência<br />

desde o último ajuste da sua<br />

renda. Um exemplo a este respeito:<br />

1 HYPERLINK: https://www.<br />

bwo.admin.ch/bwo/de/<br />

exigir uma redução da renda<br />

de 3%. Como a taxa de juro de<br />

referência sofreu, desde finais<br />

de 2010 até Junho de 2017,<br />

uma descida de 1,25% ele<br />

pode por conseguinte exigir<br />

que o nosso escritório mudou<br />

para o Grossmünsterplatz 1 só<br />

a 5 minutos da Rämistrasse 3<br />

(lugar anterior).


16 Lusitano<br />

RECANTOS<br />

Helvéticos<br />

Festa Folclórica em Charmey<br />

Os mais pequenos acompanham<br />

os cordeiros as ovelhas<br />

e cabras, vestidos a rigor, estes<br />

pequenos grandes homens<br />

e mulheres serão os que mais<br />

tarde seguirão ou não com as<br />

tradições de família.<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

Charmey localiza-se na provincia<br />

de Fribourg, muito próximo<br />

da maravilhosa aldeia de<br />

Gruyére.<br />

Para além de excelentes pistas<br />

de Ski e caminhos pedestres,<br />

esta região é também conhecida<br />

pelos seus produtos de alta<br />

qualidade, principalmente os<br />

lacticínios.<br />

Os mais curiosos e aficionados<br />

às caminhadas, podem apreciar<br />

as variadas raças de vacas, ovelhas,<br />

cabras entre outros animais.<br />

Os camponeses organizam,<br />

cada ano uma exímia festa folclórica,<br />

quando transportam os<br />

animais da montanha, para a<br />

planície. É então, que podemos<br />

participar nesta deslumbrante<br />

descida e acompanhar o desfile,<br />

onde os trajes a rigor, animais<br />

bem decorados e a filarmónica<br />

a abrir o cortejo, fazem deste<br />

corso todo um acontecimento,<br />

que reúne milhares de pessoas.<br />

Muitas são as actividades expostas,<br />

para que tenhamos a<br />

noção de como os nossos ascendentes,<br />

trabalhavam a madeiras,<br />

de como regavam as<br />

hortas, de como fabricavam o<br />

queijo, e como se faziam as botas<br />

á mão, de como as mulheres<br />

confeccionavam os casacos,<br />

rendas, mantas, etc… um dia a<br />

descobrir coisas novas, principalmente<br />

para a nova geração.<br />

Na vila e depois de todos os<br />

animais terem regressado a<br />

“casa”, podemos degustar todos<br />

os produtos da região, verificar<br />

e porque não comprar artigos<br />

artesanais, feito á moda antiga<br />

e sobretudo, um convívio, onde<br />

as tradições fazem toda a diferença.<br />

Animação, sorrisos, bem<br />

estar físico e psicológico e quebrar<br />

a regra da dieta, é a prioridade<br />

neste dia. Regressar a casa<br />

com o sentimento, de que estar<br />

neste meio saudável, onde as<br />

pessoas são ainda genuínas e<br />

onde a trocas de ideias e ideais,<br />

são o tema de ordem, faz sem<br />

duvida um dia diferente.<br />

Para nós que queremos, trabalhar<br />

a parte da integração é em<br />

todo o casa um dia para ser vivido<br />

e contado.


OPINIÃO<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

17<br />

Até parece que vale tudo…<br />

Por Vasco Lourenço (*)<br />

Alguns dos meus amigos consideram<br />

que sou dos que praticam<br />

a teoria da conspiração.<br />

E eu sou levado, muitas vezes,<br />

mais do que gostaria, a dar-lhes<br />

razão.<br />

Com efeito, face a acontecimentos<br />

diversos, seja em Portugal<br />

seja no estrangeiro, são<br />

muitas as vezes que os entendo<br />

não como resultado de fenómenos<br />

naturais, não como resultado<br />

de acções próprias das<br />

circunstâncias dos homens, dos<br />

colectivos ou da vida real, mas<br />

sim como resultado de planeamentos<br />

levados à prática por<br />

indivíduos, e principalmente<br />

por grupos organizados (do<br />

mais baixo ao mais alto escalão)<br />

para provocarem acontecimentos<br />

que lhes permitam actuar<br />

de forma justificada para atingir<br />

os fins que, de outra forma,<br />

teriam dificuldade em fazer<br />

passar.<br />

São conhecidos factos conspirativos<br />

que ficaram célebres na<br />

História, também pelas enormes<br />

e desastrosas consequências<br />

que tiveram, recordando<br />

aqui nomeadamente o incêndio<br />

do Reichstag, que levou Hitler<br />

ao poder, ou o deixar que se<br />

consumasse o massacre do ataque<br />

a Pearl Harbor, que abriu as<br />

portas à entrada dos EUA na 2.ª<br />

Guerra Mundial.<br />

Ultimamente, temos o caso do<br />

ataque às Torres Gémeas, e em<br />

especial o pseudo ataque ao<br />

Pentágono, em 11 de Setembro<br />

de 2001, que justificou os ataques<br />

desenfreados que os EUA<br />

lideraram a partir daí.<br />

Em Portugal também existirão<br />

alguns exemplos significativos.<br />

Evoco tudo isto, precisamente a<br />

propósito do que se está a passar<br />

actualmente em Portugal?<br />

Há pouco mais de dois anos, as<br />

eleições parlamentares permitiram<br />

uma solução de governo<br />

que muitos consideravam contranatura.<br />

Contrariamente ao que a oposição<br />

então profetizou, a solução<br />

vingou e apresentou resultados.<br />

De tal maneira que a Europa<br />

inteira se admirou e o mundo<br />

neoliberal, que faz do capital<br />

financeiro especulativo a sua<br />

bíblia, estremeceu de pavor.<br />

Como era possível que Portugal,<br />

um velho mas pequeno país<br />

periférico, que já tivera a ousadia<br />

de, em 25 de Abril de 1974,<br />

praticar um acto que continua<br />

a ser único na História universal,<br />

viesse de novo espantar<br />

o mundo e demonstrar que<br />

havia alternativa, que era possível<br />

governar o País de forma<br />

democrática e em defesa dos<br />

mais pobres, dos mais desprotegidos!?<br />

Sim, como era possível um governo<br />

governar à esquerda, sem<br />

necessidade de repressão?<br />

De início, os que viam perigar<br />

o seu divino poder, os seus divinos<br />

privilégios, puseram-se<br />

a clamar que vinha aí o diabo,<br />

que o Zé Povinho esperasse<br />

pela demora, que nem sonhava<br />

o que o esperava, como castigo<br />

por não ter mantido o apoio aos<br />

seus senhores iluminados.<br />

O tempo passou, o diabo não<br />

apareceu à população, terá aparecido<br />

aos seus apóstolos, mas<br />

a criação de fenómenos que<br />

enfraqueçam a “geringonça”<br />

tornou-se a primeira prioridade.<br />

Cavalgando a tragédia dos incêndios<br />

em Pedrógão e demais<br />

localidades, explorando<br />

as suas consequências, como<br />

se fosse caso inédito em Portugal<br />

(demissão do ministro da<br />

Agricultura, clama com vigor a<br />

sua antecessora que atacara os<br />

incêndios do seu mandato com<br />

rezas à Senhora de Fátima para<br />

que fizesse chover), quase que<br />

transformaram os membros<br />

do Governo nos verdadeiros<br />

incendiários (há que confessar<br />

que algumas actuações de responsáveis<br />

facilitaram esses ataques).<br />

De seguida, criam a farsa de um<br />

“assalto aos paióis de Tancos” e,<br />

queira-se ou não, o facto é que<br />

provocaram alguma mossa no<br />

Governo.<br />

Não chegou, foram desmascarados,<br />

viram o diabo nas<br />

eleições autárquicas, de onde<br />

a solução governativa saiu<br />

reforçada e, vendo que não<br />

conseguem abrir brechas significativas<br />

entre os vários componentes<br />

dessa solução, não<br />

hesitam: avançam para uma<br />

avalancha de incêndios, numa<br />

acção criminosa que nos traz à<br />

memória a sucessão de ataques<br />

a sedes do PCP e de outros partidos<br />

da mesma área, nos idos<br />

do Verão Quente de 1975.<br />

Exagero?<br />

Penso que não!<br />

Basta ver os exércitos de comentadores,<br />

os anúncios de<br />

“manifestações contra os incêndios”<br />

(!!??), o anúncio de uma<br />

moção de censura ao Governo!<br />

Mais uma vez me vêm à lembrança<br />

os anos do pós 25 de<br />

Abril, com a manifestação da<br />

“Maioria Silenciosa”. Só que<br />

desta vez até conseguiram fazer<br />

a manifestação, mas ela foi muito<br />

pouco maioria e silenciosa…<br />

Pessoalmente, estou convicto<br />

que estamos numa guerra,<br />

onde há combatentes que não<br />

hesitam nas armas a que deitam<br />

mão. Estarão desesperados, por<br />

isso há que não os ignorar, combatendo-os<br />

com determinação.<br />

Apesar de várias opiniões em<br />

contrário, quero acreditar que o<br />

Presidente da República Marcelo<br />

Rebelo de Sousa continuará a<br />

ser um Presidente que defende<br />

o estado democrático e de direito<br />

em Portugal.<br />

Confio que se não deixará embalar<br />

pelos cantos da sereia,<br />

incluindo muitos da sua família<br />

política e continue a comportar-<br />

-se como o Presidente de todos<br />

os Portugueses.<br />

Contrariamente a alguns amigos,<br />

não critico a sua intervenção<br />

pública do dia 17 de Outubro.<br />

Pelo contrário, subscrevo o<br />

essencial das suas posições.<br />

A questão que levanto, no entanto,<br />

é que considero que o<br />

Governo e a Assembleia da<br />

República, nomeadamente o<br />

primeiro-ministro e os partidos<br />

apoiantes desta solução governativa,<br />

terão de ser capazes de<br />

responder, clara e determinadamente,<br />

ao repto que o Presidente<br />

da República lhes lançou.<br />

Em primeiro lugar, terão de ser<br />

capazes de levar à prática as<br />

medidas necessárias e indispensáveis<br />

que, adiadas várias<br />

décadas, são inevitáveis para<br />

que o paradigma se altere.<br />

Não vou aqui pormenorizar as<br />

medidas que defendo, mas tem<br />

de haver coragem e força para<br />

alterar, entre outros pontos, o<br />

ordenamento da propriedade<br />

agrícola, a restruturação da floresta,<br />

a estrutura da Protecção<br />

Civil e dos Bombeiros, o ataque<br />

ao “negócio dos fogos” em Portugal.<br />

Vai haver enormes oposições?<br />

Os interesses postos em causa<br />

são demasiados fortes para se<br />

lhes conseguir fazer frente?<br />

É um facto, mas aí terá de haver<br />

coragem e força políticas!<br />

E, nesse caso, o Presidente da<br />

República terá, como confio<br />

que terá, de apoiar determinantemente<br />

as medidas que,<br />

adiadas por décadas, se impõe<br />

concretizar.<br />

E, de uma coisa estou certo: não<br />

serão as forças do passado, que<br />

nada fizeram de positivo para<br />

alterar a situação, pelo contrário<br />

contribuíram para o actual<br />

estado calamitoso, que poderão<br />

ser agentes das transformações<br />

inadiáveis.<br />

Se assim for, se a democracia<br />

continuar a funcionar e o Governo<br />

mantiver a rota que encetou<br />

há dois anos, conseguir-se-á<br />

desmascarar os incendiários<br />

(sejam os propriamente ditos,<br />

sejam os outros…) e a consolidação<br />

de um Portugal mais<br />

livre, democrático, justo e em<br />

Paz será um facto.<br />

Abril continuará a cumprir-se.<br />

É nisso que acredito, é nisso<br />

que aposto.<br />

Lisboa, 18 de Outubro de 2017<br />

(*) Vasco Correia Lourenço é um militar<br />

português na reserva que pertenceu à<br />

comissão política do Movimento das<br />

Forças Armadas à época da Revolução<br />

dos Cravos. Vasco Lourenço ingressou<br />

na Academia Militar em 1960.


18 Lusitano<br />

OPINIÃO<br />

Luto e censura<br />

Pedro Carlos Bacelar De<br />

Vasconcelos (*)<br />

Deputado e Professor de Direito<br />

Constitucional<br />

“O ÊXODO COMEÇOU NOS<br />

ANOS 60. OS PRIMEIROS A<br />

PARTIR FORAM OS HOMENS,<br />

DEPOIS PARTIRAM AS<br />

MULHERES, OS FILHOS,<br />

OS VIZINHOS. OS CAMPOS<br />

FICARAM POR LAVRAR E NEM<br />

GENTE SOBROU PARA COLHER<br />

O QUE RESTAVA NAS SEARAS,<br />

NOS POMARES, NAS ALDEIAS<br />

ABANDONADAS. VINTE ANOS<br />

MAIS TARDE CHEGARAM AS<br />

AJUDAS PARA A ADESÃO E<br />

A INTEGRAÇÃO EUROPEIA<br />

MAS A SANGRIA HUMANA<br />

DO INTERIOR DO PAÍS<br />

PROSSEGUIU”.<br />

1. O luto - Este "jardim à<br />

beira-mar plantado" transformou-se<br />

de súbito num<br />

pasto de chamas. Persistiu<br />

a paisagem, desolada, das<br />

árvores calcinadas, resistiram<br />

os edifícios em ruínas<br />

- casas, oficinas, máquinas e<br />

armazéns -, enterraram-se os<br />

mortos e ficou a dor inconsolável<br />

dos que sobreviveram.<br />

Nos últimos 30 anos, as comunicações<br />

desenvolveram-<br />

-se prodigiosamente. Pelas<br />

novas estradas, rotundas e<br />

variantes, circula-se decerto<br />

com mais rapidez, mais segurança<br />

e conforto mas acelerou-se<br />

também a desertificação<br />

humana, a degradação<br />

económica e a irrelevância<br />

política do interior do país<br />

que não cessa de perder gente<br />

e de fechar escolas, juntas<br />

de freguesia, repartições de<br />

finanças, tribunais, dependências<br />

bancárias!<br />

2. Os antecedentes<br />

- O êxodo começou nos anos<br />

60. Os primeiros a partir foram<br />

os homens, depois partiram<br />

as mulheres, os filhos, os<br />

vizinhos. Os campos ficaram<br />

por lavrar e nem gente sobrou<br />

para colher o que restava<br />

nas searas, nos pomares,<br />

nas aldeias abandonadas.<br />

Vinte anos mais tarde chegaram<br />

as ajudas para a adesão<br />

e a integração europeia mas<br />

a sangria humana do interior<br />

do país prosseguiu e, com<br />

ela, o crescimento do eucaliptal<br />

acelerou. Num belo<br />

artigo publicado na "Notícias<br />

Magazine" do passado domingo<br />

- "Há 28 anos um povo<br />

lutou contra os eucaliptos. E<br />

a terra nunca mais ardeu" -<br />

Ricardo Rodrigues recorda<br />

a epopeia que se viveu na<br />

Veiga do Lila, em Valpaços,<br />

há mais de 28 anos, e entrevista<br />

os protagonistas dessa<br />

memorável luta. No dia 31<br />

de Março de 1989, "às duas<br />

da tarde o sino começou a<br />

tocar a rebate. Oito centenas<br />

de vozes entoavam "oliveiras<br />

sim, eucaliptos não" e<br />

largaram por um caminho de<br />

terra batida para a Quinta do<br />

Ermeiro". Ali, 200 hectares<br />

de olival tinham sido substituídos<br />

por eucaliptos, plantados<br />

havia pouco por uma<br />

subsidiária da Soporcel, beneficiando<br />

do financiamento<br />

"a fundo perdido" da CEE,<br />

promovido pelo Ministério<br />

da Agricultura. A população,<br />

contudo, não se resignou.<br />

De entre as aldeias vizinhas,<br />

800 pessoas acorreram ao<br />

toque a rebate e arrancaram<br />

à mão as árvores requeridas<br />

pela política de expansão da<br />

indústria florescente da celulose.<br />

A forte concentração<br />

de forças policiais, incluindo<br />

o Corpo de Intervenção,<br />

não demoveu os populares.<br />

Nem uma carga a cavalo<br />

surtiu efeito porque as bestas<br />

tropeçavam nos socalcos<br />

cavados pela Soporcel para<br />

plantar os eucaliptos. Entretanto,<br />

um agricultor de uma<br />

aldeia vizinha, José Oliveira,<br />

é preso pela Guarda mas a<br />

população ameaça que "não<br />

arreda pé" enquanto o não libertarem<br />

e vai conseguir, ao<br />

cair da noite.<br />

3. A censura - Nessa<br />

data remota era primeiro-ministro,<br />

Aníbal Cavaco Silva.<br />

Quem tutelava a pasta da<br />

Agricultura era Álvaro Barreto<br />

e na Administração Interna<br />

mandava José Silveira<br />

Godinho. A mais recente extensão<br />

do eucaliptal ocorreu<br />

apenas há 5 anos, em 2012,<br />

com Pedro Passos Coelho a<br />

chefiar o Governo, Assunção<br />

Cristas à frente da pasta da<br />

Agricultura e, na secretaria<br />

de Estado das Florestas, Daniel<br />

Campelo. Ao longo dos<br />

últimos 28 anos sucederam<br />

e alternaram no Governo<br />

ministros do PS, do PSD,<br />

do CDS e independentes. É<br />

tempo de mudar as políticas.<br />

4. A lição - "Às seis da<br />

tarde, depois de José Oliveira<br />

ser libertado, um vale<br />

inteiro voltou pelo mesmo<br />

caminho e juntou-se no principal<br />

largo de Veiga do Lila.<br />

Mataram-se dois borregos<br />

e um leitão, abriram-se presuntos<br />

e deitaram-se alheiras<br />

à brasa, houve até quem<br />

trouxesse uma pipa de vinho.<br />

A festa durou noite dentro<br />

e foi maior do que qualquer<br />

romaria de Santa Bárbara".<br />

E Ricardo Rodrigues conclui,<br />

por fim: "Hoje, o Ermeiro é<br />

terra de nogueiras, amendoeiras,<br />

oliveiras e pinho.<br />

Nunca ardeu".<br />

(*) in JN


OPINIÃO<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

Escrever<br />

- eu, Puigdemont e até Napoleão<br />

19<br />

CARLOS MATOS GOMES<br />

Coronel de Cavalaria. Condecorado<br />

com as medalhas de Cruz<br />

de Guerra de 1ª e de 2ª Classe.<br />

Pertenceu à primeira Comissão<br />

Coordenadora do Movimento dos<br />

Capitães na Guiné. Foi membro<br />

da Assembleia do MFA. É escritor.<br />

Porque escreve? Porque começou<br />

a escrever? Estas perguntas<br />

dos jornalistas são as<br />

mais comuns no início de uma<br />

entrevista. Pretendem ser simpáticas<br />

para abertura de uma<br />

conversa. Ainda há pouco me<br />

foi feita num programa da RTP<br />

África a propósito do romance<br />

A Última Viúva de África. Que<br />

razão, ou razões, teriam levado<br />

aquela pessoa, que era eu com<br />

um livro debaixo do braço, a<br />

escrever não só aquele, mas os<br />

que escrevera antes?<br />

A pergunta tem de ser feita. O<br />

que terá levado um aventureiro<br />

pouco afortunado como Camões<br />

à escrita de uma epopeia<br />

e de uma lírica? Ou um actor e<br />

empresário como Shakespeare<br />

a escrever as suas peças de<br />

teatro? Ou um obscuro diplomata<br />

como Eça de Queirós a<br />

escrever sobre dramas familiares,<br />

descalabros nacionais<br />

e hipocrisias morais? E, apontando<br />

a outras artes, que força,<br />

ou razão, teria levado Miguel<br />

Ângelo a pintar, ou Mozart a<br />

compor, ou o pequeno Napoleão<br />

a andar à espadeirada pela<br />

Europa?<br />

Quanto às causas para escrever,<br />

pintar, tocar, esculpir, filmar,<br />

dançar, jogar, representar,<br />

cantar, correr, nadar, espadeirar<br />

há, haverá respostas para<br />

todos os gostos, do ganhar a<br />

vida ao puro prazer narcisista,<br />

do exibicionismo ao acaso.<br />

Julgo, no entanto, ser mais<br />

comum perguntarem a um escritor<br />

porque escreve do que<br />

a um ciclista porque pedala,<br />

embora a razão possa ser a<br />

mesma: não cair, ir em frente,<br />

ver o que acontece, receber os<br />

aplausos da família, no caso um<br />

ciclista de fim-de-semana, ou<br />

de uma multidão se for um ás<br />

do pedal.<br />

Cuidado, no entanto, com o<br />

modo de lançar a pergunta.<br />

Pode indiciar dúvidas do entrevistador<br />

sobre a genialidade<br />

do artista. Pior, pode ser interpretada<br />

como uma ofensa, ter<br />

subentendida uma outra: porque<br />

diabo se dá ao trabalho de<br />

registar e publicar as vulgaridades<br />

do seu pensamento?<br />

Recebida a pergunta com<br />

maior ou menor boa vontade,<br />

em qualquer dos casos as<br />

melhores respostas são as do<br />

chamamento interior, as do escrevo<br />

porque uma força incontrolável<br />

me vem de cá de dentro!<br />

Explicação que convoca o<br />

sagrado: foi deus, um qualquer<br />

deus das letras e artes que atribuiu<br />

o génio ao escritor e, com<br />

o génio, a missão de o aspergir<br />

sobre os comuns mortais. As<br />

respostas que explicam a escrita<br />

com a incontrolável pressão<br />

do tem de ser se não explodia,<br />

originada por uma telúrica força<br />

divina, constituem o maior<br />

contingente e permitem passar<br />

à pergunta seguinte sem grandes<br />

perdas de tempo.<br />

O meu problema é não ser<br />

adepto dos chamamentos interiores,<br />

dos sopros divinos,<br />

dos mistérios do sobrenatural.<br />

Deixo essa explicação para os<br />

autores de tijolos impressos<br />

como os Codex dos Don Brown<br />

de todos os mercados e nacionalidades.<br />

Resta-me por isso<br />

justificar o livrinho publicado<br />

com o último dos motivos: a<br />

missão! Não a nobre missão de<br />

ilustrar os pobres de espírito,<br />

que recuso por fazer de mim<br />

um evangelista sem fé, mas a<br />

da missão como estratagema!<br />

Utilizei esse truque no romance<br />

A Última Viúva de África.<br />

Socorri-me da ideia difundida<br />

pelas grandes religiões monoteístas<br />

de os seres vivos — entre<br />

eles os humanos feitos à<br />

imagem de Deus — terem uma<br />

missão na sua existência terrena<br />

para além de viverem. Não<br />

estou certo de todos virmos já<br />

com o missionarismo integrado<br />

na nossa identidade, mas coloquei<br />

o narrador nessa situação<br />

quando o pai lhe grita: «Afinal<br />

o que queres fazer na vida,<br />

Miguel? — a pergunta rodou à<br />

minha volta como um eco multiplicado<br />

por um coro a várias<br />

vozes. Havia atrás dela uma palavra-chave:<br />

Missão! Eu tinha<br />

uma missão na vida. Portugal<br />

tinha uma missão no mundo.<br />

Todos temos uma missão!»<br />

Parece-me, pois, razoável que<br />

um artista responda estar a<br />

cumprir a sua missão na vida<br />

ao escrever, ao pintar, ao dançar,<br />

ao cantar, mas também<br />

deveria ser obrigatório os entrevistadores<br />

perguntarem aos<br />

agricultores porque cavam as<br />

suas terras, aos astrónomos<br />

que força os levou a perscrutar<br />

o firmamento, aos pescadores<br />

a saírem para o mar mesmo em<br />

dias de mau tempo e, principalmente,<br />

perguntarem aos heróis<br />

e aos pais dos povos o que os<br />

levou a colocarem-se à frente<br />

dos seus semelhantes com uma<br />

espada ou uma bandeira para<br />

os conduzirem à liberdade, à<br />

felicidade, ao paraíso!<br />

Ainda agora, há dias, se levantou<br />

da aprazível paisagem da<br />

cidade de Barcelona um desses<br />

espontâneos a gritar: independência.<br />

Porque saiu ele da obscuridade?<br />

Porque não escreveu?<br />

Ou dançou? Ou cantou?<br />

Ou leu? Ou bebeu uma cerveja?<br />

Porque se atribuiu aquele<br />

homem, uma obscura criatura,<br />

a missão de gritar independência,<br />

sem que o tenham empurrado,<br />

apenas tendo como<br />

respaldo uns cívicos com a serena<br />

designação de moços de<br />

esquadra, o que os deve situar<br />

abaixo de polícia municipal.<br />

Porquê, Puigdemont, se até<br />

o Napoleão, o de la grandeur,<br />

tinha lanceiros e couraceiros,<br />

legiões e artilharia e morreu<br />

preso e só em Santa Helena,<br />

com a França e os franceses a<br />

tratarem das suas vidas, a viverem,<br />

simplesmente?<br />

E tu, Carlos Vale Ferraz, porque<br />

escreves? E porque se lambe<br />

o meu gato?


20 Lusitano<br />

SAÚDE<br />

Labirintite – o que é isso?<br />

Zuila Messmer<br />

O organismo humano é dotado<br />

de um aparelho chamado vestibular<br />

que localiza-se na parte<br />

interna do ouvido e é composto<br />

por diversas estruturas, tais<br />

como - sáculo, utriculo, cóclea,<br />

nervos, linfas e canais, que interligam-se<br />

entre si e desempenham<br />

funções distintas, formando<br />

um sistema complexo e<br />

por isso, denominado labirinto.<br />

O sistema vestibular é responsável<br />

pela audição, detecção<br />

dos movimentos, equilíbrio,<br />

postura, sentido de localização,<br />

espaço e orientação do<br />

corpo quanto a posição em<br />

que se encontra, se na vertical<br />

(de pé), horizontal (deitado) e<br />

assim por diante.<br />

A linfa é um líquido incolor e<br />

aquoso composto de proteínas,<br />

hormónios, glicose e potássio,<br />

que preenche e circula<br />

nas estruturas, nos canais, espaço<br />

intracraniano e medula<br />

espinhal. Esse líquido fornece<br />

nutrientes para o cérebro,<br />

protege as células cerebrais e<br />

actua como amortecedor das<br />

vibrações ósseas.<br />

A estrutura responsável pela<br />

audição é a cóclea. Vale ressaltar<br />

que, os ouvidos são órgãos<br />

fundamentais no equilíbrio e<br />

na postura do corpo humano.<br />

Definição e causas<br />

da labirintite<br />

A labirintite é uma inflamação<br />

ou infecção do labirinto, causada<br />

por diferentes factores, entre<br />

eles os vírus e as bactérias.<br />

De doenças como o sarampo,<br />

papeira, infecções do ouvido,<br />

meningite, gripes e resfriados.<br />

Outras causas são as alergias,<br />

certos medicamentos, pressão<br />

e colesterol alto, diabetes,<br />

tumor cerebral, traumatismo<br />

craniano, problemas na tireóide,<br />

na articulação temporo-<br />

-mandibulares (mandíbula e<br />

os ossos temporais do crânio),<br />

neurológicos e emocionais. E<br />

ainda o excesso de bebidas alcoólicas,<br />

café, cigarros, stress e<br />

ansiedade.<br />

Sintomas da labirintite:<br />

Os mais característicos<br />

é a tontura e a vertigem.<br />

Também é comum - náuseas<br />

(enjoo), vómito, sensação de<br />

desmaio, zumbido no ouvido<br />

e redução temporária - parcial<br />

ou total, da audição.<br />

Diagnóstico<br />

Através do exame clínico se<br />

identifica a inflamação no ouvido<br />

e se há comprometimento<br />

da audição. Os exames - ressonância<br />

magnética, tomografia<br />

e o electroencefalograma podem<br />

ser solicitados.<br />

Ao ser diagnosticado a doença,<br />

se busca identificar as causas,<br />

e daí se prescreve o tratamento<br />

mais indicado.<br />

Medidas auxiliares<br />

no tratamento da<br />

doença<br />

- Nos primeiros três dias, as<br />

tonturas e náuseas são fortes,<br />

por isso se aconselha que o<br />

doente fique em casa em repouso,<br />

evitando quedas e lesões.<br />

- Tomar de 2 - 3 litros de água<br />

por dia para evitar desidratação<br />

e complicações da doença.<br />

Não tomar bebidas alcoólicas,<br />

chá preto, café, coca-cola e outras<br />

bebidas estimulantes.<br />

- Evitar stresse, ansiedade, locais<br />

com barulho, estímulos<br />

visuais, luminosidade excessiva,<br />

fumaça, cigarros, jogos de<br />

artifícios, ver filmes 3D, jogos<br />

electrónicos, televisão, computadores<br />

e fones celulares.<br />

- Não dirigir durante o tratamento<br />

e nem girar a cabeça ou<br />

levantar-se rapidamente. As<br />

mulheres devem evitar o uso<br />

de sapatos com salto alto.<br />

- No caso de crises (vertigens<br />

e tonturas), ficar calmo, sentar-<br />

-se, manter as costas recta e fixar<br />

o olhar em qualquer ponto.<br />

- Seguir as orientações médicas,<br />

tomar o medicamento<br />

prescrito até a data recomendada.<br />

Não parar antes, mesmo<br />

que os sintomas tenham desaparecido.<br />

Tratamento:<br />

Em geral a labirintite tem cura,<br />

porém há casos em que evolui<br />

para a forma crónica, fazendo<br />

com que o problema vez e<br />

quando se manifeste, mesmo<br />

que de forma leve causando<br />

desconforto, havendo portanto<br />

a necessidade de ser tratada.<br />

Os remédios utilizados no tratamento<br />

da doença dependem<br />

das causas. Os antibióticos<br />

são prescritos para os casos de<br />

origem bacteriana. Os antieméticos<br />

utilizados contra náuseas<br />

e vómitos. Os corticóides<br />

(Prednisona) combatem sintomas<br />

mais fortes e diminuem a<br />

inflamação do ouvido. Os benzodiazepinas<br />

(Diazepan), provocam<br />

relaxamento muscular<br />

e reduzem a ansiedade, porém<br />

são recomendados com cautela,<br />

porque actuam no sistema<br />

nervoso central, podendo gerar<br />

dependência.<br />

Caso surgem efeitos colaterais,<br />

(reacções estranhas e indesejadas<br />

aos medicamentos),<br />

informar imediatamente ao<br />

médico ou dirigir-se para uma<br />

emergência hospitalar.<br />

Atenção: Os efeitos indesejáveis<br />

podem ser: confusão<br />

mental, dificuldade para falar,<br />

visão dupla, fraqueza, sensação<br />

de formigamento no corpo<br />

e alterações no caminhar.<br />

A fisioterapia também auxilia<br />

na reabilitação e no tratamento<br />

dos casos da labirintite.


OPINIÃO<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

21<br />

O fogo e os comentadores<br />

do terceiro e quarto mundos<br />

DOMINGOS LOPES (*)<br />

É lamentável que o Presidente<br />

da República vá a Oliveira do<br />

Hospital para alinhar com a ideia<br />

de que está em causa o futuro<br />

do Governo.<br />

Acabaram de se realizar eleições<br />

autárquicas que são normalmente<br />

favoráveis aos partidos<br />

da oposição, mas não foi o caso.<br />

Não foram eleições legislativas,<br />

mas não há ninguém que não<br />

saiba que a leitura seria outra,<br />

se o resultado fosse favorável à<br />

oposição.<br />

A direita perdeu claramente,<br />

independentemente do resultado<br />

de Assunção Cristas, que<br />

vive e progride à custa do PSD<br />

e não dos outros partidos. Cristas<br />

quer continuar a cavalgar no<br />

terreno do centro que o PSD<br />

deixou ao abandono ao galgar<br />

para a direita.<br />

Duas semanas depois das eleições<br />

com expressão clara de<br />

apoio à política de devolução<br />

de rendimentos aos portugueses,<br />

ocorreram incêndios nunca<br />

vistos, que no domingo, dia 15,<br />

atingiram a enormidade brutal<br />

de mais de 450. Tal tragédia provocou<br />

quatro dezenas de mortos<br />

e destruições devastadoras<br />

de bens. O país viveu um domingo<br />

de verdadeiro apocalipse; a<br />

convergência de problemas que<br />

existem na floresta há décadas<br />

com condições climáticas únicas.<br />

Certamente que houve, tal<br />

como se retira do relatório da<br />

Comissão Independente, erros<br />

de avaliação do que sucedia e<br />

omissões que poderiam evitar<br />

tantas mortes nos incêndios de<br />

Pedrógão e nestes últimos.<br />

O Governo fez seu o relatório<br />

e propõe-se levá-lo a prática<br />

no que concerne às suas conclusões.<br />

Nestas circunstâncias,<br />

o que está em causa é não só a<br />

(in)capacidade para responder a<br />

estes desafios, como também o<br />

que veio acontecendo ao longo<br />

das últimas décadas de abandono<br />

do interior, transplantando<br />

o país para o litoral. Não há<br />

ninguém que de boa-fé o possa<br />

ignorar. Estes incêndios, independentemente<br />

de responsabilidades<br />

circunscritas ao seu alastramento,<br />

não resultam do nada.<br />

Explodem com toda a brutalidade<br />

porque resultam claramente<br />

de uma ausência de um projeto<br />

de desenvolvimento para o interior<br />

do país. O interior não dá<br />

votos. Ou dá poucos, porque a<br />

agricultura, tal como existia há<br />

50 anos, não tem futuro. Os<br />

incêndios acontecem porque o<br />

país cresce desmesuradamente<br />

no litoral e vai morrendo no<br />

interior. E até hoje o que todos<br />

os governos fizeram foi agravar<br />

a situação. Sócrates quis-nos<br />

fazer crer que o que o interior<br />

precisava era de auto-estradas...<br />

Passos e Cristas de acabar com<br />

os serviços florestais... É dessa<br />

medida que Passos tem vergonha?<br />

Para fazer frente a mais de 500<br />

ignições em dois dias era preciso<br />

que os meios da administração<br />

interna vivessem exclusivamente<br />

para a tarefa de apagar incêndios,<br />

o que é uma demagogia<br />

inqualificável. E nem assim tais<br />

meios seriam eventualmente suficientes.<br />

Quando das televisões<br />

nos chegam as vozes dos nossos<br />

concidadãos aterrorizados a pedir<br />

ajuda, há alguém que acredite<br />

que a ajuda não chega porque<br />

quem pode e deve ajudar se<br />

nega a fazê-lo?<br />

A gritaria que a direita mais sofisticada<br />

ou mais bruta utiliza<br />

nos incêndios para atacar a política<br />

do Governo no seu todo e<br />

pedir a sua queda é própria de<br />

uma mentalidade de terceiro ou<br />

quarto mundos. É servir-se de<br />

uma desgraça da qual também é<br />

responsável para atingir um fim<br />

que em condições normais não<br />

conseguiria, como resulta claramente<br />

da vontade soberana do<br />

povo português.<br />

Pretender que os incêndios são<br />

o resultado de opções estratégicas<br />

de dignificação da carreira<br />

dos funcionários públicos só<br />

pode ter a ver com gente que<br />

acerca da política tem a conceção<br />

de que vale tudo, e revelando<br />

ainda o desprezo pela função<br />

pública. Querem a proteção das<br />

florestas privatizada? Querem<br />

nacionalizar o minifúndio e entrega-lo<br />

aos tubarões? Querem<br />

que os donos das celuloses fiquem<br />

com o interior sem pessoas<br />

e apenas com eucaliptos<br />

para terem a almejada rentabilidade<br />

e fornecer a Europa limpa?<br />

É, por isso, lamentável que o<br />

Presidente da República vá a<br />

Oliveira do Hospital para alinhar<br />

com a ideia de que está<br />

em causa o futuro do Governo.<br />

Independentemente de más decisões<br />

no terreno no combate<br />

aos incêndios, e consequentes<br />

conclusões, é de uma demagogia<br />

sem limites servir-se dos<br />

incêndios para pôr em causa a<br />

política global do Governo que<br />

tem dado resultados positivos e<br />

que tem o apoio do PS, PCP, BE<br />

e PEV.<br />

A oposição ao Governo não vive<br />

em função do seu projeto para<br />

se afirmar como alternativa à<br />

governação. Sem ideias para<br />

sair da política de redondel de<br />

enriquecer os ricos e empobrecer<br />

os pobres, fica à espera do<br />

que a natureza lhe possa trazer<br />

para dar provas que existe. Tenta<br />

aproveitar o mar de chamas<br />

que se abateu sobre o país para<br />

sair à rua a gritar o que ela própria<br />

ajudou a criar ao longo de<br />

dezenas de anos de política de<br />

desertificação do interior e de<br />

entrega da floresta à ganância e<br />

apetite de alguns.<br />

É pena que Marcelo Rebelo de<br />

Sousa venha declarar, numa<br />

hora de dor e sofrimento (como<br />

se as populações tivessem sido<br />

abandonadas agora e intencionalmente),<br />

como se nunca tivesse<br />

sido responsável por um partido<br />

que tem estado no governo<br />

sozinho, ou com o PS ou com o<br />

CDS, que o Parlamento tem de<br />

decidir se continua a dar apoio<br />

ao Governo. Acredita o PR que o<br />

PS, ou o BE, ou o PCP, ou o PEV,<br />

vão derrubar o Governo? Devia<br />

esclarecer. Cristas foi a anterior<br />

ministra da Agricultura que para<br />

empobrecer o país acabou com<br />

os serviços florestais.<br />

Todos sabem, até no CDS, que<br />

com submarinos e com menos<br />

quotas de pescado não se combatem<br />

os incêndios.<br />

Se houvesse mais vergonha e se<br />

olhasse para a Austrália e para a<br />

Califórnia, talvez os “comentaristas”<br />

mais dados à defesa dos<br />

seus ideais pudessem refrear os<br />

seus ânimos e não puxassem as<br />

brasas às suas sardinhas. Brincar<br />

com o fogo queima.<br />

O autor escreve segundo o novo<br />

Acordo Ortográfico<br />

(*) Advogado -in publico.pt


22 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

Festival de Folclore do<br />

RanchoTerras de Portugal<br />

de Lucerna<br />

Trinta de Outubro 2017, um<br />

puro dia de Outono. Caíam as<br />

folhas suavemente, na bonita<br />

cidade de Kriens, onde o Rancho<br />

Terras de Portugal realizou<br />

o seu nono festival.<br />

Fomos todos recebidos com um<br />

delicioso jantar e uma diversidade<br />

de louvar, nas sobremesas<br />

que fizeram a tentação em cada<br />

um de nós.<br />

A sala tipicamente decorada e<br />

com um publico preste a aplaudir<br />

o que de mais genuíno se faz<br />

em termos de cultura popular,<br />

começou assim um serão animado<br />

e harmonioso.<br />

Entre Amigos, regiões e terras<br />

de Portugal a comunidade portuguesa<br />

teve a oportunidade de<br />

um ano mais, poder demonstrar<br />

a união, respeito e dedicação ás<br />

raízes populares do folclore.<br />

O serão abriu com os Bombos<br />

Sempre a Rufar de Lugano.<br />

Com o seu som forte, encheram<br />

a sala de entusiasmo. A<br />

actuação foi deslumbrante, demonstraram<br />

que a característica<br />

de serem muito atractivos é<br />

um facto bem real. Dizem dos<br />

Bombos que são um instrumento<br />

musical oriundo da Argentina<br />

e o que mais depressa se expandiu<br />

por geografia e culturas.<br />

O seu som pode ser ouvido até<br />

duas léguas.<br />

Logo a seguir tivemos o momento<br />

de ver e aplaudir o Rancho<br />

Folclórico os Amigos de<br />

Lausanne. Um rancho adulto já<br />

com onze anos e que este ano<br />

apresentam o rancho infantil,<br />

que dará seguimento num futuro<br />

próximo.<br />

Rancho Folclórico regiões de<br />

Portugal do Ticino, apresentou<br />

as suas danças de Norte a Sul<br />

de Portugal, passando pelos<br />

Açores e Madeira, com o típico<br />

bailinho da Madeira. Um rancho<br />

forte na animação e que vive o<br />

folclore intensamente. Puseram<br />

em palco a cena das vindimas e<br />

cada elemento usufruiu deste<br />

ritual tão bem preparado. O publico<br />

ficou encantado.<br />

O Rancho Terras de Portugal<br />

Luzerna que organizou o evento,<br />

subiu ao palco acompanhado<br />

de uma chuva de aplausos que<br />

enchem o coração. A cumplicidade<br />

em palco foi total e para<br />

os que estiveram mais atentos,<br />

puderam apreciar o momento<br />

inicial com uma coreografia<br />

mostrando uma desfolhada. Etnografia<br />

e folclore em perfeita<br />

simetria.<br />

Manuel Martins viveu um momento<br />

de muita emoção em<br />

palco, quando agradeceu o<br />

apoio que lhe é dado pela própria<br />

família. Certo, o ditado<br />

popular diz que, por detrás de<br />

um grande homem, há sempre<br />

uma grande mulher. Por detrás<br />

de uma mulher há sempre um<br />

grande homem e por detrás de<br />

nós existe uma comunidade que<br />

apoia, que luta e que procura<br />

manter as raízes, que os familiares<br />

geração após geração teima<br />

em transmitir. São um conjunto<br />

de factos, que fazem a união e<br />

que através destes festivais,<br />

podemos contemplar a fertilidade<br />

da nossa cultura<br />

Um amplo obrigada a todos os<br />

sponsores que contribuíram<br />

para este festival, pois sem o<br />

vosso apoio, nada seria possível.<br />

Um gigantesco reconhecimento<br />

a todos os que estiveram<br />

presentes e foram muitos, são<br />

vocês que nos dão força para<br />

continuar e acreditar que o<br />

nosso trabalho não é em vão.<br />

O Padre Aloísio representou a<br />

Comunidade Católica residente<br />

nas províncias, pelas quais é<br />

responsável.<br />

O som foi da responsabilidade<br />

do grupo musical Segura-te,<br />

vindo da Alemanha e que animou<br />

também com um grandioso<br />

baile o serão até ás duas da<br />

madrugada.<br />

O Rancho Terras de Portugal<br />

irá eleger nova direcção brevemente.<br />

De igual forma que,<br />

dia vinte e um de Outubro irão<br />

apagar as velas do décimo aniversário.<br />

Nós lá estaremos, não<br />

só pelo convívio, mas porque as<br />

cores da nossa bandeira, a língua<br />

de Camões e a nossa cultura<br />

merece ser homenageada.<br />

Dois mil e dezoito promete e<br />

quiçá se a nossa saúde permitir,<br />

nos voltaremos a juntar para<br />

transmitir a estas Terras de<br />

Portugal o nosso apresso.


COMUNIDADE<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

23<br />

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24 Lusitano<br />

ACTUALIDADE<br />

Família vendeu tudo para<br />

investir em “bitcoins”<br />

Por EFE<br />

<br />

A família Taihuttu vendeu tudo o que tinha<br />

para investir em bitcoins<br />

Uma família holandesa vendeu as suas propriedades,<br />

inclusive os brinquedos das três<br />

filhas, para investir todo o dinheiro na moeda<br />

virtual bitcoin e viver uma vida minimalista<br />

num parque de campismo em Venlo,<br />

no sudeste da Holanda, enquanto vê o seu<br />

capital aumentar.<br />

A bitcoin, alegadamente inventada por um<br />

japonês de pseudónimo Satoshi Nakamoto,<br />

é uma criptomoeda, criada a partir de um<br />

código de computador e que, quando foi<br />

lançada, em Fevereiro de 2009, valia poucos<br />

centavos de dólar.<br />

O valor da criptomoeda já ultrapassou os<br />

6100 dólares, mas está hoje cotada a 5727<br />

dólares – cerca de 4800 euros, segundo os<br />

dados do site de câmbio de moeda digital<br />

Bitstamp. O sistema permite transacções<br />

directas entre utilizadores, sem intermediários,<br />

que ficam registadas numa base de dados<br />

pública.<br />

A primeira vez que Didi Taihuttu ouviu falar<br />

da moeda virtual foi em 2012, quando “não<br />

fazia ideia” do que era nem onde iria chegar<br />

este sistema. “Comecei a pesquisar e achei<br />

interessante. Por curiosidade, comprei algumas<br />

bitcoins, vendi-os e pronto”, afirmou.<br />

Nem Didi nem a sua esposa, Romaine, imaginavam<br />

que as bitcoins seriam tão populares<br />

com o passar dos anos. “Apostamos nesta<br />

ideia com um duplo objectivo: ter uma vida<br />

simples e investir o nosso dinheiro em bitcoins,<br />

esperando que se multiplique”, explicou<br />

Didi Taihuttu à Agência EFE.<br />

Ao verificar o seu investimento um ano e<br />

meio depois de o ter iniciado, Didi apercebeu-se<br />

de que as moedas digitais são “a revolução<br />

do sistema monetário”. O dinheiro<br />

que adquiriu e transaccionou em 2013 “ganhou<br />

vários zeros”.<br />

Cansado de trabalhar muitas horas afastado<br />

da família e com receio de que o apego aos<br />

bens materiais matasse os sonhos das suas<br />

filhas, Didi conversou com Romaine e decidiram<br />

que os bitcoins eram “a oportunidade<br />

perfeita” para mudar de vida.<br />

Venderam a casa, a empresa, os três carros<br />

e uma mota. “Vendemos até as roupas que<br />

não usávamos, os brinquedos das meninas,<br />

todos os bens de luxo que tínhamos e investimos<br />

tudo em bitcoins“, afirmou o pai de<br />

família. No início, as filhas não entenderam<br />

mas “agora estão felizes com a nossa nova<br />

vida”, contou Didi.<br />

Segundo o instituto holandês Kantar TNS,<br />

cerca de 135 mil famílias do país têm bitcoins,<br />

o dobro em relação ao ano passado.<br />

Muitas pessoas investem uma pequena<br />

quantia: 43% das famílias não gastaram mais<br />

de 100 euros e mais de metade obteve “lucros<br />

modestos” do seu investimento.<br />

O especialista em criptografia Kijn Soeteman<br />

mostrou-se admirado com a decisão da<br />

família Taihuttu e afirmou à rede de rádio e<br />

televisão pública NOS que “ainda há muitos<br />

obstáculos técnicos que podem causar oscilações”<br />

na moeda digital.<br />

Didi, que relata seu dia a dia na página Yolo<br />

Familytravel, considera-se “um exemplo<br />

para outras pessoas que querem liberdade”<br />

e mostra a sua confiança nos bitcoins como<br />

a moeda do futuro.<br />

“Estamos cientes de que isto é uma aposta<br />

e podemos perder tudo. Seria um desastre<br />

porque investimos tudo o que tínhamos,<br />

mas poderemos sempre voltar à rotina de ter<br />

um salário e trabalhar”, explicou Didi.<br />

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OPINIÃO<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

25<br />

Juízes trogloditas<br />

desculpam a moca<br />

Por J ú l i o<br />

Os juízes Neto de Moura e Maria Luísa<br />

Arantes, do Tribunal da Relação do Porto,<br />

chumbaram o recurso contra uma<br />

sentença do Tribunal de Felgueiras que<br />

punia apenas com pena suspensa dois<br />

criminosos que sequestraram e agrediram<br />

gravemente uma mulher na cabeça<br />

e no corpo com uma moca de pregos.<br />

Quando da agressão, a vítima estava separada<br />

há quatro meses de um deles, o<br />

marido, a quem fora infiel, e tinha sido<br />

amante do outro durante um mês, após<br />

o que o tinha deixado também. Meses<br />

volvidos, e depois de repetidas ameaças<br />

de morte tanto por parte do marido<br />

como do ex-amante, os dois homens<br />

encontraram-se e resolveram em conjunto<br />

sequestrar a mulher e agredi-la<br />

com uma moca de pregos. O Tribunal de<br />

Felgueiras condenou os dois homens a<br />

prisão, mas com pena suspensa.<br />

No acórdão que negou provimento ao<br />

recurso, os juízes da Relação do Porto<br />

escreveram nomeadamente o seguinte:<br />

“Este caso está longe de ter a gravidade<br />

com que, geralmente, se apresentam os<br />

casos de maus tratos no quadro da violência<br />

doméstica. Por outro lado, a conduta<br />

do arguido ocorreu num contexto de<br />

adultério praticado pela assistente. Ora,<br />

o adultério da mulher é um gravíssimo<br />

atentado à honra e dignidade do homem.<br />

Sociedades existem em que a mulher<br />

adúltera é alvo de lapidação até à morte.<br />

Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera<br />

deve ser punida com a morte. Ainda<br />

não foi há muito tempo que a lei penal<br />

(Código Penal de 1886, artigo 372.º) punia<br />

com uma pena pouco mais que simbólica<br />

o homem que, achando sua mulher<br />

em adultério, nesse acto a matasse. Com<br />

estas referências pretende-se, apenas,<br />

acentuar que o adultério da mulher é uma<br />

conduta que a sociedade sempre condenou<br />

e condena fortemente (e são as mulheres<br />

honestas as primeiras a estigmatizar<br />

as adúlteras) e por isso vê com alguma<br />

compreensão a violência exercida pelo<br />

homem traído, vexado e humilhado pela<br />

mulher. Foi a deslealdade e a imoralidade<br />

sexual da assistente que fez o arguido X<br />

cair em profunda depressão e foi nesse<br />

estado depressivo e toldado pela revolta<br />

que praticou o acto de agressão, como<br />

bem se considerou na sentença recorrida.”<br />

(Pág. 19 do acórdão datado de 11 de<br />

Outubro de 2017, que se pode ler aqui<br />

http://bit.do/acordao).<br />

Isto passa-se em Portugal, não no Irão<br />

ou na Arábia Saudita, onde também se<br />

considera o adultério da mulher muito<br />

mais grave do que o do homem e onde<br />

“a sociedade” também “vê com alguma<br />

compreensão a violência exercida pelo<br />

homem traído”. A alusão dos juízes trogloditas<br />

à Bíblia também é curiosa, pois<br />

aludem veladamente ao Antigo Testamento<br />

e não ao Novo, onde a conversa<br />

é totalmente diferente, como é sabido<br />

(João 8, 1-11). E que dizer das saudades<br />

que os juízes do Porto têm do Código<br />

Penal de 1886? Será que também têm<br />

saudades das lapidações?<br />

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CRÓNICA<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

27<br />

A fogueira da sobrevivência<br />

ANTÓNIO M. RIBEIRO (UHF)<br />

SE EU FOSSE<br />

PM, NÃO USAVA<br />

A MINISTRA DO<br />

MAI COMO BODE<br />

EXPIATÓRIO, ISSO<br />

É O COSTUME<br />

QUE NADA<br />

ACRESCENTA.<br />

A imagem que ilustra esta reflexão pessoal pertence à edição do Público de ontem. Vale mais que mil palavras.<br />

Sou cada vez mais independente neste espectro político declarado. Não sou de esquerda, nem<br />

sou de direita, sou independente, pico o que acho justo; penso.<br />

Nestes tempos chamuscados, em que dezenas de pessoas morreram por tanta incúria, volto-<br />

-me para a ética da social-democracia nórdica, aquelas sociedades em que os eleitos visitam ao<br />

fim-de-semana o seu círculo eleitoral para ouvir os eleitores: os do governo vão de transporte<br />

público para os ministérios, ou de bicicleta, e nem sonham usufruir das viaturas que os impostos<br />

pagam para deslocações corriqueiras – ir para o trabalho. Aqueles deputados que partilham um<br />

apartamento na capital para tudo sair em conta, sem o devaneio da apropriação e do abuso.<br />

Se fosse governo o PSD que ganhou as últimas legislativas, Passos Coelho tinha sido fritado em<br />

azeite no seguimento da tragédia de Pedrógão. E ressuscitado no dia 15 de Outubro para voltar<br />

a ser queimado em auto de fé. Contudo.<br />

Ouvi as palavras do Presidente Marcelo. Finalmente. O capital social dos afectos – que enjoa<br />

alguns pensantes – iria servir um dia; serviu no dia 17 de Outubro. Em duas frases. Precisamos<br />

de ouvir um pedido de desculpa (às vítimas e à nação), e chegou o tempo da AR dizer se este<br />

governo tem condições para continuar a governar, disse.<br />

Se eu fosse PM, não usava a ministra do MAI como bode expiatório, isso é o costume que nada<br />

acrescenta.<br />

Se eu fosse PM interpretaria o coro da indignação da sociedade portuguesa e apresentava um<br />

pedido de demissão em bloco, propondo eleições antecipadas – esta AR não gera outra maioria.<br />

Voltava a candidatar-me e verifica se os portugueses confiavam em mim. Mas o BE e o PCP<br />

rejeitam este cenário, num momento de debilidade autárquica e proximidade ao poder.<br />

Se eu fosse PM aceitaria a avaliação dos portugueses nas urnas, aquém do arranjo parlamentar<br />

que ninguém antecipadamente votou.<br />

Coreografia e semântica triste à parte, no norte da Europa onde a social-democracia distribui riqueza<br />

e bem-estar, e por isso os migrantes a procuram abandonando o acolhimento português,<br />

qualquer político saberia tirar a devida lição do inferno que varreu Portugal, apesar do PIB, do<br />

sorriso do ministro das Finanças, do turismo que o terrorismo nos ofereceu e da nova bolha<br />

imobiliária. O serviço público exige ética e coragem, e a demissão em bloco seria um exemplo de<br />

nobreza política. Deixar aos portugueses (o povo) a escolha, a decisão democrática.


28 Lusitano<br />

OPINIÃO<br />

A piada que isto (não) tem<br />

ANTÓNIO M. RIBEIRO (UHF)<br />

Quando um sujeito está a convalescer<br />

vê mais televisão. Ontem<br />

corri os canais para perceber o que<br />

estava em causa na acusação do<br />

Processo Marquês e acabei por ouvir<br />

os explicadores profissionais do<br />

costume repetirem o costume a que<br />

as suas profissões obrigam – questão<br />

corporativa, paninhos quentes,<br />

como diz o povo que enche a boca<br />

da nossa classe política.<br />

Lembrei-me depois de um amigo<br />

que há uns anos me informou que se<br />

tinha reformado. Profissão: inspector<br />

da Polícia Judiciária, trabalhando<br />

nos delitos de colarinho branco.<br />

Com ele saíram uns quantos sem<br />

alarido. Motivo: desalento. Procurador-Geral<br />

da República em funções<br />

à altura: Dr. Pinto Monteiro.<br />

Falámos o possível, cumprindo a reserva<br />

do silêncio a que estava obrigado.<br />

Ainda lhe perguntei por que<br />

não escrevia um livro. “Não posso”,<br />

respondeu, leal a essa reserva.<br />

Depois recordei-me do processo<br />

Madoff, preso pelo FBI em 2008,<br />

julgado e condenado em 2009 –<br />

levou um ano. Nem tudo é mau na<br />

América, até porque o dinheiro e a<br />

confiança fazem parte do sistema e<br />

não podem parar.<br />

Recordo as notas explicativas dos<br />

doutos pensadores com escritório<br />

da praça sobre este mega-processo<br />

que abala (?) a nossa sociedade<br />

e vejo um pouco mais longe. O<br />

Processo Marquês é – finalmente<br />

– a exposição do monstro que a democracia<br />

retomada em 1974 criou,<br />

um emaranhado de possibilidades<br />

legais de uns quantos para dominarem<br />

a máquina – a teta – do Estado.<br />

É por isso que quando me agitam<br />

que é preciso mais Estado torço o<br />

nariz: na gamela do Estado até os<br />

mais empedernidos capitalistas se<br />

perfilam de mão estendida para<br />

uma benesse. Mexer um dedo custa<br />

dinheiro em Portugal, é o capitalismo<br />

de risco limitado.<br />

Os anos que este processo pode consumir<br />

tingem de vergonha um homem normal. Dez,<br />

doze anos, mais? Iremos assistir à coreografia<br />

dos advogados preparados para a dilação (legal)<br />

dos prazos. À fila interminável das testemunhas<br />

que entopem o processo. À amnésia<br />

súbita, selectiva e até aos óbitos de alguns<br />

intervenientes em idade avançada. O tango<br />

dos recursos virá no fim. Chamamos a isto<br />

justiça?<br />

A culpa está no legislador, nesta casta de<br />

deputados que entregou a coisa pública aos<br />

seus interesses tribais. Não há ligação de seriedade<br />

entre um eleito e um eleitor, há um<br />

processo, ponto final. Costumo dizer que o<br />

MFA devolveu-nos a democracia para legalizarmos<br />

a corrupção. Somos um país de espertos.<br />

Um dia, há conversa com um amigo francês<br />

que me ouvia zurzir na dormência da minha<br />

nação, expliquei-lhe que tínhamos tudo<br />

como os outros mas que nada funcionava.<br />

Portugal merece mais e melhor.<br />

A razão deste texto centra-se (também) na<br />

experiência vívida que levou um processo<br />

jurídico que me opôs a uma “stalker” entre<br />

2007 e 2012, e que será contado em livro no<br />

próximo ano. Ninguém tem de passar pelo<br />

que eu passei durante cinco anos de diatribes<br />

judiciais.<br />

Quando no ano passado três abutres do Facebook<br />

puseram em causa o meu bom nome<br />

e integridade moral, por causa do “affaire<br />

Avante”, movi três acções judiciais. Passado<br />

um ano continuo a aguardar o seu desenvolvimento<br />

dos processos. Uma justiça que não<br />

é célere só beneficia o infractor na trincheira<br />

de ser um presumível inocente até prova (estendida)<br />

em contrário.<br />

Não sou juíz, nem aceito julgamentos na praça<br />

pública, só exijo decência na causa pública,<br />

é o regime que está em causa e a forma<br />

que permite o assalto ao poder, esse poder<br />

de distribuir dinheiro mantendo a nação na<br />

tibieza de cresce/não cresce.<br />

Quando se afunda uma empresa com a força<br />

da PT, de valor financeiro e inovação tecnológica<br />

ímpares, como quem joga Monopólio,<br />

tudo está em causa. Os cidadãos, os contribuintes<br />

sob a densa carga dos impostos, devem<br />

exigir que a verdade conheça a luz do<br />

dia e ainda estejamos vivos para a desfrutar.


OPINIÃO<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

29<br />

Panama Papers:<br />

à terceira será de vez, Expresso?<br />

por João Mendes (*)<br />

Em menos de uma semana, os famosos<br />

papéis do Panamá regressaram ao Expresso.<br />

Estranhamente, ainda não foi<br />

desta que a igualmente famosa lista de<br />

jornalistas avençados pelo saco-azul do<br />

GES deu à costa. Ontem foi a vez de José<br />

Sócrates, o homem que está em todas,<br />

cujo nome, avança o Expresso, foi incluído<br />

no relatório da Comissão de Inquérito<br />

do Parlamento Europeu sobre os Panama<br />

Papers. De estranhar seria se não fosse,<br />

ou não tivessem sido eles, os papéis, o<br />

momento Eureka da Operação Marquês.<br />

No relatório do PE, um novo dado emerge:<br />

“o Grupo Espírito Santo subornou o<br />

antigo primeiro-ministro segundo as acusações<br />

do Ministério Público português”.<br />

Não sei quanto ao caro leitor, mas eu fui<br />

apanhado de surpresa. É que não estava<br />

mesmo nada à espera. O que eu estava<br />

à espera, mas continuarei a esperar sentado,<br />

que outra alternativa não me resta,<br />

era de conhecer a tal lista que não encontra<br />

maneira de dar o ar da sua graça. A<br />

lista dos mais de 100 jornalistas, subornados<br />

para sabe-se lá o quê, com uma quantidade<br />

considerável, porém indeterminada,<br />

de milhares de euros.<br />

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Enquanto a lista não chega, que<br />

eu sou um moço optimista que<br />

acredita que lá chegará o dia, vamo-nos<br />

contentando com estas informações<br />

bombásticas, que nunca<br />

deixam pedra sobre pedra, tão<br />

bombásticas como o efeito que se<br />

sentirá no dia em que ficarmos a<br />

saber quem são os jornalistas que<br />

se deixam corromper a troco da<br />

produção de informação por conta<br />

e medida de banqueiros criminosos,<br />

que a justiça de mãos besuntadas<br />

vai deixando escapar. Até lá<br />

temos o Sócrates, a Madonna e o<br />

Hugo Soares para nos mantermos<br />

entretidos. Pode ser que à terceira<br />

seja de vez.<br />

SEGUROS DA ZURICH.<br />

PARA TODOS QUE AMAM VERDADEIRAMENTE.<br />

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30 Lusitano<br />

CULINÁRIA<br />

Lombo com castanhas<br />

Ingredientes:<br />

1 lombo de porco com cerca de 1kg<br />

800 gr de castanhas congeladas<br />

500 gr de batatinhas para assar<br />

azeite<br />

1 copo de vinho branco<br />

sal<br />

1 colher de sopa de massa de pimentão<br />

1 caldo de carne<br />

alecrim<br />

1 dente de alho<br />

1 cebola<br />

Preparação:<br />

- Com umas horas de antecedência( ou no dia anterior)<br />

faça uma marinada para o lombo de porco.<br />

- Junte a massa de pimentão com o vinho branco e o alecrim<br />

e regue o lombo de porco.<br />

- No altura de fazer o lombo, coloque-o num tabuleiro<br />

de forno e regue com a<br />

marinada. Se necessário<br />

acrescente um pouco de<br />

água.<br />

- Tempere de sal, regue<br />

com um fio de azeite e<br />

junte o caldo knorr aos<br />

pedacinhos por todo o<br />

lombo e pelo tabuleiro.<br />

- Pique finamente o dente<br />

de alho e a cebola e espalhe<br />

pelo lombo e pelo<br />

tabuleiro também.<br />

- Leve o lombo a assar e<br />

vá regando com o molho.<br />

- Uns 15 minutos depois<br />

junte as batatinhas à volta<br />

do lombo e 10 minutos<br />

depois junte as castanhas. Regue bem com o molho ao<br />

longo da cozedura e deixe a carne, as batatas e as castanhas<br />

assarem bem.<br />

Vinho: quanto mais caro, mais gostamos<br />

Jornal dos Sabores<br />

<br />

O cérebro classifica um rótulo com<br />

preço mais elevado como sendo de<br />

melhor qualidade.<br />

A conclusão é de pesquisadores da<br />

Universidade de Bonn e da INSEAD<br />

Business School, na Alemanha, que<br />

anunciaram ter encontrado novas<br />

evidências de como partes do nosso<br />

cérebro tentam «enganar-nos» para<br />

pensar que um preço mais alto significa<br />

maior qualidade.<br />

<br />

Para chegar a este resultado os cientistas<br />

forneceram o mesmo vinho a<br />

12 voluntários, mostrando-lhes os<br />

preços: três euros, seis euros e depois<br />

18 euros. Durante a degustação,<br />

a actividade cerebral dos participantes<br />

foi monitorada por um tomógrafo<br />

de spin nuclear. Os 15 homens e<br />

15 mulheres na faixa de 30 anos receberam<br />

um orçamento de 45 euros<br />

para ser gasto com os vinhos.<br />

Cada um dos participantes recebeu<br />

então um mililitro de vinho através<br />

de tubos directamente nas suas<br />

bocas e, “como já esperávamos, os<br />

voluntários declararam que o vinho<br />

com o preço mais alto era melhor do<br />

que aquele que achavam ser o mais<br />

barato”, disse o professor Hilke Plassmann,<br />

da INSEAD Business School.<br />

Não ficou claro até que ponto as<br />

pessoas podiam treinar as suas papilas<br />

gustativas para reduzir o efeito<br />

dos impulsos cerebrais com base no<br />

preço. Mas o que o cientista tenta<br />

desvendar é se é possível treinar o<br />

sistema de recompensas no cérebro,<br />

para torná-lo menos receptivo a esses<br />

efeitos de marketing de placebo.<br />

Enólogos e escanções, por exemplo,<br />

submetem-se a ‘treinos’ para identificar<br />

muitos elementos técnicos<br />

diferentes num e pesquisas anteriores<br />

descobriram que estas categorias<br />

de profissionais desenvolveram<br />

uma área sensorial e de memória<br />

mais espessa nos seus cérebros em<br />

comparação com a generalidade dos<br />

consumidores. O que leva os pesquisadores<br />

a crer que o ‘treino’ realmente<br />

permite mais sobriedade nas<br />

percepções do palato, ainda que não<br />

esteja provado.<br />

Petrus, outrora apelidado<br />

de “segredo dos<br />

deuses”, um vinho<br />

francês de eleição da<br />

família Kennedy e da<br />

Rainha Isabel de Inglaterra,<br />

é hoje um dos<br />

mais caros no mundo.<br />

Custa 7.490,00 €<br />

Colaboração:<br />

Amílcar Malhó


SAÚDE<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

31<br />

UVA<br />

(Vitis vinifera)<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO<br />

PLANTAS MEDICINAIS<br />

UNHA DE GATO (Uncaria tomentosa):<br />

A unha-de-gato é usada contra artrite,<br />

reumatismo, herpes e gastrite. Algumas<br />

referências citam que os indígenas da região<br />

Amazônica utilizam a unha-de-gato há<br />

séculos, principalmente para tratar problemas<br />

gastrointestinais e como agente anti-<br />

-inflamatório. A unha-de-gato é considerada<br />

um poderoso anti-inflamatório natural,<br />

usada contra gripes e viroses. A planta é<br />

usada para fortalecer o sistema imunológico<br />

e também como recurso no tratamento<br />

de tumores. O chá de unha-de-gato, associado<br />

à outra erva - o uxi-amarelo - ficou<br />

conhecido por ser utilizado no tratamento<br />

de miomas do útero.<br />

URTIGA (Urtica dioica): Utilizada no<br />

passado na indústria têxtil, foi descoberta<br />

como medicamento no início do século<br />

20. De ação vasocostritora e depurativa,<br />

a urtiga é revitalizante, hipoglicemiante e<br />

tônico capilar. Ajuda a melhorar a circulação<br />

sanguínea. Pode provocar irritações<br />

na pele ao contato. Não é recomendável<br />

utilizar as sementes.<br />

UVA (Vitis vinifera): Uma das fontes mais<br />

ricas de bioflavonóides ativos, chamados<br />

“proantocianidinas”, que são compostos<br />

vasoativos com comprovada ação antioxidante<br />

e de protecção das células contra os<br />

radicais livres. Além disso, as proantocianidinas<br />

apresentam uma afinidade particular<br />

com o colágeno, proteína essencial na<br />

formação dos tecidos conjuntivos, especialmente<br />

na pele, tendões, ligamentos e<br />

cartilagens, assim como na parede interna<br />

dos vasos sanguíneos. Atua principalmente<br />

como antioxidante, sendo indicado para<br />

a proteção das células contra os radicais<br />

livres, auxiliando na redução do colesterol,<br />

prevenindo a aterosclerose, os distúrbios<br />

circulatórios e o desenvolvimento de<br />

doenças cardiovasculares. O antioxidante<br />

no extrato de semente de uva trabalha<br />

para ajudar a controlar danos celulares,<br />

buscando neutralizar mutações dentro dos<br />

materiais genéricos das células que podem<br />

gerar a formação de tumores. A semente<br />

de uva também é rica em carboidratos, vitaminas<br />

do Complexo B e Vitamina C.<br />

UVA URSI (Arctostaphylos urva ursi):<br />

Também conhecida como uva ursina. Em<br />

razão da presença da hidroquinona que<br />

tem propriedades antibacterianas, anti-<br />

-séptica e antibiótica, é indicada em casos<br />

de inflamações renais e diarréias. Os<br />

nativos americanos combinavam as folhas<br />

secas de uva-ursi com folhas de tabaco e<br />

fumavam-nas como narcóticos ou para<br />

acalmar dores de cabeça. Era habitual ainda<br />

prepararem tônicos e infusões diuréticas<br />

para tratamento de infecções nas vias<br />

urinárias, doenças venéreas, dores de costas,<br />

e excesso de peso. Não se recomenda<br />

usar na gravidez ou lactação.<br />

UXI AMARELO (Endopleura uchi):<br />

Usado popularmente contra miomas uterinos,<br />

irregularidade menstrual, ovários<br />

policísticos, infeccões urinárias. O chá de<br />

uxi-amarelo, associado à outra erva - a<br />

unha-de-gato - ficou conhecido por ser<br />

utilizado no tratamento de miomas do útero<br />

VALERIANA (Valeriana officinalis): É<br />

uma planta de história milenar usada contra<br />

ansiedade, angústia, leves desequilíbrios<br />

do sistema nervoso, esgotamento e<br />

insônia. É especialmente útil para pessoas<br />

hiperativas que não conseguem relaxar. A<br />

medicina popular utiliza esta planta como<br />

um sedativo natural em situações e stress<br />

e nervosismo, por suas propriedades relaxantes<br />

e calmantes. Usada popularmente<br />

para atenuar a irritabilidade nervosa, a<br />

ansiedade e a cefaléia de origem nervosa.<br />

ATENÇÃO:<br />

Estas informações são meramente informativas<br />

e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />

curar ou prevenir qualquer doença e muito menos<br />

substituir cuidados médicos adequados.<br />

COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO


32 Lusitano<br />

NEUROCIÊNCIA<br />

VOCÊ SABE O QUE É<br />

O “envelhecimento nulo”?<br />

NELSON LIMA (*)<br />

Diferentemente do envelhecimento dito normal<br />

(há vários tipos de envelhecimento), o “envelhecimento<br />

nulo” é o que se verifica em algumas espécies<br />

animais em que, apesar do aumento constante<br />

da idade, não revelam sinais de envelhecer.<br />

Não são imortais mas a a sua taxa de mortalidade<br />

não aumenta com a idade, não perdem a capacidade<br />

reprodutiva e até são capazes de regenerar<br />

por completo as suas células somáticas (células<br />

responsáveis pela formação de tecidos e órgãos).<br />

No ser humano, o “envelhecimento nulo” não<br />

existe. Mas a chamada “engenharia do envelhecimento<br />

e da longevidade” está procurando<br />

conhecer o processo na esperança de recolher conhecimentos que possam, no<br />

mínimo, nos ajudar a ter um envelhecimento saudável e mais lento.<br />

Alguns tipos de animais marinhos são beneficiados pelo “envelhecimento nulo”.<br />

Em 2006 foi capturado um no Ártico que se verificou ter 507 anos de vida. Algumas<br />

aves também apresentam o mesmo fenómeno, o qual está ainda em fase<br />

de pesquisa.<br />

Restos de um passado em fim de vida ou um mundo que desconhecemos?<br />

O processo<br />

do envelhecimento<br />

A terceira idade prepara-se antes de lá chegarmos!<br />

Os valores que indico abaixo, e que foram informados<br />

pela Escola de Medicina da Universidade<br />

do Michigan (Estados Unidos), é uma aproximação<br />

da realidade que se verifica atualmente no<br />

“estilo de vida ocidental”.<br />

Aproximadamente 75% das pessoas com mais de<br />

75 anos limitam as suas atividades devido a alguma<br />

deficiência funcional; 40% experimentam<br />

alguma atividade restrita por, pelo menos, dois<br />

meses consecutivos.<br />

Quase 50% dos pessoas de 85 anos ou mais precisam<br />

de assistência em uma ou mais atividades<br />

íntimas (tomar banho, vestir-se, etc). E até 25%<br />

dos adultos seniores têm pelo menos uma dificuldade<br />

nas chamadas atividades funcionais (como<br />

conduzir, usar telefone, etc.).<br />

Isto significa que há uma perda significativa da<br />

capacidade de se auto-governar por força do envelhecimento<br />

(que pode ser “normal” ou “patológico”,<br />

dependendo da gravidade dos problemas).<br />

Foto: maus hábitos alimentares vão acelerar o envelhecimento patológico.<br />

É necessário alterar esta situação até onde for possível visto que muitas incapacidades<br />

que aparecem na chamada “velhice” é consequência de estilos de<br />

vida não saudáveis que se prolongam durante décadas, a começar logo na infância.<br />

Daí a importância crescente da medicina preventiva e da necessidade dos idosos<br />

não se acomodarem a “zonas de conforto” e “tempos de conforto” justificados<br />

com a desculpa da idade.<br />

Obviamente que nem todos os idosos são capazes por outras razões. Mas torna-se<br />

necessário rever muitos conceitos e mitos sobre o envelhecimento.<br />

(*)<br />

Seniors Rock UK<br />

Poole, Inglaterra<br />

Senior Researcher (Conselho Científico)<br />

Universidade do Futuro / UNIFUTURO


OPINIÃO<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

Nenhuma árvore arde sozinha.<br />

33<br />

Que gente é<br />

esta?<br />

Pedro Barroso<br />

PEDRO BARROSO<br />

Após séculos de luta intermitente,<br />

sempre normalmente afogada<br />

por violenta invasão espanhola,<br />

depois de ter tido um dos primeiros<br />

“parlamentos” da Europa<br />

no séc XIII; depois de luta quase<br />

colateral com a nossa guerra da<br />

Restauração em 1640 e anos sequentes;<br />

depois do massacre dos<br />

ceifeiros em 1714 ( concluindo a<br />

Gª da Sucessão) e vários séculos<br />

de luta sempre surda, calcada e<br />

latente, hoje a Generalitat (governo<br />

catalão democraticamente<br />

eleito e representativo do<br />

povo catalão, quer se queira admitir<br />

ou não...) declarou histórica<br />

e talvez temerariamente, a independência<br />

da Catalunya!<br />

Óbvio que isto vai abrir um período<br />

de enorme discussão politica,<br />

tensão e agressividade. A<br />

dura e antiga Espanha monárquica<br />

- de Isabel a católica, inquisitorial,<br />

castrense, de Francos, de<br />

Bourbons e Rajoys ...- vai invocar<br />

a “constituição” - a deles claro! ...<br />

E vai eventualmente, uma vez<br />

mais, invadir e esmagar as ambições<br />

dos que neste momento,<br />

cantam e celebram pelas ruas do<br />

novo e talvez efémero novo país.<br />

Que tem indubitavelmente, uma<br />

identidade nacional fundada em<br />

séculos de diferença, cultura<br />

própria e de conceito - até na opção<br />

republicana.<br />

Catalunha -<br />

A hora da<br />

brevidade?<br />

Ora bem, há na Catalunha muitos<br />

que concordam e muitos que<br />

la vivem e têm medo do que se<br />

vai seguir e até serão integracionistas.<br />

A Catalunha independente<br />

teria de ser a pátria de todos.<br />

Até porque as ratazanas do capital<br />

já fugiram apressadamente e<br />

abandonaram a barca...<br />

Ao presenciar esta disputa extremada<br />

e decisiva citaria neste<br />

momento - com um sorriso de<br />

país velho, de quase milénio, q<br />

ja somos...- uma célebre frase de<br />

Dª Luíza de Gusmão - que por<br />

sinal era espanhola...- ao incentivar<br />

ardorosamente o marido a<br />

aceitar ser rei.<br />

-”Vale mais ser Rainha uma hora<br />

do que duquesa toda a vida!”<br />

A ver vamos no q vai dar esta temerária<br />

e corajosa atitude catalã.<br />

E a hora de coragem começou<br />

agora mesmo.<br />

Resta aguardar pela reacção de<br />

Castela... Tentando acabar com a<br />

hora de alegria - ainda q precária,<br />

arriscada e provisória - q os catalães<br />

q sempre a sonharam estão<br />

a viver.<br />

Por mim, que fiz a “Fuenteovejuna”,<br />

de Lope de Vega em tempos<br />

bem difíceis, só posso ter uma<br />

opinião. Quem viu e ainda lembra<br />

essa peça, ou ler a obra, facilmente<br />

a adivinha.<br />

Emoção intensa. Abraços, hinos<br />

e gritos. Mas inquietação também.<br />

Muita.<br />

Terrorismo nacional pela via incendiária.<br />

É um problema de Estado. Os invasores<br />

e agressores não são mais, como<br />

nos ensinavam na escola, as hordas de<br />

Mouros, os exércitos de Castela e as armadas<br />

turcas.<br />

O mundo mudou. As agressões<br />

também.<br />

Hoje seja pelo terrorismo<br />

externo disseminado pela<br />

Europa fora, seja pelas mentalidades<br />

retrogradas em<br />

que o inimigo vive interno<br />

e ao nosso lado, o combate<br />

das Forças Armadas tem de<br />

mudar agulhas.<br />

Isto é, são necessários caças,<br />

helicópteros de salvamento,<br />

corvetas de vigilância,<br />

- sim: mas revelam-se<br />

ainda mais necessários e<br />

úteis aviões apetrechados<br />

para esta guerra de combate<br />

aos incêndios, Muitos.<br />

Esquadrilhas deles. Evitando<br />

a contratação civil.<br />

É necessária a Policia e GNR<br />

(?) para protecção de pessoas,<br />

ruas e cidades, campos<br />

e aldeias - sim; mas também<br />

força significativa de sapadores<br />

altamente instruídos<br />

para funções de protecção<br />

eficaz nestas situações em<br />

que os corpos existentes de<br />

vigilância e combate são nitidamente<br />

insuficientes ou<br />

estão sempre mal distribuídos<br />

quando toca a rebate.<br />

São necessários Sef’s, Goes,<br />

etc homens com preparação<br />

militar para a defesa do<br />

território e fronteiras, são;<br />

mas não menos necessários<br />

elementos para integrar um<br />

Corpo nacional altamente<br />

especializado em fogo florestal<br />

e urbano.<br />

Serão necessários ainda<br />

chaimites, - bem, eu disso<br />

não sei nada, mas ok; contudo,<br />

parecem muito necessárias<br />

unidades auto-tanques,<br />

carros de ataque rápido, batalhões<br />

activos em estado<br />

de prontidão permanente.<br />

Não há defesos por calendário.<br />

Também aí o mundo<br />

mudou. Não há uma época<br />

de fogos e outra de inundações<br />

etc. Tem de haver um<br />

país preparado para tratar<br />

de si mesmo, sem ajudas<br />

externas. Capaz de reagir<br />

rápido, construir essas forças<br />

“hoje, já, agora” e mudar<br />

muita coisa<br />

Eles existem. São sacanas e<br />

loucos. O inimigo mudou de<br />

face.<br />

Circulam por aí, babados de<br />

clandestinidade lançando<br />

a morte e o caos... Há momentos<br />

que me preocupa<br />

saber que posso cruzar-me<br />

na rua com muitos desses<br />

milhares de mentecaptos,<br />

criminosos dissimulados e<br />

sem desculpa.<br />

Nenhuma árvore arde sozinha.<br />

Que gente é esta? Que<br />

jogos imensos de loucura,<br />

vingança, negócio escuro ou<br />

oportunismo estão por trás<br />

de tudo isto?<br />

Que país estranho e delirante.<br />

A guerra está dentro de<br />

nós. Que susto é termos de<br />

viver assim.


34 Lusitano<br />

TECNOLOGIA<br />

Saiba quem lhe liga<br />

JOANA ARAÚJO (*)<br />

Truques e<br />

dicas do<br />

Google<br />

Histórico<br />

de pesquisa<br />

O Histórico da Web disponibiliza<br />

um registo dos<br />

Websites visitados.<br />

Experimente-o:<br />

www.google.com/history<br />

Pesquisar com<br />

uma expressão<br />

exacta<br />

Coloque aspas antes e<br />

depois de “[qualquer palavra]”<br />

para pesquisar uma<br />

expressão exacta numa<br />

ordem exacta. Tenha em<br />

atenção que a pesquisa<br />

com aspas poderá excluir<br />

resultados relevantes. Por<br />

exemplo, a pesquisa “Alexandre<br />

Araújo” não encontrará<br />

as páginas que façam<br />

referência a Alexandre de<br />

Araújo.<br />

Pesquisar por tipo<br />

de ficheiro<br />

Pesquise por tipos de ficheiro<br />

específicos, tais<br />

como PDFs, PPTs ou XLS,<br />

adicionando filetype: e as<br />

3 letras da extensão do ficheiro.<br />

Existem muitos aplicativos que nos ajudam<br />

a resolver o problema das chamadas de números<br />

desconhecidos, que nos indicam quem<br />

nos está a ligar. Apresentamos de seguida<br />

uma lista de alguns os quais esperamos o ajudem<br />

a livrar-se dos números desconhecidos.<br />

Trap Call<br />

http://bit.do/Trap-Call<br />

http://bit.do/Apple_ios<br />

Contactive<br />

http://bit.do/para_android<br />

Caller ID & Block<br />

http://bit.do/dRAXf<br />

Sync.ME – Caller ID & Block<br />

http://bit.do/dRAXj<br />

Ultimate Caller ID Screen Pro<br />

http://bit.do/dRAXo<br />

Contacts +<br />

http://bit.do/dRAXr<br />

RocketDial Dialer & Contacts<br />

http://bit.do/dRAXx<br />

Hiya - Caller ID & Block<br />

http://bit.do/dRAXE<br />

Full Screen Caller ID - BIG!<br />

http://bit.do/dRAXK<br />

Ultimate Caller ID Screen HD<br />

http://bit.do/dRAXS<br />

Truecaller - Caller ID & Block<br />

http://bit.do/dRAXX<br />

O smartphone mais<br />

rápido do mundo<br />

Os vencedores de Setembro são da família Apple.<br />

Os criadores do aplicativo AnTuTu projectado<br />

para estudar o desempenho de dispositivos<br />

móveis, apresentou a classificação do “mais<br />

forte” smartphone do mês de Setembro.<br />

Antutu Report: Global Top 10 Best Performance<br />

Smartphones, September 2017<br />

A lista de Agosto foi liderada pelo OnePlus e<br />

pelo HTC U11 mas um mês depois, as primeiras<br />

posições foram ocupadas por novos telefones<br />

da Apple: o iPhone 8 Plus e o iPhone 8.<br />

Ambos os dispositivos obtiveram a classificação<br />

de 217.000 e 209.000 pontos, respectivamente,<br />

na lista de AnTuTu.<br />

A lista completa pode ser vista aqui: http://bit.<br />

do/melhores<br />

O aplicativo para verificar a classificação do<br />

seu equipamento pode ser obtido gratuitamente<br />

aqui: http://bit.do/aplicacao_android e<br />

aqui: http://bit.do/maca_ios<br />

<br />

<br />

com Agências


HORÓSCOPO<br />

<strong>Novembro</strong> 2014 Horóscopo<br />

Lusitano <strong>Novembro</strong> de Zurique– 2017 35 35<br />

<strong>Novembro</strong> 2014 Horóscopo<br />

Lusitano de Zurique– 35<br />

CARNEIRO - <strong>Novembro</strong> será<br />

para você um mês gerador de<br />

energias profundas. Na verdade,<br />

o quadrante de Marte em<br />

seu signo apoia o quadrante de<br />

Plutão e vai gerar circunstâncias<br />

que levam você a agir de maneira<br />

radical e até mesmo cortante.<br />

Sua emotividade parecerá reduzida,<br />

ao passo que você irá simplesmente<br />

escutá-la menos. Os<br />

influxos de Vénus em quincôncio<br />

com seu signo fazem com<br />

que você se distancie de seus<br />

sentimentos. É preciso ficar de<br />

olho para não favorecer sua vida<br />

profissional em detrimento da<br />

vida a dois ou em família, pois<br />

isso pode levar você a sabotar<br />

os esforços produzidos no último<br />

mês de Agosto.<br />

GÉMEOS - A oposição do Sol<br />

este mês fará com que você<br />

encontre pessoas realmente<br />

diferentes das que você convive<br />

normalmente, o que vai abrir<br />

seus horizontes de maneira<br />

radical. Essas influências vão<br />

despertar em você novas ideias<br />

que vão arejar seu quotidiano<br />

e também impulsionar a construção<br />

de novos projectos. A<br />

partir do dia 17, os aspectos de<br />

Mercúrio suscitam a vontade de<br />

partir e se desvincular de alguns<br />

hábitos, às vezes até de maneira<br />

espectacular. Tenha tacto com<br />

os seus familiares próximos, a<br />

embriaguez de sua vida social<br />

não será do agrado de todos do<br />

seu clã. .<br />

LEÃO - Este <strong>Novembro</strong> será feito<br />

de sucesso e de vitórias que,<br />

pequenas ou grandes, vão-lhe<br />

ajudar a estabilizar seus projectos.<br />

Etapas anteriores serão<br />

concluídas e lhe mostrarão seus<br />

objectivos mais de perto. O optimismo<br />

aumenta e abre todas<br />

as grandes portas em sua vida<br />

social para novas relações, extremamente<br />

férteis em possibilidades<br />

de futuro. É especialmente<br />

a partir do dia 17 que você irá<br />

viver uma renovação de trocas<br />

que mudarão suas actividades<br />

habituais de maneira agradável.<br />

Sua vida familiar se mostra serena,<br />

sem grandes mudanças, diferente<br />

da sua vida social e com<br />

amigos, que vai inevitavelmente<br />

ficar apimentada.<br />

BALANÇA - Sua vida vai assumir<br />

um desenrolar positivo neste<br />

mês se você aceitar avançar<br />

rumo ao desconhecido, ao inédito<br />

e ao estrangeiro, no sentido<br />

amplo do termo. Os influxos de<br />

Marte em quadrante com seu<br />

signo vão aprimorar suas fantasias,<br />

o que permitirá a você se<br />

destacar, sair da casinha, especialmente<br />

no âmbito social.<br />

Apesar disso, evite ser muito<br />

zeloso, principalmente com<br />

seus chefes, o que lhe aguarda<br />

é o inesperado se você se deixar<br />

levar por gracejos que incomodam<br />

autoridades externas.<br />

Atenção também em família<br />

para manter seu senso de tacto<br />

e compromisso para evitar discórdias,<br />

avance com calma! .<br />

SAGITÁRIO - <strong>Novembro</strong> será<br />

para você sinónimo de facilidade<br />

nas percepções, de introspecção<br />

e de balanços que irão<br />

clarear sua visão de futuro. Os<br />

influxos de Marte na sua Casa<br />

dois simbólica vão estimular<br />

suas ambições e proporcionar<br />

ousadias férteis para assentar<br />

sua situação material e financeira<br />

de maneira mais sólida. Você<br />

terá a resiliência de utilizar seus<br />

recursos interiores para transformá-los<br />

em dinheiro vivo ou<br />

para realizar economias substanciais.<br />

Sua vida sentimental<br />

estará agitada durante as duas<br />

primeiras semanas. Em seguida,<br />

você corre o risco de estar um<br />

pouco dominador com seu parceiro,<br />

exigindo muito.<br />

AQUÁRIO - O mês de <strong>Novembro</strong><br />

levará você a acções radicais,<br />

sobretudo durante as três<br />

primeiras semanas. Os influxos<br />

do Sol em quadrante com sua<br />

constelação reforçam o quadrante<br />

de Saturno, o que provoca<br />

riscos de tensões. Sua<br />

maneira de se expressar geralmente<br />

parece não ter apelo, o<br />

que pode ser a fonte de reacções<br />

enérgicas com seus interlocutores.<br />

Sua vida profissional<br />

lhe parecerá arrastada no dia-a-<br />

-dia. Você irá se interessar por<br />

novos projectos e, neste mês,<br />

sua curiosidade será a fonte do<br />

sucesso para o próximo outono.<br />

Proteja-se de tormentas emocionais<br />

que relembram as limitações<br />

do passado, e aproveite<br />

esse vento de liberdade que a<br />

favorece<br />

TOURO - O trânsito do Sol em<br />

oposição a seu signo permite<br />

que você se afaste um pouco de<br />

seus projectos, reduza a dedicação<br />

do quotidiano a detalhes<br />

e se lance com mais facilidade<br />

rumo às alturas que permitem<br />

uma verdadeira reflexão de<br />

base. Mas o trânsito de Vénus<br />

em sua constelação vai dar um<br />

gás positivo em sua vida afectiva<br />

e trazer emoções fortes! A<br />

oposição de Saturno, no entanto,<br />

pode levar você a cometer<br />

excessos que não devem ser<br />

confundidos com paixão. Sua<br />

vida financeira vai passar por<br />

uma onda de sorte que se traduzirá<br />

na facilidade de conseguir<br />

bons contactos, desvendar<br />

bons negócios.<br />

CARANGUEJO - Neste mês,<br />

você deverá ajudar e acompanhar<br />

alguns conhecidos em mudanças<br />

necessárias para a evolução<br />

deles. Isso talvez tenha<br />

o impacto de lhe fazer apreciar<br />

ainda mais a estabilidade de sua<br />

vida, mesmo que, no momento,<br />

ela seja só relativa. Os influxos<br />

de Marte em quincôncio com<br />

seu signo a partir de 17 de <strong>Novembro</strong><br />

lhe colocam totalmente<br />

disponível para aproveitar os<br />

prazeres da vida em todos os<br />

aspectos, com alguma imprudência.<br />

Uma tendência a faltar<br />

com o rigor se anuncia, mas<br />

desde que você continue a seguir<br />

suas prioridades, seu bem-<br />

-estar fundamental pode ser<br />

cumprido com facilidade.<br />

VIRGEM - Os influxos de Marte<br />

em sextil com seu signo durante<br />

as duas primeiras semanas do<br />

mês vão electrizar suas energias<br />

e fortalecer sua perseverança<br />

psíquica. O reforço de Mercúrio<br />

em sextil, ligado a Saturno,<br />

põe você em confronto com situações<br />

que permitirão colocar<br />

seus talentos em prática e estabilizar<br />

sua vida profissional. Sua<br />

criatividade será positivamente<br />

abastecida por sua curiosidade<br />

intelectual, mas tome cuidado<br />

para não se jogar sem amarras<br />

em envolvimentos ou decisões<br />

muito precipitados para isso.<br />

Sua vida sentimental vai ganhar<br />

em intensidade, ao passo que<br />

suas necessidades e exigências<br />

irão aumentar.<br />

ESCORPIÃO - Este mês de <strong>Novembro</strong><br />

irá trazer-lhe uma onda<br />

de sorte importante no domínio<br />

das finanças e, por extensão<br />

disso, também na sua vida íntima.<br />

Você saberá aproveitar as<br />

oportunidades com rapidez e se<br />

cercar de pessoas com quem<br />

tem profunda complementaridade,<br />

para com elas talvez florescer<br />

projectos até mesmo de<br />

grande envergadura. O Sol em<br />

conjunção com seu signo reaquece<br />

seus ideais e afasta a<br />

austeridade de Saturno, o que<br />

traz a leveza psíquica e ainda<br />

ajuda a restaurar de maneira<br />

saudável o seu optimismo. Em<br />

termos de relações, neste mês<br />

sua vida será ainda mais marcada<br />

por pessoas mais jovens do<br />

que você.<br />

CAPRICÓRNIO - Os influxos<br />

planetários deste mês de <strong>Novembro</strong><br />

vão impulsionar seu<br />

senso filosófico. Na verdade, os<br />

influxos de Saturno, seu planeta<br />

regente, em conjunção com o<br />

Sol, vão permitir a identificação<br />

de todas as falhas, no sentido<br />

mais amplo, para ter um melhor<br />

avanço na direcção de seus<br />

projectos. Vénus em trânsito<br />

na sua Casa doze lhe confere o<br />

prazer de doar-se na área afectiva.<br />

Será fundamental canalizar<br />

essa tendência com algumas<br />

precauções, e principalmente<br />

vivê-las com pessoas dignas de<br />

confiança.<br />

PEIXES - Este mês de <strong>Novembro</strong><br />

será efervescente, rico em<br />

novas possibilidades de vida.<br />

Não hesite em lançar um projecto<br />

novo ou se candidatar<br />

caso haja uma possibilidade de<br />

promoção, pois você tem todas<br />

as chances de se dar bem<br />

e encontrar pessoas receptivas.<br />

Você estará com uma tendência<br />

a se irritar com facilidade devido<br />

às influências de Marte em sextil<br />

com seu signo, o que reaviva<br />

Neptuno em trânsito na mesma<br />

constelação. Você precisará<br />

de temperança para não tomar<br />

seus desejos por realidade ou<br />

não sacudir os processos naturais<br />

de maturação dos vínculos<br />

afectivos, mas também dos<br />

vínculos sociais que reclamam<br />

com virtuosidade, apesar de<br />

tudo.<br />

Coordenação: Joana Araújo<br />

RECOLHA: JOANA ARAÚJO


36 Lusitano<br />

HUMOR<br />

Quem não sabe rir, não sabe viver<br />

Curtas<br />

“Será que um amendoim num copo<br />

de água continua a ser um fruto<br />

seco?”<br />

Sabem onde as cobras almoçam?<br />

-No snake bar.<br />

Um homem quis suicidar-se e atirou-se<br />

de uma ponte. Mas o cabelo<br />

não caiu com o resto do corpo.<br />

Porque?<br />

– Tinha usado champô contra a<br />

queda de cabelo..<br />

Lês a bíblia?<br />

– MakeleLÊ<br />

Sabem da última?<br />

– Ainda não chegou<br />

Onde é que as células vêm televisão?<br />

– No citoplasma.<br />

– Alô! A minha sogra quer atirar-se<br />

pela janela!<br />

– Enganou-se no número… aqui é<br />

duma carpintaria!<br />

– Eu sei,.. mas é que a janela não<br />

abre!<br />

Sabem o que chama um gay a um<br />

nadador salvador?<br />

– Delicia do mar.<br />

Como é que se chama elevador na<br />

china?<br />

– Fácil…carregas no botão<br />

A Soraia faz fechaduras.<br />

– A Diana Chaves.<br />

O Armando toca bateria.<br />

– O Sáviola.<br />

Sabem quando é que os americanos comeram<br />

carne pela primeira vez?<br />

– Foi quando lá chegou o Cristovão Colombo<br />

Porque é que o anão atravessa a estrada<br />

a correr?<br />

– Para tomar balanço para subir o passeio!<br />

Vendem camisas de noite?<br />

– Não, de noite estamos fechados!<br />

No hospital, diz o médico:<br />

– O senhor é o dador de sangue?<br />

– Não, eu sou o da dor de cabeça!<br />

O que é um ponto vermelho a saltar de<br />

árvore em árvore?<br />

– É um morangotango!<br />

Mãe, estou farto de brincar com a avó!<br />

– Oh filho, então guarda os ossos dentro<br />

da caixa!<br />

Quando é que uma abelha morre electrocutada?<br />

– Quando pousa numa flor rosa-choque.<br />

Fui jantar a um restaurante com a minha<br />

mulher…e este estava completamente<br />

cheio.<br />

Reparei que todas a mesas estavam ocupadas<br />

só por casais…<br />

Peguei no telemóvel e fiz um telefonema<br />

em voz alta:<br />

- “Meu amigo, a tua mulher está aqui no restaurante<br />

com outro homem, se fosse a ti….vinha<br />

ver !!!”<br />

Bom...cinco senhoras saíram a correr.....duas<br />

desmaiaram!Resumindo:- SETE Mesas livres !!!<br />

Uns lisboetas de viagem ao Alentejo vêem um<br />

alentejano junto a uma paragem de autocarro e,<br />

tentando entrar no gozo, perguntam:<br />

- Comadres, a que horas chega aqui o autocarro<br />

da Rodoviária?<br />

- A gente aqui na chama Rodoviária, é cameneta<br />

da carrera! - Mas compadre, a Rodoviária é a<br />

transportadora nacional! - Já lhe disse, a gente<br />

aqui chama cameneta da carrera! Já irritado,<br />

o lisboeta vira-se e pergunta: - E como é que<br />

chamam aos filhos da p….? - A gente aqui nã os<br />

chama, eles vem cá teri!<br />

Estavam dois alentejanos encostados a um chaparro,<br />

um deles volta-se para o outro e pergunta:<br />

- Compadre, eu tenho a braguilha aberta?<br />

O outro responde: - Não, Compadre, não<br />

tem. Responde o primeiro: - Nã faz mal, então<br />

mijo amanhã!<br />

Passos Coelho antes de entrar na vida política<br />

ainda tentou ir para Padre. Infelizmente reprovou<br />

no exame final. Chateado com a nota, foi pedir<br />

explicações ao professor que o reprovou, que<br />

era um Bispo de Braga.<br />

Responde-lhe então o professor/Bispo:<br />

- Ó Sr. Pedro, lá que você diga que as Encíclicas<br />

são bicicletas de duas rodas, tudo bem; que as<br />

Epístolas são as mulheres dos Apóstolos, vá lá<br />

que não vá... mas afirmar que os Anos Santos<br />

são os c*s dos Padres…, sinceramente. Está reprovado!<br />

Datas Comemorativas de 2017<br />

01 QUA Dia de Todos os Santos<br />

01 QUA Dia Mundial do Veganismo<br />

01 QUA Dia de Pão por Deus<br />

01 QUA Dia de Consciencialização do Stress<br />

02 QUI Dia da Igualdade Salarial<br />

02 QUI Dia Europeu pela Igualdade Salarial<br />

02 QUI Dia Int. pelo Fim da Impunidade dos<br />

Crimes contra Jornalistas<br />

03 SEX Dia da Sanduíche<br />

03 SEX Dia da Dona de Casa<br />

05 DOM Dia Mundial do Cinema<br />

06 SEG Dia do Saxofonista<br />

07 TER Dia Internacional da Preguiça<br />

09 QUI Dia Int. Contra o Fascismo<br />

10 SEX Dia Mundial da Ciência pela Paz<br />

10 SEX Dia Mundial da Bolota<br />

11 SÁB Dia de São Martinho<br />

11 SÁB Dia do Armistício<br />

12 DOM Dia Mundial da Pneumonia<br />

13 SEG Dia Mundial da Bondade<br />

13 SEG Dia Mundial do Órfão<br />

14 TER Dia Mundial da Diabetes<br />

15 QUA Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa<br />

15 QUA Dia do Escritor Preso<br />

16 QUI Dia Internacional da Tolerância<br />

NOVEMBRO<br />

16 QUI Dia Mundial da Filosofia<br />

17 SEX Dia Mundial do Não Fumador<br />

17 SEX Dia Mundial da Criatividade<br />

17 SEX Dia Internacional dos Estudantes<br />

18 SÁB Dia do Ocultismo<br />

18 SÁB Dia Europeu do Antibiótico<br />

19 DOM Dia Internacional do Homem<br />

20 SEG Dia Internacional dos Direitos das Crianças<br />

21 TER Dia Mundial da Televisão<br />

21 TER Dia Mundial do Olá<br />

23 QUI Dia Pelo Fim da Impunidade<br />

23 QUI Dia de Santa Felicidade<br />

23 QUI Dia de Fibonacci<br />

24 SEX Dia Mundial da Ciência<br />

24 SEX Black Friday<br />

24 SEX Dia de Não Comprar Nada<br />

25 SÁB Dia Int. para a Eliminação da Violência Contra as<br />

Mulheres<br />

27 SEG Cyber Monday<br />

28 TER Dia do Planeta Vermelho<br />

29 QUA Dia Internacional de Solidariedade com o Povo<br />

Palestiniano<br />

30 QUI Dia da Segurança do Computador


JÚNIOR<br />

<strong>Novembro</strong> 2014 Comunidade Júnior<br />

<strong>Novembro</strong> 2017 37<br />

Lusitano de Zurique– 33<br />

Para colorir<br />

Os esquilos danilos no castelo dos<br />

fantasmas medrosos<br />

Os Ratos<br />

António Torrado escreveu<br />

O Danilo Filho esclareceu que os fantasmas,<br />

quando aparecem, exibem-<br />

- Dyonélio Machado<br />

Estes dois esquilos, Danilo Pai e se para todo o público, esteja onde<br />

Danilo Filho, andam sempre em viagem.<br />

chamar a atenção – batem com os<br />

estiver, e fazem muito barulho para<br />

Desta vez, foram ter a um castelo, pés, empurram cadeiras, arrastam<br />

um velho castelo Modernismo abandonado. de segunda Como fase. correntes...<br />

A história começa com o leiteiro<br />

era quase noite, ameaçando resolveram cortar o abrigarse<br />

no meio das funcionário ruínas. público, não lhe pague morcego os 53000 passaram dólares. Naziazeno rente aos dois<br />

fornecimento Nisto, caso Naziazeno, as asas um silenciosas modesto de um<br />

– Havia de ser engraçado, se houvesse<br />

fantasmas passa então – disse o dia o atormentado, Danilo longe, tentando bateu conseguir as doze o dinheiro: badaladas da<br />

esquilos. O relógio de uma torre,<br />

Filho. pede emprestado ao chefe (que lhe meia-noite. nega), joga (não consegue na<br />

– Convinha, roleta convinha ou no bicho) – aprovou e acaba o conseguindo – Está na um hora empréstimo – bichanou com o o Danilo<br />

Danilo Pai. –<br />

amigo<br />

Sempre<br />

Alcides.<br />

era<br />

¿ noite,<br />

mais<br />

não<br />

uma<br />

consegue Filho dormir ao ouvido preocupado do pai. com o<br />

boa história para contar, quando voltássemos.<br />

dinheiro e com a ideia (quase certeza) também de em que voz os ratos baixa. roem – E o porque é<br />

– Tens a certeza? – perguntou este,<br />

– Mas nós vamos dinheiro voltar? para o – leite quis de saber seu filho. que Só estamos dorme quando a falar ouve assim, o leiteiro<br />

despejar o leite. Numa prosa estivéssemos urbana (a história a contar passa-se segredos na um<br />

como se<br />

o Danilo Filho.<br />

– Por agora,<br />

cidade),<br />

estamos<br />

regionalista<br />

a ir – explicou<br />

(porto-alegrenses ao outro? reconhecem facilmente a<br />

o Danilo Pai. – Mas sempre ouvi dizer – Para não assustar os fantasmas –<br />

que há ir e voltar. sua cidade) A Terra e intimista é redonda. (o drama esclareceu de Naziazeno, o embora filho. banal, É<br />

Estavam eles sempre nesta apresentado conversa, detalhadamente), quando<br />

ouviram o em pio um de dia uma de muito coruja. drama para seu – Não protagonista. me convidem para festas com<br />

O pai Os Danilo Ratos impacientou-se:<br />

passa-se apenas<br />

– Ouviste? É a coruja a anunciar a fantasmas<br />

chegada de algum fantasma... – avisou<br />

o Danilo Filho.<br />

dormir.<br />

medrosos. Desinteresso-me e vou<br />

– Muito interessante – disse o Danilo Dito e feito. Enrolou a cauda e adormeceu.<br />

Pai. – E achas que, daqui, a gente vê<br />

bem?<br />

Em compensação, o filho continuou<br />

PROPOSTA DE LEITURA<br />

acordado, na<br />

esperança de que aparecessem os<br />

tais fantasmas das correntes a arrastar.<br />

A meio da noite, bateu nos ombros<br />

do pai, numa grande excitação.<br />

– Olhe, pai, olhe que lá vem um.<br />

– Um quê? – perguntou o Danilo Pai,<br />

muito ensonado. – Um fantasma de<br />

olhos brilhantes, repare, pai.<br />

Danilo Pai fixou as luminárias:<br />

– Ou o teu fantasma tem os olhos tortos<br />

ou são dois<br />

pirilampos a jogar às escondidas...<br />

Eram mesmo. Danilo Filho, desanimado,<br />

encostou a cabeça a uma<br />

pedra. Daí a nada estava a dormir e a<br />

sonhar com fantasmas.<br />

No dia seguinte, enquanto arrumavam<br />

as bagagens, o pai disse para o<br />

filho:<br />

– Não fiques amuado. Afinal, mais<br />

coisa menos coisa, já temos uma<br />

história de fantasmas para contar.<br />

E os dois esquilos Danilos prosseguiram<br />

COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO<br />

viagem.<br />

FIM<br />

Coordenação: Joana Araújo


38 Lusitano<br />

LITERATURA<br />

Os homens também<br />

choram<br />

CARMINDO<br />

DE CARVALHO<br />

https://www.facebook.com/carmindo.<br />

carvalho<br />

Os homens também choram. Quem disser<br />

que não, mente.<br />

Eu sou homem e também já chorei.<br />

Chorei de alegria por ter.<br />

Chorei de tristeza por querer ter e não ter.<br />

Chorei pela perda.<br />

Chorei pela dúvida na incerteza.<br />

E chorei de riso, de contentamento em alguns<br />

momentos de felicidade.<br />

Algumas vezes chorei sem querer chorar.<br />

Noutras vezes chorei porque me apetecia<br />

chorar.<br />

Apenas porque o verdadeiro chorar é um<br />

acto espontâneo.<br />

Mas há chorares e chorares...<br />

Chora verdadeiramente quem sente.<br />

E chora teatralmente quem derrama lágrimas<br />

de crocodilo com as quais enrola, ou<br />

pretende enrolar a gente...<br />

Não sou de ferro nem de madeira, ou qualquer<br />

outra matéria insensível e inerte.<br />

Coisa de fracos _ dirão alguns.<br />

Não _ digo eu.<br />

Fracos é serem arrogantes, convencidos, ditatoriais<br />

e com isso disfarçarem os seus próprios<br />

medos, na violência que infligem aos<br />

outros.<br />

A CAMA QUE FIZESTE<br />

CHICO BENTO<br />

Dällikon - Suiça<br />

www.facebook.<br />

com/chico.bento.98<br />

Há anos, disse-te assim<br />

Podias ficar junto a mim<br />

E tu começaste a rir<br />

Invadiu-me uma tristeza<br />

Não suportei a dureza<br />

Desse teu cínico sorrir<br />

Julgavas-te mais que eu<br />

Errado pensamento o teu<br />

Pois muito alto sonhavas<br />

Eu saí e quando voltei<br />

Passados anos, reparei<br />

Que sozinha ainda estavas<br />

Ao ver-me para mim sorriste<br />

Mas outrora o momento triste<br />

Eu jamais pude esquecer<br />

Na rua eu por ti passei<br />

O meu novo amor beijei<br />

E fingi não te conhecer<br />

Se querias voltar atraz<br />

Não sou mais aquele rapaz<br />

Que um dia tu desprezaste<br />

Foste tu que assim quizeste<br />

E na cama que fizeste<br />

Minha querida te deitaste.<br />

Chico Bento<br />

Dällikon - Suiça


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