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Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número <strong>235</strong> | <strong>Novembro</strong> 2017 | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />
Andreia<br />
Silva<br />
“Com garra, determinação<br />
e foco tudo será possível”<br />
EDITORIAL<br />
Violência<br />
doméstica<br />
COMUNIDADE<br />
03<br />
Festival<br />
6 Continentes<br />
DIREITO<br />
JUROS<br />
Redução de taxas<br />
06<br />
15<br />
Nasceu na cidade de Lisboa e veio para a Suíça<br />
com apenas 20 anos. Foi aqui que Andreia<br />
Silva encontrou o seu equilíbrio físico e emocional.<br />
Adora comer sushi e a sua cor preferida<br />
é o branco.<br />
Página 10
2 Lusitano<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
Birmensdorferstr, 48<br />
8004 Zürich<br />
www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />
Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />
Cursos de alemão 076 332 08 34<br />
Direcção<br />
Futebol<br />
InCentro<br />
044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />
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Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />
Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />
Tel. Geral: 044 200 30 40<br />
Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />
Serviços sociais: 044 261 33 32<br />
Abertura de segunda a sexta-feira das<br />
08:30 às 14:30 horas<br />
Embaixada de Portugal<br />
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Secção consular: 031 351 17 73<br />
Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />
Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />
Serviços municipais de informação para<br />
imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />
Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />
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Edição anterior<br />
EDITORIAL<br />
Reformas<br />
não há<br />
SAÚDE<br />
OMS<br />
alerta<br />
Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número 234 | Outubro 2017 | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
1º Encontro de<br />
concertinas<br />
SOCIEDADE<br />
Ritalina<br />
discussão<br />
09<br />
10<br />
03<br />
No passado dia 24 de Setembro, realizou-se<br />
pela primeira vez, um encontro de concertinas<br />
e cantares ao desafio, realizado e organizado<br />
pelo Centro Lusitano de Zurique.<br />
Páginas 6 + 7<br />
Publicidade 079 222 09 14/armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />
Rancho folclórico 076 344 40 91 / rancho@cldz.ch<br />
Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />
Polícia 117<br />
Bombeiros 118<br />
Ambulância 144<br />
Intoxicações 145<br />
Rega 1414<br />
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Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />
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EQUIPA EDITORIAL<br />
Directora<br />
Sandra Ferreira - CC nº28<br />
lusitanozurique@gmail.com<br />
Sub-director<br />
Armindo Alves - CC nº31<br />
armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />
Colaboração<br />
4 Cristina Fernandes Alves CC nº32<br />
4 Maria José Bernardo CC nº29<br />
4 Pedro Nabais CC nº 30<br />
4 Joana Araújo CC nº27<br />
4 Jorge Rodrigues CC nº33<br />
4 Jorge Macieira CC nº 66<br />
4 Maria dos Santos CC nº 65<br />
4 Daniel Bohren<br />
4 Zuila Messmer<br />
4 Domingos Pereira<br />
4 Carmindo de Carvalho<br />
4 Euclides Cavaco<br />
4 Carlos Ademar<br />
4 Carlos Matos Gomes<br />
4 Amílcar Malhó<br />
Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />
a opinião dos seus autores e não vinculam<br />
necessariamente a Direcção desta Revista<br />
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Edição, composição<br />
e paginação<br />
Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />
Braga – Portugal<br />
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Tel.:(+351) 912 410 333<br />
Impressão: DM Braga<br />
Tiragem: 2000 exemplares<br />
Periodicidade: Mensal<br />
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Esta publicação não<br />
adopta nem respeita o<br />
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EDITORIAL<br />
Editorial<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
Sandra Ferreira<br />
Directora<br />
Cartão C.C. nº 28 - CCPJ<br />
Violência doméstica<br />
(a)provada?<br />
No mês passado já falamos do tema do terrorismo incendiário que continua em Portugal.<br />
Mais uma vez, e desta fez de uma forma incontrolável, Portugal foi vítima de mais<br />
incêndios por todo o País, colocando o mês de Outubro como o pior mês de incêndios<br />
de todo o ano em Portugal.<br />
Para não voltar as causas e culpados, como fiz na passada edição, desta vez gostava de<br />
salientar a solidariedade que este flagelo cria nas pessoas e a união das mesmas. São<br />
várias as histórias de solidariedade que lemos nas notícias todos os dias, e por isso o<br />
meu bem haja aqueles que apoiam estas pessoas, muitas delas que perderam uma vida<br />
inteira.<br />
Este mês gostava de escrever algumas palavras sobre outro tema de que se tem falado<br />
muito e que muito me tocou, sendo eu também mulher. Trata-se do acórdão do Tribunal<br />
da Relação do Porto, que veio mais uma vez provar que em Portugal temos uma sociedade<br />
machista em que o papel da mulher continua a ter a mesma importância que tinha<br />
nos séculos passados. Como é possível que dois juízes, um deles sendo mulher, achar<br />
que a violência doméstica exercida sobre uma mulher que cometeu adultério, não seja<br />
grave?<br />
Se por um lado é repugnante que a justiça portuguesa olhe para a mulher desta forma<br />
em pleno século XXI, por outro lado é bom sermos confrontados com este tipo de<br />
acórdãos, para acordarmos para um dos crimes mais cometidos em Portugal: a violência<br />
doméstica. E para que a mulher Portuguesa, assim como muitas mulheres mundo fora,<br />
sejam capazes de finalmente lutar pela igualdade de género em Portugal.<br />
Sim, porque penso que o problema não está apenas no machismo cultural existente e<br />
entranhado na cultura Portuguesa, mas também na visão que nós próprias mulheres<br />
temos desta situação. Se é verdade que os homens vêem no acto de adultério por parte<br />
de um homem um acto de cumprimento das suas necessidades físicas, já o adultério<br />
por parte das mulheres é “desrespeito e a humilhação do homem” tornando-se ela para<br />
a sociedade numa “prostituta. Pois o problema está mesmo aí, pois muitas de nós mulheres<br />
vêem isto da mesma forma que os homens: “o homem é um machão e a mulher<br />
uma pu…“.<br />
Com isto não quero dizer que o adultério seja um acto que não deva ser descriminado<br />
ou criticado. Sim devemos! Mas devemos fazê-lo de igual forma independentemente<br />
do género que o pratica.<br />
O que não é compreensível nem aceitável é que a violência doméstica seja visto como<br />
um bom método de punição para estes casos. Isso sim é inaceitável. E está mais que<br />
na hora, tanto por parte da justiça, como da comunicação social e da opinião pública<br />
de terem um papel activo na punição severa de quem pratica violência doméstica, mas<br />
também do reconhecimento do papel importante da mulher na sociedade, assim como<br />
o do homem é visto.<br />
3
4 Lusitano<br />
CIDADANIA<br />
Sessão em Dübendorf, realizada a 21 de Outubro<br />
“Conversas à volta da Ritalina, da<br />
Hiperatividade e da Escola” vão a<br />
Uster e a Zurique em <strong>Novembro</strong><br />
Durante o mês de <strong>Novembro</strong>, nomeadamente no dia 17 na Igreja St. Andreas<br />
de Uster e no dia 22 na Associação Portuguesa de Zurique, serão<br />
organizadas mais duas sessões, dando continuidade à discussão acerca<br />
desta temática com a Comunidade Portuguesa.<br />
Ambas contarão novamente com a moderação da Psicóloga Sandra<br />
Guerra, que já esteve presente nas sessões organizadas em Outubro, em<br />
Dübendorf e em Regensdorf, nas quais contribuíu notavelmente para uma<br />
discussão dinâmica, construtiva e positiva.<br />
ças hiperactivas – será moda ou um sinal de alarme?” ,<br />
apelando à sua presença nestas sessões, trazendo consigo<br />
outros pais.<br />
Poderá encontrar mais informações acerca do Projecto<br />
“UNIDOS – Portugueses para Portugueses” bem como o<br />
link para ambos os documentários na nossa página de Facebook<br />
www.facebook.com/PortuguesesParaPortugueses<br />
Como temos vindo a referir, esta temática abrange vários aspectos da realidade<br />
escolar, familiar e da própria sociedade, que merecem ser discutidos<br />
abertamente com a Comunidade. Com efeito, o principal canal de televisão<br />
suíço emitiu no final do mês passado, em horário nobre, dois documentários<br />
onde são testemunhadas, com um intervalo de seis anos, as experiências<br />
positivas e negativas com o próprio diagnóstico, com a Ritalina,<br />
com a Escola e com o mercado de trabalho de várias crianças, agora jovens<br />
adultos. Também são abordadas diferentes opiniões dos profissionais de<br />
saúde, de professores e directores, e obviamente dos pais.<br />
Desta forma, pois também queremos ouvir o seu ponto de vista, tal como<br />
o título de um destes documentários, terminamos com a pergunta “Crian-
COMUNIDADES<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
5<br />
Residentes no Estrangeiro<br />
QUAL É O BANCO QUE<br />
O LIGA A PORTUGAL?<br />
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6 Lusitano<br />
COMUNIDADES<br />
Festival dos 6 Continentes<br />
O Centro Lusitano de Zurique participou pela<br />
primeira vez neste festival que decorreu nos<br />
dias 20, 21 e 22 de Outubro em centenas de<br />
cidades por todo o mundo sendo actualmente<br />
o maior evento cultural não-institucional que<br />
tem como objectivo promover a cultura lusófona,<br />
com eventos de gastronomia, concertos de<br />
música clássica, popular, fado, percussão, espectáculos<br />
de dança, teatro, lançamento de livros,<br />
debates, exposições de pintura e fotografia.<br />
Um evento diferente<br />
No dia 22, as instalações do Centro Lusitano<br />
acolheu o Escritor José Maria Ramada, radicado<br />
na Suíça desde 1981 onde o próprio apresentou<br />
as suas obras: A Flauta Partida, A Viagem, Vagueando<br />
Em Sonhos, Entre o Sono E O Sonho,<br />
perante uma plateia de cinco dezenas de participantes,<br />
na qual foi realizado uma sessão de<br />
autógrafos.<br />
A obra A Flauta Partida (5° edição) foi criada<br />
com o objectivo de criação de fundos para o<br />
projecto humanitário Mãos dadas por Moçambique<br />
que envolveu os Escuteiros de Fafe e Vieira<br />
do Minho.<br />
José Maria Ramada escreve e publica as suas<br />
obras com o objectivo de solidariedade, pois<br />
parte da venda das suas obras continuam a reverter<br />
para as crianças e idosos em carência social<br />
em Moçambique.
COMUNIDADE<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
7<br />
Valorização da Emigração<br />
Portuguesa…<br />
DOMINGOS PEREIRA<br />
A penúltima semana de Outubro<br />
merece a minha atenção, não pela<br />
catástrofe dos incêndios na qual<br />
deixo aqui uma palavra solidária<br />
para com aqueles que perderam os<br />
seus bens e entes queridos, assim<br />
como o desejo de que se aprendam<br />
com erros e se apurem verdades.<br />
Em quanto o resto do país se recompunha<br />
do sucedido, em Lisboa<br />
reuniam-se as três comissões temáticas<br />
do Conselho das Comunidades<br />
Portuguesas (CCP) para discutirem<br />
matérias sobre ensino do português<br />
no estrangeiro, cultura e associativismo,<br />
comunicação social, fluxos<br />
emigratórios e socio-económicos,<br />
assuntos consulares, participação<br />
cívica e política.<br />
Dentro destes temas foram identificadas<br />
situações preocupantes que<br />
mereceram uma atenção especial<br />
tais como: a fiscalidade, segurança<br />
social, educação, participação cívica,<br />
funcionalidade das repartições<br />
do estado no estrangeiro, orçamento<br />
do CCP e que para os quais foram<br />
elaborados pareceres que serão<br />
apresentados ao governo.<br />
O Partido Socialista apresentou uma proposta, no dia 26,<br />
que consiste na criação de um museu nacional da emigração<br />
e o ensino da história da emigração nas escolas, aprovada<br />
no dia 27 por unanimidade com a abstenção do CDS-<br />
-PP, PCP e PEV.<br />
Segundo o senhor deputado Paulo Pisco (primeiro subscritor<br />
desta proposta), o museu nacional da emigração vem<br />
valorizar a memória da emigração (…) e o ensino da historia<br />
da emigração nas escolas tem função complementar essencial<br />
para que a sociedade e as instituições possam compreender<br />
um fenómeno, a que todos diz respeito.<br />
O paradoxo das coisas<br />
Para os senhores deputados, a integração do estudo da<br />
história da emigração no currículo escolar em é essencial,<br />
mas a integração do estudo da história e cultura portuguesa<br />
nos cursos de língua portuguesa no estrangeiro<br />
continua a ser inútil?!<br />
Para as necessidades recorrentes apresentadas pelos<br />
Conselheiros das Comunidades Portuguesas não existem<br />
prioridades na aprovação nem recursos de nenhuma espécie.<br />
Mas despender recursos humanos na aprovação<br />
ciclónica de uma proposta, e recursos financeiros na sua<br />
concretização que em nada beneficia a comunidade na<br />
diáspora nas suas necessidades actuais e com data caducada,<br />
são acções contraditórias que desafia a lógica e o<br />
senso comum!<br />
Porém as preocupações dos conselheiros<br />
das comunidades portuguesas<br />
divergem com a dos deputados<br />
da Assembleia da Republica. Os<br />
deputados do Partido Social Democrata<br />
apresentaram a proposta de<br />
um projecto de resolução para a criação<br />
de um centro nacional do estudo<br />
e documentação sobre a imigração<br />
portuguesa. Mas afinal, o que faz e<br />
o que fazemos com o Observatório<br />
da Emigração?<br />
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8 Lusitano<br />
COMUNIDADE<br />
Recordar Portugal!<br />
Festival do Rancho Folclórico Centro Lusitano de Zurique<br />
Sofia Azevedo<br />
Após meses de planeamento,<br />
programação<br />
e dedicação,<br />
o nosso Rancho CLZ<br />
realizou no dia 23<br />
de Setembro 2017<br />
um grandioso festival.<br />
Trabalhamos<br />
incansavelmente<br />
para o sucesso desta<br />
festa inesquecível.<br />
Juntos, fizemos<br />
um evento lindo e<br />
surpreendente com<br />
estrutura e conteúdo.<br />
O que se passou<br />
no dia 23 de Setembro,<br />
foi muito mais<br />
que um festival<br />
bem produzido. Foi<br />
a garra, a paixão, a<br />
dedicação sem limites<br />
de cada rancheiro<br />
da casa Centro<br />
Lusitano.<br />
No dia do festival<br />
tivemos a oportunidade<br />
de ver o pavilhão<br />
encher-se. O<br />
público que esteve<br />
presente no evento<br />
ultrapassou as 500<br />
pessoas.<br />
O programa garantiu<br />
muita animação<br />
ao longo da noite.<br />
Foi preenchido com<br />
o festival de folclore,<br />
que contou com<br />
a presença em palco<br />
do Rancho da casa e<br />
dos Ranchos amigos<br />
A.C.R.P Wetzikon<br />
e Rancho folclórico<br />
danças e cantares<br />
da nossa Terra Arbon.<br />
Para além da música<br />
popular, dança<br />
latina, folclore e lojinhas<br />
com produtos<br />
100% portugueses<br />
houve ainda espaço<br />
para jogos tradicionais,<br />
amostras de<br />
bordados com as<br />
meninas do grupo<br />
infantil do Rancho<br />
CLZ (lenços dos namorados)<br />
etc.<br />
O povo com a sua<br />
alegria e espontaneidade,<br />
a sua forma<br />
de fazer e estar<br />
na festa, transformaram<br />
a noite num<br />
momento único.<br />
É com muito orgulho<br />
e sentimento<br />
de dever cumprido<br />
que o Rancho folclórico<br />
do Centro<br />
Lusitano de Zurique<br />
agradece a todos os<br />
parceiros e patrocinadores,<br />
amigos e<br />
familiares a oportunidade<br />
de realizar<br />
um evento deste<br />
porte e com objectivo<br />
“Recordar Portugal”.<br />
(*) Responsável Rancho<br />
CLZ
COMUNIDADE<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
9
10 Lusitano<br />
ENTREVISTA<br />
“Mais importante do que o exercício físico é<br />
uma alimentação rica e saudável” Andreia Silva<br />
MARIA DOS SANTOS<br />
Andreia Silva é uma jovem<br />
que dedica algum do seu<br />
tempo á Comunidade Portuguesa,<br />
na casa do Benfica<br />
de Lenzburg.<br />
A modalidade escolhida é a<br />
ginástica. Pôr as senhoras,<br />
senhores, e crianças em<br />
movimento é o seu grande<br />
objectivo.<br />
Andreia, sabe que uma excelente<br />
qualidade de vida,<br />
passa por se ter uma boa<br />
actividade física. Cuidar do<br />
corpo é uma das suas prioridades.<br />
Nascida na cidade de Lisboa<br />
veio para a Suíça com<br />
apenas 20 anos e foi aqui<br />
que encontrou o seu equilíbrio,<br />
físico e emocional.<br />
Adora comer sushi e a sua<br />
cor preferida é o branco.<br />
Lusitano de Zurique —<br />
Como surgiu esta iniciativa<br />
das aulas de ginástica<br />
na Casa do Benfica de<br />
Lenzburg?<br />
Andreia Silva — A ideia<br />
surgiu com a necessidade<br />
de criarmos alguma actividade<br />
ligada ao desporto e<br />
como as aulas de ginástica<br />
estão cada vez mais in e<br />
ainda não era uma vertente<br />
muito praticada no meio<br />
resolvemos inovar.<br />
LZ — O seu grupo de ginástica,<br />
tem participado<br />
activamente nas suas aulas?<br />
Qual a maior dificuldade?<br />
A.S. — Sim, o grupo é bastante<br />
unido e pró-activo;<br />
a maior dificuldade é sem<br />
dúvida a mudança para<br />
uma vida activa e saudável<br />
quando o sedentarismo<br />
está cada vez mais presente<br />
nas nossas vidas.<br />
LZ — Como consegue<br />
passar a mensagem de<br />
que cuidar do corpo e da<br />
saúde, para uma vida saudável<br />
é nos dias de hoje<br />
uma grande prioridade?<br />
A.S. — Sempre através de<br />
um sorriso e boa disposição.<br />
Quando saímos para<br />
treinar ou praticar qualquer<br />
tipo de actividade física<br />
chegamos sempre em<br />
casa mais bem dispostos<br />
consequentemente o cansaço<br />
vai fazer-nos dormir<br />
melhor e isso vai reflectir-<br />
-se na nossa pele e humor<br />
e depois por último vem<br />
também a boa forma física.<br />
LZ — O stress, tornou-se<br />
uma palavra assídua na<br />
vida quotidiana. Somos<br />
nós que o fazemos, ou não<br />
somos capazes de gerir o<br />
tempo com as tarefas do<br />
dia-a-dia?<br />
A.S. — Eu sempre digo que<br />
o stress é causado por nós<br />
mesmos. Todos temos o<br />
mesmo tempo, 24 horas<br />
por dia 8 para dormir, 8<br />
para trabalhar e 8 para fazermos<br />
o que nos faz feliz.<br />
Se não dividimos o nosso<br />
dia correctamente a culpa<br />
é apenas nossa.<br />
LZ — Considera que a Comunidade<br />
portuguesa tem<br />
cuidado na forma como se<br />
alimenta e respectivas actividades<br />
físicas?<br />
A.S. — Os portugueses<br />
têm a sorte de crescerem<br />
no meio da cozinha mediterrânica,<br />
temos tudo<br />
ao nosso dispor e ao nosso<br />
favor para termos uma<br />
alimentação saudável e<br />
acima de tudo variada e<br />
de bom gosto. Penso que<br />
há algumas falhas mas que<br />
cada vez mais somos um<br />
povo preocupado com o<br />
bem estar.<br />
LZ — Qual o projecto que<br />
gostaria de realizar como<br />
animadora desportiva?<br />
A.S. — Como eu sou grande<br />
fã de comida saudável<br />
e como a maioria das pessoas<br />
se esquece de que<br />
ainda mais importante<br />
do que o exercício físico<br />
é uma alimentação rica e<br />
saudável, gostaria imenso<br />
de realizar um workshop<br />
onde todos pudessem<br />
trocar ideias e partilhar as<br />
suas próprias experiências<br />
nesse âmbito.<br />
LZ — Hoje vemos frequentemente<br />
os ginásios cheios<br />
de pessoas e algo que me<br />
desperta a atenção é o<br />
facto dos nossos jovens de<br />
hoje não prescindirem de<br />
tatuagens. Que leitura faz<br />
da nossa juventude?<br />
A.S. — Penso que não podemos<br />
generalizar mas<br />
cada vez mais se dá uma<br />
imensa importância ao<br />
aspecto físico e não ao interior.<br />
Devíamos também<br />
treinar o intelecto nos ginásios<br />
culturais - bibliotecas<br />
e museus por exemplo.<br />
LZ — Após cada aula de ginástica,<br />
qual é a sua maior<br />
satisfação?<br />
A.S. — Sinceramente é o<br />
facto de me sentir totalmente<br />
relaxada.<br />
LZ — Sabemos que no<br />
mundo do desporto o doping<br />
é sempre utilizado e<br />
recentemente os desportistas<br />
da União Soviética<br />
foram fortemente penalizados.<br />
Que pensa desta<br />
atitude no mundo do desporto?<br />
A.S. — Penso que para<br />
além de revelar uma imensa<br />
falta de carácter revela<br />
também alguma falta de<br />
amor próprio e segurança<br />
em si mesmo e nas suas capacidades<br />
enquanto atletas<br />
de alta competição.<br />
LZ — Andreia deixe aqui<br />
uma ideia brilhante para<br />
incentivar não só a comunidade<br />
portuguesa, mas<br />
todos aqueles que tiverem<br />
a oportunidade de ler a<br />
sua entrevista a practicar<br />
desporto e a acreditarem<br />
em todos os seu benefícios.<br />
A.S. — Não será uma ideia<br />
brilhante mas antes um incentivo.<br />
Acredite em si e em tudo o<br />
que a sua força de vontade<br />
pode conquistar. Com<br />
garra, determinação e foco<br />
TUDO será possível.<br />
ANDREIA SILVA
CAMPANHA<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
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11<br />
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O Jornal Tornado tem como<br />
fundamental preocupação os três<br />
eixos principais do jornalismo clássico:<br />
informar, formar e divertir.<br />
O Jornal Tornado na pessoa do seu<br />
director João Sousa é colaborador<br />
do Lusitano desde o início deste<br />
ano e solicita a vossa ajuda, para<br />
que seja possível a existência de<br />
uma imprensa não-alinhada com<br />
outros interesses que não a verdade<br />
e liberdade.<br />
Quem pretender ajudar pode optar por<br />
efectuar um depósito na conta bancária do<br />
Tornado. Se tiver acesso aos serviços de<br />
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Cultural<br />
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Um crédito superior a CHF 10 000,– com uma taxa anual efetiva entre 7.9 % e 9.9 % (intervalo da<br />
taxa de juro) resulta, em 12 meses, num encargo total com juros entre CHF 417,80 a CHF 521,00.<br />
Taxa de juro dependente da qualidade do crédito do cliente. Observação de acordo com a lei:<br />
A concessão de crédito é proibida caso conduza a um endividamento excessivo (artigo 3.º UWG).<br />
CREDIT-now é uma marca de produto do BANK-now AG, Horgen.<br />
Desemprego súbito: posso proteger o meu crédito contra esta situação?<br />
Sim, com a nossa proteção de crédito.<br />
ü Em caso de incapacidade ou desemprego,<br />
cobertura das prestações mensais<br />
ü Para informações contacte o seu departamento português<br />
e fale na sua lingua materna 0800 40 40 12<br />
Há sempre uma solução
12 Lusitano<br />
DESPORTO<br />
JORGE MACIEIRA<br />
texto e imagens<br />
Equipa sénior à procura<br />
da fuga da linha-de-água<br />
Veteranos querem regressar<br />
à Meister<br />
Os Veteranos do Centro Lusitano<br />
de Zurique depois de na<br />
época passada para a época actual<br />
terem descido da Meister<br />
para Promotion, estão a fazer<br />
uma campanha muito positiva,<br />
actualmente na segunda posição<br />
atrás do FC Wettswil-Bonstetten<br />
com vantagem de três<br />
pontos.<br />
Mantendo a base da equipa da<br />
época anterior, inclusivamente<br />
o treinador Jorge Rodrigues, e<br />
com algumas saídas, com entradas<br />
de jogadores para combater<br />
as saídas que assim proporcionam<br />
um bom leque de escolhas<br />
na luta pelo objectivo.<br />
Com os olhos visto novamente<br />
na subida a Seniores Meister<br />
o Centro Lusitano de Zurique<br />
esta na luta pelo primeiro lugar<br />
do grupo 1, com três vitórias<br />
consecutivas.<br />
No mês de Outubro, a equipa<br />
da 3a Liga do Centro Lusitano<br />
de Zurique conseguiu,<br />
em três jogos, três pontos<br />
com uma vitória pela margem<br />
mínima e duas derrotas pela<br />
mesma margem.<br />
Ao receber NK Croatia ZH, o<br />
Centro Lusitano perdeu por<br />
2-3 com uma expulsão e com<br />
dois penaltis contra a equipa<br />
da casa onde ditou a derrota.<br />
No jogo a seguir foram visitar<br />
a casa do último classificado<br />
o FC Kilchberg-Rüschlikon<br />
onde conseguiu a única vitoria<br />
deste mês por duas bolas<br />
a uma que mantêm a equipa<br />
viva na luta pelo objectivo.<br />
Em casa receberam o Engstringen<br />
e perderam pela<br />
margem mínima com um golo<br />
bastante duvidoso com falta<br />
sobre o guarda-redes, com<br />
um jogo completamente dominado<br />
pela equipa da casa.<br />
Faltando agora três jogos<br />
para o fim da primeira volta<br />
do campeonato contra o FC<br />
Oetwil-Geroldswil, FC Kosova<br />
e FC Blue Stars ZH o<br />
Centro Lusitano encontra-se<br />
abaixo da linha, a apenas um<br />
ponto da salvação.<br />
Juniores D na luta até à<br />
última jornada<br />
Juniores E - futuro<br />
assegurado<br />
Os juniores D do Centro Lusitano<br />
actualmente segundo classificado<br />
tiveram o mês de Outubro<br />
vitorioso com duas vitórias.<br />
Na visita a casa do AC Palermo<br />
tiveram uma vitória difícil conseguido<br />
o resultado de 1-2, jogo<br />
muito dividido com a superioridade<br />
do Lusitano a vir ao de<br />
cima.<br />
Depois da pausa do campeonato,<br />
devido as ferias escolares,<br />
os Juniores D receberam o FC<br />
Srbija ZH, onde golearam por<br />
14-2 num jogo bastante desequilibrado<br />
onde o Centro dominou<br />
por completo.<br />
A equipa treinada por Luís e<br />
Filipe lutam neste momento<br />
pelo primeiro lugar contra o FC<br />
Wiedikon que tem apenas mais<br />
três pontos, onde se demonstra<br />
uma luta renhida até a última<br />
jornada.<br />
A equipa dos Juniores E,<br />
que é a equipa mais nova do<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
em competição, tem conseguido<br />
bons resultados e boas<br />
exibições sobre o comando<br />
de Paulo Barros e Carlos Sequeira.<br />
Os Juniores E tem um plantel<br />
com vários jogadores com<br />
idade de Juniores F que já<br />
demonstram bastante qualidade,<br />
onde a alegria em jogar<br />
e se divertirem a jogar a bola<br />
é bastante notável.<br />
O Centro tem aqui nestes<br />
jogadores o seu futuro assegurado,<br />
mas com esta ainda<br />
jovem idade o importante é<br />
mesmo o gosto e a aprendizagem<br />
no futebol, onde o futuro<br />
das equipas é cada vez<br />
mais através das camadas<br />
jovens.
Agência Césaar´s<br />
na Casa do Benfica<br />
PUBLIRREPORTAGEM<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
13<br />
No passado 16.09.2017, a Agência César´s promoveu um Jantar<br />
convívio da sua equipa na Casa do Benfica em Lenzburg.<br />
Da esquerda para a direita: Verena Magalhães, Tania Gessler, Jessica<br />
Carvalho, Rayssa Eiras, Maria João Viegas, Elisabete Lopes,<br />
Samuel Lopes, André Lopes e António Fonseca, Jorge Rodrigues,<br />
ausente. À direita Vitor Figo, presidente da casa do Benfica de<br />
Lenzburg.<br />
A equipa da Agência César´s, com especialistas no ramos de Viagens,<br />
Seguros, Créditos, Imobiliária entre outros está também e<br />
Basel e Zurique. Visite-os<br />
Sporthalle Schlieren<br />
Domingo<br />
1 2<br />
Nov<br />
-<br />
Contactos<br />
Guilherme Fernandes:<br />
076 571 74 44<br />
Jo Soares:<br />
076 395 64 14<br />
Sorteio realizar-se-á sexta 3.11.2017 pelas<br />
21H no Centro Lusitano de Zurique<br />
Torneio de Futsal<br />
BRUNHAIS<br />
Jogo especial feminino entre<br />
Brunhais ZH vs GD Quinas
14 Lusitano<br />
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Das 7:15 às 12 horas e das 13:15 às 17:30<br />
Sexta-feira das 7:15 às 12:00 e das 13:15 às 16:30.<br />
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DIREITO CRÓNICA<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
15<br />
Direito a redução da renda (locação)<br />
Daniel Bohren<br />
[Advogado]<br />
A taxa de juros de referência<br />
hipotecária foi, a 2 de Junho<br />
2017, reduzida para 1.5%, o<br />
que deu a muitos inquilinos<br />
(locatários) um direito à redução<br />
da renda (locação) de pelo<br />
menos 3%, a partir de 30 de<br />
Setembro de 2017. No entanto,<br />
nem todos os senhorios<br />
baixaram por livre iniciativa,<br />
as rendas. Do que se trata e o<br />
que pode fazer-se se a renda<br />
não foi reduzida?<br />
não recebe resposta nenhuma,<br />
então pode requerer a redução<br />
da renda junto da Comissão de<br />
Arbitragem para Assuntos de<br />
Arrendamento (Schlichtungsstelle<br />
für Mietsachen). O procedimento<br />
é gratuito. No processo<br />
perante a<br />
Comissão de arbitragem para<br />
Assuntos de Arrendamento o<br />
senhorio só se pode defender<br />
provando que não obtém um<br />
rendimento excessivo. Mas as<br />
exigências postas para este<br />
comprovativo são elevadas.<br />
A redução da renda só pode<br />
ser exigida para o próximo<br />
prazo de rescisão. Quem, segundo<br />
o contrato de arrenda-<br />
home/mietrecht/referenzzinssatz.html<br />
2 https://www.mieterverband.ch/Mv/mietrecht-beratung/ratgeber-mietrecht/top-<br />
-themen/mietzinssenkung.<br />
html<br />
3 https://www.bfs.admin.ch/<br />
asset/de/cc-d-05.02.08<br />
Se a renda foi fixada a última<br />
vez em fins de 2010, então ter-<br />
-se-ia como taxa de juro de referência<br />
a de 2010, a saber de<br />
2,75%. A taxa de referência é<br />
hoje de 1,5%. O inquilino pode<br />
assim exigir uma redução ta<br />
taxa de juros de referência de<br />
2,75% para 1,5%. De que forma<br />
é que isto se pode refletir<br />
na renda? O inquilino pode por<br />
cada ¼ de ponto percentual<br />
uma redução da renda de cinco<br />
¼ de pontos percentuais,<br />
o que no nosso exemplo permitiria<br />
uma redução da renda<br />
de 15% (3% x 5). Basicamente<br />
também é feito um ajustamento<br />
ao índice estadual para preços<br />
ao consumidor 3, que baixou<br />
desde 2010 de 1,4 pontos<br />
percentuais, o que poderia justificar<br />
uma redução adicional<br />
de 0,5 por cento.<br />
Uma exigência de redução da<br />
renda pode, por conseguinte,<br />
valer bem a pena.<br />
© Daniel Bohren, Zurique, Setembro<br />
de 2017<br />
Por favor tome conhecimento<br />
Um inquilino pode exigir a<br />
redução a renda, quando o<br />
senhorio obtém com a renda<br />
um rendimento excessivo. Um<br />
rendimento é considerado excessivo,<br />
quando se encontra<br />
acima de 0.5% da taxa de juros<br />
de referência 1. Actualmente,<br />
um rendimento líquido de 2%<br />
seria, por isso, excessivamente<br />
alto. Há excepções para imóveis<br />
muito velhos, que pertencem,<br />
desde há décadas, ao<br />
mesmo proprietário.<br />
Como é válida a presunção de<br />
que a renda inicial reverte um<br />
rendimento suficiente, também<br />
é válida a presunção de<br />
que, com a redução da taxa<br />
de juros de referência de pelo<br />
menos um quarto de ponto<br />
percentual, se obtém um rendimento<br />
excessivo, se a renda<br />
não for reduzida.<br />
Se o senhorio não baixou por<br />
sua livre iniciativa a renda,<br />
então o inquilino pode exigir<br />
uma redução da mesma. Uma<br />
minuta para tal exigência de<br />
redução de renda encontra-<br />
-se disponível na página web<br />
da associação de inquilinas e<br />
inquilinos (Mieterinnen - und<br />
Mieterverband) 2. O senhorio<br />
o administrador de imóvel tem<br />
de responder a esta exigência<br />
dentro de 30 dias. Se a resposta<br />
é negativa ou se o inquilino<br />
mento, só pode rescindir em<br />
fins de Março ou em fins de<br />
Setembro, actualmente só poderá<br />
exigir a redução da renda<br />
a partir do dia 1 de Abril de<br />
2018. Terá de enviar a exigência<br />
de redução antes do início<br />
do prazo de rescisão à administração,<br />
portanto antes do<br />
fim deste ano.<br />
O inquilino pode exigir a redução<br />
de todas as alterações<br />
da taxa de juro de referência<br />
desde o último ajuste da sua<br />
renda. Um exemplo a este respeito:<br />
1 HYPERLINK: https://www.<br />
bwo.admin.ch/bwo/de/<br />
exigir uma redução da renda<br />
de 3%. Como a taxa de juro de<br />
referência sofreu, desde finais<br />
de 2010 até Junho de 2017,<br />
uma descida de 1,25% ele<br />
pode por conseguinte exigir<br />
que o nosso escritório mudou<br />
para o Grossmünsterplatz 1 só<br />
a 5 minutos da Rämistrasse 3<br />
(lugar anterior).
16 Lusitano<br />
RECANTOS<br />
Helvéticos<br />
Festa Folclórica em Charmey<br />
Os mais pequenos acompanham<br />
os cordeiros as ovelhas<br />
e cabras, vestidos a rigor, estes<br />
pequenos grandes homens<br />
e mulheres serão os que mais<br />
tarde seguirão ou não com as<br />
tradições de família.<br />
MARIA DOS SANTOS<br />
Charmey localiza-se na provincia<br />
de Fribourg, muito próximo<br />
da maravilhosa aldeia de<br />
Gruyére.<br />
Para além de excelentes pistas<br />
de Ski e caminhos pedestres,<br />
esta região é também conhecida<br />
pelos seus produtos de alta<br />
qualidade, principalmente os<br />
lacticínios.<br />
Os mais curiosos e aficionados<br />
às caminhadas, podem apreciar<br />
as variadas raças de vacas, ovelhas,<br />
cabras entre outros animais.<br />
Os camponeses organizam,<br />
cada ano uma exímia festa folclórica,<br />
quando transportam os<br />
animais da montanha, para a<br />
planície. É então, que podemos<br />
participar nesta deslumbrante<br />
descida e acompanhar o desfile,<br />
onde os trajes a rigor, animais<br />
bem decorados e a filarmónica<br />
a abrir o cortejo, fazem deste<br />
corso todo um acontecimento,<br />
que reúne milhares de pessoas.<br />
Muitas são as actividades expostas,<br />
para que tenhamos a<br />
noção de como os nossos ascendentes,<br />
trabalhavam a madeiras,<br />
de como regavam as<br />
hortas, de como fabricavam o<br />
queijo, e como se faziam as botas<br />
á mão, de como as mulheres<br />
confeccionavam os casacos,<br />
rendas, mantas, etc… um dia a<br />
descobrir coisas novas, principalmente<br />
para a nova geração.<br />
Na vila e depois de todos os<br />
animais terem regressado a<br />
“casa”, podemos degustar todos<br />
os produtos da região, verificar<br />
e porque não comprar artigos<br />
artesanais, feito á moda antiga<br />
e sobretudo, um convívio, onde<br />
as tradições fazem toda a diferença.<br />
Animação, sorrisos, bem<br />
estar físico e psicológico e quebrar<br />
a regra da dieta, é a prioridade<br />
neste dia. Regressar a casa<br />
com o sentimento, de que estar<br />
neste meio saudável, onde as<br />
pessoas são ainda genuínas e<br />
onde a trocas de ideias e ideais,<br />
são o tema de ordem, faz sem<br />
duvida um dia diferente.<br />
Para nós que queremos, trabalhar<br />
a parte da integração é em<br />
todo o casa um dia para ser vivido<br />
e contado.
OPINIÃO<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
17<br />
Até parece que vale tudo…<br />
Por Vasco Lourenço (*)<br />
Alguns dos meus amigos consideram<br />
que sou dos que praticam<br />
a teoria da conspiração.<br />
E eu sou levado, muitas vezes,<br />
mais do que gostaria, a dar-lhes<br />
razão.<br />
Com efeito, face a acontecimentos<br />
diversos, seja em Portugal<br />
seja no estrangeiro, são<br />
muitas as vezes que os entendo<br />
não como resultado de fenómenos<br />
naturais, não como resultado<br />
de acções próprias das<br />
circunstâncias dos homens, dos<br />
colectivos ou da vida real, mas<br />
sim como resultado de planeamentos<br />
levados à prática por<br />
indivíduos, e principalmente<br />
por grupos organizados (do<br />
mais baixo ao mais alto escalão)<br />
para provocarem acontecimentos<br />
que lhes permitam actuar<br />
de forma justificada para atingir<br />
os fins que, de outra forma,<br />
teriam dificuldade em fazer<br />
passar.<br />
São conhecidos factos conspirativos<br />
que ficaram célebres na<br />
História, também pelas enormes<br />
e desastrosas consequências<br />
que tiveram, recordando<br />
aqui nomeadamente o incêndio<br />
do Reichstag, que levou Hitler<br />
ao poder, ou o deixar que se<br />
consumasse o massacre do ataque<br />
a Pearl Harbor, que abriu as<br />
portas à entrada dos EUA na 2.ª<br />
Guerra Mundial.<br />
Ultimamente, temos o caso do<br />
ataque às Torres Gémeas, e em<br />
especial o pseudo ataque ao<br />
Pentágono, em 11 de Setembro<br />
de 2001, que justificou os ataques<br />
desenfreados que os EUA<br />
lideraram a partir daí.<br />
Em Portugal também existirão<br />
alguns exemplos significativos.<br />
Evoco tudo isto, precisamente a<br />
propósito do que se está a passar<br />
actualmente em Portugal?<br />
Há pouco mais de dois anos, as<br />
eleições parlamentares permitiram<br />
uma solução de governo<br />
que muitos consideravam contranatura.<br />
Contrariamente ao que a oposição<br />
então profetizou, a solução<br />
vingou e apresentou resultados.<br />
De tal maneira que a Europa<br />
inteira se admirou e o mundo<br />
neoliberal, que faz do capital<br />
financeiro especulativo a sua<br />
bíblia, estremeceu de pavor.<br />
Como era possível que Portugal,<br />
um velho mas pequeno país<br />
periférico, que já tivera a ousadia<br />
de, em 25 de Abril de 1974,<br />
praticar um acto que continua<br />
a ser único na História universal,<br />
viesse de novo espantar<br />
o mundo e demonstrar que<br />
havia alternativa, que era possível<br />
governar o País de forma<br />
democrática e em defesa dos<br />
mais pobres, dos mais desprotegidos!?<br />
Sim, como era possível um governo<br />
governar à esquerda, sem<br />
necessidade de repressão?<br />
De início, os que viam perigar<br />
o seu divino poder, os seus divinos<br />
privilégios, puseram-se<br />
a clamar que vinha aí o diabo,<br />
que o Zé Povinho esperasse<br />
pela demora, que nem sonhava<br />
o que o esperava, como castigo<br />
por não ter mantido o apoio aos<br />
seus senhores iluminados.<br />
O tempo passou, o diabo não<br />
apareceu à população, terá aparecido<br />
aos seus apóstolos, mas<br />
a criação de fenómenos que<br />
enfraqueçam a “geringonça”<br />
tornou-se a primeira prioridade.<br />
Cavalgando a tragédia dos incêndios<br />
em Pedrógão e demais<br />
localidades, explorando<br />
as suas consequências, como<br />
se fosse caso inédito em Portugal<br />
(demissão do ministro da<br />
Agricultura, clama com vigor a<br />
sua antecessora que atacara os<br />
incêndios do seu mandato com<br />
rezas à Senhora de Fátima para<br />
que fizesse chover), quase que<br />
transformaram os membros<br />
do Governo nos verdadeiros<br />
incendiários (há que confessar<br />
que algumas actuações de responsáveis<br />
facilitaram esses ataques).<br />
De seguida, criam a farsa de um<br />
“assalto aos paióis de Tancos” e,<br />
queira-se ou não, o facto é que<br />
provocaram alguma mossa no<br />
Governo.<br />
Não chegou, foram desmascarados,<br />
viram o diabo nas<br />
eleições autárquicas, de onde<br />
a solução governativa saiu<br />
reforçada e, vendo que não<br />
conseguem abrir brechas significativas<br />
entre os vários componentes<br />
dessa solução, não<br />
hesitam: avançam para uma<br />
avalancha de incêndios, numa<br />
acção criminosa que nos traz à<br />
memória a sucessão de ataques<br />
a sedes do PCP e de outros partidos<br />
da mesma área, nos idos<br />
do Verão Quente de 1975.<br />
Exagero?<br />
Penso que não!<br />
Basta ver os exércitos de comentadores,<br />
os anúncios de<br />
“manifestações contra os incêndios”<br />
(!!??), o anúncio de uma<br />
moção de censura ao Governo!<br />
Mais uma vez me vêm à lembrança<br />
os anos do pós 25 de<br />
Abril, com a manifestação da<br />
“Maioria Silenciosa”. Só que<br />
desta vez até conseguiram fazer<br />
a manifestação, mas ela foi muito<br />
pouco maioria e silenciosa…<br />
Pessoalmente, estou convicto<br />
que estamos numa guerra,<br />
onde há combatentes que não<br />
hesitam nas armas a que deitam<br />
mão. Estarão desesperados, por<br />
isso há que não os ignorar, combatendo-os<br />
com determinação.<br />
Apesar de várias opiniões em<br />
contrário, quero acreditar que o<br />
Presidente da República Marcelo<br />
Rebelo de Sousa continuará a<br />
ser um Presidente que defende<br />
o estado democrático e de direito<br />
em Portugal.<br />
Confio que se não deixará embalar<br />
pelos cantos da sereia,<br />
incluindo muitos da sua família<br />
política e continue a comportar-<br />
-se como o Presidente de todos<br />
os Portugueses.<br />
Contrariamente a alguns amigos,<br />
não critico a sua intervenção<br />
pública do dia 17 de Outubro.<br />
Pelo contrário, subscrevo o<br />
essencial das suas posições.<br />
A questão que levanto, no entanto,<br />
é que considero que o<br />
Governo e a Assembleia da<br />
República, nomeadamente o<br />
primeiro-ministro e os partidos<br />
apoiantes desta solução governativa,<br />
terão de ser capazes de<br />
responder, clara e determinadamente,<br />
ao repto que o Presidente<br />
da República lhes lançou.<br />
Em primeiro lugar, terão de ser<br />
capazes de levar à prática as<br />
medidas necessárias e indispensáveis<br />
que, adiadas várias<br />
décadas, são inevitáveis para<br />
que o paradigma se altere.<br />
Não vou aqui pormenorizar as<br />
medidas que defendo, mas tem<br />
de haver coragem e força para<br />
alterar, entre outros pontos, o<br />
ordenamento da propriedade<br />
agrícola, a restruturação da floresta,<br />
a estrutura da Protecção<br />
Civil e dos Bombeiros, o ataque<br />
ao “negócio dos fogos” em Portugal.<br />
Vai haver enormes oposições?<br />
Os interesses postos em causa<br />
são demasiados fortes para se<br />
lhes conseguir fazer frente?<br />
É um facto, mas aí terá de haver<br />
coragem e força políticas!<br />
E, nesse caso, o Presidente da<br />
República terá, como confio<br />
que terá, de apoiar determinantemente<br />
as medidas que,<br />
adiadas por décadas, se impõe<br />
concretizar.<br />
E, de uma coisa estou certo: não<br />
serão as forças do passado, que<br />
nada fizeram de positivo para<br />
alterar a situação, pelo contrário<br />
contribuíram para o actual<br />
estado calamitoso, que poderão<br />
ser agentes das transformações<br />
inadiáveis.<br />
Se assim for, se a democracia<br />
continuar a funcionar e o Governo<br />
mantiver a rota que encetou<br />
há dois anos, conseguir-se-á<br />
desmascarar os incendiários<br />
(sejam os propriamente ditos,<br />
sejam os outros…) e a consolidação<br />
de um Portugal mais<br />
livre, democrático, justo e em<br />
Paz será um facto.<br />
Abril continuará a cumprir-se.<br />
É nisso que acredito, é nisso<br />
que aposto.<br />
Lisboa, 18 de Outubro de 2017<br />
(*) Vasco Correia Lourenço é um militar<br />
português na reserva que pertenceu à<br />
comissão política do Movimento das<br />
Forças Armadas à época da Revolução<br />
dos Cravos. Vasco Lourenço ingressou<br />
na Academia Militar em 1960.
18 Lusitano<br />
OPINIÃO<br />
Luto e censura<br />
Pedro Carlos Bacelar De<br />
Vasconcelos (*)<br />
Deputado e Professor de Direito<br />
Constitucional<br />
“O ÊXODO COMEÇOU NOS<br />
ANOS 60. OS PRIMEIROS A<br />
PARTIR FORAM OS HOMENS,<br />
DEPOIS PARTIRAM AS<br />
MULHERES, OS FILHOS,<br />
OS VIZINHOS. OS CAMPOS<br />
FICARAM POR LAVRAR E NEM<br />
GENTE SOBROU PARA COLHER<br />
O QUE RESTAVA NAS SEARAS,<br />
NOS POMARES, NAS ALDEIAS<br />
ABANDONADAS. VINTE ANOS<br />
MAIS TARDE CHEGARAM AS<br />
AJUDAS PARA A ADESÃO E<br />
A INTEGRAÇÃO EUROPEIA<br />
MAS A SANGRIA HUMANA<br />
DO INTERIOR DO PAÍS<br />
PROSSEGUIU”.<br />
1. O luto - Este "jardim à<br />
beira-mar plantado" transformou-se<br />
de súbito num<br />
pasto de chamas. Persistiu<br />
a paisagem, desolada, das<br />
árvores calcinadas, resistiram<br />
os edifícios em ruínas<br />
- casas, oficinas, máquinas e<br />
armazéns -, enterraram-se os<br />
mortos e ficou a dor inconsolável<br />
dos que sobreviveram.<br />
Nos últimos 30 anos, as comunicações<br />
desenvolveram-<br />
-se prodigiosamente. Pelas<br />
novas estradas, rotundas e<br />
variantes, circula-se decerto<br />
com mais rapidez, mais segurança<br />
e conforto mas acelerou-se<br />
também a desertificação<br />
humana, a degradação<br />
económica e a irrelevância<br />
política do interior do país<br />
que não cessa de perder gente<br />
e de fechar escolas, juntas<br />
de freguesia, repartições de<br />
finanças, tribunais, dependências<br />
bancárias!<br />
2. Os antecedentes<br />
- O êxodo começou nos anos<br />
60. Os primeiros a partir foram<br />
os homens, depois partiram<br />
as mulheres, os filhos, os<br />
vizinhos. Os campos ficaram<br />
por lavrar e nem gente sobrou<br />
para colher o que restava<br />
nas searas, nos pomares,<br />
nas aldeias abandonadas.<br />
Vinte anos mais tarde chegaram<br />
as ajudas para a adesão<br />
e a integração europeia mas<br />
a sangria humana do interior<br />
do país prosseguiu e, com<br />
ela, o crescimento do eucaliptal<br />
acelerou. Num belo<br />
artigo publicado na "Notícias<br />
Magazine" do passado domingo<br />
- "Há 28 anos um povo<br />
lutou contra os eucaliptos. E<br />
a terra nunca mais ardeu" -<br />
Ricardo Rodrigues recorda<br />
a epopeia que se viveu na<br />
Veiga do Lila, em Valpaços,<br />
há mais de 28 anos, e entrevista<br />
os protagonistas dessa<br />
memorável luta. No dia 31<br />
de Março de 1989, "às duas<br />
da tarde o sino começou a<br />
tocar a rebate. Oito centenas<br />
de vozes entoavam "oliveiras<br />
sim, eucaliptos não" e<br />
largaram por um caminho de<br />
terra batida para a Quinta do<br />
Ermeiro". Ali, 200 hectares<br />
de olival tinham sido substituídos<br />
por eucaliptos, plantados<br />
havia pouco por uma<br />
subsidiária da Soporcel, beneficiando<br />
do financiamento<br />
"a fundo perdido" da CEE,<br />
promovido pelo Ministério<br />
da Agricultura. A população,<br />
contudo, não se resignou.<br />
De entre as aldeias vizinhas,<br />
800 pessoas acorreram ao<br />
toque a rebate e arrancaram<br />
à mão as árvores requeridas<br />
pela política de expansão da<br />
indústria florescente da celulose.<br />
A forte concentração<br />
de forças policiais, incluindo<br />
o Corpo de Intervenção,<br />
não demoveu os populares.<br />
Nem uma carga a cavalo<br />
surtiu efeito porque as bestas<br />
tropeçavam nos socalcos<br />
cavados pela Soporcel para<br />
plantar os eucaliptos. Entretanto,<br />
um agricultor de uma<br />
aldeia vizinha, José Oliveira,<br />
é preso pela Guarda mas a<br />
população ameaça que "não<br />
arreda pé" enquanto o não libertarem<br />
e vai conseguir, ao<br />
cair da noite.<br />
3. A censura - Nessa<br />
data remota era primeiro-ministro,<br />
Aníbal Cavaco Silva.<br />
Quem tutelava a pasta da<br />
Agricultura era Álvaro Barreto<br />
e na Administração Interna<br />
mandava José Silveira<br />
Godinho. A mais recente extensão<br />
do eucaliptal ocorreu<br />
apenas há 5 anos, em 2012,<br />
com Pedro Passos Coelho a<br />
chefiar o Governo, Assunção<br />
Cristas à frente da pasta da<br />
Agricultura e, na secretaria<br />
de Estado das Florestas, Daniel<br />
Campelo. Ao longo dos<br />
últimos 28 anos sucederam<br />
e alternaram no Governo<br />
ministros do PS, do PSD,<br />
do CDS e independentes. É<br />
tempo de mudar as políticas.<br />
4. A lição - "Às seis da<br />
tarde, depois de José Oliveira<br />
ser libertado, um vale<br />
inteiro voltou pelo mesmo<br />
caminho e juntou-se no principal<br />
largo de Veiga do Lila.<br />
Mataram-se dois borregos<br />
e um leitão, abriram-se presuntos<br />
e deitaram-se alheiras<br />
à brasa, houve até quem<br />
trouxesse uma pipa de vinho.<br />
A festa durou noite dentro<br />
e foi maior do que qualquer<br />
romaria de Santa Bárbara".<br />
E Ricardo Rodrigues conclui,<br />
por fim: "Hoje, o Ermeiro é<br />
terra de nogueiras, amendoeiras,<br />
oliveiras e pinho.<br />
Nunca ardeu".<br />
(*) in JN
OPINIÃO<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
Escrever<br />
- eu, Puigdemont e até Napoleão<br />
19<br />
CARLOS MATOS GOMES<br />
Coronel de Cavalaria. Condecorado<br />
com as medalhas de Cruz<br />
de Guerra de 1ª e de 2ª Classe.<br />
Pertenceu à primeira Comissão<br />
Coordenadora do Movimento dos<br />
Capitães na Guiné. Foi membro<br />
da Assembleia do MFA. É escritor.<br />
Porque escreve? Porque começou<br />
a escrever? Estas perguntas<br />
dos jornalistas são as<br />
mais comuns no início de uma<br />
entrevista. Pretendem ser simpáticas<br />
para abertura de uma<br />
conversa. Ainda há pouco me<br />
foi feita num programa da RTP<br />
África a propósito do romance<br />
A Última Viúva de África. Que<br />
razão, ou razões, teriam levado<br />
aquela pessoa, que era eu com<br />
um livro debaixo do braço, a<br />
escrever não só aquele, mas os<br />
que escrevera antes?<br />
A pergunta tem de ser feita. O<br />
que terá levado um aventureiro<br />
pouco afortunado como Camões<br />
à escrita de uma epopeia<br />
e de uma lírica? Ou um actor e<br />
empresário como Shakespeare<br />
a escrever as suas peças de<br />
teatro? Ou um obscuro diplomata<br />
como Eça de Queirós a<br />
escrever sobre dramas familiares,<br />
descalabros nacionais<br />
e hipocrisias morais? E, apontando<br />
a outras artes, que força,<br />
ou razão, teria levado Miguel<br />
Ângelo a pintar, ou Mozart a<br />
compor, ou o pequeno Napoleão<br />
a andar à espadeirada pela<br />
Europa?<br />
Quanto às causas para escrever,<br />
pintar, tocar, esculpir, filmar,<br />
dançar, jogar, representar,<br />
cantar, correr, nadar, espadeirar<br />
há, haverá respostas para<br />
todos os gostos, do ganhar a<br />
vida ao puro prazer narcisista,<br />
do exibicionismo ao acaso.<br />
Julgo, no entanto, ser mais<br />
comum perguntarem a um escritor<br />
porque escreve do que<br />
a um ciclista porque pedala,<br />
embora a razão possa ser a<br />
mesma: não cair, ir em frente,<br />
ver o que acontece, receber os<br />
aplausos da família, no caso um<br />
ciclista de fim-de-semana, ou<br />
de uma multidão se for um ás<br />
do pedal.<br />
Cuidado, no entanto, com o<br />
modo de lançar a pergunta.<br />
Pode indiciar dúvidas do entrevistador<br />
sobre a genialidade<br />
do artista. Pior, pode ser interpretada<br />
como uma ofensa, ter<br />
subentendida uma outra: porque<br />
diabo se dá ao trabalho de<br />
registar e publicar as vulgaridades<br />
do seu pensamento?<br />
Recebida a pergunta com<br />
maior ou menor boa vontade,<br />
em qualquer dos casos as<br />
melhores respostas são as do<br />
chamamento interior, as do escrevo<br />
porque uma força incontrolável<br />
me vem de cá de dentro!<br />
Explicação que convoca o<br />
sagrado: foi deus, um qualquer<br />
deus das letras e artes que atribuiu<br />
o génio ao escritor e, com<br />
o génio, a missão de o aspergir<br />
sobre os comuns mortais. As<br />
respostas que explicam a escrita<br />
com a incontrolável pressão<br />
do tem de ser se não explodia,<br />
originada por uma telúrica força<br />
divina, constituem o maior<br />
contingente e permitem passar<br />
à pergunta seguinte sem grandes<br />
perdas de tempo.<br />
O meu problema é não ser<br />
adepto dos chamamentos interiores,<br />
dos sopros divinos,<br />
dos mistérios do sobrenatural.<br />
Deixo essa explicação para os<br />
autores de tijolos impressos<br />
como os Codex dos Don Brown<br />
de todos os mercados e nacionalidades.<br />
Resta-me por isso<br />
justificar o livrinho publicado<br />
com o último dos motivos: a<br />
missão! Não a nobre missão de<br />
ilustrar os pobres de espírito,<br />
que recuso por fazer de mim<br />
um evangelista sem fé, mas a<br />
da missão como estratagema!<br />
Utilizei esse truque no romance<br />
A Última Viúva de África.<br />
Socorri-me da ideia difundida<br />
pelas grandes religiões monoteístas<br />
de os seres vivos — entre<br />
eles os humanos feitos à<br />
imagem de Deus — terem uma<br />
missão na sua existência terrena<br />
para além de viverem. Não<br />
estou certo de todos virmos já<br />
com o missionarismo integrado<br />
na nossa identidade, mas coloquei<br />
o narrador nessa situação<br />
quando o pai lhe grita: «Afinal<br />
o que queres fazer na vida,<br />
Miguel? — a pergunta rodou à<br />
minha volta como um eco multiplicado<br />
por um coro a várias<br />
vozes. Havia atrás dela uma palavra-chave:<br />
Missão! Eu tinha<br />
uma missão na vida. Portugal<br />
tinha uma missão no mundo.<br />
Todos temos uma missão!»<br />
Parece-me, pois, razoável que<br />
um artista responda estar a<br />
cumprir a sua missão na vida<br />
ao escrever, ao pintar, ao dançar,<br />
ao cantar, mas também<br />
deveria ser obrigatório os entrevistadores<br />
perguntarem aos<br />
agricultores porque cavam as<br />
suas terras, aos astrónomos<br />
que força os levou a perscrutar<br />
o firmamento, aos pescadores<br />
a saírem para o mar mesmo em<br />
dias de mau tempo e, principalmente,<br />
perguntarem aos heróis<br />
e aos pais dos povos o que os<br />
levou a colocarem-se à frente<br />
dos seus semelhantes com uma<br />
espada ou uma bandeira para<br />
os conduzirem à liberdade, à<br />
felicidade, ao paraíso!<br />
Ainda agora, há dias, se levantou<br />
da aprazível paisagem da<br />
cidade de Barcelona um desses<br />
espontâneos a gritar: independência.<br />
Porque saiu ele da obscuridade?<br />
Porque não escreveu?<br />
Ou dançou? Ou cantou?<br />
Ou leu? Ou bebeu uma cerveja?<br />
Porque se atribuiu aquele<br />
homem, uma obscura criatura,<br />
a missão de gritar independência,<br />
sem que o tenham empurrado,<br />
apenas tendo como<br />
respaldo uns cívicos com a serena<br />
designação de moços de<br />
esquadra, o que os deve situar<br />
abaixo de polícia municipal.<br />
Porquê, Puigdemont, se até<br />
o Napoleão, o de la grandeur,<br />
tinha lanceiros e couraceiros,<br />
legiões e artilharia e morreu<br />
preso e só em Santa Helena,<br />
com a França e os franceses a<br />
tratarem das suas vidas, a viverem,<br />
simplesmente?<br />
E tu, Carlos Vale Ferraz, porque<br />
escreves? E porque se lambe<br />
o meu gato?
20 Lusitano<br />
SAÚDE<br />
Labirintite – o que é isso?<br />
Zuila Messmer<br />
O organismo humano é dotado<br />
de um aparelho chamado vestibular<br />
que localiza-se na parte<br />
interna do ouvido e é composto<br />
por diversas estruturas, tais<br />
como - sáculo, utriculo, cóclea,<br />
nervos, linfas e canais, que interligam-se<br />
entre si e desempenham<br />
funções distintas, formando<br />
um sistema complexo e<br />
por isso, denominado labirinto.<br />
O sistema vestibular é responsável<br />
pela audição, detecção<br />
dos movimentos, equilíbrio,<br />
postura, sentido de localização,<br />
espaço e orientação do<br />
corpo quanto a posição em<br />
que se encontra, se na vertical<br />
(de pé), horizontal (deitado) e<br />
assim por diante.<br />
A linfa é um líquido incolor e<br />
aquoso composto de proteínas,<br />
hormónios, glicose e potássio,<br />
que preenche e circula<br />
nas estruturas, nos canais, espaço<br />
intracraniano e medula<br />
espinhal. Esse líquido fornece<br />
nutrientes para o cérebro,<br />
protege as células cerebrais e<br />
actua como amortecedor das<br />
vibrações ósseas.<br />
A estrutura responsável pela<br />
audição é a cóclea. Vale ressaltar<br />
que, os ouvidos são órgãos<br />
fundamentais no equilíbrio e<br />
na postura do corpo humano.<br />
Definição e causas<br />
da labirintite<br />
A labirintite é uma inflamação<br />
ou infecção do labirinto, causada<br />
por diferentes factores, entre<br />
eles os vírus e as bactérias.<br />
De doenças como o sarampo,<br />
papeira, infecções do ouvido,<br />
meningite, gripes e resfriados.<br />
Outras causas são as alergias,<br />
certos medicamentos, pressão<br />
e colesterol alto, diabetes,<br />
tumor cerebral, traumatismo<br />
craniano, problemas na tireóide,<br />
na articulação temporo-<br />
-mandibulares (mandíbula e<br />
os ossos temporais do crânio),<br />
neurológicos e emocionais. E<br />
ainda o excesso de bebidas alcoólicas,<br />
café, cigarros, stress e<br />
ansiedade.<br />
Sintomas da labirintite:<br />
Os mais característicos<br />
é a tontura e a vertigem.<br />
Também é comum - náuseas<br />
(enjoo), vómito, sensação de<br />
desmaio, zumbido no ouvido<br />
e redução temporária - parcial<br />
ou total, da audição.<br />
Diagnóstico<br />
Através do exame clínico se<br />
identifica a inflamação no ouvido<br />
e se há comprometimento<br />
da audição. Os exames - ressonância<br />
magnética, tomografia<br />
e o electroencefalograma podem<br />
ser solicitados.<br />
Ao ser diagnosticado a doença,<br />
se busca identificar as causas,<br />
e daí se prescreve o tratamento<br />
mais indicado.<br />
Medidas auxiliares<br />
no tratamento da<br />
doença<br />
- Nos primeiros três dias, as<br />
tonturas e náuseas são fortes,<br />
por isso se aconselha que o<br />
doente fique em casa em repouso,<br />
evitando quedas e lesões.<br />
- Tomar de 2 - 3 litros de água<br />
por dia para evitar desidratação<br />
e complicações da doença.<br />
Não tomar bebidas alcoólicas,<br />
chá preto, café, coca-cola e outras<br />
bebidas estimulantes.<br />
- Evitar stresse, ansiedade, locais<br />
com barulho, estímulos<br />
visuais, luminosidade excessiva,<br />
fumaça, cigarros, jogos de<br />
artifícios, ver filmes 3D, jogos<br />
electrónicos, televisão, computadores<br />
e fones celulares.<br />
- Não dirigir durante o tratamento<br />
e nem girar a cabeça ou<br />
levantar-se rapidamente. As<br />
mulheres devem evitar o uso<br />
de sapatos com salto alto.<br />
- No caso de crises (vertigens<br />
e tonturas), ficar calmo, sentar-<br />
-se, manter as costas recta e fixar<br />
o olhar em qualquer ponto.<br />
- Seguir as orientações médicas,<br />
tomar o medicamento<br />
prescrito até a data recomendada.<br />
Não parar antes, mesmo<br />
que os sintomas tenham desaparecido.<br />
Tratamento:<br />
Em geral a labirintite tem cura,<br />
porém há casos em que evolui<br />
para a forma crónica, fazendo<br />
com que o problema vez e<br />
quando se manifeste, mesmo<br />
que de forma leve causando<br />
desconforto, havendo portanto<br />
a necessidade de ser tratada.<br />
Os remédios utilizados no tratamento<br />
da doença dependem<br />
das causas. Os antibióticos<br />
são prescritos para os casos de<br />
origem bacteriana. Os antieméticos<br />
utilizados contra náuseas<br />
e vómitos. Os corticóides<br />
(Prednisona) combatem sintomas<br />
mais fortes e diminuem a<br />
inflamação do ouvido. Os benzodiazepinas<br />
(Diazepan), provocam<br />
relaxamento muscular<br />
e reduzem a ansiedade, porém<br />
são recomendados com cautela,<br />
porque actuam no sistema<br />
nervoso central, podendo gerar<br />
dependência.<br />
Caso surgem efeitos colaterais,<br />
(reacções estranhas e indesejadas<br />
aos medicamentos),<br />
informar imediatamente ao<br />
médico ou dirigir-se para uma<br />
emergência hospitalar.<br />
Atenção: Os efeitos indesejáveis<br />
podem ser: confusão<br />
mental, dificuldade para falar,<br />
visão dupla, fraqueza, sensação<br />
de formigamento no corpo<br />
e alterações no caminhar.<br />
A fisioterapia também auxilia<br />
na reabilitação e no tratamento<br />
dos casos da labirintite.
OPINIÃO<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
21<br />
O fogo e os comentadores<br />
do terceiro e quarto mundos<br />
DOMINGOS LOPES (*)<br />
É lamentável que o Presidente<br />
da República vá a Oliveira do<br />
Hospital para alinhar com a ideia<br />
de que está em causa o futuro<br />
do Governo.<br />
Acabaram de se realizar eleições<br />
autárquicas que são normalmente<br />
favoráveis aos partidos<br />
da oposição, mas não foi o caso.<br />
Não foram eleições legislativas,<br />
mas não há ninguém que não<br />
saiba que a leitura seria outra,<br />
se o resultado fosse favorável à<br />
oposição.<br />
A direita perdeu claramente,<br />
independentemente do resultado<br />
de Assunção Cristas, que<br />
vive e progride à custa do PSD<br />
e não dos outros partidos. Cristas<br />
quer continuar a cavalgar no<br />
terreno do centro que o PSD<br />
deixou ao abandono ao galgar<br />
para a direita.<br />
Duas semanas depois das eleições<br />
com expressão clara de<br />
apoio à política de devolução<br />
de rendimentos aos portugueses,<br />
ocorreram incêndios nunca<br />
vistos, que no domingo, dia 15,<br />
atingiram a enormidade brutal<br />
de mais de 450. Tal tragédia provocou<br />
quatro dezenas de mortos<br />
e destruições devastadoras<br />
de bens. O país viveu um domingo<br />
de verdadeiro apocalipse; a<br />
convergência de problemas que<br />
existem na floresta há décadas<br />
com condições climáticas únicas.<br />
Certamente que houve, tal<br />
como se retira do relatório da<br />
Comissão Independente, erros<br />
de avaliação do que sucedia e<br />
omissões que poderiam evitar<br />
tantas mortes nos incêndios de<br />
Pedrógão e nestes últimos.<br />
O Governo fez seu o relatório<br />
e propõe-se levá-lo a prática<br />
no que concerne às suas conclusões.<br />
Nestas circunstâncias,<br />
o que está em causa é não só a<br />
(in)capacidade para responder a<br />
estes desafios, como também o<br />
que veio acontecendo ao longo<br />
das últimas décadas de abandono<br />
do interior, transplantando<br />
o país para o litoral. Não há<br />
ninguém que de boa-fé o possa<br />
ignorar. Estes incêndios, independentemente<br />
de responsabilidades<br />
circunscritas ao seu alastramento,<br />
não resultam do nada.<br />
Explodem com toda a brutalidade<br />
porque resultam claramente<br />
de uma ausência de um projeto<br />
de desenvolvimento para o interior<br />
do país. O interior não dá<br />
votos. Ou dá poucos, porque a<br />
agricultura, tal como existia há<br />
50 anos, não tem futuro. Os<br />
incêndios acontecem porque o<br />
país cresce desmesuradamente<br />
no litoral e vai morrendo no<br />
interior. E até hoje o que todos<br />
os governos fizeram foi agravar<br />
a situação. Sócrates quis-nos<br />
fazer crer que o que o interior<br />
precisava era de auto-estradas...<br />
Passos e Cristas de acabar com<br />
os serviços florestais... É dessa<br />
medida que Passos tem vergonha?<br />
Para fazer frente a mais de 500<br />
ignições em dois dias era preciso<br />
que os meios da administração<br />
interna vivessem exclusivamente<br />
para a tarefa de apagar incêndios,<br />
o que é uma demagogia<br />
inqualificável. E nem assim tais<br />
meios seriam eventualmente suficientes.<br />
Quando das televisões<br />
nos chegam as vozes dos nossos<br />
concidadãos aterrorizados a pedir<br />
ajuda, há alguém que acredite<br />
que a ajuda não chega porque<br />
quem pode e deve ajudar se<br />
nega a fazê-lo?<br />
A gritaria que a direita mais sofisticada<br />
ou mais bruta utiliza<br />
nos incêndios para atacar a política<br />
do Governo no seu todo e<br />
pedir a sua queda é própria de<br />
uma mentalidade de terceiro ou<br />
quarto mundos. É servir-se de<br />
uma desgraça da qual também é<br />
responsável para atingir um fim<br />
que em condições normais não<br />
conseguiria, como resulta claramente<br />
da vontade soberana do<br />
povo português.<br />
Pretender que os incêndios são<br />
o resultado de opções estratégicas<br />
de dignificação da carreira<br />
dos funcionários públicos só<br />
pode ter a ver com gente que<br />
acerca da política tem a conceção<br />
de que vale tudo, e revelando<br />
ainda o desprezo pela função<br />
pública. Querem a proteção das<br />
florestas privatizada? Querem<br />
nacionalizar o minifúndio e entrega-lo<br />
aos tubarões? Querem<br />
que os donos das celuloses fiquem<br />
com o interior sem pessoas<br />
e apenas com eucaliptos<br />
para terem a almejada rentabilidade<br />
e fornecer a Europa limpa?<br />
É, por isso, lamentável que o<br />
Presidente da República vá a<br />
Oliveira do Hospital para alinhar<br />
com a ideia de que está<br />
em causa o futuro do Governo.<br />
Independentemente de más decisões<br />
no terreno no combate<br />
aos incêndios, e consequentes<br />
conclusões, é de uma demagogia<br />
sem limites servir-se dos<br />
incêndios para pôr em causa a<br />
política global do Governo que<br />
tem dado resultados positivos e<br />
que tem o apoio do PS, PCP, BE<br />
e PEV.<br />
A oposição ao Governo não vive<br />
em função do seu projeto para<br />
se afirmar como alternativa à<br />
governação. Sem ideias para<br />
sair da política de redondel de<br />
enriquecer os ricos e empobrecer<br />
os pobres, fica à espera do<br />
que a natureza lhe possa trazer<br />
para dar provas que existe. Tenta<br />
aproveitar o mar de chamas<br />
que se abateu sobre o país para<br />
sair à rua a gritar o que ela própria<br />
ajudou a criar ao longo de<br />
dezenas de anos de política de<br />
desertificação do interior e de<br />
entrega da floresta à ganância e<br />
apetite de alguns.<br />
É pena que Marcelo Rebelo de<br />
Sousa venha declarar, numa<br />
hora de dor e sofrimento (como<br />
se as populações tivessem sido<br />
abandonadas agora e intencionalmente),<br />
como se nunca tivesse<br />
sido responsável por um partido<br />
que tem estado no governo<br />
sozinho, ou com o PS ou com o<br />
CDS, que o Parlamento tem de<br />
decidir se continua a dar apoio<br />
ao Governo. Acredita o PR que o<br />
PS, ou o BE, ou o PCP, ou o PEV,<br />
vão derrubar o Governo? Devia<br />
esclarecer. Cristas foi a anterior<br />
ministra da Agricultura que para<br />
empobrecer o país acabou com<br />
os serviços florestais.<br />
Todos sabem, até no CDS, que<br />
com submarinos e com menos<br />
quotas de pescado não se combatem<br />
os incêndios.<br />
Se houvesse mais vergonha e se<br />
olhasse para a Austrália e para a<br />
Califórnia, talvez os “comentaristas”<br />
mais dados à defesa dos<br />
seus ideais pudessem refrear os<br />
seus ânimos e não puxassem as<br />
brasas às suas sardinhas. Brincar<br />
com o fogo queima.<br />
O autor escreve segundo o novo<br />
Acordo Ortográfico<br />
(*) Advogado -in publico.pt
22 Lusitano<br />
COMUNIDADE<br />
MARIA DOS SANTOS<br />
Festival de Folclore do<br />
RanchoTerras de Portugal<br />
de Lucerna<br />
Trinta de Outubro 2017, um<br />
puro dia de Outono. Caíam as<br />
folhas suavemente, na bonita<br />
cidade de Kriens, onde o Rancho<br />
Terras de Portugal realizou<br />
o seu nono festival.<br />
Fomos todos recebidos com um<br />
delicioso jantar e uma diversidade<br />
de louvar, nas sobremesas<br />
que fizeram a tentação em cada<br />
um de nós.<br />
A sala tipicamente decorada e<br />
com um publico preste a aplaudir<br />
o que de mais genuíno se faz<br />
em termos de cultura popular,<br />
começou assim um serão animado<br />
e harmonioso.<br />
Entre Amigos, regiões e terras<br />
de Portugal a comunidade portuguesa<br />
teve a oportunidade de<br />
um ano mais, poder demonstrar<br />
a união, respeito e dedicação ás<br />
raízes populares do folclore.<br />
O serão abriu com os Bombos<br />
Sempre a Rufar de Lugano.<br />
Com o seu som forte, encheram<br />
a sala de entusiasmo. A<br />
actuação foi deslumbrante, demonstraram<br />
que a característica<br />
de serem muito atractivos é<br />
um facto bem real. Dizem dos<br />
Bombos que são um instrumento<br />
musical oriundo da Argentina<br />
e o que mais depressa se expandiu<br />
por geografia e culturas.<br />
O seu som pode ser ouvido até<br />
duas léguas.<br />
Logo a seguir tivemos o momento<br />
de ver e aplaudir o Rancho<br />
Folclórico os Amigos de<br />
Lausanne. Um rancho adulto já<br />
com onze anos e que este ano<br />
apresentam o rancho infantil,<br />
que dará seguimento num futuro<br />
próximo.<br />
Rancho Folclórico regiões de<br />
Portugal do Ticino, apresentou<br />
as suas danças de Norte a Sul<br />
de Portugal, passando pelos<br />
Açores e Madeira, com o típico<br />
bailinho da Madeira. Um rancho<br />
forte na animação e que vive o<br />
folclore intensamente. Puseram<br />
em palco a cena das vindimas e<br />
cada elemento usufruiu deste<br />
ritual tão bem preparado. O publico<br />
ficou encantado.<br />
O Rancho Terras de Portugal<br />
Luzerna que organizou o evento,<br />
subiu ao palco acompanhado<br />
de uma chuva de aplausos que<br />
enchem o coração. A cumplicidade<br />
em palco foi total e para<br />
os que estiveram mais atentos,<br />
puderam apreciar o momento<br />
inicial com uma coreografia<br />
mostrando uma desfolhada. Etnografia<br />
e folclore em perfeita<br />
simetria.<br />
Manuel Martins viveu um momento<br />
de muita emoção em<br />
palco, quando agradeceu o<br />
apoio que lhe é dado pela própria<br />
família. Certo, o ditado<br />
popular diz que, por detrás de<br />
um grande homem, há sempre<br />
uma grande mulher. Por detrás<br />
de uma mulher há sempre um<br />
grande homem e por detrás de<br />
nós existe uma comunidade que<br />
apoia, que luta e que procura<br />
manter as raízes, que os familiares<br />
geração após geração teima<br />
em transmitir. São um conjunto<br />
de factos, que fazem a união e<br />
que através destes festivais,<br />
podemos contemplar a fertilidade<br />
da nossa cultura<br />
Um amplo obrigada a todos os<br />
sponsores que contribuíram<br />
para este festival, pois sem o<br />
vosso apoio, nada seria possível.<br />
Um gigantesco reconhecimento<br />
a todos os que estiveram<br />
presentes e foram muitos, são<br />
vocês que nos dão força para<br />
continuar e acreditar que o<br />
nosso trabalho não é em vão.<br />
O Padre Aloísio representou a<br />
Comunidade Católica residente<br />
nas províncias, pelas quais é<br />
responsável.<br />
O som foi da responsabilidade<br />
do grupo musical Segura-te,<br />
vindo da Alemanha e que animou<br />
também com um grandioso<br />
baile o serão até ás duas da<br />
madrugada.<br />
O Rancho Terras de Portugal<br />
irá eleger nova direcção brevemente.<br />
De igual forma que,<br />
dia vinte e um de Outubro irão<br />
apagar as velas do décimo aniversário.<br />
Nós lá estaremos, não<br />
só pelo convívio, mas porque as<br />
cores da nossa bandeira, a língua<br />
de Camões e a nossa cultura<br />
merece ser homenageada.<br />
Dois mil e dezoito promete e<br />
quiçá se a nossa saúde permitir,<br />
nos voltaremos a juntar para<br />
transmitir a estas Terras de<br />
Portugal o nosso apresso.
COMUNIDADE<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
23<br />
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24 Lusitano<br />
ACTUALIDADE<br />
Família vendeu tudo para<br />
investir em “bitcoins”<br />
Por EFE<br />
<br />
A família Taihuttu vendeu tudo o que tinha<br />
para investir em bitcoins<br />
Uma família holandesa vendeu as suas propriedades,<br />
inclusive os brinquedos das três<br />
filhas, para investir todo o dinheiro na moeda<br />
virtual bitcoin e viver uma vida minimalista<br />
num parque de campismo em Venlo,<br />
no sudeste da Holanda, enquanto vê o seu<br />
capital aumentar.<br />
A bitcoin, alegadamente inventada por um<br />
japonês de pseudónimo Satoshi Nakamoto,<br />
é uma criptomoeda, criada a partir de um<br />
código de computador e que, quando foi<br />
lançada, em Fevereiro de 2009, valia poucos<br />
centavos de dólar.<br />
O valor da criptomoeda já ultrapassou os<br />
6100 dólares, mas está hoje cotada a 5727<br />
dólares – cerca de 4800 euros, segundo os<br />
dados do site de câmbio de moeda digital<br />
Bitstamp. O sistema permite transacções<br />
directas entre utilizadores, sem intermediários,<br />
que ficam registadas numa base de dados<br />
pública.<br />
A primeira vez que Didi Taihuttu ouviu falar<br />
da moeda virtual foi em 2012, quando “não<br />
fazia ideia” do que era nem onde iria chegar<br />
este sistema. “Comecei a pesquisar e achei<br />
interessante. Por curiosidade, comprei algumas<br />
bitcoins, vendi-os e pronto”, afirmou.<br />
Nem Didi nem a sua esposa, Romaine, imaginavam<br />
que as bitcoins seriam tão populares<br />
com o passar dos anos. “Apostamos nesta<br />
ideia com um duplo objectivo: ter uma vida<br />
simples e investir o nosso dinheiro em bitcoins,<br />
esperando que se multiplique”, explicou<br />
Didi Taihuttu à Agência EFE.<br />
Ao verificar o seu investimento um ano e<br />
meio depois de o ter iniciado, Didi apercebeu-se<br />
de que as moedas digitais são “a revolução<br />
do sistema monetário”. O dinheiro<br />
que adquiriu e transaccionou em 2013 “ganhou<br />
vários zeros”.<br />
Cansado de trabalhar muitas horas afastado<br />
da família e com receio de que o apego aos<br />
bens materiais matasse os sonhos das suas<br />
filhas, Didi conversou com Romaine e decidiram<br />
que os bitcoins eram “a oportunidade<br />
perfeita” para mudar de vida.<br />
Venderam a casa, a empresa, os três carros<br />
e uma mota. “Vendemos até as roupas que<br />
não usávamos, os brinquedos das meninas,<br />
todos os bens de luxo que tínhamos e investimos<br />
tudo em bitcoins“, afirmou o pai de<br />
família. No início, as filhas não entenderam<br />
mas “agora estão felizes com a nossa nova<br />
vida”, contou Didi.<br />
Segundo o instituto holandês Kantar TNS,<br />
cerca de 135 mil famílias do país têm bitcoins,<br />
o dobro em relação ao ano passado.<br />
Muitas pessoas investem uma pequena<br />
quantia: 43% das famílias não gastaram mais<br />
de 100 euros e mais de metade obteve “lucros<br />
modestos” do seu investimento.<br />
O especialista em criptografia Kijn Soeteman<br />
mostrou-se admirado com a decisão da<br />
família Taihuttu e afirmou à rede de rádio e<br />
televisão pública NOS que “ainda há muitos<br />
obstáculos técnicos que podem causar oscilações”<br />
na moeda digital.<br />
Didi, que relata seu dia a dia na página Yolo<br />
Familytravel, considera-se “um exemplo<br />
para outras pessoas que querem liberdade”<br />
e mostra a sua confiança nos bitcoins como<br />
a moeda do futuro.<br />
“Estamos cientes de que isto é uma aposta<br />
e podemos perder tudo. Seria um desastre<br />
porque investimos tudo o que tínhamos,<br />
mas poderemos sempre voltar à rotina de ter<br />
um salário e trabalhar”, explicou Didi.<br />
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OPINIÃO<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
25<br />
Juízes trogloditas<br />
desculpam a moca<br />
Por J ú l i o<br />
Os juízes Neto de Moura e Maria Luísa<br />
Arantes, do Tribunal da Relação do Porto,<br />
chumbaram o recurso contra uma<br />
sentença do Tribunal de Felgueiras que<br />
punia apenas com pena suspensa dois<br />
criminosos que sequestraram e agrediram<br />
gravemente uma mulher na cabeça<br />
e no corpo com uma moca de pregos.<br />
Quando da agressão, a vítima estava separada<br />
há quatro meses de um deles, o<br />
marido, a quem fora infiel, e tinha sido<br />
amante do outro durante um mês, após<br />
o que o tinha deixado também. Meses<br />
volvidos, e depois de repetidas ameaças<br />
de morte tanto por parte do marido<br />
como do ex-amante, os dois homens<br />
encontraram-se e resolveram em conjunto<br />
sequestrar a mulher e agredi-la<br />
com uma moca de pregos. O Tribunal de<br />
Felgueiras condenou os dois homens a<br />
prisão, mas com pena suspensa.<br />
No acórdão que negou provimento ao<br />
recurso, os juízes da Relação do Porto<br />
escreveram nomeadamente o seguinte:<br />
“Este caso está longe de ter a gravidade<br />
com que, geralmente, se apresentam os<br />
casos de maus tratos no quadro da violência<br />
doméstica. Por outro lado, a conduta<br />
do arguido ocorreu num contexto de<br />
adultério praticado pela assistente. Ora,<br />
o adultério da mulher é um gravíssimo<br />
atentado à honra e dignidade do homem.<br />
Sociedades existem em que a mulher<br />
adúltera é alvo de lapidação até à morte.<br />
Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera<br />
deve ser punida com a morte. Ainda<br />
não foi há muito tempo que a lei penal<br />
(Código Penal de 1886, artigo 372.º) punia<br />
com uma pena pouco mais que simbólica<br />
o homem que, achando sua mulher<br />
em adultério, nesse acto a matasse. Com<br />
estas referências pretende-se, apenas,<br />
acentuar que o adultério da mulher é uma<br />
conduta que a sociedade sempre condenou<br />
e condena fortemente (e são as mulheres<br />
honestas as primeiras a estigmatizar<br />
as adúlteras) e por isso vê com alguma<br />
compreensão a violência exercida pelo<br />
homem traído, vexado e humilhado pela<br />
mulher. Foi a deslealdade e a imoralidade<br />
sexual da assistente que fez o arguido X<br />
cair em profunda depressão e foi nesse<br />
estado depressivo e toldado pela revolta<br />
que praticou o acto de agressão, como<br />
bem se considerou na sentença recorrida.”<br />
(Pág. 19 do acórdão datado de 11 de<br />
Outubro de 2017, que se pode ler aqui<br />
http://bit.do/acordao).<br />
Isto passa-se em Portugal, não no Irão<br />
ou na Arábia Saudita, onde também se<br />
considera o adultério da mulher muito<br />
mais grave do que o do homem e onde<br />
“a sociedade” também “vê com alguma<br />
compreensão a violência exercida pelo<br />
homem traído”. A alusão dos juízes trogloditas<br />
à Bíblia também é curiosa, pois<br />
aludem veladamente ao Antigo Testamento<br />
e não ao Novo, onde a conversa<br />
é totalmente diferente, como é sabido<br />
(João 8, 1-11). E que dizer das saudades<br />
que os juízes do Porto têm do Código<br />
Penal de 1886? Será que também têm<br />
saudades das lapidações?<br />
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CRÓNICA<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
27<br />
A fogueira da sobrevivência<br />
ANTÓNIO M. RIBEIRO (UHF)<br />
SE EU FOSSE<br />
PM, NÃO USAVA<br />
A MINISTRA DO<br />
MAI COMO BODE<br />
EXPIATÓRIO, ISSO<br />
É O COSTUME<br />
QUE NADA<br />
ACRESCENTA.<br />
A imagem que ilustra esta reflexão pessoal pertence à edição do Público de ontem. Vale mais que mil palavras.<br />
Sou cada vez mais independente neste espectro político declarado. Não sou de esquerda, nem<br />
sou de direita, sou independente, pico o que acho justo; penso.<br />
Nestes tempos chamuscados, em que dezenas de pessoas morreram por tanta incúria, volto-<br />
-me para a ética da social-democracia nórdica, aquelas sociedades em que os eleitos visitam ao<br />
fim-de-semana o seu círculo eleitoral para ouvir os eleitores: os do governo vão de transporte<br />
público para os ministérios, ou de bicicleta, e nem sonham usufruir das viaturas que os impostos<br />
pagam para deslocações corriqueiras – ir para o trabalho. Aqueles deputados que partilham um<br />
apartamento na capital para tudo sair em conta, sem o devaneio da apropriação e do abuso.<br />
Se fosse governo o PSD que ganhou as últimas legislativas, Passos Coelho tinha sido fritado em<br />
azeite no seguimento da tragédia de Pedrógão. E ressuscitado no dia 15 de Outubro para voltar<br />
a ser queimado em auto de fé. Contudo.<br />
Ouvi as palavras do Presidente Marcelo. Finalmente. O capital social dos afectos – que enjoa<br />
alguns pensantes – iria servir um dia; serviu no dia 17 de Outubro. Em duas frases. Precisamos<br />
de ouvir um pedido de desculpa (às vítimas e à nação), e chegou o tempo da AR dizer se este<br />
governo tem condições para continuar a governar, disse.<br />
Se eu fosse PM, não usava a ministra do MAI como bode expiatório, isso é o costume que nada<br />
acrescenta.<br />
Se eu fosse PM interpretaria o coro da indignação da sociedade portuguesa e apresentava um<br />
pedido de demissão em bloco, propondo eleições antecipadas – esta AR não gera outra maioria.<br />
Voltava a candidatar-me e verifica se os portugueses confiavam em mim. Mas o BE e o PCP<br />
rejeitam este cenário, num momento de debilidade autárquica e proximidade ao poder.<br />
Se eu fosse PM aceitaria a avaliação dos portugueses nas urnas, aquém do arranjo parlamentar<br />
que ninguém antecipadamente votou.<br />
Coreografia e semântica triste à parte, no norte da Europa onde a social-democracia distribui riqueza<br />
e bem-estar, e por isso os migrantes a procuram abandonando o acolhimento português,<br />
qualquer político saberia tirar a devida lição do inferno que varreu Portugal, apesar do PIB, do<br />
sorriso do ministro das Finanças, do turismo que o terrorismo nos ofereceu e da nova bolha<br />
imobiliária. O serviço público exige ética e coragem, e a demissão em bloco seria um exemplo de<br />
nobreza política. Deixar aos portugueses (o povo) a escolha, a decisão democrática.
28 Lusitano<br />
OPINIÃO<br />
A piada que isto (não) tem<br />
ANTÓNIO M. RIBEIRO (UHF)<br />
Quando um sujeito está a convalescer<br />
vê mais televisão. Ontem<br />
corri os canais para perceber o que<br />
estava em causa na acusação do<br />
Processo Marquês e acabei por ouvir<br />
os explicadores profissionais do<br />
costume repetirem o costume a que<br />
as suas profissões obrigam – questão<br />
corporativa, paninhos quentes,<br />
como diz o povo que enche a boca<br />
da nossa classe política.<br />
Lembrei-me depois de um amigo<br />
que há uns anos me informou que se<br />
tinha reformado. Profissão: inspector<br />
da Polícia Judiciária, trabalhando<br />
nos delitos de colarinho branco.<br />
Com ele saíram uns quantos sem<br />
alarido. Motivo: desalento. Procurador-Geral<br />
da República em funções<br />
à altura: Dr. Pinto Monteiro.<br />
Falámos o possível, cumprindo a reserva<br />
do silêncio a que estava obrigado.<br />
Ainda lhe perguntei por que<br />
não escrevia um livro. “Não posso”,<br />
respondeu, leal a essa reserva.<br />
Depois recordei-me do processo<br />
Madoff, preso pelo FBI em 2008,<br />
julgado e condenado em 2009 –<br />
levou um ano. Nem tudo é mau na<br />
América, até porque o dinheiro e a<br />
confiança fazem parte do sistema e<br />
não podem parar.<br />
Recordo as notas explicativas dos<br />
doutos pensadores com escritório<br />
da praça sobre este mega-processo<br />
que abala (?) a nossa sociedade<br />
e vejo um pouco mais longe. O<br />
Processo Marquês é – finalmente<br />
– a exposição do monstro que a democracia<br />
retomada em 1974 criou,<br />
um emaranhado de possibilidades<br />
legais de uns quantos para dominarem<br />
a máquina – a teta – do Estado.<br />
É por isso que quando me agitam<br />
que é preciso mais Estado torço o<br />
nariz: na gamela do Estado até os<br />
mais empedernidos capitalistas se<br />
perfilam de mão estendida para<br />
uma benesse. Mexer um dedo custa<br />
dinheiro em Portugal, é o capitalismo<br />
de risco limitado.<br />
Os anos que este processo pode consumir<br />
tingem de vergonha um homem normal. Dez,<br />
doze anos, mais? Iremos assistir à coreografia<br />
dos advogados preparados para a dilação (legal)<br />
dos prazos. À fila interminável das testemunhas<br />
que entopem o processo. À amnésia<br />
súbita, selectiva e até aos óbitos de alguns<br />
intervenientes em idade avançada. O tango<br />
dos recursos virá no fim. Chamamos a isto<br />
justiça?<br />
A culpa está no legislador, nesta casta de<br />
deputados que entregou a coisa pública aos<br />
seus interesses tribais. Não há ligação de seriedade<br />
entre um eleito e um eleitor, há um<br />
processo, ponto final. Costumo dizer que o<br />
MFA devolveu-nos a democracia para legalizarmos<br />
a corrupção. Somos um país de espertos.<br />
Um dia, há conversa com um amigo francês<br />
que me ouvia zurzir na dormência da minha<br />
nação, expliquei-lhe que tínhamos tudo<br />
como os outros mas que nada funcionava.<br />
Portugal merece mais e melhor.<br />
A razão deste texto centra-se (também) na<br />
experiência vívida que levou um processo<br />
jurídico que me opôs a uma “stalker” entre<br />
2007 e 2012, e que será contado em livro no<br />
próximo ano. Ninguém tem de passar pelo<br />
que eu passei durante cinco anos de diatribes<br />
judiciais.<br />
Quando no ano passado três abutres do Facebook<br />
puseram em causa o meu bom nome<br />
e integridade moral, por causa do “affaire<br />
Avante”, movi três acções judiciais. Passado<br />
um ano continuo a aguardar o seu desenvolvimento<br />
dos processos. Uma justiça que não<br />
é célere só beneficia o infractor na trincheira<br />
de ser um presumível inocente até prova (estendida)<br />
em contrário.<br />
Não sou juíz, nem aceito julgamentos na praça<br />
pública, só exijo decência na causa pública,<br />
é o regime que está em causa e a forma<br />
que permite o assalto ao poder, esse poder<br />
de distribuir dinheiro mantendo a nação na<br />
tibieza de cresce/não cresce.<br />
Quando se afunda uma empresa com a força<br />
da PT, de valor financeiro e inovação tecnológica<br />
ímpares, como quem joga Monopólio,<br />
tudo está em causa. Os cidadãos, os contribuintes<br />
sob a densa carga dos impostos, devem<br />
exigir que a verdade conheça a luz do<br />
dia e ainda estejamos vivos para a desfrutar.
OPINIÃO<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
29<br />
Panama Papers:<br />
à terceira será de vez, Expresso?<br />
por João Mendes (*)<br />
Em menos de uma semana, os famosos<br />
papéis do Panamá regressaram ao Expresso.<br />
Estranhamente, ainda não foi<br />
desta que a igualmente famosa lista de<br />
jornalistas avençados pelo saco-azul do<br />
GES deu à costa. Ontem foi a vez de José<br />
Sócrates, o homem que está em todas,<br />
cujo nome, avança o Expresso, foi incluído<br />
no relatório da Comissão de Inquérito<br />
do Parlamento Europeu sobre os Panama<br />
Papers. De estranhar seria se não fosse,<br />
ou não tivessem sido eles, os papéis, o<br />
momento Eureka da Operação Marquês.<br />
No relatório do PE, um novo dado emerge:<br />
“o Grupo Espírito Santo subornou o<br />
antigo primeiro-ministro segundo as acusações<br />
do Ministério Público português”.<br />
Não sei quanto ao caro leitor, mas eu fui<br />
apanhado de surpresa. É que não estava<br />
mesmo nada à espera. O que eu estava<br />
à espera, mas continuarei a esperar sentado,<br />
que outra alternativa não me resta,<br />
era de conhecer a tal lista que não encontra<br />
maneira de dar o ar da sua graça. A<br />
lista dos mais de 100 jornalistas, subornados<br />
para sabe-se lá o quê, com uma quantidade<br />
considerável, porém indeterminada,<br />
de milhares de euros.<br />
PARA QUEM VERDADEIRAMENTE<br />
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Enquanto a lista não chega, que<br />
eu sou um moço optimista que<br />
acredita que lá chegará o dia, vamo-nos<br />
contentando com estas informações<br />
bombásticas, que nunca<br />
deixam pedra sobre pedra, tão<br />
bombásticas como o efeito que se<br />
sentirá no dia em que ficarmos a<br />
saber quem são os jornalistas que<br />
se deixam corromper a troco da<br />
produção de informação por conta<br />
e medida de banqueiros criminosos,<br />
que a justiça de mãos besuntadas<br />
vai deixando escapar. Até lá<br />
temos o Sócrates, a Madonna e o<br />
Hugo Soares para nos mantermos<br />
entretidos. Pode ser que à terceira<br />
seja de vez.<br />
SEGUROS DA ZURICH.<br />
PARA TODOS QUE AMAM VERDADEIRAMENTE.<br />
(*) Aventar
30 Lusitano<br />
CULINÁRIA<br />
Lombo com castanhas<br />
Ingredientes:<br />
1 lombo de porco com cerca de 1kg<br />
800 gr de castanhas congeladas<br />
500 gr de batatinhas para assar<br />
azeite<br />
1 copo de vinho branco<br />
sal<br />
1 colher de sopa de massa de pimentão<br />
1 caldo de carne<br />
alecrim<br />
1 dente de alho<br />
1 cebola<br />
Preparação:<br />
- Com umas horas de antecedência( ou no dia anterior)<br />
faça uma marinada para o lombo de porco.<br />
- Junte a massa de pimentão com o vinho branco e o alecrim<br />
e regue o lombo de porco.<br />
- No altura de fazer o lombo, coloque-o num tabuleiro<br />
de forno e regue com a<br />
marinada. Se necessário<br />
acrescente um pouco de<br />
água.<br />
- Tempere de sal, regue<br />
com um fio de azeite e<br />
junte o caldo knorr aos<br />
pedacinhos por todo o<br />
lombo e pelo tabuleiro.<br />
- Pique finamente o dente<br />
de alho e a cebola e espalhe<br />
pelo lombo e pelo<br />
tabuleiro também.<br />
- Leve o lombo a assar e<br />
vá regando com o molho.<br />
- Uns 15 minutos depois<br />
junte as batatinhas à volta<br />
do lombo e 10 minutos<br />
depois junte as castanhas. Regue bem com o molho ao<br />
longo da cozedura e deixe a carne, as batatas e as castanhas<br />
assarem bem.<br />
Vinho: quanto mais caro, mais gostamos<br />
Jornal dos Sabores<br />
<br />
O cérebro classifica um rótulo com<br />
preço mais elevado como sendo de<br />
melhor qualidade.<br />
A conclusão é de pesquisadores da<br />
Universidade de Bonn e da INSEAD<br />
Business School, na Alemanha, que<br />
anunciaram ter encontrado novas<br />
evidências de como partes do nosso<br />
cérebro tentam «enganar-nos» para<br />
pensar que um preço mais alto significa<br />
maior qualidade.<br />
<br />
Para chegar a este resultado os cientistas<br />
forneceram o mesmo vinho a<br />
12 voluntários, mostrando-lhes os<br />
preços: três euros, seis euros e depois<br />
18 euros. Durante a degustação,<br />
a actividade cerebral dos participantes<br />
foi monitorada por um tomógrafo<br />
de spin nuclear. Os 15 homens e<br />
15 mulheres na faixa de 30 anos receberam<br />
um orçamento de 45 euros<br />
para ser gasto com os vinhos.<br />
Cada um dos participantes recebeu<br />
então um mililitro de vinho através<br />
de tubos directamente nas suas<br />
bocas e, “como já esperávamos, os<br />
voluntários declararam que o vinho<br />
com o preço mais alto era melhor do<br />
que aquele que achavam ser o mais<br />
barato”, disse o professor Hilke Plassmann,<br />
da INSEAD Business School.<br />
Não ficou claro até que ponto as<br />
pessoas podiam treinar as suas papilas<br />
gustativas para reduzir o efeito<br />
dos impulsos cerebrais com base no<br />
preço. Mas o que o cientista tenta<br />
desvendar é se é possível treinar o<br />
sistema de recompensas no cérebro,<br />
para torná-lo menos receptivo a esses<br />
efeitos de marketing de placebo.<br />
Enólogos e escanções, por exemplo,<br />
submetem-se a ‘treinos’ para identificar<br />
muitos elementos técnicos<br />
diferentes num e pesquisas anteriores<br />
descobriram que estas categorias<br />
de profissionais desenvolveram<br />
uma área sensorial e de memória<br />
mais espessa nos seus cérebros em<br />
comparação com a generalidade dos<br />
consumidores. O que leva os pesquisadores<br />
a crer que o ‘treino’ realmente<br />
permite mais sobriedade nas<br />
percepções do palato, ainda que não<br />
esteja provado.<br />
Petrus, outrora apelidado<br />
de “segredo dos<br />
deuses”, um vinho<br />
francês de eleição da<br />
família Kennedy e da<br />
Rainha Isabel de Inglaterra,<br />
é hoje um dos<br />
mais caros no mundo.<br />
Custa 7.490,00 €<br />
Colaboração:<br />
Amílcar Malhó
SAÚDE<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
31<br />
UVA<br />
(Vitis vinifera)<br />
COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO<br />
PLANTAS MEDICINAIS<br />
UNHA DE GATO (Uncaria tomentosa):<br />
A unha-de-gato é usada contra artrite,<br />
reumatismo, herpes e gastrite. Algumas<br />
referências citam que os indígenas da região<br />
Amazônica utilizam a unha-de-gato há<br />
séculos, principalmente para tratar problemas<br />
gastrointestinais e como agente anti-<br />
-inflamatório. A unha-de-gato é considerada<br />
um poderoso anti-inflamatório natural,<br />
usada contra gripes e viroses. A planta é<br />
usada para fortalecer o sistema imunológico<br />
e também como recurso no tratamento<br />
de tumores. O chá de unha-de-gato, associado<br />
à outra erva - o uxi-amarelo - ficou<br />
conhecido por ser utilizado no tratamento<br />
de miomas do útero.<br />
URTIGA (Urtica dioica): Utilizada no<br />
passado na indústria têxtil, foi descoberta<br />
como medicamento no início do século<br />
20. De ação vasocostritora e depurativa,<br />
a urtiga é revitalizante, hipoglicemiante e<br />
tônico capilar. Ajuda a melhorar a circulação<br />
sanguínea. Pode provocar irritações<br />
na pele ao contato. Não é recomendável<br />
utilizar as sementes.<br />
UVA (Vitis vinifera): Uma das fontes mais<br />
ricas de bioflavonóides ativos, chamados<br />
“proantocianidinas”, que são compostos<br />
vasoativos com comprovada ação antioxidante<br />
e de protecção das células contra os<br />
radicais livres. Além disso, as proantocianidinas<br />
apresentam uma afinidade particular<br />
com o colágeno, proteína essencial na<br />
formação dos tecidos conjuntivos, especialmente<br />
na pele, tendões, ligamentos e<br />
cartilagens, assim como na parede interna<br />
dos vasos sanguíneos. Atua principalmente<br />
como antioxidante, sendo indicado para<br />
a proteção das células contra os radicais<br />
livres, auxiliando na redução do colesterol,<br />
prevenindo a aterosclerose, os distúrbios<br />
circulatórios e o desenvolvimento de<br />
doenças cardiovasculares. O antioxidante<br />
no extrato de semente de uva trabalha<br />
para ajudar a controlar danos celulares,<br />
buscando neutralizar mutações dentro dos<br />
materiais genéricos das células que podem<br />
gerar a formação de tumores. A semente<br />
de uva também é rica em carboidratos, vitaminas<br />
do Complexo B e Vitamina C.<br />
UVA URSI (Arctostaphylos urva ursi):<br />
Também conhecida como uva ursina. Em<br />
razão da presença da hidroquinona que<br />
tem propriedades antibacterianas, anti-<br />
-séptica e antibiótica, é indicada em casos<br />
de inflamações renais e diarréias. Os<br />
nativos americanos combinavam as folhas<br />
secas de uva-ursi com folhas de tabaco e<br />
fumavam-nas como narcóticos ou para<br />
acalmar dores de cabeça. Era habitual ainda<br />
prepararem tônicos e infusões diuréticas<br />
para tratamento de infecções nas vias<br />
urinárias, doenças venéreas, dores de costas,<br />
e excesso de peso. Não se recomenda<br />
usar na gravidez ou lactação.<br />
UXI AMARELO (Endopleura uchi):<br />
Usado popularmente contra miomas uterinos,<br />
irregularidade menstrual, ovários<br />
policísticos, infeccões urinárias. O chá de<br />
uxi-amarelo, associado à outra erva - a<br />
unha-de-gato - ficou conhecido por ser<br />
utilizado no tratamento de miomas do útero<br />
VALERIANA (Valeriana officinalis): É<br />
uma planta de história milenar usada contra<br />
ansiedade, angústia, leves desequilíbrios<br />
do sistema nervoso, esgotamento e<br />
insônia. É especialmente útil para pessoas<br />
hiperativas que não conseguem relaxar. A<br />
medicina popular utiliza esta planta como<br />
um sedativo natural em situações e stress<br />
e nervosismo, por suas propriedades relaxantes<br />
e calmantes. Usada popularmente<br />
para atenuar a irritabilidade nervosa, a<br />
ansiedade e a cefaléia de origem nervosa.<br />
ATENÇÃO:<br />
Estas informações são meramente informativas<br />
e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />
curar ou prevenir qualquer doença e muito menos<br />
substituir cuidados médicos adequados.<br />
COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO
32 Lusitano<br />
NEUROCIÊNCIA<br />
VOCÊ SABE O QUE É<br />
O “envelhecimento nulo”?<br />
NELSON LIMA (*)<br />
Diferentemente do envelhecimento dito normal<br />
(há vários tipos de envelhecimento), o “envelhecimento<br />
nulo” é o que se verifica em algumas espécies<br />
animais em que, apesar do aumento constante<br />
da idade, não revelam sinais de envelhecer.<br />
Não são imortais mas a a sua taxa de mortalidade<br />
não aumenta com a idade, não perdem a capacidade<br />
reprodutiva e até são capazes de regenerar<br />
por completo as suas células somáticas (células<br />
responsáveis pela formação de tecidos e órgãos).<br />
No ser humano, o “envelhecimento nulo” não<br />
existe. Mas a chamada “engenharia do envelhecimento<br />
e da longevidade” está procurando<br />
conhecer o processo na esperança de recolher conhecimentos que possam, no<br />
mínimo, nos ajudar a ter um envelhecimento saudável e mais lento.<br />
Alguns tipos de animais marinhos são beneficiados pelo “envelhecimento nulo”.<br />
Em 2006 foi capturado um no Ártico que se verificou ter 507 anos de vida. Algumas<br />
aves também apresentam o mesmo fenómeno, o qual está ainda em fase<br />
de pesquisa.<br />
Restos de um passado em fim de vida ou um mundo que desconhecemos?<br />
O processo<br />
do envelhecimento<br />
A terceira idade prepara-se antes de lá chegarmos!<br />
Os valores que indico abaixo, e que foram informados<br />
pela Escola de Medicina da Universidade<br />
do Michigan (Estados Unidos), é uma aproximação<br />
da realidade que se verifica atualmente no<br />
“estilo de vida ocidental”.<br />
Aproximadamente 75% das pessoas com mais de<br />
75 anos limitam as suas atividades devido a alguma<br />
deficiência funcional; 40% experimentam<br />
alguma atividade restrita por, pelo menos, dois<br />
meses consecutivos.<br />
Quase 50% dos pessoas de 85 anos ou mais precisam<br />
de assistência em uma ou mais atividades<br />
íntimas (tomar banho, vestir-se, etc). E até 25%<br />
dos adultos seniores têm pelo menos uma dificuldade<br />
nas chamadas atividades funcionais (como<br />
conduzir, usar telefone, etc.).<br />
Isto significa que há uma perda significativa da<br />
capacidade de se auto-governar por força do envelhecimento<br />
(que pode ser “normal” ou “patológico”,<br />
dependendo da gravidade dos problemas).<br />
Foto: maus hábitos alimentares vão acelerar o envelhecimento patológico.<br />
É necessário alterar esta situação até onde for possível visto que muitas incapacidades<br />
que aparecem na chamada “velhice” é consequência de estilos de<br />
vida não saudáveis que se prolongam durante décadas, a começar logo na infância.<br />
Daí a importância crescente da medicina preventiva e da necessidade dos idosos<br />
não se acomodarem a “zonas de conforto” e “tempos de conforto” justificados<br />
com a desculpa da idade.<br />
Obviamente que nem todos os idosos são capazes por outras razões. Mas torna-se<br />
necessário rever muitos conceitos e mitos sobre o envelhecimento.<br />
(*)<br />
Seniors Rock UK<br />
Poole, Inglaterra<br />
Senior Researcher (Conselho Científico)<br />
Universidade do Futuro / UNIFUTURO
OPINIÃO<br />
<strong>Novembro</strong> 2017<br />
Nenhuma árvore arde sozinha.<br />
33<br />
Que gente é<br />
esta?<br />
Pedro Barroso<br />
PEDRO BARROSO<br />
Após séculos de luta intermitente,<br />
sempre normalmente afogada<br />
por violenta invasão espanhola,<br />
depois de ter tido um dos primeiros<br />
“parlamentos” da Europa<br />
no séc XIII; depois de luta quase<br />
colateral com a nossa guerra da<br />
Restauração em 1640 e anos sequentes;<br />
depois do massacre dos<br />
ceifeiros em 1714 ( concluindo a<br />
Gª da Sucessão) e vários séculos<br />
de luta sempre surda, calcada e<br />
latente, hoje a Generalitat (governo<br />
catalão democraticamente<br />
eleito e representativo do<br />
povo catalão, quer se queira admitir<br />
ou não...) declarou histórica<br />
e talvez temerariamente, a independência<br />
da Catalunya!<br />
Óbvio que isto vai abrir um período<br />
de enorme discussão politica,<br />
tensão e agressividade. A<br />
dura e antiga Espanha monárquica<br />
- de Isabel a católica, inquisitorial,<br />
castrense, de Francos, de<br />
Bourbons e Rajoys ...- vai invocar<br />
a “constituição” - a deles claro! ...<br />
E vai eventualmente, uma vez<br />
mais, invadir e esmagar as ambições<br />
dos que neste momento,<br />
cantam e celebram pelas ruas do<br />
novo e talvez efémero novo país.<br />
Que tem indubitavelmente, uma<br />
identidade nacional fundada em<br />
séculos de diferença, cultura<br />
própria e de conceito - até na opção<br />
republicana.<br />
Catalunha -<br />
A hora da<br />
brevidade?<br />
Ora bem, há na Catalunha muitos<br />
que concordam e muitos que<br />
la vivem e têm medo do que se<br />
vai seguir e até serão integracionistas.<br />
A Catalunha independente<br />
teria de ser a pátria de todos.<br />
Até porque as ratazanas do capital<br />
já fugiram apressadamente e<br />
abandonaram a barca...<br />
Ao presenciar esta disputa extremada<br />
e decisiva citaria neste<br />
momento - com um sorriso de<br />
país velho, de quase milénio, q<br />
ja somos...- uma célebre frase de<br />
Dª Luíza de Gusmão - que por<br />
sinal era espanhola...- ao incentivar<br />
ardorosamente o marido a<br />
aceitar ser rei.<br />
-”Vale mais ser Rainha uma hora<br />
do que duquesa toda a vida!”<br />
A ver vamos no q vai dar esta temerária<br />
e corajosa atitude catalã.<br />
E a hora de coragem começou<br />
agora mesmo.<br />
Resta aguardar pela reacção de<br />
Castela... Tentando acabar com a<br />
hora de alegria - ainda q precária,<br />
arriscada e provisória - q os catalães<br />
q sempre a sonharam estão<br />
a viver.<br />
Por mim, que fiz a “Fuenteovejuna”,<br />
de Lope de Vega em tempos<br />
bem difíceis, só posso ter uma<br />
opinião. Quem viu e ainda lembra<br />
essa peça, ou ler a obra, facilmente<br />
a adivinha.<br />
Emoção intensa. Abraços, hinos<br />
e gritos. Mas inquietação também.<br />
Muita.<br />
Terrorismo nacional pela via incendiária.<br />
É um problema de Estado. Os invasores<br />
e agressores não são mais, como<br />
nos ensinavam na escola, as hordas de<br />
Mouros, os exércitos de Castela e as armadas<br />
turcas.<br />
O mundo mudou. As agressões<br />
também.<br />
Hoje seja pelo terrorismo<br />
externo disseminado pela<br />
Europa fora, seja pelas mentalidades<br />
retrogradas em<br />
que o inimigo vive interno<br />
e ao nosso lado, o combate<br />
das Forças Armadas tem de<br />
mudar agulhas.<br />
Isto é, são necessários caças,<br />
helicópteros de salvamento,<br />
corvetas de vigilância,<br />
- sim: mas revelam-se<br />
ainda mais necessários e<br />
úteis aviões apetrechados<br />
para esta guerra de combate<br />
aos incêndios, Muitos.<br />
Esquadrilhas deles. Evitando<br />
a contratação civil.<br />
É necessária a Policia e GNR<br />
(?) para protecção de pessoas,<br />
ruas e cidades, campos<br />
e aldeias - sim; mas também<br />
força significativa de sapadores<br />
altamente instruídos<br />
para funções de protecção<br />
eficaz nestas situações em<br />
que os corpos existentes de<br />
vigilância e combate são nitidamente<br />
insuficientes ou<br />
estão sempre mal distribuídos<br />
quando toca a rebate.<br />
São necessários Sef’s, Goes,<br />
etc homens com preparação<br />
militar para a defesa do<br />
território e fronteiras, são;<br />
mas não menos necessários<br />
elementos para integrar um<br />
Corpo nacional altamente<br />
especializado em fogo florestal<br />
e urbano.<br />
Serão necessários ainda<br />
chaimites, - bem, eu disso<br />
não sei nada, mas ok; contudo,<br />
parecem muito necessárias<br />
unidades auto-tanques,<br />
carros de ataque rápido, batalhões<br />
activos em estado<br />
de prontidão permanente.<br />
Não há defesos por calendário.<br />
Também aí o mundo<br />
mudou. Não há uma época<br />
de fogos e outra de inundações<br />
etc. Tem de haver um<br />
país preparado para tratar<br />
de si mesmo, sem ajudas<br />
externas. Capaz de reagir<br />
rápido, construir essas forças<br />
“hoje, já, agora” e mudar<br />
muita coisa<br />
Eles existem. São sacanas e<br />
loucos. O inimigo mudou de<br />
face.<br />
Circulam por aí, babados de<br />
clandestinidade lançando<br />
a morte e o caos... Há momentos<br />
que me preocupa<br />
saber que posso cruzar-me<br />
na rua com muitos desses<br />
milhares de mentecaptos,<br />
criminosos dissimulados e<br />
sem desculpa.<br />
Nenhuma árvore arde sozinha.<br />
Que gente é esta? Que<br />
jogos imensos de loucura,<br />
vingança, negócio escuro ou<br />
oportunismo estão por trás<br />
de tudo isto?<br />
Que país estranho e delirante.<br />
A guerra está dentro de<br />
nós. Que susto é termos de<br />
viver assim.
34 Lusitano<br />
TECNOLOGIA<br />
Saiba quem lhe liga<br />
JOANA ARAÚJO (*)<br />
Truques e<br />
dicas do<br />
Google<br />
Histórico<br />
de pesquisa<br />
O Histórico da Web disponibiliza<br />
um registo dos<br />
Websites visitados.<br />
Experimente-o:<br />
www.google.com/history<br />
Pesquisar com<br />
uma expressão<br />
exacta<br />
Coloque aspas antes e<br />
depois de “[qualquer palavra]”<br />
para pesquisar uma<br />
expressão exacta numa<br />
ordem exacta. Tenha em<br />
atenção que a pesquisa<br />
com aspas poderá excluir<br />
resultados relevantes. Por<br />
exemplo, a pesquisa “Alexandre<br />
Araújo” não encontrará<br />
as páginas que façam<br />
referência a Alexandre de<br />
Araújo.<br />
Pesquisar por tipo<br />
de ficheiro<br />
Pesquise por tipos de ficheiro<br />
específicos, tais<br />
como PDFs, PPTs ou XLS,<br />
adicionando filetype: e as<br />
3 letras da extensão do ficheiro.<br />
Existem muitos aplicativos que nos ajudam<br />
a resolver o problema das chamadas de números<br />
desconhecidos, que nos indicam quem<br />
nos está a ligar. Apresentamos de seguida<br />
uma lista de alguns os quais esperamos o ajudem<br />
a livrar-se dos números desconhecidos.<br />
Trap Call<br />
http://bit.do/Trap-Call<br />
http://bit.do/Apple_ios<br />
Contactive<br />
http://bit.do/para_android<br />
Caller ID & Block<br />
http://bit.do/dRAXf<br />
Sync.ME – Caller ID & Block<br />
http://bit.do/dRAXj<br />
Ultimate Caller ID Screen Pro<br />
http://bit.do/dRAXo<br />
Contacts +<br />
http://bit.do/dRAXr<br />
RocketDial Dialer & Contacts<br />
http://bit.do/dRAXx<br />
Hiya - Caller ID & Block<br />
http://bit.do/dRAXE<br />
Full Screen Caller ID - BIG!<br />
http://bit.do/dRAXK<br />
Ultimate Caller ID Screen HD<br />
http://bit.do/dRAXS<br />
Truecaller - Caller ID & Block<br />
http://bit.do/dRAXX<br />
O smartphone mais<br />
rápido do mundo<br />
Os vencedores de Setembro são da família Apple.<br />
Os criadores do aplicativo AnTuTu projectado<br />
para estudar o desempenho de dispositivos<br />
móveis, apresentou a classificação do “mais<br />
forte” smartphone do mês de Setembro.<br />
Antutu Report: Global Top 10 Best Performance<br />
Smartphones, September 2017<br />
A lista de Agosto foi liderada pelo OnePlus e<br />
pelo HTC U11 mas um mês depois, as primeiras<br />
posições foram ocupadas por novos telefones<br />
da Apple: o iPhone 8 Plus e o iPhone 8.<br />
Ambos os dispositivos obtiveram a classificação<br />
de 217.000 e 209.000 pontos, respectivamente,<br />
na lista de AnTuTu.<br />
A lista completa pode ser vista aqui: http://bit.<br />
do/melhores<br />
O aplicativo para verificar a classificação do<br />
seu equipamento pode ser obtido gratuitamente<br />
aqui: http://bit.do/aplicacao_android e<br />
aqui: http://bit.do/maca_ios<br />
<br />
<br />
com Agências
HORÓSCOPO<br />
<strong>Novembro</strong> 2014 Horóscopo<br />
Lusitano <strong>Novembro</strong> de Zurique– 2017 35 35<br />
<strong>Novembro</strong> 2014 Horóscopo<br />
Lusitano de Zurique– 35<br />
CARNEIRO - <strong>Novembro</strong> será<br />
para você um mês gerador de<br />
energias profundas. Na verdade,<br />
o quadrante de Marte em<br />
seu signo apoia o quadrante de<br />
Plutão e vai gerar circunstâncias<br />
que levam você a agir de maneira<br />
radical e até mesmo cortante.<br />
Sua emotividade parecerá reduzida,<br />
ao passo que você irá simplesmente<br />
escutá-la menos. Os<br />
influxos de Vénus em quincôncio<br />
com seu signo fazem com<br />
que você se distancie de seus<br />
sentimentos. É preciso ficar de<br />
olho para não favorecer sua vida<br />
profissional em detrimento da<br />
vida a dois ou em família, pois<br />
isso pode levar você a sabotar<br />
os esforços produzidos no último<br />
mês de Agosto.<br />
GÉMEOS - A oposição do Sol<br />
este mês fará com que você<br />
encontre pessoas realmente<br />
diferentes das que você convive<br />
normalmente, o que vai abrir<br />
seus horizontes de maneira<br />
radical. Essas influências vão<br />
despertar em você novas ideias<br />
que vão arejar seu quotidiano<br />
e também impulsionar a construção<br />
de novos projectos. A<br />
partir do dia 17, os aspectos de<br />
Mercúrio suscitam a vontade de<br />
partir e se desvincular de alguns<br />
hábitos, às vezes até de maneira<br />
espectacular. Tenha tacto com<br />
os seus familiares próximos, a<br />
embriaguez de sua vida social<br />
não será do agrado de todos do<br />
seu clã. .<br />
LEÃO - Este <strong>Novembro</strong> será feito<br />
de sucesso e de vitórias que,<br />
pequenas ou grandes, vão-lhe<br />
ajudar a estabilizar seus projectos.<br />
Etapas anteriores serão<br />
concluídas e lhe mostrarão seus<br />
objectivos mais de perto. O optimismo<br />
aumenta e abre todas<br />
as grandes portas em sua vida<br />
social para novas relações, extremamente<br />
férteis em possibilidades<br />
de futuro. É especialmente<br />
a partir do dia 17 que você irá<br />
viver uma renovação de trocas<br />
que mudarão suas actividades<br />
habituais de maneira agradável.<br />
Sua vida familiar se mostra serena,<br />
sem grandes mudanças, diferente<br />
da sua vida social e com<br />
amigos, que vai inevitavelmente<br />
ficar apimentada.<br />
BALANÇA - Sua vida vai assumir<br />
um desenrolar positivo neste<br />
mês se você aceitar avançar<br />
rumo ao desconhecido, ao inédito<br />
e ao estrangeiro, no sentido<br />
amplo do termo. Os influxos de<br />
Marte em quadrante com seu<br />
signo vão aprimorar suas fantasias,<br />
o que permitirá a você se<br />
destacar, sair da casinha, especialmente<br />
no âmbito social.<br />
Apesar disso, evite ser muito<br />
zeloso, principalmente com<br />
seus chefes, o que lhe aguarda<br />
é o inesperado se você se deixar<br />
levar por gracejos que incomodam<br />
autoridades externas.<br />
Atenção também em família<br />
para manter seu senso de tacto<br />
e compromisso para evitar discórdias,<br />
avance com calma! .<br />
SAGITÁRIO - <strong>Novembro</strong> será<br />
para você sinónimo de facilidade<br />
nas percepções, de introspecção<br />
e de balanços que irão<br />
clarear sua visão de futuro. Os<br />
influxos de Marte na sua Casa<br />
dois simbólica vão estimular<br />
suas ambições e proporcionar<br />
ousadias férteis para assentar<br />
sua situação material e financeira<br />
de maneira mais sólida. Você<br />
terá a resiliência de utilizar seus<br />
recursos interiores para transformá-los<br />
em dinheiro vivo ou<br />
para realizar economias substanciais.<br />
Sua vida sentimental<br />
estará agitada durante as duas<br />
primeiras semanas. Em seguida,<br />
você corre o risco de estar um<br />
pouco dominador com seu parceiro,<br />
exigindo muito.<br />
AQUÁRIO - O mês de <strong>Novembro</strong><br />
levará você a acções radicais,<br />
sobretudo durante as três<br />
primeiras semanas. Os influxos<br />
do Sol em quadrante com sua<br />
constelação reforçam o quadrante<br />
de Saturno, o que provoca<br />
riscos de tensões. Sua<br />
maneira de se expressar geralmente<br />
parece não ter apelo, o<br />
que pode ser a fonte de reacções<br />
enérgicas com seus interlocutores.<br />
Sua vida profissional<br />
lhe parecerá arrastada no dia-a-<br />
-dia. Você irá se interessar por<br />
novos projectos e, neste mês,<br />
sua curiosidade será a fonte do<br />
sucesso para o próximo outono.<br />
Proteja-se de tormentas emocionais<br />
que relembram as limitações<br />
do passado, e aproveite<br />
esse vento de liberdade que a<br />
favorece<br />
TOURO - O trânsito do Sol em<br />
oposição a seu signo permite<br />
que você se afaste um pouco de<br />
seus projectos, reduza a dedicação<br />
do quotidiano a detalhes<br />
e se lance com mais facilidade<br />
rumo às alturas que permitem<br />
uma verdadeira reflexão de<br />
base. Mas o trânsito de Vénus<br />
em sua constelação vai dar um<br />
gás positivo em sua vida afectiva<br />
e trazer emoções fortes! A<br />
oposição de Saturno, no entanto,<br />
pode levar você a cometer<br />
excessos que não devem ser<br />
confundidos com paixão. Sua<br />
vida financeira vai passar por<br />
uma onda de sorte que se traduzirá<br />
na facilidade de conseguir<br />
bons contactos, desvendar<br />
bons negócios.<br />
CARANGUEJO - Neste mês,<br />
você deverá ajudar e acompanhar<br />
alguns conhecidos em mudanças<br />
necessárias para a evolução<br />
deles. Isso talvez tenha<br />
o impacto de lhe fazer apreciar<br />
ainda mais a estabilidade de sua<br />
vida, mesmo que, no momento,<br />
ela seja só relativa. Os influxos<br />
de Marte em quincôncio com<br />
seu signo a partir de 17 de <strong>Novembro</strong><br />
lhe colocam totalmente<br />
disponível para aproveitar os<br />
prazeres da vida em todos os<br />
aspectos, com alguma imprudência.<br />
Uma tendência a faltar<br />
com o rigor se anuncia, mas<br />
desde que você continue a seguir<br />
suas prioridades, seu bem-<br />
-estar fundamental pode ser<br />
cumprido com facilidade.<br />
VIRGEM - Os influxos de Marte<br />
em sextil com seu signo durante<br />
as duas primeiras semanas do<br />
mês vão electrizar suas energias<br />
e fortalecer sua perseverança<br />
psíquica. O reforço de Mercúrio<br />
em sextil, ligado a Saturno,<br />
põe você em confronto com situações<br />
que permitirão colocar<br />
seus talentos em prática e estabilizar<br />
sua vida profissional. Sua<br />
criatividade será positivamente<br />
abastecida por sua curiosidade<br />
intelectual, mas tome cuidado<br />
para não se jogar sem amarras<br />
em envolvimentos ou decisões<br />
muito precipitados para isso.<br />
Sua vida sentimental vai ganhar<br />
em intensidade, ao passo que<br />
suas necessidades e exigências<br />
irão aumentar.<br />
ESCORPIÃO - Este mês de <strong>Novembro</strong><br />
irá trazer-lhe uma onda<br />
de sorte importante no domínio<br />
das finanças e, por extensão<br />
disso, também na sua vida íntima.<br />
Você saberá aproveitar as<br />
oportunidades com rapidez e se<br />
cercar de pessoas com quem<br />
tem profunda complementaridade,<br />
para com elas talvez florescer<br />
projectos até mesmo de<br />
grande envergadura. O Sol em<br />
conjunção com seu signo reaquece<br />
seus ideais e afasta a<br />
austeridade de Saturno, o que<br />
traz a leveza psíquica e ainda<br />
ajuda a restaurar de maneira<br />
saudável o seu optimismo. Em<br />
termos de relações, neste mês<br />
sua vida será ainda mais marcada<br />
por pessoas mais jovens do<br />
que você.<br />
CAPRICÓRNIO - Os influxos<br />
planetários deste mês de <strong>Novembro</strong><br />
vão impulsionar seu<br />
senso filosófico. Na verdade, os<br />
influxos de Saturno, seu planeta<br />
regente, em conjunção com o<br />
Sol, vão permitir a identificação<br />
de todas as falhas, no sentido<br />
mais amplo, para ter um melhor<br />
avanço na direcção de seus<br />
projectos. Vénus em trânsito<br />
na sua Casa doze lhe confere o<br />
prazer de doar-se na área afectiva.<br />
Será fundamental canalizar<br />
essa tendência com algumas<br />
precauções, e principalmente<br />
vivê-las com pessoas dignas de<br />
confiança.<br />
PEIXES - Este mês de <strong>Novembro</strong><br />
será efervescente, rico em<br />
novas possibilidades de vida.<br />
Não hesite em lançar um projecto<br />
novo ou se candidatar<br />
caso haja uma possibilidade de<br />
promoção, pois você tem todas<br />
as chances de se dar bem<br />
e encontrar pessoas receptivas.<br />
Você estará com uma tendência<br />
a se irritar com facilidade devido<br />
às influências de Marte em sextil<br />
com seu signo, o que reaviva<br />
Neptuno em trânsito na mesma<br />
constelação. Você precisará<br />
de temperança para não tomar<br />
seus desejos por realidade ou<br />
não sacudir os processos naturais<br />
de maturação dos vínculos<br />
afectivos, mas também dos<br />
vínculos sociais que reclamam<br />
com virtuosidade, apesar de<br />
tudo.<br />
Coordenação: Joana Araújo<br />
RECOLHA: JOANA ARAÚJO
36 Lusitano<br />
HUMOR<br />
Quem não sabe rir, não sabe viver<br />
Curtas<br />
“Será que um amendoim num copo<br />
de água continua a ser um fruto<br />
seco?”<br />
Sabem onde as cobras almoçam?<br />
-No snake bar.<br />
Um homem quis suicidar-se e atirou-se<br />
de uma ponte. Mas o cabelo<br />
não caiu com o resto do corpo.<br />
Porque?<br />
– Tinha usado champô contra a<br />
queda de cabelo..<br />
Lês a bíblia?<br />
– MakeleLÊ<br />
Sabem da última?<br />
– Ainda não chegou<br />
Onde é que as células vêm televisão?<br />
– No citoplasma.<br />
– Alô! A minha sogra quer atirar-se<br />
pela janela!<br />
– Enganou-se no número… aqui é<br />
duma carpintaria!<br />
– Eu sei,.. mas é que a janela não<br />
abre!<br />
Sabem o que chama um gay a um<br />
nadador salvador?<br />
– Delicia do mar.<br />
Como é que se chama elevador na<br />
china?<br />
– Fácil…carregas no botão<br />
A Soraia faz fechaduras.<br />
– A Diana Chaves.<br />
O Armando toca bateria.<br />
– O Sáviola.<br />
Sabem quando é que os americanos comeram<br />
carne pela primeira vez?<br />
– Foi quando lá chegou o Cristovão Colombo<br />
Porque é que o anão atravessa a estrada<br />
a correr?<br />
– Para tomar balanço para subir o passeio!<br />
Vendem camisas de noite?<br />
– Não, de noite estamos fechados!<br />
No hospital, diz o médico:<br />
– O senhor é o dador de sangue?<br />
– Não, eu sou o da dor de cabeça!<br />
O que é um ponto vermelho a saltar de<br />
árvore em árvore?<br />
– É um morangotango!<br />
Mãe, estou farto de brincar com a avó!<br />
– Oh filho, então guarda os ossos dentro<br />
da caixa!<br />
Quando é que uma abelha morre electrocutada?<br />
– Quando pousa numa flor rosa-choque.<br />
Fui jantar a um restaurante com a minha<br />
mulher…e este estava completamente<br />
cheio.<br />
Reparei que todas a mesas estavam ocupadas<br />
só por casais…<br />
Peguei no telemóvel e fiz um telefonema<br />
em voz alta:<br />
- “Meu amigo, a tua mulher está aqui no restaurante<br />
com outro homem, se fosse a ti….vinha<br />
ver !!!”<br />
Bom...cinco senhoras saíram a correr.....duas<br />
desmaiaram!Resumindo:- SETE Mesas livres !!!<br />
Uns lisboetas de viagem ao Alentejo vêem um<br />
alentejano junto a uma paragem de autocarro e,<br />
tentando entrar no gozo, perguntam:<br />
- Comadres, a que horas chega aqui o autocarro<br />
da Rodoviária?<br />
- A gente aqui na chama Rodoviária, é cameneta<br />
da carrera! - Mas compadre, a Rodoviária é a<br />
transportadora nacional! - Já lhe disse, a gente<br />
aqui chama cameneta da carrera! Já irritado,<br />
o lisboeta vira-se e pergunta: - E como é que<br />
chamam aos filhos da p….? - A gente aqui nã os<br />
chama, eles vem cá teri!<br />
Estavam dois alentejanos encostados a um chaparro,<br />
um deles volta-se para o outro e pergunta:<br />
- Compadre, eu tenho a braguilha aberta?<br />
O outro responde: - Não, Compadre, não<br />
tem. Responde o primeiro: - Nã faz mal, então<br />
mijo amanhã!<br />
Passos Coelho antes de entrar na vida política<br />
ainda tentou ir para Padre. Infelizmente reprovou<br />
no exame final. Chateado com a nota, foi pedir<br />
explicações ao professor que o reprovou, que<br />
era um Bispo de Braga.<br />
Responde-lhe então o professor/Bispo:<br />
- Ó Sr. Pedro, lá que você diga que as Encíclicas<br />
são bicicletas de duas rodas, tudo bem; que as<br />
Epístolas são as mulheres dos Apóstolos, vá lá<br />
que não vá... mas afirmar que os Anos Santos<br />
são os c*s dos Padres…, sinceramente. Está reprovado!<br />
Datas Comemorativas de 2017<br />
01 QUA Dia de Todos os Santos<br />
01 QUA Dia Mundial do Veganismo<br />
01 QUA Dia de Pão por Deus<br />
01 QUA Dia de Consciencialização do Stress<br />
02 QUI Dia da Igualdade Salarial<br />
02 QUI Dia Europeu pela Igualdade Salarial<br />
02 QUI Dia Int. pelo Fim da Impunidade dos<br />
Crimes contra Jornalistas<br />
03 SEX Dia da Sanduíche<br />
03 SEX Dia da Dona de Casa<br />
05 DOM Dia Mundial do Cinema<br />
06 SEG Dia do Saxofonista<br />
07 TER Dia Internacional da Preguiça<br />
09 QUI Dia Int. Contra o Fascismo<br />
10 SEX Dia Mundial da Ciência pela Paz<br />
10 SEX Dia Mundial da Bolota<br />
11 SÁB Dia de São Martinho<br />
11 SÁB Dia do Armistício<br />
12 DOM Dia Mundial da Pneumonia<br />
13 SEG Dia Mundial da Bondade<br />
13 SEG Dia Mundial do Órfão<br />
14 TER Dia Mundial da Diabetes<br />
15 QUA Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa<br />
15 QUA Dia do Escritor Preso<br />
16 QUI Dia Internacional da Tolerância<br />
NOVEMBRO<br />
16 QUI Dia Mundial da Filosofia<br />
17 SEX Dia Mundial do Não Fumador<br />
17 SEX Dia Mundial da Criatividade<br />
17 SEX Dia Internacional dos Estudantes<br />
18 SÁB Dia do Ocultismo<br />
18 SÁB Dia Europeu do Antibiótico<br />
19 DOM Dia Internacional do Homem<br />
20 SEG Dia Internacional dos Direitos das Crianças<br />
21 TER Dia Mundial da Televisão<br />
21 TER Dia Mundial do Olá<br />
23 QUI Dia Pelo Fim da Impunidade<br />
23 QUI Dia de Santa Felicidade<br />
23 QUI Dia de Fibonacci<br />
24 SEX Dia Mundial da Ciência<br />
24 SEX Black Friday<br />
24 SEX Dia de Não Comprar Nada<br />
25 SÁB Dia Int. para a Eliminação da Violência Contra as<br />
Mulheres<br />
27 SEG Cyber Monday<br />
28 TER Dia do Planeta Vermelho<br />
29 QUA Dia Internacional de Solidariedade com o Povo<br />
Palestiniano<br />
30 QUI Dia da Segurança do Computador
JÚNIOR<br />
<strong>Novembro</strong> 2014 Comunidade Júnior<br />
<strong>Novembro</strong> 2017 37<br />
Lusitano de Zurique– 33<br />
Para colorir<br />
Os esquilos danilos no castelo dos<br />
fantasmas medrosos<br />
Os Ratos<br />
António Torrado escreveu<br />
O Danilo Filho esclareceu que os fantasmas,<br />
quando aparecem, exibem-<br />
- Dyonélio Machado<br />
Estes dois esquilos, Danilo Pai e se para todo o público, esteja onde<br />
Danilo Filho, andam sempre em viagem.<br />
chamar a atenção – batem com os<br />
estiver, e fazem muito barulho para<br />
Desta vez, foram ter a um castelo, pés, empurram cadeiras, arrastam<br />
um velho castelo Modernismo abandonado. de segunda Como fase. correntes...<br />
A história começa com o leiteiro<br />
era quase noite, ameaçando resolveram cortar o abrigarse<br />
no meio das funcionário ruínas. público, não lhe pague morcego os 53000 passaram dólares. Naziazeno rente aos dois<br />
fornecimento Nisto, caso Naziazeno, as asas um silenciosas modesto de um<br />
– Havia de ser engraçado, se houvesse<br />
fantasmas passa então – disse o dia o atormentado, Danilo longe, tentando bateu conseguir as doze o dinheiro: badaladas da<br />
esquilos. O relógio de uma torre,<br />
Filho. pede emprestado ao chefe (que lhe meia-noite. nega), joga (não consegue na<br />
– Convinha, roleta convinha ou no bicho) – aprovou e acaba o conseguindo – Está na um hora empréstimo – bichanou com o o Danilo<br />
Danilo Pai. –<br />
amigo<br />
Sempre<br />
Alcides.<br />
era<br />
¿ noite,<br />
mais<br />
não<br />
uma<br />
consegue Filho dormir ao ouvido preocupado do pai. com o<br />
boa história para contar, quando voltássemos.<br />
dinheiro e com a ideia (quase certeza) também de em que voz os ratos baixa. roem – E o porque é<br />
– Tens a certeza? – perguntou este,<br />
– Mas nós vamos dinheiro voltar? para o – leite quis de saber seu filho. que Só estamos dorme quando a falar ouve assim, o leiteiro<br />
despejar o leite. Numa prosa estivéssemos urbana (a história a contar passa-se segredos na um<br />
como se<br />
o Danilo Filho.<br />
– Por agora,<br />
cidade),<br />
estamos<br />
regionalista<br />
a ir – explicou<br />
(porto-alegrenses ao outro? reconhecem facilmente a<br />
o Danilo Pai. – Mas sempre ouvi dizer – Para não assustar os fantasmas –<br />
que há ir e voltar. sua cidade) A Terra e intimista é redonda. (o drama esclareceu de Naziazeno, o embora filho. banal, É<br />
Estavam eles sempre nesta apresentado conversa, detalhadamente), quando<br />
ouviram o em pio um de dia uma de muito coruja. drama para seu – Não protagonista. me convidem para festas com<br />
O pai Os Danilo Ratos impacientou-se:<br />
passa-se apenas<br />
– Ouviste? É a coruja a anunciar a fantasmas<br />
chegada de algum fantasma... – avisou<br />
o Danilo Filho.<br />
dormir.<br />
medrosos. Desinteresso-me e vou<br />
– Muito interessante – disse o Danilo Dito e feito. Enrolou a cauda e adormeceu.<br />
Pai. – E achas que, daqui, a gente vê<br />
bem?<br />
Em compensação, o filho continuou<br />
PROPOSTA DE LEITURA<br />
acordado, na<br />
esperança de que aparecessem os<br />
tais fantasmas das correntes a arrastar.<br />
A meio da noite, bateu nos ombros<br />
do pai, numa grande excitação.<br />
– Olhe, pai, olhe que lá vem um.<br />
– Um quê? – perguntou o Danilo Pai,<br />
muito ensonado. – Um fantasma de<br />
olhos brilhantes, repare, pai.<br />
Danilo Pai fixou as luminárias:<br />
– Ou o teu fantasma tem os olhos tortos<br />
ou são dois<br />
pirilampos a jogar às escondidas...<br />
Eram mesmo. Danilo Filho, desanimado,<br />
encostou a cabeça a uma<br />
pedra. Daí a nada estava a dormir e a<br />
sonhar com fantasmas.<br />
No dia seguinte, enquanto arrumavam<br />
as bagagens, o pai disse para o<br />
filho:<br />
– Não fiques amuado. Afinal, mais<br />
coisa menos coisa, já temos uma<br />
história de fantasmas para contar.<br />
E os dois esquilos Danilos prosseguiram<br />
COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO<br />
viagem.<br />
FIM<br />
Coordenação: Joana Araújo
38 Lusitano<br />
LITERATURA<br />
Os homens também<br />
choram<br />
CARMINDO<br />
DE CARVALHO<br />
https://www.facebook.com/carmindo.<br />
carvalho<br />
Os homens também choram. Quem disser<br />
que não, mente.<br />
Eu sou homem e também já chorei.<br />
Chorei de alegria por ter.<br />
Chorei de tristeza por querer ter e não ter.<br />
Chorei pela perda.<br />
Chorei pela dúvida na incerteza.<br />
E chorei de riso, de contentamento em alguns<br />
momentos de felicidade.<br />
Algumas vezes chorei sem querer chorar.<br />
Noutras vezes chorei porque me apetecia<br />
chorar.<br />
Apenas porque o verdadeiro chorar é um<br />
acto espontâneo.<br />
Mas há chorares e chorares...<br />
Chora verdadeiramente quem sente.<br />
E chora teatralmente quem derrama lágrimas<br />
de crocodilo com as quais enrola, ou<br />
pretende enrolar a gente...<br />
Não sou de ferro nem de madeira, ou qualquer<br />
outra matéria insensível e inerte.<br />
Coisa de fracos _ dirão alguns.<br />
Não _ digo eu.<br />
Fracos é serem arrogantes, convencidos, ditatoriais<br />
e com isso disfarçarem os seus próprios<br />
medos, na violência que infligem aos<br />
outros.<br />
A CAMA QUE FIZESTE<br />
CHICO BENTO<br />
Dällikon - Suiça<br />
www.facebook.<br />
com/chico.bento.98<br />
Há anos, disse-te assim<br />
Podias ficar junto a mim<br />
E tu começaste a rir<br />
Invadiu-me uma tristeza<br />
Não suportei a dureza<br />
Desse teu cínico sorrir<br />
Julgavas-te mais que eu<br />
Errado pensamento o teu<br />
Pois muito alto sonhavas<br />
Eu saí e quando voltei<br />
Passados anos, reparei<br />
Que sozinha ainda estavas<br />
Ao ver-me para mim sorriste<br />
Mas outrora o momento triste<br />
Eu jamais pude esquecer<br />
Na rua eu por ti passei<br />
O meu novo amor beijei<br />
E fingi não te conhecer<br />
Se querias voltar atraz<br />
Não sou mais aquele rapaz<br />
Que um dia tu desprezaste<br />
Foste tu que assim quizeste<br />
E na cama que fizeste<br />
Minha querida te deitaste.<br />
Chico Bento<br />
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