Bec445fliplow

Veículos Elétricos
De volta para o futuro?
A eletricidade como combustível é uma tecnologia mais que centenária:
nos últimos anos do século 19 já existiam modelos elétricos, mas autonomia
e durabilidade eram problemas que tornaram a solução inviável
para a escala comercial e colocou a combustão interna como o padrão
para o deslocamento em todo o mundo.
Mas mesmo sendo renegada, a tecnologia do motor elétrico nunca foi
abandonada. As baterias de íon-lítio estão evoluindo como nunca se viu
e os modelos comercialmente vendidos nada devem aos seus similares a
gasolina, etanol e diesel. Antes relegada a ser usada em carrinhos de golfe
e transporte em áreas fechadas, o motor elétrico tornou-se a queridinha
da indústria automotiva.
Salões de automóveis também têm dedicado mais espaço para esses
modelos. Séries e filmes de TV têm dedicado espaço para merchandisings
de modelos elétricos. Na série cômica Curb Your Enthusiasm, da HBO,
o protagonista Larry David dirigiu um Toyota Prius por todas as oito temporadas.
Na nona, atualmente em exibição, David, conhecido por ter sido
o criador da série Seinfeld, nos anos 90, “testou” um Tesla, modelo puramente
elétrico.
Cena da série Curb Your Enthusiasm, da HBO:
Tesla aposta no merchandising na TV para popularizar tecnologia
los pontos de recarga e determinará
a comunicação constante dos operadores
dos postos com a agência.
De acordo com a Aneel, as contribuições
recebidas estão em fase de
análise e a expectativa é que a proposta
de regulamentação seja apreciada
pela diretoria no primeiro semestre
de 2018.
Na nota técnica que subsidia
a audiência, a Aneel estudou dois
modelos de negócios: no primeiro,
com retorno mais rápido, o prestador
do serviço paga para a distribuidora
apenas o que consome, e
no segundo, com retorno mais longo,
há um custo fixo por recarga,
que também remunera a rede.
Como apontam os exercícios realizados
pela área técnica da Aneel,
não há por enquanto incentivo financeiro
aparente para investir em
postos de recarga para veículos elétricos.
Entretanto, conforme também
aponta a nota técnica, globalmente
os fabricantes de veículos elétricos
e empresas privadas estão liderando
o aporte de recursos para
o desenvolvimento inicial da infraestrutura,
etapa que “precede a disseminação
em larga escala dos VEs”.
Para o responsável por Pesquisa
e Desenvolvimento da Enel Brasil,
Paulo Maisonnave, a expansão do
uso de veículos elétricos representa
muito mais uma oportunidade para
as empresas de energia do que um
desafio. Há interesse, por exemplo,
em fornecer a estrutura de recarga
para estabelecimentos que desejem
oferecer este serviço. Para ele, a operação
dos eletropostos ainda não é
um negócio atrativo isoladamente,
mas a instalação pode ser um diferencial
para empreendimentos comerciais
como shoppings e hotéis.
Outras oportunidades podem
se abrir conforme a tecnologia evolua
e a regulação preveja novos modelos
de negócios. O diretor e sócio
da consultoria PSR, Rafael Kelman,
cita a possibilidade de que as baterias
dos veículos injetem energia na
rede, podendo prestar serviços ancilares
à rede. Mas isso depende da
instalação de eletropostos que sejam
bidirecionais, uma tecnologia
ainda em desenvolvimento.
A própria Enel desenvolve projeto
na Itália com o chamado
V2G (da expressão em inglês “vehicle
to grid”, ou veículo para a rede),
que permite esse uso inteligente
dos carros. n
20 Brasil Energia, nº 445, dezembro 2017