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Bec445fliplow

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nião, não faz sentido. “Na Europa, na<br />

China e nos Estados Unidos, o mais<br />

comum é ter usinas para tratar de<br />

2 mil a 3 mil t/dia, com capacidade<br />

para até 70 MW”, completa. O motivo<br />

é óbvio: quanto maior a capacidade<br />

da planta de WTE, maiores<br />

serão os ganhos de escala. O projeto<br />

de de Barueri tem capacidade<br />

para tratar 825 t/dia e potência<br />

instalada de 20 MW.<br />

Barreiras culturais<br />

Além das questões financeiras<br />

que precisam ser resolvidas para<br />

manter em pé os projetos de<br />

WTE, Guerreiro também vê barreiras<br />

culturais e até mesmo ideológicas<br />

para serem superadas no<br />

Brasil. Acostumado a ouvir inverdades<br />

sobre a tecnologia país afora,<br />

a última delas, diz, tem encontrado<br />

eco até em alguns pesquisadores.<br />

Para estes, a maioria biólogos,<br />

seria um sacrilégio mandar<br />

resíduos orgânicos para os incineradores,<br />

o que é largamente feito<br />

no Exterior. Na verdade, a Europa,<br />

através de norma diretiva para a<br />

comunidade (2008/98/CE), diz o<br />

contrário: os orgânicos precisam<br />

ser removidos antes de irem para<br />

os aterros, justamente para evitar<br />

a geração de chorume e contaminação<br />

dos solos. Já os incineradores<br />

não têm limitações e são a solução<br />

seguinte, para a hierarquia oficial<br />

de tratamento de resíduos europeia,<br />

depois da redução de geração<br />

de resíduos, da reciclagem e<br />

da compostagem anaeróbica e aeróbica<br />

de materiais separados na<br />

fonte, ou seja, qualquer lixo já contaminado<br />

(a maior parte dele) o caminho<br />

é o forno do WTE.<br />

Usina no México<br />

Enquanto o Brasil não se decide, a cidade<br />

do México começou a implantar neste<br />

ano aquela que será uma das maiores usinas de<br />

waste to energy do mundo. A francesa Veolia<br />

ganhou concorrência por meio da qual ela<br />

vai construir e operar por 30 anos uma usina<br />

que vai destruir 1.6 milhão de toneladas ano<br />

de resíduos domésticos da capital mexicana,<br />

o equivalente a um terço de todo o lixo da<br />

megalópole. Serão gerados 965 GWh de eletricidade<br />

anualmente, consumidos pelo sistema<br />

do metrô da cidade. A previsão é a planta<br />

entrar em operação em 2020 e sua construção<br />

vai empregar 3 mil trabalhadores.<br />

“Busão” verde<br />

A SPTrans, empresa responsável pelo<br />

transporte urbano em São Paulo, está preparando<br />

edital de renovação de frota (há 15 mil<br />

ônibus na cidade) com base em metas de reduções<br />

de emissões de gases do efeito estufa.<br />

Inicialmente, o foco era incentivar o uso de<br />

veículos a biodiesel, em um programa de substituição<br />

gradual. Mas depois de uma aproximação<br />

com a Abiogás a SPTrans decidiu não mais<br />

especificar um combustível renovável no edital,<br />

abrindo espaço para a participação de ônibus<br />

movidos a biometano.<br />

Saída à paulista<br />

O governo de São Paulo formata um programa<br />

de gestão de lixo doméstico, com metodologia<br />

de implantação e intermediação financeira<br />

para qualquer cidade interessada do<br />

estado, que deverá estimular o aproveitamento<br />

energético dos resíduos. A ideia é fomentar<br />

soluções regionalizadas nos cerca de<br />

60 consórcios intermunicipais que contemplem<br />

centrais comuns de tratamento de resíduos<br />

que produzam combustíveis derivados<br />

de resíduos urbanos (CDRUs) ou mesmo centrais<br />

térmicas. O objetivo é facilitar o acesso a<br />

soluções que para municípios de menor porte<br />

(92% dos 645 municípios paulistas têm menos<br />

de 50 mil habitantes) são muito caras. Em consórcios,<br />

e com o apoio do estado, a saída parece<br />

facilitada.<br />

Lixo Gerando Energia<br />

PARA UMA<br />

ECONOMIA<br />

CIRCULAR<br />

SUSTENTÁVEL<br />

Visite-nos para uma consulta inicial:<br />

babcock.com/energia<br />

ENERGIA | AMBIENTAL<br />

Brasil Energia, nº 445, dezembro 2017 39

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