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Consumidor<br />

Pagar para<br />

não consumir<br />

Programa piloto de Resposta da Demanda<br />

será adotado no Norte e Nordeste e<br />

prevê leilões para remunerar consumidores<br />

industriais que reduzirem carga<br />

MARCELO FURTADO<br />

Em 2018, a partir de resolução<br />

Aneel prometida para<br />

ser publicada ainda em<br />

dezembro, começa a rodar o primeiro<br />

projeto piloto de resposta<br />

da demanda (RD) para consumidores<br />

industriais do país. Método<br />

comum em muitos mercados maduros<br />

de energia, trata-se de sistemática<br />

de redução de consumo feito<br />

de forma programada pelo operador<br />

do sistema, por meio de leilões<br />

com antecedência de um dia<br />

ou no próprio dia em que haverá<br />

a demanda diminuída pelo grande<br />

consumidor, o qual será remunerado<br />

via CCEE pela energia “vendida”,<br />

ou melhor, deixada de ser consumida<br />

e ofertada nos certames.<br />

Para os principais agentes do setor,<br />

que há muito tempo discutem a<br />

introdução da RD, a experiência piloto,<br />

de 18 meses e que depois deve<br />

ser incorporada ao sistema, tem<br />

capacidade de começar a inverter<br />

o modelo nacional apenas baseado<br />

no despacho pelo custo, pelo qual<br />

a operação visa atender de qualquer<br />

forma a demanda, seja ela qual for,<br />

aumentando a oferta muito frequentemente<br />

fora da ordem de mérito.<br />

Além disso, a resposta da demanda,<br />

como planejado, torna o consumidor<br />

ativo no sistema, por meio de incentivo<br />

financeiro, agindo antes que ele<br />

precise reduzir o consumo por conta<br />

de preços altos das tarifas.<br />

Segundo o diretor-geral do<br />

ONS, Luiz Eduardo Barata, o conceito<br />

do projeto é de permitir que<br />

os consumidores possam rever<br />

processos produtivos, em busca de<br />

menor demanda, sendo ressarcidos<br />

pela iniciativa. No entanto, Barata<br />

nega que a ideia seja incentivar<br />

que o consumidor deixe de focar<br />

no processo produtivo para vender<br />

energia no mercado livre.<br />

“Ele deixa de consumir quando<br />

ele não produz, não deixa de ganhar<br />

dinheiro no negócio dele para<br />

ganhar no mercado livre”, disse<br />

o executivo (confira a entrevista com<br />

Barata na página 10).<br />

“Os programas de resposta da<br />

demanda têm a capacidade de reduzir<br />

o custo global de atendimento,<br />

porque podem reduzir o despacho<br />

de usinas térmicas caras e também<br />

porque, se considerados na<br />

formação de preço, reduzem a volatilidade<br />

de preços do mercado de<br />

curto prazo”, avalia Camila Schoti,<br />

diretora de energia da Associação<br />

Brasileira de Grandes Consumidores<br />

Industriais de Energia e de Consumidores<br />

Livres (Abrace), entidade<br />

muito interessada na implantação<br />

da metodologia.<br />

Aliás, a justificativa imediata da<br />

Aneel para implantar o projeto é<br />

ajudar a reduzir a operação na ponta<br />

de térmicas fora da ordem de mé-<br />

34 Brasil Energia, nº 445, dezembro 2017

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