Bec445fliplow

Fábrica da Albras, no
Pará: projeto piloto será
voltado para consumidores
do Norte e Nordeste
rito nos mercados Norte e Nordeste,
alvos do piloto, que a princípio será
voltado apenas para consumidores
livres de alta tensão A1, embora
algumas contribuições à audiência
pública do programa (43/2017) tenham
sugerido a expansão do projeto
ao mercado cativo também. A
região escolhida se explica também
por conta da alta dependência
da geração eólica no Nordeste, que
em base diária chega a representar
56% da carga. A intermitência da
fonte tem obrigado o ONS a despachar
térmicas para atender a variação
da carga ao longo do dia. Qualquer
economia nesse sentido é muito
bem-vinda no Nordeste.
Como será
De forma geral, e apesar de a resolução
ainda não estar pronta até
o fechamento desta edição, a operação
piloto se dará com a publicação
mensal pelo ONS em seu site
na internet da grade dos períodos
dos dias da semana em que poderá
haver despacho de redução da carga.
Com esses dados, os consumidores
habilitados deverão entregar
até às 12:00 horas da quinta-feira
as ofertas de preço e quantidade de
energia para a semana que podem
reduzir (cinco produtos com volume
padrão médio de 1 MW médio,
mas com 5 MW médios mínimos
de oferta de redução, em períodos
de 1 h, 2h, 3h, 4h e 7h). Diariamente,
até às 12:00 horas do dia
anterior ao despacho precisarão
confirmar a quantidade ofertada
com nova declaração.
Os leilões serão em dois modelos:
o day-ahead, com aviso prévio
para despacho no dia anterior à redução
da carga (até às 18h), e o intraday,
com aviso no mesmo dia da
redução da carga (até às 9h). Ganharão
os leilões os consumidores
que ofertarem CVU menores em
comparação ao da térmica que será
substituída no dia.
Para fazer os despachos de redução
de carga o ONS vai analisar
suas programações diárias de produção
e considerar nessa análise as
ofertas semanais dos consumidores
industriais habilitados. A redução
ocorrerá sempre que o custo total
da operação com as ofertas vencedoras
for inferior a 90% do custo
total do despacho das térmicas fora
da ordem de mérito.
“Não será imposto, será do interesse
[do consumidor], ele sabe quanto
custa a redução dele versus quanto
custa a geração térmica. Se o custo
dele for maior do que gerar térmica,
a gente não vai fazer isso com ele, vai
gerar térmica”, salienta Barata.
Aliás, esse mecanismo do projeto
piloto que determina o despacho
do RD apenas quando ele atingir
10% de redução, na opinião da
Abrace pode frear sua aplicação por
conta do custo elevado com o despacho
térmico, que no Brasil custa
aproximadamente R$ 3 bilhões
ao mês. Para a associação, que realizou
simulações com ofertas prováveis
com base de dados de 2015
e que no melhor cenário apontaram
redução de 2,2% da RD em relação
às térmicas, a conclusão é de
que o gatilho para o despacho de
redução deve ser flexibilizado, ou
seja, ele deve ser disparado sempre
que o custo total da operação com
as ofertas vencedoras for inferior ao
custo total da operação com o despacho
térmico independente da ordem
do mérito. O ONS também é
contra o gatilho de 10%, considerando
seu possível uso, se necessá-
Brasil Energia, nº 445, dezembro 2017 35