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rosângela gisoldi orlandi - USCS

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INTRODUÇÃO<br />

O curso de pós-graduação lato sensu de especialização em comunicação<br />

empresarial, que concluí no ano de 2009, despertou o meu interesse em refletir sobre<br />

como as organizações se utilizam da comunicação mercadológica para atrair a atenção<br />

de seus consumidores.<br />

Uma questão que tem me instigado a desenvolver esta pesquisa é que, mesmo<br />

diante das recentes regulamentações publicitárias, com o objetivo de preservar os<br />

direitos das crianças e dos adolescentes, é possível identificar deslizes cometidos por<br />

parte das empresas no uso de imagens da criança e do mundo infantil em suas<br />

propagandas. A propaganda busca inovar constantemente com o interesse de atrair o<br />

público por meio de cenas que sensibilizam os potenciais consumidores ao resgatar o<br />

mundo infantil.<br />

O mercado de moda, especificamente o da moda infantil, adota um<br />

comportamento publicitário peculiar quando se utiliza de representações sociais da<br />

criança, pois retrata um contexto que, aparentemente, não encontra identificação direta<br />

com os pequenos consumidores. Ainda assim, o que também me motiva a desenvolver<br />

esta pesquisa é a constante repetição da frase “mãe, compra?”, que faz parte da narrativa<br />

diária de minhas filhas, dos filhos de amigos e de filhos da sociedade atual. Outra frase<br />

que se tornou rotineira é “mãe, eu quero ser igual a ela...”. O “ser”, neste exemplo, tem<br />

o significado de “ter”, ou seja, “mãe quero ter o que ela tem”.<br />

A criança, nestes exemplos, identifica-se com o que vê expresso na propaganda,<br />

e quer o que a publicidade coloca como factível.<br />

O consumo é uma prática expressiva da sociedade atual, que permeia as diversas<br />

faces das relações sociais; assim, a economia capitalista fortalece-se alimentando a<br />

promessa de uma vida confortável e de grandes possibilidades de realização pessoal,<br />

incessantemente transmitida por meio das mídias que convergem para a manifestação de<br />

desejos. Esse fato cultiva o bombardeio de uma série de mensagens comerciais levadas<br />

pela publicidade aos seus públicos-alvo, construindo representações sociais muitas<br />

vezes à revelia de um contexto ético. Por isso, julgo importante compreender e colocar<br />

em discussão a forma como os anunciantes de moda têm se utilizado da imagem infantil<br />

em seus anúncios, haja vista as crianças tornarem-se um público alvo de investimentos<br />

cada vez maiores por parte de grandes marcas, inclusive as que até então ofereciam<br />

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