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Gestão Hospitalar N.º14 2006

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Maternidade<br />

Grávidas poderão escolher<br />

Em entrevista ao "Diário de Notícias", o<br />

ministro da Saúde, Correia de Campos,<br />

explicou as razões da sua visita aos distritos<br />

do país. Quis explicar aos autarcas o porquê<br />

do encerramento das maternidades e das<br />

urgências dos centros de saúde.<br />

Sublinhando que não se trata de ter menos<br />

serviços mas melhores serviços, Correia de<br />

Campos revelou que sç vai criar um dispositivo<br />

legal que "permitirá às grávidas escolher<br />

onde querem ter a sua criança, sem<br />

terem que dar uma morada falsa". E se há<br />

Gripe das aves<br />

salas de parto que começam a declinar, elas<br />

serão encerradas, mas, frisou, "a responsabilidade<br />

será também das administrações<br />

de cada unidade que terão de ver os meios<br />

que mobilizam para terem ali um parto por<br />

dia, quando podem partilhar esses recursos<br />

com outros hospitais".<br />

O titular da pasta da Saúde revelou ainda<br />

que existem 68 Serviços de Atendimento<br />

Permanente com menos de dez atendimentos<br />

entre as 24h e as 8h. Uns serão requalificados,<br />

disse, outros encerrados. lllD<br />

Hospitais preparam-se<br />

e médicos preocupam-se<br />

H<br />

ospitais do Porto, Lisboa e Coimbra<br />

preparam-se já para o caso de surgirem<br />

em Portugal casos de gripe aviária, mas os<br />

médicos estão preocupados. Reunidos no hospital<br />

de Santa Maria, em Lisboa, no início de<br />

Fevereiro, clínicos de todo o país expressaram<br />

as suas dúvidas quanto à forma de "confirmar<br />

o vírus, quais os procedimentos para o isolamento<br />

de um infectado, qual a calendarização<br />

para a toma do oseltamivir", o único medicamento<br />

que demonstrou alguma eficácia contra<br />

o H 5Nl.<br />

Reacções que surgiram poucos dias depois do<br />

Plano Nacional de Contingência para a Gripe<br />

ter sido apresentado pela Direcção-Geral de<br />

Saúde. Este plano inclui sete planos específicos<br />

que vão da criação de sistemas de vigilância e<br />

informação sobre focos da doença em animais<br />

ou humanos até medidas específicas de saúde<br />

pública, passando por planos sobre a forma<br />

como os cuidados serão prestados nos hospitais<br />

ou em ambulatório ou à reserva de vacinas e<br />

medicamentos. O plano prevê ainda a criação<br />

de 'clínicas de gripe' para atendimento<br />

exclusivo de pessoas com os sintomas e o internamento<br />

e quarentena compulsivos.<br />

Entretanto, surgiram várias notícias que davam<br />

conta da finalização do documento que define<br />

as regras de actuação do Hospital de S. João, no<br />

Porto, em caso de pandemia de gripe, a apresentar<br />

ainda em Fevereiro. De acordo com o<br />

director clínico daquela unidade hospitalar, o<br />

documento prevê tudo desde a chegada de<br />

um doente vindo da Turquia "até à entrada<br />

simultânea de 60 pacientes contaminados com<br />

, ))<br />

o v1rus .<br />

Por seu turno, os Hospitais D. Estefânia e<br />

Curry Cabral, em Lisboa, que fazem parte do<br />

Plano, afirmam estar preparados para receber,<br />

a qualquer momento, casos pontuais de ameaça<br />

de infecções enquanto, os hospitais da Universidade<br />

de Coimbra já reservaram 15 camas<br />

numa área das suas instalações de Celas. lllD<br />

Contratos-programa<br />

Hospitais vão<br />

realizar menos<br />

internamentos<br />

O<br />

s hospitais públicos compro~1e te~atn-se,<br />

este ano, a aumentar as cirurgias em<br />

ambulatório e a reduzir os internamen tos.<br />

Estes compromissos constam dos contratos­<br />

-programa já acordados com 80 hospitais, mas<br />

que apenas 38 já assinaram. Destes contratos<br />

consta ainda o compromisso de subir ligeiramente<br />

as consultas externas e os atendimentos<br />

no hospital de dia.<br />

Estes acordos implicam que o Ministério da<br />

Saúde vai gastar mais 3,6 por cento nos pagamentos<br />

totais às unidades, ou seja, mais 3.644<br />

milhões de euros.<br />

O objectivo destes contratos-programa, de<br />

acordo com a tutela, é controlar a despesa,<br />

mas sobretudo, disciplinar as administrações<br />

hospitalares colocando-lhes objectivos concretos<br />

através dos quais seja possível avaliar a sua<br />

eficiência e qualidade. lllD<br />

Para apresentar a experiência do Hospital de la Ribera<br />

Alberto de Rosa Torner<br />

em Lisboa a convite da APAH<br />

Alberto de Rosa Torner, director-geral do Hospital de La Ribera<br />

(Alzira/Valência) é uma das personalidades mais aguardadas no 1 º<br />

Seminário Nacional sobre Financiamento Hospitalalar, organizada<br />

pela APAH em colaboração com a Schering-Plough Farma.<br />

e<br />

om ele chega a experiência de sete anos de<br />

um novo modelo de gestão e de financiamento<br />

naquele hospital, que conta já com uma<br />

estrutura considerável no que se refere à prestação<br />

de cuidados de saúde na sua generalidade.<br />

Falamos de uma unidade hospitalar que funciona<br />

com base numa Parceria-Público-Privada(PPP)<br />

e cuja sociedade gestora é já responsável<br />

pela administração de 13 centros<br />

de saúde, um centro de especialidades e de<br />

36 consultórios, servindo uma população de<br />

perto de 250 mil habitantes.<br />

Neste dominio, o sistema de financiamento<br />

adaptado foi por capitação e, segundo responsáveis<br />

por aquela unidade hospitalar, se<br />

no início a transição não fo i pacifica, presentemente<br />

existe uma verdadeira "paz social".<br />

Para tal, muito terá contribuído o sistema de<br />

incentivos que foi criado e que valoriza quem<br />

mais e melhor trabalha.<br />

Mas neste domínio (e não só) a funcionalidade<br />

e a operacionalidade assenta numa base<br />

m uito concreta: o sistema de info rmático.<br />

Através dele, é possivel ver o que cada profissional<br />

produz. Por outro lado, como estão<br />

bem definidos os objectivos assistenciais que há<br />

para cumprir, os incentivos pagos aos clínicos<br />

podem chegar aos 18 mil euros.<br />

A par de tudo isto, a sociedade gestora do<br />

hospital tem continuado a apostar forte na<br />

mudança.<br />

En tre 2003 e 2005 foram investidos 22<br />

milhões de euros, metade dos quais disponibilizados<br />

para melhorar os centros de saúde da<br />

localidade e que estão integrados na rede.<br />

Se este exemplo servirá para ser adaptado, mesmo<br />

que com variantes, em Portugal - tendo em<br />

conta que a ligação entre os hospitais e os centros<br />

de saúde nunca esteve tão defendida - não<br />

é um ponto sem reservas. Há quem defenda<br />

que sim e quem diga que não. Seja como for,<br />

desde que esta experiência foi lançada, já nasceram<br />

mais três modelos idênticos em Espanha:<br />

dois na região de Valência também e, um outro,<br />

na região de Madrid.<br />

Os responsáveis dizem que o grau de satisfação<br />

dos utentes que são atendidos naquela estrutura<br />

é de 98 por cento. Alberto de Rosa Torner vai<br />

certamente explicar como e porquê. lllD

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