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Revista Apólice #230

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Diferente dos seguros para bens<br />

materiais, que protegem a sociedade<br />

em caso de imprevistos,<br />

os seguros de vida cobrem<br />

um sinistro que é certo, mesmo sem saber<br />

exatamente quando. Ele permite que o<br />

segurado trace uma espécie de “plano<br />

de voo” e faça o pouso com dinheiro<br />

suficiente para que os familiares deem<br />

sequência às finanças. Ainda assim, 130<br />

milhões de brasileiros se encontram desprotegidos<br />

para esta certeza. No Brasil,<br />

a participação do mercado de seguros de<br />

vida no Produto Interno Bruto (PIB) é<br />

de apenas 0,6%, deixando-o na lanterna<br />

na lista dos países que mais vendem o<br />

produto – à sua frente estão Peru (0,7%),<br />

México (1%), Colômbia (1,1%), China<br />

(1,9%), Espanha (2,4%), Chile (2,5%) e<br />

Noruega (2,9%).<br />

O número persiste por falta de informação<br />

ou clareza na venda? Josusmar<br />

Alves de Sousa, CEO da Mister Líber<br />

Corretora de Seguros, garante que o mercado<br />

carece de investimento em sistemas<br />

e na qualificação do corretor de seguros.<br />

“O brasileiro não tem a educação de comprar<br />

seguro de vida e, quando possui um<br />

produto, quase sempre foi mal vendido<br />

através da rede bancária. É aquele seguro<br />

que se faz sem necessidade: o cliente<br />

adquire um seguro de acidentes pessoais<br />

e acha que é seguro de vida”, explica.<br />

Além disso, muitas vezes o próprio corretor<br />

não acredita no produto. Segundo<br />

ele, isso acontece porque o seguro de<br />

vida foi passado de maneira equivocada<br />

para estes profissionais. “Não falam que<br />

ao oferecer o produto ele estará fazendo<br />

um bem social para as famílias e que<br />

amanhã estas famílias poderão trazer<br />

mais segurados para a carteira dele. O<br />

enfoque precisa ser diferente”.<br />

Sousa atua desde 1984 no ramo<br />

Vida. Dez anos depois fundou a corretora<br />

para atender os profissionais liberais que<br />

precisavam de apólices mais personalizadas<br />

às suas necessidades. Ele acredita<br />

que a receita para ir longe não é apenas<br />

disponibilizar produtos sob medida mas,<br />

principalmente, investir na qualificação<br />

dos profissionais. Por isso, os corretores<br />

que trabalham na empresa passam por<br />

um rígido treinamento semanal e contam<br />

com programas de investimentos como,<br />

“Queremos deixar<br />

nosso nome na<br />

história como uma<br />

das empresas que<br />

mudou o seguro de<br />

vida no país”<br />

Josusmar Alves de Sousa<br />

por exemplo, o pagamento de parte da<br />

faculdade desde que o curso seja ligado<br />

a alguma área da corretora. Aqueles que<br />

não fazem parte do corpo de funcionários<br />

podem participar de palestras sobre o<br />

tema. “É preciso desprendimento para<br />

aprender como se vende o seguro de vida<br />

e humildade para falar ‘eu quero vender<br />

o produto, mas não sei fazer isso’”, diz<br />

ele, que na corretora recebe em média 40<br />

profissionais por mês.<br />

O passo mais recente nesta empreitada<br />

foi a criação da Mister Líber Educação,<br />

nova empresa do grupo detentor de<br />

outras sete empresas ligadas aos seguros<br />

(entre corretoras, centro automotivo e empresas<br />

na área de informática). O objetivo<br />

é ensinar as técnicas de comercialização<br />

do seguro de vida e oferecer uma grade<br />

diferenciada de cursos de idiomas, como<br />

inglês e mandarim. “A melhor maneira<br />

de fazer com que um corretor trabalhe<br />

mais com seguro de vida é a palavra, é<br />

a conversa entre ele e um especialista na<br />

área. O corretor é a elite da indústria de<br />

seguros do Brasil. É ele quem sai embaixo<br />

de sol, de chuva, que coloca a cara para<br />

bater e participa ativamente do dia a dia<br />

do mercado”, destaca.<br />

Experiências internacionais<br />

Josusmar é um dos poucos brasileiros<br />

que integram a Million Dollar Round<br />

Table (MDRT), associação de corretores<br />

e consultores financeiros internacionalmente<br />

conhecida que congrega 72 países<br />

e soma 91 anos de experiência no ramo de<br />

proteção a pessoas. São 63 mil membros<br />

e apenas 2% dos produtores mundiais de<br />

seguro participam da entidade, focada em<br />

qualificação e mentoria de profissionais.<br />

Junto com a esposa Simone e o filho<br />

Felipe, que também atuam na Mister<br />

Líber, Sousa presta consultoria para<br />

aproximadamente 700 mentorados. A<br />

maioria se encontra no Brasil (quase 400),<br />

mas muitos também estão espalhados<br />

nas Filipinas, Coreia do Sul, Tailândia,<br />

México, Portugal, Estados Unidos e<br />

Canadá. “Como o corretor é o agente de<br />

seguros, meu papel é fazer com que ele<br />

enxergue não a árvore, mas o bosque, porque<br />

muitas vezes ele vai ter dificuldades<br />

e dar meia volta”, diz ele, que na MDRT<br />

ocupa a posição de State Chair de toda a<br />

região São Paulo, responsável por 50% da<br />

produção de seguros no Brasil.<br />

❙❙Felipe Eduardo Rodrigues de Sousa, diretor comercial, treinando a equipe<br />

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