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propmark.com.br<br />
ano 53 - Nº 2689 - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> r$ 15,00<br />
XtockImages/iStock<br />
brasil ven<strong>de</strong> imagem <strong>de</strong> país mo<strong>de</strong>rno<br />
Is event odis volore cusda quatem.<br />
assim como outros países, o brasil divulga sua marca no exterior para atrair turistas. Des<strong>de</strong> 2005, quando<br />
foi lançada a marca brasil, a embratur faz campanhas <strong>de</strong> comunicação, ações <strong>de</strong> marketing e até <strong>de</strong> pr para<br />
passar imagem <strong>de</strong> país mo<strong>de</strong>rno, alegre e hospitaleiro. em 2017, mais estrangeiros vieram para cá. pág. 12<br />
grey ganha conta<br />
DIgItaL De Itambé<br />
Presi<strong>de</strong>nte e primeira<br />
mulher no cargo na<br />
re<strong>de</strong> no país, Marcia<br />
Esteves comenta<br />
conquista da Itambé.<br />
Executiva assumiu<br />
o comando total<br />
da agência. pág. 41<br />
consumIDor quer<br />
maIs De shoppIngs<br />
Mariana Carvalho, do<br />
Grupo Ancar Ivanhoe,<br />
se mantém atenta às<br />
transformações do<br />
varejo. Ela <strong>de</strong>staca o<br />
interesse dos consumidores<br />
por experiências.<br />
pág. 22<br />
nespresso DeIxa Wmcann e vmL assume<br />
a comunIcação IntegraL Da marca<br />
Com a campanha Morning, que será lançada no<br />
próximo dia 10, a marca Nespresso inicia trabalho<br />
exclusivo com a VML. Segundo Fernando<br />
Taralli, a agência busca criar reputação sem<br />
fronteiras entre digital e ATL. Entre as contas<br />
nesse formato total estão Philips e AOC. pág. 42<br />
anuncIantes Investem no<br />
esquenta para o munDIaL<br />
A menos <strong>de</strong> cem dias para Copa<br />
da Rússia, patrocinadores aproveitam<br />
amistosos do Brasil para<br />
fazer campanhas. A da Brahma<br />
(foto), criada pela Africa, reforça<br />
o conceito Nº 1. Tite e Neymar<br />
<strong>de</strong>spontam como embaixadores<br />
das marcas. pág. 38
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
<strong>de</strong>pois da Páscoa<br />
Na casa dos meus pais, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> italianos, costumava-se<br />
repetir um bordão da velha “Bota”, através do qual se justificava<br />
uma promessa ou expectativa não cumprida: “Depois da Páscoa”.<br />
Assim acontecia, por exemplo, quando eu e os meus irmãos (mais velhos<br />
que eu, mas todos ainda crianças) pedíamos algo que não cabia no<br />
restrito orçamento doméstico da família: “Depois da Páscoa”.<br />
Tratava-se <strong>de</strong> um costume trazido por nossos avós, que não significava<br />
uma engabelação. É que no Velho Continente o ano realmente não<br />
começava, até a época em que lá viveram, a partir <strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> janeiro. O<br />
inverno rigoroso restringia as ativida<strong>de</strong>s profissionais não só ao ar livre,<br />
como em ambientes fechados, porém sem calefação, fazendo o dinheiro<br />
correr pouco até a Páscoa.<br />
Como o leitor bem sabe, a data coincidiu com a ressurreição <strong>de</strong> Cristo,<br />
mas já existia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios dos tempos, marcando a saída do<br />
povo ju<strong>de</strong>u do Egito (pesakh, passagem).<br />
Isso é História. Na prática, <strong>de</strong>vido ao início da primavera no Hemisfério<br />
Norte, o povo sai às ruas e os pequenos negócios, aqueles que<br />
sustentam gran<strong>de</strong> parte da população local, voltam a se realizar <strong>de</strong><br />
forma acentuada.<br />
Daí então a promessa para os pedidos não atendidos no inverno: “Depois<br />
da Páscoa”. Nem sempre se cumpriam, mas boa parte <strong>de</strong>les era<br />
atendida em virtu<strong>de</strong> das condições então propícias.<br />
Por mera coincidência, pois na Terra <strong>de</strong> Santa Cruz o inverno, além <strong>de</strong><br />
ser mais ameno, cai no meio do ano, temos <strong>de</strong> acreditar na melhora tão<br />
esperada por todos os brasileiros, que <strong>de</strong>verá atingir mais em cheio as<br />
ativida<strong>de</strong>s econômicas... <strong>de</strong>pois da Páscoa.<br />
Aqui no Brasil, no atual momento, vislumbramos a retomada do <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
a bem da verda<strong>de</strong> já iniciada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo do ano,<br />
mas agora prometendo recompensar todos os que souberam esperar e<br />
contribuem, cada um em sua trincheira, para a ativação dos negócios<br />
<strong>de</strong> uma forma geral.<br />
O PROPMARK é um jornal que, perto <strong>de</strong> completar 53 anos <strong>de</strong> circulação<br />
ininterrupta em maio, <strong>de</strong>dica-se a narrar, registrar e comentar as<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todo o hoje vasto ferramental do marketing, com <strong>de</strong>staque<br />
maior para a propaganda, por se tratar da mais atraente das suas<br />
funções e até por ter, curiosamente e <strong>de</strong> uma certa forma, surgida bem<br />
antes do imenso guarda-chuva do próprio marketing.<br />
Este nosso <strong>de</strong>stino jornalístico nos autoriza a afirmar que o país voltará<br />
a <strong>de</strong>slanchar a partir <strong>de</strong> agora, prosseguindo <strong>de</strong> forma acentuada um<br />
ciclo, na verda<strong>de</strong>, como já dissemos, iniciado meses atrás.<br />
Para que possamos, porém, ultrapassar nossos atuais limites, será necessária<br />
a colaboração da vida política nacional, com a participação na<br />
campanha eleitoral prestes a se iniciar oficialmente, <strong>de</strong> postulantes<br />
sérios e bem-intencionados, além <strong>de</strong> extremamente preparados para<br />
comporem a direção e o consequente <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> um gigantesco país<br />
que <strong>de</strong> há muito espera por isso.<br />
Torço para que a população esteja bem mais amadurecida do que em<br />
eleições passadas, quando tivemos escolhas finais infelizes, que culminaram<br />
na situação grotesca que tanto nos afetou.<br />
É da maior importância que a escolha dos novos governantes, em outubro,<br />
recaia sobre mulheres e homens capazes <strong>de</strong> bem cumprir com a<br />
missão a eles entregue pelas urnas. Nossa recusa a messiânicos, sejam<br />
<strong>de</strong> quais crenças e colorações i<strong>de</strong>ológicas forem, <strong>de</strong>ve ser a chave para<br />
possibilitarmos atingimento <strong>de</strong> um país que todos queremos. E, mais<br />
que isso, tanto necessitamos.<br />
***<br />
Bem a propósito <strong>de</strong> tudo o que acima está dito, permito-me chamar a<br />
sua atenção, leitora e leitor do PROPMARK, para a matéria <strong>de</strong>sta edição<br />
assinada pela jornalista Cristiane Marsola, <strong>de</strong>stacando ter ficado para<br />
trás a imagem do país apenas sambista, futebolista e carnavalesco.<br />
Claro que conservamos e queremos que isso dure para sempre, essas<br />
nossas preferências, mas há hoje muito mais no Brasil, um país que,<br />
embora com as suas contradições, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar mo<strong>de</strong>rno, alegre<br />
e hospitaleiro, além <strong>de</strong> extremamente <strong>de</strong>senvolvido em regiões que<br />
tiveram as benesses <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s escolas, hospitais, meios <strong>de</strong> transporte<br />
e <strong>de</strong> comércio e indústria abrangentes e progressistas.<br />
Registre-se nesse particular as reveladoras campanhas assinadas pela<br />
Embratur no exterior, incrementando a marca Brasil e passando para os<br />
povos por elas atingidos a imagem <strong>de</strong> um país verda<strong>de</strong>iramente mo<strong>de</strong>rno.<br />
Há um dado que reflete o bom efeito <strong>de</strong>sse esforço: em 2017, o número<br />
<strong>de</strong> turistas estrangeiros que nos visitaram aumentou consi<strong>de</strong>ravelmente<br />
em relação ao ano anterior.<br />
***<br />
Um dos assuntos do momento na mídia mundial tem sido o vazamento<br />
<strong>de</strong> dados <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> usuários do Facebook. Nesta edição, a matéria<br />
sobre o mesmo revela a sua possível extensão e os cuidados que <strong>de</strong>vem<br />
ser tomados pela empresa responsável por esse ainda disputado meio<br />
digital para que filtre, com a urgência e o rigor necessários, esse inconveniente<br />
vazamento.<br />
Se isso não ocorrer, ou ocorrer apenas para acalmar momentaneamente<br />
os usuários mais exaltados, voltando ao ponto <strong>de</strong> partida logo <strong>de</strong>pois,<br />
a marca e a eficácia do uso das suas funções correrão sérios riscos<br />
<strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>.<br />
***<br />
Ainda estão abertas as inscrições para as agências concorrerem ao Colunistas<br />
São Paulo 2017/18. O júri será realizado no próximo dia 14. Mais<br />
informações com a Nanny, telefone (11) 2065-0753 ou e-mail nanny@<br />
editorareferencia.com.br.<br />
***<br />
Este Editorial é em homenagem à esplêndida campanha do Itaú sobre<br />
a participação do Brasil na Copa do Mundo na Rússia e os conceitos <strong>de</strong><br />
futebol e <strong>de</strong> equipe do exemplar Tite.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3
conexões<br />
Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 24<br />
a 29 <strong>de</strong> março)<br />
Post: Cinco dicas para criar histórias<br />
relevantes na Copa do Mundo<br />
“Muito bom.”<br />
Ale Campos<br />
Post: Quem Fez: seis campanhas<br />
que foram <strong>de</strong>staque na semana<br />
“Esse resumo da FT sem mídia, atendimento<br />
etc. é ridículo.”<br />
Rodolfo<br />
Post: Menina vence dragão em<br />
campanha da Johnson’s<br />
“Gostaria também. Minha filha não<br />
para <strong>de</strong> assistir...”<br />
Herbert Pereira<br />
cação digital <strong>de</strong> Frango Assado e<br />
Viena<br />
“Excelente matéria!”<br />
Rico Calfat<br />
Instagram<br />
Post: A @voegoloficial <strong>de</strong>u início<br />
às comemorações para a Copa<br />
convocando seus passageiros<br />
para a torcida. Cinco voos vão<br />
homenagear os títulos da seleção<br />
nesta terça (27). Todos os passageiros<br />
receberão réplicas das<br />
camisas referentes às conquistas<br />
<strong>de</strong> 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.<br />
#GolDoBrasil”<br />
“@evandroclaudino, veja que legal.”<br />
lucileneclaud<br />
Twitter<br />
Tweet: Facebook luta nos bastidores<br />
contra fuga <strong>de</strong> anunciantes<br />
“Facebook é tão anos 2000.”<br />
@chgsousa<br />
Tweet: “O PR é um trabalho <strong>de</strong><br />
muitas mãos e muitas cabeças”,<br />
diz Renata Zveibel<br />
“Com a palavra, o cliente! Em entrevista<br />
ao @PROPMARK, Renata Zveibel,<br />
da @HeinekenBR, afirma que ‘o<br />
PR é um trabalho <strong>de</strong> muitas mãos e<br />
muitas cabeças’’, sobre a estratégia<br />
<strong>de</strong> #RelaçõesPúblicas li<strong>de</strong>rada em<br />
conjunto com a B-M.”<br />
@BM_Brasil<br />
última Hora<br />
INDEPENDENTE<br />
Após hiato <strong>de</strong> um ano, está<br />
<strong>de</strong> volta o Red Bull Music<br />
Pulso. Começa nesta terçafeira<br />
(3), com encerramento<br />
marcado para o dia 28. São<br />
30 músicos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
que vão celebrar a música.<br />
O público po<strong>de</strong>rá ver o<br />
resultado <strong>de</strong>sses encontros<br />
por meio <strong>de</strong> palestras e<br />
shows gratuitos, sempre no<br />
espaço Red Bull Station, na<br />
região central <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Outras informações: www.<br />
redbull.com.br/pulso<strong>2018</strong>.<br />
PROGRAMAÇÃO<br />
A Rádio CBN apresenta sua<br />
nova programação a partir<br />
<strong>de</strong>sta segunda-feira (2) para<br />
os 90 milhões <strong>de</strong> ouvintes<br />
das suas quatro emissoras<br />
próprias e 31 afiliadas. O<br />
Jornal da CBN terá início às<br />
6h e encerramento às 10h.<br />
dorinHo<br />
SÉRIE<br />
O SBT, a Mixer Films e<br />
a Formatta Produções<br />
promovem <strong>de</strong>bate sobre<br />
a segunda temporada da<br />
série A Garota da Moto,<br />
em fase <strong>de</strong> produção, e<br />
sobre o novo projeto do<br />
canal, a série Z4, com a<br />
Disney e a Formatta. Será<br />
na quinta-feira (5) e terá a<br />
participação <strong>de</strong> Fernando<br />
Pelegio e Murilo Fraga,<br />
ambos do SBT, João Daniel<br />
Tikhomiroff (Mixer) e<br />
Daniela Busoli (Formatta).<br />
PREÇO<br />
A Drogaria Onofre, da<br />
holding CVS Health, lançou<br />
a campanha Onofre Zero<br />
com foco no reajuste <strong>de</strong><br />
medicamentos que será<br />
anunciado no fim do mês,<br />
pelo governo fe<strong>de</strong>ral.<br />
Criação é da DM9DDB.<br />
Post: Flávio Rocha sai da Riachuelo<br />
para concorrer à Presidência<br />
“Estamos bem mal <strong>de</strong> candidatos...”<br />
Luana<br />
Facebook<br />
Tweet: Facebook publica anúncio<br />
com pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas na Europa<br />
e EUA<br />
“#Facebook recorre à mídia tradicional<br />
para se <strong>de</strong>sculpar pelo escândalo<br />
do vazamento <strong>de</strong> dados.”<br />
@LidiaCWagner<br />
Post: Brasileiros vão comprar<br />
mais ovos <strong>de</strong> Páscoa este ano<br />
“Nem um pouco...”<br />
Nahyr Pereyra Rodriguez<br />
Post: “O PR é um trabalho <strong>de</strong> muitas<br />
mãos e muitas cabeças”, diz<br />
Renata Zveibel<br />
“Tenho muito orgulho <strong>de</strong> fazer parte<br />
disso e estar ao lado <strong>de</strong> gente que eu<br />
admiro <strong>de</strong>mais. É sensacional ver a<br />
nossa área crescendo, tomando a importância<br />
que realmente tem e sendo<br />
cada vez mais reconhecida como estratégica.<br />
Vamos lá, galera!”<br />
Nathalia Vechio<br />
“Renata, sensacional! Parabéns!”<br />
Bruno Bianchi<br />
Post: REF+ conquista a comuni-<br />
Tweet: Dia da Água prioriza <strong>de</strong>bate<br />
sobre acesso da população à<br />
fonte limpa<br />
“A Integer\OutPromo criou uma estratégia<br />
inédita para o programa<br />
Água Pura para Crianças, da P&G,<br />
que traz o Vlad, do canal Área Secreta,<br />
em uma ação <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />
inusitada.”<br />
@ELiveAssessoria<br />
Tweet: #AdReaction: Estudo avalia<br />
efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campanhas integradas<br />
“Você acha que vê mais publicida<strong>de</strong><br />
hoje do que três anos atrás? Dá uma<br />
olhada no que os brasileiros pensam<br />
sobre isso na nova edição do #AdReaction,<br />
da #KantarMillwardBrown, no<br />
@propmark.”<br />
@Kantar_BR<br />
4 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
mercado<br />
Festival levanta discussão sobre o<br />
impacto do blockchain nos negócios<br />
Evento reúne especialistas para <strong>de</strong>bater as mudanças que o banco<br />
<strong>de</strong> dados público e criptografado trará para empresas e profissionais<br />
JuSun/iStock<br />
O blockchain tem gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> crescimento já que é um sistema público, transparente e praticamente inviolável; evento em São Paulo discutirá tendências<br />
Cristiane Marsola<br />
rápida evolução da tecnologia,<br />
muitas vezes, faz com<br />
A<br />
que se manter atualizado seja<br />
<strong>de</strong>safio para diversas áreas. O<br />
blockchain é um dos temas que<br />
têm <strong>de</strong>spertado a curiosida<strong>de</strong><br />
dos profissionais, mas ainda<br />
não é tão conhecido e, por isso,<br />
o assunto vai ganhar um evento<br />
totalmente <strong>de</strong>dicado a ele,<br />
no dia 23 <strong>de</strong> maio, no Renaissance<br />
Hotel, em São Paulo.<br />
O Blockchain Festival, realizado<br />
pela agência <strong>de</strong> conteúdo<br />
TW Content, foi criado para<br />
ajudar o público a enten<strong>de</strong>r<br />
melhor o que é esse sistema seguro<br />
e transparente <strong>de</strong> armazenamento<br />
<strong>de</strong> dados. “Esse tema<br />
está muito em voga principalmente<br />
por causa das criptomoedas.<br />
A gente pensou em fazer<br />
um evento que mostrasse como<br />
as pessoas po<strong>de</strong>m enten<strong>de</strong>r o<br />
blockchain. É uma tecnologia<br />
que vai mudar a vida das pessoas”,<br />
explica Katia Militello,<br />
jornalista especializada em tecnologia,<br />
sócia da TW Content e<br />
organizadora do festival.<br />
Com o slogan Entenda como<br />
o blockchain vai revolucionar as<br />
empresas, o trabalho e o dia a<br />
dia <strong>de</strong> todos nós, o evento terá<br />
mesas-redondas sobre os impactos<br />
nos negócios, sobre a regulamentação<br />
<strong>de</strong>sse sistema e<br />
sobre como algumas empresas<br />
já usam essa tecnologia. O festival<br />
também vai oferecer painéis<br />
a respeito dos contratos inteligentes<br />
e da web <strong>de</strong>scentralizada.<br />
A programação po<strong>de</strong> ser<br />
conferida no site blockchainfestival.com.br.<br />
“A gente está focando muito<br />
em cases. Vários setores começaram<br />
a usar o blockchain. As<br />
pessoas que criaram as moedas<br />
digitais precisavam <strong>de</strong> um<br />
“A gente pensou em<br />
fAzer um evento<br />
que mostrAsse<br />
como As pessoAs<br />
po<strong>de</strong>m enten<strong>de</strong>r o<br />
blockchAin. É umA<br />
tecnologiA que<br />
vAi mudAr A vidA<br />
dAs pessoAs”<br />
sistema que transformasse o<br />
negócio em algo muito transparente,<br />
seguro e inviolável.<br />
Blockchain é um gran<strong>de</strong> banco<br />
<strong>de</strong> dados público, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m<br />
ser registrados vários tipos <strong>de</strong><br />
coisas. Futuramente, a gente<br />
po<strong>de</strong>rá fazer contratos <strong>de</strong> apartamentos,<br />
por exemplo, <strong>de</strong>ntro<br />
do blockchain”, afirma Katia.<br />
Entre os cases que <strong>de</strong>vem<br />
ser apresentados no festival<br />
está a moeda digital do BNDES.<br />
“O dinheiro físico circulando<br />
po<strong>de</strong> cair em mãos erradas.<br />
Tendo uma moeda digital e o<br />
blockchain, eles conseguem<br />
movimentar esse dinheiro <strong>de</strong><br />
forma mais segura e mais clara”,<br />
conta a organizadora do<br />
festival. A entida<strong>de</strong> Democracy<br />
Earth também <strong>de</strong>ve marcar<br />
presença no evento. “Eles<br />
fazem a verificação <strong>de</strong> eleição,<br />
por exemplo, para ver se não<br />
teve frau<strong>de</strong>”, diz.<br />
6 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
mercado<br />
Livro aborda regulação da publicida<strong>de</strong><br />
para as crianças no país e no mundo<br />
Publicação apresenta resultados <strong>de</strong> estudo sobre os princípios e os<br />
modos <strong>de</strong> operação dos sistemas em outros países, como a Inglaterra<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
Com a meta <strong>de</strong> contribuir<br />
para o <strong>de</strong>bate sobre a regulação<br />
da publicida<strong>de</strong> infantil<br />
no Brasil, o programa Criança<br />
e Consumo, do Instituto Alana,<br />
se aliou à Andi – Comunicação<br />
e Direitos para lançar o livro<br />
Autorregulação da Publicida<strong>de</strong><br />
Infantil no Brasil e no Mundo,<br />
pela Editora Verbatim.<br />
A publicação apresenta os<br />
resultados <strong>de</strong> um estudo sobre<br />
os princípios estruturantes<br />
e os modos <strong>de</strong> operação dos<br />
sistemas autorregulatórios <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> infantil do Reino<br />
Unido, França, Austrália, Canadá<br />
e União Europeia. A captura<br />
<strong>de</strong> informações e a análise dos<br />
resultados foram feitas pela<br />
Harvard Law & International<br />
Development Society, a LIDS,<br />
da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Harvard<br />
(Estados Unidos).<br />
O foco da obra são as restrições<br />
impostas ao marketing<br />
<strong>de</strong> produtos alimentícios não<br />
saudáveis, através <strong>de</strong> conteúdos<br />
que discutem também as<br />
possíveis opções no cenário<br />
legal brasileiro e algumas iniciativas<br />
em curso promovidas<br />
por anunciantes e mercado publicitário.<br />
“O objetivo é suscitar<br />
o <strong>de</strong>bate e servir <strong>de</strong> referência<br />
para análise do que está sendo<br />
feito no Brasil”, explica Ekaterine<br />
Karageorgiadis, coor<strong>de</strong>nadora<br />
do programa Criança e<br />
Consumo, do Alana.<br />
A conclusão geral do livro é<br />
que existem muitos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
regulação construídos no mundo,<br />
e o brasileiro é diferente <strong>de</strong>les,<br />
já que, aqui, a questão da<br />
publicida<strong>de</strong> infantil é pautada<br />
por regras estatais, através da<br />
Constituição Fe<strong>de</strong>ral e outros<br />
mecanismos, e por uma autorregulamentação<br />
promovida em<br />
instâncias como o Conea (Conselho<br />
Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />
Publicitária). “O livro<br />
mostra como o sistema corregulatório,<br />
com regulamentação<br />
Ekaterine Karageorgiadis: livro mostra como sistema corregulatório funciona melhor quando há uma base legal<br />
estatal e autorregulamentação,<br />
funciona melhor quando há<br />
uma base legal para sustentar<br />
o mercado. Como é o caso que<br />
ocorre na Inglaterra”, explica. O<br />
Alana já havia apoiado o lançamento<br />
<strong>de</strong> outro livro há alguns<br />
anos, daquela vez com foco em<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regulação estatal.<br />
Uma das iniciativas brasileiras<br />
<strong>de</strong> autorregulamentação<br />
consi<strong>de</strong>radas bem-vindas, embora<br />
com algumas ressalvas<br />
<strong>de</strong> Ekaterine, é o recente Compromisso<br />
pela Publicida<strong>de</strong> Responsável<br />
para Crianças, em que<br />
a KPMG monitora se há publicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> produtos que não atendam<br />
aos critérios nutricionais<br />
preestabelecidos para crianças<br />
menores <strong>de</strong> 12 anos.<br />
Onze empresas a<strong>de</strong>riram ao<br />
pacto e, <strong>de</strong> acordo com a análise<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, houve 100%<br />
“O ObjetivO é<br />
suscitar O <strong>de</strong>bate<br />
e servir <strong>de</strong><br />
referência para<br />
análise dO que<br />
está sendO feitO<br />
nO brasil”<br />
Divulgação<br />
<strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ao compromisso<br />
das peças veiculadas na televisão.<br />
O índice é <strong>de</strong> 97% em cinema,<br />
e 98,6% na internet.<br />
Uma das pon<strong>de</strong>rações da coor<strong>de</strong>nadora<br />
do Criança e Consumo<br />
é que a iniciativa proíbe<br />
apenas <strong>de</strong>terminados alimentos,<br />
quando todos os tipos<br />
<strong>de</strong>veriam evitar exposição às<br />
crianças.<br />
Durante o evento <strong>de</strong> lançamento<br />
do livro, realizado na<br />
semana passada, houve <strong>de</strong>bate<br />
envolvendo Isabella Henriques<br />
(diretora <strong>de</strong> Advocacy do Alana)<br />
e Veet Vivarta (consultor da<br />
ANDI), organizadores do livro,<br />
além <strong>de</strong> Calixto Salomão (professor<br />
da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito<br />
da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo),<br />
Pedro Hartung (coor<strong>de</strong>nador do<br />
programa Priorida<strong>de</strong> Absoluta)<br />
e Ekaterine, autores do livro.<br />
8 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
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Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />
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Elu! Live Marketing organiza em SP o<br />
festival Milkshake criado na Holanda<br />
O evento é voltado para o público LGBT, que já movimenta 10% do PIB,<br />
com R$ 418,9 bilhões; 30 mil pessoas <strong>de</strong>vem comparecer ao Anhembi<br />
Paulo Macedo<br />
Criado na Holanda pela Dol<br />
House, o Milkshake vai<br />
movimentar São Paulo em 2 <strong>de</strong><br />
junho, um dia antes da Parada<br />
do Orgulho LGBT.<br />
O core é a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
gênero, mas com amor, respeito,<br />
tolerância e liberda<strong>de</strong>,<br />
nas palavras <strong>de</strong> Juliana Escandura,<br />
CEO da Elu! Live Marketing,<br />
que representa a franquia<br />
que explora o formato open-<br />
-min<strong>de</strong>d no mercado brasileiro.<br />
O line-up ainda está sendo<br />
montado, mas serão 16 horas<br />
<strong>de</strong> música nos ambientes Soul,<br />
Supertoys, Secret e Live. Segundo<br />
estimativa do IBGE,<br />
cerca <strong>de</strong> 20 milhões <strong>de</strong> brasileiros<br />
são LGBT.<br />
“Esse número po<strong>de</strong> ser ainda<br />
maior, consi<strong>de</strong>rando que<br />
muitos optam por não <strong>de</strong>clarar<br />
a orientação sexual no momento<br />
da pesquisa. Na faixa<br />
etária entre 18 e 35 anos, 28%<br />
dos jovens se auto<strong>de</strong>clararam<br />
LGBT, <strong>de</strong> acordo com estudo<br />
da Famecos da PUC/RS. Esse é<br />
o primeiro ponto que levamos<br />
em conta ao pensar no consumidor<br />
LGBT: o número imenso<br />
<strong>de</strong> pessoas. Além disso, o<br />
potencial financeiro do segmento<br />
LGBT no Brasil é estimado<br />
em R$ 418,9 bilhões, ou<br />
10% do PIB (Produto Interno<br />
Bruto, total <strong>de</strong> bens e serviços<br />
produzidos no país), segundo<br />
a Out Lea<strong>de</strong>rship, associação<br />
internacional <strong>de</strong> empresas<br />
que <strong>de</strong>senvolve iniciativas<br />
para o público gay. Isso <strong>de</strong>ve-<br />
-se ao fato <strong>de</strong> que 36% dos<br />
brasileiros LGBTs pertencem<br />
à classe A e 47% à B, segundo<br />
pesquisa da inSearch Tendências<br />
e Estudos <strong>de</strong> Mercado. A<br />
renda dos casais formados por<br />
pessoas do mesmo sexo confirma<br />
esse padrão, atingindo<br />
cerca <strong>de</strong> R$ 5.208, quase o dobro<br />
em comparação com a média<br />
nacional, conforme dados<br />
<strong>de</strong> pesquisa da Cognatis Consultoria”,<br />
explica Juliana.<br />
Milkshake na Holanda (acima), on<strong>de</strong><br />
nasceu; Juliana Escandura (à dir.) <strong>de</strong>staca<br />
a importância do movimento LGBT<br />
“ReconheceR a<br />
influência <strong>de</strong>ste<br />
univeRso no<br />
meRcado não é um<br />
fatoR que <strong>de</strong>ve<br />
seR consi<strong>de</strong>Rado<br />
apenas pelo lucRo”<br />
Esse po<strong>de</strong>r econômico está<br />
<strong>de</strong>spertando o interesse dos<br />
anunciantes. O evento está em<br />
fase <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> patrocínio.<br />
A Parada e o Milkshake injetam<br />
cerca <strong>de</strong> R$ 100 milhões<br />
na economia paulistana.<br />
“Há alguns eram poucas as<br />
estratégias <strong>de</strong> marketing voltadas<br />
ou que incluíam o público<br />
LGBT. Hoje, as marcas já compreen<strong>de</strong>m<br />
que posicionar-se<br />
a favor da causa LGBT é uma<br />
questão inadiável que encontra-se<br />
em crescimento, consi<strong>de</strong>rando<br />
a quantida<strong>de</strong> cada vez<br />
maior <strong>de</strong> pessoas que fazem<br />
parte <strong>de</strong>ste grupo. Apesar do<br />
preconceito e das críticas, é<br />
visível o aumento <strong>de</strong> produtos,<br />
serviços e publicida<strong>de</strong> que<br />
são focadas no mercado LGBT.<br />
Reconhecer a influência <strong>de</strong>ste<br />
universo no mercado não é um<br />
fator que <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado<br />
apenas pelo lucro, mas sim<br />
Fotos: Divulgação<br />
para ratificar a importância da<br />
visibilida<strong>de</strong> LGBT no quesito<br />
<strong>de</strong> abolir os preconceitos. E<br />
mais do que isso: enten<strong>de</strong>r que<br />
as preferências <strong>de</strong> cada um só<br />
<strong>de</strong>terminam o que elas gostam<br />
e não o que elas são. Cada um é<br />
único e especial em sua essência<br />
e isso é o que <strong>de</strong>ve prevalecer<br />
na comunicação, nos investimentos<br />
e nas experiências<br />
proporcionadas”, argumenta a<br />
diretora da Elu!.<br />
10 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Mercado<br />
Avenida Paulista, um dos cartões-postais da capital <strong>de</strong> São Paulo: estado é o que mais recebe turistas estrangeiros, com um terço dos visitantes, seguido pelo Rio <strong>de</strong> Janeiro e pelo Rio Gran<strong>de</strong> do S<br />
Brasil passa imagem <strong>de</strong> país mo<strong>de</strong>rno, al<br />
jovem e hospitaleiro; número <strong>de</strong> turistas<br />
Embratur entrevistou 1.262 visitantes após as Olimpíadas no Rio, sendo que 87,7<br />
falaram que preten<strong>de</strong>m voltar aqui; estão em alta campanhas <strong>de</strong> países para divu<br />
Cristiane Marsola<br />
Diversida<strong>de</strong>,<br />
maravilhoso,<br />
alegre e encantador. Essas<br />
são as impressões associadas<br />
ao Brasil, apontadas em uma<br />
pesquisa, realizada pela Embratur<br />
(Instituto Brasileiro <strong>de</strong><br />
Turismo), com 1.640 empresas<br />
do setor <strong>de</strong> turismo em 20<br />
países. “O Brasil é visto como<br />
um país multicultural, <strong>de</strong> inúmeras<br />
belezas naturais, com o<br />
povo mais legal do mundo, segundo<br />
a CNN, e o país mais lindo<br />
do mundo, segundo a Condé<br />
Nast Traveller. Após as Olimpíadas,<br />
1.262 turistas foram entrevistados<br />
e 87,7% dos turistas<br />
estrangeiros <strong>de</strong>clararam que<br />
preten<strong>de</strong>m retornar ao Brasil”,<br />
fala Walter Vasconcelos, diretor<br />
<strong>de</strong> marketing da Embratur.<br />
A realização dos gran<strong>de</strong>s<br />
eventos esportivos, como Copa<br />
do Mundo e Olimpíadas, realmente<br />
reforçou a imagem positiva<br />
do país lá fora. “Foram<br />
muito bem-sucedidos porque<br />
ninguém espera do Brasil organização<br />
impecável. Esperam<br />
pessoas amistosas, afáveis e<br />
isso as pessoas encontraram.<br />
A imagem do Brasil não está<br />
calcada em eficiência”, explica<br />
a professora Vivian Strehlau,<br />
coor<strong>de</strong>nadora do ESPM-MPCC<br />
(Mestrado Profissional em<br />
Comportamento do Consumidor<br />
da ESPM).<br />
Para convencer os turistas<br />
estrangeiros a visitar os países<br />
é essencial que a imagem do local<br />
em questão seja muito bem<br />
apresentada. Como todo produto,<br />
a marca do <strong>de</strong>stino precisa<br />
ser “vendida” e, por isso,<br />
ter características que atraiam<br />
“o fluxo turístico<br />
internacional<br />
se esten<strong>de</strong> para<br />
todo o território<br />
nacional”<br />
a atenção e engajem o consumidor.<br />
Des<strong>de</strong> a criação da marca<br />
Brasil, em 2005, o país vem<br />
dando mais atenção para como<br />
é visto pelos estrangeiros.<br />
“A partir do conceito estratégico<br />
da imagem <strong>de</strong> um país<br />
diverso, o trabalho <strong>de</strong> marketing<br />
realizado pela Embratur<br />
vem orientando o reposicionamento<br />
da marca Brasil para o<br />
turismo, construindo e conso-<br />
lidando uma nova percepção<br />
da imagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino turístico<br />
no mercado internacional: um<br />
país mo<strong>de</strong>rno, com credibilida<strong>de</strong>,<br />
alegre, jovem, hospitaleiro,<br />
competitivo, com atrativos e<br />
infraestrutura capaz <strong>de</strong> proporcionar<br />
lazer <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e<br />
novas experiências aos visitantes,<br />
bem como <strong>de</strong> oferecer um<br />
ambiente favorável para a realização<br />
<strong>de</strong> negócios, eventos e<br />
viagens <strong>de</strong> incentivo, tudo isso<br />
integrado à diversida<strong>de</strong> natural,<br />
cultural, étnica e social do<br />
país”, diz Vasconcelos.<br />
Não apenas o Brasil, mas os<br />
países em geral divi<strong>de</strong>m seus<br />
esforços <strong>de</strong> comunicação em<br />
três principais públicos: influenciadores<br />
e formadores<br />
<strong>de</strong> opinião, tra<strong>de</strong> <strong>de</strong> turismo e<br />
consumidores finais. Por aqui,<br />
a Embratur faz campanhas <strong>de</strong><br />
12 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Aruba tem paisagens paradisíacas e fez ação especial no Dia Internacional da Felicida<strong>de</strong>, comemorado em 20 <strong>de</strong> março<br />
ul<br />
egre,<br />
cresce<br />
% dos estrangeiros<br />
lgar suas marcas<br />
Israel preten<strong>de</strong> inspirar os brasileiros a conhecer o país, que tem uma impressionante herança histórica e cultural<br />
publicida<strong>de</strong> nos países prioritários,<br />
ações <strong>de</strong> RP com a imprensa<br />
internacional e eventos<br />
<strong>de</strong> apoio à comercialização no<br />
exterior. “Muito trabalho já<br />
foi feito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003. Como resultado,<br />
atualmente, o fluxo<br />
turístico internacional, que se<br />
concentrava majoritariamente<br />
no litoral brasileiro, se esten<strong>de</strong><br />
para o todo o território nacional”,<br />
conta Vasconcelos.<br />
Um dos problemas a ser resolvido,<br />
segundo Vivian, é que<br />
a imagem do Brasil ainda é muito<br />
associada a futebol e Carnaval.<br />
“Ainda é muito forte essa<br />
imagem. Eles falam que são os<br />
cinco esses: sand, sun, sex, soccer<br />
& samba. O problema é que<br />
o próprio brasileiro reitera esses<br />
estereótipos”, lamenta.<br />
O executivo da Embratur,<br />
no entanto, nega que esta imagem<br />
ainda exista. “Gostaria <strong>de</strong><br />
enfatizar que as pesquisas não<br />
apontam que temos essa imagem”,<br />
reitera.<br />
NúMeros<br />
As perspectivas são boas<br />
para o turismo mundial. Os dados<br />
<strong>de</strong> 2017, ainda não consolidados,<br />
mostram um crescimento<br />
<strong>de</strong> 7%, alcançando a marca<br />
<strong>de</strong> 1,3 bilhão <strong>de</strong> visitantes estrangeiros.<br />
De acordo com OMT<br />
(Organização Mundial do Turismo),<br />
nos sete anos anteriores, o<br />
turismo vinha crescendo 4% ao<br />
ano, em média.<br />
A Europa é a região que mais<br />
recebe chegada <strong>de</strong> estrangeiros,<br />
com 615 milhões em 2016,<br />
o que representa 50% do total.<br />
Os turistas chineses são os que<br />
mais gastam com o turismo internacional.<br />
Em 2016, foram<br />
US$ 261 bilhões.<br />
No Brasil, o maior fluxo <strong>de</strong><br />
turistas estrangeiros está concentrado<br />
nos meses <strong>de</strong> verão.<br />
De acordo com dados do Departamento<br />
<strong>de</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral<br />
e do Ministério do Turismo, em<br />
2017, o Brasil recebeu 6,6 milhões<br />
<strong>de</strong> turistas estrangeiros.<br />
O número representa um crescimento<br />
<strong>de</strong> 0,6% em relação<br />
ao ano anterior, quando foram<br />
realizados os Jogos Olímpicos.<br />
São Paulo é o estado que mais<br />
recebe visitantes, com 32,55%<br />
do total. Seguido pelo Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro, com 20,57%, e pelo Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Sul, com 19,28%.<br />
De acordo com a Embratur,<br />
a América do Sul enviou, em<br />
2017, cerca <strong>de</strong> 62% dos turistas<br />
estrangeiros que o Brasil recebeu.<br />
A Argentina é o país que<br />
mais manda turistas para cá,<br />
com 2,6 milhões, o que representa<br />
40% do total. “O mercado<br />
regional é <strong>de</strong> extrema importância<br />
para o turismo brasileiro”,<br />
fala Vasconcelos.<br />
Os Estados Unidos ocupam<br />
o segundo lugar no ranking <strong>de</strong><br />
países que mais mandam turistas<br />
ao Brasil. “Este ano o visto<br />
eletrônico para turistas norte-<br />
-americanos, cana<strong>de</strong>nses, japoneses<br />
e australianos foi lançado<br />
e, com certeza, é uma ótima<br />
ferramenta para garantir um<br />
aumento na chegada <strong>de</strong> turistas<br />
<strong>de</strong>stes países. Esta iniciativa faz<br />
parte <strong>de</strong> uma movimentação<br />
para diminuir as barreiras para<br />
os turistas estrangeiros. Campanhas<br />
<strong>de</strong> comunicação estão<br />
sendo <strong>de</strong>senvolvidas especialmente<br />
nestes países, a fim <strong>de</strong><br />
incentivar e informar aos turistas”,<br />
explica o executivo.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 13
Mercado<br />
“o Brasil é visto<br />
como um país<br />
multicultural, <strong>de</strong><br />
inúmeras Belezas<br />
naturais, com o<br />
povo mais legal<br />
do mundo”<br />
A Holland Alliance mostra atrações além <strong>de</strong> Amsterdã para o turista brasileiro<br />
Visit California divulga atrações como o balonismo no Vale do Napa<br />
Fotos: Divulgação<br />
Brasileiros pelo MuNdo<br />
Assim como o Brasil busca<br />
manter uma boa imagem para<br />
atrair os turistas estrangeiros,<br />
muitos países investem em comunicação<br />
por aqui para convencer<br />
os viajantes que é uma<br />
boa passar uns dias no país.<br />
O Peru, por exemplo, tem<br />
uma campanha, assinada pela<br />
Young & Rubicam, para fortalecer<br />
o posicionamento do<br />
país como um <strong>de</strong>stino cultural,<br />
natural, <strong>de</strong> aventura e <strong>de</strong><br />
gastronomia, traduzida para<br />
o português. Peru, o país mais<br />
rico do mundo busca mostrar<br />
a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> experiências<br />
turísticas que nosso país oferece,<br />
associada à nossa cultura<br />
ancestral e natural, ro<strong>de</strong>ada <strong>de</strong><br />
autenticida<strong>de</strong>, que é o que faz<br />
do Peru um <strong>de</strong>stino singular”,<br />
fala María Soledad Acosta, diretora<br />
da direção <strong>de</strong> promoção do<br />
turismo <strong>de</strong> Promperú (Comissão<br />
<strong>de</strong> Promoção do Turismo<br />
para a Exportação e o Turismo).<br />
De acordo com a executiva,<br />
o Brasil é um mercado prioritário<br />
para o país. “Esperamos um<br />
crescimento <strong>de</strong> 9% nas chegadas<br />
internacionais neste ano e<br />
<strong>de</strong> 10% para o mercado brasileiro”,<br />
afirma.<br />
O Turismo da Nova Zelândia<br />
também olha para o Brasil com<br />
bons olhos e mantém uma equipe<br />
no consulado, em São Paulo,<br />
<strong>de</strong>dicada a trabalhar a comunicação<br />
na América do Sul, sempre<br />
alinhada com a marca 100%<br />
Pure New Zealand, criada em<br />
1999 e usada no mundo inteiro.<br />
A publicida<strong>de</strong> aqui é feita pela<br />
Sapient AG2.<br />
Ações diferenciadas para<br />
chamar a atenção do público-<br />
-alvo estão no planejamento<br />
dos <strong>de</strong>stinos. Aruba, por exemplo,<br />
aproveitou o Dia Internacional<br />
da Felicida<strong>de</strong>, comemorado<br />
em 20 <strong>de</strong> março, para<br />
estabelecer uma conexão emocional<br />
com o público. “Os bebês<br />
nascidos nessa data especial<br />
foram presenteados com uma<br />
viagem completa para toda a<br />
família curtir o aniversário <strong>de</strong><br />
um ano da criança na ilha. Isso<br />
não só gerou para nós um material<br />
institucional em formato <strong>de</strong><br />
ví<strong>de</strong>o, como oferece uma experiência<br />
inesquecível para o consumidor,<br />
que começa a atrelar<br />
Aruba a essa vivência única”,<br />
fala Carlos Barbosa, diretor da<br />
autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> Aruba<br />
no Brasil.<br />
Projetos em parceria com<br />
veículos também costumam<br />
dar bons resultados. A Nova Zelândia,<br />
por exemplo, é um dos<br />
países que, além <strong>de</strong> uma campanha<br />
forte em digital, apostaram<br />
recentemente em TV. O<br />
programa Lugar Incomum, do<br />
Multishow, teve uma temporada<br />
inteira <strong>de</strong>dicada ao país.<br />
A E<strong>de</strong>lman, agência que<br />
coor<strong>de</strong>nada e implementa o<br />
trabalho <strong>de</strong> promoção do Visit<br />
California no Brasil, investe<br />
também em bran<strong>de</strong>d content e<br />
cobrandings. “Nos <strong>de</strong>safiamos<br />
sempre a <strong>de</strong>senvolver projetos<br />
<strong>de</strong> comunicação que integrem<br />
todas essas disciplinas, gerando<br />
<strong>de</strong>sejo, engajamento e conversão,<br />
num mesmo projeto”,<br />
fala Camila Anauate, lí<strong>de</strong>r do<br />
núcleo <strong>de</strong> turismo da E<strong>de</strong>lman<br />
Brasil. O projeto California Ongoing,<br />
por exemplo, feito em<br />
parceria com a Globo, divulgou<br />
o estado nos programas <strong>de</strong> esporte<br />
da emissora.<br />
Além da Califórnia, a E<strong>de</strong>lman<br />
é a agência <strong>de</strong> PR da Austrália,<br />
da Holland Alliance no<br />
Brasil e faz a promoção do Ministério<br />
do Turismo <strong>de</strong> Israel.<br />
Mostrar que o país tem muita<br />
mais do que o lugar-comum<br />
costuma apresentar é uma das<br />
táticas usadas pela Austrália.<br />
“Sem dúvida mostrar a diversida<strong>de</strong><br />
do <strong>de</strong>stino, todas as<br />
possibilida<strong>de</strong>s que ele oferece.<br />
No caso da Austrália, também<br />
ressaltar que o país tem muito<br />
mais do que a maioria dos brasileiros<br />
conhece, que é a natureza<br />
exuberante, as praias e<br />
ícones como a Opera House <strong>de</strong><br />
Sydney”, diz Camila.<br />
Israel também tem o objetivo<br />
<strong>de</strong> se tornar mais conhecido<br />
dos brasileiros. “Muitas <strong>de</strong> suas<br />
características ainda são <strong>de</strong>sconhecidas<br />
pela maioria dos brasileiros,<br />
então temos como objetivo<br />
ampliar o conhecimento<br />
sobre Israel e suas atrações<br />
turísticas, <strong>de</strong>smistificar o país<br />
como um <strong>de</strong>stino não seguro<br />
para seus visitantes, inspirar os<br />
brasileiros a conhecer Israel por<br />
meio <strong>de</strong> sua herança histórica e<br />
cultural trazendo o lazer sempre<br />
combinado ao turismo na<br />
Terra Santa”, fala Camila.<br />
A Holland Alliance, formada<br />
pelo órgão <strong>de</strong> turismo da<br />
Holanda, o aeroporto <strong>de</strong> Amsterdã<br />
e a KLM, se preocupa em<br />
divulgar os aspectos culturais,<br />
o estilo <strong>de</strong> vida e as belezas naturais<br />
da Holanda, se apoiando<br />
na praticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se viajar pelo<br />
país <strong>de</strong> trem ou ônibus, além<br />
<strong>de</strong> apresentar aos brasileiros<br />
as atrações <strong>de</strong> outras cida<strong>de</strong>s<br />
no país fora <strong>de</strong> Amsterdã, que<br />
oferecem experiências tradicionais<br />
e autênticas holan<strong>de</strong>sas.<br />
TeNdêNcias<br />
A E<strong>de</strong>lman e a Panrotas divulgaram<br />
recentemente um estudo<br />
sobre as tendências para<br />
o mercado local. A primeira<br />
orientação do relatório 10 Tendências<br />
para Viagens e Turismo<br />
na América Latina em <strong>2018</strong> se<br />
refere à importância da América<br />
Latina para o setor. A dica<br />
não é infundada. De 2016 para<br />
2017, o número <strong>de</strong> estrangeiros<br />
que visitou a região foi <strong>de</strong> 3,7<br />
milhões para 4,1 milhões, um<br />
aumento <strong>de</strong> 11,1%, <strong>de</strong> acordo<br />
com dados do Departamento<br />
<strong>de</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral e do Ministério<br />
do Turismo brasileiros. Esse<br />
aumento, inclusive, foi um dos<br />
propulsores do crescimento<br />
dos visitantes no Brasil.<br />
14 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Mídia<br />
Globo faz 50 anos em Minas Gerais<br />
e reflete sobre o jeito mineiro <strong>de</strong> ser<br />
Equipe <strong>de</strong> comunicação da emissora criou campanha, composta <strong>de</strong><br />
filmes que contam com locução da atriz - mineira - Débora Falabella<br />
Claudia Penteado<br />
cotidiano do mineiro, sua<br />
O personalida<strong>de</strong> e valores são<br />
explorados na nova campanha<br />
da Globo, que comemora 50<br />
anos <strong>de</strong> presença em Minas Gerais.<br />
A equipe <strong>de</strong> comunicação<br />
da emissora criou campanha<br />
composta por dois filmes, que<br />
contam com a locução da atriz<br />
Débora Falabella - que é natural<br />
<strong>de</strong> Minas Gerais. O conceito<br />
da ação é Globo. Junto com você<br />
por uma vida mais mineira<br />
e apresenta a reflexão sobre a<br />
perspectiva do povo mineiro,<br />
que, como costuma dizer a própria<br />
Débora Falabella, é mais<br />
calmo do que a média das pessoas<br />
e “tem um tempo diferente<br />
<strong>de</strong> ver as coisas”.<br />
“É comum nas cida<strong>de</strong>s mineiras,<br />
ao encontrar um colega<br />
na rua, parar, sentar em um<br />
barzinho e colocar todo o papo<br />
em dia, sem pensar nos compromissos<br />
das horas seguintes.<br />
Correria para os mineiros, só se<br />
for durante a prática <strong>de</strong> esporte<br />
- a maioria realizada ao ar livre.<br />
Transformar a cozinha em<br />
sala <strong>de</strong> estar, só pela vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> passar algumas horas a mais<br />
na companhia da família e dos<br />
amigos, faz parte do jeito mineiro”,<br />
<strong>de</strong>screve Débora.<br />
Leandro Castilho, diretor <strong>de</strong><br />
criação da comunicação Globo,<br />
fala que faz parte dos ativos da<br />
Globo pesquisar, conhecer e se<br />
Uma das peças da campanha sob o conceito Junto com você por uma vida mais mineira<br />
aprofundar no comportamento<br />
da socieda<strong>de</strong> brasileira, como<br />
forma <strong>de</strong> fortalecer a sintonia<br />
e a conexão com ela e que, com<br />
a campanha da Globo para Minas,<br />
não foi diferente. “Procuramos<br />
i<strong>de</strong>ntificar as características<br />
mais perenes dos mineiros<br />
e percebemos que eles sempre<br />
foram e buscam o que atualmente<br />
a maioria das pessoas<br />
Divulgação<br />
“O mundO, sem<br />
saber, está<br />
buscandO ser<br />
um pOucO mais<br />
mineirO”<br />
busca também. O mundo, sem<br />
saber, está buscando ser um<br />
pouco mais mineiro”, disse.<br />
O casting <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 35 pessoas<br />
e a produção foram escolhidos<br />
em Minas, e as gravações<br />
do filme foram realizadas com<br />
tecnologia 4K, em parceria com<br />
a Brokolis, nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Nova<br />
Lima e Belo Horizonte, passando<br />
por pontos turísticos da capital<br />
mineira, como Pampulha,<br />
Praça da Liberda<strong>de</strong> e Sapucaí.<br />
Para as vinhetas foram escolhidos<br />
temas como cidadania,<br />
gastronomia, mineirida<strong>de</strong> e esporte,<br />
para enaltecer e divulgar<br />
os valores do estado, segundo<br />
explicou Marcelo Ligere, diretor<br />
regional e <strong>de</strong> negócios da<br />
Globo Minas. A campanha também<br />
será veiculada nas TVs <strong>de</strong><br />
ônibus locais e inclui web banner<br />
na Globo.com, posts nas mídias<br />
digitais, bolachas <strong>de</strong> chope<br />
em restaurantes e anúncios em<br />
traseiras <strong>de</strong> ônibus.<br />
Na semana passada, houve<br />
em Belo Horizonte o evento <strong>de</strong><br />
lançamento da ação, que entrou<br />
na programação local no<br />
último domingo (1º). A direção<br />
<strong>de</strong> criação da campanha é <strong>de</strong><br />
Sergio Valente, Mariana Sá e Leandro<br />
Castilho. Assinam a criação<br />
André Paiva e Fábio Leão.<br />
tititititi tititi tigtititititititi ti qtiti titititi titititititititititititi tititititi titititititititititi!<br />
Btitititititi titititititititi titititititititi titititititi ti tititititi tititititititititi tititititititititi<br />
titititititititi titi titititititititi titi titititititititititi ti titititititititititi titi tititititititi<br />
titititi titi ti tititititititi titi tititititititititi tititititi tititititi<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 15
mídiA<br />
Revista da Avianca completa seis<br />
anos com conteúdo diversificado<br />
Publicação <strong>de</strong> bordo da companhia aérea investe em reportagens<br />
elaboradas e consegue manter fiéis anunciantes <strong>de</strong> vários segmentos<br />
Claudia Penteado<br />
Ao contrário <strong>de</strong> outras publicações, dirigidas<br />
a públicos específicos, revistas <strong>de</strong><br />
bordo têm como <strong>de</strong>safio conversar com todo<br />
tipo <strong>de</strong> gente, e um objetivo muito claro:<br />
entreter diversos perfis com conteúdo bem<br />
diversificado. A revista da Avianca Brasil,<br />
que completa seis anos, conseguiu manter<br />
bem a conversa com diferentes públicos<br />
ao longo <strong>de</strong>sse período porque, segundo<br />
Carlos Koga, o diretor-executivo da Media<br />
Onboard, que a produz, sempre se ateve à<br />
filosofia <strong>de</strong> viver as experiêncais relatadas<br />
nela. “Se vamos falar <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino, vamos<br />
para ele. Se entrevistamos um presi<strong>de</strong>nte<br />
ou executivo, conversamos pessoalmente.<br />
Ao mesmo tempo, mesclamos leituras rápidas<br />
com textos mais longos e, apesar <strong>de</strong> o<br />
senso comum insistir em dizer que os leitores<br />
não se pren<strong>de</strong>m a textos maiores, recebemos<br />
muito retorno <strong>de</strong> passageiros que<br />
dizem que gostam da revista exatamente<br />
porque temos reportagens elaboradas”, explica<br />
Koga.<br />
Curiosamente, ele afirma que, embora<br />
não haja outras opções <strong>de</strong> revistas para os<br />
passageiros <strong>de</strong>ntro das aeronaves Avianca,<br />
a concorrência pela atenção é sempre gran<strong>de</strong>:<br />
livros, a programação <strong>de</strong> séries, trabalho<br />
no computador ou mesmo o sono são<br />
escolhas sempre disponíveis. Por isso, a escolha<br />
da personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capa é a mais essencial.<br />
“Nenhum <strong>de</strong>talhe é feito por acaso.<br />
A maioria dos passageiros vai pegar a revista<br />
em algum momento do voo. É instintivo.<br />
Nosso <strong>de</strong>safio é fazer com que ele vá além<br />
<strong>de</strong>ssa olhada rápida e se envolva com a leitura”,<br />
explica.<br />
Embora os investimentos em impresso<br />
tenham caído <strong>de</strong> uma maneira geral, Koga<br />
fala que com a distribuição garantida nas<br />
aeronaves e um público pré-selecionado, o<br />
impacto é menor. “Uma vez li uma análise<br />
muito ineressante sobre o nosso segmento:<br />
que revistas serão como igrejas. Os <strong>de</strong>votos<br />
<strong>de</strong> moda feminina sempre terão sua revista<br />
feminina, bem como os <strong>de</strong> carro. E assim<br />
por diante. Já as revistas <strong>de</strong> bordo vão sempre<br />
dialogar com todos os perfis”, comenta.<br />
A revista expandiu: ganhou um site e se<br />
inseriu na programação das TVs <strong>de</strong> bordo<br />
através do programa Ar, uma espécie <strong>de</strong> extensão<br />
do trabalho no impresso.<br />
Hotéis e locadores <strong>de</strong> carro são anunciantes<br />
fortemente presentes nas páginas<br />
da revista, mas setores como moda (Calvin<br />
Klein e Tommy Hilfiger), montadoras<br />
Algumas capas da revista da Avianca Brasil, que comemora seis anos <strong>de</strong> boas “conversas” com diferentes públicos<br />
“A mAioriA dos<br />
pAssAgeiros vAi pegAr<br />
A revistA em Algum<br />
momento do voo”<br />
Divulgação<br />
(BMW, Fiat e VW) e a indústria farmacêutica<br />
(União Química) também investem. A<br />
marca Victor Hugo é quarta capa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
primeira edição, e os anunciantes Spettus,<br />
Vento Haragano e Localiza estiveram presentes<br />
em todas as edições, segundo relata<br />
Koga. A revista tem cerca <strong>de</strong> 40 colaboradores<br />
- entre colunistas, jornalistas, fotógrafos,<br />
stylists, maquiadores e produtores.<br />
A equipe fixa é composta por 13 pessoas.<br />
A edição <strong>de</strong> <strong>abril</strong> é comemorativa: terá<br />
Tatá Werneck na capa. “Ela foi nossa capa<br />
<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2013. Foi sua primeira capa <strong>de</strong><br />
revista na vida. Agora convidamos a Tatá<br />
para comemorar este momento da vida e<br />
contar o que mudou na vida <strong>de</strong>la nos últimos<br />
seis anos. Teremos uma retrospectiva<br />
<strong>de</strong>sse período, que inclui viagens para quatro<br />
continentes, oito capas internacionais,<br />
um prêmio <strong>de</strong> melhor revista customizada<br />
e dois livros que surgiram por conta <strong>de</strong><br />
matérias publicadas na revista. Um <strong>de</strong>les<br />
é o BIO 50 CEO’S, da nossa editora Camila<br />
Balthazar, que reúne os 50 perfis <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>ntes<br />
e fundadores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empresas<br />
publicados nos últimos seis anos”, conta o<br />
executivo. Também está prevista uma ação<br />
para comemorar a data nas agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
e um evento para o tra<strong>de</strong>, marcado<br />
para o dia 7 <strong>de</strong> maio.<br />
18 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
mídIa<br />
Coletiva Futuro e In Loco unem OOH<br />
e celular em aeroporto <strong>de</strong> São Paulo<br />
Com tecnologia <strong>de</strong> Mobile Extension, estreia da parceria foi realizada<br />
para a Pizza Hut durante 15 dias; quase 58 mil usuários foram impactados<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Coletiva Futuro, que atua<br />
A com mídia out of home em<br />
<strong>de</strong>z aeroportos brasileiros, e a<br />
In Loco Media, empresa <strong>de</strong> soluções<br />
<strong>de</strong> localização para mídia,<br />
aplicativos e antifrau<strong>de</strong>, se<br />
uniram em uma iniciativa para<br />
integrar OOH e mobile.<br />
A parceria utiliza a tecnologia<br />
<strong>de</strong> Mobile Extension, que<br />
conecta o mobile com a mídia<br />
tradicional, possibilitando que<br />
as marcas veiculem mensagens<br />
complementares nos dois<br />
meios, impactando o público<br />
em diferentes contextos no<br />
mundo real. As pessoas recebem<br />
a mensagem ao usar um<br />
dos aplicativos parceiros (são<br />
cerca <strong>de</strong> 600) no aeroporto.<br />
A primeira “fusão” entre mobile<br />
e mídia exterior da parceria<br />
foi realizada no Aeroporto <strong>de</strong><br />
Congonhas, em São Paulo, para<br />
a Pizza Hut. Durante 15 dias,<br />
uma mensagem exibida nos 156<br />
painéis digitais e estáticos da<br />
Coletiva convidava as pessoas a<br />
visitarem o restaurante da empresa.<br />
E quem estava no local<br />
recebia no celular uma versão<br />
mobile da mesma campanha.<br />
Foram impactados quase 58 mil<br />
usuários únicos que geraram<br />
220 mil impressões e 1.800 cliques.<br />
Também houve aumento<br />
<strong>de</strong> receita para a loja.<br />
Segundo Diego Gomes Martins,<br />
sócio e diretor da Coletiva,<br />
a empresa foi a primeira mídia<br />
brasileira a integrar a comunicação<br />
OOH com dispositivos<br />
móveis nos aeroportos brasileiros.<br />
O executivo explica que<br />
essa entrega <strong>de</strong> anúncios mobile<br />
em locais específicos tem<br />
uma precisão que varia entre<br />
um e três metros, dialogando<br />
<strong>de</strong> forma segmentada e certeira<br />
com as pessoas que transitam<br />
pelo aeroporto, como passageiros,<br />
visitantes e funcionários.<br />
“É uma oportunida<strong>de</strong> única<br />
para os anunciantes que querem<br />
efetivida<strong>de</strong> em suas campanhas<br />
nesses locais”, afirma.<br />
Parceria <strong>de</strong> Coletiva Futuro e In Loco Media permite aos anunciantes “falar” com público no mundo físico e digital ao mesmo tempo<br />
Para André Ferraz, CEO e<br />
cofundador da In Loco, a tecnologia<br />
<strong>de</strong> localização indoor é<br />
uma gran<strong>de</strong> parceira da mídia<br />
OOH. “Ao rodar uma campanha<br />
que usa o Mobile Extension, o<br />
anunciante consegue otimizar<br />
a experiência do consumidor<br />
esten<strong>de</strong>ndo a mensagem <strong>de</strong><br />
um anúncio físico <strong>de</strong> forma integrada<br />
com o ambiente mobile.<br />
Uma experiência <strong>de</strong> marca<br />
muito mais completa para o<br />
consumidor e mais efetiva para<br />
a empresa”, comenta.<br />
exPanSãO<br />
Atuando nos aeroportos <strong>de</strong><br />
Congonhas (SP), Santos Dumont<br />
(RJ), Curitiba, Salvador,<br />
Belo Horizonte, Manaus, Cuiabá,<br />
Porto Alegre, Recife e Fortaleza,<br />
a Coletiva tem cerca <strong>de</strong><br />
mil pontos digitais ou estáticos,<br />
espalhados nos terminais<br />
<strong>de</strong> embarque e <strong>de</strong>sembarque,<br />
“Uma experiência<br />
<strong>de</strong> marca mUito<br />
mais completa<br />
para o consUmidor<br />
e mais efetiva para<br />
a empresa”<br />
Divulgação<br />
nas áreas <strong>de</strong> check in e nas áreas<br />
públicas dos locais. Martins<br />
reforça que há uma <strong>de</strong>manda<br />
crescente por métricas e um<br />
dos objetivos da parceria é entregar<br />
isso, uma vez que ela<br />
possibilita às marcas no local<br />
sentirem, literalmente, no bolso<br />
o impacto da campanha.<br />
Ele explica que a parceria<br />
com a In Loco visa ampliar<br />
esse mo<strong>de</strong>lo e levar resultados<br />
melhores e maiores, fazendo a<br />
mensuração em conjunto. “Os<br />
indicadores <strong>de</strong> resultado variam<br />
<strong>de</strong> faturamento da loja,<br />
fluxo <strong>de</strong> passageiros, número<br />
<strong>de</strong> visitantes, impressões<br />
<strong>de</strong> usuários únicos. Po<strong>de</strong>mos<br />
impactar a pessoa chegando,<br />
saindo, no momento <strong>de</strong> espera,<br />
além <strong>de</strong> quem trabalha ou está<br />
indo buscar ou <strong>de</strong>ixar passageiro.<br />
Queremos colocar nas nossas<br />
vendas para dar mais resultado<br />
para clientes e agências.”<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 19
mídia<br />
Veículos renovam<br />
tipografia para<br />
adaptar marcas<br />
às múltiplas telas<br />
TV Globo, Folha, Estadão e<br />
Época mudaram recentemente<br />
família tipográfica, para aten<strong>de</strong>r<br />
aos novos formatos <strong>de</strong> leitura<br />
Danúbia Paraizo<br />
TV Globo, Folha <strong>de</strong> S.Paulo,<br />
Época, The Guardian, Estadão...<br />
A lista não para <strong>de</strong> crescer.<br />
Estes são apenas alguns<br />
veículos <strong>de</strong> comunicação que<br />
renovaram sua tipografia nos<br />
últimos meses. A mudança não<br />
é coincidência. Des<strong>de</strong> os tipos<br />
móveis <strong>de</strong> Gutenberg, a tipografia<br />
sofreu gran<strong>de</strong>s transformações,<br />
precisando se adaptar<br />
não mais apenas ao papel, mas<br />
às múltiplas telas, e, consequentemente,<br />
aos novos formatos<br />
<strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> público.<br />
A renovação quanto à forma<br />
que essa comunicação é<br />
apresentada entra como parte<br />
dos esforços dos veículos<br />
<strong>de</strong> estabelecer uma nova voz,<br />
ou reforçar sua personalida<strong>de</strong><br />
em meio aos diferentes pontos<br />
<strong>de</strong> contato. “Cada empresa<br />
tem sua personalida<strong>de</strong>, o que a<br />
gente faz é conversar com sua<br />
equipe para enten<strong>de</strong>r todo esse<br />
universo que permeia a marca<br />
e criar uma voz própria para<br />
ela. A gente encontra essa voz<br />
e traduz visualmente”, explica<br />
Rodrigo Saiani, fundador e diretor<br />
<strong>de</strong> criação da Plau Design,<br />
agência responsável pela Globotipos,<br />
nova família tipográfica<br />
da TV Globo.<br />
Segundo o executivo, a mídia<br />
tradicional como um todo<br />
tem se preocupado em mostrar<br />
ao público que se mo<strong>de</strong>rnizou,<br />
ao mesmo tempo em que também<br />
preserva ativos preciosos<br />
conquistados ao longo <strong>de</strong> décadas<br />
<strong>de</strong> história. “A TV Globo<br />
quis fazer uma transição suave.<br />
Manter sua história e o quanto<br />
ela representa. Des<strong>de</strong> o primeiro<br />
momento enten<strong>de</strong>mos que<br />
seria uma evolução tipográfica,<br />
e não revolução da marca”,<br />
<strong>de</strong>stacou o executivo, que li<strong>de</strong>rou<br />
o projeto ao lado da equipe<br />
<strong>de</strong> arte da própria emissora. “A<br />
gente vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2014 com a<br />
evolução, mostrando que temos<br />
uma marca que está em<br />
movimento, que está sempre<br />
em transformação. A gente sentiu<br />
que a tipografia precisava<br />
acompanhar essas mudanças”,<br />
explica Alexandre Romano, diretor<br />
<strong>de</strong> arte da Re<strong>de</strong> Globo.<br />
Mais do que uma mudança<br />
meramente estética, a renovação<br />
tipográfica reflete a<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das marcas. Daí o<br />
cuidado <strong>de</strong> não se afastar tanto<br />
<strong>de</strong> sua essência ao ponto <strong>de</strong><br />
“É muito<br />
significativo<br />
uma empresa<br />
ter um família<br />
tipográfica para<br />
ser chamada<br />
<strong>de</strong> sua”<br />
20 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
Divulgação<br />
Rodrigo Saiani: marcas fortes <strong>de</strong>vem buscar voz tipográfica<br />
Camila Moletta: vale a reflexão sobre o papel da tipografia<br />
AnthonyRosenberg/iStock<br />
o público não reconhecer mais<br />
o interlocutor do diálogo. Para<br />
a Globotipos, por exemplo, foram<br />
pensadas as referências ao<br />
jornal O Globo, sobretudo a letra<br />
“G”, que traz personalida<strong>de</strong><br />
e i<strong>de</strong>ntificação com o público.<br />
No vi<strong>de</strong>ocase que mostrou as<br />
mudanças, a empresa explica<br />
que a reformulação buscou<br />
uma comunicação mais global,<br />
multiplataforma e flexível. Para<br />
Camila Moletta, head <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />
da Isobar Brasil Group, os cases<br />
da TV Globo e do The Guardian,<br />
por exemplo, mostram<br />
como marcas fortes enten<strong>de</strong>m<br />
sua tipografia como equity importante.<br />
“A família tipográfica<br />
<strong>de</strong>ve refletir a personalida<strong>de</strong> da<br />
marca por meio dos seus atributos.<br />
Se a marca é disruptiva,<br />
jovem, confiável, energética,<br />
“tipografia<br />
sozinha não<br />
entrega todos os<br />
atributos<br />
<strong>de</strong> marca”<br />
bem-humorada, tudo isso é refletido<br />
no <strong>de</strong>senho tipográfico”.<br />
Equilíbrio<br />
Os esforços para mudar,<br />
“pero no mucho”, têm orientado<br />
o trabalho <strong>de</strong> quem atua no<br />
mercado. Nesse universo, criar<br />
fonte própria a partir do zero<br />
acaba sendo a melhor maneira<br />
<strong>de</strong> imprimir em cada <strong>de</strong>talhe<br />
a personalida<strong>de</strong> do veículo.<br />
“Quando se fala em família tipográfica<br />
personalizada estamos<br />
falando no alfabeto único<br />
que cada empresa cria. Vejo<br />
isso no sentido <strong>de</strong> fortalecer a<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a cultura da empresa<br />
junto aos seus stakehol<strong>de</strong>rs.<br />
É muito significativo uma<br />
empresa ter um família tipográfica<br />
para ser chamada <strong>de</strong> sua”,<br />
ressalta Mario Narita, CEO do<br />
escritório Narita Design.<br />
Outro ponto importante a<br />
ser consi<strong>de</strong>rado é o fator financeiro.<br />
Segundo Saiani, como o<br />
projeto <strong>de</strong>ve ser instalado em<br />
todos os computadores dos<br />
veículos, a franquia <strong>de</strong> fontes<br />
que já existem po<strong>de</strong> custar uma<br />
pequena fortuna. Para a Glo-<br />
bo, a Plau criou um conjunto<br />
<strong>de</strong> fontes com três pesos: Black,<br />
Roun<strong>de</strong>d e Con<strong>de</strong>nsada,<br />
bem como todos com os seus<br />
respectivos itálicos. “Imagine<br />
uma fonte utilizada no varejo,<br />
por exemplo, que é aplicada em<br />
vários computadores. Quando<br />
não havia internet, não era preciso<br />
pensar em fonte para instalar<br />
no <strong>de</strong>sktop. Hoje você tem<br />
aplicativo, web, inteligência<br />
artificial, realida<strong>de</strong> aumentada<br />
etc. Você fragmenta esse licenciamento,<br />
<strong>de</strong>ixando ele mais<br />
caro. Principalmente quando<br />
você lida com uma marca gran<strong>de</strong><br />
com milhares <strong>de</strong> usuários”.<br />
Ainda no hall <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios <strong>de</strong><br />
renovação tipográfica, a informação,<br />
acima <strong>de</strong> tudo, <strong>de</strong>ve ser<br />
privilegiada, ou seja, <strong>de</strong>ve ser<br />
levada em conta a legebilida<strong>de</strong><br />
das fontes em suas inúmeras<br />
aplicações <strong>de</strong> tela. “O maior<br />
risco é encontrar esse equilíbrio<br />
entre os elementos que são<br />
consistentes no <strong>de</strong>senho tipográfico<br />
e os que são flexíveis.<br />
Quais são os elementos que vão<br />
garantir que você ainda está se<br />
comunicando com a mesma<br />
marca? Quais variações vão<br />
permitir que se consiga uma<br />
boa legibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> texto<br />
para mídias impressas até aplicativos<br />
VR?”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Camila.<br />
Anunciado no mês passado,<br />
o novo projeto gráfico da Época<br />
incluiu mudanças <strong>de</strong> layout e<br />
tipografia. O projeto é assinado<br />
pelos <strong>de</strong>signers Claudia Warrak<br />
e Raul Loureiro. Elemento<br />
fundamental em um veículo <strong>de</strong><br />
comunicação, a tipografia escolhida<br />
permite mais texto por<br />
página, sem que pareça comprimido.<br />
O layout prioriza o<br />
equilíbrio entre colunas <strong>de</strong> texto<br />
e áreas brancas, o que ajuda a<br />
distinguir as páginas editoriais<br />
das publicitárias. “O jornalismo<br />
profissional é um pilar crucial<br />
numa <strong>de</strong>mocracia. Mais do que<br />
nunca, precisamos <strong>de</strong> análises<br />
claras, <strong>de</strong> comentários esclarecedores,<br />
<strong>de</strong> reportagens <strong>de</strong> fôlego<br />
e <strong>de</strong> informação verda<strong>de</strong>ira.<br />
E precisamos fazer isso tudo<br />
com rapi<strong>de</strong>z, com habilida<strong>de</strong><br />
para publicar nosso conteúdo<br />
em diversas plataformas, sendo<br />
atraente sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser<br />
informativo”, justifica Daniela<br />
Pinheiro, diretora <strong>de</strong> redação<br />
da Época.<br />
Também em fevereiro, a Folha<br />
anunciou mudanças no digital.<br />
Segundo o editor-executivo<br />
Sérgio Davila, as mudanças<br />
do site antecipam a reforma<br />
visual prevista no impresso,<br />
para os próximos meses. Mais<br />
do que mudanças na aparência,<br />
houve preocupação técnica<br />
para levar o leitor a uma página<br />
mais limpa e com tipografia<br />
maior para facilitar a leitura.<br />
O esquema <strong>de</strong> cores e contrastes<br />
<strong>de</strong> fontes em preto e<br />
branco também foi testado<br />
para facilitar a navegação. Para<br />
Camila, vale a reflexão sobre o<br />
papel cada vez mais relevante<br />
da tipografia nos processos<br />
<strong>de</strong> comunicação, mas a <strong>de</strong>signer<br />
faz um alerta: “Tipografia<br />
sozinha não entrega todos os<br />
atributos <strong>de</strong> marca. Ela precisa<br />
ser associada a paleta <strong>de</strong> cores,<br />
elementos gráficos, fotografia e<br />
outros recursos <strong>de</strong> linguagem<br />
para construir uma personalida<strong>de</strong><br />
forte”.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 21
entrevista<br />
Mariana Carvalho<br />
Sócia e membro do Conselho do Grupo Ancar Ivanhoe<br />
os shoppings<br />
preCisarão<br />
proporCionar<br />
Muito Mais do<br />
que CoMpras<br />
Mariana Carvalho, sócia do Grupo<br />
Ancar Ivanhoe – uma das principais<br />
empreen<strong>de</strong>doras e administradoras <strong>de</strong><br />
shopping centers do Brasil –, respon<strong>de</strong><br />
hoje pela área <strong>de</strong> inovação da companhia e se mantém<br />
atenta às transformações do varejo. Nesta entrevista,<br />
a executiva aponta algumas tendências, em especial<br />
dos shopping centers. Mariana <strong>de</strong>staca o interesse dos<br />
consumidores por experiências. “O pensamento <strong>de</strong> que<br />
o shopping só <strong>de</strong>ve ocupar seus espaços com lojas é<br />
coisa do passado”, diz. Ela também cita dados do setor,<br />
como os <strong>de</strong> que os brasileiros foram ao shopping sete<br />
vezes no mês, ou seja, mais <strong>de</strong> uma vez por semana.<br />
Claudia Penteado<br />
Afinal <strong>de</strong> contas, em que medida o<br />
futuro do varejo, dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> transações<br />
e o foco na experiência do consumidor<br />
vão <strong>de</strong>terminar o futuro do<br />
mo<strong>de</strong>lo dos shopping centers? Como<br />
essas estruturas se transformarão?<br />
Quando falamos <strong>de</strong> significativas<br />
mudanças no varejo, é impossível<br />
não pensar que os shopping<br />
centers também terão <strong>de</strong><br />
se adaptar para acompanhar uma<br />
evolução nos <strong>de</strong>sejos e necessida<strong>de</strong>s<br />
dos consumidores transformados<br />
principalmente pelo advento<br />
da internet, pelo crescente<br />
uso da tecnologia e pelo interesse<br />
por viverem experiências e serem<br />
tratados <strong>de</strong> forma personalizada.<br />
Ambos fazem parte do mesmo<br />
ecossistema e precisam conquistar<br />
a atenção e a lembrança do<br />
consumidor, que só vai ao ponto<br />
<strong>de</strong> venda físico hoje se sentir<br />
atraído para isso. Para se reinventarem,<br />
os shopping centers precisarão<br />
proporcionar muito mais do<br />
que apenas compras. A solução<br />
encontrada por muitos é adotar<br />
o conceito multiuso, oferecendo<br />
também espaços para escritórios,<br />
clínicas médicas e serviços diversos,<br />
e entretenimento, que promovam<br />
boas experiências. Além<br />
das alternativas que o shopping<br />
oferece, que precisam sempre focar<br />
nas necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sejos dos<br />
consumidores, é preciso oferecer<br />
um ambiente bem cuidado, on<strong>de</strong><br />
arquitetura, iluminação natural,<br />
mobiliário e aspectos sensoriais<br />
têm papel muito importante na<br />
experiência. A criativida<strong>de</strong> no uso<br />
dos espaços disponíveis também<br />
conta e o pensamento <strong>de</strong> que o<br />
shopping só <strong>de</strong>ve ocupar espaços<br />
com lojas é coisa do passado. Os<br />
ambientes <strong>de</strong> co-working surgindo<br />
nos shoppings são um exemplo<br />
disso. A diversida<strong>de</strong> na forma<br />
<strong>de</strong> atrair o público faz a diferença,<br />
partindo do princípio que a qualida<strong>de</strong><br />
do mix é primordial sempre.<br />
Que exemplos já existem, <strong>de</strong> malls se<br />
transformando ao redor do mundo?<br />
Nos Estados Unidos, por exemplo,<br />
já há um movimento <strong>de</strong> ocupação<br />
dos espaços disponíveis<br />
<strong>de</strong> forma diferenciada. Acompanhando<br />
as mudanças, possivelmente<br />
haverá uma necessida<strong>de</strong><br />
menor <strong>de</strong> estacionamentos com<br />
todas as transformações que a<br />
mobilida<strong>de</strong> urbana sofrerá. Já precisamos<br />
pensar nisso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> agora.<br />
Em Berlim, um hotel modular<br />
substitui um estacionamento<br />
coberto no topo <strong>de</strong> um shopping<br />
center, encontrando um novo uso<br />
para a área. No Brasil, po<strong>de</strong>mos<br />
exemplificar com as festas juninas<br />
que realizamos no shopping<br />
e são tão tradicionais, sobretudo<br />
no Nor<strong>de</strong>ste. São festas que atraem<br />
um significativo público e antes<br />
eram realizadas na rua. Outro<br />
exemplo é o Carnaval na Rua do<br />
Rio, no Shopping Nova América,<br />
e a feirinha orgânica semanal<br />
com produtos frescos, no Iguatemi<br />
Porto Alegre, ou ainda o evento<br />
para cachorros, no Botafogo<br />
Praia Shopping. Vão <strong>de</strong> ações <strong>de</strong><br />
pequeno a gran<strong>de</strong> porte, o que<br />
vale é estar constantemente promovendo<br />
razões para o consumidor<br />
querer ir ao shopping. Outro<br />
conceito importante é o “Edutainment”,<br />
em que o shopping atua<br />
como educador através do entretenimento,<br />
como, por exemplo,<br />
o evento recente que realizamos<br />
no Rio Design Barra em parceria<br />
com a NASA, promovendo conteúdo<br />
relacionado às explorações<br />
espaciais. É uma satisfação enorme<br />
po<strong>de</strong>r usar os shoppings com<br />
bom conteúdo. Aqui o conceito do<br />
multiuso já virou uma realida<strong>de</strong> e<br />
faz parte <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 32% dos shoppings<br />
brasileiros.<br />
Como o consumidor brasileiro po<strong>de</strong><br />
ser comparado ao <strong>de</strong> outros mercados<br />
e que peculiarida<strong>de</strong>s você apontaria<br />
que dificultam ou facilitam a vida<br />
dos varejistas?<br />
A agitação e o caos das cida<strong>de</strong>s<br />
brasileiras, somados a altos índices<br />
<strong>de</strong> violência, fazem com que os<br />
shopping centers sejam os locais<br />
perfeitos para as famílias frequentarem,<br />
pois oferecem segurança e<br />
conforto <strong>de</strong>sejados. O número <strong>de</strong><br />
shoppings vem aumentando no<br />
Brasil, principalmente nas cida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> interior, e existe shopping<br />
para todo o tipo <strong>de</strong> perfil. O fluxo<br />
<strong>de</strong> consumidores é, sem dúvida,<br />
maior aqui do que em shoppings<br />
nos Estados Unidos, por exemplo.<br />
Não apenas por conta da concorrência<br />
menos acirrada, mas porque<br />
há uma forte cultura <strong>de</strong> frequentar<br />
shopping. De acordo com<br />
uma pesquisa da Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Shopping Centers, em<br />
2016, os consumidores brasileiros<br />
foram ao shopping sete vezes no<br />
mês, ou seja, mais <strong>de</strong> uma vez por<br />
semana. Ainda segundo o levantamento,<br />
os brasileiros estão entre<br />
os consumidores mais engajados<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais, participando <strong>de</strong><br />
promoções, montam comunida<strong>de</strong>s<br />
e po<strong>de</strong>m recomendar ou reclamar<br />
dos produtos. Fica claro que<br />
os clientes estão mais conscientes<br />
<strong>de</strong> seus direitos como consumidores<br />
e buscam fundamentalmente<br />
por produtos personalizados,<br />
atendimento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e um<br />
verda<strong>de</strong>iro engajamento com as<br />
marcas. Antes era só abrir as portas<br />
das lojas e colocar o produto<br />
para ven<strong>de</strong>r. Hoje, o consumidor<br />
está se tornando multicanal e po<strong>de</strong><br />
- e <strong>de</strong>ve - escolher a maneira como<br />
quer consumir o produto, além <strong>de</strong><br />
vivenciar uma bela experiência<br />
nessa jornada. Se antes era tudo<br />
ao redor do produto, hoje precisa<br />
ser ao redor do consumidor.<br />
O que você viu <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na última<br />
feira da National Retail Fe<strong>de</strong>ration,<br />
em Nova York?<br />
Os shoppings vão se transformando<br />
e evoluindo para acompanhar<br />
as preferências <strong>de</strong> um<br />
consumidor em mutação. Uma<br />
das palavras mais faladas hoje é<br />
a conexão. A formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s,<br />
<strong>de</strong> conexão entre pessoas e marcas,<br />
entre pessoas e negócios e<br />
até entre pessoas e pessoas. Na<br />
Ancar Ivanhoe, abraçamos o conceito<br />
<strong>de</strong> ser uma plataforma. Uma<br />
plataforma que conecta tudo e,<br />
através <strong>de</strong> um equilíbrio entre varejo,<br />
serviços e entretenimento,<br />
fortalece nossos produtos, gerando<br />
experiências diferenciadas e<br />
encantadoras para nossos clientes.<br />
Pensar na longevida<strong>de</strong> da<br />
indústria passa por proporcionar<br />
22 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
um local impactante e vibrante,<br />
que conecta diversão, trabalho<br />
e um lugar para simplesmente<br />
estar. Um espaço para satisfazer<br />
<strong>de</strong>sejos e necessida<strong>de</strong>s, mas, ao<br />
mesmo tempo, que traga novida<strong>de</strong>s,<br />
promova experiências,<br />
inove, “converse” com o cliente,<br />
acolha, emocione e traga experiências<br />
sensoriais. Hoje, já po<strong>de</strong>mos<br />
sentir que a compra será<br />
uma consequência. O shopping<br />
precisa ser um facilitador da vida<br />
do cliente, trabalhar em forma <strong>de</strong><br />
re<strong>de</strong>, perseguir mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> serviços<br />
que façam sentido na vida <strong>de</strong><br />
um novo consumidor que po<strong>de</strong><br />
comprar online e retirar o produto<br />
na loja (BOPIS - Buy Online,<br />
Pick Up In Store), por exemplo.<br />
É também o caso do conceito <strong>de</strong><br />
lojas showroom. Po<strong>de</strong>mos olhar<br />
estes caminhos como extremamente<br />
ameaçadores ou po<strong>de</strong>mos<br />
entendê-los como oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Precisamos ser simples e<br />
acessíveis para os consumidores,<br />
mas extremamente sofisticados<br />
na infraestrutura para atendê-<br />
-los e surpreendê-los. Precisamos<br />
usar a tecnologia para incrementar<br />
os projetos em parceria com<br />
nossos lojistas e para nos permitir<br />
conhecer cada vez melhor nossos<br />
clientes com uma maior riqueza<br />
<strong>de</strong> dados, que antes não tínhamos<br />
acesso. Precisamos consi<strong>de</strong>rar as<br />
re<strong>de</strong>s sociais como a melhor forma<br />
para manter e fortalecer nossas<br />
conexões online, permitindo<br />
que o encontro offline ocorra em<br />
nossos shoppings.<br />
Ainda <strong>de</strong> tendências da National Retail<br />
Fe<strong>de</strong>ration, que outras tendências<br />
<strong>de</strong> varejo i<strong>de</strong>ntificou?<br />
A relevância do sentido do<br />
propósito <strong>de</strong> cada negócio; a<br />
economia do acesso crescendo<br />
exponencialmente (acesso/compartilhamento<br />
x posse; a busca<br />
incessante por proporcionar uma<br />
experiência memorável ao cliente<br />
(inclusive sensorial); a utilização<br />
acelerada das novas tecnologias,<br />
inclusive no ponto <strong>de</strong> venda (realida<strong>de</strong><br />
aumentada, 3D etc.); o digital<br />
e o físico se complementando e a<br />
valorização do consumidor como<br />
protagonista (customização, colaboração<br />
e interativida<strong>de</strong>).<br />
“antes era<br />
tudo ao<br />
redor do<br />
produto,<br />
hoje precisa<br />
ser ao<br />
redor do<br />
consumidor”<br />
Divulgação<br />
Como a sua área está lidando com a<br />
crise atual no Brasil, como foi 2017 e<br />
como <strong>de</strong>ve ser este ano? O que se vê<br />
são muitas lojas fechando, e isso <strong>de</strong>ve<br />
estar afetando fortemente o segmento<br />
<strong>de</strong> shoppings. Qual é a sua visão<br />
disso, e como isso está sendo administrado?<br />
O momento econômico que vivemos<br />
no país nos obrigou a ser<br />
criativos e a trabalhar ainda mais<br />
próximos dos nossos lojistas. Durante<br />
esse período, a Ancar Ivanhoe<br />
tem olhado mais para <strong>de</strong>ntro<br />
e organizado a casa para manter o<br />
fôlego. Para <strong>2018</strong>, os indicadores<br />
apontam para uma recuperação<br />
da economia ainda tímida, mas<br />
positiva. As características do negócio<br />
também nos favorecem. A<br />
indústria <strong>de</strong> shopping center é,<br />
normalmente, a última a sentir os<br />
momentos <strong>de</strong> turbulência e a primeira<br />
a se recuperar.<br />
“o shopping<br />
precisa<br />
ser um<br />
facilitador<br />
da vida do<br />
cliente”<br />
E qual o principal recado que lojistas<br />
do Brasil <strong>de</strong>vem levar em conta, consi<strong>de</strong>rando,<br />
claro, que por aqui o mercado<br />
é diferente <strong>de</strong> lugares como Dubai,<br />
Japão e Coreia do Sul?<br />
A principal mensagem para os<br />
varejistas é que precisam se mexer<br />
para fazer diferente. O que<br />
funcionou bem no passado não<br />
significará o sucesso no futuro e é<br />
crucial estar atento às mudanças<br />
<strong>de</strong> comportamento que vêm ocorrendo<br />
com os consumidores para<br />
agir rápido. Eles estão mais bem<br />
informados, superengajados nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais, gostam <strong>de</strong> participar<br />
<strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s (sobretudo os nativos<br />
digitais) e consi<strong>de</strong>ram a opinião<br />
dos familiares e amigos antes<br />
<strong>de</strong> consumir algo. Hoje, eles po<strong>de</strong>m<br />
elogiar ou <strong>de</strong>tonar uma marca nas<br />
re<strong>de</strong>s. Como é possível se conectar<br />
com estes consumidores fazendo o<br />
mesmo trabalho? Os lojistas <strong>de</strong>vem<br />
conhecer muito bem seus clientes,<br />
se relacionar com eles e reconsi<strong>de</strong>rar<br />
as estratégias e posicionamento<br />
<strong>de</strong> suas marcas, esclarecendo seu<br />
propósito e razão <strong>de</strong> existir. As pessoas<br />
não compram o que você ven<strong>de</strong>,<br />
mas sim o que você acredita. A<br />
outra dica é não usar a tecnologia<br />
pela tecnologia. Estu<strong>de</strong> a melhor<br />
maneira como a tecnologia e todos<br />
os recursos disponíveis po<strong>de</strong>m<br />
ajudar como um meio e não como<br />
um fim, sempre em sintonia com o<br />
perfil da marca e do seu propósito.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 23
quem fez<br />
Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />
banho<br />
Guarda-chuva, capa, máscara <strong>de</strong> mergulho...<br />
é assim que um garotinho se prepara para escovar<br />
os <strong>de</strong>ntes e evitar “tomar um banho” ao<br />
abrir a torneira do banheiro, no filme criado<br />
pela WMcCann para divulgar a Deca Comfort.<br />
O produto é apresentado como uma torneira<br />
com tecnologia para não espirrar água.<br />
Fotos: Divulgação<br />
wMccann<br />
DUratex/Deca<br />
Título: Deca Comfort; criação: Rodrigo Corbari, Caio<br />
Carvalho, Adriano Nuevo, Leandro Oliveira, Paulo Fontana,<br />
Carlos Martinez, Giulio Pinotti e Rafael Pietragalla;<br />
produtora do filme: Piccolo Filmes; diretor <strong>de</strong><br />
cena: Jeff Chies; produtora <strong>de</strong> som: Cabaret Studio;<br />
aprovação do cliente: Bruno Antonaccio e Theo Dutra.<br />
mudança<br />
Com o conceito Atreva-se, o sedã compacto<br />
Fiat Cronos é apresentado como inspiração<br />
para a mudança na rotina, na campanha<br />
criada pela Leo Burnett. Além do filme<br />
Cuco para TV aberta e fechada, a comunicação<br />
contou com ações no BBB18, em parceria<br />
com a Globo, e no É <strong>de</strong> Casa.<br />
leo BurneTT Tailor MaDe<br />
Fca<br />
Título: Cuco; produto: Cronos; criação: Luciano<br />
Lincoln, Wilson Mateos e Tomás Correa; produtora<br />
<strong>de</strong> filme: Saigon; direção <strong>de</strong> cena: Vellas; produtora<br />
<strong>de</strong> som: Quiet City Music + Sound; aprovação<br />
do cliente: João Ciaco, Malú Antônio, Ana Brant,<br />
Ana Pepino (FIAT), Denis Onish e Debora Dauanny.<br />
Paixão<br />
Em ano <strong>de</strong> Copa do Mundo, a paixão pelo<br />
futebol é o tema usado na campanha <strong>de</strong> lançamento<br />
do <strong>de</strong>sodorante Rexona Torcedor<br />
Fanático, da Unilever. O filme global Acrobatics,<br />
criado pela MullenLowe Brasil, mostra<br />
atletas usando o frasco como bola para fazer<br />
acrobacias e embaixadinhas.<br />
Mullenlowe Brasil<br />
Unilever<br />
Título: Acrobatics; produto: Rexona; redação: Eduardo<br />
Salles e Henrique Louzada (Bill); direção <strong>de</strong><br />
arte: Fabio Nunes e Luiz Cesar (Steve); produtora <strong>de</strong><br />
filme: Santa Transmedia; direção <strong>de</strong> cena: Nylon<br />
(Caio Montanari e Boca Ceravolo); produtora <strong>de</strong> áudio:<br />
Loud; aprovação do cliente: Tomas Marcenaro,<br />
Katie Adams e Alejandro Fiecconi.<br />
24 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Sambinha<br />
O tratamento para tuberculose é oferecido gratuitamente<br />
pelo SUS, mas muitos pacientes acabam abandonando<br />
a medicação ao se sentir melhor e, por isso, não se curam<br />
da doença. O principal sintoma é tosse persistente, com<br />
mais <strong>de</strong> três semanas <strong>de</strong> duração. Para conscientizar a população<br />
sobre a importância <strong>de</strong> terminar os seis meses <strong>de</strong><br />
cuidados, o Ministério da Saú<strong>de</strong> veicula uma campanha,<br />
criada pela nova/sb, em ritmo <strong>de</strong> samba. O jingle Sai Tuberculose<br />
está tanto no filme para TV como no spot para<br />
rádio. A campanha ainda contempla peças para internet,<br />
mídia impressa e out of home. No filme, um homem começa<br />
a tossir enquanto está reunido com uma turma <strong>de</strong> amigos<br />
na calçada tocando o sambinha-tema da campanha e é<br />
conduzido ao posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
nova/sB<br />
Ministério Da saúDe<br />
Título: Campanha Nacional Contra a Tuberculose <strong>2018</strong>; produto:<br />
institucional; criação: Filipe Fontes, Anselmo Ferreira e Alyson Nonato;<br />
produtora <strong>de</strong> filme: Companhia <strong>de</strong> Cinema; direção <strong>de</strong> cena:<br />
Thiago Vieira; produtora <strong>de</strong> som: Squad; aprovação do cliente:<br />
Juliana Costa Vieira, Amanda Sampaio e Marina Morais.<br />
Saco<strong>de</strong> a Poeira<br />
A Copa do Mundo se aproxima e, com ela,<br />
surgem histórias <strong>de</strong> superação inspiradoras.<br />
Uma <strong>de</strong>las é contada na campanha do site<br />
<strong>de</strong> estatísticas esportivas Sportingbet.tv.<br />
O filme traz a trajetória <strong>de</strong> Paulinho, vice-<br />
-artilheiro da seleção brasileira na era Tite.<br />
Depois <strong>de</strong> jogar na Europa, o atleta voltou ao<br />
Brasil para disputar a quarta divisão e hoje é<br />
titular do Barcelona.<br />
aBille<br />
Gvc-Plc<br />
Título: Qual a chance?; produto: Sportingbet.TV;<br />
criação: Alexandre Chiquilho, Dalia Halegua, Anna<br />
Luiza Agazzi e Felipe Flores; produção do filme:<br />
Vapt Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Rafael Damy e Nicollas<br />
Matteis; produtora <strong>de</strong> áudio: Cabaret.<br />
Liberda<strong>de</strong><br />
Depois <strong>de</strong> um período escondidos<br />
pela moda da chapinha, os cachos<br />
voltam com força total. Para divulgar<br />
a linha Match Respeito aos<br />
Cachos, O Boticário mostra cacheadas<br />
<strong>de</strong> bem com seus cabelos. A<br />
campanha conta com dois filmes:<br />
Ela e eles e Pura essência.<br />
alMapBBDo<br />
o Boticário<br />
Título: Ela e Eles; produto: Match Cachos;<br />
criação: Ana Conrado, Fabio Cer<strong>de</strong>ira<br />
e Pedro Corbett; produtora <strong>de</strong><br />
imagem: Paranoid; direção <strong>de</strong> cena:<br />
300ml; produtora <strong>de</strong> áudio: Satélite;<br />
aprovação: André Farber, Alexandre<br />
Bouza e Cristiane Irigon Amaral.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 25
QUEM LIDERA<br />
NÃO ESPERA<br />
AS MUDANÇAS,<br />
FAZ ACONTECER.<br />
18 a 21 <strong>de</strong> <strong>abril</strong><br />
Sheraton Reserva do Paiva Hotel<br />
Recife - Pernambuco<br />
O maior encontro empresarial do País reúne autorida<strong>de</strong>s e li<strong>de</strong>ranças para<br />
<strong>de</strong>baterem uma agenda propositiva sobre temas <strong>de</strong> impacto socioeconômico e o<br />
futuro do Brasil. Além <strong>de</strong> uma imersão no Porto Digital, um dos mais importantes<br />
parques <strong>de</strong> inovação da América Latina.<br />
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Mais uma iniciativa do LIDE.<br />
Quem é lí<strong>de</strong>r, participa.<br />
Realização:<br />
Colaboração: Mídia Partners: Fornecedores Oficiais:
inspiração<br />
Um dia <strong>de</strong> hyperlinks sem fim<br />
Mulheres e seu universo visionário, não só as que estão na<br />
moda, como as jovens profissionais em busca <strong>de</strong> espaço para<br />
suas i<strong>de</strong>ias, são fontes inspiradoras para Fernanda Guimarães<br />
28 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Fotos: Arquivo Pessoal<br />
Fernanda Guimarães é<br />
diretora executiva <strong>de</strong><br />
criação da agência Mutato<br />
Fernanda Guimarães<br />
especial para o PrOPmarK<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coisas que tenho para fazer<br />
e pensar cresceram exponencialmen-<br />
A<br />
te <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assumi uma equipe criativa <strong>de</strong><br />
30 pessoas e tive um filho, bastante criativo<br />
também, que já tem um ano e meio. Isso fez<br />
do meu dia um circuito <strong>de</strong> estímulos e hyperlinks<br />
sem fim. Não consigo mais parar e me<br />
concentrar para buscar novas referências: elas<br />
surgem como estímulos <strong>de</strong> todas as partes que<br />
aproveito e vou linkando um no outro. É como<br />
se eu acordasse ouvindo o começo <strong>de</strong> uma história,<br />
que vai ter um <strong>de</strong>sfecho surpreen<strong>de</strong>nte<br />
só antes <strong>de</strong> eu dormir.<br />
Nessa nova rotina, tenho o hábito <strong>de</strong> ouvir<br />
podcasts toda manhã, que são fonte interminável<br />
<strong>de</strong> referência, notícia, informação e opinião.<br />
Escuto os brasileiros, a exemplo do Mamilos (da<br />
Ju Wallauer e da Cris Bartis), mas também muitos<br />
americanos, que são superbem produzidos e<br />
com editorias tão diversas quanto se po<strong>de</strong> imaginar.<br />
Acho um formato muito conveniente <strong>de</strong><br />
consumo <strong>de</strong> conteúdo e entretenimento para<br />
pessoas que, como eu, têm uma agenda muito<br />
cronometrada. Audiobooks se enquadram na<br />
mesma categoria e têm ficado cada vez mais interessantes<br />
e com requintes <strong>de</strong> espetáculo. Recomendo<br />
fortemente.<br />
Durante meu dia <strong>de</strong> trabalho, a maior parte<br />
da inspiração vem do contato com mulheres<br />
que admiro e constantemente me <strong>de</strong>safiam a ser<br />
uma profissional melhor. Algumas <strong>de</strong>las aparecem<br />
no mosaico que abre este texto. Com certeza<br />
há muitas outras - especialmente o time <strong>de</strong> mulheres<br />
da Mutato, que prefiro citar aqui como um<br />
coletivo, para que nenhuma <strong>de</strong>las fique <strong>de</strong> fora.<br />
São mulheres que me contam <strong>de</strong> projetos, i<strong>de</strong>ias,<br />
mostram sua forma <strong>de</strong> encarar o dia a dia <strong>de</strong> trabalho<br />
com força e <strong>de</strong>terminação. Pessoas que, a<br />
cada encontro, me <strong>de</strong>ixam renovada. Existe uma<br />
nova geração incrível <strong>de</strong> profissionais mulheres<br />
que vêm para ocupar um espaço como nunca se<br />
viu. Abram caminho para elas!<br />
Por trabalhar com conteúdo e entretenimento<br />
para marcas - e editorialmente também - há<br />
muitos anos, tenho o consumo <strong>de</strong> filmes, séries,<br />
documentários e programas <strong>de</strong> TV como parte<br />
da minha rotina, até mais que exercício físico<br />
(risos nervosos). Ainda mais no contexto atual,<br />
em que tanto eu como meu marido trabalhamos<br />
com conteúdos <strong>de</strong> social para a Netflix e é fundamental<br />
conhecer o que está na plataforma - e<br />
fora <strong>de</strong>la. Vou citar She’s Gotta Have It, do Spike<br />
Lee, como uma das séries recentes que estamos<br />
vendo e gostando muito. Nola Darling é mais<br />
uma <strong>de</strong>ssas mulheres que adoraria encontrar no<br />
meu dia. Certamente penduraria um quadro <strong>de</strong>la<br />
na minha pare<strong>de</strong>. Mas a verda<strong>de</strong> é que vejo <strong>de</strong><br />
tudo, com <strong>de</strong>staque especial para vários documentários<br />
sobre alimentação saudável (já vi tantos<br />
que sou capaz <strong>de</strong> prever, <strong>de</strong> cara, o que cada<br />
um <strong>de</strong>les vai dizer).<br />
E é claro que vou citar o meu filho como uma<br />
inspiração. Ele é o cara! E falando <strong>de</strong>le <strong>de</strong> uma<br />
maneira mais ampla, as inspirações são constantes<br />
quando olhamos para o que as novas gerações<br />
estão querendo, sentindo, experimentando<br />
e questionando. Quando tenho uma pessoa recém-formada<br />
no meu time, sinto como se eu fosse<br />
uma repórter entrevistando ela o tempo todo.<br />
O mesmo vale para quando fazemos um projeto<br />
que dá voz às meninas da nova geração, como foi<br />
em Repense o Elogio. É <strong>de</strong>ssa turma que veremos<br />
surgir gran<strong>de</strong> parte dos insights e reinvenções<br />
que guiarão nosso trabalho (e nosso mercado)<br />
daqui pra frente.<br />
Podcasts<br />
Ju Wallauer e Cris Bartis, do Mamilos, estão na sua lista<br />
diária <strong>de</strong> audição imperdível (no alto). Nola Darling (no<br />
meio) tem espaço para um quadro na sala. MC Soffia<br />
(acima à direita) com outras meninas, em cena do<br />
documentário Repense o Elogio, da Mutato e Maria Farinha<br />
Filmes para Avon, exibido no SXSW. Mulheres inspiradoras<br />
(na página à esquerda) não faltam.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 29
opinião<br />
davidrasmus/iStock<br />
o melhor momento para<br />
negociar sua empresa<br />
Flavio Conti<br />
Aos poucos, o Brasil vai entrando nos<br />
eixos. A economia está retomando seu<br />
caminho e, se não houver nenhuma surpresa<br />
que represente solavanco, tudo indica<br />
estarmos entrando num círculo virtuoso.<br />
Na minha opinião, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma crise<br />
<strong>de</strong>ssas proporções, ficam <strong>de</strong> pé apenas as<br />
melhores empresas. Não que eu <strong>de</strong>fenda a<br />
crise, mas acho <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> que a crise serve<br />
muito para promover um certo expurgo.<br />
Empresas mal geridas, com pouca capacida<strong>de</strong>,<br />
sem ativos importantes, inclusive<br />
humanos, sucumbem diante <strong>de</strong> um cenário<br />
tão adverso quanto esse recente. Agora,<br />
neste momento, com preços ainda muito<br />
baixos, é hora <strong>de</strong> comprar empresas, fazer<br />
fusões, se fortalecer para aproveitar ao máximo<br />
a onda <strong>de</strong> crescimento.<br />
A crise produz um estresse muito<br />
gran<strong>de</strong>, esgarça relações,<br />
afeta ambientes <strong>de</strong> trabalho,<br />
<strong>de</strong>smotiva. Desta forma, muitas<br />
vezes a opção é aproveitar<br />
o momento melhor e se <strong>de</strong>sfazer<br />
<strong>de</strong> ativos. Já vi esse tipo<br />
<strong>de</strong> movimento ocorrer muitas<br />
vezes e o entendo como<br />
saudável. Des<strong>de</strong> que a operação<br />
<strong>de</strong> compra e venda ou até<br />
fusão se <strong>de</strong>em em bases legais equânimes,<br />
com todo o suporte <strong>de</strong> profissionais<br />
qualificados, é sim possível satisfazer a<br />
todas as partes.<br />
A boa notícia é que, ao longo da crise,<br />
quem tinha maior capacida<strong>de</strong> financeira<br />
não fez movimentos bruscos, preferiu<br />
aproveitar a ainda vantajosa relação remuneração/taxa<br />
<strong>de</strong> juro. O resultado é uma<br />
conta polpuda e em condições <strong>de</strong> agregar<br />
patrimônio. Na outra ponta, muitas vezes,<br />
empresas tiveram <strong>de</strong> gastar suas economias<br />
para po<strong>de</strong>r se manter no mercado.<br />
Hoje estão relativamente <strong>de</strong>scapitalizadas<br />
e por isso o melhor caminho po<strong>de</strong> ser se<br />
<strong>de</strong>sfazer da operação.<br />
“A crise<br />
serve<br />
muito pArA<br />
promover<br />
um certo<br />
expurgo”<br />
Nessa relação <strong>de</strong> oferta e procura, todas<br />
as pontas po<strong>de</strong>m, sim, sair ganhando.<br />
Sem contar que, comparativamente, os negócios<br />
estão com preços muito atrativos.<br />
A queda do juro e a perspectiva <strong>de</strong> novas<br />
quedas também apontam aos mais capitalizados<br />
que é hora <strong>de</strong> ir às compras.<br />
Como se po<strong>de</strong> ver, as oportunida<strong>de</strong>s estão<br />
absolutamente abertas. Muitas vezes<br />
encontrar um sócio/parceiro para abrir novos<br />
segmentos <strong>de</strong> negócios, ou mesmo novos<br />
mercados, acaba se tornando uma ótima<br />
alternativa para a empresa. É tudo uma<br />
gran<strong>de</strong> tela em branco, <strong>de</strong> inúmeras possibilida<strong>de</strong>s.<br />
Por conta da expertise <strong>de</strong>senvolvida<br />
nesse campo das negociações, apren<strong>de</strong>ndo<br />
e lidando com interesses dos dois lados,<br />
é possível afirmar, com pequena margem <strong>de</strong><br />
erro, que estamos vivendo um dos melhores<br />
momentos para esse tipo <strong>de</strong> movimento.<br />
Muitas empresas, nas duas pontas, nos têm<br />
procurado com esse interesse. Por isso, daqui<br />
para a frente, não se espantem com uma<br />
possível onda <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> ativos, vendas,<br />
compras e fusões entre empresas.<br />
Outro aspecto importante <strong>de</strong>ve<br />
ser <strong>de</strong>stacado: <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma<br />
crise, todas as empresas estão,<br />
digamos, mais magras, tal qual<br />
um urso que passa meses hibernando.<br />
A musculatura está lá,<br />
mas bem mais flácida. Voltar a<br />
ter o mesmo perfil po<strong>de</strong> levar<br />
tempo e consumir ainda mais recursos,<br />
o que po<strong>de</strong> exigir tomar empréstimos e<br />
mudar o perfil <strong>de</strong> endividamento. Por<br />
isso, a opção <strong>de</strong> venda, ou <strong>de</strong> união com<br />
outro parceiro em boas condições, po<strong>de</strong><br />
ser, mais do que se <strong>de</strong>sfazer ou dividir<br />
ativos, um ato <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>.<br />
Empresas com maior volume <strong>de</strong> produção<br />
e clientes ganham escala, a operação<br />
volta a ser competitiva e lucrativa em relação<br />
à concorrência. Ganham também os<br />
clientes, que passam a ter melhor atendimento<br />
e produtos melhores e a<strong>de</strong>quados ao<br />
novo momento. Aos empresários que ven<strong>de</strong>m,<br />
fica a opção <strong>de</strong>, agora capitalizados,<br />
iniciarem outros negócios, se associarem a<br />
outros grupos ou, ainda, porque não, aproveitarem<br />
a vida com outras coisas, sonhos<br />
<strong>de</strong> consumo e hobbies, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do momento<br />
<strong>de</strong> cada um.<br />
Flavio Conti é publicitário e consultor <strong>de</strong> empresas<br />
na área <strong>de</strong> fusões e aquisições<br />
flavio_conti@uol.com.br<br />
30 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
STORYTELLER<br />
Milan Marjanovic/iStock<br />
Ser avô<br />
É um ser equipamento <strong>de</strong> prazer,<br />
<strong>de</strong> alegria. Espera-se pouco <strong>de</strong>le<br />
LuLa Vieira<br />
Chame-me <strong>de</strong> avô. Finalmente <strong>de</strong>scobri<br />
para que serve a vida: para ser avô.<br />
É mais que pai (não sei direito como é ser<br />
mãe), mais do que qualquer outra coisa<br />
que conheço. A gente faz muita coisa <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que se percebe, e, a cada vez que algo<br />
acontece que traz felicida<strong>de</strong>, vem sempre a<br />
sensação <strong>de</strong> que valeu a pena viver. Mas é<br />
só quando uma criança <strong>de</strong> parcos anos se<br />
ilumina ao te ver, sorri extasiada e exclama<br />
“vovôooo!” que felicida<strong>de</strong> ganha outra<br />
dimensão. Filhos, é uma <strong>de</strong>lícia tê-los, mas<br />
há sempre uma responsabilida<strong>de</strong> a diminuir<br />
a fruição do gozo, pois há que ensinar,<br />
proteger, formar e manter. Neto não, neta<br />
não. Um avô não tem nenhuma obrigação<br />
e sobre ele não há nenhuma expectativa. É<br />
um ser equipamento <strong>de</strong> prazer, <strong>de</strong> alegria.<br />
Espera-se pouco <strong>de</strong>le. Apenas ausência <strong>de</strong><br />
horários, permanente disposição e uma falha<br />
vocabular. A absoluta impossibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> dizer não.<br />
Avô estraga tudo, <strong>de</strong>ixa quebrar, arruína<br />
celulares, tabletops e velhos bibelôs <strong>de</strong><br />
família, em troca <strong>de</strong> um sorriso. E cozinha<br />
pão <strong>de</strong> queijo, amassa cenourinha, corta<br />
maçã, verifica a água do banho e não se<br />
importa em <strong>de</strong>ixar inundar o banheiro ou<br />
o quarto. Aliás, banho é coisa séria. Seriíssima.<br />
Patinhar na água é parte integrante<br />
da preparação para a vida, pois é um misto<br />
<strong>de</strong> exercício, treinamento <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação<br />
motora e primeiras noções <strong>de</strong> física. O fator<br />
higiênico do banho, <strong>de</strong>ixe para os pais, preocupados<br />
com miuçalhas.<br />
Banho para um avô é apenas uma coisa<br />
lúdica, uma volta à paz uterina com a vantagem<br />
<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r fazer uma enorme farra.<br />
Dentre as habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ser avô está o fato<br />
<strong>de</strong> ter um vocabulário bastante elástico:<br />
gluglu, nhamenhame, miau, cocó, au-au e<br />
outras criações que mudam muito <strong>de</strong> criança<br />
para criança. Por experiência própria,<br />
dou um conselho a todos os avós iniciantes:<br />
cuidado com as palavras ditas <strong>de</strong> baixo<br />
calão. Uma criança <strong>de</strong> dois anos é incapaz<br />
<strong>de</strong> dizer corretamente palavras simples como<br />
água, comida, sapato, mesa e dormir.<br />
Mas é capaz <strong>de</strong> repetir putaqueopariu, caralho<br />
ou merda com a maior clareza. Portanto,<br />
treine xingar ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> fascistas,<br />
cantos <strong>de</strong> mesa <strong>de</strong> reacionários, <strong>de</strong>graus<br />
escondidos <strong>de</strong> neoliberais. Não os man<strong>de</strong><br />
tomar no olho do cu, por mais que mereçam.<br />
Não é nada agradável ver aquele encanto<br />
<strong>de</strong> criança que você ama acima <strong>de</strong><br />
tudo, sugerindo à vizinha esse tipo <strong>de</strong> sexo<br />
não ortodoxo.<br />
E o que é pior: quanto maior o espanto,<br />
mais essas criaturinhas perseguidoras <strong>de</strong><br />
sucesso (como todos nós) repetem. Se fizer<br />
cara feia, então, po<strong>de</strong> ter certeza que no<br />
primeiro restaurante que o anjinho <strong>de</strong>ixar<br />
cair uma colher vai ser acompanhada <strong>de</strong><br />
um sonoro e irretorquível “caralho!”. Por<br />
isso, o psicoterapeuta infantil Lula Vieira<br />
recomenda: nada <strong>de</strong> palavrões. Por mais<br />
que isso seja difícil. Ser avô (ser avó também<br />
é lindo, mas minhas netas são netas<br />
<strong>de</strong> escritora e ela sabe <strong>de</strong>screver até melhor<br />
do que eu o que significa essa dupla maternida<strong>de</strong>),<br />
bem, eu dizia que ser avô também<br />
é ter saco. Muito saco. Mas muito saco mesmo.<br />
Só isso explica assistir, sem explodir,<br />
50 vezes num único dia a Galinha Pintadinha<br />
ou a Turma do Planeta.<br />
Ou mesmo a Anitta, pois criança é sobretudo<br />
eclética. Para falar a verda<strong>de</strong>, nem<br />
Sonata em Ré Maior resiste a 20 repetições,<br />
uma atrás da outra. Ser avô traz outra gran<strong>de</strong><br />
vantagem: a confraria entre amigos na<br />
mesma condição. Zuenir Ventura, Luiz Fernando<br />
Veríssimo, Marcelo Diniz, Zé Guilherme<br />
Vereza e muitos outros cidadãos da<br />
maior importância social, intelectual e cívica<br />
não sentem o menor pudor em repetir<br />
as gracinhas <strong>de</strong> netos e netas.<br />
Escrevo esta coluna antes da Páscoa,<br />
pois a data <strong>de</strong> fechamento imposta a nós<br />
mortais pelas maravilhosas editoras da<br />
casa é draconiana. Mas eu nunca pensei<br />
que a minha inexaurível capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<br />
ridículo chegasse ao ponto <strong>de</strong> procurar coelhos<br />
em lojas <strong>de</strong> animais, além <strong>de</strong> pintinhos<br />
amarelinhos. Aliás, eu telefonei para<br />
uma <strong>de</strong>las – Baba Cão, se não me engano – e<br />
quase ia perguntando para o rapaz que me<br />
aten<strong>de</strong>u se ele tinha pintinho. Parei antes<br />
<strong>de</strong> falar, embora eu tivesse certeza que ele<br />
ia mandar eu consultar minha mãe para<br />
saber o que ela achava. Felizmente consegui<br />
fazer um circunlóquio e <strong>de</strong>scobri que,<br />
tal como uma amiga já tinha me alertado,<br />
ultimamente este artigo está em falta. Mas<br />
encomen<strong>de</strong>i os tais pintinhos, que farão<br />
companhia às minhas cocós, meus miaus e<br />
os au-aus que tenho em casa.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />
Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />
radialista, escritor, editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 31
eyOnd the line<br />
IakovKalinin/iStock<br />
On the road<br />
A cada viagem <strong>de</strong>ssa, voltamos enriquecidos<br />
com o conhecimento da realida<strong>de</strong> do mercado<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
lá vamos nós, outra vez, percorrer esse<br />
E Brasilzão em contato com agências <strong>de</strong><br />
propaganda. Desta vez, levamos na bagagem<br />
uma caixa <strong>de</strong> ferramentas. Não uma<br />
caixa qualquer, mas uma recheada <strong>de</strong> soluções<br />
para as agências <strong>de</strong> propaganda.<br />
Trata-se do Road Show “Caixa <strong>de</strong> Ferramentas<br />
Essenciais da Agência <strong>de</strong> Propaganda”,<br />
organizado pela Fenapro, em parceria<br />
com os Sinapros. De março a junho,<br />
serão 10 cida<strong>de</strong>s envolvidas (Campinas, São<br />
José dos Campos, São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis,<br />
Porto Alegre, Recife e Salvador) nesse tour<br />
<strong>de</strong> conhecimento pelo Brasil.<br />
como importantes players as agências <strong>de</strong><br />
propaganda, as mudanças são ainda mais<br />
frequentes e nervosas. No meio disso tudo<br />
estão as ferramentas. Elas surgem para<br />
dar suporte à inovação ou para melhorar a<br />
produtivida<strong>de</strong> num mercado cada vez mais<br />
competitivo e <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> fugidia.<br />
As agências não <strong>de</strong>vem e não po<strong>de</strong>m<br />
permanecer com a mesma estrutura <strong>de</strong> ano<br />
para ano. É necessária uma atualização<br />
contínua, buscando ter em mãos as melhores<br />
armas para a luta do dia a dia.<br />
Some-se a isso a ansieda<strong>de</strong> dos clientes,<br />
cujos CMOs estão igualmente pressionados<br />
por uma atualização contínua, gerando novas<br />
<strong>de</strong>mandas às suas agências.<br />
Essas viagens representam uma troca rica:<br />
levamos conhecimento e conteúdo que<br />
julgamos essenciais para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das agências e, <strong>de</strong> volta, pegamos o pulso<br />
do mercado e analisamos as características<br />
regionais para ampliar o entendimento do<br />
multifacetado mercado brasileiro.<br />
A cada viagem <strong>de</strong>ssa, voltamos enriquecidos<br />
com o conhecimento da realida<strong>de</strong> do<br />
mercado das agências <strong>de</strong> propaganda, nas<br />
suas variações regionais, o que ajuda a nortear<br />
as ações futuras.<br />
É esse círculo virtuoso e uma consequente<br />
troca <strong>de</strong> experiências que mantêm<br />
a relevância das ações conjuntas em prol do<br />
mercado publicitário.<br />
Nossa “caixa <strong>de</strong> ferramentas”, <strong>de</strong>sta vez,<br />
inclui <strong>de</strong>livery <strong>de</strong> materiais para TV em<br />
streaming, soluções para uso <strong>de</strong> música em<br />
campanhas publicitárias, banco <strong>de</strong> imagens,<br />
provedor <strong>de</strong> pesquisas e inteligência,<br />
assinatura <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> comunicação do<br />
tra<strong>de</strong>, checking <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> rádio, soluções<br />
<strong>de</strong> planos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e seguros, sistema operacional<br />
para agências, mesas digitalizadoras,<br />
sistemas <strong>de</strong> armazenamento e imagens,<br />
plataforma <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> conteúdo,<br />
além <strong>de</strong> outras.<br />
Todos sabemos o quanto as agências são<br />
impactadas pelas constantes mudanças do<br />
mercado. A forma <strong>de</strong> se fazer negócios, <strong>de</strong><br />
uma maneira geral, muda numa constância<br />
avassaladora.<br />
No caso da economia criativa, que tem<br />
E as agências não precisam ter todas as<br />
soluções embaixo do seu teto, mas têm a<br />
obrigação <strong>de</strong> conhecer as melhores alternativas<br />
e do ferramental mais eficaz para os<br />
seus clientes. Daí a importância <strong>de</strong> se tornar<br />
conhecida uma caixa <strong>de</strong> ferramentas<br />
que muda o seu conteúdo constantemente,<br />
sempre com novida<strong>de</strong>s no conjunto <strong>de</strong> soluções.<br />
Mas, não nos enganemos. Há ferramentas<br />
básicas que não mudam nunca. Como<br />
aquelas voltadas a uma gestão eficaz.<br />
As agências, apesar das suas características<br />
<strong>de</strong> um negócio mais “solto”, não <strong>de</strong>vem<br />
abrir mão jamais <strong>de</strong> processos rigorosos <strong>de</strong><br />
administração financeira e operacional,<br />
sob risco <strong>de</strong> inviabilizarem-se nesse mercado<br />
<strong>de</strong> margens cada vez mais magras.<br />
E, apesar das diferenças regionais, há<br />
uma realida<strong>de</strong> que perpassa todas as agências,<br />
não importando seu porte ou abrangência<br />
<strong>de</strong> serviços.<br />
Estamos ansiosos por completar esse<br />
circuito, que se inicia agora (já foram realizadas<br />
as etapas <strong>de</strong> Campinas e São José dos<br />
Campos) e termina no início <strong>de</strong> junho.<br />
Particularmente, com o pé na estrada e<br />
os olhos bem abertos, espero coletar um rico<br />
conjunto <strong>de</strong> informações e insights, sejam<br />
oriundos das características regionais,<br />
sejam dos formatos adotados, sejam das<br />
tendências observadas. Prometo dividir<br />
com você essa experiência pari passu, por<br />
intermédio <strong>de</strong>ssa coluna.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
32 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
digiTal<br />
Sitthiphong/iStock<br />
Projeção da eMarketer mostra que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dois anos, o mobile será quase 80% do ad spending digital; dados também apontam que 70% do consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o já é feito pelo celular<br />
“Há muitos criativos que pensam<br />
o ví<strong>de</strong>o exclusivamente para TV”<br />
Especialista em mobile marketing, Francesco Simeone, da Logan Media,<br />
afirma que falta muito para o Brasil dar o exemplo em publicida<strong>de</strong> móvel<br />
KELLY DORES<br />
Hoje, 70% do consumo diário<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o já é feito pelo<br />
celular. O dado é interessante e<br />
ao mesmo tempo mostra uma<br />
contradição, já que a publicida<strong>de</strong><br />
mobile evoluiu muito pouco.<br />
Pare para pensar: você se<br />
lembra <strong>de</strong> alguma propaganda<br />
incrível que tenha visto pelo<br />
smartphone? Possivelmente,<br />
não. Por mais que passamos<br />
muitas horas navegando pela<br />
internet com o celular, a publicida<strong>de</strong><br />
que mais chama a atenção<br />
é ainda a da tela maior. Há<br />
várias razões para isso, talvez<br />
o tamanho pequeno da tela <strong>de</strong><br />
um celular ou porque ainda<br />
muitas agências e marcas continuam<br />
adaptando os filmes da<br />
TV para o digital.<br />
“O mobile não é uma extensão<br />
da TV, assim como não<br />
é uma extensão do <strong>de</strong>sktop.<br />
Pelo contrário, é um meio totalmente<br />
inédito e com peculiarida<strong>de</strong>s<br />
que o diferenciam <strong>de</strong><br />
qualquer outro meio <strong>de</strong> comunicação.<br />
Parece-me claro que,<br />
se veiculamos no celular um<br />
filme pensado para a TV, estamos<br />
reciclando um conteúdo<br />
que não foi criado ad hoc para<br />
os dispositivos móveis. Porém,<br />
infelizmente, ainda há muitos<br />
criativos que pensam o ví<strong>de</strong>o<br />
exclusivamente como um produto<br />
televisivo mesmo quando<br />
70% do consumo diário <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o<br />
já é mobile. Obviamente,<br />
temos excelentes produtores<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os para mobile aqui.<br />
Mas, sendo o Brasil uma referência<br />
internacional no mundo<br />
da publicida<strong>de</strong>, acho que nesse<br />
sentido falta muito para dar<br />
o exemplo”, avalia Francesco<br />
Simeone, diretor <strong>de</strong> negócios<br />
da Logan Media Brasil, empresa<br />
especializada em mobile<br />
marketing.<br />
Para ele, o problema não é<br />
apenas a questão <strong>de</strong> duração,<br />
mas também <strong>de</strong> linguagem,<br />
semântica e interativida<strong>de</strong>.<br />
“Hoje, a tecnologia mobile<br />
permite criar ví<strong>de</strong>os 360 interativos.<br />
Imagina o engajamento<br />
que um formato <strong>de</strong>sse po<strong>de</strong><br />
criar, por exemplo, para uma<br />
“O celular<br />
superOu O<br />
cOmputadOr cOmO<br />
principal pOntO <strong>de</strong><br />
acessO à internet<br />
já faz tempO”<br />
montadora ou para uma marca<br />
esportiva?”, provoca Simeone.<br />
Projeção da eMarketer mostra<br />
que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dois anos,<br />
mobile será quase 80% do ad<br />
spending digital. “Esse processo<br />
não tem volta. <strong>2018</strong> será<br />
o primeiro ano em que o ad<br />
spending mobile vai superar o<br />
<strong>de</strong>sktop e, digo eu, finalmente,<br />
já que o celular superou o computador<br />
como principal ponto<br />
<strong>de</strong> acesso à internet faz tempo.<br />
Pelos dados publicados no relatório<br />
da MMA, fica claro que<br />
até os baby boomers aceitaram<br />
o celular como principal meio<br />
<strong>de</strong> comunicação”, diz ele.<br />
Como fazer para a publicida<strong>de</strong><br />
não ser invasiva no celular?<br />
“Quanto mais assertiva é<br />
a segmentação e quanto mais<br />
lúdico, engajante e inovador é<br />
o formato, melhor será o efeito<br />
e o recall da marca”, afirma<br />
Simeone. “Os nossos sistemas<br />
internos <strong>de</strong> tracking permitem<br />
aperfeiçoar sempre a assertivida<strong>de</strong><br />
da nossa segmentação,<br />
criando brand clusters <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
eficácia”.<br />
34 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
DIGITAL<br />
Pontomobi traz ferramenta Datami<br />
para fi<strong>de</strong>lização através do mobile<br />
Agência do DAN (Dentsu Aegis Networks) também está formalizando<br />
parceria com a Ifeelgoods, especializada em programas <strong>de</strong> recompensas<br />
Paulo Macedo<br />
Lançada há <strong>de</strong>z anos pelo grupo<br />
editorial RBS e absorvida<br />
integralmente pelo Dentsu Aegis<br />
Network em 2015, a Pontomobi faz<br />
parte da história do mobile como<br />
instrumento <strong>de</strong> comunicação e<br />
também como agente catalisador<br />
<strong>de</strong> vendas. Li<strong>de</strong>rada por Léo Xavier,<br />
a agência observa o instrumento<br />
que cabe na palma da mão dos 160<br />
milhões <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> smartphones,<br />
dos quais 100 milhões com a<br />
tecnologia 4G, como estratégico e<br />
acima dos C-levels.<br />
“Os presi<strong>de</strong>ntes das empresas<br />
estão atentos”, afirma Léo, que na<br />
Saluja, fundador da Datami, ao lado <strong>de</strong> Xavier, pioneiro do mobile no Brasil<br />
Divulgação<br />
semana passada anunciou parceria<br />
com o Datami, plataforma <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lização<br />
digital criada pelo indiano<br />
Harjot Saluja que já possui 1,8 bilhão<br />
<strong>de</strong> clientes móveis em 20 países<br />
<strong>de</strong> operadoras como Verizon,<br />
Telefónica, Orange, Oi e TIM, por<br />
exemplo. A Pontomobi já <strong>de</strong>senvolveu<br />
mais <strong>de</strong> 850 aplicativos. “Hoje o<br />
mobile re<strong>de</strong>fine negócios. Criamos<br />
um aplicativo para as lojas <strong>de</strong> varejo<br />
da Sky. O processo, que durava três<br />
dias, agora é automático. O mobile<br />
significa: concepção, experiência,<br />
codificação, comunicação e conectivida<strong>de</strong>”,<br />
diz Xavier, que também<br />
está trazendo para o Brasil a Ifellgood,<br />
<strong>de</strong> recompensas digitais.<br />
LIVERESULTS<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35
dIgItal<br />
Crise gerada por captura <strong>de</strong> dados<br />
leva Facebook a lutar por reputação<br />
Erros na questão <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> e silêncio <strong>de</strong> executivo traz danos<br />
ao valor da marca, que está agora sob observação <strong>de</strong> anunciantes<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
No último dia 17, os jornais The New<br />
York Times e The Guardian revelaram<br />
que dados <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />
capturados no Facebook foram utilizados<br />
sem que elas soubessem pela Cambridge<br />
Analytica. A maneira <strong>de</strong> obter os<br />
dados, sabe-se hoje, foi através <strong>de</strong> “testes<br />
psicológicos” que forneciam informações<br />
relevantes não apenas sobre os usuários,<br />
mas seus amigos na re<strong>de</strong> social. Tais dados,<br />
em tese, teriam sido importantes para<br />
o marketing vitorioso da eleição <strong>de</strong> Donald<br />
Trump à Presidência dos Estados Unidos e<br />
da campanha do Brexit. Daquele dia para<br />
cá, o Facebook atravessou a pior crise <strong>de</strong> reputação<br />
corporativa <strong>de</strong> sua história.<br />
De acordo com especialistas ouvidos<br />
pelo PROPMARK, diversos erros foram cometidos<br />
no processo, o que só agravou a situação<br />
da re<strong>de</strong> social <strong>de</strong> Mark Zuckerberg.<br />
“Durante uma crise pública <strong>de</strong>ssa magnitu<strong>de</strong>,<br />
as atenções são voltadas ao CEO da empresa.<br />
Se ele fica sumido, como ocorreu nos<br />
primeiros cinco dias da crise, cria-se um vácuo<br />
e todos começam a falar sobre o Facebook.<br />
A marca nunca mais consegue reassumir<br />
o controle da comunicação”, explica<br />
Ronald Mincheff, sócio-diretor da agência<br />
<strong>de</strong> comunicação Talquimy e especialista<br />
em gerenciamento <strong>de</strong> crise, que li<strong>de</strong>rou<br />
projetos como a crise após a queda do voo<br />
447 da Air France, em 2009.<br />
Outros ingredientes ajudaram a piorar a<br />
situação, como aponta Mincheff. O Facebook<br />
reconheceu que sabia dos problemas<br />
com a Cambridge Analytica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2015,<br />
quando Aleksandr Kogan, professor da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Cambridge, criou o aplicativo<br />
<strong>de</strong> psicologia que conseguia informações<br />
sobre usuários e as repassava à Cambridge<br />
Analytica. Embora tenha removido o aplicativo<br />
na época, o Facebook nunca foi claro<br />
sobre a questão junto ao público. “Ser pego<br />
no contrapé em <strong>2018</strong> foi um gran<strong>de</strong> problema<br />
<strong>de</strong> reputação. Por causa disso, as pessoas<br />
<strong>de</strong>monstraram não estar confortáveis<br />
com a resposta do Facebook até o momento.<br />
Ela não foi contun<strong>de</strong>nte o suficiente”,<br />
resume o especialista.<br />
Entre os últimos dias 17 e 28, o Facebook<br />
per<strong>de</strong>u quase US$ 100 milhões em valor <strong>de</strong><br />
mercado, refletindo o nervosismo dos investidores.<br />
A empresa agora vale US$ 440<br />
bilhões e é a quinta mais valiosa do mundo,<br />
atrás <strong>de</strong> Apple, Alphabet (dona do Google),<br />
Fotos Divulgação<br />
Mark Zuckerberg, que <strong>de</strong>morou a regir <strong>de</strong>pois da crise<br />
Amazon e Microsoft. Muito <strong>de</strong>sse movimento,<br />
evi<strong>de</strong>ntemente, po<strong>de</strong> estar atrelado<br />
à especulação financeira. Então, o perigo<br />
resi<strong>de</strong> em como o Facebook vai continuar<br />
ganhando dinheiro real <strong>de</strong> quem paga a<br />
conta.<br />
InvestImento em queda?<br />
A gran<strong>de</strong> pergunta que se faz no momento<br />
é o que os anunciantes farão. Evitar o<br />
cenário <strong>de</strong> fuga das marcas é o objetivo da<br />
re<strong>de</strong> social. Recomendações <strong>de</strong> analistas<br />
como Colin Sebastian, da Robert W. Baird<br />
& Co, dão conta que existe o potencial <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s marcas e empresas <strong>de</strong> médio porte<br />
congelarem os investimentos na plataforma<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do Facebook até que<br />
as más notícias cessem. Entretanto, ele<br />
avaliou, poucas plataformas têm o mesmo<br />
alcance para as marcas. E a empresa teria<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer crescer seu negócio <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> no Instagram.<br />
A tendência é que só haja fuga <strong>de</strong> anunciantes<br />
e <strong>de</strong> dinheiro se a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
usuários <strong>de</strong>cair muito ou se regulamentações<br />
ou pressões governamentais limitarem<br />
o uso <strong>de</strong> dados do Facebook. No último<br />
dia 28, segundo o Advertising Age, a empresa<br />
anunciou que iria remover a opção <strong>de</strong> ad<br />
targeting baseada em dados <strong>de</strong> comportamento<br />
<strong>de</strong> consumo oriundos <strong>de</strong> empresas<br />
como Acxiom, Experian e Epsilon, entre<br />
outras. São informações sobre o que e on<strong>de</strong><br />
as pessoas compram, além do tipo <strong>de</strong> carro<br />
que dirigem, que são muito ricas para as<br />
“Durante uma crise<br />
pública Dessa magnituDe,<br />
as atenções são voltaDas<br />
ao ceo Da empresa. se ele<br />
fica sumiDo, cria-se<br />
um vácuo”<br />
marcas. Tudo para proteger a privacida<strong>de</strong><br />
das pessoas.<br />
Em paralelo a isso, o dano à marca Facebook<br />
e sua reputação já são um fato. Segundo<br />
Daniella Bianchi, diretora-geral da Interbrand<br />
em São Paulo, uma marca forte se<br />
constrói a partir <strong>de</strong> diversas dimensões, que<br />
vão dos resultados financeiros a uma agenda<br />
clara, consistente e relevante. Foi isso<br />
que levou o Facebook a um “crescimento<br />
absurdo” no ranking “Best Global Brands”<br />
da Interbrand <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2012, quando apareceu<br />
pela primeira vez, até 2017, quando atingiu<br />
a oitava colocação e obteve o maior crescimento<br />
do mundo, com valorização <strong>de</strong> 48%<br />
e sua marca chegando ao valor <strong>de</strong> US$ 48<br />
bilhões - a Apple li<strong>de</strong>ra o ranking, com US$<br />
184 bilhões. “Nosso próximo ranking sai em<br />
outubro. Precisamos ver como o Facebook<br />
vai respon<strong>de</strong>r à crise, mas a <strong>de</strong>mora <strong>de</strong> cinco<br />
dias para falar foi prejudicial e po<strong>de</strong> trazer<br />
dano à marca. A pressão dos anunciantes<br />
está crescendo e não apenas sobre esse<br />
tema, mas em questões como fake news e<br />
algoritmos”, reflete a executiva. “Estamos<br />
falando <strong>de</strong> uma marca que é uma re<strong>de</strong> social,<br />
então, mais ainda, o consumidor quer<br />
fazer parte <strong>de</strong>sse diálogo. Além da questão<br />
da transparência, eles esperam uma posição<br />
das marcas, e que ela seja colocada <strong>de</strong><br />
forma muito clara”, explica Daniella.<br />
O longo silêncio <strong>de</strong> cinco dias sobre o<br />
escândalo foi quebrado por um post <strong>de</strong> Zuckerberg<br />
em sua página <strong>de</strong> Facebook, em<br />
que ele recapitulou os fatos envolvendo a<br />
Cambridge Analytica, mas que a confiança<br />
com os usuários se quebrou. “Temos a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> proteger seus dados, e se<br />
não conseguimos, então não merecemos<br />
vocês”, foi a mensagem principal. As medidas<br />
anunciadas no comunicado, como a<br />
investigação <strong>de</strong> apps que tenham tido acesso<br />
a gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> dados, restrito <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvedores a dados pessoais e a ferramenta<br />
que permite às pessoas visualizarem<br />
os apps que utilizaram, não empolgaram. A<br />
mensagem-chave foi repetida em entrevistas<br />
a veículos como CNN.<br />
36 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Daniella Bianchi: “Precisamos ver como o Facebook vai respon<strong>de</strong>r à crise<br />
Mincheff: “A marca nunca consegue reassumir controle”<br />
No dia 25, oito dias após o início da crise,<br />
o Facebook <strong>de</strong>cidiu veicular um anúncio<br />
em veículos <strong>de</strong> mídia impressa, como<br />
forma <strong>de</strong> se atrelar à reputação <strong>de</strong>sse meio<br />
e recuperar a sua. Três jornais norte-americanos<br />
e seis britânicos estamparam um<br />
pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas em que o Facebook reconhecia<br />
ter responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteger<br />
informações pessoais e que, se não conseguisse,<br />
não seria merecedor <strong>de</strong> ter os dados.<br />
Outras medidas práticas foram tornar<br />
o controle <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> e a eliminação <strong>de</strong><br />
dados mais fáceis para o usuário.<br />
Além da pressão que vem da imprensa e<br />
dos usuários, a empresa tem <strong>de</strong> lidar com<br />
as opiniões das outras empresas da nova<br />
economia. Tim Cook, presi<strong>de</strong>nte da Apple,<br />
afirmou que passou da hora <strong>de</strong> se regular o<br />
Facebook. Elon Musk retirou as páginas <strong>de</strong><br />
suas empresas, SpaceX e Tesla Motors, do<br />
Facebook. E Brian Acton, cofundador do<br />
WhatsApp, hoje empresa <strong>de</strong> Zuckerberg,<br />
propagou a hashtag <strong>de</strong>letefacebook. Até a<br />
revista Playboy pegou carona e pulou fora<br />
da re<strong>de</strong>, por causa do vazamento <strong>de</strong> dados<br />
C<br />
pessoais, e também pelas restrições às fotos<br />
com nu<strong>de</strong>z. A pressão também vem forte M<br />
dos governos. O Parlamento Britânico con-vocou<br />
Zuckerberg a se explicar sobre o va-<br />
CM<br />
zamento <strong>de</strong> dados, mas, a princípio, ele não<br />
MY<br />
comparecerá. A Fe<strong>de</strong>ral Tra<strong>de</strong> Commission,<br />
dos Estados Unidos, <strong>de</strong>cidiu investigar a<br />
CY<br />
empresa sobre o vazamento <strong>de</strong> dados para a<br />
Cambridge Analytica. E, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> algumas<br />
K<br />
semanas, Zuckerberg <strong>de</strong>ve ir ao Congresso<br />
americano para esclarecer o escândalo.<br />
CMY<br />
terbrand. Mas a comunicação da empresa,<br />
que no começo subestimou o potencial do<br />
problema, foi fundamental para a BP nunca<br />
mais aparecer no ranking novamente.<br />
“Esse caso do Facebook tomou um curso<br />
próprio e terá atualizações diárias. Nesse<br />
momento, em que houve um sumiço nos<br />
primeiros dias, eles já per<strong>de</strong>ram o controle<br />
da informação. Mas na questão da recupe-<br />
Jornal PropMark.pdf 1 16/10/2017 14:27:58<br />
“Uma questão como essa afeta a construção<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da marca. Elas precisam<br />
ter um propósito bem <strong>de</strong>finido e compromisso<br />
<strong>de</strong> valores”, reforça Daniella Bianchi,<br />
da Interbrand. Ela aponta empresas que<br />
passaram por situações semelhantes, como<br />
a Toyota, que, em 2009, teve uma grave crise<br />
sobre a qualida<strong>de</strong> dos freios <strong>de</strong> seus veículos,<br />
gerando um recall em massa. A empresa,<br />
no entanto, se recuperou. Em 2010,<br />
a BP (British Petroleum) enfrentou a crise<br />
do <strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> óleo no Golfo do México.<br />
Era uma marca forte no ranking da Inração<br />
futura, a primeira coisa é que o presi<strong>de</strong>nte<br />
precisa estar bastante presente e<br />
esclarecer o que está ocorrendo. No segundo<br />
momento, será necessária uma comunicação<br />
consistente sobre o andamento da<br />
questão e abrir canais <strong>de</strong> diálogo. Inclusive,<br />
precisam permitir que o usuário possa ligar<br />
para eles e enten<strong>de</strong>r a questão”, recomenda<br />
Ronald Mincheff, da Talquimy.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 37
MArCAs<br />
Lucas Figueiredo/Divulgação<br />
Amistoso entre Brasil e Alemanha, no último dia 27, ren<strong>de</strong>u ativações personalizadas e campanhas; Gabriel Jesus (à direita) foi protagonista das ações nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
Anunciantes começam contagem<br />
regressiva para a Copa do Mundo<br />
Patrocinadores aproveitam os amistosos e período pré-torneio para<br />
<strong>de</strong>spertar emoção na torcida e resgatar confiança na seleção brasileira<br />
Danúbia Paraizo<br />
Os passageiros que chegavam<br />
ao Aeroporto <strong>de</strong> Congonhas<br />
na última terça-feira<br />
(27) receberam a seguinte mensagem<br />
pelos alto-falantes: em<br />
comemoração ao pentacampeonato<br />
da seleção brasileira, cinco<br />
voos da ponte aérea Rio-São<br />
Paulo da Gol foram rebatizados<br />
com os anos das conquistas do<br />
Brasil: 1958, 1962, 1970, 1994 e<br />
2002. O otimismo em relação<br />
ao hexa fez com que a companhia<br />
também rebatizasse um<br />
sexto voo com o nome <strong>2018</strong>.<br />
A ação, que distribuiu aos<br />
passageiros réplicas das camisas<br />
utilizadas em cada título,<br />
bem como convidou jogadores<br />
que fizeram parte da história<br />
do futebol aos voos, marcou o<br />
início das comemorações da<br />
patrocinadora da seleção. A<br />
menos <strong>de</strong> 100 dias para o mundial,<br />
a estratégia <strong>de</strong> mobilizar a<br />
torcida durante o pré-Copa tem<br />
orientado o trabalho dos anunciantes.<br />
Os amistosos, em especial,<br />
se tornaram ocasião i<strong>de</strong>al<br />
para as marcas trabalharem<br />
atributos <strong>de</strong> valor.<br />
A vitória brasileira contra<br />
a algoz Alemanha na semana<br />
passada, por exemplo, foi o momento<br />
perfeito para a Brahma<br />
reforçar sua confiança na seleção<br />
e resgatar o “Nº 1”, um dos<br />
principais símbolos da cerveja.<br />
É o que explica Pedro Adamy,<br />
diretor <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> Brahma.<br />
“Estampamos no Mineirão<br />
e nos arredores do Maracanã a<br />
mensagem O Nº 1 voltou, como<br />
uma homenagem da única cerveja<br />
presente em todas as Copas<br />
para a única pentacampeã<br />
do mundo. Junto com a ação,<br />
colocamos no ar, nacionalmente,<br />
mais um filme que lembra<br />
como nos sentimos nas conquistas<br />
da seleção”. A campanha<br />
é assinada pela Africa.<br />
O sentimento <strong>de</strong> confiança e<br />
empolgação diante da expectativa<br />
do hexa dá o tom dos <strong>de</strong>mais<br />
patrocinadores oficiais da<br />
Copa. Segundo Roberto Gnypeck,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marke-<br />
A vitóriA<br />
brAsileirA contrA<br />
A Algoz AlemAnhA,<br />
nA semAnA<br />
pAssAdA, foi o<br />
momento perfeito<br />
pArA A brAhmA<br />
38 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Itaú convoca a torcida a se reunir; campanha da DM9DDB terá <strong>de</strong>sdobramentos no digital com uma websérie com o técnico Tite trazendo os bastidores do filme<br />
ting do McDonald’s, o objetivo<br />
da empresa é preparar a torcida<br />
por meio <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> campanha<br />
que traduz a emoção, a<br />
alegria e a brasilida<strong>de</strong> do futebol<br />
nacional. Dentre as ações,<br />
reuniu Neymar Jr. e Anitta num<br />
filme da DPZ&T que abriu o calendário<br />
<strong>de</strong> ativações da marca.<br />
A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast food também<br />
convocou o pequeno Davi<br />
Lucca, filho <strong>de</strong> Neymar, para a<br />
nova campanha que divulga a<br />
promoção Prepara a Emoção. O<br />
projeto vai selecionar crianças<br />
para entrar em campo na partida<br />
Brasil x Costa Rica, no dia 22<br />
<strong>de</strong> junho.<br />
respeito e CredibilidA<strong>de</strong><br />
Protagonista do amistoso entre<br />
Brasil x Alemanha na semana<br />
passada, Gabriel Jesus, autor<br />
do gol que ren<strong>de</strong>u a vitória ao<br />
Brasil, ganhou os holofotes da<br />
Vivo, patrocinadora da seleção<br />
e do craque. Ao comemorar seu<br />
gol, o jogador correu pelo campo<br />
imitando um telefonema.<br />
A operadora aproveitou o momento<br />
para brincar em suas re<strong>de</strong>s<br />
sociais fazendo um meme<br />
<strong>de</strong> Jesus “ligando” para dona<br />
Vera, mãe do atleta.<br />
“Em novembro lançamos o<br />
conceito #joguejunto, que permeará<br />
toda nossa comunicação.<br />
Com ele trazemos um novo<br />
olhar sobre o tema, valorizando<br />
as pessoas que são craques <strong>de</strong><br />
todos os dias, e os craques do<br />
campo, que se mostram mais<br />
próximos <strong>de</strong> seus fãs com as interações<br />
que têm em suas re<strong>de</strong>s<br />
sociais”, explica Marina Daineze,<br />
diretora <strong>de</strong> imagem e comunicação<br />
da Vivo.<br />
Além <strong>de</strong> Jesus e Neymar, o<br />
técnico Tite também <strong>de</strong>sponta<br />
como embaixador <strong>de</strong> marcas<br />
que alicerçam suas ações em<br />
atributos como respeito, união<br />
e espírito <strong>de</strong> equipe. Andréa<br />
Mello, diretora <strong>de</strong> marketing<br />
corporativo e <strong>de</strong> consumer<br />
Brahma resgatou confrontos passados entre Brasil e Alemanha para comemorar vitória brasileira em amistoso na semana passada<br />
Passageiros da Gol embarcaram uniformizados em voos históricos da ponte aérea<br />
Neymar Jr. e o filho Davi Lucca estrelam pela primeira vez campanha para o torneio<br />
electronics da Samsung Brasil,<br />
explica a escolha do treinador<br />
como embaixador da marca em<br />
campanha assinada pela Cheil<br />
Brasil. “Dentro do novo posicionamento<br />
global Do What<br />
You Can’t, lançamos em março<br />
a campanha Samsung é Mais<br />
Jogo, que é composta por uma<br />
série <strong>de</strong> três ví<strong>de</strong>os com o Tite.<br />
A comunicação mostra o treinador<br />
enfatizando que o futebol<br />
ensina a superar situações<br />
adversas na vida e a dar a volta<br />
por cima”.<br />
Com a missão semelhante <strong>de</strong><br />
tomar “emprestado” atributos<br />
<strong>de</strong> Tite, o Itaú está no ar com<br />
sua Preleção, em que convida<br />
a torcida a se reunir e voltar a<br />
confiar na seleção.<br />
Segundo Paulo Coelho, copresi<strong>de</strong>nte<br />
e CCO da DM9DDB,<br />
a campanha resgata valores<br />
como respeito, <strong>de</strong>dicação, espírito<br />
<strong>de</strong> grupo, que servem<br />
<strong>de</strong> inspiração para todos os<br />
brasileiros. Em breve, a agência<br />
prepara uma websérie com<br />
Tite trazendo os bastidores da<br />
campanha.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39
MaRcas<br />
Re<strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ro<br />
expan<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />
e fora do país<br />
Divulgação<br />
Fundada em 2005 pelo chef paranaense<br />
Junior Durski, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> restaurantes<br />
Ma<strong>de</strong>ro tem realizado nos últimos anos<br />
uma forte ampliação no país. Em 2017, a<br />
companhia faturou R$ 510 milhões e, atualmente,<br />
conta com 118 pontos <strong>de</strong> vendas espalhados por 13<br />
estados e uma loja em Miami, nos Estados Unidos.<br />
Nesta entrevista, Durski comenta sobre a abertura<br />
<strong>de</strong> novas lojas no Brasil e no exterior, sobre a nova<br />
comunicação da marca e do plano <strong>de</strong> inaugurar<br />
mais quatro novas empresas este ano com o<br />
foco em praças <strong>de</strong> alimentação. Veja a seguir<br />
os principais trechos da entrevista.<br />
Junior Durski: “A maior publicida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>mos ter é o boca a boca”<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
DifeRencial<br />
Acredito que a marca faz sucesso<br />
porque tem qualida<strong>de</strong>. O<br />
Ma<strong>de</strong>ro entrega aquilo que se<br />
propõe a entregar. Essa é a espinha<br />
dorsal do negócio. Atualmente<br />
trabalhamos com 118<br />
restaurantes, em 13 estados, e<br />
para <strong>2018</strong> a meta é abrir mais 50<br />
lojas. Já abrimos sete, então, só<br />
faltam 43 pontos. As cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Brasília<br />
e Belo Horizonte, geralmente,<br />
são as mais contempladas,<br />
pois, por estarmos mais próximos,<br />
otimiza o nosso trabalho.<br />
Mas vamos subindo a outras regiões<br />
do país, como o Nor<strong>de</strong>ste<br />
e o Norte, on<strong>de</strong> inauguraremos<br />
um restaurante em Manaus.<br />
expansão inteRnacional<br />
Já temos um restaurante na<br />
Ocean Drive, em Miami, nos<br />
Estados Unidos, e a expansão<br />
internacional está nos planos<br />
da companhia. Vamos abrir<br />
este ano uma nova unida<strong>de</strong> na<br />
região da Brickell, fora da zona<br />
turística, para que possamos<br />
medir a satisfação do consumidor<br />
local e aten<strong>de</strong>r o público<br />
que mora e trabalha por ali.<br />
Para o futuro, antes da expansão<br />
internacional em diversos<br />
países, queremos ampliar nos<br />
Estados Unidos. Mas, primeiro,<br />
vamos cuidar do nosso<br />
quintal, aqui no Brasil, que vai<br />
muito bem, e <strong>de</strong>pois investir<br />
mais lá fora.<br />
concoRRência<br />
Fico muito feliz em ver que<br />
muitas hamburguerias abriram<br />
no Brasil, pois fomos os precursores<br />
no setor. Acho isso<br />
muito saudável. Mas nós temos<br />
<strong>de</strong> dividir as hamburguerias <strong>de</strong><br />
bairro <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> nacional.<br />
O nosso principal negócio são<br />
shoppings centers e as marcas<br />
pequenas precisam ter uma<br />
renda gran<strong>de</strong> para entrar neste<br />
negócio. No Brasil, há mais <strong>de</strong><br />
600 shoppings e nós estamos<br />
em cerca <strong>de</strong> 100, ou seja, há<br />
muito espaço para crescer. Até<br />
mesmo nas estradas com os<br />
containers fica difícil competir,<br />
pois uma marca pequena não<br />
é conhecida e dificilmente vai<br />
atrair tanto público.<br />
slogan pRovocativo<br />
Quando criamos o slogan<br />
Ma<strong>de</strong>ro The Best Burger in<br />
The World queríamos provocar.<br />
Agora estamos mudando.<br />
Utilizando as mesmas palavras<br />
da tradução O Ma<strong>de</strong>ro<br />
faz o melhor hambúrger do<br />
mundo, começamos a assinar<br />
O hambúrguer do Ma<strong>de</strong>ro faz<br />
o mundo melhor. Então este<br />
será o nosso investimento no<br />
social, pois cuidamos <strong>de</strong> diversas<br />
instituições, no orgânico,<br />
cuidando do saudável, na<br />
construção limpa, que são os<br />
“Quando criamos o<br />
slogan Ma<strong>de</strong>ro The<br />
BesT Burger in The<br />
World Queríamos<br />
provocar. agora<br />
estamos mudando”<br />
containers, e no cuidado dos<br />
nossos funcionários.<br />
coMunicação<br />
Nunca fizemos uma campanha<br />
tradicional. Estamos agora<br />
com uma websérie produzida<br />
pela Trip que traz ao longo <strong>de</strong><br />
seus episódios a nossa história.<br />
Nós não precisamos inventar<br />
nada para falar sobre o Ma<strong>de</strong>ro,<br />
então, só vamos contar a história<br />
da nossa cozinha central, <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> veio a receita da maionese,<br />
do nosso palmito e como cuidamos<br />
dos nossos funcionários.<br />
Sempre pensamos que a maior<br />
publicida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>mos ter<br />
é o boca a boca, então, vamos<br />
pegar uma boa parte dos nossos<br />
investimentos <strong>de</strong> marketing e<br />
aplicar cada vez mais no cliente<br />
para que ele tenha a melhor experiência.<br />
Os filmes da websérie<br />
estão nas re<strong>de</strong>s sociais da marca<br />
e serão veiculados nos cinemas<br />
e em canais <strong>de</strong> TV fechada.<br />
novas MaRcas<br />
Acabamos <strong>de</strong> inaugurar um<br />
novo restaurante, que se chama<br />
Jerônimo, em Curitiba, Porto<br />
Alegre e Brasília, que é uma<br />
hamburgueria que possui um<br />
preço 25% menor que o Ma<strong>de</strong>ro,<br />
pois não tem serviço e o cliente<br />
faz seu pedido por um totem <strong>de</strong><br />
autoatendimento ou aplicativo.<br />
Em <strong>abril</strong> vamos inaugurar duas<br />
outras marcas: A sanduicheria,<br />
Dunge e Vó Maria.<br />
40 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
AGêNCIAS<br />
“Não queremos<br />
sobreviver, mas<br />
puxar a agenda”<br />
Divulgação<br />
Marcia Esteves assumiu a presidência da<br />
Grey Brasil, sendo a primeira mulher<br />
no cargo da re<strong>de</strong> no país. Ela dividia a<br />
função com Rodrigo Jatene, que assumirá<br />
posição na re<strong>de</strong> nos Estados Unidos. Adriano Matos<br />
assume como VP <strong>de</strong> criação e respon<strong>de</strong> diretamente<br />
a Marcia. E essas <strong>de</strong>vem ser as únicas mudanças no<br />
time. “Não vamos mexer muito no time que está<br />
ganhando”, diz. Na agência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2014, ela foi COO<br />
e copresi<strong>de</strong>nte. No novo <strong>de</strong>safio, celebra a integração<br />
da conta <strong>de</strong> Itambé, com a conquista do digital, e<br />
<strong>de</strong>staca o caráter transformador da Grey, que acredita<br />
no equilíbrio e busca o novo. Acompanhe<br />
a seguir os principais trechos da entrevista.<br />
Marcia Esteves: ”A Grey não tem medo <strong>de</strong> mudar, <strong>de</strong> fazer diferente”<br />
jÉSSICA OLIVEIRA<br />
MUDANÇA<br />
O processo foi natural. A Grey<br />
é uma network integrada. Temos<br />
contato com todos os mercados,<br />
trabalhamos juntos. A<br />
cultura da agência fomenta integração<br />
e troca <strong>de</strong> expertises.<br />
A gente vem fazendo um trabalho<br />
consistente no Brasil, que<br />
acaba dando visibilida<strong>de</strong> para<br />
os executivos. Surgiu a oportunida<strong>de</strong><br />
do Jatene ir para um dos<br />
escritórios da re<strong>de</strong>. Trabalhamos<br />
nos últimos meses nessa<br />
transição. Acordamos que era<br />
um bom momento, dado que<br />
a Grey já está em um caminho<br />
certo, bem posicionada, e agora<br />
temos os <strong>de</strong>safios naturais<br />
do negócio para continuar em<br />
crescimento. E para ele é uma<br />
oportunida<strong>de</strong> interessante. Foi<br />
tudo transparente. Jatene já<br />
está em um processo <strong>de</strong> mudança.<br />
E tudo certo por aqui.<br />
EQUIPE<br />
Não vamos mexer no time<br />
que está ganhando. Ano passado<br />
a Grey teve o melhor ano da<br />
história no Brasil, tanto em inspiração<br />
criativa quanto em negócios.<br />
Ganhamos mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
marcas, fomos a sexta agência<br />
mais premiada do país e clientes<br />
conquistaram resultados<br />
históricos. Acreditamos que<br />
estamos em um caminho cer-<br />
to. Vamos fazer uma transição<br />
natural. Adriano Matos, que era<br />
o braço direito do Jatene, já estava<br />
envolvido em todos os planos<br />
e projetos da agência com<br />
clientes e com a visão estratégica,<br />
assume a criação. Vamos<br />
seguindo o jogo, continuar expandindo<br />
ofertas e melhorando<br />
os serviços para cada vez mais<br />
atingir os objetivos dos negócios<br />
e dos nossos clientes.<br />
SOZINHA<br />
Não dividir a presidência foi<br />
um processo natural. Na re<strong>de</strong><br />
e na estrutura no Brasil, enten<strong>de</strong>mos<br />
que a agência não precisava<br />
ter uma dupla, dado que o<br />
caminho e o board estão <strong>de</strong>senhados.<br />
Em relação a ser uma<br />
presi<strong>de</strong>nte mulher, temos conquistado<br />
nossos espaços gradativamente.<br />
Vamos ter cada<br />
vez mais igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros,<br />
mulheres que possam opinar.<br />
Acreditamos na complementarida<strong>de</strong>.<br />
Não é só mulher, não<br />
é só homem. Buscamos equilíbrio<br />
na Grey, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> quem está à frente.<br />
Acreditamos que a troca <strong>de</strong><br />
pensamentos e a discordância<br />
fazem com que a criativida<strong>de</strong><br />
aflore. O nosso trabalho é criativo.<br />
E isso não po<strong>de</strong> mudar.<br />
“Faltava um<br />
cliente para<br />
ter o contrato<br />
digital e Fazer<br />
a integração:<br />
acabamos <strong>de</strong><br />
consolidar itambé<br />
no digital”<br />
cia sólida, que se adapta muito<br />
rápido às mudanças. 100 anos<br />
parece pouco, mas no mercado<br />
<strong>de</strong> comunicação, olha o tanto<br />
que transformou nos últimos 5<br />
anos. Imagina em 100! A Grey<br />
não tem medo <strong>de</strong> mudar, <strong>de</strong> fazer<br />
diferente para ser melhor.<br />
Faz parte da nossa cultura. A<br />
gente abraça a mudança e a tecnologia.<br />
Não queremos sobreviver,<br />
mas puxar a agenda para<br />
se <strong>de</strong>senvolver e não ficar preso<br />
a mo<strong>de</strong>los antigos. Na América<br />
Latina, sou a primeira presi<strong>de</strong>nte<br />
mulher no Brasil. Isso vem<br />
<strong>de</strong> encontro a não ter medo <strong>de</strong><br />
estabelecer novos mo<strong>de</strong>los e<br />
<strong>de</strong> acreditar que quando abraçamos<br />
a mudança apren<strong>de</strong>mos<br />
e fazemos. A Grey foi pioneira<br />
em formatos, mo<strong>de</strong>los... a gente<br />
muda, experimenta e troca<br />
experiências. Esse é mais um<br />
PARA FRENTE<br />
A Grey como networking fez<br />
100 anos em 2017. É uma agenexemplo<br />
<strong>de</strong> que vamos atrás do<br />
novo sem medo.<br />
SIGNIFICADO<br />
Estou muito feliz pelo Jatene,<br />
é um amigo <strong>de</strong> muitos anos,<br />
que eu admiro e respeito. E estou<br />
superfeliz e honrada por<br />
assumir essa posição, que <strong>de</strong><br />
alguma forma representa tudo<br />
que eu sempre batalhei junto<br />
com a equipe. A Grey tem, na<br />
minha crença, os melhores profissionais<br />
do país. É o resultado<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100 pessoas trabalhando<br />
juntas, <strong>de</strong> clientes e<br />
parceiros acreditando no nosso<br />
trabalho. Estou muito realizada<br />
e, <strong>de</strong> forma absolutamente humil<strong>de</strong>,<br />
aceito esse <strong>de</strong>safio, <strong>de</strong><br />
levar a Grey ao top 10 do mercado,<br />
continuar fazendo trabalho<br />
que gere resultado para os<br />
clientes. Eu adoro ter <strong>de</strong>safios,<br />
me motivo mais. E busco <strong>de</strong>ixar<br />
as pessoas motivadas e felizes<br />
para fazer a diferença.<br />
CARTEIRA<br />
Estamos em fase final <strong>de</strong><br />
concorrência <strong>de</strong> alguns clientes.<br />
E faltava um cliente para ter<br />
o contrato digital e fazer a integração.<br />
Acabamos <strong>de</strong> consolidar<br />
Itambé no digital, já tínhamos<br />
offline. Era a última marca<br />
que faltava. Tem sido um ano<br />
especial. Entramos <strong>2018</strong> com<br />
Hino<strong>de</strong>, Bung, Avante... Esperamos<br />
ter novida<strong>de</strong> mês a mês.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41
Paulo Macedo<br />
Benchmark global <strong>de</strong> oferta<br />
<strong>de</strong> café multissabores em<br />
cápsulas por meio <strong>de</strong> máquinas<br />
especiais, a Nespresso acaba <strong>de</strong><br />
fazer uma mudança estratégica<br />
na sua comunicação <strong>de</strong> marketing<br />
no país. O anunciante passa<br />
a concentrar na VML, que<br />
cuidava exclusivamente dos<br />
conteúdos digitais, também a<br />
sua agência <strong>de</strong> ATL. O negócio<br />
estava na carteira <strong>de</strong> clientes<br />
da WMcCann, mas a <strong>de</strong>cisão<br />
contempla apenas o mercado<br />
brasileiro. A re<strong>de</strong> McCann permanece<br />
com a conta global do<br />
anunciante.<br />
A primeira campanha da<br />
VML nesse novo formato para a<br />
Nespresso é Morning, que será<br />
lançada no próximo dia 10. O<br />
processo criativo vai <strong>de</strong>stacar<br />
a presença do líquido no dia a<br />
dia das pessoas, mas o CEO da<br />
agência, Fernando Taralli, preagêNcias<br />
Divulgação<br />
VML assume conta<br />
integral da marca<br />
Nespresso no país<br />
O executivo Fernando Taralli, CEO da agência VML, assume a comunicação integral da marca Nespresso e fala que visão holística está ajudando na conquista <strong>de</strong> novos negócios<br />
Negócio estava sob a gestão da WMCann e primeira ação 360º assinada<br />
pela nova fornecedora é Morning, programada para este mês <strong>de</strong> <strong>abril</strong><br />
fere não <strong>de</strong>talhar <strong>de</strong>vido ao ambiente<br />
competitivo que o produto<br />
passou a ter após a quebra<br />
da patente. O que ele diz é que<br />
esse segmento pe<strong>de</strong> inovação,<br />
como o lançamento recente da<br />
versão gelada, batizada <strong>de</strong> Iced<br />
Coffee, que mereceu a casa conceito<br />
Summer House, instalada<br />
na Av. Europa, em São Paulo. A<br />
i<strong>de</strong>ia surgiu a partir dos posts<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais dos chamados<br />
brand lovers e sustentam o<br />
engajamento da marca nesses<br />
canais da internet.<br />
Na verda<strong>de</strong>, a VML está<br />
se <strong>de</strong>scolando cada vez mais<br />
do rótulo <strong>de</strong> agência digital.<br />
Além da Nespresso, a agência<br />
já anunciara a chegada da grupo<br />
taiwanês TPV (Top Victory<br />
Electronics), fabricante das telas<br />
que equipam os monitores<br />
da Philips e AOC, marcas que<br />
integram seu portfólio <strong>de</strong> produtos.<br />
A Gren<strong>de</strong>ne Kids é outro<br />
cliente 360º, assim como a<br />
“É um caminho<br />
natural na era<br />
do business<br />
intelligence (bi).<br />
se o consumidor<br />
pensa <strong>de</strong> forma<br />
integrada,<br />
sem dissociar<br />
canais, por que a<br />
publicida<strong>de</strong> vai<br />
ser dividida?”<br />
Bridgestone, Docol, GoDaddy,<br />
Ministério Público do Estado<br />
<strong>de</strong> São Paulo, Recovery e a recém-chegada<br />
SomUp, esta exclusivamente<br />
ATL (Above the<br />
Line).<br />
De acordo com Taralli, assim<br />
como o muro que dividia o<br />
ATL e o BTL (Below the Line),<br />
a comunicação só faz sentido<br />
quando o olhar é integrado,<br />
sem fronteiras <strong>de</strong> mídia ou até<br />
<strong>de</strong> ações sem mídia, como foi<br />
o caso da Summer House para<br />
a Nespresso. “Tudo é complementar<br />
e o que direciona<br />
a criação e a mídia é o pensamento<br />
integrado. É um caminho<br />
natural na era do business<br />
intelligence (BI). Se o consumidor<br />
pensa <strong>de</strong> forma integrada,<br />
sem dissociar canais, por que a<br />
publicida<strong>de</strong> vai ser dividida? A<br />
VML quer ser reconhecida por<br />
esse comportamento e visão<br />
holística da comunicação”, enfatiza<br />
Taralli.<br />
42 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
AGÊNCIAS<br />
Lew’Lara cria Loja da Corrupção<br />
para promover O Mecanismo<br />
Série do Netflix aborda a Lava Jato<br />
com olhar <strong>de</strong> ficção e realida<strong>de</strong><br />
Paulo Macedo<br />
Ação diferenciada para promover<br />
a série O Mecanismo,<br />
uma produção do Netflix,<br />
com criação assinada pela<br />
Lew’Lara\TBWA, a Loja da Corrupção<br />
chamou a atenção <strong>de</strong><br />
quem transitou pelo Aeroporto<br />
<strong>de</strong> Brasília na semana passada.<br />
Inspirada em maneirismos<br />
usados por corruptos para escon<strong>de</strong>r<br />
dinheiro <strong>de</strong>sviado do<br />
po<strong>de</strong>r público na Operação Lava<br />
Jato, a loja tinha cuecas, por<br />
exemplo, com bolsos para evitar<br />
o contato do dinheiro sujo<br />
com a genitália. A série causou<br />
polêmica, sob a acusação <strong>de</strong> <strong>de</strong>-<br />
turpar falas <strong>de</strong> políticos.<br />
“Entre no esquema, mas não<br />
saia da moda com a Loja da Corrupção”,<br />
diz o ví<strong>de</strong>o postado na<br />
página do Netflix no Facebook.<br />
Além da cueca doleira, a loja<br />
promocional exibe itens como<br />
um manual <strong>de</strong> <strong>de</strong>lação premiada,<br />
dicionário <strong>de</strong> corruptos,<br />
gravata filmadora e um salto/<br />
gravador para registrar áudios<br />
comprometedores “sem <strong>de</strong>scer<br />
do salto”. Também chamaram a<br />
atenção as capas para tornozeleiras<br />
com os mo<strong>de</strong>los Hawaii,<br />
com flores vermelhas e brancas;<br />
onça (“para combinar com<br />
maços <strong>de</strong> notas <strong>de</strong> R$ 50”) e<br />
Gold (para <strong>de</strong>sfilar no tribunal).<br />
Instalada no Aeroporto <strong>de</strong> Brasília, loja com artigos para corruptos chama a atenção<br />
Divulgação<br />
4.0<br />
Curadoria:<br />
Ethevaldo<br />
Siqueira<br />
O JORNALISMO<br />
EXPONENCIAL<br />
O impacto da 4ª revolução industrial<br />
na comunicação está no mídia.JOR<br />
Ao mesmo tempo em que colocam em xeque mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio tradicionais,<br />
novas tecnologias criam possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento exponencial. Inteligência<br />
artificial, big data, drones, sensores, impressão 3D, interfaces <strong>de</strong> voz, realida<strong>de</strong><br />
virtual e realida<strong>de</strong> aumentada prometem mudar a forma como atuam empresas e<br />
profissionais dos mais variados setores, incluindo o jornalismo.<br />
O mídia.JOR 4.0 tem como tema “O Jornalismo Exponencial”.<br />
Estudantes pagam meia e todos os professores inscritos<br />
terão entrada gratuita. Vagas limitadas!<br />
6 <strong>de</strong> <strong>abril</strong>, em<br />
São Paulo-SP<br />
Inscreva-se ou confirme<br />
ja seu cre<strong>de</strong>nciamento pelo site<br />
www.portalimprensa.com.br/midiajor<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 43
marketinG & neGócios<br />
Imilian/iStock<br />
Ganância ou<br />
ignorância?<br />
O comportamento e os atos do<br />
Facebook representam falta <strong>de</strong> respeito<br />
Rafael Sampaio<br />
Mais do que a simples ganância por po<strong>de</strong>r<br />
e dinheiro soma-se a ignorância<br />
que a ganância cria ao esquecer um ponto<br />
básico do mundo dos negócios: a ética. O<br />
comportamento e os atos do Facebook nos<br />
últimos anos têm sido <strong>de</strong> uma sistemática<br />
falta <strong>de</strong> respeito com seus consumidores,<br />
seus anunciantes e seus acionistas.<br />
Não se trata apenas do escândalo mais<br />
recente, <strong>de</strong> repercussões globais, da esperteza<br />
da obtenção <strong>de</strong> dados e <strong>de</strong> seu mau<br />
uso por parte da CA - Cambridge Analytica,<br />
mas <strong>de</strong> uma longa sequência que revela<br />
uma forma <strong>de</strong> fazer negócios que se veste<br />
com o nome <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, mas é a melhor<br />
tradução <strong>de</strong> ganância por po<strong>de</strong>r. O último<br />
<strong>de</strong>les a gerar perplexida<strong>de</strong> havia sido<br />
em setembro passado, quando o Facebook<br />
foi flagrado pela 10ª vez em um ano com<br />
o fato <strong>de</strong> que havia erro nos números que<br />
divulgava em termos <strong>de</strong> sua audiência e<br />
outros aspectos <strong>de</strong>ssa plataforma, como o<br />
fato <strong>de</strong> alegar atingir 41 milhões <strong>de</strong> americanos<br />
entre 18 e 24 anos enquanto toda a<br />
população daquele país nessa faixa etária<br />
não passava <strong>de</strong> 31 milhões.<br />
Seu fundador e principal executivo,<br />
Mark Zuckerberg <strong>de</strong>morou 5 dias para falar<br />
após a eclosão do atual escândalo e disse<br />
bem menos do que <strong>de</strong>via. Na real, os fatos<br />
eram do seu conhecimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2015,<br />
mas ele e seus comandados, na prática, não<br />
fizeram nada a não ser mandar um comunicado<br />
burocrático – e não checado – para<br />
que a CA apagasse os dados dos 50 milhões<br />
<strong>de</strong> usuários.<br />
Em matéria <strong>de</strong> capa, a The Economist pegou<br />
pesado, após lembrar que o fundador<br />
do Facebook mantém o controle das ações<br />
com direito a voto: “O episódio se encaixa<br />
em um padrão estabelecido <strong>de</strong> negligência<br />
em relação à privacida<strong>de</strong>, tolerância à imprecisão<br />
e relutância em admitir erros”.<br />
Também não se <strong>de</strong>ve esquecer que a<br />
primeira ação do Facebook e da CA foi a<br />
<strong>de</strong> tentar impedir, com ameaças legais, a<br />
publicação da matéria pelo The Guardian.<br />
Sabe-se que a CA não é a única <strong>de</strong>senvolvedora<br />
<strong>de</strong> apps a fazer o que fez e a caixa <strong>de</strong><br />
pandora da maior mídia social do planeta<br />
po<strong>de</strong> revelar uma explosão <strong>de</strong> maus-feitos.<br />
Aliás, o Facebook não é a única mídia digital<br />
a fazer bobagem. Muita gente aposta<br />
que o Google, a maior <strong>de</strong> todas, é um queijo<br />
suíço <strong>de</strong> furos. Recentemente, o Google<br />
disse que fez ajustes para cumprir o GDPR<br />
- Regulamento Geral <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> Dados<br />
europeu (que será obrigatório a partir <strong>de</strong><br />
maio próximo), mas silenciou em relação<br />
ao restante do mundo. O Facebook agora<br />
fala que a adoção <strong>de</strong>sses parâmetros será<br />
global. A conferir.<br />
Vale lembrar que no começo <strong>de</strong>ste ano o<br />
Twitter havia sido flagrado <strong>de</strong> calças curtas<br />
pela falta <strong>de</strong> controle na criação <strong>de</strong> perfis<br />
falsos e da anabolização <strong>de</strong> sua audiência.<br />
Será o começo do fim do faroeste na mídia<br />
digital, como alguns mais afobados estão<br />
se perguntando? Com certeza, não. A <strong>de</strong>ontologia<br />
dos megalí<strong>de</strong>res <strong>de</strong>ssa área está<br />
muito longe dos padrões dos <strong>de</strong>mais meios<br />
e nem eles nem o mercado publicitário parecem<br />
muito dispostos, neste momento, a<br />
mudar essa situação.<br />
O que leva a outra questão importante e<br />
incômoda: o que os anunciantes e agências<br />
e suas políticas <strong>de</strong> compliance estão fazendo?<br />
A rigor, eles não <strong>de</strong>veriam colocar sua<br />
publicida<strong>de</strong> nesses meios inconfiáveis.<br />
A solução <strong>de</strong>sse grave problema, que seria<br />
um resgate da mídia digital, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
todos, inclusive dos governos ao redor do<br />
mundo. Se o mercado publicitário falhar<br />
em fazer sua parte, governos agirão e isso<br />
será muito pior, porque reduzirá a liberda<strong>de</strong><br />
do uso responsável do digital – inclusive<br />
pelas empresas tradicionais <strong>de</strong> mídia, que<br />
ao longo dos anos apren<strong>de</strong>ram que a ganância<br />
por negócios tem <strong>de</strong> estar subordinada<br />
ao máximo respeito aos consumidores e à<br />
velha máxima que a melhor esperteza é a<br />
da honestida<strong>de</strong>.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
44 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
arena do esporte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
Fotos: Divulgação<br />
endorfina criativa<br />
Comecei a competir no Pa<strong>de</strong>l<br />
em nível profissional há dois<br />
anos com o meu irmão. Muitas<br />
vezes os horários ficam limitados, mas,<br />
felizmente, possuo certa flexibilida<strong>de</strong>.<br />
Como eu trabalho em contato direto com<br />
os Estados Unidos e há diferença <strong>de</strong> fuso<br />
horário, basicamente, meus treinos se<br />
concentram no período da manhã. Todo<br />
o envolvimento com o esporte já nos ren<strong>de</strong>u<br />
o título Paulista e o Brasileiro.”<br />
Vitor Martins, diretor da<br />
Razer para América Latina<br />
Vem pra rua<br />
A rua será mais uma vez arquibancada da torcida durante a Copa do Mundo. Prova disso<br />
são os preparativos para a Football Para<strong>de</strong>, exposição ao ar livre que trará 70 bolas<br />
gigantes personalizadas por artistas plásticos, em São Paulo. O projeto é assinado pela<br />
Global Football Experience, plataforma <strong>de</strong> projetos, conteúdos e experiências, que<br />
prepara também outros atrativos para o mundial. Entre eles, competições <strong>de</strong> embaixadinhas,<br />
amistosos e até congresso sobre futebol. O carro-chefe do projeto, no entanto,<br />
é a exposição a céu aberto, que po<strong>de</strong>rá ser vista em locais icônicos, como Avenida<br />
Paulista, Parque do Ibirapuera e Aeroporto <strong>de</strong> Guarulhos, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> junho a 15 <strong>de</strong> julho.<br />
Os artistas Ricardo Munhoz (foto) e Paula Portella marcarão presença com suas obras.<br />
Em breve, outros nomes serão confirmados pela organização.<br />
aten<strong>de</strong>ndo a pedidos<br />
A Havaianas <strong>de</strong>cidiu inovar em sua estratégia<br />
<strong>de</strong> marketing. A marca quer dividir espaço entre<br />
o ambiente <strong>de</strong> praia e piscina com as pistas<br />
<strong>de</strong> automobilismo e acaba <strong>de</strong> anunciar seu<br />
patrocínio à equipe Sahara Force India.<br />
O apoio veio para aten<strong>de</strong>r pedidos dos próprios<br />
seguidores da marca nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />
que chamaram a atenção para a semelhança<br />
entre o halo dos carros <strong>de</strong> corrida e das famosas<br />
tiras da sandália. “Com essa parceria, os<br />
fãs da velocida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão sentir a presença<br />
do verão brasileiro nas pistas com a melhor<br />
representante - principalmente num ano em<br />
que não teremos nenhum brasileiro correndo”,<br />
disse Marcio Utsch, CEO da Alpargatas.<br />
A estreia oficial ocorreu no Grand Prix da Austrália,<br />
realizado em 25 <strong>de</strong> março, momento<br />
em que a Havaianas começou a veicular em<br />
suas re<strong>de</strong>s sociais campanha da AlmapBBDO<br />
anunciando a novida<strong>de</strong>.<br />
CaraVana do esporte<br />
Pelo segundo ano consecutivo, o Grupo Globo começou as visitas<br />
aos 20 clubes da Série A do Brasileirão. No Media Day, os times<br />
abrem seus centros <strong>de</strong> treinamento e estádios, como o Corinthians<br />
(foto), para que os canais esportivos da re<strong>de</strong> captem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> imagens<br />
dos jogadores para a escalação nos jogos até ví<strong>de</strong>os para projetos <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d content. Segundo Bianca Maksud, diretora <strong>de</strong> marketing<br />
e esporte do grupo, o Media Day é um formato utilizado no mercado<br />
internacional, que foi implementado por aqui para fortalecer a<br />
relação com os clubes. Até <strong>abril</strong>, a equipe vai entrevistar jogadores,<br />
elaborar chamadas, campanhas e materiais promocionais. São Paulo,<br />
Santos e Flamengo são os próximos agendados.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 45
wE<br />
mkt<br />
Enfim, o biochip<br />
“Inteligência é a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> adaptar-se à mudança”.<br />
Stephen Hawking<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Tudo começou no ano <strong>de</strong> 1971. A Intel<br />
revela e coloca disponível no mercado<br />
o microchip 4004 – unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento<br />
com 4-bits, criação <strong>de</strong> um <strong>de</strong><br />
seus funcionários, Ted Hoff.<br />
A partir daí, nunca mais, o mundo foi<br />
e será o mesmo.<br />
Projetado originalmente para calculadoras,<br />
rapidamente o 4004 passou a ser<br />
utilizado para outras finalida<strong>de</strong>s e em<br />
outros gadgets.<br />
Nos anos em que antece<strong>de</strong>ram a chegada<br />
do 4004, um dos fundadores da<br />
Intel, Gordon More, na época diretor <strong>de</strong><br />
pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento da Fairchild,<br />
mais especificamente em 1965,<br />
conce<strong>de</strong>u uma entrevista à revista Eletronic<br />
Magazine, edição especial <strong>de</strong> 30<br />
anos, em que arriscou seu prognóstico:<br />
“O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> processamento dos computadores<br />
dobrará a cada 12 meses, enquanto<br />
o tamanho dos processadores,<br />
assim como seus preços, cairá pela meta<strong>de</strong>”.<br />
Acertou na mosca!<br />
relhos, equipamentos, mais recentemente<br />
às coisas, e, finalmente, começa<br />
a fazer parte do kit básico <strong>de</strong> todo o ser<br />
humano.<br />
No ano passado, sem alar<strong>de</strong>s, sem<br />
muitas discussões, finalmente, foi aprovado<br />
o implante <strong>de</strong> chips em seres humanos.<br />
Isso mesmo, no Brasil.<br />
No projeto original, essa possibilida<strong>de</strong><br />
só era prevista nos casos em que houvesse<br />
<strong>de</strong>terminação judicial.<br />
Assim, <strong>de</strong>vidamente aprovado pela<br />
Comissão <strong>de</strong> Segurança Pública e Combate<br />
ao Crime Organizado, passa pela<br />
aprovação da Comissão <strong>de</strong> Cidadania e<br />
Justiça, indo direto para o Senado, on<strong>de</strong><br />
também <strong>de</strong>verá ser aprovado.<br />
A partir <strong>de</strong>sse momento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />
autorizado pela própria pessoa, o microchip<br />
finalmente passa a ser implantado<br />
nos brasileiros, sob a pele, no espaço situado<br />
entre o indicador e o polegar, com<br />
o tamanho <strong>de</strong> um pequeno grão <strong>de</strong> arroz,<br />
no formato <strong>de</strong> cápsula, construída<br />
com vidro bio<strong>de</strong>gradável para prevenir<br />
eventual rejeição.<br />
Itsabbey94/iStock<br />
Naquele 4004, no espaço correspon<strong>de</strong>nte<br />
a uma unha, comprimiam-se<br />
2.300 transistores. Hoje, pouco mais <strong>de</strong><br />
45 anos <strong>de</strong>pois, o chip <strong>de</strong> um iPhone ou<br />
Samsung Galaxy é 1.300 vezes mais rápido<br />
que o computador presente na Apolo<br />
11, que levou o homem à Lua em 1969.<br />
Apenas dois anos antes do nascimento<br />
do Ultra Mega Master Super Definitivamente<br />
Disruptivo 4004.<br />
E no correr <strong>de</strong>sses 46 anos, o 4004<br />
mais seus filhos, netos e bisnetos foram<br />
a<strong>de</strong>ntrando-se em todos os cantos e buracos<br />
possíveis e inimagináveis.<br />
E dando vida a infinitos gadgets, apa-<br />
Enfim, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017, mais que na hora,<br />
superada a penúltima barreira para que<br />
o microchip passe a fazer parte <strong>de</strong> nossa<br />
rotina, testemunhe e registre os acontecimentos<br />
<strong>de</strong> nossas vidas.<br />
Isso é bom, é ruim, é ótimo é péssimo?<br />
Tanto quanto todas as <strong>de</strong>mais coisas.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo exclusivamente <strong>de</strong> nós!<br />
Da <strong>de</strong>stinação que nossas cabeças <strong>de</strong>rem<br />
a essa extraordinária conquista da<br />
humanida<strong>de</strong>.<br />
Que o melhor juízo, a fundamental<br />
humilda<strong>de</strong> e a inteligência sensível e socialmente<br />
responsável orientem todas as<br />
nossas <strong>de</strong>cisões.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
46 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
curtas<br />
Produtora <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />
content Bufalos ganha<br />
base interna na Youse<br />
Fotos: Divulgação<br />
Após criar um laboratório <strong>de</strong> conteúdo<br />
interno, a Youse, plataforma <strong>de</strong> venda<br />
<strong>de</strong> seguros online da Caixa Seguradora,<br />
anunciou uma parceria com a produtora<br />
Bufalos. “Acreditamos que produzir conteúdo<br />
se tornou uma prática relevante para<br />
o mercado, que busca por informação <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong>. Isto tem tomado um lugar <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque na comunicação entre as marcas<br />
e seus consumidores”, diz Leandro Claro,<br />
CMO da Youse. “Temos uma gran<strong>de</strong> paixão<br />
por produzir conteúdo, e acreditamos que<br />
esta é a melhor estratégia para uma marca<br />
se conectar com o público”, afirma Carina<br />
Mazarotto, head <strong>de</strong> conteúdo da Bufalos.<br />
Formam a base da Bufalos na Youse o<br />
editor <strong>de</strong> conteúdo Alberto Cataldi, a vi<strong>de</strong>omaker<br />
Marcela Sevilla, a repórter Déborah<br />
Angelini e a <strong>de</strong>signer Letícia Melli.<br />
Em pé, Claro, Letícia, Cataldi e Guilber Hidaka (diretor da Bufalos); sentadas, Carina, Déborah e Marcela<br />
HuMor inCEntiva doaçõES<br />
Trump ilustra campanha do Exército da Salvação<br />
A <strong>de</strong>cepção com um presente inspira<br />
a campanha do Exército <strong>de</strong> Salvação,<br />
assinada pela WMcCann. Com bastante<br />
bom humor, as peças mostram que o que<br />
não serve para alguns po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
utilida<strong>de</strong> para outros, como um chapéu<br />
<strong>de</strong> mexicano para Donald Trump ou uma<br />
camiseta “eu amo Nova York” para Kim<br />
Jong-un. “Como o Exército <strong>de</strong> Salvação<br />
arrecada objetos em bom estado, procuramos<br />
lembrar as pessoas que talvez elas<br />
tenham algum presente ou qualquer outra<br />
coisa boa em casa que não é usada apenas<br />
porque elas não gostam, não se i<strong>de</strong>ntificam<br />
ou esqueceram em algum canto”, conta<br />
Eiji Kozaka, diretor <strong>de</strong> criação da agência.<br />
MarkEting BESt dEfinE Júri<br />
Foram <strong>de</strong>finidos os jurados da 31ª edição<br />
do Prêmio Marketing Best. O julgamento<br />
será presidido pelo jornalista Jomar Pereira<br />
da Silva Roscoe, da Alap (Associação<br />
Latino-Americana <strong>de</strong> Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>),<br />
pela terceira vez consecutiva. O júri<br />
é composto por Décio Clemente, presi<strong>de</strong>nte<br />
da DClemente&Associados; Francisco<br />
Madia <strong>de</strong> Souza, presi<strong>de</strong>nte do MadiaMundoMarketing<br />
e da Abramark (Aca<strong>de</strong>mia<br />
Brasileira <strong>de</strong> Marketing); João <strong>de</strong> Simoni<br />
So<strong>de</strong>rini Ferracciù, presi<strong>de</strong>nte do Grupo De<br />
Simoni; e José Estevão Cocco, presi<strong>de</strong>nte<br />
da J.Cocco Comunicação.<br />
glaMour PrEMia MulHErES<br />
O Prêmio Geração Glamour – Women<br />
of the Year chega à sua quarta edição<br />
elegendo as mulheres mais inspiradoras<br />
<strong>de</strong> 2017. A premiação, que ocorre nesta<br />
quarta (4), em São Paulo, está com nova<br />
roupagem, assim como a revista, que passou<br />
por mudanças editoriais no último<br />
ano com a chegada da diretora <strong>de</strong> redação,<br />
Paula Merlo. “A i<strong>de</strong>ia é celebrar com<br />
autenticida<strong>de</strong>, homenagear <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />
as mulheres que nos acompanham nessa<br />
evolução e que fazem a revolução à sua<br />
maneira”, explica Paula.<br />
PEPPEry rEforça árEa dE Criação<br />
Kawahara, Maeda, Mono e Segundo<br />
O sócio e CCO da Peppery Astério Segundo<br />
ganhou reforço <strong>de</strong> três criativos para<br />
a equipe que li<strong>de</strong>ra. Para fazer dupla<br />
com o próprio CCO foi contratado Enio<br />
Kawahara como head of art da agência.<br />
A equipe ainda passa a contar com a nova<br />
dupla formada pelo diretor <strong>de</strong> arte Marcelo<br />
Maeda e o redator Diogo Mono. Maeda<br />
tem passagens pela mcgarrybowen, Heads,<br />
Master e Eugenio, aten<strong>de</strong>ndo contas como<br />
Adidas, TIM, Shopping Center Norte, Duratex,<br />
Claro e Banco do Brasil. Diogo Mono<br />
já trabalhou para mcgarrybowen, W/Brasil,<br />
Heads e Babel, com clientes como Bra<strong>de</strong>sco,<br />
Gren<strong>de</strong>ne, Hypermarcas, W/Torre e<br />
Fischer Price.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo,<br />
Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editora-assistente: Cristiane Marsola<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
Danúbia Paraizo (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />
Claudia Penteado (RJ)<br />
Editor <strong>de</strong> Arte: Adu nias Bis po da Luz<br />
Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />
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CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 47
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
A sempre elegante Costanza Pascolato, Maria Fernanda Cândido, Luciano Amado, fotógrafo <strong>de</strong> still do documentário Linhas do <strong>de</strong>sejo, e a diretora Paula Trabulsi, que comandou set <strong>de</strong> gravação n<br />
DESEJO<br />
A diretora Paula Trabulsi, que <strong>de</strong>ixou há cerca <strong>de</strong> três anos a Bossa<br />
Nova Films, on<strong>de</strong> era sócia, para se <strong>de</strong>dicar ao coletivo Asas.com.<br />
br., se prepara para lançar no segundo semestre <strong>de</strong>ste ano o documentário<br />
Linha do <strong>de</strong>sejo. A narrativa contempla os embates internos<br />
da personagem Ana Thereza, interpretada pela atriz Maria Fernanda<br />
Cândido, que também integra o grupo. Os jardins <strong>de</strong> Paris estão entre<br />
os cenários escolhidos. O set na capital francesa recebeu a visita <strong>de</strong><br />
Costanza Pascolato, que também participa do Asas com o sofá chat<br />
show Costanza & Marilu, exibido no YouTube e no Discovery <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
2014. O documentário é a primeira parte do projeto. Em seguida, Linhas<br />
do <strong>de</strong>sejo vai se transformar em um longa ficcional. Os projetos<br />
da Asas, como A imagem da tolerância, codirigido por Paula e Joana<br />
Mariani, já foram vistos por mais <strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong> pessoas.<br />
AUTORAL<br />
O diretor Alex Miranda, da Trator Filmes, também está à frente <strong>de</strong> trabalho<br />
autoral. Ele dirige Escadinha, a história <strong>de</strong> José Carlos dos Reis<br />
Encina. O filme, que será rodado no Rio, está em fase <strong>de</strong> captação <strong>de</strong><br />
recursos e é uma coprodução da Trator com a All Records.<br />
Alex Miranda vai li<strong>de</strong>rar o set <strong>de</strong> filmagem do longa sobre a vida <strong>de</strong> Escadinha<br />
48 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Fundador da AQKA, o executivo Ajaz Ahmed esteve em São Paulo, on<strong>de</strong> apresentou resultados <strong>de</strong> cases para a Nike e a Apple<br />
VISITA<br />
Ajaz Ahmed fundou a AKQA há cerca <strong>de</strong> duas décadas. A unida<strong>de</strong><br />
brasileira da agência, da qual é CEO global, o trouxe a uma visita<br />
para conhecer o estúdio montado na estrutura do escritório <strong>de</strong> São<br />
Paulo. Mas se pensou que a viagem era apenas social, teve <strong>de</strong> trabalhar<br />
um pouco. Os gestores da operação local, o português Hugo<br />
Veiga e o brasileiro Diego Machado, organizaram um workshop<br />
com clientes locais e funcionários para Ahmed <strong>de</strong>talhar os cases da<br />
Nike e da Apple, além <strong>de</strong> mostrar como a re<strong>de</strong> se posiciona globalmente<br />
e sua visão sobre o futuro da comunicação mercadológica.<br />
A AQKA também está ativando o Cannes Lions <strong>2018</strong> com o projeto-<br />
-proprietário Future Lions, iniciado há 13 anos. Os projetos vencedores<br />
serão anunciados em uma cerimônia no Palais <strong>de</strong>s Festivals<br />
<strong>de</strong> Cannes. O tema <strong>de</strong>ste ano é Create tomorrow e está aberto a teses<br />
sobre inteligência artificial, blockchain, interfaces inteligentes<br />
e as novas regras <strong>de</strong> energia. Nicolai Smith, diretor <strong>de</strong> criação da<br />
agência e vencedor do Future Lions, explica. “A i<strong>de</strong>ia é encorajar<br />
os estudantes a escolherem um caminho mais emocionante,<br />
que abraça a <strong>de</strong>scoberta, o pensamento revolucionário e o liberta<br />
do passado. É um convite para a nova geração mostrar i<strong>de</strong>ias às<br />
principais organizações criativas do mundo”. As inscrições estão<br />
abertas até o dia 16 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> para estudantes do mundo todo no site<br />
www.futurelions.com.<br />
SEGUIDORES<br />
Uma das lí<strong>de</strong>res do<br />
mercado global <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>fensivos agrícolas,<br />
a Syngenta contabiliza<br />
1 milhão <strong>de</strong> seguidores<br />
no Facebook.<br />
ROCK<br />
O Sunset Motor Show,<br />
agendado para ocorrer<br />
em Ilhabela, em São<br />
Paulo, entre 24 e 27 <strong>de</strong><br />
maio, terá show <strong>de</strong> rock<br />
da banda TomCats. Mas o<br />
repertório também vai ter<br />
reggae, pop e até MPB.<br />
IMOBILIÁRIO<br />
No próximo dia 9, o<br />
Estadão, em parceria com<br />
o Secovi, realiza o Summit<br />
Imobiliário Brasil no<br />
WTC, em São Paulo para<br />
discutir o futuro do setor.<br />
a capital francesa no início <strong>de</strong> <strong>2018</strong><br />
CONTRATO<br />
A atriz e apresentadora Maisa<br />
Silva, do elenco do SBT, além <strong>de</strong><br />
influencer digital com mais <strong>de</strong><br />
12 milhões <strong>de</strong> seguidores no seu<br />
perfil do Instagram, renovou<br />
seu compromisso <strong>de</strong> embaixadora<br />
da marca Gren<strong>de</strong>ne Kids na<br />
temporada <strong>de</strong> <strong>2018</strong>. Ela esteve<br />
na VML, com as equipes <strong>de</strong> planejamento<br />
estratégico e criação,<br />
para conhecer os projetos com<br />
antecedência. O contrato é respaldado<br />
por uma pesquisa conduzida<br />
pela própria agência que<br />
concluiu que a teenager “tem<br />
uma rara capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicar<br />
<strong>de</strong> forma efetiva com toda<br />
a família, das crianças a adolescentes<br />
e os pais”.<br />
Maisa Silva tem a<strong>de</strong>rência junto aos adolescentes e agrega valor à Gren<strong>de</strong>ne Kids<br />
FAKE NEWS<br />
O fenômeno é tão grave<br />
que o executivo Paulo<br />
Leal, diretor da Zoomin.<br />
TV no Brasil, acaba <strong>de</strong><br />
lançar um canal no<br />
YouTube com o nome<br />
<strong>de</strong> True News.<br />
MASSA<br />
Fabricantes <strong>de</strong> biscoitos,<br />
massas e bolos estão<br />
animados e esperam<br />
crescer 3% este ano,<br />
mas preço do trigo,<br />
em elevação, po<strong>de</strong><br />
frustrar o plano.<br />
FICÇÃO<br />
O Mecanismo, série da<br />
Netflix com direção <strong>de</strong><br />
José Padilha, recebe<br />
acusação <strong>de</strong> <strong>de</strong>turpar<br />
história da Lava Jato.<br />
Ficção ou realida<strong>de</strong>?<br />
jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 49
última página<br />
EHStock/iStock<br />
Cada um no<br />
seu quadrado<br />
Claudia Penteado<br />
saída <strong>de</strong> alguns gran<strong>de</strong>s jornais <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />
sociais como o Facebook talvez se-<br />
A<br />
ja, afinal <strong>de</strong> contas, um ajuste necessário<br />
neste gran<strong>de</strong> vale-tudo em que se transformou<br />
a internet. E po<strong>de</strong> não ser <strong>de</strong> todo<br />
ruim. Um dos equívocos que passaram o<br />
ocorrer no mundo das notícias é que as pessoas<br />
se habituaram a transformar as re<strong>de</strong>s<br />
sociais em fonte quase que única e exclusiva<br />
<strong>de</strong> informações - no lugar <strong>de</strong> enxergá-las<br />
essencialmente como espaço para cultivar<br />
relações com amigos.<br />
Um estudo do MIT, o Massachusetts<br />
Institute of Tecnology, que analisou 126<br />
mil boatos e notícias falsas espalhadas no<br />
Twitter ao longo <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> 11 anos,<br />
<strong>de</strong>scobriu que a fake news foi<br />
e continua sendo (muito) mais<br />
compartilhada por pessoas do<br />
que notícias reais, sugerindo que<br />
a curiosida<strong>de</strong>, a criativida<strong>de</strong> e a<br />
originalida<strong>de</strong> das notícias falsas<br />
costumam atrair mais do que<br />
a vida real. Notícias falsas têm<br />
uma propensão 70% maior <strong>de</strong><br />
serem retuitadas do que notícias<br />
verda<strong>de</strong>iras.<br />
Nas re<strong>de</strong>s sociais há <strong>de</strong> tudo<br />
um pouco - até informações confiáveis - e<br />
a enxurrada <strong>de</strong> fake news e outros absurdos<br />
só ganhou esta dimensão porque em algum<br />
ponto <strong>de</strong>ssa história nos recostamos na ca<strong>de</strong>ira<br />
da passivida<strong>de</strong> e passamos a esperar<br />
que o mundo <strong>de</strong>rramasse sobre nós informações<br />
interessantes, a cada segundo, on<strong>de</strong><br />
estivermos. Quando foi que nos tornamos<br />
essas criaturas preguiçosas, incapazes <strong>de</strong><br />
procurar as fontes mais bacanas para as informações<br />
que nos interessam, nos lugares<br />
a<strong>de</strong>quados, <strong>de</strong>ixando as re<strong>de</strong>s sociais para<br />
os besteiróis, os contatos pessoais, as fotos<br />
e ví<strong>de</strong>os <strong>de</strong> bichinhos, as opiniões pessoais<br />
e as discussões mais subjetivas?<br />
Demos peso <strong>de</strong>mais a plataformas <strong>de</strong><br />
conteúdo que nunca mereceram todo esse<br />
crédito, pois nunca provaram merecer 100%<br />
“Demos peso<br />
Demais a<br />
plataformas<br />
De conteúDo<br />
que nunca<br />
mereceram<br />
toDo esse<br />
créDito”<br />
da nossa confiança, não é mesmo? O próprio<br />
Mark Zuckerberg anunciou, no início<br />
<strong>de</strong>ste ano, sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> priorizar conteúdos<br />
publicados por familiares e amigos dos<br />
usuários, no lugar dos <strong>de</strong> marcas, empresas,<br />
meios <strong>de</strong> comunicação. Ele não está errado:<br />
esta sempre foi, afinal <strong>de</strong> contas, a essência<br />
da re<strong>de</strong> social.<br />
Até bem pouco tempo, sempre buscávamos<br />
as informações que nos interessavam<br />
in loco: em jornais e revistas impressos, em<br />
uma <strong>de</strong>terminada rádio, na programação <strong>de</strong><br />
um canal <strong>de</strong> TV, nos sites jornalísticos favoritos,<br />
nos blogs <strong>de</strong> colunistas <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />
assunto. Proponho, em meio a tantos<br />
escândalos e polêmicas, que voltemos<br />
ao básico, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> terceirizar nossas<br />
escolhas e buscando a informação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> ela realmente está.<br />
E checando sua veracida<strong>de</strong>. Sem<br />
preguiça!<br />
Outro dia, lendo o artigo <strong>de</strong><br />
Farhad Manjoo, do NYT, sobre<br />
sua experiência <strong>de</strong> <strong>de</strong>splugar<br />
completamente das muitas fontes<br />
<strong>de</strong> notícias que costumava<br />
acompanhar no mundo digital<br />
para concentrar sua atenção<br />
nas versões impressas <strong>de</strong> seus<br />
jornais favoritos, foi interessante<br />
acompanhar alguns fenômenos que se passaram<br />
com ele. Em primeiro lugar, a troca<br />
do “apocalipse da informação” por fontes<br />
analógicas lhe permitiu ler mais livros, e ser<br />
um pai e marido mais presente. Ele também<br />
afirma ter aprendido muito sobre as armadilhas<br />
das notícias online, e como evitá-las.<br />
Uma <strong>de</strong>las é, sem dúvida, se fiar nos comentários<br />
sobre as notícias, muitas vezes mais<br />
do que nas notícias em si - quem nunca cometeu<br />
este erro que atire a primeira pedra.<br />
É claro que ninguém precisa ler somente<br />
a versão impressa dos jornais para se manter<br />
informado, mas o meu ponto é: priorizar<br />
Facebook, Twitter e outras re<strong>de</strong>s como fontes<br />
<strong>de</strong> informação foi o grave erro que cometemos,<br />
valorizando velocida<strong>de</strong> no lugar<br />
da qualida<strong>de</strong>. É tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar!<br />
50 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Um bilhão <strong>de</strong> pesquisas.<br />
400 milhões <strong>de</strong> downloads.<br />
3 tendências marcantes.<br />
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