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edição de 2 de abril de 2018

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propmark.com.br<br />

ano 53 - Nº 2689 - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> r$ 15,00<br />

XtockImages/iStock<br />

brasil ven<strong>de</strong> imagem <strong>de</strong> país mo<strong>de</strong>rno<br />

Is event odis volore cusda quatem.<br />

assim como outros países, o brasil divulga sua marca no exterior para atrair turistas. Des<strong>de</strong> 2005, quando<br />

foi lançada a marca brasil, a embratur faz campanhas <strong>de</strong> comunicação, ações <strong>de</strong> marketing e até <strong>de</strong> pr para<br />

passar imagem <strong>de</strong> país mo<strong>de</strong>rno, alegre e hospitaleiro. em 2017, mais estrangeiros vieram para cá. pág. 12<br />

grey ganha conta<br />

DIgItaL De Itambé<br />

Presi<strong>de</strong>nte e primeira<br />

mulher no cargo na<br />

re<strong>de</strong> no país, Marcia<br />

Esteves comenta<br />

conquista da Itambé.<br />

Executiva assumiu<br />

o comando total<br />

da agência. pág. 41<br />

consumIDor quer<br />

maIs De shoppIngs<br />

Mariana Carvalho, do<br />

Grupo Ancar Ivanhoe,<br />

se mantém atenta às<br />

transformações do<br />

varejo. Ela <strong>de</strong>staca o<br />

interesse dos consumidores<br />

por experiências.<br />

pág. 22<br />

nespresso DeIxa Wmcann e vmL assume<br />

a comunIcação IntegraL Da marca<br />

Com a campanha Morning, que será lançada no<br />

próximo dia 10, a marca Nespresso inicia trabalho<br />

exclusivo com a VML. Segundo Fernando<br />

Taralli, a agência busca criar reputação sem<br />

fronteiras entre digital e ATL. Entre as contas<br />

nesse formato total estão Philips e AOC. pág. 42<br />

anuncIantes Investem no<br />

esquenta para o munDIaL<br />

A menos <strong>de</strong> cem dias para Copa<br />

da Rússia, patrocinadores aproveitam<br />

amistosos do Brasil para<br />

fazer campanhas. A da Brahma<br />

(foto), criada pela Africa, reforça<br />

o conceito Nº 1. Tite e Neymar<br />

<strong>de</strong>spontam como embaixadores<br />

das marcas. pág. 38


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

<strong>de</strong>pois da Páscoa<br />

Na casa dos meus pais, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> italianos, costumava-se<br />

repetir um bordão da velha “Bota”, através do qual se justificava<br />

uma promessa ou expectativa não cumprida: “Depois da Páscoa”.<br />

Assim acontecia, por exemplo, quando eu e os meus irmãos (mais velhos<br />

que eu, mas todos ainda crianças) pedíamos algo que não cabia no<br />

restrito orçamento doméstico da família: “Depois da Páscoa”.<br />

Tratava-se <strong>de</strong> um costume trazido por nossos avós, que não significava<br />

uma engabelação. É que no Velho Continente o ano realmente não<br />

começava, até a época em que lá viveram, a partir <strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> janeiro. O<br />

inverno rigoroso restringia as ativida<strong>de</strong>s profissionais não só ao ar livre,<br />

como em ambientes fechados, porém sem calefação, fazendo o dinheiro<br />

correr pouco até a Páscoa.<br />

Como o leitor bem sabe, a data coincidiu com a ressurreição <strong>de</strong> Cristo,<br />

mas já existia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios dos tempos, marcando a saída do<br />

povo ju<strong>de</strong>u do Egito (pesakh, passagem).<br />

Isso é História. Na prática, <strong>de</strong>vido ao início da primavera no Hemisfério<br />

Norte, o povo sai às ruas e os pequenos negócios, aqueles que<br />

sustentam gran<strong>de</strong> parte da população local, voltam a se realizar <strong>de</strong><br />

forma acentuada.<br />

Daí então a promessa para os pedidos não atendidos no inverno: “Depois<br />

da Páscoa”. Nem sempre se cumpriam, mas boa parte <strong>de</strong>les era<br />

atendida em virtu<strong>de</strong> das condições então propícias.<br />

Por mera coincidência, pois na Terra <strong>de</strong> Santa Cruz o inverno, além <strong>de</strong><br />

ser mais ameno, cai no meio do ano, temos <strong>de</strong> acreditar na melhora tão<br />

esperada por todos os brasileiros, que <strong>de</strong>verá atingir mais em cheio as<br />

ativida<strong>de</strong>s econômicas... <strong>de</strong>pois da Páscoa.<br />

Aqui no Brasil, no atual momento, vislumbramos a retomada do <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

a bem da verda<strong>de</strong> já iniciada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo do ano,<br />

mas agora prometendo recompensar todos os que souberam esperar e<br />

contribuem, cada um em sua trincheira, para a ativação dos negócios<br />

<strong>de</strong> uma forma geral.<br />

O PROPMARK é um jornal que, perto <strong>de</strong> completar 53 anos <strong>de</strong> circulação<br />

ininterrupta em maio, <strong>de</strong>dica-se a narrar, registrar e comentar as<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todo o hoje vasto ferramental do marketing, com <strong>de</strong>staque<br />

maior para a propaganda, por se tratar da mais atraente das suas<br />

funções e até por ter, curiosamente e <strong>de</strong> uma certa forma, surgida bem<br />

antes do imenso guarda-chuva do próprio marketing.<br />

Este nosso <strong>de</strong>stino jornalístico nos autoriza a afirmar que o país voltará<br />

a <strong>de</strong>slanchar a partir <strong>de</strong> agora, prosseguindo <strong>de</strong> forma acentuada um<br />

ciclo, na verda<strong>de</strong>, como já dissemos, iniciado meses atrás.<br />

Para que possamos, porém, ultrapassar nossos atuais limites, será necessária<br />

a colaboração da vida política nacional, com a participação na<br />

campanha eleitoral prestes a se iniciar oficialmente, <strong>de</strong> postulantes<br />

sérios e bem-intencionados, além <strong>de</strong> extremamente preparados para<br />

comporem a direção e o consequente <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> um gigantesco país<br />

que <strong>de</strong> há muito espera por isso.<br />

Torço para que a população esteja bem mais amadurecida do que em<br />

eleições passadas, quando tivemos escolhas finais infelizes, que culminaram<br />

na situação grotesca que tanto nos afetou.<br />

É da maior importância que a escolha dos novos governantes, em outubro,<br />

recaia sobre mulheres e homens capazes <strong>de</strong> bem cumprir com a<br />

missão a eles entregue pelas urnas. Nossa recusa a messiânicos, sejam<br />

<strong>de</strong> quais crenças e colorações i<strong>de</strong>ológicas forem, <strong>de</strong>ve ser a chave para<br />

possibilitarmos atingimento <strong>de</strong> um país que todos queremos. E, mais<br />

que isso, tanto necessitamos.<br />

***<br />

Bem a propósito <strong>de</strong> tudo o que acima está dito, permito-me chamar a<br />

sua atenção, leitora e leitor do PROPMARK, para a matéria <strong>de</strong>sta edição<br />

assinada pela jornalista Cristiane Marsola, <strong>de</strong>stacando ter ficado para<br />

trás a imagem do país apenas sambista, futebolista e carnavalesco.<br />

Claro que conservamos e queremos que isso dure para sempre, essas<br />

nossas preferências, mas há hoje muito mais no Brasil, um país que,<br />

embora com as suas contradições, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar mo<strong>de</strong>rno, alegre<br />

e hospitaleiro, além <strong>de</strong> extremamente <strong>de</strong>senvolvido em regiões que<br />

tiveram as benesses <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s escolas, hospitais, meios <strong>de</strong> transporte<br />

e <strong>de</strong> comércio e indústria abrangentes e progressistas.<br />

Registre-se nesse particular as reveladoras campanhas assinadas pela<br />

Embratur no exterior, incrementando a marca Brasil e passando para os<br />

povos por elas atingidos a imagem <strong>de</strong> um país verda<strong>de</strong>iramente mo<strong>de</strong>rno.<br />

Há um dado que reflete o bom efeito <strong>de</strong>sse esforço: em 2017, o número<br />

<strong>de</strong> turistas estrangeiros que nos visitaram aumentou consi<strong>de</strong>ravelmente<br />

em relação ao ano anterior.<br />

***<br />

Um dos assuntos do momento na mídia mundial tem sido o vazamento<br />

<strong>de</strong> dados <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> usuários do Facebook. Nesta edição, a matéria<br />

sobre o mesmo revela a sua possível extensão e os cuidados que <strong>de</strong>vem<br />

ser tomados pela empresa responsável por esse ainda disputado meio<br />

digital para que filtre, com a urgência e o rigor necessários, esse inconveniente<br />

vazamento.<br />

Se isso não ocorrer, ou ocorrer apenas para acalmar momentaneamente<br />

os usuários mais exaltados, voltando ao ponto <strong>de</strong> partida logo <strong>de</strong>pois,<br />

a marca e a eficácia do uso das suas funções correrão sérios riscos<br />

<strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>.<br />

***<br />

Ainda estão abertas as inscrições para as agências concorrerem ao Colunistas<br />

São Paulo 2017/18. O júri será realizado no próximo dia 14. Mais<br />

informações com a Nanny, telefone (11) 2065-0753 ou e-mail nanny@<br />

editorareferencia.com.br.<br />

***<br />

Este Editorial é em homenagem à esplêndida campanha do Itaú sobre<br />

a participação do Brasil na Copa do Mundo na Rússia e os conceitos <strong>de</strong><br />

futebol e <strong>de</strong> equipe do exemplar Tite.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3


conexões<br />

Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 24<br />

a 29 <strong>de</strong> março)<br />

Post: Cinco dicas para criar histórias<br />

relevantes na Copa do Mundo<br />

“Muito bom.”<br />

Ale Campos<br />

Post: Quem Fez: seis campanhas<br />

que foram <strong>de</strong>staque na semana<br />

“Esse resumo da FT sem mídia, atendimento<br />

etc. é ridículo.”<br />

Rodolfo<br />

Post: Menina vence dragão em<br />

campanha da Johnson’s<br />

“Gostaria também. Minha filha não<br />

para <strong>de</strong> assistir...”<br />

Herbert Pereira<br />

cação digital <strong>de</strong> Frango Assado e<br />

Viena<br />

“Excelente matéria!”<br />

Rico Calfat<br />

Instagram<br />

Post: A @voegoloficial <strong>de</strong>u início<br />

às comemorações para a Copa<br />

convocando seus passageiros<br />

para a torcida. Cinco voos vão<br />

homenagear os títulos da seleção<br />

nesta terça (27). Todos os passageiros<br />

receberão réplicas das<br />

camisas referentes às conquistas<br />

<strong>de</strong> 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.<br />

#GolDoBrasil”<br />

“@evandroclaudino, veja que legal.”<br />

lucileneclaud<br />

Twitter<br />

Tweet: Facebook luta nos bastidores<br />

contra fuga <strong>de</strong> anunciantes<br />

“Facebook é tão anos 2000.”<br />

@chgsousa<br />

Tweet: “O PR é um trabalho <strong>de</strong><br />

muitas mãos e muitas cabeças”,<br />

diz Renata Zveibel<br />

“Com a palavra, o cliente! Em entrevista<br />

ao @PROPMARK, Renata Zveibel,<br />

da @HeinekenBR, afirma que ‘o<br />

PR é um trabalho <strong>de</strong> muitas mãos e<br />

muitas cabeças’’, sobre a estratégia<br />

<strong>de</strong> #RelaçõesPúblicas li<strong>de</strong>rada em<br />

conjunto com a B-M.”<br />

@BM_Brasil<br />

última Hora<br />

INDEPENDENTE<br />

Após hiato <strong>de</strong> um ano, está<br />

<strong>de</strong> volta o Red Bull Music<br />

Pulso. Começa nesta terçafeira<br />

(3), com encerramento<br />

marcado para o dia 28. São<br />

30 músicos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

que vão celebrar a música.<br />

O público po<strong>de</strong>rá ver o<br />

resultado <strong>de</strong>sses encontros<br />

por meio <strong>de</strong> palestras e<br />

shows gratuitos, sempre no<br />

espaço Red Bull Station, na<br />

região central <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Outras informações: www.<br />

redbull.com.br/pulso<strong>2018</strong>.<br />

PROGRAMAÇÃO<br />

A Rádio CBN apresenta sua<br />

nova programação a partir<br />

<strong>de</strong>sta segunda-feira (2) para<br />

os 90 milhões <strong>de</strong> ouvintes<br />

das suas quatro emissoras<br />

próprias e 31 afiliadas. O<br />

Jornal da CBN terá início às<br />

6h e encerramento às 10h.<br />

dorinHo<br />

SÉRIE<br />

O SBT, a Mixer Films e<br />

a Formatta Produções<br />

promovem <strong>de</strong>bate sobre<br />

a segunda temporada da<br />

série A Garota da Moto,<br />

em fase <strong>de</strong> produção, e<br />

sobre o novo projeto do<br />

canal, a série Z4, com a<br />

Disney e a Formatta. Será<br />

na quinta-feira (5) e terá a<br />

participação <strong>de</strong> Fernando<br />

Pelegio e Murilo Fraga,<br />

ambos do SBT, João Daniel<br />

Tikhomiroff (Mixer) e<br />

Daniela Busoli (Formatta).<br />

PREÇO<br />

A Drogaria Onofre, da<br />

holding CVS Health, lançou<br />

a campanha Onofre Zero<br />

com foco no reajuste <strong>de</strong><br />

medicamentos que será<br />

anunciado no fim do mês,<br />

pelo governo fe<strong>de</strong>ral.<br />

Criação é da DM9DDB.<br />

Post: Flávio Rocha sai da Riachuelo<br />

para concorrer à Presidência<br />

“Estamos bem mal <strong>de</strong> candidatos...”<br />

Luana<br />

Facebook<br />

Tweet: Facebook publica anúncio<br />

com pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas na Europa<br />

e EUA<br />

“#Facebook recorre à mídia tradicional<br />

para se <strong>de</strong>sculpar pelo escândalo<br />

do vazamento <strong>de</strong> dados.”<br />

@LidiaCWagner<br />

Post: Brasileiros vão comprar<br />

mais ovos <strong>de</strong> Páscoa este ano<br />

“Nem um pouco...”<br />

Nahyr Pereyra Rodriguez<br />

Post: “O PR é um trabalho <strong>de</strong> muitas<br />

mãos e muitas cabeças”, diz<br />

Renata Zveibel<br />

“Tenho muito orgulho <strong>de</strong> fazer parte<br />

disso e estar ao lado <strong>de</strong> gente que eu<br />

admiro <strong>de</strong>mais. É sensacional ver a<br />

nossa área crescendo, tomando a importância<br />

que realmente tem e sendo<br />

cada vez mais reconhecida como estratégica.<br />

Vamos lá, galera!”<br />

Nathalia Vechio<br />

“Renata, sensacional! Parabéns!”<br />

Bruno Bianchi<br />

Post: REF+ conquista a comuni-<br />

Tweet: Dia da Água prioriza <strong>de</strong>bate<br />

sobre acesso da população à<br />

fonte limpa<br />

“A Integer\OutPromo criou uma estratégia<br />

inédita para o programa<br />

Água Pura para Crianças, da P&G,<br />

que traz o Vlad, do canal Área Secreta,<br />

em uma ação <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />

inusitada.”<br />

@ELiveAssessoria<br />

Tweet: #AdReaction: Estudo avalia<br />

efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campanhas integradas<br />

“Você acha que vê mais publicida<strong>de</strong><br />

hoje do que três anos atrás? Dá uma<br />

olhada no que os brasileiros pensam<br />

sobre isso na nova edição do #AdReaction,<br />

da #KantarMillwardBrown, no<br />

@propmark.”<br />

@Kantar_BR<br />

4 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


mercado<br />

Festival levanta discussão sobre o<br />

impacto do blockchain nos negócios<br />

Evento reúne especialistas para <strong>de</strong>bater as mudanças que o banco<br />

<strong>de</strong> dados público e criptografado trará para empresas e profissionais<br />

JuSun/iStock<br />

O blockchain tem gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> crescimento já que é um sistema público, transparente e praticamente inviolável; evento em São Paulo discutirá tendências<br />

Cristiane Marsola<br />

rápida evolução da tecnologia,<br />

muitas vezes, faz com<br />

A<br />

que se manter atualizado seja<br />

<strong>de</strong>safio para diversas áreas. O<br />

blockchain é um dos temas que<br />

têm <strong>de</strong>spertado a curiosida<strong>de</strong><br />

dos profissionais, mas ainda<br />

não é tão conhecido e, por isso,<br />

o assunto vai ganhar um evento<br />

totalmente <strong>de</strong>dicado a ele,<br />

no dia 23 <strong>de</strong> maio, no Renaissance<br />

Hotel, em São Paulo.<br />

O Blockchain Festival, realizado<br />

pela agência <strong>de</strong> conteúdo<br />

TW Content, foi criado para<br />

ajudar o público a enten<strong>de</strong>r<br />

melhor o que é esse sistema seguro<br />

e transparente <strong>de</strong> armazenamento<br />

<strong>de</strong> dados. “Esse tema<br />

está muito em voga principalmente<br />

por causa das criptomoedas.<br />

A gente pensou em fazer<br />

um evento que mostrasse como<br />

as pessoas po<strong>de</strong>m enten<strong>de</strong>r o<br />

blockchain. É uma tecnologia<br />

que vai mudar a vida das pessoas”,<br />

explica Katia Militello,<br />

jornalista especializada em tecnologia,<br />

sócia da TW Content e<br />

organizadora do festival.<br />

Com o slogan Entenda como<br />

o blockchain vai revolucionar as<br />

empresas, o trabalho e o dia a<br />

dia <strong>de</strong> todos nós, o evento terá<br />

mesas-redondas sobre os impactos<br />

nos negócios, sobre a regulamentação<br />

<strong>de</strong>sse sistema e<br />

sobre como algumas empresas<br />

já usam essa tecnologia. O festival<br />

também vai oferecer painéis<br />

a respeito dos contratos inteligentes<br />

e da web <strong>de</strong>scentralizada.<br />

A programação po<strong>de</strong> ser<br />

conferida no site blockchainfestival.com.br.<br />

“A gente está focando muito<br />

em cases. Vários setores começaram<br />

a usar o blockchain. As<br />

pessoas que criaram as moedas<br />

digitais precisavam <strong>de</strong> um<br />

“A gente pensou em<br />

fAzer um evento<br />

que mostrAsse<br />

como As pessoAs<br />

po<strong>de</strong>m enten<strong>de</strong>r o<br />

blockchAin. É umA<br />

tecnologiA que<br />

vAi mudAr A vidA<br />

dAs pessoAs”<br />

sistema que transformasse o<br />

negócio em algo muito transparente,<br />

seguro e inviolável.<br />

Blockchain é um gran<strong>de</strong> banco<br />

<strong>de</strong> dados público, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m<br />

ser registrados vários tipos <strong>de</strong><br />

coisas. Futuramente, a gente<br />

po<strong>de</strong>rá fazer contratos <strong>de</strong> apartamentos,<br />

por exemplo, <strong>de</strong>ntro<br />

do blockchain”, afirma Katia.<br />

Entre os cases que <strong>de</strong>vem<br />

ser apresentados no festival<br />

está a moeda digital do BNDES.<br />

“O dinheiro físico circulando<br />

po<strong>de</strong> cair em mãos erradas.<br />

Tendo uma moeda digital e o<br />

blockchain, eles conseguem<br />

movimentar esse dinheiro <strong>de</strong><br />

forma mais segura e mais clara”,<br />

conta a organizadora do<br />

festival. A entida<strong>de</strong> Democracy<br />

Earth também <strong>de</strong>ve marcar<br />

presença no evento. “Eles<br />

fazem a verificação <strong>de</strong> eleição,<br />

por exemplo, para ver se não<br />

teve frau<strong>de</strong>”, diz.<br />

6 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


mercado<br />

Livro aborda regulação da publicida<strong>de</strong><br />

para as crianças no país e no mundo<br />

Publicação apresenta resultados <strong>de</strong> estudo sobre os princípios e os<br />

modos <strong>de</strong> operação dos sistemas em outros países, como a Inglaterra<br />

Felipe Turlão<br />

especial para o propMArK<br />

Com a meta <strong>de</strong> contribuir<br />

para o <strong>de</strong>bate sobre a regulação<br />

da publicida<strong>de</strong> infantil<br />

no Brasil, o programa Criança<br />

e Consumo, do Instituto Alana,<br />

se aliou à Andi – Comunicação<br />

e Direitos para lançar o livro<br />

Autorregulação da Publicida<strong>de</strong><br />

Infantil no Brasil e no Mundo,<br />

pela Editora Verbatim.<br />

A publicação apresenta os<br />

resultados <strong>de</strong> um estudo sobre<br />

os princípios estruturantes<br />

e os modos <strong>de</strong> operação dos<br />

sistemas autorregulatórios <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> infantil do Reino<br />

Unido, França, Austrália, Canadá<br />

e União Europeia. A captura<br />

<strong>de</strong> informações e a análise dos<br />

resultados foram feitas pela<br />

Harvard Law & International<br />

Development Society, a LIDS,<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Harvard<br />

(Estados Unidos).<br />

O foco da obra são as restrições<br />

impostas ao marketing<br />

<strong>de</strong> produtos alimentícios não<br />

saudáveis, através <strong>de</strong> conteúdos<br />

que discutem também as<br />

possíveis opções no cenário<br />

legal brasileiro e algumas iniciativas<br />

em curso promovidas<br />

por anunciantes e mercado publicitário.<br />

“O objetivo é suscitar<br />

o <strong>de</strong>bate e servir <strong>de</strong> referência<br />

para análise do que está sendo<br />

feito no Brasil”, explica Ekaterine<br />

Karageorgiadis, coor<strong>de</strong>nadora<br />

do programa Criança e<br />

Consumo, do Alana.<br />

A conclusão geral do livro é<br />

que existem muitos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

regulação construídos no mundo,<br />

e o brasileiro é diferente <strong>de</strong>les,<br />

já que, aqui, a questão da<br />

publicida<strong>de</strong> infantil é pautada<br />

por regras estatais, através da<br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral e outros<br />

mecanismos, e por uma autorregulamentação<br />

promovida em<br />

instâncias como o Conea (Conselho<br />

Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />

Publicitária). “O livro<br />

mostra como o sistema corregulatório,<br />

com regulamentação<br />

Ekaterine Karageorgiadis: livro mostra como sistema corregulatório funciona melhor quando há uma base legal<br />

estatal e autorregulamentação,<br />

funciona melhor quando há<br />

uma base legal para sustentar<br />

o mercado. Como é o caso que<br />

ocorre na Inglaterra”, explica. O<br />

Alana já havia apoiado o lançamento<br />

<strong>de</strong> outro livro há alguns<br />

anos, daquela vez com foco em<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regulação estatal.<br />

Uma das iniciativas brasileiras<br />

<strong>de</strong> autorregulamentação<br />

consi<strong>de</strong>radas bem-vindas, embora<br />

com algumas ressalvas<br />

<strong>de</strong> Ekaterine, é o recente Compromisso<br />

pela Publicida<strong>de</strong> Responsável<br />

para Crianças, em que<br />

a KPMG monitora se há publicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produtos que não atendam<br />

aos critérios nutricionais<br />

preestabelecidos para crianças<br />

menores <strong>de</strong> 12 anos.<br />

Onze empresas a<strong>de</strong>riram ao<br />

pacto e, <strong>de</strong> acordo com a análise<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, houve 100%<br />

“O ObjetivO é<br />

suscitar O <strong>de</strong>bate<br />

e servir <strong>de</strong><br />

referência para<br />

análise dO que<br />

está sendO feitO<br />

nO brasil”<br />

Divulgação<br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ao compromisso<br />

das peças veiculadas na televisão.<br />

O índice é <strong>de</strong> 97% em cinema,<br />

e 98,6% na internet.<br />

Uma das pon<strong>de</strong>rações da coor<strong>de</strong>nadora<br />

do Criança e Consumo<br />

é que a iniciativa proíbe<br />

apenas <strong>de</strong>terminados alimentos,<br />

quando todos os tipos<br />

<strong>de</strong>veriam evitar exposição às<br />

crianças.<br />

Durante o evento <strong>de</strong> lançamento<br />

do livro, realizado na<br />

semana passada, houve <strong>de</strong>bate<br />

envolvendo Isabella Henriques<br />

(diretora <strong>de</strong> Advocacy do Alana)<br />

e Veet Vivarta (consultor da<br />

ANDI), organizadores do livro,<br />

além <strong>de</strong> Calixto Salomão (professor<br />

da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo),<br />

Pedro Hartung (coor<strong>de</strong>nador do<br />

programa Priorida<strong>de</strong> Absoluta)<br />

e Ekaterine, autores do livro.<br />

8 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


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MErcado<br />

Elu! Live Marketing organiza em SP o<br />

festival Milkshake criado na Holanda<br />

O evento é voltado para o público LGBT, que já movimenta 10% do PIB,<br />

com R$ 418,9 bilhões; 30 mil pessoas <strong>de</strong>vem comparecer ao Anhembi<br />

Paulo Macedo<br />

Criado na Holanda pela Dol<br />

House, o Milkshake vai<br />

movimentar São Paulo em 2 <strong>de</strong><br />

junho, um dia antes da Parada<br />

do Orgulho LGBT.<br />

O core é a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gênero, mas com amor, respeito,<br />

tolerância e liberda<strong>de</strong>,<br />

nas palavras <strong>de</strong> Juliana Escandura,<br />

CEO da Elu! Live Marketing,<br />

que representa a franquia<br />

que explora o formato open-<br />

-min<strong>de</strong>d no mercado brasileiro.<br />

O line-up ainda está sendo<br />

montado, mas serão 16 horas<br />

<strong>de</strong> música nos ambientes Soul,<br />

Supertoys, Secret e Live. Segundo<br />

estimativa do IBGE,<br />

cerca <strong>de</strong> 20 milhões <strong>de</strong> brasileiros<br />

são LGBT.<br />

“Esse número po<strong>de</strong> ser ainda<br />

maior, consi<strong>de</strong>rando que<br />

muitos optam por não <strong>de</strong>clarar<br />

a orientação sexual no momento<br />

da pesquisa. Na faixa<br />

etária entre 18 e 35 anos, 28%<br />

dos jovens se auto<strong>de</strong>clararam<br />

LGBT, <strong>de</strong> acordo com estudo<br />

da Famecos da PUC/RS. Esse é<br />

o primeiro ponto que levamos<br />

em conta ao pensar no consumidor<br />

LGBT: o número imenso<br />

<strong>de</strong> pessoas. Além disso, o<br />

potencial financeiro do segmento<br />

LGBT no Brasil é estimado<br />

em R$ 418,9 bilhões, ou<br />

10% do PIB (Produto Interno<br />

Bruto, total <strong>de</strong> bens e serviços<br />

produzidos no país), segundo<br />

a Out Lea<strong>de</strong>rship, associação<br />

internacional <strong>de</strong> empresas<br />

que <strong>de</strong>senvolve iniciativas<br />

para o público gay. Isso <strong>de</strong>ve-<br />

-se ao fato <strong>de</strong> que 36% dos<br />

brasileiros LGBTs pertencem<br />

à classe A e 47% à B, segundo<br />

pesquisa da inSearch Tendências<br />

e Estudos <strong>de</strong> Mercado. A<br />

renda dos casais formados por<br />

pessoas do mesmo sexo confirma<br />

esse padrão, atingindo<br />

cerca <strong>de</strong> R$ 5.208, quase o dobro<br />

em comparação com a média<br />

nacional, conforme dados<br />

<strong>de</strong> pesquisa da Cognatis Consultoria”,<br />

explica Juliana.<br />

Milkshake na Holanda (acima), on<strong>de</strong><br />

nasceu; Juliana Escandura (à dir.) <strong>de</strong>staca<br />

a importância do movimento LGBT<br />

“ReconheceR a<br />

influência <strong>de</strong>ste<br />

univeRso no<br />

meRcado não é um<br />

fatoR que <strong>de</strong>ve<br />

seR consi<strong>de</strong>Rado<br />

apenas pelo lucRo”<br />

Esse po<strong>de</strong>r econômico está<br />

<strong>de</strong>spertando o interesse dos<br />

anunciantes. O evento está em<br />

fase <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> patrocínio.<br />

A Parada e o Milkshake injetam<br />

cerca <strong>de</strong> R$ 100 milhões<br />

na economia paulistana.<br />

“Há alguns eram poucas as<br />

estratégias <strong>de</strong> marketing voltadas<br />

ou que incluíam o público<br />

LGBT. Hoje, as marcas já compreen<strong>de</strong>m<br />

que posicionar-se<br />

a favor da causa LGBT é uma<br />

questão inadiável que encontra-se<br />

em crescimento, consi<strong>de</strong>rando<br />

a quantida<strong>de</strong> cada vez<br />

maior <strong>de</strong> pessoas que fazem<br />

parte <strong>de</strong>ste grupo. Apesar do<br />

preconceito e das críticas, é<br />

visível o aumento <strong>de</strong> produtos,<br />

serviços e publicida<strong>de</strong> que<br />

são focadas no mercado LGBT.<br />

Reconhecer a influência <strong>de</strong>ste<br />

universo no mercado não é um<br />

fator que <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado<br />

apenas pelo lucro, mas sim<br />

Fotos: Divulgação<br />

para ratificar a importância da<br />

visibilida<strong>de</strong> LGBT no quesito<br />

<strong>de</strong> abolir os preconceitos. E<br />

mais do que isso: enten<strong>de</strong>r que<br />

as preferências <strong>de</strong> cada um só<br />

<strong>de</strong>terminam o que elas gostam<br />

e não o que elas são. Cada um é<br />

único e especial em sua essência<br />

e isso é o que <strong>de</strong>ve prevalecer<br />

na comunicação, nos investimentos<br />

e nas experiências<br />

proporcionadas”, argumenta a<br />

diretora da Elu!.<br />

10 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Mercado<br />

Avenida Paulista, um dos cartões-postais da capital <strong>de</strong> São Paulo: estado é o que mais recebe turistas estrangeiros, com um terço dos visitantes, seguido pelo Rio <strong>de</strong> Janeiro e pelo Rio Gran<strong>de</strong> do S<br />

Brasil passa imagem <strong>de</strong> país mo<strong>de</strong>rno, al<br />

jovem e hospitaleiro; número <strong>de</strong> turistas<br />

Embratur entrevistou 1.262 visitantes após as Olimpíadas no Rio, sendo que 87,7<br />

falaram que preten<strong>de</strong>m voltar aqui; estão em alta campanhas <strong>de</strong> países para divu<br />

Cristiane Marsola<br />

Diversida<strong>de</strong>,<br />

maravilhoso,<br />

alegre e encantador. Essas<br />

são as impressões associadas<br />

ao Brasil, apontadas em uma<br />

pesquisa, realizada pela Embratur<br />

(Instituto Brasileiro <strong>de</strong><br />

Turismo), com 1.640 empresas<br />

do setor <strong>de</strong> turismo em 20<br />

países. “O Brasil é visto como<br />

um país multicultural, <strong>de</strong> inúmeras<br />

belezas naturais, com o<br />

povo mais legal do mundo, segundo<br />

a CNN, e o país mais lindo<br />

do mundo, segundo a Condé<br />

Nast Traveller. Após as Olimpíadas,<br />

1.262 turistas foram entrevistados<br />

e 87,7% dos turistas<br />

estrangeiros <strong>de</strong>clararam que<br />

preten<strong>de</strong>m retornar ao Brasil”,<br />

fala Walter Vasconcelos, diretor<br />

<strong>de</strong> marketing da Embratur.<br />

A realização dos gran<strong>de</strong>s<br />

eventos esportivos, como Copa<br />

do Mundo e Olimpíadas, realmente<br />

reforçou a imagem positiva<br />

do país lá fora. “Foram<br />

muito bem-sucedidos porque<br />

ninguém espera do Brasil organização<br />

impecável. Esperam<br />

pessoas amistosas, afáveis e<br />

isso as pessoas encontraram.<br />

A imagem do Brasil não está<br />

calcada em eficiência”, explica<br />

a professora Vivian Strehlau,<br />

coor<strong>de</strong>nadora do ESPM-MPCC<br />

(Mestrado Profissional em<br />

Comportamento do Consumidor<br />

da ESPM).<br />

Para convencer os turistas<br />

estrangeiros a visitar os países<br />

é essencial que a imagem do local<br />

em questão seja muito bem<br />

apresentada. Como todo produto,<br />

a marca do <strong>de</strong>stino precisa<br />

ser “vendida” e, por isso,<br />

ter características que atraiam<br />

“o fluxo turístico<br />

internacional<br />

se esten<strong>de</strong> para<br />

todo o território<br />

nacional”<br />

a atenção e engajem o consumidor.<br />

Des<strong>de</strong> a criação da marca<br />

Brasil, em 2005, o país vem<br />

dando mais atenção para como<br />

é visto pelos estrangeiros.<br />

“A partir do conceito estratégico<br />

da imagem <strong>de</strong> um país<br />

diverso, o trabalho <strong>de</strong> marketing<br />

realizado pela Embratur<br />

vem orientando o reposicionamento<br />

da marca Brasil para o<br />

turismo, construindo e conso-<br />

lidando uma nova percepção<br />

da imagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino turístico<br />

no mercado internacional: um<br />

país mo<strong>de</strong>rno, com credibilida<strong>de</strong>,<br />

alegre, jovem, hospitaleiro,<br />

competitivo, com atrativos e<br />

infraestrutura capaz <strong>de</strong> proporcionar<br />

lazer <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e<br />

novas experiências aos visitantes,<br />

bem como <strong>de</strong> oferecer um<br />

ambiente favorável para a realização<br />

<strong>de</strong> negócios, eventos e<br />

viagens <strong>de</strong> incentivo, tudo isso<br />

integrado à diversida<strong>de</strong> natural,<br />

cultural, étnica e social do<br />

país”, diz Vasconcelos.<br />

Não apenas o Brasil, mas os<br />

países em geral divi<strong>de</strong>m seus<br />

esforços <strong>de</strong> comunicação em<br />

três principais públicos: influenciadores<br />

e formadores<br />

<strong>de</strong> opinião, tra<strong>de</strong> <strong>de</strong> turismo e<br />

consumidores finais. Por aqui,<br />

a Embratur faz campanhas <strong>de</strong><br />

12 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Aruba tem paisagens paradisíacas e fez ação especial no Dia Internacional da Felicida<strong>de</strong>, comemorado em 20 <strong>de</strong> março<br />

ul<br />

egre,<br />

cresce<br />

% dos estrangeiros<br />

lgar suas marcas<br />

Israel preten<strong>de</strong> inspirar os brasileiros a conhecer o país, que tem uma impressionante herança histórica e cultural<br />

publicida<strong>de</strong> nos países prioritários,<br />

ações <strong>de</strong> RP com a imprensa<br />

internacional e eventos<br />

<strong>de</strong> apoio à comercialização no<br />

exterior. “Muito trabalho já<br />

foi feito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003. Como resultado,<br />

atualmente, o fluxo<br />

turístico internacional, que se<br />

concentrava majoritariamente<br />

no litoral brasileiro, se esten<strong>de</strong><br />

para o todo o território nacional”,<br />

conta Vasconcelos.<br />

Um dos problemas a ser resolvido,<br />

segundo Vivian, é que<br />

a imagem do Brasil ainda é muito<br />

associada a futebol e Carnaval.<br />

“Ainda é muito forte essa<br />

imagem. Eles falam que são os<br />

cinco esses: sand, sun, sex, soccer<br />

& samba. O problema é que<br />

o próprio brasileiro reitera esses<br />

estereótipos”, lamenta.<br />

O executivo da Embratur,<br />

no entanto, nega que esta imagem<br />

ainda exista. “Gostaria <strong>de</strong><br />

enfatizar que as pesquisas não<br />

apontam que temos essa imagem”,<br />

reitera.<br />

NúMeros<br />

As perspectivas são boas<br />

para o turismo mundial. Os dados<br />

<strong>de</strong> 2017, ainda não consolidados,<br />

mostram um crescimento<br />

<strong>de</strong> 7%, alcançando a marca<br />

<strong>de</strong> 1,3 bilhão <strong>de</strong> visitantes estrangeiros.<br />

De acordo com OMT<br />

(Organização Mundial do Turismo),<br />

nos sete anos anteriores, o<br />

turismo vinha crescendo 4% ao<br />

ano, em média.<br />

A Europa é a região que mais<br />

recebe chegada <strong>de</strong> estrangeiros,<br />

com 615 milhões em 2016,<br />

o que representa 50% do total.<br />

Os turistas chineses são os que<br />

mais gastam com o turismo internacional.<br />

Em 2016, foram<br />

US$ 261 bilhões.<br />

No Brasil, o maior fluxo <strong>de</strong><br />

turistas estrangeiros está concentrado<br />

nos meses <strong>de</strong> verão.<br />

De acordo com dados do Departamento<br />

<strong>de</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral<br />

e do Ministério do Turismo, em<br />

2017, o Brasil recebeu 6,6 milhões<br />

<strong>de</strong> turistas estrangeiros.<br />

O número representa um crescimento<br />

<strong>de</strong> 0,6% em relação<br />

ao ano anterior, quando foram<br />

realizados os Jogos Olímpicos.<br />

São Paulo é o estado que mais<br />

recebe visitantes, com 32,55%<br />

do total. Seguido pelo Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, com 20,57%, e pelo Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul, com 19,28%.<br />

De acordo com a Embratur,<br />

a América do Sul enviou, em<br />

2017, cerca <strong>de</strong> 62% dos turistas<br />

estrangeiros que o Brasil recebeu.<br />

A Argentina é o país que<br />

mais manda turistas para cá,<br />

com 2,6 milhões, o que representa<br />

40% do total. “O mercado<br />

regional é <strong>de</strong> extrema importância<br />

para o turismo brasileiro”,<br />

fala Vasconcelos.<br />

Os Estados Unidos ocupam<br />

o segundo lugar no ranking <strong>de</strong><br />

países que mais mandam turistas<br />

ao Brasil. “Este ano o visto<br />

eletrônico para turistas norte-<br />

-americanos, cana<strong>de</strong>nses, japoneses<br />

e australianos foi lançado<br />

e, com certeza, é uma ótima<br />

ferramenta para garantir um<br />

aumento na chegada <strong>de</strong> turistas<br />

<strong>de</strong>stes países. Esta iniciativa faz<br />

parte <strong>de</strong> uma movimentação<br />

para diminuir as barreiras para<br />

os turistas estrangeiros. Campanhas<br />

<strong>de</strong> comunicação estão<br />

sendo <strong>de</strong>senvolvidas especialmente<br />

nestes países, a fim <strong>de</strong><br />

incentivar e informar aos turistas”,<br />

explica o executivo.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 13


Mercado<br />

“o Brasil é visto<br />

como um país<br />

multicultural, <strong>de</strong><br />

inúmeras Belezas<br />

naturais, com o<br />

povo mais legal<br />

do mundo”<br />

A Holland Alliance mostra atrações além <strong>de</strong> Amsterdã para o turista brasileiro<br />

Visit California divulga atrações como o balonismo no Vale do Napa<br />

Fotos: Divulgação<br />

Brasileiros pelo MuNdo<br />

Assim como o Brasil busca<br />

manter uma boa imagem para<br />

atrair os turistas estrangeiros,<br />

muitos países investem em comunicação<br />

por aqui para convencer<br />

os viajantes que é uma<br />

boa passar uns dias no país.<br />

O Peru, por exemplo, tem<br />

uma campanha, assinada pela<br />

Young & Rubicam, para fortalecer<br />

o posicionamento do<br />

país como um <strong>de</strong>stino cultural,<br />

natural, <strong>de</strong> aventura e <strong>de</strong><br />

gastronomia, traduzida para<br />

o português. Peru, o país mais<br />

rico do mundo busca mostrar<br />

a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> experiências<br />

turísticas que nosso país oferece,<br />

associada à nossa cultura<br />

ancestral e natural, ro<strong>de</strong>ada <strong>de</strong><br />

autenticida<strong>de</strong>, que é o que faz<br />

do Peru um <strong>de</strong>stino singular”,<br />

fala María Soledad Acosta, diretora<br />

da direção <strong>de</strong> promoção do<br />

turismo <strong>de</strong> Promperú (Comissão<br />

<strong>de</strong> Promoção do Turismo<br />

para a Exportação e o Turismo).<br />

De acordo com a executiva,<br />

o Brasil é um mercado prioritário<br />

para o país. “Esperamos um<br />

crescimento <strong>de</strong> 9% nas chegadas<br />

internacionais neste ano e<br />

<strong>de</strong> 10% para o mercado brasileiro”,<br />

afirma.<br />

O Turismo da Nova Zelândia<br />

também olha para o Brasil com<br />

bons olhos e mantém uma equipe<br />

no consulado, em São Paulo,<br />

<strong>de</strong>dicada a trabalhar a comunicação<br />

na América do Sul, sempre<br />

alinhada com a marca 100%<br />

Pure New Zealand, criada em<br />

1999 e usada no mundo inteiro.<br />

A publicida<strong>de</strong> aqui é feita pela<br />

Sapient AG2.<br />

Ações diferenciadas para<br />

chamar a atenção do público-<br />

-alvo estão no planejamento<br />

dos <strong>de</strong>stinos. Aruba, por exemplo,<br />

aproveitou o Dia Internacional<br />

da Felicida<strong>de</strong>, comemorado<br />

em 20 <strong>de</strong> março, para<br />

estabelecer uma conexão emocional<br />

com o público. “Os bebês<br />

nascidos nessa data especial<br />

foram presenteados com uma<br />

viagem completa para toda a<br />

família curtir o aniversário <strong>de</strong><br />

um ano da criança na ilha. Isso<br />

não só gerou para nós um material<br />

institucional em formato <strong>de</strong><br />

ví<strong>de</strong>o, como oferece uma experiência<br />

inesquecível para o consumidor,<br />

que começa a atrelar<br />

Aruba a essa vivência única”,<br />

fala Carlos Barbosa, diretor da<br />

autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> Aruba<br />

no Brasil.<br />

Projetos em parceria com<br />

veículos também costumam<br />

dar bons resultados. A Nova Zelândia,<br />

por exemplo, é um dos<br />

países que, além <strong>de</strong> uma campanha<br />

forte em digital, apostaram<br />

recentemente em TV. O<br />

programa Lugar Incomum, do<br />

Multishow, teve uma temporada<br />

inteira <strong>de</strong>dicada ao país.<br />

A E<strong>de</strong>lman, agência que<br />

coor<strong>de</strong>nada e implementa o<br />

trabalho <strong>de</strong> promoção do Visit<br />

California no Brasil, investe<br />

também em bran<strong>de</strong>d content e<br />

cobrandings. “Nos <strong>de</strong>safiamos<br />

sempre a <strong>de</strong>senvolver projetos<br />

<strong>de</strong> comunicação que integrem<br />

todas essas disciplinas, gerando<br />

<strong>de</strong>sejo, engajamento e conversão,<br />

num mesmo projeto”,<br />

fala Camila Anauate, lí<strong>de</strong>r do<br />

núcleo <strong>de</strong> turismo da E<strong>de</strong>lman<br />

Brasil. O projeto California Ongoing,<br />

por exemplo, feito em<br />

parceria com a Globo, divulgou<br />

o estado nos programas <strong>de</strong> esporte<br />

da emissora.<br />

Além da Califórnia, a E<strong>de</strong>lman<br />

é a agência <strong>de</strong> PR da Austrália,<br />

da Holland Alliance no<br />

Brasil e faz a promoção do Ministério<br />

do Turismo <strong>de</strong> Israel.<br />

Mostrar que o país tem muita<br />

mais do que o lugar-comum<br />

costuma apresentar é uma das<br />

táticas usadas pela Austrália.<br />

“Sem dúvida mostrar a diversida<strong>de</strong><br />

do <strong>de</strong>stino, todas as<br />

possibilida<strong>de</strong>s que ele oferece.<br />

No caso da Austrália, também<br />

ressaltar que o país tem muito<br />

mais do que a maioria dos brasileiros<br />

conhece, que é a natureza<br />

exuberante, as praias e<br />

ícones como a Opera House <strong>de</strong><br />

Sydney”, diz Camila.<br />

Israel também tem o objetivo<br />

<strong>de</strong> se tornar mais conhecido<br />

dos brasileiros. “Muitas <strong>de</strong> suas<br />

características ainda são <strong>de</strong>sconhecidas<br />

pela maioria dos brasileiros,<br />

então temos como objetivo<br />

ampliar o conhecimento<br />

sobre Israel e suas atrações<br />

turísticas, <strong>de</strong>smistificar o país<br />

como um <strong>de</strong>stino não seguro<br />

para seus visitantes, inspirar os<br />

brasileiros a conhecer Israel por<br />

meio <strong>de</strong> sua herança histórica e<br />

cultural trazendo o lazer sempre<br />

combinado ao turismo na<br />

Terra Santa”, fala Camila.<br />

A Holland Alliance, formada<br />

pelo órgão <strong>de</strong> turismo da<br />

Holanda, o aeroporto <strong>de</strong> Amsterdã<br />

e a KLM, se preocupa em<br />

divulgar os aspectos culturais,<br />

o estilo <strong>de</strong> vida e as belezas naturais<br />

da Holanda, se apoiando<br />

na praticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se viajar pelo<br />

país <strong>de</strong> trem ou ônibus, além<br />

<strong>de</strong> apresentar aos brasileiros<br />

as atrações <strong>de</strong> outras cida<strong>de</strong>s<br />

no país fora <strong>de</strong> Amsterdã, que<br />

oferecem experiências tradicionais<br />

e autênticas holan<strong>de</strong>sas.<br />

TeNdêNcias<br />

A E<strong>de</strong>lman e a Panrotas divulgaram<br />

recentemente um estudo<br />

sobre as tendências para<br />

o mercado local. A primeira<br />

orientação do relatório 10 Tendências<br />

para Viagens e Turismo<br />

na América Latina em <strong>2018</strong> se<br />

refere à importância da América<br />

Latina para o setor. A dica<br />

não é infundada. De 2016 para<br />

2017, o número <strong>de</strong> estrangeiros<br />

que visitou a região foi <strong>de</strong> 3,7<br />

milhões para 4,1 milhões, um<br />

aumento <strong>de</strong> 11,1%, <strong>de</strong> acordo<br />

com dados do Departamento<br />

<strong>de</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral e do Ministério<br />

do Turismo brasileiros. Esse<br />

aumento, inclusive, foi um dos<br />

propulsores do crescimento<br />

dos visitantes no Brasil.<br />

14 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Mídia<br />

Globo faz 50 anos em Minas Gerais<br />

e reflete sobre o jeito mineiro <strong>de</strong> ser<br />

Equipe <strong>de</strong> comunicação da emissora criou campanha, composta <strong>de</strong><br />

filmes que contam com locução da atriz - mineira - Débora Falabella<br />

Claudia Penteado<br />

cotidiano do mineiro, sua<br />

O personalida<strong>de</strong> e valores são<br />

explorados na nova campanha<br />

da Globo, que comemora 50<br />

anos <strong>de</strong> presença em Minas Gerais.<br />

A equipe <strong>de</strong> comunicação<br />

da emissora criou campanha<br />

composta por dois filmes, que<br />

contam com a locução da atriz<br />

Débora Falabella - que é natural<br />

<strong>de</strong> Minas Gerais. O conceito<br />

da ação é Globo. Junto com você<br />

por uma vida mais mineira<br />

e apresenta a reflexão sobre a<br />

perspectiva do povo mineiro,<br />

que, como costuma dizer a própria<br />

Débora Falabella, é mais<br />

calmo do que a média das pessoas<br />

e “tem um tempo diferente<br />

<strong>de</strong> ver as coisas”.<br />

“É comum nas cida<strong>de</strong>s mineiras,<br />

ao encontrar um colega<br />

na rua, parar, sentar em um<br />

barzinho e colocar todo o papo<br />

em dia, sem pensar nos compromissos<br />

das horas seguintes.<br />

Correria para os mineiros, só se<br />

for durante a prática <strong>de</strong> esporte<br />

- a maioria realizada ao ar livre.<br />

Transformar a cozinha em<br />

sala <strong>de</strong> estar, só pela vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> passar algumas horas a mais<br />

na companhia da família e dos<br />

amigos, faz parte do jeito mineiro”,<br />

<strong>de</strong>screve Débora.<br />

Leandro Castilho, diretor <strong>de</strong><br />

criação da comunicação Globo,<br />

fala que faz parte dos ativos da<br />

Globo pesquisar, conhecer e se<br />

Uma das peças da campanha sob o conceito Junto com você por uma vida mais mineira<br />

aprofundar no comportamento<br />

da socieda<strong>de</strong> brasileira, como<br />

forma <strong>de</strong> fortalecer a sintonia<br />

e a conexão com ela e que, com<br />

a campanha da Globo para Minas,<br />

não foi diferente. “Procuramos<br />

i<strong>de</strong>ntificar as características<br />

mais perenes dos mineiros<br />

e percebemos que eles sempre<br />

foram e buscam o que atualmente<br />

a maioria das pessoas<br />

Divulgação<br />

“O mundO, sem<br />

saber, está<br />

buscandO ser<br />

um pOucO mais<br />

mineirO”<br />

busca também. O mundo, sem<br />

saber, está buscando ser um<br />

pouco mais mineiro”, disse.<br />

O casting <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 35 pessoas<br />

e a produção foram escolhidos<br />

em Minas, e as gravações<br />

do filme foram realizadas com<br />

tecnologia 4K, em parceria com<br />

a Brokolis, nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Nova<br />

Lima e Belo Horizonte, passando<br />

por pontos turísticos da capital<br />

mineira, como Pampulha,<br />

Praça da Liberda<strong>de</strong> e Sapucaí.<br />

Para as vinhetas foram escolhidos<br />

temas como cidadania,<br />

gastronomia, mineirida<strong>de</strong> e esporte,<br />

para enaltecer e divulgar<br />

os valores do estado, segundo<br />

explicou Marcelo Ligere, diretor<br />

regional e <strong>de</strong> negócios da<br />

Globo Minas. A campanha também<br />

será veiculada nas TVs <strong>de</strong><br />

ônibus locais e inclui web banner<br />

na Globo.com, posts nas mídias<br />

digitais, bolachas <strong>de</strong> chope<br />

em restaurantes e anúncios em<br />

traseiras <strong>de</strong> ônibus.<br />

Na semana passada, houve<br />

em Belo Horizonte o evento <strong>de</strong><br />

lançamento da ação, que entrou<br />

na programação local no<br />

último domingo (1º). A direção<br />

<strong>de</strong> criação da campanha é <strong>de</strong><br />

Sergio Valente, Mariana Sá e Leandro<br />

Castilho. Assinam a criação<br />

André Paiva e Fábio Leão.<br />

tititititi tititi tigtititititititi ti qtiti titititi titititititititititititi tititititi titititititititititi!<br />

Btitititititi titititititititi titititititititi titititititi ti tititititi tititititititititi tititititititititi<br />

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jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 15


mídiA<br />

Revista da Avianca completa seis<br />

anos com conteúdo diversificado<br />

Publicação <strong>de</strong> bordo da companhia aérea investe em reportagens<br />

elaboradas e consegue manter fiéis anunciantes <strong>de</strong> vários segmentos<br />

Claudia Penteado<br />

Ao contrário <strong>de</strong> outras publicações, dirigidas<br />

a públicos específicos, revistas <strong>de</strong><br />

bordo têm como <strong>de</strong>safio conversar com todo<br />

tipo <strong>de</strong> gente, e um objetivo muito claro:<br />

entreter diversos perfis com conteúdo bem<br />

diversificado. A revista da Avianca Brasil,<br />

que completa seis anos, conseguiu manter<br />

bem a conversa com diferentes públicos<br />

ao longo <strong>de</strong>sse período porque, segundo<br />

Carlos Koga, o diretor-executivo da Media<br />

Onboard, que a produz, sempre se ateve à<br />

filosofia <strong>de</strong> viver as experiêncais relatadas<br />

nela. “Se vamos falar <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino, vamos<br />

para ele. Se entrevistamos um presi<strong>de</strong>nte<br />

ou executivo, conversamos pessoalmente.<br />

Ao mesmo tempo, mesclamos leituras rápidas<br />

com textos mais longos e, apesar <strong>de</strong> o<br />

senso comum insistir em dizer que os leitores<br />

não se pren<strong>de</strong>m a textos maiores, recebemos<br />

muito retorno <strong>de</strong> passageiros que<br />

dizem que gostam da revista exatamente<br />

porque temos reportagens elaboradas”, explica<br />

Koga.<br />

Curiosamente, ele afirma que, embora<br />

não haja outras opções <strong>de</strong> revistas para os<br />

passageiros <strong>de</strong>ntro das aeronaves Avianca,<br />

a concorrência pela atenção é sempre gran<strong>de</strong>:<br />

livros, a programação <strong>de</strong> séries, trabalho<br />

no computador ou mesmo o sono são<br />

escolhas sempre disponíveis. Por isso, a escolha<br />

da personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capa é a mais essencial.<br />

“Nenhum <strong>de</strong>talhe é feito por acaso.<br />

A maioria dos passageiros vai pegar a revista<br />

em algum momento do voo. É instintivo.<br />

Nosso <strong>de</strong>safio é fazer com que ele vá além<br />

<strong>de</strong>ssa olhada rápida e se envolva com a leitura”,<br />

explica.<br />

Embora os investimentos em impresso<br />

tenham caído <strong>de</strong> uma maneira geral, Koga<br />

fala que com a distribuição garantida nas<br />

aeronaves e um público pré-selecionado, o<br />

impacto é menor. “Uma vez li uma análise<br />

muito ineressante sobre o nosso segmento:<br />

que revistas serão como igrejas. Os <strong>de</strong>votos<br />

<strong>de</strong> moda feminina sempre terão sua revista<br />

feminina, bem como os <strong>de</strong> carro. E assim<br />

por diante. Já as revistas <strong>de</strong> bordo vão sempre<br />

dialogar com todos os perfis”, comenta.<br />

A revista expandiu: ganhou um site e se<br />

inseriu na programação das TVs <strong>de</strong> bordo<br />

através do programa Ar, uma espécie <strong>de</strong> extensão<br />

do trabalho no impresso.<br />

Hotéis e locadores <strong>de</strong> carro são anunciantes<br />

fortemente presentes nas páginas<br />

da revista, mas setores como moda (Calvin<br />

Klein e Tommy Hilfiger), montadoras<br />

Algumas capas da revista da Avianca Brasil, que comemora seis anos <strong>de</strong> boas “conversas” com diferentes públicos<br />

“A mAioriA dos<br />

pAssAgeiros vAi pegAr<br />

A revistA em Algum<br />

momento do voo”<br />

Divulgação<br />

(BMW, Fiat e VW) e a indústria farmacêutica<br />

(União Química) também investem. A<br />

marca Victor Hugo é quarta capa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

primeira edição, e os anunciantes Spettus,<br />

Vento Haragano e Localiza estiveram presentes<br />

em todas as edições, segundo relata<br />

Koga. A revista tem cerca <strong>de</strong> 40 colaboradores<br />

- entre colunistas, jornalistas, fotógrafos,<br />

stylists, maquiadores e produtores.<br />

A equipe fixa é composta por 13 pessoas.<br />

A edição <strong>de</strong> <strong>abril</strong> é comemorativa: terá<br />

Tatá Werneck na capa. “Ela foi nossa capa<br />

<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2013. Foi sua primeira capa <strong>de</strong><br />

revista na vida. Agora convidamos a Tatá<br />

para comemorar este momento da vida e<br />

contar o que mudou na vida <strong>de</strong>la nos últimos<br />

seis anos. Teremos uma retrospectiva<br />

<strong>de</strong>sse período, que inclui viagens para quatro<br />

continentes, oito capas internacionais,<br />

um prêmio <strong>de</strong> melhor revista customizada<br />

e dois livros que surgiram por conta <strong>de</strong><br />

matérias publicadas na revista. Um <strong>de</strong>les<br />

é o BIO 50 CEO’S, da nossa editora Camila<br />

Balthazar, que reúne os 50 perfis <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>ntes<br />

e fundadores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empresas<br />

publicados nos últimos seis anos”, conta o<br />

executivo. Também está prevista uma ação<br />

para comemorar a data nas agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

e um evento para o tra<strong>de</strong>, marcado<br />

para o dia 7 <strong>de</strong> maio.<br />

18 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


mídIa<br />

Coletiva Futuro e In Loco unem OOH<br />

e celular em aeroporto <strong>de</strong> São Paulo<br />

Com tecnologia <strong>de</strong> Mobile Extension, estreia da parceria foi realizada<br />

para a Pizza Hut durante 15 dias; quase 58 mil usuários foram impactados<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Coletiva Futuro, que atua<br />

A com mídia out of home em<br />

<strong>de</strong>z aeroportos brasileiros, e a<br />

In Loco Media, empresa <strong>de</strong> soluções<br />

<strong>de</strong> localização para mídia,<br />

aplicativos e antifrau<strong>de</strong>, se<br />

uniram em uma iniciativa para<br />

integrar OOH e mobile.<br />

A parceria utiliza a tecnologia<br />

<strong>de</strong> Mobile Extension, que<br />

conecta o mobile com a mídia<br />

tradicional, possibilitando que<br />

as marcas veiculem mensagens<br />

complementares nos dois<br />

meios, impactando o público<br />

em diferentes contextos no<br />

mundo real. As pessoas recebem<br />

a mensagem ao usar um<br />

dos aplicativos parceiros (são<br />

cerca <strong>de</strong> 600) no aeroporto.<br />

A primeira “fusão” entre mobile<br />

e mídia exterior da parceria<br />

foi realizada no Aeroporto <strong>de</strong><br />

Congonhas, em São Paulo, para<br />

a Pizza Hut. Durante 15 dias,<br />

uma mensagem exibida nos 156<br />

painéis digitais e estáticos da<br />

Coletiva convidava as pessoas a<br />

visitarem o restaurante da empresa.<br />

E quem estava no local<br />

recebia no celular uma versão<br />

mobile da mesma campanha.<br />

Foram impactados quase 58 mil<br />

usuários únicos que geraram<br />

220 mil impressões e 1.800 cliques.<br />

Também houve aumento<br />

<strong>de</strong> receita para a loja.<br />

Segundo Diego Gomes Martins,<br />

sócio e diretor da Coletiva,<br />

a empresa foi a primeira mídia<br />

brasileira a integrar a comunicação<br />

OOH com dispositivos<br />

móveis nos aeroportos brasileiros.<br />

O executivo explica que<br />

essa entrega <strong>de</strong> anúncios mobile<br />

em locais específicos tem<br />

uma precisão que varia entre<br />

um e três metros, dialogando<br />

<strong>de</strong> forma segmentada e certeira<br />

com as pessoas que transitam<br />

pelo aeroporto, como passageiros,<br />

visitantes e funcionários.<br />

“É uma oportunida<strong>de</strong> única<br />

para os anunciantes que querem<br />

efetivida<strong>de</strong> em suas campanhas<br />

nesses locais”, afirma.<br />

Parceria <strong>de</strong> Coletiva Futuro e In Loco Media permite aos anunciantes “falar” com público no mundo físico e digital ao mesmo tempo<br />

Para André Ferraz, CEO e<br />

cofundador da In Loco, a tecnologia<br />

<strong>de</strong> localização indoor é<br />

uma gran<strong>de</strong> parceira da mídia<br />

OOH. “Ao rodar uma campanha<br />

que usa o Mobile Extension, o<br />

anunciante consegue otimizar<br />

a experiência do consumidor<br />

esten<strong>de</strong>ndo a mensagem <strong>de</strong><br />

um anúncio físico <strong>de</strong> forma integrada<br />

com o ambiente mobile.<br />

Uma experiência <strong>de</strong> marca<br />

muito mais completa para o<br />

consumidor e mais efetiva para<br />

a empresa”, comenta.<br />

exPanSãO<br />

Atuando nos aeroportos <strong>de</strong><br />

Congonhas (SP), Santos Dumont<br />

(RJ), Curitiba, Salvador,<br />

Belo Horizonte, Manaus, Cuiabá,<br />

Porto Alegre, Recife e Fortaleza,<br />

a Coletiva tem cerca <strong>de</strong><br />

mil pontos digitais ou estáticos,<br />

espalhados nos terminais<br />

<strong>de</strong> embarque e <strong>de</strong>sembarque,<br />

“Uma experiência<br />

<strong>de</strong> marca mUito<br />

mais completa<br />

para o consUmidor<br />

e mais efetiva para<br />

a empresa”<br />

Divulgação<br />

nas áreas <strong>de</strong> check in e nas áreas<br />

públicas dos locais. Martins<br />

reforça que há uma <strong>de</strong>manda<br />

crescente por métricas e um<br />

dos objetivos da parceria é entregar<br />

isso, uma vez que ela<br />

possibilita às marcas no local<br />

sentirem, literalmente, no bolso<br />

o impacto da campanha.<br />

Ele explica que a parceria<br />

com a In Loco visa ampliar<br />

esse mo<strong>de</strong>lo e levar resultados<br />

melhores e maiores, fazendo a<br />

mensuração em conjunto. “Os<br />

indicadores <strong>de</strong> resultado variam<br />

<strong>de</strong> faturamento da loja,<br />

fluxo <strong>de</strong> passageiros, número<br />

<strong>de</strong> visitantes, impressões<br />

<strong>de</strong> usuários únicos. Po<strong>de</strong>mos<br />

impactar a pessoa chegando,<br />

saindo, no momento <strong>de</strong> espera,<br />

além <strong>de</strong> quem trabalha ou está<br />

indo buscar ou <strong>de</strong>ixar passageiro.<br />

Queremos colocar nas nossas<br />

vendas para dar mais resultado<br />

para clientes e agências.”<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 19


mídia<br />

Veículos renovam<br />

tipografia para<br />

adaptar marcas<br />

às múltiplas telas<br />

TV Globo, Folha, Estadão e<br />

Época mudaram recentemente<br />

família tipográfica, para aten<strong>de</strong>r<br />

aos novos formatos <strong>de</strong> leitura<br />

Danúbia Paraizo<br />

TV Globo, Folha <strong>de</strong> S.Paulo,<br />

Época, The Guardian, Estadão...<br />

A lista não para <strong>de</strong> crescer.<br />

Estes são apenas alguns<br />

veículos <strong>de</strong> comunicação que<br />

renovaram sua tipografia nos<br />

últimos meses. A mudança não<br />

é coincidência. Des<strong>de</strong> os tipos<br />

móveis <strong>de</strong> Gutenberg, a tipografia<br />

sofreu gran<strong>de</strong>s transformações,<br />

precisando se adaptar<br />

não mais apenas ao papel, mas<br />

às múltiplas telas, e, consequentemente,<br />

aos novos formatos<br />

<strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> público.<br />

A renovação quanto à forma<br />

que essa comunicação é<br />

apresentada entra como parte<br />

dos esforços dos veículos<br />

<strong>de</strong> estabelecer uma nova voz,<br />

ou reforçar sua personalida<strong>de</strong><br />

em meio aos diferentes pontos<br />

<strong>de</strong> contato. “Cada empresa<br />

tem sua personalida<strong>de</strong>, o que a<br />

gente faz é conversar com sua<br />

equipe para enten<strong>de</strong>r todo esse<br />

universo que permeia a marca<br />

e criar uma voz própria para<br />

ela. A gente encontra essa voz<br />

e traduz visualmente”, explica<br />

Rodrigo Saiani, fundador e diretor<br />

<strong>de</strong> criação da Plau Design,<br />

agência responsável pela Globotipos,<br />

nova família tipográfica<br />

da TV Globo.<br />

Segundo o executivo, a mídia<br />

tradicional como um todo<br />

tem se preocupado em mostrar<br />

ao público que se mo<strong>de</strong>rnizou,<br />

ao mesmo tempo em que também<br />

preserva ativos preciosos<br />

conquistados ao longo <strong>de</strong> décadas<br />

<strong>de</strong> história. “A TV Globo<br />

quis fazer uma transição suave.<br />

Manter sua história e o quanto<br />

ela representa. Des<strong>de</strong> o primeiro<br />

momento enten<strong>de</strong>mos que<br />

seria uma evolução tipográfica,<br />

e não revolução da marca”,<br />

<strong>de</strong>stacou o executivo, que li<strong>de</strong>rou<br />

o projeto ao lado da equipe<br />

<strong>de</strong> arte da própria emissora. “A<br />

gente vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2014 com a<br />

evolução, mostrando que temos<br />

uma marca que está em<br />

movimento, que está sempre<br />

em transformação. A gente sentiu<br />

que a tipografia precisava<br />

acompanhar essas mudanças”,<br />

explica Alexandre Romano, diretor<br />

<strong>de</strong> arte da Re<strong>de</strong> Globo.<br />

Mais do que uma mudança<br />

meramente estética, a renovação<br />

tipográfica reflete a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das marcas. Daí o<br />

cuidado <strong>de</strong> não se afastar tanto<br />

<strong>de</strong> sua essência ao ponto <strong>de</strong><br />

“É muito<br />

significativo<br />

uma empresa<br />

ter um família<br />

tipográfica para<br />

ser chamada<br />

<strong>de</strong> sua”<br />

20 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Divulgação<br />

Divulgação<br />

Rodrigo Saiani: marcas fortes <strong>de</strong>vem buscar voz tipográfica<br />

Camila Moletta: vale a reflexão sobre o papel da tipografia<br />

AnthonyRosenberg/iStock<br />

o público não reconhecer mais<br />

o interlocutor do diálogo. Para<br />

a Globotipos, por exemplo, foram<br />

pensadas as referências ao<br />

jornal O Globo, sobretudo a letra<br />

“G”, que traz personalida<strong>de</strong><br />

e i<strong>de</strong>ntificação com o público.<br />

No vi<strong>de</strong>ocase que mostrou as<br />

mudanças, a empresa explica<br />

que a reformulação buscou<br />

uma comunicação mais global,<br />

multiplataforma e flexível. Para<br />

Camila Moletta, head <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />

da Isobar Brasil Group, os cases<br />

da TV Globo e do The Guardian,<br />

por exemplo, mostram<br />

como marcas fortes enten<strong>de</strong>m<br />

sua tipografia como equity importante.<br />

“A família tipográfica<br />

<strong>de</strong>ve refletir a personalida<strong>de</strong> da<br />

marca por meio dos seus atributos.<br />

Se a marca é disruptiva,<br />

jovem, confiável, energética,<br />

“tipografia<br />

sozinha não<br />

entrega todos os<br />

atributos<br />

<strong>de</strong> marca”<br />

bem-humorada, tudo isso é refletido<br />

no <strong>de</strong>senho tipográfico”.<br />

Equilíbrio<br />

Os esforços para mudar,<br />

“pero no mucho”, têm orientado<br />

o trabalho <strong>de</strong> quem atua no<br />

mercado. Nesse universo, criar<br />

fonte própria a partir do zero<br />

acaba sendo a melhor maneira<br />

<strong>de</strong> imprimir em cada <strong>de</strong>talhe<br />

a personalida<strong>de</strong> do veículo.<br />

“Quando se fala em família tipográfica<br />

personalizada estamos<br />

falando no alfabeto único<br />

que cada empresa cria. Vejo<br />

isso no sentido <strong>de</strong> fortalecer a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a cultura da empresa<br />

junto aos seus stakehol<strong>de</strong>rs.<br />

É muito significativo uma<br />

empresa ter um família tipográfica<br />

para ser chamada <strong>de</strong> sua”,<br />

ressalta Mario Narita, CEO do<br />

escritório Narita Design.<br />

Outro ponto importante a<br />

ser consi<strong>de</strong>rado é o fator financeiro.<br />

Segundo Saiani, como o<br />

projeto <strong>de</strong>ve ser instalado em<br />

todos os computadores dos<br />

veículos, a franquia <strong>de</strong> fontes<br />

que já existem po<strong>de</strong> custar uma<br />

pequena fortuna. Para a Glo-<br />

bo, a Plau criou um conjunto<br />

<strong>de</strong> fontes com três pesos: Black,<br />

Roun<strong>de</strong>d e Con<strong>de</strong>nsada,<br />

bem como todos com os seus<br />

respectivos itálicos. “Imagine<br />

uma fonte utilizada no varejo,<br />

por exemplo, que é aplicada em<br />

vários computadores. Quando<br />

não havia internet, não era preciso<br />

pensar em fonte para instalar<br />

no <strong>de</strong>sktop. Hoje você tem<br />

aplicativo, web, inteligência<br />

artificial, realida<strong>de</strong> aumentada<br />

etc. Você fragmenta esse licenciamento,<br />

<strong>de</strong>ixando ele mais<br />

caro. Principalmente quando<br />

você lida com uma marca gran<strong>de</strong><br />

com milhares <strong>de</strong> usuários”.<br />

Ainda no hall <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios <strong>de</strong><br />

renovação tipográfica, a informação,<br />

acima <strong>de</strong> tudo, <strong>de</strong>ve ser<br />

privilegiada, ou seja, <strong>de</strong>ve ser<br />

levada em conta a legebilida<strong>de</strong><br />

das fontes em suas inúmeras<br />

aplicações <strong>de</strong> tela. “O maior<br />

risco é encontrar esse equilíbrio<br />

entre os elementos que são<br />

consistentes no <strong>de</strong>senho tipográfico<br />

e os que são flexíveis.<br />

Quais são os elementos que vão<br />

garantir que você ainda está se<br />

comunicando com a mesma<br />

marca? Quais variações vão<br />

permitir que se consiga uma<br />

boa legibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> texto<br />

para mídias impressas até aplicativos<br />

VR?”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Camila.<br />

Anunciado no mês passado,<br />

o novo projeto gráfico da Época<br />

incluiu mudanças <strong>de</strong> layout e<br />

tipografia. O projeto é assinado<br />

pelos <strong>de</strong>signers Claudia Warrak<br />

e Raul Loureiro. Elemento<br />

fundamental em um veículo <strong>de</strong><br />

comunicação, a tipografia escolhida<br />

permite mais texto por<br />

página, sem que pareça comprimido.<br />

O layout prioriza o<br />

equilíbrio entre colunas <strong>de</strong> texto<br />

e áreas brancas, o que ajuda a<br />

distinguir as páginas editoriais<br />

das publicitárias. “O jornalismo<br />

profissional é um pilar crucial<br />

numa <strong>de</strong>mocracia. Mais do que<br />

nunca, precisamos <strong>de</strong> análises<br />

claras, <strong>de</strong> comentários esclarecedores,<br />

<strong>de</strong> reportagens <strong>de</strong> fôlego<br />

e <strong>de</strong> informação verda<strong>de</strong>ira.<br />

E precisamos fazer isso tudo<br />

com rapi<strong>de</strong>z, com habilida<strong>de</strong><br />

para publicar nosso conteúdo<br />

em diversas plataformas, sendo<br />

atraente sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser<br />

informativo”, justifica Daniela<br />

Pinheiro, diretora <strong>de</strong> redação<br />

da Época.<br />

Também em fevereiro, a Folha<br />

anunciou mudanças no digital.<br />

Segundo o editor-executivo<br />

Sérgio Davila, as mudanças<br />

do site antecipam a reforma<br />

visual prevista no impresso,<br />

para os próximos meses. Mais<br />

do que mudanças na aparência,<br />

houve preocupação técnica<br />

para levar o leitor a uma página<br />

mais limpa e com tipografia<br />

maior para facilitar a leitura.<br />

O esquema <strong>de</strong> cores e contrastes<br />

<strong>de</strong> fontes em preto e<br />

branco também foi testado<br />

para facilitar a navegação. Para<br />

Camila, vale a reflexão sobre o<br />

papel cada vez mais relevante<br />

da tipografia nos processos<br />

<strong>de</strong> comunicação, mas a <strong>de</strong>signer<br />

faz um alerta: “Tipografia<br />

sozinha não entrega todos os<br />

atributos <strong>de</strong> marca. Ela precisa<br />

ser associada a paleta <strong>de</strong> cores,<br />

elementos gráficos, fotografia e<br />

outros recursos <strong>de</strong> linguagem<br />

para construir uma personalida<strong>de</strong><br />

forte”.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 21


entrevista<br />

Mariana Carvalho<br />

Sócia e membro do Conselho do Grupo Ancar Ivanhoe<br />

os shoppings<br />

preCisarão<br />

proporCionar<br />

Muito Mais do<br />

que CoMpras<br />

Mariana Carvalho, sócia do Grupo<br />

Ancar Ivanhoe – uma das principais<br />

empreen<strong>de</strong>doras e administradoras <strong>de</strong><br />

shopping centers do Brasil –, respon<strong>de</strong><br />

hoje pela área <strong>de</strong> inovação da companhia e se mantém<br />

atenta às transformações do varejo. Nesta entrevista,<br />

a executiva aponta algumas tendências, em especial<br />

dos shopping centers. Mariana <strong>de</strong>staca o interesse dos<br />

consumidores por experiências. “O pensamento <strong>de</strong> que<br />

o shopping só <strong>de</strong>ve ocupar seus espaços com lojas é<br />

coisa do passado”, diz. Ela também cita dados do setor,<br />

como os <strong>de</strong> que os brasileiros foram ao shopping sete<br />

vezes no mês, ou seja, mais <strong>de</strong> uma vez por semana.<br />

Claudia Penteado<br />

Afinal <strong>de</strong> contas, em que medida o<br />

futuro do varejo, dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> transações<br />

e o foco na experiência do consumidor<br />

vão <strong>de</strong>terminar o futuro do<br />

mo<strong>de</strong>lo dos shopping centers? Como<br />

essas estruturas se transformarão?<br />

Quando falamos <strong>de</strong> significativas<br />

mudanças no varejo, é impossível<br />

não pensar que os shopping<br />

centers também terão <strong>de</strong><br />

se adaptar para acompanhar uma<br />

evolução nos <strong>de</strong>sejos e necessida<strong>de</strong>s<br />

dos consumidores transformados<br />

principalmente pelo advento<br />

da internet, pelo crescente<br />

uso da tecnologia e pelo interesse<br />

por viverem experiências e serem<br />

tratados <strong>de</strong> forma personalizada.<br />

Ambos fazem parte do mesmo<br />

ecossistema e precisam conquistar<br />

a atenção e a lembrança do<br />

consumidor, que só vai ao ponto<br />

<strong>de</strong> venda físico hoje se sentir<br />

atraído para isso. Para se reinventarem,<br />

os shopping centers precisarão<br />

proporcionar muito mais do<br />

que apenas compras. A solução<br />

encontrada por muitos é adotar<br />

o conceito multiuso, oferecendo<br />

também espaços para escritórios,<br />

clínicas médicas e serviços diversos,<br />

e entretenimento, que promovam<br />

boas experiências. Além<br />

das alternativas que o shopping<br />

oferece, que precisam sempre focar<br />

nas necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sejos dos<br />

consumidores, é preciso oferecer<br />

um ambiente bem cuidado, on<strong>de</strong><br />

arquitetura, iluminação natural,<br />

mobiliário e aspectos sensoriais<br />

têm papel muito importante na<br />

experiência. A criativida<strong>de</strong> no uso<br />

dos espaços disponíveis também<br />

conta e o pensamento <strong>de</strong> que o<br />

shopping só <strong>de</strong>ve ocupar espaços<br />

com lojas é coisa do passado. Os<br />

ambientes <strong>de</strong> co-working surgindo<br />

nos shoppings são um exemplo<br />

disso. A diversida<strong>de</strong> na forma<br />

<strong>de</strong> atrair o público faz a diferença,<br />

partindo do princípio que a qualida<strong>de</strong><br />

do mix é primordial sempre.<br />

Que exemplos já existem, <strong>de</strong> malls se<br />

transformando ao redor do mundo?<br />

Nos Estados Unidos, por exemplo,<br />

já há um movimento <strong>de</strong> ocupação<br />

dos espaços disponíveis<br />

<strong>de</strong> forma diferenciada. Acompanhando<br />

as mudanças, possivelmente<br />

haverá uma necessida<strong>de</strong><br />

menor <strong>de</strong> estacionamentos com<br />

todas as transformações que a<br />

mobilida<strong>de</strong> urbana sofrerá. Já precisamos<br />

pensar nisso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> agora.<br />

Em Berlim, um hotel modular<br />

substitui um estacionamento<br />

coberto no topo <strong>de</strong> um shopping<br />

center, encontrando um novo uso<br />

para a área. No Brasil, po<strong>de</strong>mos<br />

exemplificar com as festas juninas<br />

que realizamos no shopping<br />

e são tão tradicionais, sobretudo<br />

no Nor<strong>de</strong>ste. São festas que atraem<br />

um significativo público e antes<br />

eram realizadas na rua. Outro<br />

exemplo é o Carnaval na Rua do<br />

Rio, no Shopping Nova América,<br />

e a feirinha orgânica semanal<br />

com produtos frescos, no Iguatemi<br />

Porto Alegre, ou ainda o evento<br />

para cachorros, no Botafogo<br />

Praia Shopping. Vão <strong>de</strong> ações <strong>de</strong><br />

pequeno a gran<strong>de</strong> porte, o que<br />

vale é estar constantemente promovendo<br />

razões para o consumidor<br />

querer ir ao shopping. Outro<br />

conceito importante é o “Edutainment”,<br />

em que o shopping atua<br />

como educador através do entretenimento,<br />

como, por exemplo,<br />

o evento recente que realizamos<br />

no Rio Design Barra em parceria<br />

com a NASA, promovendo conteúdo<br />

relacionado às explorações<br />

espaciais. É uma satisfação enorme<br />

po<strong>de</strong>r usar os shoppings com<br />

bom conteúdo. Aqui o conceito do<br />

multiuso já virou uma realida<strong>de</strong> e<br />

faz parte <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 32% dos shoppings<br />

brasileiros.<br />

Como o consumidor brasileiro po<strong>de</strong><br />

ser comparado ao <strong>de</strong> outros mercados<br />

e que peculiarida<strong>de</strong>s você apontaria<br />

que dificultam ou facilitam a vida<br />

dos varejistas?<br />

A agitação e o caos das cida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras, somados a altos índices<br />

<strong>de</strong> violência, fazem com que os<br />

shopping centers sejam os locais<br />

perfeitos para as famílias frequentarem,<br />

pois oferecem segurança e<br />

conforto <strong>de</strong>sejados. O número <strong>de</strong><br />

shoppings vem aumentando no<br />

Brasil, principalmente nas cida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> interior, e existe shopping<br />

para todo o tipo <strong>de</strong> perfil. O fluxo<br />

<strong>de</strong> consumidores é, sem dúvida,<br />

maior aqui do que em shoppings<br />

nos Estados Unidos, por exemplo.<br />

Não apenas por conta da concorrência<br />

menos acirrada, mas porque<br />

há uma forte cultura <strong>de</strong> frequentar<br />

shopping. De acordo com<br />

uma pesquisa da Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Shopping Centers, em<br />

2016, os consumidores brasileiros<br />

foram ao shopping sete vezes no<br />

mês, ou seja, mais <strong>de</strong> uma vez por<br />

semana. Ainda segundo o levantamento,<br />

os brasileiros estão entre<br />

os consumidores mais engajados<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais, participando <strong>de</strong><br />

promoções, montam comunida<strong>de</strong>s<br />

e po<strong>de</strong>m recomendar ou reclamar<br />

dos produtos. Fica claro que<br />

os clientes estão mais conscientes<br />

<strong>de</strong> seus direitos como consumidores<br />

e buscam fundamentalmente<br />

por produtos personalizados,<br />

atendimento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e um<br />

verda<strong>de</strong>iro engajamento com as<br />

marcas. Antes era só abrir as portas<br />

das lojas e colocar o produto<br />

para ven<strong>de</strong>r. Hoje, o consumidor<br />

está se tornando multicanal e po<strong>de</strong><br />

- e <strong>de</strong>ve - escolher a maneira como<br />

quer consumir o produto, além <strong>de</strong><br />

vivenciar uma bela experiência<br />

nessa jornada. Se antes era tudo<br />

ao redor do produto, hoje precisa<br />

ser ao redor do consumidor.<br />

O que você viu <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na última<br />

feira da National Retail Fe<strong>de</strong>ration,<br />

em Nova York?<br />

Os shoppings vão se transformando<br />

e evoluindo para acompanhar<br />

as preferências <strong>de</strong> um<br />

consumidor em mutação. Uma<br />

das palavras mais faladas hoje é<br />

a conexão. A formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s,<br />

<strong>de</strong> conexão entre pessoas e marcas,<br />

entre pessoas e negócios e<br />

até entre pessoas e pessoas. Na<br />

Ancar Ivanhoe, abraçamos o conceito<br />

<strong>de</strong> ser uma plataforma. Uma<br />

plataforma que conecta tudo e,<br />

através <strong>de</strong> um equilíbrio entre varejo,<br />

serviços e entretenimento,<br />

fortalece nossos produtos, gerando<br />

experiências diferenciadas e<br />

encantadoras para nossos clientes.<br />

Pensar na longevida<strong>de</strong> da<br />

indústria passa por proporcionar<br />

22 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


um local impactante e vibrante,<br />

que conecta diversão, trabalho<br />

e um lugar para simplesmente<br />

estar. Um espaço para satisfazer<br />

<strong>de</strong>sejos e necessida<strong>de</strong>s, mas, ao<br />

mesmo tempo, que traga novida<strong>de</strong>s,<br />

promova experiências,<br />

inove, “converse” com o cliente,<br />

acolha, emocione e traga experiências<br />

sensoriais. Hoje, já po<strong>de</strong>mos<br />

sentir que a compra será<br />

uma consequência. O shopping<br />

precisa ser um facilitador da vida<br />

do cliente, trabalhar em forma <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong>, perseguir mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> serviços<br />

que façam sentido na vida <strong>de</strong><br />

um novo consumidor que po<strong>de</strong><br />

comprar online e retirar o produto<br />

na loja (BOPIS - Buy Online,<br />

Pick Up In Store), por exemplo.<br />

É também o caso do conceito <strong>de</strong><br />

lojas showroom. Po<strong>de</strong>mos olhar<br />

estes caminhos como extremamente<br />

ameaçadores ou po<strong>de</strong>mos<br />

entendê-los como oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Precisamos ser simples e<br />

acessíveis para os consumidores,<br />

mas extremamente sofisticados<br />

na infraestrutura para atendê-<br />

-los e surpreendê-los. Precisamos<br />

usar a tecnologia para incrementar<br />

os projetos em parceria com<br />

nossos lojistas e para nos permitir<br />

conhecer cada vez melhor nossos<br />

clientes com uma maior riqueza<br />

<strong>de</strong> dados, que antes não tínhamos<br />

acesso. Precisamos consi<strong>de</strong>rar as<br />

re<strong>de</strong>s sociais como a melhor forma<br />

para manter e fortalecer nossas<br />

conexões online, permitindo<br />

que o encontro offline ocorra em<br />

nossos shoppings.<br />

Ainda <strong>de</strong> tendências da National Retail<br />

Fe<strong>de</strong>ration, que outras tendências<br />

<strong>de</strong> varejo i<strong>de</strong>ntificou?<br />

A relevância do sentido do<br />

propósito <strong>de</strong> cada negócio; a<br />

economia do acesso crescendo<br />

exponencialmente (acesso/compartilhamento<br />

x posse; a busca<br />

incessante por proporcionar uma<br />

experiência memorável ao cliente<br />

(inclusive sensorial); a utilização<br />

acelerada das novas tecnologias,<br />

inclusive no ponto <strong>de</strong> venda (realida<strong>de</strong><br />

aumentada, 3D etc.); o digital<br />

e o físico se complementando e a<br />

valorização do consumidor como<br />

protagonista (customização, colaboração<br />

e interativida<strong>de</strong>).<br />

“antes era<br />

tudo ao<br />

redor do<br />

produto,<br />

hoje precisa<br />

ser ao<br />

redor do<br />

consumidor”<br />

Divulgação<br />

Como a sua área está lidando com a<br />

crise atual no Brasil, como foi 2017 e<br />

como <strong>de</strong>ve ser este ano? O que se vê<br />

são muitas lojas fechando, e isso <strong>de</strong>ve<br />

estar afetando fortemente o segmento<br />

<strong>de</strong> shoppings. Qual é a sua visão<br />

disso, e como isso está sendo administrado?<br />

O momento econômico que vivemos<br />

no país nos obrigou a ser<br />

criativos e a trabalhar ainda mais<br />

próximos dos nossos lojistas. Durante<br />

esse período, a Ancar Ivanhoe<br />

tem olhado mais para <strong>de</strong>ntro<br />

e organizado a casa para manter o<br />

fôlego. Para <strong>2018</strong>, os indicadores<br />

apontam para uma recuperação<br />

da economia ainda tímida, mas<br />

positiva. As características do negócio<br />

também nos favorecem. A<br />

indústria <strong>de</strong> shopping center é,<br />

normalmente, a última a sentir os<br />

momentos <strong>de</strong> turbulência e a primeira<br />

a se recuperar.<br />

“o shopping<br />

precisa<br />

ser um<br />

facilitador<br />

da vida do<br />

cliente”<br />

E qual o principal recado que lojistas<br />

do Brasil <strong>de</strong>vem levar em conta, consi<strong>de</strong>rando,<br />

claro, que por aqui o mercado<br />

é diferente <strong>de</strong> lugares como Dubai,<br />

Japão e Coreia do Sul?<br />

A principal mensagem para os<br />

varejistas é que precisam se mexer<br />

para fazer diferente. O que<br />

funcionou bem no passado não<br />

significará o sucesso no futuro e é<br />

crucial estar atento às mudanças<br />

<strong>de</strong> comportamento que vêm ocorrendo<br />

com os consumidores para<br />

agir rápido. Eles estão mais bem<br />

informados, superengajados nas<br />

re<strong>de</strong>s sociais, gostam <strong>de</strong> participar<br />

<strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s (sobretudo os nativos<br />

digitais) e consi<strong>de</strong>ram a opinião<br />

dos familiares e amigos antes<br />

<strong>de</strong> consumir algo. Hoje, eles po<strong>de</strong>m<br />

elogiar ou <strong>de</strong>tonar uma marca nas<br />

re<strong>de</strong>s. Como é possível se conectar<br />

com estes consumidores fazendo o<br />

mesmo trabalho? Os lojistas <strong>de</strong>vem<br />

conhecer muito bem seus clientes,<br />

se relacionar com eles e reconsi<strong>de</strong>rar<br />

as estratégias e posicionamento<br />

<strong>de</strong> suas marcas, esclarecendo seu<br />

propósito e razão <strong>de</strong> existir. As pessoas<br />

não compram o que você ven<strong>de</strong>,<br />

mas sim o que você acredita. A<br />

outra dica é não usar a tecnologia<br />

pela tecnologia. Estu<strong>de</strong> a melhor<br />

maneira como a tecnologia e todos<br />

os recursos disponíveis po<strong>de</strong>m<br />

ajudar como um meio e não como<br />

um fim, sempre em sintonia com o<br />

perfil da marca e do seu propósito.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 23


quem fez<br />

Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />

banho<br />

Guarda-chuva, capa, máscara <strong>de</strong> mergulho...<br />

é assim que um garotinho se prepara para escovar<br />

os <strong>de</strong>ntes e evitar “tomar um banho” ao<br />

abrir a torneira do banheiro, no filme criado<br />

pela WMcCann para divulgar a Deca Comfort.<br />

O produto é apresentado como uma torneira<br />

com tecnologia para não espirrar água.<br />

Fotos: Divulgação<br />

wMccann<br />

DUratex/Deca<br />

Título: Deca Comfort; criação: Rodrigo Corbari, Caio<br />

Carvalho, Adriano Nuevo, Leandro Oliveira, Paulo Fontana,<br />

Carlos Martinez, Giulio Pinotti e Rafael Pietragalla;<br />

produtora do filme: Piccolo Filmes; diretor <strong>de</strong><br />

cena: Jeff Chies; produtora <strong>de</strong> som: Cabaret Studio;<br />

aprovação do cliente: Bruno Antonaccio e Theo Dutra.<br />

mudança<br />

Com o conceito Atreva-se, o sedã compacto<br />

Fiat Cronos é apresentado como inspiração<br />

para a mudança na rotina, na campanha<br />

criada pela Leo Burnett. Além do filme<br />

Cuco para TV aberta e fechada, a comunicação<br />

contou com ações no BBB18, em parceria<br />

com a Globo, e no É <strong>de</strong> Casa.<br />

leo BurneTT Tailor MaDe<br />

Fca<br />

Título: Cuco; produto: Cronos; criação: Luciano<br />

Lincoln, Wilson Mateos e Tomás Correa; produtora<br />

<strong>de</strong> filme: Saigon; direção <strong>de</strong> cena: Vellas; produtora<br />

<strong>de</strong> som: Quiet City Music + Sound; aprovação<br />

do cliente: João Ciaco, Malú Antônio, Ana Brant,<br />

Ana Pepino (FIAT), Denis Onish e Debora Dauanny.<br />

Paixão<br />

Em ano <strong>de</strong> Copa do Mundo, a paixão pelo<br />

futebol é o tema usado na campanha <strong>de</strong> lançamento<br />

do <strong>de</strong>sodorante Rexona Torcedor<br />

Fanático, da Unilever. O filme global Acrobatics,<br />

criado pela MullenLowe Brasil, mostra<br />

atletas usando o frasco como bola para fazer<br />

acrobacias e embaixadinhas.<br />

Mullenlowe Brasil<br />

Unilever<br />

Título: Acrobatics; produto: Rexona; redação: Eduardo<br />

Salles e Henrique Louzada (Bill); direção <strong>de</strong><br />

arte: Fabio Nunes e Luiz Cesar (Steve); produtora <strong>de</strong><br />

filme: Santa Transmedia; direção <strong>de</strong> cena: Nylon<br />

(Caio Montanari e Boca Ceravolo); produtora <strong>de</strong> áudio:<br />

Loud; aprovação do cliente: Tomas Marcenaro,<br />

Katie Adams e Alejandro Fiecconi.<br />

24 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Sambinha<br />

O tratamento para tuberculose é oferecido gratuitamente<br />

pelo SUS, mas muitos pacientes acabam abandonando<br />

a medicação ao se sentir melhor e, por isso, não se curam<br />

da doença. O principal sintoma é tosse persistente, com<br />

mais <strong>de</strong> três semanas <strong>de</strong> duração. Para conscientizar a população<br />

sobre a importância <strong>de</strong> terminar os seis meses <strong>de</strong><br />

cuidados, o Ministério da Saú<strong>de</strong> veicula uma campanha,<br />

criada pela nova/sb, em ritmo <strong>de</strong> samba. O jingle Sai Tuberculose<br />

está tanto no filme para TV como no spot para<br />

rádio. A campanha ainda contempla peças para internet,<br />

mídia impressa e out of home. No filme, um homem começa<br />

a tossir enquanto está reunido com uma turma <strong>de</strong> amigos<br />

na calçada tocando o sambinha-tema da campanha e é<br />

conduzido ao posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

nova/sB<br />

Ministério Da saúDe<br />

Título: Campanha Nacional Contra a Tuberculose <strong>2018</strong>; produto:<br />

institucional; criação: Filipe Fontes, Anselmo Ferreira e Alyson Nonato;<br />

produtora <strong>de</strong> filme: Companhia <strong>de</strong> Cinema; direção <strong>de</strong> cena:<br />

Thiago Vieira; produtora <strong>de</strong> som: Squad; aprovação do cliente:<br />

Juliana Costa Vieira, Amanda Sampaio e Marina Morais.<br />

Saco<strong>de</strong> a Poeira<br />

A Copa do Mundo se aproxima e, com ela,<br />

surgem histórias <strong>de</strong> superação inspiradoras.<br />

Uma <strong>de</strong>las é contada na campanha do site<br />

<strong>de</strong> estatísticas esportivas Sportingbet.tv.<br />

O filme traz a trajetória <strong>de</strong> Paulinho, vice-<br />

-artilheiro da seleção brasileira na era Tite.<br />

Depois <strong>de</strong> jogar na Europa, o atleta voltou ao<br />

Brasil para disputar a quarta divisão e hoje é<br />

titular do Barcelona.<br />

aBille<br />

Gvc-Plc<br />

Título: Qual a chance?; produto: Sportingbet.TV;<br />

criação: Alexandre Chiquilho, Dalia Halegua, Anna<br />

Luiza Agazzi e Felipe Flores; produção do filme:<br />

Vapt Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Rafael Damy e Nicollas<br />

Matteis; produtora <strong>de</strong> áudio: Cabaret.<br />

Liberda<strong>de</strong><br />

Depois <strong>de</strong> um período escondidos<br />

pela moda da chapinha, os cachos<br />

voltam com força total. Para divulgar<br />

a linha Match Respeito aos<br />

Cachos, O Boticário mostra cacheadas<br />

<strong>de</strong> bem com seus cabelos. A<br />

campanha conta com dois filmes:<br />

Ela e eles e Pura essência.<br />

alMapBBDo<br />

o Boticário<br />

Título: Ela e Eles; produto: Match Cachos;<br />

criação: Ana Conrado, Fabio Cer<strong>de</strong>ira<br />

e Pedro Corbett; produtora <strong>de</strong><br />

imagem: Paranoid; direção <strong>de</strong> cena:<br />

300ml; produtora <strong>de</strong> áudio: Satélite;<br />

aprovação: André Farber, Alexandre<br />

Bouza e Cristiane Irigon Amaral.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 25


QUEM LIDERA<br />

NÃO ESPERA<br />

AS MUDANÇAS,<br />

FAZ ACONTECER.<br />

18 a 21 <strong>de</strong> <strong>abril</strong><br />

Sheraton Reserva do Paiva Hotel<br />

Recife - Pernambuco<br />

O maior encontro empresarial do País reúne autorida<strong>de</strong>s e li<strong>de</strong>ranças para<br />

<strong>de</strong>baterem uma agenda propositiva sobre temas <strong>de</strong> impacto socioeconômico e o<br />

futuro do Brasil. Além <strong>de</strong> uma imersão no Porto Digital, um dos mais importantes<br />

parques <strong>de</strong> inovação da América Latina.<br />

Seja agente <strong>de</strong>ssa transformação, participe do 17º FÓRUM EMPRESARIAL LIDE.<br />

Patrocínio: Apoio: Participação Especial: Participação:


www.li<strong>de</strong>global.com<br />

Mais uma iniciativa do LIDE.<br />

Quem é lí<strong>de</strong>r, participa.<br />

Realização:<br />

Colaboração: Mídia Partners: Fornecedores Oficiais:


inspiração<br />

Um dia <strong>de</strong> hyperlinks sem fim<br />

Mulheres e seu universo visionário, não só as que estão na<br />

moda, como as jovens profissionais em busca <strong>de</strong> espaço para<br />

suas i<strong>de</strong>ias, são fontes inspiradoras para Fernanda Guimarães<br />

28 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Fotos: Arquivo Pessoal<br />

Fernanda Guimarães é<br />

diretora executiva <strong>de</strong><br />

criação da agência Mutato<br />

Fernanda Guimarães<br />

especial para o PrOPmarK<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coisas que tenho para fazer<br />

e pensar cresceram exponencialmen-<br />

A<br />

te <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assumi uma equipe criativa <strong>de</strong><br />

30 pessoas e tive um filho, bastante criativo<br />

também, que já tem um ano e meio. Isso fez<br />

do meu dia um circuito <strong>de</strong> estímulos e hyperlinks<br />

sem fim. Não consigo mais parar e me<br />

concentrar para buscar novas referências: elas<br />

surgem como estímulos <strong>de</strong> todas as partes que<br />

aproveito e vou linkando um no outro. É como<br />

se eu acordasse ouvindo o começo <strong>de</strong> uma história,<br />

que vai ter um <strong>de</strong>sfecho surpreen<strong>de</strong>nte<br />

só antes <strong>de</strong> eu dormir.<br />

Nessa nova rotina, tenho o hábito <strong>de</strong> ouvir<br />

podcasts toda manhã, que são fonte interminável<br />

<strong>de</strong> referência, notícia, informação e opinião.<br />

Escuto os brasileiros, a exemplo do Mamilos (da<br />

Ju Wallauer e da Cris Bartis), mas também muitos<br />

americanos, que são superbem produzidos e<br />

com editorias tão diversas quanto se po<strong>de</strong> imaginar.<br />

Acho um formato muito conveniente <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> conteúdo e entretenimento para<br />

pessoas que, como eu, têm uma agenda muito<br />

cronometrada. Audiobooks se enquadram na<br />

mesma categoria e têm ficado cada vez mais interessantes<br />

e com requintes <strong>de</strong> espetáculo. Recomendo<br />

fortemente.<br />

Durante meu dia <strong>de</strong> trabalho, a maior parte<br />

da inspiração vem do contato com mulheres<br />

que admiro e constantemente me <strong>de</strong>safiam a ser<br />

uma profissional melhor. Algumas <strong>de</strong>las aparecem<br />

no mosaico que abre este texto. Com certeza<br />

há muitas outras - especialmente o time <strong>de</strong> mulheres<br />

da Mutato, que prefiro citar aqui como um<br />

coletivo, para que nenhuma <strong>de</strong>las fique <strong>de</strong> fora.<br />

São mulheres que me contam <strong>de</strong> projetos, i<strong>de</strong>ias,<br />

mostram sua forma <strong>de</strong> encarar o dia a dia <strong>de</strong> trabalho<br />

com força e <strong>de</strong>terminação. Pessoas que, a<br />

cada encontro, me <strong>de</strong>ixam renovada. Existe uma<br />

nova geração incrível <strong>de</strong> profissionais mulheres<br />

que vêm para ocupar um espaço como nunca se<br />

viu. Abram caminho para elas!<br />

Por trabalhar com conteúdo e entretenimento<br />

para marcas - e editorialmente também - há<br />

muitos anos, tenho o consumo <strong>de</strong> filmes, séries,<br />

documentários e programas <strong>de</strong> TV como parte<br />

da minha rotina, até mais que exercício físico<br />

(risos nervosos). Ainda mais no contexto atual,<br />

em que tanto eu como meu marido trabalhamos<br />

com conteúdos <strong>de</strong> social para a Netflix e é fundamental<br />

conhecer o que está na plataforma - e<br />

fora <strong>de</strong>la. Vou citar She’s Gotta Have It, do Spike<br />

Lee, como uma das séries recentes que estamos<br />

vendo e gostando muito. Nola Darling é mais<br />

uma <strong>de</strong>ssas mulheres que adoraria encontrar no<br />

meu dia. Certamente penduraria um quadro <strong>de</strong>la<br />

na minha pare<strong>de</strong>. Mas a verda<strong>de</strong> é que vejo <strong>de</strong><br />

tudo, com <strong>de</strong>staque especial para vários documentários<br />

sobre alimentação saudável (já vi tantos<br />

que sou capaz <strong>de</strong> prever, <strong>de</strong> cara, o que cada<br />

um <strong>de</strong>les vai dizer).<br />

E é claro que vou citar o meu filho como uma<br />

inspiração. Ele é o cara! E falando <strong>de</strong>le <strong>de</strong> uma<br />

maneira mais ampla, as inspirações são constantes<br />

quando olhamos para o que as novas gerações<br />

estão querendo, sentindo, experimentando<br />

e questionando. Quando tenho uma pessoa recém-formada<br />

no meu time, sinto como se eu fosse<br />

uma repórter entrevistando ela o tempo todo.<br />

O mesmo vale para quando fazemos um projeto<br />

que dá voz às meninas da nova geração, como foi<br />

em Repense o Elogio. É <strong>de</strong>ssa turma que veremos<br />

surgir gran<strong>de</strong> parte dos insights e reinvenções<br />

que guiarão nosso trabalho (e nosso mercado)<br />

daqui pra frente.<br />

Podcasts<br />

Ju Wallauer e Cris Bartis, do Mamilos, estão na sua lista<br />

diária <strong>de</strong> audição imperdível (no alto). Nola Darling (no<br />

meio) tem espaço para um quadro na sala. MC Soffia<br />

(acima à direita) com outras meninas, em cena do<br />

documentário Repense o Elogio, da Mutato e Maria Farinha<br />

Filmes para Avon, exibido no SXSW. Mulheres inspiradoras<br />

(na página à esquerda) não faltam.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 29


opinião<br />

davidrasmus/iStock<br />

o melhor momento para<br />

negociar sua empresa<br />

Flavio Conti<br />

Aos poucos, o Brasil vai entrando nos<br />

eixos. A economia está retomando seu<br />

caminho e, se não houver nenhuma surpresa<br />

que represente solavanco, tudo indica<br />

estarmos entrando num círculo virtuoso.<br />

Na minha opinião, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma crise<br />

<strong>de</strong>ssas proporções, ficam <strong>de</strong> pé apenas as<br />

melhores empresas. Não que eu <strong>de</strong>fenda a<br />

crise, mas acho <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> que a crise serve<br />

muito para promover um certo expurgo.<br />

Empresas mal geridas, com pouca capacida<strong>de</strong>,<br />

sem ativos importantes, inclusive<br />

humanos, sucumbem diante <strong>de</strong> um cenário<br />

tão adverso quanto esse recente. Agora,<br />

neste momento, com preços ainda muito<br />

baixos, é hora <strong>de</strong> comprar empresas, fazer<br />

fusões, se fortalecer para aproveitar ao máximo<br />

a onda <strong>de</strong> crescimento.<br />

A crise produz um estresse muito<br />

gran<strong>de</strong>, esgarça relações,<br />

afeta ambientes <strong>de</strong> trabalho,<br />

<strong>de</strong>smotiva. Desta forma, muitas<br />

vezes a opção é aproveitar<br />

o momento melhor e se <strong>de</strong>sfazer<br />

<strong>de</strong> ativos. Já vi esse tipo<br />

<strong>de</strong> movimento ocorrer muitas<br />

vezes e o entendo como<br />

saudável. Des<strong>de</strong> que a operação<br />

<strong>de</strong> compra e venda ou até<br />

fusão se <strong>de</strong>em em bases legais equânimes,<br />

com todo o suporte <strong>de</strong> profissionais<br />

qualificados, é sim possível satisfazer a<br />

todas as partes.<br />

A boa notícia é que, ao longo da crise,<br />

quem tinha maior capacida<strong>de</strong> financeira<br />

não fez movimentos bruscos, preferiu<br />

aproveitar a ainda vantajosa relação remuneração/taxa<br />

<strong>de</strong> juro. O resultado é uma<br />

conta polpuda e em condições <strong>de</strong> agregar<br />

patrimônio. Na outra ponta, muitas vezes,<br />

empresas tiveram <strong>de</strong> gastar suas economias<br />

para po<strong>de</strong>r se manter no mercado.<br />

Hoje estão relativamente <strong>de</strong>scapitalizadas<br />

e por isso o melhor caminho po<strong>de</strong> ser se<br />

<strong>de</strong>sfazer da operação.<br />

“A crise<br />

serve<br />

muito pArA<br />

promover<br />

um certo<br />

expurgo”<br />

Nessa relação <strong>de</strong> oferta e procura, todas<br />

as pontas po<strong>de</strong>m, sim, sair ganhando.<br />

Sem contar que, comparativamente, os negócios<br />

estão com preços muito atrativos.<br />

A queda do juro e a perspectiva <strong>de</strong> novas<br />

quedas também apontam aos mais capitalizados<br />

que é hora <strong>de</strong> ir às compras.<br />

Como se po<strong>de</strong> ver, as oportunida<strong>de</strong>s estão<br />

absolutamente abertas. Muitas vezes<br />

encontrar um sócio/parceiro para abrir novos<br />

segmentos <strong>de</strong> negócios, ou mesmo novos<br />

mercados, acaba se tornando uma ótima<br />

alternativa para a empresa. É tudo uma<br />

gran<strong>de</strong> tela em branco, <strong>de</strong> inúmeras possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Por conta da expertise <strong>de</strong>senvolvida<br />

nesse campo das negociações, apren<strong>de</strong>ndo<br />

e lidando com interesses dos dois lados,<br />

é possível afirmar, com pequena margem <strong>de</strong><br />

erro, que estamos vivendo um dos melhores<br />

momentos para esse tipo <strong>de</strong> movimento.<br />

Muitas empresas, nas duas pontas, nos têm<br />

procurado com esse interesse. Por isso, daqui<br />

para a frente, não se espantem com uma<br />

possível onda <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> ativos, vendas,<br />

compras e fusões entre empresas.<br />

Outro aspecto importante <strong>de</strong>ve<br />

ser <strong>de</strong>stacado: <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma<br />

crise, todas as empresas estão,<br />

digamos, mais magras, tal qual<br />

um urso que passa meses hibernando.<br />

A musculatura está lá,<br />

mas bem mais flácida. Voltar a<br />

ter o mesmo perfil po<strong>de</strong> levar<br />

tempo e consumir ainda mais recursos,<br />

o que po<strong>de</strong> exigir tomar empréstimos e<br />

mudar o perfil <strong>de</strong> endividamento. Por<br />

isso, a opção <strong>de</strong> venda, ou <strong>de</strong> união com<br />

outro parceiro em boas condições, po<strong>de</strong><br />

ser, mais do que se <strong>de</strong>sfazer ou dividir<br />

ativos, um ato <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>.<br />

Empresas com maior volume <strong>de</strong> produção<br />

e clientes ganham escala, a operação<br />

volta a ser competitiva e lucrativa em relação<br />

à concorrência. Ganham também os<br />

clientes, que passam a ter melhor atendimento<br />

e produtos melhores e a<strong>de</strong>quados ao<br />

novo momento. Aos empresários que ven<strong>de</strong>m,<br />

fica a opção <strong>de</strong>, agora capitalizados,<br />

iniciarem outros negócios, se associarem a<br />

outros grupos ou, ainda, porque não, aproveitarem<br />

a vida com outras coisas, sonhos<br />

<strong>de</strong> consumo e hobbies, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do momento<br />

<strong>de</strong> cada um.<br />

Flavio Conti é publicitário e consultor <strong>de</strong> empresas<br />

na área <strong>de</strong> fusões e aquisições<br />

flavio_conti@uol.com.br<br />

30 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


STORYTELLER<br />

Milan Marjanovic/iStock<br />

Ser avô<br />

É um ser equipamento <strong>de</strong> prazer,<br />

<strong>de</strong> alegria. Espera-se pouco <strong>de</strong>le<br />

LuLa Vieira<br />

Chame-me <strong>de</strong> avô. Finalmente <strong>de</strong>scobri<br />

para que serve a vida: para ser avô.<br />

É mais que pai (não sei direito como é ser<br />

mãe), mais do que qualquer outra coisa<br />

que conheço. A gente faz muita coisa <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que se percebe, e, a cada vez que algo<br />

acontece que traz felicida<strong>de</strong>, vem sempre a<br />

sensação <strong>de</strong> que valeu a pena viver. Mas é<br />

só quando uma criança <strong>de</strong> parcos anos se<br />

ilumina ao te ver, sorri extasiada e exclama<br />

“vovôooo!” que felicida<strong>de</strong> ganha outra<br />

dimensão. Filhos, é uma <strong>de</strong>lícia tê-los, mas<br />

há sempre uma responsabilida<strong>de</strong> a diminuir<br />

a fruição do gozo, pois há que ensinar,<br />

proteger, formar e manter. Neto não, neta<br />

não. Um avô não tem nenhuma obrigação<br />

e sobre ele não há nenhuma expectativa. É<br />

um ser equipamento <strong>de</strong> prazer, <strong>de</strong> alegria.<br />

Espera-se pouco <strong>de</strong>le. Apenas ausência <strong>de</strong><br />

horários, permanente disposição e uma falha<br />

vocabular. A absoluta impossibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> dizer não.<br />

Avô estraga tudo, <strong>de</strong>ixa quebrar, arruína<br />

celulares, tabletops e velhos bibelôs <strong>de</strong><br />

família, em troca <strong>de</strong> um sorriso. E cozinha<br />

pão <strong>de</strong> queijo, amassa cenourinha, corta<br />

maçã, verifica a água do banho e não se<br />

importa em <strong>de</strong>ixar inundar o banheiro ou<br />

o quarto. Aliás, banho é coisa séria. Seriíssima.<br />

Patinhar na água é parte integrante<br />

da preparação para a vida, pois é um misto<br />

<strong>de</strong> exercício, treinamento <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação<br />

motora e primeiras noções <strong>de</strong> física. O fator<br />

higiênico do banho, <strong>de</strong>ixe para os pais, preocupados<br />

com miuçalhas.<br />

Banho para um avô é apenas uma coisa<br />

lúdica, uma volta à paz uterina com a vantagem<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r fazer uma enorme farra.<br />

Dentre as habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ser avô está o fato<br />

<strong>de</strong> ter um vocabulário bastante elástico:<br />

gluglu, nhamenhame, miau, cocó, au-au e<br />

outras criações que mudam muito <strong>de</strong> criança<br />

para criança. Por experiência própria,<br />

dou um conselho a todos os avós iniciantes:<br />

cuidado com as palavras ditas <strong>de</strong> baixo<br />

calão. Uma criança <strong>de</strong> dois anos é incapaz<br />

<strong>de</strong> dizer corretamente palavras simples como<br />

água, comida, sapato, mesa e dormir.<br />

Mas é capaz <strong>de</strong> repetir putaqueopariu, caralho<br />

ou merda com a maior clareza. Portanto,<br />

treine xingar ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> fascistas,<br />

cantos <strong>de</strong> mesa <strong>de</strong> reacionários, <strong>de</strong>graus<br />

escondidos <strong>de</strong> neoliberais. Não os man<strong>de</strong><br />

tomar no olho do cu, por mais que mereçam.<br />

Não é nada agradável ver aquele encanto<br />

<strong>de</strong> criança que você ama acima <strong>de</strong><br />

tudo, sugerindo à vizinha esse tipo <strong>de</strong> sexo<br />

não ortodoxo.<br />

E o que é pior: quanto maior o espanto,<br />

mais essas criaturinhas perseguidoras <strong>de</strong><br />

sucesso (como todos nós) repetem. Se fizer<br />

cara feia, então, po<strong>de</strong> ter certeza que no<br />

primeiro restaurante que o anjinho <strong>de</strong>ixar<br />

cair uma colher vai ser acompanhada <strong>de</strong><br />

um sonoro e irretorquível “caralho!”. Por<br />

isso, o psicoterapeuta infantil Lula Vieira<br />

recomenda: nada <strong>de</strong> palavrões. Por mais<br />

que isso seja difícil. Ser avô (ser avó também<br />

é lindo, mas minhas netas são netas<br />

<strong>de</strong> escritora e ela sabe <strong>de</strong>screver até melhor<br />

do que eu o que significa essa dupla maternida<strong>de</strong>),<br />

bem, eu dizia que ser avô também<br />

é ter saco. Muito saco. Mas muito saco mesmo.<br />

Só isso explica assistir, sem explodir,<br />

50 vezes num único dia a Galinha Pintadinha<br />

ou a Turma do Planeta.<br />

Ou mesmo a Anitta, pois criança é sobretudo<br />

eclética. Para falar a verda<strong>de</strong>, nem<br />

Sonata em Ré Maior resiste a 20 repetições,<br />

uma atrás da outra. Ser avô traz outra gran<strong>de</strong><br />

vantagem: a confraria entre amigos na<br />

mesma condição. Zuenir Ventura, Luiz Fernando<br />

Veríssimo, Marcelo Diniz, Zé Guilherme<br />

Vereza e muitos outros cidadãos da<br />

maior importância social, intelectual e cívica<br />

não sentem o menor pudor em repetir<br />

as gracinhas <strong>de</strong> netos e netas.<br />

Escrevo esta coluna antes da Páscoa,<br />

pois a data <strong>de</strong> fechamento imposta a nós<br />

mortais pelas maravilhosas editoras da<br />

casa é draconiana. Mas eu nunca pensei<br />

que a minha inexaurível capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<br />

ridículo chegasse ao ponto <strong>de</strong> procurar coelhos<br />

em lojas <strong>de</strong> animais, além <strong>de</strong> pintinhos<br />

amarelinhos. Aliás, eu telefonei para<br />

uma <strong>de</strong>las – Baba Cão, se não me engano – e<br />

quase ia perguntando para o rapaz que me<br />

aten<strong>de</strong>u se ele tinha pintinho. Parei antes<br />

<strong>de</strong> falar, embora eu tivesse certeza que ele<br />

ia mandar eu consultar minha mãe para<br />

saber o que ela achava. Felizmente consegui<br />

fazer um circunlóquio e <strong>de</strong>scobri que,<br />

tal como uma amiga já tinha me alertado,<br />

ultimamente este artigo está em falta. Mas<br />

encomen<strong>de</strong>i os tais pintinhos, que farão<br />

companhia às minhas cocós, meus miaus e<br />

os au-aus que tenho em casa.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />

Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />

radialista, escritor, editor e professor<br />

lulavieira@grupomesa.com.br<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 31


eyOnd the line<br />

IakovKalinin/iStock<br />

On the road<br />

A cada viagem <strong>de</strong>ssa, voltamos enriquecidos<br />

com o conhecimento da realida<strong>de</strong> do mercado<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

lá vamos nós, outra vez, percorrer esse<br />

E Brasilzão em contato com agências <strong>de</strong><br />

propaganda. Desta vez, levamos na bagagem<br />

uma caixa <strong>de</strong> ferramentas. Não uma<br />

caixa qualquer, mas uma recheada <strong>de</strong> soluções<br />

para as agências <strong>de</strong> propaganda.<br />

Trata-se do Road Show “Caixa <strong>de</strong> Ferramentas<br />

Essenciais da Agência <strong>de</strong> Propaganda”,<br />

organizado pela Fenapro, em parceria<br />

com os Sinapros. De março a junho,<br />

serão 10 cida<strong>de</strong>s envolvidas (Campinas, São<br />

José dos Campos, São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis,<br />

Porto Alegre, Recife e Salvador) nesse tour<br />

<strong>de</strong> conhecimento pelo Brasil.<br />

como importantes players as agências <strong>de</strong><br />

propaganda, as mudanças são ainda mais<br />

frequentes e nervosas. No meio disso tudo<br />

estão as ferramentas. Elas surgem para<br />

dar suporte à inovação ou para melhorar a<br />

produtivida<strong>de</strong> num mercado cada vez mais<br />

competitivo e <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> fugidia.<br />

As agências não <strong>de</strong>vem e não po<strong>de</strong>m<br />

permanecer com a mesma estrutura <strong>de</strong> ano<br />

para ano. É necessária uma atualização<br />

contínua, buscando ter em mãos as melhores<br />

armas para a luta do dia a dia.<br />

Some-se a isso a ansieda<strong>de</strong> dos clientes,<br />

cujos CMOs estão igualmente pressionados<br />

por uma atualização contínua, gerando novas<br />

<strong>de</strong>mandas às suas agências.<br />

Essas viagens representam uma troca rica:<br />

levamos conhecimento e conteúdo que<br />

julgamos essenciais para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das agências e, <strong>de</strong> volta, pegamos o pulso<br />

do mercado e analisamos as características<br />

regionais para ampliar o entendimento do<br />

multifacetado mercado brasileiro.<br />

A cada viagem <strong>de</strong>ssa, voltamos enriquecidos<br />

com o conhecimento da realida<strong>de</strong> do<br />

mercado das agências <strong>de</strong> propaganda, nas<br />

suas variações regionais, o que ajuda a nortear<br />

as ações futuras.<br />

É esse círculo virtuoso e uma consequente<br />

troca <strong>de</strong> experiências que mantêm<br />

a relevância das ações conjuntas em prol do<br />

mercado publicitário.<br />

Nossa “caixa <strong>de</strong> ferramentas”, <strong>de</strong>sta vez,<br />

inclui <strong>de</strong>livery <strong>de</strong> materiais para TV em<br />

streaming, soluções para uso <strong>de</strong> música em<br />

campanhas publicitárias, banco <strong>de</strong> imagens,<br />

provedor <strong>de</strong> pesquisas e inteligência,<br />

assinatura <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> comunicação do<br />

tra<strong>de</strong>, checking <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> rádio, soluções<br />

<strong>de</strong> planos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e seguros, sistema operacional<br />

para agências, mesas digitalizadoras,<br />

sistemas <strong>de</strong> armazenamento e imagens,<br />

plataforma <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> conteúdo,<br />

além <strong>de</strong> outras.<br />

Todos sabemos o quanto as agências são<br />

impactadas pelas constantes mudanças do<br />

mercado. A forma <strong>de</strong> se fazer negócios, <strong>de</strong><br />

uma maneira geral, muda numa constância<br />

avassaladora.<br />

No caso da economia criativa, que tem<br />

E as agências não precisam ter todas as<br />

soluções embaixo do seu teto, mas têm a<br />

obrigação <strong>de</strong> conhecer as melhores alternativas<br />

e do ferramental mais eficaz para os<br />

seus clientes. Daí a importância <strong>de</strong> se tornar<br />

conhecida uma caixa <strong>de</strong> ferramentas<br />

que muda o seu conteúdo constantemente,<br />

sempre com novida<strong>de</strong>s no conjunto <strong>de</strong> soluções.<br />

Mas, não nos enganemos. Há ferramentas<br />

básicas que não mudam nunca. Como<br />

aquelas voltadas a uma gestão eficaz.<br />

As agências, apesar das suas características<br />

<strong>de</strong> um negócio mais “solto”, não <strong>de</strong>vem<br />

abrir mão jamais <strong>de</strong> processos rigorosos <strong>de</strong><br />

administração financeira e operacional,<br />

sob risco <strong>de</strong> inviabilizarem-se nesse mercado<br />

<strong>de</strong> margens cada vez mais magras.<br />

E, apesar das diferenças regionais, há<br />

uma realida<strong>de</strong> que perpassa todas as agências,<br />

não importando seu porte ou abrangência<br />

<strong>de</strong> serviços.<br />

Estamos ansiosos por completar esse<br />

circuito, que se inicia agora (já foram realizadas<br />

as etapas <strong>de</strong> Campinas e São José dos<br />

Campos) e termina no início <strong>de</strong> junho.<br />

Particularmente, com o pé na estrada e<br />

os olhos bem abertos, espero coletar um rico<br />

conjunto <strong>de</strong> informações e insights, sejam<br />

oriundos das características regionais,<br />

sejam dos formatos adotados, sejam das<br />

tendências observadas. Prometo dividir<br />

com você essa experiência pari passu, por<br />

intermédio <strong>de</strong>ssa coluna.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

32 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


digiTal<br />

Sitthiphong/iStock<br />

Projeção da eMarketer mostra que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dois anos, o mobile será quase 80% do ad spending digital; dados também apontam que 70% do consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o já é feito pelo celular<br />

“Há muitos criativos que pensam<br />

o ví<strong>de</strong>o exclusivamente para TV”<br />

Especialista em mobile marketing, Francesco Simeone, da Logan Media,<br />

afirma que falta muito para o Brasil dar o exemplo em publicida<strong>de</strong> móvel<br />

KELLY DORES<br />

Hoje, 70% do consumo diário<br />

<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o já é feito pelo<br />

celular. O dado é interessante e<br />

ao mesmo tempo mostra uma<br />

contradição, já que a publicida<strong>de</strong><br />

mobile evoluiu muito pouco.<br />

Pare para pensar: você se<br />

lembra <strong>de</strong> alguma propaganda<br />

incrível que tenha visto pelo<br />

smartphone? Possivelmente,<br />

não. Por mais que passamos<br />

muitas horas navegando pela<br />

internet com o celular, a publicida<strong>de</strong><br />

que mais chama a atenção<br />

é ainda a da tela maior. Há<br />

várias razões para isso, talvez<br />

o tamanho pequeno da tela <strong>de</strong><br />

um celular ou porque ainda<br />

muitas agências e marcas continuam<br />

adaptando os filmes da<br />

TV para o digital.<br />

“O mobile não é uma extensão<br />

da TV, assim como não<br />

é uma extensão do <strong>de</strong>sktop.<br />

Pelo contrário, é um meio totalmente<br />

inédito e com peculiarida<strong>de</strong>s<br />

que o diferenciam <strong>de</strong><br />

qualquer outro meio <strong>de</strong> comunicação.<br />

Parece-me claro que,<br />

se veiculamos no celular um<br />

filme pensado para a TV, estamos<br />

reciclando um conteúdo<br />

que não foi criado ad hoc para<br />

os dispositivos móveis. Porém,<br />

infelizmente, ainda há muitos<br />

criativos que pensam o ví<strong>de</strong>o<br />

exclusivamente como um produto<br />

televisivo mesmo quando<br />

70% do consumo diário <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o<br />

já é mobile. Obviamente,<br />

temos excelentes produtores<br />

<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os para mobile aqui.<br />

Mas, sendo o Brasil uma referência<br />

internacional no mundo<br />

da publicida<strong>de</strong>, acho que nesse<br />

sentido falta muito para dar<br />

o exemplo”, avalia Francesco<br />

Simeone, diretor <strong>de</strong> negócios<br />

da Logan Media Brasil, empresa<br />

especializada em mobile<br />

marketing.<br />

Para ele, o problema não é<br />

apenas a questão <strong>de</strong> duração,<br />

mas também <strong>de</strong> linguagem,<br />

semântica e interativida<strong>de</strong>.<br />

“Hoje, a tecnologia mobile<br />

permite criar ví<strong>de</strong>os 360 interativos.<br />

Imagina o engajamento<br />

que um formato <strong>de</strong>sse po<strong>de</strong><br />

criar, por exemplo, para uma<br />

“O celular<br />

superOu O<br />

cOmputadOr cOmO<br />

principal pOntO <strong>de</strong><br />

acessO à internet<br />

já faz tempO”<br />

montadora ou para uma marca<br />

esportiva?”, provoca Simeone.<br />

Projeção da eMarketer mostra<br />

que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dois anos,<br />

mobile será quase 80% do ad<br />

spending digital. “Esse processo<br />

não tem volta. <strong>2018</strong> será<br />

o primeiro ano em que o ad<br />

spending mobile vai superar o<br />

<strong>de</strong>sktop e, digo eu, finalmente,<br />

já que o celular superou o computador<br />

como principal ponto<br />

<strong>de</strong> acesso à internet faz tempo.<br />

Pelos dados publicados no relatório<br />

da MMA, fica claro que<br />

até os baby boomers aceitaram<br />

o celular como principal meio<br />

<strong>de</strong> comunicação”, diz ele.<br />

Como fazer para a publicida<strong>de</strong><br />

não ser invasiva no celular?<br />

“Quanto mais assertiva é<br />

a segmentação e quanto mais<br />

lúdico, engajante e inovador é<br />

o formato, melhor será o efeito<br />

e o recall da marca”, afirma<br />

Simeone. “Os nossos sistemas<br />

internos <strong>de</strong> tracking permitem<br />

aperfeiçoar sempre a assertivida<strong>de</strong><br />

da nossa segmentação,<br />

criando brand clusters <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

eficácia”.<br />

34 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


DIGITAL<br />

Pontomobi traz ferramenta Datami<br />

para fi<strong>de</strong>lização através do mobile<br />

Agência do DAN (Dentsu Aegis Networks) também está formalizando<br />

parceria com a Ifeelgoods, especializada em programas <strong>de</strong> recompensas<br />

Paulo Macedo<br />

Lançada há <strong>de</strong>z anos pelo grupo<br />

editorial RBS e absorvida<br />

integralmente pelo Dentsu Aegis<br />

Network em 2015, a Pontomobi faz<br />

parte da história do mobile como<br />

instrumento <strong>de</strong> comunicação e<br />

também como agente catalisador<br />

<strong>de</strong> vendas. Li<strong>de</strong>rada por Léo Xavier,<br />

a agência observa o instrumento<br />

que cabe na palma da mão dos 160<br />

milhões <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> smartphones,<br />

dos quais 100 milhões com a<br />

tecnologia 4G, como estratégico e<br />

acima dos C-levels.<br />

“Os presi<strong>de</strong>ntes das empresas<br />

estão atentos”, afirma Léo, que na<br />

Saluja, fundador da Datami, ao lado <strong>de</strong> Xavier, pioneiro do mobile no Brasil<br />

Divulgação<br />

semana passada anunciou parceria<br />

com o Datami, plataforma <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lização<br />

digital criada pelo indiano<br />

Harjot Saluja que já possui 1,8 bilhão<br />

<strong>de</strong> clientes móveis em 20 países<br />

<strong>de</strong> operadoras como Verizon,<br />

Telefónica, Orange, Oi e TIM, por<br />

exemplo. A Pontomobi já <strong>de</strong>senvolveu<br />

mais <strong>de</strong> 850 aplicativos. “Hoje o<br />

mobile re<strong>de</strong>fine negócios. Criamos<br />

um aplicativo para as lojas <strong>de</strong> varejo<br />

da Sky. O processo, que durava três<br />

dias, agora é automático. O mobile<br />

significa: concepção, experiência,<br />

codificação, comunicação e conectivida<strong>de</strong>”,<br />

diz Xavier, que também<br />

está trazendo para o Brasil a Ifellgood,<br />

<strong>de</strong> recompensas digitais.<br />

LIVERESULTS<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35


dIgItal<br />

Crise gerada por captura <strong>de</strong> dados<br />

leva Facebook a lutar por reputação<br />

Erros na questão <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> e silêncio <strong>de</strong> executivo traz danos<br />

ao valor da marca, que está agora sob observação <strong>de</strong> anunciantes<br />

Felipe Turlão<br />

especial para o propMArK<br />

No último dia 17, os jornais The New<br />

York Times e The Guardian revelaram<br />

que dados <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

capturados no Facebook foram utilizados<br />

sem que elas soubessem pela Cambridge<br />

Analytica. A maneira <strong>de</strong> obter os<br />

dados, sabe-se hoje, foi através <strong>de</strong> “testes<br />

psicológicos” que forneciam informações<br />

relevantes não apenas sobre os usuários,<br />

mas seus amigos na re<strong>de</strong> social. Tais dados,<br />

em tese, teriam sido importantes para<br />

o marketing vitorioso da eleição <strong>de</strong> Donald<br />

Trump à Presidência dos Estados Unidos e<br />

da campanha do Brexit. Daquele dia para<br />

cá, o Facebook atravessou a pior crise <strong>de</strong> reputação<br />

corporativa <strong>de</strong> sua história.<br />

De acordo com especialistas ouvidos<br />

pelo PROPMARK, diversos erros foram cometidos<br />

no processo, o que só agravou a situação<br />

da re<strong>de</strong> social <strong>de</strong> Mark Zuckerberg.<br />

“Durante uma crise pública <strong>de</strong>ssa magnitu<strong>de</strong>,<br />

as atenções são voltadas ao CEO da empresa.<br />

Se ele fica sumido, como ocorreu nos<br />

primeiros cinco dias da crise, cria-se um vácuo<br />

e todos começam a falar sobre o Facebook.<br />

A marca nunca mais consegue reassumir<br />

o controle da comunicação”, explica<br />

Ronald Mincheff, sócio-diretor da agência<br />

<strong>de</strong> comunicação Talquimy e especialista<br />

em gerenciamento <strong>de</strong> crise, que li<strong>de</strong>rou<br />

projetos como a crise após a queda do voo<br />

447 da Air France, em 2009.<br />

Outros ingredientes ajudaram a piorar a<br />

situação, como aponta Mincheff. O Facebook<br />

reconheceu que sabia dos problemas<br />

com a Cambridge Analytica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2015,<br />

quando Aleksandr Kogan, professor da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Cambridge, criou o aplicativo<br />

<strong>de</strong> psicologia que conseguia informações<br />

sobre usuários e as repassava à Cambridge<br />

Analytica. Embora tenha removido o aplicativo<br />

na época, o Facebook nunca foi claro<br />

sobre a questão junto ao público. “Ser pego<br />

no contrapé em <strong>2018</strong> foi um gran<strong>de</strong> problema<br />

<strong>de</strong> reputação. Por causa disso, as pessoas<br />

<strong>de</strong>monstraram não estar confortáveis<br />

com a resposta do Facebook até o momento.<br />

Ela não foi contun<strong>de</strong>nte o suficiente”,<br />

resume o especialista.<br />

Entre os últimos dias 17 e 28, o Facebook<br />

per<strong>de</strong>u quase US$ 100 milhões em valor <strong>de</strong><br />

mercado, refletindo o nervosismo dos investidores.<br />

A empresa agora vale US$ 440<br />

bilhões e é a quinta mais valiosa do mundo,<br />

atrás <strong>de</strong> Apple, Alphabet (dona do Google),<br />

Fotos Divulgação<br />

Mark Zuckerberg, que <strong>de</strong>morou a regir <strong>de</strong>pois da crise<br />

Amazon e Microsoft. Muito <strong>de</strong>sse movimento,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente, po<strong>de</strong> estar atrelado<br />

à especulação financeira. Então, o perigo<br />

resi<strong>de</strong> em como o Facebook vai continuar<br />

ganhando dinheiro real <strong>de</strong> quem paga a<br />

conta.<br />

InvestImento em queda?<br />

A gran<strong>de</strong> pergunta que se faz no momento<br />

é o que os anunciantes farão. Evitar o<br />

cenário <strong>de</strong> fuga das marcas é o objetivo da<br />

re<strong>de</strong> social. Recomendações <strong>de</strong> analistas<br />

como Colin Sebastian, da Robert W. Baird<br />

& Co, dão conta que existe o potencial <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s marcas e empresas <strong>de</strong> médio porte<br />

congelarem os investimentos na plataforma<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do Facebook até que<br />

as más notícias cessem. Entretanto, ele<br />

avaliou, poucas plataformas têm o mesmo<br />

alcance para as marcas. E a empresa teria<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer crescer seu negócio <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> no Instagram.<br />

A tendência é que só haja fuga <strong>de</strong> anunciantes<br />

e <strong>de</strong> dinheiro se a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

usuários <strong>de</strong>cair muito ou se regulamentações<br />

ou pressões governamentais limitarem<br />

o uso <strong>de</strong> dados do Facebook. No último<br />

dia 28, segundo o Advertising Age, a empresa<br />

anunciou que iria remover a opção <strong>de</strong> ad<br />

targeting baseada em dados <strong>de</strong> comportamento<br />

<strong>de</strong> consumo oriundos <strong>de</strong> empresas<br />

como Acxiom, Experian e Epsilon, entre<br />

outras. São informações sobre o que e on<strong>de</strong><br />

as pessoas compram, além do tipo <strong>de</strong> carro<br />

que dirigem, que são muito ricas para as<br />

“Durante uma crise<br />

pública Dessa magnituDe,<br />

as atenções são voltaDas<br />

ao ceo Da empresa. se ele<br />

fica sumiDo, cria-se<br />

um vácuo”<br />

marcas. Tudo para proteger a privacida<strong>de</strong><br />

das pessoas.<br />

Em paralelo a isso, o dano à marca Facebook<br />

e sua reputação já são um fato. Segundo<br />

Daniella Bianchi, diretora-geral da Interbrand<br />

em São Paulo, uma marca forte se<br />

constrói a partir <strong>de</strong> diversas dimensões, que<br />

vão dos resultados financeiros a uma agenda<br />

clara, consistente e relevante. Foi isso<br />

que levou o Facebook a um “crescimento<br />

absurdo” no ranking “Best Global Brands”<br />

da Interbrand <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2012, quando apareceu<br />

pela primeira vez, até 2017, quando atingiu<br />

a oitava colocação e obteve o maior crescimento<br />

do mundo, com valorização <strong>de</strong> 48%<br />

e sua marca chegando ao valor <strong>de</strong> US$ 48<br />

bilhões - a Apple li<strong>de</strong>ra o ranking, com US$<br />

184 bilhões. “Nosso próximo ranking sai em<br />

outubro. Precisamos ver como o Facebook<br />

vai respon<strong>de</strong>r à crise, mas a <strong>de</strong>mora <strong>de</strong> cinco<br />

dias para falar foi prejudicial e po<strong>de</strong> trazer<br />

dano à marca. A pressão dos anunciantes<br />

está crescendo e não apenas sobre esse<br />

tema, mas em questões como fake news e<br />

algoritmos”, reflete a executiva. “Estamos<br />

falando <strong>de</strong> uma marca que é uma re<strong>de</strong> social,<br />

então, mais ainda, o consumidor quer<br />

fazer parte <strong>de</strong>sse diálogo. Além da questão<br />

da transparência, eles esperam uma posição<br />

das marcas, e que ela seja colocada <strong>de</strong><br />

forma muito clara”, explica Daniella.<br />

O longo silêncio <strong>de</strong> cinco dias sobre o<br />

escândalo foi quebrado por um post <strong>de</strong> Zuckerberg<br />

em sua página <strong>de</strong> Facebook, em<br />

que ele recapitulou os fatos envolvendo a<br />

Cambridge Analytica, mas que a confiança<br />

com os usuários se quebrou. “Temos a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> proteger seus dados, e se<br />

não conseguimos, então não merecemos<br />

vocês”, foi a mensagem principal. As medidas<br />

anunciadas no comunicado, como a<br />

investigação <strong>de</strong> apps que tenham tido acesso<br />

a gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> dados, restrito <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvedores a dados pessoais e a ferramenta<br />

que permite às pessoas visualizarem<br />

os apps que utilizaram, não empolgaram. A<br />

mensagem-chave foi repetida em entrevistas<br />

a veículos como CNN.<br />

36 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Daniella Bianchi: “Precisamos ver como o Facebook vai respon<strong>de</strong>r à crise<br />

Mincheff: “A marca nunca consegue reassumir controle”<br />

No dia 25, oito dias após o início da crise,<br />

o Facebook <strong>de</strong>cidiu veicular um anúncio<br />

em veículos <strong>de</strong> mídia impressa, como<br />

forma <strong>de</strong> se atrelar à reputação <strong>de</strong>sse meio<br />

e recuperar a sua. Três jornais norte-americanos<br />

e seis britânicos estamparam um<br />

pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas em que o Facebook reconhecia<br />

ter responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteger<br />

informações pessoais e que, se não conseguisse,<br />

não seria merecedor <strong>de</strong> ter os dados.<br />

Outras medidas práticas foram tornar<br />

o controle <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> e a eliminação <strong>de</strong><br />

dados mais fáceis para o usuário.<br />

Além da pressão que vem da imprensa e<br />

dos usuários, a empresa tem <strong>de</strong> lidar com<br />

as opiniões das outras empresas da nova<br />

economia. Tim Cook, presi<strong>de</strong>nte da Apple,<br />

afirmou que passou da hora <strong>de</strong> se regular o<br />

Facebook. Elon Musk retirou as páginas <strong>de</strong><br />

suas empresas, SpaceX e Tesla Motors, do<br />

Facebook. E Brian Acton, cofundador do<br />

WhatsApp, hoje empresa <strong>de</strong> Zuckerberg,<br />

propagou a hashtag <strong>de</strong>letefacebook. Até a<br />

revista Playboy pegou carona e pulou fora<br />

da re<strong>de</strong>, por causa do vazamento <strong>de</strong> dados<br />

C<br />

pessoais, e também pelas restrições às fotos<br />

com nu<strong>de</strong>z. A pressão também vem forte M<br />

dos governos. O Parlamento Britânico con-vocou<br />

Zuckerberg a se explicar sobre o va-<br />

CM<br />

zamento <strong>de</strong> dados, mas, a princípio, ele não<br />

MY<br />

comparecerá. A Fe<strong>de</strong>ral Tra<strong>de</strong> Commission,<br />

dos Estados Unidos, <strong>de</strong>cidiu investigar a<br />

CY<br />

empresa sobre o vazamento <strong>de</strong> dados para a<br />

Cambridge Analytica. E, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> algumas<br />

K<br />

semanas, Zuckerberg <strong>de</strong>ve ir ao Congresso<br />

americano para esclarecer o escândalo.<br />

CMY<br />

terbrand. Mas a comunicação da empresa,<br />

que no começo subestimou o potencial do<br />

problema, foi fundamental para a BP nunca<br />

mais aparecer no ranking novamente.<br />

“Esse caso do Facebook tomou um curso<br />

próprio e terá atualizações diárias. Nesse<br />

momento, em que houve um sumiço nos<br />

primeiros dias, eles já per<strong>de</strong>ram o controle<br />

da informação. Mas na questão da recupe-<br />

Jornal PropMark.pdf 1 16/10/2017 14:27:58<br />

“Uma questão como essa afeta a construção<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da marca. Elas precisam<br />

ter um propósito bem <strong>de</strong>finido e compromisso<br />

<strong>de</strong> valores”, reforça Daniella Bianchi,<br />

da Interbrand. Ela aponta empresas que<br />

passaram por situações semelhantes, como<br />

a Toyota, que, em 2009, teve uma grave crise<br />

sobre a qualida<strong>de</strong> dos freios <strong>de</strong> seus veículos,<br />

gerando um recall em massa. A empresa,<br />

no entanto, se recuperou. Em 2010,<br />

a BP (British Petroleum) enfrentou a crise<br />

do <strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> óleo no Golfo do México.<br />

Era uma marca forte no ranking da Inração<br />

futura, a primeira coisa é que o presi<strong>de</strong>nte<br />

precisa estar bastante presente e<br />

esclarecer o que está ocorrendo. No segundo<br />

momento, será necessária uma comunicação<br />

consistente sobre o andamento da<br />

questão e abrir canais <strong>de</strong> diálogo. Inclusive,<br />

precisam permitir que o usuário possa ligar<br />

para eles e enten<strong>de</strong>r a questão”, recomenda<br />

Ronald Mincheff, da Talquimy.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 37


MArCAs<br />

Lucas Figueiredo/Divulgação<br />

Amistoso entre Brasil e Alemanha, no último dia 27, ren<strong>de</strong>u ativações personalizadas e campanhas; Gabriel Jesus (à direita) foi protagonista das ações nas re<strong>de</strong>s sociais<br />

Anunciantes começam contagem<br />

regressiva para a Copa do Mundo<br />

Patrocinadores aproveitam os amistosos e período pré-torneio para<br />

<strong>de</strong>spertar emoção na torcida e resgatar confiança na seleção brasileira<br />

Danúbia Paraizo<br />

Os passageiros que chegavam<br />

ao Aeroporto <strong>de</strong> Congonhas<br />

na última terça-feira<br />

(27) receberam a seguinte mensagem<br />

pelos alto-falantes: em<br />

comemoração ao pentacampeonato<br />

da seleção brasileira, cinco<br />

voos da ponte aérea Rio-São<br />

Paulo da Gol foram rebatizados<br />

com os anos das conquistas do<br />

Brasil: 1958, 1962, 1970, 1994 e<br />

2002. O otimismo em relação<br />

ao hexa fez com que a companhia<br />

também rebatizasse um<br />

sexto voo com o nome <strong>2018</strong>.<br />

A ação, que distribuiu aos<br />

passageiros réplicas das camisas<br />

utilizadas em cada título,<br />

bem como convidou jogadores<br />

que fizeram parte da história<br />

do futebol aos voos, marcou o<br />

início das comemorações da<br />

patrocinadora da seleção. A<br />

menos <strong>de</strong> 100 dias para o mundial,<br />

a estratégia <strong>de</strong> mobilizar a<br />

torcida durante o pré-Copa tem<br />

orientado o trabalho dos anunciantes.<br />

Os amistosos, em especial,<br />

se tornaram ocasião i<strong>de</strong>al<br />

para as marcas trabalharem<br />

atributos <strong>de</strong> valor.<br />

A vitória brasileira contra<br />

a algoz Alemanha na semana<br />

passada, por exemplo, foi o momento<br />

perfeito para a Brahma<br />

reforçar sua confiança na seleção<br />

e resgatar o “Nº 1”, um dos<br />

principais símbolos da cerveja.<br />

É o que explica Pedro Adamy,<br />

diretor <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> Brahma.<br />

“Estampamos no Mineirão<br />

e nos arredores do Maracanã a<br />

mensagem O Nº 1 voltou, como<br />

uma homenagem da única cerveja<br />

presente em todas as Copas<br />

para a única pentacampeã<br />

do mundo. Junto com a ação,<br />

colocamos no ar, nacionalmente,<br />

mais um filme que lembra<br />

como nos sentimos nas conquistas<br />

da seleção”. A campanha<br />

é assinada pela Africa.<br />

O sentimento <strong>de</strong> confiança e<br />

empolgação diante da expectativa<br />

do hexa dá o tom dos <strong>de</strong>mais<br />

patrocinadores oficiais da<br />

Copa. Segundo Roberto Gnypeck,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marke-<br />

A vitóriA<br />

brAsileirA contrA<br />

A Algoz AlemAnhA,<br />

nA semAnA<br />

pAssAdA, foi o<br />

momento perfeito<br />

pArA A brAhmA<br />

38 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Itaú convoca a torcida a se reunir; campanha da DM9DDB terá <strong>de</strong>sdobramentos no digital com uma websérie com o técnico Tite trazendo os bastidores do filme<br />

ting do McDonald’s, o objetivo<br />

da empresa é preparar a torcida<br />

por meio <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> campanha<br />

que traduz a emoção, a<br />

alegria e a brasilida<strong>de</strong> do futebol<br />

nacional. Dentre as ações,<br />

reuniu Neymar Jr. e Anitta num<br />

filme da DPZ&T que abriu o calendário<br />

<strong>de</strong> ativações da marca.<br />

A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast food também<br />

convocou o pequeno Davi<br />

Lucca, filho <strong>de</strong> Neymar, para a<br />

nova campanha que divulga a<br />

promoção Prepara a Emoção. O<br />

projeto vai selecionar crianças<br />

para entrar em campo na partida<br />

Brasil x Costa Rica, no dia 22<br />

<strong>de</strong> junho.<br />

respeito e CredibilidA<strong>de</strong><br />

Protagonista do amistoso entre<br />

Brasil x Alemanha na semana<br />

passada, Gabriel Jesus, autor<br />

do gol que ren<strong>de</strong>u a vitória ao<br />

Brasil, ganhou os holofotes da<br />

Vivo, patrocinadora da seleção<br />

e do craque. Ao comemorar seu<br />

gol, o jogador correu pelo campo<br />

imitando um telefonema.<br />

A operadora aproveitou o momento<br />

para brincar em suas re<strong>de</strong>s<br />

sociais fazendo um meme<br />

<strong>de</strong> Jesus “ligando” para dona<br />

Vera, mãe do atleta.<br />

“Em novembro lançamos o<br />

conceito #joguejunto, que permeará<br />

toda nossa comunicação.<br />

Com ele trazemos um novo<br />

olhar sobre o tema, valorizando<br />

as pessoas que são craques <strong>de</strong><br />

todos os dias, e os craques do<br />

campo, que se mostram mais<br />

próximos <strong>de</strong> seus fãs com as interações<br />

que têm em suas re<strong>de</strong>s<br />

sociais”, explica Marina Daineze,<br />

diretora <strong>de</strong> imagem e comunicação<br />

da Vivo.<br />

Além <strong>de</strong> Jesus e Neymar, o<br />

técnico Tite também <strong>de</strong>sponta<br />

como embaixador <strong>de</strong> marcas<br />

que alicerçam suas ações em<br />

atributos como respeito, união<br />

e espírito <strong>de</strong> equipe. Andréa<br />

Mello, diretora <strong>de</strong> marketing<br />

corporativo e <strong>de</strong> consumer<br />

Brahma resgatou confrontos passados entre Brasil e Alemanha para comemorar vitória brasileira em amistoso na semana passada<br />

Passageiros da Gol embarcaram uniformizados em voos históricos da ponte aérea<br />

Neymar Jr. e o filho Davi Lucca estrelam pela primeira vez campanha para o torneio<br />

electronics da Samsung Brasil,<br />

explica a escolha do treinador<br />

como embaixador da marca em<br />

campanha assinada pela Cheil<br />

Brasil. “Dentro do novo posicionamento<br />

global Do What<br />

You Can’t, lançamos em março<br />

a campanha Samsung é Mais<br />

Jogo, que é composta por uma<br />

série <strong>de</strong> três ví<strong>de</strong>os com o Tite.<br />

A comunicação mostra o treinador<br />

enfatizando que o futebol<br />

ensina a superar situações<br />

adversas na vida e a dar a volta<br />

por cima”.<br />

Com a missão semelhante <strong>de</strong><br />

tomar “emprestado” atributos<br />

<strong>de</strong> Tite, o Itaú está no ar com<br />

sua Preleção, em que convida<br />

a torcida a se reunir e voltar a<br />

confiar na seleção.<br />

Segundo Paulo Coelho, copresi<strong>de</strong>nte<br />

e CCO da DM9DDB,<br />

a campanha resgata valores<br />

como respeito, <strong>de</strong>dicação, espírito<br />

<strong>de</strong> grupo, que servem<br />

<strong>de</strong> inspiração para todos os<br />

brasileiros. Em breve, a agência<br />

prepara uma websérie com<br />

Tite trazendo os bastidores da<br />

campanha.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39


MaRcas<br />

Re<strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ro<br />

expan<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

e fora do país<br />

Divulgação<br />

Fundada em 2005 pelo chef paranaense<br />

Junior Durski, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> restaurantes<br />

Ma<strong>de</strong>ro tem realizado nos últimos anos<br />

uma forte ampliação no país. Em 2017, a<br />

companhia faturou R$ 510 milhões e, atualmente,<br />

conta com 118 pontos <strong>de</strong> vendas espalhados por 13<br />

estados e uma loja em Miami, nos Estados Unidos.<br />

Nesta entrevista, Durski comenta sobre a abertura<br />

<strong>de</strong> novas lojas no Brasil e no exterior, sobre a nova<br />

comunicação da marca e do plano <strong>de</strong> inaugurar<br />

mais quatro novas empresas este ano com o<br />

foco em praças <strong>de</strong> alimentação. Veja a seguir<br />

os principais trechos da entrevista.<br />

Junior Durski: “A maior publicida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>mos ter é o boca a boca”<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

DifeRencial<br />

Acredito que a marca faz sucesso<br />

porque tem qualida<strong>de</strong>. O<br />

Ma<strong>de</strong>ro entrega aquilo que se<br />

propõe a entregar. Essa é a espinha<br />

dorsal do negócio. Atualmente<br />

trabalhamos com 118<br />

restaurantes, em 13 estados, e<br />

para <strong>2018</strong> a meta é abrir mais 50<br />

lojas. Já abrimos sete, então, só<br />

faltam 43 pontos. As cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Brasília<br />

e Belo Horizonte, geralmente,<br />

são as mais contempladas,<br />

pois, por estarmos mais próximos,<br />

otimiza o nosso trabalho.<br />

Mas vamos subindo a outras regiões<br />

do país, como o Nor<strong>de</strong>ste<br />

e o Norte, on<strong>de</strong> inauguraremos<br />

um restaurante em Manaus.<br />

expansão inteRnacional<br />

Já temos um restaurante na<br />

Ocean Drive, em Miami, nos<br />

Estados Unidos, e a expansão<br />

internacional está nos planos<br />

da companhia. Vamos abrir<br />

este ano uma nova unida<strong>de</strong> na<br />

região da Brickell, fora da zona<br />

turística, para que possamos<br />

medir a satisfação do consumidor<br />

local e aten<strong>de</strong>r o público<br />

que mora e trabalha por ali.<br />

Para o futuro, antes da expansão<br />

internacional em diversos<br />

países, queremos ampliar nos<br />

Estados Unidos. Mas, primeiro,<br />

vamos cuidar do nosso<br />

quintal, aqui no Brasil, que vai<br />

muito bem, e <strong>de</strong>pois investir<br />

mais lá fora.<br />

concoRRência<br />

Fico muito feliz em ver que<br />

muitas hamburguerias abriram<br />

no Brasil, pois fomos os precursores<br />

no setor. Acho isso<br />

muito saudável. Mas nós temos<br />

<strong>de</strong> dividir as hamburguerias <strong>de</strong><br />

bairro <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> nacional.<br />

O nosso principal negócio são<br />

shoppings centers e as marcas<br />

pequenas precisam ter uma<br />

renda gran<strong>de</strong> para entrar neste<br />

negócio. No Brasil, há mais <strong>de</strong><br />

600 shoppings e nós estamos<br />

em cerca <strong>de</strong> 100, ou seja, há<br />

muito espaço para crescer. Até<br />

mesmo nas estradas com os<br />

containers fica difícil competir,<br />

pois uma marca pequena não<br />

é conhecida e dificilmente vai<br />

atrair tanto público.<br />

slogan pRovocativo<br />

Quando criamos o slogan<br />

Ma<strong>de</strong>ro The Best Burger in<br />

The World queríamos provocar.<br />

Agora estamos mudando.<br />

Utilizando as mesmas palavras<br />

da tradução O Ma<strong>de</strong>ro<br />

faz o melhor hambúrger do<br />

mundo, começamos a assinar<br />

O hambúrguer do Ma<strong>de</strong>ro faz<br />

o mundo melhor. Então este<br />

será o nosso investimento no<br />

social, pois cuidamos <strong>de</strong> diversas<br />

instituições, no orgânico,<br />

cuidando do saudável, na<br />

construção limpa, que são os<br />

“Quando criamos o<br />

slogan Ma<strong>de</strong>ro The<br />

BesT Burger in The<br />

World Queríamos<br />

provocar. agora<br />

estamos mudando”<br />

containers, e no cuidado dos<br />

nossos funcionários.<br />

coMunicação<br />

Nunca fizemos uma campanha<br />

tradicional. Estamos agora<br />

com uma websérie produzida<br />

pela Trip que traz ao longo <strong>de</strong><br />

seus episódios a nossa história.<br />

Nós não precisamos inventar<br />

nada para falar sobre o Ma<strong>de</strong>ro,<br />

então, só vamos contar a história<br />

da nossa cozinha central, <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> veio a receita da maionese,<br />

do nosso palmito e como cuidamos<br />

dos nossos funcionários.<br />

Sempre pensamos que a maior<br />

publicida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>mos ter<br />

é o boca a boca, então, vamos<br />

pegar uma boa parte dos nossos<br />

investimentos <strong>de</strong> marketing e<br />

aplicar cada vez mais no cliente<br />

para que ele tenha a melhor experiência.<br />

Os filmes da websérie<br />

estão nas re<strong>de</strong>s sociais da marca<br />

e serão veiculados nos cinemas<br />

e em canais <strong>de</strong> TV fechada.<br />

novas MaRcas<br />

Acabamos <strong>de</strong> inaugurar um<br />

novo restaurante, que se chama<br />

Jerônimo, em Curitiba, Porto<br />

Alegre e Brasília, que é uma<br />

hamburgueria que possui um<br />

preço 25% menor que o Ma<strong>de</strong>ro,<br />

pois não tem serviço e o cliente<br />

faz seu pedido por um totem <strong>de</strong><br />

autoatendimento ou aplicativo.<br />

Em <strong>abril</strong> vamos inaugurar duas<br />

outras marcas: A sanduicheria,<br />

Dunge e Vó Maria.<br />

40 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


AGêNCIAS<br />

“Não queremos<br />

sobreviver, mas<br />

puxar a agenda”<br />

Divulgação<br />

Marcia Esteves assumiu a presidência da<br />

Grey Brasil, sendo a primeira mulher<br />

no cargo da re<strong>de</strong> no país. Ela dividia a<br />

função com Rodrigo Jatene, que assumirá<br />

posição na re<strong>de</strong> nos Estados Unidos. Adriano Matos<br />

assume como VP <strong>de</strong> criação e respon<strong>de</strong> diretamente<br />

a Marcia. E essas <strong>de</strong>vem ser as únicas mudanças no<br />

time. “Não vamos mexer muito no time que está<br />

ganhando”, diz. Na agência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2014, ela foi COO<br />

e copresi<strong>de</strong>nte. No novo <strong>de</strong>safio, celebra a integração<br />

da conta <strong>de</strong> Itambé, com a conquista do digital, e<br />

<strong>de</strong>staca o caráter transformador da Grey, que acredita<br />

no equilíbrio e busca o novo. Acompanhe<br />

a seguir os principais trechos da entrevista.<br />

Marcia Esteves: ”A Grey não tem medo <strong>de</strong> mudar, <strong>de</strong> fazer diferente”<br />

jÉSSICA OLIVEIRA<br />

MUDANÇA<br />

O processo foi natural. A Grey<br />

é uma network integrada. Temos<br />

contato com todos os mercados,<br />

trabalhamos juntos. A<br />

cultura da agência fomenta integração<br />

e troca <strong>de</strong> expertises.<br />

A gente vem fazendo um trabalho<br />

consistente no Brasil, que<br />

acaba dando visibilida<strong>de</strong> para<br />

os executivos. Surgiu a oportunida<strong>de</strong><br />

do Jatene ir para um dos<br />

escritórios da re<strong>de</strong>. Trabalhamos<br />

nos últimos meses nessa<br />

transição. Acordamos que era<br />

um bom momento, dado que<br />

a Grey já está em um caminho<br />

certo, bem posicionada, e agora<br />

temos os <strong>de</strong>safios naturais<br />

do negócio para continuar em<br />

crescimento. E para ele é uma<br />

oportunida<strong>de</strong> interessante. Foi<br />

tudo transparente. Jatene já<br />

está em um processo <strong>de</strong> mudança.<br />

E tudo certo por aqui.<br />

EQUIPE<br />

Não vamos mexer no time<br />

que está ganhando. Ano passado<br />

a Grey teve o melhor ano da<br />

história no Brasil, tanto em inspiração<br />

criativa quanto em negócios.<br />

Ganhamos mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

marcas, fomos a sexta agência<br />

mais premiada do país e clientes<br />

conquistaram resultados<br />

históricos. Acreditamos que<br />

estamos em um caminho cer-<br />

to. Vamos fazer uma transição<br />

natural. Adriano Matos, que era<br />

o braço direito do Jatene, já estava<br />

envolvido em todos os planos<br />

e projetos da agência com<br />

clientes e com a visão estratégica,<br />

assume a criação. Vamos<br />

seguindo o jogo, continuar expandindo<br />

ofertas e melhorando<br />

os serviços para cada vez mais<br />

atingir os objetivos dos negócios<br />

e dos nossos clientes.<br />

SOZINHA<br />

Não dividir a presidência foi<br />

um processo natural. Na re<strong>de</strong><br />

e na estrutura no Brasil, enten<strong>de</strong>mos<br />

que a agência não precisava<br />

ter uma dupla, dado que o<br />

caminho e o board estão <strong>de</strong>senhados.<br />

Em relação a ser uma<br />

presi<strong>de</strong>nte mulher, temos conquistado<br />

nossos espaços gradativamente.<br />

Vamos ter cada<br />

vez mais igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros,<br />

mulheres que possam opinar.<br />

Acreditamos na complementarida<strong>de</strong>.<br />

Não é só mulher, não<br />

é só homem. Buscamos equilíbrio<br />

na Grey, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> quem está à frente.<br />

Acreditamos que a troca <strong>de</strong><br />

pensamentos e a discordância<br />

fazem com que a criativida<strong>de</strong><br />

aflore. O nosso trabalho é criativo.<br />

E isso não po<strong>de</strong> mudar.<br />

“Faltava um<br />

cliente para<br />

ter o contrato<br />

digital e Fazer<br />

a integração:<br />

acabamos <strong>de</strong><br />

consolidar itambé<br />

no digital”<br />

cia sólida, que se adapta muito<br />

rápido às mudanças. 100 anos<br />

parece pouco, mas no mercado<br />

<strong>de</strong> comunicação, olha o tanto<br />

que transformou nos últimos 5<br />

anos. Imagina em 100! A Grey<br />

não tem medo <strong>de</strong> mudar, <strong>de</strong> fazer<br />

diferente para ser melhor.<br />

Faz parte da nossa cultura. A<br />

gente abraça a mudança e a tecnologia.<br />

Não queremos sobreviver,<br />

mas puxar a agenda para<br />

se <strong>de</strong>senvolver e não ficar preso<br />

a mo<strong>de</strong>los antigos. Na América<br />

Latina, sou a primeira presi<strong>de</strong>nte<br />

mulher no Brasil. Isso vem<br />

<strong>de</strong> encontro a não ter medo <strong>de</strong><br />

estabelecer novos mo<strong>de</strong>los e<br />

<strong>de</strong> acreditar que quando abraçamos<br />

a mudança apren<strong>de</strong>mos<br />

e fazemos. A Grey foi pioneira<br />

em formatos, mo<strong>de</strong>los... a gente<br />

muda, experimenta e troca<br />

experiências. Esse é mais um<br />

PARA FRENTE<br />

A Grey como networking fez<br />

100 anos em 2017. É uma agenexemplo<br />

<strong>de</strong> que vamos atrás do<br />

novo sem medo.<br />

SIGNIFICADO<br />

Estou muito feliz pelo Jatene,<br />

é um amigo <strong>de</strong> muitos anos,<br />

que eu admiro e respeito. E estou<br />

superfeliz e honrada por<br />

assumir essa posição, que <strong>de</strong><br />

alguma forma representa tudo<br />

que eu sempre batalhei junto<br />

com a equipe. A Grey tem, na<br />

minha crença, os melhores profissionais<br />

do país. É o resultado<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100 pessoas trabalhando<br />

juntas, <strong>de</strong> clientes e<br />

parceiros acreditando no nosso<br />

trabalho. Estou muito realizada<br />

e, <strong>de</strong> forma absolutamente humil<strong>de</strong>,<br />

aceito esse <strong>de</strong>safio, <strong>de</strong><br />

levar a Grey ao top 10 do mercado,<br />

continuar fazendo trabalho<br />

que gere resultado para os<br />

clientes. Eu adoro ter <strong>de</strong>safios,<br />

me motivo mais. E busco <strong>de</strong>ixar<br />

as pessoas motivadas e felizes<br />

para fazer a diferença.<br />

CARTEIRA<br />

Estamos em fase final <strong>de</strong><br />

concorrência <strong>de</strong> alguns clientes.<br />

E faltava um cliente para ter<br />

o contrato digital e fazer a integração.<br />

Acabamos <strong>de</strong> consolidar<br />

Itambé no digital, já tínhamos<br />

offline. Era a última marca<br />

que faltava. Tem sido um ano<br />

especial. Entramos <strong>2018</strong> com<br />

Hino<strong>de</strong>, Bung, Avante... Esperamos<br />

ter novida<strong>de</strong> mês a mês.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41


Paulo Macedo<br />

Benchmark global <strong>de</strong> oferta<br />

<strong>de</strong> café multissabores em<br />

cápsulas por meio <strong>de</strong> máquinas<br />

especiais, a Nespresso acaba <strong>de</strong><br />

fazer uma mudança estratégica<br />

na sua comunicação <strong>de</strong> marketing<br />

no país. O anunciante passa<br />

a concentrar na VML, que<br />

cuidava exclusivamente dos<br />

conteúdos digitais, também a<br />

sua agência <strong>de</strong> ATL. O negócio<br />

estava na carteira <strong>de</strong> clientes<br />

da WMcCann, mas a <strong>de</strong>cisão<br />

contempla apenas o mercado<br />

brasileiro. A re<strong>de</strong> McCann permanece<br />

com a conta global do<br />

anunciante.<br />

A primeira campanha da<br />

VML nesse novo formato para a<br />

Nespresso é Morning, que será<br />

lançada no próximo dia 10. O<br />

processo criativo vai <strong>de</strong>stacar<br />

a presença do líquido no dia a<br />

dia das pessoas, mas o CEO da<br />

agência, Fernando Taralli, preagêNcias<br />

Divulgação<br />

VML assume conta<br />

integral da marca<br />

Nespresso no país<br />

O executivo Fernando Taralli, CEO da agência VML, assume a comunicação integral da marca Nespresso e fala que visão holística está ajudando na conquista <strong>de</strong> novos negócios<br />

Negócio estava sob a gestão da WMCann e primeira ação 360º assinada<br />

pela nova fornecedora é Morning, programada para este mês <strong>de</strong> <strong>abril</strong><br />

fere não <strong>de</strong>talhar <strong>de</strong>vido ao ambiente<br />

competitivo que o produto<br />

passou a ter após a quebra<br />

da patente. O que ele diz é que<br />

esse segmento pe<strong>de</strong> inovação,<br />

como o lançamento recente da<br />

versão gelada, batizada <strong>de</strong> Iced<br />

Coffee, que mereceu a casa conceito<br />

Summer House, instalada<br />

na Av. Europa, em São Paulo. A<br />

i<strong>de</strong>ia surgiu a partir dos posts<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais dos chamados<br />

brand lovers e sustentam o<br />

engajamento da marca nesses<br />

canais da internet.<br />

Na verda<strong>de</strong>, a VML está<br />

se <strong>de</strong>scolando cada vez mais<br />

do rótulo <strong>de</strong> agência digital.<br />

Além da Nespresso, a agência<br />

já anunciara a chegada da grupo<br />

taiwanês TPV (Top Victory<br />

Electronics), fabricante das telas<br />

que equipam os monitores<br />

da Philips e AOC, marcas que<br />

integram seu portfólio <strong>de</strong> produtos.<br />

A Gren<strong>de</strong>ne Kids é outro<br />

cliente 360º, assim como a<br />

“É um caminho<br />

natural na era<br />

do business<br />

intelligence (bi).<br />

se o consumidor<br />

pensa <strong>de</strong> forma<br />

integrada,<br />

sem dissociar<br />

canais, por que a<br />

publicida<strong>de</strong> vai<br />

ser dividida?”<br />

Bridgestone, Docol, GoDaddy,<br />

Ministério Público do Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo, Recovery e a recém-chegada<br />

SomUp, esta exclusivamente<br />

ATL (Above the<br />

Line).<br />

De acordo com Taralli, assim<br />

como o muro que dividia o<br />

ATL e o BTL (Below the Line),<br />

a comunicação só faz sentido<br />

quando o olhar é integrado,<br />

sem fronteiras <strong>de</strong> mídia ou até<br />

<strong>de</strong> ações sem mídia, como foi<br />

o caso da Summer House para<br />

a Nespresso. “Tudo é complementar<br />

e o que direciona<br />

a criação e a mídia é o pensamento<br />

integrado. É um caminho<br />

natural na era do business<br />

intelligence (BI). Se o consumidor<br />

pensa <strong>de</strong> forma integrada,<br />

sem dissociar canais, por que a<br />

publicida<strong>de</strong> vai ser dividida? A<br />

VML quer ser reconhecida por<br />

esse comportamento e visão<br />

holística da comunicação”, enfatiza<br />

Taralli.<br />

42 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


AGÊNCIAS<br />

Lew’Lara cria Loja da Corrupção<br />

para promover O Mecanismo<br />

Série do Netflix aborda a Lava Jato<br />

com olhar <strong>de</strong> ficção e realida<strong>de</strong><br />

Paulo Macedo<br />

Ação diferenciada para promover<br />

a série O Mecanismo,<br />

uma produção do Netflix,<br />

com criação assinada pela<br />

Lew’Lara\TBWA, a Loja da Corrupção<br />

chamou a atenção <strong>de</strong><br />

quem transitou pelo Aeroporto<br />

<strong>de</strong> Brasília na semana passada.<br />

Inspirada em maneirismos<br />

usados por corruptos para escon<strong>de</strong>r<br />

dinheiro <strong>de</strong>sviado do<br />

po<strong>de</strong>r público na Operação Lava<br />

Jato, a loja tinha cuecas, por<br />

exemplo, com bolsos para evitar<br />

o contato do dinheiro sujo<br />

com a genitália. A série causou<br />

polêmica, sob a acusação <strong>de</strong> <strong>de</strong>-<br />

turpar falas <strong>de</strong> políticos.<br />

“Entre no esquema, mas não<br />

saia da moda com a Loja da Corrupção”,<br />

diz o ví<strong>de</strong>o postado na<br />

página do Netflix no Facebook.<br />

Além da cueca doleira, a loja<br />

promocional exibe itens como<br />

um manual <strong>de</strong> <strong>de</strong>lação premiada,<br />

dicionário <strong>de</strong> corruptos,<br />

gravata filmadora e um salto/<br />

gravador para registrar áudios<br />

comprometedores “sem <strong>de</strong>scer<br />

do salto”. Também chamaram a<br />

atenção as capas para tornozeleiras<br />

com os mo<strong>de</strong>los Hawaii,<br />

com flores vermelhas e brancas;<br />

onça (“para combinar com<br />

maços <strong>de</strong> notas <strong>de</strong> R$ 50”) e<br />

Gold (para <strong>de</strong>sfilar no tribunal).<br />

Instalada no Aeroporto <strong>de</strong> Brasília, loja com artigos para corruptos chama a atenção<br />

Divulgação<br />

4.0<br />

Curadoria:<br />

Ethevaldo<br />

Siqueira<br />

O JORNALISMO<br />

EXPONENCIAL<br />

O impacto da 4ª revolução industrial<br />

na comunicação está no mídia.JOR<br />

Ao mesmo tempo em que colocam em xeque mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio tradicionais,<br />

novas tecnologias criam possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento exponencial. Inteligência<br />

artificial, big data, drones, sensores, impressão 3D, interfaces <strong>de</strong> voz, realida<strong>de</strong><br />

virtual e realida<strong>de</strong> aumentada prometem mudar a forma como atuam empresas e<br />

profissionais dos mais variados setores, incluindo o jornalismo.<br />

O mídia.JOR 4.0 tem como tema “O Jornalismo Exponencial”.<br />

Estudantes pagam meia e todos os professores inscritos<br />

terão entrada gratuita. Vagas limitadas!<br />

6 <strong>de</strong> <strong>abril</strong>, em<br />

São Paulo-SP<br />

Inscreva-se ou confirme<br />

ja seu cre<strong>de</strong>nciamento pelo site<br />

www.portalimprensa.com.br/midiajor<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 43


marketinG & neGócios<br />

Imilian/iStock<br />

Ganância ou<br />

ignorância?<br />

O comportamento e os atos do<br />

Facebook representam falta <strong>de</strong> respeito<br />

Rafael Sampaio<br />

Mais do que a simples ganância por po<strong>de</strong>r<br />

e dinheiro soma-se a ignorância<br />

que a ganância cria ao esquecer um ponto<br />

básico do mundo dos negócios: a ética. O<br />

comportamento e os atos do Facebook nos<br />

últimos anos têm sido <strong>de</strong> uma sistemática<br />

falta <strong>de</strong> respeito com seus consumidores,<br />

seus anunciantes e seus acionistas.<br />

Não se trata apenas do escândalo mais<br />

recente, <strong>de</strong> repercussões globais, da esperteza<br />

da obtenção <strong>de</strong> dados e <strong>de</strong> seu mau<br />

uso por parte da CA - Cambridge Analytica,<br />

mas <strong>de</strong> uma longa sequência que revela<br />

uma forma <strong>de</strong> fazer negócios que se veste<br />

com o nome <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, mas é a melhor<br />

tradução <strong>de</strong> ganância por po<strong>de</strong>r. O último<br />

<strong>de</strong>les a gerar perplexida<strong>de</strong> havia sido<br />

em setembro passado, quando o Facebook<br />

foi flagrado pela 10ª vez em um ano com<br />

o fato <strong>de</strong> que havia erro nos números que<br />

divulgava em termos <strong>de</strong> sua audiência e<br />

outros aspectos <strong>de</strong>ssa plataforma, como o<br />

fato <strong>de</strong> alegar atingir 41 milhões <strong>de</strong> americanos<br />

entre 18 e 24 anos enquanto toda a<br />

população daquele país nessa faixa etária<br />

não passava <strong>de</strong> 31 milhões.<br />

Seu fundador e principal executivo,<br />

Mark Zuckerberg <strong>de</strong>morou 5 dias para falar<br />

após a eclosão do atual escândalo e disse<br />

bem menos do que <strong>de</strong>via. Na real, os fatos<br />

eram do seu conhecimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2015,<br />

mas ele e seus comandados, na prática, não<br />

fizeram nada a não ser mandar um comunicado<br />

burocrático – e não checado – para<br />

que a CA apagasse os dados dos 50 milhões<br />

<strong>de</strong> usuários.<br />

Em matéria <strong>de</strong> capa, a The Economist pegou<br />

pesado, após lembrar que o fundador<br />

do Facebook mantém o controle das ações<br />

com direito a voto: “O episódio se encaixa<br />

em um padrão estabelecido <strong>de</strong> negligência<br />

em relação à privacida<strong>de</strong>, tolerância à imprecisão<br />

e relutância em admitir erros”.<br />

Também não se <strong>de</strong>ve esquecer que a<br />

primeira ação do Facebook e da CA foi a<br />

<strong>de</strong> tentar impedir, com ameaças legais, a<br />

publicação da matéria pelo The Guardian.<br />

Sabe-se que a CA não é a única <strong>de</strong>senvolvedora<br />

<strong>de</strong> apps a fazer o que fez e a caixa <strong>de</strong><br />

pandora da maior mídia social do planeta<br />

po<strong>de</strong> revelar uma explosão <strong>de</strong> maus-feitos.<br />

Aliás, o Facebook não é a única mídia digital<br />

a fazer bobagem. Muita gente aposta<br />

que o Google, a maior <strong>de</strong> todas, é um queijo<br />

suíço <strong>de</strong> furos. Recentemente, o Google<br />

disse que fez ajustes para cumprir o GDPR<br />

- Regulamento Geral <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> Dados<br />

europeu (que será obrigatório a partir <strong>de</strong><br />

maio próximo), mas silenciou em relação<br />

ao restante do mundo. O Facebook agora<br />

fala que a adoção <strong>de</strong>sses parâmetros será<br />

global. A conferir.<br />

Vale lembrar que no começo <strong>de</strong>ste ano o<br />

Twitter havia sido flagrado <strong>de</strong> calças curtas<br />

pela falta <strong>de</strong> controle na criação <strong>de</strong> perfis<br />

falsos e da anabolização <strong>de</strong> sua audiência.<br />

Será o começo do fim do faroeste na mídia<br />

digital, como alguns mais afobados estão<br />

se perguntando? Com certeza, não. A <strong>de</strong>ontologia<br />

dos megalí<strong>de</strong>res <strong>de</strong>ssa área está<br />

muito longe dos padrões dos <strong>de</strong>mais meios<br />

e nem eles nem o mercado publicitário parecem<br />

muito dispostos, neste momento, a<br />

mudar essa situação.<br />

O que leva a outra questão importante e<br />

incômoda: o que os anunciantes e agências<br />

e suas políticas <strong>de</strong> compliance estão fazendo?<br />

A rigor, eles não <strong>de</strong>veriam colocar sua<br />

publicida<strong>de</strong> nesses meios inconfiáveis.<br />

A solução <strong>de</strong>sse grave problema, que seria<br />

um resgate da mídia digital, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

todos, inclusive dos governos ao redor do<br />

mundo. Se o mercado publicitário falhar<br />

em fazer sua parte, governos agirão e isso<br />

será muito pior, porque reduzirá a liberda<strong>de</strong><br />

do uso responsável do digital – inclusive<br />

pelas empresas tradicionais <strong>de</strong> mídia, que<br />

ao longo dos anos apren<strong>de</strong>ram que a ganância<br />

por negócios tem <strong>de</strong> estar subordinada<br />

ao máximo respeito aos consumidores e à<br />

velha máxima que a melhor esperteza é a<br />

da honestida<strong>de</strong>.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

44 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


arena do esporte<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

Fotos: Divulgação<br />

endorfina criativa<br />

Comecei a competir no Pa<strong>de</strong>l<br />

em nível profissional há dois<br />

anos com o meu irmão. Muitas<br />

vezes os horários ficam limitados, mas,<br />

felizmente, possuo certa flexibilida<strong>de</strong>.<br />

Como eu trabalho em contato direto com<br />

os Estados Unidos e há diferença <strong>de</strong> fuso<br />

horário, basicamente, meus treinos se<br />

concentram no período da manhã. Todo<br />

o envolvimento com o esporte já nos ren<strong>de</strong>u<br />

o título Paulista e o Brasileiro.”<br />

Vitor Martins, diretor da<br />

Razer para América Latina<br />

Vem pra rua<br />

A rua será mais uma vez arquibancada da torcida durante a Copa do Mundo. Prova disso<br />

são os preparativos para a Football Para<strong>de</strong>, exposição ao ar livre que trará 70 bolas<br />

gigantes personalizadas por artistas plásticos, em São Paulo. O projeto é assinado pela<br />

Global Football Experience, plataforma <strong>de</strong> projetos, conteúdos e experiências, que<br />

prepara também outros atrativos para o mundial. Entre eles, competições <strong>de</strong> embaixadinhas,<br />

amistosos e até congresso sobre futebol. O carro-chefe do projeto, no entanto,<br />

é a exposição a céu aberto, que po<strong>de</strong>rá ser vista em locais icônicos, como Avenida<br />

Paulista, Parque do Ibirapuera e Aeroporto <strong>de</strong> Guarulhos, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> junho a 15 <strong>de</strong> julho.<br />

Os artistas Ricardo Munhoz (foto) e Paula Portella marcarão presença com suas obras.<br />

Em breve, outros nomes serão confirmados pela organização.<br />

aten<strong>de</strong>ndo a pedidos<br />

A Havaianas <strong>de</strong>cidiu inovar em sua estratégia<br />

<strong>de</strong> marketing. A marca quer dividir espaço entre<br />

o ambiente <strong>de</strong> praia e piscina com as pistas<br />

<strong>de</strong> automobilismo e acaba <strong>de</strong> anunciar seu<br />

patrocínio à equipe Sahara Force India.<br />

O apoio veio para aten<strong>de</strong>r pedidos dos próprios<br />

seguidores da marca nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />

que chamaram a atenção para a semelhança<br />

entre o halo dos carros <strong>de</strong> corrida e das famosas<br />

tiras da sandália. “Com essa parceria, os<br />

fãs da velocida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão sentir a presença<br />

do verão brasileiro nas pistas com a melhor<br />

representante - principalmente num ano em<br />

que não teremos nenhum brasileiro correndo”,<br />

disse Marcio Utsch, CEO da Alpargatas.<br />

A estreia oficial ocorreu no Grand Prix da Austrália,<br />

realizado em 25 <strong>de</strong> março, momento<br />

em que a Havaianas começou a veicular em<br />

suas re<strong>de</strong>s sociais campanha da AlmapBBDO<br />

anunciando a novida<strong>de</strong>.<br />

CaraVana do esporte<br />

Pelo segundo ano consecutivo, o Grupo Globo começou as visitas<br />

aos 20 clubes da Série A do Brasileirão. No Media Day, os times<br />

abrem seus centros <strong>de</strong> treinamento e estádios, como o Corinthians<br />

(foto), para que os canais esportivos da re<strong>de</strong> captem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> imagens<br />

dos jogadores para a escalação nos jogos até ví<strong>de</strong>os para projetos <strong>de</strong><br />

bran<strong>de</strong>d content. Segundo Bianca Maksud, diretora <strong>de</strong> marketing<br />

e esporte do grupo, o Media Day é um formato utilizado no mercado<br />

internacional, que foi implementado por aqui para fortalecer a<br />

relação com os clubes. Até <strong>abril</strong>, a equipe vai entrevistar jogadores,<br />

elaborar chamadas, campanhas e materiais promocionais. São Paulo,<br />

Santos e Flamengo são os próximos agendados.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 45


wE<br />

mkt<br />

Enfim, o biochip<br />

“Inteligência é a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> adaptar-se à mudança”.<br />

Stephen Hawking<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Tudo começou no ano <strong>de</strong> 1971. A Intel<br />

revela e coloca disponível no mercado<br />

o microchip 4004 – unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento<br />

com 4-bits, criação <strong>de</strong> um <strong>de</strong><br />

seus funcionários, Ted Hoff.<br />

A partir daí, nunca mais, o mundo foi<br />

e será o mesmo.<br />

Projetado originalmente para calculadoras,<br />

rapidamente o 4004 passou a ser<br />

utilizado para outras finalida<strong>de</strong>s e em<br />

outros gadgets.<br />

Nos anos em que antece<strong>de</strong>ram a chegada<br />

do 4004, um dos fundadores da<br />

Intel, Gordon More, na época diretor <strong>de</strong><br />

pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento da Fairchild,<br />

mais especificamente em 1965,<br />

conce<strong>de</strong>u uma entrevista à revista Eletronic<br />

Magazine, edição especial <strong>de</strong> 30<br />

anos, em que arriscou seu prognóstico:<br />

“O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> processamento dos computadores<br />

dobrará a cada 12 meses, enquanto<br />

o tamanho dos processadores,<br />

assim como seus preços, cairá pela meta<strong>de</strong>”.<br />

Acertou na mosca!<br />

relhos, equipamentos, mais recentemente<br />

às coisas, e, finalmente, começa<br />

a fazer parte do kit básico <strong>de</strong> todo o ser<br />

humano.<br />

No ano passado, sem alar<strong>de</strong>s, sem<br />

muitas discussões, finalmente, foi aprovado<br />

o implante <strong>de</strong> chips em seres humanos.<br />

Isso mesmo, no Brasil.<br />

No projeto original, essa possibilida<strong>de</strong><br />

só era prevista nos casos em que houvesse<br />

<strong>de</strong>terminação judicial.<br />

Assim, <strong>de</strong>vidamente aprovado pela<br />

Comissão <strong>de</strong> Segurança Pública e Combate<br />

ao Crime Organizado, passa pela<br />

aprovação da Comissão <strong>de</strong> Cidadania e<br />

Justiça, indo direto para o Senado, on<strong>de</strong><br />

também <strong>de</strong>verá ser aprovado.<br />

A partir <strong>de</strong>sse momento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

autorizado pela própria pessoa, o microchip<br />

finalmente passa a ser implantado<br />

nos brasileiros, sob a pele, no espaço situado<br />

entre o indicador e o polegar, com<br />

o tamanho <strong>de</strong> um pequeno grão <strong>de</strong> arroz,<br />

no formato <strong>de</strong> cápsula, construída<br />

com vidro bio<strong>de</strong>gradável para prevenir<br />

eventual rejeição.<br />

Itsabbey94/iStock<br />

Naquele 4004, no espaço correspon<strong>de</strong>nte<br />

a uma unha, comprimiam-se<br />

2.300 transistores. Hoje, pouco mais <strong>de</strong><br />

45 anos <strong>de</strong>pois, o chip <strong>de</strong> um iPhone ou<br />

Samsung Galaxy é 1.300 vezes mais rápido<br />

que o computador presente na Apolo<br />

11, que levou o homem à Lua em 1969.<br />

Apenas dois anos antes do nascimento<br />

do Ultra Mega Master Super Definitivamente<br />

Disruptivo 4004.<br />

E no correr <strong>de</strong>sses 46 anos, o 4004<br />

mais seus filhos, netos e bisnetos foram<br />

a<strong>de</strong>ntrando-se em todos os cantos e buracos<br />

possíveis e inimagináveis.<br />

E dando vida a infinitos gadgets, apa-<br />

Enfim, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017, mais que na hora,<br />

superada a penúltima barreira para que<br />

o microchip passe a fazer parte <strong>de</strong> nossa<br />

rotina, testemunhe e registre os acontecimentos<br />

<strong>de</strong> nossas vidas.<br />

Isso é bom, é ruim, é ótimo é péssimo?<br />

Tanto quanto todas as <strong>de</strong>mais coisas.<br />

Depen<strong>de</strong>ndo exclusivamente <strong>de</strong> nós!<br />

Da <strong>de</strong>stinação que nossas cabeças <strong>de</strong>rem<br />

a essa extraordinária conquista da<br />

humanida<strong>de</strong>.<br />

Que o melhor juízo, a fundamental<br />

humilda<strong>de</strong> e a inteligência sensível e socialmente<br />

responsável orientem todas as<br />

nossas <strong>de</strong>cisões.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

46 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


curtas<br />

Produtora <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />

content Bufalos ganha<br />

base interna na Youse<br />

Fotos: Divulgação<br />

Após criar um laboratório <strong>de</strong> conteúdo<br />

interno, a Youse, plataforma <strong>de</strong> venda<br />

<strong>de</strong> seguros online da Caixa Seguradora,<br />

anunciou uma parceria com a produtora<br />

Bufalos. “Acreditamos que produzir conteúdo<br />

se tornou uma prática relevante para<br />

o mercado, que busca por informação <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>. Isto tem tomado um lugar <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>staque na comunicação entre as marcas<br />

e seus consumidores”, diz Leandro Claro,<br />

CMO da Youse. “Temos uma gran<strong>de</strong> paixão<br />

por produzir conteúdo, e acreditamos que<br />

esta é a melhor estratégia para uma marca<br />

se conectar com o público”, afirma Carina<br />

Mazarotto, head <strong>de</strong> conteúdo da Bufalos.<br />

Formam a base da Bufalos na Youse o<br />

editor <strong>de</strong> conteúdo Alberto Cataldi, a vi<strong>de</strong>omaker<br />

Marcela Sevilla, a repórter Déborah<br />

Angelini e a <strong>de</strong>signer Letícia Melli.<br />

Em pé, Claro, Letícia, Cataldi e Guilber Hidaka (diretor da Bufalos); sentadas, Carina, Déborah e Marcela<br />

HuMor inCEntiva doaçõES<br />

Trump ilustra campanha do Exército da Salvação<br />

A <strong>de</strong>cepção com um presente inspira<br />

a campanha do Exército <strong>de</strong> Salvação,<br />

assinada pela WMcCann. Com bastante<br />

bom humor, as peças mostram que o que<br />

não serve para alguns po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

utilida<strong>de</strong> para outros, como um chapéu<br />

<strong>de</strong> mexicano para Donald Trump ou uma<br />

camiseta “eu amo Nova York” para Kim<br />

Jong-un. “Como o Exército <strong>de</strong> Salvação<br />

arrecada objetos em bom estado, procuramos<br />

lembrar as pessoas que talvez elas<br />

tenham algum presente ou qualquer outra<br />

coisa boa em casa que não é usada apenas<br />

porque elas não gostam, não se i<strong>de</strong>ntificam<br />

ou esqueceram em algum canto”, conta<br />

Eiji Kozaka, diretor <strong>de</strong> criação da agência.<br />

MarkEting BESt dEfinE Júri<br />

Foram <strong>de</strong>finidos os jurados da 31ª edição<br />

do Prêmio Marketing Best. O julgamento<br />

será presidido pelo jornalista Jomar Pereira<br />

da Silva Roscoe, da Alap (Associação<br />

Latino-Americana <strong>de</strong> Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>),<br />

pela terceira vez consecutiva. O júri<br />

é composto por Décio Clemente, presi<strong>de</strong>nte<br />

da DClemente&Associados; Francisco<br />

Madia <strong>de</strong> Souza, presi<strong>de</strong>nte do MadiaMundoMarketing<br />

e da Abramark (Aca<strong>de</strong>mia<br />

Brasileira <strong>de</strong> Marketing); João <strong>de</strong> Simoni<br />

So<strong>de</strong>rini Ferracciù, presi<strong>de</strong>nte do Grupo De<br />

Simoni; e José Estevão Cocco, presi<strong>de</strong>nte<br />

da J.Cocco Comunicação.<br />

glaMour PrEMia MulHErES<br />

O Prêmio Geração Glamour – Women<br />

of the Year chega à sua quarta edição<br />

elegendo as mulheres mais inspiradoras<br />

<strong>de</strong> 2017. A premiação, que ocorre nesta<br />

quarta (4), em São Paulo, está com nova<br />

roupagem, assim como a revista, que passou<br />

por mudanças editoriais no último<br />

ano com a chegada da diretora <strong>de</strong> redação,<br />

Paula Merlo. “A i<strong>de</strong>ia é celebrar com<br />

autenticida<strong>de</strong>, homenagear <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />

as mulheres que nos acompanham nessa<br />

evolução e que fazem a revolução à sua<br />

maneira”, explica Paula.<br />

PEPPEry rEforça árEa dE Criação<br />

Kawahara, Maeda, Mono e Segundo<br />

O sócio e CCO da Peppery Astério Segundo<br />

ganhou reforço <strong>de</strong> três criativos para<br />

a equipe que li<strong>de</strong>ra. Para fazer dupla<br />

com o próprio CCO foi contratado Enio<br />

Kawahara como head of art da agência.<br />

A equipe ainda passa a contar com a nova<br />

dupla formada pelo diretor <strong>de</strong> arte Marcelo<br />

Maeda e o redator Diogo Mono. Maeda<br />

tem passagens pela mcgarrybowen, Heads,<br />

Master e Eugenio, aten<strong>de</strong>ndo contas como<br />

Adidas, TIM, Shopping Center Norte, Duratex,<br />

Claro e Banco do Brasil. Diogo Mono<br />

já trabalhou para mcgarrybowen, W/Brasil,<br />

Heads e Babel, com clientes como Bra<strong>de</strong>sco,<br />

Gren<strong>de</strong>ne, Hypermarcas, W/Torre e<br />

Fischer Price.<br />

Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo,<br />

Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editora-assistente: Cristiane Marsola<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />

Danúbia Paraizo (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />

Claudia Penteado (RJ)<br />

Editor <strong>de</strong> Arte: Adu nias Bis po da Luz<br />

Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

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Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

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Diretor Executivo: Tiago A. Milani Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

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Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

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Demais estados: 0800 704 4149<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 47


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

A sempre elegante Costanza Pascolato, Maria Fernanda Cândido, Luciano Amado, fotógrafo <strong>de</strong> still do documentário Linhas do <strong>de</strong>sejo, e a diretora Paula Trabulsi, que comandou set <strong>de</strong> gravação n<br />

DESEJO<br />

A diretora Paula Trabulsi, que <strong>de</strong>ixou há cerca <strong>de</strong> três anos a Bossa<br />

Nova Films, on<strong>de</strong> era sócia, para se <strong>de</strong>dicar ao coletivo Asas.com.<br />

br., se prepara para lançar no segundo semestre <strong>de</strong>ste ano o documentário<br />

Linha do <strong>de</strong>sejo. A narrativa contempla os embates internos<br />

da personagem Ana Thereza, interpretada pela atriz Maria Fernanda<br />

Cândido, que também integra o grupo. Os jardins <strong>de</strong> Paris estão entre<br />

os cenários escolhidos. O set na capital francesa recebeu a visita <strong>de</strong><br />

Costanza Pascolato, que também participa do Asas com o sofá chat<br />

show Costanza & Marilu, exibido no YouTube e no Discovery <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2014. O documentário é a primeira parte do projeto. Em seguida, Linhas<br />

do <strong>de</strong>sejo vai se transformar em um longa ficcional. Os projetos<br />

da Asas, como A imagem da tolerância, codirigido por Paula e Joana<br />

Mariani, já foram vistos por mais <strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong> pessoas.<br />

AUTORAL<br />

O diretor Alex Miranda, da Trator Filmes, também está à frente <strong>de</strong> trabalho<br />

autoral. Ele dirige Escadinha, a história <strong>de</strong> José Carlos dos Reis<br />

Encina. O filme, que será rodado no Rio, está em fase <strong>de</strong> captação <strong>de</strong><br />

recursos e é uma coprodução da Trator com a All Records.<br />

Alex Miranda vai li<strong>de</strong>rar o set <strong>de</strong> filmagem do longa sobre a vida <strong>de</strong> Escadinha<br />

48 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Fundador da AQKA, o executivo Ajaz Ahmed esteve em São Paulo, on<strong>de</strong> apresentou resultados <strong>de</strong> cases para a Nike e a Apple<br />

VISITA<br />

Ajaz Ahmed fundou a AKQA há cerca <strong>de</strong> duas décadas. A unida<strong>de</strong><br />

brasileira da agência, da qual é CEO global, o trouxe a uma visita<br />

para conhecer o estúdio montado na estrutura do escritório <strong>de</strong> São<br />

Paulo. Mas se pensou que a viagem era apenas social, teve <strong>de</strong> trabalhar<br />

um pouco. Os gestores da operação local, o português Hugo<br />

Veiga e o brasileiro Diego Machado, organizaram um workshop<br />

com clientes locais e funcionários para Ahmed <strong>de</strong>talhar os cases da<br />

Nike e da Apple, além <strong>de</strong> mostrar como a re<strong>de</strong> se posiciona globalmente<br />

e sua visão sobre o futuro da comunicação mercadológica.<br />

A AQKA também está ativando o Cannes Lions <strong>2018</strong> com o projeto-<br />

-proprietário Future Lions, iniciado há 13 anos. Os projetos vencedores<br />

serão anunciados em uma cerimônia no Palais <strong>de</strong>s Festivals<br />

<strong>de</strong> Cannes. O tema <strong>de</strong>ste ano é Create tomorrow e está aberto a teses<br />

sobre inteligência artificial, blockchain, interfaces inteligentes<br />

e as novas regras <strong>de</strong> energia. Nicolai Smith, diretor <strong>de</strong> criação da<br />

agência e vencedor do Future Lions, explica. “A i<strong>de</strong>ia é encorajar<br />

os estudantes a escolherem um caminho mais emocionante,<br />

que abraça a <strong>de</strong>scoberta, o pensamento revolucionário e o liberta<br />

do passado. É um convite para a nova geração mostrar i<strong>de</strong>ias às<br />

principais organizações criativas do mundo”. As inscrições estão<br />

abertas até o dia 16 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> para estudantes do mundo todo no site<br />

www.futurelions.com.<br />

SEGUIDORES<br />

Uma das lí<strong>de</strong>res do<br />

mercado global <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fensivos agrícolas,<br />

a Syngenta contabiliza<br />

1 milhão <strong>de</strong> seguidores<br />

no Facebook.<br />

ROCK<br />

O Sunset Motor Show,<br />

agendado para ocorrer<br />

em Ilhabela, em São<br />

Paulo, entre 24 e 27 <strong>de</strong><br />

maio, terá show <strong>de</strong> rock<br />

da banda TomCats. Mas o<br />

repertório também vai ter<br />

reggae, pop e até MPB.<br />

IMOBILIÁRIO<br />

No próximo dia 9, o<br />

Estadão, em parceria com<br />

o Secovi, realiza o Summit<br />

Imobiliário Brasil no<br />

WTC, em São Paulo para<br />

discutir o futuro do setor.<br />

a capital francesa no início <strong>de</strong> <strong>2018</strong><br />

CONTRATO<br />

A atriz e apresentadora Maisa<br />

Silva, do elenco do SBT, além <strong>de</strong><br />

influencer digital com mais <strong>de</strong><br />

12 milhões <strong>de</strong> seguidores no seu<br />

perfil do Instagram, renovou<br />

seu compromisso <strong>de</strong> embaixadora<br />

da marca Gren<strong>de</strong>ne Kids na<br />

temporada <strong>de</strong> <strong>2018</strong>. Ela esteve<br />

na VML, com as equipes <strong>de</strong> planejamento<br />

estratégico e criação,<br />

para conhecer os projetos com<br />

antecedência. O contrato é respaldado<br />

por uma pesquisa conduzida<br />

pela própria agência que<br />

concluiu que a teenager “tem<br />

uma rara capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicar<br />

<strong>de</strong> forma efetiva com toda<br />

a família, das crianças a adolescentes<br />

e os pais”.<br />

Maisa Silva tem a<strong>de</strong>rência junto aos adolescentes e agrega valor à Gren<strong>de</strong>ne Kids<br />

FAKE NEWS<br />

O fenômeno é tão grave<br />

que o executivo Paulo<br />

Leal, diretor da Zoomin.<br />

TV no Brasil, acaba <strong>de</strong><br />

lançar um canal no<br />

YouTube com o nome<br />

<strong>de</strong> True News.<br />

MASSA<br />

Fabricantes <strong>de</strong> biscoitos,<br />

massas e bolos estão<br />

animados e esperam<br />

crescer 3% este ano,<br />

mas preço do trigo,<br />

em elevação, po<strong>de</strong><br />

frustrar o plano.<br />

FICÇÃO<br />

O Mecanismo, série da<br />

Netflix com direção <strong>de</strong><br />

José Padilha, recebe<br />

acusação <strong>de</strong> <strong>de</strong>turpar<br />

história da Lava Jato.<br />

Ficção ou realida<strong>de</strong>?<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 49


última página<br />

EHStock/iStock<br />

Cada um no<br />

seu quadrado<br />

Claudia Penteado<br />

saída <strong>de</strong> alguns gran<strong>de</strong>s jornais <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />

sociais como o Facebook talvez se-<br />

A<br />

ja, afinal <strong>de</strong> contas, um ajuste necessário<br />

neste gran<strong>de</strong> vale-tudo em que se transformou<br />

a internet. E po<strong>de</strong> não ser <strong>de</strong> todo<br />

ruim. Um dos equívocos que passaram o<br />

ocorrer no mundo das notícias é que as pessoas<br />

se habituaram a transformar as re<strong>de</strong>s<br />

sociais em fonte quase que única e exclusiva<br />

<strong>de</strong> informações - no lugar <strong>de</strong> enxergá-las<br />

essencialmente como espaço para cultivar<br />

relações com amigos.<br />

Um estudo do MIT, o Massachusetts<br />

Institute of Tecnology, que analisou 126<br />

mil boatos e notícias falsas espalhadas no<br />

Twitter ao longo <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> 11 anos,<br />

<strong>de</strong>scobriu que a fake news foi<br />

e continua sendo (muito) mais<br />

compartilhada por pessoas do<br />

que notícias reais, sugerindo que<br />

a curiosida<strong>de</strong>, a criativida<strong>de</strong> e a<br />

originalida<strong>de</strong> das notícias falsas<br />

costumam atrair mais do que<br />

a vida real. Notícias falsas têm<br />

uma propensão 70% maior <strong>de</strong><br />

serem retuitadas do que notícias<br />

verda<strong>de</strong>iras.<br />

Nas re<strong>de</strong>s sociais há <strong>de</strong> tudo<br />

um pouco - até informações confiáveis - e<br />

a enxurrada <strong>de</strong> fake news e outros absurdos<br />

só ganhou esta dimensão porque em algum<br />

ponto <strong>de</strong>ssa história nos recostamos na ca<strong>de</strong>ira<br />

da passivida<strong>de</strong> e passamos a esperar<br />

que o mundo <strong>de</strong>rramasse sobre nós informações<br />

interessantes, a cada segundo, on<strong>de</strong><br />

estivermos. Quando foi que nos tornamos<br />

essas criaturas preguiçosas, incapazes <strong>de</strong><br />

procurar as fontes mais bacanas para as informações<br />

que nos interessam, nos lugares<br />

a<strong>de</strong>quados, <strong>de</strong>ixando as re<strong>de</strong>s sociais para<br />

os besteiróis, os contatos pessoais, as fotos<br />

e ví<strong>de</strong>os <strong>de</strong> bichinhos, as opiniões pessoais<br />

e as discussões mais subjetivas?<br />

Demos peso <strong>de</strong>mais a plataformas <strong>de</strong><br />

conteúdo que nunca mereceram todo esse<br />

crédito, pois nunca provaram merecer 100%<br />

“Demos peso<br />

Demais a<br />

plataformas<br />

De conteúDo<br />

que nunca<br />

mereceram<br />

toDo esse<br />

créDito”<br />

da nossa confiança, não é mesmo? O próprio<br />

Mark Zuckerberg anunciou, no início<br />

<strong>de</strong>ste ano, sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> priorizar conteúdos<br />

publicados por familiares e amigos dos<br />

usuários, no lugar dos <strong>de</strong> marcas, empresas,<br />

meios <strong>de</strong> comunicação. Ele não está errado:<br />

esta sempre foi, afinal <strong>de</strong> contas, a essência<br />

da re<strong>de</strong> social.<br />

Até bem pouco tempo, sempre buscávamos<br />

as informações que nos interessavam<br />

in loco: em jornais e revistas impressos, em<br />

uma <strong>de</strong>terminada rádio, na programação <strong>de</strong><br />

um canal <strong>de</strong> TV, nos sites jornalísticos favoritos,<br />

nos blogs <strong>de</strong> colunistas <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />

assunto. Proponho, em meio a tantos<br />

escândalos e polêmicas, que voltemos<br />

ao básico, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> terceirizar nossas<br />

escolhas e buscando a informação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> ela realmente está.<br />

E checando sua veracida<strong>de</strong>. Sem<br />

preguiça!<br />

Outro dia, lendo o artigo <strong>de</strong><br />

Farhad Manjoo, do NYT, sobre<br />

sua experiência <strong>de</strong> <strong>de</strong>splugar<br />

completamente das muitas fontes<br />

<strong>de</strong> notícias que costumava<br />

acompanhar no mundo digital<br />

para concentrar sua atenção<br />

nas versões impressas <strong>de</strong> seus<br />

jornais favoritos, foi interessante<br />

acompanhar alguns fenômenos que se passaram<br />

com ele. Em primeiro lugar, a troca<br />

do “apocalipse da informação” por fontes<br />

analógicas lhe permitiu ler mais livros, e ser<br />

um pai e marido mais presente. Ele também<br />

afirma ter aprendido muito sobre as armadilhas<br />

das notícias online, e como evitá-las.<br />

Uma <strong>de</strong>las é, sem dúvida, se fiar nos comentários<br />

sobre as notícias, muitas vezes mais<br />

do que nas notícias em si - quem nunca cometeu<br />

este erro que atire a primeira pedra.<br />

É claro que ninguém precisa ler somente<br />

a versão impressa dos jornais para se manter<br />

informado, mas o meu ponto é: priorizar<br />

Facebook, Twitter e outras re<strong>de</strong>s como fontes<br />

<strong>de</strong> informação foi o grave erro que cometemos,<br />

valorizando velocida<strong>de</strong> no lugar<br />

da qualida<strong>de</strong>. É tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar!<br />

50 2 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Um bilhão <strong>de</strong> pesquisas.<br />

400 milhões <strong>de</strong> downloads.<br />

3 tendências marcantes.<br />

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