Chicos 53 22-06-2018
Chicos é uma revista literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos teu e-mail e teremos prazer em enviar-te nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
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Em seu lugar Boite Sayonara 39<br />
<strong>Chicos</strong><br />
Junto ao rio a memória sedenta<br />
Em seus cento e setenta quilômetros<br />
Todo um Vale foi fecundizado<br />
E depois de servir sem parâmetros<br />
Toma nome de “Nilo Azarado” 40<br />
Fica dito, o que penso a respeito<br />
E foi fruto da necessidade<br />
Escrevi o que tinha no peito<br />
Compartilho com minha cidade<br />
Por certo não sou ufanista<br />
Cético: alguém já falou<br />
Importa a palavra ser dita<br />
Por isso, agora me vou.<br />
39- Por disputas de influência política com a jovem capital do estado e por absoluta incompetência das autoridades locais, veio<br />
abaixo o Casarão sede, que deu nome à cidade. Situava-se às margens do Paraibuna, em frente à Praça Escravo Teófilo, onde é<br />
hoje a Boate Sayonara, nos fundos da qual, ainda podem-se verificar suas fundações. Pasmem! Foi demolido no ano de 1942.<br />
Alegando falta de recursos para a restauração, as autoridades da capital indicaram sua demolição, o prefeito da época executou.<br />
Nem mesmo os protestos liderados pelo jornalista, escritor e poeta Lindolfo Gomes, do qual, o peso de ser fundador da Academia<br />
Mineira de Letras ajudou na empreitada de proteger tamanho patrimônio simbólico do município. Era um inconteste testemunho<br />
geográfico e histórico, de sermos o Portal Sul das Minas Gerais. Restou-nos, uma imagem (raríssima e preciosa) pouco conhecida<br />
do público feita provavelmente, por Henry Klumb, fotógrafo da comitiva do imperador Pedro II, quando empreendeu uma de suas<br />
visitas à cidade em 1861. Há também uma inédita fotografia dos fundos do casarão, que inclusive, atesta que o prédio estava<br />
muito robusto e não precisava ser demolido. Pertence ao arquivo pessoal do pesquisador Wanderley Thomaz. Fica aqui registrado,<br />
um protesto recessivo-proativo: Algum dia... Quem sabe? Por iniciativa pública ou privada, venhamos a reconstruir, nem que seja a<br />
fachada, daquele emblemático Casarão. Penso que fará muito bem à combalida memória identitária desta cidade.<br />
40- Termo empregado pelo historiador Jair Lessa é “azarado Nilo” ao associar o nosso Paraibuna com o fecundo rio do Egito. Faz<br />
um paralelo muito interessante entre os dois, usando de fina ironia, que lhe é muito peculiar. Diz ele, que enquanto o Nilo ao<br />
inundar suas margens traz fertilização e prosperidade: o Paraibuna só traz sapos.<br />
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