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Edição: julho| agosto de 2018

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Imagens: Alvaro Catalán de Ocón<br />

¿QUÉ PASA?<br />

FUTURO SUSTENTÁVEL<br />

COM TÉCNICAS ANCESTRAIS<br />

O projeto PET Lamp foi criado pelo designer espanhol<br />

Alvaro Catalán de Ocón em 2011, como forma de abordar duas<br />

importantes questões globais: o descarte de materiais plásticos<br />

e a centenária técnica da cestaria (fabricação artesanal de<br />

cestas com fibras). Unindo o reúso de garrafas de plástico<br />

PET a técnicas de tecelagem encontradas em alguns dos mais<br />

remotos cantos do mundo, o projeto dá origem a luminárias e<br />

abajures artesanais únicos.<br />

Desde a primeira experiência, realizada na Amazônia<br />

colombiana em 2011, a organização colabora com<br />

comunidades nativas de artesãos visando à obtenção de<br />

produtos com design atraente e que, ao mesmo tempo,<br />

carreguem a personalidade e a identidade da cultura local.<br />

Por meio da organização ACdO, o projeto já contou com a<br />

colaboração de artesãos indígenas de Cauca, na Colômbia,<br />

em 2012, e de Chimbarongo, no Chile, em 2013; além de<br />

artesãs da Etiópia, em 2014, e de Tóquio, em 2015. Após uma<br />

nova edição no Chile em 2016, dessa vez em colaboração com<br />

o povo Mapuche, o projeto chegou ao seu quinto continente<br />

em 2017, com a realização de um workshop na Austrália, a<br />

pedido da National Gallery of Victoria, em Melbourne.<br />

O local escolhido foi a comunidade de Ramingining, localizada<br />

na Terra de Arnhem, no extremo norte do continente, uma área<br />

declarada Reserva Aborígine. Durante seis semanas, a equipe do<br />

projeto esteve imersa na cultura local, buscando entender suas<br />

tradições, suas linguagens e suas técnicas e traduzi-las da forma<br />

mais expressiva possível no produto final. Como em todas as<br />

edições anteriores, os workshops realizados pela organização não<br />

contam com design ou planejamento prévio do produto que será<br />

desenvolvido, a fim de que haja maior liberdade de criação.<br />

O trabalho, realizado em colaboração com um grupo de<br />

tecelãs indígenas de um centro de artes local, foi iniciado<br />

com a coleta dos materiais necessários: garrafas PET usadas<br />

e fibras e raízes naturais de pândanos, que seriam tingidas<br />

com pigmentos naturais. As artesãs, a princípio, construíram<br />

luminárias individuais, criando formas circulares baseadas em<br />

seus tradicionais tapetes, as quais se encaixaram perfeitamente<br />

no formato das garrafas. No entanto, os fortes laços – de sangue<br />

ou não – entre as próprias tecelãs revelaram aos membros<br />

do projeto os complexos e intensos vínculos cultivados pela<br />

cultura aborígine, o que os levou à decisão de unir as luminárias<br />

individuais, formando duas grandes peças. “Todas as conexões<br />

foram representadas por meio de grandes círculos concêntricos<br />

entrelaçados que remetem também às curvas de nível de um<br />

mapa topográfico, com seus lagos, seus vales e suas montanhas”,<br />

descreve Ocón.<br />

As criações do PET Lamps são tradicionalmente exibidas<br />

durante a Feira de Milão e, neste ano, não foi diferente. Foi exposta,<br />

pela primeira vez na Europa, uma das peças desenvolvidas em<br />

Ramingining, na galeria Spazio Rossana Orlandi. A outra peça foi<br />

adquirida como parte da coleção permanente da National Gallery<br />

of Victoria. (D.T.)<br />

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