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Imagens: Cruz-Diez, Adagp 2018<br />
¿QUÉ PASA?<br />
INTERAÇÕES CROMÁTICAS<br />
O artista franco-venezuelano Carlos Cruz-Diez é<br />
considerado um dos maiores nomes das artes cinéticas e<br />
ópticas, cujas obras geralmente envolvem experimentos<br />
relacionados à percepção e às cores. A última edição da<br />
feira internacional Art Basel, realizada em junho na cidade<br />
da Basileia, Suíça, contou com a exibição de uma instalação<br />
inédita do artista, apresentada pela Galeria Raquel Arnaud,<br />
sediada em São Paulo.<br />
Apesar de nunca ter sido exibida publicamente antes, a<br />
obra Translucent Chromointerferent Environment foi concebida<br />
em 2009 por Cruz-Diez como parte de sua extensiva<br />
pesquisa intitulada “Chromointerférence”, iniciada na<br />
década de 1960, na qual começou a investigar as variações<br />
cromáticas decorrentes da interação entre elementos<br />
coloridos de diferentes naturezas. A instalação imersiva<br />
acontece em um espaço octogonal, em cujo centro está<br />
localizado um conjunto de projetores, que estampam com<br />
padrões cromáticos as superfícies verticais translúcidas e<br />
também parte do piso. Os visitantes que caminham pela<br />
zona perimetral do ambiente podem então interagir com<br />
as projeções, gerando sombras nas telas – que lembram os<br />
tradicionais shows de sombras chineses – e estabelecendo<br />
um diálogo com os espectadores que observam seus<br />
movimentos desde o exterior da instalação.<br />
Segundo o artista, a obra foi criada com o intuito de<br />
explorar a natureza autônoma e dinâmica das cores e<br />
estabelecer uma nova dialética entre observador e obra<br />
de arte. “Translucent Chromointerferent Environment é um<br />
trabalho em desenvolvimento; é uma projeção aérea de<br />
uma malha luminosa em movimento, de maneira que tudo<br />
é transfigurado, tudo perde sua materialidade, e nós nos<br />
tornamos, simultaneamente, autores e atores. É um diálogo<br />
duplo de transfiguração, em que tudo o que era estático vira<br />
movimento”, explica Cruz-Diez. (D.T.)<br />
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